As catedrais, da arquitetura Românica à Gótica, o “Background” teológico - Catequese do Papa Bento XVI (Fernando Jr.

e Johny Sales)
“Mas a fé cristã, profundamente arraigada nos homens e nas mulheres destes séculos, não deu origem somente às obras-primas da literatura teológica, do pensamento e da fé. Ela
inspirou também uma das criações artísticas mais elevadas da civilização universal: as catedrais, verdadeira glória da Idade Média cristã. ”
A ARQUITETURA ROMÂNICA
Uma nova arquitetura... para a composição dos tímpanos, dos capiteis e de todos os objetos do culto. ” (REAL,
• Demolia-se as antigas construções dando 1962, p. 442)
lugar ao novo Um novo estilo de igrejas...
• Intenso número de artistas dispostos a • Igrejas abaciais
construir belas igrejas • Igrejas maiores
• Condições históricas favoráveis • Traços simples
• Aumento da população • Inserção de esculturas
• Aprimoramento das técnicas • Finalidade sobre tudo educativa
• Nasce o estilo românico
Mas o que é o estilo românico? “Era preciso suscitar nas almas impressões fortes, sentimentos que pudessem impelir
“Arquitetura que, nos países latinos, precedeu o gótico. Entre o greco-romano e o o vício, o mal, e a praticar as virtudes, o bem, o tema recorrente era a representação
românico, há um longo período que compreende sucessivamente a arte cristã primitiva, de Cristo como Juiz universal, circundado pelas personagens do Apocalipse. ”
o bizantino e a invasão dos bárbaros. Este estilo desenvolveu-se do século IX aos XI- XII.
Além dos elementos antigos inspirados nas primeiras basílicas, o românico sofreu • Os pórticos apresentam Cristo, que é a porta que conduz ao céu
influência bizantina. Para suportar o empuxo das grandes abobadas (partido então • Nas igrejas os fiéis são levados a um espaço diferente da vida comum
adotado), as paredes eram espessas, dando por isso, impressão de peso. Arte • Antecipação da bem-aventurança eterna
eminentemente religiosa, tirou do Antigo e Novo Testamentos os motivos essenciais

A ARTE GÓTICA
• Surgida nos séculos XII e XIII  a partir do norte da França;
• Duas características em relação ao estilo românico  impulso vertical e
luminosidade;
• Catedrais góticas  síntese de fé e arte expressa através da beleza;
• O que possibilitou o aumento da altura das catedrais?
• As abóbadas em ogivas apoiadas em pilares robustos.
• Objetivo da altura: convidar à oração;
• Catedrais góticas  aspiração das almas para Deus;
• Possibilidade de perfurar paredes e introduzir vitrais  luminosidade;
• Vitrais  cenas bíblicas, histórias de santos ou parábolas  narravam e
envolviam os fiéis na história da salvação;
• Construção e decoração das catedrais  participavam
a comunidade cristã e civil  todos eram instruídos na fé;
• Catedrais  “Bíblias de pedra”;
• Neste período difundia-se a percepção da humanidade
do Senhor (Paixão)  Objetivo: inspirar piedade e arrependimento pelos pecados;]
• Escultura gótica do séc. XIII  devoção à Mãe de Deus (representada como
jovem, risonha e materna);
• Expressões artísticas sobre a vida dos santos  modelo de vida cristã e
intercessores junto de Deus;
• Algumas manifestações laicas  trabalho do campo, das ciências e das artes;
“Tudo era orientado e oferecido a Deus, no lugar onde se celebrava a liturgia” (p. 30). Imutável?
• Inscrição gravada no pórtico central da Basílica de Saint-Denis, em Paris:
“Viajante, que queres louvar a beleza destes pórticos, não te deixes ofuscar pelo ouro, nem pela
magnificência, mas, sobretudo, pelo trabalho cansativo. Aqui brilha uma obra famosa, mas
queira o céu que esta obra famosa que brilha faça resplandecer os espíritos, a fim de que com as
verdades luminosas se encaminhem para a verdadeira luz, onde Cristo é a verdadeira porta.”
• Dois elementos da arte românica e gótica:
• 1) “As obras-primas artísticas surgidas na Europa nos séculos passados são
incompreensíveis se não se tem em consideração a alma religiosa que as
inspirou. ”
• Artistas  banharam seus pincéis no alfabeto colorido que a Bíblia;
“Quando a fé, particularmente celebrada na liturgia, encontra a arte, cria-se uma
profunda sintonia, porque ambas podem e querem falar de Deus, tornando visível
o Invisível” (p. 31).
• Amizade entre espiritualidade cristã e arte;
• 2) “A força do estilo românico e o esplendor das catedrais góticas recordam-
nos que a via pulchritudinis, o caminho da beleza, é um percurso privilegiado
e fascinante para se aproximar do Mistério de Deus”
• Beleza  reflexo do esplendor do Verbo eterno que se fez carne.
“Interroga a beleza da terra, interroga a beleza do mar, interroga a beleza do ar
difundida e diluída (...). Todos te responderão: Olha-nos, somos belos! A sua
beleza fá-los conhecer. Quem foi que criou esta beleza mutável, a não ser a Beleza
” (Santo Agostinho)