RESUMO
Princípios e regras: distinções preliminares. Descrição, construção, reconstrução.
Análise crítica. Critérios: modo final de aplicação, conflito normativo. Proposta
de dissociação entre princípios e regras. Fundamentos. Dissociação justifican-
te, abstrata, heurística e em alternativas inclusivas. Proposta conceitual de
regras e princípios. Diretrizes para análise de princípios. Postulados norma-
tivos: análise e espécies. Postulados específicos e inespecificos: ponderação,
concordância prática, proibição de excesso, igualdade, razoabilidade. Genera-
lidades. Tipologia. Razoabilidade como equidade, congruência e equivalência.
Distinção entre razoabilidade e proporcionalidade. Proporcionalidade:
considerações gerais, aplicabilidade, relação meio/fim, exames inerentes,
intensidade de controle das decisões administrativas, proporcionalidade em
sentido estrito.
PALAVRAS-CHAVE
Teoria dos Princípios. Distinção entre princípios e regras. Postulados normativos
específicos e inespecíficos
SUMÁRIO
1. Distinções preliminares 2. Descrição, construção e reconstrução 3. Pano-
rama da evolução da distinção entre princípios e regras 4. Critérios usuais
de distinção entre princípios e regras 5. Análise crítica 6. Critério do modo
final de aplicação 7. Critério do conflito normativo 8. Proposta de dissociação
entre princípios e regras 9. Critérios da dissociação 10. Proposta conceitual
das regras e dos princípios 11. Diretrizes para análise de princípios
12. Postulados normativos 13. Diretrizes para análise do postulados norma-
tivos aplicativos 14. Espécies de Postulados 15. Postulados inespecíficos
16. Postulados específicos
Texto e norma
ESSER: Princípios são normas que estabelecem fundamentos para que determinado
mandamento seja encontrado.
LARENZ: Princípios estabelecem fundamentos normativos para interpretação e
aplicação do direito, deles decorrendo, direta ou indiretamente, normas
de comportamento. São pensamentos diretivos, e não regras suscetíveis de
aplicação, pois lhes faltam caráter de proposição jurídica, i.e., a conexão
entre uma hipótese de incidência e uma conseqüência jurídica.
CANARIS: Princípios possuem conteúdo axiológico explícito e carecem, por isso, de
regras para a sua concretização. Os princípios (ao contrário das regras)
recebem seu conteúdo de sentido somente por meio de um processo
dialético de complementação e limitação.
DWORKIN: Regras são aplicadas ao modo do tudo ou nada. Se a hipótese de incidência
de uma regra é preenchida, ou é a regra válida – e a conseqüência normativa
deve ser aceita – ou não é considerada válida. No caso de colisão de regras,
uma delas deve ser considerada inválida.
• Diferença quanto à colisão: os princípios têm sua realização normativa limitada reci-
procamente, ao contrário das regras, cuja colisão é solucionada com a declaração de
invalidade de uma delas ou com a abertura de uma exceção que exclua a antinomia.
5. Análise crítica
Princípio: diretriz.
Conteúdo
Conteúdo
Análise Crítica
A diferença entre princípios e regras não está no fato de que as regras devem
ser aplicadas no todo, e os princípios só na medida máxima. Ambas devem ser aplicadas
de tal modo que seu conteúdo de dever-ser seja realizado totalmente. Tanto as regras
quanto os princípios possuem o mesmo conteúdo de dever-ser.
Fundamentos
Dissociação Justificante
Dissociação Abstrata
9. Critérios da Dissociação
Princípios Regras
Promoção de um Adoção da conduta
Dever Imediato
estado ideal de coisas descrita
Manter fidelidade
A adoção da conduta
Dever Mediato à finalidade e aos
descrita
princípios superiores
Correlação entre Correspondência entre
Justificação efeitos da conduta o conceito da norma
e o estado de coisas e o conceito do fato
Pretensão de Exclusividade e
Ocorrência e parcialidade
Decidibilidade abrangência
Como saber quais condições compõem o estado ideal de coisas a ser bus-
cado, quais são os comportamentos necessários a essa realização?
Para a investigação dos princípios, deve ser considerado que estes são
normas finalísticas que exigem a delimitação de um estado ideal de coisas a ser buscado
por meio de comportamentos necessários a essa realização.
• Exame, nos casos, das similaridades capazes de possibilitar a legitimação dos bens
jurídicos que compõem o estado ideal de coisas e dos comportamentos considerados
necessários à sua realização.
• Necessidade de levantamento de casos cuja solução tenha sido tomada com base em
algum postulado normativo;
• Análise de fundamentação das decisões para a verificação dos elementos ordenados e
da forma como foram relacionados entre si.
• Investigação das normas que foram objeto de aplicação e dos fundamentos utilizados
para a escolha de determinada aplicação.
Postulados Específicos
Ponderação
Preparação da Ponderação
Realização da Ponderação
Reconstrução da Ponderação
Concordância Prática
Proibição do Excesso
Igualdade
Generalidades
• A razoabilidade é utilizada como diretriz que exige a relação das normas gerais com as
individualidades do caso concreto, mostrando qual a perspectiva da norma que deve
ser aplicada ou indicando em quais hipóteses o caso individual deixa de se enquadrar
na norma geral.
• É empregada como diretriz que exige uma vinculação das normas jurídicas com o
mundo ao qual elas fazem referência, reclamando suporte empírico e adequado
a qualquer ato jurídico ou demandando uma relação congruente entre a medida
adotada e o fim que ela pretende atingir.
• É utilizada como diretriz que exige a relação de equivalência entre duas grandezas.
Tipologia
Proporcionalidade
Considerações Gerais
Aplicabilidade
Adequação – exige uma relação empírica entre meio e fim. O meio deve
levar à realização do fim.
A adequação do meio escolhido pelo poder público deve ser julgada me-
diante a consideração das circunstâncias existentes no momento da escolha, e de acordo
com o modo como contribuiu para a promoção do fim.