Um Programa de:
Com parceriade:
Manual Eu e Os Outros
Ficha Técnica:
Agradecimentos:
A todos os técnicos do EX-IDT, I.P e Parceiros que participaram activamente na revisão dos textos e
conteúdos do Manual e das Histórias de suporte ao Programa.
Manual Eu e Os Outros
Índice
Índice ............................................................................................... 5
1.Introdução .................................................................................... 7
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Manual Eu e Os Outros
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Manual Eu e Os Outros
1.Introdução
O Programa “Eu e os Outros” foi desenhado por uma equipa técnica ligada à Linha
Vida SOS Droga e surge integrado no desenvolvimento do site juvenil “Tu
Alinhas?”. Este programa tem por objetivo genérico promover a redução dos
problemas relacionados com os comportamentos aditivos e dependências, um
melhor conhecimento e uso dos recursos nesta área e o desenvolvimento de
estilos de vida saudáveis. Para tal proporcionará a reflexão em grupo sobre temas
do desenvolvimento ligados à adolescência, criando uma dinâmica de grupo geradora de crescimento 7
pessoal e social. Constitui-se como um instrumento promotor de processos de tomada de decisão,
confrontação no seio do grupo e exploração de informação dirigido a grupos de jovens entre os 10 e
os 18 anos. Tem por base 9 histórias em suporte eletrónico, cada uma delas abordando temas
ligados ao desenvolvimento pessoal e social. Os jogadores têm por objetivo de jogo conduzirem um
grupo de personagens, mediante um conjunto de decisões partilhadas, na resolução de problemas do
dia-a-dia.
As histórias estão organizadas por parágrafos, no final dos quais os jogadores, assumindo o papel do
personagem principal, são confrontados com várias opções, das quais podem escolher apenas uma.
Este processo de decisão no seio de um grupo, bem como a exploração dos conteúdos que lhe estão
subjacentes serão objeto de análise neste manual. Neste sentido a estrutura do manual comportará
um breve enquadramento teórico, regras para a utilização das narrativas interativas, propostas de
exploração dos temas de cada uma das histórias e, finalmente, bibliografia de suporte.
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Manual Eu e Os Outros
2.1 As personagens
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Manual Eu e Os Outros
alguma coisa às pessoas de quem mais gosta, medo que lhe ficou depois da morte da mãe. O mar é
o seu refúgio e quando quer estar só pega na prancha e vai para onde não esteja ninguém e deixa-se
embalar pelas ondas.
Emanuel (Nerd): também conhecido por E-man (ou @-man) é irmão mais
novo do Jamal, de um segundo casamento do pai. Terá em breve 13 anos, e
interessa-se por informática. É do signo de caranguejo, já que nasceu no
final de Junho. É gorducho e pouco dado ao exercício. Não se interessa
10 particularmente por desporto. Passa horas ao computador a jogar e a
comunicar com os seus inúmeros amigos da Internet. Nos últimos tempos
tem-se dedicado aos jogos on-line em particular aos de estratégia e de aventura tipo Jogo de
Personagens (RPG) onde joga com um guerreiro cujo nível e capacidades não param de aumentar.
Para falar verdade o Emanuel gostaria muito de ser como o seu guerreiro mas à falta de melhor fica
muito contente por o seu personagem ser tão poderoso. Tal como o irmão gosta de lasanha e a sua
bebida favorita é água. É um rapaz inibido que se solta quando fala de máquinas e jogos. Sente-se
pouco à-vontade com as raparigas. É dos melhores alunos da turma, com especial gosto pela área
científica. Tem dificuldade em se impor por isso às vezes é gozado. O seu irmão procura protegê-lo
mas ele também não gosta que isso aconteça porque só faz com que da próxima vez ainda seja pior.
Ele anda a tentar descobrir o que pode fazer para ultrapassar este problema. Tem pensado em
começar a fazer um pouco mais de exercício e a aprender uma arte marcial mas ainda não se
decidiu.
Sabrina (Beta): É, tal como o Jamal, uma das mais velhas do grupo. Tem 18
anos recentemente festejados e é Gémeos de signo. Vive com os pais e os
seus cinco irmãos. Tem uma irmã mais velha (a Maria de 20 anos) e quatro
irmãos mais novos (o João de 10, a Inês de 8 anos o Mateus de 5 anos e a
Maria de 2 anos). Ambos os pais são médicos. É uma rapariga muito bonita,
de corpo harmonioso, que investe muito na sua imagem. Preocupa-se com a
maneira como veste. Interessa-se pelas coisas da moda e sonha poder um dia
vir a ser modelo. É boa aluna. Gosta de ler e de dançar. As suas raízes africanas dão-lhe um ritmo e
uma energia muito próprias. É católica praticante e gosta de se envolver em causas sociais; sempre
que pode faz voluntariado numa instituição de crianças abandonadas ligada à sua paróquia. Não
come muito mas aprecia comida africana se possível com bastante picante. É especialista e todo o
tipo de saladas. Adora Colas mas evita beber com frequência… só se for light. Em termos de
atividade desportiva pratica natação mas não ao nível competitivo. É ambiciosa e os amigos
consideram-na confiante, exigente, casmurra e independente. É muito acelerada, o que é normal,
tantas são as coisas em que anda metida. Não gosta de mostrar pontos fracos e por isso é muito
reservada nas coisas que se passam com ela não dando confiança com facilidade. Esta maneira de
ser não lhe tem facilitado a vida no campo dos amores. Mantém uma paixão há já algum tempo que
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Manual Eu e Os Outros
não confessa a ninguém. Quando está mais triste é no seu quarto que se refugia, entre a música e os
livros... ou então arranja mais qualquer coisa para se manter ocupada.
João (Dread): É conhecido entre os amigos por Patas pelo carácter brusco e
algo conflituoso que tem. Os amigos descrevem-no como muito impulsivo e
aventureiro no mau sentido – quer experimentar tudo a que tem direito – mas
também frontal e fiel aos seus amigos. Fez 16 anos no mês de Novembro e
é Escorpião de signo. Tem uma estatura mediana – mede 1,70m – e tem um
ar pesado ainda que não passe dos 70Kg. Para isso muito contribuem as 11
roupas largas que gosta de usar. Azul é a sua cor favorita e não passa sem pizzas e cervejas (ainda
que a nova lei do álcool não o deixe beber a seu prazer). Vive com os pais, uma tia e uma avó, mais
os seus dois irmãos mais novos (a Ana de 12 e o Kiko de 10 anos). A mãe é cabeleireira e o pai tem
uma oficina de carpintaria. O João tem um feitio desconfiado e algo reservado. Quando os estudos
não apertam muito – o João anda no 10º ano – costuma ajudar um amigo num bar. Gosta muito de
música e gostaria muito de vir a ter o seu bar. Tem uma namorada chamada Lara mas não lhe é
muito dedicado. Gosta muito de Basquetebol e o seu ídolo é o Stephen Curry. Tem algum desgosto
de não ter altura para vir a ser um grande jogador mas isso não o impede de passar algumas horas
no campo de jogos a lançar umas bolas ao cesto e a desafiar quem por lá aparece. Embora se
mostre forte e destemido, não gosta nada de se aventurar no escuro. É um medo que não confessa a
ninguém. O João é um pouco radical nas ideias que defende. Considera que havendo tanto
desemprego no país, não se devia aceitar que tantos estrangeiros se instalassem em Portugal. Já
teve algumas discussões amargas com os amigos por defender esta posição. Aliás ele considera que
se o governo não faz nada talvez as pessoas se devessem organizar para tomarem elas medidas.
Afinal são elas as lesadas. O João é conhecido por assumir algumas posições provocatórias e de ter
de responder por isso. Há um segredo de família que envolve a morte de um familiar por problemas
ligados a drogas mas o João nunca quis falar sobre o assunto mesmo tendo sido uma questão que o
deitou muito abaixo.
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Manual Eu e Os Outros
ídolos. A sua equipa favorita é a Juventus e passa o tempo todo a dizer que o Ronaldo ainda há-de
jogar um dia em Itália. É um consumidor assíduo de Coca-Cola e adora bacalhau,
independentemente da maneira como seja cozinhado. Gosta de andar de bicicleta e de passear. O
seu sonho é conhecer o resto do mundo e procura amealhar todo o dinheiro que possa, para fazer o
inter-rail no Verão. Assim não é raro vê-lo em biscates ajudando aqui e ali em pequenas obras lá no
bairro. Gosta de uma boa discussão e um dos seus temas favoritos é a liberalização das drogas. Diz
frequentemente que as leis do país são atrasadas e que se devia aprender com as experiências dos
países mais evoluídos. À conta disso começa já a esboçar simpatias políticas não sendo raro ouvi-lo
dizer que qualquer dia se vai inscrever num partido onde possa dar voz às suas opiniões neste e
noutros campos dos direitos sociais. Contudo, dado o seu lado fala-barato não é seguro de que ele
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saiba do que está a falar. É dado às eletrónicas mas parece fazer disso o seu segredo já que
raramente fala disso com os amigos. Parece pensar que é um interesse pouco cool.
Alice (Fashion): Das mais novas do grupo a Alie (é assim que é conhecida
entre os amigos), tem 12 anos feitos em Março e pertence aos nativos de
peixes. A mãe é artista plástica e o pai é advogado. É muito independente,
passando frequentemente por refilona. Adora dançar e ouvir música. O seu
prato favorito é canelones e é uma apaixonada por chás de toda a espécie,
uma paixão que herdou da sua mãe. Outra das coisas que herdou da mãe é
o gosto pelo desenho, dedicando uma parte do seu tempo a esboçar figuras de banda desenhada.
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Manual Eu e Os Outros
Adora tudo o que tenha a ver com fadas e elfos, dragões e histórias de fantasia e aventura. Adorou o
Divergente da Verónica Rothe anda a tentar ler o Senhor dos Anéis... mas queixa-se que o livro é
muito grosso. Não é muito persistente. Esse é um dos seus pontos fracos. Outro é roer as unhas,
coisa que tem tentado combater nos últimos tempos. É sonhadora, bem-disposta, mas sensível e
dada a alguns amuos. Tem uma paixão enorme pelo Johnny Depp e nos seus sonhos acordados
gosta de se imaginar a namorar com ele. Gosta de se refugiar no sótão onde a mãe guarda as coisas
antigas da família e vasculhar os baús e as arcas. Fica horas a folhear revistas antigas. Tem um
segredo que não conta a ninguém. Desde há algum tempo para cá que se apercebe que tem
tendência a trazer para casa coisas que não são suas. Não são coisas de valor, mas é uma
necessidade para a qual não encontra explicação. Isto parece acontecer, não importa onde esteja, e
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tem-na deixado muito preocupada. Anda a pensar que talvez precise de ajuda.
O nono personagem, foi criado posteriormente indo ao encontro de uma lacuna identificada em
termos da existência de uma personagem que represente a pessoa com deficiência. A personagem
foi criada igualmente através de um processo de auscultação não a partir das características da
pessoa mas em função dos temas que essa pessoa permitisse abordar em função da narrativa a que
deu corpo enquanto personagem principal.
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Manual Eu e Os Outros
O Martim foi o ultimo a integrar o grupo. Tem 19 anos sendo feitos no início
de Dezembro o que o torna um Sagitário de signo. Mudou-se recentemente
com a mãe e o pai, para esta cidade na sequência de uma transferência do
pai na empresa onde trabalha. O pai é gestor e a mãe professora mas
meteu uma licença para ajudar o filho. Limita-se a dar explicações de
matemática que é a disciplina em que dava aulas. O Martim tem ainda mais
dois irmãos mais velhos que já não vivem lá em casa. A irmã Leonor tem 25 anos e está a terminar o
14 curso de medicina numa faculdade no norte do país. O irmão mais velho tem 29 anos e é engenheiro
informático. O Martim é um rapaz que tem um feitio rebelde e quezilento. Por ser o mais novo foi
muito mimado e face ás ausências profissionais do pai procurou ser o reizinho lá em casa. Desafiou a
mãe, fez um caminho escolar muito instável e conflituoso. Cometeu um conjunto de abusos que
acabaram por resultar num acidente de viação há dois anos quando voltava para casa depois de uma
noitada. O resultado foi um traumatismo da medula e uma paralesia dos membros inferiores. Entre os
17 e os 19 anos entregou-se a um complicado processo de reabilitação que lhe permitiu recuperar
grande parte da sua autonomia, ainda que numa cadeira de rodas. Retomou recentemente os
estudos para acabar o seu 12º ano entretanto suspenso. Tem por objetivo seguir o curso de gestão e
dar continuidade ao percurso profissional do pai. Em termos de interesses o Martim adora basquete e
joga esta modalidade em versão adaptada. Tem como sonho chegar à seleção nacional e poder
integrar a comitiva portuguesa que vá aos jogos paralímpicos. Os seus gostos musicais vão para o
estilo rock embora não desgoste de música Pop. Adora uma boa feijoada de choco. Adora cerveja,
mas nos últimos tempos tem bebido muito pouco. Adora a água e gostava de vir a saber velejar. Com
os últimos desenvolvimentos da sua vida o Martim mantém alguma apreensão em relação ao seu
futuro. Tem medo de ficar sozinho mas é orgulhoso demais para o admitir.
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Manual Eu e Os Outros
12.2 As histórias
O processo de construção das histórias iniciou-se com a definição de grandes temas. Assumiu-se que
cada tema se desenvolveria em torno de um personagem diferente. O enredo geral determinava que
todos eles estariam ligados por relações de amizade ainda que de intensidade diferente. Viveriam na
mesma cidade e frequentariam a mesma escola ainda que em anos diferentes. Os grandes temas,
como já foi dito, deveriam traduzir aspetos característicos da adolescência surgindo a relação com as
substâncias psicoativas de forma integrada e não como elemento central da trama.
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Manual Eu e Os Outros
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Manual Eu e Os Outros
3.Fundamentação Teórica
O “Eu e os Outros”, enquanto instrumento de intervenção preventiva, foi estruturado com base num
conjunto integrado de modelos teóricos. Entre estes modelos começaríamos por destacar a Teoria
do Comportamento Planeado (TCP; Ajzen, 1991) a qual, aponta como determinante próximo do
comportamento é o desejo de o realizar, o qual é influenciada pelas atitudes, pelas perceção da
pressão no sentido da sua concretização e pelo controlo percebido sobre o comportamento (Ajzen,
2013). O Modelo Informação-Motivação-Competências Comportamentais (MIMCC; Fisher e
Fisher, 1992), adaptado à prevenção dos problemas ligados ao álcool por Sharma, (2012) acrescenta
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ao anterior a enfase no conhecimento e nas competências comportamentais como base para
decisões preventivas, para além das motivações e atitudes orientadoras do indivíduo na seleção
comportamental presentes na TCP. Segundo Noar e colaboradores (2007), ainda que se verifique o
uso de termos diferentes para conceitos semelhantes, a maioria das teorias sobre mudança dos
comportamentos de saúde sugere que as influências próximas de maior importância são o
conhecimento, as atitudes, a influência social, a auto-eficácia e as intenções. Ambos os modelos
inicialmente apresentados se enquadram de um modo mais lato no Modelo de Influência Social,
inspirado na teoria da aprendizagem social (Bandura, 1977) que considera a personalidade como
fruto da interação entre três fatores chave: ambiente, comportamentos e processos psicológicos
individuais. Este modelo atribui particular importância a fatores sociais (como os media, os pares ou a
família) no início do consumo de substâncias psicoativas. Nesta perspetiva, o comportamento
humano é orientado pelo conhecimento, pelas intenções e, fundamentalmente, pelas pessoas que
nos são importantes. A observação do comportamento dos outros revela-se determinante nas
reações emocionais e nas atitudes do indivíduo. A aprendizagem por modelagem ganha especial
enfoque neste modelo teórico. O processo de modelagem consiste na aquisição de um
comportamento através da observação de um modelo (Bandura, 1977). Deste modo, uma das formas
de promover a aprendizagem, é facultar ao sujeito um contexto de grupo que permita observação e
modelação de comportamentos mediante um processo reflexivo sobre atitudes e argumentos gerados
em contexto de jogo. Por outro lado o recurso a uma narrativa como base de intervenção permite um
duplo plano de identificação: por um lado o plano das personagens, mais distantes e como tal mais
passíveis de um investimento projetivo e, num plano mais próximo, os colegas de jogo, na forma
como interpretam e se posicionam face às questões com que se deparam.
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Manual Eu e Os Outros
como certo ou errado num quadro normativo pode ser determinante no rumo do nosso
comportamento (Hansen& O’Malley, 1966). Segundo este modelo, é na análise e manipulação deste
tipo de crenças que a intervenção preventiva deve atuar. A importância de fatores como a perceção
da estimativa do uso de substâncias na população em geral, entre os jovens ou entre pares e a
influência dos media e da publicidade no uso de substâncias psicoativas constituem os fatores
centrais da intervenção. A promoção de contextos de clarificação dessas crenças mediante um
processo de pesquisa guiado, enquadrado num contexto alargado de jogo em grupo, parece ser uma
estratégia integradora das componentes anteriormente expostas.
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A segunda corrente de influência é denominada pelo OEDT no Prevention and Evaluation Resources
Kit (PERK) de Modelo Compreensivo/Social. Tal como no modelo anterior, é atribuído grande
ênfase aos processos de socialização que envolvem o indivíduo. Tem a particularidade de atribuir
uma forte importância aos fatores de risco e de proteção no desenvolvimento de comportamentos
aditivos (Jessor&Jessor, 1977), orientando-se em função destes na estruturação das suas
intervenções.
Os fatores de risco são assim denominados na medida em que são eles os percursores de
determinada condição problemática (aumentam a probabilidade do uso/abuso de substâncias
psicoativas) e podem estar associados ao indivíduo (características pessoais) ou ao contexto
ambiental (e/ou situacional) onde o mesmo se encontra. Os fatores de proteção são definidos como
aqueles que podem proteger o indivíduo de determinada situação problemática (uso/abuso) e
funcionam como amortecedor aos fatores de risco. São, assim, todos os fatores (pessoais e
circunstanciais) que inibam, reduzam ou atenuem a probabilidade do uso/abuso de substâncias
psicoativas (Moreira, 2001).
As abordagens que centram a sua Acão junto dos fatores de proteção privilegiam variáveis como o
sentimento de pertença a um grupo (familiar ou de pares) e o desenvolvimento de estratégias
individuais como a resiliência para lidar com a ansiedade social. Neste sentido, desenvolvem
mecanismos de socialização no grupo familiar ou educativo de forma a incrementar a adaptação ao
contexto envolvente. Hawkins, Lishner e Catalano (1985), sugerem que o sentimento de pertença e a
resiliência devem ser promovidos pela intervenção preventiva de forma a proporcionar aos jovens
oportunidades para se sentirem reconhecidos, competentes e integrados no seu universo relacional.
Segundo este modelo, são estas as competências básicas para melhor preparar o futuro e crescer de
forma saudável. Neste sentido, este instrumento ao definir o grupo como contexto de intervenção e o
confronto de posições pessoais como ponto de partida para a exploração da dinâmica do grupo,
reforça o desenvolvimento de competências pessoais e sociais como fatores fundamentais para a
gestão de futuras situações de tensão no quotidiano dos jovens a envolver.
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Manual Eu e Os Outros
sobre as substâncias e os seus efeitos e a forma como perceciona as normas sociais vigentes face à
utilização dessas substâncias (Fishbein & Azjen, 1975). Deste modo, se estiverem informados sobre
as consequências negativas de determinado comportamento deverão, racionalmente, fazer opções
comportamentais no sentido de o alterar. A compreensão do risco de doença e a noção do benefício
do comportamento de evitamento constituem os principais fatores para o desenvolvimento de uma
atitude saudável. Segundo esta corrente, a ação é regida por valores pessoais e pelas normas sociais
tendo a intenção um papel preditor para o comportamento. As atividades desenvolvidas apostam na
informação sobre as substâncias e os efeitos associados ao seu consumo. A intenção de consumo e
a perceção do risco associado são igualmente bons indicadores de avaliação. Neste material
consideramos contudo que a informação ganha mais sentido quando traduzida em conteúdos
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próximos à realidade dos jovens jogadores não apenas na adequação dos termos usados mas,
sobretudo, enquanto integrada num todo mais lato de temas e dinâmicas de vida que não são
dissociáveis entre si. A exploração de alternativas e compreensão das consequências são igualmente
fatores de enriquecimento da base de informação com que os jovens poderão enfrentar os seus
desafios futuros.
A quarta corrente de influência teórica é oriunda dos campos da promoção da saúde e o seu
contributo preventivo reside na noção alargada que o conceito de saúde adquire. Assume-se como
uma abordagem genérica uma vez que cria uma base para qualquer tipo de intervenção mais
específica. Contudo pressupõe a noção de pro-atividade dos indivíduos na manutenção da sua
qualidade de vida, atitude esta que, na continuidade com o que foi dito anteriormente incide não
apenas nas áreas ditas de risco ou associadas à doença, mas numa perspetiva global de saúde,
física, psicológica, afetiva, social e espiritual. Neste sentido o indivíduo é instado a procurar uma
harmonia entre as diversas esferas da sua vida e a não procurar refúgios compensatórios numa área
de maior sucesso. A abordagem neste material de diferentes temas e vertentes relacionais permite
aos jogadores uma leitura de como as esferas se interligam e condicionam mutuamente.
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Manual Eu e Os Outros
Este processo de construção narrativa é também um processo de regulação emocional pois permite à
criança ordenar-se e ao mundo que a rodeia de determinada maneira e antecipar a realidade a partir
de experiências familiares. Esta reformulação e reordenamento permitem-lhe transformar a sua
experiência emocional em sequências temporais com um início, um meio (conflito) e um fim
(resolução) e, por consequência, uma melhor compreensão das suas ações e das dos outros.
O material de suporte a este projeto apresenta a estrutura de uma narração interativa que se constrói
em função das decisões do jogador permitindo ilustrar a dupla faceta do indivíduo enquanto
narrador/observador e autor da realidade que o envolve. O processo de interpretação, de decisão e
20 de reconstrução da narrativa está sempre presente ao longo de todo o projeto servindo de pano de
fundo ao esmiuçar dos diferentes conteúdos que dão corpo à estrutura da narrativa.
Finalmente, uma última referência para a Teoria do Jogo, como quadro de referência para a escolha
deste formato na presente abordagem. Ao longo do seu desenvolvimento, a criança confronta-se com
um vasto mundo de objetos e procedimentos que são atribuídos ao mundo dos adultos. Ao querer
aceder a esses estatuto, mesmo que de forma fantasiada a criança utiliza o jogo (protagonizado) para
poder representar esse papel. Os objetos e atos com eles realizados passam a estar inseridos num
novo sistema de relações da criança com a realidade, numa nova atividade de sensações prazerosas
(Elkonin, 1998, p. 404). O jogo protagonizado apresenta-se, assim, como uma atividade onde a
criança se apropria do mundo dos adultos da maneira que lhe é possível, face ao estádio de
desenvolvimento em que se encontra. Por outro lado, este tipo de jogo facilita a superação do
egocentrismo cognitivo postulado por Piaget (1990). Ao colocar-se no lugar do outro, a criança
abandona as suas posturas para adotar as do adulto, nunca esquecendo que é criança.
Deste modo, (…) o jogo apresenta-se como prática real não só da mudança de postura ao adotar o
papel, mas também como prática de relações com o companheiro de jogo do ponto de vista do papel
representado pelo companheiro; não só como prática real de ações com os objetos em congruência
com os significados atribuídos, mas também como prática de coordenação dos pontos de vista sobre
os significados desses objetos, sem os manipular diretamente. Esse é o processo de descentração
permanente (Elkonin, 1998, p. 412).
Para além da descentração cognitiva, o jogo protagonizado parece também facilitar a posição da
criança face ao mundo circundante, agilizando os mecanismos através dos quais ela irá operar as
suas mudanças de opinião e critério. As experiências de Manuilenko (1948, cit in Elkonin, 1998) com
crianças em idade pré-escolar sublinham a pesquisa experimental do desenvolvimento da conduta
arbitrada. Elkonin define conduta arbitrada como (...) a que se apresenta em conformidade com um
modelo (independentemente de se dar em forma de ato de outra pessoa ou de regra manifesta) e que
se verifica por confrontação com tal modelo. (Elkonin, 1998, p. 417). Como objetivo, o experimentador
pretendia avaliar a capacidade de uma criança permanecer imóvel, utilizando como critério de medida
o tempo. Dos resultados obtidos por Manuilenko, Elkonin (1998) salienta a comparação entre duas
séries de grupos distintas: aqueles onde foi proposto que se representasse o papel de sentinela e o
outro onde era pedido à criança que se mantivesse imóvel. Os resultados apontam para melhores
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Manual Eu e Os Outros
performances nos grupos onde a situação convidava ao protagonismo teatral, em todas as idades,
ainda que com particular vigor entre os quatro e os seis anos e com tendência a diminuir com o
tempo. Para além disso, ao introduzir a variável grupo (ou seja, repetir as experiências num contexto
de grupo), o experimentador verificou que a postura de imobilidade foi mais forte no grupo do que na
condição de solitário. Assim, (...) há fundamento para supor que, ao representar um papel, o modelo
de conduta implícito neste papel, com o qual a criança compara e verifica a sua conduta, parece
cumprir simultaneamente duas funções no jogo: por uma parte interpreta o papel; e, por outra, verifica
o seu comportamento. (Elkonin, 1998, p. 420).
O jogo de papéis remete pois para outra dimensão: a presença do outro. Os estudos oriundos da 21
Etologia (Lorenz, 1973) fornecem diversos exemplos de como a presença de outro elemento da
mesma espécie provoca alterações marcantes nos desempenhos comportamentais dos indivíduos.
Na espécie humana a questão da presença do outro assume contornos ainda mais complexos, uma
vez que é a única espécie que, de forma voluntária, se organiza em grupos para observar,
passivamente, os movimentos e comportamentos de outrem (o teatro, por exemplo). Nestes
agrupamentos, a que Soeiro denominou de plateia grupal passiva (Soeiro 1990, p. 26) ocorrem com
frequência manifestações de agrado, regozijo (aplauso) e de descontentamento (vaias). Deste
enquadramento conceptual, Soeiro destaca os papéis de protagonista e espectador como principais
constituintes desta dinâmica a que denominou de instinto de plateia (Soeiro 1990, p. 27). O termo
instinto é utilizado não por se tratar de uma característica inscrita numa programação biológica mas
pela necessidade que o Homem tem, periodicamente, de ser avaliado pelos outros e de se comparar
a si próprio com um qualquer protagonista.
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Manual Eu e Os Outros
4.Metodologia de Intervenção
Agora que já temos uma noção genérica dos materiais de base ao projeto, é altura de nos
concentrarmos sobre a sua utilização. Para a adequada aplicação deste material é necessário um
Mestre de Jogo (MJ), um grupo de jovens, uma história, um período de tempo estável e regular, um
espaço equipado com suporte informático – computador, projetor- e acesso a material de pesquisa
(Internet, biblioteca). Alguns materiais secundários poderão ser necessários dependendo das
dinâmicas que o MJ decida propor ao grupo em complemento ao trabalho de exploração da história
escolhida.
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O MJ tem sempre um papel muito específico, que se deve equilibrar entre a disponibilidade para o
grupo e o fazer parte do mesmo salvaguardando a diferença de papéis. Ele será, essencialmente, o
promotor de uma dinâmica nova e o mediador das relações, assumindo-se, progressivamente,
como figura de referência para o grupo.
A leitura é feita parágrafo a parágrafo, no final de cada um dos quais há uma decisão a tomar dentro
de um leque de hipóteses fornecido pelo texto. Seguindo uma ordem pré-definida o MJ solicitará a
diferentes jogadores que assumam o papel do personagem principal da história e tomem a decisão,
auscultando ou não o grupo. Veremos mais adiante diferentes estratégias para definir a ordem de
participação dos jogadores na função decisória bem como introduzir maior dinâmica no processo de
decisão.
Outro aspeto do papel do MJ neste processo é o de estar atento à interação que se estabelece dentro
do grupo, garantindo que a decisão é tomada pelo decisor. A exploração das diferentes hipóteses
poderá ser o ponto de partida para pequenas conversas lançadas pelo MJ, no sentido de
compreender a argumentação dos diferentes intervenientes e a sua eventual generalização a outros
domínios. Este trabalho deverá ser equilibrado de acordo com a decisão prévia do número de
parágrafos a trabalhar durante a sessão. Esta decisão prévia é de extrema importância pois é ela que
determina a liberdade que o MJ tem para promover a reflexão em torno dos diferentes temas
emergentes. Se o grupo for pequeno o MJ poderá optar por definir que a ronda – número de
parágrafos por sessão – corresponde a uma tomada de decisão por jogador. Se o grupo for maior o
número de decisões a tomar deverá ser adequado ao tempo disponível, devendo o MJ ter o cuidado
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Manual Eu e Os Outros
de anotar os jogadores que vão tomando decisões de modo a garantir que na sessão seguinte não
sejam os mesmos a voltar a fazê-lo (a menos que adote uma estratégia de participação aleatória).
Em qualquer momento, o MJ poderá propor ao grupo, uma dinâmica que permita uma melhor
exploração do tema abordado por um parágrafo específico. Um capítulo específico deste manual
fornecerá sugestões para o desenvolvimento de diferentes dinâmicas parágrafo a parágrafo, história a
história. Cabe ao MJ perceber como e quando esse corte com a narrativa poderá ser bem aceite pelo
grupo.
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14.2 Constituição do grupo
Como anteriormente foi dito, esta abordagem é dirigida a grupos de jovens dentro da faixa etária
superior aos 10 anos. A dimensão do grupo é um fator importante para o bom desenvolvimento da
intervenção já que a argumentação e a exploração conjunta de temas é central em todo o trabalho a
desenvolver. No decurso da fase de ensaio dos materiais, a equipa técnica trabalhou com turmas de
2º e 3º ciclos do ensino básico com bons resultados. Contudo, para um melhor aproveitamento da
dinâmica do grupo a dimensão deste deverá ser menor, situando-se na casa dos 12 elementos. Não
se recomendam precauções significativas na constituição do grupo, beneficiando a dinâmica de
diversidade de pontos de vista e de experiências de vida.
Este projeto assenta sobre um suporte informático, requerendo a existência de um computador ligado
à internet de modo a permitir o acesso ao site www.tu-alinhas.pt a partir do qual se poderá fazer
correr a história escolhida. Idealmente, sugere-se a utilização de um projetor que permita a projeção
da história de modo a que todos tenham acesso a ela em simultâneo. A ligação à internet facilitará
igualmente o processo de pesquisa complementar ao jogo. Contudo, é possível aplicar este material a
partir de CD-ROM e remeter a pesquisa para processos mais tradicionais. Também a ausência de
projetor não impede a aplicação do material, requerendo do aplicador uma adaptação do processo de
aplicação, já que, não tendo o grupo acesso ao texto projetado cabe ao MJ assumir de forma mais
marcada a função de narração da história. Ao limite, a própria ausência de computador não impede a
aplicação do jogo já que o MJ, dispondo de uma cópia impressa poderá narrar a história a partir do
texto, ainda que o processo se torne mais moroso uma vez que a procura dos parágrafos a ler
passará a ser manual.
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Manual Eu e Os Outros
O espaço deve ser organizado de modo a que os jogadores possam dispor-se em U em torno do
computador ou do projetor. Não deve haver segunda fila de modo a facilitar a ordem de participação
dos jogadores.
A sala deverá, igualmente, estar organizada de modo a que, se o MJ decidir avançar com uma
proposta de dinâmica que exija espaço, não precise de perder tempo a arrumar a sala, bastando-lhe
para tal afastar as cadeiras dos jogadores.
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14.5 Organização do tempo de jogo
A organização do tempo de jogo poderá ser encarada em dois planos: o tempo de sessão e o tempo
de uma história.
O tempo de sessão deve ser sempre o mesmo, sugerindo-se um mínimo de 45 minutos. A sessão
deve prever três momentos: (1) de aquecimento do grupo, (2) de jogo e (3) de reflexão. Dentro do
segundo momento poderá ainda ser considerado um tempo de jogo dentro da narrativa e um segundo
tempo de dinâmica de grupo caso seja essa a opção do MJ.
O tempo de jogo ocupa de modo geral a maior parte da sessão. Tal como já foi dito anteriormente,
será benéfico que o MJ determine previamente quantas decisões serão tomadas no decurso deste
tempo de forma a ter uma noção de como deve gerir o jogo. É fundamental que o MJ seja rigoroso na
gestão deste tempo porque se não o for o resultado será sempre de prejuízo no tempo de reflexão,
no qual o grupo deve conseguir fazer uma síntese dos aspetos mais importantes da sessão. Esta
síntese não se deve limitar aos conteúdos abordados mas igualmente às atitudes adotadas pelos
diferentes jogadores no decurso da tomada de decisão, sua ou dos seus colegas.
Existe ainda o tempo entre sessões que o MJ poderá aproveitar para lançar questões que o grupo
tenha de resolver, nomeadamente no plano da pesquisa, do levantamento de opiniões, ou de outro
tipo de dinâmica que requeira mais tempo. Se optar por tirar proveito deste tempo, o MJ deverá ter a
noção que na sessão seguinte deverá prolongar o tempo de aquecimento para que o trabalho
entretanto desenvolvido, possa ser objeto de apresentação e discussão.
24
Manual Eu e Os Outros
O tempo de história corresponde ao número de sessões definidas para explorar uma determinada
história. Este número poderá variar de acordo com os conteúdos das histórias mas deverá ter um
tempo mínimo respeitado para qualquer história. Esse tempo deverá ser de 7 sessões de 90 minutos
ou 14 sessões de 50 minutos que, à imagem do tempo de sessão poderá igualmente ter um tempo de
aquecimento, um de desenvolvimento e um de reflexão final. O trabalho a desenvolver na fase de
aquecimento passa pela apresentação da história, dos personagens centrais, das regras que regem o
jogo, etc. Já o trabalho a desenvolver numa fase final de reflexão passa por uma leitura global da
história por oposição às reflexões parcelares que se desenvolvem em cada sessão. Nesta reflexão
deverá ser integrado o processo de avaliação da história, no que toca à sua inteligibilidade,
25
pertinência, etc. Naturalmente, esta segunda componente deverá ter um caracter individual para
evitar influências mútuas.
É possível que face à definição de um número mínimo de sessões o MJ se confronte com a situação
de terminar a exploração linear de uma história antes de atingir esse limite. Nesse caso propõe-se ao
MJ que recue na história e proponha ao grupo que explore outras decisões possíveis em momentos
chave da história, permitindo ao grupo de entre em contacto com temáticas não trabalhadas no
percurso decisório prévio.
25
Manual Eu e Os Outros
Sequencial por ordem do posicionamento na sala – Esta é talvez a mais básica das opções.
Facilita em termos de clareza de regra mas dificulta face a um grupo instável em que a mudança de
lugar possa ocorrer. Se numa ronda, nem todos os jogadores forem chamados a decidir, há que
manter um registo das participações para o caso de, na sessão seguinte os jogadores mudarem de
posição.
Sequencial por ordem alfabética de nomes – Esta opção poderá ter um interesse adicional numa
situação em que os elementos do grupo não se conhecem muito bem. Aí, o processo de ordenação
pode ir mudando de sessão para sessão, percorrendo áreas de descoberto do outro, como por
exemplo nome de família, data de nascimento, local de residência, etc. Para um grupo que já se
conheça melhor, esta opção pode não trazer um ganho significativo.
Sequencial por ordem numérica (após atribuição prévia de números) - Com esta opção o MJ
pode introduzir alguma aleatoriedade, já que os números são tirados ao acaso. Se se utilizar a regra
de que o número não pode ser revelado, nesse caso, há também a curiosidade de ver quem é o
próximo a decidir, podendo o MJ tirar proveito dessa situação para manter alguma animação no
grupo.
Aleatoriamente por extração de números - O MJ poderá optar por distribuir um número numa fase
inicial mas, em vez de seguir uma ordem sequencial, seguir uma ordem aleatória por extração de
números a partir de um saco previamente organizado para o efeito, contendo a totalidade dos
números em jogo. O MJ deverá apenas ter o cuidado de não repor os números retirados de modo a
garantir que cada jogador só decide uma vez por ronda.
Aleatoriamente com repetição de números - O MJ poderá decidir que o acaso faz parte do jogo e
que com um limite definido – por exemplo 3 decisões numa ronda – os jogadores poderão ser
26
Manual Eu e Os Outros
chamados a tomar mais do que uma decisão por sessão. Se optar pela utilização dos números como
critério de ordenação, basta que o número retirado do saco possa ser reposto no saco antes de nova
extração. Com esta opção o MJ garante que os níveis de motivação se mantêm constantes ao longo
da sessão – já que todos podem decidir em qualquer momento – mas pode acarretar que algum
jogador que não tenha tanta sorte possa estar um longo período de tempo sem nunca poder tomar
qualquer decisão.
Naturalmente, poderão ser exploradas outras estratégias de ordenar a participação dos jogadores. O
importante é garantir que a atenção dos jogadores é mantida e que a atenção não é dispersa na
espera por uma próxima oportunidade de participação. O MJ poderá optar por alternar as estratégias
de sessão para sessão de modo a evitar que o jogo caia num processo rotineiro.
O MJ poderá definir um conjunto de direitos que poderão funcionar como um elemento adicional de
motivação para a exploração das diferentes histórias. Estes direitos podem ser apresentados como
universais (de todos os jogadores por igual) ou como fatores aleatórios a introduzir no início da
sessão através do recurso a um sorteio. Neste segundo caso o MJ informa quais os direitos que irá
colocar em jogo e organiza um conjunto de papéis contendo os direitos selecionados que uma vez
dobrados são colocados num saco que deverá passar por todos os jogadores para que tirem à sorte.
Alguns exemplos de direitos são:
O direito de ser soberano: a decisão final é do jogador decisor. Este é o direito básico do jogo,
isto é, aquele a partir do qual o jogo se desenvolve;
O direito de não ser pressionado pelo grupo: a decisão do jogador é feita sem que este tenha
de auscultar o grupo;
O direito de auscultação: a decisão só é tomada depois de ouvido o grupo.
O direito de delegação: o jogador atribui a outra pessoa a decisão que lhe cabe tomar;
O direito de veto: o jogador que utiliza este direito contesta determinada decisão tomada pelo
decisor, recusando-a. A decisão continua com o decisor mas não poderá ser a inicialmente
tomada. O veto, uma vez utilizado não poderá voltar a ser usado na mesma ronda;
27
Manual Eu e Os Outros
O direito de não participação: o jogador opta por não tomar qualquer decisão;
O direito de confronto: o jogador que utiliza este direito desafia o decisor para um confronto de
ideias sem a interferência do resto do grupo. No final o grupo decide quem argumentou melhor
e consequentemente qual a decisão a tomar;
Esta estratégia traz como mais-valia o garante que a dinâmica não é linear e que, mesmo fora da sua
vez, cada jogador poderá influenciar ativamente o desenvolvimento da história. A utilização dos
direitos permite, simultaneamente, trabalhar a dinâmica do grupo de uma forma mais clara já que o
recurso a um direito significa sempre um desejo de alterar o curso natural de decisão. Naturalmente,
28 esta opção corresponde a introduzir um maior grau de complexidade no jogo uma vez que cria
condições para a confrontação, a experimentação de sentimentos de que o MJ terá pouco ou nenhum
controlo. Daí que esta seja uma opção que sugerimos seja remetida para uma fase em que o MJ se
sinta já mais à vontade quer com a metodologia quer com o grupo com que a está a trabalhar.
Na tarefa de criar um clima inicial facilitador da intervenção, o MJ deverá investir na exploração das
personagens que servem de base ao jogo. As personagens foram criadas não para representarem
figuras ideais, de gostos e atitudes adequadas, mas aproximarem-se da realidade dos jogadores,
integrando aspetos positivos com outros menos saudáveis. Cabe ao MJ no decurso da exploração
dos personagens tirar proveito de algumas das características apresentadas para promover uma
reflexão sobre áreas tão díspares quanto as Práticas Alimentares, a Identificação com Culturas
Juvenis, Interesses, Esquemas, Medos e Paranoias. Seguidamente apresentamos alguns aspetos
que poderão explorados a partir das particularidades de alguns das personagens:
1. Jamal - O que caracteriza um surfer? Ser Africano. Perda da mãe. Família reconstruída. As
escolhas para o futuro. Alimentação (Lasanha vs. salada). Preocupação com a forma física.
Ser aventureiro num contexto específico (o mar). Os medos (que aconteça alguma coisa às
pessoas de quem mais gosta).
2. Emanuel – O que é um nerd, geek ou dork? O risco da obesidade (má alimentação, pouco
interesse pelo exercício físico); O caráter aditivo dos computadores e da Internet; Realizar-se
na fantasia; Ser-se inibido/introvertido (em relação ao sexo oposto). Ser-se gozado/maltratado
pelos colegas. O risco de uma necessidade extrema de afirmação que conduza a
comportamentos de risco.
3. Sabrina - O que é ser-se beta? Ter uma família numerosa. A preocupação com o corpo. O
interesse pelo mundo da moda. Ter raízes africanas. Ser-se católica praticante. Fazer
voluntariado. Alimentação (não comer muito – dietas, produtos light); Ser-se ambicioso.
Ocupar-se para não pensar. Paixões platónicas.
28
Manual Eu e Os Outros
4. João – O que é ser dread? O carácter quezilento, o desejo de explorar novas sensações
(risktaker), alimentação desadequada (pizza, cerveja), família nuclear numerosa, xenofobia,
problemática da toxicodependência na família,
5. Daniel – Ser estrangeiro. A gabarolice. Pais separados. Alimentação (Coca-Cola). Os limites
da exploração do Trabalho Infantil (biscates). O sonho de viajar. A liberalização das drogas. Os
interesses políticos.
6. Maria - O que é ser freak? O evitamento de conflitos. Alimentação (bacalhau com natas vs.
maças). Vivência do corpo; Desemprego de um dos pais. A causa ecológica.
7. Alice – O que é que distingue uma street fashion? A excentricidade de um dos pais. Ser 29
criativa e sonhadora. Não ser muito persistente. Roer as unhas. Os heróis e as paixões. O
roubo. A necessidade de ajuda.
8. Catarina - O que é ser gótica? Pais separados com conflito. Ser desconfiada e casmurra. A
necessidade de questionar e argumentar por tudo e por nada. O misticismo e o ocultismo. Ser-
se ateu. Não acreditar no amor; Insegurança na orientação sexual.
9. Martim – A pessoa portadora de deficiência, na sua sensibilidade, necessidades e
capacidades. Processos de reabilitação. A transformação pessoal a partir de uma situação
crítica. Ser o filho mais novo. Crescer com um dos pais ausentes com sobrecarga do segundo.
São muitas as opções que o MJ tem para explorar os temas introduzidos pela caracterização das
personagens. Poderá (1) selecionar um tema e trabalhá-lo isoladamente promovendo uma pesquisa
sobre o tema (ex. culturas juvenis), o debate sobre uma questão particular (ex. liberalização das
drogas), a exploração da perceção dos jogadores sobre a frequência de determinados aspetos (ex. o
trabalho infantil, a insegurança face à orientação sexual) a análise das implicações de alguns gostos
(ex. alimentação); outra opção (2) poderá passar por pedir aos jogadores que se caracterizem à
semelhança das personagens explorando depois os aspetos comuns e particulares no grupo. Como
variante deste procedimento o MJ poderá pedir aos jogadores que imaginem como poderiam fazer
uma campanha publicitária sobre si próprios. Neste caso o importante não é a quantidade de
informação mas aquela que é importante para criar uma boa imagem nos outros. Esta abordagem
deverá permitir uma reflexão sobre a dificuldade da tarefa, nomeadamente a seleção de aspetos que
nos realcem. Se esta questão for demasiado inibidora, o MJ poderá pedir que cada jogador execute a
tarefa – fazer publicidade a alguém – sobre um colega tirado à sorte. Neste caso a reflexão deverá
incluir a reação à imagem que os outros têm de nós e o medo de desapontar o outro. Uma terceira
opção (3) poderá passar por pedir aos jogadores que escolham a personagem com quem mais se
identificam. Esta escolha poderá ser feita às claras, isto é assumida perante os colegas ou ser feita às
escuras, isto é, mediante uma votação secreta. A primeira opção é objeto de maior pressão social
enquanto a segunda, permitindo a reflexão sobre os resultados globais, poderá permitir uma reflexão
mais protegida sobre o perfil que cada uma das personagens poderá ter, sem provocar grandes
confrontos ou exposições. Neste caso o MJ deverá ter a preocupação de garantir o direito à
privacidade ou, por oposição ser contentor em situações em que se verifique alguma perda de limites
face à intimidade de cada um. Finalmente uma última opção (4) poderá passar pela organização de
um pequeno role playing em que cada jogador tenha que representar uma personagem,
29
Manual Eu e Os Outros
apresentando-se enquanto tal. Neste caso deverá assumir-se que as personagens não se conhecem
funcionando o jogo como uma forma de exploração das mesmas, emprestando-lhes particularidades
imaginadas pelos jogadores. No final da experiência é importante que os jogadores reflitam sobre a
dificuldade de entrarem na tarefa, de se identificaram com a sua personagem, se gostaram de
interagir com as dos outros, se as acharam credíveis ou apenas o prolongamento das características
dos jogadores que as representaram, etc.
Naturalmente que existirão outras maneiras de explorar as personagens que poderão ser idealizadas
e desenvolvidas pelos MJ’s. A partilha dessas diferentes formas de trabalho poderá enriquecer este
30 capítulo do Manual, pelo que se agradece desde já a iniciativa de as enviarem através do site para a
equipa técnica que em função da sua pertinência as integrará em futuras versões. Contudo, todas as
formas possíveis de abordar esta tarefa devem deixar bem claro que não existe tal coisa como a
pessoa modelo, que a imperfeição é o que nos torna humanos e nos dá espaço para a evolução. As
personagens procuram ilustrar precisamente este facto. A importância deste trabalho em torno das
personagens, mais do que criar um clima e aquecer o grupo para a dinamização que se seguirá, é a
de procurar encontrar uma coerência nas histórias de vida recriadas que facilitem algum tipo de
identificação ao mesmo tempo de suportam o processo de descentração que se deseja na
intervenção.
O MJ poderá recorrer a dinâmicas de grupo como forma de aquecer ou preparar o grupo para o jogo
ou como forma de reforçar alguma temática emergente a partir do mesmo. O recurso às dinâmicas
enquadra-se numa perspetiva segundo a qual esta abordagem permite pôr em evidência os
mecanismos de funcionamento do grupo bem como uma maior consciencialização dos papéis
individuais, sendo então mais fácil intervir sobre a própria dinâmica do grupo. Esse recurso deve ser
sempre orientado em função de um objetivo concreto e garantir um momento de reflexão que permita
o estabelecer de relações entre as experiências vivenciadas e os conteúdos em discussão. Eis alguns
princípios básicos à condução das dinâmicas de grupo:
1. Não existem receitas na utilização deste tipo de recurso. O MJ deve ter a noção que uma
dinâmica que se adapta a um determinado grupo não se adapta necessariamente a todos os
outros. Escolher um jogo requer que se leve em consideração parâmetros como os objetivos, a
idade, a motivação, os interesses e a própria dinâmica do grupo. O MJ deve utilizar a sua
sensibilidade e conhecimento do grupo para selecionar o jogo que promova a dinâmica
necessária à abordagem do tema a trabalhar. Nesse sentido é importante ir recolhendo
diferentes jogos e organizando o seu próprio dossier de dinâmicas, sempre que possível com
referência aos temas de reflexão.
2. O mesmo jogo pode ser utilizado com diferentes objetivos consoante a sequência em que se
integra ou as características do grupo a que se destina. Pode inclusivamente ser utilizado mais
30
Manual Eu e Os Outros
3. O MJ deverá escolher dinâmicas com as quais se sinta familiarizado. As regras do jogo devem
ser claramente definidas antes do seu início. Uma vez esclarecidas, o jogo desenrola-se
segundo as regras, sem que estas devam ser alteradas. A opção por fazê-lo deve ser encarada
muito seriamente e só deve acontecer se servir algum objetivo muito específico. É igualmente
importante que a sua apresentação se processe de forma espontânea, informal e com recurso
à imaginação e humor. Em caso de dúvida é preferível fazer uso da sua criatividade de modo a
evitar que a consulta de um manual ou guião transmita ao grupo uma sensação de 31
inconsistência ou insegurança.
5. O jogo, na dinâmica de grupo não visa o sucesso, mas a reflexão sobre o processo.
Frequentemente um insucesso resulta numa melhor reflexão do que um sucesso. É contudo
importante garantir que os jogadores percebam quais são os parâmetros que determinam o fim
do jogo e a conclusão da tarefa.
6. O dinamizador não deverá ser tão diretivo que tire espaço de Acão e de reflexão ao grupo, nem
tão flexível que perca a noção do fio condutor e do objetivo último da sessão. No primeiro caso
fornecer-se-ia ao grupo uma experiência demasiado rígida e, no segundo, uma experiência
demasiado desestruturante;
7. O espaço de uma dinâmica é do grupo e é essencial que este o sinta como de aceitação. O
dinamizador deve medir muito bem as suas intervenções, que devem ser facilitadoras,
conduzindo à estruturação do estar em grupo e não emitindo juízos de valor;
8. É essencial que o dinamizador encontre espaços nos quais seja possível refletir sobre as suas
próprias vivências e atuações, refletindo sobre elas, sobre as suas implicações, elaborando
sentimentos e sensações próprias e tentando encontrar novas formas, eventualmente
necessárias, de promover a relação com o grupo. O espaço de supervisão dos MJ’s deverá
assumir-se como um momento de partilha deste processo de reflexão pessoal
31
Manual Eu e Os Outros
O recurso ao role playing deverá ser sempre encarado pelo dinamizador como uma opção de risco
que apenas deve pôr em prática caso tenha alguma experiencia anterior na utilização desta técnica e
caso o grupo revele maturidade suficiente. Os riscos estão associados a dificuldade de diferenciar a
representação da realidade podendo cair-se em projeções pessoais que coloquem o dinamizador
perante temas e questões de foro íntimo de algum jogador, que não são para sere geridas num grupo
32 desta natureza. Também a exposição ao ridículo pode condicionar o desempenho dos jogadores,
resultando a dinamização numa caricatura do que se pretende trabalhar.
O MJ poderá propor ao grupo a concretização de tarefas que permitam a expressão individual face a
determinado tema. Essas tarefas poderão ser desenvolvidas no decurso da sessão ou, face à
limitação do tempo, remetidas para o período entre sessões. As tarefas intermédias podem envolver a
pesquisa, a recolha de opiniões, a produção de algum tipo de material, etc. Como estratégia, este
recurso permite por um lado transmitir que o trabalho que se está a desenvolver é continuado,
prolongando-se para além do tempo formal de sessão e, por outro, permite a noção que o exterior ao
grupo é igualmente importante podendo ser integrado como fator de aferição de perceções e atitudes.
32
Manual Eu e Os Outros
6.A Reflexão
Como já foi referido anteriormente a reflexão é a ultima fase de uma sessão de trabalho e reveste-se
de uma importância fundamental neste tipo de abordagem.
A Reflexão é o momento em que cada participante seleciona o que de mais significativo ocorreu
durante a ação, decide se o quer e pode partilhar com os outros e procura a forma correta de o fazer,
confrontando-se com a reação dos outros. Para o fazer elabora o que inicialmente não passou de
uma vivência provocada e atribui-lhe significado em função de experiências anteriores. 33
1. Plano vivencial do jogo – é essencialmente uma abordagem descritiva, um relato que permita
perceber como cada jogador percecionou a tarefa que lhe foi proposta: “Como foi?”
2. Plano afetivocentra-se no relato de sentimentos, emoções ou reações associadas à
dinâmica procurando perceber o impacto emocional da dinâmica nos diferentes jogadores:
“Como se sentiram?”, “De que gostaram mais?”
3. Plano de avaliação da performanceprocura avaliar a leitura inicial dos jogadores,
compreender as expectativas criadas em termos de resultados e analisar o que os condicionou:
“Ficaram contentes com o resultado do jogo?”, “Era o que estavam à espera?”, “Porque acham
que correu desse modo?”
4. Plano temáticoprocura contextualizar a dinâmica dentro de grandes temas, explorando em
que áreas é que a experiência incidiu e quais os aspetos mais importantes que poderiam ser
retirados dela: “O que acham que foi mais importante neste jogo?” “O que é que este jogo
trabalha?”
33
Manual Eu e Os Outros
No presente projeto, o MJ deverá dar especial atenção ao facto da dinâmica se desenvolver a dois
níveis. Por um lado existe a dinâmica da narrativa na qual se enquadram a maior parte dos conteúdos
a trabalhar, mas existe igualmente o nível da dinâmica do próprio grupo onde a argumentação, o
respeito pelo posicionamento do outro, a recurso à utilização dos direitos de cada jogador, são
igualmente aspetos importantes a explorar. Se o MJ se centrar preferencialmente no plano das
aquisições tenderá a sobrevalorizar os temas trabalhados e a menosprezar o funcionamento do grupo
34 que neste caso se situará no plano da performance.
Os resultados obtidos não dizem respeito ao plano quantitativo do número de parágrafos resolvidos
mas ao modo como essas decisões foram tomadas e as dificuldades sentidas para o conseguirem.
Intervenções de Exploraçãosão intervenções que encorajam, que dão espaço ao outro, que o
incitam à participação ativa, produzindo material de reflexão e abrindo o espaço de relação.
(Porquê…, Como…, Conta-me…, Fala-me…) Sendo o tipo de intervenção mais frequente, a sua
presença em excesso pode resultar em confusão ou dispersão dado o volume de material a explorar.
Grande parte do processo de reflexão é feita com base neste dois instrumentos permitindo um
constante movimento de abertura e de focagem. Contudo, há momentos particulares que exigem do
MJ intervenções específicas.
Intervenções de Confrontosão aquelas que são diretas, frontais, sem serem brutais; elas incitam o
outro a pôr-se em causa. (Vocês estão a dizer isto mas eu observei aquilo…, parece-me que estão
com dificuldades para falar do que sentiram…) Este tipo de intervenção solicita ao grupo uma
mudança de nível de reflexão para planos de maior profundidade. São intervenções frequentes em
grupos defensivos que adotam uma postura simplista ou em grupos numa atitude de oposição ou de
evitamento. Como recurso este formato de abordagem ao grupo é arriscado já que um confronto
desadequado poderá colocar todo o grupo à defesa ou reforçar a atitude de oposição. O confronto
34
Manual Eu e Os Outros
deve ser utilizado de forma moderada, recorrendo se possível ao humor, mas sem assumir um
carácter de troça ou desafio.
35
Manual Eu e Os Outros
36
36
Manual Eu e Os Outros
37
Exploração de conteúdos de reflexão por parágrafo
Parágrafo 1 – (a chegada)
Temas: O atraso do Jamal: (1) a relação com o tempo: (a) ser-se desorganizado, (b) calcular mal o
U
tempo necessário para fazer as coisas, (c) não se preocupar em chegar a horas, (2) a relação com o
U U
outro: (a) capacidade de espera, (b) capacidade de transmitir ao outro o que se sente e pensa sobre a
espera; O aspeto da Sabrina: (1) a espontaneidade vs. a inconveniência (2) a importância de criar
clima antes de abordar um tema eventualmente delicado. Ir comer primeiro qualquer coisa: (1)
adiar o tema que motivou o encontro (2) prolongar a espera da amiga.
Proposta de atividade: em que é que reparam quando chegam a algum lado?
Temas: O E-man passa o tempo agarrado à internet: Exploração dos receios do Jamal – o
isolamento social (a perda de apetência por estar com as pessoas quando o contacto por computador
é mais fácil e protegido), a dependência dos computadores como fonte de bem-estar (jogar, conhecer
pessoas, aprender, etc.), a perda de controlo sobre os conteúdos existentes na internet (os bons e os
maus conteúdos, tomar por verdade tudo o que se encontra na internet, os maus encontros, etc.); As
preocupações entre irmãos: Ser o mais velho e preocupar-se com os mais novos vs. ser o mais
novo e ser o objeto da preocupação dos outros.
Proposta de atividade: (1) identificação de riscos – (a) aumento da inibição nos contactos diretos, (b)
criação de personalidades alternativas mais atrativas, (c) desenvolvimento de relações virtuais
(desconhecimento de quem está do outro lado) (d) carácter aditivo da Internet (perda de noção do
tempo, sobreposição do computador a qualquer outro interesse da pessoa, dificuldade de resistir ao
estabelecer de contacto, etc.) (2) identificação de aspetos positivos na utilização da internet.
Pesquisar o site www.miudossegurosna.net
H
37
Manual Eu e Os Outros
dos principais grupos de nutrientes: quantidade de açúcar (consumo diário inferior a 10 mg) e de sal
(consumo diário inferior a 5 mg). O Risco da publicidade enganosa: informação parcial que esconde
conteúdos menos saudáveis. Comprimidos para emagrecer: explorar o conhecimento do grupo
sobre este tema. Atitudes: qual o limite da relação de amizade para se meter na vida do outro? Varia
com os temas? E com as pessoas? Compensar os exageros: as avarias também fazem parte do
comportamento saudável; funcionar entre o 8 e o 80; o castigo por oposição ao “pecado”.
Proposta de atividade:(1) exploração dos hábitos de alimentação dos jogadores (2) exploração do
site www.plataformacontraaobesidade.dgs.pt(3) treino de leitura de rótulos de produtos alimentares
H
Temas: A atitude da Sabrina: (a)negar o mau aspeto, (b) não ter consciência da sobrecarga, (c) a
utilização adequada do ginásio – ter em atenção o tipo de exercício, a carga, a intensidade, a
regularidade – em função da condição física.
Temas: Concurso de beleza: (a) capacidade de se pôr no lugar do outro e avaliar o significado, (b) a
importância de se insistir num tema que preocupa vs. reconhecer o direito do outro em se proteger de
coisas de que não quer falar.
Proposta de atividade: explorar o que é que entusiasma ou entusiasmaria os jogadores
Temas: Descentração: poder perceber que outras pessoas se poderão confrontar com dificuldades
diferentes para lidar com problemas que para nós parecem simples. Persistência: lutar por um
objetivo ou desistir facilmente. Estratégias de lidar com os problemas: confrontar os problemas,
contornar, negar… explorar de sugestões alternativas para ultrapassar as dificuldades para organizar
a festa noturna.
Proposta de atividade: remeter para o período entre sessões a exploração em casa da reação dos
pais a uma situação como aquela; pesquisa sobre qual seria a estratégia que a eles mais lhe
agradaria; levantamento das hipóteses que cada jogador teria de ser autorizado a participar numa
festa deste género;
Parágrafo 7 e 34 – (Mostras-te preocupado…)
37B
Temas: Níveis de preocupação: colocação do problema num plano físico, psicológico ou social.
Atitudes: gradientes de moralismo (entre a preocupação centrada na pessoa e a centrada na quebra
das normas) Reação ao descrédito: a tua opinião não é valorizada pela tua amiga. Ficas
aborrecido(a)? Depende do Tema?
38
Manual Eu e Os Outros
por vezes insónia, grande fadiga e inquietação. Em situações extremas podem conduzir a psicoses
tóxicas com sintomatologia delirante e alucinatória 2. As substâncias de abuso têm
frequentemente uma utilidade medicinal: (a)as boas intenções não anulam o risco; (b) a ilusão de
controlo sob o efeito das substâncias psicoativas. 3. A importância da informação: (a)o
conhecimento como ponto de partida para a alteração de crenças (b) o que se faz com o que se
aprende. 4. A banalização dos riscos: o impacto negativo de múltiplas chamadas de atenção para
riscos vários. Menor sensibilidade na avaliação dos riscos. Reatividade às chamadas de atenção 5.
Sobrevalorizar, Contextualizar ou Deixar Andar: exploração de atitudes (a) qual seria a minha
posição? (b) sou assim de um modo geral? (c) sou assim especificamente neste tema; 6. A anorexia
nervosa: perturbação do comportamento alimentar, frequente na adolescência, caracterizada por
39
uma alteração da imagem corporal (considerar-se demasiado pesada, independentemente da
realidade) que resulta num conjunto de comportamentos disfuncionais conducentes à perda de peso
– dietas, provocar o vómito, abuso de substâncias psicoativas. Em situações extremas envolve riscos
para a própria vida.
Temas: Entre ser amigo e ser chato: exploração das duas posições – (a) como é que eu reagiria se
fossem assim comigo, (b) seria eu capaz de ser assim com alguém.
Temas: O limite da pressão: a partir de quando se reconhece que a vida é do outro? Atitude:
zanga, negação, disponibilidade para ajudar; O limite da ajuda: exploração sobre o tipo de ajuda que
se pode dar a alguém naquela situação Reação: a Sabrina é casmurra. Como se dão com pessoas
assim?
Proposta de atividade: o barómetro de casmurrice – 1. construir um quadro em que cada pessoa se
classifica no plano da casmurrice (utilizando uma escala de Likert de 1 a 6); 2. entregar um quadro
com os nomes das pessoas do grupo e pedir a cada jogador que caracterize os colegas. No final
entregam-se os diferentes quadros e trabalha-se conjuntamente os resultados. O grupo reflete sobre
a justiça dos mesmos e explora se cada um se revê naquelas classificações ou se fica surpreendido
com os resultados.
Temas: Os limites de uma atitude mais confrontativa: (a) nem sempre ter razão é suficiente, (b)
por vezes o confronto só aumenta a defesa/oposição do outro, (c) para se poder desenvolver uma
relação de ajuda, a relação ajuda (garantir que se preserva a relação para poder retomar o tema
numa melhor oportunidade) (d) nem tudo tem de ser dito numa única conversa
39
Manual Eu e Os Outros
Temas: GET BIG - net-te a caminho do futuro: (a) prazer em crescer – gostar de descobrir novas
coisas (b) urgência em crescer – querer ter mais direitos, poder fazer mais coisas que os mais velhos
já fazem (c) estatuto – o que faz os outros reconhecerem-nos como mais velhos? e o que nos faz
sentir mais novos? (d) reverso do crescer – o que não é tão agradável no Crescer?
Temas: Desistir: (a) falta de confiança – em si ou nos outros, (b) realismo – o desgaste do confronto
não compensa os ganhos (c) pessimismo – não vale a pena, (d) experiências negativas passadas
Proposta de atividade: organizar um gradiente de perseverança em que cada jogador se avalia
numa escala de 1 a 6 sobre a sua capacidade de não desistir e lutar pelas coisas. Quais os
argumentos que utilizam para não desistir. Onde/em que domínio é que cada um se apercebe que é
mais combativo
Temas: A Mentira como desejo de moldar o mundo aos nossos desejos: serão todas as mentiras
iguais? Quais são as implicações do mentir? As mentiras que puxam novas mentiras para evitar que
a primeira seja descoberta.
Temas: Sacrifícios para se ser/manter bonita: qual é o limite do sacrifício? Os fins justificam os
meios? Opiniões discordantes: confronto com uma visão discordantes sobre uma coisa de que se
gosta muito. Qual o impacto no nosso interesse? Qual o impacto na relação com essa pessoa?
40
Manual Eu e Os Outros
Temas: Reproduzir comportamentos dos outros: curiosidade, não ficar atrás, valorizar a opção do
outro. Tomada de decisão: (a) antecipação de consequências (b) avaliação da relação risco /
benefício, (c) avaliação de alternativas
41
Parágrafo 39 (optar pela mentira)
58B
Temas: Efeitos no organismo: (a) características pessoais – peso, idade, constituição física (b)
aspetos contextuais – o que se tem no estômago; Aceitação das consequências: remeter para o
exterior (a culpa/responsabilidade – Sabrina, acaso) ou para si próprio (estupidez, má opção, …)
Impacto desta leitura – (por ser azar pode ser que para a próxima seja diferente, por ser uma má
escolha para a próxima não a faço); Aprendizagem pelos erros: há coisas que só se aprendem
experimentando? Há coisas que não se querem aprender porque o risco seria demasiado grande?
Vale sempre a pena aprender não importa o quê? Exploração dos limites de cada um
Proposta de atividade: o que é que nunca arriscarias fazer? Fazer um levantamento externo ao
grupo (em casa, junto aos amigos). Compreensão da perceção individual dos riscos
Temas: Futuros profissionais: explorar em relação a cada jogador, (a) os interesses, (b) os sonhos,
(c) as expectativas, (d) as expectativas dos outros em relação a si.
Proposta de atividade: remeter para o tempo entre sessões a organização de um quadro de
expectativas (suas e dos familiares) face ao futuro.
Parágrafo 52, 54, 55, 56, 57, 58, 59, 60, 61, 62, 63 – (não disponibilizas bebidas
45B
alcoólicas…)
Temas: Confronto com os outros: como se justifica uma decisão pouco popular – fatores externos
(a lei) fatores internos (crenças pessoais faz mal à saúde), Disponibilizar bebidas alcoólicas para a
festa do irmão de 13 anos: (a)Levantamento de implicações; (b) Sujeito à crítica dos outros – “preso
por ter cão e preso por não ter” (c) Banalização do consumo de bebidas alcoólicas (d) cocktails de
fruta. Confronto com os limites: (a)aceitar, recusar ou procurar o compromisso, (b) quando os
nossos desejos entram em choque com os limites dos outros: como se reage? A esquiva da Sabrina
41
Manual Eu e Os Outros
– ao remeter para o Jamal a decisão sobre o tema, deixa-o com a responsabilidade toda. É justo?
Incomodar-vos-ia? Argumentação: que argumentos se podem contrapor à lei? Alternativas: o que
pode fazer esquecer a ausência do álcool?
Temas: Atividades: ideias para animar a festa – levantamento de sugestões. Graffitis: estética,
mensagem, julgamento social
Proposta de atividade: levantamento dos graffitis da zona; perceber qual a mensagem subjacente;
criar uma mensagem (individual ou em grupo), concretizá-la (numa parede, no computador, no
papel…)
Temas: Motivar: Como convencer alguém a largar o computador, (ou algo de que se gosta muito e
ao qual se está agarrado). O efeito hipnótico dos ecrãs.
Temas: Reação aos estranhos: (a) vergonha, (b) receio de não gostem de nós/do julgamento que
façam (c) medo de que nos possam fazer mal (d) receio de não se saber comportar/ não saber o que
dizer
Proposta de atividade: dinâmica de Grupo – Guia e o Cego
Parágrafo 73, 72, 71, 75, 68, 69, 70, 74, 76, 77, 78 (dar-se a conhecer…)
61B
Temas: A Exposição: (a) a coragem de se assumir como se é; (b) o medo do julgamento dos outros;
(c) desigualdade de atitudes – é mais fácil quando todos participam (d) a descoberta de semelhanças/
dificuldades partilhadas – “pensava que só eu é que sentia assim” (e) a importância das diferenças
como aspetos complementares entre duas pessoas
Temas: Contexto: (a) condicionamento dos contextos sobre os conteúdos de uma conversa, (b)
importância de criar um bom clima para abordar certos temas, Saber perguntar: (a) as perguntas
que condicionam as respostas (b) os entraves à comunicação – o que é dito que retira toda a vontade
de continuar a conversa Atitude: (a) desvalorizar, (b) insistir, (c) dramatizar, (d) disponibilizar-se…
Proposta de atividade: fazer um levantamento das atitudes que retiram logo a vontade de continuar
uma conversa
42
Manual Eu e Os Outros
Temas: Privacidade: (a) o direito a guardar para si coisas pessoais, (b) o desejo de tranquilizar o
outro, expondo-se a ele. Tempo e Controlo: (a) quanto tempo é suficiente e a partir de quando é que
se torna demais, (b) consciência da passagem do tempo (c) capacidade de parar quando se atinge o
tempo certo
Proposta de atividade: fazer um levantamento de estratégias de controlo
Temas: A necessidade de ficar só: (a) tristeza, (b) aborrecimento, (c) sentimento de incompreensão
(d) perplexidade com o futuro e com a mudança, A importância de viver os sentimentos menos 43
agradáveis: (a) os contrastes de dão significado às coisas; (b) a irrealidade das coisas perfeitas
(negação das coisas más)
Temas: Atitude:(a) ser cúmplice, (b) ser passivo / deixa andar, (c) ser firme, Evitar o Confronto:
consequências do adiamento de um problema (confronto com as regras) Gestão do Conflito:(a)
impor, (b) explicar, (c) propor alternativas, (d) sugerir soluções
Temas: Consciencialização: (a) o outro como espelho – pensar em mim a partir do que percebo no
outro, (b) oferecer-se como referência – de que serve ao outro a nossa experiência? Como transmiti-
la sem parecer paternalista Contextualização: ajudar a ver um problema em função do tempo e do
contexto (a) as mudanças que já ocorreram e as que ainda estão para vir (b) comparação com outras
pessoas da mesma idade (c) explorar o que já foi tentado e o que ainda pode ser feito em relação ao
43
Manual Eu e Os Outros
problema; Reconhecer e validar o que o outro está a sentir – a valorização do outro como fator
reconfortante
Proposta de atividade: levantamento do modo como cada um se vê, como gostaria de ser, o que faz
para se aproximar do seu ideal.
Temas: Poder contar com o outro: o resultado da partilha, Pesar o positivo e o negativo:(a) o que
deve ser mantido, (b) o que pode ser melhorado Valorizar o que foi possível – o ideal como inimigo
do bom, especialmente quando toca à ajuda ao outro.
44
44
Manual Eu e Os Outros
45
45
Manual Eu e Os Outros
46
Exploração de conteúdos de reflexão por parágrafo
Temas: Preocupação com a imagem: ser prática, ser vaidosa, ser exigente ou despreocupada.
Cuidado pessoal: a preocupação com a imagem sobrepõe-se à higiene pessoal
Parágrafo 3 – (dormir mais um bocadinho)
73B
Temas: Gestão do atraso: (1) corresponder à responsabilidade em desfavor do seu cuidado pessoal;
(2) cuidar de si em desfavor dos compromissos assumidos; As consequências de uma má decisão.
Temas: O respeito pelo outro: pensar na amiga vs. poupar recursos (SMS).
46
Manual Eu e Os Outros
mesma questão não aplicada a fato de banho mas a outro bem. Que bens justificariam uma decisão
deste tipo?
Temas: Níveis de proximidade: opção entre momentos de maior intimidade com um(a) amigo(a)
mais próximo(a) ou preferir a diluição no grupo. Fatores de Identificação: o que nos faz sentir mais
próximos dos nossos amigos a) gostos comuns, b) mesmo nível socioeconómico, c) objetivos
comuns, d) ideais/valores comuns, e) não querer ficar sozinho... A Influência das culturas juvenis
nas amizades: exploração da ideia de que um grupo de pertença possa interferir numa amizade.
Levantamento de situações conhecidas pelos elementos do grupo. 47
Proposta de atividade: explorar as subculturas juvenis conhecidas: os punks, os dreads, os
rastafari, os góticos, os freaks, os emo, os betos, os surfers, os skaters, os nerds, os geek… O
que os distingue? Interesse? Estilo? Música? Rivalidades? (sugere-se pesquisa na Wikipédia, Google
scholar, e outros motores de busca semelhantes)
47
Manual Eu e Os Outros
Proposta de atividade: pedir ao grupo que reflita sobre quais as modalidades que melhor
desenvolvem o corpo, em função da sua estética pessoal. Ter em consideração a diferença de
género.
Temas: O espaço próprio: o desejo de proximidade física vs. a necessidade de espaço próprio. A
variação desta necessidade ao longo da vida.
Proposta de atividade: levantamento dos comportamentos que os jogadores têm quando estão na
praia.
Temas: A praia como um contexto de exposição aos outros: a exibição, a privacidade, a vergonha.
O Body Building / Musculação / Culturismo – As práticas: forma isométrica (contração mantida),
H
48
Manual Eu e Os Outros
Parágrafo 38, 40, 67, 68, 69, 70, 71, 73, 74, 78 – (Conversa com a Catarina e o
88B
Jamal)
Temas: Atitudes face ao risco de conflito: 1) envolvimento no conflito – dar opinião que obriga a
U U
tomar uma posição contra ou a favor de alguém de quem se gosta; 2) o silêncio como forma de evitar
o conflito; 3) de svalorização dos sinais de conflito; 4) procura de mais informação que permita uma
ee U U
tomada de posição mais segura; 5) ganhar tempo para poder pensar melhor sobre o assunto.
U U
49
Manual Eu e Os Outros
ficar)
Temas: Resistir à influência da amiga, não querer alinhar nas atitudes de rejeição, poder pensar
pela sua cabeça. A Confiança na relação que permite escolher diferente - ter de escolher entre duas
partes; o medo de magoar a amiga; A Frontalidade: ter de escolher entre dizer a verdade e magoar
o outro, ou evitar o confronto com situações potencialmente tensas. A Tolerância à frustração – ser
ou não capaz de suportar algo desagradável em prole de manter o grupo unido.
50 Temas: Confrontação de imagens – arriscar dizer ao outro o que se pensa dele. A importância de
ser honesto consigo. A capacidade de suportar o choque do outro e ajudar a reconstruir uma melhor
atitude. A tentação de fugir ao confronto com o outro e alimentar uma imagem de si desadequada. A
Imagem de si: Como se constrói? O que a mantém? Os outros como espelhos de nós.
Proposta de atividade: o Jogo do Totem
Temas: O peso do silêncio: a dificuldade de encontrar as palavras certas para ajudar o outro a lidar
com o sentimento doloroso. A dificuldade de suportar o silêncio. Dar espaço ao outro para pensar vs.
fugir da situação tensa.
Parágrafo 46, 50, 51, 55 – (Sabes o que se está a passar – fazer um charro)
79B
Temas: A procura da forma certa de dizer as coisas: A diferença entre saber o que se quer dizer e
encontrar a forma certa de se dizer. Ser frontal. Dar exemplos. Atenuar a intensidade do que se quer
dizer. “É porque sou teu amigo(a).”
50
Manual Eu e Os Outros
Proposta de atividade: (1) propor um role playing. Pedir que um conjunto de voluntários represente
a situação e solicitar à plateia que experimente formas diferentes de conduzir a conversa explorando
os prós e os contras de cada uma das situações. (2) Em alternativa o dinamizador poderá propor ao
grupo que se organize em trios em que um jogador tem a tarefa de comunicar ao outro uma
informação difícil de dar (que ele é chato, que cheira mal da boca, que não o querem na equipa, etc.)
o outro deverá reagir à situação enquanto o terceiro jogador observa e devolve, no final da
representação, o sentimento que lhe ficou de assistir à conversa. Todos os jogadores passam por
todos os papéis. No final o dinamizador conduzirá uma conversa em torno das diferentes experiências
vividas. Para facilitar esta dinâmica, o dinamizador pode organizar previamente pedaços de papéis
com os conteúdos que devem ser comunicados de modo a evitar que a situação fique dependente da
51
imaginação dos jogadores.
Temas: O sentimento de ter conseguido falar sobre o que era preciso ser falado.
Temas: Compreender o comportamento: tentar perceber porque é que alguém tem a necessidade
de ser gabarolas – não ter a noção de o fazer, achar que se é realmente melhor do que os outros,
querer ganhar o reconhecimento dos outros, não querer parecer ignorante ou incapaz, etc. Processo
de mudança: perceber que não se muda só porque os outros querem. A mudança implica tempo e
fases. 1) reconhecimento da necessidade de mudar, 2) levantamento de ganhos e perdas resultantes
da mudança; 3) aceitação dos custos da mudança; 4) definição e concretização de uma estratégia de
mudança; 5) perpetuação da mudança.
Temas: O Moralismo: por muito que se tenha razão o moralismo por vezes apenas reduz a
disponibilidade do outro para escutar. Os perigos do consumo: é frequente cair-se no erro de
enunciar os perigos associados ao consumo, contudo ao perigo está igualmente associado a noção
de desafio – às regras, aos riscos, aos adultos, etc. - que tem um efeito de atracão para o consumo.
Por outro lado, o facto de alguns efeitos nocivos do haxixe não serem imediatos, resulta na
desvalorização dos argumentos contra o consumo. Formas alternativas de prazer: pode ser
importante perceber o que leva estes jovens a precisarem de sentir outras sensações para além
daquelas que a praia lhes estava a dar.
Proposta de atividade: solicitar ao grupo que reúna argumentos que considerem válidos para
convencer alguém a não consumir haxixe e promover uma discussão em torno dos resultados
obtidos.
51
Manual Eu e Os Outros
aceitar. A pressão de pares: muitos dos primeiros consumos resultam para além da curiosidade, da
pressão que os outros exercem sobre o jovem, mesmo que não seja ativamente, ridicularizando,
frequentemente de forma passiva ao colocar a pessoa face ao receio sobre a reação dos outros face
à sua opção de consumir ou não. A capacidade de dizer não: existem múltiplas maneiras de dizer
não (não afirmativo, não explicado, “agora não”, “não posso” vs. “não quero” ou “não preciso”,
etc.).Pode ser importante explorar estas diferentes formas antes de se confrontar com este tipo de
situação. Os sinais do consumo: existem um conjunto de sinais que traem o consumo de haxixe
mas que podem ser confundidos com e conduzirem a desconfianças muito delicadas. O sinal mais
evidente é frequentemente o receio do próprio consumidor de ser identificado e que o leva a
comportar-se de forma pouco à vontade. O efeito desinibidor da substância é também por vezes fácil
52
de se observar. Fazer opções: quando duas realidades são incompatíveis – estar com quem
consome dificulta estar com quem não consome
Proposta de atividade: dinâmica de grupos: O Jogo do Porteiro.
Temas: O que é ser Amigo? Quais são os limites da amizade? O que distingue um amigo de um
conhecido? O que se espera de um amigo? Diferentes papéis para diferentes feitios. Lidar com a
zanga de alguém: como nos sentimos, como reagimos, o que dizemos? A importância da zanga
como forma de conduzir a uma relação mais forte. O medo de que a zanga estrague a relação. Como
se repara uma relação depois de uma zanga? Ser firme apesar da zanga ou recuar para a evitar. Dar
espaço/tempo ao outro para poder pensar sobre as coisas.
Temas: O medo da intimidade: receio de não saber lidar com os conteúdos do segredo; Falta de
tato – não ter a noção da importância da decisão de partilhar o segredo, não ser capaz de escolher a
atitude certa para receber o segredo do outro; Não querer ter o papel de confidente: achar que não
se tem o perfil para lidar com as questões dos outros. Diferentes tipos de segredo: nem todos os
segredos devem ser aceites sobretudo se põem em causa a segurança ou a saúde de alguém.
52
Manual Eu e Os Outros
sintomatologia normal - aumento da frequência cardíaca, maior sensibilidade aos estímulos externos
– por interferência de características psicológicas individuais - maior insegurança, baixa autoestima,
desconfiança, medo, etc. Estados confusionais – algumas pessoas, em função de características
psicológicas prévias, podem, sob o efeito da cannabis, desenvolver estados de perturbação
psicológica que envolvem confusão no tempo e no espaço, autorreferenciação e até mesmo delírio.
Dá-se a este estado o nome de psicose cannábica , estado este que poderá assumir um carácter mais
U
estável sem remissão total. Os jovens referem-se a este estado com “sentir-se queimado” traduzindo
a incapacidade de concentração, investimento e de se proteger de ideação persecutória. As
diferentes apresentações da Cannabis no mercado em que, para além do haxixe prensado (pedra,
sabonete) surge o pólen (aparência de planta fresca com flor e folha), as bolotas (planta prensada
53
enriquecida com óleo de haxixe), e o óleo de haxixe – (formato líquido), têm facilitado o surgimento
destas situações, com os jovens consumidores a experimentarem tipos de cannabis com uma
concentração de THC (tetrahidrocannabinol) várias vezes mais elevada pensando tratar-se da
concentração habitual.
Temas: Fugir aos conflitos: consequências de evitar sempre os conflitos. O não envolvimento nas
questões que nos dizem respeito fazem-nos passar ao lado das relações e dos problemas. O medo –
de ser injusto, de magoar, de não saber lidar com as coisas, de não suportar as consequências, etc. -
como fator que não permite desenvolver as relações.
Proposta de atividade: levantamento junto aos jogadores das situações de que se tem medo nas
relações com os amigos. O dinamizador deverá ter o cuidado de não permitir que se goze com o
medo expresso e garantir que quem não tem aquele medo explique como faz para não deixar aquela
situação tornar-se tão assustadora para si.
Temas: Ser persistente: não desistir à primeira dificuldade, sobretudo face às implicações da
decisão que estão prestes a tomar. Participação de todos: quando o conflito envolve várias partes é
importante que todos possam participar em conjunto no esforço de resolução do problema. De outra
forma quem não participa pode sempre pôr em causa as conquistas conseguidas ou levar questões
que não foram exploradas na conversa em que não participaram.
53
Manual Eu e Os Outros
benefício mútuo envolvendo frequentemente cedências de parte a parte. 2) uma parte sobrepõe-se à
U
outra – alguém impõe o seu poder ao outro obrigando-o a recuar ou a assumir erros sem nada em
U
troca. 3) ambas as partes perdem – situações em que há ruturas, como zanga, destruição,
U U
penalização mútua. A importância de um mediador face ao conflito – alguém que arbitre a situação
tornando-a leal e justa. A dificuldade de ser árbitro em causa própria. Não é mediador quem quer mas
quem é respeitado e escolhido por ambas as partes.
Temas: Reunir informação: nem toda a informação na Internet é de qualidade. Ter cuidado com a
escolha das fontes. As características das substâncias, os seus efeitos e as consequências do seu
consumo.
Proposta de atividade: O grupo deve fazer uma pausa no jogo e entrar em contacto com a linha
Vida (1414) (via internet ou telefone) para saber informações/tirar dúvidas sobre a temática.
A Linha Vida funciona todos os dias úteis das 10:00 às 18:00, é gratuita, anónima e confidencial. No
âmbito do jogo, dizer de onde liga, e qual a história que estão na jogar.
Temas: Ajudar os amigos a encontrar pontos em comum: os gostos comuns ajudam a ultrapassar
as barreiras à relação. A Entreajuda: Ajudar nem sempre significa ter a resposta podendo traduzir-se
no promover o contacto com quem a tenha e esteja na disposição de ajudar.
54
Manual Eu e Os Outros
Catarina)
Temas: Ser Incoerente: Dificuldade de ter um pensamento estratégico. Às vezes um insucesso numa
área pode permitir um sucesso noutra área. Correr riscos. A possibilidade de Reformular uma
opinião quando se percebe um erro.
Temas: O Humor como forma de quebrar a tensão. Ainda que seja uma estratégia de risco – pode
ser confundida com o gozar com a situação – o humor pode ajudar a criar um clima mais propício a
um entendimento. Rituais de redução de tensão – o cachimbo da paz, os cumprimentos, as refeições 55
antes dos negócios, etc.
Temas: A reparação das relações, quando é possível encontrar pontos de contacto entre pessoas
que não se gostam. A função de proporcionar o encontro entre pessoas que se podem ajudar
mutuamente. A transformação pessoal que pode resultar de uma confrontação dolorosa. O valor dos
títulos: o que têm de ridículo e o que proporcionam na promoção de uma melhor autoestima
Proposta de atividade: a atribuição de títulos a cada jogador em função da sua participação no
projeto. Ex. o mais crítico, o mais participativo, o mais provocador, etc. Todos os títulos devem ser
dados enquanto contributo positivo.
55
Manual Eu e Os Outros
57
57
Manual Eu e Os Outros
cabendo ao MJ não apenas a auscultação do grupo sobre estas matérias, mas acompanhá-los na
recolha de informação adicional que permita a consolidação ou a mudança de perceções.
Temas: A pressão dos mais fortes sobre os mais frágeis. A agressão física. O sentimento de
insegurança e desproteção. Atitudes face à pressão: confronto, evitamento estratégico, submissão.
58
Manual Eu e Os Outros
Temas: O Fugir ao problema. Consequências desta opção. O adiar das questões até ao próximo
encontro, o aumento da tensão e do medo, a limitação nos percursos (evitar os locais por onde
andam os agressores)
Temas: A lei: presentemente a lei proíbe o consumo de tabaco em espaços públicos, restringindo-o a
contextos privados, ao exterior ou a espaços equipados com extratores de ar com capacidade
claramente definida. A mesma lei obriga as tabaqueiras a informar os consumidores dos efeitos
59
nocivos do tabaco. As atitudes face à pressão – ser pedagógico, confrontar, ser agressivo. A
importância de saber ler o oponente e adequar a atitude face aos riscos. A diferença entre a coragem
e a inconsciência.
Proposta de atividade: solicitar aos jogadores que recolham informação sobre a lei do tabaco, a
história desta substância, a sua forma de produção, os perigos para a saúde, etc.
59
Manual Eu e Os Outros
Proposta de atividade:(1) solicitar aos jogadores que pensem numa campanha de prevenção do
tabagismo: produzir um poster para uma campanha, idealizar outras ações, pensar nos recursos
necessários para as organizar. (2) propor um calculo das despesas com o tabaco que um fumador faz
ao fim de 1 mês, 1 ano, 5 anos, 20 anos; o dinamizador poderá explorar a perceção do grupo quanto
à quantidade de tabaco fumado por um fumador regular e utilizar o valor médio como referencia para
o cálculo. Comparar a despesa de um fumador que consome 1 maço de tabaco por dia com o
consumo de 3 maços por dia ao fim do mês.
60
Parágrafo 16, 23, 26, 28 – (Vais procurar um cigarro)
117B
Temas: A proibição da compra de cigarros por menores. Os adultos que pedem aos menores para
comprarem cigarros. As penalizações previstas para os vendedores. Mentir ou respeitar a lei. A
multiplicidade de marcas e tipos de cigarro: as cores que traduzem diferentes concentrações de
nicotina, monóxido de carbono e alcatrão; a falsa ideia de que existem cigarros que fazem menos
mal. A promoção do tabaco: porque é que a publicidade foi proibida e formas alternativas de
promover o consumo de tabaco e de determinadas marcas: os filmes/novelas, as fotografias, a
utilização das marcas de tabaco associadas a outro tipo de produtos (ex. Camel, Marlboro…). A
dificuldade de parar: a dependência do tabaco: física e psicológica – a rapidez da instalação da
dependência (surge em muitos casos antes do consumo regular). Substância de iniciação a outras
drogas (com igual peso que o álcool). Apoios e métodos para deixar de fumar. Pesquisar: Linha SOS
Deixar de Fumar (808.20.88.88) ou www.parar.internet e www.help-eu.com .
HTU UTH HTU UTH
Temas: A tomada de decisão / gestão de um conflito interno: Entre dois males: contar uma
verdade que vai trazer dificuldades ou mentir e prolongar o problema. A escolha de um mal menor.
Temas: A gestão das expectativas dos outros. Conseguir corresponder ao que esperam de nós. O
sentimento de incompreensão. O confronto com o inevitável – emoções associadas.
Proposta de atividade: solicitar aos jogadores que imaginem o tipo de emoções que se vive numa
circunstância destas e como é que estas emoções se traduzem em sinais externos de
comportamento. (2) o dinamizador poderá propor um pequeno role-playing no qual os jogadores
ensaiem maneiras de contar o que se está a passar ao pai, de diferentes formas em busca da mais
eficaz a traduzir o que o Emanuel está a sentir naquele momento.
Temas: A higiene pessoal: cuidar de si depois do exercício físico: tomar banho, mudar de roupa,
repor os níveis energéticos do organismo (beber uma bebida isotónica, comer algum alimento (barras
de cereais, banana, …). A vergonha: a dificuldade de expor o seu corpo nas mudanças pubertárias –
60
Manual Eu e Os Outros
Temas: O impacto das preocupações no bem-estar das pessoas. Entre o benefício coletivo e o
sacrifício individual. A necessidade de descontrair – atividades a que as pessoas recorrem quando
estão tensas.
Proposta de atividade: Listar um conjunto de atividades que ajudem a descontrair.
61
Manual Eu e Os Outros
Proposta de atividade: Criar em conjunto uma letra de rap que exprima o sentimento que esta
história provoca (2) Listar músicas que o grupo identifique como tendo letras com que se identifiquem.
(3) Organizar uma sessão de escuta de músicas e leitura das letras.
Temas: As coisas que mais nos irritam: as bocas, as alcunham, as injustiças, etc. Como lidamos com
quem nos irrita – responder com o mesmo tipo de provocação, chorar, fugir, bater, desvalorizar, etc.
Proposta de atividade: pedir aos jogadores que escrevam num papel o que mais os irrita que lhes
seja dito, não se identificando. Os papéis são dobrados e misturados num saco e cada um, à sua vez
62
tira o seu papel e lê o que tem escrito falando dessa irritação como se fosse a sua. Não pode gozar
com o que lhe coube em sorte. Apenas pode falar da irritação que lhe causa aquela situação e o que
faz para lidar com ela. Durante o jogo nenhum jogador poderá revelar o que escreveu no papel que
pôs inicialmente no saco.
Temas: O sentimento de loucura. A perda de sentido das coisas que nos rodeiam. As emoções que
estão associadas ao estado de confusão. O sonho / pesadelo – o sonho como parte do sono; os
sonhos de que nos lembramos e os que não nos lembramos e pensamos que não sonhámos; a lógica
especial dos sonhos, diferente da lógica do real; o valor simbólico dos sonhos – raramente a
mensagem dos sonhos é direta. O sonho como forma de tentar resolver problemas do dia-a-dia. Os
sonhos de repetição.
Proposta de atividade: pedir que cada jogador tente lembrar-se do sonho mais estranho que já teve.
Evitar interpretações ou comentários de gozo. (2) Pedir que os jogadores procurem um sentido no
sonho do Emanuel.
Temas: Não querer falar de um assunto – mentir, dizer frontalmente, mudar de assunto, inventar uma
desculpa para ter de ir embora.
62
Manual Eu e Os Outros
63
http://www.youtube.com/watch?v=1j6YA03hm4k – Bullying verbal / Bullying no feminino;
HTU UTH
( http://www.aventurasocial.com/main.php ).
HTU UTH
Temas: Falar com alguém sobre o que nos incomoda. Características importantes para incutir
confiança em alguém – não recriminar, não julgar, não interpretar, não ter pena, reconhecer as
dificuldades e situar-se face a elas, respeitar a privacidade. As consequências de não confiar em
ninguém – ficar sozinho com o problema, mais medo, achar que o problema é seu para atrair os
maus-tratos.
Temas: A competição: a necessidade de ganhar, o prazer de jogar, o medo de perder. Ter de ser o
melhor. O desafio como forma de se autoavaliar. A importância do reconhecimento dos outros. A
ansiedade da competição. O evitamento de situações de competição. A compulsão pelo jogo. A
pressão dos colegas: aceitar jogar para agradar aos outros, recusar a situação por uma questão de
respeito por ti, agradar a ideia de integrar um grupo ganhador. Formas indiretas de maus-tratos:
rebaixar, ridicularizar, chamar nomes, ameaçar, etc.
Parágrafo 65, 67, 68, 74, 75, 76, 80 – (Falar com o pai)
133B
Temas: Dificuldade de chegar aos pais. Medo de ser repreendido ou criticado. A distância entre
pais e filhos. Os pais de uns e os pais dos outros. A ideia de que os dos outros são melhores que
nos nossos, mais protetores, mais compreensivos, mais tolerantes, etc. O receio de que as pessoas
não aprendem e reagem sempre da mesma maneira – as más experiências anteriores que nos
limitam. O sentimento de vergonha. Permitir-se ser surpreendido pelo outro. A aproximação entre a
63
Manual Eu e Os Outros
Parágrafo 66, 69, 70, 71, 72, 74, 81 – (Falar com o professor)
134B
64
Temas: Confiar vs. Delegar. O sentimento de vergonha. Atitude dependente/passiva: pedir ajuda
para que o outro resolva o problema. Os adultos referência.
Proposta de atividade: pedir que cada jogador, que sem se identificar, escreva num papel em quem
confiaria na escola para contar um problema. O pedido pode ser desdobrado entre professores e
alunos. No final o grupo, trabalha os dados para perceber quem são as pessoas-referência eleitos
pela turma.
Temas: A importância de perceber que não se pode generalizar um aspeto negativo a todas as
pessoas do mesmo grupo de pertença.
Proposta de atividade: pedir ao grupo que faça um levantamento de situações que conheçam em
que a generalização é injusta.
Parágrafo 75, 77 – (esperar pela altura certa para falar com alguém)
137B
Temas: O sentimento de urgência que nos leva a escolhermos os momentos errados para ter
conversas importantes. Criar o ambiente certo para uma conversa – não recorrer ao telemóvel para
ter uma conversa importante. A defesa de dizer coisas que nos embaraçam sem estarmos a ver o
outro.
Proposta de atividade: propor ao grupo um jogo em que os jogadores formam pares e devem ter
uma conversa em torno de um tema significativo a escolher pelo dinamizador (um pedido de ajuda,
por exemplo). Atribuir aos pares formas diferentes de comunicar o pedido – (1) de costas um para o
outro, (2) sem poderem falar, (3) cada um no seu extremo da sala, (4) à distância com recurso ao
telemóvel, (5) face a face, (6) por escrito em papel, (7) por escrito em SMS, etc. O pedido de ajuda
deve ser claro e definido previamente para que todos estejam a concretizá-lo ao mesmo tempo. No
final reflete-se sobre o impacto dos diferentes canais.
64
Manual Eu e Os Outros
Temas: Expor o bully à opinião dos outros: envolver os outros num problema que é de todos. Evitar
que o problema seja de cada um isoladamente.
Proposta de atividade: pedir a cada jogador que escreva um artigo de jornal no qual denuncie uma
situação hipotética de bulliyng.
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Manual Eu e Os Outros
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Existe um conjunto de grandes temas que se distribuem ao longo desta história. Listaremos num
primeiro momento esses temas, trabalhando, depois de uma forma mais específica, cada um dos
parágrafos explorando pequenas questões que poderão ser orientadoras do processo de exploração
da narrativa. Deste modo os temas gerais são:
1. A dinâmica famílias – regras e rituais;
2. Projetos e limites;
3. O peso económico do consumo de Tabaco no orçamento familiar;
4. Os desencadeantes da dependência sem substância;
5. Os esquemas associados à dependência;
6. As Novas Substâncias Psicoativas;
7. O sistema de tratamento;
8. O abandono escolar;
9. Programas de formação alternativos;
10. A confiança;
11. O segredo;
12. A ajuda informal através dos pares.
Estes temas são explorados com maior e menor clareza no decurso da narrativa, contudo é no
processo de exploração dos temas, que os conteúdos poderão emergir de forma mais consistente
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Manual Eu e Os Outros
cabendo ao MJ não apenas a auscultação do grupo sobre estas matérias, mas acompanhá-los na
recolha de informação adicional que permita a consolidação ou a mudança de perceções.
Temas: A Autonomia: poder ou não sair quando se quer. O Controlo: necessidade ou não de se
dizer para onde se vai; sentimentos associados – pressão, irritação, (in)segurança, etc.; As
necessidades dos outros – perceber que as regras familiares (dizer para onde se vai) servem para
garantir a segurança e a estabilidade da família. O Respeito: ser ou não capaz de cumprir com a
dinâmica da família respeitando a diferença de estatuto entre pais e filhos. Avisar antes de sair: dar a
saber por onde se anda; aceitar a definição de limites. Cumprir com as combinações.
Proposta de atividade: (1) saber como é que as mães de cada um reagiriam se lhes dissessem para
se meter na sua vida. Quais poderiam ser as consequências (2) fazer um exercício de imaginação e
projetarem-se no futuro tentando prever a atitude que tomariam se um filho lhes dissesse para que se
metessem na vida deles.
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Manual Eu e Os Outros
Temas: Os pontos de encontro: os locais de frequência habitual; Quem para lá pára. Porque se
escolhem estes sítios: pela frequência, pelo estilo de lugar, pela proximidade, pelo não cumprimento
das regras, pelos esquemas que por lá se fazem, etc. Os salões de jogo: o snooker, o bilhar, as
máquinas de jogos, as setas… Espaços de diversão que se misturam com locais para apostas
informais e ponto de encontro para esquemas. Potencial associação do jogo ao consumo de álcool e
tabaco.
Proposta de atividade: explorar com os jogadores quais os fatores que condicionam a escolha dos
seus locais de encontro: o acesso livre à internet, a simpatia do dono, a estética do local, a
acessibilidade, a existência de jogos, etc.
Proposta de atividade: explorar com os jogadores quais os seus jogos favoritos, qual a frequência e
intensidade com que jogam. Traçar o perfil médio da turma, diferenciando os géneros.
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Manual Eu e Os Outros
Temas: As tarefas de que não se gosta. Viver na confusão, vs. manter o seu espaço pessoal
organizado. Saber onde estão as coisas. A iniciativa pessoal vs. a imposição familiar. A descoberta
de coisas do passado. Como e onde se guardam as recordações do passado. Do que é que se
lembram do tempo do 1º ciclo ou do pré-escolar. As alcunhas e os nick-name – quem as pôs,
porquê, as que gostamos, as que nos envergonham e as que nos irritam.
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Temas: A integração na escola: junto aos colegas, aos professores e à cultura escolar. A motivação:
a capacidade de perceber a aplicação direta dos conteúdos aos projetos de vida futuros e imediatos.
A importância das características pessoais dos professores na motivação dos alunos. A capacidade
de investir a longo prazo – apostar agora para recolher os frutos mais tarde. O imediatismo como
facto de desequilíbrio.
Temas: Os métodos de estudo: sublinhar, fazer resumos, repetir e decorar, fazer exercícios, etc. Os
fatores de distração: a música, a televisão, as revistas, outras pessoas, etc. O espaço de trabalho:
à secretária, na cama, no café, etc. O tempo de estudo – períodos curtos com pequenos intervalos,
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Manual Eu e Os Outros
períodos longos únicos, etc. Tomado de ponta: as coisas que fazemos que nos marcam aos olhos
dos outros.
Proposta de atividade: explorar com os jogadores os seus métodos de estudo pedindo a cada um
deles que comente a forma como o Patas se organizou para preparar o seu próximo teste.
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Parágrafo 23 – (o jantar)
146B
Temas: O jantar em família vs. cada um come à sua hora. As interferências: comer com a televisão
ligada, atender o telefone/telemóvel durante a refeição. Quem fala à hora do jantar sobre o quê – os
filhos contam as novidades e atualizam os pais? Os jovens interessam-se pelas atividades dos pais?
Só se fala da escola? Não se fala? É um tempo agradável ou aborrecido. Pratos favoritos. A
importância da alimentação na dinâmica familiar – é o único momento em que estão todos juntos, ser
um momento divertido pelo prazer que todos têm.
Temas: Resistência às coisas de que não gostamos. Aproveitar o que nos distrai – as motos, uma
conversa... Os sonhos que nos distraem. Lidar com uma má imagem junto aos professores. O
sentimento de injustiça vs. uma situação compreensível. Explorar o interesse dos adolescentes pelas
motos tendo em atenção a diferenciação por género: a sua importância para a autonomia, para o
estatuto, para o engate. Os estereótipos ligados às paixões pelas motas (os motards).
Temas: A boa educação vs. o desafio. A desconfiança do professor. Atitudes – ignorar, provocar,
confrontar, esclarecer...
Temas: Reagir à surpresa. Pensar em si ou nos outros. Procurar um espaço mais tranquilo para uma
conversa. As mil coisas em que se pensa num reencontro.
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Manual Eu e Os Outros
Proposta de atividade: pedir aos jogadores que identifiquem um reencontro que desejassem muito
(um amigo que foi para longe, um familiar, uma pessoa muito significativa). Em seguida pode pedir
que cada um pense em coisas que lhe gostasse de dizer quando se reencontrassem. O dinamizador
pode propor que se representem alguns destes encontros, se considerar que o grupo tem maturidade
suficiente para o fazer. Deve ter o cuidado de se centrar mais no plano cognitivo de compreensão das
diferentes coisas que nos passam pela cabeça num reencontro e menos nas emoções que, podendo
ser intensas, serão mais difíceis de controlar pelo dinamizador
Temas: Emprestar ou não o dinheiro. Implicações – pôr em causa a amizade, não voltar a ver o 71
dinheiro, questionar uma relação que após tanto tempo sem se verem é reatada desta forma. Os
sacrifícios em prole das amizades. Querer saber ou não para o que é – os amigos confiam e não
precisam de saber; mesmo sendo amigo tenho de saber para o que é. Ter medo de ficar a saber de
mais. Não se querer meter na vida do amigo. Antecipar que não é para boa coisa. Diferentes formas
de dizer não.
Temas: Como compreender a recusa. Sentimento de menor à-vontade e de perda dos laços.
Vergonha do mau aspeto? O evitamento como forma de defesa.
Temas: O que se bebe no bar – explorar a lei do álcool tendo em conta que o Patas ainda não tem
18 anos. Analisar o que se poderá ter passado para que o Patas tenha uma cerveja à sua frente (ex.
o empregado do bar não conferiu a idade, facilitou a aquisição, o amigo comprou as bebidas para os
dois). Consequências à luz da nova lei (penalização com coima da pessoa que facilita o acesso à
bebida alcoólica a um menor). O consumo de anfetaminas e metanfetaminas: a substância – efeito
estimulante do SNC. Tipos de apresentação: cápsulas, comprimidos e pó. Algumas destas
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Manual Eu e Os Outros
substâncias estão presentes em produtos criados para outros fins, como por exemplo fertilizantes de
plantas. Tipos de consumo – fumado, injetado ou snifado. Efeitos – euforia, desinibição, sentimento
de ativação (mais concentrado e produtivo), em algumas ocasiões, agressividade, falta de apetite,
fadiga e hiperatividade. Pode provocar dependência psicológica – ansiedade, agitação, depressão,
ideação suicida. A nível físico pode provocar taquicardia, suores, náuseas, vertigens, aumento da
tensão arterial, tiques (morder os cantos da boca) ou movimentos estereotipados. A sobredosagem
pode resultar em convulsões, cãibras, náuseas, irritabilidade, alucinação, insuficiência respiratória e
em situações extremas, à morte. Pode interferir com a atividade sexual, com alterações da líbido e
até mesmo impotência. No calão estas substâncias assumem vários nomes, como met, cristal, ice ou
adotando o nome de marcas como blow, bliss, entre outros.
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Proposta de atividade: pesquisa na internet sobre a substância.
Temas: A Intensidade: jogar muito tempo e em ciclos horários trocados. As perturbações do sono.
As estratégias para se manter acordado: o recurso a substâncias, o dormir de dia. O tipo de relação
como jogo: assumir-se como apreciador de um tipo específico de jogo ou ser um jogador de
múltiplos interesses: a mistura de jogos ou o funcionamento por ciclos de grande investimento em
jogos específicos (jogar intensamente até se fartar). O Jogo em rede: jogar com outros ou contra
outros, individualmente ou em equipas. A possibilidade de integrar redes internacionais ligadas a
jogos específicos. Implicações: domínio mais alargado das línguas, desenvolvimento de relações
mediadas por uma atividade, alteração dos ritmos de vida em função da conjugação de
disponibilidades com outros elementos da rede. A escalada do comportamento: a evolução
progressiva do comportamento de uma fase recreativa pontual até ao assumir da centralidade no dia-
a-dia do indivíduo. O caracter compensatório do jogo: preencher tempo livre, compensar a
impossibilidade de estar com outras pessoas, combater o aborrecimento ou o isolamento, falta de
projetos ou objetivos, formas alternativas de realização pessoal. O comportamento compulsivo:
comportamentos sobre os quais não se tem controlo e que têm um caracter intrusivo na vida de uma
pessoa. Estão frequentemente associados a formas de controlo da ansiedade mas acabam eles
próprios por se tornarem fonte da própria ansiedade e mal-estar, quando não é possível adotá-los.
Base dos comportamentos aditivos sem substância.
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Manual Eu e Os Outros
pessoal, como estratégia de redução de conflitos. O impacto destas estratégias nos vínculos
familiares: do visionamento em família, ao isolamento e à criação de distâncias.
Proposta de atividade: explorar com os jogadores quais as suas séries prediletas e quais os hábitos
de visionamento.
Temas: O jogo a dinheiro: Muitos dos jogos de azar, tem por estratégia de motivação do jogador, o
proporcionar ganhos mediante uma aposta. O exemplo mais popular prende-se com o jogo nos
casinos mas pode igualmente verificar-se no jogo online ou mesmo em situações de jogo privado.
Outra versão desta realidade é o jogo de apostas (ex. a lotaria, o totoloto, as raspadinhas, etc.) em
que o núcleo do jogo é a própria aposta. O dinheiro no jogo: Alguns jogos integram no seu
funcionamento a possibilidade do jogador investir em recursos, podendo adquirir componentes
essenciais para um maior sucesso no jogo. Tratando-se de um procedimento à base da compra a
crédito, está na base da perda de controlo sobre os gastos, nomeadamente quando estes são feitos
por menores usando os cartões de crédito de adultos.
Temas: Diferentes tipos de ajuda – medicamentosa, psicológica, social, jurídica, etc. Diferentes
níveis de ajuda – a prevenção (seletiva ou indicada) para pessoas que estão numa fase inicial do
problema e para as quais se considera que a dependência ainda não está instalada ainda que o seu
equilíbrio já esteja condicionado e o tratamento para quem já tem a sua vida comprometida pelo
comportamento aditivo. Motivação para a Mudança: as várias etapas no processo de mudança 1) a
negação do problema, 2) o reconhecimento do problema mas sem o sentimento de estar preparado
para mudar, 3) desejo de mudança 4) capacidade de agir no sentido da mudança, 5) capacidade de
manter a mudança conseguida. A importância de ajudar a pessoa a criar o desejo de mudar. Ajuda
especializada (Centros de Resposta Integrados das ARS/ ONG’s e IPSS ligadas a esta área) vs.
ajuda generalista (médicos de família). Grupos de Autoajuda (Jogadores Anónimos).
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Parágrafo 54 – (as novas substâncias psicoativas)
166B
Temas: A dependência do Jogo (Gambling) foi incluída pela primeira vez no Manual Diagnóstico e
Estatístico das Doenças Mentais (DSM) em 2001, sob a denominação de “Jogo Patológico”. A
definição desta doença centra-se exclusivamente sobre o jogo de apostas. Para ser diagnosticada
deverão estar presentes 4 sinais de uma lista de 9 critérios (nos últimos 12 meses). São eles (1)
precisar de jogar quantidades maiores de dinheiro para sentir o mesmo nível de excitação (2) ficar
inquieto ou irritado quando tenta reduzir o jogo, (3) a existência de esforços repetidos e infrutíferos
para parar de jogar; (4) pensamento dirigido frequentemente para o jogo (reviver, planear, procurar
maneiras de ter dinheiro para jogar), (5) jogar em fases em que se sente mais stressado, (6) jogar no
dia seguinte a grandes perdas para recuperar o dinheiro perdido, (7) mentir para ocultar o jogo, (8)
por em causa relações significativas, (9) confiar que alguém ajudará a compensar as perdas
resultantes do jogo
Os jogos que mais impacto têm na geração de dependência são, por ordem decrescente: jogos
clandestinos de cartas, jogos online, slotmachines (Henrique Lopes, 2009)
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Manual Eu e Os Outros
O problema pode surgir em qualquer idade. Jovens de género masculino iniciam-se mais cedo entre
família/amigos; preferem mais apostas desportivas; é um problema muito associado a impulsividade e
consumo substâncias. As mulheres iniciam-se mais tarde.
O Gaming (internet game disorder) é uma perturbação ainda em estudo. Envolve os problemas
resultantes do jogo compulsivo online. Apresenta critérios semelhantes à dependência do jogo de
apostas (pensamento preponderantemente direcionado ao jogo, irritabilidade por não poder jogar,
necessidade de mais tempo e mais intensidade de jogo para atingir o mesmo grau de satisfação,
perda de interesse por outras atividades com compromisso de relações interpessoais, utilização do
jogo como forma de compensação em estados de tensão com o encobrimento do comportamento
perante pessoas significativas. 75
O comportamento prolonga-se por 8 a 10 horas por dia com compromisso dos cuidados básicos
como a alimentação, a higiene pessoal e o tempo de descanso
Os problemas com o jogo são mais frequentes em famílias onde há problemas prévios de jogo ou de
alcoolismo.
Temas: Dentro das Dependências sem Substância podem ser incluídas a Adição à internet e às
novas tecnologias virtuais – pesquisa de informação, manter contactos através das redes sociais – a
Adição ao Sexo (Shaeffer, B., 2008), a Adição às Compras – aquisição compulsiva de bens e objetos
- a Adição ao Écran – numa abordagem mais alargada que inclui o jogo, lado a lado com o
visionamento compulsivo de séries televisivas, redes sociais e cybersexo. Todas estas adições têm
em comum a perda de controlo sobre o comportamento que se traduz no dedicar de mais tempo a
estas atividades em prejuízo de outras áreas essenciais do seu dia-a-dia. Compromisso de relações
significativas e da situação profissional, em função de consequências resultantes desta compulsão,
nomeadamente o acumular de dívidas no caso das compras, o crescente isolamento social no caso
da adição ao ecrã. No limite destas situações há experiências depressivas intensas que por vezes
envolvem ideação suicida. Todas estas situações extremas requerem tratamento que pode envolver
medicação, psicoterapia e em algumas situações, internamento.
Temas: São várias as componentes que contribuem para o caracter aditivo do jogo. A primeira e mais
importante é o prazer proporcionado na forma de excitação. A rapidez da resposta, o facto de o jogo
proporcionar sempre ação que muda constantemente e de forma imprevisível, é igualmente um facto
importante. A continuidade do jogo em histórias que se prolongam no tempo mantem o interesse na
sua exploração. Alguns jogos combinam personagens familiares de outras sagas de modo a
aumentar a adesão dos jogadores pela ligação aos personagens. A existência de um ranking que
permite ao jogador manter uma pressão constante para se superar e subir na classificação. Do
mesmo mofo a existência de um record constantemente a ser ultrapassado por outros adversários,
mantém o jogador preso ao jogo. Naturalmente, nos jogos de azar, o retorno de apostas é uma
estratégia dos produtores para prender o jogador ao jogo numa fase inicial, retorno esse que se torna
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Manual Eu e Os Outros
progressivamente mais difícil resultando em perdas que o jogadores de risco procurará reaver. Alguns
jogos de azar proporcionam situações de “near miss” em que o jogador tem a sensação que perdeu
por muito pouco e que se continuar a insistir poderá ganhar. Essas situações são frequentes em
apostas que envolvem combinações de elementos, falhando-se apenas um deles, sendo visível que
esse elemento em falta ficou num lugar muito próximo do lugar de seleção.
Temas: As consequências são diferentes consoante a gravidade da adição e os fatores que envolvem
a pessoa. A consequência mais frequente é uma degradação pessoal que resulta de um menor
76 cuidado com o próprio ao nível do sono e da alimentação. As consequências sociais são igualmente
significativas uma vez que esta prática limita o indivíduo ao contacto com outras pessoas com os
mesmos interesses, com clara fragilização das restantes relações significativas (familiares,
amizades,…). Projetos pessoais são abandonados pela sua incompatibilidade com o comportamento
aditivo. Há frequentemente implicações financeiras sobretudo quando o jogo é a dinheiro. No plano
psicológico, a dependência do jogo está frequentemente associada a processos depressivos que no
extremo podem envolver ideação suicida.
Temas: A gestão do dinheiro: a rapidez com que o dinheiro se gasta. Ter ou não mesada/semanada
– luxo de quem tem posses ou um treino importante mesmo em famílias com menos recursos. Os
sermões das mães.
Temas: O risco de abandono escolar: O impacto no futuro. A falta de formação de base condiciona o
futuro profissional. As soluções a curto prazo vs. o investimento. Estratégias de motivação para o
percurso escolar: a definição de projetos, grupos de estudo (entreajuda), seguir uma via
profissionalizante. O Programa Integrado de Educação e Formação (PIEF), enquanto medida de
exceção que se apresenta como remediação depois de terem sido rejeitadas outras respostas
existentes. O PIEF concretiza-se, mediante a elaboração de um Plano de Educação e Formação
(PEF) com base nos seguintes princípios: Individualização, tendo em conta a idade, a situação
pessoal, os interesses e as necessidades de inserção escolar e social do menor, com base em
diagnóstico inicial; Acessibilidade, permitindo a intervenção e a integração do menor em qualquer
momento do ano letivo; Flexibilidade, permitindo a integração do menor em percursos de educação
e formação ou de educação extraescolar, nomeadamente em ações suscetíveis de certificação ou de
creditação no quadro de percurso subsequente; Continuidade, procurando assegurar uma
intervenção permanente e integrada, através da frequência de atividades de desenvolvimento de
76
Manual Eu e Os Outros
Temas: A acusação – a injustiça , o tom de voz com que é feita, a agressividade . A conjugação de
U U U U U U
sinais. O dilema entre esclarecer e pôr o amigo em causa e proteger o amigo mantendo a crise.
Atitudes – passividade (não fazer nada), agressividade (subir o tom, contra-atacar), assertividade
(pedir para falar). A necessidade de pensar rápido vs. ganhar tempo para pensar melhor (confiem em
mim) – nem sempre ocorre a melhor resposta na altura. A desconfiança mesmo perante a verdade.
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Manual Eu e Os Outros
Temas: O confronto entre lealdades: a família é mais importante que uma amizade? Na
adolescência, com a crescente autonomização da família as amizades tornam-se mais importantes do
que a família?
Temas: A importância de organizar ideias para melhor ajudar. Afastar-se do problema como forma de
olhar a situação com maior distância. Pedir a opinião dos outros como forma de alargar a visão do
problema. A utilização da Linha 1414 como forma de apoio em termos informativos e em apoio à
78 tomada de decisão. O horário: das 10h às 20h. As regras: confidencialidade e anonimato. A
importância de saber o que se quer perguntar. As chamadas brancas e as brincadeiras como formas
de bloquear e desperdiçar um serviço público gratuito.
Proposta de atividade: o dinamizador pede aos jogadores que se organizem de modo a selecionar
os aspetos mais importantes da situação, escolham um porta-voz, liguem para alinha 1414 e peçam
uma orientação para a situação. Podem também recorrer ao e-mail. A pessoa que fizer a ligação deve
depois explicar aos colegas qual o resultado da sua conversa com o técnico da linha.
Temas: Confrontar o problema. Atitude face à reação do Xavier – ser passivo (arranjar o dinheiro), ser
assertivo (recusar o empréstimo propondo alternativas), ser agressivo (passares-te da cabeça).
Reagir à pressão: diferentes formas de ajudar – corresponder ao pedido ou recusando aquele pedido
específico de ajuda. Ajuda especializada: os Centros de Resposta Integrada e as Unidades de
Alcoologia das Administrações Regionais de Saúde – o que são, para que servem. Os diferentes
departamentos – prevenção, tratamento e reabilitação, monitorização formação e investigação. Os
Centros de Resposta Integrados enquanto respostas locais. A mediateca (onde se pode ir procurar
informação na área da toxicodependência), a Linha 1414 e os sites oficiais.
Temas: O limite da tolerância. A irritação como modo de tornar claro ao outro que está a ultrapassar
os seus limites. A diferença entre zanga/agressividade e violência. Acreditar no outro como base da
capacidade de ajuda. Ser honesto consigo vs. ser hipócrita.
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Manual Eu e Os Outros
mudança corresponde à antecipação do esforço e à avaliação dos recursos existentes para fazer face
ao mesmo. Se a mudança é percecionada na sua totalidade o esforço antecipado é maior e o receio
de não ser capaz conduz à desistência precoce. A definição de etapas permite não apenas um
melhor doseamento do esforço mas também uma noção de progressão através do atingir de metas
intermédias.
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Manual Eu e Os Outros
Temas: Fugir ao diálogo –aspectos de evitamento de diálogo sem razões aparentes; falar com os
amigos sem iniciativa. As características mais marcantes dos nossos amigos – a energia, a alegria,
o mau feitio, a maluqueira…
Proposta de atividade:propor aos jogadores que façam uma lista de amigos significativos e
escrevam uma característica marcante para cada um deles.
Temas: A atração: o que nos faz reparar em alguém – aspectos físicos (cor dos olhos, cabelos, as
mãos, as pernas, o peito, …) aspectos afectivos (ser meigo, ser forte e seguro, …) aspectos
comportamentais ou de atitude (ser cuidadoso, ser educado, ser rebelde…). Reações à sorte dos
outros – entusiasmo, cautela, inveja, ciúme, etc. O que nos faz avançar para a intimidade numa
relação, aspetos educacionais. As diferenças ao nível do género: não apenas o que varia no que
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Manual Eu e Os Outros
atrai mas também nas reações face à atração. Definição e compreensão dos conceitos de sexo e
género.
Proposta de trabalho – Pedir aos jogadores para desenharem numa folha branca um homem nu ou
uma mulher nua, o/a mestre de jogo recolhe baralha os desenhos e redistribui. De seguida escreve
no quadro as características pelas quais identificam o homem e a mulher. Posteriormente pede aos
jogadores para desenharem um homem vestido e uma mulher vestida, recolhe novamente os
desenhos e redistribui aleatoriamente. No quadro enumera as características pelas quais os
jogadores identificam o homem e a mulher. No final no quadro estão identificados dois conceitos:
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sexo e género – sexo: características biológicas inalteráveis; género: construção social, cultural que
se altera com o tempo. A partir da definição destes conceitos pode-se trabalhar o conceito de
estereótipo de género e como estes nos condicionam por vezes nas relações de afectividade que
estabelecemos (amizade, intimidade)
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Manual Eu e Os Outros
Temas: O interesse dos feirantes – o artesanato, os preços baixos, a vontade de ajudar quem faz
pela vida, o gosto no regatear, a curiosidade pelo que vendem, uma boa oportunidade. As
características mais marcantes dos nossos amigos – a energia, a alegria, o mau feitio, a
maluqueira…
Proposta de atividade: propor aos jogadores que façam uma lista de amigos significativos e escreva
uma característica marcante para cada um deles.
Temas: As previsões sobre o futuro: crenças, ingenuidade. Os medos e desejos que se colocam nas
predições. A predisposição criada por uma previsão. Fontes de leitura do futuro – a linha da mão, os
signos, os astros, as runas, etc. Explorar as questões monetárias dos jovens, ou seja, as mesadas; a
forma como gerem o dinheiro. Desconstrução do Mito: “O príncipe encantado” – Ensinaram-nos
toda a vida que um dia encontraremos uma pessoa muito especial e que o amor por si só, pode
transformar o/a outro7a. A ideia de “amor romântico” pode fazer com que não se veja o que se está a
passar de errado na relação. O mito do “príncipe encantado” faz com que vejamos no/a outro/a coisas
positivas, desvalorizando quando somos maltratados/as. Nem tudo o que parece é!
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Manual Eu e Os Outros
Temas: Substâncias que aumentam o desejo sexual vs. substâncias que podem aumentar o
desempenho sexual (ostras, trufa, aipo…) . Semelhanças e diferenças. Mitos e crenças. Aspetos
morais – a vergonha, a culpa, a reprovação…
Proposta de atividade: explorar com os jogadores o conhecimento nesta área com o levantamento
de uma lista de produtos naturais com influência no funcionamento sexual. Pesquisa sobre os
mecanismos fisiológicos responsáveis pelos efeitos destas substâncias no organismo.
Temas: A pressão dos outros no sentido de fazer algo que não se quer ou se tem medo (ser
necessário arriscar para evoluir). A importância da capacidade de dizer não.
Temas: A curiosidade de desvendar o desconhecido. O perigo de ser alguém com más intenções. A
comparação com os outros (ser mais ou ser menos destemido, corajoso, curioso, tonto, …)
Temas: O desafio para um jogo – correr no escuro. Confiar em si e confiar em quem o protege. A
insegurança de estar de olhos fechados e não controlar o que se está a passar. O sentimento de
exposição ao ridículo. O corpo – a imagem corporal como elemento importante no contacto com os
outros e no estabelecimento de relações.
Proposta de atividade: dinâmica de grupos: Corrida no escuro
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Manual Eu e Os Outros
sangue, provocando mais sede. Riscos: Nas primeiras, serem usadas sem desgaste físico, pode
desequilibrar o metabolismo – já que não havendo nada a repor o que é ingerido aumenta as
concentrações existentes. Já nas segundas, a presença de cafeína e taurina pode aumentar a
frequência cardíaca, diarreias, úlceras gástricas. Sendo bebida para matar a sede, aumenta-a e
conduz ao aumento do consumo. A publicidade enganosa – utilização dos efeitos positivo
associados ao aumento de resistência física e mental sem referencia às consequências associadas
ao abuso destas substâncias com o aumento dos níveis de ansiedade, agitação psicomotora, dores
de cabeça insónias, entre outras. As misturas com outro tipo de substâncias: a Taurina associada às
bebidas alcoólicas pode retardar os efeitos do álcool criando a ilusão de maior resistência e
aumentando o risco de coma alcoólico. O convite de um estranho – o desafio, o risco, a excitação…
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O perigo relativamente a estranhos de redes de internet. Reações possíveis – aceitar, recusar,
ignorar, partilhar, evitar, etc. Responder – capacidade de expressão, capacidade de disfarçar o que
se sente, capacidade de esperar pelo momento certo.
Proposta de atividade: pesquisa www.plataformacontraaobesidade.dgs.pt ou www.scielo.br
HTU UTH HTU UT
Temas: As disciplinas que dizem mais aos alunos. A internet como recurso (1) o potencial de
informação, a facilidade de contacto (2) os riscos da má utilização (pornografia, downloads não
autorizados, os trabalhos feitos com copy paste de textos retirados na internet, os blind dates). O que
distrai nas aulas – os pensamentos, as piadas, a agitação, os telemóveis, etc.
Temas: Corresponder a um pedido de ajuda. Medo de não saber ajudar. Não se querer ver
envolvido(a) em confusões. Apoiar quem ajuda, servir de suporte.
Proposta de atividade: pedir ao grupo que defina as características pessoais que facilitam a ajuda a
alguém. Fazer o mesmo em relação às características que dificultam a ajuda.
Temas: A relação de ajuda – ouvir mais do que falar. Clarificar a situação com perguntas simples e
sem comentários moralistas. Explorar as iniciativas já adoptadas e respectivos resultados. Explorar
recursos não equacionados. Dar suporte à concretização de novas iniciativas e ajudar a manter
decisões tomadas (consistência das decisões). Valorizar as emoções, mas ser contentor (não deixar
que a gestão da situação se mantenha sob o domínio da emocionalidade). Sentimento de impotência
face ao sofrimento do outro – ficar bloqueado, ter vontade de fugir, dizer disparates, etc.… Os limites
da capacidade de ajuda. A alternância entre ciclos de afetividade e agressividade. Os conceitos de
ouvir e escutar.
Proposta de atividade: os/as jogadores/as deverão ouvir uma gravação que contenha várias
conversas e sons simultaneamente. No final é-lhe perguntado o que ouviram. Seguidamente irão
86
Manual Eu e Os Outros
escutar um relato de uma história que terão de recontar. Ouvir – processo fisiológico; escutar
processo cognitivo.
Tema: É importante explorar e compreender porque é que o assunto incomoda a Catarina. O que a
leva a evitá-lo? Gerir o Mito “entre marido e mulher não se mete a colher”: traduz uma crença
socialmente difundida durante décadas, e parcialmente aceite ainda hoje, de que a violência é um
fenómeno privado e que ninguém deve interferir. Esta é uma posição contrária à de hoje em dia de
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violência doméstica como crime público, face ao qual toda a sociedade tem a responsabilidade de
agir, revelar, prevenir. É importante sensibilizar crianças e adultos para o exercício da cidadania ativa
e igualdade de género na prevenção, denúncia de situações de violência de género.
Temas: A importância de esclarecer as coisas antes de fazer um drama delas. A falta de coragem: o
medo da reacção dos outros. Saber o que se quer dizer mas não se saber como dizê-lo. A negação
das situações como defesa contra o que magoa: a repetição de uma ideia errada como forma de a
tentar tornar verdadeira. A relação mãe/filha: direitos e deveres. Meter-se na vida de alguém. As
dificuldades em se assumir a vivência de uma relação violenta: vergonha, receio, medo; as razões
que levam as vitimas a manterem-se na relação – exploração de fatores.
Proposta de atividade: fazer um levantamento dos riscos associados ao tomar a iniciativa de falar
com a filha. Explorá-los com recurso à dramatização. Escolher dois elementos entre os jogadores que
estejam dispostos a representar a mãe e a filha durante a conversa sobre o tema. Permitir a troca de
atores de modo a explorar como diferentes estilos requerem respostas diferentes.
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Manual Eu e Os Outros
sobre o tipo de resposta/ajuda uma Linha Telefónica pode dar. Serviço Informação a Vitimas de
Violência Doméstica – Linha Nacional, Gratuita (800 202 148)
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Parágrafo 47, 49, 48 – (partilhar a mensagem com a Maria)
202B
Temas: Os limites da amizade – o que se conta e o que se guarda. Ser reservado, ter confiança,
tratar de forma diferente os temas ligados às relações afectivas e/ou à sexualidade. O direito à
intimidade. Aceitar a opinião dos amigos. Detestar conselhos, etc.
Proposta de trabalho: Duas Cartolinas – numa coloca-se “O que é ser amigo”, na outra “O que não
é ser amigo”. O grupo é dividido em dois: uns preenchem um cartaz e o segundo grupo preenche o
outro. A partir destas respostas promove-se a discussão.
Temas: A atração – determinantes: beleza física, as semelhanças e a valorização que o outro faz de
nós. O papel da auto-estima na atracção. Quanto mais baixa mais sensível à valorização do outro. A
vivência do tempo – passa depressa quando se gosta e lentamente quando não se gosta do que o
preenche. A paixão – a vivência do fascínio que se sobrepõe à racionalidade e à identidade (fazer
coisas que não têm nada a ver connosco, sentir-se tonto e incapaz de evitar pensar no outro, etc.). O
medo de se envolver – fugir de situações potencialmente agradáveis.
Temas: Diferentes graus de envolvimento afetivo/ sexual: o namoro, a curte, a transe, a amizade
colorida, etc. O álcool (shots) como facilitador de comportamentos sexuais menos controlados –
88
Manual Eu e Os Outros
o Planeamento Familiar) (2) Fazer uma pesquisa no www.google.pt sobre DST’s/IST’s, procurando
H H 89
elaborar uma listagem de todas, definindo-as de acordo com a forma de contágio, sintomas, formas
de tratamento.
Temas: Quanto tempo é necessário para acontecer o quê na relação? O viver a relação muito
depressa – pouco tempo entre o conhecer e o avançar para uma relação sexual. Condicionantes para
a evolução rápida da relação – o julgamento do outro (não avançar é ser careta ou retrógrado,
menino(a) da mamã ou coisas do género) o julgamento do grupo – necessidade de aprovação social
(valorização do correr riscos pelos adolescentes), julgamento pessoal em função das crenças
dominantes – só tem valor quem ultrapassa determinadas experiências de que a sexualidade faz
parte. (fantasia de que o estatuto se atinge através das experiências; indiferenciação entre a
qualidade e a quantidade). Precocidade das experiências – quando se é suficientemente maturo
(psicologicamente e fisicamente) para avançar para a relação sexual?
89
Manual Eu e Os Outros
grande antecedência (antes de sair de casa) permite uma maior protecção à mulher face a situações
de risco. Aprofundar formas de adquirir este tipo de preservativos.
Temas: A capacidade de dizer NÃO. A dificuldade de fazer parar alguém que não quer parar. As
razões para dizer não: (1) ter bebido, (2) não haver preservativo, (3) não ser o contexto/clima certo,
(4) haver pressão. A aflição de não ser capaz de se impor ao outro – o medo do abuso por perda de
controlo. A coragem de se impor vs a submissão. A diferença de experiência no decurso da relação
sexual. Ser cuidadoso ou só pensar em si. As marcas de uma má experiência. Os mitos que estão
90 por detrás do desrespeito – as raparigas quando dizem não, estão a fazer-se difíceis; quando se
vestem de determinada maneira estão a convidar à sexualidade; se vão sair apenas com rapazes são
interpretadas de forma negativa…
Proposta de atividade: pesquisa os 13 mitos em www.amorverdadeiro.com.pt
HTU UT
Temas: Quando acontece algo de mal a uma pessoa próxima. A ansiedade de não saber noticias
sobre o estado de saúde. A urgência de acorrer.
Temas: A importância de pensar que há um depois da crise imediata que requer alguma precaução. A
possibilidade de retaliação posterior, perseguições e esperas. A existência de situações de violência
posterior que obriga a intervenção policial, judicial ou de protecção social. O impacto de uma má
experiência em relações futuras – a importância do apoio psicológico.
Parágrafo 79, 81, 82, 83, 84, 85, 86, 87, 89, 92 – (Desmascarando o Guga)
209B
Temas: Sentimento face à revelação – revolta, tristeza, medo de magoar a amiga, zanga, ódio, etc.
Variação do sentimento em função do amor-próprio: mais triste se mais desvalorizada, mais
zangada se mais segura de si. A reacção face à traição – agressividade (bater no Guga), passividade
(aceitar a encenação), assertividade (confronta-lo, falas com a Maria). Planos de reacção – física,
verbal, pública ou privada. A perda de controlo face à zanga – não conseguir parar. Gozar com os
sentimentos dos outros.
Temas: Entre uma amizade e um namoro. Submeter-se em prole do outro (entre a falta de respeito
por si próprio e o altruísmo). Medo de não ter valor suficiente perante a amiga (evitar a perda de ser
trocada). Auto-punição – quem mandou acreditar que a relação com o Gustavo poderia dar certo. A
esperança de não perder o Gustavo alinhando com a representação dele: a paixão fala mais alto que
a amizade.
90
Manual Eu e Os Outros
Temas: A tese do “amor moderno” – relações sem compromisso, multi-relações com conhecimento
mútuo. A importância de viver intensamente enquanto se pode como justificação de comportamentos
pouco corretos socialmente. Inconsciência ou insensibilidade ao sentimento provocado no outro.
91
91
Manual Eu e Os Outros
93
93
Manual Eu e Os Outros
94
Exploração de conteúdos de reflexão por parágrafo
família face ao trabalho dos jovens – trabalho no seio da família, trabalho para/com um amigo da
família, desconhecimento da família, etc. d) os limites legais para o trabalho infantil (a convenção 182
U
da OIT) e) tipos de trabalho e diferente aceitação social em função de faixa etária ou grupo social
U U
94
Manual Eu e Os Outros
ser misturada com produtos: também eles: prejudiciais à saúde por vendedores menos escrupulosos
para aumentar os ganhos), Indução para mudança de substância (os vendedores por vezes propõem
U U
aos compradores a experimentação de substâncias que promovam uma maior dependência e como
tal garantirem maior lucro). A consciência dos riscos – a ilusão de imunidade, a proteção da sorte, o
não ter nada a perder, o calculismo.
Parágrafo 7, 8, 11 e 12 – (Pesando a importância da amizade)
218B
Temas: As escolhas que as responsabilidades obrigam a fazer. O que permite que se escolha
trabalhar em vez de estar com os amigos: a necessidade, o sentimento de responsabilidade, o medo
das consequências, a segurança/confiança de que os amigos compreendem, a certeza de haver
outros momentos para estar com eles, a capacidade de esperar por esses momentos. 95
Temas: Ter o seu próprio dinheiro – semanadas/mesadas; Gestão do dinheiro – quanto tempo
dura, em que é que normalmente é gasto; O que se faz quando ele se gasta – pede-se mais, pede-se
emprestado, vende-se alguma coisa, recorre-se a esquemas?
Proposta de atividade construir com o grupo um quadro com informações sobre a gestão de
dinheiro. Ter em atenção os riscos associados às diferenças sociais que poderão criar
constrangimentos. A não quantificação de valores recebidos pode permitir uma reflexão sobre
comportamentos independentemente dos montantes.
Temas: As coisas que nos obrigam a crescer/ter mais responsabilidade – as necessidades que nos
obrigam a ganhar consciência de coisas que de outro modo não teríamos – o valor do dinheiro, a
contribuição de todos, a necessidade de partilhar as coisas que se têm. O impacto da separação dos
pais: menor disponibilidade financeira, afetiva, conflitos, dispersão, tristeza, medos, redução das
tensões anteriores, reorganização familiar.
Temas: Gerir o Orgulho: O que é necessário para reconhecer um erro e o que nos impede de o
fazer? – o medo do julgamento do outro, a segurança no seu valor, a dificuldade de ver o ponto de
vista dos outros.
Proposta de atividade propor ao grupo um debate entre os prós e os contras do orgulho,
organizando uma metade dos jogadores a favor e outra metade contra devendo cada parte reunir
argumentos em defesa e em acusação ao orgulho. No final o grupo dá o seu veredicto. (2) poderá
igualmente propor ao grupo que faça um levantamento de todos os sentimentos passíveis de serem
sentidos em reação ao João organizando esses sentimentos segundo critérios a definir pelo grupo
(ex. positivos/negativos, aceitáveis/reprováveis, intensos/frágeis, construtivos/destrutivos)
95
Manual Eu e Os Outros
Parágrafo 17, 18, 19, 20, 21, 23, 24, 25 – (Reações à aproximação da polícia)
Temas: Diferentes reações aos problemas – o fugir, o enfrentar, o negar, o distorcer a realidade, a
bajulação, a agressividade, etc. Características pessoais e contextos que levam a escolhas
diferentes. Rigidez (ser sempre igual) ou adaptabilidade (fazer escolhas diferentes consoante as
situações). Sentimentos e atitudes face à autoridade: submissão, oposição, respeito, colaboração,
ódio, inveja, desconfiança, etc.
Parágrafo 22, 26, 28, 32, 33, 37, 40 – (para que se quer as mortalhas)
224B
Temas: Responder à autoridade: mentir, ser frontal, procurara alguma desculpa. Generalização –
reações a diferentes tipos de autoridade: a polícia, os pais, os professores, o treinador… Tipos de
poder: pela força, pelo estatuto, pela relação que estabelece, …
Proposta de atividade explorar com o grupo diferentes fontes de autoridade por eles conhecidas e
as formas como eles exercem o poder. Quais aquelas com quem se simpatiza mais e aquelas com
que se simpatiza menos e perceber quais os fatores que condicionam essa simpatia
Parágrafo 27, 29, 31, 33, 38 – (para que quer saber essa informação)
225B
menores de 16 anos, regulada no art.º 50º, da Lei 166/99 (Lei Tutelar Educativa) e para maiores de
16 anos no art.º.º.º.º.º.º.º.º.º.º.º.º.º.º.º.º.º.º.º.º.º.º.º.º.º.º.º.º.º.º.º. 250º do Código Processo Penal (CPP);
Proposta de atividade a turma pode explorar o site da PSP ( www.psp.pt ) em busca da informação
HTU UTH
Temas: Ser anónimo: não se saber quem uma pessoa é – ou ser-se popular ou público – toda a
gente sabe que se é. Sentimentos associados à perda do anonimato – orgulho, vaidade, medo,
zanga, tristeza, vergonha, etc.
Proposta de atividade partindo do esclarecimento de que a linha 1414 respeita o anonimato das
pessoas que ligam, o dinamizador poderá explorar com o grupo vantagens e desvantagens de assim
ser e como se sentiriam se a sua identidade fosse descoberta e revelada, imaginando situações em
que isso pudesse ter de acontecer.
96
Manual Eu e Os Outros
desenvolvimento dos jovens e crianças, o impacto dos efeitos produzidos a curto, médio e longo
U
precoce do início dos consumos de haxixe (não pode ser uma substância de livre consumo acima dos
U
16 anos porque uma parte significativa dos consumidores está abaixo dessa idade). A confusão entre
as vantagens medicinais da substância e a sua utilização para consumo livre – alguns defensores 97
da liberalização da substância recorrem a este argumento para sublinhar a sua utilidade – quase
todas as substâncias de consumo têm utilidades medicinais e começaram por ser conhecidas em
função dessa utilidade. O livre acesso às substâncias resultou na adulteração dessa utilidade e na
adoção de medidas restritivas. Outras realidades no Mundo – as leis sobre o consumo de droga
noutros países.
Proposta de atividade: dinâmica de grupo - O Julgamento (da droga) (2) pesquisa ao site do
Observatório Europeu da Droga e Toxicodependência ( www.emcdda.europa.eu ) para pesquisa sobre
HU UT
realidades internacionais
Temas: A diferença entre o observado e o inferido – o auto da polícia, obriga a que este possa
sempre comprovar o conteúdo do Auto. A informação não verificada é um testemunho mas não pode
alterar a informação do que foi observado pelos agentes. A defesa do observado – muitas
97
Manual Eu e Os Outros
investigações são postas em causa face à mudança de posição das testemunhas. Os agentes podem
ser postos em causa por familiares dos menores com acusações de coação ou intimidação que no
limite podem implicar processos disciplinares e a expulsão.
Parágrafo 47, 50, 53, 54, 59 – (O que pode acontecer ao teu amigo)
233B
Temas: Falar sobre os problemas – O que é que eu sinto sobre o problema (plano emocional),
como o compreendo (enquadramento na experiência anterior), o que penso (plano cognitivo), o que
quero dizer (plano decisório), o que posso dizer (filtro social), saber como dizer (plano funcional). A
iniciativa – esperar que o outro diga alguma coisa ou ir ao encontro do outro. A Relação de ajuda –
como apoiar alguém que está em sofrimento? – (1) ouvir mais do que falar, (2) ajudar o outro a
expressar o que sente – perguntas abertas (3) ajudar o outro a perceber os aspetos mais importantes
do seu problema – intervenções de síntese ou de focagem, (4) ajudar o outro a sentir-se
compreendido – intervenções de ressonância afetiva, (5) ajudar o outro a não se conformar ou
defender por detrás da superficialidade ou simplificação – intervenções de confronto e finalmente, (6)
ajudar o outro a generalizar as suas conclusões alargando-as a outros contextos e situações –
98
Manual Eu e Os Outros
deixar ajudar.
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Manual Eu e Os Outros
consumo de haxixe. (2) o dinamizador poderá promover uma pesquisa – na internet ou através de
contacto direto com as estruturas locais – sobre as respostas no âmbito da saúde juvenil: Centro de
Saúde, Instituto Português da Juventude e à Câmara Municipal
Temas: O normal desenvolvimento dos processos nas CDT’s – abertura de processo, atribuição de
uma contraordenação em função do relatório produzido pelo psicólogo, período de avaliação.
Anulação do processo em função de boa evolução. Análise da situação em caso de reincidência.
Extremos da intervenção das CDT’s.
100
Manual Eu e Os Outros
101
101
Manual Eu e Os Outros
102
Exploração de conteúdos de reflexão por parágrafo
Temas: A importância dos sonhos – orientar as opções de vida, refúgio para quando as coisas
correm mal. Acreditar nos sonhos – otimismo, realismo ou ceticismo. Tipos de sonhos – realização
pessoal, afetiva, posse, conquista, etc… Brincar ao faz de conta. Os requisitos para atingir os
sonhos. A reação dos outros aos nossos sonhos
Proposta de atividade: explorar com os jogadores quais são os sonhos deles explorando os
requisitos necessários para cada um deles – formação, qualidades físicas, contactos, etc.
Parágrafo 6, 7, 10, 11, 15, 16, 17, 18 – Gerir as expectativas dos outros
247B
Temas: Gerir o confronto entre diferentes perspetivas: abdicar, adiar o confronto ou lutar pelo ideal.
Riscos e ganhos. Avaliar os prós e os contras como passo para uma melhor decisão. A tradição
102
Manual Eu e Os Outros
familiar e o seu papel – orientar, traçar limites, dar suporte. O medo de dececionar – a anulação
pessoal. A negociação. A procura do compromisso. A capacidade de esperar pela oportunidade.
Temas: O preço de seguir os sonhos. Compatibilidade entre estilos de vida e amizades. O peso das
amizades nas decisões de futuro. A consciência de que as relações não permanecem sempre iguais.
As relações novas que tomarão o lugar das antigas. A necessidade de largar para poder dar espaço a
relações coisas. O sentimento associado ao esfriar de uma relação – zanga, traição, tristeza,
insegurança, etc. O impacto da distância nas relações.
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Parágrafo 13 – Cuidar da imagem
249B
Temas: Múltiplas formas de manter o peso – o controlo sobre o que se come, o recurso a substâncias
que retiram o apetite e aceleram o metabolismo – riscos e benefícios. A insónia e a aceleração.
Efeitos secundários dos medicamentos. Alternativas naturais.
Temas: A beleza, os excessos, o carácter seletivo, a competitividade. Um mundo que depende muito
da imagem. As questões ligadas ao envelhecimento.
Temas: Cumprir as obrigações como conquista do direito a poder ir ao encontro dos seus sonhos.
Esconder ou confrontar. A revelação – risco e consequências. Não querer pensar sobre os assuntos.
Acreditar que a sorte protege.
Temas: Pensamento otimista – “o mundo conspira a nosso favor”. Acreditar que as coisas acontecem
se “estiver escrito”. A importância de saber ler os sinais e aproveitar as oportunidades.
Temas: A privacidade. O direito a ter um espaço (físico e/ou psicológico) próprio. Meter-se na vida
dos outros – ouvir conversas, mexer nas coisas. O sentimento associado à violação de privacidade –
desrespeito, ofensa, tristeza, desvalorização, etc. Entre a zanga e a vergonha quando pensamentos
pessoais são revelados.
103
Manual Eu e Os Outros
Temas: Proibição de fumar em espaços públicos. Condições especiais – espaços com ventilação
própria. Não cumprir com a regra – o desafio vs. fazer cumprir a regra – exercício de cidadania.
Como dizer – agressivo, assertivo, passivo. A gestão de conflitos
Temas: A humilhação – sentir-se rebaixado pela atitude do outro. Não reagir com medo de
desencadear a reação do outro – agressividade, desilusão, abandono, etc. Os limites da tolerância –
104 aceitar tudo, não permitir que se ultrapasse determinado nível: a agressão verbal, a ameaça, a
agressividade física… O desafio – aceitá-lo vs. recusar dar provas de valor ou coragem para ganhar
a aprovação do outro. A função de relaxação das substâncias psicoativas.
Temas: O desejo de dar uma imagem de acordo com a expectativa do outro. Parecer mais forte, mais
velha(o), mais autónoma(o). A escolha entre a novidade e o amigo de sempre. A autorização e o
refazer combinações – ser honesta na justificação vs. inventar uma desculpa. Os dois lados da
situação – de quem desmarca e a quem recebe a desmarcação. Sentimentos associados. A recusa
preventiva – dizer um não para evitar ter de dizer muitos mais.
Temas: Aceitar ou não aceitar – condicionantes: (1) Informação (sobre efeitos imediatos e a médio ou
longo prazo) (2) pressão social – a exposição à reação dos outros, a percepção de normalidade (face
a experiencias anteriores ou às regras do contexto/local onde se está) (3) crenças – ideias
associadas ao consumo de substâncias – ganhar estatuto, ser visto como mais arrojado, desinibido
ou aberto a novas experiencias, etc… (4) estado de espírito – estar eufórico, triste, zangado… (5)
motivação prévia – o desejo, curiosidade ou intenção de experimentar. A capacidade de dizer NÃO –
os vários tipos de não – firme, inseguro, “agora não”, o “não” que é um “sim”, o não agido (retirada),
etc.
Temas: A segurança que vem de fora. A existência de alguém que ajuda a aumentar o controlo sobre
a situação – por ser mais velha, ter mais experiência, ter mais poder. Ter no grupo de amigos alguém
que desempenhe este papel.
Parágrafo 38 – Relaxação
260B
104
Manual Eu e Os Outros
Proposta de atividade: explorar com os jogadores quais as estratégias que cada jogador tem para
se descontrair e refletir sobre o que têm em comum. Caso tenha recursos para isso – dominar as
técnicas ou ter acesso a profissionais que o façam ex. centro de saúde) poderá propor a
aprendizagem de técnicas específicas.
Temas: As componentes de um espaço recreativo – (1) a frequência – as pessoas que lá estão (2)
a cultura – estar associado a um determinado tipo de pessoas que partilham formas de estar idênticas
(espaços gay-friendly, espaços conotados com a cultura africana, espaços ligados a subculturas
juvenis – gótico, punk, etc.) (3) a estética – o investimento no espaço de modo a torná-lo mais 105
atractivo para os frequentadores (4) o tipo de música, (5) a facilidade para que determinadas
situações aconteçam – espaços conotados com a possibilidade de envolvimento sexual, espaços
associados a confrontos físicos, espaços associados ao consumo de substâncias psicoativas. (6)
acessibilidade – conseguir lá chegar e conseguir entrar (7) ser um espaço in. Os itinerários na noite
– do café, para o bar, para a discoteca, para o afterhours. As coisas boas da noite – a descontração,
o ritmo, o anonimato, os amigos.
efeito da Cocaína e avaliar o seu grau de conhecimento sobre o calão ligado à droga.
Temas: Os efeitos da substância – sensação de mais energia, maior proximidade aos outros e
predisposição à relação (não necessariamente sexual), aumento da temperatura corporal. Riscos de
colapso cardíaco, e hipertermia, experiências de pânico e ansiedade. A importância da água e do
descanso para repor os níveis metabólicos – o aproveitamento comercial desta necessidade. O risco
105
Manual Eu e Os Outros
de misturas – a desidratação provocada pelo álcool agrava o desequilíbrio provocado pelo consumo
de ecstasy aumentando o perigo de hipertermia.
Proposta de atividade: propor ao grupo que explore o site www.tu-alinhas.pt para compreender o
HTU UTH
efeito do Ecstasy e avaliar o seu grau de conhecimento sobre o calão ligado à droga.
Parágrafo 46, 55, 59, 60, 61, 62, 63, 65, 66 – A equipa de rua
266B
Temas: O trabalho desenvolvido por técnicos fora dos gabinetes, junto às pessoas que precisam de
ajuda, nos lugares que elas frequentam. O trabalho desenvolvido em contexto recreativo: a
revenção no sentido de evitar ou retardar o consumo e a Redução de Riscos no sentido de evitar
P U U
106
danos maiores quando a pessoa já decidiu consumir. As principais características da Redução de
Riscos – (1) não ser controladora; (2) dar informação para que as pessoas tenham mais consciência
dos riscos, decidam melhor e saibam proteger-se sem impedir ou evitar que as pessoas façam o que
decidiram fazer; (3) não ser moralista – não fazer julgamento da decisão dos outros, (4) não
desvalorizar o consumo.
Temas: O desejo/curiosidade de experimentar como fator de risco para o consumo. A exploração das
motivações que estão na base desse desejo: (1) curiosidade (2) querer sentir um determinado efeito
(3) querer ser como os outros, (4) Não querer passar por totó (5) querer impressionar alguém (6)
querer desafiar, … O risco associado à impureza das substâncias – a noção de que as substâncias
consumidas são adulteradas com aditivos que aumentem o lucro dos vendedores. No caso do
ecstasy o risco é maior porque a alteração do composto químico pode resultar num produto perigoso
para a saúde do consumidor que o toma acreditado que está a tomar MDMA.
Temas: O risco de construir uma imagem do todo a partir de uma parte. A imaturidade que leva ao
desaproveitar boas condições de vida. A baixa resistência à frustração que conduz ao desejo de ter
tudo ou à incapacidade de aceitar quando as coisas não correm como se quer. A perda de controlo.
Não dar valor às coisas que são fáceis de conseguir.
Temas: (1) Ir para a discoteca confortável – roupas que permitam o respirar da pele e o arrefecimento
do corpo, sapatos que não facilitem acidentes (entorses, escorregadelas, etc.). (2) levar óculos
escuros para proteger os olhos fragilizados pela noite no caso de sair da discoteca já de dia. (3) parar
regularmente para descansar; (4) beber água para repor os sais minerais perdidos, (5) Se se sentir
mal disposto procurar espaços arejados e tranquilos (6) não misturar substâncias porque elas
aumentam os riscos que isoladamente cada uma já tem; (6) se não está em condições de guiar,
deixar o carro ou a mota e peça boleia ou vá de transportes; (7) não abandonar os amigos que já não
estão capazes de tomar conta de si.
106
Manual Eu e Os Outros
Temas: Tirar proveito das características de um espaço recreativo noturno – curtir o som, dançar,
observar as pessoas, conhecer novas pessoas, … A aproximação de desconhecidos – o medo das
intenções subjacentes, a indiferença, a curiosidade, … A desconfiança que nos faz ver os outros
como ameaças. O desejo de ler os desejos dos outros – prós e contras.
Proposta de atividade: aproveitar a ideia do personagem e propor aos jogadores que imaginem o
tipo de imagens que se associariam a cada desejo, dando total liberdade de imaginação ou
recorrendo a categorias como cores, sinais de transito, etc.
Temas: A confusão que às vezes se gera nestes locais. A diversidade das pessoas. A sexualidade
nos contextos recreativos – o engate, os comportamentos de risco (não utilização de preservativo, a
perda de controlo sob o efeito de substâncias psicoativas), diferentes orientações sexuais, etc. As
mensagens preventivas – qual o tipo informação e a quantidade de informação que é aceite naquele
contexto?
Proposta de atividade: pedir aos vários jogadores que produzam cartazes sobre o tema Redução
de Riscos face ao consumo de drogas que pudesse estar num bar ou numa discoteca
Temas: Estratégias de ajuda: (1) distrair, (2) procurar espaços arejados, (3) sentar a pessoa e
colocar-lhe a cabeça entre as pernas, (4) recorrer a ajuda técnica, (5) pedir ajuda a amigos, (6) estar
atento(a) aos sinais vitais e à respiração, (7) ser capaz de explicar o que se passou com a(o)
amiga(o). Os recursos de apoio – os amigos, a família, os técnicos de saúde, as forças de segurança,
… Face ao vómito – repor líquidos em pequenas quantidades com um pouco de açúcar. Se
inconsciente – deitar de lado para reduzir risco de sufocar.
Proposta de atividade: promover uma ligação a um serviço de emergência, tendo o cuidado de
refletir com o grupo as informações a dar ao técnico que atender e começando o telefonema por
esclarecer que se trata de uma situação de aprendizagem da adequada utilização dos recursos.
107
Manual Eu e Os Outros
Temas: Reação orgânica: indigestão, doença, alergia, fraqueza acentuada, substâncias psicoativas,
misturas de substâncias. O risco de colocarem alguma substância na bebida: existem relatos que são
de difícil demonstração. A importância de acautelar vs. a importância de evitar paranoias.
Temas: A ajuda de estranhos – confiar ou não. O que te leva a confiar – desespero, intuição,
demonstração de conhecimento, referências comuns, … O que te leva a desconfiar – a possibilidade
de ter sido ele a pôr qualquer coisa na bebida da tua amiga, ser tão disponível numa situação em que
108 as pessoas não gostam muito de se envolver.
Temas: Resumir os acontecimentos – contar tudo ou não falar de aspectos que podem ser
embaraçosos. Contar os factos ou falar das suspeitas. Lidar com as reações dos outros – a crítica, os
preconceitos, a deceção, …:com tristeza, zanga, indiferença, frontalidade, etc. A capacidade de pedir
desculpa. O sentimento positivo de se sentir compreendida. Explorar as implicações da situação –
reação dos pais, ser ou não um caso de polícia, valer ou não a pena ir às urgências.
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Manual Eu e Os Outros
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Manual Eu e Os Outros
a. O processo de reabilitação
b. Autonomia e acessibilidade
c. A sexualidade
d. Descriminação positiva e negativa
3) O desporto adaptado
4) A Prevenção Rodoviária
a. A segurança do peão
b. Fatores de risco para os acidentes rodoviários
110 i. A condução sob o efeito de substâncias psicoativas
ii. A velocidade
iii. O cansaço
iv. A perda de visibilidade
v. O mau estado do veiculo ou da estrada
vi. A utilização do telemóvel
5) A intervenção na comunidade
a. O voluntariado
b. A entreajuda
Estes temas são explorados com maior e menor clareza no decurso da narrativa, contudo é no
processo de exploração dos temas, que os conteúdos poderão emergir de forma mais consistente
cabendo ao MJ não apenas a auscultação do grupo sobre estas matérias, mas acompanhá-los na
recolha de informação adicional que permita a consolidação ou a mudança de perceções.
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Manual Eu e Os Outros
Temas: Adaptação à mudança – (1) a alteração das referências (largar o que já se conhece em troca
pelo desconhecido), (2) o receio de não de adaptar à nova realidade (3) A ambivalência (sentir
simultaneamente sentimentos opostos) – estar dividido entre o medo e o entusiasmo; tentando ser útil
– confronto com os limites;
Proposta de trabalho: explorar com os participantes, qual a maior mudança que já viveram (em
qualquer área da sua vida – mudar de país, cidade, bairro, escola, clube, ginásio…).
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Manual Eu e Os Outros
Propostas de trabalho: pedir aos jogadores que pesquisem vídeos na Internet acerca da mobilidade
reduzida e discutam acerca de situações semelhantes. Pedir aos jogadores que se identifiquem/se
percecionem como utentes vulneráveis, identificando os comportamentos seguros a adotar.
Parágrafo 11, 12, 13, 14, 19, – (No parque - conhecendo novas pessoas)
Temas: Curiosidade pelo outro – os pormenores em que reparamos num desconhecido; Risco do
desconhecido – a insegurança social (abuso sexual, assaltos, raptos, tráfico de órgãos,…), Ser
Diferente vs. Ser Igual – a valorização no outro dos aspetos semelhantes a nós e que reforçam as
nossas convicções ou a atracão pelo que é diferente e acrescenta algo à nossa experiência anterior;
112 O desejo de estar só – a necessidade de ter tempo para os seus pensamentos; o desejo de evitar as
perguntas indesejadas; As atividades de lazer - Patins, skates ou trotinetas sem motor. A circulação
com estes ou outros meios análogos é para todos os efeitos equiparada ao trânsito de peões. Devem
ser utilizados nos passeios, locais de lazer ou em vias apropriadas para esse fim. Se forem utilizados
nos passeios há que estar atento aos outros transeuntes de forma a não os incomodar. O peão não
deve: Circular pela faixa de rodagem; Agarrar-se aos veículos para ser rebocado. Os Velocípedes
(bicicletas). É o veículo com duas ou mais rodas acionado pelo esforço do próprio condutor por meio
de pedais ou dispositivos análogos. Para efeitos do Código da Estrada, os velocípedes com motor, as
trotinetas com motor, bem como os dispositivos de circulação com motor elétrico, autoequilibrados e
automotores ou outros meios de circulação análogos com motor são equiparados a velocípedes. A
utilização do velocípede apresenta vantagens quer para o condutor, quer para o meio ambiente (1)
Saúde: promove o exercício físico e a prevenção de doenças. (2) Economia: o seu custo aquisitivo e
de manutenção é inferior aos demais veículos. Não precisa de combustível para andar. (3) Rapidez:
quando há trânsito, chega a ser mais rápido do que o carro ou os transportes públicos; (4)
Estacionamento: o seu estacionamento é fácil e ocupa pouco espaço. (5) Ambiente: contribui para a
poupança de energia, melhoria da qualidade do ar e redução do ruído. (6) Desporto: para além de
nos transportar, permite a prática de desporto. (7) Universal: não há idades mínimas, nem máximas,
para andar de bicicleta; é só aprender e pedalar. (8) Segurança: aconselha-se a utilização do
capacete, embora não sendo obrigatório (quedas, traumatismos…);
Legislação: O condutor de velocípede deve ser portador de documento legal de identificação pessoal
- Bilhete de Identidade, Cartão do Cidadão ou Passaporte. Tratando-se de velocípede com motor, o
condutor que ainda tenha Bilhete de Identidade em vez do Cartão do Cidadão tem igualmente de se
fazer acompanhar do Cartão de Identificação Fiscal. Regras resultantes das alterações ao Código da
Estrada que afetam diretamente os velocípedes desde 2014:
Os velocípedes deixam de estar obrigados a circular nas pistas que lhes são destinadas
podendo fazê-lo junto do restante trânsito se se considerar que esta seja uma alternativa
mais vantajosa.
É aplicável ao velocípede o regime geral de cedência de passagem. Na ausência de
sinalização, sempre que se apresente pela direita, os restantes condutores devem ceder-lhe
passagem.
Os velocípedes passam a poder circular nas bermas, desde que não ponham em perigo ou
perturbem os peões que nelas circulem.
112
Manual Eu e Os Outros
Os velocípedes passam a poder usar toda a faixa de rodagem dentro das localidades e para
a execução de manobras.
Os velocípedes podem circular paralelamente numa via, exceto em vias de reduzida
visibilidade ou quando o trânsito é intenso e desde que não causem perigo ou embaraço ao
trânsito. Se pedalarem em grupo, devem fazê-lo em fila indiana ou aos pares, não sendo
possível a circulação em paralelo de mais de dois velocípedes.
Nas rotundas os condutores de velocípedes podem ocupar a via de trânsito mais à direita,
mesmo que não pretendam sair da rotunda na primeira via de saída, sem prejuízo do dever
de facultar a saída aos condutores que pretendam sair da rotunda.
O condutor de veículo a motor deverá ceder a passagem aos velocípedes que atravessem a
113
faixa de rodagem nas passagens a eles destinadas.
As crianças até aos 10 anos podem circular de velocípede nos passeios, desde que não
ponham em perigo ou perturbem os outros peões.
A circulação deve ser feita pelo lado direito da via de trânsito, conservando das bermas ou
passeios uma distância suficiente para evitar acidentes.
Propostas de trabalho: (1) pedir aos jogadores que se identifiquem/se percecionem como utentes
vulneráveis, identificando os comportamentos seguros a adotar em relação à utilização de bicicletas,
skates, etc. (2) pedir aos jogadores que discutam as vantagens da utilização do velocípede.
Proposta de trabalho: propor que cada elemento do grupo selecione pontos fortes que possa utilizar
para impressionar os outros.
113
Manual Eu e Os Outros
Tema: Reagir ao inesperado – (1) com receio – medo da fragilidade; (2) com diversão – alinhando
na brincadeira; (3) com calma – procurando controlar a situação.
Parágrafo 21, 22, 23, 24, 25, 29, 30, 31 – (a atividade da JUBA)
Temas: A intervenção comunitária – a importância do papel das associações no desenvolvimento de
comunidades problemáticas. Intervenção precoce – iniciar a intervenção com a população mais jovem
de modo a desenvolver competências de vida. O Voluntariado – a participação de jovens como
monitores de intervenções comunitárias. A Responsabilidade – por um lado cumprir com os
compromissos assumidos por outro lado ser displicente na forma como os cumpre. A dificuldade de
114 se por no lugar dos outros e avaliar da capacidade de interpretar os sinais deixados. A Incoerência
que fragiliza a intervenção – (uma ação de prevenção do alcoolismo promover a cerveja)
Parágrafo 32, 33, 35, 36, 37 – (Nos tempos que se seguiram – falando sobre o
acidente)
Temas: (1) Corresponder à curiosidade dos outros – falar da sua vida a desconhecidos: grau de
risco – contar o quê? Como nos damos a conhecer – ser um livro aberto vs. ser reservado. (2) As
causas para um acidente rodoviário – a velocidade: distância de segurança, de travagem,
condução em situações meteorológicas adversas; a fadiga/sono: diminuição dos reflexos.
A condução sobre o efeito de álcool – a condenação do acidente provocado mas desvalorização
da condução de risco – uma em cada três vítimas mortais em acidentes de viação apresentavam na
autópsia valores iguais ou superiores ao limite de 0,5 g/l (dados do Instituto de Medicina Legal, 2011).
Em 2011 o número de condutores detidos por condução sob o efeito de álcool ultrapassou os 13.000.
Os acidentes que envolvem jovens condutores sob o efeito do álcool, ocorrem essencialmente de
noite, em situação de lazer. Potenciais alterações introduzidas pelo álcool na condução:
Audácia incontrolada - um dos primeiros efeitos do álcool é o frequente estado de euforia,
sensação de bem-estar e de otimismo, com a consequente tendência para sobrevalorizar as
próprias capacidades, quando, na realidade, estas já se encontram diminuídas. É talvez, um
dos estados mais perigosos.
Perda de vigilância em relação ao meio envolvente - sob a influência do álcool as
capacidades de atenção e de concentração do condutor ficam diminuídas.
Perturbação das capacidades sensoriais, particularmente as visuais - a presença de álcool no
sangue reduz a acuidade visual, quer para perto, quer para longe e leva à alteração dos
contornos dos objetos, quer estáticos, quer em movimento. A visão estereoscópica é
prejudicada, ficando o condutor incapaz de avaliar corretamente as distâncias e as
velocidades. A visão noturna e crepuscular ficam reduzidas. O tempo de recuperação após
encadeamento aumenta. Há um estreitamento do campo visual (o campo visual vai
diminuindo com a eliminação progressiva da visão periférica [lateral]) podendo, com o
aumento da intoxicação alcoólica, chegar à visão em túnel, situação em que a visão do
condutor abrange única e exclusivamente um ponto à sua frente, reduzindo, assim, a fonte de
informação contida no espaço envolvente). Estudos efetuados sobre o campo de visão, a
uma velocidade estabilizada, comprovam que este sofre, com uma TAS de 0,50g/l, uma
114
Manual Eu e Os Outros
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Manual Eu e Os Outros
Propostas de trabalho: pedir aos jogadores que explorem a sinalização de trânsito. Pedir aos
jogadores que efetuem simulações sobre o tempo de reação, distância de segurança, de travagem,
consoante a velocidade do condutor Sites de apoio sugeridos:
“A física dos acidentes”: https://pt-br.facebook.com/fisicadosacidentes)
PRP – velocidade: http://www.velocidade.prp.pt/default.aspx?Page=3958
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Manual Eu e Os Outros
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Manual Eu e Os Outros
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Manual Eu e Os Outros
temperatura a que as bebidas são servidas cria a ilusão de refrescar mas, efetivamente, o corpo está
a desidratar-se à medida que o álcool é metabolizado. Finalmente outras crenças prendem-se com a
capacidade de lidar com o padrão de consumo envolvendo diferentes comportamentos que ajudam a
recuperar mais rapidamente do consumo abusivo ou a ocultar a taxa de alcoolémia atingida. Quer
passe por tomar muito café, fazer caminhadas, tomar duches, beber bebidas que ocultem o hálito não
alteram a concentração de álcool no sangue e consequentemente, a alteração provocada pelo álcool
no organismo. Quanto muito, poderão proporcionar a ilusão de sobriedade, que poderá acarretar um
risco acrescido que é, acreditar que se está na posse das suas capacidades de reação e de raciocínio
e estes manterem-se lentificados, apesar da sensação de aparente bem-estar. Para terminar, outra
das componentes passíveis de serem trabalhadas num projeto de prevenção envolve a exploração de
119
projetos de vida que funcionem como fatores de proteção face a determinadas decisões que sejam
antagónicas com o projeto traçado. Esses projetos, podem passar pela realização pessoal no plano
desportivo, académico, afetivo, etc. mas, necessariamente, serão projetos que sendo significativos
para o indivíduo o ajudem a regular-se nos seus excessos. As Respostas na Saúde – Nem todas as
respostas existentes são da responsabilidade do estado. Na Saúde, existem equipas/unidades de
tratamento (existe pelo menos uma em cada distrito), unidades de desabituação, quando é
necessário retirar a pessoa do seu contexto familiar/social, comunidades terapêuticas quando a
reabilitação da pessoa requer um tempo prolongado. A maior parte das últimas estruturas são
privadas podendo haver um apoio do estado no suporte ao tratamento. Após o mesmo, inicia-se um
processo essencial de estabilização da pessoa, que envolve a reinserção social e laboral da pessoa
que ultrapassou o tratamento ou que está numa fase adiantada do mesmo. Estes processos não são
lineares, havendo avanços e recuos que deverão ser encarados como parte natural dos mesmos. Há
uma linha de suporte (Linha 1414) e de informação para quem queira aprofundar estas questões.
119
Manual Eu e Os Outros
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Manual Eu e Os Outros
Proposta de Trabalho: Pesquisar a origem do termo “resiliência” na física. Promover uma reflexão
sobre a aplicação deste conceito às pessoas. Procurar exemplos entre o grupo.
Parágrafo 54, 57 (Comparando-se com o Patas)
Temas: Os fatores familiares – (1) enquanto fator protetor – a família é o principal fator protetor até
aos 12/13 anos no desenvolvimento da criança e do pré adolescente; mantém-se ainda como fator
fundamental ao longo da adolescência. A importância dos (a) modelos positivos, das (b) regras e dos
limites, da (c) capacidade de comunicar e (d) negociar; do (e) suporte e acompanhamento no delinear
de um projeto de vida (monitorização parental) (2) enquanto fator de risco – a instabilidade emocional
(violência/agressividade, maus tratos); as perdas e ruturas (separações/mortes/ doenças); os
modelos negativos (alcoolismo, consumo de substâncias psicoativas); a ausência ou fragilidade das
figuras de referência (pouco envolvimento afetivo; incapacidade de impor limites); a negligência (falta
de atenção, atitude displicente em relação às regras e obrigações); a confusão de papéis
(imaturidade dos pais, filhos desempenhando funções parentais, competição no seio da família, ciúme
fraternal). Alcoolismo na Família - O clima de inconsistência e imprevisibilidade, regras quotidianas
confusas, e pela rigidez e inversão dos papéis familiares leva frequentemente a perturbações consigo
e com o outro envolvendo a perda de confiança em si e nos outros, dificuldades de identificar e
exprimir emoções, gerir os afetos, rigidez e culpabilidade com possível evolução depressiva. Risco de
reprodução da dinâmica familiar em relações futuras; Limites e castigos – (1) a importância de haver
limites na vida em comum (2) a necessidade de haver consequências face ao desrespeito pelas
regras (3) a adequação do castigo face à falta; (4) a contiguidade do castigo face à falta, (5) a
participação de todos na definição das regras e das consequências como forma de as tornar mais
aceitáveis e justas (6) o círculo vicioso entre o desafio e o castigo – a importância de interrompe-lo
121
Manual Eu e Os Outros
122
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Manual Eu e Os Outros
prazo predispõe o outro a uma gratificação constante reduzindo a sua disponibilidade para situações
que requerem mais investimento e esforço. A predominância do prazer conquistado, resulta por vezes
numa exigência à qual o outro não está disposto a corresponder aumentando o risco do abandono da
relação. O ideal é a capacidade de garantir o equilíbrio entre agradar a curto prazo (consumo) e
requerer do outro um esforço para merecer a gratificação (investimento). É muito fácil cair na tentação
de corresponder ao desejo dos outros apesar da superficialidade que resulta deste tipo de aposta. A
credibilidade do interventor – o crédito que os jovens dão a um interventor na área da prevenção
depende da honestidade, não normatividade, rigor informativo, capacidade de aceitar o outro nas
suas convicções; Figuras de referência / profissionais de referência – o recurso a figuras públicas
na passagem de determinadas mensagens; a mobilização de profissionais de áreas específicas
124
(agentes de segurança, especialistas…).
124
Manual Eu e Os Outros
confundida com a aceitação social do mesmo e com a desvalorização dos riscos que lhe são
inerentes. A importância de encontrar um equilíbrio que promova a resistência ou adiamento do início
dos consumos de bebidas alcoólicas mas igualmente a responsabilização individual pelo controlo e
regulação de comportamentos face ao consumo. (5) Outros temas possíveis - A diferença de
impacto do álcool nos dois sexos; o risco acrescido de comportamentos de risco – relação sexual
desprotegida, violência, risco de acidentes rodoviários, maior vulnerabilidade a assaltos e predação
sexual, os riscos de saúde ligados à mistura de substâncias (desidratação, paragem cardíaca, …)
Proposta de Trabalho: O dinamizador poderá propor ao grupo um concurso de folhetos de
prevenção dos problemas ligados ao álcool. Potencial articulação com o professor de TIC para a de
construção de trípticos. 125
125
Manual Eu e Os Outros
poderá igualmente criar uma base de confiança e de consistência na imposição de limites para
abusos futuros. Simultaneamente o envolvimento das famílias nas intervenções comunitárias pode
ser essencial na colocação de pressão sobre os comerciantes que não cumprem a lei e que vendam
BA a menores. (2) O papel da Comunicação Social – A comunicação social pode ter um papel
essencial na intervenção comunitária, não só começando por sensibilizar a população para a
necessidade de se envolverem em processos de mudança perante números preocupantes, mas
também dar visibilidade ao trabalho desenvolvido e colocando pressão sobre os decisores no sentido
de criarem condições facilitadoras da intervenção ou aplicarem a legislação vigente no controlo de
contextos facilitadores;(3) O envolvimento de parceiros (Escola de Hotelaria, Policia, Centros de
Saúde, Autarquia…) – As parcerias são formas essenciais de partilhar os recursos necessários por
126
varias fontes, potenciando saberes e alargando a abrangência da intervenção. Para que as parcerias
funcionem é essencial negociar e pôr em evidência os ganhos que a intervenção pode trazer a cada
parte.
126
Manual Eu e Os Outros
Proposta de trabalho: pedir aos jogadores que investiguem o site referente a esta campanha
http://www.100porcentocool.pt/#/homepage
Parágrafo 84, 90, 91, 95, 96 (Da pista de dança à conversa com o Patas)
Temas: Quantidades de álcool ingerido; a tolerância; o papel dos pares na proteção – reunir
informação sobre os consumos efetuados ao longo da noite; Alguns efeitos do álcool: a desidratação,
a descoordenação motora, dificuldades de articulação, a alteração do estado de consciência e de
raciocínio; labilidade emocional (riso descontrolado, choro) amnésia, menor controlo do impulso (risco
de maior agressividade); o Mito do álcool como bebida que tira a sede; a mistura de bebidas e a
mistura com outras substâncias; os limites da conversa com alguém em estado de embriaguez;
Atitude face a situações de risco – retirar a pessoa de espaços confusos, arejar, hidratar, manter a
pessoa acompanhada…
127
Manual Eu e Os Outros
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Manual Eu e Os Outros
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Manual Eu e Os Outros
Proposta de atividade 1: cada elemento do grupo deve elencar numa folha de papel com duas
colunas, por um lado as áreas funcionais em que mais se valoriza (para que tenho jeito?) e por outro
lado as áreas profissionais que mais lhe interessam (de que é que eu gosto?).
Proposta de atividade 2:O dinamizador poderá propor ao grupo que, em coletivo se construa um
quadro com várias colunas em que cada um coloque profissões de que se recorde, organizando-as
em função dos critérios anteriormente referidos: dinheiro, prazer, estatuto, realização pessoal,…
podendo ainda acrescentar um coluna sobre as profissões que não gostaria de ter.
131
Manual Eu e Os Outros
esse curso (grau de procura da formação) qual a avaliação subjetiva do curso (antevisão da exigência
ou da qualidade da oferta formativa).
132
Manual Eu e Os Outros
Proposta de atividade: cada elemento do grupo deve elencar alguns dos seus amigos virtuais,
salientando a sua zona de residência no globo. De seguida proceder à análise dos dados e eleger
aquele que tem o amigo mais distante.
279B Parágrafo 11– (Desligas o computador e vais dar uma volta/abres o embrulho)
Temas: A curiosidade: a impulsividade movida pela curiosidade; a capacidade de lidar com a
frustração; As atividades entediantes; o equilíbrio entre as atividades dentro e fora de casa; Estar
informado: a importância de conhecer o interlocutor e saber quais as suas intenções.
133
310B Parágrafo 12 – (pegas no livro)
Temas: O prazer de ler: o tipo de livro: romance, policial, histórico, biográfico, ficção científica,
fantasia, etc. Os elementos para um bom livro: o enredo, as personagens, o ritmo da ação, a
capacidade de descrever os ambientes e as pessoas. A ideia de recuar no tempo – poder evitar
coisas, voltar a viver coisas de que se gostou muito, dar conselhos a alguém
Proposta de atividade: (1) propor ao grupo uma reflexão individual sobre a) como se imaginam
daqui a 15 anos b) se pudesse andar para trás no tempo e dar um conselho a si próprio com menos 5
anos, qual seria? (2) fazer um levantamento dos livros que cada um mais gostou de ler.
133
Manual Eu e Os Outros
Temas: Abrir o embrulho - dúvida e a incerteza: o não perceber o que se está a passar; perder o
controlo sobre os acontecimentos; o que fazer numa situação em que não se possui todas as
informações relevantes para formular um juízo de valor; procurar informação adicional. Ver o
remetente: ser cauteloso(a) face ao que nos é enviado. Perceber a origem para decidir se abre ou
não o embrulho: as ameaças e os enganos… A impulsividade que resulta da curiosidade. Não
conseguir controlar o impulso.
Parágrafo 25, 26, 28 – (Voltas para casa pensativa/ Telefonas à Catarina para
282B
Temas: O apoio dos amigos: A partilha de confidências e a opinião de quem se confia; o equilíbrio
entre a opinião dos outros e a vontade própria. A curiosidade e o inesperado: renunciar à satisfação
da curiosidade; A dificuldade em estabelecer raciocínios lógicos quando as evidências não fazem
sentido. A curiosidade e o inesperado: renunciar à satisfação da curiosidade; A dificuldade em
estabelecer raciocínios lógicos quando as evidências não fazem sentido; O resistir à curiosidade: A
partilha de confidências e a opinião de quem se confia; o equilíbrio entre a opinião dos outros e a
134
Manual Eu e Os Outros
vontade própria; A responsabilidade: Os objetos perdidos ou abandonados: ficar com eles, entregá-
los ao cuidado de alguém ou chamar a atenção dos responsáveis.
Temas: Procurar ajuda: face à incompreensão procurar mais pontos de vista. A tolerância face a
decisões menos conseguidas (ver ou não o remetente). Reações à crítica.
292B Parágrafo 41, 43, 44 – (Na Casa de Jogos: Perguntam pelo vosso amigo)
Temas: A linguagem não verbal: o corpo e o comportamento como canais de comunicação; as
expectativas face ao outro; as (falsas) aparências.
Parágrafo 42, 45, 46, 47, 48, 49, 50, 51 – (Falam com o mestre africano)
90B
monitorizado, entendido como direito de não ser visto, ouvido, etc., o Direito de não ser registado ,
U U
entendido como direito de não ter imagens gravadas, conversas gravadas, etc. e o Direito de não ser
U
135
Manual Eu e Os Outros
reconhecido , entendido como direito de não ter imagens e conversas anteriormente gravadas
U
Temas: O sentimento de irritação quando não se consegue falar com quem se quer ou obter a
resposta que se deseja: (1) o caricato da situação, (2) a persistência de continuar a tentar; (3) a
reação à ideia de estar a ser gozado, (4) saber qual o momento para desistir
Proposta de atividade: as linhas telefónicas de ajuda (112, 1414, entre outras) são frequentemente
objeto de diversão de jovens e crianças que ligam para estes serviços com o único intuito de se
136
divertir. Propor ao grupo que se imagine na situação de atendimento e explore sentimentos e reações
associadas à situação
Temas: As substâncias alucinogénias: são substâncias que pertencem à família dos perturbadores
do SNC. Podem ter diversas apresentações. As mais conhecidas são o LSD e os cogumelos
mágicos. Têm por efeitos alterar a percepção da realidade por intensificação da percepção
(hiperestesia) ou por alucinação (percepção de um estímulo não presente); Normalmente as
expectativas face à substância prendem-se com a vivência de uma experiência psicadélica ou de
revelação pessoal; os riscos do consumo são elevados uma vez que o indivíduo invade uma parte do
seu aparelho psíquico que lhe é vedada podendo confrontar-se com experiencias de carga emocional
muito intensa (bad trips) podendo mesmo estar na origem de uma psicose tóxica. Do ponto de vista
antropológico estas substâncias, no seu formato natural, estavam muito associadas a rituais
religiosos havendo uma crença de que os seus efeitos permitiriam uma maior proximidade com os
deuses.
Proposta de atividade: propõe-se a pesquisa de mais informação no www.tu-alinhas.pt ou no
HTU UTH
www.SICAD.pt .
HTU UTH
Temas: A família como fator protetor: a família como suporte afetivo; a dinâmica familiar; Tal pai, tal
filho – o inato e o adquirido; A polícia como fator protetor: o papel protetor da polícia; a noção de
136
Manual Eu e Os Outros
regra e lei; o respeito pelas formalidades; o limite da ação policial; A noção de loucura: o normal e o
patológico; as expectativas face às evidências. O que é a loucura? E a normalidade?
Proposta de atividade: proposta de pesquisa do site da polícia judiciária em relação a situações de
desaparecimento de pessoas:
HTU http://www.policiajudiciaria.pt/PortalWeb/page/%7BDCDD1912-D7D2-4827-A009-5595BA832575%7D
UT
Temas: O cuidado com o meio ambiente: a perspetiva ecológica da vida urbana; a importância de
respeitar o meio ambiente; o prazer, o abuso e a noção de responsabilidade. A surpresa, a 137
estupefação e o alívio: o que se procura pode estar onde menos se espera; o alívio depois da
preocupação; as estratégias de controlo da ansiedade. A sensação de ser observado: o direito à
privacidade; o desconforto de se ser observado; a diferença entre sensação e percepção; o sexto
sentido humano. A paranoia enquanto traço de personalidade em função do qual os outros são
encarados como ameaça. Os seus comportamentos são lidos à luz desse traço havendo uma
desconfiança que pode ser, no limite, completamente perturbadora da vida social.
137
Manual Eu e Os Outros
Temas: noção de identidade e autonomia: ser ou não ser, eis a questão! O que é ser? O que é ser
autónomo? Como se pode ter a certeza que se é? Em que evidências nos baseamos para podermos
afirmar que somos realmente qualquer coisa? O real e o imaginário: a capacidade de distinguir a
138
realidade da fantasia.
Temas: O sentimento de impotência: ter a sensação de que nada está nas nossas mãos. O
sentimento de manipulação: ter a sensação de que se é conduzido para se atingir um determinado
propósito. O sentimento de dependência: ter a sensação de a nossa vida pertence ou é governada
por outros e por consequência, não é realmente nossa.
Temas: A perseverança: o acreditar de que se é capaz; a capacidade de interferir nas coisas que
nos acontecem;
Parágrafo 87, 88, 89, 90, 91, 92, 93, 94, 95 – (o que os outros acham)
305B
Temas: A opinião de cada um: as expectativas sobre a opinião do outro face ao que se conhece
dele; as surpresas e as confirmações; as estratégias de cada para resolver um dilema: o estilo
agressivo, passivo, mais ou menos assertivo…
Proposta de atividade: apresentar aos jogadores as reações de cada personagem, numa folha de
papel, retirando os aspectos que permitam identificar, dentro das descritas acima, qual o tipo de
reação que cada uma tem. Uma vez lidas as 8 reações os jogadores deverão tentar atribuir cada
reação a um personagem e justificar a sua escolha. Só depois deste processo é que o dinamizador
deverá dar continuidade à aplicação permitindo que eles explorem as respostas incluídas no material.
138
Manual Eu e Os Outros
139
139
Manual Eu e Os Outros
8.Dinâmicas de Grupo
É Obvio… Parece-me… Acho Que… – Jogo de grupo. Cada elemento diz o seu nome e numa
primeira fase diz algo que é óbvio em relação ao colega do lado direito. O que é óbvio tem de ser algo
que é observável. Numa segunda passagem do processo de apresentação cada jogador dá outra
informação sobre si (onde nasceu, por exemplo) e terá desta vez de dar um parecer sobre o seu
vizinho com base numa observação, devendo ser uma inferência feita a partir de algo que seja óbvio.
Finalmente numa terceira passagem o jogador acrescenta um ultimo elemento de apresentação (por
exemplo, o prato favorito ou o livro que anda a ler) e finalmente acrescenta uma impressão que lhe
141
fica do seu vizinho, sendo que esse parecer é intuitivo e não se baseia em nenhum facto. Temas de
Reflexão: Refletir na diferença dos três níveis de apresentação e como se confunde frequentemente
os factos com os pareceres e as impressões subjetivas. O receio de magoar o outro. O confronto com
a impressão que o outro tem de nós…
O Que Eu Sei do Meu Nome –Jogo de Grupo. Descrição: Pedir aos jogadores que se apresentem e
digam o que sabem sobre o seu nome - porque foi escolhido pelos pais, origens do nome, histórias
verdadeiras ou imaginadas em torno do seu nome Temas de Reflexão: A descoberta das origens
das pessoas a partir no nome, as culturas e etnias e os nomes, os costumes, outros povos, etc.
Cumprimentos Rituais –Jogo de grupo Materiais: Pedaços de papel, cada um com uma forma de
cumprimento. Deverá haver dois papéis por cada forma diferente de cumprimento. Exemplos de
comprimentos: aperto de mão, beijo, continência, aceno de cabeça, esfregar narizes, highfive e
lowfive (com uma ou duas mãos), backlowfive, etc. O dinamizador poderá começar esta dinâmica por
141
Manual Eu e Os Outros
O Guia e o Cego –Jogo de pares. Material: Vendas. O dinamizador solicita ao grupo que se organize
em pares, fornecendo uma venda a cada um. Os pares deverão organizar-se de modo a haver um
cego e um guia, cuja tarefa é proporcionar o maior número possível de experiencias ao cego. O jogo
deverá jogar-se em silêncio. A condução do cego é feita através do contacto de uma mão deste com
o ombro do guia. Sempre que este pretenda que o cego sinta a textura de alguma coisa, retira a mão
deste do seu ombro e leva-a à superfície a explorar, repondo-a de novo no seu ombro, terminada a
exploração. O dinamizador poderá dar sugestões aos guias no decurso do jogo, tipo experimentar
diferentes consistências (água, terra, algodão, etc.), diferentes sentidos (cheiro, tato, audição…)
diferentes níveis de intensidade (andar depressa, mudanças bruscas de movimento, situações
inesperadas, etc.). O tempo de jogo poderá variar de acordo com o planeamento e a riqueza do meio
a explorar. Os jogadores deverão poder trocar de papel. Temas de reflexão: A confiança em si e no
outro, a capacidade de reconhecer os estímulos, o medo do desconhecido, a preferência entre o
papel de guiar ou de descobrir a realidade circundante enquanto cego.
Responder com uma Pergunta –Jogo de competição entre dois grupos. O dinamizador começa por
definir um tema em torno do qual decorra cada confronto. Os grupos começam por definir uma ordem
de participação dos seus elementos. Com base no tema o primeiro elemento de uma equipa fará uma
pergunta ao outro grupo, o qual, através do seu jogador número um deverá responder com uma nova
pergunta dentro do tema definido. O segundo elemento do primeiro grupo deverá então responder
com uma nova pergunta e assim por diante, alternadamente. As respostas devem ser dadas dentro
de um período de 15 segundos. Se tal não acontecer é atribuído um ponto à última equipa a ter
142
Manual Eu e Os Outros
conseguido colocar uma pergunta. Não se pode repetir perguntas feitas anteriormente. Os temas
poderão ir mudando caso o dinamizador considere que se esgotaram as perguntas passíveis de
serem feitas. A ordem de resposta dentro dos grupos também pode ir mudando. (ex. Tema: cinema:
viste o filme de ontem? Qual aquele sobre extraterrestres? Esse não deu na semana passada? Achas
que era esse? …) Temas de reflexão: A dificuldade de pensar suficientemente rápido, a pressão da
competição, a necessidade de controlo para não responder à questão do outro grupo em vez de fazer
uma nova pergunta, a irritação quando fazem uma pergunta em que já tinhas pensado para tu
fazeres.
Círculo Do “Mata Moscas” –Jogo de grupo. Descrição: Os jogadores deverão formar um círculo à 143
distância de um braço, uns dos outros. O jogo começa com um elemento a agachar-se enquanto os
seus dois vizinhos lhe matam uma mosca sobre a cabeça batendo palmas. Imediatamente o vizinho
do lado direito daquele que se agachou, se agachará por sua vez, repetindo-se as palmas sobre a
sua cabeça (quem estava agachado, levantou-se entretanto tendo de bater as palmas sobre a cabeça
de quem se agachou ao seu lado. Este processo repete-se até que alguém se engane. Aquele que se
enganar sai de jogo. Temas de reflexão: Controlo do impulso; a alternância do comportamento
motor, a rapidez do jogo, a distração de estar a observar os outros e esquecer-se de jogar; a
competitividade…
Jogo do Porteiro –Jogo aos pares. O dinamizador começa por organizar os jogadores em pares. A
um deles deverá ser dito que é o porteiro cuja missão é não deixar ninguém passar. O outro jogador é
uma pessoa que tem uma enorme urgência/necessidade de entrar para o local à guarda do porteiro.
Exemplos: ter de ir à casa de banho, ter alguém em perigo de vida, precisar de saber se alguém está
lá dentro, etc. O jogador que enfrenta o porteiro deverá definir o contexto e explicá-lo ao colega antes
de iniciarem o jogo. Cabe ao porteiro justificar a recusa da passagem e ao outro jogador argumentar
sobre a necessidade de passar. O dinamizador deverá dar entre 5 a 10 minutos para a tarefa de
acordo com as capacidades dos jogadores e com ao risco de conflitualidade. No final do primeiro
exercício os jogadores trocam de papel. Temas de reflexão: A pressão de pares, a capacidade de
dizer não; o crescente de agressividade face à frustração; a difícil tarefa de recusar quando se quer
facilitar; ser consistente e coerente; quando faltam argumentos; os confrontos no feminino e no
masculino.
Jogo da Ocupação de Espaço –Jogo individual/coletivo. Cada jogador deve escolher um lugar fixo
na sala e procurar ocupar o máximo espaço possível. Seguidamente o dinamizador solicitará que,
sem sair do mesmo sítio, se tente ocupar o mínimo espaço possível. Comparar a sensação de cada
parte do exercício voltando a repeti-lo agora só em metade da sala, depois num quarto da sala e
assim sucessivamente até concretizar o exercício no canto da sala. Finalmente o dinamizador pedira
ao grupo que tentem ocupar o máximo espaço possível em grupo e seguidamente o mínimo espaço
possível Temas de reflexão: A importância do espaço pessoal; diferentes necessidades de espaço:
características pessoais vs. características culturais; o incómodo de partilhar cada vez menos espaço
com os outros, as estratégias de cada um para ocupar espaço face à proximidade do outro. A
143
Manual Eu e Os Outros
diferença entre ocupar espaço individualmente e coletivamente. O dentro e o fora: ocupar espaço
delimitando territórios.
Pára Agora –O dinamizador começa por pedir um voluntário para se colocar no centro da sala de
olhos fechados. Seguidamente um conjunto de colegas distribuídos em círculo pelos pontos cardeais
a uma distância de, pelo menos, 5 metros. À vez, e após indicação do dinamizador, os colegas vão
avançar lentamente (pequenos passos) na direção do jogador de olhos fechados, que os mandará
parar quando quiser definindo deste modo a distância a que quer manter esse colega. O exercício
repete-se até todos os colegas terem avançado e sido mandados parar. No final, o jogador poderá
144 destapar os olhos e verificar qual o território que definiu para si. Repetir o jogo com todos os
jogadores do grupo e comparar resultados. Temas de Reflexão: O espaço pessoal: as distâncias de
segurança; diferenças pessoais; a proximidade; o sentimento de ameaça: a distribuição diferente do
espaço em função da localização e da relação que se tem com quem se aproxima.
Balão Cola –Jogo de grupo. Materiais: Balões. Descrição: Formam-se pares e dá-se-lhes um balão
para ser enchido. A tarefa do par é a de ir transportando o balão a dois. O contacto com o balão vai
variando de acordo com a criatividade do dinamizador podendo ir da cabeça à anca, passando pelas
costas, braços, etc. O dinamizador poderá dar instruções que dificultem a tarefa do grupo como
sentarem-se sem deixar cair do balão, porem-se de gatas, subirem a uma cadeira, etc. Os jogadores
que forem perdendo o balão sentam-se no chão. O jogo termina quando apenas sobrar um par em
jogo. Temas de Reflexão: A distância crítica: se se afastam o balão cai, se se aproximam o balão
rebenta; o paralelismo com as relações de afeto: a dependência vs. o desapego; fazer coisas em
conjunto: a harmonia e a coordenação. Os riscos que conduzem à perda de contacto com o outro.
Respeitar o ritmo do outro; procurar um ritmo conjunto.
O Julgamento (da droga) –Jogo entre grupos. O dinamizador deverá começar por organizar os
jogadores em 4 grupos: os advogados de defesa, os de acusação, os juízes e os especialistas. A
droga vai a julgamento e os juízes deverão gerir a sessão dando tempo aos advogados primeiro para
organizarem a sua argumentação e depois para a expor. Os especialistas deverão aprofundar o tema
e apresentá-lo de forma rigorosa e científica sem tomar partido. Poderão ser questionados pelos
advogados de defesa ou de acusação. Cabe aos juízes tomarem uma decisão no final do jogo e
proferir a sentença Temas de reflexão: A importância de saber defender o seu ponto de vista, a
diferença entre uma opinião (crença) e um facto; conseguir ter uma perspetiva alargada antes de
tomar posições.
O Jogo dos Vizinhos –Jogo de grupo. Material: Cadeiras dispostas em círculo alargado. O grupo
deverá colocar-se em círculo, sentados em cadeiras. O dinamizador pede um voluntário, que se
deverá colocar no meio do círculo sem lugar para se sentar. O seu objetivo é recuperar um lugar.
Para tal, deverá dirigir-se a qualquer participante, colocando-lhe a seguinte questão: “Gostas dos teus
vizinhos?”, referindo-se aos dois elementos que estão em cada um dos lados da pessoa a quem se
dirige. Caso este responda afirmativamente, todo o grupo, com exceção do interrogado e dos seus
vizinhos, deverá levantar-se e correr para uma cadeira que se encontre distante daquela onde estava
144
Manual Eu e Os Outros
sentado. Não é permitido sentar-se na cadeira que se encontra ao seu lado. Quando a resposta é
negativa, acrescenta-se a pergunta: “Então, que vizinhos gostavas de ter?”. Quando a resposta
surgir, do tipo “gostaria de ter vizinhos que tenham calças de ganga” ou “quero vizinhos de olhos
azuis” ou ainda “quero vizinhos simpáticos”, os dois vizinhos terão sempre que ceder os lugares e
todos os elementos que possuam a característica indicada deverão procurar ficar com um dos dois
lugares anteriormente ocupados pelos vizinhos. Haverá sempre um elemento que fica sem lugar,
cabendo-lhe então reiniciar o processo. O dinamizador deverá garantir que o tipo de características
solicitadas para os vizinhos vai variando, indo de aspectos físicos, para gostos, interesses, e
finalmente, características pessoais. Temas de reflexão: O jogo como divertimento; a possibilidade
de nos darmos a conhecer de uma forma divertida; a curiosidade face ao outro; o respeito pelo outro
145
e pelo grupo, o receio de dececionar que me leva a dizer que gosto dos vizinhos, e o desejo de
provocar que me leva a pedir novos vizinhos. O sentimento de ridículo e de exposição por se estar no
centro sem cadeira…
Sentar nos joelhos –Jogo de grupo, não requer material. Os jogadores dispõem-se em círculo numa
roda muito fechada. À ordem do dinamizador, todos os elementos do grupo deverão tentar sentar-se
nos joelhos do elemento que estiver posicionado imediatamente antes deles. Se a tarefa for
conseguida o dinamizador poderá então solicitar que todos os elementos do grupo retirem um pé do
chão. Temas de reflexão: A necessidade de coordenação entre todos; a conjugação de esforços; a
proximidade física;
Cadeia de Mãos Trocadas –Jogo de grupo. Os jogadores sentam-se em círculo, próximos uns dos
outros. Cada jogador deverá colocar a sua mão direita sobre a perna esquerda do jogador da direita e
a mão esquerda em cima da perna direita do jogador da esquerda. Com a cadeia formada o jogador
dinamizador começa o jogo batendo uma pequena palmada na perna do vizinho que terá
continuidade através de uma pequena palmada da mão que se situa imediatamente a seguir e pela
outra seguinte e assim sucessivamente. Sempre que um jogador bater duas vezes seguidas o sentido
do jogo inverte-se devendo jogar não a mão seguinte mas aquela que está imediatamente antes.
Cada vez que um jogador se engane na sua vez de jogar perde retirando a mão com que se
enganou. O jogo prossegue até ficarem apenas três jogadores. Temas de reflexão: A necessidade
de concentração e capacidade de controlo; a competição; o sentimento de frustração; a
impulsividade; a capacidade de provocar o engano do adversário.
Jogo dos Problemas –Jogo de grupo. Materiais: Autocolantes. Cada jogador recebe um pedaço de
papel autocolante que lhes é apresentado como um problema de que cada um se quer
desembaraçar. A instrução é de uma vez em movimento por uma sala, ao sinal do orientador, todos
os jogadores tentem colar o seu autocolante nas costas de outros jogadores, descarregando assim o
seu problema em alguém, evitando simultaneamente que o façam consigo. Poderá ser feita nesta
altura uma primeira reflexão sobre quem tem mais autocolantes nas costas e o que justifica esta
situação (estar no centro, estar desatento, ter mais dificuldade em se proteger, etc.) Após um primeiro
ensaio o orientador dará instruções a três ou quatro jogadores limitando a sua capacidade de se
deslocar ou de se defender - exemplo: obrigatoriedade de ficar sempre no mesmo sítio, deslocar-se a
145
Manual Eu e Os Outros
pé coxinho ou com passos muito pequeninos, ter a mão direita no bolso, estar de olhos vendados.
Dadas as instruções, repete-se o jogo. No final desta segunda experiência poderá ser feita uma
segunda reflexão em torno de como as limitações de base atraem mais problemas. Finalmente o
orientador poderá definir dois grupos e, mantendo as regras e as instruções, repetir o jogo. No final de
cada ação contam-se o número de autocolantes presos nas costas de cada jogador. O orientador
poderá impor um limite de tempo para que a colagem dos autocolantes se efetue. Temas de análise:
Comparação dos autocolantes a problemas; a tendência para que aqueles que estão limitados
acumulem autocolantes; os elementos frágeis e as estratégias de ataque e de defesa/proteção.
146 Corrida no Escuro (hist. 5) –Jogo individual. Material: vendas de flanela preta. Joga-se em silêncio.
Cada participante depois de vendado corre para uma parede, onde outro elemento o deverá segurar
impedindo-o de colidir com esta. Num primeiro momento, poderá ser o orientador do grupo a segurar
os participantes que correm, de forma a transmitir ao grupo uma maior segurança. Temas de
reflexão: a dependência face ao outro quando eu me sinto em risco; o correr sem hesitar, fuga para a
frente; ou a impossibilidade de se mover: o medo paralisante; confrontar as discrepâncias entre o
sentimento que a situação suscita (ex. "isto não me mete medo nenhum") com a sua vivência (ex.:
"afinal não era assim tão fácil").
Um Lugar por um Sorriso –Jogo de grupo. Todos os elementos estão sentados em círculo, à
exceção de um que, em pé, não tem lugar. Para conseguir arranjá-lo deverá dirigir-se a alguém,
colocar-se na sua frente e dizer, "O teu lugar por um sorriso". A esse jogador cabe a tarefa de, sem o
menor esboço de sorriso, responder olhando o outro jogador nos olhos, "Gosto muito de ti mas não te
posso sorrir. Se queres um lugar vais bater a outra porta". Se não o conseguir, isto é, se no decurso
desta frase se rir, perde o lugar, cabendo-lhe agora a si a tarefa de fazer rir outra pessoa para ficar
com o lugar dela. Durante a tentativa de conseguir um lugar, o jogador não poderá repetir o mesmo
pedido mais do que duas vezes à mesma pessoa, devendo, em caso de insucesso passar a outra. No
processo de pedido, o dinamizador poderá impor a regra de que, o jogador do meio está impedido de
fazer cócegas ao parceiro. Variante: O dinamizador poderá criar a figura do cúmplice que é um
jogador que do lado de fora do círculo procura ajudar o jogador sem cadeira a fazer rir os elementos
sentados. Nesse caso o cúmplice também não poderá tocar nos elementos sentados enquanto ajuda.
Temas de reflexão: Será importante começar por ouvir as pessoas que passaram pelo centro;
trabalhar os temas ligados à sensação de ridículo, rejeição, frustração; o sentimento de quem diz
"não" a alguém que é seu amigo; a importância de pensar em si ao pensar nos outros; a pressão do
grupo e a influência nas decisões; a capacidade de resistir à sedução de quem está no meio, a
persistência dos participantes.
Escrever Bem nas Costas –Jogo de Grupo Material: Folhas de papel para prender nas costas dos
jogadores, canetas. Descrição: Cada jogador tem presa nas costas uma folha de papel. Com a
caneta que possui deverá escrever nas costas dos restantes colegas o que mais gostam nele,
enquanto o mesmo acontece consigo próprio. No final, cada jogador deverá ler o que escreveram
sobre si e deverá comentar. Ninguém é obrigado a fazê-lo, podendo simplesmente reservar para si
próprio os sentimentos despertos pelo que lhe foi dirigido. Temas de Reflexão: O que os outros
146
Manual Eu e Os Outros
pensam de nós; a comparação entre a imagem que provocamos nos outros e a nossa própria opinião;
as expectativas e o desejo de agradar; o receio daquilo que os outros pensam de nós.
Anjo da Guarda –Jogo de pares Material: Pedaços de papel com os nomes dos jogadores. Papel e
canetas Descrição: O dinamizador começa por escrever os nomes dos participantes em pedaços de
papel que deposita numa caixa. Cada participante sorteia um papel (como em um amigo secreto).
Ninguém poderá retirar seu próprio nome. Se tal acontecer, refaz-se o sorteio. Cada participante será
o anjo daquele que sorteou e, portanto, também terá seu anjo. Os nomes não devem ser revelados
até o término do jogo. O papel de cada anjo é de aproximar-se, dar atenção e interagir-se com a
pessoa que lhe saiu em sorte, de forma subtil, sem que esta perceba imediatamente quem é seu 147
anjo. Uma caixa de papel ou post-its poderá ser posta à disposição dos jogadores para que possam ir
deixando mensagens aos seus protegidos. A(s) caixa(s) devem ser deixadas em locais que permitam
que as mensagens possam ser deixadas sem levantar suspeitas. No final, cada um tenta adivinhar
quem é o seu anjo. Temas de Reflexão: Cuidar e ser cuidado; tratar bem sem dar nas vistas; sentir-
se bem a demonstrar atenção; curiosidade por quem o protege; deceção por não ter sido
reconhecido…
A Mensagem –Jogo entre pares. Material: Folhas com esquema gráfico a reproduzir. Papel e
canetas (uma por cada par) Descrição: Dividir o grupo em pares. Pede-se para que um elemento de
cada par se retire da sala para que os demais recebam as instruções. Solicita-se àqueles que ficaram
na sala que ajudem a arrumar o espaço, colocando as cadeiras do par uma de costas para a outra,
deixando alguma distância entre os conjuntos para que não haja interferência entre os pares. Aos
elementos que ficarem na sala o dinamizador deverá dizer que cada um será o recetor de uma
mensagem que o seu colega irá transmitir. Deverão sentar-se de costas para ele e usar a folha de
papel para anotar a mensagem que o emissor, seu colega, lhe irá transmitir. Não poderão fazer
perguntas ao emissor, nem interrompê-lo, em nenhuma situação. Não poderão emitir qualquer tipo de
reação que demonstre a maneira como está a receber (ou não) a mensagem.
Aos elementos que estiverem fora da sala o dinamizador entregará uma folha contendo um conjunto
de figuras que correspondem à “mensagem” que deverão transmitir ao seu colega. O objetivo do
emissor será descrever o melhor possível as figuras que constam na sua folha para que o recetor as
reproduza na sua folha de anotações. O emissor não deverá deixar que o recetor veja a folha com as
figuras. Não é permitido qualquer tipo de comunicação para além das instruções do emissor para o
recetor. Terminada a tarefa, cada colega pode mostrar ao outro, tanto a folha da mensagem original
quanto aquela que foi recebida. O instrutor poderá propor que cada par fixe a mensagem recebida na
parede, a fim de seja escolhida a melhor. Após a primeira reprodução os papeis invertem-se e repete-
se o jogo. Variante: (1) o dinamizador poderá utilizar vários modelos com diferente organização das
figuras a descrever de modo a reduzir o impacto das informações captadas de outros emissores. (2) o
dinamizador, utilizando o mesmo modelo para todos os pares, poderá colocar números de ordem nas
figuras a reproduzir, fazendo variar essa ordem de folha para folha Temas de Reflexão: a
dificuldade de passar e receber a mensagem; fatores que facilitam e dificultam a transmissão; a
dificuldade de não ter ou não poder dar feedback; a diferença entre a expectativa e o resultado final.
147
Manual Eu e Os Outros
Razões Para Dizer Não – Jogo de pares ou de pequeno grupo. Material: Lista de desafios.
Descrição: O dinamizador começa por fornecer a cada par ou pequeno grupo um conjunto de
propostas de desafios para a concretização de comportamentos socialmente questionáveis. À vez um
jogador colocará aos restantes o desafio cabendo a cada um encontrar uma razão para recusar sem
poder repetir qualquer das razões anteriores. Naturalmente algumas dos desafios são apetecíveis e o
dinamizador pode reconhecê-lo mas em jogo está a capacidade de resistir e nesse caso a aceitação
do desafio é a resposta mais fácil. Temas de Reflexão: A dificuldade de dizer não quando dá
vontade de dizer sim; a dificuldade de ser criativo na justificação para a recusa; a mudança da ordem
na resposta e o aumento da dificuldade na tarefa; a argumentação para convencer os outros a aderir:
é mais fácil desencaminhar…
148
A Queda da Árvore –Jogo de pares. Descrição: Formam-se pares. Os dois elementos de cada par
colocam-se frente a frente, devendo um deles (a árvore), de braços cruzados sobre o peito e pés
juntos, deixar-se cair para a frente, com o corpo rígido. O parceiro deverá amparar a queda,
segurando o participante que cai ao nível dos ombros, garantindo que este não dobra o corpo pela
cintura. Uma vez amparada a queda, deverão retomar a posição inicial e repetir o exercício,
procurando aumentar gradualmente a distância entre os dois elementos, sem nunca comprometer a
segurança daquele que cai. Quem segura deve transmitir o maior sentimento de segurança possível
promovendo, no entanto, a progressão no risco. Quando assim o entender, o dinamizador deverá dar
indicações para que se invertam os papeis. Temas de Reflexão: O prazer do risco vs. o desprazer do
medo; a (in)segurança de quem segura face à insegurança de quem é segurado; a responsabilidade
de quem segura face ao (des)conforto de quem é segurado; a dependência face ao outro; os limites
da confiança no outro; a ativação de mecanismos de proteção próprios.
Chamada às Cegas –Jogo de pares jogado por todo o grupo ao mesmo tempo. Materiais: Vendas.
Descrição: Formam-se pares. Um jogador é vendado e colocado num local longe do colega de
equipa. Ao sinal do orientador todos os jogadores sem vendas deverão começar a chamar em voz
baixa os seus colegas usando apenas o nome. A tarefa destes é distinguir a voz do parceiro entre as
restantes e segui-la até o encontrar. No final do jogo, os jogadores trocam de papel e recomeça o
jogo. Temas de Reflexão: a confusão e o sentimento de estar perdido ou até mesmo abandonado; a
vontade de poder chamar mais alto; facilitar a vida ao outro e o tornar a conquista menos valiosa;
dificultar a vida ao outro e o tornar um jogo numa experiência desagradável.
A QUEDA DA ÁRVORE – jogo de pares. Descrição: Formam-se pares. Os dois elementos de cada
par colocam-se frente a frente, devendo um deles (a árvore), de braços cruzados sobre o peito e pés
juntos, deixar-se cair para a frente, com o corpo rígido. O parceiro deverá amparar a queda,
segurando o participante que cai ao nível dos ombros, garantindo que este não dobra o corpo pela
cintura. Uma vez amparada a queda, deverão retomar a posição inicial e repetir o exercício,
procurando aumentar gradualmente a distância entre os dois elementos, sem nunca comprometer a
segurança daquele que cai. Quem segura deve transmitir o maior sentimento de segurança possível
promovendo, no entanto, a progressão no risco. Quando assim o entender, o dinamizador deverá dar
indicações para que se invertam os papéis. A mesma dinâmica pode ser repetida com a queda a dar-
148
Manual Eu e Os Outros
se para trás devendo o recetor ter o cuidado de se posicionar mais próximo do jogador que se deixará
cair. Do mesmo modo o nível de risco deverá aumentar para a segunda experiencia após a qual os
papeis se deverão inverter de novo. Variante: o mesmo jogo poderá ser jogado a três devendo a
árvore cair (em pendulo) ora para a frente ora para trás. Os jogadores deverão rodar pelas várias
posições. Temas de Análise: O prazer do risco vs. o desprazer do medo; a (in)segurança de quem
segura face à insegurança de quem é segurado; a responsabilidade de quem segura face ao
(des)conforto de quem é segurado; a dependência face ao outro; os limites da confiança no outro; a
ativação de mecanismos de proteção próprios.
A INSUSTENTÁVEL LEVEZA DA BEXIGA – Jogo de grupo Material: papéis com características. 149
Papel e Canetas, Tampões para os ouvidos, Vendas Descrição: O dinamizador inicia o jogo
distribuindo pelos jogadores papéis com instruções que dividirão o grupo em 5 partes: os cegos, os
surdos, os mudos, os paralíticos e aqueles que não têm limitações. Cada subgrupo será colocado
num dos cantos da sala excepto os que não têm problemas que se mantêm no centro. Aos mudos é
dada uma caneta e aos surdos é dado uma folha de papel. É transmitido ao grupo que subitamente
todos os elementos dos grupos com limitações sentiram uma inexplicável necessidade de ir à casa de
banho, situação que se deverá concretizar nos próximos 10 minutos após os quais se assumirá que a
necessidade foi, infelizmente, satisfeita na própria sala. A tarefa é grupal e não individual.
Naturalmente os paralíticos não podem andar, os cegos não podem ver os mudos não podem falar e
os surdos não podem ouvir. Os jogadores sem limitações podem fazer tudo menos sair da sala de
jogo. Ao sinal do dinamizador o grupo deverá procurar soluções para o problema e pô-las em prática.
Temas de Análise: ser ativo ou passivo em função das limitações atribuídas; a tendência ao
protecionismo por parte dos elementos sem problemas; a conjugação de esforços e a entreajuda; o
sentimento de impotência; a pressão do tempo; a necessidade de criação de canais de comunicação
alternativos…
VIAGEM DO CEGO - Jogo de pares. Material: Utilizar vendas de flanela preta. Descrição: Um
elemento está vendado, o outro é o guia. Não podem falar durante o jogo. O guia comanda o cego a
partir da mão que este coloca sobre o seu ombro. O objetivo do guia é o de transmitir o maior número
de sensações possíveis ao cego, para que este as possa identificar. (ex. I - sensações tácteis - a
parede rugosa, a água fria, etc. II. - auditivas - comandar o cego através de sons, III - olfativas - dar
algo a cheirar, de sabor - dar algo a provar - água, comida ... ). Trocam no final de 3 minutos. Variante
- O orientador poderá dar como indicação aos jogadores - condutores que, imaginem uma situação de
aventura e que, através de sons, posturas corporais, ou movimentos tentem transmiti-la ao jogador -
guiado. No final confrontar-se-á o que foi idealizado pelo condutor, com o que foi imaginado pelo
conduzido. Temas de Analise: a dificuldade de jogar de olhos vendados. A confiança. Sentir-se
melhor como condutor ou como conduzido; a descoberta do mundo a partir dos outros sentidos que
não a visão; confrontar os perigos reais com os medos imaginários ( ex.: "eu sabia que não corria
perigo, mas ..."); será que o meu medo diminui ao ser guiado por alguém em quem eu confio?; a
perceção diferente dos dois jogadores de uma mesma situação, a importância de ser capaz de se pôr
no lugar do outro.
149
Manual Eu e Os Outros
ESCRITOS NA TESTA - Jogo de grande grupo. Material: Papel autocolante/Rótulos com instruções
escritas. Descrição: O orientador do jogo começa por escrever em pequenos papéis características
pessoais que orientam as reações emocionais de quem as lê. Os cartões poderão ter frases como
“todos me admiram”, “têm medo de mim”, “tratam-me como um tonto”, “tratam-me mal”, “culpam-me
de tudo”, “todos me admiram”, “cuidem de mim”, etc. O dinamizador poderá incluir entre os escritos
da testa, informação que em vez de orientar o comportamento de quem lê, dá apenas informação
sobre a pessoa solicitando que cada um reaja consoante o estereótipo que tem face a esse tipo de
pessoas, nomeadamente “Sou alcoólico”, “Já bebi demais”, “Eu não bebo”, “Eu pago bebidas a
150 todos”. Cada jogador terá um desses papeis colado na sua testa, sem que seja do seu conhecimento
o que contém escrito. Os jogadores deambularão pela sala reagindo aos colegas em função da
característica que estes tenham “estampadas na testa”. A tarefa é de, através das reações dos
colegas, descobrir qual a sua característica. O orientador poderá ou não permitir que o jogo seja
falado, devendo contudo impedir que o principal componente da reação seja verbal. Poderá
igualmente incluir dois papéis iguais por instrução de maneira que os jogadores, tendo um igual em
jogo, procurem identifica-lo. Os conteúdos do jogo deverão ser preponderantemente emocionais e
reativos. Pode-se propor que os jogadores ponham em contato pessoas que pelos seus papéis
possam ajudar-se uma à outra. Temas de Análise: confusão de sentimentos; a dificuldade de estar
simultaneamente atento a si e aos outros; o confronto com a reação dos outros; as contradições de
algumas atitudes; causar boa ou má impressão nos outros; continuar a lutar para ser aceite ou
proteger-se do que nos confunde e nos magoa; a entreajuda e os estereótipos
ESCREVER BEM NAS COSTAS (ser cool porque) - Jogo de Grupo Material: Folhas de papel para
prender nas costas dos jogadores, canetas. Descrição: Cada jogador tem presa nas costas uma
folha de papel. Com a caneta que possui deverá escrever nas costas dos restantes colegas o que
mais gostam nele, enquanto o mesmo acontece consigo próprio. No final, cada jogador deverá ler o
que escreveram sobre si e deverá comentar. Ninguém é obrigado a fazê-lo, podendo simplesmente
reservar para si próprio os sentimentos despertos pelo que lhe foi dirigido. Temas de Análise: o que
os outros pensam de nós; a comparação entre a imagem que provocamos nos outros e a nossa
própria opinião; as expectativas e o desejo de agradar; o receio daquilo que os outros pensam de
nós.
150
Manual Eu e Os Outros
9.Protocolo de Avaliação
A aplicação deste projeto deve pressupor um processo avaliativo que forneça quer ao aplicador quer
à equipa técnica de suporte, quer ainda à coordenação central do projeto, uma noção quanto à
evolução do processo de implementação. Naturalmente, que o modelo de Avaliação que
preconizamos é mais vasto e complexo do que o que vamos propor nas próximas linhas. Este,
pressupõe um trabalho prévio de avaliação diagnóstica da situação bem como um trabalho final de
avaliação de impacte. Consideramos que estes dois campos fundamentais de avaliação requerem
uma abordagem mais técnica e aprofundada que não se justifica ver desenvolvida neste manual, que,
151
como já foi dito pretende ter um carácter mais prático. Assim sendo, centrar-nos-emos aqui
essencialmente na avaliação de processo, mais concretamente nos procedimentos que o aplicador
deve assegurar ao longo das diferentes fases de aplicação. Serão apresentados os instrumentos que
consideramos importantes ser utilizados para reunir informação e incluiremos em anexo os respetivos
questionários e grelhas.
151
Manual Eu e Os Outros
A aplicação dos referidos questionários deverá obedecer à recolha de consentimento informado junto
aos encarregados de educação, a qual poderá e deverá ser integrada num consentimento mais
alargado referente à participação do jovem no Programa. Desse consentimento deverá constar de
forma clara que a eficácia do programa será avaliada mediante o tratamento de dados recolhidos
através de questionários de resposta online ou quando a tecnologia não está disponível, através de
questionários impressos. Deverá ser esclarecido que as respostas serão anónimas mediante a
152
Manual Eu e Os Outros
10.Referências 153
História 1
313B
153
Manual Eu e Os Outros
riscos associados ao uso indevido dos mesmos. Permite ainda a exploração de conteúdos referentes a
cosméticos e outros produtos de beleza.
HTUwww.plataformacontraaobesidade.dgs.ptUTH - a Plataforma Nacional contra a Obesidade é uma
medida estratégica, assumida politicamente a nível nacional, que visa criar sinergias intersectoriais, a
nível governamental e da sociedade civil para lidar com o aumento da incidência, a morbilidade e
mortalidade associadas à Obesidade.
HTUwww.icap.ptUTH - ICAP – Instituto Civil da Autodisciplina da Comunicação Comercial.
HTUwww.apan.ptUTH - APAN – Associação Portuguesa de Anunciantes.
154 HTUwww.cpmcs.ptUTH- CPMCS – Confederação Portuguesa dos Meios de Comunicação Social.
HTUwww.mediasmart.com.ptUTH e HTUmediasmart@apan.ptUTH - Media Smart – é um programa
de literacia sobre a publicidade nos diversos media (meios de comunicação social), destinado a crianças
entre os 7 e os 11 anos de idade.
História 2
314B
História 3
315B
154
Manual Eu e Os Outros
História 4
316B
155
HTUwww.inia.gov.ptUT- Iniciativa Nacional para a Infância e Adolescência - Uma aventura na terra dos
direitos.
HTUhttp://www.dge.mec.pt/programa-integrado-de-educacao-e-formacaoUTH- Informação sobre a
medida PIEF e os programas de educação formação.
https://www.iefp.pt/formacao-para-jovens - Instituto de Emprego e Formação Profissional
História 5
317B
História 6
318B
155
Manual Eu e Os Outros
História 7
319B
História 8
320B
156
Manual Eu e Os Outros
História 9
320B
157
Manual Eu e Os Outros
11.Bibliografia
Associativismo Juvenil
Infância e Adolescência
321B
159
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Oeiras.
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passagens a eles destinados ou, na sua falta, pelas bermas;
Artº 100.º (posição a ocupar na via);
Artº 101.º (atravessamento da faixa de rodagem).
165
Manual Eu e Os Outros
Secção XII (regras especiais de segurança). Alguns dos artigos mais importantes:
1 - A carta de condução emitida a favor de quem ainda não se encontrava legalmente habilitado a
conduzir qualquer categoria de veículos fica sujeita a regime probatório durante os três primeiros
anos da sua validade.
2 - Se, no período referido no número anterior, for instaurado contra o titular da carta de condução
procedimento do qual possa resultar a condenação pela prática de crime por violação de regras de
circulação rodoviária, contraordenação muito grave ou segunda contraordenação grave, o regime
probatório é prorrogado até que a respetiva decisão transite em julgado ou se torne definitiva.
Artº 130.º (Caducidade e cancelamento dos títulos de condução):
j) A infração prevista na alínea l) do n.º 1 do artigo anterior, quando a taxa de álcool no sangue for
igual ou superior a 0,8 g/l e inferior a 1,2 g/l ou igual ou superior a 0,5 g/l e inferior a 1,2 g/l quando
respeite a condutor em regime probatório, condutor de veículo de socorro ou de serviço urgente,
de transporte coletivo de crianças e jovens até aos 16 anos, de táxi, de automóveis pesado de
166
Manual Eu e Os Outros
Guia do Peão:
http://www.ansr.pt/LinkClick.aspx?fileticket=d9OE4VWGPKY%3d&tabid=36&language=en-US
o Vídeos:
http://www.youtube.com/watch?v=8isFlo0bqTM;
http://www.youtube.com/watch?v=EVQwZlX9tJM
o Vídeo “Peões sobre rodas”:
http://www.youtube.com/watch?v=gJL-XBnYGE0
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