Anda di halaman 1dari 8

A origem da doutrina de

Lutero
A promulgação das indulgências que o
Papa Leão X ofereceu a quem contribuísse
para a construção da magnificente Igreja de
São Pedro deu ocasião para a revolta de
Lutero. Staupitz, o Vigário Geral da Ordem
dos eremitas de Santo Agostinho, sentiu-se
lesado com a preferência dada pelo
Arcebispo de Mainz a Tetzel, seu irmão
Dominicano, que fora enviado para anunciar
as indulgências e coletar as contribuições dos
fiéis. Por este motivo, ele encomendou a
Lutero, um membro de sua ordem e
professor de divindade na Universidade de
Wittenberg (enquanto que Staupits era o
primeiro Deão da faculdade de Teologia),
para denunciar publicamente as asserções
extravagantes e os enormes abusos
atribuídos ao Dominicano.
Se Lutero já estava infectado com os
erros de João Huss, que no século precedente
tivera muitos partidários na Alemanha, e
aproveitava esta ocasião para dar-lhe
publicidade, se os germes do erro já estavam
hospedadas em seu espírito, os quais o calor
da disputa maturou até a heresia, ou se, ao
contrário às suas convicções enraizadas
previamente, ele se aventurou em asserções
contra seus adversários, e, em seguida, as
sustentou com obstinado orgulho, o fato é
que ele não saiu do isolamento do claustro,
sem que fosse chamado e provocado, como
se viesse dar ao mundo os resultados de suas
meditações feitas na calma linguagem
filosófica, ou com o entusiasmo de um
apóstolo a quem os céus revelaram os seus
segredos. Naquele momento, ele ainda não
tinha aparecido como alguém que fora
divinamente instruído para reformar o
mundo corrompido e que estava preparado
para exibir sua completa ligação com o
conselho de Deus. Ele apareceu por ordem
de seu Superior Religioso para reivindicar a
honra da ordem que pertencia, que parecia
ter sido desprezada pela preferência dada a
um instituto diferente, e, embora em sua
primeira discussão ele tenha surpreendido
seu irmão com a audácia de suas
asserções, ele não disse nada que não
pudesse ser atribuído a um entusiasmado
estado de espírito, e não pudesse ser
considerado como diretamente contrário
às opiniões de um de um erudito que se
opunha às doutrinas da Igreja. Os
Dominicanos foram acusados de exagerar as
vantagens das Indulgências e, assim,
abandonar as virtudes Cristãs mais
necessárias; foram acusados de empregar
estratagemas baixos para conseguir
contribuições e que desonravam o ministério
da Igreja através de práticas indignas. Não é
fácil, estando tão distante no tempo,
determinar qual fundamento havia para
tamanhas acusações contra uma ordem tão
ilustre; mas, a julgar pelas instruções
impressas de Tetzel, devemos considerá-las
sem fundamento1. Ademais, o próprio Lutero
anatemizou qualquer um que questionasse o
poder das indulgências2, embora ele tenha
abandonado muitas proposições arrebatadas
em relação a elas, as quais subsequentemente
moldou em heresias formais3. Uma
1
Instructions – Buchlein fur die Prediger zur Anpreisung des
Ablasses.
2
Prop. 71. Na. 1519. T. I. Viterb.
3
Sartorius, um escritor protestante, reconhece que Lutero
tropeçou em muitos obstáculos imprevistos na sua vida que
não indica a execução de uma grande concepção de um
vasto gênio: “Lutero não conhecia a estrada que iria
percorrer. Mutas vezes enfrentou obstáculos imprevistos. Ele
não tinha a ideia de um prano concebido vastamente e,
finalmente, executado com vigor.” (Histoire de la guerre des
paysans, p. 42)
indulgência é um ato da autoridade
eclesiástica, através da qual os penitentes
ficam isentos das penas canônicas
designadas a certos pecados. Ela supõe a
necessidade de humilhações penitenciais e
austeridades para a expiação do pecado,
mesmo após sua culpa ter sido perdoada
através do Sacramento da Penitência. Lutero
questionou esta necessidade. Deus, disse,
perdoa completa e incondicionalmente; o
Salvador expiou todos os nossos pecados, e
o pecador está justificado, isto é, livre de
todos os seus pecados, no momento em que
acredita que seus pecados foram perdoados
em Cristo. A Justificação passou a ser, neste
momento, a doutrina primária do
reformador; e a fé justificadora foi definida
por ele como a firme crença do indivíduo de
que a justiça de Cristo lhe foi imputada, de
modo que há a remissão total de seus
pecados. Ele tinha tanta certeza disso quanto
sua crença na encarnação de Cristo4. E mais:
ele ainda negava que a justiça era atualmente
comunicada ao pecador, que, disse, é
considerado justo em relação a Cristo, mas

4
Luth. T. 1. Vit. Prop. 1518. F. 52. Serm. De Indulg. F. 61. Acd.
Apud Legat. Apost. F. 211. Luth and Frider. F. 222.
não é feito justo realmente por qualquer dom
divino. Ele exagerava o poder da fé, dizendo
que ela somente justifica, independente de
todas as outras virtudes, que, não obstante,
algumas vezes apresentava como seus
resultados necessários, independentemente
de qualquer obra, que, segundo ele,
promoviam o orgulho e a autoconfiança em
detrimento da fé. “Não necessitamos de
obras para agradar a fé, mas a fé somente,
pois deveríamos ir sozinhos com Isaac, isto
é, com a fé: devemos abandonar os servos e
os jumentos, isto é, as obras. Quando mais
perverso você for, mais prontamente Deus
infunde sua graça”5. “Não estamos seguros”,
diz ele em outro lugar, “de nosso
arrependimento, e não podemos ter certeza
que em nossas melhores obras não
cometemos pecados mortais, por causa do
vício oculto da vanglória ou do amor
próprio”6. A eficácia dos Sacramentos foram
igualmente negados, e, em vez de
instrumentos divinos de graça, eles foram
considerados meros selos de promessas e
incentivos à fé. O mérito das obras foi

5
Serm. De pisc. Petri.
6
Luth. Prop. 48. T. I. 1518.
totalmente descartado e sua necessidade
atacada em termos que não eram
completamente favoráveis à pureza da moral
cristã. Não foram somente seus adversários
que o acusaram de abrir as comportas da
corrupção. Pelo contrário, seus próprios
apologistas foram obrigados a reconhecer
que sua linguagem necessita de uma
interpretação mais branda para reconciliá-la
com os princípios de moralidade
universalmente reconhecidos. Walch, um
teólogo Luterano, em um livro erudito sobre
os livros de sua comunhão, observa:
“Rejeitamos certas máximas de Lutero,
como ‘a pureza da doutrina deve ser
estritamente atendida, mas a santidade de
vida não deve ser impressa no espírito com
tanto vigor;’ ‘quanto mais perverso você é,
mais próximo você está da graça;’ ‘não os
pecados, mas somente a descrença pode
danar um homem;’ ‘é tão necessário ter
relações sexuais quanto comer, beber e
dormir’. Nós não negamos que tais
expressões do sentimento do abençoado
homem existam!”7 Por conhecer o preço da
licenciosidade que tais palavras autorizam,

7
Introd. Ad libros symbol. Luther. 1. 1. C. iii. § xl.
seu apologista apela para a moral do próprio
Lutero - um prova, por sinal, de um caráter
um tanto questionável. É suficiente para meu
propósito ter mostrado a ocasião do sistema
da justificação pela fé somente como
proposta por ele, e suas consequências
necessárias, a saber, a rejeição das obras de
penitência, a negação da eficácia dos
Sacramentos e uma subestimação das boas
obras, junto com a adoção de uma linguagem
de tendência licenciosa. “Conhecereis a
árvore pelos seus frutos”.
Os associados imediatos de Lutero
consideraram necessário abandonar ou
modificar seus princípios sobre este ponto
importante. Na Confissão de Augsburg, que
foi elaborada por Melancton, foi feita uma
grande aproximação à doutrina Católica. O
mérito das boas obras foi reconhecido
parcialmente, já que, por elas, merecemos
um acréscimo dos dons de Deus e várias
recompensas8. Na Confissão de Strasburg foi
feito ainda maiores avanços, e a crença
Católica sobre a justificação foi adotada,
embora tenha sido expressa em termos

8
Art. VI. Synt. Gen. p. 12, 20, 21.
diferentes9! O ponto principal que Lutero
insistia foi virtualmente abandonado por
seus partidários professos, que, a fim de
evitar a temida imputação de aproximar-se à
doutrina Católica, tentaram obscurecê-la
com falsas interpretações, fazendo adições
fantasiosas e incongruentes10.

9
Confess. Argentorat. Cap. III. IV. e v.
10
Vide Bossuet, Histoire des Variations 1. III. passim.

Anda mungkin juga menyukai