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Monografia de QSMS do MBA da UNESA RJ,2012, de Gestão de Saúde na NR35

Por Monica Pinheiro - Médica do Trabalho,Ergonomista e Bacharel em Direito

Gestão de Saúde na NR 35:

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I. Introdução:

Este trabalho foi desenvolvido a partir do protocolo da ANAMT nº 1 / 2004


denominado: sugestão de conduta médico - administrativa (SCMA), voltado para
trabalhos em altura; e visa validar ou não em importância a solicitação dos exames nele
elencados.

O protocolo da ANAMT de 2004 é relevante porque ele representa uma


preocupação espontânea da parte médica com a gestão de saúde nos trabalhos em altura,
sem que existisse lei vigente à época que obrigasse a adoção de tal conduta. Tudo indica
que o objetivo do protocolo era atender a requisitos mínimos de segurança para
avaliação de doenças que pudessem comprometer a performance no trabalho em altura
levando a risco de acidentes. Entretanto, esse documento não trouxe nenhum amparo
científico, nem literário e nem estatístico, que justificasse na prática a aplicação dos
exames sugeridos como técnica de screnning em população assintomática na área de
medicina ocupacional.

Depois de lançada a pedra fundamental pela ANAMT, não foi desenvolvido


nenhum outro trabalho por órgão afim ou mesmo pela comunidade médica em geral, no
que tange ao aprimoramento das questões iniciais suscitadas. Assim, os exames
complementares propostos no documento da ANAMT de 2004, começaram a ser
referência padrão de solicitação para trabalho em altura de forma indiscriminada (sem
estudo de coorte) e sem fundamentação prática do chamado custo-efetividade.

O propósito desse trabalho é comprovar a eficácia do protocolo fundamentando-o


cientificamente, descrevendo inclusive os benefícios dele decorrentes.

Como não existem estudos em medicina do trabalho que sejam satisfatórios na


comprovação de higidez física para trabalho em altura, de forma preventiva, por meio
da realização de exames de ECG, EEG com hiperpnéia e fotoestimulação, hemograma e
glicemia de jejum, a melhor forma encontrada nesse estudo, para dar validação à
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tomada de decisão ou não da aplicação dos exames citados, foi obtida a partir da
competência deles em fazer diagnóstico ou rastreio de doença na clínica médica, na
população geral assintomática. A análise do emprego desses testes em uma amostra
maior foram transferidas para saúde ocupacional, por inferência, lembrando que esta
representa, sem dúvida, uma amostra menor em termos de prevalência de doenças em
geral, quando comparada com o universo da clínica médica. Ressaltando que o escopo
da medicina do trabalho é o encontro de higidez e bem estar para a atividade laborativa
e não doença. Então, testes com pouca especificidade na clínica médica não serão
capazes de diagnosticar doentes dentre os portadores assintomáticos na saúde
ocupacional, onde a prevalência de doença não se compara a da população em geral.
Assim como, testes com pouca sensibilidade na clínica médica também não serão
capazes de identificar os sãos dentre os doentes quando usados como screnning na
medicina do trabalho. Para melhor valorização desses dados o médico do trabalho deve
possuir estatística de prevalência de doenças da população que ele assiste, além de dar
ênfase a anamnese e ao instrumental clínico – epidemiológico com identificação dos
fatores de risco. Entendendo por fatores de risco situações que podem favorecer o
desenvolvimento de doenças: tabagismo, sedentarismo, dislipidemia, diabetes,
obesidade (levar em consideração a proporção massa muscular / tecido adiposo e IMC),
história de doença cardíaca em parente de primeiro grau (irmão, pai, mãe e filho), cujo
aparecimento se deu antes de 55 anos em homem e acima de 65 anos mulher, dentre
outros que serão abordados em capítulos específicos.

Embora, dentro da análise dos acidentes de trabalho seja considerado, a


contribuição do fator humano, para sua ocorrência, não existem dados estatísticos que
comprovem e relacionem a queda nos trabalhos em altura em função de problemas de
saúde apresentados pelo trabalhadores no curso e desempenho de suas tarefas. Isso não
implica que não tenha que se dispensar atenção privilegiada aos exames ocupacionais.

II. Gestão de Saúde na NR 35:

O interesse pela saúde do trabalhador que vai efetuar tarefas em altura já aparece
na norma 35, nos seguintes itens:

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íten 1.1: ...... *requisitos mínimos e as medidas de proteção para trabalho em


altura.....,de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores envolvidos direta
ou indiretamente com esta atividade. *não é definido pela norma fica então a critério do SESMT
(médico e engenheiro)

no íten 4.1.1 da norma citada: Considera-se trabalhador autorizado para o trabalho em


altura aquele capacitado,cujo estado de saúde foi avaliado (*presente no PCMSO) tendo
sido considerado apto para executar essa atividade ....... (*aptidão declarada
expressamente no ASO (atestado de saúde ocupacional).

íten 4.12 cabe ao empregador avaliar o estado de saúde dos trabalhadores que
exercem atividade em altura garantindo:

a) os exames e a sistemática de avaliação sejam partes integrantes do Programa de


Controle Médico da Saúde Ocupacional - PCMSO, devendo estar nele consignados;

b) a avaliação seja efetuada periodicamente, considerando os riscos envolvidos em


cada situação; * já prevê ações de controle fora daquelas previstas nos exames ocupacionais,
medidas de controle diário. Exemplo: medição da pressão arterial todos os dias antes de realizar o
trabalho em altura, conversar com o empregado e ver se ele está bem ,registrar em ficha apropriadao
atendimentoprsetado.

c) seja realizado exame médico voltado às patologias que poderão originar mal súbito
(doenças cardiovasculares, doenças cerebrais, diabetes e outras) e queda de altura,

considerando também os fatores psicossociais (apontados nos comentários da NR35 como


agentes estressores: multifuncionalidade, rítmo intenso de trabalho, relações conflituosas no ambiente
laborativo, tarefas de alta complexidade,redução de pessoal,etc...).Fatores que podem levar a estafa
físico-mental,com diminuição da concentração,da motivação,do desempenho no trabalho,etc...

íten 4.1.2.1 A aptidão para trabalho em altura deverá ser consignada no atestado de
saúde ocupacional do trabalhador (ASO).

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6. Emergência e Salvamento

6.1 O empregador deve disponibilizar equipe para respostas em caso de emergências


para trabalho em altura

6.1.1 A equipe pode ser própria (pelo SESMT, técnico de enfermagem e médico), externa
(contratada: rede credenciada ou *rede pública: SAMU, Bombeiro, rede hospitalar pública, polícia
deve ter sido contato prévio com os mesmos para plano de resgate ) ou composta pelos próprios

trabalhadores (podem fazer parte da equipe própria, eles devem ter noção sobre auto-resgate) que
executam o trabalho em altura, em função das características das atividades.* a forma de
prestação de socorro e resgate deve ser amplamente divulgada na empresa e ser parte integrante do
plano de emergência.

6.2 O empregador deve assegurar que a equipe possua os recursos necessários para
as respostas a emergências.

6.3 As ações de respostas às emergências que envolvam o trabalho em altura devem


constar do plano de emergência da empresa

6.4 As pessoas responsáveis pela execução das medidas de salvamento devem estar
capacitados a executar o resgate, prestar primeiros socorros e possuir aptidão
física e mental compatível com a atividade a desempenhar.

A norma não diz se a equipe de emergência pode ser a mesma de resgate e


salvamento.
O presente trabalho não abordará o íten salvamento e emergência.

Considerações iniciais sobre a elaboração de um protocolo de saúde para


trabalho em altura:

Na legislação trabalhista e médica não existe nenhuma obrigatoriedade de se


solicitar qualquer tipo de exame específico para quem vai executar tarefa em altura.
Entretanto, antes de ser elaborada a grade de exames pelo médico do trabalho algumas
considerações devem ser aventadas:

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a) o médico que atua em saúde ocupacional tem obrigação de conhecer todos


os setores de trabalho da empresa e seus riscos de exposição através não só
do conhecimento do PPRA (programa de prevenção de riscos ambientais),
mas também por meio de visitas técnicas periódicas a área de trabalho.
Somente dessa forma ele conseguirá perceber a realidade do dia a dia dos
empregados. Fica subentendido que a atuação do médico do trabalho
transcende os limites do consultório, da emissão de ASO e da elaboração
de PCMSO (programa de controle médico saúde ocupacional). A conduta
médica ideal é aquela que prevê pró-atividade, promoção e prevenção de
saúde. Somente dessa forma ele poderá fazer uma melhor avaliação de
análise de riscos de exposição, para elaborar procedimentos mais
compatíveis com a função desempenhada.
b) o médico do trabalho não deve criar uma bateria de exames
complementares muito complexa (de tal modo que exclua o trabalhador do
mercado de trabalho). Lembrar que trabalho não é só meio de subsistência,
mas também reconhecimento social e realização pessoal. Privilegiar
sempre o instrumental clínico-epidemiológico, com identificação de
fatores de risco para desenvolvimento de doenças, sobre os exames
complementares. O papel da medicina do trabalho é socializar os
indivíduos.
c) Papel da anamnese e do exame clínico: tem posicionamento relevante na
identificação da aptidão para o trabalho. Deve ser realizada uma anamnese
minuciosa e exame clínico apurado. Atualmente, a anamnese tem sido
subutilizada quando ela tem sido delegada a terceiros (técnicos de
enfermagem), ou ainda quando são aplicados questionários prontos que
são respondidos na sala de espera, cujas respostas não são se quer,
revisadas, pelos médicos no consultório. Perde-se a possibilidade de por
meio dela se conhecer de fato os antecedentes ocupacionais, pessoais,
familiares e sociais dos trabalhadores que se apresentam para os exames
ocupacionais. Igualmente se perde o primeiro contato da relação médico-
paciente que é instituído pela anamnese propriamente dita. Procurar
identificar por meio da anamnese fatores de risco que propiciem o
desenvolvimento de doenças para que possam ser idealizadas ações
preventivas que impeçam sua ocorrência. Dentre os fatores de risco que
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são considerados relevantes temos: diabetes declarado, dislipidemias,


tabagismo, obesidade, sedentarismo, alterações da glicemia anteriores, uso
de drogas ilícitas, entre as mulheres vale ressaltar: gestação que resultou
em recém-nato macrossômico com peso de 4Kg ou mais, síndrome dos
ovários policísticos (SOMP) e a ocorrência de diabetes gestacional.Dentre
os fatores de risco familiares considerar a história de doença cardíaca e
diabetes em parentes de primeiro grau (mãe, pai, irmão e filho); no caso de
doença cardíaca valorizar o aparecimento de doença em mulheres abaixo
de 65 anos e homens abaixo de 55 anos.
No exame físico, além do exame clássico da cabeça aos pés, deve ser
realizado o IMC (o índice de massa corpórea) e a medição da
circunferência abdominal. Verificar a presença de limitações de
movimentos dos membros superiores e inferiores, doenças osteo-
musculares-articulares, equilíbrio, distúrbio de coordenação motora,
presença de doenças pré-existentes que contra-indiquem o trabalho em
altura, verificar o grau de compreensão e conhecimento que o trabalhador
tem da sua tarefa
d) lembrar que a saúde ocupacional não tem cunho de diagnóstico para
tratamento, na verdade os exames complementares servem para ratificar a
higidez já percebida no exame clínico realizado.Mesmo assim, a medicina
do trabalho exige do médico um conhecimento técnico amplo e atualizado
em medicina de maneira geral.
e) nomear um credenciado de confiança para realizar os exames
complementares que tenha no mínimo: controle de qualidade, técnica de
excelência na execução dos exames e garantida experiência dos
profissionais que os realizam. Somente assim, os resultados serão menos
vulneráveis em termos de leitura e interpretação.
f) em saúde ocupacional é necessário à aplicação de estatísticas que
comprovem a validação dos exames utilizados para ratificação da aptidão
para o trabalho requerido. Assim, para que isso aconteça de forma
satisfatória temos que conhecer a prevalência de doenças da população que
é atendida, probabilidade pré-teste e pós-teste, além de especificidade e
sensibilidade dos mesmos. Cabe então, a aplicação do teorema de
probabilidades condicionais (Teorema de Bayes), que auxília na escolha e
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interpretação dos exames solicitados. A ideia principal é que


a probabilidade de um evento A dado um evento B, depende não apenas do
relacionamento entre os eventos A e B ( precisão, ou exatidão), mas
também da probabilidade marginal (ou "probabilidade simples") da
ocorrência de cada evento.Isso é representado pela seguinte forma:
PR (A/B) . PR(B) = PR (A∩B) = PR (B∩A) = (B/A).PR (A).

Como escolher o melhor teste diagnóstico?

O valor do teste diagnóstico dependerá da especificidade, da


sensibilidade e da prevalência da doença na população que o mesmo está
sendo testado.

O Teorema de Bayes é uma expressão algébrica que permite


converter índices de especificidade e sensibilidade, junto com o valor
calculado da prevalência da doença nas expressões clínicas desejadas para
melhor precisão diagnóstica.

 Prevalência:

A taxa de prevalência representa a proporção de indivíduos com determinado


resultado de saúde num dado momento temporal. Deste modo, a taxa de prevalência
representa a proporção de pessoas com determinada doença ou sintoma, ou que
apresentam uma determinada característica individual de saúde.
Note-se ainda que, a determinação da taxa de prevalência está naturalmente
associada ao estudo transversal na observação, sendo o estudo de prevalência mais
adequado a condições de saúde com certa permanência temporal, como acontece, por
exemplo, nas doenças crônicas.
Existe diferença entre estudo de prevalência e estudo dos prevalentes. No
estudo de prevalência têm-se, informações dos prevalentes versus não prevalentes ou
ainda a proporção de prevalentes, já no segundo caso tem-se somente a inclusão dos
prevalentes.

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DIFERENÇA ENTRE PREVALÊNCIA E INCIDÊNCIA DE DOENÇA:

Ambas são medidas de freqüência de ocorrência de doença. Prevalência mede quantas


pessoas estão doentes e incidência mede quantas pessoas tornaram-se doentes. Ambos os
conceitos envolvem espaço e tempo – quem está ou ficou doente num determinado lugar
numa dada época.

 Probabilidade pré-teste:

Probabilidade do indivíduo ter a doença antes mesmo de se aplicar o teste


diagnóstico. Então, quando uma pessoa possui um grande número de características da
população onde foi estudada a prevalência da doença suspeita, a chance dela ter
realmente a doença tende para a probabilidade. Escala para avaliação de probabilidade
de uma doença X. Abaixo seguem zonas de decisão para tratamento ou não e testagem
ou não. É o Teorema de Bernouille

 Especificidade:

Probabilidade do teste ser negativo em uma pessoa sã. Serve para fazer
diagnóstico.
Teste usado para excluir pessoa que não tem doença.
Quanto mais tiver a ocorrência de falso- positivo (verdadeiramente negativo), a
especificidade é baixa do teste, ao passo que quanto menor for à ocorrência de falso-
positivo, maior será a especificidade do mesmo.
É útil quando se tem o objetivo ter a certeza de um resultado positivo.
Usado quando se quer confirmar um diagnóstico sugerido por outros exames com
menor especificidade.

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 Sensibilidade:
Probabilidade do teste ser positivo em uma pessoa doente. Serve de teste de
rastreio (screening). Quanto mais falso- negativo (verdadeiramente positivo) menos
sensível é o teste e quanto menos falso-negativo mais sensível é o teste.
Quando um teste é muito sensível tem menos falso- negativos, daí ele é útil
quando o objetivo é ter a certeza de um resultado negativo.
A sensibilidade e a especificidade denominam-se respectivamente de taxa de
verdadeiros positivos e taxa de verdadeiros negativos.
Nenhum teste é perfeitamente sensível ou específico. O aumento da sensibilidade
de um teste vem em detrimento da sua especificidade e vice-versa.
Os grupos devem ser suficientemente numerosos com pessoas que sabemos que
padecem da enfermidade ou não, estimando as porcentagens correspondentes.

 Índice preditivo positivo (ou Valor Preditivo Positivo- VPP):

É a probabilidade de que um indivíduo esteja enfermo se o teste diagnóstico for


positivo.
 Índice preditivo negativo (ou Valor Preditivo Negativo- VPN):

É a probabilidade de que um indivíduo não esteja enfermo se o teste diagnóstico


for negativo.

VPN= especificidade x prevalência / especificidade x prevalência + falso negativo


x prevalência

Em saúde ocupacional parece mais vantajoso o uso de testes mais sensíveis


porque o objetivo é rastrear doença para que se instituam medidas profiláticas ou indicar
um tratamento precoce no especialista.

 Falso-positivos:
São os indivíduos não doentes no teste padrão ouro, mas que são apontados como
doentes no teste de avaliação.

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 Falso-negativos:
São indivíduos doentes no teste padrão ouro, mas que são apontados como sãos no
teste de avaliação.

Protocolo da ANAMT 2004 (SCMA- sugestão de conduta médico-


administrativa):

Objetivo: preservação da vida dos trabalhadores.

O trabalhador em altura deve ser submetido a cuidadoso exame clínico voltado


às patologias que poderão originar mal súbito e queda de altura.

Os exames complementares não substituem o exame clínico.

Entre os fatores que contribuem para o acidente destacam-se a falta de boas


condições físicas e psíquicas do trabalhador. Abaixo as condições mencionadas no
protocolo da ANAMT:

Condições psíquicas: *comentários ao protocolo

a) Acrofobia (*difícil de fazer diagnóstico por que as pessoas negam por vergonha de dizer)
b) problemas familiares (*geram relações conflituosas no trabalho, porque o nervosismo deixam as
pessoas menos tolerantes e pacientes).Podem levar ao uso de drogas psicoativas lícitas e ilícitas ou ao
uso de medicação controlada.Causam diminuição da concentração e da atenção no trabalho
propiciando acidentes.
c) Estresse (*doença da vida moderna, pode levar ao aparecimento da “síndrome do burnout”, pode ser
originado no trabalho por falta de clima organizacional adequado, gerado no domicílio e agravado no
trabalho, pode significar sobrecarga de trabalho e de outros agentes estressores já mencionados nesse
estudo)
d) uso de drogas psicoativas (medicamentos, drogas ilícitas e álcool). (*uso de drogas pode
distorcer a percepção da realidade, tornar os indivíduos mais lentos ou agitados em termos de
comportamento e promover conflitos de ordem interpessoal).

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e) depressão, ansiedade, síndrome do pânico, distúrbio bipolar e outras patologias


neurológicas e psiquiátricas (*relacionadas com fatores constitucionais, carga genética, e fatores
neurohormonais, podem ser agravadas pelo estresse de trabalho ou deflagradas por ele,também podem
ser consideradas doenças da vida moderna, dos rítmos de trabalho frenéticos,da sociedade de
consumo).

Condições físicas: *comentários ao protocolo

a) alimentação inadequada (*pode induzir a hipoglicemia com aparecimento de sudorese, mal-


estar,tonteira,risco de convulsão,tremor,etc...). Lembrar que muitas vezes a única refeição adequada
que o trabalhador tem é a que a empresa oferece, pois as condições financeiras não permitem a
compra de alimentos para mais de uma refeição/dia.
b) hidratação insuficiente (levando a desidratação, principalmente quando existe exposição ao
calor:trabalho com fornos , a céu aberto,etc...). A maior parte das pessoas não tem hábito de ingerir
água em quantidade requerida como ideal: 3 a 4 litros /dia; exceto quando existir doença prévia que
contra-indique tal ingestão.
c) exposição ao calor levando a indisposição física nos trabalhos a céu aberto (em parte
causada pela pouca hidratação,esforço físico intenso,alimentação inadequada,etc...)
d) distúrbios do sono (*levando a fadiga , falta de atenção, irritabilidade e suscetibilidade a acidente
de trabalho).Levar em consideração a possibilidade do uso de remédios indutores do sono com efeito
prolongado que ainda produzem indisposição no dia seguinte.
e) infecções das VAS (*vias aéreas superiores,como por exemplo: sinusite aguda produzindo cefaléia,
tonteira, dores nos seios da face,mal-estar,entupimento nos ouvidos em função da secreção,etc...)
f) presença de doenças clínicas pré-existentes descompensadas ou não que inviabilizem
trabalho em altura (*epilepsia,sintomas de vertigem, tonteira, distúrbios do equilíbrio e da
movimentação,doenças cardiovasculares e suas consequências (hipertensão arterial, arrítmias
cardíacas, insuficiência coronariana, IAM),acidentes vasculares cerebrais anteriores,insuficiência
venosa profunda de membros inferiores com ocorrência de úlceras,otoneurológicos
(labirintite),patologias de ordem psiquiátrica (distúrbio bipolar, esquizofrenia, depressão, etc...) ou
psicológicas (ansiedade, acrofobia etc...),ortopédicas que possam levar ao desequilíbrio
(desnivelamentos dos quadris por diferença de MMII acentuada ,entre outras),diabetes, anemia
(contra-indicações temporárias e outras definitivas). Desde o diagnóstico definir logo para os
interessados os casos de inaptidão temporária e os considerados inaptidão definitiva para o trabalho
em altura, isso tem importância principalmente nos admissionais, porque algumas vezes a contratação
é casada, pois a empresa só tem interesse no candidato que possa praticar tarefas em solo e altura.
g) obesidade – Fator de risco já começa com IMC ≥ 30 Kg/m², conforme a OMS

(Organização Mundial de Saúde). *Considerar a influência da massa muscular e não da gordura

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corporal. Embora não exista norma legal que estabeleça o melhor tipo físico a ser adotado como
parâmetro para trabalho em altura (porque não existem trabalhos de antropometria na literatura para
essa finalidade),nada impede que o bom senso e a prática clínica diária possibilitem a verificação de
que certas condições físicas e psicológicas encontradas no exame ocupacional não são adequadas para
liberação de trabalho em altura. Avaliar sedentarismo, limitação de mobilidade, medir circunferência
abdominal valorizando achados em mulher > 88cm e em homens >102 cm. A obesidade aumenta o
risco de doenças cardiovasculares entre elas a insuficiência cardíaca, doença coronariana.

Índice de massa corpórea:

A fórmula empregada é: IMC= Peso em KG

Altura ²

Tabela de avaliação aplicada:

CLASSIFICAÇÃO IMC

Peso normal 18,5 a 24,9 kg/m²

Sobrepeso 25 kg / m²

Obesidade Grau I 25,1 a 29,9 Kg/m²

Obesidade Grau II 30 a 39,9 Kg/m²

Obesidade Grau III > 40 Kg/m²

Já é considerado obesidade mórbida peso acima de 35 Kg/m², estes pacientes tem


sido encaminhados pelos especialistas para cirurgia.

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Os exames complementares citados no protocolo da ANAMT de 2004:

a) EEG com fotoestimulação e hiperpnéia

b) ECG

c) Hemograma

d) Glicemia de jejum

Exames complementares que foram adicionados ao protocolo da ANAMT


de 2004 porque tem sido utilizados na prática pelas empresas para
avaliação de trabalhadores que executam tarefas em altura:

a) Oftalmológico
b) Teste ergométrico
c) Avaliação psicológica

Exame complementar acrescentado por esse sestudo para avaliação de


trabalhadores que praticam tarefas em altura:

a) Hemoglobina glicada

A validade ou não de todos os exames acima citados serão comentados mais


adiante.

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Interpretação dos exames complementares acima citados:

EEG com fotoestimulação e hiperpnéia:

Não existe nenhum estudo científico que autorize a sua utilização como teste de
screening de doença do tipo epiléptica ou de qualquer outra patologia cerebral. Tem
baixa sensibilidade e a especificidade está em torno de 78 a 98% (NICE - National
Institute for Clinical Excellence). Testes de baixa sensibilidade não são bons como teste
de rastreio de doenças na população em geral, são de pouca utilidade na área de saúde
ocupacional.

No EEG temos a ocorrência do número de falso negativos sendo maior do que


falso positivos. Exemplo de falso positivo é a realização de EEG (eletroencefalograma),
logo depois do indivíduo ter uma síncope.

Nesse teste, resultados positivos não significam necessariamente que o indivíduo


tem a doença e resultados negativos não a excluem; em ambas as circunstâncias o
trabalhador deve ser encaminhado para avaliação na neurologia.

Valor desse teste para diagnóstico de epilepsia depende do traçado no exame, pois
existem anormalidades detectadas que não configuram epilepsia, mas que devem ser
investigadas na neurologia. O traçado que interessa como valor diagnóstico de epilepsia
são as alterações interictais, pois os outros padrões tem baixa correlação com essa
doença (Chatrial et al,1974; Noachtar et al,1999; Flink et al, 2002).

O EEG usado isoladamente para diagnóstico de epilepsia não é um bom método,


porque o tempo de registro empregado na realização do exame pode ser muito curto
para a detecção de alguma crise. Aparecimento de crises durante a realização de EEG,
mesmo com provas de estimulação como é o caso da hiperpnéia e fotoestimulação são
raras.Assim para que se tenha uma ratificação de um diagnóstico clínico de epilepsia é
necessária a repetição do exame por um período mais prolongado e com monitoramento
por vídeo,em alguns casos tem-se que induzir o sono para que possa ser identificado o
problema.

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Lembramos que 90% dos diagnósticos de epilepsia são feitos pela história clínica
dos pacientes relatada pelo próprio ou por um de seus familiares.

Para que se tenha idéia do uso reservado do EEG, crises não epilépticas na clínica,
não exigem a realização desse exame para exclusão de epilepsia.

Os adeptos a sua realização em saúde ocupacional afirmam que existe necessidade


de fazê-lo em função dos 50 a 60% dos casos de omissão da doença (epilepsia e outras),
nos exames admissionais. Outros relatam que esse tipo de exame é importante para
documentar a empresa frente uma fiscalização, serve como prova demonstrativa de
interesse de excluir patologias cerebrais que possam servir como substrato para risco de
queda e morte. Situação aventada que não tem qualquer cunho científico e técnico, pois
segundo a comissão de eletroencelografia do Centro Hospitalar do Porto (08/03/2011-
Portugal), formada por 4 neurofisiologistas o EEG só tem importância nas seguintes
situações:

a) serve para classificar uma doença já conhecida


b) para acompanhamento do uso de medicação
c) para comparativo com o exame de referência para avaliação da evolução da
doença e do tratamento

Assim sendo, não existe finalidade prática de se usar esse exame em saúde
ocupacional em termos de custo benefício. Se o médico coordenador ainda quiser
insistir no seu uso que ele seja efetuado somente a cada 5 anos, porque ele não tem valor
em acompanhamento de doença e tratamento na saúde ocupacional.

Peculiaridades do exame (a título de informação para pessoal que não é da área de


saúde):

 Preparo prévio para execução do exame: indivíduo devidamente


alimentado, privação de cerca de 4 horas de sono em relação ao número de horas
que a pessoa está acostumada a repousar, cabelo limpo e seco para facilitar a
fixação dos eletrodos ao couro cabeludo.
 Contra-indicação para a realização do exame: pediculose (vulgo
“piolho”), infecção do couro cabeludo e seborreia.
 Registro do exame: primeiro faz-se o registro em vigília (com os olhos
abertos), depois procede-se as manobras de estimulação hiperpnéia (incursões
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respiratórias forçadas por 3 a 4 minutos) para alteração do estado de consciência


(indução do sono),e por último a fotoestimulação com lâmpada com flash para
aumentar a chance de produzir uma crise ou acarretar um traçado anormal.

Conclusão: não cabe sua utilização como método de rastreio em saúde


ocupacional.

ECG e Teste de Esforço (ergométrico):

Apesar das doenças cardiovasculares serem as principais causas atuais de


morbidade e mortalidade, especialmente a cardiopatia isquêmica e a insuficiência
cardíaca, não existe nenhum estudo científico que autorize a validade desses testes
como ferramenta de triagem de doenças em grandes populações de modo
indiscriminado, dirá sua aplicação em uma amostra menor como é a de saúde do
trabalhador. Assim a utilização desses métodos, é empírica e sem evidências científicas
de valor comprovada.

O ECG tem sensibilidade limitada na identificação de indivíduos com afecções


específicas capazes de desencadear eventos futuros. Ele tem mais valor quando aplicado
no seguimento de doença cardíaca conhecida.

O ECG apresenta melhor eficácia comprovada quando associado ao encontro de


fatores de risco para doença cardíaca percebidos na anamnese e no exame clínico em
indivíduos considerados da alto risco. Nesses casos, cabe a sua utilização na
investigação complementar de doença cardíaca pré-existente. Lembrar que a doença
cardíaca é anualmente 3 a 4 vezes maior nos homens do que nas mulheres.

Diagnóstico de patologias de origem cardíaca (que podem levar a morte súbita)


por intermédio do ECG é baixo. Entendendo por patologias de origem cardíaca com
relevância para ocasionamento de morte súbita as seguintes: Wolff Parkinson White,
cardiomiopatia hipertrófica, bloqueios do ramo esquerdo, fibrilação atrial.

Em relação ao teste ergométrico existe uma corrente contra a sua utilização em


função do seu custo –efetividade (não compensa), pois a capacidade diagnóstica desse
teste está relacionada com o tipo de população selecionada em função da prevalência.
Além disso, o número de falso positivos como indicador de doença coronariana (infra-
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desnivelamento ST), é da ordem de 30% nas mulheres. Existe uma corrente do Instituto
Dante Pazzanese de Cardiologia que é a favor da utilização desse exame como rotina
em homens acima de 45 anos e em mulheres acima de 55 anos independente da
existência ou não de fatores de risco. Idem aplicação para todos os trabalhadores que
tenham ocupações profissionais de alto risco ou aqueles que desempenham funções
que exigem responsabilidade grande com a coletividade ou ainda que tenham risco
elevado para doença arterial coronariana como os diabéticos e obesos. Seria uma
medida preventiva para afastar mal súbito de origem cardiológica.

Lembrando que ECG e teste ergométrico normais não afastam a possibilidade de


morte súbita, imagine em um canteiro de obra com 200 trabalhadores em diferentes
idades tendo que fazer ECG para poderem executar tarefa em altura. É um custo –
benefício desnecessário quando vemos que a sensibilidade desses testes é absurdamente
limitada para serem utilizados como rastreio de doença cardíaca. Só teria validade o uso
desses métodos caso exista na clínica evidências de fatores de risco que levem a
possibilidade de doença cardíaca prévia.

Se o médico coordenador optar por fazer esses exames apesar dos esclarecimentos
acima citados, então que os exames sejam realizados anualmente que é o que a corrente
a favor do emprego dos mesmos recomenda.

Glicemia de jejum e hemoglobina glicada:

A indicação de sua utilização conjunta seria diagnóstico de diabetes, com a


intenção de poupar tempo na repetição de exames para confirmação de resultado, que só
ocorre em uma única situação que será descrita abaixo.

Esses exames são fundamentais quando se detectam na clínica elementos de risco


que podem ser indicadores da presença de doença:

 doença em parente de primeiro grau (pai,mãe,irmão,filho)


 alterações da glicemia em exames anteriores
 obesidade (IMC acima de 25)
 sedentarismo
 dislipidemia

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 doença cardíaca associada


 circunferência abdominal acima de 88cm nas mulheres e 102 cm nos
homens
 história pregressa em mulheres de SOMP (síndrome dos ovários
micropolicísticos),diabetes gestacional, deu a luz a recém –natos com 4Kg
ou mais.

Obs: recomenda-se fazer de rotina pelo menos uma glicemia anual em adultos
acima de 45 anos mesmo sem a existência de fatores de risco.

Características comparativas da glicemia de jejum x hemoglobina glicada:

Glicemia de jejum Hemoglobina glicada

Avalia a glicemia momentaneamente Espelha a glicemia de 3 meses, sendo que


50% dela corresponde aos níveis do
último mês

Sofre variações com a dieta e exercício. Não sofre variações com a dieta exercício
Depende de 8 horas de jejum para ser
realizada

Valores de normalidade em torno de 100 Valores de normalidade 4 a 6%


mg/dl

*Diagnóstico de diabetes : 2 glicemias *Diagnóstico de diabetes : 2 avaliações


acima de 126mg/dl acima de 6%

OBS: *notar que são exigidas duas medições alteradas para fazer diagnóstico de
diabetes, portanto uma medida somente não excluí a possibilidade de diabetes. Em
saúde ocupacional existe pressa na contratação e fazer duas medições em tempo
distintos causa um atraso no processo, daí a utilização das duas ao mesmo tempo
aumenta a segurança do resultado e evita a necessidade de repetição, exceto em uma
única situação que será citada.

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Os valores de hemoglobina glicada são mais confiáveis do que aqueles obtidos na


glicemia de jejum, só oferecem risco de resultados falsos na presença de anemia ou em
função de perdas sanguíneas, onde se recomenda a utilização da frutosamina (espelha a
glicemia das últimas 4 a 6 semanas, seus valores de normalidade variam de um
laboratório para outro). Ela também tem aplicação nos casos de uso de eritropoietina,
doenças da hemoglobina ou ainda na presença de insuficiência renal crônica. A
frutosamina não é tão boa quanto à hemoglobina glicada.

A hemoglobina glicada é a combinação não enzimática da cadeia β da


hemoglobina A na presença de glicose.

Resultados dos dois testes e sua utilização prática em saúde ocupacional (trabalho
em altura) :

Glicemia de jejum Hemoglobina Trabalho em


glicada altura

Normal < 100 mg Normal entre 4-6% aptidão

Alterada >100 mg e <126 mg/dl Alterada > 6% inaptidão

ou *encaminhar para o
endócrino
>126mg/dl

Alterada >100 mg e <126 mg/dl Normal entre 4-6% Repetir glicemia de


jejum antes de
ou
definir a aptidão ou
>126mg/dl não para o trabalho
em altura
* pode ser falso-positivo (exemplo:
não fez jejum adequado)

Normal < 100 mg Alterada > 6% inaptidão

*encaminhar para o
endócrino

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Lembrando que diabetes é uma doença que estando ou não compensada, foi
considerada no protocolo da ANAMT de 2004 como patologia que inviabiliza o
trabalho em altura.

Portanto, esses exames tem validação para serem utilizados no trabalho em altura
e devem ser realizados anualmente.

Hemograma:

Exame de baixo custo, de simples execução e de resultado rápido que pode ser
utilizado para rastreio de infecção, imunodepressão, anemia e possibilidade de
sangramento, isso porque ele faz uma avaliação quantitativa e qualitativa de todos os
elementos do sangue: plaquetas, glóbulos brancos e série vermelha. Não existe dúvida
que a realização desse exame é de grande valia nos trabalhos em altura e que ele deve
ser repetido anualmente.

Dos itens que são possíveis de serem avaliados pelo método citado o único fator
que suscita dúvida para permissão ou não para tarefa em altura é a alteração da série
vermelha pela presença de anemia. As demais condições acima aventadas por si só,
contra-indicam o trabalho em altura até que ocorra normalização dos valores.

Assim, essa seção do trabalho estará voltada para análise anemia x trabalho em
altura e para estudo da série vermelha interessa avaliação conjunta da hematimetria,
hematócrito, hemoglobina, índices eritrocitários, contagem de reticulócitos e
hematoscopia (análise do esfregaço de sangue periférico).

Os valores hematológicos da série vermelha variam com sexo, idade, raça,


hemodiluição, hemoconcentração e com a leucocitose (alteração da série branca para
mais). Assim, em relação ao sexo, temos: os homens tem maiores índices do que as
mulheres muito provavelmente pela influência dos fatores hormonais (androgênio) , e
por não menstruarem. As crianças por sua vez apresentam valores diferentes dos adultos
principalmente na série branca, pois é comum apresentarem leucocitose e linfocitose
(fator idade), e a raça negra apresenta níveis de hemoglobina mais baixos (0,5 a 0,6
g/dl), quando comparada com outras.

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Condições que levam a hemodiluição tais como: gravidez, hiperhidratação e


anasarca (edema generalizado), assim como a hemoconcentração (uso de diuréticos,
ocorrência de gastroenterite ), também alteram os valores de normalidade.

Os valores normais expressam a variação em 95% da população estudada

De maneira geral, os valores aceitos internacionalmente são os descritos na tabela


abaixo:

Valores normais da série vermelha


Mulheres Homens
Hematócrito (%) 36,0–45,0 41,5–50,4
Hemoglobina (g/dL) 12,3–15,3 14,0–17,4
Hematimetria (x106/mcL) 4,5–5,1 4,5–5,9

Esses parâmetros podem ser modificados em função do método empregado por


cada laboratório, mas sempre estarão sinalizados no próprio exame os valores que
serão considerados normais.

Deve procurar-se estabelecer uma relação de coerência entre os níveis


hematimétricos e os índices eritrocitários. Estes são analisados por fórmulas que
expressam valores médios, devendo ser sempre correlacionados com o estudo do
esfregaço de sangue periférico em caso de alterações. Estima-se que 15% dos
hemogramas exijam a correlação com a hematoscopia.

A hematoscopia fornece informações sobre anormalidades morfológicas que são


importantes no diagnóstico diferencial das anemias e somente nela observadas. Assim,
pode-se, por meio dela, obter valiosas informações que auxiliam o diagnóstico das
anemias hemolíticas (drepanocitose, esferocitose, eliptocitose, microangiopáticas,
talassemias), presença de corpos de inclusão (Howell-Jolly, Pappenheimer), presença de
ponteado basófilo, eritroblastos circulantes, parasitas (malária), entre outras alterações.

Em relação à anemia estima-se que 90% das anemias sejam causadas por carência
de Ferro. A anemia ferropriva e a anemia conseqüente a doença crônica são as mais
comuns. As anemias podem ser carênciais (deficiência de ferro, de ácido fólico,
deficiência de B12) ou de origem genética que também são hemolíticas (talassemias

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maior, menor e falciforme), as conseqüentes a doenças clínicas crônicas (doença renal,


diabetes, BK e HIV), a sideroblástica (doença relacionada com o cromossoma X, onde
se tem defeito do HEME da hemoglobina). As anemias resultantes de deficiência de
vitamina B12 ou de folato são chamadas anemias macrocíticas ou anemias
megaloblásticas, porque as hemácias são maiores que as normais.

Correlação trabalho em altura e presença de anemia:

Valorizar os sinais e sintomas clínico sobre o método laboratorial: astenia,


tonteira, falta de energia, anorexia, sensação de frio ou insensibilidade nas mãos e nos
pés, palidez, falta de ar, pulso rápido ou irregular e dor torácica.

Os trabalhadores que possuem anemia ferropriva apresentando quadro


sanguíneo corrigido poderão trabalhar em altura. Possuem uma inaptidão temporária
para o trabalho em altura em função da sintomatologia e das alterações laboratoriais
encontradas que quando revertidas permitem a prática da atividade mencionada.

Anemia megaloblástica inaptidão temporária para trabalho em altura,


tratada a alteração sem outras que contra-indiquem o trabalho em altura o empregado
será liberado para tarefa.

Anemias hemolíticas de origem genéticas (falciforme, talassemia), como nunca


se sabe quando está ocorrendo hemólise e a atividade profissional é de alto risco
convém adotar por medida de segurança contra-indicação absoluta para trabalho em
altura. Mesmo a talassemia minor que traz pouco impacto clínico, deve-se guardar o
mesmo tipo de conduta.

Anemias hemolíticas adquiridas (distúrbios autoimunes : na anemia hemolítica


autoimune, o corpo produz anticorpos contra as próprias hemácias; reações
transfusionais: resultam de incompatibilidade entre doador e receptor em uma
transfusão de sangue. Isso é raro, mas pode ter complicações graves; medicamentos:
alguns,como a penicilina, podem desencadear a produção de anticorpos contra as
hemácias ou causar a destruição direta das hemácias; destruição física das hemácias:
por exemplo, por uma válvula cardíaca artificial ou por uma máquina de circulação
extracorpórea durante cirurgia cardíaca; hemoglobinúria paroxística noturna: é uma
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doença rara em que os três tipos de células do sangue (hemácias, leucócitos e plaquetas)
são anormais.Trata-se de uma anemia hemolítica conseqüente a alteração de um gen,
mas não é hereditária (não se transmite a próxima geração) ). A presença dessas
ocorrências contra-indicam o trabalho em altura.

Anemia aplástica (diminuição de todos os tipos de células produzidas na medula


óssea, é a chamada pancitopenia): está contra-indicado o trabalho em altura.

Fatores que podem causar anemia aplástica:

 Exposição a substâncias tóxicas, como arsênico, benzeno e pesticidas.


 Tratamento de câncer (radioterapia ou quimioterapia).
 Distúrbios autoimunes, como lúpus eritematoso sistêmico ou artrite reumatoide.
 Infecções virais, como hepatites, vírus de Epstein-Barr, HIV, citomegalovírus,
ou parvovírus B19.
 Raramente, a anemia aplástica é devida a um distúrbio genético, como a anemia
de Fanconi.

Anemia proveniente de doenças clínicas crônicas: Se ocorrer reversão da


doença primária que causa a anemia será possível o trabalho em altura, porém se isso
não for possível está proscrito o mesmo.

Anemia sideroblástica é o distúrbio hematológico ocasionado pelo acúmulo de


ferro na mitocôndria dos eritroblastos. Tem –se uma síntese alterada do componente
heme da hemoglobina. O distúrbio pode estar relacionado a fatores hereditários, como
alterações do cromossomo X, ou fatores adquiridos, devido à ocorrência de
mielodisplasias, uso abusivo de álcool e drogas e outros. Não se aconselha a colocação
de indivíduos em altura que tenham esse tipo de anemia.

Avaliação oftalmológica:

A avaliação oftalmológica é oferecida no trabalho em altura como um conforto


para o trabalhador na realização da tarefa, pois dificuldade visual pode trazer
aparecimento de cefaléia, desatenção, lacrimejamento, prurido, irritabilidade por
apresentar menor habilidade de executar trabalhos de precisão. A bateria de exames
incluindo acuidade visual, biomocroscopia com tonometria, teste cromático,exame de
refração subjetiva e esquiascopia (ou refração computadorizada), deve ser realizada a
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cada 2 anos para empregados com menos de 40 anos e anualmente para trabalhadores
com mais de 40 anos.

A acuidade visual é feita por intermédio do teste de Snellen,e nada mais é do que
a avaliação para visão de longe. A acuidade visual normal tem que ser 1 ou 20/20.

O teste de cores mais utilizado é o de Ishihara (poderá ter resultado falso


negativo) que serve para avaliação de defeitos congênitos (daltonismo) e dos defeitos
adquiridos (alterações dos cones para vermelho, verde e azul; alterações do cristalino ou
da pupila; e dos pigmentos maculares). Lembrar que as cores levam a interação do
indivíduo com o seu meio social e com seu trabalho. É importante essa avaliação
principalmente nas tarefas que demandam perfeita percepção de cores.

A biomicroscopia consiste na avaliação das estruturas dos olhos tais como;


cristalino, córnea, irís, conjuntiva, etc... Com lentes adicionais é possível fazer,
inclusive fundo de olho.

A esquiascopia ou retinoscopia faz a medição do diâmetro vertical e horizontal


dos olhos, pode ser substituída pela refração computadorizada, mas essa tem maior
margem de erro (70% porque não considera a acomodação visual do avaliado), do que
aquela. A refração computadorizada mede o diâmetro antero-posterior e alterações
possíveis da córnea e do cristalino.

O exame de refração subjetiva é a última etapa do exame e consiste na escolha da


lente corretiva pelo examinado, o oftalmologista só faz o ajuste. O conforto visual
escolhido pelo examinado é soberano sobre qualquer um dos testes aplicados.

Avaliação psicológica:

De grande valia no trabalho em altura porque permite uma melhor avaliação do


candidato em termos de cognição, iniciativa, comportamento, rastreio de acrofobia e de
questões de ordem social e familiar. Deve ser feita por profissional especializado:
psicólogo ou psiquiatra, pois o médico do trabalho que não tiver formação nessas áreas
não deve fazê-lo por absoluta falta de competência, para não prejudicar o trabalhador
por realização de diagnóstico equivocado.

Quando o grupo for grande e a empresa não tiver psicólogo do trabalho, a saída
para que o custo não seja elevado, e o procedimento não deixe de ser efetuado será a
aplicação de testes, pelo RH da empresa que sejam capazes de avaliar pelo menos a
personalidade dos candidatos, seu comportamento em grupo e suas habilidades para ver
se existe aptidão ou não para execução de tarefas em altura. Criar inclusive dinâmicas
de grupo com situações que envolvam segurança individual e coletiva para testar a
iniciativa de cada um dos participantes nas situações de risco apresentadas.

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Recomenda-se que a avaliação psicológica seja realizada pelo menos no


admissional, no retorno ao trabalho e a cada 2 anos, salvo situações de ordem médica ou
psíquica que demandem revisão em um prazo mais curto.

Sugestão de Controle rotineiro do trabalhador que pratica tarefa em


altura:

Pode ser considerado a avaliação periódica citada no íten 4.12, alínea b, que deve
ser feita além dos exames ocupacionais.

Recomenda-se monitorizar periodicamente este tipo de trabalhador, ele deve


comparecer ao serviço médico para medição da pressão arterial (PA), sempre que
possível, antes de iniciar a sua tarefa em altura, um profissional da equipe de saúde deve
responsabilizar-se por essa medição.
A equipe de enfermagem deve anotar o registro da PA no livro de ocorrências do
ambulatório, sobre “o título”: “atividade - liberação para trabalho em altura”- anotar
nome e matrícula do empregado, função, setor, local onde será executado o
procedimento, nome do responsável pela supervisão do serviço, tempo previsto do
trabalho, tipo de atividade que será efetuada, anotar a PA e perguntar a ele se está
sentindo-se bem, se fez repouso adequado e se está fazendo uso de alguma medicação,
observar comportamento e conduta e, em seguida, registrar as respostas no livro e
colher assinatura do mesmo abaixo das anotações efetuadas.
Na presença de alguma anormalidade deve ser solicitada a avaliação do médico
da empresa ou suspensão da tarefa prescrita pela própria equipe de enfermagem quando
a ocorrência se der fora do horário do médico do trabalho .
Em relação à pressão arterial (PA) os parâmetros aceitos atualmente são:

CATEGORIA SISTÓLICA DIASTÓLICA

Ótima < 120 mm Hg < 80 mm Hg

Normal < 130 mm Hg < 85 mm Hg

Limítrofe 130 a 139 mm Hg 85 a 89 mm Hg

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Consideraremos níveis anormais da PA as seguintes alterações abaixo relacionadas:

CATEGORIA SISTÓLICA DIASTÓLICA

Hipertensão Estágio I (leve) 140 a 159 mm Hg 90 a 99 mm Hg

Hipertensão Estágio II 160 a 179 mm Hg 100 a 109 mm Hg


(moderada)

Hipertensão Estágio III > 180 mm Hg > 110 mm Hg


(grave)

Uma única medida da pressão arterial não caracteriza hipertensão, será necessário
fazer a medição da PA no período de 7 dias, no mesmo braço (MSD), de preferência no
mesmo período das anteriores (exemplo: se pela manhã sempre de manhã e assim por
diante). Se for preciso solicitar parecer do cardiologista.

VIII. Caso judicial concreto relacionado com a NR 35 :

TRABALHADOR OBESO: RESPONSABILIDADE DA EMPRESA POR


ACIDENTE DE TRABALHO (TRT 3ª região MG)

Função: meio oficial de ponte


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Tipo físico do trabalhador :1,75 metros e 105 quilos (*IMC do caso apresentado = 30
kg/m², obesidade de Grau II no limite do parâmetro estabelecido pele OMS
(Organização Mundial de Saúde) ).

Tarefa: incluía a subida e descida em escada reta de sete a oito metros todos os dias

Fato : queda

O pedido judicial: Danos Morais

Diferencial: sistema de EPC (sistema de proteção contra queda na escada) e


cumprimento de outras regras em segurança

Evidenciou-se: Culpa concorrente, mesmo assim não eximiu a responsabilidade


objetiva da empresa

Sentença: pagamento de R$ 20.000,00 da empresa ao empregado.

Fundamento da sentença: A empresa não está livre de sua responsabilidade pela


observância de normas técnicas, porque tinha a obrigação de se certificar a respeito das
condições físicas do trabalhador, para o exercício de suas funções de forma segura e
íntegra. A empresa não realizou o exame do trabalhador.

 Análise do caso concreto apresentado:

Culpa concorrente, mesmo assim não eximiu a responsabilidade objetiva da empresa.


A adoção de procedimentos de ordem técnica (mesmo que adequados) na área de segurança não
excluem a responsabilidade da avaliação médica do empregado em relação a tarefa que será por
ele praticada (se existe aptidão de saúde para tal fim). Então gestão criteriosa de segurança não
compensa e nem substitui deficiência de gestão na área de saúde.
Outros elementos que não foram citados na peça processual pela juíza, mas que também
possuem suma relevância são: análise prévia pelo supervisor direto do trabalhador se ele tem
competências e habilidade suficiente para praticar a tarefa que lhe foi conferida. Se existe
perfeito conhecimento técnico do serviço que será praticado assim como dos riscos aos quais
estará exposto durante a jornada de trabalho.Certificar-se de que o empregado que vai para
altura sabe como enfrentar os contratempos e dificuldades não programadas e que ele recebeu
treinamento técnico suficiente e satisfatório para tal.

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IMC do caso apresentado = 30 kg/m², obesidade de Grau II no limite do parâmetro


estabelecido pele OMS (Organização Mundial de Saúde), como situação preocupante e
não ocorreu avaliação médica (emissão de parecer para liberação em trabalho de altura)
Existe necessidade da empresa agir preventivamente, identificando as patologias médicas
prévias existentes na população de trabalhadores ativos,com intuito de evitar o agravamento das
mesmas pelas tarefas desempenhadas por eles. E estabelecer plano de metas de educação
continuada com a introdução de palestras de saúde, implantação do programa de qualidade de
vida no trabalho, colocação de dieta balanceada no cardápio do refeitório da empresa,
estabelecimento de parcerias com a rede pública para vacinação preventiva, dentre outras
atividades.
Deve ser elaborado um plano de resgate em altura que precisa ser difundido na empresa a fim de
que todos tenham conhecimento do mesmo
Criar condições de infra-estrutura em terra para prestação dos primeiros socorros em caso de
acidentes

IX. Considerações Finais:

Lembrar que todas as condições prescritas pela norma (NR35), representam


requisitos MÍNIMOS de um conjunto de medidas de proteção que devem ser aplicadas
ao trabalhador, para que ele possa executar o serviço em boas condições de saúde e
segurança,entretanto esses elementos poderão ser ampliados pelo empregador em
questões particulares e específicas.

Saúde e trabalho são direitos sociais essenciais, são inalienáveis e de interesse


coletivo.

X. Pensamento Filosófico:

“O maior bem que o homem pode ter é a sua integridade física e mental”. “Para
salvaguardar esse bem são necessárias boas práticas de Segurança e Saúde no trabalho
em altura, pois homem aranha só existe na ficção”.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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de incidência cumulativa e taxa de incidência em unidades pessoa/tempo?. Gauss; n.10,
dez. 2007. Disponível em:< http://www.eurotrials.com/contents/files/Gauss_10.pdf>. Acesso
em: 17 out. 2012.

ANANT. ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE MEDICINA DO TRABALHO. Quais


são os exames complementares que devem ser solicitados para os trabalhadores em
altura? Disponível em: < http://www.anamt.org.br/?id_pergunta=37&t=FAQ's >. Acesso
em: 17 out. 2012. FAQ’s

ANANT. ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE MEDICINA DO TRABALHO. Sugestão de


conduta médico administrativa - SCMA, nº 01/2004. Elaboração de: Walnéia Cristina
de Almeida Moreira. Exames complementares para trabalhadores em trabalho em
altura(trabalho vertical, work of height). Belo Horizonte, 2004. Disponível em: <
http://www.saudeetrabalho.com.br/download/ex-trab-altura.pdf>. Acesso em: 16 out. 2012.

ATALLA, A. Hemograma: análise da série vermelha, 2005. Disponível em: <


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armazenagem e manuseio de materiais. Brasília: Ministério do Trabalho e Emprego,
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trabalho na indústria da construção e reparação naval. Brasília: Ministério do Trabalho e
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BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Secretaria de Inspeção do Trabalho.


Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho. Manual de auxílio na interpretação
e aplicação da norma regulamentadora n.35 - trabalhos em altura: NR-35
comentada. Brasília: SIT/DSST, 2012.

BRASIL. Portaria nº 3214 de 08 de junho de 1978. Aprova as Normas


Regulamentadoras do Ministério de Estado do Trabalho, no uso de suas atribuições
legais, considerando o disposto no art. 200, da Consolidação das Leis do Trabalho, com
redação dada pela Lei nº 6.514, de 22 de dezembro de 1977. Brasília, 1978. Disponível
em: < http://www.jacoby.pro.br/diversos/nr_16_perigosas.pdf>. Acesso em: 17 out. 2012.

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BRASIL. Tribunal Regional do Trabalho. Termo de Audiência nº. 3103, da 2ª Vara do


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de maio de 2012, instituído pela Lei nº11.419/2006. Recorrente: Premo Construções e
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