Resumo
Introdução
Fonte de radiação:
A espectroscopia de absorção atômica exige uma fonte de raias de ressonância
para cada elemento a ser determinado. As mais utilizadas são as lâmpadas de cátodo oco
(HCL) e as lâmpadas de descarga sem eletrodos (EDL).
As lâmpadas de cátodo oco possuem um cátodo emissor, de forma cilíndrica e
totalmente oca, confeccionada do elemento que está sendo medido na chama. O ânodo e
o cátodo são selados em uma cápsula de vidro preenchida com gás inerte à baixa
pressão. Esse gás é excitado por descarga elétrica (variação de 600 – 1000 V),
propagando-se em direção ao cátodo. A coalisão provoca a extração de átomos do
metal. Colisões secundárias, entre os átomos metálicos que se deslocaram e os átomos
do gás, levam o átomo a um estado excitado. Ao voltarem para o estado fundamental,
estes átomos liberam a energia absorvida sob a forma de luz, resultando em um espectro
de emissão de linhas. Maiores detalhes podem ser observados no fluxograma abaixo que
descreve o funcionamento da lâmpada quando uma corrente é aplicada.
Atomizador:
Podemos considerar o atomizador como constituído de três partes principais: o
nebulizador, a câmara de nebulização e o queimador. A primeira parte, nebulizador, que
é dispositivo que serve para dispersar a amostra em forma de partículas atômicas
neutras no caminho óptico do instrumento, é responsável pela conversão da amostra em
aerossol (gotículas extremamente pequenas). Quanto menor forem essas gotículas
Figura 3 Processos que ocorrem no sistema atomizador. Fonte: (SKOOG et al., 2005).
Monocromadores
Dispositivo capaz de isolar a raia analítica e de bloquear as raias ou bandas
vizinhas, bem como a radiação de fundo da chama tanto quanto possível. O dispositivo
monocromador deve deixar passar a maior quantidade de luz possível, ou seja, suas
fendas devem ser ajustáveis para dar abertura a uma faixa espectral com amplitude.
Detectores e indicadores
Trata-se de um sistema eletrônico que permite detectar a luz transmitida
através do sistema e transformá-la em um sinal capaz de ser medido (elétrico). Em
geral, os instrumentos empregam tubos fotomultiplicadores para converter energia
radiante em sinal elétrico. O sistema eletrônico deve ser capaz de responder a um sinal
modulado da fonte sem interferência da chama na qual é induzida a amostra.
A maior parte da radiação da fonte é removida mediante colocação do
monocromador entre a chama e o detector, entretanto, o monocromador transmite a raia
de emissão correspondente ao comprimento de onda do pico de absorção.
Temperatura de armazenamento
É a temperatura na qual o produto deve ser armazenado para manter suas
características de estabilidade. É geralmente expresso como a ambiente, o que significa
a temperatura dos arredores.
Grau de pureza:
Porcentagem por peso de um produto químico puro presente, geralmente
definida em grau "técnico" e "comercial". Em alguns casos, é dada a identificação da
maioria das impurezas. Se as propriedades dos graus de menor pureza forem diferentes
das substâncias puras, as diferenças nas propriedades são descritas em termos gerais.
Método de coleta: é dada uma orientação da maneira adequada para coletar uma
substância química levando-se em consideração materiais (frascos, reagentes, etc.) e
volume necessários para análise e formas de preservar e acondicionar a amostra. No
caso de produtos inorgânicos o método de coleta é, geralmente descrito para o cátion e o
ânion.
Abreviaturas:
P = polietileno
V = vidro neutro ou borossilicato (pirex)
R = refrigerar a 4 °C
Armazenamento e Preservação de Amostra
• CIANETO / ÁGUAS BRUTAS E RESIDUÁRIAS
FRASCO: P,V.
AMOSTRA: 1000 mL.
PRESERVAÇÃO: adicionar NaOH 10N até pH > 12 , R e manter no escuro.
PRAZO: 24 horas.
• METAIS / SEDIMENTOS
Separação de sulfetos
Com exceção dos metais alcalinos e alcalinos terrosos, a maioria dos cátions
forma sulfetos muito pouco solúveis cujas solubilidades diferem grandemente entre si.
Norma EPA Método 3020A: Digestão ácida de amostras aquosas para metais
por espectrometria (GFAA).
Este processo de digestão é semelhante ao método 3010A, contudo, aplicada à
análise com forno (GFAA). As amostras a serem preparadas e analisadas por esse
método são aplicadas aos seguintes metais: berílio, chumbo, tálio, cádmio, molibdênio,
cromo, cobalto e vanádio.
Semelhante ao método 3010A a amostra é digerida até a estabilização da cor.
Após a digestão, a amostra é resfriada e avolumada com ácido nítrico até que a
concentração final deste seja de 3% (V/V). Esse percentual pode variar dependendo
da quantidade de ácido usado para completar a digestão. Se a amostra contiver sólidos
em suspensão, deve ser centrifugada, filtrada ou deixada em repouso.
Norma EPA Método 3050B Digestão ácida de sedimentos, lodos e solos.
Esse método foi desenvolvido para promover a separação para a preparação de
sedimentos, lodos e solos para análises através da espectrometria de absorção atômica
por chama (FLAA) ou por plasma induzido (ICP-AES) e também para a preparação de
amostras de sedimentos, lodo e solos para análise através de espectrometria AA com
forno de grafite (GFAA). As amostras preparadas com esse método se aplicam a
diferentes metais como: cádmio, cromo, cobre, chumbo, níquel, arsênico, dentre outros.
O método não promove a total digestão de alguns metais. É apenas através de
um digestão em ácido forte que será possível a dissolução de quase todos os elementos
contidos na amostra tornando-os disponíveis. Para outras formas de tratamento a norma
solicita a consulta complementar do método 3052.
Exemplo de aplicação: Determinação de mercúrio em sedimentos.
O mercúrio é um metal que tem sido utilizado pelos seres humanos desde a
época pré-histórica com o uso do mineral cinábrio (HgS) como pigmento, e ao longo
dos séculos tem sido empregado em diversos segmentos industriais, odontológicos,
médicos, etc.
Os efeitos toxicológicos do mercúrio são conhecidos de longa data com efeitos
adversos ao homem tais como a perda dos dentes, tremores, espasmos musculares,
alterações de personalidades, irritabilidade e nervosismo (SKOOG et al., 2005).
Figura 5 Diagrama esquemático para determinação de mercúrio por espectrometria de absorção atômica. Fonte:
(SKOOG et al., 2005)
Considerações Finais
AGUDO, E. G. Guia de coleta e preservação de amostras de água. CETESB, São Paulo, 1988.
150 p.
NOMURA, C.S.; SILVA, C.S.; OLIVEIRA, P.V.; Análise direta de sólidos por espectrometria de
absorção atômica com atomização em forno de grafite: uma revisão. Quimica Nova, v.31, n.1,
pp.104-113, 2008.