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oferecer tratamento para indivíduos que sofrem de transtornos mentais tais como
o uso e o abuso de substâncias.
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Os Principais Objetivos e Aplicações
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criminais. Na parte psíquica, deve dedicar especial atenção à psicopatologia,
podendo inclusive atuar como perito nas áreas psiquiátricas e hospitalares.
1. Psicologia do testemunho;
2. Obtenção de evidência delituosa (confissão com provas);
3. Compreensão do delito (motivação psicológica);
4. Informação forense a seu respeito;
5. Reforma moral do delinquente;
6. Higiene mental (como evitar que ocorram conflitos com as leis?).
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O tema da “higiene mental” é muito abordado e pesquisado pelos
psicólogos jurídicos dos Estados Unidos, Alemanha, Áustria e Inglaterra. Esse
ramo da Psicologia é a ciência que trata da aplicação de todos os ramos e
saberes da Psicologia para responder as perguntas da Justiça e colaborar com a
sua administração, promovendo a melhora do exercício do Direito (URRA,
1993).
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áreas da própria Psicologia (ex.: desenvolvimento, experimental, cognitiva,
clínica, avaliação, psicometria), entre outras. Assim, a multiplicidade de saberes
e de competências é uma das marcas da Psicologia Forense.
Rocha contou que a inspiração para a criação da área teve como base a
Psiquiatria Forense, e que esta, por sua vez, surgiu da Medicina Legal. No
Brasil, a pesquisadora revelou que a sistematização da Psicologia Forense
aconteceu somente em 2001, quando uma resolução relacionada à especialização
em Psicologia Jurídica - termo hispânico para designar a Psicologia Forense - foi
aprovada no Conselho Federal de Psicologia.
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A pesquisadora também elucidou que a Psicologia Forense tem
sustentação na pesquisa e na ciência. Por isso, a linguagem científica se faz
necessária, para que os operadores do direito possam compreender o que os
psicólogos têm a dizer.
Psicologia do Crime
Trata-se da ciência dos processos comportamentais do adulto e jovem
infrator, e tem o objetivo de descrever como um comportamento é adquirido,
aprendido, evocado, mantido e modificado pelas consequências. Para tanto, o
método científico é utilizado. São também examinadas e avaliadas a prevenção,
a intervenção e suas estratégias direcionadas a reduzir o comportamento
criminoso e o transtorno da personalidade antissocial. Ou seja, tenta-se
compreender nos adolescentes a reiteração de comportamentos agressivos e nos
adultos a reincidência de crimes cometidos.
Avaliação Forense
Esta é o cerne da Psicologia Forense, porque é calcada nos maiores
instrumentos da psicologia: a entrevista e a observação. Portanto, é
imprescindível que sejam identificados e descritos os padrões comportamentais,
e determinada a responsabilidade do indivíduo sobre seus atos, de forma que a
objetividade seja promovida e os operadores da lei sejam instrumentalizados
para que a melhor decisão em um julgamento seja tomada.
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criminal, (des)internamento de jovens, avaliação de risco, abuso sexual, físico e
psicológico, assédio moral no trabalho etc.
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Socioeducativo (Sinase) para quem lida com adolescentes infratores; o Direito
Penal para tratar adultos infratores etc. Por isso às vezes existe a necessidade de
se procurar a consultoria de advogados.
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Objetivos Gerais
Adquirir competências de aplicação prática no âmbito da avaliação
psicológica, investigação e intervenção em contexto forense e criminal.
Objetivos Específicos
- Adquirir conhecimento global das especificidades da Psicologia Forense
e Criminal
- Identificar os contextos de intervenção e as áreas de atuação do
psicólogo forense e criminal
- Adquirir conhecimentos de legislação na área da psicologia forense e
criminal
- Adquirir competências de avaliação psicológica no âmbito da perícia
judicial e forense
- Redigir relatórios forenses
- Promover competências no planejamento, execução e avaliação de
planos de intervenção
- Identificar os aspetos éticos e deontológicos associados a esta área
científica
- Desenvolver competências relativas à investigação em contexto forense
e criminal
Por outras palavras, esta ciência (tal como a psiquiatria forense) nasceu da
necessidade de legislação apropriada para os casos dos indivíduos considerados
doentes mentais, apesar de terem cometido atos criminosos ou pequenos e
grandes delitos. Um crime é uma grave infração que envolve um atentado à vida
humana ou uma séria ação antissocial, por sua vez, um delito é uma infração que
resulta da violação às leis que vigoram.
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A doença mental para além de ser tratada de uma perspectiva clínica, deve
ser encarada de um ponto de vista jurídico. A jurisprudência é uma ciência que
pretende proteger a sociedade, castigando o indivíduo que mente em
causa a sua vida e/ou a dos outros.
O psicólogo que exerce atividade nesta área deve ser um perito na sua
própria especialidade, isto é, antes de mais deve possuir e dominar os
conhecimentos necessários da psicologia em si, para depois dominar os
conhecimentos referentes às leis civis (que dizem respeito aos direitos e deveres
de um cidadão para com os outros) e às leis criminais (que dizem respeito às
ofensas que um indivíduo possa cometer para com os outros ou para com o
Estado). Deve ser um bom clínico e possuir um conhecimento pormenorizado da
psicopatologia. O seu exercício é, normalmente, praticado nas instituições
hospitalares, especialmente, do tipo psiquiátrico.
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Entre a personalidade e os motivos que levam ao crime, é dado mais valor
aos motivos porque estes podem ser descritos mais facilmente. Contudo, eles
apenas assumem importância, para efeitos de sentença e de compreensão da
conduta criminal.
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Cada vez mais a Psicologia Forense tem vindo a ganhar expressão entre
os domínios da Psicologia Aplicada e do Direito, apresentando-se com o
potencial necessário para auxiliar nos processos de avaliação associados a
vítimas e agressores, assim como na tomada de decisão dos diferentes atores
judiciais. Objetivamente, as perícias psicológicas produzidas e apresentadas em
sede de inquérito judicial ou de processo cível são cada vez mais solicitadas e
consideradas pelo sistema de justiça, pesando na balança do decisor como um
elemento indispensável à melhor compreensão dos fatos.
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também as características do agressor poderão ser avaliadas. Não sendo da
competência do psicólogo atribuir responsabilidade criminal pelos atos
cometidos, é passível de ser compreendido e trazido a sede própria, qual o
discernimento do agressor acerca da ação perpetrada contra a vítima e qual o
impacto que isso gerou em si.
São diversos os contextos criminais onde os Psicólogos forenses já
possuem conhecimentos e técnicas de abordagem à vítima e agressor,
procurando minimizar riscos e impactos de afetação de prova e de potencial de
revitimação/reincidência. Ao longo dos anos, profissionais desta área têm vindo
a integrar equipes multidisciplinares, por forma a responder a necessidades de
avaliação que vão desde a agressão sexual, até ao acompanhamento de uma
vítima a tribunal (procurando minimizar o impacto traumático inerente à sua
exposição a um processo crime).
Várias décadas após o surgimento das primeiras escolas de Psicologia em
Portugal, esta área científica tem vindo a ganhar expressão e a ocupar o seu
lugar na sociedade, ultrapassando as barreiras da desconfiança, por via de
estereótipos e até de associação com crendices populares. A regulamentação da
profissão com o surgimento da Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP) veio
consolidar uma maior credibilidade e projeção do potencial dos conhecimentos
promovidos por esta área.
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Estados Unidos. A abrangência do termo “forense” permite que toda a atividade
psicológica que funcione numa interrelação contínua com a Lei se possa incluir
sob esta designação: psicólogos que trabalhem em instituições de reinserção
social, em estabelecimentos prisionais, instituições de proteção e educação de
menores em risco, instituições de apoio a vítimas, peritos judiciais. No meu
entender, todos estes profissionais, apesar das especificidades que possui o seu
trabalho, partilham uma mesma linguagem, melhor ainda, têm a tarefa de
tradutores: da linguagem do Sujeito para a Lei, e a linguagem da Lei para o
Sujeito.
Perspectiva Histórica
Desde cedo que a Psicologia se interessou pela a execução da Justiça,
nomeadamente pelas variáveis psicológicas que interferiam nesse processo.
Seriam os estudos sobre a relação entre a memória e a capacidade de testemunho
que inauguraram a relação entre Psicologia e Justiça. Neste campo destacam-se
os estudos de experimentalistas tais como Cattell e Jastrow nos EUA, e Stern e
Binet na Europa. De fato, será na Europa que o desenvolvimento destes estudos
se torna mais visível devido à hegemonia alemã no campo da Psicologia. Na
viragem do século XX era habitual a utilização de psicólogos como testemunhas
perito. Albert von Shranck-Notzing, primeiro psicólogo nesta condição, em
1896 tenta convencer um juiz que a influência da cobertura realizada pelos
media sobre o caso de assassinato que estava a ser julgado, estaria a provocar
falsas recordações nas testemunhas do caso, sendo que estas já não distinguiriam
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o que sabiam daquilo que os jornais diziam (Bartol & Bartol, 1999).
Se na Europa a Psicologia foi rapidamente aceite, nos EUA a sua aceitação foi
um pouco mais tardia. Será Hugo Munsterberg, discípulo de Wunt, que irá
salientar a importância dos contributos que a Psicologia poderá fornecer à
administração da Justiça, o que ele demonstra na sua obra “On the Witness
Stand: Essays on Psychology and Crime” (1925). Aliás, Munsterberg foi um dos
grandes pilares do Funcionalismo americano. Defendia que a Psicologia se
poderia aplicar a qualquer área da experiência humana, desde a Educação à
Justiça, como da Saúde ao Trabalho. É por causa disto que muitas vezes é
chamado de “pai da Psicologia Aplicada”. Apesar de defender ideias inovadoras,
Munsterberg, gera muita desconfiança e polêmica entre os seus pares, contudo,
não deixa de suscitar o interesse nos psicólogos por campos algo diferentes dos
que eram considerados os da Psicologia, nomeadamente a Justiça.
Desde que Munsterberg chama a atenção para a relação entre Psicologia e
Justiça, a intervenção dos psicólogos americanos nos procedimentos judiciais
intensifica-se. Na década de 40, apesar das dificuldades impostas pelos
psiquiatras forenses, os psicólogos começam a ser aceites como peritos sobre o
estado mental.
O desenvolvimento da Psicologia Forense culmina com o aparecimento de
organizações de profissionais consagradas a este ramo da Psicologia: 1977 na
Grã-Bretanha, 1981 nos EUA, 1984 na Espanha e 1992 na França. Em 1997 a
European Federation of Professional Psychologists Associations (EFPPA)
elabora um documento que contém a lista de funções do psicólogo forense
(Viaux, 2003):
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2) As práticas indiretamente utilizadas pelos tribunais:
assistência às vítimas (intervenção no quadro da ajuda pluridisciplinar às
vítimas, em urgência ou no decorrer de processos)
aconselhamento ou perícia de mútuo acordo em situações de perícia que
envolvam indenizações
realização de contra-perícias (a pedido de advogados)
avaliação das consequências da vitimização
tratamento dos delinquentes em serviços médicos e psiquiátricos das
prisões e centros de detenção
despistagem e orientação de tóxico dependentes nas prisões
intervenção em colaboração com as polícias, comitês de liberdade
condicional
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