1
Universidade Federal do Rio Grande do Sul – Departamento de Metalurgia
(PPGEM) – Laboratório de Pesquisa em Corrosão (LAPEC) - Av. Bento Gonçalves –
9500 – prédio 75 - Porto Alegre - RS – Brasil - CEP 91501-970.
tessaro.sandra@gmail.com
Celia.malfatti@ufrgs.br
2
Universidade Federal de Sergipe – Departamento de Química – Itabaiana-SE
3
Universidade Feevale – Instituto de Ciências Exatas e Tecnológicas (ICET)
RESUMO
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A Figura 1 apresenta as micrografias obtidas por MEV para os filmes
estudados: T0A3 (sem adição de TEOS), T1A3 (com adição de TEOS de nível 1) e
T3A3 (com adição de TEOS de nível 3). O aspecto morfológico dos revestimentos
obtidos mostra a presença de descontinuidades no revestimento T0A3 (Figura 1-a),
e fissuras com desplacamento do filme híbrido no sistema T3A3 (Figura 1-c). No
sistema T1A3 (Figura 1-b) observa-se um filme homogêneo, sem descontinuidades e
sem fissuras.
descontinuidades desplacamento fissuras
Figura 1. Micrografias obtidas ao MEV para as amostras: (a) T0A3, (b) T1A3 e (c)
T3A3.
A espessura dos filmes foi determinada por análise de imagens obtidas por
MEV da seção transversal (Figura 2) e os resultados estão apresentados na Tabela
2. Observa-se que a amostra que obteve maior espessura de filme foi aquela com
maior adição de TEOS (T3A3) (Figura 2-c). Isso está associado ao maior teor de
grupos silanóis (fase inorgânica) devido a maior a quantidade de TEOS no filme. A
densidade real do híbrido siloxano-PMMA aumenta com o teor de siloxano na
amostra, pois a densidade da fase siloxano (2,2 g.cm -3) é maior que a densidade do
PMMA (1,2 g.cm-3). No entanto, observa-se que o sistema T0A3 (Figura 2-a)
apresentou uma espessura de filme maior que o T1A3 (Figura 2-b), este
comportamento atípico deverá ser melhor analisado.
a) b) c)
Resina Resina
Filme Flandres
híbrido
Filme
Filme híbrido
híbrido Flandres Resina
Flandres
Figura 2. Sessão transversal por MEV dos filmes: (a) T0A3, (b) T1A3 e (c) T3A3.
-0.30
EECS (V)
-0.46 -0.35
-0.40
-0.48 -0.45
-0.50
-0.50 -0.55
-0.52 -0.60
-0.65
-0.54 -0.70
-11 -10 -9 -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2
0 600 1200 1800 2400 3000 3600 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10
Tempo (s) 2
log i (A/cm )
Figura 3. (a) Potencial de circuito aberto e (b) Curvas de polarização.
Na Figura 4 são apresentadas os diagramas de Nyquist e Bode para os filmes
T0A3, T1A3 e T3A3. Os ensaios de impedância foram realizados durante 96 horas
de imersão em NaCl 0,05M. Pelos diagramas de Nyquist, observa-se que o
revestimento T1A3 apresentou maiores valores de resistência, comparativamente às
demais amostras. Isso pode estar associado ao fato desse sistema apresentar um
filme mais homogêneo e sem fissuras, devido a uma reação de condensação mais
efetiva, favorecida pela quantidade suficiente de TEOS ao filme o que proporcionou
menos grupos hidrofílicos devido à reação de grupos silanóis. A amostra T3A3
apresentou menores valores de resistência e de módulo de impedância,
comparativamente à amostra T0A3 corroborando com os resultados de OCP e
polarização. A amostra T0A3 foi a que obteve o pior desempenho nos ensaios de
impedância eletroquímica como pode ser observado nas imagens após ensaios
eletroquímicos da Figura 5-a. Estes resultados mostram a forte influência do teor de
silício nas propriedades anticorrosivas dos filmes. Pelos diagramas de Bode é
possível observar um fenômeno em alta freqüência associado ao efeito barreira
apenas para as amostras T1A3 em todos os tempos de imersão analisados. Isso
mostra o efeito protetor desse revestimento quanto à resistência à corrosão
conforme observado nas imagens após ensaio eletroquímico (Figura 5-b).
a)
b)
c)
a) b) c)
Produtos Produtos
de de
corrosão corrosão
4. CONCLUSÕES
Os resultados mostraram que a amostra T1A3 foi a que apresentou melhor
desempenho nos ensaios eletroquímicos. Para esse sistema não foi observada a
presença de fissuras no filme. O sistema T3A3 apresentou maior espessura de
filme, contudo, devido provavelmente à intensa densificação do filme promovida pela
adição de TEOS, ocorreu a formação de fissuras, comprometendo dessa forma a
resistência à corrosão da amostra.
Agradecimentos
O presente trabalho foi realizado com o apoio da CAPES e do CNPq que são
entidades do Governo Brasileiro voltadas para a formação de recursos humanos.
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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