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Anotações

DURKHEIM, Émile. Da Divisão Social do Trabalho. Capítulos 2 e 3. pp.39-109

O autor se dedica à demonstração de duas formas de integração das sociedades, as chamadas


solidariedade mecânica e solidariedade orgânica.

Os argumentos principais de Durkheim podem ser melhor apreendidos pela leitura inversa do
texto, pois autor passa os capítulos 2 e 3 inteiros com uma argumentação indutiva circular de
estudo dos ramos do direito para chegar à dedução desses dois modelos de solidariedade ao
final do terceiro capítulo, entre as páginas 107 e 109.

Ao longo do capítulo 2, Durkheim discorre acerca do Sistema Repressivo nas sociedades. Na


primeira parte do capítulo, ele se atém à busca de uma definição para o crime (v.p.60). Em
seguida, passa à definição de pena (v.p. 68) e, posteriormente, à uma discussão da força social
e à motivação das penas. Neste capítulo, a tese do autor é que as penas, nas mais variadas
sociedades e em suas variedades de punição aos crimes, respondem sobretudo a uma ofensa
aos valores mais caros à manutenção da sociedade, e que o grau de violência e de
irracionalidade com que essas penas são aplicadas pela sociedade possuem correspondência
com sua força de coesão e autoridade sobre os indivíduos, e com o nível de ameaça que o
crime assume aos valores que mantem os indivíduos unidos nessa sociedade. Desse fenômeno
de defesa de valores e crenças compartilhadas pelos indivíduos na sociedade, Durkheim
sustenta uma dimensão socialmente compartilhada na constituição dos indivíduos, através dos
quais eles são motivados a agir em defesa da manutenção da própria sociedade. É o que o
autor caracteriza como um tipo forte de solidariedade, e que o sistemas repressivos expressam
através da qualificação dos crimes e da administração das penas. Os crimes e as penas,
sustenta o autor, existem a sua maneira em todas as sociedades e provem da sociedade e não
do indivíduo, como demonstram seus apontamentos históricos das penas às sanções
religiosas, que, segundo o autor, caracterizam manifestações eminentemente culturais.

No capítulo 3, o autor passa à digressão sobre outra modalidade de regulação jurídica das
relações sociais, de Funcionamento Restitutivo. Esse sistema caracteriza quase todos os
demais ramos do Direito (exceto o Direito Penal) e dispõem, segundo o autor, sobre ramos dos
valores e relações sociais mais fracos ou apenas parcialmente compartilhados na sociedade,
uma vez que se distribuem em usos particulares das relações. É o caso dos Direitos de
Sucessão, Contratos (direitos obrigacionais) e Propriedade (direitos reais), Administrativo,
Processual..., configuram ramos do direitos cuja especialização funcional regulam atividades
sociais específicas e se caracterizam por sanções e operações restitutivas, cuja integração se dá
por vias menos drásticas e mais funcionais, sem que para isso seja em geral necessário o
recurso à violência e à repressão.

É dessas duas tipologias analíticas funcionais acerca do direito que Durkheim deduz a noção de
solidariedade mecânica e orgânica. Para o autor, a solidariedade mecânica seria típica do
efeito coercivo do social sobre os indivíduos na sociedade, condicionando a ação dos
indivíduos às necessidades de afirmação dos valores da comunidade, cuja indistinção –
análoga ao arranjo molecular das células dos compostos inorgânicos – o autor resolveu
caracterizar como de solidariedade mecânica.
De outro lado, as regulações jurídicas do segundo tipo analisado pelo autor no capítulo 3
foram assimiladas à solidariedade chamada por Durkheim de orgânica, em função da
diferenciação permitida aos indivíduos na dinâmica social dessa modalidade de relações. Para
ele, tais processos estariam relacionados à emergência da divisão social do trabalho, que teria
permitido o arrefecimento das forças de coesão social para permitir o desenvolvimento da
personalidade dos indivíduo e sua diferenciação funcional interna no desempenho das
atividades sociais. Tal dinâmica para Durkheim é particular de sociedades mais complexas, de
onde provêm também a analogia biologizante com a diferenciação funcional das moléculas nas
células, daí o nome solidariedade orgânica.

Para Durkheim, ambas as solidariedades estariam presentes nas sociedades em geral, no


entanto, a distribuição de cada uma dessas modalidades e o prevalecimento de uma sobre a
outra é que determinaria a característica das sociedades analisadas, cujo método principal
para essa avaliação seria a investigação do direito da sociedade em questão, levando em conta
a sua centralidade na administração das relações sociais de cada sociedade.

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