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RBRH - Revista Brasileira de Recursos Hidricos Volume 74 Out/De2 2002, 75.95 Potencial de Reuso de Agua no Brasil Agricultura, Industria, Municipios, Recarga de Aqiiiferos Ivanildo Hespanhol USP ~ So Pauls -inanbes@asp.br Aga omvidado, Apzovado em sotembra, ‘RESUMO Nas repies dias e smi-dridas, a dguas st tornou wo fatorlmitante para o desenvohiimento urbano, industrial e agricola. Mesma dreas com recursos bide abvurdantes, mas insfiientes para atender & demandas elevadas, experinentan confites de nso « sofrem restrigies de conturma que ofitam 0 desenvoliimentaeconimice¢ a qualidade de vida. Nessascondipes, reno e conserva pascaram a ser ax palavras chave ent termos de gest, em rege com baixa dsponiblidade ou insiicituia de recursos btrics. O reso de qua encoira, no Brasil, uma gama signifiatva de qplcaies potencaiz. so de eluntes tratads na agicaltura nas dreas surbanas, paticularmente, para fins nda potives, no atendimento da drmanda industrial e ma rcarga artfial de agieres, se consti em Jnsirumento poderoso para restanraro equiltria entre oferta « demand de dua em diversas egies brasileira. Cabs entrtani, insitucionaizer, regulamentar e promovero reuso de dana no Brasil, fagendo cone que a prética se desemvolea de aorde com princpiostcnicos adaguados, sia economicamente vidvel,sciabments acct, « segura, ent terms dt preservago ambiental e de protegao dos gripes de riscs envbodes Palavras-chave: reuso; Brasil; usos. INTRODUCAO demonstracéo de vontade politica, direcionada para a insti- tucionalizacio do rens0, A “Conferéncia Interparlamentar sobre Deseavolvimento e Meio Ambiente” sealizada em Brasilia, em dezembro de 1992, recomendow, sob o item, Conservacio e Gestio de Recursos para o Desenvolvimen- to (aragrafo 64/B), que se envidasse esforcos, em nivel racional, pasa “institucionalizar a reciclagem e reuso sem- re que possivel ¢ promover o tratamento e a disposicio de esgatos, de maneica @ alo poluir © meio ambiente”. A Agenda 21 (1994) dedicow importincia especial 20 reuso, recomendando 20s paises paticipantes da ECO, & implementacio de politicas de gestio dingidas para 0 uso € reciclagem de efluentes, integrando protecio da saiide pibli- ca de grupos de rsco, com pritcas ambientais adequadas, No Capitulo 21 ~ “Gestio ambientalmente adequada de residuos liquidos e sélidos”, Area Progsamatica B ~ “Ma- ximizindo o zeuso ¢ a reciclagem ambientalmente adequa- das”, estabeleceu, como objetivos bisicos “sitalizar eampl- -. WECESSTDADE DE REUSO ar o$ sistemas nacionais de reuso e reciclagem de residuos”, “tornar disponivel informacées, tecnologia ¢ instrumentos de gestio apropriados para encorajar ¢ tomar operacional, sistemas de reciclagem ¢ uso de éguas residudtias” ‘A pritica de uso de sguas residuarias também 6 ass. ciada, e suportiva, as seguintes Areas programéticas inch Nas regides dtidas ¢ semi-iridas, 2 gua se tornow um fator limitante para o desenvolvimento usbano, industrial e agricola. Planejadores e entidades gestoras de recursos hidri- 05, procuram, continuadamente, novas fontes de recursos, para complementar a pequena disponibilidade hidrica ainda das no capitulo 14~"“Promovendo a agucultua sustentada P ; oo descnoirneno tual, cpa 18 ~ "Prt aa “eponlr No palgene das secs do novo nordets, 2 aqalidade das fontes de aguas de abastecimento ~ Aplica- xjse hi 75 anos, pata tansposigio do Ho Sio Panisco, fo de métodos adequados para o desenvolvimento, gestio —eandlo o atendimento da demanch dos Estados aio spar. so dos securos hideicos,vsando a dispontbildade de Seo do wasto sant ide, stundon ao norte ev lane de ea gua “para a produgio sustentada de alimentos e desenvol- hacia de drenagem. Diversos paises do oriente médio, onde vimento rural sustentado” € “para a protegio dos recursos. precipitacio media oscila entre 100 e 200 mm pot ano, hidscos, qualidade da fgva e dos ecosistemas aquiticos”, © Gependem de alguns poucos tos perenes e pequends reser. no eapitulo 30, "Fortalecimento do papel do comécio e dx ynvbdos ‘de igta subteninea, gealments lovaizados om indiisteia’’ regides montanhosas, de dificil acesso. A agua potivel & Embora nfo exista, no Brasil, nenhuma legislagio te proporcionada através de sistemas de desalinizagio da agua latva, e nenhuma mensio tenha sido feita sobse 0 tema nado mate, devido a impossbldade de manter uma agscult nova Politica Nacional de Recursos Hidsicos (Lei n®.9.433 a itsigada, mais de 50% da demanda de alimentos é satisfei- de 8 de janeiro de 1997), jf se dspe de uma ptimeira ta atrvés da importagio de produtos alimentos bisicos B Porn de Reus de Agua no Bes - Agel nds, Municipio, Recaga de Aaieoe © fendmeno da escassez no é, entretanto, attibuto exclusive das regides aridas ¢ semi-iridas. Muitas regides com recursos hidricos abundantes, mas insuficientes para satisfazer_demandas excessivamente clevadas, também experimentam conflitos de usos ¢ softem restrigdes de consumo, que afetam 0 desenvolvimento econdmico © qualidade de vida. A bacia do Alto Tieté, que abriga uma populacio superior a 15 milhées de habitantes ¢ um dos maiores complexos industriais do mundo, dispde, pela sua condicéo caracteristica de manancial de cabeceira, vazdes insuficientes para a demanda da Regiio Metcopolitana de Sio Paulo e municipios circunvizinhos, Esta condigao, term levado & busea incessante de recussos hidricos complemen tates de bacias vizinhas, que trazem, como consequéncia direta, aumentos considesiveis de custo, além dos eviden- tes. problemas legais ¢ politico-institucionais associados. Esta pritica tende a se tornar cada vez mais restritiva, face a conscientizacio popular, arregimentagio de entidades de classe ¢ a0 desenvolvimento institucional dos comités de bacias afetadas pela perda de recursos hidticos valiosos. Nessas condigdes, 0 conceito de “substituicio de fontes”, se mostra como a altemativa mais plausivel para satisfazer a demandas menos restritivas, liberando as Aguas de melhor qualidade para usos mais nébres, como © abastecimento doméstico. Em 1985, 0 Conselho Eco- némico e Social das Nagdes Unidas United Nations, 1958), estabeleceu uma politica de gestio para areas ca entes de recursos hidricos, que suporta este conceito: “a rio ser que exista grande disponibilidade, nenhuma 4gua de boa qualidade deve ser utilizada para usos que toleram Aguas de qualidade inferior’. As aguas de qualidade inferior, tais como esgotos, particularmente os de origem doméstica, éguas de drena- ‘gem agricola e aguas salobras, devem, sempre que possivel, set consideradas como fontes altesnativas para usos menos restritivos. O uso de tecnologias apropriadas para 0 desen- volvimento dessas fontes, se constitue hoje, em conjuncio com a melhoria da eficiéncia do uso ¢ 0 controle da de- ‘manda, na estratégia bisica para a solugao do problema da falta universal de goa, FORMAS POTENCIAIS DE REUSO “Através do ciclo hidrolégico a agua se constitue em. tum recurso renovivel. Quando seciclada através de siste- ‘mas naturais, é um recurso limpo e seguro que é, através da atividade antropica, deteriorada a niveis diferentes de polu- igo, Entretanto, uma vez poluida, a gua pode ser recupe- ada e reusada para fins benéficos divessos. A qualidade da gua utilizada e o objeto especifico do reuso, estabelecerio os niveis de tratamento recomendados, os criténios de seguranca a serem adotados e os custos de capital, opera- ‘go e manutengio associados. As possibilidades e formas potenciais de seuso dependem, evidentemente, de caracte- risticas, condigbes e fatores locas, tals como decisio politi- ‘ca, esquemas institucionais, disponibilidade técnica e fato- res econémicos, sociais e culturais, A Figura 1 apresenta, esquematicamente, 0s tipos bisicos de usos potencisis de cesgotos teatados, que podem ser implementados, tanto em ‘reas urbanas como em areas rurais (Hespanhol, 1997), ‘Usos urbanos No setor urbano, 0 potencial de seuso de efluentes & muito amplo e diversificado. Entretanto, usos que dema- dam Agua com qualidade clevada, requetem sitemas de tratamento e de controle avancados, podendo levar a cus- tos incompativeis com os beneficios correspondentes. De uma maneira geral, esgotos tratados podem, no contexto uurbano, ser utilzados para fins potiveis e aio potiveis. Usos urbanos para fins potaveis ‘A presenga de organismos patogénicos e de compos- tos otginicos sintéticos na grande maionia dos efluentes disponiveis para reuso, principalmente naqueles oriundos de estagies de tratamento de esgotos de grandes conurba- Bes com polos industriis expressivos, classifica 0 reuso potivel como uma altemnativa associada a tiscos muito clevados, tomnando-o praticamente inaceitivel. Além disso, 08 custos dos sistemas de tratamento avancados que seriam necessitios, levariam & inviabilidade econémico-financeira do abastecimento piiblico, nfo havendo, ainda, face as consideragdes anteriormente efetuadas, garantia de ptote- io adequada da saiide publica dos consumidores, Entzetanto, caso seja imprescindivel implementar reuso urbano para fins potiveis, devem ser obedecidos os seguintes critérios bisicos: Utilizar apenas sistemas de reuso indireto A Organizacio Mundial da Saiide nfo recomenda 0 reuso direto, visualizado como a conec¢io direta dos eflu- fentes de uma estagio de tratamento de esgotos a uma festagio de tratamento de aguas e, em seguida, 20 sistema de distsibuicao. Como reuso inditeto, se compreendc a diluicio dos ‘esgotos, apés tratamento, em um corpo hidrico (ago, reser- vat6rio 0 aquifero subtersineo), no qual, apés tempos de detengio relativamente longos, é efetuada a captacio, segui- da de tratamento adequado e posterior distribuicio. (© conceito de seuso indireto implica, evidentemente, que © corpo receptor intermedisrio, seja um cospo hidrico io poluido, para, através de diluigio adequada, reduzir a carga poluidora a niveis aceitaveis. A pritiea do reuso para fins potiveis, como efetuada em Sio Paulo, na qual a 4gua do rescrvat6rio Billings, poluida por efluentes domésticos e industriis € severtida, sem nenhum tratamento, para o eservat6rio Guarapiranga, que também se encontta polui- do por esgotos domésticos e por elevadas concentragoes de cobre, utiizado para o controle de algas, no se classifi «a, portanto, como reuso indieto. 76 de Recursos Hidricos Volume 7n4 Ovt/Dex 2002, 75.95 ESOOTOSIOUSTRIAS weaves cre agfo i swsempyncio | | rowmes 1 Hopmepesaps) | aciknttinns | | auftite pos ce Revso Figura 1. Formas potenciais de seuso de agua (Hespanhol, 1997). Utilizar exclusivamente esgotos domésticos Devido 4 impossibilidade de identificar adequada- mente a enorme quantidade de compostos de alto sisco, particularmente micro-poluentes orginicos, presentes em efluentes liquidos industsiais, mananciais que secebem, ou receberam, durante periodos prolongados, esses efluentes, io, “a prion”, desqualificados para a pritica de reuso para, fins potiveis. reuso, para fins potivels, s6 pode ser praticado, tendo como matésia prima bisica, esgotos exclu sivamente domésticos, Na Repiiblica da Namibia por exemplo, que vem tra- tando esgotos exclusivamente domésticos para fins potiveis, os exgotos industriais fo coletados em rede separada € tratados independentemente (Van der Merwe, Peters & Menge, 1994). Além disso, um controle intensivo é efetuado pela municipalidade, para evitar a descarga, mesmo acidental, de efluentes industeais ou compostos quimicos de qualquer espécie, no sistema de coleta de esgotos domésticos. ‘Empregar barreiras miltiplas nos sistemas de tratamento Os elevados siscos associados & utilizagio de esgotos, mesmo domésticos, para fins potiveis, exigem cuidados especiais pata assegurar protecio efetiva e permanente dos consumidores. Os sistemas de tratamento a serem imple mentados, devem possuir unidades de tratemento suple- mentares, além daquelas teéricamente necessirins. Por cexemplo, quando se visualisa a necessidade do emprego de zona com 0 objetivo de efetuar a oxidagio de micropolu- entes orginicos, pode-se, também, acrescentar sistemas de ‘carvio ativado, que operariam como uma segunda barreira, para atingir o mesmo objetivo, E. recomendivel, quando possivel, reter os esgotos jé teatados, em aquiferos subter- tineos, por periodos prolongados, antes de se encaminhar a Agua para abastecimento pablico, No caso da Repitblica da Namibia, antes refetido, es- gotos exclusivamente domésticos, coletados na cidade de Windhoek, so inicialmente tratados na Gammams Sewage Treatment Works, que consta de grades, caixas de arcia, decantadores primitios € sistema de lodos ativados, seguide, de lagoas de maturagio, O efluente da estacio de Gamrams € encaminhado & Goreangab Reclamation Plant, para a fase de potabilizacio dos efluentes domésticos tmatados. Esta estacio consta de pré-czonizacio, coagulacéo-floculagio em primeito estigio, flotacio com ar dissolvido, adsorsio em. caivio ativado em p6, coagulacio-flocalacio em segundo estigio, sedimentaco, filteos ripiclos de ateia, ozonizacio, semosio de at e reciclagem de ozona, adsoxcio em cazvio ativado granular, cloragio a0 brakpoint, correcio de pH com cal e armazenamento da égua potivel em leacol feeatco, por ongos periodos, de onde posteriormente, removida atra- vés de pogos de recuperacio ¢ introduzida no sistema de abastecimento piblico de Windhoek: 77 Poteneil de Reaso de Agus ne Brasil -Agricukur, Indust, Musi Esse sistema vem operando desde outubro de 1968, ¢ os estudos epidemiolégicos realizados até presente, de monsteatam que as doencas transmissiveis prevalentes no pais (docncas distréicas e Hepatite A) nfo sio associadas & gna reciclada, que abastece a cidade. Adquirir aceitagao publica e assumir as responsabilidades pelo empreendimento (Os programas de seuso para fins potiveis devem set, desde a fase de planejamento, motivo de ampla divulgacto ¢ discussio com todos os setoses da populagio concemnen: te, Para a implementagio, deve haver aceiticio publica da proposta de seuso. Por outso lado, as responsabilitades técnica, financcira e moral, que cabem as entidades encar- regadas do planejamento, implementagio gestio do sis tema de revso, devem see explicitamente reconhecidas assumidas Usos urbanos para fins nao potiveis Os usos urbanos nfo potiveis envolvem tiscos me- nores e devem ser considerados como a primeita opcio de reuso na area urbana, Entretanto, cuidados especiais de- vein set tomados quando ocore contato direto do pribli- co com gramados de parques, jardins, hotéis, éreas turisti- cas e campos de esporte. Os maiores potenciais de reuso slo os que empregam esgotos tratados pars: © inrigagio de parques e jardins piblicos, centros espor tivos, campos de futebol, quadras de golfe, jardins de cescolas e universidades, gramados, arvores € atbustos decorativos a0 longo de avenidas € rodovias; © insigagio de Areas ajardinadas ao redor de edificios ppiblicos, residenciais e industsiaiss # reserva de protecio contra incéndios; controle de poeira em movimentos de tetra, ete © sistemas decorativos aquiticos tais como fontes € chafarizes, espelhos e quedas @iguas # descarga sanitiria em banheiros pitblicos € em edifi- ios comerciais e industriais; # lavagem de trens ¢ énibus piblicos. Os problemas associndos 20 reuso urbane nlo pe vel sio, principalmente, of custos elevados de sistemas Guplos de distibuigno, dficuldades opetacionais e iscos potencias de ocorrencia de conexdes crvzadas. Os custo, Entretant, devem ser considerados em selacio aos benef cios de conservar gua potivel e de, eventualmente, adiar ou eliminar a necessidade de desenvolvimento de aovos mananciais, pata abastecimento piblco Divers paises da Europa, assim como os paises ia- dustralizados da Asia, localizados em regibes de escasscz de igua, exercem,extensivamente, 2 pritcn de zeuso uebax fo ato potivel. Ente esses, 0 Japio vein utiizaado efluen- pins, Retanga de Agitferos tes secundirios para diversas finalidades. Em Fukuoka, ‘uma cidade com aproximadamente 1,2 milhdes de habitan- tes, situada no sudoeste do Japio, diversos setores operam, ‘com rede dupla de distibuigio de égua, uma das quais com ‘esgotos domésticos tratados em nivel terciério (odos ati- vados, desinfeccio com cloro em primeiro estigio, fil 0, ozonizasio, desinfecgio com cloro em segundo esti io), para uso em descarga de toaletes em edificios residenciais, Esse efluente tatado é também utilizado para ‘outros fins, incluindo issigacio de arvores em areas urba- nas, para lavagem de gases, ¢ alguns usos industrias, tais ‘como tesftiamento e desodorizacio (Sano & Miura, 1990). Diversas outras cidades do Japio, entre as quais Ooita, ‘Aomori e Tokio, estio fazendo uso de esgotos tratados ou ‘de outias fguas de baixa qualidade, para fins urbanos nto potiveis, proporcionando uma economia significativa dos fescassos recursos hidricos localmente disponiveis (Narumi, 1987, Gonohe, 1987, Matzusaki, 1987), Usos industriais Os eustos elevados da Agua industrial associados as demandas crescentes, tém levado as indiistrias a avabiar as, possibilidades internas de reuso e a considerar ofertas das companhias de saneamento pata a compra de efluentes tratados, a pregos inferiores aos da Agua potavel dos siste- ‘mas publicos de abastecimento. A “igua de utilidade” produzida através de tratamento de efluentes secunditios distibuida por adutoras que servem um agrupamento significativo de indistrias, constinue-se, atualmente, em um grande atrative para abastecimento industrial a custos razoaveis. Em algumas areas da regito metropolitana de Sio Paulo, 0 custo da gua posta 4 disposicto da indistria testi em tomo de oito reais por metro cibico, enquanto ‘que a agua de utilidades apresenta um custo marginal por metto cibico pouco superior a quatro reais. Este custo varia, evidentemente, com 8 condigdes locais, tanto em temo dos niveis de tratamento adicionais necessérios, como aqueles relatives aos sistemas de distribuicio. A proximidade de estagdes de tratamento de esgotos ais areas de grande concentragio industsial contribui para a viabili- zagio de programas de reuso industrial, uma vez. que per- mite advtoras e custos unitisios de tratamento menores. Os usos industeais que apresentam possibilidade de serem viabilizados em areas de concentrag3o industrial significativa so basicamente os seguintes: # torres de resftiamento como gua de makenp, * caldeiras; * constaucio civil, inchiindo preparaglo © cura de con- cxeto, € para compactacio do solo; # intigagio de areas verdes de instalages industrinis, lavagens de pisos e alguns tipos de pecas, principal. mente na industria mecinica; © processos industrais 78 RBRH - Revista Brasileira de Recursos Hidvieos Volume Jn {Out/Der 202, 75-95, Dentro do critério de estabelecer priosidades. para vusos que jé possnam demanda imediata e que mio exijam niveis elevados de tratamento, € recomendivel concentra 4 fase inicial do programa de seuso industeial, em torres de resltiamento. Esgotos domésticos tratados tém sido amphmente utilizados como Agua de resfriamento em sistemas com e sem recirculagio, Os esgotos apresentam uma pequens desvantagem em relagio as Aguas naturis, pelo (ato de possuizem temperatura um pouico mais elevada. Em com. pensacio, a oscilagio de temperatura é muito menor nos esgotos domésticos do que em Aguas naturais Embora cosresponda a apenas 17% da demanda de gua nio potivel pelas inciistnias, o uso de efluentes se- cundirios tratados, em sistemas de reftigeracio, tem a vantagem de requerer qualidade independente do tipo de indistria, e a de atender, ainda, a outros usos menos festei- tivos, ais como lavagem de pisos e equipamentos, € como ‘gua de processo em industeias mecinieas € metalixgicas. Alem disso, 2 qualidade de égua adequada para resfriamen- to de sistemas semi-abertos, 6 compativel com outros usos urbanos, nio potiveis, tais como isxigacio de parques © jardins, lavagem de vias piblicas, construgio civil, forma- Gio de lagos pasa algumas modalidades de recreagio © para eleitos paisagisticos. Os sistemas de tratamento para reuso fem unidades de reftigeracio semi-abertos, por exemplo, sio relativamente simples, devendo prodwzir efluentes capazes de evitar corrosion formacio de depésitos, cxescimento de microrganismos, formacio excessiva de escuma € deslignificagao de torres de resfriamento, cons- tmidas em madeisa, Outras industris, que podem ser considerdas nas fases posteriores na implementacio de ‘um programa metropolitano de renso, incluem Agua para producio de vapor, para lavagem de gases de chaminés, € para processos industriais especificos, tais como mamufatu- a de papel e papelio, indisteia téxtl, de material plistico € produtos quimicos, petroquimicas, costumes, construcio, ‘vil, etc: Essas modalidades de reuso, envolvem sistemas de tratamento avancados ¢ demandam, consequentemente, niveis de investimento elevados. Reuso e conservagio devem, também, ser estimula- dos nas proprias inckistrias, atavés de uilizacio de proces- 50 industriais e de sistemas de lnvagem com haixo consu- mo de gua, assim como em estagdes de tatamento de ‘gua para abastecimento pablico, através da recuperagio © reuso das éguas de lavagem de filtros e de decantadloses, Na Regio Metropolitana de Sio Paulo existe um grande potencial para uso de efluentes das estacdes de tratamento de exgotos em operacio, para fins industrinis. A estagio de tratamento de esgotos de Banueri poderia abas- tecer, com efluentes tratados, uma ivea industtial xelaiva- mente importante, distribuida em Barueri, Carapicuiba, Osasco, e 0 setor industrial, a0 longo do Rio Cotia, nas imediagdes da rodovia Raposo Tavares. Da mesma manci- sa, a estagio de Suzano poderia abastecer indisttias con- entradas nas regides de Pod, Suzano e, eventualmente, de Teagquaquecetuba e Mogi das Cruzes. a) Recarga de aqiiiferos Aqiiferos subterrineos sio, em niveis diversos, rea limentados através de zonas ou areas de recarga, ou dire- tamente, através de irrigacao ou precipitacdes, © que, even- tualmente, pode resultar em poluigio de suas ‘iguas. A engenharia de recursos hidsicos desenvolveu, com a finali- dade de aumentar a disponibilidade de Agua e, eventual- mente, de resolver problemas localizados, a tecnologia de recarga artifical, utilizando efluentes adequadamente tata dos (Crook et al, 1992, Idelovitch, Michail & Medy, 1984), Esta modalidade de recarga de agtifferos & direciona- da para os seguintes objetivos: ‘+ proporcionar tratamento adicional de efluentess + aumentar a disponibilidade de igua em agiiferos po- tiveis ow no potéveiss + proporcionar reservatérios de égua para uso furueo; + prevenir subsidéncia do solo; + prevenira intrusio de cunha salina, em agiiferos cos- A inflragio e percolacio de efluentes tratados se be- neficia da capacidade natural de biodegsadacio e Blksac os solos, proporcionando um tsatamento an ste © permi- tindo, em fancio do tipo de efiuente considerado, dos métodos de recarga, de condicbes hidrogeolégicas ¢ dos uusos prevists, eliminar a necessidade de sistemas de tra- tamento avangados. A recarga contsibui para a perda de identidade enue efluentes teatados e a igua subtertines, reduzindo o impacto psicolégico do reuso para fins bené. ficos diversos Alem disso, 08 agiiferos subtercineos se constituem em reservatérios naturais ¢ em elementos de transporte de efluentes tratados. Alguns usos de gua, que apresentam demanda sazonal, requerem grandes resezvatorios para ar- rmuzenamento ou métodos altemativos de descargas nos petiodos de baisa demanda. Bsses reservat6rios, além de demandarem grandes areas de instalacoes de sexem invid- veis economicamente, estio associados a perdas por evapo- gio, Dboms de algas e detesioragio da qualidade das éguas que armazenam. Os reservat6rios subterrineos operim como sistemas de distibuicio nanuras, liminando os custos rclativos as instalagdes de transporte de effuentes tratados. A subsidéncia de solos, definida como “movimento ppara baiso ou afundamento do solo causado pela pesda de supotte subjacente” se constitui em problema relevante em freas onde ocomre excessivo bombeamento de agiiferos © bombeamento excessive de gua subtettines de agiiiferos adjacentes a areas costeiras pode provocar a intrusio de agua salina, tomando-os inadequados como fontes de gua potivel ou para outzos usos que aio tole- rim salinidade elevada. Batetias de pocos de injecio sio construidos em Areas eritcas, exiando barreiras para evitat 4 intrusio salina. Efluentes tatados sio injetsdos nos agi feros confinados, estabelecendo um gradiente hidriulico Porc de Resse de Agua no Brasil - Ages, India, Monicipios, Reearga de Aqiifras no sentido do mas, que previne a penetragio de agua sal- gaa no agiifero Métodos de recarga artifi (Light, 2000) al de aqiiiferos Hi dois métodos bisicos para se processar a recarga de agiiferos (Figura 2): # pogos de injecto; © infilicacio superficial utilizando bacias ou canais de infiltragio, 8 ecarga através de pocos de injecio requer a cons trugio de pogos projetados especificamente pata esta fina- lidade, estendendo-se através da camada insaturada até 0 agiifero. Os custos envolvidos sio significativamente clevados tanto no que se refere 4 construgio do pogo quanto em relagio aos niveis de tratamento necessirios pata a protesio da qualidade de agua do aqiifero. Entetanto, onde condigdes hidrogcotégicas: permi tem, a secarga efetuada em instalacies superficiis de infl- tragio, tais como bacias ou canais de infiluagio, pode-se bier niveis de tratamento consideriveis, devido 20 movi- mento dos efluentes através do solo, camada insaturada © ‘no proprio aqiifero, Este o sistema designado Tratamen to Solo Agiifero, ou TSA, que vem sendo emptegado com sucesso em diversas partes do mundo (Regio do Dan em Israel, Chipte, Estados Unidos nos Estados de Arizona, California, Nevada, etc:) (Bouwer & Rice, 1989, Bouwer, 1991, Foster, Galé & Hespanhol, 1994, Hespankiol, 1993, ‘Tucson Water, 1988, Tucson Water, 1999). A Tabela 1 (Crites, 1985) mostea os resultados obtidos no sistema TSA de Phoenix, Arizona, euja bacia de infiltragio foi construf da no leito do Salt’ River. Dados do sistema TSA para cola, que opera na Regiio do Dan, comprovam a ia na remocio de composts ¢ fons espe ficos, prejudiciais as culeuras iesigadas com as aguas bom- beadas do aqjiifero, alimentado artificialmente com esgotos teatados (Hespanhol, 1993) ‘Os custos associados aos sistemas TSA so, em mé- ia, inferiores a 40% dos eustos de sistemas de tratamento convencionais equivalentes, operando na superficie. ‘Os sistemas TSA proporcionam niveis de tratamento, levados em termos de compostos oxginicos (semogio de DBO, DQO, COD), organismos patogénicos (coliformes fecais, criptosporideos, giardia e virus) € compostos inor- ginicos (pitrogénio © metais pesados) (Hafer, Amold, Lansey and Chipello, 2001, Amold and Quanrad, 1998). Possibilidade de empregar o sistema TSA (City of Tucson’s 2001, Tucson Water & Malcolm Pirnie, 1999, City of Scottsdale 2000, Van Genuchten, 1980) Algumas condicdes hidsogeologicas sto favoriveis pata permitir a recarga astficial de esgotos domésticos ‘Tabela 1. Qualidade da gua no TSA de Phoenix, Arizona (Crites, 1985). Variiveis Fuente Amosteas do secundisio —_agiiifero (g/t (mg/) Sélidos Dissolvidos Totais. 750 790 Sélidos Suspensos u 1 Aménia 16 oa Nitrato 0s 53 Nitrogénio orginico 15 on Fosfato 55 os Fhuoreto 12 07 Boro 06 06 DBO 2 1 TOC 12 19 Zinco 049 0,03 Cobre 012 0,016 Cidmio 0,008 0,007 Chambo 0,082 0,066 Coliformes Fecais/100 ml®) 3500 03 Viros, wfp/100 ml 2118 i PAluente apés clorasao; #13Auente sem cloragio. I Pe TECARGAPORFOGD TRUCANGA PORINFILTRAGKO Figura 2. Métodos de recarga artificial de aquiferos (Light, 2000) tratados através do sistema TSA. As condigdes considera das ideais sio associadas aos seguintes fatores: # solos permeiveis com taxas de infiltragio razoaveis; © camada insaturada com espessura suficiente para es- tocar 0 volume de recarge necessério; © auséncia de camadas impermeiveis que causem ex- cessiva acumulagio dos volumes infilteados antes de atingis 0 aqiferos rw) RBRH- Revista + distribuigao granulométsice na camada insaturada su- perior que suposte a pritiea do sistema TSA; + coeficientes de transmissvidade que mio causem te tengio excessiva de Agua no agiifezos + agiilfero nio confinado. 3 patimettos Jocais que devem ser caractesizados pa- ra dar suporte a0 projeto de recarga sio basicamente os seguintes:tipos de solos, peri litolbgico da camada insara- ada € do agiifero, niveis de Agua, gradiente regional, locacio € volumes estimados da secarga natural, caracteisticas de pocos © bombeamenios existentes, parimetros do agiifero (tuansmissividade ¢ vazio especifica), carncteristicas de qua lidade da igua do aguifero em termos dos principais cations € anions, poluigio existente ou potencil oriunda de aterros ou guaisquer ontmas fontes e quaisquer outros contaminants do solo, que possam ser lsiviados dueante a secarga A recarga artificial de aghifesos poderé vir a se consti- tuir em beneficio duplo a alguns municipios que utiizam aqiiferos subterrineos para abastecimento piblico. A exescente reducio da recarga natural, devido a0 aumento significative da impermeabilizagio do solo usbano, ver. causando 0 abaixamento de niveis feeaticos em areas de grande demanda, A possibilidade de recarga artificial com esgotos tratados, através do sistema TSA, podria, alem de permitir a disposicio adequada de efluentes domésticos, contribuir para a manutengio dos niveis fredticos, facil. tando, assim, também o abastecimento pablico, Usos agricolas Face as grandes vazdes envolvidas, (chegando a até 80% do uso consuntivo, em alguns paises), especial aten- sao deve ser atribuida 20 seuso para fins agricokis. No Brasil esta porcentagem chega muito proxima a 70%, de vendo merecer 2 atencio dos tomadores de decisio, qu do forem decididas as prioridades para reuso. A agticultura depende, atualmente, de suprimento de ‘gua em um nivel tal que a sustentabilidade da produgio de alimentos nio podesa ser mantida, sem 0 desenvolvimento de novas fontes de suprimento ¢ a gestio adequada dos recutsos hidricos convencionais. Esta condigio critica é fundamentada no fato de que 0 aumento da produgio, nto pade mais ser efetuado através da mera expansio de tera cultivada. Com poucas excegdes, tais como arcas significa tivas do noudeste brasileizo, que vém sendo recuperadas para uso agricola, a terra arivel, em nivel mundial, se apto- xima muito vapidamente de seus limites de expansio. A india ji expiorou praticamente 100% de seus recursos de solo arivel, enquanto que Bangladesh dispde de apenas 3% para expansio lateral. O Paguistio, as Filipinas e a Tailan~ dia, ainda tém um potencial de expansio de aproximada- mente 20%. a diminuiu de 0,4% durante a década 1970-1979 para 0,2%, 1987. Nos paises em vins de de- clerada, a durante 0 periodo 198 senvolvimento ¢ em estigio de industrializagac rasileira de Recursos Hidrieos Volume 7 1:4 Ons/Dez 200, 75.95 taxa de crescimento também caiu de 0,7% para 04% (World Bank, 1990, FAO, 1987 e 1988) Durante as duas tiltimas décadas, 0 uso de esgotos para itrigacio de culturas’ aumentow, significativamente, devido aos seguintes fatores (Hespanhel, 1994). © dificuldade crescente de identificar fontes alternativas de aguas pasa issigacio; + custo clevado de fertilizantes; ‘4 seguranga de que os siscos de satide pablica e im- pactos sobre 0 solo sio minimos, se as precaugdes adequadas sio efetivamente tomadas; ‘+ 05 cusios elevados dos sistemas de tratamento, aeces- sitios para descarga de efluentes em coxpos seceptores; ‘a aceitagdo sécio-cultural da pritica do reuso agricola; * 0 reconhecimento, pelos orgios gestores de recursos hidticos, do valor intrinseco da prtica Entima-se que, na segito do Alto Tied, a jusante do Reservatorio de Ponte Nova, até 4s imediagdes de Guaru- Thos, poder-e-a, com o atendimento da demanda agricola atcavés dos exgotos coleados dos municipios da regio, dispor de aproximadamente tués metios cibicos por se” guido adicionas, de Agua de boa qualidade, para abastect mento piblico Na regiio da influéacia da ETE Suzano, por exem- plo, existe uma grande tea de uso agricola, iigada com gua de qualidade clevada. Fata azea se concentra, parcu- Inimeate 20 longo do Rio Taiacupeba e dista, aproxima- damente, oto quilémetios da ETE Suzano. £ muito pro- ‘ave, entzetanto, que a clovada concentragio de eflnentes industria eccbidos na ETE Suzano, tone os seus efen- tes incompativeis para o reuso agricola, A aplicagio de esgotos no solo & uma forma efetiva de contiole da pohuigio e uma sltemnativa viivel para mamentar 2 disponibidade hikica em tegies ides © semi ides Os maiotes benefcios desea forma de seus, sio os assocados 08 aspects econémicos, ambien ede snide pibiea Beneficios econdmicos do reuso agricola (Foteto, 1993) Os beneficios econémicos sio aufesidos gragas a0 stumento da fea cultivada a0 aumento da produtividade agricola, 0s quais sio mais significativos em areas onde se depende apenas de inrigagio natural, proporcionada pelas figuas de chuvas. Um exemplo notivel de recuperagio fecondmica, associada & disponibilidade de esgotos pata intigacto € 0 caso do Vale de Mesquital, no México, onde a renda agricola aumentou de quase 2ex0 no inicio do século, quando os esgotos da cidade do México foram posios 4 disposicio da regito, até aprosimadamente quiatro miles de délares americanos por heetace, em 1990. studos efetuados em divessos paises demonstraram 4 produtividade agricola aumenta signficativamente 81 Porn de Reso de gu no Basi, nds, Municipio, Rec e Ai ‘Tabela 2. Aumento da produtividade agricola (ton/ha/ano) possibilitada pela irigasio com esgotos domésticos (Ghende, 1985). Inigagio efetusda Tigo 8 anos —-Feiio Sanos" —Arroz 7anos'' Batata 4 anos" —_Algodio 3 anos" Esgoto bruto 334 0,90 297 23,11 256 Efluente primario 345, 087 294 20,78 230 Efluente de lagoa 345 078 298 2031 2a de estabilizacao Agua NPE 270 072 203 1736 170 *"Nidmero de anos para cileulo da produtividade média, fem sistemas de ittigagio com esgotos adequadamente administrados. A Tabela 2 mostra os resultados experimen tais efetuados em Nagpur, India, pelo Instituto Nacional de Pesquisas de Engenhasia Ambiental (NEERI), que investigou of efeitos da irrigacio com esgotos, sobre as cculturas produzidas (Shende, 1985). Efluentes de sistemas convencionais de tratamento, tais como lodos ativados, tém uma concentracio tipica de 15 mg/litro de N total e 3 mg/litso de P total, proporcio- nando, portanto, is taxas usuais de intigagio em zonas semi-aridas (aproximadamente dois metros por ano), uma aplicagio de N e P de 300 e 60 kg/ha/ano, respectivamen- te, Essa apicagio de mutrientes reduz, substancialmente, ‘ou mesmo elimina, a necessidade do emprego de fertilizan- tes comerciais. Além dos nutsientes (e dos micronutrientes, nio disponives em fertilizantes sintéticos), a aplicacio de exgotos proposciona a adigio de matéria orginica, que age como um condicionador do solo, aumentando a sua ¢apa- cidade de seter Agua (WHO, 1989). © aumento de produtividade nio é entretanto, 0 nico beneficio, uma vez que se tora possivel ampliar a fnea intigada e, quando as condigdes climaticas permitem, cfetuar colheitas miiltiplas, praticamente a0 longo de todo ‘ano Bartone, Arlosoroff, 1987). ‘A pritca de agiticultura fertilizada com esgotos ou ex- cieta também representa uma fonte de receita substancial em diversos paises, entre os quais Bangladesh, India, Indo- nésia e Peri. O sistema de lagoas, operando hi muitas déca- das em Caleuti, € © maior sistema existente atwalmente, utilizando apenas esgotos, como fonte de alimentos para a producio de peixes, Dados de 1987 (Edwards, 1992), indi- ‘cam uma fea total de lagoas com aproximadamente 3.000 hectates, e uma produsio anual entse 4 € 9 ton/hectate, que supre quase que exclusivamente © mercado local. Outros elementos sobre os beneficios ccondmicos da agiicultura fertlizada com excreta on esgotos, podem ser encontrados na literatura especializada Bartonc, 1985, Bastone, Moscoso and Nava, 1990, Ikramullah, 1994) Beneficios ambientais ¢ & saitde publica Sistemas de reuso adequadamente planejados ¢ admi- nisttados, trazem melhorias ambientais e de condigdes de saitde, entre as quais: evita a descarga de esgotos em corpos de agua; preserva recursos subterrineos, principalmente em fneas onde a utilizagio excessiva de aguiferos pro- voca intsusio de cunha salina ou subsidéacia de terrenos; permite a conservacio do solo, através da acumula- sao de “bumus” e aumenta 2 resisténcia & erosio; + contibui, principalmente em paises em deseavolvi- mento, para 0 aumento da produgao de alimentos, levando, assim os niveis de satide, qualidade de vida e condigdes sociais de populacdes associadas aos es- quemas de seuso; Apesar disso, alguns efeitos detrimentais podem o- comrer em associagio com 0 uso de exgotos na intigacio. Um efeito potencialmente negativo € a poluicio, particn- larmente por nitratos, de aquiferos subterrancos, utlizados para abastecimento de Agua. Tss0 ocorre quando uma ¢3- mada insaturada, altamente porosa se situa sobre o agiife- 10, permitindo a percolagio de nitratos. Entretanto, ocor- endo uma camada profunda € homogenea, capaz de retet nitratos, a possibilidade de contaminacio € bastante pe- quena. A assimilacio de nitrogénio pelas culturas, reduz a possibilidade de contaminagio por aitrato, mas isso de- ppende das taxas de assimilagao pelas plantas e das taxas de aplicagao de esgotos no solo. © actimulo de contaminantes quimicos no solo é ou- to efeito negativo que pode ocorrer. Dependendo das ccaracteristicas dos esgotos, a pritica da irtigacio por lon- 0: periodos, pode levar 4 acumulagio de compostos tox os, orginicos e inoxginicos, ¢ a0 aumento significative de salinidade, em camadas insaturadas. Para evitar essa possi- bilidade, a ittigaglo deve sex efetuada com esgotos de origem predominantemente doméstica. A necessidade de tum sistema adequado de drenagem, deve ser também considerada, visando minimizar 0 processo de salinizacio de solos ittigados com exgotos. Da mesma maneisa, a aplicagio de esgotos por periodos muito longos, pode lever 4 ctingio de habitats, propicios 4 proliferagio de vetores transmissores de doengas, tais como mosquitos e algumas ‘espécies de caramujos. Nesse caso, devem ser empregadas técnicas integradas de controle de vetotes, para proteger 0s grupos de sisco correspondentes (z] RBRH - Revista Brasilelra de Recursos Hldricos Vlvine 74 Out/lDex 2002, 15.95 Estratégias para planejamento © uso de esgotos, particularmente no setor agricola, se constitue em um importante elemento das politicas & estratégias de gestio de recursos hidricos. Muitos paises, sirundos em regi6es fridas e semi-fridas, tais como os do norte da Afiica ¢ do oriente médio, considera esgotos € Aguas de baixa qualidade, como paste integsante dos recur- 505 hidricos nacionais, equacionando a sva utilizago junto a seus sistemas de gestio, urbanos e rusais. Uma politica criteriosa de reuso, transforms a problematica poltidora e agressiva dos esgotos, em um recurso econdmico ¢ ambi centalmente seguro, No Brasil, os govemos estaduais ¢ federais devesiam inicias, imediatamente, processos de gestio para estabele- cor bases politcas, legais e institucionais para 0 reuso, tanto em relagio aos.aspectos associados diretamente a0 uso de afiuentes, como aos planos estaduais ou nacionais de recursos hidricos. Linhas de sesponsabilidade e princi pios de alocacao de eustos, devem ser estabelecidos entre os diversos setores envolvidos, ou seja, companhias res- ponsiveis pela coleta ¢ tratamento de esgotos, 08 usucios que se beneficiario dos sistemas de reuso, e © Estado, a0 qual compete 0 suprimento adequado de ‘gua, a protesio do meio ambiente © da saide piiblica. Em adigio, e para assegusar a sustentabilidade, deve ser dada atencio ade quada aos aspectos organizacionais, institucionais ¢ sécio- cultusais do reuso, © planejamento de programas e projetos de reuso requer uma analise sistemstica dos fatoses biisicos interve- nientes. Na Tabela 3, € apresentada uma matriz sistemtica, para apoiar a caractesizagao de condigdes basicas e a identi- ficacio de possibilidades ¢ limitagdes, orientando a fase de planejamento dos projetos de reuso (Biswas, 1988). As medidas de controle govesnamentais, sobre siste- mas de uso de esgotos na agdicultura, serio efetivamente aplicadas, se for efeuada uma escolha cuidadosa das areas os tipos de culturas que podem ser itrigadas com esgotos. ‘A decisio de disponibilizar efluentes tratados para fazen- deizos, com 0 objetivo de promover irrigagto incestrita, climina as vantagens de poder definir 0s locais adequados, escolher as técnicas de isigacio aproprindas, estabelecer as, cultaras permitidas, ¢ de conteolar os tiscos sobre a saide ¢ fs impactos ambicntais, .A maior segusanca contra viscos de snide ¢ impactos ambientais adversos, & conseguida através da imposigao da selecio e restrigio de culturns, em. fireas nfo abertas 20 acesso do piiblico em geral De uma maneira geral, 0s procedimentos adotados na preparacio de planos para irrigacio com esgotos, sio simi Tates queles utiizados para a maioria das formas de plane: jamento da utilizacio de recursos hiduicos, isto é, de acor- do com as oportunidades, caracteristicas das demandas locais, ¢ 28 principais dimensdes fisicas, econémicas ¢ sociais da érea de projeto. (© sucesso de planos de reuso, depende da maneira ¢ profundidade com que as acbes e atitudes seguintes, forem efetivamente implementa # critérios adotados para avaliar as alternativas de reuso propostas; + escolha de estratégias de uso Gnico ou uso milliplo dos esgotos; ‘© provisdes gerenciais ¢ onginizacionais estabelecidas, para administrar os esgotos, ¢ para selecionar e im- plementar o plano de reuso; © importincia dada as consideracoes de satide piblica, © 08 siscas cossespondentes; ‘* nivel de apreciagio da possibilidade de estabeleci- mento de um recurso florestal, através de icrigagio com os esgotos disponiveis, A adogio de uma misture de estratégias para 0 uso dos esgotos, traz a vantagem de permitie maior flexiblida- de, maior seguranga econémica ¢ melhor eficiéncia do uso dos esgotos disponiveis ao longo do ano, enquanto que a estratégia de uso tinico, pode levar a sobras sazonais, que sio, normalmente, condenadas 4 disposicio improdutiva As dimensdes legais ¢ regulatorias © uso de esgotos, principalmente para a ierigacio de cculturas, é associndo aos dois aspectos legais seguintes: ‘© estabelecimento de um status legal para 0s esgotos, ¢ a delineagio de um regime legal para a sua utilizaczo. Essa nova condigao deve levar: a0 desenvolvimento de uma nova legislacio ou & complementacio de le- gislagio existente, estabelecendo normas, padres € Cédigos de pritica, associados a0 reuso; & criacio de tuma nova instituigio ou delegacio de poderes a uma instituicio existente; 4 atribuicio de competéncias is, agéncias locais € nacionais, associadas a0 setor, e as, bases para o inter-relacionamento cooperacio mu tua entre elas; ‘+ gatantir 05 discitos dos usuarios, principalmente com relagio a0 acesso ¢ apropriacio dos esgotos, incluin- do a regulamentagao publica de seus usos. A legisla- io deve inclais, também, a posse da terra, sem a qual 08 dircitos sobre 0 uso dos esgotos nao teriam ne. hum valor A delineacZo de um regime legal para 0 uso de esgo- tos deve considerar os aspectos seguintes (WHO, 1990) * adefinicio do que é esgoto; * agquem pertence os esgotos; ‘+ um sistema de licenciamento para uso de exgotos, * protecto de outros usuasios, que possam ser, adver samente aferados, pela diminuicao de vazdes de re tomo, 20s mananeiais que uiilizama, + resttipdes, visando a protecio do meio ambiente e da stiide piblica, com relacao ao uso planejada para os esgotos, condicées de tntamento © qualidade final [33] * Potencia de Rewso de ‘gus no Brasil- Agecultur,Jadustia, Municipos, Recaga de Aghileros ‘Tabela 3, Mateiz para analise de projetos de irrigagio com esgotos (Biswas, 1988). Natureza do problema ++ Quis os volumes de exgotos produsidos e qual éa distibuigio sazonal? 1 Onde os exyotos serio produvidos? + Quais sin as caracteristicns dot cs gotos que setio produzido? + Quais so as altenativas de disposi possiveis? Viabilidade legal © Que usos se pode fazer dos espotos, de acordo com a legisagio existente, se disponi + Se no exister lgislagdt estaduais ou faders, que usar se pode fazer dos eggotos denteo das dvetrizes da Orgunizagio Mundial da Sa- fide (OMS) e da Organizagio para Alimentos « Agricultura (I + (Quais so os drstos dos usuirins dos recursos hidricos e como esses poderiam vir ser afetados pelo euso? Viabilidade Técnica ‘© qualidade dos esgotostratados disponiveis & adequada pass isigagio vesteita ou ixestt? + Quanto de terra esti disponivel ou & necessiria para os projetus de irigagao? Quis io as caracteristieas do solo nesta tera? + Quaie sio as pritcas de uso da tera? Las podem ser modifcndas? + Que tipos de euleuras podem ser consideradas? + .\ demanda de agua pelasculturas & compativel com 2 vasagio sazonal dos esgotos disponiveis? *# (Que técnicas de iigagdo serto utlivedas? Sea possibilidade de reearga de agiferos & uma das possbilidades para o uso dos exgotos, as caractristias hideogeoligicas slo adequa- cae? + Qual sera impacto dessa secagyt na quoidade das Sguas subsersineas? ‘* Bxistem problemas adicionis de sade ou de meio ambiente, que necesstam ser considerados? ‘Viablidade politica e socal "© Quais foram, no passido, as seagbes polticas « problemas de sade ¢ ambientas que, evenruakmeate teahem ocorrido em possivel cone= sxi0 com 0 uso de exxotor? ‘© Qual és percep publica da peitica do uso de exyotos? + Qual é atitade de grupos de inuncia em dress onde esgotos tim possibildade de sexem uellzados? ‘= Quais so os beneficios potencais do reuso para a comunidade? * Quais io 0s siseos potenciais? Vinblidade econdaniea ‘© Quais so os custos de capital envolvidos? ‘= Quais so os custos de opecacio © manvtensio? © Qual 60 valor da axa de retorno? '* Quaiesio os custos de implantaglo dos sistemas de ayricultur iecigada com esgotos, ist é,custos de tansposte de gua para a rea de planta, instalago de eguipamentos de iesgaeio, infrasteutua, ete? ‘© Qusis sho 08 beneficios do sistema de iesgngio com espotos? © Qual é relagio custo/benefiio do projeto de irsigagio com esgotos? Viablidade opecscionst ‘os recursos humanos ea eapacidade operscionallocis adequados para as atividades de operacio © manutengio dos sistemas de ta- tamento, inigasio, cecagya de aqiiferns, operago agricola e controle de aspectos de sade © meio ambiente? Sio_0s programas de teinamento que devem ser implementados dos esgotos trtados, ¢ condigdes para a localizagio poluicio ambiental, ¢ a legislagio relativa 20 abaste- de estagbes de tratamento de esgotos; imento de ‘gua e coleta de esgotos, incluindo as ins- # alocagio de custos ¢ estabelecimento de tarifas para tituigdes responsiveis (0 esgotos; Em nivel operacional, as agdes régulatorias sio apli- cadas ataavés de diretsizes, normas ov padres e cédigos de pritica, que possuem as seguintes caractesisticas: # mecanismos de aplicagio de leis e segulamentos; # disposicio de lodos gerados nos sistemas de tata- mento de esgotos, # delegicio de poderes a uma institisio, ou ciiagio de ‘uma nova instimicio, ou elaboragio de ananjos institu» -_Diiretrizes Gonzis para a administragio da legislcio sobte 1eus0;, # a intesface entre 0 regime legal estabelecido pata reu- Uma das milltiplas funedes da Organizagio Mundial 50, €0 regime legal para a gestio de recursos hidricos, da Sade é a de propor regulagdes e de fazer recomenda- principalmente a legislagio sobre Agua e controle da _¢des relativas a assuntos internacionais de satide piiblica € 84 psu adultes wesapbini RBRH - Revista Brasileira de Recursos Hidricos Voline J n4 Out/Dex 202, 15.95 de saiide ambiental (WHO, 19%), As disetsizes para o uso seguro de esgotos, produzidas como parte dessa fancio, sio baseadas em pesquisas cientificas e estudos epidemio: logicos, proporcionando informacio bisica e orientagio para a tomada de decisdes que envolvem riscos a satide ppiblica e a0 meio ambiente, Disetsizes aio sfo estabelecidas com a Gnalidade de aplicagio diseta e absoluta em todos os paises. Elas sio de natureza meramente oxientativa, direcionadas para o esta belecimento de uma hase de siscos aceitaveis e, como tal, ptoporcionam uma seferéncia comum, para 0 estabeleci- ‘mento de normas e padres, em aivel nacional (Hespanhol and Prost, 1994) © Grupo Cientifico sobre Dirctrizes para o Uso de Esgotos em Agricultura e Agiicultura, reunido em Genebra, Suga, em 1989, estabelecen os crtérios bisicos para a prote Gao dos grupos de isco, associados a esquemas de zeuso agricola e recomendou as diretrizes mostradas na Tabela 4 Esses crtérios e diretsizes, foram estabelecidos com base em tum longo processo técnico € cientifico preparatério ¢ nia cevidncia epitemiol6gica, disponivel até entao. O uso de esgotos para ferilizar agoas para a produgio de peixes, esté associado a um grande miimeto de infecgses causados for organismos patogénicos, inchuindo a invasio da came por bactésias e alta concenten digestivo e no Mluido intea-peritonial dos peives. Devido & pequena disponibilidade de dados disponi- veis, tanto experimentais como de campo, selativos a efei- tos sobre a satide, da aqiicultusa fertilizada com esgotos ou. excreta, o Grupo Cientifico recomendou as seguintes dise- trizes preliminares * média goométsica infesior a 10° eoliformes fecais por 100 ml nas lagoas, para prevenir a invasio de bacté- sias na came dos peixes. O mesmo valor diretsiz, de- ve ser mantido em Jagoas nas quais se produzem ve- getais aquiticos comestiveis (macrOfitas), uma_vez que esses so, em alguns paises, comidos crus. Essa concentragio pode ser obtida, abastecendo as lagoas com esgotos tsatados, com concentragées maximas de 10°a 10! coliformes feeais por 100 mi, assumindo: se que a diluicio na propria lagoa seja de uma ordem de magnitude; ‘* auséncia total de oves de trematodes, para evitar in feccio por helmintos tais como clonorehiasis, fascia lopsis ¢ schistominsis. Esta condigio pode set obtida através de teatamento em lagoas de estabilizagio em série, pois ovos desses helmintos sio facilmente re- movidos por sedimentagio; ‘© manter padsdes clevados de higiene durante a limpe za dos peixes, antes do cozimento, evitando a conta- minagio da caine pelo liquido intra-peritoneal ‘As caractesisticas quimicas dos effuentes utilizados para itrigicio, sio também de grande importincia, Diver- S05 parimetros quimicos sio extremamente importantes para a agriculturs, no que concemne a produtividade © qua fidade das culturas, a manutencio da capacidade produtiva do solo, assim como a protecio do meio ambiente e da saiide dos consumidores. Essas variiveis sio, principal- mente, os s6lidos dissolvidos totais, a condutividade elétri- <2, 0 indice de adsorcio de sédio, ions especificos, elemen- tos trago © metais pesados. Uma discussio dos aspectos {quimicos associados A inrigasao, particularmente com esgo: tos, & encontrada na literatura especializada (FAO, 1985, Chang, Page, Asano and Hespanhol, 1995). Padrdes ¢ cédigos de pritica Padrdes sio imposicdes legais promulgados através de leis, regulamentos, om posturas técnicas. Sio estabelecidos fem nivel nacional, adaptando diretrizes as priosidades evando em consideracio as limitacbes ¢ caracteristicas téc- niicas, econémicas, sociais © culturais locais. So estabeleci- dos pela autoridade nacional competente, adotando exitérios de risco/beneficio, Significa que padres assim produzidos, rio se basciam meramente em caracteristicas relativas & satide ou a0 meio ambiente, mas integram uma base ampla de aspectos e consequéncias econémicas ¢ sociais. Em qual- ‘quer época, os padrées podem ser alterados ou complemen. tados, sempre que novas evidéncias cientificas ou novas tecnologias se tomarem disponiveis, on em resposta as mudangas de prioridades e tendéncias nacionais. Em muitos paises, os padres sio complementados por cédigos de pritica, gue proporcionam orientacio para 4 construsio, operacio, manutencio € monitoramento de sistemas de reuso. Assim como os padres, os cédigos de pritica devem ser elaborados de acordo com as condigdes locas, mas os seguintes elementos bisicos sio frequentemente incluidos: ‘+ culturas permitidas sob a politica de selecio € restr cao de eultarass + tratamento dos esgotos e qualidade do efluente tra- tado; + sistema de distribuicio de esgotos para itrigacio; + metodologia de isrigacio; + operacio e manutengio; + controle da exposicio humana; + monitoramento e vigilincia; © celatétios; © sistema tariffirio; © mulus e penalidades; Aspectos institucionais Os sistemas de seuso, estabelecidos a nivel nacional, envolvem a responsabilidade de diversos ministérios. Para uma operagio adequada ¢ minimizagio de conflitos adrai- nistrativos, 08 seguintes ministétios devem ser integrados, desde a fase de planejamento: 85 tenet de Reuse de Agua no Brasil - Agricul, Industria, Municipio, Recargn de quiferos rabela 4. Diretrizes microbiolégicas recomendadas para uso de esgotos na ageicultura* (WHO, 1989). Categoria Condigdes de reuso --«Gruposde_-—-Nematodos_Coliformes Sistema de tratamento isco intestinaist” fecais secomendado para atingit & (Nowovos/liteo)’ (No./100 ml) qualidade microbiol6gica A Intigagio de culturas a serem Operitios, at 21000 ——_Lagoas de estabilizacao em ingeridas cruas, campos _consumidores, série ou tratamento ‘esportivos, parques: paiblico cequivalente piblicos® B _Intigacio de cereais, culturas Opesisios "1 na Retencio em lagoas de industias, forragem, pastos estabilizagio por 8 a 10 dias earvores® ‘ou remogio equivalente de helmintos e coliformes fecais C _Inigagio localizada de Neshum, nea. na. Pré-tratamento requetido pela ccltusas da categoria B, se técnica de irrigacao aplicada, rio ocorrer exposiga0 de mas no menos ddo que tuabalhadoves ¢ do pablico teatamento primatio fim casos especies, fatores epidemiolgicos, socio-culturss ov ambientais devem ser levados em consideragio ¢eseasdicetiizes ai ieadas fe acordos () Ascaris, Teichuris, Necator americans ¢ Ancilostomus duodenalis; ®) Média aritmética durante o pesiodo de iiggto, © Média geométriea durante o peiodo de iigacio, ® Um valor dsetsiz mas restritvo (200 coliformes fecais por 100 ml) & Srupriado para gramadospiblics, tis como os de hots, com os quai o pablico rena contato dizeto; No caso de drvorcs Troiferas,aecigaczo deve cessar duas semanas antes dos Frat serem colhidos ¢ frutos nio devem ser colhides do chao. Irigago por sistemas de aspessores nto deve ser ubiizada +) Agricultura — planejamento e coordenagio geral do (agricultura ow recursos hidricos), que assumitia = respon. prceto; getio Gas teas pestencente 20 govemno; _sabildade pelo desenvolvimento do setor ¢ pelo planci- reralnedo ¢ operagio da infra-estrutara de itrigacio; mento € gestio do empreendimento. A responsabilidad desses comités inter-agéncias estasia associada & implemen- taco das seguintes atividades basicas: contzole do mercado. 4 Recutsos Hidricos ~ integraco dos projetos de reuso no planejamento e gestio de recursos hidricos, em_ nivel nacional ‘+ desenvolver uma politica national ou regional para # Frzenda ¢ Planejamento — avaliagio econdmico- reuso e administra a sua implementacio; financeita dos projetos, anilises de custo/beneficio, ‘© definir as competéncias inerentes a cada ministério, financiamento, estabelecimento de critérios para sub- secretarias estaduais e agéncias envolvidas, © 08 arran- sidios, etc. jos para a colaboragio mituas ‘© Saide — vigiincia da qualidade do efluente trtado, * analisar ¢ avallat os projetos de seuso propostos, de acordo com os padrGes estabelecidos; proterio da principalmente sob o ponto de vista de saiide piiblica saiide dos grupos de sisco e vigilancia da oconéncia fe meio ambiente; de doengas associadas 20 sistema de 1uso; responsa- * cootdenar a promocio € a aplicasio da legislagio na- bilidade pela area de controle de exposisao humana, ional e os correspondentes codigos de pritica; promovendo vacinagio, controle de anemia © doen- « estabelecer uma politica de desenvolvimento de se ‘8 diatréieas, € educagio sanititia, ‘cursos humanos para o setor. ‘© Obras piiblicas e companhias de Agua e saneamento — coleta e tratamento de exgotos. Em paises que contam com uma administragio fede ral, 08 arfanjos para colaboracio inter-agéncias, sio ainda De acordo com condigdes nacionais especificas, ou- mais importantes cm niveis tegionais ou estaduais. En. ios rainistérios © entidades, piblicas on privadas, tais quanto a estrutura geral das politicas de reuso e os padrées Come os do meio ambiente, de desenvolvimento rural, $20 definidos em nivel nacional, os comités regionais ou Cooperstivas euras, etc, podesio ser envolvidos nas fases _estadunis se encarregeriam de sua interpretagio ¢ adapta. de projeto ¢ operagio de esquemas de reuso agricola ho, levando em conta as caractersticas e condicdes locais. (Os paises que pretendem instirucionalizar atividades, No México por exemplo, que possue uma das maio- de reuso, se beneficinrio enormemente com a criagio de res reas ageicolas inmigadas com esgotos do mundo thm corpo exceutiv, com as caracteristicas de um comité (156.000 hectares, com planos para expandir para um tora tdeniceintegiado pelos ministérios ou secretirias compe- de 237,000 hectares, abrangendo 17 distritos de issigacio, veorea soba éyide de wm minisério ou secretaia lider em seis Estados), » Comissio Nacional de Aguas, CNA, ( RERH - Revista Brasileira de Recursos Hidrices Volusne 74 Out/Dex 2002.75.95 vinculada a0 Ministério de Ageicultura e Recursos Hi cos, administra 0s recursos hidricos do pais ¢, como tal, €a instituicio encarregada pelo planejamento, administragio controle de todos os sistemas de reuso de agua, em nivel nacional (CNA, 1993). Outras entidades govemamentais tais como 0 Ministério da Satide, 0 Ministerio de Desen- volvimento Urbano e Ecologia ¢ 0 Ministério de Desen- volvimento Social, também participam, de acordo com os interesses especificos de seus campos de atividades. Em nivel regional, os govemos estaduais também se integram 1a adininistracio de sistemas locais. No Vale de Mesquital, por exemplo, 0 Estado de Hidalgo colabora com as 3 ias locais do CNA para a operacio © manutengio dos disttitos de imrigagio ¢ para atividades de monitoramento, vigilincia © ages legais. No Vale de Mesquital, ocorie ainda, participacio muito forte do setor privado, adminis- trando pequenas unidades de irrigacio integeadas em sis- temas cooperativos Embora possa vir a desenvolver-se legislagio nacional relativa a euso, & pouco provivel que, no Brasil, se estabele- ‘¢2 um projeto tinico em nivel nacional, devido as nossas dimensdes geogrifieas © caracteistiens segionais distintas Nas condigdes brasileirs, os projetos de reuso deverio ter dimensdes estaduais ou municipais, com as respectivas se cretarias efetuando as atividades de planejamento € gestio, suportadas pelas companhias estaduais de saneamento, no que tange & coleta ¢ tratamento de esgotos. Da mesma ma- rneira que em nivel federal, as secretaras da ageicultara, pla- nejamento, obras, meio ambiente, etc, deverio integear a estrutura organizacional e gerencial dos planos ¢ projetos de 1euso regionais, cabendo, (como deveria acontecer também com os sistemas piiblicos de abastecimento de gua potavel, as secretarias de sate fazer 0 controle de qualidade dos

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