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Banco do Estado do Espírito

Santo S/A - BANESTES

Técnico Bancário

Língua Portuguesa
Elementos de construção do texto e seu sentido: gênero do texto (literário e não literário, narrativo, descritivo
e argumentativo); interpretação e organização interna. .............................................................................................1
Semântica: sentido e emprego dos vocábulos; campos semânticos; emprego de tempos e modos dos verbos
em português. ................................................................................................................................................................... 11
Morfologia: reconhecimento, emprego e sentido das classes gramaticais; processos de formação de palavras;
mecanismos de flexão dos nomes e verbos. ................................................................................................................ 18
Sintaxe: frase, oração e período; termos da oração; processos de coordenação e subordinação; concordância
nominal e verbal; transitividade e regência de nomes e verbos; padrões gerais de colocação pronominal no
português; mecanismos de coesão textual. ................................................................................................................. 44
Ortografia. .......................................................................................................................................................................... 63
Acentuação gráfica. .......................................................................................................................................................... 67
Emprego do sinal indicativo de crase. .......................................................................................................................... 69
Pontuação. ......................................................................................................................................................................... 71
Estilística: figuras de linguagem. ................................................................................................................................... 72
Reescrita de frases: substituição, deslocamento, paralelismo; variação linguística: norma culta. .................... 75

Matemática Financeira
Juros simples e compostos: capitalização e descontos. ................................................................................................1
Taxas de juros: nominal, efetiva, equivalentes, proporcionais, real e aparente. ......................................................3
Planos ou sistemas de amortização de empréstimos e financiamentos, ...................................................................5
Números e grandezas proporcionais: razões e proporções; divisão em partes proporcionais; regra de três;
porcentagem e problemas. ................................................................................................................................................9
Séries periódicas uniformes. .......................................................................................................................................... 19

Raciocínio Lógico
Lógica: proposições, valores verdadeiro/falso, conectivos "e" e "ou", implicação, negação, proposições
compostas, proposições equivalentes. Problemas de raciocínio: deduzir informações de relações arbitrárias
entre objetos, lugares, pessoas e/ou eventos fictícios dados. .....................................................................................1
Orientação espacial e temporal. ..................................................................................................................................... 18
Números racionais, operações, porcentagem e proporcionalidade. ....................................................................... 20
Medidas de comprimento, área, volume massa e tempo. ......................................................................................... 23

Conhecimentos Bancários
Sistema financeiro nacional. Dinâmica do mercado. Mercado bancário. Estrutura do Sistema Financeiro
Nacional: Conselho Monetário Nacional; COPOM -Comitê de Política Monetária. Banco Central do Brasil;
Comissão de Valores Mobiliários. .....................................................................................................................................1

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Produtos Bancários: Noções de cartões de crédito e débito, crédito direto ao consumidor, crédito rural,
caderneta de poupança, capitalização, previdência, investimentos e seguros....................................................... 23
Noções do Mercado de capitais e de Câmbio. .............................................................................................................. 35
Garantias do Sistema Financeiro Nacional: aval; fiança; penhor mercantil; alienação fiduciária; hipoteca;
fianças bancárias; Fundo Garantidor de Crédito (FGC). ............................................................................................. 60
Autorregulação Bancária. ............................................................................................................................................... 77
Noções básicas sobre os crimes de “Lavagem” ou Ocultação de Bens, Direitos e Valores. Prevenção da
utilização do Sistema Financeiro para os atos ilícitos, em conformidade com a lei 9.613/1998. ...................... 80
Guia de Conduta Ética do Banestes (disponível no sítio do Banestes na Internet); Ruptura digital no setor
bancário e financeiro; Resolução BACEN nº 4.539, de 24 de novembro de 2016. ................................................ 88

Atendimento (Focado em vendas)


Marketing em empresas de serviços.................................................................................................................................1
Satisfação e retenção de clientes. Valor percebido pelo cliente ...................................................................................3
Etiqueta empresarial: comportamento, aparência, cuidados no atendimento pessoal e telefônico .....................7
Interação entre vendedor e cliente ................................................................................................................................ 11
Qualidade no atendimento a clientes ............................................................................................................................ 12
Resolução BACEN nº 4.539, de 24 de novembro de 2016 ......................................................................................... 18
Atendimento digital. ........................................................................................................................................................ 18

Técnicas de Vendas
Noções de administração de vendas: planejamento, estratégias, objetivo; análise do mercado, metas. ............1
Técnicas de vendas de Produtos e Serviços bancários e financeiros: planejamento, técnicas; motivação para
vendas ................................................................................................................................................................................. 10
Produto, Preço, Praça, Promoção ................................................................................................................................... 13
Vantagem competitiva...................................................................................................................................................... 15
Como lidar com a concorrência ...................................................................................................................................... 18
Noções de Imaterialidade ou intangibilidade, Inseparabilidade e Variabilidade dos produtos bancários. ..... 22
Manejo de carteira de Pessoa Física e de Pessoa Jurídica. ......................................................................................... 45
Noções de Marketing de Relacionamento. .................................................................................................................... 48

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LÍNGUA PORTUGUESA

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APOSTILAS OPÇÃO

Elementos de construção do
texto e seu sentido: gênero
do texto (literário e não
literário, narrativo, descritivo e
argumentativo); interpretação e Texto Narrativo
organização interna. Os textos narrativos apresentam ações de personagens no
tempo e no espaço. Sua estrutura é dividida em: apresentação,
desenvolvimento, clímax e desfecho. Alguns exemplos de
Gêneros Textuais gêneros textuais narrativos:
Romance
Os gêneros textuais são classificações de textos de acordo Novela
com o objetivo e o contexto em que são empregados. Dessa Crônica
maneira, os gêneros textuais são definidos pelas características Contos de Fada
dos diversos tipos de textos, os quais apresentam características Fábula
comuns em relação à linguagem e ao conteúdo. Lendas

Texto Descritivo
Os textos descritivos se ocupam de relatar e expor
determinada pessoa, objeto, lugar, acontecimento. Dessa
forma, são textos repletos de adjetivos os quais descrevem ou
apresentam imagens a partir das percepções sensoriais do
locutor (emissor). São exemplos de gêneros textuais descritivos:
Diário
Relatos (viagens, históricos, etc.)
Biografia e autobiografia
Notícia
Currículo
Lista de compras
Cardápio
Anúncios de classificados
Lembre-se que existem muitos gêneros textuais, os quais
promovem uma interação entre os interlocutores (emissor e
Texto Dissertativo-Argumentativo
receptor) de determinado discurso, seja uma resenha crítica
Os textos dissertativos são aqueles encarregados de expor
jornalística, publicidade, receita de bolo, menu do restaurante,
um tema ou assunto por meio de argumentações; são marcados
bilhete ou lista de supermercado; porém, faz-se necessário
pela defesa de um ponto de vista, ao mesmo tempo que tenta
considerar seu contexto, função e finalidade.
persuadir o leitor. Sua estrutura textual é dividida em três
O gênero textual pode conter mais de um tipo textual, ou
partes: tese (apresentação), antítese (desenvolvimento), nova
seja, uma receita de bolo, apresenta a lista de ingredientes
tese (conclusão). Exemplos de gêneros textuais dissertativos:
necessários (texto descritivo) e o modo de preparo (texto
Editorial Jornalístico
injuntivo).
Carta de opinião
Resenha
Distinguindo
Artigo
É essencial saber distinguir o que é gênero textual, gênero
Ensaio
literário e tipo textual. Cada uma dessas classificações é
Monografia, dissertação de mestrado e tese de doutorado
referente aos textos, porém é preciso ter atenção, cada uma
Veja também: Texto Dissertativo.
possui um significado totalmente diferente da outra. Veja uma
breve descrição do que é um gênero literário e um tipo textual:
Texto Expositivo
Os textos expositivos possuem a função de expor determinada
Gênero Literário – nestes os textos abordados são apenas os
ideia, por meio de recursos como: definição, conceituação,
literários, diferente do gênero textual, que abrange todo tipo de
informação, descrição e comparação. Assim, alguns exemplos de
texto. O gênero literário é classificado de acordo com a sua forma,
gêneros textuais expositivos:
podendo ser do gênero líricos, dramático, épico, narrativo e etc.
Seminários
Palestras
Tipo textual – este é a forma como o texto se apresenta,
Conferências
podendo ser classificado como narrativo, argumentativo,
Entrevistas
dissertativo, descritivo, informativo ou injuntivo. Cada uma
Trabalhos acadêmicos
dessas classificações varia de acordo como o texto se apresenta
Enciclopédia
e com a finalidade para o qual foi escrito.
Verbetes de dicionários
Tipos de Gêneros Textuais
Texto Injuntivo
O texto injuntivo, também chamado de texto instrucional, é
Cada texto possuiu uma linguagem e estrutura; note que
aquele que indica uma ordem, de modo que o locutor (emissor)
existem inúmeros gêneros textuais dentro das categorias
objetiva orientar e persuadir o interlocutor (receptor); por isso,
tipológicas de texto. Em outras palavras, gênero textual são
apresentam, na maioria dos casos, verbos no imperativo. Alguns
estruturas textuais peculiares que surgem dos tipos de textos:
exemplos de gêneros textuais injuntivos:
narrativo, descritivo, dissertativo-argumentativo, expositivo e
Propaganda
injuntivo.

Língua Portuguesa 1
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APOSTILAS OPÇÃO
Receita culinária identifique os gêneros descritos a seguir:
Bula de remédio I. Tem como principal característica transmitir a opinião de
Manual de instruções pessoas de destaque sobre algum assunto de interesse. Algumas
Regulamento revistas têm uma seção dedicada a esse gênero;
Textos prescritivos II. Caracteriza-se por apresentar um trabalho voltado
para o estudo da linguagem, fazendo-o de maneira particular,
Exemplos de gêneros textuais refletindo o momento, a vida dos homens através de figuras que
Diário – é escrito em linguagem informal, sempre consta possibilitam a criação de imagens;
a data e não há um destinatário específico, geralmente, é III. Gênero que apresenta uma narrativa informal ligada à
para a própria pessoa que está escrevendo, é um relato dos vida cotidiana. Apresenta certa dose de lirismo e sua principal
acontecimentos do dia. O objetivo desse tipo de texto é guardar característica é a brevidade;
as lembranças e em alguns momentos desabafar. Veja um IV. Linguagem linear e curta, envolve poucas personagens,
exemplo: que geralmente se movimentam em torno de uma única ação,
“Domingo, 14 de junho de 1942 dada em um só espaço, eixo temático e conflito. Suas ações
Vou começar a partir do momento em que ganhei você, encaminham-se diretamente para um desfecho;
quando o vi na mesa, no meio dos meus outros presentes de V. Esse gênero é predominantemente utilizado em manuais
aniversário. (Eu estava junto quando você foi comprado, e com de eletrodomésticos, jogos eletrônicos, receitas, rótulos de
isso eu não contava.) produtos, entre outros.
Na sexta-feira, 12 de junho, acordei às seis horas, o que São, respectivamente:
não é de espantar; afinal, era meu aniversário. Mas não me a) texto instrucional, crônica, carta, entrevista e carta
deixam levantar a essa hora; por isso, tive de controlar minha argumentativa.
curiosidade até quinze para as sete. Quando não dava mais para b) carta, bula de remédio, narração, prosa, crônica.
esperar, fui até a sala de jantar, onde Moortje (a gata) me deu as c) entrevista, poesia, crônica, conto, texto instrucional.
boas-vindas, esfregando-se em minhas pernas.” d) entrevista, poesia, conto, crônica, texto instrucional.
Trecho retirado do livro “Diário de Anne Frank”. e) texto instrucional, crônica, entrevista, carta e carta
argumentativa.
Carta – esta, dependendo do destinatário pode ser informal,
quando é destinada a algum amigo ou pessoa com quem se tem 03.
intimidade. E formal quando destinada a alguém mais culto Câncer 21/06 a 21/07
ou que não se tenha intimidade. Dependendo do objetivo da
carta a mesma terá diferentes estilos de escrita, podendo ser O eclipse em seu signo vai desencadear mudanças na sua
dissertativa, narrativa ou descritiva. As cartas se iniciam com autoestima e no seu modo de agir. O corpo indicará onde você
a data, em seguida vem a saudação, o corpo da carta e para falha – se anda engolindo sapos, a área gástrica se ressentirá. O
finalizar a despedida. que ficou guardado virá à tona, pois este novo ciclo exige uma
“desintoxicação”. Seja comedida em suas ações, já que precisará
Propaganda – este gênero geralmente aparece na forma de energia para se recompor. Há preocupação com a família,
oral, diferente da maioria dos outros gêneros. Suas principais e a comunicação entre os irmãos trava. Lembre-se: palavra
características são a linguagem argumentativa e expositiva, preciosa é palavra dita na hora certa. Isso ajuda também na vida
pois a intenção da propaganda é fazer com que o destinatário amorosa, que será testada. Melhor conter as expectativas e ter
se interesse pelo produto da propaganda. O texto pode conter calma, avaliando as próprias carências de modo maduro. Sentirá
algum tipo de descrição e sempre é claro e objetivo. vontade de olhar além das questões materiais – sua confiança
virá da intimidade com os assuntos da alma.
Notícia – este é um dos tipos de texto que é mais fácil de Revista Cláudia. Nº 7, ano 48, jul. 2009.
identificar. Sua linguagem é narrativa e descritiva e o objetivo
desse texto é informar algo que aconteceu. O reconhecimento dos diferentes gêneros textuais, seu
contexto de uso, sua função específica, seu objetivo comunicativo
Fontes: http://www.todamateria.com.br/generos-textuais/ e seu formato mais comum relacionam-se com os conhecimentos
http://www.estudopratico.com.br/generos-textuais/ construídos socioculturalmente. A análise dos elementos
http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/redacao/genero-textual. constitutivos desse texto demonstra que sua função é:
htm a) vender um produto anunciado.
b) informar sobre astronomia.
Questões c) ensinar os cuidados com a saúde.
d) expor a opinião de leitores em um jornal.
01. MOSTRE QUE SUA MEMÓRIA É MELHOR DO QUE A DE e) aconselhar sobre amor, família, saúde, trabalho.
COMPUTADOR E GUARDE ESTA CONDIÇÃO: 12X SEM JUROS.
04. Leia o texto a seguir para responder à questão:
Revista Época. N° 424, 03 jul. 2006.
A outra noite
Ao circularem socialmente, os textos realizam-se como
práticas de linguagem, assumindo funções específicas, formais Outro dia fui a São Paulo e resolvi voltar à noite, uma noite de
e de conteúdo. Considerando o contexto em que circula o texto vento sul e chuva, tanto lá como aqui. Quando vinha para casa de
publicitário, seu objetivo básico é táxi, encontrei um amigo e o trouxe até Copacabana; e contei a
a) definir regras de comportamento social pautadas no ele que lá em cima, além das nuvens, estava um luar lindo, de lua
combate ao consumismo exagerado. cheia; e que as nuvens feias que cobriam a cidade eram, vistas de
b) influenciar o comportamento do leitor, por meio de apelos cima, enluaradas, colchões de sonho, alvas, uma paisagem irreal.
que visam à adesão ao consumo. Depois que o meu amigo desceu do carro, o chofer aproveitou
c) defender a importância do conhecimento de informática o sinal fechado para voltar-se para mim:
pela população de baixo poder aquisitivo. - O senhor vai desculpar, eu estava aqui a ouvir sua conversa.
d) facilitar o uso de equipamentos de informática pelas Mas, tem mesmo luar lá em cima?
classes sociais economicamente desfavorecidas. Confirmei: sim, acima da nossa noite preta e enlamaçada e
e) questionar o fato de o homem ser mais inteligente que a torpe havia uma outra – pura, perfeita e linda.
máquina, mesmo a mais moderna. - Mas, que coisa...
Ele chegou a pôr a cabeça fora do carro para olhar o céu
02. Partindo do pressuposto de que um texto estrutura-se fechado de chuva. Depois continuou guiando mais lentamente.
a partir de características gerais de um determinado gênero, Não sei se sonhava em ser aviador ou pensava em outra coisa.

Língua Portuguesa 2
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APOSTILAS OPÇÃO
- Ora, sim senhor... Carta
E, quando saltei e paguei a corrida, ele me disse um “boa
noite” e um “muito obrigado ao senhor” tão sinceros, tão
veementes, como se eu lhe tivesse feito um presente de rei. Esse é um tipo de texto que se caracteriza por envolver um
remetente e um destinatário;
Rubem Braga É normalmente escrita em primeira pessoa, e sempre visa um
tipo de leitor;
Analisando as principais características do texto lido,
podemos dizer que seu gênero predominante é: É necessário que se utilize uma linguagem adequada com
a) Conto. o tipo de destinatário e que durante a carta não se perca a
b) Poesia. visão daquele para quem o texto está sendo escrito.
c) Prosa.
d) Crônica. Descrição
e) Diário.
Respostas É a representação com palavras de um objeto, lugar, situação
01 (B) \02. (C)\03.(E)\04. (D) ou coisa, onde procuramos mostrar os traços mais particulares
ou individuais do que se descreve. É qualquer elemento que seja
Tipos Textuais apreendido pelos sentidos e transformado, com palavras, em
imagens.
Para escrever um texto, necessitamos de técnicas que Sempre que se expõe com detalhes um objeto, uma pessoa
implicam no domínio de capacidades linguísticas. Temos dois ou uma paisagem a alguém, está fazendo uso da descrição. Não
momentos: o de formular pensamentos (o que se quer dizer) é necessário que seja perfeita, uma vez que o ponto de vista do
e o de expressá-los por escrito (o escrever propriamente dito). observador varia de acordo com seu grau de percepção. Dessa
Fazer um texto, seja ele de que tipo for, não significa apenas forma, o que será importante ser analisado para um, não será
escrever de forma correta, mas sim, organizar ideias sobre para outro.
determinado assunto. A vivência de quem descreve também influencia na hora de
E para expressarmos por escrito, existem alguns modelos de transmitir a impressão alcançada sobre determinado objeto,
expressão escrita: Descrição – Narração – Dissertação. pessoa, animal, cena, ambiente, emoção vivida ou sentimento.

Descrição Exemplos:
(I) “De longe via a aleia onde a tarde era clara e redonda. Mas
a penumbra dos ramos cobria o atalho.
Expõe características dos seres ou das coisas, apresenta uma Ao seu redor havia ruídos serenos, cheiro de árvores,
visão; pequenas surpresas entre os cipós. Todo o jardim triturado
É um tipo de texto figurativo; pelos instantes já mais apressados da tarde. De onde vinha o
meio sonho pelo qual estava rodeada? Como por um zunido de
Retrato de pessoas, ambientes, objetos; abelhas e aves. Tudo era estranho, suave demais, grande demais.”
Predomínio de atributos;
(extraído de “Amor”, Laços de Família, Clarice Lispector)
Uso de verbos de ligação;
(II) Chamava-se Raimundo este pequeno, e era mole,
Frequente emprego de metáforas, comparações e outras
aplicado, inteligência tarda. Raimundo gastava duas horas em
figuras de linguagem;
reter aquilo que a outros levava apenas trinta ou cinquenta
Tem como resultado a imagem física ou psicológica. minutos; vencia com o tempo o que não podia fazer logo com o
cérebro. Reunia a isso grande medo ao pai. Era uma criança fina,
Narração pálida, cara doente; raramente estava alegre. Entrava na escola
depois do pai e retiravase antes. O mestre era mais severo com
ele do que conosco.
Expõe um fato, relaciona mudanças de situação, aponta
antes, durante e depois dos acontecimentos (geralmente); (Machado de Assis. “Conto de escola”. Contos. 3ed. São
É um tipo de texto sequencial; Paulo, Ática, 1974, págs. 3132.)
Relato de fatos; Esse texto traça o perfil de Raimundo, o filho do professor da
Presença de narrador, personagens, enredo, cenário, tempo; escola que o escritor frequentava.
Deve-se notar:
Apresentação de um conflito; - que todas as frases expõem ocorrências simultâneas (ao
Uso de verbos de ação; mesmo tempo que gastava duas horas para reter aquilo que os
outros levavam trinta ou cinquenta minutos, Raimundo tinha
Geralmente, é mesclada de descrições; grande medo ao pai);
O diálogo direto é frequente. - por isso, não existe uma ocorrência que possa ser
considerada cronologicamente anterior a outra do ponto de
Dissertação vista do relato (no nível dos acontecimentos, entrar na escola é
cronologicamente anterior a retirar-se dela; no nível do relato,
porém, a ordem dessas duas ocorrências é indiferente: o que o
Expõe um tema, explica, avalia, classifica, analisa; escritor quer é explicitar uma característica do menino, e não
É um tipo de texto argumentativo. traçar a cronologia de suas ações);
- ainda que se fale de ações (como entrava, retirava-se), todas
Defesa de um argumento: elas estão no pretérito imperfeito, que indica concomitância em
a) apresentação de uma tese que será defendida, relação a um marco temporal instalado no texto (no caso, o ano
b) desenvolvimento ou argumentação, de 1840, em que o escritor frequentava a escola da Rua da Costa)
c) fechamento; e, portanto, não denota nenhuma transformação de estado;
Predomínio da linguagem objetiva; - se invertêssemos a sequência dos enunciados, não
correríamos o risco de alterar nenhuma relação cronológica
Prevalece a denotação. poderíamos mesmo colocar o últímo período em primeiro lugar
e ler o texto do fim para o começo: O mestre era mais severo com

Língua Portuguesa 3
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APOSTILAS OPÇÃO
ele do que conosco. Entrava na escola depois do pai e retirava-se A descrição pode ser apresentada sob duas formas:
antes... Descrição Objetiva: quando o objeto, o ser, a cena, a passagem
são apresentadas como realmente são, concretamente. Ex: “Sua
Características: altura é 1,85m. Seu peso, 70 kg. Aparência atlética, ombros largos,
- Ao fazer a descrição enumeramos características, pele bronzeada. Moreno, olhos negros, cabelos negros e lisos”.
comparações e inúmeros elementos sensoriais; Não se dá qualquer tipo de opinião ou julgamento. Exemplo:
- As personagens podem ser caracterizadas física e “ A casa velha era enorme, toda em largura, com porta central
psicologicamente, ou pelas ações; que se alcançava por três degraus de pedra e quatro janelas de
- A descrição pode ser considerada um dos elementos guilhotina para cada lado. Era feita de pau-a-pique barreado,
constitutivos da dissertação e da argumentação; dentro de uma estrutura de cantos e apoios de madeira-de-lei.
- é impossível separar narração de descrição; Telhado de quatro águas. Pintada de roxo-claro. Devia ser mais
- O que se espera não é tanto a riqueza de detalhes, mas sim a velha que Juiz de Fora, provavelmente sede de alguma fazenda
capacidade de observação que deve revelar aquele que a realiza; que tivesse ficado, capricho da sorte, na linha de passagem da
- Utilizam, preferencialmente, verbos de ligação. Exemplo: variante do Caminho Novo que veio a ser a Rua Principal, depois
“(...) Ângela tinha cerca de vinte anos; parecia mais velha pelo a Rua Direita – sobre a qual ela se punha um pouco de esguelha
desenvolvimento das proporções. Grande, carnuda, sanguínea e fugindo ligeiramente do alinhamento (...).” (Pedro Nava – Baú
e fogosa, era um desses exemplares excessivos do sexo que de Ossos)
parecem conformados expressamente para esposas da multidão
(...)” (Raul Pompéia – O Ateneu); Descrição Subjetiva: quando há maior participação da
- Como na descrição o que se reproduz é simultâneo, não emoção, ou seja, quando o objeto, o ser, a cena, a paisagem são
existe relação de anterioridade e posterioridade entre seus transfigurados pela emoção de quem escreve, podendo opinar
enunciados; ou expressar seus sentimentos. Ex: “Nas ocasiões de aparato é
- Devem-se evitar os verbos e, se isso não for possível, que que se podia tomar pulso ao homem. Não só as condecorações
se usem então as formas nominais, o presente e o pretério gritavam-lhe no peito como uma couraça de grilos. Ateneu! Ateneu!
imperfeito do indicativo, dando-se sempre preferência aos Aristarco todo era um anúncio; os gestos, calmos, soberanos,
verbos que indiquem estado ou fenômeno. calmos, eram de um rei...” (“O Ateneu”, Raul Pompéia)
- Todavia deve predominar o emprego das comparações, dos “(...) Quando conheceu Joca Ramiro, então achou outra
adjetivos e dos advérbios, que conferem colorido ao texto. esperança maior: para ele, Joca Ramiro era único homem, par-
de-frança, capaz de tomar conta deste sertão nosso, mandando
A característica fundamental de um texto descritivo é essa por lei, de sobregoverno.”
inexistência de progressão temporal. Pode-se apresentar, numa (Guimarães Rosa – Grande Sertão: Veredas)
descrição, até mesmo ação ou movimento, desde que eles sejam
sempre simultâneos, não indicando progressão de uma situação Os efeitos de sentido criados pela disposição dos elementos
anterior para outra posterior. Tanto é que uma das marcas descritivos:
linguísticas da descrição é o predomínio de verbos no presente Como se disse anteriormente, do ponto de vista da progressão
ou no pretérito imperfeito do indicativo: o primeiro expressa temporal, a ordem dos enunciados na descrição é indiferente,
concomitância em relação ao momento da fala; o segundo, em uma vez que eles indicam propriedades ou características que
relação a um marco temporal pretérito instalado no texto. ocorrem simultaneamente. No entanto, ela não é indiferente do
Para transformar uma descrição numa narração, bastaria ponto de vista dos efeitos de sentido: descrever de cima para
introduzir um enunciado que indicasse a passagem de um baixo ou viceversa, do detalhe para o todo ou do todo para o
estado anterior para um posterior. No caso do texto II inicial, detalhe cria efeitos de sentido distintos.
para transformá-lo em narração, bastaria dizer: Reunia a isso Observe os dois quartetos do soneto “Retrato Próprio”, de
grande medo do pai. Mais tarde, Iibertou-se desse medo... Bocage:

Características Linguísticas: Magro, de olhos azuis, carão moreno,


O enunciado narrativo, por ter a representação de bem servido de pés, meão de altura,
um acontecimento, fazer-transformador, é marcado pela triste de facha, o mesmo de figura,
temporalidade, na relação situação inicial e situação final, nariz alto no meio, e não pequeno.
enquanto que o enunciado descritivo, não tendo transformação,
é atemporal. Incapaz de assistir num só terreno,
Na dimensão linguística, destacam-se marcas sintático- mais propenso ao furor do que à ternura;
semânticas encontradas no texto que vão facilitar a compreensão: bebendo em níveas mãos por taça escura
- Predominância de verbos de estado, situação ou indicadores de zelos infernais letal veneno.
de propriedades, atitudes, qualidades, usados principalmente
no presente e no imperfeito do indicativo (ser, estar, haver, Obras de Bocage. Porto, Lello & Irmão,1968, pág. 497.
situar-se, existir, ficar).
- Ênfase na adjetivação para melhor caracterizar o que é O poeta descreve-se das características físicas para as
descrito; características morais. Se fizesse o inverso, o sentido não seria
- Emprego de figuras (metáforas, metonímias, comparações, o mesmo, pois as características físicas perderiam qualquer
sinestesias). relevo.
- Uso de advérbios de localização espacial. O objetivo de um texto descritivo é levar o leitor a
visualizar uma cena. É como traçar com palavras o retrato de
Recursos: um objeto, lugar, pessoa etc., apontando suas características
- Usar impressões cromáticas (cores) e sensações térmicas. exteriores, facilmente identificáveis (descrição objetiva), ou
Ex: O dia transcorria amarelo, frio, ausente do calor alegre do suas características psicológicas e até emocionais (descrição
sol. subjetiva).
- Usar o vigor e relevo de palavras fortes, próprias, exatas, Uma descrição deve privilegiar o uso frequente de adjetivos,
concretas. Ex: As criaturas humanas transpareciam um céu também denominado adjetivação. Para facilitar o aprendizado
sereno, uma pureza de cristal. desta técnica, sugere-se que o concursando, após escrever seu
- As sensações de movimento e cor embelezam o poder da texto, sublinhe todos os substantivos, acrescentando antes ou
natureza e a figura do homem. Ex: Era um verde transparente depois deste um adjetivo ou uma locução adjetiva.
que deslumbrava e enlouquecia qualquer um.
- A frase curta e penetrante dá um sentido de rapidez do Descrição de objetos constituídos de uma só parte:
texto. Ex: Vida simples. Roupa simples. Tudo simples. O pessoal, - Introdução: observações de caráter geral referentes à
muito crente. procedência ou localização do objeto descrito.

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- Desenvolvimento: detalhes (lª parte) formato (comparação Conforme o objetivo a alcançar, a descrição pode ser não-
com figuras geométricas e com objetos semelhantes); dimensões literária ou literária. Na descrição não-literária, há maior
(largura, comprimento, altura, diâmetro etc.) preocupação com a exatidão dos detalhes e a precisão vocabular.
- Desenvolvimento: detalhes (2ª parte) material, peso, cor/ Por ser objetiva, há predominância da denotação.
brilho, textura.
- Conclusão: observações de caráter geral referentes a sua Textos descritivos não-literários: A descrição técnica é
utilidade ou qualquer outro comentário que envolva o objeto um tipo de descrição objetiva: ela recria o objeto usando uma
como um todo. linguagem científica, precisa. Esse tipo de texto é usado para
descrever aparelhos, o seu funcionamento, as peças que os
Descrição de objetos constituídos por várias partes: compõem, para descrever experiências, processos, etc.
- Introdução: observações de caráter geral referentes à Exemplo:
procedência ou localização do objeto descrito. Folheto de propaganda de carro
- Desenvolvimento: enumeração e rápidos comentários das Conforto interno - É impossível falar de conforto sem incluir
partes que compõem o objeto, associados à explicação de como o espaço interno. Os seus interiores são amplos, acomodando
tranquilamente passageiros e bagagens. O Passat e o Passat
as partes se agrupam para formar o todo. Variant possuem direção hidráulica e ar condicionado de
- Desenvolvimento: detalhes do objeto visto como um todo elevada capacidade, proporcionando a climatização perfeita do
(externamente) formato, dimensões, material, peso, textura, cor ambiente.
e brilho. Porta-malas - O compartimento de bagagens possui
- Conclusão: observações de caráter geral referentes a sua capacidade de 465 litros, que pode ser ampliada para até 1500
utilidade ou qualquer outro comentário que envolva o objeto em litros, com o encosto do banco traseiro rebaixado.
sua totalidade. Tanque - O tanque de combustível é confeccionado em
plástico reciclável e posicionado entre as rodas traseiras, para
Descrição de ambientes: evitar a deformação em caso de colisão.
- Introdução: comentário de caráter geral.
- Desenvolvimento: detalhes referentes à estrutura global do Textos descritivos literários: Na descrição literária
ambiente: paredes, janelas, portas, chão, teto, luminosidade e predomina o aspecto subjetivo, com ênfase no conjunto de
aroma (se houver). associações conotativas que podem ser exploradas a partir de
- Desenvolvimento: detalhes específicos em relação a objetos descrições de pessoas; cenários, paisagens, espaço; ambientes;
lá existentes: móveis, eletrodomésticos, quadros, esculturas ou situações e coisas. Vale lembrar que textos descritivos também
quaisquer outros objetos. podem ocorrer tanto em prosa como em verso.
- Conclusão: observações sobre a atmosfera que paira no
ambiente. Narração

Descrição de paisagens: A Narração é um tipo de texto que relata uma história real,
- Introdução: comentário sobre sua localização ou qualquer fictícia ou mescla dados reais e imaginários. O texto narrativo
outra referência de caráter geral. apresenta personagens que atuam em um tempo e em um
- Desenvolvimento: observação do plano de fundo espaço, organizados por uma narração feita por um narrador.
(explicação do que se vê ao longe). É uma série de fatos situados em um espaço e no tempo,
- Desenvolvimento: observação dos elementos mais tendo mudança de um estado para outro, segundo relações
próximos do observador explicação detalhada dos elementos de sequencialidade e causalidade, e não simultâneos como na
que compõem a paisagem, de acordo com determinada ordem. descrição. Expressa as relações entre os indivíduos, os conflitos e
- Conclusão: comentários de caráter geral, concluindo acerca as ligações afetivas entre esses indivíduos e o mundo, utilizando
da impressão que a paisagem causa em quem a contempla. situações que contêm essa vivência.
Todas as vezes que uma história é contada (é narrada),
Descrição de pessoas (I): o narrador acaba sempre contando onde, quando, como e
- Introdução: primeira impressão ou abordagem de qualquer com quem ocorreu o episódio. É por isso que numa narração
aspecto de caráter geral. predomina a ação: o texto narrativo é um conjunto de ações;
- Desenvolvimento: características físicas (altura, peso, cor assim sendo, a maioria dos verbos que compõem esse tipo de
da pele, idade, cabelos, olhos, nariz, boca, voz, roupas). texto são os verbos de ação. O conjunto de ações que compõem
- Desenvolvimento: características psicológicas o texto narrativo, ou seja, a história que é contada nesse tipo de
(personalidade, temperamento, caráter, preferências, texto recebe o nome de enredo.
inclinações, postura, objetivos). As ações contidas no texto narrativo são praticadas pelas
- Conclusão: retomada de qualquer outro aspecto de caráter personagens, que são justamente as pessoas envolvidas
geral. no episódio que está sendo contado. As personagens são
identificadas (nomeadas) no texto narrativo pelos substantivos
Descrição de pessoas (II): próprios.
- Introdução: primeira impressão ou abordagem de qualquer Quando o narrador conta um episódio, às vezes (mesmo sem
aspecto de caráter geral. querer) ele acaba contando “onde” (em que lugar)  as ações do
- Desenvolvimento: análise das características físicas, enredo foram realizadas pelas personagens. O lugar onde ocorre
associadas às características psicológicas (1ª parte). uma ação ou ações  é chamado de espaço, representado no texto
- Desenvolvimento: análise das características físicas, pelos advérbios de lugar.
associadas às características psicológicas (2ª parte). Além de contar onde, o narrador também pode esclarecer
- Conclusão: retomada de qualquer outro aspecto de caráter “quando” ocorreram as ações da história. Esse elemento da
geral. narrativa é o tempo, representado no texto narrativo através
dos tempos verbais, mas principalmente pelos advérbios de
A descrição, ao contrário da narrativa, não supõe ação. É uma tempo. É o tempo que ordena as ações no texto narrativo: é ele
estrutura pictórica, em que os aspectos sensoriais predominam. que indica ao leitor “como” o fato narrado aconteceu.
Porque toda técnica descritiva implica contemplação e A história contada, por isso, passa por uma introdução
apreensão de algo objetivo ou subjetivo, o redator, ao descrever, (parte inicial da história, também chamada de prólogo), pelo
precisa possuir certo grau de sensibilidade. Assim como o pintor desenvolvimento do enredo (é a história propriamente dita,
capta o mundo exterior ou interior em suas telas, o autor de uma o meio, o “miolo” da narrativa, também chamada de trama)
descrição focaliza cenas ou imagens, conforme o permita sua e termina com a conclusão da história (é o final ou epílogo).
sensibilidade. Aquele que conta a história é o narrador,  que pode ser pessoal
(narra em 1ª pessoa: Eu) ou impessoal (narra em 3ª pessoa:
Ele).

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Assim, o texto narrativo é sempre estruturado por verbos físicas e/ou psicológicas, já a apresentação indireta se dá quando
de ação, por advérbios de tempo, por advérbios de lugar e pelos os personagens aparecem aos poucos e o leitor vai construindo
substantivos que nomeiam as personagens, que são os agentes a sua imagem com o desenrolar do enredo, ou seja, a partir de
do texto, ou seja, aquelas pessoas que fazem as ações expressas suas ações, do que ela vai fazendo e do modo como vai fazendo.
pelos verbos, formando uma rede: a própria história contada.
Tudo na narrativa depende do narrador, da voz que conta a - Em 1ª pessoa:
história. Personagem Principal: há um “eu” participante que conta a
história e é o protagonista.
Elementos Estruturais (I): Observador: é como se dissesse: É verdade, pode acreditar,
- Enredo: desenrolar dos acontecimentos. eu estava lá e vi.
- Personagens: são seres que se movimentam, se relacionam
e dão lugar à trama que se estabelece na ação. Revelam-se por - Em 3ª pessoa:
meio de características físicas ou psicológicas. Os personagens
podem ser lineares (previsíveis), complexos, tipos sociais Onisciente: não há um eu que conta; é uma terceira pessoa.
(trabalhador, estudante, burguês etc.) ou tipos humanos (o Narrador Objetivo: não se envolve, conta a história como
medroso, o tímido, o avarento etc.), heróis ou antiheróis, sendo vista por uma câmara ou filmadora. Exemplo:
protagonistas ou antagonistas.
- Narrador: é quem conta a história.
- Espaço: local da ação. Pode ser físico ou psicológico. Tipos de Discurso:
- Tempo: época em que se passa a ação. Cronológico: o Discurso Direto: o narrador passa a palavra diretamente
tempo convencional (horas, dias, meses); Psicológico: o tempo para o personagem, sem a sua interferência.
interior, subjetivo. Discurso Indireto: o narrador conta o que o personagem
diz, sem lhe passar diretamente a palavra.
Elementos Estruturais (II): Discurso Indireto-Livre: ocorre uma fusão entre a fala do
Personagens Quem? Protagonista/Antagonista personagem e a fala do narrador. É um recurso relativamente
Acontecimento O quê? Fato recente. Surgiu com romancistas inovadores do século XX.
Tempo Quando? Época em que ocorreu o fato
Espaço Onde? Lugar onde ocorreu o fato Sequência Narrativa:
Modo Como? De que forma ocorreu o fato
Causa Por quê? Motivo pelo qual ocorreu o fato Uma narrativa não tem uma única mudança, mas várias:
Resultado - previsível ou imprevisível. uma coordenase a outra, uma implica a outra, uma subordinase
Final - Fechado ou Aberto. a outra.
A narrativa típica tem quatro mudanças de situação:
Esses elementos estruturais combinam-se e articulam-se - uma em que uma personagem passa a ter um querer ou um
de tal forma, que não é possível compreendê-los isoladamente, dever (um desejo ou uma necessidade de fazer algo);
como simples exemplos de uma narração. Há uma relação - uma em que ela adquire um saber ou um poder (uma
de implicação mútua entre eles, para garantir coerência e competência para fazer algo);
verossimilhança à história narrada. - uma em que a personagem executa aquilo que queria ou
Quanto aos elementos da narrativa, esses não estão, devia fazer (é a mudança principal da narrativa);
obrigatoriamente sempre presentes no discurso, exceto as - uma em que se constata que uma transformação se deu e
personagens ou o fato a ser narrado. em que se podem atribuir prêmios ou castigos às personagens
(geralmente os prêmios são para os bons, e os castigos, para os
Existem três tipos de foco narrativo: maus).

- Narrador-personagem: é aquele que conta a história na Toda narrativa tem essas quatro mudanças, pois elas se
qual é participante. Nesse caso ele é narrador e personagem ao pressupõem logicamente. Com efeito, quando se constata a
mesmo tempo, a história é contada em 1ª pessoa. realização de uma mudança é porque ela se verificou, e ela
- Narrador-observador: é aquele que conta a história como efetuase porque quem a realiza pode, sabe, quer ou deve fazêla.
alguém que observa tudo que acontece e transmite ao leitor, a Tomemos, por exemplo, o ato de comprar um apartamento:
história é contada em 3ª pessoa. quando se assina a escritura, realizase o ato de compra; para
- Narrador-onisciente: é o que sabe tudo sobre o enredo isso, é necessário poder (ter dinheiro) e querer ou dever
e as personagens, revelando seus pensamentos e sentimentos comprar (respectivamente, querer deixar de pagar aluguel ou
íntimos. Narra em 3ª pessoa e sua voz, muitas vezes, aparece ter necessidade de mudar, por ter sido despejado, por exemplo).
misturada com pensamentos dos personagens (discurso Algumas mudanças são necessárias para que outras se
indireto livre). deem. Assim, para apanhar uma fruta, é necessário apanhar um
bambu ou outro instrumento para derrubála. Para ter um carro,
Estrutura: é preciso antes conseguir o dinheiro.
- Apresentação: é a parte do texto em que são apresentados
alguns personagens e expostas algumas circunstâncias da Narrativa e Narração
história, como o momento e o lugar onde a ação se desenvolverá.
- Complicação: é a parte do texto em que se inicia Existe alguma diferença entre as duas? Sim. A narratividade
propriamente a ação. Encadeados, os episódios se sucedem, é um componente narrativo que pode existir em textos que
conduzindo ao clímax. não são narrações. A narrativa é a transformação de situações.
- Clímax: é o ponto da narrativa em que a ação atinge seu Por exemplo, quando se diz “Depois da abolição, incentivouse
momento crítico, tornando o desfecho inevitável. a imigração de europeus”, temos um texto dissertativo, que,
- Desfecho: é a solução do conflito produzido pelas ações no entanto, apresenta um componente narrativo, pois contém
dos personagens. uma mudança de situação: do não incentivo ao incentivo da
imigração européia.
Tipos de Personagens: Se a narrativa está presente em quase todos os tipos de texto,
Os personagens têm muita importância na construção de um o que é narração?
texto narrativo, são elementos vitais. Podem ser principais ou A narração é um tipo de narrativa. Tem ela três características:
secundários, conforme o papel que desempenham no enredo, - é um conjunto de transformações de situação (o texto de
podem ser apresentados direta ou indiretamente. Manuel Bandeira – “Porquinho-da-índia”, como vimos, preenche
A apresentação direta acontece quando o personagem essa condição);
aparece de forma clara no texto, retratando suas características

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- é um texto figurativo, isto é, opera com personagens e fatos Tipologia da Narrativa Ficcional:
concretos (o texto “Porquinho-daíndia» preenche também esse - Romance
requisito); - Conto
- as mudanças relatadas estão organizadas de maneira tal - Crônica
que, entre elas, existe sempre uma relação de anterioridade e - Fábula
posterioridade (no texto “Porquinhodaíndia» o fato de ganhar - Lenda
o animal é anterior ao de ele estar debaixo do fogão, que por - Parábola
sua vez é anterior ao de o menino leválo para a sala, que por seu - Anedota
turno é anterior ao de o porquinhoda-índia voltar ao fogão). - Poema Épico

Essa relação de anterioridade e posterioridade é sempre Tipologia da Narrativa NãoFiccional:


pertinente num texto narrativo, mesmo que a sequência linear - Memorialismo
da temporalidade apareça alterada. Assim, por exemplo, no - Notícias
romance machadiano Memórias póstumas de Brás Cubas, - Relatos
quando o narrador começa contando sua morte para em - História da Civilização
seguida relatar sua vida, a sequência temporal foi modificada.
No entanto, o leitor reconstitui, ao longo da leitura, as relações Apresentação da Narrativa:
de anterioridade e de posterioridade. - visual: texto escrito; legendas + desenhos (história em
Resumindo: na narração, as três características explicadas quadrinhos) e desenhos.
acima (transformação de situações, figuratividade e relações - auditiva: narrativas radiofonizadas; fitas gravadas e discos.
de anterioridade e posterioridade entre os episódios relatados) - audiovisual: cinema; teatro e narrativas televisionadas.
devem estar presentes conjuntamente. Um texto que tenha só
uma ou duas dessas características não é uma narração. Dissertação

Esquema que pode facilitar a elaboração de seu texto A dissertação é uma exposição, discussão ou interpretação
narrativo: de uma determinada ideia. É, sobretudo, analisar algum tema.
- Introdução: citar o fato, o tempo e o lugar, ou seja, o que Pressupõe um exame crítico do assunto, lógica, raciocínio,
aconteceu, quando e onde. clareza, coerência, objetividade na exposição, um planejamento
- Desenvolvimento: causa do fato e apresentação dos de trabalho e uma habilidade de expressão.
personagens. É em função da capacidade crítica que se questionam
- Desenvolvimento: detalhes do fato. pontos da realidade social, histórica e psicológica do mundo
- Conclusão: consequências do fato. e dos semelhantes. Vemos também, que a dissertação no seu
significado diz respeito a um tipo de texto em que a exposição
Caracterização Formal: de uma ideia, através de argumentos, é feita com a finalidade
Em geral, a narrativa se desenvolve na prosa. O aspecto de desenvolver um conteúdo científico, doutrinário ou artístico.
narrativo apresenta, até certo ponto, alguma subjetividade, Observe-se que:
porquanto a criação e o colorido do contexto estão em função - o texto é temático, pois analisa e interpreta a realidade
da individualidade e do estilo do narrador. Dependendo do com conceitos abstratos e genéricos (não se fala de um homem
enfoque do redator, a narração terá diversas abordagens. Assim particular e do que faz para chegar a ser primeiroministro, mas
é de grande importância saber se o relato é feito em primeira do homem em geral e de todos os métodos para atingir o poder);
pessoa ou terceira pessoa. No primeiro caso, há a participação - existe mudança de situação no texto (por exemplo, a
do narrador; segundo, há uma inferência do último através da mudança de atitude dos que clamam contra a corrupção da corte
onipresença e onisciência. no momento em que se tornam primeirosministros);
Quanto à temporalidade, não há rigor na ordenação dos - a progressão temporal dos enunciados não tem importância,
acontecimentos: esses podem oscilar no tempo, transgredindo pois o que importa é a relação de implicação (clamar contra a
o aspecto linear e constituindo o que se denomina “flashback”. corrupção da corte implica ser corrupto depois da nomeação
O narrador que usa essa técnica (característica comum no para primeiroministro).
cinema moderno) demonstra maior criatividade e originalidade,
podendo observar as ações ziguezagueando no tempo e no Características:
espaço. - ao contrário do texto narrativo e do descritivo, ele é
temático;
Exemplo - Personagens - como o texto narrativo, ele mostra mudanças de situação;
- ao contrário do texto narrativo, nele as relações de
“Aboletado na varanda, lendo Graciliano Ramos, O Dr. anterioridade e de posterioridade dos enunciados não têm maior
Amâncio não viu a mulher chegar. importância o que importa são suas relações lógicas: analogia,
Não quer que se carpa o quintal, moço? pertinência, causalidade, coexistência, correspondência,
Estava um caco: mal vestida, cheirando a fumaça, a face implicação, etc.
escalavrada. Mas os olhos... (sempre guardam alguma coisa do - a estética e a gramática são comuns a todos os tipos de
passado, os olhos).” redação. Já a estrutura, o conteúdo e a estilística possuem
(Kiefer, Charles. A dentadura postiça. Porto Alegre: Mercado características próprias a cada tipo de texto.
Aberto, p. 5O)  
Exemplo - Espaço São partes da dissertação: Introdução / Desenvolvimento
/ Conclusão.
Considerarei longamente meu pequeno deserto, a redondeza
escura e uniforme dos seixos. Seria o leito seco de algum rio. Não Introdução: em que se apresenta o assunto; se apresenta a
havia, em todo o caso, como negarlhe a insipidez.” ideia principal, sem, no entanto, antecipar seu desenvolvimento.
Tipos:
(Linda, Ieda. As amazonas segundo tio Hermann. Porto - Divisão: quando há dois ou mais termos a serem discutidos.
Alegre: Movimento, 1981, p. 51) Ex: “Cada criatura humana traz duas almas consigo: uma que
Exemplo - Tempo olha de dentro para fora, outra que olha de fora para dentro...”
- Alusão Histórica: um fato passado que se relaciona a um
“Sete da manhã. Honorato Madeira acorda e lembrase: a fato presente. Ex: “A crise econômica que teve início no começo
mulher lhe pediu que a chamasse cedo.” dos anos 80, com os conhecidos altos índices de inflação que
a década colecionou, agravou vários dos históricos problemas
(Veríssimo, Érico. Caminhos Cruzados. p.4) sociais do país. Entre eles, a violência, principalmente a urbana,

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APOSTILAS OPÇÃO
cuja escalada tem sido facilmente identificada pela população 1º Parágrafo – Introdução
brasileira.” A. Tema: Desemprego no Brasil.
- Proposição: o autor explicita seus objetivos. Contextualização: decorrência de um processo histórico
- Convite: proposta ao leitor para que participe de alguma problemático.
coisa apresentada no texto. Ex: Você quer estar “na sua”? Quer
se sentir seguro, ter o sucesso pretendido? Não entre pelo cano! 2º ao 6º Parágrafo – Desenvolvimento
Faça parte desse time de vencedores desde a escolha desse
momento! B. Argumento 1: Exploram-se dados da realidade que
- Contestação: contestar uma ideia ou uma situação. Ex: “É remetem a uma análise do tema em questão.
importante que o cidadão saiba que portar arma de fogo não é a C. Argumento 2: Considerações a respeito de outro dado da
solução no combate à insegurança.” realidade.
- Características: caracterização de espaços ou aspectos. D. Argumento 3: Coloca-se sob suspeita a sinceridade de
- Estatísticas: apresentação de dados estatísticos. Ex: quem propõe soluções.
“Em 1982, eram 15,8 milhões os domicílios brasileiros com E. Argumento 4: Uso do raciocínio lógico de oposição.
televisores. Hoje, são 34 milhões (o sexto maior parque de
aparelhos receptores instalados do mundo). Ao todo, existem 7º Parágrafo: Conclusão
no país 257 emissoras (aquelas capazes de gerar programas) e F. Uma possível solução é apresentada.
2.624 repetidoras (que apenas retransmitem sinais recebidos). G. O texto conclui que desigualdade não se casa com
(...)” modernidade.
- Declaração Inicial: emitir um conceito sobre um fato.
- Citação: opinião de alguém de destaque sobre o assunto do É bom lembrarmos que é praticamente impossível opinar
texto. Ex: “A principal característica do déspota encontra-se no sobre o que não se conhece. A leitura de bons textos é um dos
fato de ser ele o autor único e exclusivo das normas e das regras recursos que permite uma segurança maior no momento de
que definem a vida familiar, isto é, o espaço privado. Seu poder, dissertar sobre algum assunto. Debater e pesquisar são atitudes
escreve Aristóteles, é arbitrário, pois decorre exclusivamente de que favorecem o senso crítico, essencial no desenvolvimento de
sua vontade, de seu prazer e de suas necessidades.” um texto dissertativo.
- Definição: desenvolve-se pela explicação dos termos que
compõem o texto. Ainda temos:
- Interrogação: questionamento. Ex: “Volta e meia se faz a Tema: compreende o assunto proposto para discussão, o
pergunta de praxe: afinal de contas, todo esse entusiasmo pelo assunto que vai ser abordado.
futebol não é uma prova de alienação?” Título: palavra ou expressão que sintetiza o conteúdo
- Suspense: alguma informação que faça aumentar a discutido.
curiosidade do leitor. Argumentação: é um conjunto de procedimentos
- Comparação: social e geográfica. linguísticos com os quais a pessoa que escreve sustenta suas
- Enumeração: enumerar as informações. Ex: “Ação à opiniões, de forma a torná-las aceitáveis pelo leitor. É fornecer
distância, velocidade, comunicação, linha de montagem, triunfo argumentos, ou seja, razões a favor ou contra uma determinada
das massas, Holocausto: através das metáforas e das realidades tese.
que marcaram esses 100 últimos anos, aparece a verdadeira
doença do século...” Estes assuntos serão vistos com mais afinco posteriormente.
- Narração: narrar um fato.
Alguns pontos essenciais desse tipo de texto são:
Desenvolvimento: é a argumentação da ideia inicial, - toda dissertação é uma demonstração, daí a necessidade de
de forma organizada e progressiva. É a parte maior e mais pleno domínio do assunto e habilidade de argumentação;
importante do texto. Podem ser desenvolvidos de várias formas: - em consequência disso, impõem-se à fidelidade ao tema;
- Trajetória Histórica: cultura geral é o que se prova com - a coerência é tida como regra de ouro da dissertação;
este tipo de abordagem. - impõem-se sempre o raciocínio lógico;
- Definição: não basta citar, mas é preciso desdobrar a ideia - a linguagem deve ser objetiva, denotativa; qualquer
principal ao máximo, esclarecendo o conceito ou a definição. ambiguidade pode ser um ponto vulnerável na demonstração
- Comparação: estabelecer analogias, confrontar situações do que se quer expor. Deve ser clara, precisa, natural, original,
distintas. nobre, correta gramaticalmente. O discurso deve ser impessoal
- Bilateralidade: quando o tema proposto apresenta pontos (evitar-se o uso da primeira pessoa).
favoráveis e desfavoráveis.
- Ilustração Narrativa ou Descritiva: narrar um fato ou O parágrafo é a unidade mínima do texto e deve apresentar:
descrever uma cena. uma frase contendo a ideia principal (frase nuclear) e uma ou
- Cifras e Dados Estatísticos: citar cifras e dados estatísticos. mais frases que explicitem tal ideia.
- Hipótese: antecipa uma previsão, apontando para Exemplo: “A televisão mostra uma realidade idealizada
prováveis resultados. (ideia central) porque oculta os problemas sociais realmente
- Interrogação: Toda sucessão de interrogações deve graves. (ideia secundária)”.
apresentar questionamento e reflexão. Vejamos:
- Refutação: questiona-se praticamente tudo: conceitos, Ideia central: A poluição atmosférica deve ser combatida
valores, juízos. urgentemente.
- Causa e Consequência: estruturar o texto através dos
porquês de uma determinada situação. Desenvolvimento: A poluição atmosférica deve ser
- Oposição: abordar um assunto de forma dialética. combatida urgentemente, pois a alta concentração de elementos
- Exemplificação: dar exemplos. tóxicos põe em risco a vida de milhares de pessoas, sobretudo
daquelas que sofrem de problemas respiratórios:
Conclusão: é uma avaliação final do assunto, um fechamento
integrado de tudo que se argumentou. Para ela convergem todas - A propaganda intensiva de cigarros e bebidas tem levado
as ideias anteriormente desenvolvidas. muita gente ao vício.
- A televisão é um dos mais eficazes meios de comunicação
- Conclusão Fechada: recupera a ideia da tese. criados pelo homem.
- Conclusão Aberta: levanta uma hipótese, projeta um - A violência tem aumentado assustadoramente nas cidades
pensamento ou faz uma proposta, incentivando a reflexão de e hoje parece claro que esse problema não pode ser resolvido
quem lê. apenas pela polícia.

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APOSTILAS OPÇÃO
- O diálogo entre pais e filhos parece estar em crise Antes de se iniciar a elaboração de uma dissertação, deve
atualmente. delimitar-se o tema que será desenvolvido e que poderá ser
- O problema dos sem-terra preocupa cada vez mais a enfocado sob diversos aspectos. Se, por exemplo, o tema é a
sociedade brasileira. questão indígena, ela poderá ser desenvolvida a partir das
seguintes ideias:
O parágrafo pode processar-se de diferentes maneiras:
- A violência contra os povos indígenas é uma constante na
Enumeração: Caracteriza-se pela exposição de uma série de história do Brasil.
coisas, uma a uma. Presta-se bem à indicação de características, - O surgimento de várias entidades de defesa das populações
funções, processos, situações, sempre oferecendo o complemento indígenas.
necessário à afirmação estabelecida na frase nuclear. Pode-se - A visão idealizada que o europeu ainda tem do índio
enumerar, seguindo-se os critérios de importância, preferência, brasileiro.
classificação ou aleatoriamente. - A invasão da Amazônia e a perda da cultura indígena.
Exemplo:
Depois de delimitar o tema que você vai desenvolver, deve
1- O adolescente moderno está se tornando obeso por várias fazer a estruturação do texto.
causas: alimentação inadequada, falta de exercícios sistemáticos
e demasiada permanência diante de computadores e aparelhos A estrutura do texto dissertativo constitui-se de:
de Televisão.
Introdução: deve conter a ideia principal a ser desenvolvida
2- Devido à expansão das igrejas evangélicas, é grande o (geralmente um ou dois parágrafos). É a abertura do texto, por
número de emissoras que dedicam parte da sua programação à isso é fundamental. Deve ser clara e chamar a atenção para dois
veiculação de programas religiosos de crenças variadas. itens básicos: os objetivos do texto e o plano do desenvolvimento.
Contém a proposição do tema, seus limites, ângulo de análise e a
3- hipótese ou a tese a ser defendida.
- A Santa Missa em seu lar. Desenvolvimento: exposição de elementos que vão
- Terço Bizantino. fundamentar a ideia principal que pode vir especificada
- Despertar da Fé. através da argumentação, de pormenores, da ilustração, da
- Palavra de Vida. causa e da consequência, das definições, dos dados estatísticos,
- Igreja da Graça no Lar. da ordenação cronológica, da interrogação e da citação. No
desenvolvimento são usados tantos parágrafos quantos
4- forem necessários para a completa exposição da ideia. E esses
- Inúmeras são as dificuldades com que se defronta o governo parágrafos podem ser estruturados das cinco maneiras expostas
brasileiro diante de tantos desmatamentos, desequilíbrios acima.
sociológicos e poluição. Conclusão: é a retomada da ideia principal, que agora deve
- Existem várias razões que levam um homem a enveredar aparecer de forma muito mais convincente, uma vez que já
pelos caminhos do crime. foi fundamentada durante o desenvolvimento da dissertação
- A gravidez na adolescência é um problema seríssimo, (um parágrafo). Deve, pois, conter de forma sintética, o
porque pode trazer muitas consequências indesejáveis. objetivo proposto na instrução, a confirmação da hipótese
- O lazer é uma necessidade do cidadão para a sua ou da tese, acrescida da argumentação básica empregada no
sobrevivência no mundo atual e vários são os tipos de lazer. desenvolvimento.
- O Novo Código Nacional de trânsito divide as faltas em
várias categorias. Interpretação de Texto

Comparação: A frase nuclear pode-se desenvolver através A leitura é o meio mais importante para chegarmos ao
da comparação, que confronta ideias, fatos, fenômenos e conhecimento, portanto, precisamos aprender a ler e não
apresenta-lhes a semelhança ou dessemelhança. apenas “passar os olhos sobre algum texto”. Ler, na verdade,
Exemplo: é dar sentido à vida e ao mundo, é dominar a riqueza de
qualquer texto, seja literário, informativo, persuasivo, narrativo,
“A juventude é uma infatigável aspiração de felicidade; a possibilidades que se misturam e as tornam infinitas. É preciso,
velhice, pelo contrário, é dominada por um vago e persistente para uma boa leitura, exercitar-se na arte de pensar, de captar
sentimento de dor, porque já estamos nos convencendo de que a ideias, de investigar as palavras… Para isso, devemos entender,
felicidade é uma ilusão, que só o sofrimento é real”. primeiro, algumas definições importantes:
(Arthur Schopenhauer)
Texto
Causa e Consequência: A frase nuclear, muitas vezes, O texto (do latim textum: tecido) é uma unidade básica de
encontra no seu desenvolvimento um segmento causal (fato organização e transmissão de ideias, conceitos e informações de
motivador) e, em outras situações, um segmento indicando modo geral. Em sentido amplo, uma escultura, um quadro, um
consequências (fatos decorrentes). símbolo, um sinal de trânsito, uma foto, um filme, uma novela de
televisão também são formas textuais.
Tempo e Espaço: Muitos parágrafos dissertativos marcam
temporal e espacialmente a evolução de ideias, processos. Interlocutor
É a pessoa a quem o texto se dirige.
Explicitação: Num parágrafo dissertativo pode-se
conceituar, exemplificar e aclarar as ideias para torná-las mais Texto-modelo
compreensíveis. “Não é preciso muito para sentir ciúme. Bastam três – você,
Exemplo: “Artéria é um vaso que leva sangue proveniente do uma pessoa amada e uma intrusa. Por isso todo mundo sente.
coração para irrigar os tecidos. Exceto no cordão umbilical e na Se sua amiga disser que não, está mentindo ou se enganando.
ligação entre os pulmões e o coração, todas as artérias contém Quem agüenta ver o namorado conversando todo animado com
sangue vermelho-vivo, recém-oxigenado. Na artéria pulmonar, outra menina sem sentir uma pontinha de não-sei-o-quê? (…)
porém, corre sangue venoso, mais escuro e desoxigenado, que o
coração remete para os pulmões para receber oxigênio e liberar É normal você querer o máximo de atenção do seu namorado,
gás carbônico”. das suas amigas, dos seus pais. Eles são a parte mais importante
da sua vida.”
(Revista Capricho)

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APOSTILAS OPÇÃO
Modelo de Perguntas Questões
1) Considerando o texto-modelo, é possível identificar quem
é o seu interlocutor preferencial? O uso da bicicleta no Brasil
Um leitor jovem.
A utilização da bicicleta como meio de locomoção no Brasil
2) Quais são as informações (explícitas ou não) que permitem ainda conta com poucos adeptos, em comparação com países
a você identificar o interlocutor preferencial do texto? como Holanda e Inglaterra, por exemplo, nos quais a bicicleta
Do contexto podemos extrair indícios do interlocutor é um dos principais veículos nas ruas. Apesar disso, cada vez
preferencial do texto: uma jovem adolescente, que pode ser mais pessoas começam a acreditar que a bicicleta é, numa
acometida pelo ciúme. Observa-se ainda , que a revista Capricho comparação entre todos os meios de transporte, um dos que
tem como público-alvo preferencial: meninas adolescentes. oferecem mais vantagens.
A linguagem informal típica dos adolescentes. A bicicleta já pode ser comparada a carros, motocicletas
e a outros veículos que, por lei, devem andar na via e jamais
09 DICAS PARA MELHORAR A INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS na calçada. Bicicletas, triciclos e outras variações são todos
01) Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do considerados veículos, com direito de circulação pelas ruas e
assunto; prioridade sobre os automotores.
02) Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa a Alguns dos motivos pelos quais as pessoas aderem à bicicleta
leitura; no dia a dia são: a valorização da sustentabilidade, pois as bikes
03) Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto pelo não emitem gases nocivos ao ambiente, não consomem petróleo
menos duas vezes; e produzem muito menos sucata de metais, plásticos e borracha;
04) Inferir; a diminuição dos congestionamentos por excesso de veículos
05) Voltar ao texto tantas quantas vezes precisar; motorizados, que atingem principalmente as grandes cidades; o
06) Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do favorecimento da saúde, pois pedalar é um exercício físico muito
autor; bom; e a economia no combustível, na manutenção, no seguro e,
07) Fragmentar o texto (parágrafos, partes) para melhor claro, nos impostos.
compreensão; No Brasil, está sendo implantado o sistema de
08) Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de cada compartilhamento de bicicletas. Em Porto Alegre, por exemplo,
questão; o BikePOA é um projeto de sustentabilidade da Prefeitura, em
09) O autor defende ideias e você deve percebê-las; parceria com o sistema de Bicicletas SAMBA, com quase um
Fonte: http://portuguesemfoco.com/09-dicas-para-melhorar-a- ano de operação. Depois de Rio de Janeiro, São Paulo, Santos,
interpretacao-de-textos-em-provas/ Sorocaba e outras cidades espalhadas pelo país aderirem a
esse sistema, mais duas capitais já estão com o projeto pronto
Não saber interpretar corretamente um texto pode gerar em 2013: Recife e Goiânia. A ideia do compartilhamento é
inúmeros problemas, afetando não só o desenvolvimento semelhante em todas as cidades. Em Porto Alegre, os usuários
profissional, mas também o desenvolvimento pessoal. O mundo devem fazer um cadastro pelo site. O valor do passe mensal é
moderno cobra de nós inúmeras competências, uma delas é a R$ 10 e o do passe diário, R$ 5, podendo-se utilizar o sistema
proficiência na língua, e isso não se refere apenas a uma boa durante todo o dia, das 6h às 22h, nas duas modalidades. Em
comunicação verbal, mas também à capacidade de entender todas as cidades que já aderiram ao projeto, as bicicletas estão
aquilo que está sendo lido. O analfabetismo funcional está espalhadas em pontos estratégicos.
relacionado com a dificuldade de decifrar as entrelinhas do A cultura do uso da bicicleta como meio de locomoção
código, pois a leitura mecânica é bem diferente da leitura não está consolidada em nossa sociedade. Muitos ainda não
interpretativa, aquela que fazemos ao estabelecer analogias e sabem que a bicicleta já é considerada um meio de transporte,
criar inferências. Para que você não sofra mais com a análise de ou desconhecem as leis que abrangem a bike. Na confusão de
textos, elaboramos algumas dicas para você seguir e tirar suas um trânsito caótico numa cidade grande, carros, motocicletas,
dúvidas. ônibus e, agora, bicicletas, misturam-se, causando, muitas vezes,
Uma interpretação de texto competente depende de discussões e acidentes que poderiam ser evitados.
inúmeros fatores, mas nem por isso deixaremos de contemplar Ainda são comuns os acidentes que atingem ciclistas. A
alguns que se fazem essenciais para esse exercício. Muitas vezes, verdade é que, quando expostos nas vias públicas, eles estão
apressados, descuidamo-nos das minúcias presentes em um totalmente vulneráveis em cima de suas bicicletas. Por isso
texto, achamos que apenas uma leitura já se faz suficiente, o que é tão importante usar capacete e outros itens de segurança. A
não é verdade. Interpretar demanda paciência e, por isso, sempre maior parte dos motoristas de carros, ônibus, motocicletas e
releia, pois uma segunda leitura pode apresentar aspectos caminhões desconhece as leis que abrangem os direitos dos
surpreendentes que não foram observados anteriormente. ciclistas. Mas muitos ciclistas também ignoram seus direitos
Para auxiliar na busca de sentidos do texto, você pode também e deveres. Alguém que resolve integrar a bike ao seu estilo de
retirar dele os tópicos frasais presentes em cada parágrafo, vida e usá-la como meio de locomoção precisa compreender
isso certamente auxiliará na apreensão do conteúdo exposto. que deverá gastar com alguns apetrechos necessários para
Lembre-se de que os parágrafos não estão organizados, pelo poder trafegar. De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro,
menos em um bom texto, de maneira aleatória, se estão no lugar as bicicletas devem, obrigatoriamente, ser equipadas com
que estão, é porque ali se fazem necessários, estabelecendo campainha, sinalização noturna dianteira, traseira, lateral e nos
uma relação hierárquica do pensamento defendido, retomando pedais, além de espelho retrovisor do lado esquerdo.
ideias supracitadas ou apresentando novos conceitos. (Bárbara Moreira, http://www.eusoufamecos.net. Adaptado)
Para finalizar, concentre-se nas ideias que de fato foram
explicitadas pelo autor: os textos argumentativos não costumam 01. De acordo com o texto, o uso da bicicleta como meio de
conceder espaço para divagações ou hipóteses, supostamente locomoção nas metrópoles brasileiras
contidas nas entrelinhas. Devemos nos ater às ideias do autor, (A) decresce em comparação com Holanda e Inglaterra
isso não quer dizer que você precise ficar preso na superfície devido à falta de regulamentação.
do texto, mas é fundamental que não criemos, à revelia do (B) vem se intensificando paulatinamente e tem sido
autor, suposições vagas e inespecíficas. Quem lê com cuidado incentivado em várias cidades.
certamente incorre menos no risco de tornar-se um analfabeto (C) tornou-se, rapidamente, um hábito cultivado pela
funcional e ler com atenção é um exercício que deve ser maioria dos moradores.
praticado à exaustão, assim como uma técnica, que fará de nós (D) é uma alternativa dispendiosa em comparação com os
leitores proficientes e sagazes. Agora que você já conhece nossas demais meios de transporte.
dicas, desejamos a você uma boa leitura e bons estudos! (E) tem sido rejeitado por consistir em uma atividade
Fonte: http://portugues.uol.com.br/redacao/dicas-para-uma-boa- arriscada e pouco salutar.
interpretacao-texto.html

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APOSTILAS OPÇÃO
02. A partir da leitura, é correto concluir que um dos - Translúcido e diáfano.
objetivos centrais do texto é - Semicírculo e hemiciclo.
(A) informar o leitor sobre alguns direitos e deveres do - Contraveneno e antídoto.
ciclista. - Moral e ética.
(B) convencer o leitor de que circular em uma bicicleta é - Colóquio e diálogo.
mais seguro do que dirigir um carro. - Transformação e metamorfose.
(C) mostrar que não há legislação acerca do uso da bicicleta - Oposição e antítese.
no Brasil. O fato linguístico de existirem sinônimos chama-se sinonímia,
(D) explicar de que maneira o uso da bicicleta como meio de palavra que também designa o emprego de sinônimos.
locomoção se consolidou no Brasil.
(E) defender que, quando circular na calçada, o ciclista deve Antônimos: são palavras de significação oposta. Exemplos:
dar prioridade ao pedestre. - Ordem e anarquia.
- Soberba e humildade.
03. Considere o cartum de Evandro Alves. - Louvar e censurar.
Afogado no Trânsito - Mal e bem.

A antonímia pode originar-se de um prefixo de sentido


oposto ou negativo. Exemplos: Bendizer/maldizer, simpático/
antipático, progredir/regredir, concórdia/discórdia, explícito/
implícito, ativo/inativo, esperar/desesperar, comunista/
anticomunista, simétrico/assimétrico, pré-nupcial/pós-nupcial.

Homônimos: são palavras que têm a mesma pronúncia, e às


vezes a mesma grafia, mas significação diferente. Exemplos:
- São (sadio), são (forma do verbo ser) e são (santo).
- Aço (substantivo) e asso (verbo).
Só o contexto é que determina a significação dos homônimos.
A homonímia pode ser causa de ambiguidade, por isso é
considerada uma deficiência dos idiomas.
(http://iiiconcursodecartumuniversitario.blogspot.com.br)
O que chama a atenção nos homônimos é o seu aspecto
fônico (som) e o gráfico (grafia). Daí serem divididos em:
Considerando a relação entre o título e a imagem, é correto
concluir que um dos temas diretamente explorados no cartum é Homógrafos Heterofônicos: iguais na escrita e diferentes
(A) o aumento da circulação de ciclistas nas vias públicas. no timbre ou na intensidade das vogais.
(B) a má qualidade da pavimentação em algumas ruas. - Rego (substantivo) e rego (verbo).
(C) a arbitrariedade na definição dos valores das multas. - Colher (verbo) e colher (substantivo).
(D) o número excessivo de automóveis nas ruas. - Jogo (substantivo) e jogo (verbo).
(E) o uso de novas tecnologias no transporte público. - Apoio (verbo) e apoio (substantivo).
- Para (verbo parar) e para (preposição).
Respostas - Providência (substantivo) e providencia (verbo).
1. (B) / 2. (A) / 3. (D) - Às (substantivo), às (contração) e as (artigo).
- Pelo (substantivo), pelo (verbo) e pelo (contração de
Semântica: sentido e emprego per+o).
dos vocábulos; campos
Homófonos Heterográficos: iguais na pronúncia e
semânticos; emprego de
diferentes na escrita.
tempos e modos dos verbos em - Acender (atear, pôr fogo) e ascender (subir).
português. - Concertar (harmonizar) e consertar (reparar, emendar).
- Concerto (harmonia, sessão musical) e conserto (ato de
consertar).
Significação das palavras - Cegar (tornar cego) e segar (cortar, ceifar).
- Apreçar (determinar o preço, avaliar) e apressar (acelerar).
Na língua portuguesa, uma PALAVRA (do latim parabola, que - Cela (pequeno quarto), sela (arreio) e sela (verbo selar).
por sua vez deriva do grego parabolé) pode ser definida como - Censo (recenseamento) e senso (juízo).
sendo um conjunto de letras ou sons de uma língua, juntamente - Cerrar (fechar) e serrar (cortar).
com a ideia associada a este conjunto. - Paço (palácio) e passo (andar).
- Hera (trepadeira) e era (época), era (verbo).
Sinônimos: são palavras de sentido igual ou aproximado. - Caça (ato de caçar), cassa (tecido) e cassa (verbo cassar =
Exemplo: anular).
- Alfabeto, abecedário. - Cessão (ato de ceder), seção (divisão, repartição) e sessão
- Brado, grito, clamor. (tempo de uma reunião ou espetáculo).
- Extinguir, apagar, abolir, suprimir.
- Justo, certo, exato, reto, íntegro, imparcial. Homófonos Homográficos: iguais na escrita e na pronúncia.
Na maioria das vezes não é indiferente usar um sinônimo - Caminhada (substantivo), caminhada (verbo).
pelo outro. Embora irmanados pelo sentido comum, os - Cedo (verbo), cedo (advérbio).
sinônimos diferenciam-se, entretanto, uns dos outros, por - Somem (verbo somar), somem (verbo sumir).
matizes de significação e certas propriedades que o escritor não - Livre (adjetivo), livre (verbo livrar).
pode desconhecer. Com efeito, estes têm sentido mais amplo, - Pomos (substantivo), pomos (verbo pôr).
aqueles, mais restrito (animal e quadrúpede); uns são próprios - Alude (avalancha), alude (verbo aludir).
da fala corrente, desataviada, vulgar, outros, ao invés, pertencem
à esfera da linguagem culta, literária, científica ou poética Parônimos: são palavras parecidas na escrita e na
(orador e tribuno, oculista e oftalmologista, cinzento e cinéreo). pronúncia: Coro e couro, cesta e sesta, eminente e iminente,
A contribuição Greco-latina é responsável pela existência, tetânico e titânico, atoar e atuar, degradar e degredar, cético e
em nossa língua, de numerosos pares de sinônimos. Exemplos: séptico, prescrever e proscrever, descrição e discrição, infligir
- Adversário e antagonista. (aplicar) e infringir (transgredir), osso e ouço, sede (vontade

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APOSTILAS OPÇÃO
de beber) e cede (verbo ceder), comprimento e cumprimento, a chance de meter o bedelho onde bem quiser e fazer o uso que
deferir (conceder, dar deferimento) e diferir (ser diferente, quiser das informações que conseguir. A aclamada transparência
divergir, adiar), ratificar (confirmar) e retificar (tornar reto, da coisa pública carrega consigo o risco de fim da privacidade
corrigir), vultoso (volumoso, muito grande: soma vultosa) e e a superexposição de nossas pequenas ou grandes fraquezas
vultuoso (congestionado: rosto vultuoso). morais ao julgamento da comunidade de que escolhemos
participar.
Polissemia: Uma palavra pode ter mais de uma significação. Não faz sentido falar de dia e noite das redes sociais, apenas
A esse fato linguístico dá-se o nome de polissemia. Exemplos: em número de atualizações nas páginas e na capacidade dos
- Mangueira: tubo de borracha ou plástico para regar as usuários de distinguir essas variações como relevantes no
plantas ou apagar incêndios; árvore frutífera; grande curral de conjunto virtualmente infinito das possibilidades das redes. Para
gado. achar o fio de Ariadne no labirinto das redes sociais, os usuários
- Pena: pluma, peça de metal para escrever; punição; dó. precisam ter a habilidade de identificar e estimar parâmetros,
- Velar: cobrir com véu, ocultar, vigiar, cuidar, relativo ao véu aprender a extrair informações relevantes de um conjunto finito
do palato. de observações e reconhecer a organização geral da rede de que
Podemos citar ainda, como exemplos de palavras participam.
polissêmicas, o verbo dar e os substantivos linha e ponto, que O fluxo de informação que percorre as artérias das redes
têm dezenas de acepções. sociais é um poderoso fármaco viciante. Um dos neologismos
recentes vinculados à dependência cada vez maior dos jovens
Sentido Próprio e Figurado das Palavras a esses dispositivos é a “nomobofobia” (ou “pavor de ficar sem
Pela própria definição acima destacada podemos perceber conexão no telefone celular”), descrito como a ansiedade e o
que a palavra é composta por duas partes, uma delas relacionada sentimento de pânico experimentados por um número crescente
a sua forma escrita e os seus sons (denominada significante) e a de pessoas quando acaba a bateria do dispositivo móvel ou
outra relacionada ao que ela (palavra) expressa, ao conceito que quando ficam sem conexão com a Internet. Essa informação,
ela traz (denominada significado). como toda nova droga, ao embotar a razão e abrir os poros da
Em relação ao seu SIGNIFICADO as palavras subdividem-se sensibilidade, pode tanto ser um remédio quanto um veneno
assim: para o espírito.
- Sentido Próprio - é o sentido literal, ou seja, o sentido comum (Vinicius Romanini, Tudo azul no universo das redes.
que costumamos dar a uma palavra. Revista USP, no 92. Adaptado)
- Sentido Figurado -  é o sentido  “simbólico”,  “figurado”, que
podemos dar a uma palavra. As expressões destacadas nos trechos –  meter o bedelho
Vamos analisar a palavra  cobra  utilizada em diferentes / estimar  parâmetros / embotar  a razão – têm sinônimos
contextos: adequados respectivamente em:
1. A cobra picou o menino. (cobra = tipo de réptil peçonhento) a) procurar / gostar de / ilustrar
2. A sogra dele é uma cobra. (cobra = pessoa desagradável, que b) imiscuir-se / avaliar / enfraquecer
adota condutas pouco apreciáveis) c) interferir / propor / embrutecer
3. O cara é cobra em Física! (cobra = pessoa que conhece muito d) intrometer-se / prezar / esclarecer
sobre alguma coisa, “expert”) e) contrapor-se / consolidar / iluminar
No item  1  aplica-se o termo  cobra  em seu sentido comum
(ou literal); nos itens 2 e 3 o termo cobra é aplicado em sentido 02. A entrada dos prisioneiros foi comovedora (...) Os
figurado. combatentes contemplavam-nos entristecidos. Surpreendiam-
Podemos então concluir que um mesmo significante (parte se; comoviam-se. O arraial, in extremis, punhalhes adiante,
concreta) pode ter vários significados (conceitos). naquele armistício transitório, uma legião desarmada,
mutilada faminta e claudicante, num assalto mais duro que o
Fonte: das trincheiras em fogo. Custava-lhes admitir que toda aquela
http://www.tecnolegis.com/estudo-dirigido/oficial-de-justica-tjm- gente inútil e frágil saísse tão numerosa ainda dos casebres
sp/lingua-portuguesa-sentido-proprio-e-figurado-das-palavras.html bombardeados durante três meses. Contemplando-lhes os
rostos baços, os arcabouços esmirrados e sujos, cujos molambos
Denotação e Conotação em tiras não encobriam lanhos, escaras e escalavros – a vitória
- Denotação: verifica-se quando utilizamos a palavra com o tão longamente apetecida decaía de súbito. Repugnava aquele
seu significado primitivo e original, com o sentido do dicionário; triunfo. Envergonhava. Era, com efeito, contraproducente
usada de modo automatizado; linguagem comum. Veja este compensação a tão luxuosos gastos de combates, de reveses e de
exemplo: milhares de vidas, o apresamento daquela caqueirada humana –
Cortaram as asas da ave para que não voasse mais. do mesmo passo angulhenta e sinistra, entre trágica e imunda,
passando-lhes pelos olhos, num longo enxurro de carcaças e
Aqui a palavra em destaque é utilizada em seu sentido molambos...
próprio, comum, usual, literal. Nem um rosto viril, nem um braço capaz de suspender
- DICA - Procure associar Denotação com Dicionário: trata- uma arma, nem um peito resfolegante de campeador domado:
se de definição literal, quando o termo é utilizado em seu sentido mulheres, sem-número de mulheres, velhas espectrais,
dicionarístico. moças envelhecidas, velhas e moças indistintas na mesma
- Conotação: verifica-se quando utilizamos a palavra com o fealdade, escaveiradas e sujas, filhos escanchados nos quadris
seu significado secundário, com o sentido amplo (ou simbólico); desnalgados, filhos encarapitados às costas, filhos suspensos
usada de modo criativo, figurado, numa linguagem rica e aos peitos murchos, filhos arrastados pelos braços, passando;
expressiva. Veja este exemplo: crianças, sem-número de crianças; velhos, sem-número de
Seria aconselhável cortar as  asas  deste menino, antes que velhos; raros homens, enfermos opilados, faces túmidas e
seja tarde mais. mortas, de cera, bustos dobrados, andar cambaleante.
Já neste caso o termo (asas) é empregado de forma figurada,
fazendo alusão à ideia de restrição e/ou controle de ações; (CUNHA, Euclides da. Os sertões: campanha de Canudos.
disciplina, limitação de conduta e comportamento. Edição Especial. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1980.)

Questões Em qual das alternativas abaixo NÃO há um par de sinônimos?


a) Armistício – destruição
01. McLuhan já alertava que a aldeia global resultante das b) Claudicante – manco
mídias eletrônicas não implica necessariamente harmonia, c) Reveses – infortúnios
implica, sim, que cada participante das novas mídias terá um d) Fealdade – feiura
envolvimento gigantesco na vida dos demais membros, que terá e) Opilados – desnutridos

Língua Portuguesa 12
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APOSTILAS OPÇÃO
03. Atento ao emprego dos Homônimos, analise as palavras Formas Rizotônicas e Arrizotônicas
sublinhadas e identifique a alternativa CORRETA:  Ao combinarmos os conhecimentos sobre a estrutura dos
a) Ainda vivemos no Brasil a  descriminação  racial. Isso é verbos com o conceito de acentuação tônica, percebemos com
crime!  facilidade que nas formas  rizotônicas, o acento tônico cai no
b) Com a crise política, a renúncia já parecia eminente. radical do verbo: opino, aprendam,  nutro, por exemplo. Nas
c) Descobertas as manobras fiscais, os políticos irão formas arrizotônicas, o acento tônico não cai no radical, mas sim
agora expiar seus crimes.  na terminação verbal: opinei, aprenderão, nutriríamos.
d) Em todos os momentos, para agir corretamente, é preciso
o bom censo.  Classificação dos Verbos
e) Prefiro macarronada com molho, mas sem  estrato  de
tomate.  Classificam-se em:
a) Regulares:  são aqueles que possuem as desinências
04. Assinale a alternativa em que as palavras podem servir normais de sua conjugação e cuja flexão não provoca alterações
de exemplos de parônimos: no radical.
a) Cavaleiro (Homem a cavalo) – Cavalheiro (Homem gentil).
b) São (sadio) – São (Forma reduzida de Santo). Por exemplo: canto     cantei      cantarei     cantava      cantasse
c) Acento (sinal gráfico) – Assento (superfície onde se senta). b) Irregulares:  são aqueles cuja flexão provoca alterações
d) Nenhuma das alternativas. no radical ou nas desinências.
Por exemplo: faço     fiz      farei     fizesse
05. Na língua portuguesa, há muitas palavras parecidas, c) Defectivos: são aqueles que não apresentam conjugação
seja no modo de falar ou no de escrever. A palavra sessão, por completa. Classificam-se em impessoais, unipessoais e pessoais.
exemplo, assemelha-se às palavras cessão e seção, mas cada
uma apresenta sentido diferente. Esse caso, mesmo som, grafias - Impessoais: são os verbos que não têm sujeito.
diferentes, denomina-se homônimo homófono. Assinale a Normalmente, são usados na terceira pessoa do singular. Os
alternativa em que todas as palavras se encontram nesse caso. principais verbos impessoais são:
a) taxa, cesta, assento a) haver, quando sinônimo de existir, acontecer, realizar-se
b) conserto, pleito, ótico ou fazer (em orações temporais).
c) cheque, descrição, manga Havia poucos ingressos à venda. (Havia = Existiam)
d) serrar, ratificar, emergir Houve duas guerras mundiais. (Houve = Aconteceram)
Haverá reuniões aqui. (Haverá = Realizar-se-ão)
Respostas Deixei de fumar há muitos anos. (há = faz)
01. B\02. A\03. C\04. A\05. A
b) fazer, ser e estar (quando indicam tempo)
Verbo Faz invernos rigorosos no Sul do Brasil.
Era primavera quando a conheci.
Verbo  é a classe de palavras que se flexiona em pessoa, Estava frio naquele dia.
número, tempo, modo e voz. Pode indicar, entre outros
processos: ação (correr); estado (ficar); fenômeno (chover); c) Todos os verbos que indicam fenômenos da natureza
ocorrência (nascer); desejo (querer). são impessoais: chover, ventar, nevar, gear, trovejar, amanhecer,
O que caracteriza o verbo são as suas flexões, e não os seus escurecer,  etc. Quando, porém, se constrói, “Amanheci  mal-
possíveis significados. Observe que palavras como corrida, humorado”, usa-se o verbo  “amanhecer”  em sentido figurado.
chuva e nascimento têm conteúdo muito próximo ao de alguns Qualquer verbo impessoal, empregado em sentido figurado,
verbos mencionados acima; não apresentam, porém, todas as deixa de ser impessoal para ser pessoal.
possibilidades de flexão que esses verbos possuem. Amanheci mal-humorado. (Sujeito desinencial: eu)
Choveram candidatos ao cargo. (Sujeito: candidatos)
Estrutura das Formas Verbais Fiz quinze anos ontem. (Sujeito desinencial: eu)
Do ponto de vista estrutural, uma forma verbal pode
apresentar os seguintes elementos: d) São impessoais, ainda:
a)  Radical:  é a parte invariável, que expressa o significado 1. o verbo passar (seguido de preposição), indicando tempo.
essencial do verbo. Por exemplo: Ex.: Já passa das seis.
fal-ei; fal-ava; fal-am. (radical fal-) 2. os verbos  bastar  e  chegar, seguidos da preposição  de,
indicando suficiência. Ex.: 
b) Tema: é o radical seguido da vogal temática que indica a Basta de tolices. Chega de blasfêmias.
conjugação a que pertence o verbo. Por exemplo: fala-r 3. os verbos  estar  e  ficar  em orações tais como  Está bem,
São três as conjugações: Está muito bem assim, Não fica bem, Fica mal,  sem referência
1ª - Vogal Temática - A - (falar) a sujeito expresso anteriormente. Podemos, ainda, nesse caso,
2ª - Vogal Temática - E - (vender) classificar o sujeito como  hipotético, tornando-se, tais verbos,
3ª - Vogal Temática - I - (partir) então, pessoais.
4. o verbo deu + para da língua popular, equivalente de “ser
c) Desinência modo-temporal: é o elemento que designa o possível”. Por exemplo:
tempo e o modo do verbo. Não deu para chegar mais cedo.
Por exemplo: Dá para me arrumar uns trocados?
falávamos ( indica o pretérito imperfeito do indicativo.)
falasse ( indica o pretérito imperfeito do subjuntivo.) - Unipessoais:  são aqueles que, tendo sujeito, conjugam-se
apenas nas terceiras pessoas, do singular e do plural.
d)  Desinência número-pessoal:  é o elemento que designa A fruta amadureceu.
a pessoa do discurso ( 1ª, 2ª ou 3ª) e o número (singular ou As frutas amadureceram.
plural).
falamos (indica a 1ª pessoa do plural.) Obs.: os verbos unipessoais podem ser usados como verbos
falavam (indica a 3ª pessoa do plural.) pessoais na linguagem figurada:
Observação:  o verbo pôr, assim como seus derivados Teu irmão amadureceu bastante.
(compor, repor, depor, etc.), pertencem à 2ª conjugação, pois a Entre os unipessoais estão os verbos que significam vozes de
forma arcaica do verbo pôr era poer. A vogal “e”, apesar de haver animais; eis alguns:
desaparecido do infinitivo, revela-se em algumas formas do bramar: tigre
verbo: põe, pões, põem, etc. bramir: crocodilo

Língua Portuguesa 13
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APOSTILAS OPÇÃO
cacarejar: galinha   Vou                       espantar           as          moscas.
coaxar: sapo (verbo auxiliar)       (verbo principal no infinitivo)
cricrilar: grilo
Está                    chegando            a         hora     do    debate.
Os principais verbos unipessoais são: (verbo auxiliar)      (verbo principal no gerúndio)                 
1.  cumprir, importar, convir, doer, aprazer, parecer,                    
ser (preciso, necessário, etc.). Obs.: os verbos auxiliares mais usados são: ser, estar, ter e
Cumpre  trabalharmos bastante. (Sujeito:  trabalharmos haver.
bastante.)
Parece que vai chover. (Sujeito: que vai chover.) Conjugação dos Verbos Auxiliares
É preciso que chova. (Sujeito: que chova.)
2. fazer e ir, em orações que dão ideia de tempo, seguidos da SER - Modo Indicativo
conjunção que.
Presente: eu sou, tu és, ele é, nós somos, vós sois, eles são.
Faz  dez anos que deixei de fumar. (Sujeito:  que deixei de Pretérito Imperfeito: eu era, tu eras, ele era, nós éramos,
fumar.) vós éreis, eles eram.
Vai para (ou Vai em ou Vai por) dez anos que não vejo Cláudia. Pretérito Perfeito Simples: eu fui, tu foste, ele foi, nós
(Sujeito: que não vejo Cláudia) fomos, vós fostes, eles foram.
Obs.: todos os sujeitos apontados são oracionais. Pretérito Perfeito Composto: tenho sido.
Mais-que-perfeito simples: eu fora, tu foras, ele fora, nós
- Pessoais:  não apresentam algumas flexões por motivos fôramos, vós fôreis, eles foram.
morfológicos ou eufônicos. Por exemplo: Pretérito Mais-que-Perfeito Composto: tinha sido.
verbo  falir. Este verbo teria como formas do presente do Futuro do Pretérito simples: eu seria, tu serias, ele seria,
indicativo  falo,  fales, fale, idênticas às do verbo  falar  - o que nós seríamos, vós seríeis, eles seriam.
provavelmente causaria problemas de interpretação em certos Futuro do Pretérito Composto: terei sido.
contextos. Futuro do Presente: eu serei, tu serás, ele será, nós seremos,
verbo computar. Este verbo teria como formas do presente do vós sereis, eles serão.
indicativo computo, computas, computa - formas de sonoridade Futuro do Pretérito Composto: Teria sido.
considerada ofensiva por alguns ouvidos gramaticais. Essas
razões muitas vezes não impedem o uso efetivo de formas SER - Modo Subjuntivo
verbais repudiadas por alguns gramáticos: exemplo disso é
o próprio verbo  computar, que, com o desenvolvimento e a Presente: que eu seja, que tu sejas, que ele seja, que nós
popularização da informática, tem sido conjugado em todos os sejamos, que vós sejais, que eles sejam.
tempos, modos e pessoas. Pretérito Imperfeito: se eu fosse, se tu fosses, se ele fosse,
se nós fôssemos, se vós fôsseis, se eles fossem.
d) Abundantes:  são aqueles que possuem mais de uma Pretérito Mais-que-Perfeito Composto: tivesse sido.
forma com o mesmo valor. Geralmente, esse fenômeno costuma Futuro Simples: quando eu for, quando tu fores, quando ele
ocorrer no particípio, em que, além das formas regulares for, quando nós formos, quando vós fordes, quando eles forem.
terminadas em  -ado  ou  -ido, surgem as chamadas  formas Futuro Composto: tiver sido.
curtas (particípio irregular). Observe:
SER - Modo Imperativo
Infinitivo Particípio regular Particípio irregular
Imperativo Afirmativo: sê tu, seja ele, sejamos nós, sede
Anexar Anexado Anexo vós, sejam eles.
Imperativo Negativo: não sejas tu, não seja ele, não sejamos
Dispersar Dispersado Disperso nós, não sejais vós, não sejam eles.
Eleger Elegido Eleito Infinitivo Pessoal: por ser eu, por seres tu, por ser ele, por
sermos nós, por serdes vós, por serem eles.
Envolver Envolvido Envolto
Imprimir Imprimido Impresso SER - Formas Nominais
Matar Matado Morto Formas Nominais
Morrer Morrido Morto Infinitivo: ser
Gerúndio: sendo
Pegar Pegado Pego Particípio: sido
Soltar Soltado Solto
Infinitivo Pessoal : ser eu, seres tu, ser ele, sermos
e) Anômalos: são aqueles que incluem mais de um radical nós, serdes vós, serem eles.
em sua conjugação.
Por exemplo:  ESTAR - Modo Indicativo

Presente: eu estou, tu estás, ele está, nós estamos, vós estais,


Ir Pôr Ser Saber eles estão.
vou ponho sou sei Pretérito Imperfeito: eu estava, tu estavas, ele estava, nós
vais pus és sabes estávamos, vós estáveis, eles estavam.
ides pôs fui soube Pretérito Perfeito Simples: eu estive, tu estiveste, ele
fui punha foste saiba esteve, nós estivemos, vós estivestes, eles estiveram.
Pretérito Perfeito Composto: tenho estado.
foste seja
Pretérito Mais-que-Perfeito Simples: eu estivera, tu
estiveras, ele estivera, nós estivéramos, vós estivéreis, eles
f) Auxiliares estiveram.
São aqueles que entram na formação dos tempos Pretérito Mais-que-perfeito Composto: tinha estado
compostos e das locuções verbais. O verbo principal, quando Futuro do Presente Simples: eu estarei, tu estarás, ele
acompanhado de verbo auxiliar, é expresso numa das formas estará, nós estaremos, vós estareis, eles estarão.
nominais: infinitivo, gerúndio ou particípio. Futuro do Presente Composto: terei estado.

Língua Portuguesa 14
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APOSTILAS OPÇÃO
Futuro do Pretérito Simples: eu estaria, tu estarias, ele Imperativo Negativo: não hajas tu, não haja ele, não
estaria, nós estaríamos, vós estaríeis, eles estariam. hajamos nós, não hajais vós, não hajam eles.
Futuro do Pretérito Composto: teria estado. Infinitivo Pessoal: por haver eu, por haveres tu, por haver
ele, por havermos nós, por haverdes vós, por haverem eles.
ESTAR - Modo Subjuntivo e Imperativo
HAVER - Formas Nominais
Presente: que eu esteja, que tu estejas, que ele esteja, que
nós estejamos, que vós estejais, que eles estejam. Infinitivo Impessoal: haver, haveres, haver, havermos,
Pretérito Imperfeito: se eu estivesse, se tu estivesses, se haverdes, haverem.
ele estivesse, se nós estivéssemos, se vós estivésseis, se eles Infinitivo Pessoal: haver
estivessem. Gerúndio: havendo
Pretérito Mais-que-Perfeito Composto: tivesse estado Particípio: havido
Futuro Simples: quando eu estiver, quando tu estiveres,
quando ele estiver, quando nós estivermos, quando vós TER - Modo Indicativo
estiverdes, quando eles estiverem.
Futuro Composto: Tiver estado. Presente: eu tenho, tu tens, ele tem, nós temos, vós tendes,
eles têm.
Imperativo Afirmativo: está tu, esteja ele, estejamos nós, Pretérito Imperfeito: eu tinha, tu tinhas, ele tinha, nós
estai vós, estejam eles. tínhamos, vós tínheis, eles tinham.
Imperativo Negativo: não estejas tu, não esteja ele, não Pretérito Perfeito Simples: eu tive, tu tiveste, ele teve, nós
estejamos nós, não estejais vós, não estejam eles. tivemos, vós tivestes, eles tiveram.
Infinitivo Pessoal: por estar eu, por estares tu, por estar ele, Pretérito Perfeito Composto: tenho tido.
por estarmos nós, por estardes vós, por estarem eles. Pretérito Mais-que-Perfeito Simples: eu tivera, tu tiveras,
ele tivera, nós tivéramos, vós tivéreis, eles tiveram.
Formas Nominais Pretérito Mais-que-Perfeito Composto: tinha tido.
Infinitivo: estar Futuro do Presente Simples: eu terei, tu terás, ele terá, nós
Gerúndio: estando teremos, vós tereis, eles terão.
Particípio: estado Futuro do Presente: terei tido.
Futuro do Pretérito Simples: eu teria, tu terias, ele teria,
ESTAR - Formas Nominais nós teríamos, vós teríeis, eles teriam.
Futuro do Pretérito composto: teria tido.
Infinitivo Impessoal: estar
Infinitivo Pessoal: estar, estares, estar, estarmos, estardes, TER - Modo Subjuntivo e Imperativo
estarem.
Gerúndio: estando Modo Subjuntivo
Particípio: estado Presente: que eu tenha, que tu tenhas, que ele tenha, que
nós tenhamos, que vós tenhais, que eles tenham.
HAVER - Modo Indicativo Pretérito Imperfeito: se eu tivesse, se tu tivesses, se ele
tivesse, se nós tivéssemos, se vós tivésseis, se eles tivessem.
Presente: eu hei, tu hás, ele há, nós havemos, vós haveis, eles Pretérito Mais-que-Perfeito Composto: tivesse tido.
hão. Futuro: quando eu tiver, quando tu tiveres, quando ele tiver,
Pretérito Imperfeito: eu havia, tu havias, ele havia, nós quando nós tivermos, quando vós tiverdes, quando eles tiverem.
havíamos, vós havíeis, eles haviam. Futuro Composto: tiver tido.
Pretérito Perfeito Simples: eu houve, tu houveste, ele
houve, nós houvemos, vós houvestes, eles houveram. Modo Imperativo
Pretérito Perfeito Composto: tenho havido. Imperativo Afirmativo: tem tu, tenha ele, tenhamos nós,
Pretérito Mais-que-Perfeito Simples: eu houvera, tu tende vós, tenham eles.
houveras, ele houvera, nós houvéramos, vós houvéreis, eles Imperativo Negativo: não tenhas tu, não tenha ele, não
houveram. tenhamos nós, não tenhais vós, não tenham eles.
Pretérito Mais-que-Prefeito Composto: tinha havido. Infinitivo Pessoal: por ter eu, por teres tu, por ter ele, por
Futuro do Presente Simples: eu haverei, tu haverás, ele termos nós, por terdes vós, por terem eles.
haverá, nós haveremos, vós havereis, eles haverão.
Futuro do Presente Composto: terei havido. g) Pronominais: São aqueles verbos que se conjugam com
Futuro do Pretérito Simples: eu haveria, tu haverias, ele os pronomes oblíquos átonos me, te, se, nos, vos, se, na mesma
haveria, nós haveríamos, vós haveríeis, eles haveriam. pessoa do sujeito, expressando reflexibilidade (pronominais
Futuro do Pretérito Composto: teria havido. acidentais) ou apenas reforçando a ideia já implícita no próprio
sentido do verbo (reflexivos essenciais). Veja:
HAVER - Modo Subjuntivo e Imperativo - 1. Essenciais: são aqueles que sempre se conjugam com os
pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos, se. São poucos: abster-se,
Modo Subjuntivo ater-se, apiedar-se, atrever-se, dignar-se, arrepender-se, etc. Nos
Presente: que eu haja, que tu hajas, que ele haja, que nós verbos pronominais essenciais a reflexibilidade já está implícita
hajamos, que vós hajais, que eles hajam. no radical do verbo. Por exemplo:
Pretérito Imperfeito: se eu houvesse, se tu houvesses, se Arrependi-me de ter estado lá.
ele houvesse, se nós houvéssemos, se vós houvésseis, se eles A ideia é de que a pessoa representada pelo sujeito (eu) tem
houvessem. um sentimento (arrependimento) que recai sobre ela mesma,
Pretérito Mais-que-Perfeito Composto: tivesse havido. pois não recebe ação transitiva nenhuma vinda do verbo; o
Futuro Simples: quando eu houver, quando tu houveres, pronome oblíquo átono é apenas uma partícula integrante do
quando ele houver, quando nós houvermos, quando vós verbo, já que, pelo uso, sempre é conjugada com o verbo. Diz-
houverdes, quando eles houverem. se que o pronome apenas serve de reforço da ideia reflexiva
Futuro Composto: tiver havido. expressa pelo radical do próprio verbo.  
Veja uma conjugação pronominal essencial (verbo e
Modo Imperativo respectivos pronomes): 
Imperativo Afirmativo: haja ele, hajamos nós, havei vós, Eu me arrependo 
hajam eles. Tu te arrependes 
Ele se arrepende 

Língua Portuguesa 15
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APOSTILAS OPÇÃO
Nós nos arrependemos  Tendo trabalhado, aprendeu o valor do dinheiro.
Vós vos arrependeis 
Eles se arrependem - d) Particípio:  quando não é empregado na formação dos
tempos compostos, o particípio indica geralmente o resultado
 - 2. Acidentais:  são aqueles verbos transitivos diretos em que de uma ação terminada, flexionando-se em gênero, número e
a ação exercida pelo sujeito recai sobre o objeto representado por grau. Por exemplo:
pronome oblíquo da mesma pessoa do sujeito; assim, o sujeito Terminados os exames, os candidatos saíram.
faz uma ação que recai sobre ele mesmo. Em geral, os verbos Quando o particípio exprime somente estado, sem nenhuma
transitivos diretos ou transitivos diretos e indiretos podem ser relação temporal, assume verdadeiramente a função de adjetivo
conjugados com os pronomes mencionados, formando o que se (adjetivo verbal). Por exemplo:
chama voz reflexiva. Por exemplo: Maria se penteava. Ela foi a aluna escolhida para representar a escola.
A reflexibilidade é acidental, pois a ação reflexiva pode
ser exercida também sobre outra pessoa. Por exemplo:  Maria Tempos Verbais
penteou-me.
  Tomando-se como referência o momento em que se fala,
Observações: a ação expressa pelo verbo pode ocorrer em diversos tempos.
1- Por fazerem parte integrante do verbo, os pronomes Veja:
oblíquos átonos dos verbos pronominais não possuem função
sintática. 1. Tempos do Indicativo
2- Há verbos que também são acompanhados de pronomes
oblíquos átonos, mas que não são essencialmente pronominais, - Presente  - Expressa um fato atual. Por exemplo:
são os verbos reflexivos. Nos verbos reflexivos, os pronomes, Eu estudo neste colégio.
apesar de se encontrarem na pessoa idêntica à do sujeito, - Pretérito Imperfeito  - Expressa um fato ocorrido num
exercem funções sintáticas. momento anterior ao atual, mas que não foi completamente
Por exemplo: terminado. Por exemplo: Ele  estudava  as lições quando foi
Eu me feri. = Eu(sujeito) - 1ª pessoa do singular me (objeto interrompido.
direto) - 1ª pessoa do singular - Pretérito Perfeito (simples)  -  Expressa um fato ocorrido
num momento anterior ao atual e que foi totalmente terminado.
Modos Verbais Por exemplo: Ele estudou as lições ontem à noite.
- Pretérito Perfeito (composto) - Expressa um fato que teve
Dá-se o nome de  modo  às várias formas assumidas pelo início no passado e que pode se prolongar até o momento atual.
verbo na expressão de um fato. Em Português, existem três Por exemplo: Tenho estudado muito para os exames.
modos:  - Pretérito-Mais-Que-Perfeito  -  Expressa um fato ocorrido
Indicativo - indica uma certeza, uma realidade. Por exemplo: antes de outro fato já terminado. Por exemplo: Ele já  tinha
Eu sempre estudo. estudado  as lições quando os amigos chegaram. (forma
Subjuntivo  - indica uma dúvida, uma possibilidade. Por composta) Ele já estudara as lições quando os amigos chegaram.
exemplo: Talvez eu estude amanhã. (forma simples)
Imperativo  - indica uma ordem, um pedido. Por - Futuro do Presente (simples) - Enuncia um fato que deve
exemplo: Estuda agora, menino. ocorrer num tempo vindouro com relação ao momento atual.
Por exemplo:  Ele estudará as lições amanhã.
Formas Nominais - Futuro do Presente (composto) - Enuncia um fato que deve
ocorrer posteriormente a um momento atual, mas já terminado
Além desses três modos, o verbo apresenta ainda formas antes de outro fato futuro. Por exemplo: Antes de bater o sinal,
que podem exercer funções de nomes (substantivo, adjetivo, os alunos já terão terminado o teste.
advérbio), sendo por isso denominadas  formas nominais. - Futuro do Pretérito (simples) - Enuncia um fato que pode
Observe:  ocorrer posteriormente a um determinado fato passado. Por
- a) Infinitivo Impessoal:  exprime a significação do verbo exemplo: Se eu tivesse dinheiro, viajaria nas férias.
de modo vago e indefinido, podendo ter valor e função de - Futuro do Pretérito (composto)  -  Enuncia um fato que
substantivo. Por exemplo: Viver é lutar. (= vida é luta) poderia ter ocorrido posteriormente a um determinado fato
É indispensável combater a corrupção. (= combate à) passado. Por exemplo:  Se eu tivesse ganho esse dinheiro, teria
O infinitivo impessoal pode apresentar-se no presente viajado nas férias.
(forma simples) ou no passado (forma composta). Por exemplo:
É preciso ler este livro. Era preciso ter lido este livro. 2. Tempos do Subjuntivo
- Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer no momento
b) Infinitivo Pessoal:  é o infinitivo relacionado às três atual. Por exemplo: É conveniente que estudes para o exame.
pessoas do discurso. Na 1ª e 3ª pessoas do singular, não - Pretérito Imperfeito  -  Expressa um fato passado, mas
apresenta desinências, assumindo a mesma forma do impessoal; posterior a outro já ocorrido. Por exemplo: Eu esperava que
nas demais, flexiona- -se da seguinte maneira: ele vencesse o jogo.

2ª pessoa do singular: Radical + ES Ex.: teres(tu) Obs.: o pretérito imperfeito é também usado nas construções
1ª pessoa do plural: Radical + MOS Ex.:termos (nós) em que se expressa a ideia de condição ou desejo. Por exemplo:
2ª pessoa do plural: Radical + DES Ex.:terdes (vós) Se ele viesse ao clube, participaria do campeonato.
3ª pessoa do plural: Radical + EM Ex.:terem (eles) - Pretérito Perfeito (composto) - Expressa um fato totalmente
terminado num momento passado. Por exemplo: Embora tenha
Por exemplo: estudado bastante, não passou no teste.
Foste elogiado por teres alcançado uma boa colocação. - Futuro do Presente (simples) - Enuncia um fato que pode
ocorrer num momento futuro em relação ao atual. Por exemplo:
- c) Gerúndio: o gerúndio pode funcionar como adjetivo ou Quando ele vier à loja, levará as encomendas.
advérbio. Por exemplo:  Obs.: o futuro do presente é também usado em frases que
Saindo  de casa, encontrei alguns amigos. (função de indicam possibilidade ou desejo. Por exemplo: Se ele vier à loja,
advérbio) levará as encomendas.
Nas ruas, havia crianças vendendo doces. (função adjetivo) - Futuro do Presente (composto) - Enuncia um fato posterior
Na forma simples, o gerúndio expressa uma ação em curso; ao momento atual mas já terminado antes de outro fato
na forma composta, uma ação concluída. Por exemplo: futuro. Por exemplo:  Quando ele  tiver saído do hospital, nós o
Trabalhando, aprenderás o valor do dinheiro. visitaremos.

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APOSTILAS OPÇÃO
Presente do Indicativo 1ª conj. 2ª/3ª conj.
1ª conjugação/2ª conjugação/3ª conjugação / Desinência CANTAR VENDER PARTIR
pessoal cantE vendA partA E A Ø
CANTAR VENDER PARTIR cantES vendAS partAS E A S
cantO vendO partO O cantE vendA partA E A Ø
cantaS vendeS parteS S cantEMOS vendAMOS partAMOS E A MOS
canta vende parte - cantEIS vendAIS partAIS E A IS
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS cantEM vendAM partAM E A M
cantaIS vendeIS partIS IS
cantaM vendeM parteM M Pretérito Imperfeito do Subjuntivo

Pretérito Perfeito do Indicativo Para formar o imperfeito do subjuntivo, elimina-se a


desinência -STE da 2ª pessoa do singular do pretérito perfeito,
1ª conjugação/2ª conjugação/3ª conjugação/Desinência obtendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse
pessoal tema a desinência temporal -SSE mais a desinência de número
CANTAR VENDER PARTIR e pessoa correspondente.
canteI vendI partI I
cantaSTE vendeSTE partISTE STE 1ª conj. 2ª conj. 3ª conj. Des. temporal Desin. pessoal
cantoU vendeU partiU U 1ª /2ª e 3ª conj.
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS CANTAR VENDER PARTIR
cantaSTES vendeSTES partISTES STES cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantaRAM vendeRAM partiRAM AM cantaSSES vendeSSES partiSSES SSE S
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
Pretérito mais-que-perfeito cantáSSEMOS vendêSSEMOS partíssemos SSE MOS
cantáSSEIS vendêSSEIS partíSSEIS SSE IS
1ª conj. / 2ª conj. / 3ª conj. /Desin. Temp. /Desin. Pess. cantaSSE vendeSSEM partiSSEM SSE M
1ª/2ª e 3ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR - - Futuro do Subjuntivo
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantaRAS vendeRAS partiRAS RA S Para formar o futuro do subjuntivo elimina-se a desinência
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø -STE da 2ª pessoa do singular do pretérito perfeito, obtendo-
cantáRAMOS vendêRAMOS partíRAMOS RA MOS se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a
cantáREIS vendêREIS partíREIS RE IS desinência temporal -R mais a desinência de número e pessoa
cantaRAM vendeRAM partiRAM RA M correspondente.

Pretérito Imperfeito do Indicativo 1ª conj. / 2ª conj. / 3ª conj. / Des. temp. /Desin. pess.
1ª /2ª e 3ª conj.
1ª conjugação / 2ª conjugação / 3ª conjugação CANTAR VENDER PARTIR
CANTAR VENDER PARTIR cantaR vendeR partiR Ø
cantAVA vendIA partIA cantaRES vendeRES partiRES R ES
cantAVAS vendIAS partAS cantaR vendeR partiR R Ø
CantAVA vendIA partIA cantaRMOS vendeRMOS partiRMOS R MOS
cantÁVAMOS vendÍAMOS partÍAMOS cantaRDES vendeRDES partiRDES R DES
cantÁVEIS vendÍEIS partÍEIS cantaREM vendeREM PartiREM R EM
cantAVAM vendIAM partIAM
Imperativo
Futuro do Presente do Indicativo
Imperativo Afirmativo
1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação
CANTAR VENDER PARTIR Para se formar o imperativo afirmativo, toma-se do presente
cantar ei vender ei partir ei do indicativo a 2ª pessoa do singular (tu) e a segunda pessoa do
cantar ás vender ás partir ás plural (vós) eliminando-se o “S” final. As demais pessoas vêm,
cantar á vender á partir á sem alteração, do presente do subjuntivo. Veja: 
cantar emos vender emos partir emos
cantar eis vender eis partir eis Pres. do Indicativo Imperativo Afirm. Pres. do Subjuntivo
cantar ão vender ão partir ão Eu canto --- Que eu cante
Tu cantas CantA tu Que tu cantes
Futuro do Pretérito do Indicativo Ele canta Cante você Que ele cante
Nós cantamos Cantemos nós Que nós cantemos
1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Vós cantais CantAI vós Que vós canteis
CANTAR VENDER PARTIR Eles cantam Cantem vocês Que eles cantem
cantarIA venderIA partirIA
cantarIAS venderIAS partirIAS Imperativo Negativo
cantarIA venderIA partirIA
cantarÍAMOS venderÍAMOS partirÍAMOS Para se formar o imperativo negativo, basta antecipar a
cantarÍEIS venderÍEIS partirÍEIS negação às formas do presente do subjuntivo.
cantarIAM venderIAM partirIAM
Presente do Subjuntivo Imperativo Negativo
Presente do Subjuntivo Que eu cante ---
Que tu cantes Não cantes tu
Para se formar o presente do subjuntivo, substitui-se a Que ele cante Não cante você
desinência -o da primeira pessoa do singular do presente do Que nós cantemos Não cantemos nós
indicativo pela desinência -E (nos verbos de 1ª conjugação) ou Que vós canteis Não canteis vós
pela desinência -A (nos verbos de 2ª e 3ª conjugação). Que eles cantem Não cantem eles
1ª conj./2ª conj./3ª conju./Des.Temp./Des.temp./Des. pess

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APOSTILAS OPÇÃO
Observações: Classificação dos Artigos
- No modo imperativo não faz sentido usar na 3ª pessoa
(singular e plural) as formas ele/eles, pois uma ordem, pedido Artigos Definidos: determinam os substantivos de maneira
ou conselho só se aplicam diretamente à pessoa com quem se precisa: o, a, os, as. Por exemplo: Eu matei o animal.
fala. Por essa razão, utiliza-se você/vocês.
- O verbo SER, no imperativo, faz excepcionalmente: sê (tu), Artigos Indefinidos:  determinam os substantivos
sede (vós). de maneira vaga:  um, uma, uns, umas. Por exemplo: Eu
matei um animal.
Infinitivo Impessoal
1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Combinação dos Artigos
CANTAR VENDER PARTIR É muito presente a combinação dos artigos definidos e
indefinidos com preposições. Este quadro apresenta a forma
Infinitivo Pessoal assumida por essas combinações:
1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação
CANTAR VENDER PARTIR Preposições Artigos
cantar vender partir - o, os
cantarES venderES partirES
cantar vender partir a ao, aos
cantarMOS venderMOS partirMOS de do, dos
cantarDES venderDES partirDES
cantarEM venderEM partirEM em no, nos
Questões por (per) pelo, pelos

01. Considere o trecho a seguir. É comum que objetos a, as um, uns uma, umas
___ esquecidos em locais públicos. Mas muitos transtornos à, às - -
poderiam ser evitados se as pessoas ______ a atenção voltada
para seus pertences, conservando-os junto ao corpo. Assinale a da, das dum, duns duma, dumas
alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas na, nas num, nuns numa, numas
do texto.
(A) sejam … mantesse pela, pelas - -
(B) sejam … mantivessem
(C) sejam … mantém - As formas à e às indicam a fusão da preposição  a com o
(D) seja … mantivessem artigo definido  a. Essa fusão de vogais idênticas é conhecida
(E) seja … mantêm por crase.

02. Na frase –… os níveis de pessoas sem emprego estão Constatemos as circunstâncias em que os artigos se
apresentando quedas sucessivas de 2005 para cá. –, a locução manifestam:
verbal em destaque expressa ação
(A) concluída. - Considera-se obrigatório o uso do artigo depois do numeral
(B) atemporal. “ambos”:
(C) contínua. Ambos os garotos decidiram participar das olimpíadas.
(D) hipotética.
(E) futura. - Nomes próprios indicativos de lugar admitem o uso do
artigo, outros não:
03. Sem querer estereotipar, mas já estereotipando: trata-- São Paulo, O Rio de Janeiro, Veneza, A Bahia...
se de um ser cujas interações sociais terminam, 99% das vezes,
diante da pergunta “débito ou crédito?”. Nesse contexto, o verbo - Quando indicado no singular, o artigo definido pode indicar
estereotipar tem sentido de toda uma espécie:
(A) considerar ao acaso, sem premeditação. O trabalho dignifica o homem.
(B) aceitar uma ideia mesmo sem estar convencido dela.
(C) adotar como referência de qualidade. - No caso de nomes próprios personativos, denotando a ideia
(D) julgar de acordo com normas legais. de familiaridade ou afetividade, é facultativo o uso do artigo:
(E) classificar segundo ideias preconcebidas. O Pedro é o xodó da família.

Respostas - No caso de os nomes próprios personativos estarem no


1-B / 2-C / 3-E plural, são determinados pelo uso do artigo:
Os Maias, os Incas, Os Astecas...
Morfologia: reconhecimento, - Usa-se o artigo depois do pronome indefinido todo(a) para
emprego e sentido das conferir uma ideia de totalidade. Sem o uso dele (o artigo), o
classes gramaticais; processos pronome assume a noção de qualquer.
de formação de palavras; Toda a classe parabenizou o professor. (a sala toda)
Toda classe possui alunos interessados e desinteressados.
mecanismos de flexão dos (qualquer classe)
nomes e verbos.
- Antes de pronomes possessivos, o uso do artigo é facultativo:
Classes de Palavras Adoro o meu vestido longo. Adoro meu vestido longo.
- A utilização do artigo indefinido pode indicar uma ideia de
Artigo aproximação numérica:
O máximo que ele deve ter é uns vinte anos.
Artigo é a palavra que, vindo antes de um substantivo, indica
se ele está sendo empregado de maneira definida ou indefinida. - O artigo também é usado para substantivar palavras
Além disso, o artigo indica, ao mesmo tempo, o gênero e o oriundas de outras classes gramaticais:
número dos substantivos. Não sei o porquê de tudo isso.

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APOSTILAS OPÇÃO
- Nunca deve ser usado artigo  depois  do pronome relativo como núcleo do sujeito, dos complementos verbais (objeto
cujo (e flexões). direto ou indireto) e do agente da passiva. Pode ainda funcionar
Este é o homem cujo amigo desapareceu. como núcleo do complemento nominal ou do aposto, como
Este é o autor cuja obra conheço. núcleo do predicativo do sujeito ou do objeto ou como núcleo
do vocativo. Também encontramos substantivos como núcleos
- Não se deve usar artigo antes das palavras casa (no sentido de adjuntos adnominais e de adjuntos adverbiais - quando essas
de lar, moradia) e terra (no sentido de chão firme), a menos que funções são desempenhadas por grupos de palavras. 
venham especificadas.
Eles estavam em casa. Classificação dos Substantivos
Eles estavam na casa dos amigos.
Os marinheiros permaneceram em terra. 1-  Substantivos Comuns e Próprios
Os marinheiros permanecem na terra dos anões. Observe a definição:

- Não se emprega artigo antes dos pronomes de tratamento, s.f. 1: Povoação maior que vila, com muitas casas e edifícios,
com exceção de senhor(a), senhorita e dona. dispostos em ruas e avenidas (no Brasil, toda a sede de município
Vossa excelência resolverá os problemas de Sua Senhoria. é cidade). 2. O centro de uma cidade (em oposição aos bairros).

- Não se une com preposição o artigo que faz parte do nome Qualquer “povoação maior que vila, com muitas casas e
de revistas, jornais, obras literárias. edifícios, dispostos em ruas e avenidas” será chamada  cidade.
Li a notícia em O Estado de S. Paulo. Isso significa que a palavra cidade é um substantivo comum.
Substantivo Comum é aquele que designa os seres de uma
Morfossintaxe mesma espécie de forma genérica.
cidade, menino, homem, mulher, país, cachorro.
Para definir o que é artigo é preciso mencionar suas relações
com o substantivo. Assim, nas orações da língua portuguesa, Estamos voando para Barcelona.
o artigo exerce a função de adjunto adnominal do substantivo
a que se refere. Tal função independe da função exercida pelo O substantivo Barcelona designa apenas um ser da espécie
substantivo: cidade. Esse substantivo é  próprio. Substantivo Próprio:  é
aquele que designa os seres de uma mesma espécie de forma
A existência é uma poesia. particular.
Uma existência é a poesia.
Londres, Paulinho, Pedro, Tietê, Brasil.
Questões
2 - Substantivos Concretos e Abstratos
01. Determine o caso em que o artigo tem valor qualificativo:
A) Estes são os candidatos que lhe falei. LÂMPADA MALA
B) Procure-o, ele é o médico! Ninguém o supera.
C) Certeza e exatidão, estas qualidades não as tenho. Os substantivos lâmpada e mala  designam seres com
D) Os problemas que o afligem não me deixam descuidado. existência própria, que são independentes de outros seres. São
E) Muito é a procura; pouca é a oferta. assim, substantivos concretos.
Substantivo Concreto: é aquele que designa o ser que existe,
02. Em qual dos casos o artigo denota familiaridade? independentemente de outros seres.
A) O Amazonas é um rio imenso.
B) D. Manuel, o Venturoso, era bastante esperto.
C) O Antônio comunicou-se com o João. Obs.: os substantivos concretos designam seres do mundo
D) O professor João Ribeiro está doente. real e do mundo imaginário.
E) Os Lusíadas são um poema épico
Seres do mundo real: homem, mulher, cadeira, cobra, Brasília,
03.Assinale a alternativa em que o uso do artigo está etc.
substantivando uma palavra. Seres do mundo imaginário: saci, mãe-d’água, fantasma, etc.
A) A liberdade vai marcar a poesia social de Castro Alves.  
B) Leitor perspicaz é aquele que consegue ler as entrelinhas. Observe agora:
C) A navalha ia e vinha no couro esticado.
D) Haroldo ficou encantado com o andar de bailado de Joana. Beleza exposta
E) Bárbara dirigia os olhos para a lua encantada. Jovens atrizes veteranas destacam-se pelo visual.

Respostas O substantivo beleza designa uma qualidade.


1-B / 2-C / 3-D Substantivo Abstrato:  é aquele que designa seres que
dependem de outros para se manifestar ou existir.
Substantivo Pense bem: a beleza não existe por si só, não pode ser
observada. Só podemos observar a beleza numa pessoa ou coisa
Tudo o que existe é ser e cada ser tem um nome. Substantivo é que seja bela. A beleza depende de outro ser para se manifestar.
a classe gramatical de palavras variáveis, as quais denominam Portanto, a palavra beleza é um substantivo abstrato.
os seres. Além de objetos, pessoas e fenômenos, os substantivos Os substantivos abstratos designam estados, qualidades,
também nomeiam: ações e sentimentos dos seres, dos quais podem ser abstraídos,
-lugares: Alemanha, Porto Alegre... e sem os quais não podem existir.
-sentimentos: raiva, amor... vida (estado), rapidez (qualidade), viagem (ação), saudade
-estados: alegria, tristeza... (sentimento).  
-qualidades: honestidade, sinceridade...
-ações: corrida, pescaria... 3 - Substantivos Coletivos
Ele vinha pela estrada e foi picado por uma abelha, outra
Morfossintaxe do substantivo abelha, mais outra abelha.
Ele vinha pela estrada e foi picado por várias abelhas.
Nas orações de língua portuguesa, o substantivo em geral Ele vinha pela estrada e foi picado por um enxame.
exerce funções diretamente relacionadas com o verbo: atua

Língua Portuguesa 19
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APOSTILAS OPÇÃO
Note que, no primeiro caso, para indicar plural, foi necessário feminino. Classificam-se em:
repetir o substantivo: uma abelha, outra abelha, mais outra - Epicenos: têm um só gênero e nomeiam bichos.
abelha... a cobra macho e a cobra fêmea, o jacaré macho e o jacaré
No segundo caso, utilizaram-se duas palavras no plural. fêmea.
No terceiro caso, empregou-se um substantivo no singular - Sobrecomuns: têm um só gênero e nomeiam pessoas.
(enxame) para designar um conjunto de seres da mesma espécie a criança, a testemunha, a vítima, o cônjuge, o gênio, o ídolo,
(abelhas). o indivíduo.
O substantivo enxame é um substantivo coletivo.
- Comuns de Dois Gêneros: indicam o sexo das pessoas por
Substantivo Coletivo:  é o substantivo comum que, mesmo meio do artigo.
estando no singular, designa um conjunto de seres da mesma o colega e a colega, o doente e a doente, o artista e a artista.
espécie. Saiba que:
Formação dos Substantivos - Substantivos de origem grega terminados em ema ou oma,
Substantivos Simples e Compostos são masculinos.
o axioma, o fonema, o poema, o sistema, o sintoma, o teorema.
Chuva - subst. Fem. 1 - água caindo em gotas sobre a terra. - Existem certos substantivos que, variando de gênero,
variam em seu significado.
O substantivo  chuva  é formado por um único elemento ou o rádio (aparelho receptor) e a rádio (estação emissora) o
radical. É um substantivo simples. capital (dinheiro) e a capital (cidade)
Substantivo Simples:  é aquele formado por um único
elemento. Formação do Feminino dos Substantivos Biformes
Outros substantivos simples: tempo, sol, sofá, etc. Veja agora: a) Regra geral: troca-se a terminação -o por -a.
O substantivo  guarda-chuva  é formado por dois elementos aluno - aluna
(guarda + chuva). Esse substantivo é composto.
Substantivo Composto: é aquele formado por dois ou mais b) Substantivos terminados em -ês: acrescenta-se -a ao
elementos. masculino.
Outros exemplos: beija-flor, passatempo. freguês - freguesa
 
Substantivos Primitivos e Derivados c) Substantivos terminados em -ão: fazem o feminino de três
Meu limão meu limoeiro, formas:
meu pé de jacarandá... - troca-se -ão por -oa. = patrão – patroa
- troca-se -ão por -ã. = campeão - campeã
O substantivo  limão  é  primitivo, pois não se originou de - troca-se -ão por ona. = solteirão - solteirona
nenhum outro dentro de língua portuguesa.
Substantivo Primitivo: é aquele que não deriva de nenhuma Exceções: barão – baronesa ladrão- ladra sultão - sultana
outra palavra da própria língua portuguesa.
O substantivo limoeiro é derivado, pois se originou a partir d) Substantivos terminados em -or:
da palavra limão. - acrescenta-se -a ao masculino = doutor – doutora
Substantivo Derivado:  é aquele que se origina de outra - troca-se -or por -triz: = imperador - imperatriz
palavra.
e) Substantivos com feminino em -esa, -essa, -isa:
Flexão dos substantivos cônsul - consulesa abade - abadessa poeta - poetisa
O substantivo é uma classe variável. A palavra é variável duque - duquesa conde - condessa profeta - profetisa
quando sofre flexão (variação). A palavra menino, por exemplo,
pode sofrer variações para indicar: f) Substantivos que formam o feminino trocando o -e final
Plural: meninos por -a:
Feminino: menina elefante - elefanta
Aumentativo: meninão
Diminutivo: menininho g) Substantivos que têm radicais diferentes no masculino e
no feminino:
Flexão de Gênero bode – cabra boi - vaca
Gênero  é a propriedade que as palavras têm de indicar
sexo real ou fictício dos seres. Na língua portuguesa, h) Substantivos que formam o feminino de maneira especial,
há dois gêneros:  masculino  e  feminino. Pertencem ao isto é, não seguem nenhuma das regras anteriores:
gênero masculino os substantivos que podem vir precedidos dos czar – czarina réu - ré
artigos o, os, um, uns. Veja estes títulos de filmes:
O velho e o mar Formação do Feminino dos Substantivos Uniformes
Um Natal inesquecível
Os reis da praia - Epicenos:
  Novo jacaré escapa de policiais no rio Pinheiros.
Pertencem ao gênero feminino os substantivos que podem Não é possível saber o sexo do jacaré em questão. Isso ocorre
vir precedidos dos artigos a, as, uma, umas: porque o substantivo jacaré tem apenas uma forma para indicar
A história sem fim o masculino e o feminino.
Uma cidade sem passado Alguns nomes de animais apresentam uma só forma para
As tartarugas ninjas designar os dois sexos. Esses substantivos são chamados de
epicenos. No caso dos epicenos, quando houver a necessidade
Substantivos Biformes e Substantivos Uniformes de especificar o sexo, utilizam-se palavras macho e fêmea.
Substantivos Biformes (= duas formas):  ao indicar nomes A cobra macho picou o marinheiro.
de seres vivos, geralmente o gênero da palavra está relacionado A cobra fêmea escondeu-se na bananeira.
ao sexo do ser, havendo, portanto, duas formas, uma para o
masculino e outra para o feminino. Observe: gato – gata, homem Sobrecomuns:
– mulher, poeta – poetisa, prefeito - prefeita Entregue as crianças à natureza.
A palavra crianças refere-se tanto a seres do sexo masculino,
Substantivos Uniformes: são aqueles que apresentam uma quanto a seres do sexo feminino. Nesse caso, nem o artigo nem
única forma, que serve tanto para o masculino quanto para o um possível adjetivo permitem identificar o sexo dos seres a que

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APOSTILAS OPÇÃO
se refere a palavra. Veja: o diagrama
A criança chorona chamava-se João. o epigrama
A criança chorona chamava-se Maria. o telefonema
Outros substantivos sobrecomuns: o estratagema
a criatura = João é uma boa criatura. Maria é uma boa o dilema
criatura. o teorema
o cônjuge = O cônjuge de João faleceu. O o apotegma
cônjuge de Marcela faleceu o trema
o eczema
Comuns de Dois Gêneros: o edema
o magma
Motorista tem acidente idêntico 23 anos depois.
Quem sofreu o acidente: um homem ou uma mulher? Exceções: a cataplasma, a celeuma, a fleuma, etc.
É impossível saber apenas pelo título da notícia, uma vez
que a palavra motorista é um substantivo uniforme. O restante Gênero dos Nomes de Cidades:
da notícia informa-nos de que se trata de um homem.
A distinção de gênero pode ser feita através da análise do Com raras exceções, nomes de cidades são femininos.
artigo ou adjetivo, quando acompanharem o substantivo. A histórica Ouro Preto.
o colega - a colega A dinâmica São Paulo.
um jovem - uma jovem A acolhedora Porto Alegre.
artista famoso - artista famosa Uma Londres imensa e triste.

- A palavra personagem é usada indistintamente nos dois Exceções: o Rio de Janeiro, o Cairo, o Porto, o Havre.
gêneros.
a) Entre os escritores modernos nota-se acentuada Gênero e Significação:
preferência pelo masculino:
O menino descobriu nas nuvens os personagens dos contos de Muitos substantivos têm uma significação no masculino e
carochinha. outra no feminino.
b) Com referência a mulher, deve-se preferir o feminino: Observe:
O problema está nas mulheres de mais idade, que não aceitam
a personagem. o baliza (soldado que, que à frente da tropa, indica os
Não cheguei assim, nem era minha intenção, a criar uma movimentos que se deve realizar em conjunto; o que vai à frente
personagem. de um bloco carnavalesco, manejando um bastão)
- Diz-se: o (ou a) manequim Marcela, o (ou a) modelo a baliza (marco, estaca; sinal que marca um limite ou
fotográfico Ana Belmonte. proibição de trânsito)

Observe o gênero dos substantivos seguintes: o cabeça (chefe)


a cabeça (parte do corpo)
Masculinos
o tapa o cisma (separação religiosa, dissidência)
o eclipse a cisma (ato de cismar, desconfiança)
o lança-perfume
o dó (pena) o cinza (a cor cinzenta)
o sanduíche a cinza (resíduos de combustão)
o clarinete
o champanha o capital (dinheiro)
o sósia a capital (cidade)
o maracajá
o clã o coma (perda dos sentidos)
o hosana a coma (cabeleira)
o herpes
o pijama o coral (pólipo, a cor vermelha, canto em coro)
a coral (cobra venenosa)
Femininos
a dinamite o crisma (óleo sagrado, usado na administração da crisma e
a áspide de outros sacramentos)
a derme a crisma (sacramento da confirmação)
a hélice
a alcíone o cura (pároco)
a filoxera a cura (ato de curar)
a clâmide
a omoplata o estepe (pneu sobressalente)
a cataplasma a estepe (vasta planície de vegetação)
a pane
a mascote o guia (pessoa que guia outras)
a gênese a guia (documento, pena grande das asas das aves)
a entorse
a libido o grama (unidade de peso)
a grama (relva)
- São geralmente masculinos os substantivos de origem
grega terminados em -ma: o caixa (funcionário da caixa)
o grama (peso) a caixa (recipiente, setor de pagamentos)
o quilograma
o plasma o lente (professor)
o apostema a lente (vidro de aumento)

Língua Portuguesa 21
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APOSTILAS OPÇÃO
o moral (ânimo) b) Flexiona-se somente o segundo elemento, quando
a moral (honestidade, bons costumes, ética) formados de:
verbo + substantivo = guarda-roupa e guarda-roupas
o nascente (lado onde nasce o Sol) palavra invariável + palavra variável = alto-falante e alto-
a nascente (a fonte) falantes
palavras repetidas ou imitativas = reco-reco e reco-recos
Flexão de Número do Substantivo
c) Flexiona-se somente o primeiro elemento, quando
Em português, há dois números gramaticais: o singular, que formados de:
indica um ser ou um grupo de seres, e substantivo + preposição clara + substantivo = água-de-
o plural, que indica mais de um ser ou grupo de seres. A colônia e águas-de-colônia
característica do plural é o “s” final. substantivo + preposição oculta + substantivo = cavalo-
vapor e cavalos-vapor
Plural dos Substantivos Simples substantivo + substantivo que funciona como determinante
do primeiro, ou seja, especifica a função ou o tipo do termo
a) Os substantivos terminados em vogal, ditongo oral e “n” anterior.
fazem o plural pelo acréscimo de “s”. palavra-chave - palavras-chave
pai – pais ímã - ímãs hífen - hifens (sem acento, no bomba-relógio - bombas-relógio
plural). notícia-bomba - notícias-bomba
Exceção: cânon - cânones. homem-rã - homens-rã

b) Os substantivos terminados em “m” fazem o plural em d) Permanecem invariáveis, quando formados de:
“ns”. verbo + advérbio = o bota-fora e os bota-fora
homem - homens. verbo + substantivo no plural = o saca-rolhas e os saca-rolhas

c) Os substantivos terminados em “r” e “z” fazem o plural e) Casos Especiais


pelo acréscimo de “es”. o louva-a-deus e os louva-a-deus
revólver – revólveres raiz - raízes o bem-te-vi e os bem-te-vis
Atenção: O plural de caráter é caracteres. o bem-me-quer e os bem-me-queres
o joão-ninguém e os joões-ninguém.
d) Os substantivos terminados em al, el, ol, ul flexionam-se
no plural, trocando o “l” por “is”. Plural das Palavras Substantivadas
quintal - quintais caracol – caracóis hotel - hotéis
Exceções: mal e males, cônsul e cônsules. As palavras substantivadas, isto é, palavras de outras classes
gramaticais usadas como substantivo, apresentam, no plural, as
e) Os substantivos terminados em “il” fazem o plural de duas flexões próprias dos substantivos.
maneiras: Pese bem os prós e os contras.
- Quando oxítonos, em “is”: canil - canis O aluno errou na prova dos noves.
- Quando paroxítonos, em “eis”: míssil - mísseis. Ouça com a mesma serenidade os sins e os nãos.
Obs.: a palavra réptil pode formar seu plural de duas Obs.: numerais substantivados terminados em “s” ou “z” não
maneiras: répteis ou reptis (pouco usada). variam no plural.
Nas provas mensais consegui muitos seis e alguns dez.
f) Os substantivos terminados em “s” fazem o plural de duas
maneiras: Plural dos Diminutivos
- Quando monossilábicos ou oxítonos, mediante o acréscimo
de “es”: ás – ases / retrós - retroses Flexiona-se o substantivo no plural, retira-se o “s” final e
- Quando paroxítonos ou proparoxítonos, ficam invariáveis: acrescenta-se o sufixo diminutivo.
o lápis - os lápis / o ônibus - os ônibus. pãe(s) + zinhos = pãezinhos
animai(s) + zinhos = animaizinhos
g) Os substantivos terminados em “ao” fazem o plural de três botõe(s) + zinhos = botõezinhos
maneiras. chapéu(s) + zinhos = chapeuzinhos
- substituindo o -ão por -ões: ação - ações farói(s) + zinhos = faroizinhos
- substituindo o -ão por -ães: cão - cães tren(s) + zinhos = trenzinhos
- substituindo o -ão por -ãos: grão - grãos colhere(s) + zinhas = colherezinhas
h) Os substantivos terminados em “x” ficam invariáveis: o flore(s) + zinhas = florezinhas
látex - os látex. mão(s) + zinhas = mãozinhas
papéi(s) + zinhos = papeizinhos
Plural dos Substantivos Compostos nuven(s) + zinhas = nuvenzinhas
A formação do plural dos substantivos compostos depende funi(s) + zinhos = funizinhos
da forma como são grafados, do tipo de palavras que formam pé(s) + zitos = pezitos
o composto e da relação que estabelecem entre si. Aqueles que
são grafados sem hífen comportam-se como os substantivos Plural dos Nomes Próprios Personativos
simples:
aguardente e aguardentes girassol e girassóis Devem-se pluralizar os nomes próprios de pessoas sempre
pontapé e pontapés malmequer e malmequeres que a terminação preste-se à flexão.
Os Napoleões também são derrotados.
O plural dos substantivos compostos cujos elementos são As Raquéis e Esteres.
ligados por hífen costuma provocar muitas dúvidas e discussões.
Algumas orientações são dadas a seguir: Plural dos Substantivos Estrangeiros
Substantivos ainda não aportuguesados devem ser escritos
a) Flexionam-se os dois elementos, quando formados de: como na língua original, acrescentando -se “s” (exceto quando
substantivo + substantivo = couve-flor e couves-flores terminam em “s” ou “z”).
substantivo + adjetivo = amor-perfeito e amores-perfeitos os shows os shorts os jazz
adjetivo + substantivo = gentil-homem e gentis-homens Substantivos já aportuguesados flexionam-se de acordo com
numeral + substantivo = quinta-feira e quintas-feiras as regras de nossa língua:

Língua Portuguesa 22
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APOSTILAS OPÇÃO
os clubes os chopes (A) reco-reco.
os jipes os esportes (B) guarda-costa.
as toaletes os bibelôs (C) guarda-noturno.
os garçons os réquiens (D) célula-tronco.
(E) sem-vergonha.
Observe o exemplo:
Este jogador faz gols toda vez que joga. 02. Assinale a alternativa cujas palavras se apresentam
O plural correto seria gois (ô), mas não se usa. flexionadas de acordo com a norma-padrão.
(A) Os tabeliãos devem preparar o documento.
Plural com Mudança de Timbre (B) Esses cidadões tinham autorização para portar fuzis.
Certos substantivos formam o plural com mudança de (C) Para autenticar as certidãos, procure o cartório local.
timbre da vogal tônica (o fechado / o aberto). É um fato fonético (D) Ao descer e subir escadas, segure-se nos corrimãos.
chamado metafonia (plural metafônico). (E) Cuidado com os degrais, que são perigosos!
Singular Plural Singular Plural 03. Indique a alternativa em que a flexão do substantivo está
corpo (ô) corpos (ó) osso (ô) ossos (ó) errada:
esforço esforços ovo ovos A) Catalães.
fogo fogos poço poços B) Cidadãos.
forno fornos porto portos C) Vulcães.
fosso fossos posto postos D) Corrimões.
imposto impostos rogo rogos Respostas
olho olhos tijolo tijolos 1-D / 2-D / 3-C

Adjetivo
Têm a vogal tônica fechada (ô): adornos, almoços, bolsos,
esposos, estojos, globos, gostos, polvos, rolos, soros, etc.
Adjetivo  é a palavra que expressa uma qualidade ou
Obs.: distinga-se molho (ô) = caldo (molho de carne), de
característica do ser e se relaciona com o substantivo.
molho (ó) = feixe (molho de lenha).
Ao analisarmos a palavra bondoso, por exemplo, percebemos
que, além de expressar uma qualidade, ela pode ser colocada ao
Particularidades sobre o Número dos Substantivos
lado de um substantivo: homem bondoso, moça bondosa, pessoa
a) Há substantivos que só se usam no singular:
bondosa.
o sul, o norte, o leste, o oeste, a fé, etc.
Já com a palavra bondade, embora expresse uma qualidade,
não acontece o mesmo; não faz sentido dizer: homem bondade,
b) Outros só no plural:
moça bondade, pessoa bondade. 
as núpcias, os víveres, os pêsames, as espadas/os paus
Bondade, portanto, não é adjetivo, mas substantivo.
(naipes de baralho), as fezes.
Morfossintaxe do Adjetivo:
c) Outros, enfim, têm, no plural, sentido diferente do singular:
O adjetivo exerce sempre funções sintáticas (função dentro
bem (virtude) e bens (riquezas)
de uma oração) relativas aos substantivos, atuando como adjunto
honra (probidade, bom nome) e honras (homenagem,
adnominal ou como predicativo (do sujeito ou do objeto).
títulos)
Adjetivo Pátrio
d) Usamos às vezes, os substantivos no singular, mas com
Indica a nacionalidade ou o lugar de origem do ser. Observe
sentido de plural:
alguns deles:
Aqui morreu muito negro.
Estados e cidades brasileiros:
Celebraram o sacrifício divino muitas vezes em capelas
improvisadas.
Alagoas alagoano
Flexão de Grau do Substantivo
Amapá amapaense
Grau é a propriedade que as palavras têm de exprimir as
variações de tamanho dos seres. Classifica-se em: Aracaju aracajuano ou aracajuense
Amazonas amazonense ou baré
- Grau Normal - Indica um ser de tamanho considerado
normal. Por exemplo: casa Belo Horizonte belo-horizontino
Brasília brasiliense
- Grau Aumentativo - Indica o aumento do tamanho do ser.
Classifica-se em: Cabo Frio cabo-friense
Analítico = o substantivo é acompanhado de um adjetivo que
Campinas campineiro ou campinense
indica grandeza. Por exemplo: casa grande.
Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo indicador de
aumento. Por exemplo: casarão. Adjetivo Pátrio Composto 
Na formação do adjetivo pátrio composto, o primeiro
- Grau Diminutivo - Indica a diminuição do tamanho do ser. elemento aparece na forma reduzida e, normalmente, erudita.
Pode ser: Observe alguns exemplos:
Analítico = substantivo acompanhado de um adjetivo que
indica pequenez. Por exemplo: casa pequena. África afro- / Por exemplo: Cultura afro-americana
Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo indicador de
diminuição. Por exemplo: casinha. Alemanha germano- ou teuto- / Por exemplo:
Competições teuto-inglesas
Fonte: http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf12.php América américo- / Por exemplo: Companhia
américo-africana
Questões
Bélgica belgo- / Por exemplo: Acampamentos belgo-
01. A flexão de número do termo “preços-sombra” também franceses
ocorre com o plural de China sino- / Por exemplo: Acordos sino-japoneses

Língua Portuguesa 23
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APOSTILAS OPÇÃO
formam o adjetivo composto seja um substantivo adjetivado,
Espanha hispano- / Por exemplo: Mercado hispano-
todo o adjetivo composto ficará invariável. Por exemplo:  a
português
palavra rosa é originalmente um substantivo, porém, se estiver
Europa euro- / Por exemplo: Negociações euro- qualificando um elemento, funcionará como adjetivo. Caso se
americanas ligue a outra palavra por hífen, formará um adjetivo composto;
como é um substantivo adjetivado, o adjetivo composto inteiro
França franco- ou galo- / Por exemplo: Reuniões
ficará invariável. Por exemplo:
franco-italianas
Grécia greco- / Por exemplo: Filmes greco-romanos Camisas rosa-claro.
Ternos rosa-claro.
Inglaterra anglo- / Por exemplo: Letras anglo-
Olhos verde-claros.
portuguesas
Calças azul-escuras e camisas verde-mar.
Itália ítalo- / Por exemplo: Sociedade ítalo- Telhados marrom-café e paredes verde-claras.
portuguesa
Observe
Japão nipo- / Por exemplo: Associações nipo-
- Azul-marinho, azul-celeste, ultravioleta e qualquer adjetivo
brasileiras
composto iniciado por cor-de-... são sempre invariáveis.
Portugal luso- / Por exemplo: Acordos luso-brasileiros - O adjetivo composto pele-vermelha têm os dois elementos
flexionados.
Flexão dos adjetivos
Grau do Adjetivo
O adjetivo varia em gênero, número e grau.
Os adjetivos flexionam-se em grau para indicar a
Gênero dos Adjetivos intensidade da qualidade do ser. São dois os graus do adjetivo:
o comparativo e o superlativo.
Os adjetivos concordam com o substantivo a que se referem
(masculino e feminino). De forma semelhante aos substantivos, Comparativo
classificam-se em: 
Biformes - têm duas formas, sendo uma para o masculino e Nesse grau, comparam-se a mesma característica
outra para o feminino. atribuída a dois ou mais seres ou duas ou mais características
atribuídas ao mesmo ser. O comparativo pode ser de igualdade,
Por exemplo: ativo e ativa, mau e má, judeu e judia. de  superioridade  ou de inferioridade. Observe os exemplos
abaixo:
Se o adjetivo é composto e biforme, ele flexiona no feminino
somente o último elemento. 1) Sou tão alto como você.  = Comparativo de Igualdade
Por exemplo: o moço norte-americano, a moça norte- No comparativo de igualdade, o segundo termo da
americana.  comparação é introduzido pelas palavras como, quanto ou quão.

Uniformes - têm uma só forma tanto para o masculino como 2) Sou  mais alto  (do) que  você.  = Comparativo de
para o feminino. Por exemplo: homem feliz e mulher feliz. Superioridade Analítico
Se o adjetivo é composto e uniforme, fica invariável no No comparativo de superioridade analítico, entre os dois
feminino. Por exemplo: conflito político-social e desavença substantivos comparados, um tem qualidade superior. A forma é
político-social. analítica porque pedimos auxílio a “mais...do que” ou “mais...que”.

Número dos Adjetivos 3) O Sol é  maior (do) que  a Terra.  = Comparativo de


Superioridade Sintético
Plural dos adjetivos simples
Os adjetivos simples flexionam-se no plural de acordo com Alguns adjetivos possuem, para o comparativo de
as regras estabelecidas para a flexão numérica dos substantivos superioridade, formas sintéticas, herdadas do latim.
simples.
Por exemplo: São eles:
mau e maus bom-melhor
feliz e felizes pequeno-menor
ruim e ruins mau-pior
boa e boas alto-superior
grande-maior
Caso o adjetivo seja uma palavra que também exerça função baixo-inferior
de substantivo, ficará invariável, ou seja, se a palavra que estiver
qualificando um elemento for, originalmente, um substantivo, Observe que: 
ela manterá sua forma primitiva. Exemplo: a palavra  cinza  é a) As formas menor e pior são comparativos de superioridade,
originalmente um substantivo; porém, se estiver qualificando pois equivalem a mais pequeno e mais mau, respectivamente.
um elemento, funcionará como adjetivo. Ficará, então, invariável. b) Bom, mau, grande e pequeno têm formas sintéticas
Logo: camisas cinza, ternos cinza. (melhor, pior, maior e menor), porém, em comparações feitas
Veja outros exemplos: entre duas qualidades de um  mesmo  elemento, deve-se usar
as formas analíticas  mais bom,  mais mau, mais grande  e  mais
Motos vinho (mas: motos verdes) pequeno.
Paredes musgo (mas: paredes brancas). Por exemplo: Pedro é maior do que Paulo - Comparação de
Comícios monstro (mas: comícios grandiosos). dois elementos.
Pedro é  mais grande  que pequeno -  comparação de duas
Adjetivo Composto qualidades de um mesmo elemento.

É aquele formado por dois ou mais elementos. Normalmente, 4) Sou  menos alto  (do) que  você.  = Comparativo de
esses elementos são ligados por hífen. Apenas o último elemento Inferioridade
concorda com o substantivo a que se refere; os demais ficam Sou menos passivo (do) que tolerante.
na forma masculina, singular. Caso um dos elementos que

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APOSTILAS OPÇÃO
Superlativo A revisão de estudos científicos permite identificar três
O superlativo expressa qualidades num grau muito fatores principais na formação das personalidades com maior
elevado ou em grau máximo. O grau superlativo pode ser inclinação ao comportamento violento:
absoluto ou relativo e apresenta as seguintes modalidades: 1) Crianças que apanharam, foram vítimas de abusos,
Superlativo Absoluto:  ocorre quando a qualidade de um humilhadas ou desprezadas nos primeiros anos de vida.
ser é intensificada, sem relação com outros seres. Apresenta-se 2) Adolescentes vivendo em famílias que não lhes
nas formas: transmitiram valores sociais altruísticos, formação moral e não
Analítica: a intensificação se faz com o auxílio de palavras lhes impuseram limites de disciplina.
que dão ideia de intensidade (advérbios). Por exemplo: O 3) Associação com grupos de jovens portadores de
secretário é muito inteligente. comportamento antissocial.
Sintética: a intensificação se faz por meio do acréscimo de Na periferia das cidades brasileiras vivem milhões de crianças
sufixos. que se enquadram nessas três condições de risco. Associados à
Por exemplo: falta de acesso aos recursos materiais, à desigualdade social,
O secretário é inteligentíssimo. esses fatores de risco criam o caldo de cultura que alimenta a
violência crescente nas cidades.
Observe alguns superlativos sintéticos:  Na falta de outra alternativa, damos à criminalidade a
resposta do aprisionamento. Porém, seu efeito é passageiro: o
benéfico beneficentíssimo criminoso fica impedido de delinquir apenas enquanto estiver
bom boníssimo ou ótimo preso.
Ao sair, estará mais pobre, terá rompido laços familiares
comum comuníssimo e sociais e dificilmente encontrará quem lhe dê emprego. Ao
cruel crudelíssimo mesmo tempo, na prisão, terá criado novas amizades e conexões
mais sólidas com o mundo do crime.
difícil dificílimo Construir cadeias custa caro; administrá-las, mais ainda.
doce dulcíssimo Obrigados a optar por uma repressão policial mais ativa,
aumentaremos o número de prisioneiros. As cadeias continuarão
fácil facílimo superlotadas.
fiel fidelíssimo Seria mais sensato investir em educação, para prevenir a
criminalidade e tratar os que ingressaram nela.
Superlativo Relativo: ocorre quando a qualidade de um ser Na verdade, não existe solução mágica a curto prazo.
é intensificada em relação a um conjunto de seres. Essa relação Precisamos de uma divisão de renda menos brutal, motivar os
pode ser: policiais a executar sua função com dignidade, criar leis que
De Superioridade: Clara é a mais bela da sala. acabem com a impunidade dos criminosos bem-sucedidos e
De Inferioridade: Clara é a menos bela da sala. construir cadeias novas para substituir as velhas.
Enquanto não aprendermos a educar e oferecer medidas
Note bem: preventivas para que os pais evitem ter filhos que não serão
1)  O superlativo absoluto analítico é expresso por meio capazes de criar, cabe a nós a responsabilidade de integrá-los
dos advérbios  muito, extremamente, excepcionalmente, etc., na sociedade por meio da educação formal de bom nível, das
antepostos ao adjetivo. práticas esportivas e da oportunidade de desenvolvimento
2)  O superlativo absoluto sintético apresenta-se sob duas artístico.
formas : uma erudita, de origem latina, outra popular, de origem
vernácula. A forma erudita é constituída pelo radical do adjetivo (Drauzio Varella. In Folha de S.Paulo, 9 mar.2002. Adaptado)
latino +  um dos sufixos -íssimo, -imo ou érrimo. Por exemplo:
fidelíssimo, facílimo, paupérrimo. Em – características epidêmicas –, o adjetivo epidêmicas
A forma popular é constituída do radical do adjetivo corresponde a – características de epidemias.
português + o sufixo -íssimo: pobríssimo, agilíssimo. Assinale a alternativa em que, da mesma forma, o adjetivo
3) Em vez dos superlativos normais seriíssimo, precariíssimo, em destaque corresponde, corretamente, à expressão indicada.
necessariíssimo, preferem-se, na linguagem atual, as formas A) água fluvial – água da chuva.
seríssimo, precaríssimo, necessaríssimo, sem o desagradável B) produção aurífera – produção de ouro.
hiato i-í. C) vida rupestre – vida do campo.
Questões D) notícias brasileiras – notícias de Brasília.
E) costela bovina – costela de porco.
01. Leia o texto a seguir.
Violência epidêmica 02.Não se pluraliza os adjetivos compostos abaixo, exceto:
A) azul-celeste
A violência urbana é uma enfermidade contagiosa. Embora B) azul-pavão
possa acometer indivíduos vulneráveis em todas as classes C) surda-muda
sociais, é nos bairros pobres que ela adquire características D) branco-gelo
epidêmicas.
A prevalência varia de um país para outro e entre as cidades 03.Assinale a única alternativa em que os adjetivos não
de um mesmo país, mas, como regra, começa nos grandes estão no grau superlativo absoluto sintético:
centros urbanos e se dissemina pelo interior. A) Arquimilionário/ ultraconservador;
As estratégias que as sociedades adotam para combater a B) Supremo/ ínfimo;
violência variam muito e a prevenção das causas evoluiu muito C) Superamigo/ paupérrimo;
pouco no decorrer do século 20, ao contrário dos avanços D) Muito amigo/ Bastante pobre
ocorridos no campo das infecções, câncer, diabetes e outras
enfermidades. Respostas
A agressividade impulsiva é consequência de perturbações 1-B / 2-C / 3-D
nos mecanismos biológicos de controle emocional. Tendências
agressivas surgem em indivíduos com dificuldades adaptativas Pronome
que os tornam despreparados para lidar com as frustrações de
seus desejos. Pronome é a palavra que se usa em lugar do nome, ou a ele
A violência é uma doença. Os mais vulneráveis são os que se refere, ou ainda, que acompanha o nome qualificando-o de
tiveram a personalidade formada num ambiente desfavorável ao alguma forma.
desenvolvimento psicológico pleno.

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APOSTILAS OPÇÃO
A moça era mesmo bonita. Ela morava nos meus sonhos! Atenção: esses pronomes não costumam ser usados como
[substituição do nome] complementos verbais na língua-padrão. Frases como “Vi
ele na rua”, “Encontrei ela na praça”, “Trouxeram eu até aqui”,
A moça que morava nos meus sonhos era mesmo bonita! comuns na língua oral cotidiana, devem ser evitadas na língua
[referência ao nome] formal escrita ou falada. Na língua formal, devem ser usados os
pronomes oblíquos correspondentes: “Vi-o na rua”, “Encontrei-a
Essa moça morava nos meus sonhos! na praça”, “Trouxeram-me até aqui”.
[qualificação do nome] Obs.: frequentemente observamos a  omissão  do pronome
Grande parte dos pronomes não possuem significados reto em Língua Portuguesa. Isso se dá porque as próprias formas
fixos, isto é, essas palavras só adquirem significação dentro de verbais marcam, através de suas  desinências, as pessoas do
um  contexto, o qual nos permite recuperar a referência exata verbo indicadas pelo pronome reto.
daquilo que está sendo colocado por meio dos pronomes no Fizemos boa viagem. (Nós)
ato da comunicação. Com exceção dos pronomes interrogativos
e indefinidos, os demais pronomes têm por função principal Pronome Oblíquo
apontar para as pessoas do discurso ou a elas se relacionar,
indicando-lhes sua situação no tempo ou no espaço. Em virtude Pronome pessoal do caso oblíquo é aquele que, na sentença,
dessa característica, os pronomes apresentam uma  forma exerce a função de complemento verbal (objeto direto ou 
específica para cada pessoa do discurso. indireto) ou complemento nominal.

Minha carteira estava vazia quando eu fui assaltada. Ofertaram-nos flores. (objeto indireto)


[minha/eu: pronomes de 1ª pessoa = aquele que fala] Obs.: em verdade, o pronome oblíquo é uma forma variante
do pronome pessoal do caso reto. Essa variação indica a função
Tua carteira estava vazia quando tu foste assaltada? diversa que eles desempenham na oração: pronome reto marca
[tua/tu: pronomes de 2ª pessoa = aquele a quem se fala] o sujeito da oração; pronome oblíquo marca o complemento da
oração.
A carteira dela estava vazia quando ela foi assaltada. Os pronomes oblíquos sofrem variação de acordo com
[dela/ela: pronomes de 3ª pessoa = aquele de quem se fala] a acentuação tônica que possuem, podendo ser átonos ou tônicos.

Em termos morfológicos, os pronomes são  palavras Pronome Oblíquo Átono


variáveis  em gênero (masculino ou feminino) e em número
(singular ou plural). Assim, espera-se que a referência através São chamados átonos os pronomes oblíquos que  não  são
do pronome seja coerente em termos de gênero e número precedidos de preposição. Possuem acentuação tônica  fraca.
(fenômeno da concordância) com o seu objeto, mesmo quando Ele me deu um presente.
este se apresenta ausente no enunciado.
O quadro dos pronomes oblíquos átonos é assim configurado:
Fala-se de Roberta. Ele  quer participar do desfile - 1ª pessoa do singular (eu): me
da nossa escola neste ano. - 2ª pessoa do singular (tu): te
[nossa: pronome que qualifica “escola” = concordância - 3ª pessoa do singular (ele, ela): o, a, lhe
adequada] - 1ª pessoa do plural (nós): nos
[neste: pronome que determina “ano” = concordância - 2ª pessoa do plural (vós): vos
adequada] - 3ª pessoa do plural (eles, elas): os, as, lhes
[ele: pronome que faz referência à “Roberta” = concordância
inadequada] Observações:
O “lhe”  é o único pronome oblíquo átono que já se
Existem seis tipos de pronomes:  pessoais, possessivos, apresenta na forma contraída, ou seja, houve a união entre o
demonstrativos, indefinidos, relativos e interrogativos. pronome “o” ou “a” e preposição “a” ou “para”. Por acompanhar
diretamente uma preposição, o pronome “lhe” exerce sempre a
Pronomes Pessoais função de objeto indireto na oração.

São aqueles que substituem os substantivos, indicando Os pronomes me, te, nos  e  vos  podem tanto ser objetos
diretamente as pessoas do discurso. Quem fala ou escreve diretos como objetos indiretos.
assume os pronomes “eu” ou “nós”, usa os pronomes “tu”, “vós”, Os pronomes o, a, os e as atuam exclusivamente como
“você”  ou  “vocês”  para designar a quem se dirige e  “ele”, “ela”, objetos diretos.
“eles” ou “elas” para fazer referência à pessoa ou às pessoas de
quem fala. Saiba que:
Os pronomes pessoais variam de acordo com as funções Os pronomes me, te, lhe, nos, vos e lhes podem combinar-se
que exercem nas orações, podendo ser do caso reto ou do caso com os pronomes o, os, a, as, dando origem a formas como mo,
oblíquo. mos, ma, mas; to, tos, ta, tas; lho, lhos, lha, lhas; no-lo, no-los, no-
la, no-las, vo-lo, vo-los, vo-la, vo-las. Observe o uso dessas formas
Pronome Reto nos exemplos que seguem:

Pronome pessoal do caso reto é aquele que, na sentença,


exerce a função de sujeito ou predicativo do sujeito. - Trouxeste o pacote? - Não contaram a novidade a
Nós lhe ofertamos flores. vocês?
- Sim, entreguei-to ainda há - Não, no-la contaram.
Os pronomes retos apresentam flexão de número, gênero pouco.
(apenas na 3ª pessoa) e pessoa, sendo essa última a principal
flexão, uma vez que marca a pessoa do discurso. Dessa forma, o No português do Brasil, essas combinações não são usadas;
quadro dos pronomes retos é assim configurado: até mesmo na língua literária atual, seu emprego é muito raro. 
- 1ª pessoa do singular: eu
- 2ª pessoa do singular: tu Atenção:
- 3ª pessoa do singular: ele, ela Os pronomes o, os, a, as  assumem formas especiais depois
- 1ª pessoa do plural: nós de certas terminações verbais. Quando o verbo termina em -z,
- 2ª pessoa do plural: vós -s ou -r, o pronome assume a forma lo, los, la ou las, ao mesmo
- 3ª pessoa do plural: eles, elas tempo que a terminação verbal é suprimida.

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APOSTILAS OPÇÃO
Por exemplo: fiz + o = fi-lo Olhei para mim no espelho e não gostei do que vi.
fazei + o = fazei-os
dizer + a = dizê-la - 2ª pessoa do singular (tu): te, ti.
Assim tu te prejudicas.
Quando o verbo termina em som nasal, o pronome assume Conhece a ti mesmo.
as formas no, nos, na, nas. Por exemplo:
viram + o: viram-no - 3ª pessoa do singular (ele, ela): se, si, consigo.
repõe + os = repõe-nos Guilherme já se preparou.
retém + a: retém-na Ela deu a si um presente.
tem + as = tem-nas Antônio conversou consigo mesmo.

Pronome Oblíquo Tônico - 1ª pessoa do plural (nós): nos.


Lavamo-nos no rio.
Os pronomes oblíquos tônicos são sempre
precedidos por preposições, em geral as preposições a, para, de - 2ª pessoa do plural (vós): vos.
e com. Por esse motivo, os pronomes tônicos exercem a função Vós vos beneficiastes com a esta conquista.
de objeto indireto da oração. Possuem acentuação tônica forte.
O quadro dos pronomes oblíquos tônicos é assim - 3ª pessoa do plural (eles, elas): se, si, consigo.
configurado: Eles se conheceram.
Elas deram a si um dia de folga.
- 1ª pessoa do singular (eu): mim, comigo
- 2ª pessoa do singular (tu): ti, contigo A Segunda Pessoa Indireta
- 3ª pessoa do singular (ele, ela): ele, ela
- 1ª pessoa do plural (nós): nós, conosco A chamada segunda pessoa indireta manifesta-se quando
- 2ª pessoa do plural (vós): vós, convosco utilizamos pronomes que, apesar de indicarem nosso
- 3ª pessoa do plural (eles, elas): eles, elas interlocutor ( portanto, a segunda pessoa), utilizam o verbo na
terceira pessoa. É o caso dos chamados pronomes de tratamento,
Observe que as únicas formas próprias do pronome tônico que podem ser observados no quadro seguinte:
são a primeira pessoa (mim) e segunda pessoa (ti). As demais
repetem a forma do pronome pessoal do caso reto. Pronomes de Tratamento
- As preposições essenciais introduzem sempre pronomes
pessoais do caso oblíquo e nunca pronome do caso reto. Nos Vossa Alteza V. A. príncipes, duques
contextos interlocutivos que exigem o uso da língua formal, os Vossa Eminência V. Ema.(s) cardeais
pronomes costumam ser usados desta forma: Vossa Reverendíssima V. Revma.(s) sacerdotes e bispos
Não há mais nada entre mim e ti. Vossa Excelência V. Ex.ª (s) altas autoridades e
Não se comprovou qualquer ligação entre ti e ela. oficiais-generais
Não há nenhuma acusação contra mim. Vossa Magnificência V. Mag.ª (s) reitores de
Não vá sem mim. universidades
Vossa Majestade V. M. reis e rainhas
Atenção: Vossa Majestade Imperial V. M. I. Imperadores
Há construções em que a preposição, apesar de surgir Vossa Santidade V. S. Papa
anteposta a um pronome, serve para introduzir uma oração cujo Vossa Senhoria V. S.ª (s) tratamento
verbo está no infinitivo. Nesses casos, o verbo pode ter sujeito cerimonioso
expresso; se esse sujeito for um pronome, deverá ser do caso Vossa Onipotência V. O. Deus
reto.
Também são pronomes de tratamento  o senhor, a
Trouxeram vários vestidos para eu experimentar. senhora e você, vocês. “O senhor” e “a senhora” são empregados
Não vá sem eu mandar. no tratamento cerimonioso;  “você”  e  “vocês”, no tratamento
familiar. Você e vocês são largamente empregados no português
- A combinação da preposição  “com” e alguns pronomes do Brasil; em algumas regiões, a forma  tu  é de uso frequente;
originou as formas especiais  comigo, contigo, consigo, em outras, pouco empregada. Já a forma vós tem uso restrito à
conosco  e  convosco. Tais pronomes oblíquos tônicos linguagem litúrgica, ultraformal ou literária.
frequentemente exercem a função de  adjunto adverbial de
companhia. Observações:
Ele carregava o documento consigo. a) Vossa Excelência X Sua Excelência:  os pronomes de
tratamento que possuem “Vossa (s)”  são empregados em
- As formas “conosco” e “convosco” são substituídas por “com relação à pessoa com quem falamos.
nós” e “com vós” quando os pronomes pessoais são reforçados Espero que V. Ex.ª, Senhor Ministro, compareça a este
por palavras como outros, mesmos, próprios, todos, ambos ou encontro.
algum numeral. Emprega-se “Sua (s)” quando se fala a respeito da pessoa.
Todos os membros da C.P.I. afirmaram que Sua Excelência, o
Você terá de viajar com nós todos. Senhor Presidente da República, agiu com propriedade.
Estávamos com vós outros quando chegaram as más notícias.
Ele disse que iria com nós três. - Os pronomes de tratamento representam uma forma
indireta de nos dirigirmos aos nossos interlocutores. Ao
Pronome Reflexivo tratarmos um deputado por Vossa Excelência, por exemplo,
estamos nos endereçando à excelência que esse deputado
São pronomes pessoais oblíquos que, embora funcionem supostamente tem para poder ocupar o cargo que ocupa.
como objetos direto ou indireto, referem-se ao sujeito da oração.
Indicam que o sujeito pratica e recebe a ação expressa pelo b)  3ª pessoa:  embora os pronomes de tratamento dirijam-
verbo. se à  2ª pessoa, toda a concordância deve ser feita com a 3ª
O quadro dos pronomes reflexivos é assim configurado: pessoa. Assim, os verbos, os pronomes possessivos e os
pronomes oblíquos empregados em relação a eles devem ficar
- 1ª pessoa do singular (eu): me, mim. na 3ª pessoa.
Eu não me vanglorio disso.

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APOSTILAS OPÇÃO
Basta que V. Ex.ª cumpra a terça parte das suas promessas, No espaço:
para que seus eleitores lhe fiquem reconhecidos. Compro este carro (aqui). O pronome este indica que o carro
está perto da pessoa que fala.
c) Uniformidade de Tratamento:  quando escrevemos ou Compro esse carro (aí). O pronome  esse  indica que o carro
nos dirigimos a alguém, não é permitido mudar, ao longo do está perto da pessoa com quem falo, ou afastado da pessoa que
texto, a pessoa do tratamento escolhida inicialmente. Assim, fala.
por exemplo, se começamos a chamar alguém de “você”, não Compro aquele carro (lá). O pronome aquele diz que o carro
poderemos usar “te” ou “teu”. O uso correto exigirá, ainda, verbo está afastado da pessoa que fala e daquela com quem falo.
na terceira pessoa.  
Quando você vier, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos teus Atenção:  em situações de fala direta (tanto ao vivo quanto
cabelos. (errado) por meio de correspondência, que é uma modalidade escrita de
Quando você vier, eu a abraçarei e enrolar-me-ei nos seus fala), são particularmente importantes o este e o esse - o primeiro
cabelos. (correto) localiza os seres em relação ao emissor; o segundo, em relação
Quando tu vieres, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos teus ao destinatário. Trocá-los pode causar ambiguidade.
cabelos. (correto)
Dirijo-me a essa universidade com o objetivo de solicitar
Pronomes Possessivos informações sobre o concurso vestibular. (trata-se da universidade
destinatária).
São palavras que, ao indicarem a pessoa gramatical Reafirmamos a disposição  desta  universidade em participar
(possuidor), acrescentam a ela a ideia de posse de algo (coisa no próximo Encontro de Jovens. (trata-se da universidade que
possuída). envia a mensagem).
Este caderno é meu. (meu = possuidor: 1ª pessoa do singular)
No tempo:
Observe o quadro: Este ano está sendo bom para nós. O pronome este se refere
ao ano presente.
Número Pessoa Pronome Esse ano que passou foi razoável. O pronome esse se refere a
singular primeira meu(s), minha(s) um passado próximo.
Aquele ano foi terrível para todos. O pronome aquele está se
singular segunda teu(s), tua(s) referindo a um passado distante.
singular terceira seu(s), sua(s)  
- Os pronomes demonstrativos podem ser variáveis ou
plural primeira nosso(s), nossa(s) invariáveis, observe:
plural segunda vosso(s), vossa(s)
Variáveis: este(s), esta(s), esse(s), essa(s), aquele(s), aquela(s).
plural terceira seu(s), sua(s) Invariáveis: isto, isso, aquilo.
Note que: A forma do possessivo depende da pessoa - Também aparecem como pronomes demonstrativos:
gramatical a que se refere; o gênero e o número concordam com - o(s), a(s): quando estiverem antecedendo o “que” e puderem
o objeto possuído. ser substituídos por aquele(s), aquela(s), aquilo.
Ele trouxe seu apoio e sua contribuição naquele momento Não ouvi o que disseste. (Não ouvi aquilo que disseste.)
difícil. Essa rua não é a que te indiquei. (Esta rua não é aquela que
te indiquei.)
Observações: - mesmo(s), mesma(s):
Estas são as mesmas pessoas que o procuraram ontem.
1 -  A forma  “seu”  não é um possessivo quando resultar da - próprio(s), própria(s):
alteração fonética da palavra senhor. Os próprios alunos resolveram o problema.
- Muito obrigado, seu José.
- semelhante(s):
2 -  Os pronomes possessivos nem sempre indicam posse. Não compre semelhante livro.
Podem ter outros empregos, como: - tal, tais:
a) indicar afetividade. Tal era a solução para o problema.
- Não faça isso, minha filha.
b) indicar cálculo aproximado. Note que:
Ele já deve ter seus 40 anos.
c) atribuir valor indefinido ao substantivo. a)  Não raro os demonstrativos aparecem na frase, em
Marisa tem lá seus defeitos, mas eu gosto muito dela. construções redundantes, com finalidade expressiva, para
salientar algum termo anterior. Por exemplo:
3-  Em frases onde se usam pronomes de tratamento, o Manuela, essa é que dera em cheio casando com o José Afonso.
pronome possessivo fica na 3ª pessoa. Desfrutar das belezas brasileiras, isso é que é sorte!
Vossa Excelência trouxe sua mensagem? b)  O pronome demonstrativo neutro  ou  pode representar
um termo ou o conteúdo de uma oração inteira, caso em que
4-  Referindo-se a mais de um substantivo, o possessivo aparece, geralmente, como objeto direto, predicativo ou aposto.
concorda com o mais próximo. O casamento seria um desastre. Todos o pressentiam.
Trouxe-me seus livros e anotações. c)  Para evitar a repetição de um verbo anteriormente
expresso, é comum empregar-se, em tais casos, o verbo fazer,
5- Em algumas construções, os pronomes pessoais oblíquos chamado, então, verbo vicário (= que substitui, que faz as vezes
átonos assumem valor de possessivo. de).
Vou seguir-lhe os passos. (= Vou seguir seus passos.) Ninguém teve coragem de falar antes que ela o fizesse.
d)  Em frases como a seguinte,  este  se refere à pessoa
Pronomes Demonstrativos mencionada em último lugar; aquele, à mencionada em primeiro
lugar.
Os pronomes demonstrativos são utilizados para explicitar a O referido deputado e o Dr. Alcides eram amigos íntimos;
posição de uma certa palavra em relação a outras ou ao contexto. aquele casado, solteiro este. [ou então: este solteiro, aquele casado]
Essa relação pode ocorrer em termos de espaço, no tempo ou e) O pronome demonstrativo tal pode ter conotação irônica.
discurso. A menina foi a tal que ameaçou o professor?

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APOSTILAS OPÇÃO
f) Pode ocorrer a contração das preposições a, de, em com indefinidos destacados imprimem às afirmações de que fazem
pronome demonstrativo:  àquele, àquela, deste, desta, disso, parte:
nisso, no, etc. Nada  do que tem sido feito produziu  qualquer  resultado
Não acreditei no que estava vendo. (no = naquilo) prático.
Certas  pessoas conseguem perceber sutilezas: não são
Pronomes Indefinidos pessoas quaisquer.

São palavras que se referem à terceira pessoa do discurso, Pronomes Relativos


dando-lhe sentido vago (impreciso) ou expressando quantidade
indeterminada. São aqueles que representam nomes já mencionados
Alguém entrou no jardim e destruiu as mudas recém- anteriormente e com os quais se relacionam. Introduzem as
plantadas. orações subordinadas adjetivas.
Não é difícil perceber que  “alguém”  indica uma pessoa O racismo é um sistema  que  afirma a superioridade de um
de quem se fala (uma terceira pessoa, portanto) de forma grupo racial sobre outros.
imprecisa, vaga. É uma palavra capaz de indicar um ser humano (afirma a superioridade de um grupo racial sobre outros =
que seguramente existe, mas cuja identidade é desconhecida ou oração subordinada adjetiva).
não se quer revelar.  O pronome relativo  “que” refere-se à palavra  “sistema”  e
introduz uma oração subordinada. Diz-se que a palavra “sistema”
Classificam-se em: é antecedente do pronome relativo que.
O antecedente do pronome relativo pode ser o pronome
- Pronomes Indefinidos Substantivos:  assumem o lugar demonstrativo o, a, os, as.
do ser ou da quantidade aproximada de seres na frase. São Não sei o que você está querendo dizer.
eles:  algo, alguém, fulano, sicrano, beltrano, nada, ninguém, Às vezes, o antecedente do pronome relativo não vem
outrem, quem, tudo. expresso.
Algo o incomoda? Quem casa, quer casa.
Quem avisa amigo é.
Observe:
- Pronomes Indefinidos Adjetivos:  qualificam um ser Pronomes relativos variáveis = o qual, cujo, quanto, os quais,
expresso na frase, conferindo-lhe a noção de quantidade cujos, quantos, a qual, cuja, quanta, as quais, cujas, quantas.
aproximada. São eles: cada, certo(s), certa(s). Pronomes relativos invariáveis = quem, que, onde.
Cada povo tem seus costumes.
Certas pessoas exercem várias profissões. Note que:
a)  O pronome  “que”  é o relativo de mais largo emprego,
Note que: Ora são pronomes indefinidos substantivos, ora sendo por isso chamado relativo universal. Pode ser substituído
pronomes indefinidos adjetivos: por o qual, a qual, os quais, as quais, quando seu antecedente for
algum, alguns, alguma(s), bastante(s) (= muito, muitos), um substantivo.
demais, mais, menos, muito(s), muita(s), nenhum, nenhuns,
nenhuma(s), outro(s), outra(s), pouco(s), pouca(s), qualquer, O trabalho que eu fiz refere-se à corrupção. (= o qual)
quaisquer, qual, que, quanto(s), quanta(s), tal, tais, tanto(s), A cantora que acabou de se apresentar é péssima. (= a qual)
tanta(s), todo(s), toda(s), um, uns, uma(s), vários, várias. Os trabalhos que eu fiz referem-se à corrupção. (= os quais)
As cantoras que se apresentaram eram péssimas. (= as quais)
Menos palavras e mais ações.
Alguns se contentam pouco. b)  O qual, os quais, a qual e as quais são exclusivamente
pronomes relativos: por isso, são utilizados didaticamente para
Os pronomes indefinidos podem ser divididos verificar se palavras como “que”, “quem”, “onde” (que podem ter
em variáveis e invariáveis. Observe: várias classificações) são pronomes relativos. Todos eles são
usados com referência à pessoa ou coisa por motivo de clareza
Variáveis = algum, nenhum, todo, muito, pouco, vário, tanto, ou depois de determinadas preposições:
outro, quanto, alguma, nenhuma, toda, muita, pouca, vária,
tanta, outra, quanta, qualquer, quaisquer, alguns, nenhuns, Regressando de São Paulo, visitei o sítio de minha tia, o
todos, muitos, poucos, vários, tantos, outros, quantos, algumas, qual me deixou encantado. (O uso de “que”, neste caso, geraria
nenhumas, todas, muitas, poucas, várias, tantas, outras, quantas. ambiguidade.)
Invariáveis = alguém, ninguém, outrem, tudo, nada, algo,
cada. Essas são as conclusões sobre as quais pairam muitas
dúvidas? (Não se poderia usar “que” depois de sobre.)
São  locuções pronominais indefinidas: cada qual, cada um,
qualquer um, quantos quer (que), quem quer (que), seja quem for, c) O relativo “que” às vezes equivale a o que, coisa que, e se
seja qual for, todo aquele (que), tal qual (= certo), tal e qual, tal ou refere a uma oração.
qual, um ou outro, uma ou outra, etc.
Cada um escolheu o vinho desejado. Não chegou a ser padre, mas deixou de ser poeta, que era a
sua vocação natural.
Indefinidos Sistemáticos
d) O pronome “cujo” não concorda com o seu antecedente,
Ao observar atentamente os pronomes indefinidos, mas com o consequente. Equivale a do qual, da qual, dos quais,
percebemos que existem alguns grupos que criam oposição das quais.
de sentido. É o caso de: algum/alguém/algo, que têm sentido
afirmativo, e nenhum/ninguém/nada, que têm sentido negativo; Este é o caderno cujas folhas estão rasgadas.
todo/tudo,  que indicam uma totalidade afirmativa, e  nenhum/ (antecedente) (consequente)
nada, que indicam uma totalidade negativa; alguém/ninguém,
que se referem à pessoa, e  algo/nada, que se referem à coisa; e) “Quanto” é pronome relativo quando tem por antecedente
certo, que particulariza, e qualquer, que generaliza. um pronome indefinido: tanto (ou variações) e tudo:
Essas oposições de sentido são muito importantes na
construção de frases e textos coerentes, pois delas muitas Emprestei tantos quantos foram necessários.
vezes dependem a solidez e a consistência dos argumentos (antecedente)
expostos. Observe nas frases seguintes a força que os pronomes

Língua Portuguesa 29
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APOSTILAS OPÇÃO
Ele fez tudo quanto havia falado. Os pronomes pessoais oblíquos podem ser átonos ou tônicos:
(antecedente) os primeiros não são precedidos de preposição, diferentemente
dos segundos que são sempre precedidos de preposição.
f)  O pronome  “quem” se refere a pessoas e vem sempre - Pronome oblíquo átono: Joana me perguntou o que eu
precedido de preposição. estava fazendo.
- Pronome oblíquo tônico: Joana perguntou para mim o que
É um professor a quem muito devemos. eu estava fazendo.
(preposição)
Questões
g)  “Onde”, como pronome relativo, sempre possui
antecedente e só pode ser utilizado na indicação de lugar. 01. Observe as sentenças abaixo.
A casa onde morava foi assaltada. I. Esta é a professora de cuja aula todos os alunos gostam.
II. Aquela é a garota com cuja atitude discordei - tornamo-
h) Na indicação de tempo, deve-se empregar quando ou em nos inimigas desde aquele episódio.
que. III. A criança cuja a família não compareceu ficou inconsolável.
Sinto saudades da época em que (quando) morávamos no
exterior. O pronome ‘cuja’ foi empregado de acordo com a norma
culta da língua portuguesa em:
i) Podem ser utilizadas como pronomes relativos as palavras: (A) apenas uma das sentenças
- como (= pelo qual) (B) apenas duas das sentenças.
Não me parece correto o modo como você agiu semana (C) nenhuma das sentenças.
passada. (D) todas as sentenças.
- quando (= em que)
Bons eram os tempos quando podíamos jogar videogame. 02. Um estudo feito pela Universidade de Michigan constatou
que o que mais se faz no Facebook, depois de interagir com
j)  Os pronomes relativos permitem reunir duas orações amigos, é olhar os perfis de pessoas que acabamos de conhecer.
numa só frase. Se você gostar do perfil, adicionará aquela pessoa, e estará
O futebol é um esporte. formado um vínculo. No final, todo mundo vira amigo de todo
O povo gosta muito deste esporte. mundo. Mas, não é bem assim. As redes sociais têm o poder de
O futebol é um esporte de que o povo gosta muito. transformar os chamados elos latentes (pessoas que frequentam
o mesmo ambiente social, mas não são suas amigas) em elos
k)  Numa série de orações adjetivas coordenadas, pode fracos – uma forma superficial de amizade. Pois é, por mais
ocorrer a elipse do relativo “que”. que existam exceções _______qualquer regra, todos os estudos
A sala estava cheia de gente que conversava, (que) ria, mostram que amizades geradas com a ajuda da Internet são
(que) fumava. mais fracas, sim, do que aquelas que nascem e se desenvolvem
fora dela.
Pronomes Interrogativos Isso não é inteiramente ruim. Os seus amigos do peito
geralmente são parecidos com você: pertencem ao mesmo
São usados na formulação de perguntas, sejam elas diretas mundo e gostam das mesmas coisas. Os elos fracos, não. Eles
ou indiretas. Assim como os pronomes indefinidos, referem- transitam por grupos diferentes do seu e, por isso, podem lhe
se à 3ª pessoa do discurso de modo impreciso. São pronomes apresentar novas pessoas e ampliar seus horizontes – gerando
interrogativos: que, quem, qual (e variações), quanto (e variações). uma renovação de ideias que faz bem a todos os relacionamentos,
inclusive às amizades antigas. O problema é que a maioria das
Quem fez o almoço?/ Diga-me quem fez o almoço. redes na Internet é simétrica: se você quiser ter acesso às
Qual das bonecas preferes? / Não sei qual das bonecas informações de uma pessoa ou mesmo falar reservadamente com
preferes. ela, é obrigado a pedir a amizade dela. Como é meio grosseiro
Quantos passageiros desembarcaram? / Pergunte quantos dizer “não” ________ alguém que você conhece, todo mundo acaba
passageiros desembarcaram. adicionando todo mundo. E isso vai levando ________ banalização
do conceito de amizade.
Sobre os pronomes: É verdade. Mas, com a chegada de sítios como o Twitter, ficou
diferente. Esse tipo de sítio é uma rede social completamente
O pronome pessoal é do caso reto quando tem função de assimétrica. E isso faz com que as redes de “seguidores” e
sujeito na frase. O pronome pessoal é do caso oblíquo quando “seguidos” de alguém possam se comunicar de maneira muito
desempenha função de complemento. Vamos entender, mais fluida. Ao estudar a sua própria rede no Twitter, o sociólogo
primeiramente, como o pronome pessoal surge na frase e que Nicholas Christakis, da Universidade de Harvard, percebeu
função exerce. Observe as orações: que seus amigos tinham começado a se comunicar entre si
1. Eu não sei essa matéria, mas ele irá me ajudar. independentemente da mediação dele. Pessoas cujo único ponto
2. Maria foi embora para casa, pois não sabia se devia ajudá- em comum era o próprio Christakis acabaram ficando amigas.
lo. No Twitter, eu posso me interessar pelo que você tem a dizer e
começar a te seguir. Nós não nos conhecemos.
Na primeira oração os pronomes pessoais “eu” e “ele” Mas você saberá quando eu o retuitar ou mencionar seu
exercem função de sujeito, logo, são pertencentes ao caso reto. nome no sítio, e poderá falar comigo. Meus seguidores também
Já na segunda oração, observamos o pronome “lhe” exercendo podem se interessar pelos seus tuítes e começar a seguir você.
função de complemento, e, consequentemente, é do caso oblíquo. Em suma, nós continuaremos não nos conhecendo, mas as
Os pronomes pessoais indicam as pessoas do discurso, pessoas que estão ________ nossa volta podem virar amigas entre
o pronome oblíquo “lhe”, da segunda oração, aponta para a si.
segunda pessoa do singular (tu/você): Maria não sabia se devia Adaptado de: COSTA, C. C.. Disponível em:
ajudar.... Ajudar quem? Você (lhe). <http://super.abril.com.br/cotidiano/como-internet-
Importante: Em observação à segunda oração, o emprego do estamudando-amizade-619645.shtml>.
pronome oblíquo “lhe” é justificado antes do verbo intransitivo
“ajudar” porque o pronome oblíquo pode estar antes, depois ou Considere as seguintes afirmações sobre a relação que se
entre locução verbal, caso o verbo principal (no caso “ajudar”) estabelece entre algumas palavras do texto e os elementos a que
estiver no infinitivo ou gerúndio. se referem.
Eu desejo lhe perguntar algo. I. No segmento que nascem, a palavra que se refere a
Eu estou perguntando-lhe algo. amizades.

Língua Portuguesa 30
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APOSTILAS OPÇÃO
II. O segmento elos fracos retoma o segmento uma forma Mediante tais postulados, afirma-se que, dependendo das
superficial de amizade. circunstâncias expressas pelos advérbios, eles se classificam em
III. Na frase Nós não nos conhecemos, o pronome Nós refere- distintas categorias, uma vez expressas por:    
se aos pronomes eu e você. de modo: Bem, mal, assim, depressa, devagar, às pressas, às
claras, às cegas, à toa, à vontade, às escondidas, aos poucos, desse
Quais estão corretas? jeito, desse modo, dessa maneira, em geral, frente a frente, lado
(A) Apenas I. a lado, a pé, de cor, em vão, e a maior parte dos que terminam
(B) Apenas II. em -mente: calmamente, tristemente, propositadamente,
(C) Apenas III. pacientemente, amorosamente, docemente, escandalosamente,
(D) Apenas I e II. bondosamente, generosamente
(E) I, II e III. de intensidade: Muito, demais, pouco, tão, menos, em
excesso, bastante, pouco, mais, menos, demasiado, quanto, quão,
03. Observe a charge a seguir. tanto, que(equivale a quão), tudo, nada, todo, quase, de todo, de
muito, por completo.

de tempo: Hoje, logo, primeiro, ontem, tarde outrora,


amanhã, cedo, dantes, depois, ainda, antigamente, antes,
doravante, nunca, então, ora, jamais, agora, sempre, já, enfim,
afinal, breve, constantemente, entrementes, imediatamente,
primeiramente, provisoriamente, sucessivamente, às vezes,
à tarde, à noite, de manhã, de repente, de vez em quando, de
quando em quando, a qualquer momento, de tempos em tempos,
em breve, hoje em dia
de lugar: Aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora, acolá, atrás,
além, lá, detrás, aquém, cá, acima, onde, perto, aí, abaixo, aonde,
longe, debaixo, algures, defronte, nenhures, adentro, afora,
alhures, nenhures, aquém, embaixo, externamente, a distância,
à distância de, de longe, de perto, em cima, à direita, à esquerda,
Em relação à charge acima, assinale a afirmativa inadequada. ao lado, em volta
(A) A fala do personagem é uma modificação intencional de
uma fala de Cristo. de negação  : Não, nem, nunca, jamais, de modo algum, de
(B) As duas ocorrências do pronome “eles” referem-se a forma nenhuma, tampouco, de jeito nenhum
pessoas distintas. de dúvida: Acaso, porventura, possivelmente,
(C) A crítica da charge se dirige às autoridades políticas no provavelmente, quiçá, talvez, casualmente, por certo, quem sabe
poder. de afirmação: Sim, certamente, realmente, decerto,
(D) A posição dos braços do personagem na charge repete a efetivamente, certo, decididamente, realmente, deveras,
de Cristo na cruz. indubitavelmente
(E) Os elementos imagísticos da charge estão distribuídos de de exclusão: Apenas, exclusivamente, salvo, senão, somente,
forma equilibrada. simplesmente, só, unicamente
Respostas
01. A\02. E\03. B de inclusão: Ainda, até, mesmo, inclusivamente, também

Advérbio de ordem: Depois, primeiramente, ultimamente


de designação: Eis
O  advérbio, assim como muitas outras palavras existentes de interrogação: onde?(lugar), como?(modo),
na Língua Portuguesa, advém de outras línguas. Assim sendo, quando?(tempo), por quê?(causa), quanto?(preço e intensidade),
tal qual o adjetivo, o prefixo “ad-” indica a ideia de proximidade, para quê?(finalidade)
contiguidade.
Locução adverbial 
Essa proximidade faz referência ao processo verbal, no É reunião de duas ou mais palavras com valor de advérbio.
sentido de caracterizá-lo, ou seja, indicando as circunstâncias Exemplo:
em que esse processo se desenvolve.  Carlos saiu às pressas. (indicando modo)
Maria saiu à tarde. (indicando tempo)
O advérbio relaciona-se aos verbos da língua, no sentido de
caracterizar os processos expressos por ele. Contudo, ele não Há locuções adverbiais que possuem advérbios
é modificador exclusivo desta classe (verbos), pois também correspondentes.
modifica o  adjetivo e até outro advérbio. Seguem alguns Exemplo:
exemplos: Carlos saiu às pressas. = Carlos saiu apressadamente.
Para quem se diz  distantemente alheio  a esse assunto,
Apenas os advérbios de intensidade, de lugar e de modo são
você está até bem informado.
flexionados, sendo que os demais são todos invariáveis. A única
Temos o advérbio “distantemente” que modifica o adjetivo flexão propriamente dita que existe na categoria dos advérbios
alheio, representando uma qualidade, característica. é a de grau:

O artista canta muito mal. Superlativo:  aumenta a intensidade. Exemplos: longe


- longíssimo, pouco - pouquíssimo, inconstitucionalmente -
Nesse caso, o advérbio de intensidade “muito” modifica outro inconstitucionalissimamente, etc;
advérbio de modo – “mal”. Em ambos os exemplos pudemos
verificar que se tratava de somente uma palavra funcionando Diminutivo: diminui a intensidade.
como advérbio. No entanto, ele pode estar demarcado por Exemplos: perto - pertinho, pouco - pouquinho, devagar -
mais de uma palavra, que mesmo assim não deixará de ocupar devagarinho, 
tal função. Temos aí o que chamamos de  locução adverbial,
representada por algumas expressões, tais como: às vezes, sem Questões
dúvida, frente a frente, de modo algum, entre outras.
01. Leia os quadrinhos para responder a questão.

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APOSTILAS OPÇÃO
temos visto. O machismo e o preconceito são outros. O perfil
impulsivo de alguns jovens (amplificado pela bebida e por
outras substâncias) completa o mecanismo que gera agressões.
Sem interferir nesses elementos, a situação não vai mudar.
Maior rigor da justiça, educação para a convivência com o outro,
aumento da tolerância à própria frustração e melhor controle
sobre os impulsos (é normal levar um “não”, gente!) são alguns
dos caminhos.
(Jairo Bouer, Folha de S.Paulo, 24.10.2011. Adaptado)

Assinale a alternativa cuja expressão em destaque apresenta


circunstância adverbial de modo.
A) Repetidos episódios de violência (...) estão gerando ainda
uma série de repercussões.
B) ...quebrou o braço da estudante de direito R. D., 19, em
plena balada…
C) Esses dois jovens teriam tentado se aproximar, sem
sucesso, de duas amigas…
D) Um dos suspeitos do ataque alega que tudo não passou
de um engano...
E) O fato é que é difícil acreditar que tanta gente ande se
quebrando por aí…

03. Leia o texto a seguir.

Cultura matemática
Hélio Schwartsman
(Leila Lauar Sarmento e Douglas Tufano. Português. Volume
SÃO PAULO – Saiu mais um estudo mostrando que o ensino
Único)
de matemática no Brasil não anda bem. A pergunta é: podemos
viver sem dominar o básico da matemática? Durante muito
No primeiro e segundo quadrinhos, estão em destaque dois
tempo, a resposta foi sim. Aqueles que não simpatizavam muito
advérbios: AÍ e ainda.
com Pitágoras podiam simplesmente escolher carreiras nas
Considerando que advérbio é a palavra que modifica
quais os números não encontravam muito espaço, como direito,
um verbo, um outro advérbio ou um adjetivo, expressando
jornalismo, as humanidades e até a medicina de antigamente.
a circunstância em que determinado fato ocorre, assinale
Como observa Steven Pinker, ainda hoje, nos meios
a alternativa que classifica, correta e respectivamente, as
universitários, é considerado aceitável que um intelectual se
circunstâncias expressas por eles.
vanglorie de ter passado raspando em física e de ignorar o beabá
A) Lugar e negação.
da estatística. Mas ai de quem admitir nunca ter lido Joyce ou
B) Lugar e tempo.
dizer que não gosta de Mozart. Sobre ele recairão olhares tão
C) Modo e afirmação.
recriminadores quanto sobre o sujeito que assoa o nariz na
D) Tempo e tempo.
manga da camisa.
E) Intensidade e dúvida.
Joyce e Mozart são ótimos, mas eles, como quase toda a
cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida
02. Leia o texto a seguir.
prática. Já a cultura científica, que muitos ainda tratam com uma
ponta de desprezo, torna-se cada vez mais fundamental, mesmo
Impunidade é motor de nova onda de agressões
para quem não pretende ser engenheiro ou seguir carreiras
técnicas.
Repetidos episódios de violência têm sido noticiados nas
Como sobreviver à era do crédito farto sem saber calcular as
últimas semanas. Dois que chamam a atenção, pela banalidade
armadilhas que uma taxa de juros pode esconder? Hoje, é difícil
com que foram cometidos, estão gerando ainda uma série de
até posicionar-se de forma racional sobre políticas públicas sem
repercussões.
assimilar toda a numeralha que idealmente as informa.
Em Natal, um garoto de 19 anos quebrou o braço da
Conhecimentos rudimentares de estatística são pré-requisito
estudante de direito R.D., 19, em plena balada, porque ela teria
para compreender as novas pesquisas que trazem informações
recusado um beijo. O suposto agressor já responde a uma ação
relevantes para nossa saúde e bem-estar.
penal, por agressão, movida por sua ex-mulher.
A matemática está no centro de algumas das mais intrigantes
No mesmo final de semana, dois amigos que saíam de uma
especulações cosmológicas da atualidade. Se as equações da
boate em São Paulo também foram atacados por dois jovens
mecânica quântica indicam que existem universos paralelos,
que estavam na mesma balada, e um dos agredidos teve a perna
isso basta para que acreditemos neles? Ou, no rastro de Eugene
fraturada. Esses dois jovens teriam tentado se aproximar, sem
Wigner, podemos nos perguntar por que a matemática é tão
sucesso, de duas garotas que eram amigas dos rapazes que
eficaz para exprimir as leis da física.
saíam da boate. Um dos suspeitos do ataque alega que tudo não
Releia os trechos apresentados a seguir.
passou de um engano e que o rapaz teria fraturado a perna ao
- Aqueles que não simpatizavam muito com Pitágoras
cair no chão.
podiam simplesmente escolher carreiras nas quais os números
Curiosamente, também é possível achar um blog que diz
não encontravam muito espaço... (1.º parágrafo)
que R.D., em Natal, foi quem atacou o jovem e que seu braço se
- Já a cultura científica, que muitos ainda tratam com uma
quebrou ao cair no chão.
ponta de desprezo, torna-se cada vez mais fundamental...(3.º
Em ambos os casos, as câmeras dos estabelecimentos
parágrafo)
felizmente comprovam os acontecimentos, e testemunhas vão
Os advérbios em destaque nos trechos expressam, correta e
ajudar a polícia na investigação.
respectivamente, circunstâncias de
O fato é que é difícil acreditar que tanta gente ande se
A) afirmação e de intensidade.
quebrando por aí ao cair no chão, não é mesmo? As agressões
B) modo e de tempo.
devem ser rigorosamente apuradas e, se houver culpados, que
C) modo e de lugar.
eles sejam julgados e condenados.
D) lugar e de tempo.
A impunidade é um dos motores da onda de violência que
E) intensidade e de negação.

Língua Portuguesa 32
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APOSTILAS OPÇÃO
Respostas De + isto = disto
1-B / 2-C / 3-B De + isso = disso
De + aquilo = daquilo
Preposição De + aqui = daqui
De + aí = daí
Preposição  é uma palavra invariável que serve para ligar De + ali = dali
termos ou orações. Quando esta ligação acontece, normalmente De + outro = doutro(s)
há uma subordinação do segundo termo em relação ao De + outra = doutra(s)
primeiro. As preposições são muito importantes na estrutura Em + este(s) = neste(s)
da língua, pois estabelecem a coesão textual e possuem valores Em + esta(s) = nesta(s)
semânticos indispensáveis para a compreensão do texto. Em + esse(s) = nesse(s)
Em + aquele(s) = naquele(s)
Tipos de Preposição Em + aquela(s) = naquela(s)
Em + isto = nisto
1. Preposições essenciais: palavras que atuam exclusivamente Em + isso = nisso
como preposições. Em + aquilo = naquilo
A, ante, perante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, A + aquele(s) = àquele(s)
para, por, sem, sob, sobre, trás, atrás de, dentro de, para com. A + aquela(s) = àquela(s)
A + aquilo = àquilo
2.  Preposições acidentais: palavras de outras  classes
gramaticais que podem atuar como preposições. Dicas sobre preposição
Como, durante, exceto, fora, mediante, salvo, segundo, senão,
visto. 1. O “a” pode funcionar como preposição, pronome pessoal
oblíquo e artigo. Como distingui-los?
3.  Locuções prepositivas: duas ou mais palavras valendo
como uma preposição, sendo que a última palavra é uma delas. - Caso o “a” seja um artigo, virá precedendo a um substantivo.
Abaixo de, acerca de, acima de, ao lado de, a respeito de, de Ele servirá para determiná-lo como um substantivo singular
acordo com, em cima de, embaixo de, em frente a, ao redor de, e feminino.
graças a, junto a, com, perto de, por causa de, por cima de, por A dona da casa não quis nos atender.
trás de. Como posso fazer a Joana concordar comigo?

A preposição, como já foi dito, é invariável. No entanto pode - Quando é preposição, além de ser invariável, liga dois
unir-se a outras palavras e assim estabelecer concordância em termos e estabelece relação de subordinação entre eles.
gênero ou em número. Ex: por + o = pelo por + a = pela Cheguei a sua casa ontem pela manhã.
Não queria, mas vou ter que ir à outra cidade para procurar
Vale ressaltar que essa concordância não é característica da um tratamento adequado.
preposição, mas das palavras às quais ela se une.
- Se for pronome pessoal oblíquo estará ocupando o lugar e/
Esse processo de junção de uma preposição com outra ou a função de um substantivo.
palavra pode se dar a partir de dois processos: Temos Maria como parte da família. / A temos como parte
da família
1. Combinação: A preposição não sofre alteração. Creio que conhecemos nossa mãe melhor que ninguém. /
preposição a + artigos definidos o, os Creio que a conhecemos melhor que ninguém.
a + o = ao
preposição a + advérbio onde 2. Algumas relações semânticas estabelecidas por meio das
a + onde = aonde preposições:
Destino = Irei para casa.
2. Contração: Quando a preposição sofre alteração. Modo = Chegou em casa aos gritos.
Lugar = Vou ficar em casa;
Preposição + Artigos Assunto = Escrevi um artigo sobre adolescência.
De + o(s) = do(s) Tempo = A prova vai começar em dois minutos.
De + a(s) = da(s) Causa = Ela faleceu de derrame cerebral.
De + um = dum Fim ou finalidade = Vou ao médico para começar o
De + uns = duns tratamento.
De + uma = duma Instrumento = Escreveu a lápis.
De + umas = dumas Posse = Não posso doar as roupas da mamãe.
Em + o(s) = no(s) Autoria = Esse livro de Machado de Assis é muito bom.
Em + a(s) = na(s) Companhia = Estarei com ele amanhã.
Em + um = num Matéria = Farei um cartão de papel reciclado.
Em + uma = numa Meio = Nós vamos fazer um passeio de barco.
Em + uns = nuns Origem = Nós somos do Nordeste, e você?
Em + umas = numas Conteúdo = Quebrei dois frascos de perfume.
A + à(s) = à(s) Oposição = Esse movimento é contra o que eu penso.
Por + o = pelo(s) Preço = Essa roupa sai por R$ 50 à vista.
Por + a = pela(s)
Questões
Preposição + Pronomes
De + ele(s) = dele(s) 01. Leia o texto a seguir.
De + ela(s) = dela(s)
De + este(s) = deste(s) “Xadrez que liberta”: estratégia, concentração e reeducação
De + esta(s) = desta(s)
De + esse(s) = desse(s) João Carlos de Souza Luiz cumpre pena há três anos e dois
De + essa(s) = dessa(s) meses por assalto. Fransley Lapavani Silva está há sete anos
De + aquele(s) = daquele(s) preso por homicídio. Os dois têm 30 anos. Além dos muros,
De + aquela(s) = daquela(s) grades, cadeados e detectores de metal, eles têm outros pontos

Língua Portuguesa 33
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APOSTILAS OPÇÃO
em comum: tabuleiros e peças de xadrez. 03. Assinale a alternativa cuja preposição em destaque
O jogo, que eles aprenderam na cadeia, além de uma válvula expressa ideia de finalidade.
de escape para as horas de tédio, tornou-se uma metáfora para o A) Além disso, aumenta a punição administrativa, de R$
que pretendem fazer quando estiverem em liberdade. 957,70 para R$ 1.915,40.
“Quando você vai jogar uma partida de xadrez, tem que pensar B) ... o STJ (Superior Tribunal de Justiça) decidiu que
duas, três vezes antes. Se você movimenta uma peça errada, o bafômetro e o exame de sangue eram obrigatórios para
pode perder uma peça de muito valor ou tomar um xeque-mate, comprovar o crime.
instantaneamente. Se eu for para a rua e movimentar a peça C) “... Ele é encaminhado para a delegacia para o perito fazer
errada, eu posso perder uma peça muito importante na minha o exame clínico”...
vida, como eu perdi três anos na cadeia. Mas, na rua, o problema D) Já para o juiz criminal de São Paulo, Fábio Munhoz
maior é tomar o xeque-mate”, afirma João Carlos. Soares, um dos que devem julgar casos envolvendo pessoas
O xadrez faz parte da rotina de cerca de dois mil internos embriagadas ao volante, a mudança “é um avanço”.
em 22 unidades prisionais do Espírito Santo. É o projeto “Xadrez E) Para advogados, a lei aumenta o poder da autoridade
que liberta”. Duas vezes por semana, os presos podem praticar policial de dizer quem está embriagado...
a atividade sob a orientação de servidores da Secretaria de
Estado da Justiça (Sejus). Na próxima sexta-feira, será realizado Respostas
o primeiro torneio fora dos presídios desde que o projeto foi 1-B / 2-B / 3-B
implantado. Vinte e oito internos de 14 unidades participam da
disputa, inclusive João Carlos e Fransley, que diz que a vitória Conjunção
não é o mais importante.
“Só de chegar até aqui já estou muito feliz, porque eu não Conjunção  é a palavra invariável que liga duas orações ou
esperava. A vitória não é tudo. Eu espero alcançar outras coisas dois termos semelhantes de uma mesma oração. Por exemplo:
devido ao xadrez, como ser olhado com outros olhos, como A menina segurou a boneca  e mostrou quando viu as
estou sendo olhado de forma diferente aqui no presídio devido amiguinhas.
ao bom comportamento”. Deste exemplo podem ser retiradas três informações:
Segundo a coordenadora do projeto, Francyany Cândido 1-) segurou a boneca 2-) a menina mostrou 3-) viu as
Venturin, o “Xadrez que liberta” tem provocado boas mudanças amiguinhas
no comportamento dos presos. “Tem surtido um efeito positivo
por eles se tornarem uma referência positiva dentro da unidade, Cada informação está estruturada em torno de um verbo:
já que cumprem melhor as regras, respeitam o próximo e segurou, mostrou, viu. Assim, há nessa frase três orações:
pensam melhor nas suas ações, refletem antes de tomar uma 1ª oração: A menina segurou a boneca 2ª oração: e  mostrou
atitude”. 3ª oração: quando viu as amiguinhas.
Embora a Sejus não monitore os egressos que ganham a A segunda oração liga-se à primeira por meio do “e”, e a
liberdade, para saber se mantêm o hábito do xadrez, João Carlos terceira oração liga-se à segunda por meio do “quando”. As
já faz planos. “Eu incentivo não só os colegas, mas também palavras “e” e “quando” ligam, portanto, orações.
minha família. Sou casado e tenho três filhos. Já passei para a
minha família: xadrez, quando eu sair para a rua, todo mundo Observe: Gosto de natação e de futebol.
vai ter que aprender porque vai rolar até o torneio familiar”. Nessa frase as expressões de natação, de futebol são partes
“Medidas de promoção de educação e que possibilitem que o ou termos de uma mesma oração. Logo, a palavra  “e” está
egresso saia melhor do que entrou são muito importantes. Nós ligando termos de uma mesma oração.
não temos pena de morte ou prisão perpétua no Brasil. O preso
tem data para entrar e data para sair, então ele tem que sair Conjunção é a palavra invariável que liga duas orações
sem retornar para o crime”, analisa o presidente do Conselho ou dois termos semelhantes de uma mesma oração.
Estadual de Direitos Humanos, Bruno Alves de Souza Toledo.
(Disponível em: www.inapbrasil.com.br/en/noticias/xadrez-que- Morfossintaxe da Conjunção
liberta-estrategia-concentracao-e-reeducacao/6/noticias. Adaptado)
As conjunções, a exemplo das preposições, não exercem
No trecho –... xadrez, quando eu sair para a rua, todo mundo propriamente uma função sintática: são conectivos.
vai ter que aprender porque vai rolar até o torneio familiar.– o
termo em destaque expressa relação de Classificação - Conjunções Coordenativas- Conjunções
A) espaço, como em – Nosso diretor foi até Brasília para falar Subordinativas
do projeto “Xadrez que liberta”.
B) inclusão, como em – O xadrez mudou até o nosso modo Conjunções coordenativas
de falar. Dividem-se em:
C) finalidade, como em – Precisamos treinar até junho para
termos mais chances de vencer o torneio de xadrez. - ADITIVAS: expressam a ideia de adição, soma.
D) movimento, como em – Só de chegar até aqui já estou Ex. Gosto de cantar e de dançar.
muito feliz, porque eu não esperava. Principais conjunções aditivas: e, nem, não só...mas também,
E) tempo, como em – Até o ano que vem, pretendo conseguir não só...como também.
a revisão da minha pena.
- ADVERSATIVAS: Expressam ideias contrárias, de oposição,
02. Considere o trecho a seguir. de compensação.
O metrô paulistano, ________quem a banda recebe apoio, Ex. Estudei, mas não entendi nada.
garante o espaço para ensaios e os equipamentos; e a estabilidade Principais conjunções adversativas: mas, porém, contudo,
no emprego, vantagem________ que muitos trabalhadores sonham, todavia, no entanto, entretanto.
é o que leva os integrantes do grupo a permanecerem na
instituição. - ALTERNATIVAS: Expressam ideia de alternância.
Ou você sai do telefone ou eu vendo o aparelho.
As preposições que preenchem o trecho, correta, Principais conjunções alternativas: Ou...ou, ora...ora, quer...
respectivamente e de acordo com a norma-padrão, são: quer, já...já.
A) a ...com
B) de ...com - CONCLUSIVAS: Servem para dar conclusões às orações. Ex.
C) de ...a Estudei muito, por isso mereço passar.
D) com ...a Principais conjunções conclusivas: logo, por isso, pois
E) para ...de (depois do verbo), portanto, por conseguinte, assim.

Língua Portuguesa 34
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APOSTILAS OPÇÃO
- EXPLICATIVAS: Explicam, dão um motivo ou razão. Ex. É 2º) Na frase “Precisavam enterrar os mortos em outra cidade
melhor colocar o casaco porque está fazendo muito frio lá fora. porque não havia cemitério no local.”
Principais conjunções explicativas: que, porque, pois (antes a) Temos uma OSA Causal, já que a oração subordinada
do verbo), porquanto. (parte destacada) mostra a causa da ação expressa pelo
verbo da oração principal. Outra forma de reconhecê-
Conjunções subordinativas la é colocá-la no início do período, introduzida pela
- CAUSAIS conjunção como - o que não ocorre com a CS Explicativa.
Principais conjunções causais: porque, visto que, já que, uma Como não havia cemitério no local, precisavam enterrar os mortos
vez que, como (= porque). em outra cidade.
Ele não fez o trabalho porque não tem livro. b) As orações são subordinadas e, por isso, totalmente
dependentes uma da outra.
- COMPARATIVAS Questões
Principais conjunções comparativas: que, do que, tão...como,
mais...do que, menos...do que. 01. Leia o texto a seguir.
Ela fala mais que um papagaio. A música alcançou uma onipresença avassaladora em nosso
mundo: milhões de horas de sua história estão disponíveis em
- CONCESSIVAS disco; rios de melodia digital correm na internet; aparelhos
Principais conjunções concessivas: embora, ainda que, de mp3 com 40 mil canções podem ser colocados no bolso. No
mesmo que, apesar de, se bem que. entanto, a música não é mais algo que fazemos nós mesmos, ou
Indicam uma concessão, admitem uma contradição, um fato até que observamos outras pessoas fazerem diante de nós.
inesperado. Traz em si uma ideia de “apesar de”. Ela se tornou um meio radicalmente virtual, uma arte sem
rosto. Quando caminhamos pela cidade num dia comum, nossos
Embora estivesse cansada, fui ao shopping. (= apesar de estar ouvidos registram música em quase todos os momentos − pedaços
cansada) de hip-hop vazando dos fones de ouvido de adolescentes no metrô,
Apesar de ter chovido fui ao cinema. o sinal do celular de um advogado tocando a “Ode à alegria”, de
Beethoven −, mas quase nada disso será resultado imediato de
- CONFORMATIVAS um trabalho físico de mãos ou vozes humanas, como se dava no
Principais conjunções conformativas: como, segundo, passado.
conforme, consoante Desde que Edison inventou o cilindro fonográfico, em1877,
Cada um colhe conforme semeia. existe gente que avalia o que a gravação fez em favor e desfavor
Expressam uma ideia de acordo, concordância, conformidade. da arte da música. Inevitavelmente, a conversa descambou para
os extremos retóricos. No campo oposto ao dos que diziam que a
- CONSECUTIVAS tecnologia acabaria com a música estão os utópicos, que alegam
Expressam uma ideia de consequência. que a tecnologia não aprisionou a música, mas libertou-a, levando
Principais conjunções consecutivas: que (após “tal”, “tanto”, a arte da elite às massas. Antes de Edison, diziam os utópicos,
“tão”, “tamanho”). as sinfonias de Beethoven só podiam ser ouvidas em salas de
Falou tanto que ficou rouco. concerto selecionadas. Agora, as gravações levam a mensagem
de Beethoven aos confins do planeta, convocando a multidão
- FINAIS saudada na “Ode à alegria”: “Abracem-se, milhões!”. Glenn Gould,
Expressam ideia de finalidade, objetivo. depois de afastar-se das apresentações ao vivo em 1964, previu
Todos trabalham para que possam sobreviver. que dentro de um século o concerto público desapareceria no éter
Principais conjunções finais: para que, a fim de que, porque eletrônico, com grande efeito benéfico sobre a cultura musical.
(=para que), (Adaptado de Alex Ross. Escuta só. Tradução Pedro Maia
Soares. São Paulo, Cia. das Letras, 2010, p. 76-77)
- PROPORCIONAIS
Principais conjunções proporcionais: à medida que, quanto No entanto, a música não é mais algo que fazemos nós mesmos,
mais, ao passo que, à proporção que. ou até que observamos outras pessoas fazerem diante de nós.
À medida que as horas passavam, mais sono ele tinha.
Considerando-se o contexto, é INCORRETO afirmar que o
- TEMPORAIS elemento grifado pode ser substituído por:
Principais conjunções temporais: quando, enquanto, logo A) Porém.
que. B) Contudo.
Quando eu sair, vou passar na locadora. C) Todavia.
D) Entretanto.
Importante: E) Conquanto.

Diferença entre orações causais e explicativas 02. Observando as ocorrências da palavra “como” em –
Como fomos programados para ver o mundo como um lugar
Quando estudamos Orações Subordinadas Adverbiais (OSA) ameaçador… – é correto afirmar que se trata de conjunção
e Coordenadas Sindéticas (CS), geralmente nos deparamos (A) comparativa nas duas ocorrências.
com a dúvida de como distinguir uma oração causal de uma (B) conformativa nas duas ocorrências.
explicativa. Veja os exemplos: (C) comparativa na primeira ocorrência.
(D) causal na segunda ocorrência.
1º) Na frase “Não atravesse a rua, porque você pode ser (E) causal na primeira ocorrência.
atropelado”:
a) Temos uma CS Explicativa, que indica uma justificativa ou 03. Leia o texto a seguir.
uma explicação do fato expresso na oração anterior.
b) As orações são coordenadas e, por isso, independentes Participação
uma da outra. Neste caso, há uma pausa entre as orações que
vêm marcadas por vírgula. Num belo poema, intitulado “Traduzir-se”, Ferreira Gullar
Não atravesse a rua. Você pode ser atropelado. aborda o tema de uma divisão muito presente em cada um de
b) Outra dica é, quando a oração que antecede a OC (Oração nós: a que ocorre entre o nosso mundo interior e a nossa atuação
Coordenada) vier com verbo no modo imperativo, ela será junto aos outros, nosso papel na ordem coletiva. A divisão não é
explicativa. simples: costuma-se ver como antagônicas essas duas “partes”
Façam silêncio, que estou falando. (façam= verbo imperativo) de nós, nas quais nos dividimos. De fato, em quantos momentos

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APOSTILAS OPÇÃO
da nossa vida precisamos escolher entre o atendimento de um Hum! Esse pudim estava maravilhoso!
interesse pessoal e o cumprimento de um dever ético? Como poeta hum: expressão de um pensamento súbito = interjeição
e militante político, Ferreira Gullar deixou-se atrair tanto pela
expressão das paixões mais íntimas quanto pela atuação de um O significado das interjeições está vinculado à maneira
convicto socialista. Em seu poema, o diálogo entre as duas partes como elas são proferidas. Desse modo, o tom da fala é que dita
é desenvolvido de modo a nos fazer pensar que são incompatíveis. o sentido que a expressão vai adquirir em cada contexto de
enunciação. Exemplos:
Mas no último momento do poema deparamo-nos com esta Psiu!
estrofe: contexto:  alguém pronunciando essa expressão na rua;
“Traduzir uma parte na outra parte − que é uma questão de significado da interjeição (sugestão):  “Estou te chamando! Ei,
vida ou morte − será arte?” espere!”
Psiu!
O poeta levanta a possibilidade da “tradução” de uma parte contexto:  alguém pronunciando essa expressão em um
na outra, ou seja, da interação de ambas, numa espécie de hospital; significado da interjeição (sugestão):  “Por favor, faça
espelhamento. Isso ocorreria quando o indivíduo conciliasse silêncio!”
verdadeiramente a instância pessoal e os interesses de uma Puxa! Ganhei o maior prêmio do sorteio!
comunidade; quando deixasse de haver contradição entre a razão puxa: interjeição; tom da fala: euforia
particular e a coletiva. Pergunta-se o poeta se não seria arte esse Puxa! Hoje não foi meu dia de sorte!
tipo de integração. Realmente, com muita frequência a arte se puxa: interjeição; tom da fala: decepção
mostra capaz de expressar tanto nossa subjetividade como nossa
identidade social. As interjeições cumprem, normalmente, duas funções:
Nesse sentido, traduzir uma parte na outra parte significaria a)  Sintetizar uma frase  exclamativa, exprimindo alegria,
vencer a parcialidade e chegar a uma autêntica participação, tristeza, dor, etc.
de sentido altamente político. O poema de Gullar deixa-nos essa Você faz o que no Brasil?
hipótese provocadora, formulada com um ar de convicção. Eu? Eu negocio com madeiras.
(Belarmino Tavares, inédito) Ah, deve ser muito interessante.
b) Sintetizar uma frase apelativa
Os seguintes fatos, referidos no texto, travam entre si uma Cuidado! Saia da minha frente.
relação de causa e efeito: As interjeições podem ser formadas por:
A) ser poeta e militante político / confronto entre a) simples sons vocálicos: Oh!, Ah!, Ó, Ô.
subjetividade e atuação social b) palavras: Oba!, Olá!, Claro!
B) ser poeta e militante político / divisão permanente em c) grupos de palavras (locuções interjetivas): Meu Deus!, Ora
cada um de nós bolas!
C) ser movido pelas paixões / esposar teses socialistas A ideia expressa pela interjeição depende muitas vezes
D) fazer arte / obliterar uma questão de vida ou morte da entonação com que é pronunciada; por isso, pode ocorrer que
E) participar ativamente da política / formular hipóteses uma interjeição tenha mais de um sentido. Por exemplo:
com ar de convicção Oh! Que surpresa desagradável! (ideia de contrariedade)
Respostas Oh! Que bom te encontrar. (ideia de alegria)
1-E / 2-E / 3-A
Classificação das Interjeições
Interjeição
Comumente, as interjeições expressam sentido de:
- Advertência: Cuidado!, Devagar!, Calma!, Sentido!,
Interjeição  é a palavra invariável que exprime emoções,
Atenção!, Olha!, Alerta!
sensações, estados de espírito, ou que procura agir sobre o
- Afugentamento: Fora!, Passa!, Rua!, Xô!
interlocutor, levando-o a adotar certo comportamento sem que,
- Alegria ou Satisfação: Oh!, Ah!,Eh!, Oba!, Viva!
para isso, seja necessário fazer uso de estruturas linguísticas
- Alívio: Arre!, Uf!, Ufa! Ah!
mais elaboradas. Observe o exemplo:
- Animação ou Estímulo: Vamos!, Força!, Coragem!, Eia!,
Droga! Preste atenção quando eu estou falando!
Ânimo!, Adiante!, Firme!, Toca!
No exemplo acima, o interlocutor está muito bravo. Toda sua
- Aplauso ou Aprovação: Bravo!, Bis!, Apoiado!, Viva!, Boa!
raiva se traduz numa palavra: Droga!
- Concordância: Claro!, Sim!, Pois não!, Tá!, Hã-hã!
Ele poderia ter dito: - Estou com muita raiva de você! Mas usou
- Repulsa ou Desaprovação: Credo!, Irra!, Ih!, Livra!, Safa!,
simplesmente uma palavra. Ele empregou a interjeição Droga!
Fora!, Abaixo!, Francamente!, Xi!, Chega!, Basta!, Ora!
As sentenças da língua costumam se organizar de forma
- Desejo ou Intenção: Oh!, Pudera!, Tomara!, Oxalá!
lógica: há uma sintaxe que estrutura seus elementos e os distribui
- Desculpa: Perdão!
em posições adequadas a cada um deles. As interjeições, por
- Dor ou Tristeza: Ai!, Ui!, Ai de mim!, Que pena!, Ah!, Oh!,
outro lado, são uma espécie de “palavra-frase”, ou seja, há uma
Eh!
ideia expressa por uma palavra (ou um conjunto de palavras -
- Dúvida ou Incredulidade: Qual!, Qual o quê!, Hum!, Epa!,
locução interjetiva) que poderia ser colocada em termos de uma
Ora!
sentença.
- Espanto ou Admiração: Oh!, Ah!, Uai!, Puxa!, Céus!, Quê!,
Veja os exemplos:
Caramba!, Opa!, Virgem!, Vixe!, Nossa!, Hem?!, Hein?, Cruz!, Putz!
Bravo! Bis!
- Impaciência ou Contrariedade: Hum!, Hem!, Irra!, Raios!,
bravo  e  bis: interjeição / sentença (sugestão): «Foi muito
Diabo!, Puxa!, Pô!, Ora!
bom! Repitam!»
- Pedido de Auxílio: Socorro!, Aqui!, Piedade!
Ai! Ai! Ai! Machuquei meu pé...
- Saudação, Chamamento ou Invocação: Salve!, Viva!,
ai: interjeição / sentença (sugestão): “Isso está doendo!” ou
Adeus!, Olá!, Alô!, Ei!, Tchau!, Ô, Ó, Psiu!, Socorro!, Valha-me,
“Estou com dor!”
Deus!
- Silêncio: Psiu!, Bico!, Silêncio!
A interjeição é um recurso da linguagem afetiva, em que
- Terror ou Medo: Credo!, Cruzes!, Uh!, Ui!, Oh!
não há uma ideia organizada de maneira lógica, como são as
sentenças da língua, mas sim a manifestação de um suspiro, Saiba que: As interjeições são palavras invariáveis, isto é,
um estado da alma decorrente de uma situação particular, um não sofrem variação em gênero, número e grau como os nomes,
momento ou um contexto específico. Exemplos: nem de número, pessoa, tempo, modo, aspecto e voz como os
Ah, como eu queria voltar a ser criança! verbos. No entanto, em uso específico, algumas interjeições
ah: expressão de um estado emotivo = interjeição sofrem variação em grau. Deve-se ter claro, neste caso, que

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APOSTILAS OPÇÃO
não se trata de um processo natural dessa classe de palavra, Os quatro últimos ingressos foram vendidos há pouco.
mas tão só uma variação que a linguagem afetiva permite. [quatro: numeral = atributo numérico de “ingresso”]
Exemplos: oizinho, bravíssimo, até loguinho. Eu quero café duplo, e você?
[duplo: numeral = atributo numérico de “café”]
Locução Interjetiva
A primeira pessoa da fila pode entrar, por favor!
[primeira: numeral = situa o ser “pessoa” na sequência de
Ocorre quando duas ou mais palavras formam uma
“fila”]
expressão com sentido de interjeição. Por exemplo
Ora bolas!
Note bem: os numerais traduzem, em palavras, o que
Quem me dera!
os números indicam em relação aos seres. Assim, quando a
Virgem Maria!
expressão é colocada em números (1, 1°, 1/3, etc.) não se trata
Meu Deus!
de numerais, mas sim de algarismos.
Ai de mim!
Além dos numerais mais conhecidos, já que refletem a
Valha-me Deus!
ideia expressa pelos números, existem mais algumas palavras
Graças a Deus!
consideradas numerais porque denotam quantidade, proporção
Alto lá!
ou ordenação. São alguns exemplos: década, dúzia, par,
Muito bem!
ambos(as), novena.
Observações:
Classificação dos Numerais
1) As interjeições são como frases resumidas, sintéticas. Por
exemplo:
Cardinais: indicam contagem, medida. É o número básico:
Ué! = Eu não esperava por essa!
um, dois, cem mil, etc.
Perdão! = Peço-lhe que me desculpe.
Ordinais: indicam a ordem ou lugar do ser numa série dada:
primeiro, segundo, centésimo, etc.
2) Além do contexto, o que caracteriza a interjeição é o seu
Fracionários: indicam parte de um inteiro, ou seja, a divisão
tom exclamativo; por isso, palavras de outras classes gramaticais
dos seres: meio, terço, dois quintos, etc.
podem aparecer como interjeições.
Multiplicativos: expressam ideia de multiplicação dos
Viva! Basta! (Verbos)
seres, indicando quantas vezes a quantidade foi aumentada:
Fora! Francamente! (Advérbios)
dobro, triplo, quíntuplo, etc.
3) A interjeição pode ser considerada uma “palavra-frase”
Leitura dos Numerais
porque sozinha pode constituir uma mensagem.
Socorro!
Separando os números em centenas, de trás para frente,
Ajudem-me! 
obtêm-se conjuntos numéricos, em forma de centenas e, no
Silêncio!
início, também de dezenas ou unidades. Entre esses conjuntos
Fique quieto!
usa-se vírgula; as unidades ligam-se pela conjunção “e”.
1.203.726 = um milhão, duzentos e três mil, setecentos e vinte
4) Há, também, as interjeições onomatopaicas ou imitativas,
e seis.
que exprimem ruídos e vozes.
45.520 = quarenta e cinco mil, quinhentos e vinte.
Pum! Miau! Bumba! Zás! Plaft! Pof!
Catapimba! Tique-taque! Quá-quá-quá!, etc.
Flexão dos numerais
Os numerais cardinais que variam em gênero são um/uma,
5) Não se deve confundir a interjeição de apelo “ó” com a sua
dois/duas e os que indicam centenas de duzentos/duzentas em
homônima  “oh!”, que exprime admiração, alegria, tristeza, etc.
diante: trezentos/trezentas; quatrocentos/quatrocentas, etc.
Faz-se uma pausa depois do” oh!” exclamativo e não a fazemos
Cardinais como milhão, bilhão, trilhão, variam em número:
depois do “ó” vocativo.
milhões, bilhões, trilhões. Os demais cardinais são invariáveis.
Os numerais ordinais variam em gênero e número:
“Ó natureza! ó mãe piedosa e pura!» (Olavo Bilac) 
primeiro segundo milésimo
Oh! a jornada negra!» (Olavo Bilac)
primeira segunda milésima
primeiros segundos milésimos
6) Na linguagem afetiva, certas interjeições, originadas
primeiras segundas milésimas
de palavras de outras classes, podem aparecer flexionadas no
diminutivo ou no superlativo.
Os numerais multiplicativos são invariáveis quando atuam
Calminha! Adeusinho! Obrigadinho!
em funções substantivas:
Interjeições, leitura e produção de textos
Fizeram o dobro do esforço e conseguiram o triplo de produção.
Quando atuam em funções adjetivas, esses numerais
Usadas com muita frequência na língua falada informal,
flexionam-se em gênero e número:
quando empregadas na língua escrita, as interjeições costumam
Teve de tomar doses triplas do medicamento.
conferir-lhe certo tom inconfundível de coloquialidade. Além
Os numerais fracionários flexionam-se em gênero e número.
disso, elas podem muitas vezes indicar traços pessoais do falante
Observe: um terço/dois terços, uma terça parte/duas terças
- como a escassez de vocabulário, o temperamento agressivo ou
partes
dócil, até mesmo a origem geográfica. É nos textos narrativos -
Os numerais coletivos flexionam-se em número. Veja: uma
particularmente nos diálogos - que comumente se faz uso
dúzia, um milheiro, duas dúzias, dois milheiros.
das interjeições com o objetivo de caracterizar personagens
É comum na linguagem coloquial a indicação de grau nos
e, também, graças à sua natureza sintética, agilizar as falas.
numerais, traduzindo afetividade ou especialização de sentido.
Natureza sintética e conteúdo mais emocional do que
É o que ocorre em frases como:
racional fazem das interjeições presença constante nos textos
“Me empresta duzentinho...”
publicitários.
É artigo de primeiríssima qualidade!
Fonte: http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/
O time está arriscado por ter caído na segundona. (= segunda
morf89.php
divisão de futebol)
Numeral
Emprego dos Numerais
Numeral é a palavra que indica os seres em termos
*Para designar papas, reis, imperadores, séculos e partes em
numéricos, isto é, que atribui quantidade aos seres ou os situa
que se divide uma obra, utilizam-se os ordinais até décimo e a
em determinada sequência.
partir daí os cardinais, desde que o numeral venha depois do

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APOSTILAS OPÇÃO
substantivo: 02.Aponte a alternativa em que os numerais estão bem
Ordinais Cardinais empregados.
João Paulo II (segundo) Tomo XV (quinze) A) Ao papa Paulo Seis sucedeu João Paulo Primeiro.
D. Pedro II (segundo) Luís XVI (dezesseis) B) Após o parágrafo nono virá o parágrafo décimo.
Ato II (segundo) Capítulo XX (vinte) C) Depois do capítulo sexto, li o capitulo décimo primeiro.
Século VIII (oitavo) Século XX (vinte) D) Antes do artigo dez vem o artigo nono.
Canto IX (nono) João XXIII ( vinte e três) E) O artigo vigésimo segundo foi revogado.

*Para designar leis, decretos e portarias, utiliza-se o ordinal 03. Os ordinais referentes aos números 80, 300, 700 e 90
até nono e o cardinal de dez em diante: são, respectivamente
Artigo 1.° (primeiro) Artigo 10 (dez) A) octagésimo, trecentésimo, septingentésirno,
Artigo 9.° (nono) Artigo 21 (vinte e um) nongentésimo
B) octogésimo, trecentésimo, septingentésimo, nonagésimo
*Ambos/ambas são considerados numerais. Significam “um C) octingentésimo, tricentésimo, septuagésimo, nonagésimo
e outro”, “os dois” (ou “uma e outra”, “as duas”) e são largamente D) octogésimo, tricentésimo, septuagésimo, nongentésimo
empregados para retomar pares de seres aos quais já se fez
referência. Respostas
Pedro e João parecem ter finalmente percebido a importância 1-B / 2-D / 3-B
da solidariedade. Ambos agora participam das atividades
comunitárias de seu bairro. Estrutura e formação das palavras

Obs.: a forma “ambos os dois” é considerada enfática. Observe as seguintes palavras:


Atualmente, seu uso indica afetação, artificialismo. escol-a
escol-ar
Cardinais Ordinais Multiplicativos Fracionários escol-arização
um primeiro - - escol-arizar
dois segundo dobro, duplo meio sub-escol-arização
três terceiro triplo, tríplice terço
quatro quarto quádruplo quarto Percebemos que há um elemento comum a todas elas: a
cinco quinto quíntuplo quinto forma escol-. Além disso, em todas há elementos destacáveis,
seis sexto sêxtuplo sexto responsáveis por algum detalhe de significação. Compare, por
sete sétimo sétuplo sétimo exemplo, escola e escolar: partindo de escola, formou-se escolar
oito oitavo óctuplo oitavo pelo acréscimo do elemento destacável: ar.
nove nono nônuplo nono Por meio desse trabalho de comparação entre as diversas
dez décimo décuplo décimo palavras que selecionamos, podemos depreender a existência
onze décimo primeiro - onze avos de diferentes elementos formadores. Cada um desses elementos
doze décimo segundo - doze avos formadores é uma unidade mínima de significação, um elemento
treze décimo terceiro - treze avos significativo indecomponível, a que damos o nome de morfema.
catorze décimo quarto - catorze avos
quinze décimo quinto - quinze avos Classificação dos morfemas:
dezesseis décimo sexto - dezesseis avos Radical
dezessete décimo sétimo - dezessete avos Há um morfema comum a todas as palavras que estamos
dezoito décimo oitavo - dezoito avos analisando: escol-.
dezenove décimo nono - dezenove avos É esse morfema comum – o radical – que faz com que as
vinte vigésimo - vinte avos consideremos palavras de uma mesma família de significação –
trinta trigésimo - trinta avos os cognatos. O radical é a parte da palavra responsável por sua
quarenta quadragésimo - quarenta avos significação principal.
cinquenta quinquagésimo - cinquenta avos
sessenta sexagésimo - sessenta avos Afixos
setenta septuagésimo - setenta avos Como vimos, o acréscimo do morfema – ar - cria uma
oitenta octogésimo - oitenta avos nova palavra a partir de  escola. De maneira semelhante,
noventa nonagésimo - noventa avos o acréscimo dos morfemas  sub e arização  à forma  escol
cem centésimo cêntuplo centésimo criou  subescolarização. Esses morfemas recebem o nome de
duzentos ducentésimo - ducentésimo afixos.
trezentos trecentésimo - trecentésimo Quando são colocados antes do radical, como acontece
quatrocentos quadringentésimo - quadringentésimo com sub, os afixos recebem o nome de prefixos. Quando, como
quinhentos quingentésimo - quingentésimo arização, surgem depois do radical os afixos são chamados
seiscentos sexcentésimo - sexcentésimo de sufixos.
setecentos septingentésimo - septingentésimo Prefixos e sufixos, além de operar mudança de classe
oitocentos octingentésimo - octingentésimo gramatical, são capazes de introduzir modificações de
novecentos nongentésimo significado no radical a que são acrescentados.
ou noningentésimo - nongentésimo
mil milésimo - milésimo Desinências
milhão milionésimo - milionésimo Quando se conjuga o verbo  amar, obtêm-se formas como
bilhão bilionésimo - bilionésimo amava, amavas, amava, amávamos, amáveis, amavam. Essas
modificações ocorrem à medida que o verbo vai sendo flexionado
Questões em número (singular e plural) e pessoa (primeira, segunda ou
terceira). Também ocorrem se modificarmos o tempo e o modo
01.Na frase “Nessa carteira só há duas notas de cinco reais” do verbo (amava, amara, amasse, por exemplo).
temos exemplos de numerais: Podemos concluir, assim, que existem morfemas que indicam
A) ordinais; as flexões das palavras. Esses morfemas sempre surgem no fim
B) cardinais; das palavras variáveis e recebem o nome de desinências. Há
C) fracionários; desinências nominais e desinências verbais.
D) romanos;
E) Nenhuma das alternativas.

Língua Portuguesa 38
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APOSTILAS OPÇÃO
Desinências nominais: indicam o gênero e o número dos Processos de formação de palavras:
nomes. Para a indicação de gênero, o português costuma opor as 1-) Composição
desinências -o/-a: garoto/garota; menino/menina. Haverá composição quando se juntarem dois ou mais
Para a indicação de número, costuma-se utilizar o radicais para formar nova palavra. Há dois tipos de composição;
morfema  –s,  que indica o plural em oposição à ausência de justaposição e aglutinação.
morfema, que indica o singular: garoto/garotos; garota/garotas; 1.1-) Justaposição: ocorre quando os elementos que
menino/meninos; menina/meninas. formam o composto são postos lado a lado, ou seja, justapostos:
No caso dos nomes terminados em –r e –z, a desinência de Corre-corre, guarda-roupa, segunda-feira, girassol.
plural assume a forma -es: 1.2-) Aglutinação:  ocorre quando os elementos que
mar/mares; formam o composto se aglutinam e pelo menos um deles perde
revólver/revólveres; sua integridade sonora: Aguardente (água + ardente), planalto
cruz/cruzes. (plano + alto), pernalta (perna + alta), vinagre (vinho + acre)

Desinências verbais: em nossa língua, as desinências Derivação por acréscimo de afixos 


verbais pertencem a dois tipos distintos. Há aqueles que indicam É o processo pelo qual se obtêm palavras novas (derivadas)
o modo e o tempo (desinências modo-temporais) e aquelas que pela anexação de afixos à palavra primitiva. A derivação pode
indicam o número e a pessoa dos verbos (desinência número- ser: prefixal, sufixal e parassintética.
pessoais): 1-) Prefixal (ou prefixação): a palavra nova é obtida por
  cant-á-va-mos acréscimo de prefixo.
cant-á-sse-is In------ --feliz        des----------leal
cant: radical Prefixo radical  prefixo radical
cant: radical
-á-: vogal temática 2-) Sufixal (ou sufixação): a palavra nova é obtida por
-á-: vogal temática acréscimo de sufixo.
Feliz---- mente    leal------dade
-va-: desinência modo-temporal(caracteriza o pretérito Radical sufixo   radical sufixo
imperfeito do indicativo)
-sse-: desinência modo-temporal (caracteriza o pretérito 3-) Parassintética: a palavra nova é obtida pelo acréscimo
imperfeito do subjuntivo) simultâneo de prefixo e sufixo (não posso retirar o prefixo nem o
-mos: desinência número-pessoal (caracteriza a primeira sufixo que estão ligados ao radical, pois a palavra não “existiria”).
pessoa do plural) Por parassíntese formam-se principalmente verbos.
-is: desinência número-pessoal (caracteriza a segunda En-- -----trist- ----ecer
pessoa do plural) Prefixo radical  sufixo

Vogal temática en----- ---tard--- --ecer 


Observe que, entre o radical cant- e as desinências verbais, prefixo radical sufixo
surge sempre o morfema –a.
Esse morfema, que liga o radical às desinências, é chamado Outros tipos de derivação
de vogal temática. Sua função é ligar-se ao radical, constituindo
o chamado tema. É ao tema (radical + vogal temática) que se Há dois casos em que a palavra derivada é formada sem que
acrescentam as desinências. Tanto os verbos como os nomes haja a presença de afixos. São eles: a derivação regressiva e a
apresentam vogais temáticas. derivação imprópria.

Vogais temáticas nominais: São -a, -e, e -o, quando átonas 1-) Derivação regressiva: a palavra nova é obtida por
finais, como em mesa, artista, busca, perda, escola, triste, base, redução da palavra primitiva. Ocorre, sobretudo, na formação
combate. Nesses casos, não poderíamos pensar que essas de substantivos derivados de verbos. Exemplo: A pesca está
terminações são desinências indicadoras de gênero, pois a mesa, proibida. (pescar). Proibida a caça. (caçar)
escola, por exemplo, não sofrem esse tipo de flexão. É a essas
vogais temáticas que se liga a desinência indicadora de plural: 2-) Derivação imprópria:  a palavra nova (derivada)
mesa-s, escola-s, perda-s. Os nomes terminados em vogais é obtida pela mudança de categoria gramatical da palavra
tônicas (sofá, café, cipó, caqui, por exemplo) não apresentam primitiva. Não ocorre, pois, alteração na forma, mas tão somente
vogal temática. na classe gramatical.
Não entendi o porquê da briga. (o substantivo porquê deriva
Vogais temáticas verbais: São -a, -e e -i, que caracterizam da conjunção porque)
três grupos de verbos a que se dá o nome de conjugações. Seu olhar me fascina! (o verbo olhar tornou-se, aqui,
Assim, os verbos cuja vogal temática é -a pertencem à primeira substantivo)
conjugação; aqueles cuja vogal temática é  -e  pertencem à
segunda conjugação e os que têm vogal temática -i pertencem à Outros processos de formação de palavras:
terceira conjugação.
  - Hibridismo: é a palavra formada com elementos oriundos
primeira conjug. segunda conjug. terceira conjug. de línguas diferentes.
govern-a-va estabelec-e-sse defin-i-ra automóvel (auto: grego; móvel: latim)
atac-a-va cr-e-ra imped-i-sse sociologia (socio: latim; logia: grego)
realiz-a-sse mex-e-rá g-i-mos sambódromo (samba: dialeto africano; dromo: grego)
Fonte: http://www.brasilescola.com/gramatica/estrutura-e-
Vogal ou consoante de ligação  formacao-de-palavras-i.htm

As vogais ou consoantes de ligação são morfemas que - Abreviação vocabular, cujo traço peculiar manifesta-
surgem por motivos eufônicos, ou seja, para facilitar ou mesmo se por meio da eliminação de um segmento de uma palavra
possibilitar a leitura de uma determinada palavra. Temos um no intuito de se obter uma forma mais reduzida, geralmente
exemplo de vogal de ligação na palavra escolaridade: o - i - entre aquelas mais longas. Vejamos alguns exemplos: 
os sufixos -ar- e -dade facilita a emissão vocal da palavra. Outros
exemplos: gasômetro, alvinegro, tecnocracia, paulada, cafeteira, metropolitano – metrô
chaleira, tricota. extraordinário – extra
otorrinolaringologista – otorrino

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APOSTILAS OPÇÃO
telefone – fone a) átono: plural em EIS.
pneumático – pneu Ex.: nível − níveis
b) tônico: plural em ÉIS.
- Onomatopeia: Consiste em criar palavras, tentando Ex.: carretel − carretéis
imitar sons da natureza ou sons repetidos. Por exemplo: zum-
zum, cri-cri, tique-taque, pingue-pongue, blá-blá-blá. 6) Palavras terminadas em X são invariáveis.
  Ex.: o clímax − os clímax
- Siglas: As siglas são formadas pela combinação das
letras iniciais de uma sequência de palavras que constitui um 7) Há palavras cuja sílaba tônica avança.
nome. Por exemplo:IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Ex.: júnior − juniores; caráter − caracteres
Estatística); IPTU (Imposto Predial, Territorial e Urbano). Obs.: A palavra caracteres é plural tanto de caractere quanto
As siglas escrevem-se com todas as letras maiúsculas, a não de caráter.
ser que haja mais de três letras e  a sigla seja pronunciável sílaba
por sílaba. Por exemplo: Unicamp, Petrobras.  8) Palavras terminadas em ÃO
  Fazem o plural em ÃOS, ÃES e ÕES.
Questões Veja alguns muito importantes.
a) Em ões: balões, corações, grilhões, melões, gaviões.
01. Assinale a opção em que todas as palavras se formam
pelo mesmo processo: b) Em ãos: pagãos, cristãos, cidadãos, bênçãos, órgãos.
A) ajoelhar / antebraço / assinatura Obs.: Os paroxítonos, como os dois últimos, sempre fazem o
B) atraso / embarque / pesca plural em ÃOS.
C) o jota / o sim / o tropeço
D) entrega / estupidez / sobreviver c) Em ães: escrivães, tabeliães, capelães, capitães, alemães
E) antepor / exportação / sanguessuga
d) Em ões ou ãos: corrimões/corrimãos, verões/verãos,
02. A palavra “aguardente” formou-se por: anões/anãos
A) hibridismo
B) aglutinação e) Em ões ou ães: charlatões/charlatães, guardiões/
C) justaposição guardiães, cirugiões/cirurgiães
D) parassíntese
E) derivação regressiva f) Em ões, ãos ou ães: anciões/anciãos/anciães, ermitões/
ermitãos/ermitães
03. Que item contém somente palavras formadas por
justaposição? 9) Plural dos diminutivos com a letra z
A) desagradável - complemente Coloca-se a palavra no plural, corta-se o s e acrescenta-se
B) vaga-lume - pé-de-cabra zinhos (ou zinhas).
C) encruzilhada - estremeceu
D) supersticiosa - valiosas Ex.: coraçãozinho
E) desatarraxou - estremeceu corações → coraçõe → coraçõezinhos

Respostas azulzinha
01. (B) / 2. (B) / 3. (B) azuis → azui → azuizinhas

Flexão nominal e verbal. 10) Plural com metafonia (ô → ó)

Flexão nominal Algumas palavras, quando vão ao plural, abrem o timbre da


vogal o; outras, não.
Flexão de número Veja a seguir.
Os nomes (substantivo, adjetivo etc.), de modo geral,
admitem a flexão de número: singular e plural. Com metafonia
Ex.: animal − animais
singular (ô) plural (ó)
Palavras simples coro - coros
1) Na maioria das vezes, acrescenta-se S. corvo - corvos
Ex.: ponte − pontes destroço - destroços
bonito − bonitos forno - fornos
fosso - fossos
2) Palavras terminadas em R ou Z: acrescenta-se ES. poço - poços
Ex.: éter − éteres rogo - rogos
avestruz − avestruzes
Obs.: O pronome qualquer faz o plural no meio: quaisquer. Sem metafonia

3) Palavras oxítonas terminadas em S: acrescenta-se ES. singular (ô) - plural (ô)


Ex.: ananás − ananases, adorno - adornos
Obs.: As paroxítonas e as proparoxítonas são invariáveis. bolso - bolsos
Ex.: o pires − os pires, o ônibus − os ônibus endosso - endossos
esgoto - esgotos
4) Palavras terminadas em IL: estojo - estojos
a) átono: trocam IL por EIS. gosto - gostos
Ex.: fóssil − fósseis
11) Casos especiais:
b) tônico: trocam L por S. aval − avales e avais
Ex.: funil − funis cal − cales e cais
cós − coses e cós
5) Palavras terminadas em EL: fel − feles e féis

Língua Portuguesa 40
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APOSTILAS OPÇÃO
mal e cônsul − males e cônsules Observações
a) São invariáveis arco-íris, louva-a-deus, sem-vergonha,
Palavras compostas sem-teto e sem-terra.
1) Os dois elementos variam. Ex.: Os sem-terra apreciavam os arco-íris.
Quando os compostos são formados por substantivo mais
palavra variável (adjetivo, substantivo, numeral, pronome). b) Admitem mais de um plural:
Ex.: amor-perfeito − amores-perfeitos pai-nosso − pais-nossos ou pai-nossos
couve-flor − couves-flores padre-nosso − padres-nossos ou padre-nossos
segunda-feira − segundas-feiras terra-nova − terras-novas ou terra-novas
salvo-conduto − salvos-condutos ou salvo-condutos
2) Só o primeiro elemento varia. xeque-mate − xeques-mates ou xeques-mate
a) Quando há preposição no composto, mesmo que oculta.
Ex.: pé-de-moleque − pés-de-moleque c) Casos especiais: palavras que não se encaixam nas regras.
cavalo-vapor − cavalos-vapor (de ou a vapor) o bem-me-quer − os bem-me-queres
o joão-ninguém − os joões-ninguém
b) Quando o segundo substantivo determina o primeiro (fim o lugar-tenente − os lugar-tenentes
ou semelhança). o mapa-múndi − os mapas-múndi
Ex.: banana-maçã − bananas-maçã (semelhante a maçã)
navio-escola − navios-escola (a finalidade é a escola) Flexão de gênero
Os substantivos e as palavras que o acompanham na frase
Observações admitem a flexão de gênero: masculino e feminino.
a) Alguns autores admitem a flexão dos dois elementos. É Ex.: Meu amigo diretor recebeu o primeiro salário.
uma situação polêmica. Minha amiga diretora recebeu a primeira prestação.
Ex.: mangas-espada (preferível) ou mangas-espadas A flexão de feminino pode ocorrer de duas maneiras.

b) Quando dizemos (e isso vai ocorrer outras vezes) que é 1) Com a troca de o ou e por a.
uma situação polêmica, discutível, convém ter em mente que a Ex.: lobo − loba
questão do concurso deve ser resolvida por eliminação, ou seja, mestre − mestra
analisando bem as outras opções.
2) Por meio de diferentes sufixos nominais de gênero, muitas
3) Apenas o último elemento varia. vezes com alterações do radical.
a) Quando os elementos são adjetivos.
Ex.: hispano-americano − hispano-americanos Veja alguns femininos importantes.
Obs.: A exceção é surdo-mudo, em que os dois adjetivos se ateu − atéia
flexionam: surdos-mudos. bispo − episcopisa
b) Nos compostos em que aparecem os adjetivos GRÃO, GRÃ conde − condessa
e BEL. duque − duquesa
Ex.: grão-duque − grão-duques frade − freira
grã-cruz − grã-cruzes ilhéu − ilhoa
bel-prazer − bel-prazeres judeu − judia
marajá − marani
c) Quando o composto é formado por verbo ou qualquer monje − monja
elemento invariável (advérbio, pigmeu − pigméia
interjeição, prefixo etc.) mais substantivo ou adjetivo.
Ex.: arranha-céu − arranha-céus Alguns substantivos são uniformes quanto ao gênero, ou
sempre-viva − sempre-vivas seja, possuem uma única forma para masculino e feminino.
super-homem − super-homens Podem ser:
1) Sobrecomuns: admitem apenas um artigo, podendo
d) Quando os elementos são repetidos ou onomatopaicos designar os dois sexos.
(representam sons). Ex.: a pessoa, o cônjuge, a testemunha
Ex.: reco-reco − reco-recos 2) Comuns de dois gêneros: admitem os dois artigos,
pingue-pongue − pingue-pongues podendo então ser masculinos ou femininos.
bem-te-vi − bem-te-vis Ex.: o estudante − a estudante, o cientista − a cientista, o
patriota − a patriota
Observações 3) Epicenos: admitem apenas um artigo, designando os
a) Como se vê pelo segundo exemplo, pode haver alguma animais.
alteração nos elementos, ou seja, não serem iguais. Ex.: O jacaré, a cobra, o polvo

b) Se forem verbos repetidos, admite-se também pôr os dois Observações


no plural. a) O feminino de elefante é elefanta, e não elefoa. Aliá é
Ex.: pisca-pisca − pisca-piscas ou piscas-piscas correto, mas designa apenas uma espécie de elefanta.
b) Mamão, para alguns gramáticos, deve ser considerado
4) Nenhum elemento varia. epiceno. É algo discutível.
c) Há substantivos de gênero duvidoso, que as pessoas
a) Quando há verbo mais palavra invariável. costumam trocar. Veja alguns que convém gravar.
Ex.: O cola-tudo − os cola-tudo Masculinos - Femininos
champanha - aguardente
b) Quando há dois verbos de sentido oposto. dó - alface
Ex.: o perde-ganha − os perde-ganha eclipse - cal
formicida - cataplasma
c) Nas frases substantivas (frases que se transformam em grama (peso) - grafite
substantivos). milhar - libido
Ex.: O maria-vai-com-as-outras − os maria-vai-com-as- plasma - omoplata
outras soprano - musse
suéter - preá

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APOSTILAS OPÇÃO
telefonema Questões

d) Existem substantivos que admitem os dois gêneros. 1) Assinale a alternativa que apresenta erro de plural.
Ex.: diabetes (ou diabete), laringe, usucapião etc. a) o balãozinho – os balõezinhos, o júnior – os juniores
b) o lápis – os lápis, o projetil − os projéteis
Flexão de grau c) o arroz – os arrozes, o éter – os éteres
d) o mel – os meles, o gol – os goles
Por razões meramente didáticas, incluo, aqui, o grau entre os
processos de flexão. 2) Está mal flexionada em número a palavra:
Alguns autores também o fazem, talvez pelo mesmo motivo. a) o paul − os pauis
b) o látex − os látex
Grau do substantivo c) a gravidez − as gravidezes
d) o caráter − os caráteres
1) Normal ou positivo: sem nenhuma alteração.
Ex.: chapéu 3) Assinale o item em que todas as palavras são masculinas.
a) dinamite, pijama, eclipse
2) Aumentativo b) grafite, formicida, omoplata
a) sintético: chapelão c) grama (peso), dó, telefonema
b) analítico: chapéu grande, chapéu enorme etc. d) suéter, faringe, clã
Respostas
3) Diminutivo 1–B/ 2–D /3–C
a) sintético: chapeuzinho
b) analítico: chapéu pequeno, chapéu reduzido etc. Flexão verbal
Obs.: Um grau é sintético quando formado por sufixo;
analítico, por meio de outras palavras. 1) Número: singular ou plural
Ex.: ando, andas, anda → singular
Grau do adjetivo andamos, andais, andam → plural
1) Normal ou positivo: João é forte.
2) Comparativo 2) Pessoas: são três.
a) de superioridade: João é mais forte que André. (ou do que) a) A primeira é aquela que fala; corresponde aos pronomes
b) de inferioridade: João é menos forte que André. (ou do eu (singular) e nós (plural).
que) Ex.: escreverei, escreveremos
c) de igualdade: João é tão forte quanto André. (ou como)
3) Superlativo b) A segunda é aquela com quem se fala; corresponde aos
a) absoluto pronomes tu (singular) e vós (plural).
sintético: João é fortíssimo. Ex.: escreverás, escrevereis
analítico: João é muito forte. (bastante forte, forte demais
etc.) c) A terceira é aquela acerca de quem se fala; corresponde
aos pronomes ele ou ela (singular) e eles ou elas (plural).
b) relativo Ex.: escreverá, escreverão
de superioridade: João é o mais forte da turma.
de inferioridade: João é o menos forte da turma. 3) Modos: são três.
a) Indicativo: apresenta o fato verbal de maneira positiva,
Observações indubitável.
a) O grau superlativo absoluto corresponde a um aumento Ex.: vendo
do adjetivo. Pode ser expresso por um sufixo (íssimo, érrimo b) Subjuntivo: apresenta o fato verbal de maneira duvidosa,
ou imo) ou uma palavra de apoio, como muito, bastante, hipotética.
demasiadamente, enorme etc. Ex.: que eu venda

b) As palavras maior, menor, melhor e pior constituem c) Imperativo: apresenta o fato verbal como objeto de uma
sempre graus de superioridade. ordem.
Ex.: O carro é menor que o ônibus. Ex.: venda!
menor (mais pequeno): comparativo de superioridade.
Ele é o pior do grupo. 4) Tempos: são três.
pior (mais mau): superlativo relativo de superioridade. a) Presente: falo

c) Alguns superlativos absolutos sintéticos que podem b) Pretérito


apresentar dúvidas. perfeito: falei
acre − acérrimo imperfeito: falava
amargo − amaríssimo mais-que-perfeito: falara
amigo − amicíssimo
antigo − antiquíssimo Obs.: O pretérito perfeito indica uma ação extinta; o
cruel − crudelíssimo imperfeito, uma ação que se prolongava num determinado
doce − dulcíssimo ponto do passado; o mais-que-perfeito, uma ação passada em
fácil − facílimo relação a outra ação, também passada.
feroz − ferocíssimo Ex.: Eu cantei aquela música. (perfeito)
fiel − fidelíssimo Eu cantava aquela música. (imperfeito)
geral − generalíssimo Quando ele chegou, eu já cantara. (mais-que-perfeito)
humilde − humílimo
magro − macérrimo c) Futuro
negro − nigérrimo do presente: estudaremos
pobre − paupérrimo do pretérito: estudaríamos
sagrado − sacratíssimo
sério − seriíssimo Obs.: No modo subjuntivo, com relação aos tempos simples,
soberbo – superbíssimo temos apenas o presente, o pretérito imperfeito e o futuro (sem

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APOSTILAS OPÇÃO
divisão). Os tempos compostos serão estudados mais adiante. 2) O pretérito perfeito é tempo primitivo. Da segunda pessoa
do singular saem:
5) Vozes: são três
a) o mais-que-perfeito.
a) Ativa: o sujeito pratica a ação verbal. Ex.: coubeste → coubera, couberas, coubera, coubéramos,
Ex.: O carro derrubou o poste. coubéreis, couberam

b) Passiva: o sujeito sofre a ação verbal. b) o imperfeito do subjuntivo.


analítica ou verbal: com o particípio e um verbo auxiliar. Ex.: coubeste → coubesse, coubesses, coubesse, coubéssemos,
Ex.: O poste foi derrubado pelo carro. coubésseis, coubessem
sintética ou pronominal: com o pronome apassivador se.
Ex.: Derrubou-se o poste. c) o futuro do subjuntivo.
Ex.: coubeste → couber, couberes, couber, coubermos,
Obs.: Estudaremos bem o pronome apassivador (ou partícula couberdes, couberem
apassivadora) na sétima lição: concordância verbal.
3) Do infinitivo impessoal derivam:
c) Reflexiva: o sujeito pratica e sofre a ação verbal; aparece
um pronome reflexivo. a) o imperfeito do indicativo.
Ex.: O garoto se machucou. Ex.: caber → cabia, cabias, cabia, cabíamos, cabíeis, cabiam

Formação do imperativo b) o futuro do presente.


1) Afirmativo: tu e vós saem do presente do indicativo Ex.: caber → caberei, caberás, caberá, caberemos, cabereis,
menos a letra s; você, nós e vocês, do presente do subjuntivo. caberão
Ex.: Imperativo afirmativo do verbo beber
Bebo → beba c) o futuro do pretérito.
bebes → bebe (tu) bebas Ex.: caber → caberia, caberias, caberia, caberíamos, caberíeis,
bebe beba → beba (você) caberiam
bebemos bebamos → bebamos (nós)
bebeis → bebei (vós) bebais d) o infinitivo pessoal.
bebem bebam → bebam (vocês) Ex.: caber → caber, caberes, caber, cabermos, caberdes,
Reunindo, temos: bebe, beba, bebamos, bebei, bebam. caberem

2) Negativo: sai do presente do subjuntivo mais a palavra e) o gerúndio.


não. Ex.: caber → cabendo
Ex.: beba
bebas → não bebas (tu) f) o particípio.
beba → não beba (você) Ex.: caber → cabido
bebamos → não bebamos (nós)
bebais → não bebais (vós) Tempos compostos
bebam → não bebam (vocês)
Assim, temos: não bebas, não beba, não bebamos, não Formam-se os tempos compostos com o verbo auxiliar (ter
bebais, não bebam. ou haver) mais o particípio do verbo que se quer conjugar.

Observações 1) Perfeito composto: presente do verbo auxiliar mais


a) No imperativo não existe a primeira pessoa do singular, particípio do verbo principal.
eu; a terceira pessoa é você. Ex.: tenho falado ou hei falado → perfeito composto do
b) O verbo ser não segue a regra nas pessoas que saem do indicativo tenha falado ou haja falado → perfeito composto do
presente do indicativo. Eis o seu imperativo: subjuntivo
afirmativo: sê, seja, sejamos, sede, sejam
negativo: não sejas, não seja, não sejamos, não sejais, não 2) Mais-que-perfeito composto: imperfeito do auxiliar mais
sejam particípio do principal.
c) O tratamento dispensado a alguém numa frase não pode Ex.: tinha falado → mais-que-perfeito composto do indicativo
mudar. Se começamos a tratar a pessoa por você, não podemos tivesse falado → mais-que-perfeito composto do subjuntivo
passar para tu, e vice-versa.
Ex.: Pede agora a tua comida. (tratamento: tu) 3) Demais tempos: basta classificar o verbo auxiliar.
Peça agora a sua comida. (tratamento: você) Ex.: terei falado → futuro do presente composto (terei é
d) Os verbos que têm z no radical podem, no imperativo futuro do presente)
afirmativo, perder também a letra e que aparece antes da
desinência s. Verbos irregulares comuns em concursos
Ex.: faze (tu) ou faz (tu)
dize (tu) ou diz (tu) É importante saber a conjugação dos verbos que seguem.
e) Procure ter “na ponta da língua” a formação e o emprego Eles estão conjugados apenas nas pessoas, tempos e modos mais
do imperativo. É assunto muito cobrado em concursos públicos. problemáticos.
1) Compor, repor, impor, expor, depor etc.: seguem
Tempos primitivos e tempos derivados integralmente o verbo pôr.
Ex.: ponho → componho, imponho, deponho etc.
1) O presente do indicativo é tempo primitivo. Da primeira pus → compus, repus, expus etc.
pessoa do singular sai todo o presente do subjuntivo.
Ex.: digo → que eu diga, que tu digas, que ele diga etc. 2) Deter, conter, reter, manter etc.: seguem integralmente o
dizes verbo ter.
diz Ex.: tivermos → contivermos, mantivermos etc.
Obs.: Isso não ocorre apenas com os poucos verbos que não tiveste → retiveste, mantiveste etc.
apresentam a desinência o na primeira pessoa do singular.
Ex.: eu sou → que eu seja 3) Intervir, advir, provir, convir etc.: seguem integralmente
eu sei → que eu saiba o verbo vir.

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APOSTILAS OPÇÃO
Ex.: vierem → intervierem, provierem etc.
vim → intervim, convim etc 14) Confiar, renunciar, afiar, arriar etc.: verbos regulares.
Ex.: confio, confias, confia, confiamos, confiais, confiam
4) Rever, prever, antever etc.: seguem integralmente o verbo
ver. Observações
Ex.: vi → revi, previ etc. a) Esses verbos não têm o ditongo ei nas formas risotônicas.
víssemos → prevíssemos, antevíssemos etc.
b) Mediar, ansiar, remediar, incendiar, odiar e intermediar,
Observações apesar de terminarem em iar, apresentam o ditongo ei.
a) Como se vê nesses quatro itens iniciais, o verbo derivado Ex.: medeio, medeias, medeia, mediamos, mediais, medeiam
segue a conjugação do seu primitivo. Basta conjugar o verbo medeie, medeies, medeie, mediemos, medieis, medeiem
primitivo e recolocar o prefixo. Há outros verbos que dão origem 15) Requerer: só é irregular na 1ª pessoa do singular do
a verbos derivados. Por exemplo, dizer, haver e fazer. Para eles, presente do indicativo e,
vale a mesma regra explicada acima. consequentemente, em todo o presente do subjuntivo.
Ex.: eu houve → eu reouve (e não reavi, como normalmente Ex.: requeiro, requeres, requer
se fala por aí) requeira, requeiras, requeira
b) Requerer e prover não seguem integralmente os verbos requeri, requereste, requereu
querer e ver. Eles serão mostrados mais adiante.
16) Prover: conjuga-se como verbo regular no pretérito
5) Crer, no pretérito perfeito do indicativo: cri, creste, creu, perfeito, no mais-que-perfeito, no imperfeito do subjuntivo,
cremos, crestes, creram. no futuro do subjuntivo e no particípio; nos demais tempos,
acompanha o verbo ver.
6) Estourar, roubar, aleijar, inteirar etc.: mantém o ditongo Ex.: Provi, proveste, proveu; provera, proveras, provera;
fechado em todos os tempos, inclusive o presente do indicativo. provesse, provesses, provesse etc.
Ex.: A bomba estoura. (e não estóra, como normalmente se provejo, provês, provê; provia, provias, provia; proverei,
diz) proverás, proverá etc.
Eu inteiro (e não intéro)
17) Reaver, precaver-se, falir, adequar, remir, abolir, colorir,
7) Aderir, competir, preterir, discernir, concernir, impelir, ressarcir, demolir,
expelir, repelir: acontecer, doer são verbos defectivos. Estude o que falamos
a) presente do indicativo: adiro, aderes, adere, aderimos, sobre eles na lição anterior, no item sobre a classificação dos
aderimos, aderem. verbos.
b) presente do subjuntivo: adira, adiras, adira, adiramos, Ex.: Reaver, no presente do indicativo: reavemos, reaveis
adirais, adiram.
Questões
Obs.: Esses verbos mudam o e do infinitivo para i na primeira
pessoa do singular do presente do indicativo e em todas do 1) Marque o erro de flexão verbal.
presente do subjuntivo. a) Teus amigos só veem problemas na empresa.
b) Eles vêm cedo para o trabalho.
8) Aguar, desaguar, enxaguar, minguar: c) Se nós virmos a solução, a brincadeira perderá a graça.
a) presente do indicativo: águo, águas, água; enxáguo, d) Viemos agora tentar um acordo.
enxáguas, enxágua
b) presente do subjuntivo: águe, águes, águe; enxágue, 2) Assinale a única forma verbal correta.
enxágues, enxágue a) Tudo que ele contradizer deve ser analisado.
b) Se o guarda retesse o trânsito, haveria enorme
9) Arguir, no presente do indicativo: arguo, argúis, argúi, engarrafamento.
arguimos, arguis, argúem c) Carlos preveu uma desgraça.
d) Eu não intervinha no seu trabalho.
10) Apaziguar, averiguar, obliquar, no presente do
subjuntivo: apazigúe, apazigúes, apazigúe, apaziguemos, Respostas
apazigueis, apazigúem 1-D / 2-D

11) Mobiliar: Sintaxe: frase, oração e período;


a) presente do indicativo: mobílio, mobílias, mobília,
mobiliamos, mobiliais, mobíliam termos da oração; processos de
b) presente do subjuntivo: mobílie, mobílies, mobílie, coordenação e subordinação;
mobiliemos, mobilieis, mobíliem concordância nominal e verbal;
transitividade e regência de
12) Polir, no presente do indicativo: pulo, pules, pule, nomes e verbos; padrões gerais
polimos, polis, pulem
de colocação pronominal no
13) Passear, recear, pentear, ladear (e todos os outros português; mecanismos de
terminados em ear) coesão textual.
a) presente do indicativo: passeio, passeias, passeia,
passeamos, passeais, passeiam
b) presente do subjuntivo: passeie, passeies, passeie, Análise Sintática
passeemos, passeeis, passeiem
A Análise Sintática examina a estrutura do período, divide
Observações e classifica as orações que o constituem e reconhece a função
a) Os verbos desse grupo (importantíssimo) apresentam sintática dos termos de cada oração.
o ditongo ei nas formas risotônicas, mas apenas nos dois Daremos uma ideia do que seja frase, oração, período, termo,
presentes. função sintática e núcleo de um termo da oração.
As palavras, tanto na expressão escrita como na oral, são
b) Os verbos estrear e idear apresentam ditongo aberto. reunidas e ordenadas em frases. Pela frase é que se alcança
Ex.: estreio, estreias, estreia; ideio, ideias, ideia o objetivo do discurso, ou seja, da atividade linguística: a

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APOSTILAS OPÇÃO
comunicação com o ouvinte ou o leitor. “Não encontres amor nas mulheres!” (Gonçalves Dias)
Frase, Oração e Período são fatores constituintes de “Maldito seja quem arme ciladas no seu caminho!”
qualquer texto escrito em prosa, pois o mesmo compõe-se de (Domingos Carvalho da Silva)
uma sequência lógica de ideias, todas organizadas e dispostas
em parágrafos minuciosamente construídos. Como se vê dos exemplos citados, os diversos tipos de frase
podem encerrar uma afirmação ou uma negação. No primeiro
Frase: é todo enunciado capaz de transmitir, a quem nos caso, a frase é afirmativa, no segundo, negativa. O que caracteriza
ouve ou lê, tudo o que pensamos, queremos ou sentimos. Pode e distingue esses diferentes tipos de frase é a entoação, ora
revestir as mais variadas formas, desde a simples palavra até ascendente ora descendente.
o período mais complexo, elaborado segundo os padrões Muitas vezes, as frases assumem sentidos que só podem ser
sintáticos do idioma. São exemplos de frases: integralmente captados se atentarmos para o contexto em que
são empregadas. É o caso, por exemplo, das situações em que se
Socorro! explora a ironia. Pense, por exemplo, na frase “Que educação!”,
Muito obrigado! usada quando se vê alguém invadindo, com seu carro, a faixa de
Que horror! pedestres. Nesse caso, ela expressa exatamente o contrário do
Sentinela, alerta! que aparentemente diz.
Cada um por si e Deus por todos. A entoação é um elemento muito importante da frase falada,
Grande nau, grande tormenta. pois nos dá uma ampla possibilidade de expressão. Dependendo
Por que agridem a natureza? de como é dita, uma frase simples como «É ela.» pode indicar
“Tudo seco em redor.” (Graciliano Ramos) constatação, dúvida, surpresa, indignação, decepção, etc.
“Boa tarde, mãe Margarida!” (Graciliano Ramos) A mesma frase pode assumir sentidos diferentes, conforme o
“Fumaça nas chaminés, o céu tranquilo, limpo o terreiro.” tom com que a proferimos. Observe:
(Adonias Filho) Olavo esteve aqui.
“As luzes da cidade estavam amortecidas.” (Érico Veríssimo) Olavo esteve aqui?
“Tropas do exército regular do Sul, ajustadas pelos Olavo esteve aqui?!
seus aliados brancos de além mar, tinham sido levadas em Olavo esteve aqui!
helicópteros para o lugar onde se presumia estivesse o inimigo,
mas este se havia sumido por completo.” (Érico Veríssimo) Questões

As frases são proferidas com entoação e pausas especiais, 01. Marque apenas as frases nominais:
indicadas na escrita pelos sinais de pontuação. Muitas frases, (A) Que voz estranha!
principalmente as que se desviam do esquema sujeito + (B) A lanterna produzia boa claridade.
predicado, só podem ser entendidas dentro do contexto (= (C) As risadas não eram normais.
o escrito em que figuram) e na situação (= o ambiente, as (D) Luisinho, não!
circunstâncias) em que o falante se encontra. Chamam-se frases
nominais as que se apresentam sem o verbo. Exemplo: Tudo 02. Classifique as frases em declarativa, interrogativa,
parado e morto. exclamativa, optativa ou imperativa.
(A) Você está bem?
Quanto ao sentido, as frases podem ser: (B) Não olhe; não olhe, Luisinho!
(C) Que alívio!
Declarativas: aquela através da qual se enuncia algo, (D) Tomara que Luisinho não fique impressionado!
de forma afirmativa ou negativa. Encerram a declaração ou (E) Você se machucou?
enunciação de um juízo acerca de alguém ou de alguma coisa: (F) A luz jorrou na caverna.
Paulo parece inteligente. (afirmativa) (G) Agora suma, seu monstro!
Nunca te esquecerei. (negativa) (H) O túnel ficava cada vez mais escuro.
Neli não quis montar o cavalo velho, de pêlo ruço. (negativa)
Respostas
Interrogativas: aquela da qual se pergunta algo, direta 01. “a” e “d”
(com ponto de interrogação) ou indiretamente (sem ponto de
interrogação). São uma pergunta, uma interrogação: 02. a) interrogativa; b) imperativa; c) exclamativa; d)
Por que chegaste tão tarde? optativa; e) interrogativa; f) declarativa; g) imperativa; h)
Gostaria de saber que horas são. declarativa
“Por que faço eu sempre o que não queria” (Fernando Pessoa) Oração

Imperativas: aquela através da qual expressamos uma Oração: é todo enunciado linguístico dotado de sentido,
ordem, pedido ou súplica, de forma afirmativa ou negativa. porém há, necessariamente, a presença do verbo. A oração
Contêm uma ordem, proibição, exortação ou pedido: encerra uma frase (ou segmento de frase), várias frases ou um
“Cale-se! Respeite este templo.” (afirmativa) período, completando um pensamento e concluindo o enunciado
Não cometa imprudências. (negativa) através de ponto final, interrogação, exclamação e, em alguns
“Não me leves para o mar.” (negativa) casos, através de reticências.
Em toda oração há um verbo ou locução verbal (às vezes
Exclamativas: aquela através da qual externamos uma elípticos). Não têm estrutura sintática, portanto não são orações,
admiração. Traduzem admiração, surpresa, arrependimento, não podem ser analisadas sintaticamente frases como:
etc.: Socorro!
Como eles são audaciosos! Com licença!
Não voltaram mais! Que rapaz impertinente!
Muito riso, pouco siso.
Optativas: É aquela através da qual se exprime um desejo:
Bons ventos o levem! Na oração as palavras estão relacionadas entre si, como
Oxalá não sejam vãos tantos sacrifícios! partes de um conjunto harmônico: elas formam os termos
“E queira Deus que te não enganes, menino!” (Carlos de Laet) ou as unidades sintáticas da oração. Cada termo da oração
desempenha uma função sintática. Geralmente apresentam dois
Imprecativas: Encerram uma imprecação (praga, maldição): grupos de palavras: um grupo sobre o qual se declara alguma
“Esta luz me falte, se eu minto, senhor!” (Camilo Castelo coisa (o sujeito), e um grupo que apresenta uma declaração (o
Branco) predicado), e, excepcionalmente, só o predicado. Exemplo:

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APOSTILAS OPÇÃO
A menina banhou-se na cachoeira. de determinante do sujeito em relação ao predicado adquire
A menina – sujeito sentido com o fato de ser possível, na língua portuguesa, uma
banhou-se na cachoeira – predicado sentença sem sujeito, mas nunca uma sentença sem predicado.
Choveu durante a noite. (a oração toda predicado) Exemplo:

O sujeito é o termo da frase que concorda com o verbo em As formigas invadiram minha casa.
número e pessoa. É normalmente o «ser de quem se declara as formigas: sujeito = termo determinante
algo», «o tema do que se vai comunicar». invadiram minha casa: predicado = termo determinado
O predicado é a parte da oração que contém “a informação Há formigas na minha casa.
nova para o ouvinte”. Normalmente, ele se refere ao sujeito, há formigas na minha casa: predicado = termo determinado
constituindo a declaração do que se atribui ao sujeito. sujeito: inexistente

Observe: O amor é eterno. O tema, o ser de quem se declara O sujeito sempre se manifesta em termos de sintagma
algo, o sujeito, é “O amor”. A declaração referente a “o amor”, ou nominal, isto é, seu núcleo é sempre um nome. Quando esse
seja, o predicado, é «é eterno». nome se refere a objetos das primeira e segunda pessoas, o
sujeito é representado por um pronome pessoal do caso reto (eu,
Já na frase: Os rapazes jogam futebol. O sujeito é “Os rapazes”, tu, ele, etc.). Se o sujeito se refere a um objeto da terceira pessoa,
que identificamos por ser o termo que concorda em número e sua representação pode ser feita através de um substantivo, de
pessoa com o verbo “jogam”. O predicado é “jogam futebol”. um pronome substantivo ou de qualquer conjunto de palavras,
cujo núcleo funcione, na sentença, como um substantivo.
Núcleo de um termo é a palavra principal (geralmente um Exemplos:
substantivo, pronome ou verbo), que encerra a essência de Eu acompanho você até o guichê.
sua significação. Nos exemplos seguintes, as palavras amigo e eu: sujeito = pronome pessoal de primeira pessoa
revestiu são o núcleo do sujeito e do predicado, respectivamente: Vocês disseram alguma coisa?
“O amigo retardatário do presidente prepara-se para vocês: sujeito = pronome pessoal de segunda pessoa
desembarcar.” (Aníbal Machado) Marcos tem um fã-clube no seu bairro.
A avezinha revestiu o interior do ninho com macias plumas. Marcos: sujeito = substantivo próprio
Ninguém entra na sala agora.
Os termos da oração da língua portuguesa são classificados ninguém: sujeito = pronome substantivo
em três grandes níveis: O andar deve ser uma atividade diária.
- Termos Essenciais da Oração: Sujeito e Predicado. o andar: sujeito = núcleo: verbo substantivado nessa oração

- Termos Integrantes da Oração: Complemento Nominal e Além dessas formas, o sujeito também pode se constituir
Complementos Verbais (Objeto Direto, Objeto indireto e Agente de uma oração inteira. Nesse caso, a oração recebe o nome de
da Passiva). oração substantiva subjetiva:

- Termos Acessórios da Oração: Adjunto Adnominal, É difícil optar por esse ou aquele doce...
Adjunto Adverbial, Aposto e Vocativo. É difícil: oração principal
optar por esse ou aquele doce: oração substantiva subjetiva
Termos Essenciais da Oração: São dois os termos essenciais
(ou fundamentais) da oração: sujeito e predicado. Exemplos: O sujeito é constituído por um substantivo ou pronome, ou
por uma palavra ou expressão substantivada. Exemplos:
Sujeito Predicado O sino era grande.
Pobreza não é vileza. Ela tem uma educação fina.
Vossa Excelência agiu com imparcialidade.
Os sertanistas capturavam os índios. Isto não me agrada.
Um vento áspero sacudia as árvores.
O núcleo (isto é, a palavra base) do sujeito é, pois, um
Sujeito: é equivocado dizer que o sujeito é aquele que pratica substantivo ou pronome. Em torno do núcleo podem aparecer
uma ação ou é aquele (ou aquilo) do qual se diz alguma coisa. Ao palavras secundárias (artigos, adjetivos, locuções adjetivas, etc.).
fazer tal afirmação estamos considerando o aspecto semântico Exemplo: “Todos os ligeiros rumores da mata tinham uma
do sujeito (agente de uma ação) ou o seu aspecto estilístico voz para a selvagem filha do sertão.” (José de Alencar)
(o tópico da sentença). Já que o sujeito é depreendido de uma
análise sintática, vamos restringir a definição apenas ao seu O sujeito pode ser:
papel sintático na sentença: aquele que estabelece concordância
com o núcleo do predicado. Quando se trata de predicado verbal, Simples: quando tem um só núcleo: As rosas têm espinhos;
o núcleo é sempre um verbo; sendo um predicado nominal, o “Um bando de galinhas-d’angola atravessa a rua em fila indiana.”
núcleo é sempre um nome. Então têm por características básicas: Composto: quando tem mais de um núcleo: “O burro e o
- estabelecer concordância com o núcleo do predicado; cavalo nadavam ao lado da canoa.”
- apresentar-se como elemento determinante em relação ao Expresso: quando está explícito, enunciado: Eu viajarei
predicado; amanhã.
- constituir-se de um substantivo, ou pronome substantivo Oculto (ou elíptico): quando está implícito, isto é, quando
ou, ainda, qualquer palavra substantivada. não está expresso, mas se deduz do contexto: Viajarei amanhã.
(sujeito: eu, que se deduz da desinência do verbo); “Um soldado
Exemplo: saltou para a calçada e aproximou-se.” (o sujeito, soldado, está
expresso na primeira oração e elíptico na segunda: e (ele)
A padaria está fechada hoje. aproximou-se.); Crianças, guardem os brinquedos. (sujeito:
está fechada hoje: predicado nominal vocês)
fechada: nome adjetivo = núcleo do predicado Agente: se faz a ação expressa pelo verbo da voz ativa: O Nilo
a padaria: sujeito fertiliza o Egito.
padaria: núcleo do sujeito - nome feminino singular Paciente: quando sofre ou recebe os efeitos da ação expressa
pelo verbo passivo: O criminoso é atormentado pelo remorso;
No interior de uma sentença, o sujeito é o termo determinante, Muitos sertanistas foram mortos pelos índios; Construíram-se
ao passo que o predicado é o termo determinado. Essa posição açudes. (= Açudes foram construídos.)

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APOSTILAS OPÇÃO
Agente e Paciente: quando o sujeito realiza a ação expressa essenciais. No primeiro exemplo, entre “Carolina” e “conhece”;
por um verbo reflexivo e ele mesmo sofre ou recebe os efeitos no segundo exemplo, entre “nós” e “fazemos”. Isso se dá porque
dessa ação: O operário feriu-se durante o trabalho; Regina a concordância é centrada nas palavras que são núcleos, isto
trancou-se no quarto. é, que são responsáveis pela principal informação naquele
Indeterminado: quando não se indica o agente da ação segmento. No predicado o núcleo pode ser de dois tipos: um
verbal: Atropelaram uma senhora na esquina. (Quem atropelou nome, quase sempre um atributo que se refere ao sujeito da
a senhora? Não se diz, não se sabe quem a atropelou.); Come-se oração, ou um verbo (ou locução verbal). No primeiro caso,
bem naquele restaurante. temos um predicado nominal (seu núcleo significativo é um
nome, substantivo, adjetivo, pronome, ligado ao sujeito por
Observações: um verbo de ligação) e no segundo um predicado verbal (seu
- Não confundir sujeito indeterminado com sujeito oculto. núcleo é um verbo, seguido, ou não, de complemento(s) ou
- Sujeito formado por pronome indefinido não é termos acessórios). Quando, num mesmo segmento o nome e o
indeterminado, mas expresso: Alguém me ensinará o caminho. verbo são de igual importância, ambos constituem o núcleo do
Ninguém lhe telefonou. predicado e resultam no tipo de predicado verbo-nominal (tem
- Assinala-se a indeterminação do sujeito usando-se o dois núcleos significativos: um verbo e um nome). Exemplos:
verbo na 3ª pessoa do plural, sem referência a qualquer agente
já expresso nas orações anteriores: Na rua olhavam-no com Minha empregada é desastrada.
admiração; “Bateram palmas no portãozinho da frente.”; “De predicado: é desastrada
qualquer modo, foi uma judiação matarem a moça.” núcleo do predicado: desastrada = atributo do sujeito
- Assinala-se a indeterminação do sujeito com um verbo tipo de predicado: nominal
ativo na 3ª pessoa do singular, acompanhado do pronome se. O
pronome se, neste caso, é índice de indeterminação do sujeito. O núcleo do predicado nominal chama-se predicativo
Pode ser omitido junto de infinitivos. do sujeito, porque atribui ao sujeito uma qualidade ou
Aqui vive-se bem. característica. Os verbos de ligação (ser, estar, parecer, etc.)
Devagar se vai ao longe. funcionam como um elo entre o sujeito e o predicado.
Quando se é jovem, a memória é mais vivaz.
Trata-se de fenômenos que nem a ciência sabe explicar. A empreiteira demoliu nosso antigo prédio.
predicado: demoliu nosso antigo prédio
- Assinala-se a indeterminação do sujeito deixando-se o núcleo do predicado: demoliu = nova informação sobre o
verbo no infinitivo impessoal: Era penoso carregar aqueles sujeito
fardos enormes; É triste assistir a estas cenas repulsivas. tipo de predicado: verbal

Normalmente, o sujeito antecede o predicado; todavia, a Os manifestantes desciam a rua desesperados.


posposição do sujeito ao verbo é fato corriqueiro em nossa predicado: desciam a rua desesperados
língua. núcleos do predicado: desciam = nova informação sobre o
Exemplos: sujeito; desesperados = atributo do sujeito
É fácil este problema! tipo de predicado: verbo-nominal
Vão-se os anéis, fiquem os dedos.
“Breve desapareceram os dois guerreiros entre as árvores.” Nos predicados verbais e verbo-nominais o verbo é
(José de Alencar) responsável também por definir os tipos de elementos que
aparecerão no segmento. Em alguns casos o verbo sozinho basta
Sem Sujeito: constituem a enunciação pura e absoluta de um para compor o predicado (verbo intransitivo). Em outros casos
fato, através do predicado; o conteúdo verbal não é atribuído a é necessário um complemento que, juntamente com o verbo,
nenhum ser. São construídas com os verbos impessoais, na 3ª constituem a nova informação sobre o sujeito. De qualquer
pessoa do singular: Havia ratos no porão; Choveu durante o jogo. forma, esses complementos do verbo não interferem na tipologia
Observação: São verbos impessoais: Haver (nos sentidos do predicado.
de existir, acontecer, realizar-se, decorrer), Fazer, passar, ser Entretanto, é muito comum a elipse (ou omissão) do verbo,
e estar, com referência ao tempo e Chover, ventar, nevar, gear, quando este puder ser facilmente subentendido, em geral por
relampejar, amanhecer, anoitecer e outros que exprimem estar expresso ou implícito na oração anterior. Exemplos:
fenômenos meteorológicos.
“A fraqueza de Pilatos é enorme, a ferocidade dos algozes
Predicado: assim como o sujeito, o predicado é um inexcedível.” (Machado de Assis) (Está subentendido o verbo é
segmento extraído da estrutura interna das orações ou das depois de algozes)
frases, sendo, por isso, fruto de uma análise sintática. Nesse “Mas o sal está no Norte, o peixe, no Sul” (Paulo Moreira da
sentido, o predicado é sintaticamente o segmento linguístico Silva) (Subentende-se o verbo está depois de peixe)
que estabelece concordância com outro termo essencial “A cidade parecia mais alegre; o povo, mais contente.” (Povina
da oração, o sujeito, sendo este o termo determinante (ou Cavalcante) (isto é: o povo parecia mais contente)
subordinado) e o predicado o termo determinado (ou principal).
Não se trata, portanto, de definir o predicado como “aquilo Chama-se predicação verbal o modo pelo qual o verbo
que se diz do sujeito” como fazem certas gramáticas da língua forma o predicado.
portuguesa, mas sim estabelecer a importância do fenômeno Há verbos que, por natureza, tem sentido completo,
da concordância entre esses dois termos essenciais da oração. podendo, por si mesmos, constituir o predicado: são os verbos
Então têm por características básicas: apresentar-se como de predicação completa denominados intransitivos. Exemplo:
elemento determinado em relação ao sujeito; apontar um
atributo ou acrescentar nova informação ao sujeito. As flores murcharam.
Os animais correm.
Exemplo: As folhas caem.

Carolina conhece os índios da Amazônia. Outros verbos há, pelo contrário, que para integrarem
sujeito: Carolina = termo determinante o predicado necessitam de outros termos: são os verbos de
predicado: conhece os índios da Amazônia = termo predicação incompleta, denominados transitivos. Exemplos:
determinado
João puxou a rede.
Nesses exemplos podemos observar que a concordância é “Não invejo os ricos, nem aspiro à riqueza.” (Oto Lara
estabelecida entre algumas poucas palavras dos dois termos Resende)

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APOSTILAS OPÇÃO
“Não simpatizava com as pessoas investidas no poder.” “Ninguém perdoa ao quarentão que se apaixona por uma
(Camilo Castelo Branco) adolescente.” (Ciro dos Anjos)
“Populares assistiam à cena aparentemente apáticos e
Observe que, sem os seus complementos, os verbos puxou, neutros.” (Érico Veríssimo)
invejo, aspiro, etc., não transmitiriam informações completas: “Lúcio não atinava com essa mudança instantânea.” (José
puxou o quê? Não invejo a quem? Não aspiro a quê? Américo)
Os verbos de predicação completa denominam-se “Do que eu mais gostava era do tempo do retiro espiritual.”
intransitivos e os de predicação incompleta, transitivos. Os (José Geraldo Vieira)
verbos transitivos subdividem-se em: transitivos diretos,
transitivos indiretos e transitivos diretos e indiretos Observações: Entre os verbos transitivos indiretos importa
(bitransitivos). distinguir os que se constroem com os pronomes objetivos lhe,
Além dos verbos transitivos e intransitivos, quem encerram lhes. Em geral são verbos que exigem a preposição a: agradar-lhe,
uma noção definida, um conteúdo significativo, existem os de agradeço-lhe, apraz-lhe, bate-lhe, desagrada-lhe, desobedecem-
ligação, verbos que entram na formação do predicado nominal, lhe, etc. Entre os verbos transitivos indiretos importa distinguir
relacionando o predicativo com o sujeito. os que não admitem para objeto indireto as formas oblíquas
Quanto à predicação classificam-se, pois os verbos em: lhe, lhes, construindo-se com os pronomes retos precedidos de
Intransitivos: são os que não precisam de complemento, preposição: aludir a ele, anuir a ele, assistir a ela, atentar nele,
pois têm sentido completo. depender dele, investir contra ele, não ligar para ele, etc.
“Três contos bastavam, insistiu ele.” (Machado de Assis) Em princípio, verbos transitivos indiretos não comportam
“Os guerreiros Tabajaras dormem.” (José de Alencar) a forma passiva. Excetuam-se pagar, perdoar, obedecer, e
“A pobreza e a preguiça andam sempre em companhia.” pouco mais, usados também como transitivos diretos: João
(Marquês de Maricá) paga (perdoa, obedece) o médico. O médico é pago (perdoado,
obedecido) por João. Há verbos transitivos indiretos, como
Observações: Os verbos intransitivos podem vir atirar, investir, contentar-se, etc., que admitem mais de uma
acompanhados de um adjunto adverbial e mesmo de um preposição, sem mudança de sentido. Outros mudam de sentido
predicativo (qualidade, características): Fui cedo; Passeamos com a troca da preposição, como nestes exemplos: Trate de sua
pela cidade; Cheguei atrasado; Entrei em casa aborrecido. vida. (tratar=cuidar). É desagradável tratar com gente grosseira.
As orações formadas com verbos intransitivos não podem (tratar=lidar). Verbos como aspirar, assistir, dispor, servir, etc.,
“transitar” (= passar) para a voz passiva. Verbos intransitivos variam de significação conforme sejam usados como transitivos
passam, ocasionalmente, a transitivos quando construídos com diretos ou indiretos.
o objeto direto ou indireto.
- “Inutilmente a minha alma o chora!” (Cabral do Nascimento) Transitivos Diretos e Indiretos: são os que se usam com
- “Depois me deitei e dormi um sono pesado.” (Luís Jardim) dois objetos: um direto, outro indireto, concomitantemente.
- “Morrerás morte vil da mão de um forte.” (Gonçalves Dias) Exemplos:
- “Inútil tentativa de viajar o passado, penetrar no mundo No inverno, Dona Cléia dava roupas aos pobres.
que já morreu...” (Ciro dos Anjos) A empresa fornece comida aos trabalhadores.
Oferecemos flores à noiva.
Alguns verbos essencialmente intransitivos: anoitecer, Ceda o lugar aos mais velhos.
crescer, brilhar, ir, agir, sair, nascer, latir, rir, tremer, brincar,
chegar, vir, mentir, suar, adoecer, etc. De Ligação: Os que ligam ao sujeito uma palavra ou
expressão chamada predicativo. Esses verbos, entram na
Transitivos Diretos: são os que pedem um objeto direto, isto formação do predicado nominal. Exemplos:
é, um complemento sem preposição. Pertencem a esse grupo: A Terra é móvel.
julgar, chamar, nomear, eleger, proclamar, designar, considerar, A água está fria.
declarar, adotar, ter, fazer, etc. Exemplos: O moço anda (=está) triste.
Comprei um terreno e construí a casa. A Lua parecia um disco.
“Trabalho honesto produz riqueza honrada.” (Marquês de
Maricá) Observações: Os verbos de ligação não servem apenas de
“Então, solenemente Maria acendia a lâmpada de sábado.” anexo, mas exprimem ainda os diversos aspectos sob os quais
(Guedes de Amorim) se considera a qualidade atribuída ao sujeito. O verbo ser, por
exemplo, traduz aspecto permanente e o verbo estar, aspecto
Dentre os verbos transitivos diretos merecem destaque os transitório: Ele é doente. (aspecto permanente); Ele está doente.
que formam o predicado verbo nominal e se constrói com o (aspecto transitório). Muito desses verbos passam à categoria
complemento acompanhado de predicativo. Exemplos: dos intransitivos em frases como: Era =existia) uma vez uma
Consideramos o caso extraordinário. princesa.; Eu não estava em casa.; Fiquei à sombra.; Anda com
Inês trazia as mãos sempre limpas. dificuldades.; Parece que vai chover.
O povo chamava-os de anarquistas.
Julgo Marcelo incapaz disso. Os verbos, relativamente à predicação, não têm classificação
fixa, imutável. Conforme a regência e o sentido que apresentam
Observações: Os verbos transitivos diretos, em geral, podem na frase, podem pertencer ora a um grupo, ora a outro. Exemplos:
ser usados também na voz passiva; Outra característica desses O homem anda. (intransitivo)
verbos é a de poderem receber como objeto direto, os pronomes O homem anda triste. (de ligação)
o, a, os, as: convido-o, encontro-os, incomodo-a, conheço-as; Os
verbos transitivos diretos podem ser construídos acidentalmente O cego não vê. (intransitivo)
com preposição, a qual lhes acrescenta novo matiz semântico: O cego não vê o obstáculo. (transitivo direto)
arrancar da espada; puxar da faca; pegar de uma ferramenta;
tomar do lápis; cumprir com o dever; Alguns verbos transitivos Não dei com a chave do enigma. (transitivo indireto)
diretos: abençoar, achar, colher, avisar, abraçar, comprar, Os pais dão conselhos aos filhos. (transitivo direto e indireto)
castigar, contrariar, convidar, desculpar, dizer, estimar, elogiar,
entristecer, encontrar, ferir, imitar, levar, perseguir, prejudicar, Predicativo: Há o predicativo do sujeito e o predicativo do
receber, saldar, socorrer, ter, unir, ver, etc. objeto.

Transitivos Indiretos: são os que reclamam um Predicativo do Sujeito: é o termo que exprime um atributo,
complemento regido de preposição, chamado objeto indireto. um estado ou modo de ser do sujeito, ao qual se prende por um
Exemplos: verbo de ligação, no predicado nominal. Exemplos:

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APOSTILAS OPÇÃO
A bandeira é o símbolo da Pátria. esfera semântica:
A mesa era de mármore. “Viveu José Joaquim Alves vida tranquila e patriarcal.”
(Vivaldo Coaraci)
Além desse tipo de predicativo, outro existe que entra na “Pela primeira vez chorou o choro da tristeza.” (Aníbal
constituição do predicado verbo-nominal. Exemplos: Machado)
O trem chegou atrasado. (=O trem chegou e estava “Nenhum de nós pelejou a batalha de Salamina.” (Machado
atrasado.) de Assis)
O menino abriu a porta ansioso. Em tais construções é de rigor que o objeto venha
Todos partiram alegres. acompanhado de um adjunto.

Observações: O predicativo subjetivo às vezes está Objeto Direto Preposicionado: Há casos em que o objeto
preposicionado; Pode o predicativo preceder o sujeito e até direto, isto é, o complemento de verbos transitivos diretos, vem
mesmo ao verbo: São horríveis essas coisas!; Que linda precedido de preposição, geralmente a preposição a. Isto ocorre
estava Amélia!; Completamente feliz ninguém é.; Raros são os principalmente:
verdadeiros líderes.; Quem são esses homens?; Lentos e tristes, - Quando o objeto direto é um pronome pessoal tônico:
os retirantes iam passando.; Novo ainda, eu não entendia certas Deste modo, prejudicas a ti e a ela.; “Mas dona Carolina amava
coisas.; Onde está a criança que fui? mais a ele do que aos outros filhos.”; “Pareceu-me que Roberto
Predicativo do Objeto: é o termo que se refere ao objeto de hostilizava antes a mim do que à ideia.”; “Ricardina lastimava o
um verbo transitivo. Exemplos: seu amigo como a si própria.”; “Amava-a tanto como a nós”.
O juiz declarou o réu inocente. - Quando o objeto é o pronome relativo quem: “Pedro
O povo elegeu-o deputado. Severiano tinha um filho a quem idolatrava.”; “Abraçou a todos;
deu um beijo em Adelaide, a quem felicitou pelo desenvolvimento
Observações: O predicativo objetivo, como vemos dos das suas graças.”; “Agora sabia que podia manobrar com ele, com
exemplos acima, às vezes vem regido de preposição. Esta, em aquele homem a quem na realidade também temia, como todos
certos casos, é facultativa; O predicativo objetivo geralmente ali”.
se refere ao objeto direto. Excepcionalmente, pode referir-se - Quando precisamos assegurar a clareza da frase, evitando
ao objeto indireto do verbo chamar. Chamavam-lhe poeta; que o objeto direto seja tomado como sujeito, impedindo
Podemos antepor o predicativo a seu objeto: O advogado construções ambíguas: Convence, enfim, ao pai o filho amado.;
considerava indiscutíveis os direitos da herdeira.; Julgo “Vence o mal ao remédio.”; “Tratava-me sem cerimônia, como a
inoportuna essa viagem.; “E até embriagado o vi muitas um irmão.”; A qual delas iria homenagear o cavaleiro?
vezes.”; “Tinha estendida a seus pés uma planta rústica da - Em expressões de reciprocidade, para garantir a clareza e a
cidade.”; “Sentia ainda muito abertos os ferimentos que aquele eufonia da frase: “Os tigres despedaçam-se uns aos outros.”; “As
choque com o mundo me causara.” companheiras convidavam-se umas às outras.”; “Era o abraço de
duas criaturas que só tinham uma à outra”.
Termos Integrantes da Oração - Com nomes próprios ou comuns, referentes a pessoas,
principalmente na expressão dos sentimentos ou por amor da
Chamam-se termos integrantes da oração os que completam eufonia da frase: Judas traiu a Cristo.; Amemos a Deus sobre
a significação transitiva dos verbos e nomes. Integram (inteiram, todas as coisas. “Provavelmente, enganavam é a Pedro.”; “O
completam) o sentido da oração, sendo por isso indispensável à estrangeiro foi quem ofendeu a Tupã”.
compreensão do enunciado. São os seguintes: - Em construções enfáticas, nas quais antecipamos o objeto
- Complemento Verbais (Objeto Direto e Objeto Indireto); direto para dar-lhe realce: A você é que não enganam!; Ao
- Complemento Nominal; médico, confessor e letrado nunca enganes.; “A este confrade
- Agente da Passiva. conheço desde os seus mais tenros anos”.
- Sendo objeto direto o numeral ambos(as): “O aguaceiro
Objeto Direto: é o complemento dos verbos de predicação caiu, molhou a ambos.”; “Se eu previsse que os matava a
incompleta, não regido, normalmente, de preposição. Exemplos: ambos...”.
As plantas purificaram o ar. - Com certos pronomes indefinidos, sobretudo referentes a
“Nunca mais ele arpoara um peixe-boi.” (Ferreira Castro) pessoas: Se todos são teus irmãos, por que amas a uns e odeias a
Procurei o livro, mas não o encontrei. outros?; Aumente a sua felicidade, tornando felizes também aos
Ninguém me visitou. outros.; A quantos a vida ilude!.
- Em certas construções enfáticas, como puxar (ou arrancar)
O objeto direto tem as seguintes características: da espada, pegar da pena, cumprir com o dever, atirar com os
- Completa a significação dos verbos transitivos diretos; livros sobre a mesa, etc.: “Arrancam das espadas de aço fino...”;
- Normalmente, não vem regido de preposição; “Chegou a costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou
- Traduz o ser sobre o qual recai a ação expressa por um da linha, enfiou a linha na agulha e entrou a coser.”; “Imagina-se
verbo ativo: Caim matou Abel. a consternação de Itaguaí, quando soube do caso.”
- Torna-se sujeito da oração na voz passiva: Abel foi morto
por Caim. Observações: Nos quatro primeiros casos estudados a
preposição é de rigor, nos cinco outros, facultativa; A substituição
O objeto direto pode ser constituído: do objeto direto preposicionado pelo pronome oblíquo átono,
- Por um substantivo ou expressão substantivada: O lavrador quando possível, se faz com as formas o(s), a(s) e não lhe,
cultiva a terra.; Unimos o útil ao agradável. lhes: amar a Deus (amá-lo); convencer ao amigo (convencê-
- Pelos pronomes oblíquos o, a, os, as, me, te, se, nos, vos: lo); O objeto direto preposicionado, é obvio, só ocorre com
Espero-o na estação.; Estimo-os muito.; Sílvia olhou-se ao verbo transitivo direto; Podem resumir-se em três as razões
espelho.; Não me convidas?; Ela nos chama.; Avisamo-lo a ou finalidades do emprego do objeto direto preposicionado:
tempo.; Procuram-na em toda parte.; Meu Deus, eu vos amo.; a clareza da frase; a harmonia da frase; a ênfase ou a força da
“Marchei resolutamente para a maluca e intimei-a a ficar expressão.
quieta.”; “Vós haveis de crescer, perder-vos-ei de vista.”
- Por qualquer pronome substantivo: Não vi ninguém na Objeto Direto Pleonástico: Quando queremos dar destaque
loja.; A árvore que plantei floresceu. (que: objeto direto de ou ênfase à ideia contida no objeto direto, colocamo-lo no
plantei); Onde foi que você achou isso? Quando vira as folhas do início da frase e depois o repetimos ou reforçamos por meio do
livro, ela o faz com cuidado.; “Que teria o homem percebido nos pronome oblíquo. A esse objeto repetido sob forma pronominal
meus escritos?” chama-se pleonástico, enfático ou redundante. Exemplos:
Frequentemente transitivam-se verbos intransitivos, dando- O dinheiro, Jaime o trazia escondido nas mangas da camisa.
se-lhes por objeto direto uma palavra cognata ou da mesma O bem, muitos o louvam, mas poucos o seguem.

Língua Portuguesa 49
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APOSTILAS OPÇÃO
“Seus cavalos, ela os montava em pelo.” (Jorge Amado) Agente da Passiva: é o complemento de um verbo na voz
passiva. Representa o ser que pratica a ação expressa pelo verbo
Objeto Indireto: É o complemento verbal regido de passivo. Vem regido comumente pela preposição por, e menos
preposição necessária e sem valor circunstancial. Representa, frequentemente pela preposição de: Alfredo é estimado pelos
ordinariamente, o ser a que se destina ou se refere à ação verbal: colegas; A cidade estava cercada pelo exército romano; “Era
“Nunca desobedeci a meu pai”. O objeto indireto completa a conhecida de todo mundo a fama de suas riquezas.”
significação dos verbos:
O agente da passiva pode ser expresso pelos substantivos ou
- Transitivos Indiretos: Assisti ao jogo; Assistimos à missa e pelos pronomes:
à festa; Aludiu ao fato; Aspiro a uma vida calma. As flores são umedecidas pelo orvalho.
- Transitivos Diretos e Indiretos (na voz ativa ou passiva): A carta foi cuidadosamente corrigida por mim.
Dou graças a Deus; Ceda o lugar aos mais velhos; Dedicou sua
vida aos doentes e aos pobres; Disse-lhe a verdade. (Disse a O agente da passiva corresponde ao sujeito da oração na voz
verdade ao moço.) ativa:
A rainha era chamada pela multidão. (voz passiva)
O objeto indireto pode ainda acompanhar verbos de outras A multidão aclamava a rainha. (voz ativa)
categorias, os quais, no caso, são considerados acidentalmente Ele será acompanhado por ti. (voz passiva)
transitivos indiretos: A bom entendedor meia palavra basta;
Sobram-lhe qualidades e recursos. (lhe=a ele); Isto não lhe Observações:
convém; A proposta pareceu-lhe aceitável. Frase de forma passiva analítica sem complemento agente
expresso, ao passar para a ativa, terá sujeito indeterminado
Observações: Há verbos que podem construir-se com dois e o verbo na 3ª pessoa do plural: Ele foi expulso da cidade.
objetos indiretos, regidos de preposições diferentes: Rogue a (Expulsaram-no da cidade.); As florestas são devastadas.
Deus por nós.; Ela queixou-se de mim a seu pai.; Pedirei para (Devastam as florestas.); Na passiva pronominal não se declara
ti a meu senhor um rico presente; Não confundir o objeto direto o agente: Nas ruas assobiavam-se as canções dele pelos
com o complemento nominal nem com o adjunto adverbial; Em pedestres. (errado); Nas ruas eram assobiadas as canções dele
frases como “Para mim tudo eram alegrias”, “Para ele nada é pelos pedestres. (certo); Assobiavam-se as canções dele nas
impossível”, os pronomes em destaque podem ser considerados ruas. (certo)
adjuntos adverbiais.
Termos Acessórios da Oração
O objeto indireto é sempre regido de preposição, expressa
ou implícita. A preposição está implícita nos pronomes objetivos Termos acessórios são os que desempenham na oração
indiretos (átonos) me, te, se, lhe, nos, vos, lhes. Exemplos: uma função secundária, qual seja a de caracterizar um ser,
Obedece-me. (=Obedece a mim.); Isto te pertence. (=Isto determinar os substantivos, exprimir alguma circunstância. São
pertence a ti.); Rogo-lhe que fique. (=Rogo a você...); Peço- três os termos acessórios da oração: adjunto adnominal, adjunto
vos isto. (=Peço isto a vós.). Nos demais casos a preposição é adverbial e aposto.
expressa, como característica do objeto indireto: Recorro a
Deus.; Dê isto a (ou para) ele.; Contenta-se com pouco.; Ele Adjunto adnominal: É o termo que caracteriza ou determina
só pensa em si.; Esperei por ti.; Falou contra nós.; Conto com os substantivos. Exemplo: Meu irmão veste roupas vistosas.
você.; Não preciso disto.; O filme a que assisti agradou ao (Meu determina o substantivo irmão: é um adjunto adnominal
público.; Assisti ao desenrolar da luta.; A coisa de que mais – vistosas caracteriza o substantivo roupas: é também adjunto
gosto é pescar.; A pessoa a quem me refiro você a conhece.; Os adnominal).
obstáculos contra os quais luto são muitos.; As pessoas com O adjunto adnominal pode ser expresso: Pelos adjetivos:
quem conto são poucas. água fresca, terras férteis, animal feroz; Pelos artigos: o
mundo, as ruas, um rapaz; Pelos pronomes adjetivos: nosso tio,
Como atestam os exemplos acima, o objeto indireto é este lugar, pouco sal, muitas rãs, país cuja história conheço,
representado pelos substantivos (ou expressões substantivas) que rua?; Pelos numerais: dois pés, quinto ano, capítulo sexto;
ou pelos pronomes. As preposições que o ligam ao verbo são: a, Pelas locuções ou expressões adjetivas que exprimem qualidade,
com, contra, de, em, para e por. posse, origem, fim ou outra especificação:
- presente de rei (=régio): qualidade
Objeto Indireto Pleonástico: à semelhança do objeto direto, - livro do mestre, as mãos dele: posse, pertença
o objeto indireto pode vir repetido ou reforçado, por ênfase. - água da fonte, filho de fazendeiros: origem
Exemplos: “A mim o que me deu foi pena.”; “Que me importa - fio de aço, casa de madeira: matéria
a mim o destino de uma mulher tísica...? “E, aos brigões, - casa de ensino, aulas de inglês: fim, especialidade
incapazes de se moverem, basta-lhes xingarem-se a distância.”
Observações: Não confundir o adjunto adnominal formado
Complemento Nominal: é o termo complementar reclamado por locução adjetiva com complemento nominal. Este representa
pela significação transitiva, incompleta, de certos substantivos, o alvo da ação expressa por um nome transitivo: a eleição do
adjetivos e advérbios. Vem sempre regido de preposição. presidente, aviso de perigo, declaração de guerra, empréstimo
Exemplos: A defesa da pátria; Assistência às aulas; “O ódio ao de dinheiro, plantio de árvores, colheita de trigo, destruidor
mal é amor do bem, e a ira contra o mal, entusiasmo divino.”; de matas, descoberta de petróleo, amor ao próximo, etc. O
“Ah, não fosse ele surdo à minha voz!” adjunto adnominal formado por locução adjetiva representa
o agente da ação, ou a origem, pertença, qualidade de alguém
Observações: O complemento nominal representa o ou de alguma coisa: o discurso do presidente, aviso de amigo,
recebedor, o paciente, o alvo da declaração expressa por um declaração do ministro, empréstimo do banco, a casa do
nome: amor a Deus, a condenação da violência, o medo de fazendeiro, folhas de árvores, farinha de trigo, beleza das
assaltos, a remessa de cartas, útil ao homem, compositor matas, cheiro de petróleo, amor de mãe.
de músicas, etc. É regido pelas mesmas preposições usadas
no objeto indireto. Difere deste apenas porque, em vez de Adjunto adverbial: É o termo que exprime uma circunstância
complementar verbos, complementa nomes (substantivos, (de tempo, lugar, modo, etc.) ou, em outras palavras, que modifica
adjetivos) e alguns advérbios em –mente. Os nomes que o sentido de um verbo, adjetivo ou advérbio. Exemplo: “Meninas
requerem complemento nominal correspondem, geralmente, a numa tarde brincavam de roda na praça”. O adjunto adverbial
verbos de mesmo radical: amor ao próximo, amar o próximo; é expresso: Pelos advérbios: Cheguei cedo.; Ande devagar.;
perdão das injúrias, perdoar as injúrias; obediente aos pais, Maria é mais alta.; Não durma ao volante.; Moramos aqui.;
obedecer aos pais; regresso à pátria, regressar à pátria; etc. Ele fala bem, fala corretamente.; Volte bem depressa.; Talvez

Língua Portuguesa 50
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APOSTILAS OPÇÃO
esteja enganado.; Pelas locuções ou expressões adverbiais: Às a coisa personificada a que nos dirigimos:
vezes viajava de trem.; Compreendo sem esforço.; Saí com meu
pai.; Júlio reside em Niterói.; Errei por distração.; Escureceu “Elesbão? Ó Elesbão! Venha ajudar-nos, por favor!” (Maria
de repente. de Lourdes Teixeira)
“A ordem, meus amigos, é a base do governo.” (Machado de
Observações: Pode ocorrer a elipse da preposição antes Assis)
de adjuntos adverbiais de tempo e modo: Aquela noite, não “Correi, correi, ó lágrimas saudosas!” (Fagundes Varela)
dormi. (=Naquela noite...); Domingo que vem não sairei. (=No
domingo...); Ouvidos atentos, aproximei-me da porta. (=De Observação: Profere-se o vocativo com entoação exclamativa.
ouvidos atentos...); Os adjuntos adverbiais classificam-se de Na escrita é separado por vírgula(s). No exemplo inicial, os
acordo com as circunstâncias que exprimem: adjunto adverbial pontos interrogativo e exclamativo indicam um chamado alto e
de lugar, modo, tempo, intensidade, causa, companhia, meio, prolongado. O vocativo se refere sempre à 2ª pessoa do discurso,
assunto, negação, etc. É importante saber distinguir adjunto que pode ser uma pessoa, um animal, uma coisa real ou entidade
adverbial de adjunto adnominal, de objeto indireto e de abstrata personificada. Podemos antepor-lhe uma interjeição de
complemento nominal: sair do mar (ad.adv.); água do mar (adj. apelo (ó, olá, eh!):
adn.); gosta do mar (obj.indir.); ter medo do mar (compl.nom.).
“Tem compaixão de nós , ó Cristo!” (Alexandre Herculano)
Aposto: É uma palavra ou expressão que explica ou esclarece, “Ó Dr. Nogueira, mande-me cá o Padilha, amanhã!”
desenvolve ou resume outro termo da oração. Exemplos: (Graciliano Ramos)
D. Pedro II, imperador do Brasil, foi um monarca sábio. “Esconde-te, ó sol de maio, ó alegria do mundo!” (Camilo
“Nicanor, ascensorista, expôs-me seu caso de consciência.” Castelo Branco)
(Carlos Drummond de Andrade) O vocativo é um tempo à parte. Não pertence à estrutura da
oração, por isso não se anexa ao sujeito nem ao predicado.
O núcleo do aposto é um substantivo ou um pronome
substantivo: Questões
Foram os dois, ele e ela.
Só não tenho um retrato: o de minha irmã. 01. O termo em destaque é adjunto adverbial de intensidade
em:
O aposto não pode ser formado por adjetivos. Nas frases (A) pode aprender e assimilar MUITA coisa
seguintes, por exemplo, não há aposto, mas predicativo do (B) enfrentamos MUITAS novidades
sujeito: (C) precisa de um parceiro com MUITO caráter
Audaciosos, os dois surfistas atiraram-se às ondas. (D) não gostam de mulheres MUITO inteligentes
As borboletas, leves e graciosas, esvoaçavam num balé de (E) assumimos MUITO conflito e confusão
cores.
02. Assinale a alternativa correta: “para todos os males, há
Os apostos, em geral, destacam-se por pausas, indicadas, na dois remédios: o tempo e o silêncio”, os termos grifados são
escrita, por vírgulas, dois pontos ou travessões. Não havendo respectivamente:
pausa, não haverá vírgula, como nestes exemplos: (A) sujeito – objeto direto;
Minha irmã Beatriz; o escritor João Ribeiro; o romance Tóia; (B) sujeito – aposto;
o rio Amazonas; a Rua Osvaldo Cruz; o Colégio Tiradentes, etc. (C) objeto direto – aposto;
“Onde estariam os descendentes de Amaro vaqueiro?” (D) objeto direto – objeto direto;
(Graciliano Ramos) (E) objeto direto – complemento nominal.

O aposto pode preceder o termo a que se refere, o qual, às 03. Assinale a alternativa em que o termo destacado é objeto
vezes, está elíptico. Exemplos: indireto.
Rapaz impulsivo, Mário não se conteve. (A) “Quem faz um poema abre uma janela.” (Mário Quintana)
Mensageira da ideia, a palavra é a mais bela expressão da (B) “Toda gente que eu conheço e que fala comigo / Nunca
alma humana. teve um ato ridículo / Nunca sofreu enxovalho (...)” (Fernando
Pessoa)
O aposto, às vezes, refere-se a toda uma oração. Exemplos: (C) “Quando Ismália enlouqueceu / Pôs-se na torre a sonhar
Nuvens escuras borravam os espaços silenciosos, sinal de / Viu uma lua no céu, / Viu uma lua no mar.” (Alphonsus de
tempestade iminente. Guimarães)
O espaço é incomensurável, fato que me deixa atônito. (D) “Mas, quando responderam a Nhô Augusto: ‘– É a
jagunçada de seu Joãozinho Bem-Bem, que está descendo para
Um aposto pode referir-se a outro aposto: a Bahia.’ – ele, de alegre, não se pôde conter.” (Guimarães Rosa)
“Serafim Gonçalves casou-se com Lígia Tavares, filha do
velho coronel Tavares, senhor de engenho.” (Ledo Ivo) Respostas
01. D\02. C\03. D
O aposto pode vir precedido das expressões explicativas isto
é, a saber, ou da preposição acidental como: Período

Dois países sul-americanos, isto é, a Bolívia e o Paraguai, Período: Toda frase com uma ou mais orações constitui um
não são banhados pelo mar. período, que se encerra com ponto de exclamação, ponto de
Este escritor, como romancista, nunca foi superado. interrogação ou com reticências.
O período é simples quando só traz uma oração, chamada
O aposto que se refere a objeto indireto, complemento absoluta; o período é composto quando traz mais de uma
nominal ou adjunto adverbial vem precedido de preposição: oração. Exemplo: Pegou fogo no prédio. (Período simples, oração
absoluta.); Quero que você aprenda. (Período composto.)
O rei perdoou aos dois: ao fidalgo e ao criado.
“Acho que adoeci disso, de beleza, da intensidade das Existe uma maneira prática de saber quantas orações há
coisas.” (Raquel Jardim) num período: é contar os verbos ou locuções verbais. Num
De cobras, morcegos, bichos, de tudo ela tinha medo. período haverá tantas orações quantos forem os verbos ou as
locuções verbais nele existentes. Exemplos:
Vocativo: (do latim vocare = chamar) é o termo (nome, título, Pegou fogo no prédio. (um verbo, uma oração)
apelido) usado para chamar ou interpelar a pessoa, o animal ou Quero que você aprenda. (dois verbos, duas orações)

Língua Portuguesa 51
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APOSTILAS OPÇÃO
Está pegando fogo no prédio. (uma locução verbal, uma A espada vence, mas não convence.
oração) “É dura a vida, mas aceitam-na.” (Cecília Meireles)
Deves estudar para poderes vencer na vida. (duas locuções
verbais, duas orações) - Orações coordenadas sindéticas conclusivas: portanto,
por isso, pois, logo.
Há três tipos de período composto: por coordenação, por
subordinação e por coordenação e subordinação ao mesmo Ele me ajudou muito, / portanto merece minha gratidão.
tempo (também chamada de misto). OCA OCS Conclusiva

Período Composto por Coordenação – Orações Observe que a 2ª oração vem introduzida por uma conjunção
Coordenadas que expressa ideia de conclusão de um fato enunciado na oração
anterior, ou seja, por uma conjunção coordenativa conclusiva.
Considere, por exemplo, este período composto:
Passeamos pela praia, / brincamos, / recordamos os tempos Vives mentindo; logo, não mereces fé.
de infância. Ele é teu pai: respeita-lhe, pois, a vontade.
1ª oração: Passeamos pela praia
2ª oração: brincamos - Orações coordenadas sindéticas alternativas: ou,ou... ou,
3ª oração: recordamos os tempos de infância ora... ora, seja... seja, quer... quer.
As três orações que compõem esse período têm sentido
próprio e não mantêm entre si nenhuma dependência sintática: Seja mais educado / ou retire-se da reunião!
elas são independentes. Há entre elas, é claro, uma relação de OCA OCS Alternativa
sentido, mas, como já dissemos, uma não depende da outra
sintaticamente. Observe que a 2ª oração vem introduzida por uma
As orações independentes de um período são chamadas conjunção que estabelece uma relação de alternância ou escolha
de orações coordenadas (OC), e o período formado só de com referência à oração anterior, ou seja, por uma conjunção
orações coordenadas é chamado de período composto por coordenativa alternativa.
coordenação.
As orações coordenadas são classificadas em assindéticas e Venha agora ou perderá a vez.
sindéticas. “Jacinta não vinha à sala, ou retirava-se logo.” (Machado de
Assis)
- As orações coordenadas são assindéticas (OCA) quando “Em aviação, tudo precisa ser bem feito ou custará preço
não vêm introduzidas por conjunção. Exemplo: muito caro.” (Renato Inácio da Silva)
Os torcedores gritaram, / sofreram, / vibraram. “A louca ora o acariciava, ora o rasgava freneticamente.”
OCA OCA OCA (Luís Jardim)

“Inclinei-me, apanhei o embrulho e segui.” (Machado de - Orações coordenadas sindéticas explicativas: que,
Assis) porque, pois, porquanto.
“A noite avança, há uma paz profunda na casa deserta.” Vamos andar depressa / que estamos atrasados.
(Antônio Olavo Pereira) OCA OCS Explicativa
“O ferro mata apenas; o ouro infama, avilta, desonra.” Observe que a 2ª oração é introduzida por uma conjunção
(Coelho Neto) que expressa ideia de explicação, de justificativa em relação
à oração anterior, ou seja, por uma conjunção coordenativa
- As orações coordenadas são sindéticas (OCS) quando vêm explicativa.
introduzidas por conjunção coordenativa. Exemplo:
O homem saiu do carro / e entrou na casa. Leve-lhe uma lembrança, que ela aniversaria amanhã.
OCA OCS “A mim ninguém engana, que não nasci ontem.” (Érico
Veríssimo)
As orações coordenadas sindéticas são classificadas de
acordo com o sentido expresso pelas conjunções coordenativas Questões
que as introduzem. Pode ser:
01. Relacione as orações coordenadas por meio de
- Orações coordenadas sindéticas aditivas: e, nem, não só... conjunções:
mas também, não só... mas ainda. (A) Ouviu-se o som da bateria. Os primeiros foliões surgiram.
Saí da escola / e fui à lanchonete. (B) Não durma sem cobertor. A noite está fria.
OCA OCS Aditiva (C) Quero desculpar-me. Não consigo encontrá-los.
  
Observe que a 2ª oração vem introduzida por uma conjunção 02. Em: “... ouviam-se amplos bocejos, fortes como o marulhar
que expressa idéia de acréscimo ou adição com referência à das ondas...” a partícula como expressa uma ideia de:
oração anterior, ou seja, por uma conjunção coordenativa aditiva. (A) causa
(B) explicação
A doença vem a cavalo e volta a pé. (C) conclusão
As pessoas não se mexiam nem falavam. (D) proporção
“Não só findaram as queixas contra o alienista, mas até (E) comparação
nenhum ressentimento ficou dos atos que ele praticara.”  
(Machado de Assis) 03. “Entrando na faculdade, procurarei emprego”, oração
- Orações coordenadas sindéticas adversativas: mas, sublinhada pode indicar uma ideia de:
porém, todavia, contudo, entretanto, no entanto. (A) concessão
(B) oposição
Estudei bastante / mas não passei no teste. (C) condição
OCA OCS Adversativa (D) lugar
(E) consequência
Observe que a 2ª oração vem introduzida por uma conjunção Respostas
que expressa idéia de oposição à oração anterior, ou seja, por 01.
uma conjunção coordenativa adversativa. Ouviu-se o som da bateria e os primeiros foliões surgiram.
Não durma sem cobertor, pois a noite está fria.

Língua Portuguesa 52
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APOSTILAS OPÇÃO
Quero desculpar-me, mas consigo encontrá-los. - Conformativas: Expressam a conformidade de um fato
  com outro. Conjunções: conforme, como (=conforme), segundo.
02. E\03. C O trabalho foi feito / conforme havíamos planejado.
OP OSA Conformativa
Período Composto por Subordinação
O homem age conforme pensa.
Observe os termos destacados em cada uma destas orações: Relatei os fatos como (ou conforme) os ouvi.
Vi uma cena triste. (adjunto adnominal) Como diz o povo, tristezas não pagam dívidas.
Todos querem sua participação. (objeto direto) O jornal, como sabemos, é um grande veículo de informação.
Não pude sair por causa da chuva. (adjunto adverbial de
causa) - Temporais: Acrescentam uma circunstância de tempo ao
que foi expresso na oração principal. Conjunções: quando, assim
Veja, agora, como podemos transformar esses termos em que, logo que, enquanto, sempre que, depois que, mal (=assim que).
orações com a mesma função sintática: Ele saiu da sala / assim que eu cheguei.
Vi uma cena / que me entristeceu. (oração subordinada OP OSA Temporal
com função de adjunto adnominal)
Todos querem / que você participe. (oração subordinada Formiga, quando quer se perder, cria asas.
com função de objeto direto) “Lá pelas sete da noite, quando escurecia, as casas se
Não pude sair / porque estava chovendo. (oração esvaziam.” (Carlos Povina Cavalcânti)
subordinada com função de adjunto adverbial de causa) “Quando os tiranos caem, os povos se levantam.” (Marquês
de Maricá)
Em todos esses períodos, a segunda oração exerce uma Enquanto foi rico, todos o procuravam.
certa função sintática em relação à primeira, sendo, portanto, - Finais: Expressam a finalidade ou o objetivo do que foi
subordinada a ela. Quando um período é constituído de pelo enunciado na oração principal. Conjunções: para que, a fim de
menos um conjunto de duas orações em que uma delas (a que, porque (=para que), que.
subordinada) depende sintaticamente da outra (principal), ele Abri a porta do salão / para que todos pudessem entrar.
é classificado como período composto por subordinação. As OP OSA Final
orações subordinadas são classificadas de acordo com a função
que exercem: adverbiais, substantivas e adjetivas. “O futuro se nos oculta para que nós o imaginemos.”
(Marquês de Maricá)
Orações Subordinadas Adverbiais Aproximei-me dele a fim de que me ouvisse melhor.
“Fiz-lhe sinal que se calasse.” (Machado de Assis) (que =
As orações subordinadas adverbiais (OSA) são aquelas para que)
que exercem a função de adjunto adverbial da oração principal “Instara muito comigo não deixasse de frequentar as
(OP). São classificadas de acordo com a conjunção subordinativa recepções da mulher.” (Machado de Assis) (não deixasse =
que as introduz: para que não deixasse)

- Causais: Expressam a causa do fato enunciado na oração - Consecutivas: Expressam a consequência do que foi
principal. Conjunções: porque, que, como (= porque), pois que, enunciado na oração principal. Conjunções: porque, que, como (=
visto que. porque), pois que, visto que.
Não fui à escola / porque fiquei doente. A chuva foi tão forte / que inundou a cidade.
OP OSA Causal OP OSA Consecutiva

O tambor soa porque é oco. Fazia tanto frio que meus dedos estavam endurecidos.
Como não me atendessem, repreendi-os severamente. “A fumaça era tanta que eu mal podia abrir os olhos.” (José
Como ele estava armado, ninguém ousou reagir. J. Veiga)
“Faltou à reunião, visto que esteve doente.” (Arlindo de De tal sorte a cidade crescera que não a reconhecia mais.
Sousa) As notícias de casa eram boas, de maneira que pude
prolongar minha viagem.
- Condicionais: Expressam hipóteses ou condição para a
ocorrência do que foi enunciado na principal. Conjunções: se, - Comparativas: Expressam ideia de comparação com
contanto que, a menos que, a não ser que, desde que. referência à oração principal. Conjunções: como, assim como,
Irei à sua casa / se não chover. tal como, (tão)... como, tanto como, tal qual, que (combinado com
OP OSA Condicional menos ou mais).
Ela é bonita / como a mãe.
Deus só nos perdoará se perdoarmos aos nossos OP OSA Comparativa
ofensores.
Se o conhecesses, não o condenarias. A preguiça gasta a vida como a ferrugem consome o ferro.”
“Que diria o pai se soubesse disso?” (Carlos Drummond de (Marquês de Maricá)
Andrade) Ela o atraía irresistivelmente, como o imã atrai o ferro.
A cápsula do satélite será recuperada, caso a experiência Os retirantes deixaram a cidade tão pobres como vieram.
tenha êxito. Como a flor se abre ao Sol, assim minha alma se abriu à luz
- Concessivas: Expressam ideia ou fato contrário ao da daquele olhar.
oração principal, sem, no entanto, impedir sua realização.
Conjunções: embora, ainda que, apesar de, se bem que, por mais Obs.: As orações comparativas nem sempre apresentam
que, mesmo que. claramente o verbo, como no exemplo acima, em que está
Ela saiu à noite / embora estivesse doente. subentendido o verbo ser (como a mãe é).
OP OSA Concessiva - Proporcionais: Expressam uma ideia que se relaciona
Admirava-o muito, embora (ou conquanto ou posto que proporcionalmente ao que foi enunciado na principal.
ou se bem que) não o conhecesse pessoalmente. Conjunções: à medida que, à proporção que, ao passo que, quanto
Embora não possuísse informações seguras, ainda assim mais, quanto menos.
arriscou uma opinião. Quanto mais reclamava / menos atenção recebia.
Cumpriremos nosso dever, ainda que (ou mesmo quando OSA Proporcional OP
ou ainda quando ou mesmo que) todos nos critiquem.
Por mais que gritasse, não me ouviram. À medida que se vive, mais se aprende.

Língua Portuguesa 53
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APOSTILAS OPÇÃO
À proporção que avançávamos, as casas iam rareando. felicidade. (predicativo)
O valor do salário, ao passo que os preços sobem, vai O importante é / que você seja feliz.
diminuindo. OP OSS Predicativa

Orações Subordinadas Substantivas Seu receio era que chovesse. (Seu receio era a chuva.)
Minha esperança era que ele desistisse.
As orações subordinadas substantivas (OSS) são aquelas Meu maior desejo agora é que me deixem em paz.
que, num período, exercem funções sintáticas próprias de Não sou quem você pensa.
substantivos, geralmente são introduzidas pelas conjunções
integrantes que e se. Elas podem ser: - Oração Subordinada Substantiva Apositiva: É aquela
que exerce a função de aposto de um termo da oração principal.
- Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta: É Observe: Ele tinha um sonho: a união de todos em benefício
aquela que exerce a função de objeto direto do verbo da oração do país. (aposto)
principal. Observe: O grupo quer a sua ajuda. (objeto direto) Ele tinha um sonho / que todos se unissem em benefício do
O grupo quer / que você ajude. país.
OP OSS Objetiva Direta OP OSS Apositiva

O mestre exigia que todos estivessem presentes. (= O Só desejo uma coisa: que vivam felizes. (Só desejo uma
mestre exigia a presença de todos.) coisa: a sua felicidade)
Mariana esperou que o marido voltasse. Só lhe peço isto: honre o nosso nome.
Ninguém pode dizer: Desta água não beberei. “Talvez o que eu houvesse sentido fosse o presságio disto: de
O fiscal verificou se tudo estava em ordem. que virias a morrer...” (Osmã Lins)
“Mas diga-me uma cousa, essa proposta traz algum motivo
- Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta: É oculto?” (Machado de Assis)
aquela que exerce a função de objeto indireto do verbo da oração As orações apositivas vêm geralmente antecedidas de dois-
principal. Observe: Necessito de sua ajuda. (objeto indireto) pontos. Podem vir, também, entre vírgulas, intercaladas à oração
Necessito / de que você me ajude. principal. Exemplo: Seu desejo, que o filho recuperasse a
OP OSS Objetiva Indireta saúde, tornou-se realidade.

Não me oponho a que você viaje. (= Não me oponho à sua Observação: Além das conjunções integrantes que e se,
viagem.) as orações substantivas podem ser introduzidas por outros
Aconselha-o a que trabalhe mais. conectivos, tais como quando, como, quanto, etc. Exemplos:
Daremos o prêmio a quem o merecer. Não sei quando ele chegou.
Lembre-se de que a vida é breve. Diga-me como resolver esse problema.

- Oração Subordinada Substantiva Subjetiva: É aquela Orações Subordinadas Adjetivas


que exerce a função de sujeito do verbo da oração principal.
Observe: É importante sua colaboração. (sujeito) As orações subordinadas Adjetivas (OSA) exercem
É importante / que você colabore. a função de adjunto adnominal de algum termo da oração
OP OSS Subjetiva principal. Observe como podemos transformar um adjunto
adnominal em oração subordinada adjetiva:
A oração subjetiva geralmente vem: Desejamos uma paz duradoura. (adjunto adnominal)
- depois de um verbo de ligação + predicativo, em construções Desejamos uma paz / que dure. (oração subordinada
do tipo é bom, é útil, é certo, é conveniente, etc. Ex.: É certo que adjetiva)
ele voltará amanhã.
- depois de expressões na voz passiva, como sabe-se, conta- As orações subordinadas adjetivas são sempre introduzidas
se, diz-se, etc. Ex.: Sabe-se que ele saiu da cidade. por um pronome relativo (que , qual, cujo, quem, etc.) e podem
- depois de verbos como convir, cumprir, constar, urgir, ser classificadas em:
ocorrer, quando empregados na 3ª pessoa do singular e seguidos
das conjunções que ou se. Ex.: Convém que todos participem - Subordinadas Adjetivas Restritivas: São restritivas
da reunião. quando restringem ou especificam o sentido da palavra a que se
referem. Exemplo:
É necessário que você colabore. (= Sua colaboração é O público aplaudiu o cantor / que ganhou o 1º lugar.
necessária.) OP OSA Restritiva
Parece que a situação melhorou.
Aconteceu que não o encontrei em casa. Nesse exemplo, a oração que ganhou o 1º lugar especifica
Importa que saibas isso bem. o sentido do substantivo cantor, indicando que o público não
aplaudiu qualquer cantor mas sim aquele que ganhou o 1º lugar.
- Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal:
É aquela que exerce a função de complemento nominal de um Pedra que rola não cria limo.
termo da oração principal. Observe: Estou convencido de sua Os animais que se alimentam de carne chamam-se
inocência. (complemento nominal) carnívoros.
Estou convencido / de que ele é inocente. Rubem Braga é um dos cronistas que mais belas páginas
OP OSS Completiva Nominal escreveram.
“Há saudades que a gente nunca esquece.” (Olegário
Sou favorável a que o prendam. (= Sou favorável à prisão Mariano)
dele.) - Subordinadas Adjetivas Explicativas: São explicativas
Estava ansioso por que voltasses. quando apenas acrescentam uma qualidade à palavra a que se
Sê grato a quem te ensina. referem, esclarecendo um pouco mais seu sentido, mas sem
“Fabiano tinha a certeza de que não se acabaria tão cedo.” restringi-lo ou especificá-lo. Exemplo:
(Graciliano Ramos) O escritor Jorge Amado, / que mora na Bahia, / lançou um
novo livro.
- Oração Subordinada Substantiva Predicativa: É aquela OP OSA Explicativa OP
que exerce a função de predicativo do sujeito da oração principal,
vindo sempre depois do verbo ser. Observe: O importante é sua Deus, que é nosso pai, nos salvará.

Língua Portuguesa 54
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APOSTILAS OPÇÃO
Valério, que nasceu rico, acabou na miséria. Essa noção de causa e efeito não existe no período composto por
Ele tem amor às plantas, que cultiva com carinho. coordenação. Exemplo: Rosa chorou porque levou uma surra.
Alguém, que passe por ali à noite, poderá ser assaltado. Está claro que a oração iniciada pela conjunção é causal, visto
que a surra foi sem dúvida a causa do choro, que é efeito.
Orações Reduzidas Rosa chorou, porque seus olhos estão vermelhos. O
Observe que as orações subordinadas eram sempre período agora é composto por coordenação, pois a oração
introduzidas por uma conjunção ou pronome relativo e iniciada pela conjunção traz a explicação daquilo que se revelou
apresentavam o verbo numa forma do indicativo ou do na coordena anterior. Não existe aí relação de causa e efeito: o
subjuntivo. Além desse tipo de orações subordinadas há outras fato de os olhos de Elisa estarem vermelhos não é causa de ela
que se apresentam com o verbo numa das formas nominais ter chorado.
(infinitivo, gerúndio e particípio). Exemplos:
Ela fala / como falaria / se entendesse do assunto.
- Ao entrar nas escola, encontrei o professor de inglês. OP OSA Comparativa OSA Condicional
(infinitivo)
- Precisando de ajuda, telefone-me. (gerúndio) Questões
- Acabado o treino, os jogadores foram para o vestiário.
(particípio) 01. Na frase: “Maria do Carmo tinha a certeza de que estava
para ser mãe”, a oração destacada é:
As orações subordinadas que apresentam o verbo numa das (A) subordinada substantiva objetiva indireta
formas nominais são chamadas de reduzidas. (B) subordinada substantiva completiva nominal
Para classificar a oração que está sob a forma reduzida, (C) subordinada substantiva predicativa
devemos procurar desenvolvê-la do seguinte modo: colocamos (D) coordenada sindética conclusiva
a conjunção ou o pronome relativo adequado ao sentido e (E) coordenada sindética explicativa
passamos o verbo para uma forma do indicativo ou subjuntivo,
conforme o caso. A oração reduzida terá a mesma classificação 02. “Na ‘Partida Monção’, não há uma atitude inventada.
da oração desenvolvida. Há reconstituição de uma cena como ela devia ter sido na
realidade.” A oração sublinhada é:
Ao entrar na escola, encontrei o professor de inglês. (A) adverbial conformativa
Quando entrei na escola, / encontrei o professor de inglês. (B) adjetiva
OSA Temporal (C) adverbial consecutiva
Ao entrar na escola: oração subordinada adverbial temporal, (D) adverbial proporcional
reduzida de infinitivo. (E) adverbial causal

Precisando de ajuda, telefone-me. 03.“Esses produtos podem ser encontrados nos


Se precisar de ajuda, / telefone-me. supermercados com rótulos como ‘sênior’ e com características
OSA Condicional adaptadas às dificuldades para mastigar e para engolir dos
Precisando de ajuda: oração subordinada adverbial mais velhos, e preparados para se encaixar em seus hábitos de
condicional, reduzida de gerúndio. consumo”. O segmento “para se encaixar” pode ter sua forma
verbal reduzida adequadamente desenvolvida em
Acabado o treino, os jogadores foram para o vestiário. (A) para se encaixarem.
Assim que acabou o treino, / os jogadores foram para o (B) para seu encaixotamento.
vestiário. (C) para que se encaixassem.
OSA Temporal (D) para que se encaixem.
Acabado o treino: oração subordinada adverbial temporal, (E) para que se encaixariam.
reduzida de particípio.
Respostas
Observações: 01. B\02. A\03. D

- Há orações reduzidas que permitem mais de um tipo de Concordância Verbal


desenvolvimento. Há casos também de orações reduzidas
fixas, isto é, orações reduzidas que não são passíveis de Ao falarmos sobre a  concordância verbal, estamos nos
desenvolvimento. Exemplo: Tenho vontade de visitar essa referindo à relação de dependência estabelecida entre um termo
cidade. e outro mediante um contexto oracional. Desta feita, os agentes
- O infinitivo, o gerúndio e o particípio não constituem principais desse processo são representados pelo sujeito, que no
orações reduzidas quando fazem parte de uma locução verbal. caso funciona como subordinante; e o verbo, o qual desempenha
Exemplos: a função de subordinado. 
Preciso terminar este exercício. Dessa forma, temos que a concordância verbal caracteriza-
Ele está jantando na sala. se pela adaptação do verbo, tendo em vista os quesitos “número
Essa casa foi construída por meu pai. e pessoa” em relação ao sujeito. Exemplificando, temos: O aluno
- Uma oração coordenada também pode vir sob a forma chegou
reduzida. Exemplo: Temos que o verbo apresenta-se na terceira pessoa do
O homem fechou a porta, saindo depressa de casa. singular, pois faz referência a um sujeito, assim também expresso
O homem fechou a porta e saiu depressa de casa. (oração (ele).  Como poderíamos também dizer: os alunos chegaram
coordenada sindética aditiva) atrasados.
Saindo depressa de casa: oração coordenada reduzida de Temos aí o que podemos chamar de princípio básico.
gerúndio. Contudo, a intenção a que se presta o artigo em evidência é
Qual é a diferença entre as orações coordenadas explicativas eleger as principais ocorrências voltadas para os casos de sujeito
e as orações subordinadas causais, já que ambas podem ser simples e para os de sujeito composto. Dessa forma, vejamos: 
iniciadas por que e porque? Às vezes não é fácil estabelecer a
diferença entre explicativas e causais, mas como o próprio nome Casos referentes a sujeito simples
indica, as causais sempre trazem a causa de algo que se revela na 1) Em caso de sujeito simples, o verbo concorda com o
oração principal, que traz o efeito. núcleo em número e pessoa: O aluno chegou atrasado. 
Note-se também que há pausa (vírgula, na escrita) entre 2) Nos casos referentes a sujeito representado por
a oração explicativa e a precedente e que esta é, muitas vezes, substantivo coletivo, o verbo permanece na terceira pessoa do
imperativa, o que não acontece com a oração adverbial causal. singular:  A multidão, apavorada, saiu aos gritos.

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APOSTILAS OPÇÃO
Observação: 12) Casos relativos a sujeito representado por substantivo
- No caso de o coletivo aparecer seguido de adjunto adnominal próprio no plural se encontram relacionados a alguns aspectos
no plural, o verbo permanecerá no singular ou poderá ir para o que os determinam:
plural: Uma multidão de pessoas saiu aos gritos. - Diante de nomes de obras no plural, seguidos do verbo ser,
Uma multidão de pessoas saíram aos gritos. este permanece no singular, contanto que o predicativo também
3) Quando o sujeito é representado por expressões partitivas, esteja no singular:  Memórias póstumas de Brás Cubas  é  uma
representadas por “a maioria de, a maior parte de, a metade de, criação de Machado de Assis.   
uma porção de, entre outras”, o verbo tanto pode concordar - Nos casos de artigo expresso no plural, o verbo também
com o núcleo dessas expressões quanto com o substantivo permanece no plural: Os  Estados Unidos  são  uma potência
que a segue: A  maioria  dos alunos  resolveu  ficar.   A maioria mundial.
dos alunos resolveram ficar. - Casos em que o artigo figura no singular ou em que ele nem
aparece, o verbo permanece no singular:  Estados Unidos é uma
4) No caso de o sujeito ser representado por expressões potência mundial. 
aproximativas, representadas por “cerca de, perto de”, o verbo
concorda com o substantivo determinado por elas: Cerca de Casos referentes a sujeito composto
vinte candidatos se inscreveram no concurso de piadas.
1) Nos casos relativos a sujeito composto de pessoas
5) Em casos em que o sujeito é representado pela expressão gramaticais diferentes, o verbo deverá ir para o plural, estando
“mais de um”, o verbo permanece no singular: Mais de relacionado a dois pressupostos básicos:
um candidato se inscreveu no concurso de piadas.   - Quando houver a 1ª pessoa, esta prevalecerá sobre as
Observação: demais: Eu, tu e ele faremos um lindo passeio.
- No caso da referida expressão aparecer repetida ou - Quando houver a 2ª pessoa, o verbo poderá
associada a um verbo que exprime reciprocidade, o verbo, flexionar na 2ª ou na 3ª pessoa: Tu e ele sois primos.
necessariamente, deverá permanecer no plural: Mais de um Tu e ele são primos.
aluno, mais de um professor  contribuíram na campanha de
doação de alimentos.  2) Nos casos em que o sujeito composto aparecer anteposto
Mais de um formando se abraçaram durante as solenidades ao verbo, este permanecerá no plural: O pai e seus dois
de formatura.  filhos compareceram ao evento.  

6) Quando o sujeito for composto da expressão “um dos 3) No caso em que o sujeito aparecer posposto ao verbo, este
que”, o verbo permanecerá no plural: Esse jogador foi  um dos poderá concordar com o núcleo mais próximo ou permanecer
que atuaram na Copa América. no plural: Compareceram  ao evento  o pai e seus dois filhos.
Compareceu ao evento o pai e seus dois filhos.
7) Em casos relativos à concordância com locuções
pronominais, representadas por “algum de nós, qual de vós, 4) Nos casos relacionados a sujeito simples, porém com
quais de vós, alguns de nós”, entre outras, faz-se necessário nos mais de um núcleo, o verbo deverá permanecer no singular:
atermos a duas questões básicas: Meu esposo e grande companheiro merece toda a felicidade do
- No caso de o primeiro pronome estar expresso no plural, mundo.
o verbo poderá com ele concordar, como poderá também
concordar com o pronome pessoal: Alguns de nós o receberemos. 5) Casos relativos a sujeito composto de palavras sinônimas
/ Alguns de nós o receberão. ou ordenado por elementos em gradação, o verbo poderá
- Quando o primeiro pronome da locução estiver expresso permanecer no singular ou ir para o plural: Minha vitória,
no singular, o verbo permanecerá, também, no singular:  Algum minha conquista, minha premiação são frutos de meu esforço.
de nós o receberá.   / Minha vitória, minha conquista, minha premiação é fruto de
meu esforço.
8) No caso de o sujeito aparecer representado pelo pronome Questões
“quem”, o verbo permanecerá na terceira pessoa do singular
ou poderá concordar com o antecedente desse pronome:    01. A concordância realizou-se adequadamente em qual
Fomos nós  quem  contou  toda a verdade para ela. / Fomos alternativa?
nós quem contamos toda a verdade para ela. (A) Os Estados Unidos é considerado, hoje, a maior potência
econômica do planeta, mas há quem aposte que a China, em
9) Em casos nos quais o sujeito aparece realçado pela palavra breve, o ultrapassará.
“que”, o verbo deverá concordar com o termo que antecede essa (B) Em razão das fortes chuvas haverão muitos candidatos
palavra: Nesta empresa somos nós que tomamos as decisões. / que chegarão atrasados, tenho certeza disso.
Em casa sou eu que decido tudo.    (C) Naquela barraca vendem-se tapiocas fresquinhas, pode
comê-las sem receio!
10) No caso de o sujeito aparecer representado por (D) A multidão gritaram quando a cantora apareceu na
expressões que indicam porcentagens, o verbo concordará com o janela do hotel!
numeral ou com o substantivo a que se refere essa porcentagem:   
50% dos funcionários aprovaram a decisão da diretoria. / 50% 02. “Se os cachorros correm livremente, por que eu não
do eleitorado apoiou a decisão. posso fazer isso também?”, pergunta Bob Dylan em “New
Observações: Morning”. Bob Dylan verbaliza um anseio sentido por todos
- Caso o verbo aparecer anteposto à expressão de nós, humanos supersocializados: o anseio de nos livrarmos
porcentagem, esse deverá concordar com o numeral: Aprovaram de todos os constrangimentos artificiais decorrentes do fato
a decisão da diretoria 50% dos funcionários.      de vivermos em uma sociedade civilizada em que às vezes nos
- Em casos relativos a 1%, o verbo permanecerá no singular: sentimos presos a uma correia. Um conjunto cultural de regras
1% dos funcionários não aprovou a decisão da diretoria.   tácitas e inibições está sempre governando as nossas interações
- Em casos em que o numeral estiver acompanhado de cotidianas com os outros.
determinantes no plural, o verbo permanecerá no plural: Os Uma das razões pelas quais os cachorros nos atraem é o fato
50% dos funcionários apoiaram a decisão da diretoria.  de eles serem tão desinibidos e livres. Parece que eles jogam
com as suas próprias regras, com a sua própria lógica interna.
11) Nos casos em que o sujeito estiver representado por Eles vivem em um universo paralelo e diferente do nosso - um
pronomes de tratamento, o verbo deverá ser empregado na terceira universo que lhes concede liberdade de espírito e paixão pela
pessoa do singular ou do plural:  Vossas Majestades gostaram das vida enormemente atraentes para nós. Um cachorro latindo ao
homenagens. Vossa Majestade agradeceu o convite.   vento ou uivando durante a noite faz agitar-se dentro de nós

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APOSTILAS OPÇÃO
alguma coisa que também quer se expressar. 2 - Substantivos de gêneros diferentes: vai para o
Os cachorros são uma constante fonte de diversão para plural masculino ou concorda com o substantivo mais próximo.
nós porque não prestam atenção as nossas convenções sociais. - Ela tem pai e mãe louros.
Metem o nariz onde não são convidados, pulam para cima - Ela tem pai e mãe loura.
do sofá, devoram alegremente a comida que cai da mesa. Os
cachorros raramente se refreiam quando querem fazer alguma 3 - Adjetivo funciona como predicativo: vai obrigatoriamente
coisa. Eles não compartilham conosco as nossas inibições. Suas para o plural.
emoções estão ã flor da pele e eles as manifestam sempre que - O homem e o menino estavam perdidos.
as sentem. - O homem e sua esposa estiveram hospedados aqui.
(Adaptado de Matt Weistein e Luke Barber. Cão que
late não morde. Trad. de Cristina Cupertino. S.Paulo: Francis, b) Um adjetivo anteposto a vários substantivos
2005. p 250) 1 - Adjetivo anteposto normalmente concorda com o mais
próximo.
A frase em que se respeitam as normas de concordância Comi delicioso almoço e sobremesa.
verbal é: Provei deliciosa fruta e suco.
(A) Deve haver muitas razões pelas quais os cachorros nos 2 - Adjetivo anteposto funcionando como predicativo:
atraem. concorda com o mais próximo ou vai para o plural.
(B) Várias razões haveriam pelas quais os cachorros nos Estavam feridos o pai e os filhos.
atraem. Estava ferido o pai e os filhos.
(C) Caberiam notar as muitas razões pelas quais os cachorros
nos atraem. c) Um substantivo e mais de um adjetivo
(D) Há de ser diversas as razões pelas quais os cachorros nos 1- antecede todos os adjetivos com um artigo.
atraem. Falava fluentemente a língua inglesa e a espanhola.
(E) Existe mesmo muitas razões pelas quais os cachorros 2- coloca o substantivo no plural.
nos atraem. Falava fluentemente as línguas inglesa e espanhola.

03. Uma pergunta d) Pronomes de tratamento


1 - sempre concordam com a 3ª pessoa.
Frequentemente cabe aos detentores de cargos de Vossa Santidade esteve no Brasil.
responsabilidade tomar decisões difíceis, de graves
consequências. Haveria algum critério básico, essencial, para e) Anexo, incluso, próprio, obrigado
amparar tais escolhas? Antonio Gramsci, notável pensador 1 - Concordam com o substantivo a que se referem.
e político italiano, propôs que se pergunte, antes de tomar a As cartas estão anexas.
decisão: - Quem sofrerá? A bebida está inclusa.
Para um humanista, a dor humana é sempre prioridade a se Precisamos de nomes próprios.
considerar. Obrigado, disse o rapaz.
(Salvador Nicola, inédito)
f) Um(a) e outro(a), num(a) e noutro(a)
O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se no 1 - Após essas expressões o substantivo fica sempre no
singular para preencher adequadamente a lacuna da frase: singular e o adjetivo no plural.
(A) A nenhuma de nossas escolhas ...... (poder) deixar de Renato advogou um e outro caso fáceis.
corresponder nossos valores éticos mais rigorosos. Pusemos numa e noutra bandeja rasas o peixe.
(B) Não se ...... (poupar) os que governam de refletir sobre o
peso de suas mais graves decisões. g) É bom, é necessário, é proibido
(C) Aos governantes mais responsáveis não ...... (ocorrer) 1- Essas expressões não variam se o sujeito não vier
tomar decisões sem medir suas consequências. precedido de artigo ou outro determinante.
(D) A toda decisão tomada precipitadamente ...... (costumar) Canja é bom. / A canja é boa.
sobrevir consequências imprevistas e injustas. É necessário sua presença. / É necessária a sua presença.
(E) Diante de uma escolha, ...... (ganhar) prioridade, É proibido entrada de pessoas não autorizadas. / A entrada
recomenda Gramsci, os critérios que levam em conta a dor é proibida.
humana.
Respostas h) Muito, pouco, caro
01. C\02. A\03. C 1- Como adjetivos: seguem a regra geral.
Comi muitas frutas durante a viagem.
Concordância Nominal Pouco arroz é suficiente para mim.
Os sapatos estavam caros.
Concordância nominal  é que o ajuste que fazemos aos
demais termos da oração para que concordem em gênero e 2- Como advérbios: são invariáveis.
número com o  substantivo. Teremos que alterar, portanto, o Comi muito durante a viagem.
artigo, o  adjetivo, o numeral e o pronome. Além disso, temos Pouco lutei, por isso perdi a batalha.
também o verbo, que se flexionará à sua maneira. Comprei caro os sapatos.

Regra geral: O artigo, o adjetivo, o numeral e o pronome i) Mesmo, bastante


concordam em gênero e número com o substantivo. 1- Como advérbios: invariáveis
- A pequena criança é uma gracinha. Preciso mesmo da sua ajuda.
- O garoto que encontrei era muito gentil e simpático. Fiquei bastante contente com a proposta de emprego.

Casos especiais: Veremos alguns casos que fogem à regra 2- Como pronomes: seguem a regra geral.
geral mostrada acima. Seus argumentos foram bastantes para me convencer.
Os mesmos argumentos que eu usei, você copiou.
a) Um adjetivo após vários substantivos
1 - Substantivos de mesmo gênero: adjetivo vai para o plural j) Menos, alerta
ou concorda com o substantivo mais próximo. 1- Em todas as ocasiões são invariáveis.
- Irmão e primo recém-chegado estiveram aqui. Preciso de menos comida para perder peso.
- Irmão e primo recém-chegados estiveram aqui. Estamos alerta para com suas chamadas.

Língua Portuguesa 57
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APOSTILAS OPÇÃO
k) Tal Qual Observe:
1- “Tal” concorda com o antecedente, “qual” concorda com o A mãe agrada o filho. -> agradar significa acariciar, contentar.
consequente. A mãe agrada ao filho. -> agradar significa “causar agrado ou
As garotas são vaidosas tais qual a tia. prazer”, satisfazer.
Os pais vieram fantasiados tais quais os filhos.
Logo, conclui-se que “agradar  alguém” é diferente de
l) Possível “agradar a alguém”.
1- Quando vem acompanhado de “mais”, “menos”, “melhor”
ou “pior”, acompanha o artigo que precede as expressões. Saiba que:
A mais possível das alternativas é a que você expôs. O conhecimento do uso adequado das preposições é um
Os melhores cargos possíveis estão neste setor da empresa. dos aspectos fundamentais do estudo da regência verbal (e
As piores situações possíveis são encontradas nas favelas da também nominal). As preposições são capazes de modificar
cidade. completamente o sentido do que se está sendo dito. Veja os
exemplos:
m) Meio Cheguei ao metrô.
1- Como advérbio: invariável. Cheguei no metrô.
Estou meio (um pouco) insegura.
2- Como numeral: segue a regra geral. No primeiro caso, o metrô é o lugar a que vou; no segundo
Comi meia (metade) laranja pela manhã. caso, é o meio de transporte por mim utilizado. A oração “Cheguei
no metrô”, popularmente usada a fim de indicar o lugar a que se
n) Só vai, possui, no padrão culto da língua, sentido diferente. Aliás, é
1- apenas, somente (advérbio): invariável. muito comum existirem divergências entre a regência coloquial,
Só consegui comprar uma passagem. cotidiana de alguns verbos, e a regência culta.
2- sozinho (adjetivo): variável.
Estiveram sós durante horas. Para estudar a regência verbal, agruparemos os verbos de
acordo com sua  transitividade. A transitividade, porém, não é
Questões um fato absoluto: um mesmo verbo pode atuar de diferentes
formas em frases distintas.
01. Indique o uso INCORRETO da concordância verbal ou
nominal: Verbos Intransitivos
(A) Será descontada em folha sua contribuição sindical. Os verbos intransitivos não possuem complemento. É
(B) Na última reunião, ficou acordado que se realizariam importante, no entanto, destacar alguns detalhes relativos
encontros semanais com os diversos interessados no assunto. aos adjuntos adverbiais que costumam acompanhá-los.
(C) Alguma solução é necessária, e logo! a) Chegar, Ir
(D) Embora tenha ficado demonstrado cabalmente a Normalmente vêm acompanhados de adjuntos adverbiais
ocorrência de simulação na transferência do imóvel, o pedido de lugar. Na língua culta, as preposições usadas para
não pode prosperar. indicar destino ou direção são: a, para.
(E) A liberdade comercial da colônia, somada ao fato de D. Fui ao teatro.
João VI ter também elevado sua colônia americana à condição de       Adjunto Adverbial de Lugar
Reino Unido a Portugal e Algarves, possibilitou ao Brasil obter
certa autonomia econômica. Ricardo foi para a Espanha.
                  Adjunto Adverbial de Lugar
02. Aponte a alternativa em que NÃO ocorre silepse (de b) Comparecer
gênero, número ou pessoa): O adjunto adverbial de lugar pode ser introduzido
(A) “A gente é feito daquele tipo de talento capaz de fazer a por em ou a.
diferença.” Comparecemos ao estádio (ou no estádio) para ver o último
(B) Todos sabemos que a solução não é fácil. jogo.
(C) Essa gente trabalhadora merecia mais, pois acordam às
cinco horas para chegar ao trabalho às oito da manhã. Verbos Transitivos Diretos
(D) Todos os brasileiros sabem que esse problema vem de Os verbos transitivos diretos são complementados por
longe... objetos diretos. Isso significa que  não  exigem preposição  para
(E) Senhor diretor, espero que Vossa Senhoria seja mais o estabelecimento da relação de regência. Ao empregar esses
compreensivo. verbos, devemos lembrar que os pronomes oblíquos  o, a, os,
Respostas as atuam como objetos diretos. Esses pronomes podem assumir
01. D\02. D as formas lo, los, la, las (após formas verbais terminadas em -r,
-s ou -z) ou no, na, nos, nas (após formas verbais terminadas em
Regência Verbal e Nominal sons nasais), enquanto lhe e lhes  são, quando complementos
verbais, objetos indiretos.
Dá-se o nome de  regência  à relação de subordinação que São verbos transitivos diretos, dentre outros: abandonar,
ocorre entre um verbo (ou um nome) e seus complementos. abençoar, aborrecer, abraçar, acompanhar, acusar, admirar,
Ocupa-se em estabelecer relações entre as palavras, criando adorar, alegrar, ameaçar, amolar, amparar, auxiliar, castigar,
frases não ambíguas, que expressem efetivamente o sentido condenar, conhecer, conservar,convidar, defender, eleger, estimar,
desejado, que sejam corretas e claras. humilhar, namorar, ouvir, prejudicar, prezar, proteger, respeitar,
socorrer, suportar, ver, visitar.
Regência Verbal Na língua culta, esses verbos funcionam exatamente como o
verbo amar:
Termo Regente:  VERBO Amo aquele rapaz. / Amo-o.
Amo aquela moça. / Amo-a.
A regência verbal estuda a relação que se estabelece entre Amam aquele rapaz. / Amam-no.
os verbos e os termos que os complementam (objetos diretos e Ele deve amar aquela mulher. / Ele deve amá-la.
objetos indiretos) ou caracterizam (adjuntos adverbiais).
O estudo da regência verbal permite-nos ampliar nossa Obs.: os pronomes lhe, lhes só acompanham esses verbos para
capacidade expressiva, pois oferece oportunidade de indicar posse (caso em que atuam como adjuntos adnominais).
conhecermos as diversas significações que um verbo pode Quero beijar-lhe o rosto. (= beijar seu rosto)
assumir com a simples mudança ou retirada de uma preposição.  Prejudicaram-lhe a carreira. (= prejudicaram sua carreira)

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APOSTILAS OPÇÃO
Conheço-lhe o mau humor! (= conheço seu mau humor) Informe-os dos novos preços. / Informe-os deles. (ou sobre
eles)
Verbos Transitivos Indiretos Obs.: a mesma regência do verbo  informar é usada  para os
Os verbos transitivos indiretos são complementados por seguintes:  avisar, certificar, notificar, cientificar, prevenir.
objetos indiretos. Isso significa que esses verbos exigem uma
preposição  para o estabelecimento da relação de regência. Comparar
Os pronomes pessoais do caso oblíquo de terceira pessoa que Quando seguido de dois objetos, esse verbo admite as
podem atuar como objetos indiretos são  o “lhe”, o “lhes”, para preposições  “a”  ou  “com” para introduzir o complemento
substituir pessoas. Não se utilizam os pronomes o, os, a, as como indireto.
complementos de verbos transitivos indiretos. Com os objetos Comparei seu comportamento ao (ou com o) de uma criança.
indiretos que não representam pessoas, usam-se pronomes
oblíquos tônicos de terceira pessoa (ele, ela) em lugar dos Pedir
pronomes átonos lhe, lhes.  Esse verbo pede objeto direto de coisa (geralmente na forma
de oração subordinada substantiva) e indireto de pessoa.
Os verbos transitivos indiretos são os seguintes: Pedi-lhe                 favores.
a) Consistir - Tem complemento introduzido pela Objeto Indireto    Objeto Direto
preposição “em”.                                      
A modernidade verdadeira consiste em direitos iguais para Pedi-lhe                     que mantivesse em silêncio.
todos. Objeto Indireto           Oração Subordinada Substantiva
b) Obedecer e Desobedecer - Possuem seus complementos                                                            Objetiva Direta
introduzidos pela preposição “a”.
Devemos obedecer aos nossos princípios e ideais. Saiba que:
Eles desobedeceram às leis do trânsito. 1) A construção  “pedir para”,  muito comum na linguagem
c) Responder - Tem complemento introduzido pela cotidiana, deve ter emprego muito limitado na língua culta. No
preposição “a”. Esse verbo pede objeto indireto para indicar “a entanto, é considerada correta quando a palavra licença estiver
quem” ou “ao que” se responde. subentendida.
Respondi ao meu patrão. Peço (licença) para ir entregar-lhe os catálogos em casa.
Respondemos às perguntas. Observe que, nesse caso, a preposição “para” introduz uma
Respondeu-lhe à altura. oração subordinada adverbial final reduzida de infinitivo (para
Obs.:  o verbo  responder, apesar de transitivo indireto ir entregar-lhe os catálogos em casa).
quando exprime aquilo a que se responde, admite voz passiva 2) A construção  “dizer para”,  também muito usada
analítica. Veja: popularmente, é igualmente considerada incorreta.
O questionário foi respondido corretamente.
Todas as perguntas foram respondidas satisfatoriamente. Preferir
d) Simpatizar e  Antipatizar - Possuem seus complementos Na língua culta, esse verbo deve apresentar  objeto
introduzidos pela preposição “com”. indireto introduzido pela preposição “a”. Por Exemplo:
Antipatizo com aquela apresentadora. Prefiro qualquer coisa a abrir mão de meus ideais.
Simpatizo com os que condenam os políticos que governam Prefiro trem a ônibus.
para uma minoria privilegiada. Obs.: na língua culta, o verbo “preferir” deve ser usado sem
termos intensificadores, tais como:  muito, antes, mil vezes, um
Verbos Transitivos Diretos e Indiretos milhão de vezes, mais. A ênfase já é dada pelo prefixo existente
Os verbos transitivos diretos e indiretos são acompanhados no próprio verbo (pre).
de um objeto direto e um indireto. Merecem destaque, nesse
grupo: Mudança de Transitividade versus Mudança de
Significado
Agradecer, Perdoar e Pagar
São verbos que apresentam objeto direto Há verbos que, de acordo com a mudança de transitividade,
relacionado a coisas e objeto indireto relacionado a pessoas. apresentam mudança de significado. O conhecimento das
Veja os exemplos: diferentes regências desses verbos é um recurso linguístico
Agradeço    aos ouvintes         a audiência. muito importante, pois além de permitir a correta interpretação
                   Objeto Indireto      Objeto Direto de passagens escritas, oferece possibilidades expressivas a
Cristo ensina que é preciso perdoar     o pecado        ao pecador. quem fala ou escreve. Dentre os principais, estão:
                                                                 Obj. Direto       Objeto Indireto
Paguei      o débito        ao cobrador. AGRADAR
               Objeto Direto      Objeto Indireto 1) Agradar é transitivo direto no sentido de fazer carinhos,
acariciar.
- O uso dos pronomes oblíquos átonos deve ser feito com Sempre agrada o filho quando o revê. / Sempre o agrada
particular cuidado. Observe: quando o revê.
Agradeci o presente. / Agradeci-o. Cláudia não perde oportunidade de agradar o gato. / Cláudia
Agradeço a você. / Agradeço-lhe. não perde oportunidade de agradá-lo.
Perdoei a ofensa. / Perdoei-a.
Perdoei ao agressor. / Perdoei-lhe. 2) Agradar é transitivo indireto no sentido de causar agrado
Paguei minhas contas. / Paguei-as. a, satisfazer, ser agradável a.  Rege complemento introduzido
Paguei aos meus credores. / Paguei-lhes. pela preposição “a”.
O cantor não agradou aos presentes.
Informar O cantor não lhes agradou.
- Apresenta objeto direto ao se referir a coisas e objeto
indireto ao se referir a pessoas, ou vice-versa. ASPIRAR
Informe os novos preços aos clientes. 1) Aspirar é transitivo direto no sentido de sorver, inspirar
Informe os clientes dos novos preços. (ou sobre os novos (o ar), inalar.
preços) Aspirava o suave aroma. (Aspirava-o)

- Na utilização de pronomes como complementos,  veja as 2)  Aspirar  é transitivo indireto no sentido de  desejar, ter
construções: como ambição.
Informei-os aos clientes. / Informei-lhes os novos preços. Aspirávamos a melhores condições de vida. (Aspirávamos a

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APOSTILAS OPÇÃO
elas) Obs.: no sentido de antipatizar, ter implicância, é transitivo
Obs.: como o objeto direto do verbo “aspirar” não é pessoa, indireto e rege com preposição “com”.
mas coisa, não se usam as formas pronominais átonas “lhe” Implicava com quem não trabalhasse arduamente.
e “lhes” e sim as formas tônicas “a ele (s)”, “ a ela (s)”.  Veja o
exemplo: PROCEDER
Aspiravam a uma existência melhor. (= Aspiravam a ela) 1)  Proceder  é intransitivo no sentido de  ser decisivo,
ter cabimento, ter fundamento  ou  portar-se, comportar-se,
ASSISTIR agir.  Nessa segunda acepção, vem sempre acompanhado de
1)  Assistir  é transitivo direto no sentido de  ajudar, prestar adjunto adverbial de modo.
assistência a, auxiliar. Por Exemplo: As afirmações da testemunha procediam, não havia como
As empresas de saúde negam-se a assistir os idosos. refutá-las.
As empresas de saúde negam-se a assisti-los. Você procede muito mal.

2) Assistir é transitivo indireto no sentido de ver, presenciar, 2) Nos sentidos de ter origem, derivar-se (rege a preposição”
estar presente, caber, pertencer. de”) e  fazer, executar  (rege complemento introduzido pela
preposição “a”) é transitivo indireto.
Exemplos: O avião procede de Maceió.
Assistimos ao documentário. Procedeu-se aos exames.
Não assisti às últimas sessões. O delegado procederá ao inquérito.
Essa lei assiste ao inquilino.
Obs.: no sentido de  morar, residir,  o verbo  “assistir”  é QUERER
intransitivo, sendo acompanhado de adjunto adverbial de lugar 1)  Querer  é transitivo direto no sentido de  desejar, ter
introduzido pela preposição “em”. vontade de, cobiçar.
Assistimos numa conturbada cidade. Querem melhor atendimento.
Queremos um país melhor.
CHAMAR
1)  Chamar  é transitivo direto no sentido de  convocar, 2)  Querer  é transitivo indireto no sentido de  ter afeição,
solicitar a atenção ou a presença de. estimar, amar.
Por gentileza, vá chamar sua prima. / Por favor, vá chamá-la. Quero muito aos meus amigos.
Chamei você várias vezes. / Chamei-o várias vezes. Ele quer bem à linda menina.
Despede-se o filho que muito lhe quer.
2)  Chamar  no sentido de  denominar, apelidar  pode
apresentar objeto direto e indireto, ao qual se refere predicativo VISAR
preposicionado ou não. 1)  Como transitivo direto, apresenta os sentidos de  mirar,
A torcida chamou o jogador mercenário. fazer pontaria e de pôr visto, rubricar.
A torcida chamou ao jogador mercenário. O homem visou o alvo.
A torcida chamou o jogador de mercenário. O gerente não quis visar o cheque.
A torcida chamou ao jogador de mercenário.
2)  No sentido de  ter em vista, ter como meta, ter como
CUSTAR objetivo, é transitivo indireto e rege a preposição “a”.
1) Custar é intransitivo no sentido de ter determinado valor O ensino deve sempre visar ao progresso social.
ou preço, sendo acompanhado de adjunto adverbial. Prometeram tomar medidas que visassem ao bem-estar
Frutas e verduras não deveriam custar muito. público.
Questões
2) No sentido de ser difícil, penoso, pode ser intransitivo ou
transitivo indireto. 01. Todas as alternativas estão corretas quanto ao emprego
Muito custa          viver tão longe da família. correto da regência do verbo, EXCETO:
            Verbo   Oração Subordinada Substantiva Subjetiva  (A) Faço entrega em domicílio.
       Intransitivo                       Reduzida de Infinitivo (B) Eles assistem o espetáculo.
(C) João gosta de frutas.
Custa-me (a mim)  crer que tomou realmente aquela atitude. (D) Ana reside em São Paulo.
        Objeto                 Oração Subordinada Substantiva Subjetiva  (E) Pedro aspira ao cargo de chefe.
        Indireto                                     Reduzida de Infinitivo
02. Assinale a opção em que o verbo
Obs.: a Gramática Normativa condena as construções que chamar é empregado com o mesmo sentido que
atribuem ao verbo “custar” um sujeito representado por pessoa. apresenta em __ “No dia em que o chamaram de Ubirajara,
Observe o exemplo abaixo: Quaresma ficou reservado, taciturno e mudo”:
Custei para entender o problema.  (A) pelos seus feitos, chamaram-lhe o salvador da pátria;
Forma correta: Custou-me entender o problema. (B) bateram à porta, chamando Rodrigo;
(C) naquele momento difícil, chamou por Deus e pelo Diabo;
IMPLICAR (D) o chefe chamou-os para um diálogo franco;
1) Como transitivo direto, esse verbo tem dois sentidos: (E) mandou chamar o médico com urgência.

a) dar a entender, fazer supor, pressupor Respostas


Suas atitudes implicavam um firme propósito. 01. B\02. A

b)  Ter como consequência, trazer como consequência, Regência Nominal


acarretar, provocar    
Liberdade de escolha implica amadurecimento político de um É o nome da relação existente entre um nome (substantivo,
povo. adjetivo ou advérbio) e os termos regidos por esse nome. Essa
relação é sempre intermediada por uma preposição. No estudo
2) Como transitivo direto e indireto, significa comprometer, da regência nominal, é preciso levar em conta que vários nomes
envolver apresentam exatamente o mesmo regime dos verbos de que
Implicaram aquele jornalista em questões econômicas. derivam. Conhecer o regime de um verbo significa, nesses casos,
conhecer o regime dos nomes cognatos. Observe o exemplo:

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APOSTILAS OPÇÃO
Verbo  obedecer  e os nomes correspondentes: todos regem Questões
complementos introduzidos pela preposição «a”.Veja:
01. Assinale a alternativa em que a preposição “a” não deva
Obedecer a algo/ a alguém. ser empregada, de acordo com a regência nominal.
Obediente a algo/ a alguém. (A) A confiança é necessária ____ qualquer relacionamento.
(B) Os pais de Pâmela estão alheios ____ qualquer decisão.
Apresentamos a seguir vários nomes acompanhados (C) Sirlene tem horror ____ aves.
da preposição ou preposições que os regem. Observe-os (D) O diretor está ávido ____ melhores metas.
atentamente e procure, sempre que possível, associar esses (E) É inegável que a tecnologia ficou acessível ____ toda
nomes entre si ou a algum verbo cuja regência você conhece. população.

Substantivos 02. Quanto a amigos, prefiro João.....Paulo,.....quem sinto......


Admiração a, por simpatia.
Devoção a, para, com, por (A) a, por, menos
Medo a, de (B) do que, por, menos
Aversão a, para, por (C) a, para, menos
Doutor em (D) do que, com, menos
Obediência a (E) do que, para, menos
Atentado a, contra
Dúvida acerca de, em, sobre 03. Assinale a opção em que todos adjetivos podem ser
Ojeriza a, por seguidos pela mesma preposição:
Bacharel em (A) ávido, bom, inconsequente
Horror a (B) indigno, odioso, perito
Proeminência sobre (C) leal, limpo, oneroso
Capacidade de, para (D) orgulhoso, rico, sedento
Impaciência com (E) oposto, pálido, sábio
Respeito a, com, para com, por
Respostas
Adjetivos 01. D\02. A\03. D
Acessível a
Diferente de Colocação dos Pronomes Oblíquos
Necessário a Átonos
Acostumado a, com
Entendido em De acordo com as autoras Rose Jordão e Clenir Bellezi, a
Nocivo a colocação pronominal é a posição que os pronomes pessoais
Afável com, para com oblíquos átonos ocupam na frase em relação ao verbo a que se
Equivalente a referem.
Paralelo a
Agradável a São pronomes oblíquos átonos: me, te, se, o, os, a, as, lhe,
Escasso de lhes, nos e vos.
Parco em, de O pronome oblíquo átono pode assumir três posições na
Alheio a, de oração em relação ao verbo:
Essencial a, para 1. próclise: pronome antes do verbo
Passível de 2. ênclise: pronome depois do verbo
Análogo a 3. mesóclise: pronome no meio do verbo
Fácil de
Preferível a Próclise
Ansioso de, para, por
Fanático por A próclise é aplicada antes do verbo quando temos:
Prejudicial a - Palavras com sentido negativo:
Apto a, para Nada me faz querer sair dessa cama.
Favorável a Não se trata de nenhuma novidade.
Prestes a
Ávido de - Advérbios:
Generoso com Nesta casa se fala alemão.
Propício a Naquele dia me falaram que a professora não veio.
Benéfico a
Grato a, por - Pronomes relativos:
Próximo a A aluna que me mostrou a tarefa não veio hoje.
Capaz de, para Não vou deixar de estudar os conteúdos que me falaram.
Hábil em
Relacionado com - Pronomes indefinidos:
Compatível com Quem me disse isso?
Habituado a Todos se comoveram durante o discurso de despedida.
Relativo a
Contemporâneo a, de - Pronomes demonstrativos:
Idêntico a Isso me deixa muito feliz!
Aquilo me incentivou a mudar de atitude!
Advérbios
Longe de Perto de - Preposição seguida de gerúndio:
Em se tratando de qualidade, o Brasil Escola é o site mais
Obs.: os advérbios terminados em  -mente  tendem a seguir indicado à pesquisa escolar.
o regime dos adjetivos de que são formados: paralela a;
paralelamente a; relativa a; relativamente a. - Conjunção subordinativa:
Fonte: http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint61.php Vamos estabelecer critérios, conforme lhe avisaram.

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Ênclise Coesão

A ênclise é empregada depois do verbo. A norma culta não Coesão é a conexão, ligação, harmonia entre os elementos de
aceita orações iniciadas com pronomes oblíquos átonos. A um texto, como descreve Marina Cabral. Percebemos tal definição
ênclise vai acontecer quando: quando lemos um texto e verificamos que as palavras, as frases
- O verbo estiver no imperativo afirmativo: e os parágrafos estão entrelaçados, um dando continuidade ao
Amem-se uns aos outros. outro.
Sigam-me e não terão derrotas. Os elementos de coesão determinam a transição de ideias
- O verbo iniciar a oração: entre as frases e os parágrafos.
Diga-lhe que está tudo bem.
Chamaram-me para ser sócio. Observe a coesão presente no texto a seguir:
“Os sem-terra fizeram um protesto em Brasília contra a
- O verbo estiver no infinitivo impessoal regido da preposição política agrária do país, porque consideram injusta a atual
“a”: distribuição de terras. Porém o ministro da Agricultura
Naquele instante os dois passaram a odiar-se. considerou a manifestação um ato de rebeldia, uma vez que o
Passaram a cumprimentar-se mutuamente. projeto de Reforma Agrária pretende assentar milhares de sem-
- O verbo estiver no gerúndio: terra.”
Não quis saber o que aconteceu, fazendo-se de JORDÃO, R., BELLEZI C. Linguagens. São Paulo: Escala Educacional,
despreocupada. 2007, p. 566
Despediu-se, beijando-me a face.
- Houver vírgula ou pausa antes do verbo: As palavras destacadas têm o papel de ligar as partes do
Se passar no vestibular em outra cidade, mudo-me no texto, podemos dizer que elas são responsáveis pela coesão do
mesmo instante. texto.
Se não tiver outro jeito, alisto-me nas forças armadas. Há vários recursos que respondem pela coesão do texto, os
principais são:
Mesóclise
- Palavras de transição: são palavras responsáveis pela
A mesóclise acontece quando o verbo está flexionado no coesão do texto, estabelecem a interrelação entre os enunciados
futuro do presente ou no futuro do pretérito: (orações, frases, parágrafos), são preposições, conjunções,
A prova realizar-se-á neste domingo pela manhã. (= ela se alguns advérbios e locuções adverbiais.
realizará)
Far-lhe-ei uma proposta irrecusável. (= eu farei uma Veja algumas palavras e expressões de transição e seus
proposta a você) respectivos sentidos:
Fontes: - inicialmente (começo, introdução)
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf42.php - primeiramente (começo, introdução)
http://www.brasilescola.com/gramatica/colocacao-pronominal. - primeiramente (começo, introdução)
htm - antes de tudo (começo, introdução)
Questões - desde já (começo, introdução)
- além disso (continuação)
01. Considerada a norma culta escrita, há correta substituição - do mesmo modo (continuação)
de estrutura nominal por pronome em: - acresce que (continuação)
(A) Agradeço antecipadamente sua Resposta // Agradeço- - ainda por cima (continuação)
lhes antecipadamente. - bem como (continuação)
(B) do verbo fabricar se extraiu o substantivo fábrica. // do - outrossim (continuação)
verbo fabricar se extraiu-lhe. - enfim (conclusão)
(C) não faltam lexicógrafos // não faltam-os. - dessa forma (conclusão)
(D) Gostaria de conhecer suas considerações // Gostaria de - em suma (conclusão)
conhecê-las. - nesse sentido (conclusão)
(E) incluindo a palavra ‘aguardo’ // incluindo ela. - portanto (conclusão)
- afinal (conclusão)
02. Caso fosse necessário substituir o termo destacado em - logo após (tempo)
“Basta apresentar um documento” por um pronome, de acordo - ocasionalmente (tempo)
com a norma-padrão, a nova redação deveria ser - posteriormente (tempo)
(A) Basta apresenta-lo. - atualmente (tempo)
(B) Basta apresentar-lhe. - enquanto isso (tempo)
(C) Basta apresenta-lhe. - imediatamente (tempo)
(D) Basta apresentá-la. - não raro (tempo)
(E) Basta apresentá-lo. - concomitantemente (tempo)
- igualmente (semelhança, conformidade)
03. Em qual período, o pronome átono que substitui o - segundo (semelhança, conformidade)
sintagma em destaque tem sua colocação de acordo com a - conforme (semelhança, conformidade)
norma-padrão? - quer dizer (exemplificação, esclarecimento)
(A) O porteiro não conhecia o portador do embrulho – - rigorosamente falando (exemplificação, esclarecimento).
conhecia-o Ex.: A prática de atividade física é essencial ao nosso
(B) Meu pai tinha encontrado um marinheiro na praça Mauá cotidiano. Assim sendo, quem a pratica possui uma melhor
– tinha encontrado-o. qualidade de vida.
(C) As pessoas relatarão as suas histórias para o registro no
Museu – relatá-las-ão. - Coesão por referência: existem palavras que têm a função
(D) Quem explicou às crianças as histórias de seus de fazer referência, são elas:
antepassados? – explicou-lhes. - pronomes pessoais: eu, tu, ele, me, te, os...
(E) Vinham perguntando às pessoas se aceitavam a ideia de - pronomes possessivos: meu, teu, seu, nosso...
um museu virtual – Lhes vinham perguntando. - pronomes demonstrativos: este, esse, aquele...
- pronomes indefinidos: algum, nenhum, todo...
Respostas - pronomes relativos: que, o qual, onde...
01. D/02. E/03. C - advérbios de lugar: aqui, aí, lá...

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APOSTILAS OPÇÃO
Ex.: Marcela obteve uma ótima colocação no concurso. Tal Um enunciado possível em substituição à fala do terceiro
resultado demonstra que ela se esforçou bastante para alcançar quadrinho, em conformidade com a norma- padrão da língua
o objetivo que tanto almejava. portuguesa, é:
(A) Se você ir pelos caminhos da verdade, leve um capacete.
- Coesão por substituição: substituição de um nome (pessoa, (B) Caso você vá pelos caminhos da verdade, lembra-se de
objeto, lugar etc.), verbos, períodos ou trechos do texto por uma levar um capacete.
palavra ou expressão que tenha sentido próximo, evitando a (C) Se você se mantiver nos caminhos da verdade, leve um
repetição no corpo do texto. capacete.
Ex.: Porto Alegre pode ser substituída por “a capital gaúcha”; (D) Caso você se mantém nos caminhos da verdade, lembre
Castro Alves pode ser substituído por “O Poeta dos Escravos”; de levar um capacete.
João Paulo II: Sua Santidade; (E) Ainda que você se mantêm nos caminhos da verdade,
Vênus: A Deusa da Beleza. leva um capacete.
Respostas
Ex.: Castro Alves é autor de uma vastíssima obra literária. 01. (C)/02. (C)/03. (C)
Não é por acaso que o “Poeta dos Escravos” é considerado o mais
importante da geração a qual representou.
Assim, a coesão confere textualidade aos enunciados Ortografia.
agrupados em conjuntos.
Fonte: http://brasilescola.uol.com.br/redacao/coesao.htm
Ortografia
Questões
01. A ortografia se caracteriza por estabelecer padrões para a
Texto 1 – Bem tratada, faz bem forma escrita das palavras. Essa escrita está relacionada tanto
a critérios etimológicos (ligados à origem das palavras) quanto
Sérgio Magalhães, O Globo fonológicos (ligados aos fonemas representados). É importante
compreender que a ortografia é fruto de uma convenção. A
O arquiteto Jaime Lerner cunhou esta frase premonitória: “O forma de grafar as palavras é produto de acordos ortográficos
carro é o cigarro do futuro.” Quem poderia imaginar a reversão que envolvem os diversos países em que a língua portuguesa é
cultural que se deu no consumo do tabaco? oficial. A melhor maneira de treinar a ortografia é ler, escrever e
Talvez o automóvel não seja descartável tão facilmente. Este consultar o dicionário sempre que houver dúvida.
jornal, em uma série de reportagens, nestes dias, mostrou o
privilégio que os governos dão ao uso do carro e o desprezo ao O Alfabeto
transporte coletivo. Surpreendentemente, houve entrevistado O alfabeto da língua portuguesa é formado por 26 letras. Cada
que opinou favoravelmente, valorizando Los Angeles – um caso letra apresenta uma forma minúscula e outra maiúscula. Veja:
típico de cidade rodoviária e dispersa.
Ainda nestes dias, a ONU reafirmou o compromisso desta a A (á) b B (bê)
geração com o futuro da humanidade e contra o aquecimento c C (cê) d D (dê)
global – para o qual a emissão de CO2 do rodoviarismo é agente e E (é) f F (efe)
básico. (A USP acaba de divulgar estudo advertindo que a g G (gê ou guê) h H (agá)
poluição em São Paulo mata o dobro do que o trânsito.) i I (i) j J (jota)
O transporte também esteve no centro dos protestos de k K (cá) l L (ele)
junho de 2013. Lembremos: ele está interrelacionado com a m M (eme) n N (ene)
moradia, o emprego, o lazer. Como se vê, não faltam razões para o O (ó) p P (pê)
o debate do tema. q Q (quê) r R (erre)
“Como se vê, não faltam razões para o debate do tema.” s S (esse) t T (tê)
u U (u) v V (vê)
Substituindo o termo destacado por uma oração w W (dáblio) x X (xis)
desenvolvida, a forma correta e adequada seria: y Y (ípsilon) z Z (zê)
(A) para que se debatesse o tema;
(B) para se debater o tema; Observação: emprega-se também o ç, que representa o
(C) para que se debata o tema; fonema /s/ diante das letras: a, o, e u em determinadas palavras.
(D) para debater-se o tema;
(E) para que o tema fosse debatido. Emprego das letras K, W e Y
Utilizam-se nos seguintes casos:
02. “A USP acaba de divulgar estudo advertindo que a a) Em antropônimos originários de outras línguas e seus
poluição em São Paulo mata o dobro do que o trânsito”. derivados.
A oração em forma desenvolvida que substitui correta e Exemplos: Kant, kantismo; Darwin, darwinismo; Taylor,
adequadamente o gerúndio “advertindo” é: taylorista.
(A) com a advertência de;
(B) quando adverte; b) Em topônimos originários de outras línguas e seus
(C) em que adverte; derivados.
(D) no qual advertia; Exemplos: Kuwait, kuwaitiano.
(E) para advertir.
c) Em siglas, símbolos, e mesmo em palavras adotadas como
03. Leia os quadrinhos para responder a questão. unidades de medida de curso internacional.
Exemplos: K (Potássio), W (West), kg (quilograma), km
(quilômetro), Watt.

Emprego de X e Ch
Emprega-se o X:
1) Após um ditongo.
Exemplos: caixa, frouxo, peixe
Exceção: recauchutar e seus derivados

2) Após a sílaba inicial “en”.

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APOSTILAS OPÇÃO
Exemplos: enxame, enxada, enxaqueca Exemplos:
Exceção: palavras iniciadas por “ch” que recebem o prefixo análise- analisar catálise- catalisador
“en-” casa- casinha, casebre liso- alisar
Exemplos: encharcar (de charco), enchiqueirar (de chiqueiro),
encher e seus derivados (enchente, enchimento, preencher...) 2) Nos sufixos -ês e -esa, ao indicarem nacionalidade, título
ou origem
3) Após a sílaba inicial “me-”. Exemplos:
Exemplos: mexer, mexerica, mexicano, mexilhão burguês- burguesa inglês- inglesa
Exceção: mecha chinês- chinesa milanês- milanesa

4) Em vocábulos de origem indígena ou africana e nas palavras 3) Nos sufixos formadores de adjetivos -ense, -oso e -osa
inglesas aportuguesadas. Exemplos:
Exemplos: abacaxi, xavante, orixá, xará, xerife, xampu catarinense gostoso- gostosa amoroso- amorosa
palmeirense gasoso- gasosa teimoso- teimosa
5) Nas seguintes palavras:
bexiga, bruxa, coaxar, faxina, graxa, lagartixa, lixa, lixo, puxar, 4) Nos sufixos gregos -ese, -isa, -osa
rixa, oxalá, praxe, roxo, vexame, xadrez, xarope, xaxim, xícara, xale, Exemplos:
xingar, etc. catequese, diocese, poetisa, profetisa, sacerdotisa, glicose,
metamorfose, virose
Emprega-se o dígrafo Ch:
1) Nos seguintes vocábulos: 5) Após ditongos
bochecha, bucha, cachimbo, chalé, charque, chimarrão, Exemplos:
chuchu, chute, cochilo, debochar, fachada, fantoche, ficha, flecha, coisa, pouso, lousa, náusea
mochila, pechincha, salsicha, tchau, etc.
6) Nas formas dos verbos pôr e querer, bem como em seus
Para representar o fonema /j/ na forma escrita, a grafia derivados
considerada correta é aquela que ocorre de acordo com a origem Exemplos:
da palavra. Veja os exemplos: pus, pôs, pusemos, puseram, pusera, pusesse, puséssemos
gesso: Origina-se do grego gypsos quis, quisemos, quiseram, quiser, quisera, quiséssemos
jipe: Origina-se do inglês jeep. repus, repusera, repusesse, repuséssemos

Emprega-se o G: 7) Nos seguintes nomes próprios personativos:


1) Nos substantivos terminados em -agem, -igem, -ugem Baltasar, Heloísa, Inês, Isabel, Luís, Luísa, Resende, Sousa,
Exemplos: barragem, miragem, viagem, origem, ferrugem Teresa, Teresinha, Tomás
Exceção: pajem
8) Nos seguintes vocábulos:
2) Nas palavras terminadas em -ágio, -égio, -ígio, -ógio, -úgio abuso, asilo, através, aviso, besouro, brasa, cortesia,
Exemplos: estágio, privilégio, prestígio, relógio, refúgio decisão,despesa, empresa, freguesia, fusível, maisena, mesada,
paisagem, paraíso, pêsames, presépio, presídio, querosene,
3) Nas palavras derivadas de outras que se grafam com g raposa, surpresa, tesoura, usura, vaso, vigésimo, visita, etc.
Exemplos: engessar (de gesso), massagista (de massagem),
vertiginoso (de vertigem) Emprega-se o Z:
1) Nas palavras derivadas de outras que já apresentam z no
4) Nos seguintes vocábulos: radical
algema, auge, bege, estrangeiro, geada, gengiva, gibi, gilete, Exemplos:
hegemonia, herege, megera, monge, rabugento, vagem. deslize- deslizar razão- razoável vazio- esvaziar
raiz- enraizar cruz-cruzeiro
Emprega-se o J:
1) Nas formas dos verbos terminados em -jar ou -jear 2) Nos sufixos -ez, -eza, ao formarem substantivos abstratos a
Exemplos: partir de adjetivos
arranjar: arranjo, arranje, arranjem Exemplos:
despejar: despejo, despeje, despejem inválido- invalidez limpo-limpeza macio- maciez
gorjear: gorjeie, gorjeiam, gorjeando rígido- rigidez
enferrujar: enferruje, enferrujem frio- frieza nobre- nobreza pobre-pobreza surdo-
viajar: viajo, viaje, viajem surdez

2) Nas palavras de origem tupi, africana, árabe ou exótica 3) Nos sufixos -izar, ao formar verbos e -ização, ao formar
Exemplos: biju, jiboia, canjica, pajé, jerico, manjericão, Moji substantivos
Exemplos:
3) Nas palavras derivadas de outras que já apresentam j civilizar- civilização hospitalizar- hospitalização
Exemplos: colonizar- colonização realizar- realização
laranja- laranjeira loja- lojista lisonja -
lisonjeador nojo- nojeira 4) Nos derivados em -zal, -zeiro, -zinho, -zinha, -zito, -zita
cereja- cerejeira varejo- varejista rijo- enrijecer Exemplos:
jeito- ajeitar cafezal, cafezeiro, cafezinho, arvorezinha, cãozito, avezita

4) Nos seguintes vocábulos: 5) Nos seguintes vocábulos:


berinjela, cafajeste, jeca, jegue, majestade, jeito, jejum, laje, azar, azeite, azedo, amizade, buzina, bazar, catequizar, chafariz,
traje, pegajento cicatriz, coalizão, cuscuz, proeza, vizinho, xadrez, verniz, etc.

Emprego das Letras S e Z 6) Nos vocábulos homófonos, estabelecendo distinção no


Emprega-se o S: contraste entre o S e o Z
1) Nas palavras derivadas de outras que já apresentam s no Exemplos:
radical cozer (cozinhar) e coser (costurar)
prezar( ter em consideração) e presar (prender)

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APOSTILAS OPÇÃO
traz (forma do verbo trazer) e trás (parte posterior) Exemplos: excelente, excitar

Observação: em muitas palavras, a letra X soa como Z. Veja os Emprego das letras E e I
exemplos: Na língua falada, a distinção entre as vogais átonas /e/ e /i /
exame exato exausto exemplo existir exótico pode não ser nítida. Observe:
inexorável
Emprega-se o E:
Emprego de S, Ç, X e dos Dígrafos Sc, Sç, Ss, Xc, Xs 1) Em sílabas finais dos verbos terminados em -oar, -uar
Existem diversas formas para a representação do fonema /S/. Exemplos:
Observe: magoar - magoe, magoes
continuar- continue, continues
Emprega-se o S:
Nos substantivos derivados de verbos terminados em 2) Em palavras formadas com o prefixo ante- (antes, anterior)
“andir”,”ender”, “verter” e “pelir” Exemplos: antebraço, antecipar
Exemplos:
expandir- expansão pretender- pretensão verter- 3) Nos seguintes vocábulos:
versão expelir- expulsão cadeado, confete, disenteria, empecilho, irrequieto, mexerico,
estender- extensão suspender- suspensão orquídea, etc.
converter - conversão repelir- repulsão
Emprega-se o I :
Emprega-se Ç: 1) Em sílabas finais dos verbos terminados em -air, -oer, -uir
Nos substantivos derivados dos verbos “ter” e “torcer” Exemplos:
Exemplos: cair- cai
ater- atenção torcer- torção doer- dói
deter- detenção distorcer-distorção influir- influi
manter- manutenção contorcer- contorção
2) Em palavras formadas com o prefixo anti- (contra)
Emprega-se o X: Exemplos:
Em alguns casos, a letra X soa como Ss Anticristo, antitetânico
Exemplos:
auxílio, expectativa, experto, extroversão, sexta, sintaxe, texto, 3) Nos seguintes vocábulos:
trouxe aborígine, artimanha, chefiar, digladiar, penicilina, privilégio,
etc.
Emprega-se Sc:
Nos termos eruditos Emprego das letras O e U
Exemplos: Emprega-se o O/U:
acréscimo, ascensorista, consciência, descender, discente, A oposição o/u é responsável pela diferença de significado de
fascículo, fascínio, imprescindível, miscigenação, miscível, algumas palavras. Veja os exemplos:
plebiscito, rescisão, seiscentos, transcender, etc. comprimento (extensão) e cumprimento (saudação,
realização)
Emprega-se Sç: soar (emitir som) e suar (transpirar)
Na conjugação de alguns verbos
Exemplos: Grafam-se com a letra O: bolacha, bússola, costume,
nascer- nasço, nasça moleque.
crescer- cresço, cresça
descer- desço, desça Grafam-se com a letra U: camundongo, jabuti, Manuel, tábua

Emprega-se Ss: Emprego da letra H


Nos substantivos derivados de verbos terminados em “gredir”, Esta letra, em início ou fim de palavras, não tem valor fonético.
“mitir”, “ceder” e “cutir” Conservou-se apenas como símbolo, por força da etimologia e
Exemplos: da tradição escrita. A palavra hoje, por exemplo, grafa-se desta
agredir- agressão demitir- demissão ceder- cessão forma devido a sua origem na forma latina hodie.
discutir- discussão
progredir- progressão t r a n s m i t i r - t r a n s m i s s ã o Emprega-se o H:
exceder- excesso repercutir- repercussão 1) Inicial, quando etimológico
Exemplos: hábito, hesitar, homologar, Horácio
Emprega-se o Xc e o Xs:
2) Medial, como integrante dos dígrafos ch, lh, nh
Em dígrafos que soam como Ss Exemplos: flecha, telha, companhia
Exemplos:
exceção, excêntrico, excedente, excepcional, exsudar 3) Final e inicial, em certas interjeições
Exemplos: ah!, ih!, eh!, oh!, hem?, hum!, etc.
Observações sobre o uso da letra X
1) O X pode representar os seguintes fonemas: 4) Em compostos unidos por hífen, no início do segundo
/ch/ - xarope, vexame elemento, se etimológico
Exemplos: anti-higiênico, pré-histórico, super-homem, etc.
/cs/ - axila, nexo
Observações:
/z/ - exame, exílio 1) No substantivo Bahia, o “h” sobrevive por tradição. Note que
nos substantivos derivados como baiano, baianada ou baianinha
/ss/ - máximo, próximo ele não é utilizado.

/s/ - texto, extenso 2) Os vocábulos erva, Espanha e inverno não possuem a


letra “h” na sua composição. No entanto, seus derivados eruditos
2) Não soa nos grupos internos -xce- e -xci- sempre são grafados com h. Veja:

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APOSTILAS OPÇÃO
herbívoro, hispânico, hibernal. Exemplos:
janeiro, julho, dezembro, etc.
Emprego das Iniciais Maiúsculas e Minúsculas segunda, sexta, domingo, etc.
1) Utiliza-se inicial maiúscula: primavera, verão, outono, inverno
a) No começo de um período, verso ou citação direta.
Exemplos: c) Nos pontos cardeais.
Disse o Padre Antonio Vieira: “Estar com Cristo em qualquer Exemplos:
lugar, ainda que seja no inferno, é estar no Paraíso.” Percorri o país de norte a sul e de leste a oeste.
Estes são os pontos colaterais: nordeste, noroeste, sudeste,
“Auriverde pendão de minha terra, sudoeste.
Que a brisa do Brasil beija e balança,
Estandarte que à luz do sol encerra Observação: quando empregados em sua forma absoluta, os
As promessas divinas da Esperança…” pontos cardeais são grafados com letra maiúscula.
(Castro Alves) Exemplos:
Nordeste (região do Brasil)
Observações: Ocidente (europeu)
- No início dos versos que não abrem período, é facultativo o Oriente (asiático)
uso da letra maiúscula.
Lembre-se:
Por Exemplo: Depois de dois-pontos, não se tratando de citação direta, usa-
“Aqui, sim, no meu cantinho, se letra minúscula.
vendo rir-me o candeeiro,
gozo o bem de estar sozinho Exemplo:
e esquecer o mundo inteiro.” “Chegam os magos do Oriente, com suas dádivas: ouro,
incenso, mirra.” (Manuel Bandeira)
- Depois de dois pontos, não se tratando de citação direta, usa-
se letra minúscula. Emprego FACULTATIVO de letra minúscula:
Por Exemplo: a) Nos vocábulos que compõem uma citação bibliográfica.
“Chegam os magos do Oriente, com suas dádivas: ouro, Exemplos:
incenso, mirra.” (Manuel Bandeira) Crime e Castigo ou Crime e castigo
Grande Sertão: Veredas ou Grande sertão: veredas
b) Nos antropônimos, reais ou fictícios. Em Busca do Tempo Perdido ou Em busca do tempo perdido
Exemplos:
Pedro Silva, Cinderela, D. Quixote. b) Nas formas de tratamento e reverência, bem como em
nomes sagrados e que designam crenças religiosas.
c) Nos topônimos, reais ou fictícios. Exemplos:
Exemplos: Governador Mário Covas ou governador Mário Covas
Rio de Janeiro, Rússia, Macondo. Papa João Paulo II ou papa João Paulo II
Excelentíssimo Senhor Reitor ou excelentíssimo senhor reitor
d) Nos nomes mitológicos. Santa Maria ou santa Maria.
Exemplos:
Dionísio, Netuno. c) Nos nomes que designam domínios de saber, cursos e
disciplinas.
e) Nos nomes de festas e festividades. Exemplos:
Exemplos: Português ou português
Natal, Páscoa, Ramadã. Línguas e Literaturas Modernas ou línguas e literaturas
modernas
f) Em siglas, símbolos ou abreviaturas internacionais. História do Brasil ou história do Brasil
Exemplos: Arquitetura ou arquitetura
ONU, Sr., V. Ex.ª.
Fonte: http://www.soportugues.com.br/secoes/fono/
g) Nos nomes que designam altos conceitos religiosos, fono24.php
políticos ou nacionalistas. Emprego do Porquê
Exemplos:
Igreja (Católica, Apostólica, Romana), Estado, Nação, Pátria, Orações
União, etc. Interrogativas Exemplo:

Observação: esses nomes escrevem-se com inicial minúscula (pode ser Por que devemos nos
quando são empregados em sentido geral ou indeterminado. substituído por: preocupar com o meio
Exemplo: Por por qual motivo, ambiente?
Todos amam sua pátria. Que por qual razão)
Exemplo:
Emprego FACULTATIVO de letra maiúscula: Equivalendo
a) Nos nomes de logradouros públicos, templos e edifícios. a “pelo qual” Os motivos por que não
Exemplos: respondeu são desconhecidos.
Rua da Liberdade ou rua da Liberdade
Igreja do Rosário ou igreja do Rosário Exemplos:
Edifício Azevedo ou edifício Azevedo
Você ainda tem coragem de
Final de
2) Utiliza-se inicial minúscula: Por perguntar por quê?
frases e seguidos
a) Em todos os vocábulos da língua, nos usos correntes. Quê
de pontuação
Exemplos: Você não vai? Por quê?
carro, flor, boneca, menino, porta, etc.
Não sei por quê!
b) Nos nomes de meses, estações do ano e dias da semana.

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APOSTILAS OPÇÃO
03.
Exemplos:
Conjunção
A situação agravou-se
que indica
porque ninguém reclamou.
explicação ou
causa
Ninguém mais o espera,
Porque porque ele sempre se atrasa.
Conjunção de
Exemplos:
Finalidade –
equivale a “para
Não julgues porque não te Considerando a ortografia e a acentuação da norma-
que”, “a fim de
julguem. padrão da língua portuguesa, as lacunas estão, correta e
que”.
respectivamente, preenchidas por:
Função de (A) mal ... por que ... intuíto
Exemplos:
substantivo (B) mau ... por que ... intuito
– vem (C) mau ... porque ... intuíto
Não é fácil encontrar o
acompanhado (D) mal ... porque ... intuito
Porquê porquê de toda confusão.
de artigo ou (E) mal ... por quê ... intuito
pronome
Dê-me um porquê de sua
saída. Respostas
01. D/02. B/03. D

1. Por que (pergunta)


2. Porque (resposta) Acentuação gráfica.
3. Por quê (fim de frase: motivo)
4. O Porquê (substantivo)
Acentuação
Emprego de outras palavras
A acentuação é um dos requisitos que perfazem as regras
Senão: equivale a “caso contrário”, “a não ser”: Não fazia coisa estabelecidas pela Gramática Normativa. Esta se compõe de
nenhuma senão criticar. algumas particularidades, às quais devemos estar atentos,
Se não: equivale a “se por acaso não”, em orações adverbiais procurando estabelecer uma relação de familiaridade e,
condicionais: Se não houver homens honestos, o país não sairá consequentemente, colocando-as em prática na linguagem
desta situação crítica. escrita.

Tampouco: advérbio, equivale a “também não”: Não Regras básicas – Acentuação tônica
compareceu, tampouco apresentou qualquer justificativa. A acentuação tônica implica na intensidade com que são
Tão pouco: advérbio de intensidade: Encontramo-nos tão pronunciadas as sílabas das palavras. Aquela que se dá de
pouco esta semana. forma mais acentuada, conceitua-se como sílaba tônica. As
demais, como são pronunciadas com menos intensidade, são
Trás ou Atrás = indicam lugar, são advérbios. denominadas de átonas.
Traz - do verbo trazer. De acordo com a tonicidade, as palavras são classificadas
como:
Vultoso: volumoso: Fizemos um trabalho vultoso aqui.
Vultuoso: atacado de congestão no rosto: Sua face está Oxítonas – São aquelas cuja sílaba tônica recai sobre a
vultuosa e deformada. última sílaba.
Questões Ex.: café – coração – cajá – atum – caju – papel

01. Que mexer o esqueleto é bom para a saúde já virou Paroxítonas – São aquelas em que a sílaba tônica se
até sabedoria popular. Agora, estudo levanta hipóteses sobre evidencia na penúltima sílaba.
........................ praticar atividade física..........................benefícios Ex.: útil – tórax – táxi – leque – retrato – passível
para a totalidade do corpo. Os resultados podem levar a novas
terapias para reabilitar músculos contundidos ou mesmo para Proparoxítonas - São aquelas em que a sílaba tônica se
.......................... e restaurar a perda muscular que ocorre com o evidencia na antepenúltima sílaba.
avanço da idade. Ex.: lâmpada – câmara – tímpano – médico – ônibus
(Ciência Hoje, março de 2012)
Como podemos observar, mediante todos os exemplos
As lacunas do texto devem ser preenchidas, correta e mencionados, os vocábulos possuem mais de uma sílaba, mas
respectivamente, com: em nossa língua existem aqueles com uma sílaba somente:
(A) porque … trás … previnir são os chamados monossílabos, que, quando pronunciados,
(B) porque … traz … previnir apresentam certa diferenciação quanto à intensidade.
(C) porquê … tras … previnir
(D) por que … traz … prevenir Tal diferenciação só é percebida quando os pronunciamos
(E) por quê … tráz … prevenir em uma dada sequência de palavras. Assim como podemos
observar no exemplo a seguir:
02. Assinale a opção que completa corretamente as lacunas
da frase abaixo: Não sei o _____ ela está com os olhos vermelhos, “Sei que não vai dar em nada, seus segredos sei de cor”.
talvez seja _____ chorou.
(A) porquê / porque; Os monossílabos em destaque classificam-se como tônicos;
(B) por que / porque; os demais, como átonos (que, em, de).
(C) porque / por que;
(D) porquê / por quê; Os Acentos Gráficos
(E) por que / por quê. acento agudo (´) – Colocado sobre as letras “a”, “i”, “u” e
sobre o “e” do grupo “em” - indica que estas letras representam

Língua Portuguesa 67
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APOSTILAS OPÇÃO
as vogais tônicas de palavras como Amapá, caí, público, parabéns. Ex.: saída – faísca – baú – país – Luís
Sobre as letras “e” e “o” indica, além da tonicidade, timbre aberto. 
Ex.: herói – médico – céu(ditongos abertos) Observação importante:
Não serão mais acentuados “i” e “u” tônicos, formando hiato
acento circunflexo (^) – colocado sobre as letras “a”, “e” e quando vierem depois de ditongo: Ex.:
“o” indica, além da tonicidade, timbre fechado:
Ex.: tâmara – Atlântico – pêssego – supôs Antes Agora
bocaiúva bocaiuva
acento grave (`) – indica a fusão da preposição “a” com feiúra feiura
artigos e pronomes.
Ex.: à – às – àquelas – àqueles O acento pertencente aos encontros “oo” e “ee” foi abolido.
Ex.:
trema (¨) – De acordo com a nova regra, foi totalmente
abolido das palavras. Há uma exceção: é utilizado em palavras Antes Agora
derivadas de nomes próprios estrangeiros. crêem creem
Ex.: mülleriano (de Müller) vôo voo

til (~) – indica que as letras “a” e “o” representam vogais - Agora memorize a palavra CREDELEVÊ. São os verbos que,
nasais. no plural, dobram o “e”, mas que não recebem mais acento
Ex.: coração – melão – órgão – ímã como antes: CRER, DAR, LER e VER.
Regras fundamentais:
Repare:
Palavras oxítonas: 1-) O menino crê em você
Acentuam-se todas as oxítonas terminadas em: “a”, “e”, “o”, Os meninos creem em você.
“em”, seguidas ou não do plural(s): 2-) Elza lê bem!
Pará – café(s) – cipó(s) – armazém(s) Todas leem bem!
3-) Espero que ele dê o recado à sala.
Essa regra também é aplicada aos seguintes casos: Esperamos que os dados deem efeito!
4-) Rubens vê tudo!
Monossílabos tônicos terminados em “a”, “e”, “o”, seguidos Eles veem tudo!
ou não de “s”.
Ex.: pá – pé – dó – há - Cuidado! Há o verbo vir:
Ele vem à tarde!
Formas verbais terminadas em “a”, “e”, “o” tônicos, seguidas Eles vêm à tarde!
de lo, la, los, las. Não se acentuam o “i” e o “u” que formam hiato quando
respeitá-lo – percebê-lo – compô-lo seguidos, na mesma sílaba, de l, m, n, r ou z:

Paroxítonas: Ra-ul, ru-im, con-tri-bu-in-te, sa-ir, ju-iz


Acentuam-se as palavras paroxítonas terminadas em:
- i, is Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se estiverem
táxi – lápis – júri seguidas do dígrafo nh:
- us, um, uns ra-i-nha, ven-to-i-nha.
vírus – álbuns – fórum
- l, n, r, x, ps Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se vierem
automóvel – elétron - cadáver – tórax – fórceps precedidas de vogal idêntica:
- ã, ãs, ão, ãos xi-i-ta, pa-ra-cu-u-ba
ímã – ímãs – órfão – órgãos
As formas verbais que possuíam o acento tônico na raiz, com
- Dica: Memorize a palavra LINURXÃO. Para quê? Repare que “u” tônico precedido de “g” ou “q” e seguido de “e” ou “i” não
essa palavra apresenta as terminações das paroxítonas que são serão mais acentuadas. Ex.:
acentuadas: L, I N, U (aqui inclua UM =fórum), R, X, Ã, ÃO. Assim
ficará mais fácil a memorização! Antes Depois
apazigúe (apaziguar) apazigue
- ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido ou não de “s”. argúi (arguir) argui

água – pônei – mágoa – jóquei Acentuam-se os verbos pertencentes à terceira pessoa do


plural de:
Regras especiais:
ele tem – eles têm
Os ditongos de pronúncia aberta “ei”, “oi” ( ditongos abertos), ele vem – eles vêm (verbo vir)
que antes eram acentuados, perderam o acento de acordo com
a nova regra, mas desde que estejam em palavras paroxítonas. A regra prevalece também para os verbos conter, obter, reter,
Cuidado: Se os ditongos abertos estiverem em uma deter, abster. 
palavra oxítona (herói) ou monossílaba (céu) ainda são ele contém – eles contêm
acentuados. Mas caso não forem ditongos perdem o acento. ele obtém – eles obtêm
Ex.: ele retém – eles retêm
ele convém – eles convêm
Antes Agora
assembléia assembleia
Não se acentuam mais as palavras homógrafas que antes
idéia ideia
eram acentuadas para diferenciá-las de outras semelhantes
jibóia jiboia
(regra do acento diferencial). Apenas em algumas exceções,
apóia (verbo apoiar) apoia
como:
Quando a vogal do hiato for “i” ou “u” tônicos, acompanhados
A forma verbal pôde (terceira pessoa do singular do
ou não de “s”, haverá acento:
pretérito perfeito do modo indicativo) ainda continua

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APOSTILAS OPÇÃO
sendo acentuada para diferenciar-se de pode (terceira 1-) diante de substantivos masculinos:
pessoa do singular do presente do indicativo). Ex: Andamos a cavalo.
Fomos a pé.
Ela pode fazer isso agora.
Elvis não pôde participar porque sua mão não deixou... 2-) diante de  verbos no infinitivo:
A criança começou a falar.
O mesmo ocorreu com o verbo pôr para diferenciar da Ela não tem nada a dizer.
preposição por.
Obs.: como os verbos não admitem artigos, o “a” dos
- Quando, na frase, der para substituir o “por” por “colocar”, exemplos acima é apenas preposição, logo não ocorrerá crase.
então estaremos trabalhando com um verbo, portanto: “pôr”;
nos outros casos, “por” preposição. Ex: 3-) diante da maioria dos pronomes e das expressões de
tratamento, com exceção das formas senhora, senhorita e dona:
Faço isso por você. Diga a ela que não estarei em casa amanhã.
Posso pôr (colocar) meus livros aqui? Entreguei a todos os documentos necessários.
Ele fez referência a Vossa Excelência no discurso de ontem.
Questões
Os poucos casos em que ocorre crase diante dos pronomes
01. “Cadáver” é paroxítona, pois: podem ser identificados pelo método: troque a palavra feminina
A) Tem a última sílaba como tônica. por uma masculina, caso na nova construção surgir a forma ao,
B) Tem a penúltima sílaba como tônica. ocorrerá crase. Por exemplo:
C) Tem a antepenúltima sílaba como tônica.
D) Não tem sílaba tônica. Refiro-me à mesma pessoa. (Refiro-me ao mesmo indivíduo.)
Informei o ocorrido à senhora. (Informei o ocorrido ao senhor.)
02. Assinale a alternativa correta. Peça à própria Cláudia para sair mais cedo. (Peça ao próprio
A palavra faliu contém um: Cláudio para sair mais cedo.)
A) hiato
B) dígrafo 4-) diante de numerais cardinais:
C) ditongo decrescente Chegou a duzentos o número de feridos
D) ditongo crescente Daqui a uma semana começa o campeonato.
Respostas
1-B / 2-C Casos em que a crase SEMPRE ocorre:

Emprego do sinal indicativo de 1-) diante de palavras femininas:


crase. Amanhã iremos à festa de aniversário de minha colega.
Sempre vamos à praia no verão.
Ela disse à irmã o que havia escutado pelos corredores.
Sou grata à população.
Crase Fumar é prejudicial à saúde.
Este aparelho é posterior à invenção do telefone.
A palavra  crase  é de origem grega e significa «fusão»,
«mistura». Na língua portuguesa, é o nome que se dá à «junção» 2-) diante da palavra “moda”, com o sentido de “à moda de”
de duas vogais idênticas. É de grande importância a crase da (mesmo que a expressão moda de fique subentendida):
preposição “a” com o artigo feminino “a” (s), com o “a” inicial dos O jogador fez um gol à (moda de) Pelé. 
pronomes aquele(s), aquela (s), aquilo e com o “a” do relativo a Usava sapatos à (moda de) Luís XV.
qual (as quais). Na escrita, utilizamos o acento grave ( ` ) para Estava com vontade de comer frango à (moda de) passarinho.
indicar a crase. O uso apropriado do acento grave depende da O menino resolveu vestir-se à (moda de) Fidel Castro.
compreensão da fusão das duas vogais. É fundamental também,
para o entendimento da crase, dominar a regência dos verbos 3-) na indicação de horas:
e nomes que exigem a preposição  “a”. Aprender a usar a Acordei às sete horas da manhã.
crase, portanto, consiste em aprender a verificar a ocorrência Elas chegaram às dez horas.
simultânea de uma preposição e um artigo ou pronome.  Foram dormir à meia-noite.

Observe: 4-) em locuções adverbiais, prepositivas e conjuntivas de


Vou a + a igreja. que participam palavras femininas. Por exemplo:
Vou à igreja.
à tarde às ocultas às pressas à medida que
No exemplo acima, temos a ocorrência da à noite às claras às escondidas à força
preposição  “a”,  exigida pelo verbo  ir  (ir a algum lugar) e a
ocorrência do artigo  “a”  que está determinando o substantivo à vontade à beça à larga à escuta
feminino igreja. Quando ocorre esse encontro das duas vogais e às avessas à revelia à exceção de à imitação de
elas se unem, a união delas é indicada pelo acento grave. Observe
os outros exemplos: à esquerda às turras às vezes à chave
à direita à procura à deriva à toa
Conheço a aluna.
Refiro-me à aluna. à proporção
à luz à sombra de à frente de
No primeiro exemplo, o verbo é transitivo direto (conhecer que
algo ou alguém), logo não exige preposição e a crase não pode à
ocorrer. No segundo exemplo, o verbo é transitivo indireto semelhança às ordens à beira de
(referir-se a algo ou a alguém) e exige a preposição  “a”. de
Portanto, a crase é possível, desde que o termo seguinte seja
feminino e admita o artigo feminino “a” ou um dos pronomes já Crase diante de Nomes de Lugar
especificados.
Veja os principais casos em que a crase NÃO ocorre: Alguns nomes de lugar não admitem a anteposição do
artigo  “a”. Outros, entretanto, admitem o artigo, de modo que

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APOSTILAS OPÇÃO
diante deles haverá crase, desde que o termo regente exija a Veja:
preposição “a”. Para saber se um nome de lugar admite ou não Minha revolta é ligada à do meu país.
a anteposição do artigo feminino “a”, deve-se substituir o termo Meu luto é ligado ao do meu país.
regente por um verbo que peça a preposição  “de”  ou  “em”. A As orações são semelhantes às de antes.
ocorrência da contração  “da”  ou  “na”  prova que esse nome de Os exemplos são semelhantes aos de antes.
lugar aceita o artigo e, por isso, haverá crase. Suas perguntas são superiores às dele.
Por exemplo: Seus argumentos são superiores aos dele.
Vou  à  França. (Vim  da [de+a] França. Estou  na [em+a] Sua blusa é idêntica à de minha colega.
França.) Seu casaco é idêntico ao de minha colega.
Cheguei à Grécia. (Vim da Grécia. Estou na Grécia.)
Retornarei à Itália. (Vim da Itália. Estou na Itália) A Palavra Distância
Vou  a  Porto Alegre. (Vim  de  Porto Alegre. Estou  em Porto
Alegre.)  Se a palavra  distância  estiver especificada, determinada, a
crase deve ocorrer.
- Minha dica: use a regrinha “Vou A volto DA, crase HÁ; vou A Por exemplo:
volto DE, crase PRA QUÊ?” Sua casa fica  à  distância de 100 Km daqui. (A palavra está
Ex: Vou a Campinas. = Volto de Campinas. determinada)
Vou à praia. = Volto da praia. Todos devem ficar  à  distância de 50 metros do palco. (A
palavra está especificada.)
- ATENÇÃO: quando o nome de lugar estiver especificado,
ocorrerá crase. Veja: Se a palavra  distância  não estiver especificada, a
Retornarei à São Paulo dos bandeirantes. = crase não pode ocorrer. 
mesmo que, pela regrinha acima, seja a do “VOLTO DE” Por exemplo:
Irei à Salvador de Jorge Amado. Os militares ficaram a distância.
Gostava de fotografar a distância.
Crase diante dos Pronomes Demonstrativos Aquele (s), Ensinou a distância.
Aquela (s), Aquilo Dizem que aquele médico cura a distância.
Reconheci o menino a distância.
Haverá crase diante desses pronomes sempre que o termo
regente exigir a preposição “a”. Por exemplo: Observação: por motivo de clareza, para evitar ambiguidade,
pode-se usar a crase.
Refiro-me a + aquele atentado. Veja:
Preposição Pronome Gostava de fotografar à distância.
Ensinou à distância.
Refiro-me àquele atentado. Dizem que aquele médico cura à distância.

O termo regente do exemplo acima é o verbo transitivo Casos em que a ocorrência da crase é FACULTATIVA
indireto referir (referir-se a algo ou alguém) e exige preposição,
portanto, ocorre a crase. Observe este outro exemplo: 1-) diante de nomes próprios femininos:
Observação: é facultativo o uso da crase diante de nomes
Aluguei aquela casa. próprios femininos porque é facultativo o uso do artigo. Observe:
Paula é muito bonita. Laura é minha amiga.
O verbo “alugar” é transitivo direto (alugar algo) e não exige A Paula é muito bonita. A Laura é minha amiga.
preposição. Logo, a crase não ocorre nesse caso.
Veja outros exemplos: Como podemos constatar, é facultativo o uso do artigo
Dediquei àquela senhora todo o meu trabalho. feminino diante de nomes próprios femininos, então podemos
Quero agradecer àqueles que me socorreram. escrever as frases abaixo das seguintes formas:
Refiro-me àquilo que aconteceu com seu pai.
Não obedecerei àquele sujeito. Entreguei o cartão a Paula. Entreguei o cartão a
Roberto.
Crase com os Pronomes Relativos A Qual, As Quais Entreguei o cartão à Paula. Entreguei o cartão ao
Roberto.
A ocorrência da crase com os pronomes relativos a qual e as
quais  depende do verbo. Se o verbo que rege esses pronomes 2-) diante de pronome possessivo feminino:
exigir a preposição  «a»,  haverá crase. É possível detectar a Observação: é facultativo o uso da crase diante de
ocorrência da crase nesses casos utilizando a substituição do pronomes possessivos femininos porque é facultativo o uso do
termo regido feminino por um termo regido masculino.  artigo. Observe:
Por exemplo: Minha avó tem setenta anos. Minha irmã está
A igreja à qual me refiro fica no centro da cidade. esperando por você.
O monumento ao qual me refiro fica no centro da cidade A minha avó tem setenta anos. A minha irmã está
esperando por você.
Caso surja a forma ao com a troca do termo, ocorrerá a crase.
Veja outros exemplos: Sendo facultativo o uso do artigo feminino diante de
São normas às quais todos os alunos devem obedecer. pronomes possessivos femininos, então podemos escrever as
Esta foi a conclusão à qual ele chegou. frases abaixo das seguintes formas:
Várias alunas às quais ele fez perguntas não souberam
responder nenhuma das questões. Cedi o lugar a minha avó. Cedi o lugar a meu avô.
A sessão à qual assisti estava vazia. Cedi o lugar à minha avó. Cedi o lugar ao meu avô.

Crase com o Pronome Demonstrativo “a” 3-) depois da preposição até:


Fui até a praia. ou Fui até à praia.
A ocorrência da crase com o pronome Acompanhe-o até a porta. ou Acompanhe-o até à porta.
demonstrativo  “a”  também pode ser detectada através da A palestra vai até as cinco horas da tarde. ou
substituição do termo regente feminino por um termo regido A palestra vai até às cinco horas da tarde.
masculino. 

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APOSTILAS OPÇÃO
Questões 3- Separa itens de uma enumeração, exposição de motivos,
decreto de lei, etc.
01. No Brasil, as discussões sobre drogas parecem limitar- - Ir ao supermercado;
se ______aspectos jurídicos ou policiais. É como se suas únicas - Pegar as crianças na escola;
consequências estivessem em legalismos, tecnicalidades - Caminhada na praia;
e estatísticas criminais. Raro ler ____respeito envolvendo - Reunião com amigos.
questões de saúde pública como programas de esclarecimento
e prevenção, de tratamento para dependentes e de reintegração Dois pontos
desses____ vida. Quantos de nós sabemos o nome de um médico 1- Antes de uma citação
ou clínica ____quem tentar encaminhar um drogado da nossa - Vejamos como Afrânio Coutinho trata este assunto:
própria família?
2- Antes de um aposto
(Ruy Castro, Da nossa própria família. Folha de S.Paulo, - Três coisas não me agradam: chuva pela manhã, frio à tarde
17.09.2012. Adaptado) e calor à noite.

As lacunas do texto devem ser preenchidas, correta e 3- Antes de uma explicação ou esclarecimento
respectivamente, com: - Lá estava a deplorável família: triste, cabisbaixa, vivendo a
(A) aos … à … a … a rotina de sempre.
(B) aos … a … à … a
(C) a … a … à … à 4- Em frases de estilo direto
(D) à … à … à … à  Maria perguntou:
(E) a … a … a … a - Por que você não toma uma decisão?

02. Leia o texto a seguir. Ponto de Exclamação


Foi por esse tempo que Rita, desconfiada e medrosa, correu 1- Usa-se para indicar entonação de surpresa, cólera, susto,
______ cartomante para consultá-la sobre a verdadeira causa do súplica, etc.
procedimento de Camilo. Vimos que ______ cartomante restituiu- - Sim! Claro que eu quero me casar com você!
lhe ______ confiança, e que o rapaz repreendeu-a por ter feito o
que fez. 2- Depois de interjeições ou vocativos
(Machado de Assis. A cartomante. In: Várias histórias. Rio de - Ai! Que susto!
Janeiro: Globo, 1997, p. 6) - João! Há quanto tempo!

Preenchem corretamente as lacunas da frase acima, na Ponto de Interrogação


ordem dada: Usa-se nas interrogações diretas e indiretas livres.
A) à – a – a “- Então? Que é isso? Desertaram ambos?” (Artur Azevedo)
B) a – a – à Reticências
C) à – a – à 1- Indica que palavras foram suprimidas.
D) à – à – a - Comprei lápis, canetas, cadernos...
E) a – à – à
Respostas 2- Indica interrupção violenta da frase.
1-B / 2-A “- Não... quero dizer... é verdad... Ah!”

3- Indica interrupções de hesitação ou dúvida


Pontuação. - Este mal... pega doutor?

4- Indica que o sentido vai além do que foi dito


Pontuação - Deixa, depois, o coração falar...

Os sinais de pontuação são marcações gráficas que servem Vírgula


para compor a coesão e a coerência textual além de ressaltar Não se usa vírgula
especificidades semânticas e pragmáticas. Vejamos as principais *separando termos que, do ponto de vista sintático, ligam-se
funções dos sinais de pontuação conhecidos pelo uso da língua diretamente entre si:
portuguesa.
a) entre sujeito e predicado.
Ponto Todos os alunos da sala    foram advertidos. 
1- Indica o término do discurso ou de parte dele. Sujeito                            predicado
- Façamos o que for preciso para tirá-la da situação em que
se encontra. b) entre o verbo e seus objetos.
- Gostaria de comprar pão, queijo, manteiga e leite. O trabalho custou            sacrifício             aos realizadores. 
             V.T.D.I.              O.D.                      O.I.
- Acordei. Olhei em volta. Não reconheci onde estava.
c) entre nome e complemento nominal; entre nome e adjunto
2- Usa-se nas abreviações - V. Exª. - Sr. adnominal.
A surpreendente reação do governo contra os sonegadores
Ponto e Vírgula ( ; ) despertou reações entre os empresários.
1- Separa várias partes do discurso, que têm a mesma adj. adnominal nome adj. adn. complemento nominal
importância.
-  “Os pobres dão pelo pão o trabalho; os ricos dão pelo pão Usa-se a vírgula:
a fazenda; os de espíritos generosos dão pelo pão a vida; os de
nenhum espírito dão pelo pão a alma...” (VIEIRA) - Para marcar intercalação:
a) do adjunto adverbial: O café, em razão da sua abundância,
2- Separa partes de frases que já estão separadas por vem caindo de preço.
vírgulas. b) da conjunção: Os cerrados são secos e áridos. Estão
- Alguns quiseram verão, praia e calor; outros montanhas, frio produzindo, todavia, altas quantidades de alimentos.
e cobertor. c) das expressões explicativas ou corretivas: As indústrias

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APOSTILAS OPÇÃO
não querem abrir mão de suas vantagens, isto é, não querem abrir vendas associadas aos dois temas.
mão dos lucros altos. C) Duas explicações do treinamento para consultores
iniciantes receberam destaque; o conceito de PPD e a construção
- Para marcar inversão: de tabelas Price, mas por outro lado, faltou falar das metas de
a) do adjunto adverbial (colocado no início da oração): vendas associadas aos dois temas.
Depois das sete horas, todo o comércio está de portas fechadas. D) Duas explicações do treinamento para consultores
b) dos objetos pleonásticos antepostos ao verbo: Aos iniciantes, receberam destaque: o conceito de PPD e a construção
pesquisadores, não lhes destinaram verba alguma. de tabelas Price, mas, por outro lado, faltou falar das metas de
c) do nome de lugar anteposto às datas: Recife, 15 de maio vendas associadas aos dois temas.
de 1982. E) Duas explicações, do treinamento para consultores
iniciantes, receberam destaque; o conceito de PPD e a construção
- Para separar entre si elementos coordenados (dispostos de tabelas Price, mas por outro lado, faltou falar das metas, de
em enumeração): vendas associadas aos dois temas.
Era um garoto de 15 anos, alto, magro.
A ventania levou árvores, e telhados, e pontes, e animais. Resposta
1-C 2-C 3-B
- Para marcar elipse (omissão) do verbo:
Nós queremos comer pizza; e vocês, churrasco.
Estilística: figuras de linguagem.
- Para isolar:

- o aposto: Figuras de Linguagem


São Paulo, considerada a metrópole brasileira, possui um
trânsito caótico. As figuras de linguagem ou de estilo, de acordo com Renan
Bardine, são empregadas para valorizar o texto, tornando
- o vocativo: a linguagem mais expressiva. É um recurso linguístico para
Ora, Thiago, não diga bobagem. expressar experiências comuns de formas diferentes, conferindo
originalidade, emotividade ou poeticidade ao discurso.
Questões
As figuras revelam muito da sensibilidade de quem as
01. Assinale a alternativa em que a pontuação está produz, traduzindo particularidades estilísticas do autor. A
corretamente empregada, de acordo com a norma-padrão da palavra empregada em sentido figurado, não-denotativo, passa
língua portuguesa. a pertencer a outro campo de significação, mais amplo e criativo.
(A) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e, embora,
experimentasse, a sensação de violar uma intimidade, procurou As figuras de linguagem classificam-se em:
a esmo entre as coisinhas, tentando encontrar algo que pudesse 1) figuras de palavra;
ajudar a revelar quem era a sua dona. 2) figuras de harmonia;
(B) Diante, da testemunha o homem abriu a bolsa e, embora 3) figuras de pensamento;
experimentasse a sensação, de violar uma intimidade, procurou 4) figuras de construção ou sintaxe.
a esmo entre as coisinhas, tentando encontrar algo que pudesse
ajudar a revelar quem era a sua dona. 1) FIGURAS DE PALAVRA
(C) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e, embora As figuras de palavra são figuras de linguagem que consistem
experimentasse a sensação de violar uma intimidade, procurou no emprego de um termo com sentido diferente daquele
a esmo entre as coisinhas, tentando encontrar algo que pudesse convencionalmente empregado, a fim de se conseguir um efeito
ajudar a revelar quem era a sua dona. mais expressivo na comunicação.
(D) Diante da testemunha, o homem, abriu a bolsa e, embora
experimentasse a sensação de violar uma intimidade, procurou São figuras de palavras:
a esmo entre as coisinhas, tentando, encontrar algo que pudesse a) comparação e) catacrese
ajudar a revelar quem era a sua dona. b) metáfora f) sinestesia
(E) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e, embora, c) metonímia g) antonomásia
experimentasse a sensação de violar uma intimidade, procurou d) sinédoque h) alegoria
a esmo entre as coisinhas, tentando, encontrar algo que pudesse
ajudar a revelar quem era a sua dona. Comparação: Ocorre comparação quando se estabelece
aproximação entre dois elementos que se identificam, ligados
02. Assinale a opção em que está corretamente indicada a por conectivos comparativos explícitos – feito, assim como,
ordem dos sinais de pontuação que devem preencher as lacunas tal, como, tal qual, tal como, qual, que nem – e alguns verbos –
da frase abaixo: parecer, assemelhar-se e outros.
“Quando se trata de trabalho científico ___ duas coisas devem
ser consideradas ____ uma é a contribuição teórica que o trabalho Exemplos: “Amou daquela vez como se fosse máquina.
oferece ___ a outra é o valor prático que possa ter. Beijou sua mulher como se fosse lógico.
A) dois pontos, ponto e vírgula, ponto e vírgula
B) dois pontos, vírgula, ponto e vírgula; Metáfora: Ocorre metáfora quando um termo substitui
C) vírgula, dois pontos, ponto e vírgula; outro através de uma relação de semelhança resultante da
D) pontos vírgula, dois pontos, ponto e vírgula; subjetividade de quem a cria. A metáfora também pode ser
E) ponto e vírgula, vírgula, vírgula. entendida como uma comparação abreviada, em que o conectivo
não está expresso, mas subentendido.
03. Os sinais de pontuação estão empregados corretamente
em: Exemplo: “Supondo o espírito humano uma vasta concha, o
A) Duas explicações, do treinamento para consultores meu fim, Sr. Soares, é ver se posso extrair pérolas, que é a razão.”
iniciantes receberam destaque, o conceito de PPD e a construção
de tabelas Price; mas por outro lado, faltou falar das metas de Metonímia: Ocorre metonímia quando há substituição de
vendas associadas aos dois temas. uma palavra por outra, havendo entre ambas algum grau de
B) Duas explicações do treinamento para consultores semelhança, relação, proximidade de sentido ou implicação
iniciantes receberam destaque: o conceito de PPD e a construção mútua. Tal substituição fundamenta-se numa relação objetiva,
de tabelas Price; mas, por outro lado, faltou falar das metas de real, realizando-se de inúmeros modos:

Língua Portuguesa 72
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APOSTILAS OPÇÃO
- A causa pelo efeito e vice-versa: “E ao rabi simples(1), que a igualdade prega,
Rasga e enlameia a túnica inconsútil;
“E assim o operário ia *1 Cristo
Com suor e com cimento* Pelé (= Edson Arantes do Nascimento)
Erguendo uma casa aqui O poeta dos escravos (= Castro Alves)
Adiante um apartamento.” O Dante Negro (= Cruz e Souza)
*Com trabalho. O Corso (= Napoleão)

- O lugar de origem ou de produção pelo produto: Alegoria: A alegoria é uma acumulação de metáforas
referindo-se ao mesmo objeto; é uma figura poética que
Comprei uma garrafa do legítimo porto*. consiste em expressar uma situação global por meio de outra
*O vinho da cidade do Porto. que a evoque e intensifique o seu significado. Na alegoria, todas
as palavras estão transladadas para um plano que não lhes é
- O autor pela obra: comum e oferecem dois sentidos completos e perfeitos – um
referencial e outro metafórico.
Ela parecia ler Jorge Amado*.
*A obra de Jorge Amado. Exemplo: “A vida é uma ópera, é uma grande ópera. O tenor
- O abstrato pelo concreto e vice-versa: e o barítono lutam pelo soprano, em presença do baixo e dos
comprimários, quando não são o soprano e o contralto que
Não devemos contar com o seu coração*. lutam pelo tenor, em presença do mesmo baixo e dos mesmos
*Sentimento, sensibilidade. comprimários. Há coros numerosos, muitos bailados, e a
orquestra é excelente… (Machado de Assis)
Sinédoque: Ocorre sinédoque quando há substituição de
um termo por outro, havendo ampliação ou redução do sentido 2) FIGURAS DE HARMONIA
usual da palavra numa relação quantitativa. Encontramos
sinédoque nos seguintes casos: Chamam-se figuras de som ou de harmonia os efeitos
produzidos na linguagem quando há repetição de sons ou, ainda,
- O todo pela parte e vice-versa: quando se procura “imitar”sons produzidos por coisas ou seres.

“A cidade inteira (1) viu assombrada, de queixo caído, o As figuras de linguagem de harmonia ou de som são:
pistoleiro sumir de ladrão, fugindo nos cascos (2) de seu cavalo.”
*1 O povo. 2 Parte das patas. a) aliteração c) assonância
b) paronomásia d) onomatopéia
- O singular pelo plural e vice-versa:
Aliteração: Ocorre aliteração quando há repetição da
O paulista (3) é tímido; o carioca (4), atrevido. mesma consoante ou de consoantes similares, geralmente em
*3 Todos os paulistas. 4 Todos os cariocas. posição inicial da palavra.

- O indivíduo pela espécie (nome próprio pelo nome comum): Exemplo: “Toda gente homenageia Januária na janela.”

Para os artistas ele foi um mecenas (5). Assonância: Ocorre assonância quando há repetição da
*5 Protetor. mesma vogal ao longo de um verso ou poema.

Modernamente, a metonímia engloba a sinédoque. Exemplo: “Sou Ana, da cama


da cana, fulana, bacana
Catacrese: A catacrese é um tipo de especial de metáfora, Sou Ana de Amsterdam.”
“é uma espécie de metáfora desgastada, em que já não se sente
nenhum vestígio de inovação, de criação individual e pitoresca. Paronomásia: Ocorre paronomásia quando há reprodução
É a metáfora tornada hábito lingüístico, já fora do âmbito de sons semelhantes em palavras de significados diferentes.
estilístico.” (Othon M. Garcia)
Exemplo: “Berro pelo aterro pelo desterro
Exemplos: folhas de livro, pele de tomate, dente de alho, berro por seu berro pelo seu erro
montar em burro, céu da boca, cabeça de prego, mão de direção, quero que você ganhe que você me apanhe
ventre da terra, asa da xícara, sacar dinheiro no banco. sou o seu bezerro gritando mamãe.”

Sinestesia: A sinestesia consiste na fusão de sensações Onomatopeia: Ocorre quando uma palavra ou conjunto de
diferentes numa mesma expressão. Essas sensações podem ser palavras imita um ruído ou som.
físicas (gustação, audição, visão, olfato e tato) ou psicológicas
(subjetivas). Exemplo: “O silêncio fresco despenca das árvores.
Veio de longe, das planícies altas,
Exemplo: “A minha primeira recordação é um muro velho, no Dos cerrados onde o guaxe passe rápido…
quintal de uma casa indefinível. Tinha várias feridas no reboco Vvvvvvvv… passou.”
e veludo de musgo. Milagrosa aquela mancha verde [sensação
visual] e úmida, macia [sensações táteis], quase irreal.” (Augusto 3) FIGURAS DE PENSAMENTO
Meyer)
As figuras de pensamento são recursos de linguagem que se
Antonomásia: Ocorre antonomásia quando designamos referem ao significado das palavras, ao seu aspecto semântico.
uma pessoa por uma qualidade, característica ou fato que a
distingue. São figuras de linguagem de pensamento:
a) antítese d) apóstrofe g) paradoxo
Na linguagem coloquial, antonomásia é o mesmo que apelido, b) eufemismo e) gradação h) hipérbole
alcunha ou cognome, cuja origem é um aposto (descritivo, c) ironia f) prosopopéia i) perífrase
especificativo etc.) do nome próprio.
Antítese: Ocorre antítese quando há aproximação de
Exemplos: palavras ou expressões de sentidos opostos.

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APOSTILAS OPÇÃO
Exemplo: “Amigos ou inimigos estão, amiúde, em posições Cidade maravilhosa
trocadas. Uns nos querem mal, e fazem-nos bem. Outros nos Coração do meu Brasil.” (André Filho)
almejam o bem, e nos trazem o mal.” (Rui Barbosa)
4) FIGURAS DE SINTAXE
Apóstrofe: Ocorre apóstrofe quando há invocação de uma
pessoa ou algo, real ou imaginário, que pode estar presente As figuras de sintaxe ou de construção dizem respeito a
ou ausente. Corresponde ao vocativo na análise sintática e é desvios em relação à concordância entre os termos da oração,
utilizada para dar ênfase à expressão. sua ordem, possíveis repetições ou omissões.
Elas podem ser construídas por:
Exemplo: “Deus! ó Deus! onde estás, que não respondes?” a) omissão: assíndeto, elipse e zeugma;
(Castro Alves) b) repetição: anáfora, pleonasmo e polissíndeto;
c) inversão: anástrofe, hipérbato, sínquise e hipálage;
Paradoxo: Ocorre paradoxo não apenas na aproximação d) ruptura: anacoluto;
de palavras de sentido oposto, mas também na de idéias que e) concordância ideológica: silepse.
se contradizem referindo-se ao mesmo termo. É uma verdade
enunciada com aparência de mentira. Oxímoro (ou oximoron) é Portanto, são figuras de linguagem de construção ou sintaxe:
outra designação para paradoxo. a) assíndeto e) elipse i) zeugma
b) anáfora f) pleonasmo j) polissíndeto
Exemplo: “Amor é fogo que arde sem se ver; c) anástrofe g) hiperbato l) sínquise
É ferida que dói e não se sente; d) hipálage h) anacoluto m) silepse
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;” (Camões) Assíndeto: Ocorre assíndeto quando orações ou palavras
deveriam vir ligadas por conjunções coordenativas, aparecem
Eufemismo: Ocorre eufemismo quando uma palavra ou justapostas ou separadas por vírgulas.
expressão é empregada para atenuar uma verdade tida como
penosa, desagradável ou chocante. Exigem do leitor atenção maior no exame de cada fato, por
exigência das pausas rítmicas (vírgulas).
Ex:“E pela paz derradeira(1) que enfim vai nos redimir
Deus lhe pague” (Chico Buarque) Exemplo: “Não nos movemos, as mãos é que se estenderam
*1 paz derradeira: morte pouco a pouco, todas quatro, pegando-se, apertando-se,
fundindo-se.” (Machado de Assis)
Gradação: Ocorre gradação quando há uma seqüência de
palavras que intensificam uma mesma idéia. Elipse: Ocorre elipse quando omitimos um termo ou
oração que facilmente podemos identificar ou subentender no
Exemplo: “Aqui… além… mais longe por onde eu movo o contexto. Pode ocorrer na supressão de pronomes, conjunções,
passo.” (Castro Alves) preposições ou verbos. É um poderoso recurso de concisão e
dinamismo.
Hipérbole: Ocorre hipérbole quando há exagero de uma
idéia, a fim de proporcionar uma imagem emocionante e de Exemplo: “Veio sem pinturas, em vestido leve, sandálias
impacto. coloridas.”
1 Elipse do pronome ela (Ela veio) e da preposição de (de
Exemplo: “Rios te correrão dos olhos, se chorares!” (Olavo sandálias…)
Bilac)
Zeugma: Ocorre zeugma quando um termo já expresso na
Ironia: Ocorre ironia quando, pelo contexto, pela entonação, frase é suprimido, ficando subentendida sua repetição.
pela contradição de termos, sugere-se o contrário do que as
palavras ou orações parecem exprimir. A intenção é depreciativa Exemplo: “Foi saqueada a vida, e assassinados os partidários
ou sarcástica. dos Felipes.” 1
1 Zeugma do verbo: “e foram assassinados…”
Exemplo: “Moça linda, bem tratada,
três séculos de família, Anáfora: Ocorre anáfora quando há repetição intencional de
burra como uma porta: palavras no início de um período, frase ou verso.
um amor.” (Mário de Andrade)
Exemplo: “Depois o areal extenso…
Prosopopéia: Ocorre prosopopéia (ou animização ou Depois o oceano de pó…
personificação) quando se atribui movimento, ação, fala, Depois no horizonte imenso
sentimento, enfim, caracteres próprios de seres animados a Desertos… desertos só…” (Castro Alves)
seres inanimados ou imaginários.
Pleonasmo: Ocorre pleonasmo quando há repetição da
Também a atribuição de características humanas a seres mesma ideia, isto é, redundância de significado.
animados constitui prosopopéia o que é comum nas fábulas
e nos apólogos, como este exemplo de Mário de Quintana: “O a) Pleonasmo literário: É o uso de palavras redundantes para
peixinho (…) silencioso e levemente melancólico…” reforçar uma ideia, tanto do ponto de vista semântico quanto
do ponto de vista sintático. Usado como um recurso estilístico,
Exemplos: “… os rios vão carregando as queixas do caminho.” enriquece a expressão, dando ênfase à mensagem.
(Raul Bopp)
Um frio inteligente (…) percorria o jardim…” (Clarice Exemplo: “Iam vinte anos desde aquele dia
Lispector) Quando com os olhos eu quis ver de perto
Quando em visão com os da saudade via.” (Alberto
Perífrase: Ocorre perífrase quando se cria um torneio de de Oliveira)
palavras para expressar algum objeto, acidente geográfico ou “Ó mar salgado, quando do teu sal
situação que não se quer nomear. São lágrimas de Portugal” (Fernando Pessoa)

Exemplo: “Cidade maravilhosa b) Pleonasmo vicioso: É o desdobramento de ideias que


Cheia de encantos mil já estavam implícitas em palavras anteriormente expressas.

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APOSTILAS OPÇÃO
Pleonasmos viciosos devem ser evitados, pois não têm valor de Exemplo: “Na noite seguinte estávamos reunidas algumas
reforço de uma idéia, sendo apenas fruto do descobrimento do pessoas.” (Machado de Assis)
sentido real das palavras. Questões

Exemplos: subir para cima, entrar para dentro, repetir de 01. Ao dizer que os shoppings são “cidades”, o autor do texto
novo, ouvir com os ouvidos, hemorragia de sangue, monopólio faz uso de um tipo de linguagem figurada denominada
exclusivo, breve alocução, principal protagonista (A) metonímia.
(B) eufemismo.
Polissíndeto: Ocorre polissíndeto quando há repetição (C) hipérbole.
enfática de uma conjunção coordenativa mais vezes do que exige (D) metáfora.
a norma gramatical ( geralmente a conjunção e). É um recurso (E) catacrese.
que sugere movimentos ininterruptos ou vertiginosos.
02. Identifique a figura de linguagem presente na tira
Exemplo: “Vão chegando as burguesinhas pobres, seguinte:
e as criadas das burguesinhas ricas
e as mulheres do povo, e as lavadeiras da redondeza.”
(Manuel Bandeira)

Anástrofe: Ocorre anástrofe quando há uma simples


inversão de palavras vizinhas (determinante / determinado).

Exemplo: “Tão leve estou (1) que nem sombra tenho.” (Mário
Quintana)
*1 Estou tão leve…
(A) metonímia
Hipérbato: Ocorre hipérbato quando há uma inversão (B) prosopopeia
completa de membros da frase. (C) hipérbole
(D) eufemismo
Exemplo: “Passeiam à tarde, as belas na Avenida. ” 1 (Carlos (E) onomatopeia
Drummond de Andrade)
*1 As belas passeiam na Avenida à tarde. 03.
Está tão quente que dá para fritar um ovo no asfalto.
Sínquise: Ocorre sínquise quando há uma inversão violenta
de distantes partes da frase. É um hipérbato exagerado. O dito popular é, na maioria das vezes, uma figura de
linguagem. Entre as 14h30min e às 15h desta terça-feira,
Exemplo: “A grita se alevanta ao Céu, da gente. ” 1 (Camões) horário do dia em que o calor é mais intenso, a temperatura
*1 A grita da gente se alevanta ao Céu. do asfalto, medida com um termômetro de contato, chegou a
65ºC. Para fritar um ovo, seria preciso que o local alcançasse
Hipálage: Ocorre hipálage quando há inversão da posição do aproximadamente 90 ºC.
adjetivo: uma qualidade que pertence a uma objeto é atribuída a Disponível em: http://zerohora.clicrbs.com.br. Acesso em:
outro, na mesma frase. 22 jan. 2014.

Exemplo: “… as lojas loquazes dos barbeiros.” 2 (Eça de O texto cita que o dito popular “está tão quente que dá para
Queiros) fritar um ovo no asfalto” expressa uma figura de linguagem. O
*2 … as lojas dos barbeiros loquazes. autor do texto refere-se a qual figura de linguagem?
(A) Eufemismo.
Anacoluto: Ocorre anacoluto quando há interrupção (B) Hipérbole.
do plano sintático com que se inicia a frase, alterando-lhe a (C) Paradoxo.
seqüência lógica. A construção do período deixa um ou mais (D) Metonímia.
termos – que não apresentam função sintática definida – (E) Hipérbato.
desprendidos dos demais, geralmente depois de uma pausa Respostas
sensível. 01. D\02. D\03. B

Exemplo: “Essas empregadas de hoje, não se pode confiar


Reescritura de frases:
nelas.” (Alcântara Machado)
substituição, deslocamento,
Silepse: Ocorre silepse quando a concordância não é feita paralelismo; variação linguística:
com as palavras, mas com a ideia a elas associada. norma culta.
a) Silepse de gênero: Ocorre quando há discordância entre
os gêneros gramaticais (feminino ou masculino).
Reescritura de Frases
Exemplo: “Quando a gente é novo, gosta de fazer bonito.”
(Guimarães Rosa) Antes de discorrermos acerca de um assunto tão importante,
convidamos você, caro (a) usuário (a), a se enlevar mediante as
b) Silepse de número: Ocorre quando há discordância palavras do grandioso mestre de nossas letras, João Cabral de
envolvendo o número gramatical (singular ou plural). Melo Neto, que, por meio de uma metalinguagem, cumpre bem
seu trabalho de lidar com as palavras e deixar claro para nós,
Exemplo: Corria gente de todos lados, e gritavam.” (Mário leitores, quão grandioso e magnífico é o exercício da escrita.
Barreto) Voltemo-nos a elas, portanto:

c) Silepse de pessoa: Ocorre quando há discordância entre o Catar feijão


sujeito expresso e a pessoa verbal: o sujeito que fala ou escreve 1.
se inclui no sujeito enunciado. Catar feijão se limita com escrever:
joga-se os grãos na água do alguidar

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APOSTILAS OPÇÃO
e as palavras na folha de papel; claro, analisemos o parágrafo que segue, revelando ser um bom
e depois, joga-se fora o que boiar. exemplo da ocorrência em questão:
Certo, toda palavra boiará no papel, A leitura, esse importante instrumento – o qual o torna
água congelada, por chumbo seu verbo: mais culto, mais apto a expressar seus pensamentos –, pois
pois para catar esse feijão, soprar nele, amplia significativamente seu vocabulário, contribui para o
e jogar fora o leve e oco, palha e eco. aperfeiçoamento da escrita.
Tudo aquilo que se afirma acerca da eficácia da leitura, ainda
2. que relevante, tornou extensa e cansativa a ideia abordada.
Ora, nesse catar feijão entra um risco: Dessa forma, retificando a oração, poderíamos obter como
o de que entre os grãos pesados entre essencial somente estes dizeres, os quais seguem expressos:
um grão qualquer, pedra ou indigesto,
um grão imastigável, de quebrar dente. A leitura contribui para o aperfeiçoamento da escrita.
Certo não, quando ao catar palavras:
a pedra dá à frase seu grão mais vivo: Mediante os pressupostos aqui elencados, acreditamos ter
obstrui a leitura fluviante, flutual, contribuído de forma significativa para que você aprimore ainda
açula a atenção, isca-a como o risco. mais suas habilidades no que tange à construção textual. E que,
por meio da reescrita de suas ideias, possa ser hábil em jogar
Poema intitulado “Catar feijão”, parte constituinte do livro fora o leve o oco, assim mesmo como ressalta nosso grande
“Educação pela pedra”, publicado em 1965. mestre, e reelabore seu discurso pautando-se na concretude das
palavras, tornando-as claras, precisas, objetivas.
A comparação ora estabelecida parece casar perfeitamente
diante daquele momento em que as ideias são elencadas. No Fonte: http://portugues.uol.com.br/redacao/reescrita-
entanto, é preciso ser hábil para escolher palavra por palavra, textual.html
de modo a fazer com que o discurso (as orações, os períodos, os
parágrafos) torne-se claro e preciso, atendendo às expectativas ATITUDES NÃO RECOMENDADAS
de nosso interlocutor. Dessa forma, como aqueles grãos que
boiam fora, desnecessários por sinal, algumas palavras também
parecem não se encaixar, pois por um motivo ou outro acabam EXPRESSÕES USO RECOMENDADO
escapando aos nossos olhos. CONDENÁVEIS
O porquê de escaparem? É simples, haja vista que nesse A nível de / Ao nível Em nível, No nível
momento essa habilidade antes mencionada entra em ação e, em
meio a esse ínterim, conhecimentos de toda ordem parecem se Face a / Frente a Ante, Diante, Em face de, Em
relacionar, sejam eles de ordem ortográfica, semântica, sintática vista de, Perante
e, sobretudo, aqueles indispensáveis a todo bom redator: o Onde (Quando não Em que, Na qual, Nas quais, No
conhecimento de mundo. exprime lugar) qual, Nos quais
Dada essa manifestação, é impossível não abordar um
procedimento, tão útil quanto necessário: a reescrita textual. Sob um ponto de vista De um ponto de vista
Acredite que, por meio dele, você, enquanto emissor, encontrará Sob um prisma Por (ou através de) um prisma
os grãos pesados entre um grão qualquer, pedra ou indigesto, um
grão imastigável, de quebrar dente. Vale dizer, contudo, que essa Em função de Em virtude de, Por causa de,
reescrita não deve se dar somente no âmbito de corrigir aqueles Em consequência de, Por, Em
possíveis erros... digamos assim... gramaticais. Importantes eles? razão de
Sim, sem dúvida alguma, mas não são tudo. Cumpre afirmar que
a reescrita deve ir além, haja vista que nos permite reconhecer Expressões não recomendadas
aquelas “falhas” que certamente seriam reconhecidas por - a partir de (a não ser com valor temporal).
outra pessoa, sobretudo em se tratando do “teor”, da “essência” Opção: com base em, tomando-se por base, valendo-se
discursiva. de...
Tendo em vista que a coesão representa um dos principais
aspectos na produção textual, muitas vezes, mediante a leitura - através de (para exprimir “meio” ou instrumento).
daquilo que escrevemos, constatamos que os parágrafos não se Opção: por, mediante, por meio de, por intermédio de,
encontram assim tão harmoniosamente ligados como deveriam. segundo...
Às vezes, uma conjunção ali, um advérbio acolá e um pronome
adiante não se encontram bem distribuídos. Outras vezes, - devido a.
percebemos uma quebra de simetria (revelada pela falta de Opção: em razão de, em virtude de, graças a, por causa
paralelismo), em que uma ideia poderia ter sido expressa de de.
outra forma.
Assim, de modo a constatar como esse aspecto assimétrico - dito.
se manifesta na prática, analise o seguinte enunciado: Opção: citado, mencionado.
A leitura é importante, necessária, útil e traz benefícios a
todo emissor que deseja aprimorar ainda mais a competência - enquanto.
discursiva. Opção: ao passo que.
Inferimos que com o uso de “traz benefícios” houve uma
quebra de simetria dos adjetivos explicitados (importante, - inclusive (a não ser quando significa incluindo-se).
necessária, útil...). Não que isso seja considerado uma falha de Opção: até, ainda, igualmente, mesmo, também.
grande extensão, mas a ideia ficaria mais clara se outro adjetivo
tivesse sido utilizado, justamente para acompanhar o raciocínio - no sentido de, com vistas a.
antes firmado, ou seja: Opção: a fim de, para, com a finalidade de, tendo em vista.
A leitura é importante, necessária, útil e benéfica a todo
emissor que deseja aprimorar ainda mais a competência - pois (no início da oração).
discursiva. Opção: já que, porque, uma vez que, visto que.
Outro aspecto, não menos importante, materializa-se pela
“abundância” de orações intercaladas, as quais corroboram - principalmente.
para a extensão da ideia, fazendo com que o interlocutor perca Opção: especialmente, sobretudo, em especial, em
o “fio da meada” e passe a não entender mais o que se afirma particular.
no início da oração. Dessa forma, para que fique um pouco mais

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APOSTILAS OPÇÃO
Expressões que demandam atenção guava as tormentas e a sensatez me mostrava que só estaríamos
- acaso, caso – com se, use acaso; caso rejeita o se separadas carnalmente”.
- aceitado, aceito – com ter e haver, aceitado; com ser e estar, Não utilize provérbios ou ditos populares. Eles empobrecem
aceito a redação e fazem parecer que o autor não tem criatividade ao
- acendido, aceso (formas similares) – idem lançar mão de formas já gastas pelo uso frequente.
- à custa de – e não às custas de
- à medida que – à proporção que, ao mesmo tempo que, - “Todos os deputados são corruptos”.
conforme Evite pensamentos radicais. É recomendável não generali-
- na medida em que – tendo em vista que, uma vez que zar e evitar, assim, posições extremistas.
- a meu ver – e não ao meu ver
- a ponto de – e não ao ponto de - “Bem, acho que - você sabe - não é fácil dizer essas coisas.
- a posteriori, a priori – não tem valor temporal Olhe, acho que ele não vai concordar com a decisão que você to-
- em termos de – modismo; evitar mou, quero dizer, os fatos levam você a isso, mas você sabe - todos
- enquanto que – o que é redundância sabem - ele pensa diferente. É bom a gente pensar como vai fazer
- entre um e outro – entre exige a conjunção e, e não a para, enfim, para ele entender a decisão”.
- implicar em – a regência é direta (sem em) O ato de escrever é diferente do ato de falar. O texto escrito
- ir de encontro a – chocar-se com não deve apresentar marcas de oralidade.
- ir ao encontro de – concordar com
- se não, senão – quando se pode substituir por caso não, - “Mal cheiro”, “mau-humorado”.
separado; quando não se pode, junto Mal opõe-se a bem e mau, a bom. Assim: mau cheiro (bom
- todo mundo – todos cheiro), mal-humorado (bem-humorado). Igualmente: mau hu-
- todo o mundo – o mundo inteiro mor, mal-intencionado, mau jeito, mal-estar.
- não pagamento = hífen somente quando o segundo termo
for substantivo - “Fazem” cinco anos.
- este e isto – referência próxima do falante (a lugar, a tempo Fazer, quando exprime tempo, é impessoal: Faz cinco anos. /
presente; a futuro próximo; ao anunciar e a que se está tratando) Fazia dois séculos. / Fez 15 dias.
- esse e isso – referência longe do falante e perto do ouvinte
(tempo futuro, desejo de distância; tempo passado próximo do - “Houveram” muitos acidentes.
presente, ou distante ao já mencionado e a ênfase). Haver, como existir, também é invariável: Houve muitos
acidentes. / Havia muitas pessoas. / Deve haver muitos casos
Erros Comuns iguais.

- “Hoje ao receber alguns presentes no qual completo vinte - Para “mim” fazer.
anos tenho muitas novidades para contar”. Mim não faz, porque não pode ser sujeito. Assim: Para eu fa-
Uso inadequado do pronome relativo. Ele provoca falta de zer, para eu dizer, para eu trazer.
coesão, pois não consegue perceber a que antecedente ele se re-
fere, portanto nada conecta e produz relação absurda. - Entre “eu” e você.
Depois de preposição, usa-se mim ou ti: Entre mim e você. /
- “Ainda brincava de boneca quando conheci Davi, piloto de Entre eles e ti.
cart, moreno, 20 anos, com olhos cor de mel. “Tudo começou na-
quele baile de quinze anos”, “... é aos dezoito anos que se começa - “Há” dez anos “atrás”.
a procurar o caminho do amanhã e encontrar as perspectiva que Há e atrás indicam passado na frase. Use apenas há dez anos
nos acompanham para sempre na estrada da vida”. ou dez anos atrás.
Você pode ter conhecimento do vocabulário e das regras
gramaticais e, assim, construir um texto sem erros. Entretanto, - “Entrar dentro”.
se você reproduz sem nenhuma crítica ou reflexão expressões Problema de redundância. O certo seria: entrar em.
gastas, vulgarizadas pelo uso contínuo. A boa qualidade do texto Veja outras redundâncias: Sair fora ou para fora, elo de liga-
fica comprometida. ção, monopólio exclusivo, já não há mais, ganhar grátis, viúva do
falecido.
- Tema: Para você, as experiências genéticas de clonagem
põem em xeque todos os conceitos humanos sobre Deus e a - Vai assistir “o” jogo hoje.
vida? “Bem a clonagem não é tudo, mas na vida tudo tem o seu Assistir como presenciar exige a: Vai assistir ao jogo, à missa,
valor e os homens a todo momento necessitam de descobrir todos à sessão.
os mistérios da vida que nos cerca a todo instante”. Outros verbos com a: A medida não agradou (desagradou)
É de extrema importância seguir o que foi proposto no tema. à população. / Eles obedeceram (desobedeceram) aos avisos. /
Antes de começar o texto leia atentamente todos os elementos Aspirava ao cargo de diretor. / Pagou ao amigo. / Respondeu à
que o examinador apresentou. Esquematize as ideias e perceba carta. / Sucedeu ao pai. / Visava aos estudantes.
se não há falta de correspondência entre o tema proposto e o
texto criado. - Preferia ir “do que” ficar.
Prefere-se sempre uma coisa a outra: Preferia ir a ficar. É
- “Uma biópsia do tumor retirado do fígado do meu primo (...) preferível segue a mesma norma: É preferível lutar a morrer
mostrou que ele não era maligno”. sem glória.
Esta frase está ambígua. Não se sabe se o pronome ele refere-
-se ao fígado ou ao primo. Para se evitar a ambiguidade, deve-se - Não há regra sem “excessão”.
observar se a relação entre cada palavra do texto está correta. O certo é exceção.
Veja outras grafias erradas e, entre parênteses, a forma
- “Ele me tratava como uma criança, mas eu era apenas uma correta: “paralizar” (paralisar), “beneficiente” (beneficente),
criança”. “xuxu” (chuchu), “previlégio” (privilégio), “vultuoso” (vultoso),
Problema com o uso do conectivo “mas”. O conectivo mas indi- “cincoenta” (cinquenta), “zuar” (zoar), “frustado” (frustrado),
ca uma circunstância de oposição, de ideia contrária a. Portanto, “calcáreo” (calcário), “advinhar” (adivinhar), “benvindo” (bem-
a relação adversativa introduzida pelo “mas” no fragmento aci- -vindo), “ascenção” (ascensão), “pixar” (pichar), “impecilho”
ma produz uma ideia absurda. (empecilho), “envólucro” (invólucro).

- “Entretanto, como já diziam os sábios: depois da tempestade - Comprei “ele” para você.
sempre vem a bonança. Após longo suplício, meu coração apazi- Eu, tu, ele, nós, vós e eles não podem ser objeto direto. As-

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APOSTILAS OPÇÃO
sim: Comprei-o para você. Também: Deixe-os sair, mandou-nos
entrar, viu-a, mandou-me. - “Cerca de 18” pessoas o saudaram. Cerca de indica arredon-
damento e não pode aparecer com números exatos: Cerca de 20
- “Aluga-se” casas. pessoas o saudaram.
O verbo concorda com o sujeito: Alugam-se casas. / Fazem-
-se consertos. / É assim que se evitam acidentes. / Compram-se - Tinha “chego” atrasado.
terrenos. / Procuram-se empregados. “Chego” não existe. O certo: Tinha chegado atrasado.

- Chegou “em” São Paulo. - Queria namorar “com” o colega.


Verbos de movimento exigem a, e não em: Chegou a São Pau- O com não existe: Queria namorar o colega.
lo. / Vai amanhã ao cinema. / Levou os filhos ao circo.
- O processo deu entrada “junto ao” STF.
- Todos somos “cidadões”. Processo dá entrada no STF
O plural de cidadão é cidadãos. Veja outros: caracteres (de
caráter), juniores, seniores, escrivães, tabeliães, gângsteres. - As pessoas “esperavam-o”.
Quando o verbo termina em m, ão ou õe, os pronomes o, a, os
- A última “seção” de cinema. e as tomam a forma no, na, nos e nas: As pessoas esperavam-no.
Seção significa divisão, repartição, e sessão equivale a tempo / Dão-nos, convidam-na, põe-nos, impõem-nos.
de uma reunião, função: Seção Eleitoral, Seção de Esportes, se-
ção de brinquedos; sessão de cinema, sessão de pancadas, ses- - Vocês “fariam-lhe” um favor?
são do Congresso. Não se usa pronome átono (me, te, se, lhe, nos, vos, lhes) de-
pois de futuro do presente, futuro do pretérito (antigo condicio-
- Vendeu “uma” grama de ouro. nal) ou particípio. Assim: Vocês lhe fariam (ou far-lhe-iam) um
Grama, peso, é palavra masculina: um grama de ouro, vitami- favor? / Ele se imporá pelos conhecimentos (e nunca “imporá-
na C de dois gramas. -se”). / Os amigos nos darão (e não “darão-nos”) um presente. /
Tendo-me formado (e nunca tendo “formado-me”).
- “Porisso”.
Duas palavras, por isso, como de repente e a partir de - Chegou “a” duas horas e partirá daqui “há” cinco minutos.
Há indica passado e equivale a faz, enquanto a exprime dis-
- Não viu “qualquer” risco. tância ou tempo futuro (não pode ser substituído por faz): Che-
Deve-se usar “nenhum”, e não “qualquer. gou há (faz) duas horas e partirá daqui a (tempo futuro) cinco
Não viu nenhum risco. / Ninguém lhe fez nenhum reparo. / minutos. / O atirador estava a (distância) pouco menos de 12
Nunca promoveu nenhuma confusão. metros. / Ele partiu há (faz) pouco menos de dez dias.

- A feira “inicia” amanhã. - Estávamos “em” quatro à mesa.


Alguma coisa se inicia, se inaugura: A feira inicia-se (inaugu- O “em” não existe: Estávamos quatro à mesa. / Éramos seis.
ra-se) amanhã. / Ficamos cinco na sala.

- O peixe tem muito “espinho”. - Sentou “na” mesa para comer.


Peixe tem espinha. Sentar-se (ou sentar) em é sentar-se em cima de. Veja o cer-
Veja outras confusões desse tipo: O “fuzil” (fusível) queimou. to: Sentou-se à mesa para comer. / Sentou ao piano, à máquina,
/ Casa “germinada” (geminada), “ciclo” (círculo) vicioso, “cabe- ao computador.
çário” (cabeçalho).
- Ficou contente “por causa que” ninguém se feriu.
- Não sabiam «aonde» ele estava. A locução não existe. Use porque: Ficou contente porque nin-
O certo: Não sabiam onde ele estava. guém se feriu.
Aonde se usa com verbos de movimento, apenas: Não sei
aonde ele quer chegar. / Aonde vamos? - O time empatou “em” 2 a 2.
A preposição é “por”: O time empatou por 2 a 2. Repare que
- “Obrigado”, disse a moça. ele ganha por e perde por. Da mesma forma: empate por.
Obrigado concorda com a pessoa: “Obrigada”, disse a moça. /
Obrigado pela atenção. / Muito obrigados por tudo. - Não queria que “receiassem” a sua companhia.
O i não existe: Não queria que receassem a sua companhia.
- Ela era “meia” louca. Da mesma forma: passeemos, enfearam, ceaste, receeis (só exis-
Meio, advérbio, não varia: meio louca, meio esperta, meio te i quando o acento cai no e que precede a terminação ear: re-
amiga. ceiem, passeias, enfeiam).

- “Fica” você comigo. - Eles “tem” razão.


Fica é imperativo do pronome tu. Para a 3.ª pessoa, o certo No plural, têm é com acento. Tem é a forma do singular. O
é fique: Fique você comigo. / Venha pra Caixa você também. / mesmo ocorre com vem e vêm e põe e põem: Ele tem, eles têm;
Chegue aqui. ele vem, eles vêm; ele põe, eles põem.

- A questão não tem nada «haver» com você. - Acordos “políticos-partidários”. Nos adjetivos compostos,
A questão, na verdade, não tem nada a ver ou nada que ver. só o último elemento varia: acordos político-partidários. Ou-
Da mesma forma: Tem tudo a ver com você. tros exemplos: Bandeiras verde-amarelas, medidas econômico-
-financeiras, partidos social-democratas.
- Vou “emprestar” dele.
Emprestar é ceder, e não tomar por empréstimo: Vou pegar - Andou por “todo” país.
o livro emprestado. Ou: Vou emprestar o livro (ceder) ao meu Todo o (ou a) é que significa inteiro: Andou por todo o país
irmão. (pelo país inteiro). / Toda a tripulação (a tripulação inteira) foi
Repare nesta concordância: Pediu emprestadas duas malas. demitida.
- Ele foi um dos que “chegou” antes. Sem o, todo quer dizer cada, qualquer: Todo homem (cada
Um dos que faz a concordância no plural: Ele foi um dos que homem) é mortal. / Toda nação (qualquer nação) tem inimigos.
chegaram antes (dos que chegaram antes, ele foi um). / Era um
dos que sempre vibravam com a vitória. - “Todos” amigos o elogiavam.

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APOSTILAS OPÇÃO
No plural, todos exige os: Todos os amigos o elogiavam. / Era - O fato passou “desapercebido”.
difícil apontar todas as contradições do texto. Na verdade, o fato passou despercebido, não foi notado. De-
sapercebido significa desprevenido.
- Ela “mesmo” arrumou a sala.
“Mesmo” é variável: Ela mesma (própria) arrumou a sala. / - “Haja visto” seu empenho...
As vítimas mesmas recorreram à polícia. A expressão é “haja vista” e não varia: Haja vista seu empe-
nho. / Haja vista seus esforços. / Haja vista suas críticas.
- Chamei-o e “o mesmo” não atendeu.
Não se pode empregar o mesmo no lugar de pronome ou - A moça “que ele gosta”.
substantivo: Chamei-o e ele não atendeu. / Os funcionários pú- Quem gosta, gosta de, o certo é: A moça de que ele gosta
blicos reuniram-se hoje: amanhã o país conhecerá a decisão dos
servidores (e não “dos mesmos”). - É hora “dele” chegar.
Não se deve fazer a contração da preposição com artigo ou
- Vou sair “essa” noite. pronome, nos casos seguidos de infinitivo: É hora de ele chegar.
É este que designa o tempo no qual se está o objeto próximo: / Apesar de o amigo tê-lo convidado. / Depois de esses fatos te-
Esta noite, esta semana (a semana em que se está), este dia, este rem ocorrido.
jornal (o jornal que estou lendo), este século (o século 20).
- A festa começa às 8 “hrs.”.
- A temperatura chegou a 0 “graus”. Zero indica singular sem- As abreviaturas do sistema métrico decimal não têm plural
pre: Zero grau, zero-quilômetro, zero hora. nem ponto. Assim: 8 h, 2 km (e não “kms.”), 5 m, 10 kg.

- Comeu frango “ao invés de” peixe. - “Dado” os índices das pesquisas...
Em vez de indica substituição: Comeu frango em vez de pei- A concordância é normal: Dados os índices das pesquisas... /
xe. Dado o resultado... / Dadas as suas ideias...
Ao invés de significa apenas ao contrário: Ao invés de entrar,
saiu. - Ficou “sobre” a mira do assaltante.
Sob é que significa debaixo de: Ficou sob a mira do assaltan-
- Se eu “ver” você por aí... te. / Escondeu-se sob a cama.
O certo é: Se eu vir, revir, previr. Da mesma forma: Se eu vier Sobre equivale a em cima de ou a respeito de: Estava sobre
(de vir); se eu tiver (de ter); se ele puser (de pôr); se ele fizer (de o telhado. / Falou sobre a inflação. E lembre-se: O animal ou o
fazer); se nós dissermos (de dizer). piano têm cauda e o doce, calda. Da mesma forma, alguém traz
alguma coisa e alguém vai para trás.
- Evite que a bomba “expluda”. Explodir só tem as pessoas em
que depois do “d” vêm “e” e “i”: Explode, explodiram, etc. Portan- - “Ao meu ver”. Não existe artigo nessas expressões: A meu
to, não escreva nem fale “exploda” ou “expluda”, ver, a seu ver, a nosso ver.

- Disse o que “quiz”. Variação Linguística


Não existe z, mas apenas s, nas pessoas de querer e pôr: Quis,
quisesse, quiseram, quiséssemos; pôs, pus, pusesse, puseram, “Há uma grande diferença se fala um deus ou um herói; se
puséssemos. um velho amadurecido ou um jovem impetuoso na flor da idade;
se uma matrona autoritária ou uma dedicada; se um mercador
- O homem “possue” muitos bens. errante ou um lavrador de pequeno campo fértil (...)”
O certo: O homem possui muitos bens. Verbos em uir só têm
a terminação ui: Inclui, atribui, polui. Verbos em uar é que admi- Todas as pessoas que falam uma determinada língua
tem ue: Continue, recue, atue, atenue. conhecem as estruturas gerais, básicas, de funcionamento
podem sofrer variações devido à influência de inúmeros fatores.
- A tese “onde”. Tais variações, que às vezes são pouco perceptíveis e outras vezes
Onde só pode ser usado para lugar: A casa onde ele mora. / bastante evidentes, recebem o nome genérico de variedades ou
Veja o jardim onde as crianças brincam. Nos demais casos, use variações linguísticas.
em que: A tese em que ele defende essa ideia. / O livro em que... Nenhuma língua é usada de maneira uniforme por todos os
/ A faixa em que ele canta... / Na entrevista em que... seus falantes em todos os lugares e em qualquer situação. Sabe-
se que, numa mesma língua, há formas distintas para traduzir o
- Já “foi comunicado” da decisão. mesmo significado dentro de um mesmo contexto. Suponham-
Uma decisão é comunicada, mas ninguém “é comunicado” se, por exemplo, os dois enunciados a seguir:
de alguma coisa. Assim: Já foi informado (cientificado, avisado)
da decisão. Outra forma errada: A diretoria “comunicou” os em- Veio me visitar um amigo que eu morei na casa dele faz
pregados da decisão. Opções corretas: A diretoria comunicou a tempo.
decisão aos empregados. / A decisão foi comunicada aos empre- Veio visitar-me um amigo em cuja casa eu morei há anos.
gados. Qualquer falante do português reconhecerá que os dois
enunciados pertencem ao seu idioma e têm o mesmo sentido,
- A modelo “pousou” o dia todo. mas também que há diferenças. Pode dizer, por exemplo, que o
Modelo posa (de pose). Quem pousa é ave, avião, viajante, segundo é de uma pessoa mais “estudada”.
etc. Isso é prova de que, ainda que intuitivamente e sem saber
dar grandes explicações, as pessoas têm noção de que existem
- Espero que “viagem” hoje. muitas maneiras de falar a mesma língua. É o que os teóricos
Viagem, com g, é o substantivo: Minha viagem. A forma ver- chamam de variações linguísticas.
bal é viajem (de viajar). As variações que distinguem uma variante de outra se
Evite também “comprimentar” alguém: de cumprimento manifestam em quatro planos distintos, a saber: fônico,
(saudação), só pode resultar cumprimentar. Comprimento é ex- morfológico, sintático e lexical.
tensão. Igualmente: Comprido (extenso) e cumprido (concreti-
zado). Variações Fônicas

- O pai “sequer” foi avisado. São as que ocorrem no modo de pronunciar os sons
Sequer deve ser usado com negativa: O pai nem sequer foi constituintes da palavra. Os exemplos de variação fônica são
avisado. / Partiu sem sequer nos avisar. abundantes e, ao lado do vocabulário, constituem os domínios

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em que se percebe com mais nitidez a diferença entre uma chegou tarde (em grupos de baixa extração social); Faltou
variante e outra. Entre esses casos, podemos citar: naquela semana muitos alunos; Comentou-se os episódios.
- a queda do “r” final dos verbos, muito comum na linguagem
oral no português: falá, vendê, curti (em vez de curtir), compô. Variações Léxicas
- o acréscimo de vogal no início de certas palavras: eu me
alembro, o pássaro avoa, formas comuns na linguagem clássica, É o conjunto de palavras de uma língua. As variantes
hoje frequentes na fala caipira. do plano do léxico, como as do plano fônico, são muito
- a queda de sons no início de palavras: ocê, cê, ta, tava, numerosas e caracterizam com nitidez uma variante em
marelo (amarelo), margoso (amargoso), características na confronto com outra. Eis alguns, entre múltiplos exemplos
linguagem oral coloquial. possíveis de citar:
- a redução de proparoxítonas a paroxítonas: Petrópis - a escolha do adjetivo maior em vez do advérbio muito
(Petrópolis), fórfi (fósforo), porva (pólvora), todas elas formas para formar o grau superlativo dos adjetivos, características da
típicas de pessoas de baixa condição social. linguagem jovem de alguns centros urbanos: maior legal; maior
- A pronúncia do “l” final de sílaba como “u” (na maioria das difícil; Esse amigo é um carinha maior esforçado.
regiões do Brasil) ou como “l” (em certas regiões do Rio Grande - as diferenças lexicais entre Brasil e Portugal são tantas e, às
do Sul e Santa Catarina) ou ainda como “r” (na linguagem vezes, tão surpreendentes, que têm sido objeto de piada de lado
caipira): quintau, quintar, quintal; pastéu, paster, pastel; faróu, a lado do Oceano. Em Portugal chamam de cueca aquilo que no
farór, farol. Brasil chamamos de calcinha; o que chamamos de fila no Brasil,
- deslocamento do “r” no interior da sílaba: largato, preguntar, em Portugal chamam de bicha; café da manhã em Portugal se
estrupo, cardeneta, típicos de pessoas de baixa condição social. diz pequeno almoço; camisola em Portugal traduz o mesmo que
chamamos de suéter, malha, camiseta.
Variações Morfológicas
Designações das Variantes Lexicais:
São as que ocorrem nas formas constituintes da palavra.
Nesse domínio, as diferenças entre as variantes não são - Arcaísmo: diz-se de palavras que já caíram de uso e, por
tão numerosas quanto as de natureza fônica, mas não são isso, denunciam uma linguagem já ultrapassada e envelhecida.
desprezíveis. Como exemplos, podemos citar: É o caso de reclame, em vez de anúncio publicitário; na década
- o uso do prefixo hiper- em vez do sufixo -íssimo para criar de 60, o rapaz chamava a namorada de broto (hoje se diz gatinha
o superlativo de adjetivos, recurso muito característico da ou forma semelhante), e um homem bonito era um pão; na
linguagem jovem urbana: um cara hiper-humano (em vez de linguagem antiga, médico era designado pelo nome físico; um
humaníssimo), uma prova hiperdifícil (em vez de dificílima), um bobalhão era chamado de coió ou bocó; em vez de refrigerante
carro hiperpossante (em vez de possantíssimo). usava-se gasosa; algo muito bom, de qualidade excelente, era
- a conjugação de verbos irregulares pelo modelo dos supimpa.
regulares: ele interviu (interveio), se ele manter (mantiver), se
ele ver (vir) o recado, quando ele repor (repuser). - Neologismo: é o contrário do arcaísmo. Trata-se de palavras
- a conjugação de verbos regulares pelo modelo de recém-criadas, muitas das quais mal ou nem entraram para os
irregulares: vareia (varia), negoceia (negocia). dicionários. A moderna linguagem da computação tem vários
- uso de substantivos masculinos como femininos ou vice- exemplos, como escanear, deletar, printar; outros exemplos
versa: duzentas gramas de presunto (duzentos), a champanha extraídos da tecnologia moderna são mixar (fazer a combinação
(o champanha), tive muita dó dela (muito dó), mistura do cal de sons), robotizar, robotização.
(da cal).
- a omissão do “s” como marca de plural de substantivos e - Estrangeirismo: trata-se do emprego de palavras
adjetivos (típicos do falar paulistano): os amigo e as amiga, os emprestadas de outra língua, que ainda não foram
livro indicado, as noite fria, os caso mais comum. aportuguesadas, preservando a forma de origem. Nesse caso,
- o enfraquecimento do uso do modo subjuntivo: Espero há muitas expressões latinas, sobretudo da linguagem jurídica,
que o Brasil reflete (reflita) sobre o que aconteceu nas últimas tais como: habeas-corpus (literalmente, “tenhas o corpo” ou,
eleições; Se eu estava (estivesse) lá, não deixava acontecer; Não mais livremente, “estejas em liberdade”), ipso facto (“pelo
é possível que ele esforçou (tenha se esforçado) mais que eu. próprio fato de”, “por isso mesmo”), ipsis litteris (textualmente,
“com as mesmas letras”), grosso modo (“de modo grosseiro”,
Variações Sintáticas “impreciso”), sic (“assim, como está escrito”), data venia (“com
sua permissão”).
Dizem respeito às correlações entre as palavras da frase. No As palavras de origem inglesas são inúmeras: insight
domínio da sintaxe, como no da morfologia, não são tantas as (compreensão repentina de algo, uma percepção súbita), feeling
diferenças entre uma variante e outra. Como exemplo, podemos (“sensibilidade”, capacidade de percepção), briefing (conjunto
citar: de informações básicas), jingle (mensagem publicitária em
- o uso de pronomes do caso reto com outra função que não forma de música).
a de sujeito: encontrei ele (em vez de encontrei-o) na rua; não Do francês, hoje são poucos os estrangeirismos que ainda não
irão sem você e eu (em vez de mim); nada houve entre tu (em se aportuguesaram, mas há ocorrências: hors-concours (“fora
vez de ti) e ele. de concurso”, sem concorrer a prêmios), tête-à-tête (palestra
- o uso do pronome lhe como objeto direto: não lhe (em vez particular entre duas pessoas), esprit de corps (“espírito de
de “o”) convidei; eu lhe (em vez de “o”) vi ontem. corpo”, corporativismo), menu (cardápio), à la carte (cardápio
- a ausência da preposição adequada antes do pronome “à escolha do freguês”), physique du rôle (aparência adequada à
relativo em função de complemento verbal: são pessoas que (em caracterização de um personagem).
vez de: de que) eu gosto muito; este é o melhor filme que (em vez
de a que) eu assisti; você é a pessoa que (em vez de em que) eu - Jargão: é o vocabulário típico de um campo profissional
mais confio. como a medicina, a engenharia, a publicidade, o jornalismo.
- a substituição do pronome relativo “cujo” pelo pronome No jargão médico temos uso tópico (para remédios que não
“que” no início da frase mais a combinação da preposição “de” devem ser ingeridos), apneia (interrupção da respiração), AVC
com o pronome “ele” (=dele): É um amigo que eu já conhecia a ou acidente vascular cerebral (derrame cerebral). No jargão
família dele (em vez de cuja família eu já conhecia). jornalístico chama-se de gralha, pastel ou caco o erro tipográfico
- a mistura de tratamento entre tu e você, sobretudo quando como a troca ou inversão de uma letra. A palavra lide é o nome
se trata de verbos no imperativo: Entra, que eu quero falar com que se dá à abertura de uma notícia ou reportagem, onde se
você (em vez de contigo); Fala baixo que a sua (em vez de tua) apresenta sucintamente o assunto ou se destaca o fato essencial.
voz me irrita. Quando o lide é muito prolixo, é chamado de nariz-de-cera. Furo
- ausência de concordância do verbo com o sujeito: Eles é notícia dada em primeira mão. Quando o furo se revela falso,

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foi uma barriga. Entre os jornalistas é comum o uso do verbo língua. A elas damos o nome de variações sócio-culturais.
repercutir como transitivo direto: __ Vá lá repercutir a notícia
de renúncia! (esse uso é considerado errado pela gramática - Geográfica: é, no Brasil, bastante grande e pode ser
normativa). facilmente notada. Ela se caracteriza pelo acento linguístico, que
é o conjunto das qualidades fisiológicas do som (altura, timbre,
- Gíria: é o vocabulário especial de um grupo que não intensidade), por isso é uma variante cujas marcas se notam
deseja ser entendido por outros grupos ou que pretende marcar principalmente na pronúncia. Ao conjunto das características
sua identidade por meio da linguagem. Existe a gíria de grupos da pronúncia de uma determinada região dá-se o nome de
marginalizados, de grupos jovens e de segmentos sociais de sotaque: sotaque mineiro, sotaque nordestino, sotaque gaúcho
contestação, sobretudo quando falam de atividades proibidas. A etc. A variação geográfica, além de ocorrer na pronúncia, pode
lista de gírias é numerosíssima em qualquer língua: ralado (no também ser percebida no vocabulário, em certas estruturas de
sentido de afetado por algum prejuízo ou má-sorte), ir pro brejo frases e nos sentidos diferentes que algumas palavras podem
(ser malsucedido, fracassar, prejudicar-se irremediavelmente), assumir em diferentes regiões do país.
cara ou cabra (indivíduo, pessoa), bicha (homossexual Leia, como exemplo de variação geográfica, o trecho abaixo,
masculino), levar um lero (conversar). em que Guimarães Rosa, no conto “São Marcos”, recria a fala de
um típico sertanejo do centro-norte de Minas:
- Preciosismo: diz-se que é preciosista um léxico
excessivamente erudito, muito raro, afetado: Escoimar (em vez “__ Mas você tem medo dele... [de um feiticeiro chamado
de corrigir); procrastinar (em vez de adiar); discrepar (em vez Mangolô!].
de discordar); cinesíforo (em vez de motorista); obnubilar (em __ Há-de-o!... Agora, abusar e arrastar mala, não faço. Não
vez de obscurecer ou embaçar); conúbio (em vez de casamento); faço, porque não paga a pena... De primeiro, quando eu era moço,
chufa (em vez de caçoada, troça). isso sim!... Já fui gente. Para ganhar aposta, já fui, de noite, foras
d’hora, em cemitério... (...). Quando a gente é novo, gosta de fazer
- Vulgarismo: é o contrário do preciosismo, ou seja, o uso de bonito, gosta de se comparecer. Hoje, não, estou percurando é
um léxico vulgar, rasteiro, obsceno, grosseiro. É o caso de quem sossego...”
diz, por exemplo, de saco cheio (em vez de aborrecido), se ferrou
(em vez de se deu mal, arruinou-se), feder (em vez de cheirar - Histórica: as línguas não são estáticas, fixas, imutáveis.
mal), ranho (em vez de muco, secreção do nariz). Elas se alteram com o passar do tempo e com o uso. Muda a
forma de falar, mudam as palavras, a grafia e o sentido delas.
Tipos de Variação Essas alterações recebem o nome de variações históricas.
Os dois textos a seguir são de Carlos Drummond de Andrade.
Não tem sido fácil para os estudiosos encontrar para as Neles, o escritor, meio em tom de brincadeira, mostra como a
variantes linguísticas um sistema de classificação que seja língua vai mudando com o tempo. No texto I, ele fala das palavras
simples e, ao mesmo tempo, capaz de dar conta de todas as de antigamente e, no texto II, fala das palavras de hoje.
diferenças que caracterizam os múltiplos modos de falar dentro
de uma comunidade linguística. O principal problema é que Texto I
os critérios adotados, muitas vezes, se superpõem, em vez de
atuarem isoladamente. Antigamente
As variações mais importantes, para o interesse do concurso
público, são os seguintes: Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e eram
todas mimosas e prendadas. Não fazia anos; completavam
- Sócio-Cultural: Esse tipo de variação pode ser percebido primaveras, em geral dezoito. Os janotas, mesmo não sendo
com certa facilidade. Por exemplo, alguém diz a seguinte frase: rapagões, faziam-lhes pé-de-alferes, arrastando a asa, mas ficavam
longos meses debaixo do balaio. E se levantam tábua, o remédio
“Tá na cara que eles não teve peito de encará os ladrão.” (frase era tirar o cavalo da chuva e ir pregar em outra freguesia. (...) Os
1) mais idosos, depois da janta, faziam o quilo, saindo para tomar a
fresca; e também tomava cautela de não apanhar sereno. Os mais
Que tipo de pessoa comumente fala dessa maneira? Vamos jovens, esses iam ao animatógrafo, e mais tarde ao cinematógrafo,
caracterizá-la, por exemplo, pela sua profissão: um advogado? chupando balas de alteia. Ou sonhavam em andar de aeroplano;
Um trabalhador braçal de construção civil? Um médico? Um os quais, de pouco siso, se metiam em camisas de onze varas, e até
garimpeiro? Um repórter de televisão? em calças pardas; não admira que dessem com os burros n’agua.
E quem usaria a frase abaixo? (...) Embora sem saber da missa a metade, os presunçosos
queriam ensinar padre-nosso ao vigário, e com isso punham a mão
“Obviamente faltou-lhe coragem para enfrentar os ladrões.” em cumbuca. Era natural que com eles se perdesse a tramontana.
(frase 2) A pessoa cheia de melindres ficava sentida com a desfeita que lhe
Sem dúvida, associamos à frase 1 os falantes pertencentes faziam quando, por exemplo, insinuavam que seu filho era artioso.
a grupos sociais economicamente mais pobres. Pessoas que, Verdade seja que às vezes os meninos eram mesmo encapetados;
muitas vezes, não frequentaram nem a escola primária, ou, chegavam a pitar escondido, atrás da igreja. As meninas, não:
quando muito, fizeram-no em condições não adequadas. verdadeiros cromos, umas teteias.
Por outro lado, a frase 2 é mais comum aos falantes que (...) Antigamente, os sobrados tinham assombrações, os
tiveram possibilidades sócio-econômicas melhores e puderam, meninos, lombrigas; asthma os gatos, os homens portavam
por isso, ter um contato mais duradouro com a escola, com a ceroulas, bortinas a capa de goma (...). Não havia fotógrafos, mas
leitura, com pessoas de um nível cultural mais elevado e, dessa retratistas, e os cristãos não morriam: descansavam.
forma, “aperfeiçoaram” o seu modo de utilização da língua. Mas tudo isso era antigamente, isto é, doutora.
Convém ficar claro, no entanto, que a diferenciação feita
acima está bastante simplificada, uma vez que há diversos Texto II
outros fatores que interferem na maneira como o falante escolhe
as palavras e constrói as frases. Por exemplo, a situação de uso Entre Palavras
da língua: um advogado, num tribunal de júri, jamais usaria a
expressão “tá na cara”, mas isso não significa que ele não possa Entre coisas e palavras – principalmente entre palavras –
usá-la numa situação informal (conversando com alguns amigos, circulamos. A maioria delas não figura nos dicionários de há trinta
por exemplo). anos, ou figura com outras acepções. A todo momento impõe-se
Da comparação entre as frases 1 e 2, podemos concluir que tornar conhecimento de novas palavras e combinações.
as condições sociais influem no modo de falar dos indivíduos, Você que me lê, preste atenção. Não deixe passar nenhuma
gerando, assim, certas variações na maneira de usar uma mesma palavra ou locução atual, pelo seu ouvido, sem registrá-la.

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Amanhã, pode precisar dela. E cuidado ao conversar com seu avô; sobre o que se diz é mínimo. É na linguagem oral íntima e
talvez ele não entenda o que você diz. familiar que esse estilo melhor se manifesta.
O malote, o cassete, o spray, o fuscão, o copião, a Vemaguet, a Como exemplo de estilo coloquial vem a seguir um pequeno
chacrete, o linóleo, o nylon, o nycron, o ditafone, a informática, a trecho da gravação de uma conversa telefônica entre duas
dublagem, o sinteco, o telex... Existiam em 1940? universitárias paulistanas de classe média, transcrito do livro
Ponha aí o computador, os anticoncepcionais, os mísseis, a Tempos Linguísticos, de Fernando Tarallo. As reticências
motoneta, a Velo-Solex, o biquíni, o módulo lunar, o antibiótico, o indicam as pausas.
enfarte, a acupuntura, a biônica, o acrílico, o ta legal, a apartheid,
o som pop, as estruturas e a infraestrutura. Eu não sei tem dia... depende do meu estado de espírito, tem
Não esqueça também (seria imperdoável) o Terceiro Mundo, dia que minha voz... mais ta assim, sabe? taquara rachada? Fica
a descapitalização, o desenvolvimento, o unissex, o bandeirinha, o assim aquela voz baixa. Outro dia eu fui lê um artigo, lê?! Um
mass media, o Ibope, a renda per capita, a mixagem. menino lá que faiz pós-graduação na, na GV, ele me, nóis ficamo
Só? Não. Tem seu lugar ao sol a metalinguagem, o até duas hora da manhã ele me explicando toda a matéria de
servomecanismo, as algias, a coca-cola, o superego, a Futurologia, economia, das nove da noite.
a homeostasia, a Adecif, a Transamazônica, a Sudene, o Incra, a
Unesco, o Isop, a Oea, e a ONU. Como se pode notar, não há preocupação com a pronúncia
Estão reclamando, porque não citei a conotação, o nem com a continuidade das ideias, nem com a escolha das
conglomerado, a diagramação, o ideologema, o idioleto, o ICM, palavras. Para exemplificar o estilo formal, eis um trecho
a IBM, o falou, as operações triangulares, o zoom, e a guitarra da gravação de uma aula de português de uma professora
elétrica. universitária do Rio de Janeiro, transcrito do livro de Dinah
Olhe aí na fila – quem? Embreagem, defasagem, barra tensora, Callou. A linguagem falada culta na cidade do Rio de Janeiro. As
vela de ignição, engarrafamento, Detran, poliéster, filhotes de pausas são marcadas com reticências.
bonificação, letra imobiliária, conservacionismo, carnet da girafa,
poluição. o que está ocorrendo com nossos alunos é uma fragmentação
Fundos de investimento, e daí? Também os de incentivos do ensino... ou seja... ele perde a noção do todo... e fica com uma
fiscais. Knon-how. Barbeador elétrico de noventa microrranhuras. série... de aspectos teóricos... isolados... que ele não sabe vincular
Fenolite, Baquelite, LP e compacto. Alimentos super congelados. a realidade nenhuma de seu idioma... isto é válido também para
Viagens pelo crediário, Circuito fechado de TV Rodoviária. Argh! a faculdade de letras... ou seja... né? há uma série... de conceitos
Pow! Click! teóricos... que têm nomes bonitos e sofisticados... mas que... na
Não havia nada disso no Jornal do tempo de Venceslau Brás, ou hora de serem empregados... deixam muito a desejar...
mesmo, de Washington Luís. Algumas coisas começam a aparecer
sob Getúlio Vargas. Hoje estão ali na esquina, para consumo geral. Nota-se que, por tratar-se de exposição oral, não há o grau
A enumeração caótica não é uma invenção crítica de Leo Spitzer. de formalidade e planejamento típico do texto escrito, mas trata-
Está aí, na vida de todos os dias. Entre palavras circulamos, se de um estilo bem mais formal e vigiado que o da menina ao
vivemos, morremos, e palavras somos, finalmente, mas com que telefone.
significado? Norma Culta e Língua-Padrão
(Carlos Drummond de Andrade, Poesia e prosa,
Rio de Janeiro, Nova Aguiar, 1988) De acordo com M. T. Piacentini, mesmo que não se mencione
terminologia específica, é evidente que se lida no dia-a-dia com
- De Situação: aquelas que são provocadas pelas alterações níveis diferentes de fala e escrita. É também verdade que as
das circunstâncias em que se desenrola o ato de comunicação. pessoas querem “falar e escrever melhor”, querem dominar a
Um modo de falar compatível com determinada situação é língua dita culta, a correta, a ideal, não importa o nome que se
incompatível com outra: lhe dê.
O padrão de língua ideal a que as pessoas querem chegar é
Ô mano, ta difícil de te entendê. aquele convencionalmente utilizado nas instâncias públicas de
uso da linguagem, como livros, revistas, documentos, jornais,
Esse modo de dizer, que é adequado a um diálogo em situação textos científicos e publicações oficiais; em suma, é a que circula
informal, não tem cabimento se o interlocutor é o professor em nos meios de comunicação, no âmbito oficial, nas esferas de
situação de aula. pesquisa e trabalhos acadêmicos.
Assim, um único indivíduo não fala de maneira uniforme Não obstante, os linguistas entendem haver uma língua
em todas as circunstâncias, excetuados alguns falantes da circulante que é correta mas diferente da língua ideal e
linguagem culta, que servem invariavelmente de uma linguagem imaginária, fixada nas fórmulas e sistematizações da gramática.
formal, sendo, por isso mesmo, considerados excessivamente Eles fazem, pois, uma distinção entre o real e o ideal: a língua
formais ou afetados. concreta com todas suas variedades de um lado, e de outro um
São muitos os fatores de situação que interferem na fala de padrão ou modelo abstrato do que é “bom” e “correto”, o que
um indivíduo, tais como o tema sobre o qual ele discorre (em conformaria, no seu entender, uma língua artificial, situada num
princípio ninguém fala da morte ou de suas crenças religiosas nível hipotético.
como falaria de um jogo de futebol ou de uma briga que tenha Para os cientistas da língua, portanto, fica claro que há
presenciado), o ambiente físico em que se dá um diálogo (num dois estratos diferenciados: um praticamente intangível,
templo não se usa a mesma linguagem que numa sauna), o grau representado nas normas preconizadas pela gramática
de intimidade entre os falantes (com um superior, a linguagem tradicional, que comporta as irregularidades e excrescências da
é uma, com um colega de mesmo nível, é outra), o grau de língua, e outro concreto, o utilizado pelos falantes cultos, qual
comprometimento que a fala implica para o falante (num seja, a “linguagem concretamente empregada pelos cidadãos
depoimento para um juiz no fórum escolhem-se as palavras, que pertencem aos segmentos mais favorecidos da nossa
num relato de uma conquista amorosa para um colega fala-se população”, segundo Marcos Bagno.
com menos preocupação). Convém esclarecer que para a ciência sociolinguística
As variações de acordo com a situação costumam ser somente a pessoa que tiver formação universitária completa
chamadas de níveis de fala ou, simplesmente, variações de estilo será caracterizada como falante culto(urbano).
e são classificadas em duas grandes divisões: Sendo assim, como são presumivelmente cultos os sujeitos
- Estilo Formal: aquele em que é alto o grau de reflexão sobre que produzem os jornais, a documentação oficial, os trabalhos
o que se diz, bem como o estado de atenção e vigilância. É na científicos, só pode ser culta a sua linguagem, mesmo que a
linguagem escrita, em geral, que o grau de formalidade é mais língua que tais pessoas falam e os textos que produzem nem
tenso. sempre se coadunem com as regras rígidas impostas pela
- Estilo Informal (ou coloquial): aquele em que se fala com gramática normativa, divulgada na escola e em outras instâncias
despreocupação e espontaneidade, em que o grau de reflexão (de repressão linguística) como o vestibular.

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Isso é o que pensam os linguistas. E o povo – saberá ele fazer língua origina-se de fatores que envolvem diferenças de classes,
a distinção entre as duas modalidades e os dois termos que as poder, acesso a educação escrita, e não da qualidade da forma
descrevem? da língua. Há um conceito amplo e um conceito estreito de
Para os linguistas, a língua-padrão se estriba nas normas Norma. No primeiro caso, ela é entendida como um fator de
e convenções agregadas num corpo chamado de gramática coesão social. No segundo, corresponde concretamente aos
tradicional e que tem a veleidade de servir de modelo de usos e aspirações da classe social de prestígio. Num sentido
correção para toda e qualquer forma de expressão linguística. amplo, a norma corresponde à necessidade que um grupo
Querer que todos falem e escrevam da mesma forma e de social experimenta de defender seu veículo de comunicação das
acordo com padrões gramaticais rígidos é esquecer-se que não alterações que poderiam advir no momento do seu aprendizado.
pode haver homogeneidade quando o mundo real apresenta Num sentido restrito, a Norma corresponde aos usos e atitudes
uma heterogeneidade de comportamentos linguísticos, todos de determinado seguimento da sociedade, precisamente aquele
igualmente corretos (não se pode associar “correto” somente a que desfruta de prestígio dentro da Nação, em virtude de razões
culto). políticas, econômicas e culturais. Segundo Lucchesi considera-
Em suma: há uma realidade heterogênea que, por abrigar se que a realidade linguística brasileira deve ser entendida como
diferenças de uso que refletem a dinâmica social, exclui a um contínuo de normas, dentro do quadro de bipolarização do
possibilidade de imposição ou adoção como única de uma Português do Brasil.
língua-modelo baseada na gramática tradicional, a qual, por sua A existência da civilização dá-se com o surgimento da
vez, está ancorada nos grandes escritores da língua, sobretudo escrita. Suas regras são pautadas a partir da Norma Culta. Sendo
os clássicos , sendo pois conservadora. E justamente por se valer esta importante nos documentos formais que exigem a correta
de escritores é que as prescrições gramaticais se impõem mais expressão do Português para que não haja mal entendido algum.
na escrita do que na fala. Ela nada mais é do que a modalidade linguística escolhida pela
“ A cultura escrita, associada ao poder social , desencadeou elite de uma sociedade como modelo de comunicação escrita e
também, ao longo da história, um processo fortemente unificador verbal.
(que vai alcançar basicamente as atividades verbais escritas), A Norma Culta é uma expressão empregada pelos linguistas
que visou e visa uma relativa estabilização linguística, buscando brasileiros para designar o conjunto de variantes linguísticas
neutralizar a variação e controlar a mudança. Ao resultado desse efetivamente faladas, na vida cotidiana pelos falantes cultos,
processo, a esta norma estabilizada, costumamos dar o nome de sendo assim classificando os cidadãos nascidos e criados em
norma-padrão ou língua-padrão” (Faraco, Carlos Alberto). zonas urbanas e com grau de instrução superior completo.
Aryon Rodrigues entra na discussão: “Frequentemente o “Fundamentam-se as regras da Gramática Normativa nas obras
padrão ideal é uma regra de comportamento para a qual tendem dos grandes escritores, em cuja linguagem a classe ilustrada põe
os membros da sociedade, mas que nem todos cumprem, ou não o seu ideal de perfeição, porque nela é que se espelha o que o uso
cumprem integralmente”. Mais adiante, ao se referir à escola, ele idiomático e consagrou”. (ROCHA LIMA).
professa que nem mesmo os professores de Língua Portuguesa Dentre as características que são pertinentes à Norma Culta
escapam a esse destino: “Comumente, entretanto, o mesmo podemos citar que é: a variante de maior prestígio social na
professor que ensina essa gramática não consegue observá-la comunidade, sendo realizada com certa uniformidade pelos
em sua própria fala nem mesmo na comunicação dentro de seu membros do grupo social de padrão cultural mais elevado;
grupo profissional ”. cumpre o papel de impedir a fragmentação dialetal; ensinada
Vamos ilustrar os argumentos acima expostos. Não há pela escola; usada na escrita em gêneros discursivos em que há
brasileiro – nem mesmo professores de português – que não fale maior formalidade aproximando-a dos padrões da prescrição da
assim: gramática tradicional; a mais empregada na literatura e também
– Me conta como foi o fim de semana… pelas pessoas cultas em diferentes situações de formalidade;
– Te enganaram, com certeza! indicada precisamente nas marcas de gênero, número e pessoa;
– Me explica uma coisa: você largou o emprego ou foi usada em todas as pessoas verbais, com exceção, talvez, da 2ª
mandado embora? do plural, sendo utilizada principalmente na linguagem dos
sermões; empregada em todos os modos verbais em relação
Ou mesmo assim: verbal de tempos e modos; possuindo uma enorme riqueza
– Tive que levar os gatos, pois encontrei eles bem de construção sintática, além de uma maior utilização da
machucados. voz passiva; grande o emprego de preposições nas regências
– Conheço ela há muito tempo – é ótima menina. aproveitando a organização gramatical cuidada da frase.
– Acho que já lhe conheço, rapaz. De modo geral, um falante culto, em situação comunicativa
formal, buscará seguir as regras da norma explícita de sua
Então, se os falantes cultos, aquelas pessoas que têm acesso língua e ainda procurará seguir, no que diz respeito ao léxico,
às regras padronizadas, incutidas no processo de escolarização, um repertório que, se não for erudito, também não será vulgar.
se exprimem desse modo, essa é a norma culta. Já as formas Isso configura o que se entende por norma culta. A Norma
propugnadas pela gramática tradicional e que provavelmente só Padrão está vinculada a uma língua modelo. Segue prescrições
se encontrariam na escrita (conta-me como foi /enganaram-te / representadas na gramática, mas é marcada pela língua
explica-me uma coisa / pois os encontrei / conheço-a há tempos produzida em certo momento da história e em uma determinada
/ acho que já o conheço) configuram a norma-padrão ou língua- sociedade. Como a língua está em constante mudança, diferentes
padrão. formas de linguagem que hoje não são consideradas pela Norma
Se para os cientistas da língua, portanto, existe uma Padrão, com o tempo podem vir a se legitimar.
polarização entre a norma-padrão (também denominada Dentro da Norma Padrão define-se um modelo de língua
“norma canônica” por alguns linguistas) e o conjunto das idealizada prescrito pelas gramáticas normativas, como sendo
variedades existentes no Brasil, aí incluída a norma culta, no uma receita que nenhum usuário da língua emprega na fala e
senso comum não se faz distinção entre padrão e culta. Para os raramente utiliza na escrita. Sendo também uma referência
leigos, a população em geral, toda forma elevada de linguagem, para os falantes da Norma Culta, mas não passam de um ideal
que se aproxime dos padrões de prestígio social, configura a a ser alcançado, pois é um padrão extremamente enriquecido
norma culta. de língua. Assim, as gramáticas tradicionais descrevem a Norma
Padrão, não refletindo o uso que se faz realmente do Português
Norma culta, norma padrão e norma popular no Brasil.
Marcos Bagno propõe, como alternativa, uma triangulação:
A Norma é um uso linguístico concreto e corresponde ao onde a Norma Popular teria menos prestígio opondo-se à Norma
dialeto social praticado pela classe de prestígio, representando Culta mais prestigiada, e a Norma Padrão se eleva sobre as duas
a atitude que o falante assume em face da norma objetiva. A anteriores servindo como um ideal imaginário e inatingível.
normatização não existe por razões apenas linguísticas, mas A Norma Padrão subdivide-se em: Formal e Coloquial. A
também culturais, econômicas, sociais, ou seja, a Norma na Padrão Formal é o modelo culto utilizado na escrita, que segue

Língua Portuguesa 83
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rigidamente as regras gramaticais.
Essa linguagem é mais elaborada, tanto porque o falante
tem mais tempo para se pronunciar de forma refletida como
porque é supervalorizada na nossa cultura. É a história do vale o
que está escrito. Já a Padrão Coloquial é a versão oral da língua
culta e, por ser mais livre e espontânea, tem um pouco mais de
liberdade e está menos presa à rigidez das regras gramaticais.
Entretanto, a margem de afastamento dessas regras é estreita e,
embora exista, a permissividade com relação às transgressões é
pequena.
Assim, na linguagem coloquial, admitem-se sem grandes
traumas, construções como: ainda não vi ele; me passe o
arroz e não te falei que você iria conseguir?. Inadmissíveis na
língua escrita. O falante culto, de modo geral, tem consciência
dessa distinção e ao mesmo tempo em que usa naturalmente
as construções acima na comunicação oral, evita-as na escrita.
Contudo, como se disse, não são muitos os desvios admitidos
e muitas formas peculiares da Norma Popular são condenadas
mesmo na linguagem oral. A Norma Popular é aquela linguagem
que não é formal, ou seja, não segue padrões rígidos, é a
linguagem popular, falada no cotidiano.
O nível popular está associado à simplicidade da utilização
linguística em termos lexicais, fonéticos, sintáticos e semânticos.
Esta decorrerá da espontaneidade própria do discurso oral e da
natural economia linguística. É utilizado em contextos informais.
Dentre as características da Norma Popular podemos
destacar: economia nas marcas de gênero, número e pessoa;
redução das pessoas gramaticais do verbo; mistura da 2ª com
a 3ª pessoa do singular; uso intenso da expressão a gente em
lugar de eu e nós; redução dos tempos da conjugação verbal e de
certas pessoas, como a perda quase total do futuro do presente
e do pretérito-mais-que-perfeito no indicativo; do presente do
subjuntivo; do infinitivo pessoal; falta de correlação verbal entre
os tempos; redução do processo subordinativo em benefício da
frase simples e da coordenação; maior emprego da voz ativa
em lugar da passiva; predomínio das regências verbais diretas;
simplificação gramatical da frase; emprego dos pronomes
pessoais retos como objetos.
Na visão de Preti, os falantes cultos “até em situação de
gravação consciente revelaram uma linguagem que, em geral,
também pertence a falantes comuns”. Sendo mais espontânea e
criativa, a Norma Popular se afigura mais expressiva e dinâmica.
Temos, assim, alguns exemplos: estou preocupado (Norma
Culta); to preocupado (Norma Popular); to grilado (gíria, limite
da Norma Popular).
Não basta conhecer apenas uma modalidade de língua; urge
conhecer a língua popular, captando-lhe a espontaneidade,
expressividade e enorme criatividade para viver, necessitando
conhecer a língua culta para conviver.

Fonte:https://centraldefavoritos.wordpress.
com/2011/07/22/norma-padrao-e-nao-padrao/(Adaptado)

Anotações

Língua Portuguesa 84
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MATEMÁTICA FINANCEIRA

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Devemos sempre relacionar taxa e tempo numa mesma


unidade:

Taxa anual Tempo em anos

Taxa mensal Tempo em meses

Taxa diária Tempo em dias

Juros simples e compostos: E assim sucessivamente


capitalização e descontos.
Podemos definir o Juros como:
JUROS J=C.i.t
Onde:
A Matemática Financeira é um ramo da Matemática J = Juros
Aplicada que estuda as operações financeiras de uma forma
geral, analisando seus diferentes fluxos de caixa ao longo do C = Capital
tempo, muito utilizada hoje para programar a vida financeira i = taxa
não só de empresas mais também dos indivíduos. t = tempo
Existe também o que chamamos de Regime de
Capitalização, que é a maneira pelo qual será pago o juro por 1) O capital cresce linearmente com o tempo;
um capital aplicado ou tomado emprestado. 2) O capital cresce a uma progressão aritmética de razão: J
= C.i
Elementos Básicos: 3) A taxa i e o tempo t devem ser expressos na mesma
- Valor Presente ou Capital Inicial ou Principal (PV, P unidade.
ou C): termo proveniente do inglês “Present Value”, sendo 4) Nessa fórmula, a taxa i deve ser expressa na forma
caracterizado como a quantidade inicial de moeda que uma decimal.
pessoa tem em disponibilidade e concorda em ceder a outra 5) Chamamos de montante (M) ou FV (valor futuro) a
pessoa, por um determinado período, mediante o pagamento soma do capital com os juros, ou seja:
de determinada remuneração. Na fórmula J= C . i . t, temos quatro variáveis. Se três delas
forem valores conhecidos, podemos calcular o 4º valor.
- Taxa de Juros (i): termo proveniente do inglês “Interest
Rate” (taxa de juros) e relacionado à sua maneira de M = C + J  M = C. (1+i.t)
incidência. Salientamos que a taxa pode ser mensal, anual,
semestral, bimestral, diária, entre outras. Exemplo:
Qual o valor dos juros correspondentes a um empréstimo
- Juros (J): é o que pagamos pelo aluguel de determinada de R$ 10.000,00, pelo prazo de 15 meses, sabendo-se que a
quantia por um dado período, ou seja, é a nomenclatura dada taxa cobrada é de 3% a m.?
à remuneração paga para que um indivíduo ceda Dados:
temporariamente o capital que dispõe. PV = 10.000,00
n = 15 meses
- Montante ou Valor Futuro (FV ou M): termo i = 3% a.m = 0,03
proveniente do inglês “Future Value”, sendo caracterizado em J=?
termos matemáticos como a soma do capital inicial mais os Solução:
juros capitalizados durante o período. Em outras palavras, é a J = PV.i.n → J = 10.000 x 0,03 x 15 → J = 4.500,00
quantidade de moeda (ou dinheiro) que poderá ser usufruída
no futuro. Em símbolos, escrevemos FV = PV + J. Para não esquecer!!!

- Tempo ou período de capitalização (n ou t): nada mais Só podemos efetuar operações algébricas com valores
é do que a duração da operação financeira, ou seja, o horizonte referenciados na mesma unidade, ou seja, se apresentarmos
da operação financeira em questão. O prazo pode ser descrito
a taxa de juros como a anual, o prazo em questão também
em dias, meses, anos, semestres, entre outros.
JUROS SIMPLES deve ser referenciado em anos. Ou seja, as unidades de tempo
referentes à taxa de juros (i) e do período (t), tem de ser
Em regime linear de juros (ou juros simples), o juro é necessariamente iguais. Este é um detalhe importantíssimo,
determinado tomando como base de cálculo o capital da que não pode ser esquecido!
operação, e o total do juro é devido ao credor (aquele que
empresta) no final da operação. As operações aqui são de
curtíssimo prazo, exemplo: desconto simples de duplicata, Questões
“Hot Money” entre outras.
No juros simples o juro de cada intervalo de tempo sempre 01. Uma aplicação de R$ 1.000.000,00 resultou em um
é calculado sobre o capital inicial emprestado ou aplicado. montante de R$ 1.240.000,00 após 12 meses. Dentro do
regime de Juros Simples, a que taxa o capital foi aplicado?
Chamamos de simples os juros que são somados ao capital (A) 1,5% ao mês.
inicial no final da aplicação. (B) 4% ao trimestre.
(C) 20% ao ano.
(D) 2,5% ao bimestre.
(E) 12% ao semestre.

Matemática Financeira 1
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02. Mirtes aplicou um capital de R$ 670,00 à taxa de juros mais comum de juros compostos na Economia. Na verdade, o
simples, por um período de 16 meses. Após esse período, o uso de juros simples não se justifica em estudos econômicos.
montante retirado foi de R$ 766,48. A taxa de juros praticada De uma forma genérica, teremos para um capital C,
nessa transação foi de: aplicado a uma taxa de juros compostos (i) durante o período
(A) 9% a.a. (t):
(B) 10,8% a.a. M = C (1 + i)t
(C) 12,5% a.a.
(D) 15% a.a. Saiba mais!!!

03. Qual o valor do capital que aplicado por um ano e meio, (1+i)t ou (1+i)n é conhecido como fator de
a uma taxa de 1,3% ao mês, em regime de juros simples resulta acumulação de capital (FC) e o seu inverso,
em um montante de R$ 68.610,40 no final do período?
(A) R$ 45.600,00 1/(1+i)n é o fator de atualização de capital (FA).
(B) R$ 36.600,00
(C) R$ 55.600,00
(D) R$ 60.600,00
Graficamente temos, que o crescimento do
Respostas
principal(capital) segundo juros simples é LINEAR,
CONSTANTE enquanto que o crescimento segundo juros
01. Resposta: E.
compostos é EXPONENCIAL, GEOMÉTRICO e, portanto tem um
C = 1.000.000,00
crescimento muito mais "rápido".
M = 1.240.000,00
t = 12 meses
i=?
M = C.(1+it) → 1240000 = 1000000(1 + 12i) → 1 + 12i =
1240000 / 1000000 → 1 + 12i = 1,24 → 12i = 1,24 – 1 → 12i =
0,24 → i = 0,24 / 12 → i = 0,02 → i = 0,02x100 → i = 2% a.m
Como não encontramos esta resposta nas alternativas,
vamos transformar, uma vez que sabemos a taxa mensal:
Um bimestre tem 2 meses → 2 x 2 = 4% a.b.
Um trimestre tem 3 meses → 2 x 3 = 6% a.t.
Um semestre tem 6 meses → 2 x 6 = 12% a.s.
Um ano tem 1 ano 12 meses → 2 x 12 = 24% a.a.

02. Resposta: B.
Pelo enunciado temos: - O montante após 1º tempo é igual tanto para o regime de
C = 670 juros simples como para juros compostos;
i=? - Antes do 1º tempo o montante seria maior no regime de
n = 16 meses juros simples;
M = 766,48 - Depois do 1º tempo o montante seria maior no regime
Aplicando a fórmula temos: M = C.(1+in) → 766,48 = 670 de juros compostos.
(1+16i) → 1 + 16i = 766,48 / 670 →1 + 16i = 1,144 → 16i =
1,144 – 1 → 16i = 0,144 → i = 0,144 / 16 → i = 0,009 x 100 → i Juros Compostos e Logaritmos
= 0,9% a.m. Para resolução de algumas questões que envolvam juros
Observe que as taxas das alternativas são dadas em ano, compostos, precisamos ter conhecimento de conceitos de
logo como 1 ano tem 12 meses: 0,9 x 12 = 10,8% a.a. logaritmos, principalmente aquelas as quais precisamos achar
o tempo/prazo. É muito comum ver em provas o valor dado do
03. Resposta: C. logaritmo para que possamos achar a resolução da questão.
C=?
n = 1 ano e meio = 12 + 6 = 18 meses Exemplo:
i = 1,3% a.m = 0,013 Expresse o número de períodos t de uma aplicação, em
M = 68610,40 função do montante M e da taxa de aplicação i por período.
Aplicando a fórmula: M = C (1+in) → 68610,40 = C Solução:
(1+0,013.18) → 68610,40 = C (1+0,234) → C = 68610,40 = Temos M = C(1+i)t
C.1,234 → C = 68610,40 / 1,234 → C = 55600,00. Logo, M/C = (1+i)t
Pelo que já conhecemos de logaritmos, poderemos
JUROS COMPOSTOS escrever:
t = log (1+ i ) (M/C) . Portanto, usando logaritmo decimal
No regime exponencial de juros (ou juros compostos) é (base 10), vem:
incorporado ao capital não somente os juros referentes a cada
período, mas também os juros sobre os juros acumulados até 𝐥𝐨𝐠⁡⟨𝑴|𝑪⟩ 𝐥𝐨𝐠 𝑴 − 𝐥𝐨𝐠 𝑪
o momento anterior. Pode-se falar que é um comportamento 𝒕= =
𝐥𝐨𝐠⁡(𝟏 + 𝒊) 𝐥𝐨𝐠⁡(𝟏 + 𝒊)
equivalente a uma progressão geométrica (PG), pela qual os
juros incidem sempre sobre o saldo apurado no início do Temos também da expressão acima que: t.log(1 + i) = logM
período correspondente (e não unicamente sobre o capital – logC
inicial). É o que chamamos no linguajar habitual de “juros
sobre juros”. Deste exemplo, dá para perceber que o estudo dos
Na prática, as empresas, órgãos governamentais e juros compostos é uma aplicação prática do estudo dos
investidores particulares costumam reinvestir as quantias logaritmos.
geradas pelas aplicações financeiras, o que justifica o emprego

Matemática Financeira 2
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Fica a dica!!! 𝑀1 = 10000(1 + 𝑖)2 𝑀2 = 20000(1 + 𝑖)1


M1+M2 = 384000
- Em juros simples quando a taxa de juros(i) estiver em 38400 = 10000(1 + 𝑖)2 ⁡ + 20000(1 + 𝑖)⁡(: 400)
unidade diferente do tempo(t), pode-se colocar na mesma 96 = 25(1 + 2𝑖 + 𝑖 2 ) + 50 + 50𝑖
unidade de (i) ou (t). 96 = 25 + 50𝑖 + 25𝑖 2 + 50 + 50𝑖
25𝑖 2 + 100𝑖 − 21 = 0
Têm se uma equação do segundo grau, usa-se então a
- Em juros compostos é preferível colocar o (t) na
fórmula de Bháskara:
mesma unidade da taxa (i). ∆= 1002 − 4 ∙ 25 ∙ (−21) = 12100
−100±110
𝑖=
50
−100+110 10
⁡𝑖1 = = = 0,2
50 50
−100−110
𝑖2 = = −4,4⁡⁡(𝑛ã𝑜⁡𝑐𝑜𝑛𝑣é𝑚)
Questões 50

É correto afirmar que a taxa é de 20%


01. Um capital foi aplicado por um período de 3 anos, com
taxa de juros compostos de 10% ao ano. É correto afirmar que Referências
essa aplicação rendeu juros que corresponderam a, MARIANO, Fabrício – Matemática Financeira para Concursos – 3ª Edição –
exatamente: Rio de Janeiro: Elsevier,2013.
SAMANEZ, Carlos P. Matemática Financeira: aplicações à análise de
(A) 30% do capital aplicado. investimentos. 4 Edição. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006.
(B) 31,20% do capital aplicado.
(C) 32% do capital aplicado.
(D) 33,10% do capital aplicado. Taxas de juros: nominal,
02. José Luiz aplicou R$60.000,00 num fundo de efetiva, equivalentes,
investimento, em regime de juros compostos, com taxa de 2% proporcionais, real e
ao mês. Após 3 meses, o montante que José Luiz poderá sacar aparente.
é
(A) R$63.600,00.
(B) R$63.672,48.
(C) R$63.854,58. TAXAS DE JUROS: NOMINAL, EFETIVA,
(D) R$62.425,00. EQUIVALENTES, PROPORCIONAIS, REAL E APARENTE1
(E) R$62.400,00.
As taxas de juros são índices fundamentais no estudo da
03. Pretendendo aplicar em um fundo que rende juros matemática financeira. Os rendimentos financeiros são
compostos, um investidor fez uma simulação. Na simulação responsáveis pela correção de capitais investidos perante uma
feita, se ele aplicar hoje R$ 10.000,00 e R$ 20.000,00 daqui a determinada taxa de juros. As taxas serão incorporadas
um ano, e não fizer nenhuma retirada, o saldo daqui a dois anos sempre ao capital.
será de R$ 38.400,00. Desse modo, é correto afirmar que a taxa
anual de juros considerada nessa simulação foi de Taxa Efetiva
(A) 12%. São aquelas onde a taxa da unidade de tempo coincide com
(B) 15%. a unidade de tempo do período de capitalização(valorização).
(C) 18%. Utilizado muito em caderneta de poupança.
(D) 20%.
(E) 21%. Exemplos:
Respostas

01. Resposta: D.
10% = 0,1
𝑀 = 𝐶⁡. (1 + 𝑖)𝑡
𝑀 = 𝐶⁡. (1 + 0,1)3 - Uma taxa de 75% ao ano com capitalização anual.
𝑀 = 𝐶⁡. (1,1)3 - Uma taxa de 11% ao trimestre com capitalização
𝑀 = 1,331. 𝐶 trimestral.
Como, M = C + j , ou seja , j = M – C , temos:
j = 1,331.C – C = 0,331 . C Quando no enunciado não estiver citando o período de
0,331 = 33,10 / 100 = 33,10% capitalização, a mesma vai coincidir com unidade da taxa. Em
outras palavras iremos trabalhar com taxa efetiva!!!
02. Resposta: B. Taxa Nominal
C=60.000 ; i = 2% a.m = 0,02 ; t = 3m São aquelas cujas unidade de tempo NÂO coincide com as
𝑀 = 𝐶(1 + 𝑖)𝑡 ⇒ 𝑀 = 60000(1 + 0,02)3 ⁡ ⇒ 𝑀 unidades de tempo do período de capitalização.
= 60000 + (1,02)3⁡ ⇒ 𝑀 = 63672,48 Exemplos:

O montante a ser sacado será de R$ 63.672,48.

03. Resposta: D.
C1º ano = 10.000 ; C2º ano = 20.000
- 5% ao trimestre com capitalização semestral.
𝑀1 = 𝐶(1 + 𝑖)𝑡
- 15% ao semestre com capitalização bimestral.

1
MARIANO, Fabrício – Matemática Financeira para Concursos – 3ª http://www.mundoeducacao.com/matematica/taxa-efetiva-taxa-
Edição – Rio de Janeiro: Elsevier,2013. real.htm

Matemática Financeira 3
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APOSTILAS OPÇÃO

Para resolução de questões com taxas nominais Podemos escrever todas essas taxas em função uma das
devemos primeiramente descobri a taxa efetiva outras:
(multiplicando ou dividindo a taxa) (1+ia) = (1+ir).(1+ii)

Exemplo: 𝑀
Onde: (1 + 𝑖𝑎 ) = , independe da quantidade de períodos
𝐶
e do regime de juros.

Exemplos:
1) Uma aplicação no mercado financeiro forneceu as
seguintes informações:
− Valor aplicado no início do período: R$ 50.000,00.
− Período de aplicação: um ano.
Como são 12 meses que existem no ano, então dividimos a − Taxa de inflação no período de aplicação: 5%.
taxa por 12, trazendo a taxa para o mesmo período da − Taxa real de juros da aplicação referente ao período: 2%.
capitalização, tendo assim a taxa efetiva da operação. Se o correspondente montante foi resgatado no final do
período da aplicação, então o seu valor é
Toda taxa nominal traz implícita uma taxa efetiva que deve (A) R$ 53.550,00.
ser calculada proporcionalmente. (B) R$ 53.500,00.
(C) R$ 53.000,00.
Taxas Proporcionais ou Lineares (regime de juros (D) R$ 52.500,00.
simples) (E) R$ 51.500,00.
São taxas em unidade de tempo diferente que aplicadas
sobre o mesmo capital ao mesmo período de tempo irão gerar Observe que o período de aplicação é de 1 ano, então tanto
o mesmo montante. faz utilizar o regime de juros simples ou compostos.
C = R$ 50.000,00
Exemplos: t= 1 ano
- 2% a.s é proporcional quantos % a.a? ii = 5% = 0,05
Como 1 ano tem 2 semestre→ 2%. 2(semestres) = 4% a.a ir = 2% = 0,02
- Uma taxa de 60% a.a geraria as seguintes taxas: 5% a.m M=?
(60%/12 meses);10% a.b (60%/6 bimestres); 20%
a.q(60%/3quadrimestres) .... (1+ia) = (1+ir).(1+ii) → (1+ia) = (1+0,02).(1+0,05i) → (1+ia)
= 1,02 . 1,05 → (1+ia) = 1,071 →
Taxas Equivalentes (regime de juros compostos) ia = 1,071-1 → ia = 0,071(taxa efetiva da operação)
As taxas de juros se expressam também em função do Aplicando a fórmula do montante: M = C.(1+i)t → M= 50
tempo da operação, porém não de forma proporcional, mas de 000.(1+0,071)1 → 50 000. 1,071 →
forma exponencial, ou seja, as taxas são ditas equivalentes. M= 53.550,00
Exemplos: Resposta: A.

2) Uma pessoa investiu R$ 1.000,00 por 2 meses,


recebendo ao final desse prazo o montante de R$ 1.060,00. Se,
nesse período, a taxa real de juros foi de 4%, então a taxa de
inflação desse bimestre foi de aproximadamente
(A) 1,92.
(B) 1,90.
(C) 1,88.
(D) 1,86.
(E) 1,84.
Neste exemplo, está nos faltando saber o valor da taxa de
- 24% a.a é equivalente a %a.m? juros aparente, mas com as outras informações do enunciado
Vamos aplicar o conceito acima, para resolução deste podemos chegar ao seu valor:
exemplo: C = 1.000,00
(1+ia)=(1+im)12 (expoente na menor unidade de tempo)→ M = 1.060,00
(1+0,24) = (1+im)12 → 1,24 = (1+im)12 → Para retirar o t = 2 meses
expoente, basta fazermos a operação inversa da potenciação → ir = 4% = 0,04
12 12
√1,24⁡ = √(1 + 𝑖𝑚 )12 i i= ?
1 𝑀 1060
12
√1,24⁡ = 1 + 𝑖𝑚 ⁡ → ⁡ 𝑖𝑚 = 1,2412 − 1⁡ (1 + 𝑖𝑎 ) = ⇒ (1 + 𝑖𝑎 ) = ⁡ ⇒ (1 + 𝑖𝑎 ) = 1,06
𝐶 1000
Algumas bancas informam o valor da raiz, outras deixam
como está. (1 + 𝑖𝑎 ) = (1 + 𝑖𝑟 ). (1 + 𝑖𝑖 ) ⇒ 1,06 = (1 + 0,04). (1 + 𝑖𝑖 )
1,06
𝒎 ⇒ (1 + 𝑖𝑖 ) = ⇒ (1 + 𝑖𝑖 ) = 1,0192
𝒏
√𝒂𝒎 = 𝒂 𝒏 1,04

Taxa Real, Aparente e Inflação
Taxa Real (ir) = taxa que considera os efeitos da inflação e 𝑖𝑖 = 1,0192 − 1⁡ ⇒ ⁡ 𝑖𝑖 = 0,0192⁡
seus ganhos. ⇒ 𝑚𝑢𝑙𝑡𝑖𝑝𝑙𝑖𝑐𝑎𝑚𝑜𝑠⁡𝑝𝑜𝑟⁡100(𝑝𝑒𝑟𝑐𝑒𝑛𝑡𝑢𝑎𝑙) ⇒ 1,92⁡
Taxa Aparente (ia) = taxa que não considera os efeitos da
inflação (são as taxas efetivas/nominais). Questões
Taxa de Inflação (ii) = a inflação representa a perda do
poder de compra. 01. (Pref. Guarujá/SP – SEDUC – Professor de
Matemática – CAIPIMES) Considere as seguintes situações:

Matemática Financeira 4
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APOSTILAS OPÇÃO

I- Carlos comprou um produto que à vista custava R$


1.000,00. Como ele não tinha todo esse valor, ele fez um plano Planos ou sistemas de
de pagamento com 12 prestações iguais, de R$ 100,00 cada amortização de empréstimos
uma, sem entrada.
II- Ana comprou o mesmo produto que Carlos, na mesma e financiamentos,
loja e com o mesmo preço à vista, mas fez o seguinte plano de
pagamento: uma entrada de R$ 100,00 e mais 11 prestações
de R$ 100,00 cada uma. SISTEMAS DE AMORTIZAÇÕES

Com base nessas situações, é possível afirmar Muito utilizado hoje quando se faz um
corretamente que: empréstimo/financiamento, transações de pagamentos de
(A) a taxa de juros do plano de Ana foi menor que a taxa de compra de imóveis, entre outros, transações feitas a longo
juros do plano de Carlos. prazo.
(B) a taxa de juros do plano de Ana foi igual à taxa de juros
do plano de Carlos. - Alguns conceitos:
(C) a taxa de juros do plano de Ana foi maior que a taxa de
juros do plano de Carlos. Amortização (A)  é um processo que extingue dívidas
(D) não há como comparar as taxas de juros dos planos de através de pagamentos periódicos, é a extinção de uma dívida
Ana e de Carlos. através da quitação da mesma. Parte da prestação que não
incide juros.
02. (TJ/PE- ANALISTA JUDICIÁRIO-CONTADOR-FCC)
Uma taxa de juros nominal de 21% ao trimestre, com juros
capitalizados mensalmente, apresenta uma taxa de juros
efetiva, trimestral de, aproximadamente,
(A) 21,7%.
(B) 22,5%.
(C) 24,8%.
(D) 32,4%.
(E) 33,7%.

03. (Pref. Florianópolis/SC – Auditor Fiscal – FEPESE) Prestação (P)  É a amortização acrescida de juros.
A taxa de juros simples mensais de 4,25% equivalente à taxa
de: P=A+J
(A) 12,5% trimestral.
(B) 16% quadrimestral. Juros (J)  Taxa que incide sobre o saldo devedor do
(C) 25,5% semestral. período anterior (note que quando trabalhamos com sistemas
(D) 36,0% anual. de amortização, estamos trabalhando com o regime de juros
(E) 52% anual. compostos).
Respostas Postecipadas Algo que será realizado posteriormente.
Em outras palavras você irá usar e depois pagar.
01. Resposta: C. Antecipadas O contrário de postecipada.
I. Carlos: 12 . 100 = 1200
II. Ana: 100 + 11 . 100 = 100 + 1100 = 1200 SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO CONSTANTE (SAC)
Os valores são iguais, porém Carlos não deu entrada e Ana
sim. Por isso, a taxa de juros do plano de Ana foi maior que a Exemplo
de Carlos. Para um empréstimo de R$ 10.000,00, a uma taxa de 5%
ao mês, qual será a sua tabela de amortização sabendo que
02. Resposta: B. serão pagas em 4 parcelas.
21% a. t capitalizados mensalmente (taxa nominai), como
um trimestre tem 3 meses, 21/3 = 7% a.m(taxa efetiva).

im = taxa ao mês
it= taxa ao trimestre.

(1+im)3 = (1+it) → (1+0,07)3 = 1+it → (1,07)3 = 1+it →


1,225043 = 1+it → it= 1,225043-1 → it = 0,225043 x 100 → it= 1º Passo: Determinar o valor da cota de amortização:
22,5043%
𝐸 10000
𝐴= ⟹ = 2500
03. Resposta: C. 𝑛 4
Sabemos que taxas a juros simples são ditas taxas
proporcionais ou lineares. Para resolução das questões vamos Em um sistema de amortização constante, as amortizações
avaliar item a item para sabermos se está certo ou errado: são iguais para todos os períodos:

4,25% a.m
Trimestral = 4,25 .3 = 12,75 (errada)
Quadrimestral = 4,25 . 4 = 17% (errada)
Semestral= 4,25 . 6 = 25,5 % (correta)
Anual = 4,25.12 = 51% (errada)

Matemática Financeira 5
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APOSTILAS OPÇÃO

O período 0(zero), é o do valor do Fórmulas do Cálculo da Prestação (Séries


empréstimo/financiamento. Postecipadas)
Com a cota de amortização, podemos calcular o Saldo
Devedor para todos os períodos. Observe que no período 4 o
saldo é 0(zero), é onde temos a quitação total da dívida.

2º Passo: Calcular o Juros para cada período. (Atenção: o


Juros sempre irá incidir sobre o Capital/Saldo Devedor do
período anterior.) Para séries antecipadas (com entrada), basta
𝟏
multiplicar o valor da prestação por .
(𝟏+𝐢)
Período 1 J = C.i.t (t=1)  J= 10000 . 0,05 .1  J = 500 ∴
Observe que o juros incidiu sobre o capital do Período
SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO FRANCÊS OU TABELA
0(período anterior) e não do Período 1.
PRICE (SAF)

Exemplo

Para um empréstimo de R$ 8.660,00 a uma taxa de 5% ao


mês, qual será a sua tabela de amortização sabendo que serão
pagas em 5 parcelas. Dado que FRC = 0,231.
3º Passo: Calcular o valor da prestação para cada período.
Lembrando que P= A+J

Período 1 P = 2500+500  P = 3000

1º Passo: Determinar o valor da prestação

Em um sistema de amortização francês, as prestações são


4º Passo: Calcular o Juros para o Período 2. iguais para todos os períodos, e é possível acha-la através da
fórmula:
Período 2  J = C.i.t (t = 1)  J = 7500 . 0,05 .1  J = 375
∴ Observe que o juros incidiu sobre o capital do Período 1
(período anterior) e não do Período 2.

Com isso podemos reescrever da seguinte forma, sabendo


1
5º Passo: Calcular o valor da prestação para cada período. que 𝐹𝑉𝐴 = :
𝐹𝑅𝐶
Lembrando que P = A + J
𝟏 𝑷
Período 2 P = 2500+375  P = 2875 𝑬 = 𝑷. → 𝑬. 𝑭𝑹𝑪 = 𝑷⁡ → 𝑭𝑹𝑪 =
𝑭𝑹𝑪 𝑬

Aplicando ao exemplo:

1
E = P . FVA  𝐸 = 𝑃. ⁡  E .FRC= P  8660 . 0,231 = P
𝐹𝑅𝐶
 P = 2000,46 (vamos arredondar para 2000.)

E vamos fazendo assim para cada período, temos:

2º Passo: Calcular o Juros para cada período. (Atenção: o


Juros sempre irá incidir sobre o Capital/Saldo Devedor do
período anterior.)
Principais características:
- As cotas de amortização são iguais; Período 1 J = C.i.t (t = 1)  J = 8660 . 0,05 .1  J = 433
- As prestações são decrescentes; ∴ Observe que o juros incidiu sobre o capital do Período 0
- Os juros são decrescentes; (período anterior) e não do Período 1.
- As amortizações serão sempre constantes.
- Nas colunas dos Juros e das Prestações observa-se de uma
PA (Progressão Aritmética) de razão decrescente.

Matemática Financeira 6
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APOSTILAS OPÇÃO

3º Passo: Calcular o valor da amortização para cada NETO, Alexandre Assaf. Matemática Financeira e suas
período. Lembrando que P= A+J, logo A = P - J Aplicações.12 ed. São Paulo: Atlas, 2012.
NETTO, Scipione Di Pierro; TEIXEIRA, James. Matemática
Período 1 A = 2000 - 433  A = 1567 Financeira. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 1998.
Com a Amortização já podemos descobrir o Saldo Devedor
do Período 1. SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO VARIÁVEL

No sistema de amortizações variáveis (SAV), a devolução


do financiamento não segue uma sequência que obedeça a um
critério ou modelo matemático. Neste sistema, o devedor paga
o principal, periodicamente por valores variáveis de acordo
com a combinação realizada previamente com o credor. A
única restrição consiste em que o somatório das parcelas de
4º Passo: Calcular o Juros para cada período.
amortização seja idêntico ao valor do financiamento, enquanto
os juros sobre o saldo devedor sejam pagos em cada período,
Período 2 J = C.i.t (t=1)  J= 7093. 0,05 .1  J = 354,65
juntamente com a parcela de amortização e, na hipótese de não
∴ Observe que o juros incidiu sobre o capital do Período
estar prevista amortização em um determinado período, os
1(período anterior) e não do Período 2.
juros, necessariamente, sejam pagos.

Exemplo

Supondo um financiamento de $ 50 mil a uma taxa de


12,0% a.a. e prazo de 12 meses, imaginando-se que tenha sido
combinado o fluxo de pagamentos seguinte:

5º Passo: Calcular o valor da amortização para cada


período.

Período 2 A = 2000 – 354,65  A = 1645,35


Com a Amortização já podemos descobrir o Saldo Devedor
do Período 2.

E vamos fazendo assim para cada período, temos:

Referências
http://www.premioabecip.org.br/2010/tema1/universitar
io/marcelo-dos-santos.pdf
Obs.: Por estarmos trabalhando com números com REZENDE, Teotonio Costa. Os sistemas de amortização nas
vírgulas, podem ocorrer erros de aproximação, fazendo com operações de crédito imobiliário: a falácia da capitalização de
que na coluna do Saldo Devedor ainda reste algum valor. juros e da inversão do momento de deduzir a quota de
amortização. Rio de Janeiro: Universidade Federal Rural do Rio
Principais características: de Janeiro, 2003.
- As prestações são constantes;
- Juros decrescentes; SISTEMA AMERICANO DE AMORTIZAÇÃO
- Amortizações crescentes.
- Na coluna Juros, temos uma PG (Progressão geométrica) O Sistema Americano de Amortização é um tipo de
de razão descrente. quitação de empréstimo que favorece aqueles que desejam
pagar o valor principal através de uma única parcela, porém os
SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO MISTO (SAM). juros devem ser pagos periodicamente ou, dependendo do
contrato firmado entre as partes, os juros são capitalizados e
Principais características: pagos junto ao valor principal. Observe as planilhas
- A prestação é a média entre a do SAC e a do Sistema demonstrativas desse modelo de amortização.
Francês.
Exemplo 1
Para efetuar os cálculos basta utilizar todo os conceitos Um empréstimo de R$ 50.000,00 será pago através do
aprendidos acima. sistema americano no prazo de 10 meses, a juros mensais de
3% ao mês. Veja: De acordo com o modelo de amortização
Referências americana, a quitação do empréstimo ocorrerá no último
SAMANEZ, C.P., Matemática Financeira, 3ª edição. São mês, então nos meses anteriores a pessoa irá pagar somente
Paulo: Pearson-Prentice Hall, 2002. o valor dos juros.
Juros = 3% de 50.000 = 1.500

Matemática Financeira 7
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APOSTILAS OPÇÃO

valor principal do empréstimo era R$ 120.000,00, o valor da 8a


parcela foi
(A) R$ 9.750,00
(B) R$ 10.600,00
(C) R$ 10.750,00
(D) R$ 12.000,00
(E) R$ 11.250,00

03. (UFGD – Analista Administrativo – Economia –


AOCP) O sistema que consiste no plano de amortização de uma
dívida em prestações periódicas, sucessivas e decrescentes,
em progressão aritmética, denomina-se
(A) Sistema de Amortização Misto.
(B) Sistema Price.
(C) Sistema de Amortização Constante.
Observe que os juros do último período também são (D) Sistema Americano com fundo de amortização.
pagos pelo devedor. (E) Sistema Alemão.
Exemplo 2 04. (BNDES – Profissional Básico – Ciências Contábeis
Construa a planilha e determine o valor total dos juros – CESGRARIO) Um cliente solicitará um empréstimo bancário
pagos pelo empréstimo referente a R$ 25.250,00, pagos pelo e, para tirar suas dúvidas, antes de ir ao banco, contratou um
sistema americano durante 5 meses, a uma taxa de 2,5% ao consultor particular. Ele informou ao consultor que gostaria de
mês. que o empréstimo fosse nas seguintes condições: na prestação
Juros mensais = 2,5% de 25.250,00 = 0,025 * 25.250,00 = calculada, já estivesse incluída parte da amortização da dívida
e que, no final da operação, tivesse pagado a menor quantidade
de juros possível. Ele não tem restrições quanto ao valor das
prestações.
Baseando-se nas informações do seu cliente, qual sistema
de amortização o consultor deve indicar?
(A) Americano
(B) Alemão
(C) Francês (PRICE)
(D) SAC (Amortização Constante)
(E) SAM (Amortização Misto)
O valor total dos juros é equivalente a R$ 3.156,25.
05. (UFRB – Economista – FUNRIO) Sobre o sistema de
Questões amortização constante (SAC) e o sistema de amortização
francês (SAF), é correto afirmar que:
01. (Banco do Brasil – Técnico bancário – FCC) Um (A) no SAC as parcelas são decrescentes.
empréstimo de R$ 800.000,00 deve ser devolvido em 5 (B) no SAF as parcelas são crescentes.
prestações semestrais pelo Sistema de Amortizações (C) os juros são calculados sobre o valor da amortização
Constantes (SAC) à taxa de 4% ao semestre. O quadro em ambos os sistemas.
demonstrativo abaixo contém, em cada instante do tempo (D) o pagamento total de juros é igual em ambos os
(semestre), informações sobre o saldo devedor (SD), a sistemas.
amortização (A), o juro (J) e a prestação (P) referentes a esse (E) o saldo devedor após o pagamento da primeira parcela
empréstimo. Observe que o quadro apresenta dois valores é maior no SAC do que no SAF.
ilegíveis.
Respostas
01. Resposta: C.
Parcela 5 = Amortização 5 + Juros 5
Juros 5 = Saldo devedor 4 x taxa de juros
Juros 5 = 160.000 x 0,04 = 6.400,00
P5 = 160.000 + 6.400 = 166.400,00

Se o quadro estivesse com todos os valores legíveis, o valor 02. Resposta: D.


correto da prestação P, no último campo à direita, na linha SAC = P e J decrescente.
correspondente ao semestre 5, da tabela, seria de i = 18% a.a /12 = 1,5% a.m. = 0,015
(A) 170.300,00. A = E/n  120 000/12 = 10 000
(B) 167.500,00. Vamos utilizar a fórmula do termo geral da PA
(C) 166.400,00. Pn = P1 + (n - 1).r  P8 = P1 + 7.r ,
(D) 162.600,00. Onde: J1= 0,015 . 120 000 = 1800
(E) 168.100,00. P1 = A + J = 10 000 + 1800 = 11 800
r = - i.A = - 0,015 x 10 000 = - 150
02. (TRT 6ª REGIÃO- ANALISTA JUDICIÁRIO- P8= 11 800 + 7.(- 150)  P8= 11 800 – 1050  P8 = 10
CONTABILIDADE - FCC) Um empréstimo foi obtido com taxas 750,00
de juros simples de 18% a.a., para pagamento em 12
prestações mensais, consecutivas, vencendo a primeira 30 dias 03. Resposta: C.
após a obtenção do empréstimo. Sabendo-se que foi adotado, Como vimos no estudo dos tipos de Amortização, a única
neste caso, o sistema de amortização constante (SAC) e que o que apresenta esta característica é o Sistema de Amortização
Constante (SAC).

Matemática Financeira 8
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APOSTILAS OPÇÃO

04. Resposta: D. 𝑑𝑖𝑠𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎⁡𝑝𝑒𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑑𝑎


𝑉=
Principais características: 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜⁡𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙
- As cotas de amortização são iguais;
- As prestações são decrescentes; Densidade → É a razão entre a massa de um corpo e o seu
- Os juros são decrescentes; volume. As unidades utilizadas são g/cm³, kg/m³, entre outras.
- As amortizações serão sempre constantes. 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎⁡𝑑𝑜⁡𝑐𝑜𝑟𝑝𝑜
- Nas colunas dos Juros e das Prestações observa-se de uma 𝐷=
𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒⁡𝑑𝑜⁡𝑐𝑜𝑟𝑝𝑜
PA (Progressão Aritmética) de razão decrescente.
PROPORÇÃO
05. Resposta: A.
(A) correto É uma igualdade entre duas razões.
(B) as parcelas são constantes
(C) vimos que no SAC as amortizações são constantes. 𝑎 𝑐
Dada as razões e , à setença de igualdade
𝑎
=
𝑐
chama-
(D) Cada sistema tem um pagamento de juros diferentes. 𝑏 𝑑 𝑏 𝑑
No SAC é em progressão aritmética e no SAF é em progressão se proporção.
geométrica. Onde:
(E) Na verdade no SAF o saldo devedor após o pagamento
da primeira parcela é maior que no SAC, pois a amortização é
crescente o que torna o saldo devedor menor a cada
pagamento.
- Propriedades da Proporção
1 - Propriedade Fundamental
Números e grandezas
proporcionais: razões e O produto dos meios é igual ao produto dos extremos, isto
é, a . d = b . c
proporções; divisão em partes
proporcionais; regra de três; Exemplo:
45 9
porcentagem e problemas. Na proporção = ,(lê-se: “45 esta para 30 , assim como
30 6
9 esta para 6.), aplicando a propriedade fundamental , temos:
45.6 = 30.9 = 270
RAZÃO 2 - A soma dos dois primeiros termos está para o primeiro
(ou para o segundo termo), assim como a soma dos dois
É o quociente entre dois números (quantidades, medidas, últimos está para o terceiro (ou para o quarto termo).
grandezas).
Sendo a e b dois números a sua razão, chama-se razão de a 𝑎 𝑐 𝑎+𝑏 𝑐+𝑑 𝑎+𝑏 𝑐+𝑑
para b: = ⁡→⁡ = ⁡⁡𝑜𝑢⁡⁡ = ⁡
𝑏 𝑑 𝑎 𝑐 𝑏 𝑑
𝑎
⁡⁡𝑜𝑢⁡⁡⁡𝑎: 𝑏⁡, 𝑐𝑜𝑚⁡𝑏 ≠ 0⁡⁡⁡⁡ 3 - A diferença entre os dois primeiros termos está para o
𝑏 primeiro (ou para o segundo termo), assim como a diferença
Onde:
entre os dois últimos está para o terceiro (ou para o quarto
termo).

𝑎 𝑐 𝑎−𝑏 𝑐−𝑑 𝑎−𝑏 𝑐−𝑑


= ⁡→⁡ = ⁡⁡𝑜𝑢⁡⁡ = ⁡
𝑏 𝑑 𝑎 𝑐 𝑏 𝑑
Exemplo:
Em um vestibular para o curso de marketing, participaram 4 - A soma dos antecedentes está para a soma dos
3600 candidatos para 150 vagas. A razão entre o número de consequentes, assim como cada antecedente está para o seu
vagas e o número de candidatos, nessa ordem, foi de consequente.

𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜⁡𝑑𝑒⁡𝑣𝑎𝑔𝑎𝑠 150 1 𝑎 𝑐 𝑎+𝑐 𝑎 𝑎+𝑐 𝑐


= = = ⁡→⁡ = ⁡⁡𝑜𝑢⁡⁡ = ⁡
𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜⁡𝑑𝑒⁡𝑐𝑎𝑛𝑑𝑖𝑑𝑎𝑡𝑜𝑠 3600 24 𝑏 𝑑 𝑏+𝑑 𝑏 𝑏+𝑑 𝑑

Lemos a fração como: Um vinte e quatro avós.


5 - A diferença dos antecedentes está para a diferença dos
- Quando a e b forem medidas de uma mesma grandeza, consequentes, assim como cada antecedente está para o seu
essas devem ser expressas na mesma unidade. consequente.

- Razões Especiais 𝑎 𝑐 𝑎−𝑐 𝑎 𝑎−𝑐 𝑐


= ⁡→⁡ = ⁡𝑜𝑢⁡⁡ = ⁡
Escala → Muitas vezes precisamos ilustrar distâncias 𝑏 𝑑 𝑏−𝑑 𝑏 𝑏−𝑑 𝑑
muito grandes de forma reduzida, então utilizamos a escala,
que é a razão da medida no mapa com a medida real (ambas - Problema envolvendo razão e proporção
na mesma unidade). Em um concurso participaram 3000 pessoas e foram
𝑚𝑒𝑑𝑖𝑑𝑎⁡𝑛𝑜⁡𝑚𝑎𝑝𝑎 aprovadas 1800. A razão do número de candidatos aprovados
𝐸= para o total de candidatos participantes do concurso é:
𝑚𝑒𝑑𝑖𝑑𝑎⁡𝑟𝑒𝑎𝑙
A) 2/3
Velocidade média → É a razão entre a distância percorrida B) 3/5
e o tempo total de percurso. As unidades utilizadas são km/h, C) 5/10
m/s, entre outras. D) 2/7
E) 6/7

Matemática Financeira 9
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APOSTILAS OPÇÃO

Resolução: 02. Resposta: E.


X = total de livros
Matemática = ¾ x , restou ¼ de x
Resposta “B” Física = 1/3.1/4 = 1/12
Química = 36 livros
Questões
Logo o número de livros é: 3/4x + 1/12x + 36 = x
01. André, Bruno, Carlos e Diego são irmãos e suas idades Fazendo o mmc dos denominadores (4,12) = 12
formam, na ordem apresentada, uma proporção. Considere Logo:
que André tem 3 anos, Diego tem 18 anos e Bruno é 3 anos 9𝑥 + 1𝑥 + 432 = 12𝑥
→ 10𝑥 + 432 = 12𝑥
mais novo que Carlos. Assim, a soma das idades, destes quatro 12
irmãos, é igual a
432
(A) 30 → 12𝑥 − 10𝑥 = 432 → 2𝑥 = 432 → 𝑥 = →𝑥
(B) 32; 2
(C) 34;
= 216
(D) 36.
Como a Biblioteca de Física ficou com 1/12x, logo teremos:
02. Alfredo irá doar seus livros para três bibliotecas da 1 216
universidade na qual estudou. Para a biblioteca de . 216 = = 18
matemática, ele doará três quartos dos livros, para a biblioteca 12 12
de física, um terço dos livros restantes, e para a biblioteca de
03. Resposta: B.
química, 36 livros. O número de livros doados para a biblioteca
Primeiro:2k
de física será
Segundo:5k
(A) 16.
2k + 5k = 14 → 7k = 14 → k = 2
(B) 22.
Primeiro: 2.2 = 4
(C) 20.
Segundo5.2=10
(D) 24.
Diferença: 10 – 4 = 6 m³
(E)18.
1m³------1000L
6--------x
03. Foram construídos dois reservatórios de água. A razão
x = 6000 l
entre os volumes internos do primeiro e do segundo é de 2
para 5, e a soma desses volumes é 14m³. Assim, o valor Referências
absoluto da diferença entre as capacidades desses dois IEZZI, Gelson – Fundamentos da Matemática – Vol. 11 – Financeira e
Estatística Descritiva
reservatórios, em litros, é igual a IEZZI, Gelson – Matemática Volume Único
(A) 8000. http://educacao.globo.com
(B) 6000.
(C) 4000. DIVISÃO PROPORCIONAL
(D) 6500.
(E) 9000. Uma forma de divisão no qual determinam-se
Respostas valores(a,b,c,..) que, divididos por quocientes(x,y,z..)
previamente determinados, mantêm-se uma razão que não
01. Resposta: D. tem variação.
Pelo enunciado temos que:
A=3 Divisão Diretamente Proporcional
B=C–3
C - Divisão em duas partes diretamente proporcionais
D = 18 Para decompor um número M em duas partes A e B
Como eles são proporcionais podemos dizer que: diretamente proporcionais a p e q, montamos um sistema com
𝐴 𝐶 3 𝐶 duas equações e duas incógnitas, de modo que a soma das
= → = → 𝐶 2 − 3𝐶 = 3.18 → 𝐶 2 − 3𝐶 − 54 = 0
𝐵 𝐷 𝐶 − 3 18 partes seja A + B = M, mas
𝐴 𝐵
Vamos resolver a equação do 2º grau: =
𝑝 𝑞
A solução segue das propriedades das proporções:
−𝑏 ± √𝑏 2 − 4𝑎𝑐 𝐴 𝐵 𝐴+𝐵 𝑀
𝑥= = = = =𝑲
2𝑎 𝑝 𝑞 𝑝+𝑞 𝑝+𝑞

−(−3) ± √(−3)2 − 4.1. (−54) 3 ± √225


→ → O valor de K é que proporciona a solução pois: A
2.1 2 = K.p e B = K.q
3 ± 15

2 Exemplos:
1) Para decompor o número 200 em duas partes A e B
3 + 15 18 3 − 15 −12 diretamente proporcionais a 2 e 3, montaremos o sistema de
𝑥1 = = = 9 ∴ ⁡ 𝑥2 = = = −6
2 2 2 2 modo que A + B = 200, cuja solução segue de:
Como não existe idade negativa, então vamos considerar 𝐴 𝐵 𝐴 + 𝐵 200
somente o 9. Logo C = 9 = = = = 𝟒𝟎
2 3 5 5
B=C–3=9–3=6
Somando teremos: 3 + 6 + 9 + 18 = 36

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Fazendo A = K.p e B = K.q ; temos que A = 40.2 = 80 e 𝐴 𝐵 𝐴+𝐵 120 120.6


= = = = = 144
B=40.3 = 120 1/2 1/3 1/2 + 1/3 5/6 5

2) Determinar números A e B diretamente proporcionais a Assim A = K/p → A = 144/2 = 72 e B = K/q → B = 144/3 =


8 e 3, sabendo-se que a diferença entre eles é 40. Para resolver 48
este problema basta tomar A – B = 40 e escrever:
2 - Determinar números A e B inversamente proporcionais
𝐴 𝐵 𝐴 − 𝐵 40 a 6 e 8, sabendo-se que a diferença entre eles é 10. Para
= = = =𝟖
8 3 5 5 resolver este problema, tomamos A – B = 10. Assim:

Fazendo A = K.p e B = K.q ; temos que A = 8.8 = 64 e B = 𝐴 𝐵 𝐴−𝐵 10


8.3 = 24 = = = = 240
1/6 1/8 1/6 − 1/8 1/24

- Divisão em várias partes diretamente proporcionais Assim A = K/p → A = 240/6 = 40 e B = K/q → B = 240/8 =
Para decompor um número M em partes x1, x2, ..., xn 30
diretamente proporcionais a p1, p2, ..., pn, deve-se montar um
sistema com n equações e n incógnitas, sendo as somas x1 + x2 - Divisão em várias partes inversamente
+ ... + xn= M e p1 + p2 + ... + pn = P. proporcionais
𝑥1 𝑥2 𝑥𝑛
= =⋯= Para decompor um número M em n partes x1, x2, ..., xn
𝑝1 𝑝2 𝑝𝑛 inversamente proporcionais a p1, p2, ..., pn, basta decompor
A solução segue das propriedades das proporções: este número M em n partes x1, x2, ..., xn diretamente
𝑥1 𝑥2 𝑥𝑛 𝑥1 + 𝑥2 + ⋯ + 𝑥𝑛 𝑀
⁡ = =⋯= = = =𝑲 proporcionais a 1/p1, 1/p2, ..., 1/pn.
𝑝1 𝑝2 𝑝𝑛 𝑝1 + 𝑝2 + ⋯ 𝑝𝑛 𝑃 A montagem do sistema com n equações e n incógnitas,
Observa-se que partimos do mesmo princípio da divisão assume que x1 + x2 + ... + xn= M e além disso
em duas partes proporcionais.
𝐵1 𝑥2 𝑥𝑛
Exemplos: = =⋯=
1/𝑝1 1/𝑝2 1/𝑝𝑛
1) Para decompor o número 240 em três partes A, B e C
diretamente proporcionais a 2, 4 e 6, deve-se montar um Cuja solução segue das propriedades das proporções:
sistema com 3 equações e 3 incógnitas tal que A + B + C = 240
e 2 + 4 + 6 = P. Assim: 𝑥1 𝑥2 𝑥𝑛 𝑥1 + 𝑥2 + ⋯ + 𝑥𝑛
= =⋯= =
1 1 1 1 1 1
𝐴 𝐵 𝐶 𝐴 + 𝐵 + 𝐶 240 + +⋯
= = = = = 𝟐𝟎 𝑝1 𝑝2 𝑝𝑛 𝑝1 𝑝2 𝑝𝑛
2 4 6 𝑃 12
𝑀
Logo: A = 20.2 = 40; B = 20.4 = 80 e C = 20.6 =120 = =𝑲
1 1 1
+ + ⋯+
𝑝1 𝑝2 𝑝𝑛
2) Determinar números A, B e C diretamente
proporcionais a 2, 4 e 6, de modo que 2A + 3B - 4C = 480
Exemplos:
A solução segue das propriedades das proporções:
1-Para decompor o número 220 em três partes A, B e C
𝐴 𝐵 𝐶 2𝐴 + 3𝐵 − 4𝐶 480 inversamente proporcionais a 2, 4 e 6, deve-se montar um
= = = = = −𝟔𝟎 sistema com 3 equações e 3 incógnitas, de modo que A + B + C
2 4 6 2.2 + 3.4 − 4.6 −8 = 220. Desse modo:
Logo: A = - 60.2 = -120 ; B = - 60.4 = - 240 e C = - 60.6 = -
𝐴 𝐵 𝐶 𝐴+𝐵+𝐶 220
360. = = = = = 240
Também existem proporções com números negativos. 1/2 1/4 1/6 1/2 + 1/4 + 1/6 11/12
Divisão Inversamente Proporcional
A solução é A = K/p1 → A = 240/2 = 120, B = K/p2 → B =
- Divisão em duas partes inversamente proporcionais 240/4 = 60 e C = K/p3 → C = 240/6 = 40
Para decompor um número M em duas partes A e B
inversamente proporcionais a p e q, deve-se decompor este 2-Para obter números A, B e C inversamente proporcionais
número M em duas partes A e B diretamente proporcionais a a 2, 4 e 6, de modo que 2A + 3B - 4C = 10, devemos montar as
1/p e 1/q, que são, respectivamente, os inversos de p e q. proporções:
Assim basta montar o sistema com duas equações e duas
𝐴 𝐵 𝐶 2𝐴 + 3𝐵 − 4𝐶 10 120
incógnitas tal que A + B = M. Desse modo: = = = = =
1/2 1/4 1/6 2/2 + 3/4 − 4/6 13/12 13
𝐴 𝐵 𝐴+𝐵 𝑀 𝑀. 𝑝. 𝑞
= = = = =𝑲 logo A = 60/13, B = 30/13 e C = 20/13
1/𝑝 1/𝑞 1/𝑝 + 1/𝑞 1/𝑝 + 1/𝑞 𝑝+𝑞
Existem proporções com números fracionários!

O valor de K proporciona a solução pois: A = K/p e B Divisão em partes direta e inversamente


= K/q. proporcionais

- Divisão em duas partes direta e inversamente


Exemplos: proporcionais
1) Para decompor o número 120 em duas partes A e B Para decompor um número M em duas partes A e B
inversamente proporcionais a 2 e 3, deve-se montar o sistema diretamente proporcionais a, c e d e inversamente
tal que A + B = 120, de modo que: proporcionais a p e q, deve-se decompor este número M em
duas partes A e B diretamente proporcionais a c/q e d/q, basta

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montar um sistema com duas equações e duas incógnitas de A solução é A = K.p1/q1 = 50/69, B = K.p2/q2 = 250/69 e C
forma que A + B = M e além disso: = K.p3/q3 = 40/69

𝐴 𝐵 𝐴+𝐵 𝑀 𝑀. 𝑝. 𝐵 Problemas envolvendo Divisão Proporcional


= = = = =𝑲
𝑐/𝑝 𝑑/𝑞 𝑐/𝑝 + 𝑑/𝑞 𝑐/𝑝 + 𝑑/𝑞 𝑐. 𝑞 + 𝑝. 𝑑 1) As famílias de duas irmãs, Alda e Berta, vivem na mesma
casa e a divisão de despesas mensais é proporcional ao
número de pessoas de cada família. Na família de Alda são três
O valor de K proporciona a solução pois: A = pessoas e na de Berta, cinco. Se a despesa, num certo mês foi
K.c/p e B = K.d/q. de R$ 1.280,00, quanto pagou, em reais, a família de Alda?
A) 320,00
B) 410,00
Exemplos:
C) 450,00
1) Para decompor o número 58 em duas partes A e B
D) 480,00
diretamente proporcionais a 2 e 3, e, inversamente
E) 520,00
proporcionais a 5 e 7, deve-se montar as proporções:
Resolução:
𝐴 𝐵 𝐴+𝐵 58
= = = = 70 Alda: A = 3 pessoas
2/5 3/7 2/5 + 3/7 29/35 Berta: B = 5 pessoas
A + B = 1280
Assim A = K.c/p = (2/5).70 = 28 e B = K.d/q = (3/7).70 = 30 𝐴 𝐵 𝐴 + 𝐵 1280
+ = = = 160
3 5 3+5 8
2) Para obter números A e B diretamente proporcionais a
4 e 3 e inversamente proporcionais a 6 e 8, sabendo-se que a A = K.p = 160.3 = 480
diferença entre eles é 21. Para resolver este problema basta Resposta D
escrever que A – B = 21 resolver as proporções:
2) Dois ajudantes foram incumbidos de auxiliar no
𝐴 𝐵 𝐴−𝐵 21 transporte de 21 caixas que continham equipamentos
= = = = 72
4/6 3/8 4/6 − 3/8 7/24 elétricos. Para executar essa tarefa, eles dividiram o total de
caixas entre si, na razão inversa de suas respectivas idades. Se
Assim A = K.c/p = (4/6).72 = 48 e B = K.d/q = (3/8).72 = 27 ao mais jovem, que tinha 24 anos, coube transportar 12 caixas,
então, a idade do ajudante mais velho, em anos era?
Divisão em n partes direta e inversamente A) 32
proporcionais B) 34
Para decompor um número M em n partes x1, x2, ..., xn C) 35
diretamente proporcionais a p1, p2, ..., pn e inversamente D) 36
proporcionais a q1, q2, ..., qn, basta decompor este número M E) 38
em n partes x1, x2, ..., xn diretamente proporcionais a p1/q1,
p2/q2, ..., pn/qn. Resolução:
A montagem do sistema com n equações e n incógnitas v = idade do mais velho
exige que x1 + x2 + ... + xn = M e além disso Temos que a quantidade de caixas carregadas pelo mais
novo:
𝑥1 𝑥2 𝑥𝑛
= =⋯= Qn = 12
𝑝1 /𝑞1 𝑝2 /𝑞2 𝑝𝑛 /𝑞𝑛 Pela regra geral da divisão temos:
Qn = k.1/24 → 12 = k/24 → k = 288
A solução segue das propriedades das proporções: A quantidade de caixas carregadas pelo mais velho é: 21 –
12 = 9
𝑥1 𝑥2 𝑥𝑛 𝑥𝑛 + 𝑥2 + ⋯ + 𝑥𝑛
= =⋯= 𝑝 =𝑝 Pela regra geral da divisão temos:
𝑝1 /𝑞1 𝑝2 /𝑞2 𝑛 1 𝑝 𝑝 =𝑲
+ 2 +⋯+ 𝑛 Qv = k.1/v → 9 = 288/v → v = 32 anos
𝑞𝑛 𝑞1 𝑞2 𝑞𝑛
Resposta A
Exemplos:
1) Para decompor o número 115 em três partes A, B e C 3) Em uma seção há duas funcionárias, uma com 20 anos
diretamente proporcionais a 1, 2 e 3 e inversamente de idade e a outra com 30. Um total de 150 processos foi
proporcionais a 4, 5 e 6, deve-se montar um sistema com 3 dividido entre elas, em quantidades inversamente
equações e 3 incógnitas de forma de A + B + C = 115 e tal que: proporcionais às suas respectivas idades. Qual o número de
processos recebido pela mais jovem?
𝐴 𝐵 𝐶 𝐴+𝐵+𝐶 115 A) 90
= = = = = 100 B) 80
1/4 2/5 3/6 1/4 + 2/5 + 3/6 23/20
C) 60
D) 50
Logo A = K.p1/q1 = (1/4)100 = 25, B = K.p2/q2 = (2/5)100 =
E) 30
40 e C = K.p3/q3 = (3/6)100 = 50
Estamos trabalhando aqui com divisão em duas partes
2) Determinar números A, B e C diretamente
inversamente proporcionais, para a resolução da mesma
proporcionais a 1, 10 e 2 e inversamente proporcionais a 2, 4
temos que:
e 5, de modo que 2A + 3B - 4C = 10.
A montagem do problema fica na forma: 𝐴 𝐵 𝐴+𝐵 𝑀 𝑀. 𝑝. 𝑞
= = = = =𝑲
𝐴 𝐵 𝐶 2𝐴 + 3𝐵 − 4𝐶 10 100 1/𝑝 1/𝑞 1/𝑝 + 1/𝑞 1/𝑝 + 1/𝑞 𝑝+𝑞
= = = = =
1/2 10/4 2/5 2/2 + 30/4 − 8/5 69/10 69
O valor de K proporciona a solução pois: A = K/p e B =
K/q.

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Vamos chamar as funcionárias de p e q respectivamente: 03. Resposta: A.


p = 20 anos (funcionária de menor idade) 1500x + 1200x + 900x = 54000000
q = 30 anos 3600x = 54000000
Como será dividido os processos entre as duas, logo cada x = 15000
uma ficará com A e B partes que totalizam 150: Escola de 1500 m²: 1500.15000 = 22500000 = 22,5
A + B = 150 processos milhões.

𝐴 𝐵 150 150 REGRA DE TRÊS SIMPLES E COMPOSTA


= = =
1 1 1 1 1 1
+ +
𝑝 𝐵 20 30 20 30 REGRA DE TRÊS SIMPLES

150.20.30 90000 Os problemas que envolvem duas grandezas diretamente


= = = 𝟏𝟖𝟎𝟎
20 + 30 50 ou inversamente proporcionais podem ser resolvidos através
de um processo prático, chamado regra de três simples.
A = k/p → A = 1800 / 20 → A = 90 processos. Vejamos a tabela abaixo:
Questões
Grandezas Relação Descrição
01. (Pref. Paulistana/PI – Professor de Matemática –
IMA) Uma herança de R$ 750.000,00 deve ser repartida entre Nº de MAIS funcionários
três herdeiros, em partes proporcionais a suas idades que são
funcionário x Direta contratados demanda MAIS
de 5, 8 e 12 anos. O mais velho receberá o valor de:
(A) R$ 420.000,00 serviço serviço produzido
(B) R$ 250.000,00
(C) R$ 360.000,00 Nº de MAIS funcionários
(D) R$ 400.000,00 funcionário x Inversa contratados exigem MENOS
(E) R$ 350.000,00 tempo tempo de trabalho

02. (TRF 3ª – Técnico Judiciário – FCC) Quatro Nº de MAIS eficiência (dos


funcionários dividirão, em partes diretamente proporcionais funcionário x Inversa funcionários) exige MENOS
aos anos dedicados para a empresa, um bônus de R$36.000,00.
eficiência funcionários contratados
Sabe-se que dentre esses quatro funcionários um deles já
possui 2 anos trabalhados, outro possui 7 anos trabalhados,
outro possui 6 anos trabalhados e o outro terá direito, nessa Nº de Quanto MAIOR o grau de
divisão, à quantia de R$6.000,00. Dessa maneira, o número de funcionário x dificuldade de um serviço,
Direta
anos dedicados para a empresa, desse último funcionário grau MAIS funcionários deverão
citado, é igual a dificuldade ser contratados
(A) 5.
(B) 7. MAIS serviço a ser produzido
(C) 2. Serviço x
Direta exige MAIS tempo para
(D) 3. tempo
realiza-lo
(E) 4.

03. (Câmara de São Paulo/SP – Técnico Administrativo Quanto MAIOR for a


Serviço x
– FCC) Uma prefeitura destinou a quantia de 54 milhões de Direta eficiência dos funcionários,
eficiência
reais para a construção de três escolas de educação infantil. A MAIS serviço será produzido
área a ser construída em cada escola é, respectivamente, 1.500
m², 1.200 m² e 900 m² e a quantia destinada à cada escola é Quanto MAIOR for o grau de
diretamente proporcional a área a ser construída. Serviço x grau dificuldade de um serviço,
Sendo assim, a quantia destinada à construção da escola Inversa
de dificuldade MENOS serviços serão
com 1.500 m² é, em reais, igual a
produzidos
(A) 22,5 milhões.
(B) 13,5 milhões.
(C) 15 milhões. Quanto MAIOR for a
(D) 27 milhões. eficiência dos funcionários,
Tempo x
(E) 21,75 milhões. Inversa MENOS tempo será
eficiência
necessário para realizar um
Respostas determinado serviço
01. Resposta: C.
Quanto MAIOR for o grau de
5x + 8x + 12x = 750.000
25x = 750.000 dificuldade de um serviço,
Tempo x grau
x = 30.000 Direta MAIS tempo será necessário
de dificuldade
O mais velho receberá: 1230000=360000 para realizar determinado
serviço
02. Resposta: D.
2x + 7x + 6x + 6000 = 36000
15x = 30000 Exemplos:
x = 2000 1) Um carro faz 180 km com 15L de álcool. Quantos litros
Como o último recebeu R$ 6.000,00, significa que ele se de álcool esse carro gastaria para percorrer 210 km?
dedicou 3 anos a empresa, pois 2000.3 = 6000

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APOSTILAS OPÇÃO

O problema envolve duas grandezas: distância e litros de


álcool.
Indiquemos por x o número de litros de álcool a ser
consumido.
Coloquemos as grandezas de mesma espécie em uma
mesma coluna e as grandezas de espécies diferentes que se Na montagem da proporção devemos seguir o sentido das
correspondem em uma mesma linha: flechas. Assim, temos:
7 80 7 808
Distância (km) Litros de álcool = , 𝑖𝑛𝑣𝑒𝑟𝑡𝑒𝑚𝑜𝑠⁡𝑒𝑠𝑡𝑒⁡𝑙𝑎𝑑𝑜⁡ → = 5 → 7.5 = 8. 𝑥
𝑥 50 𝑥 50
180 ---- 15
210 ---- x 35
𝑥= → 𝑥 = 4,375⁡ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠
8
Na coluna em que aparece a variável x (“litros de álcool”),
vamos colocar uma flecha: Como 0,375 corresponde 22 minutos (0,375 x 60 minutos),
então o percurso será feito em 4 horas e 22 minutos
aproximadamente.

3) Ao participar de um treino de fórmula Indy, um


Observe que, se duplicarmos a distância, o consumo de
competidor, imprimindo a velocidade média de 180 km/h, faz
álcool também duplica. Então, as grandezas distância e litros
o percurso em 20 segundos. Se a sua velocidade fosse de 300
de álcool são diretamente proporcionais. No esquema que
km/h, que tempo teria gasto no percurso?
estamos montando, indicamos esse fato colocando uma flecha
na coluna “distância” no mesmo sentido da flecha da coluna
Vamos representar pela letra x o tempo procurado.
“litros de álcool”:
Estamos relacionando dois valores da grandeza velocidade
(180 km/h e 300 km/h) com dois valores da grandeza tempo
(20 s e x s).
Queremos determinar um desses valores, conhecidos os
outros três.
Armando a proporção pela orientação das flechas, temos:

180 15
= Se duplicarmos a velocidade inicial do carro, o tempo gasto
210 𝑥
→ 𝑜𝑚𝑜⁡180⁡𝑒⁡210⁡𝑝𝑜𝑑𝑒𝑚⁡𝑠𝑒𝑟⁡𝑠𝑖𝑚𝑝𝑙𝑖𝑓𝑖𝑐𝑎𝑑𝑜𝑠⁡𝑝𝑜𝑟⁡30, 𝑡𝑒𝑚𝑜𝑠: para fazer o percurso cairá para a metade; logo, as grandezas
180: 30 15 1806 15 são inversamente proporcionais. Assim, os números 180 e 300
⁡ = = são inversamente proporcionais aos números 20 e x.
210: 30 𝑥 2107 𝑥
Daí temos:
→ 𝑚𝑢𝑙𝑡𝑖𝑝𝑙𝑖𝑐𝑎𝑛𝑑𝑜⁡𝑐𝑟𝑢𝑧𝑎𝑑𝑜(𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜⁡𝑑𝑜⁡𝑚𝑒𝑖𝑜⁡𝑝𝑒𝑙𝑜𝑠⁡𝑒𝑥𝑡𝑟𝑒𝑚𝑜𝑠) 3600
180.20 = 300. 𝑥 → 300𝑥 = 3600 → 𝑥 =
105 300
→ 6𝑥 = 7.156𝑥 = 105 → 𝑥 = = 𝟏𝟕, 𝟓 𝑥 = 12
6
Resposta: O carro gastaria 17,5 L de álcool. Conclui-se, então, que se o competidor tivesse andando em
300 km/h, teria gasto 12 segundos para realizar o percurso.
2) Viajando de automóvel, à velocidade de 50 km/h, eu
gastaria 7 h para fazer certo percurso. Aumentando a Questões
velocidade para 80 km/h, em quanto tempo farei esse
percurso? 01. (PM/SP – Oficial Administrativo – VUNESP) Em 3 de
maio de 2014, o jornal Folha de S. Paulo publicou a seguinte
Indicando por x o número de horas e colocando as informação sobre o número de casos de dengue na cidade de
grandezas de mesma espécie em uma mesma coluna e as Campinas.
grandezas de espécies diferentes que se correspondem em
uma mesma linha, temos:

Velocidade (km/h) Tempo (h)


50 ---- 7
80 ---- x

Na coluna em que aparece a variável x (“tempo”), vamos


colocar uma flecha:

Observe que, se duplicarmos a velocidade, o tempo fica


reduzido à metade. Isso significa que as grandezas velocidade
e tempo são inversamente proporcionais. No nosso
esquema, esse fato é indicado colocando-se na coluna
“velocidade” uma flecha em sentido contrário ao da flecha da
coluna “tempo”: De acordo com essas informações, o número de casos
registrados na cidade de Campinas, até 28 de abril de 2014,
teve um aumento em relação ao número de casos registrados
em 2007, aproximadamente, de

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(A) 70%. de espécies diferentes que se correspondem em uma mesma


(B) 65%. linha. Na coluna em que aparece a variável x (“dias”),
(C) 60%. coloquemos uma flecha:
(D) 55%.
(E) 50%.

02. (FUNDUNESP – Assistente Administrativo –


VUNESP) Um título foi pago com 10% de desconto sobre o Comparemos cada grandeza com aquela em que está o x.
valor total. Sabendo-se que o valor pago foi de R$ 315,00, é
correto afirmar que o valor total desse título era de As grandezas peças e dias são diretamente proporcionais.
(A) R$ 345,00. No nosso esquema isso será indicado colocando-se na coluna
(B) R$ 346,50. “peças” uma flecha no mesmo sentido da flecha da coluna
(C) R$ 350,00. “dias”:
(D) R$ 358,50.
(E) R$ 360,00.

03. (PREF. IMARUÍ – AGENTE EDUCADOR – PREF.


IMARUÍ) Manoel vendeu seu carro por R$27.000,00(vinte e
sete mil reais) e teve um prejuízo de 10%(dez por cento) sobre
As grandezas máquinas e dias são inversamente
o valor de custo do tal veículo, por quanto Manoel adquiriu o
proporcionais (duplicando o número de máquinas, o número
carro em questão?
de dias fica reduzido à metade). No nosso esquema isso será
(A) R$24.300,00
indicado colocando-se na coluna (máquinas) uma flecha no
(B) R$29.700,00
sentido contrário ao da flecha da coluna “dias”:
(C) R$30.000,00
(D)R$33.000,00
(E) R$36.000,00

Respostas

01. Resposta: E. Agora vamos montar a proporção, igualando a razão que


Utilizaremos uma regra de três simples: 4
ano % contém o x, que é , com o produto das outras razões, obtidas
11442 ------- 100 x
17136 ------- x  6 160 
11442.x = 17136 . 100 x = 1713600 / 11442 = 149,8% segundo a orientação das flechas  . :
(aproximado)  8 300 
149,8% – 100% = 49,8%
Aproximando o valor, teremos 50%

02. Resposta: C.
Se R$ 315,00 já está com o desconto de 10%, então R$ Simplificando as proporções obtemos:
315,00 equivale a 90% (100% - 10%). 4 2 4.5
Utilizaremos uma regra de três simples: = → 2𝑥 = 4.5 → 𝑥 = → 𝑥 = 10
𝑥 5 2
$ %
315 ------- 90 Resposta: Em 10 dias.
x ------- 100
90.x = 315 . 100 x = 31500 / 90 = R$ 350,00 2) Uma empreiteira contratou 210 pessoas para
pavimentar uma estrada de 300 km em 1 ano. Após 4 meses de
03. Resposta: C. serviço, apenas 75 km estavam pavimentados. Quantos
Como ele teve um prejuízo de 10%, quer dizer 27000 é empregados ainda devem ser contratados para que a obra seja
90% do valor total. concluída no tempo previsto?
Valor %
27000 ------ 90 Comparemos cada grandeza com aquela em que está o x.
X ------- 100 As grandezas “pessoas” e “tempo” são inversamente
proporcionais (duplicando o número de pessoas, o tempo fica
27000 909 27000 9
= 10 → = → 9.x = 27000.10 → 9x = 270000 reduzido à metade). No nosso esquema isso será indicado
𝑥 100 𝑥 10
→ x = 30000. colocando-se na coluna “tempo” uma flecha no sentido
contrário ao da flecha da coluna “pessoas”:
REGRA DE TRÊS COMPOSTA

O processo usado para resolver problemas que envolvem


mais de duas grandezas, diretamente ou inversamente
proporcionais, é chamado regra de três composta.
As grandezas “pessoas” e “estrada” são diretamente
Exemplos: proporcionais. No nosso esquema isso será indicado
1) Em 4 dias 8 máquinas produziram 160 peças. Em colocando-se na coluna “estrada” uma flecha no mesmo
quanto tempo 6 máquinas iguais às primeiras produziriam sentido da flecha da coluna “pessoas”:
300 dessas peças?
Indiquemos o número de dias por x. Coloquemos as
grandezas de mesma espécie em uma só coluna e as grandezas

Matemática Financeira 15
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APOSTILAS OPÇÃO

02. Resposta: D.
Operários horas dias área
20-----------------8-------------60-------4800
15----------------10------------80-------- x
Todas as grandezas são diretamente proporcionais, logo:

4800 20 8 60
= ∙ ∙
𝑥 15 10 80
Como já haviam 210 pessoas trabalhando, logo 315 – 210 20 ∙ 8 ∙ 60 ∙ 𝑥 = 4800 ∙ 15 ∙ 10 ∙ 80
= 105 pessoas. 9600𝑥 = 57600000
Reposta: Devem ser contratados 105 pessoas. 𝑥 = 6000𝑚²

Questões 03. Resposta: B.


Temos 10 funcionários inicialmente, com os afastamento
01. (CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO esse número passou para 8. Se eles trabalham 8 horas por dia
ADMINISTRATIVO – FCC) O trabalho de varrição de 6.000 m² , passarão a trabalhar uma hora a mais perfazendo um total de
de calçada é feita em um dia de trabalho por 18 varredores 9 horas, nesta condições temos:
trabalhando 5 horas por dia. Mantendo-se as mesmas Funcionários horas dias
proporções, 15 varredores varrerão 7.500 m² de calçadas, em 10---------------8--------------27
um dia, trabalhando por dia, o tempo de 8----------------9-------------- x
(A) 8 horas e 15 minutos. Quanto menos funcionários, mais dias devem ser
(B) 9 horas. trabalhados (inversamente proporcionais).
(C) 7 horas e 45 minutos. Quanto mais horas por dia, menos dias devem ser
(D) 7 horas e 30 minutos. trabalhados (inversamente proporcionais).
(E) 5 horas e 30 minutos. Funcionários horas dias
8---------------9-------------- 27
02. (PREF. CORBÉLIA/PR – CONTADOR – FAUEL) Uma 10----------------8----------------x
equipe constituída por 20 operários, trabalhando 8 horas por
27 8 9
dia durante 60 dias, realiza o calçamento de uma área igual a = ∙ → x.8.9 = 27.10.8 → 72x = 2160 → x = 30 dias.
𝑥 10 8
4800 m². Se essa equipe fosse constituída por 15 operários, Referências
trabalhando 10 horas por dia, durante 80 dias, faria o MARIANO, Fabrício – Matemática Financeira para Concursos – 3ª Edição –
calçamento de uma área igual a: Rio de Janeiro: Elsevier,2013.
(A) 4500 m²
(B) 5000 m² PORCENTAGEM
(C) 5200 m²
(D) 6000 m² Razões de denominador 100 que são chamadas de
(E) 6200 m² razões centesimais ou taxas percentuais ou simplesmente de
porcentagem. Servem para representar de uma
03. (PC/SP – OFICIAL ADMINISTRATIVO – VUNESP) Dez maneira prática o "quanto" de um "todo" se está
funcionários de uma repartição trabalham 8 horas por dia, referenciando.
durante 27 dias, para atender certo número de pessoas. Se um Costumam ser indicadas pelo numerador seguido do
funcionário doente foi afastado por tempo indeterminado e símbolo % (Lê-se: “por cento”).
outro se aposentou, o total de dias que os funcionários
𝒙
restantes levarão para atender o mesmo número de pessoas, 𝒙% =
trabalhando uma hora a mais por dia, no mesmo ritmo de 𝟏𝟎𝟎
trabalho, será:
Exemplo:
(A) 29.
Em uma classe com 30 alunos, 18 são rapazes e 12 são
(B) 30.
moças. Qual é a taxa percentual de rapazes na classe?
(C) 33.
Resolução: A razão entre o número de rapazes e o total de
(D) 28. 18
(E) 31. alunos é . Devemos expressar essa razão na forma
30
Respostas centesimal, isto é, precisamos encontrar x tal que:

01. Resposta: D. 18 𝑥
= ⟹ 𝑥 = 60
Comparando- se cada grandeza com aquela onde esta o x. 30 100
M² varredores horas
6000--------------18-------------- 5 E a taxa percentual de rapazes é 60%. Poderíamos ter
7500--------------15--------------- x divido 18 por 30, obtendo:
Quanto mais a área, mais horas (diretamente
proporcionais) 18
= 0,60(. 100%) = 60%
Quanto menos trabalhadores, mais horas (inversamente 30
proporcionais)
5 6000 15 - Lucro e Prejuízo
= ∙ É a diferença entre o preço de venda e o preço de custo.
𝑥 7500 18
Caso a diferença seja positiva, temos o lucro(L), caso seja
6000 ∙ 15 ∙ 𝑥 = 5 ∙ 7500 ∙ 18 negativa, temos prejuízo(P).
90000𝑥 = 675000
𝑥 = 7,5⁡ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠 Lucro (L) = Preço de Venda (V) – Preço de Custo (C).
Como 0,5 h equivale a 30 minutos, logo o tempo será de 7
horas e 30 minutos. Podemos ainda escrever:
C + L = V ou L = V - C

Matemática Financeira 16
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APOSTILAS OPÇÃO

P = C – V ou V = C - P 2) Dois descontos sucessivos de 20% equivalem a um


único desconto de:
𝑝
A forma percentual é: Utilizando VD = (1 − ).V → V. 0,8 . 0,8 → V. 0,64 . .
100
Analisando o fator de multiplicação 0,64, observamos que
esse percentual não representa o valor do desconto, mas sim
o valor pago com o desconto. Para sabermos o valor que
representa o desconto é só fazermos o seguinte cálculo:
100% - 64% = 36%
Exemplo: Observe que: esses dois descontos de 20% equivalem a
Um objeto custa R$ 75,00 e é vendido por R$ 100,00. 36% e não a 40%.
Determinar:
a) a porcentagem de lucro em relação ao preço de custo; Questões
b) a porcentagem de lucro em relação ao preço de venda.
01. Marcos comprou um produto e pagou R$ 108,00, já
Resolução: inclusos 20% de juros. Se tivesse comprado o produto, com
Preço de custo + lucro = preço de venda → 75 + lucro =100 25% de desconto, então, Marcos pagaria o valor de:
→ Lucro = R$ 25,00 (A) R$ 67,50
(B) R$ 90,00
𝑙𝑢𝑐𝑟𝑜 (C) R$ 75,00
𝑎) . 100% ≅ 33,33%⁡⁡⁡⁡⁡⁡⁡⁡⁡⁡⁡⁡⁡⁡⁡⁡⁡⁡⁡⁡⁡⁡⁡⁡⁡⁡⁡⁡⁡⁡⁡⁡⁡⁡⁡⁡⁡ (D) R$ 72,50
𝑝𝑟𝑒ç𝑜⁡𝑑𝑒⁡𝑐𝑢𝑠𝑡𝑜

𝑙𝑢𝑐𝑟𝑜 02. O departamento de Contabilidade de uma empresa tem


⁡⁡⁡𝑏) . 100% = 25% 20 funcionários, sendo que 15% deles são estagiários. O
𝑝𝑟𝑒ç𝑜⁡𝑑𝑒⁡𝑣𝑒𝑛𝑑𝑎 departamento de Recursos Humanos tem 10 funcionários,
sendo 20% estagiários. Em relação ao total de funcionários
- Aumento e Desconto Percentuais desses dois departamentos, a fração de estagiários é igual a
A) Aumentar um valor V em p%, equivale a multiplicá-lo (A) 1/5.
𝒑
por (𝟏 + ).V . (B) 1/6.
𝟏𝟎𝟎
Logo: (C) 2/5.
𝒑
VA = (𝟏 + ).V (D) 2/9.
𝟏𝟎𝟎
(E) 3/5.
Exemplo:
1 - Aumentar um valor V de 20% , equivale a multiplicá- 03. Quando calculamos 15% de 1.130, obtemos, como
lo por 1,20, pois: resultado
20 (A) 150
(1 + ).V = (1+0,20).V = 1,20.V
100 (B) 159,50;
(C) 165,60;
B) Diminuir um valor V em p%, equivale a multiplicá-lo (D) 169,50.
𝒑
por (𝟏 − ).V. Respostas
𝟏𝟎𝟎
Logo:
𝒑 01. Resposta: A.
V D = (𝟏 − ).V
𝟏𝟎𝟎
Como o produto já está acrescido de 20% juros sobre o seu
preço original, temos que:
Exemplo:
100% + 20% = 120%
Diminuir um valor V de 40%, equivale a multiplicá-lo por
Precisamos encontrar o preço original (100%) da
0,60, pois:
40 mercadoria para podermos aplicarmos o desconto.
(1 − ). V = (1-0,40). V = 0, 60.V Utilizaremos uma regra de 3 simples para encontrarmos:
100
R$ %
𝒑 𝒑
A esse valor final de (𝟏 + ) ou (𝟏 − ), é o que 108 ---- 120
𝟏𝟎𝟎 𝟏𝟎𝟎
chamamos de fator de multiplicação, muito útil para X ----- 100
resolução de cálculos de porcentagem. O mesmo pode ser um 120x = 108.100 → 120x = 10800 → x = 10800/120 → x =
acréscimo ou decréscimo no valor do produto. 90,00
O produto sem o juros, preço original, vale R$ 90,00 e
- Aumentos e Descontos Sucessivos representa 100%. Logo se receber um desconto de 25%,
São valores que aumentam ou diminuem sucessivamente. significa ele pagará 75% (100 – 25 = 75%) → 90. 0,75 = 67,50
Para efetuar os respectivos descontos ou aumentos, fazemos Então Marcos pagou R$ 67,50.
uso dos fatores de multiplicação.
02. Resposta: B.
15 30
Vejamos alguns exemplos: * Dep. Contabilidade: . 20 = = 3 → 3 (estagiários)
100 10
1) Dois aumentos sucessivos de 10% equivalem a um
único aumento de...? * Dep. R.H.:
20
. 10 =
200
= 2 → 2 (estagiários)
𝑝 100 100
Utilizando VA = (1 + ).V → V. 1,1 , como são dois de
100
10% temos → V. 1,1 . 1,1 → V. 1,21 Analisando o fator de 𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜𝑠⁡𝑒𝑠𝑡𝑎𝑔𝑖á𝑟𝑖𝑜𝑠 5 1
multiplicação 1,21; concluímos que esses dois aumentos ∗ 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 = ⁡ = =
𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜𝑠⁡𝑑𝑒⁡𝑓𝑢𝑛𝑐𝑖𝑜𝑛á𝑟𝑖𝑜𝑠 30 6
significam um único aumento de 21%.
Observe que: esses dois aumentos de 10% equivalem a
21% e não a 20%. 03. Resposta: D.
15% de 1130 = 1130.0,15 ou 1130.15/100 → 169,50

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APOSTILAS OPÇÃO
Referências 4x + 5 = 3 . (x + 5)
IEZZI, Gelson – Fundamentos da Matemática – Vol. 11 – Financeira e
Estatística Descritiva
4x + 5 = 3x + 15
IEZZI, Gelson – Matemática Volume Único 4x – 3x = 15 – 5
http://www.porcentagem.org X = 10
http://www.infoescola.com Pai: 4x = 4 . 10 = 40
O filho tem 10 anos e o pai tem 40.
PROBLEMAS MATEMÁTICOS
4) O dobro de um número adicionado ao seu triplo
Os problemas matemáticos são resolvidos utilizando corresponde a 20. Qual é o número?
inúmeros recursos matemáticos, destacando, entre todos, os
princípios algébricos, os quais são divididos de acordo com o Resolução
nível de dificuldade e abordagem dos conteúdos. 2x + 3x = 20
Primeiramente os cálculos envolvem adições e subtrações, 5x = 20
posteriormente as multiplicações e divisões. Depois os 20
x=
problemas são resolvidos com a utilização dos fundamentos 5
algébricos, isto é, criamos equações matemáticas com valores x=4
desconhecidos (letras). Observe algumas situações que podem O número corresponde a 4.
ser descritas com utilização da álgebra.
5) Em uma chácara existem galinhas e coelhos totalizando
- O dobro de um número adicionado com 4: 2x + 4; 35 animais, os quais somam juntos 100 pés. Determine o
- A soma de dois números consecutivos: x + (x + 1); número de galinhas e coelhos existentes nessa chácara.
- O quadrado de um número mais 10: x2 + 10;
- O triplo de um número adicionado ao dobro do número: Galinhas: G
3x + 2x; Coelhos: C
𝑥
- A metade da soma de um número mais 15: + 15; G + C = 35
2
𝑥
- A quarta parte de um número: . Cada galinha possui 2 pés e cada coelho 4, então:
4
2G + 4C = 100
Exemplos:
1) A soma de três números pares consecutivos é igual a 96. Sistema de equações
Determine-os. Isolando C na 1ª equação:
1º número: x G + C = 35
2º número: x + 2 C = 35 – G
3º número: x + 4
(x) + (x + 2) + (x + 4) = 96 Substituindo C na 2ª equação:
2G + 4C = 100
Resolução: 2G + 4 . (35 – G) = 100
x + x + 2 + x + 4 = 96 2G + 140 – 4G = 100
3x = 96 – 4 – 2 2G – 4G = 100 – 140
3x = 96 – 6 - 2G = - 40
3x = 90 G=
40
90 2
x= G = 20
3
x = 30
1º número: x = 30 Calculando C
2º número: x + 2 = 30 + 2 = 32 C = 35 – G
3º número: x + 4 = 30 + 4 = 34 C = 35 – 20
Os números são 30, 32 e 34. C = 15
Questões
2) O triplo de um número natural somado a 4 é igual ao
quadrado de 5. Calcule-o: 01. (Pref. Guarujá/SP – SEDUC – Professor de
Matemática – CAIPIMES/2014) Sobre 4 amigos, sabe-se que
Resolução: Clodoaldo é 5 centímetros mais alto que Mônica e 10
3x + 4 = 52 centímetros mais baixo que Andreia. Sabe-se também que
3x = 25 – 4 Andreia é 3 centímetros mais alta que Doralice e que Doralice
3x = 21 não é mais baixa que Clodoaldo. Se Doralice tem 1,70 metros,
21
x= então é verdade que Mônica tem, de altura:
3
x=7 (A) 1,52 metros.
O número procurado é igual a 7. (B) 1,58 metros.
(C) 1,54 metros.
3) A idade de um pai é o quádruplo da idade de seu filho. (D) 1,56 metros.
Daqui a cinco anos, a idade do pai será o triplo da idade do
filho. Qual é a idade atual de cada um? 02. (Câmara Municipal de São José dos Campos/SP –
Analista Técnico Legislativo – Designer Gráfico –
Resolução: VUNESP/2014) Em um condomínio, a caixa d’água do bloco A
Atualmente contém 10 000 litros a mais de água do que a caixa d’água do
Filho: x bloco B. Foram transferidos 2 000 litros de água da caixa
Pai: 4x d’água do bloco A para a do bloco B, ficando o bloco A com o
Futuramente dobro de água armazenada em relação ao bloco B. Após a
Filho: x + 5 transferência, a diferença das reservas de água entre as caixas
Pai: 4x + 5 dos blocos A e B, em litros, vale

Matemática Financeira 18
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APOSTILAS OPÇÃO

(A) 4 000. tempo, a variação dos elementos, o valor, o período do


(B) 4 500. vencimento, etc.
(C) 5 000.
(D) 5 500. SÉRIE UNIFORME DE PRESTAÇÕES PERIÓDICAS
(E) 6 000.
Entende-se série uniforme de prestações periódicas como
03. (IFNMG – Matemática - Gestão de Concursos/2014) sendo o conjunto de pagamentos (ou recebimentos) de valor
Uma linha de produção monta um equipamento em oito etapas nominal igual, que se encontram dispostos em períodos de
bem definidas, sendo que cada etapa gasta exatamente 5 tempo constantes, ao longo de um fluxo de caixa. Se a série tiver
minutos em sua tarefa. O supervisor percebe, cinco horas e como objetivo a constituição do capital, este será o montante
trinta e cinco minutos depois do início do funcionamento, que da série; ao contrário, ou seja, se o objetivo for a amortização
a linha parou de funcionar. Como a linha monta apenas um de um capital, este será o valor atual da série.
equipamento em cada processo de oito etapas, podemos
afirmar que o problema foi na etapa: Classificação
(A) 2
(B) 3 As séries uniformes de prestações periódicas mais
(C) 5 importantes e que serão objeto de estudo desse capítulo são:
(D) 7
Respostas Série Uniforme de Prestações Periódicas Postecipadas –
caracteriza-se pelo fato de os pagamentos ocorrerem no final
01. Resposta: B. de cada intervalo de tempo, ou seja, não existem pagamentos
Escrevendo em forma de equações, temos: na data zero.
C = M + 0,05 ( I )
C = A – 0,10 ( II ) Série Uniforme de Prestações Antecipadas – caracteriza-
A = D + 0,03 ( III ) se pelo fato de os pagamentos ocorrerem no início de cada
D não é mais baixa que C intervalo de tempo, ou seja, a primeira prestação ocorre na
Se D = 1,70 , então: data zero.
( III ) A = 1,70 + 0,03 = 1,73
( II ) C = 1,73 – 0,10 = 1,63 Série Uniforme de Prestação Periódicas Diferidas –
( I ) 1,63 = M + 0,05 caracteriza-se pelo fato de existir uma carência entre a data
M = 1,63 – 0,05 = 1,58 m zero e o primeiro pagamento da série.

02. Resposta: E. Observação: Note que as séries acima mencionadas,


A = B + 10000 ( I ) independentemente da sua classificação, estão inseridas no
Transferidos: A – 2000 = 2.B , ou seja, A = 2.B + 2000 ( II contexto de capitalização composta já vista anteriormente, ou
) seja, cada pagamento R será capitalizado ou descapitalizado à
Substituindo a equação ( II ) na equação ( I ), temos: luz de uma taxa de juros i, durante certo período de tempo n.
2.B + 2000 = B + 10000
2.B – B = 10000 – 2000 Série Uniforme de Prestações Periódicas
B = 8000 litros (no início) Postecipadas
Assim, A = 8000 + 10000 = 18000 litros (no início)
Portanto, após a transferência, fica: Conforme foi dito anteriormente, esta série tem como
A’ = 18000 – 2000 = 16000 litros característica principal o fato de que cada pagamento realiza-
B’ = 8000 + 2000 = 10000 litros se no final de cada intervalo de tempo. Vimos também, que
Por fim, a diferença é de : 16000 – 10000 = 6000 litros podemos calcular o Montante (S p) ou o Valor Presente (P p) da
série em questão. Finalmente, devemos dizer que para o
03. Resposta: B. cálculo do montante da série, iremos nos utilizar do montante
Um equipamento leva 8.5 = 40 minutos para ser montado. S do regime de capitalização composta, ou seja o Fator de
5h35 = 60.5 + 35 = 335 minutos Acumulação de Capital por Operação Única (F.A.C); em
335min: 40min = 8 equipamentos + 15 minutos (resto) contrapartida, para o cálculo do valor atual da série, iremos
15min: 5min = 3 etapa. nos valer do cálculo do desconto composto racional Ar, ou seja,
o Fator de Valor Presente por Operação Única (F.V.P).

Séries periódicas Valor Presente Da Série (Pp)


uniformes. Dado o fluxo abaixo, podemos encontrar o valor atual do
mesmo descontando ou descapitalizando cada valor r para
uma mesma data. Por convenção, iremos escolher a data zero:
RENDAS UNIFORMES

Renda, também conhecida como anuidade, é todo valor


utilizado sucessivamente para compor um capital ou pagar
uma dívida. As rendas são um dos principais conceitos que
baseiam os financiamentos ou empréstimos. Nessas rendas
são realizadas uma série de pagamentos (parcelas ou termos)
para arrecadar um fundo de poupança, pagar dívidas, financiar
imóveis, etc.
As rendas, também chamadas de séries periódicas 𝑅 𝑅 𝑅 𝑅 𝑅
uniformes, são aquelas em que todos os elementos já estão 𝑃𝑝 = +⁡ +⁡ + ⋯ + ⁡ (1+𝑖)𝑛−1 + ⁡
(1+𝑖)¹ (1+𝑖)² (1+𝑖)³ (1+𝑖)𝑛
pré-determinados e podem ser classificados de acordo com o

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APOSTILAS OPÇÃO

colocando-se R em evidência, temos:


1 − ⁡ (1 + 𝑖)𝑛−1 .⁡⁡(1 + 𝑖)
1 1 1 1 1 𝑆𝑝 = 𝑅⁡
𝑃𝑝 = 𝑅[(1+𝑖)1 + ⁡ (1+𝑖)2 + ⁡ (1+𝑖)3 + ⋯ + ⁡ (1+𝑖)𝑛−1⁡ + (1+𝑖)𝑛
] 1 − (1 + 𝑖)
1 − ⁡ (1 + 𝑖)𝑛−1+1
𝑆𝑝 = 𝑅⁡
É fácil notar que a expressão entre colchetes trata-se de 1−1−𝑖
1
uma progressão geométrica cujo 1° termo é 𝑎1⁡ = ⁡ , cuja
(1+𝑖⁡) 1 − ⁡ (1 + 𝑖)𝑛
1 1 𝑆𝑝 = 𝑅⁡
razão é 𝑞 = ⁡e cujo n – ésimo termo é 𝑎𝑛⁡ = ⁡ 𝑛. −𝑖
(1+𝑖) (1+𝑛)
Como sabemos, a soma de uma P.G é expressa por: 𝑠 =
𝑎1−𝑎𝑛⁡.⁡⁡𝑞 (𝟏 + 𝒊)𝒏 − 𝟏
⁡ 𝑺𝒑 = 𝑹⁡
1−𝑞 𝒊

Substituindo as variáveis nesta fórmula, temos: Dessa fórmula, tiramos:

1 1 1 𝒊
−⁡ . 𝑹 = 𝑺𝒑⁡
(1 + ⁡𝑖) (1 + 𝑖)𝑛 (1 + 𝑖) (𝟏 + 𝒊)𝒏⁡ − 𝟏
𝑃𝑝 = 𝑅. ⁡
1
1 −⁡
(1 + 𝑖) (1+𝑖)𝑛⁡ −1
Observação: O quociente ⁡será chamado Fator de
𝑖
(1 + 𝑖)𝑛 − 1 Acumulação de Capital por Operação Múltipla e será
(1 + 𝑖)𝑛+1 denominado por (F.A.C.m).
𝑃𝑝 = 𝑅.
𝑖
(1 + 𝑖) Série Uniforme de Prestações Periódicas Antecipadas

(1 + 𝑖)𝑛⁡ − 1 Vimos, pela definição, que esta série caracteriza-se pelo


𝑃𝑝 = 𝑅. fato de que os pagamentos (ou recebimentos) sempre irão
(1 + 𝑖)𝑛 ⁡. 𝑖
A relação acima nos permite, ainda, encontrar R dado P ocorrer no início do intervalo de tempo. Analogamente ás
como segue: rendas postecipadas, podemos calcular o Valor Atual da série
(Pa) através do desconto composto racional Ar, ou o Montante
(1 + 𝑖)𝑛 ⁡. 𝑖 da Série (Sa), através do cálculo do montante S relativo à
𝑅 = 𝑃𝑝⁡. ⁡ capitalização composta.
(1 + 𝑖)𝑛 − 1

(1+𝑖)𝑛 −1 Valor Presente da Série (Pa)


Observação: A relação é comumente chamada de
(1+𝑖)𝑛 ⁡.𝑖
Fator de Valor Presente por Operação Múltipla e será indicada Dado o fluxo abaixo, para se calcular o valor atual da série,
por (FVPm). procede-se de maneira idêntica ás rendas postecipadas, ou
seja, descontam-se todas as parcelas para a data zero e, nesta
Fator de Valor Presente por Operação Múltipla data, as somamos:

Será indicada por (F.V.P.m.) sendo que, para algumas taxas


i e alguns períodos de tempo n, já está calculado.

Montante da Série (Sp)

É a soma dos montantes de cada uma das prestações em


uma determinada data. Isto posto, vamos determinar o
montante da série na data n, imediatamente após a realização
do último pagamento. 𝑅 𝑅 𝑅 1
𝑃𝑎 = 𝑅 + ⁡ +⁡ + ⁡ (1+𝑖)3 + ⋯ + ⁡
(1+𝑖)1 (1+𝑖)² (1+𝑖)𝑛−1

Colocando-se e R em evidência, temos:

𝑅 𝑅 𝑅 1
𝑃𝑎 = 𝑅⁡ [1 + ⁡ (1+𝑖)1 + ⁡ (1+𝑖)2 + ⁡ (1+𝑖)3 + ⋯ + ⁡ (1+𝑖)𝑛−1⁡⁡]

𝑆𝑝 = 𝑅⁡(1 + 𝑖)𝑛−1 + 𝑅⁡(1 + 𝑖)𝑛−2 + 𝑅⁡(1 + 𝑖)𝑛−3 + ⋯ +


𝑅⁡(1 + 𝑖) + 𝑅

Colocando-se R em evidencia e invertendo-se a ordem das Note que a expressão E trata-se, como já vimos, do Fator de
parcelas, temos: Valor Presente Por Operação Múltipla (F.V.Pm) de n-1 termos.
Sendo assim, para que nós não tenhamos de desenvolver todo
𝑆𝑝 = 𝑅⁡[⁡1 + (1 + 𝑖) + ⋯ + (1 + 𝑖)𝑛−3 + (1 + 𝑖)𝑛−2 + um novo instrumental matemático, com novas formulas e
(1 + 𝑖)𝑛−1 ] tabelas, iremos nos valer do fator anteriormente mencionado
com o cuidado de, em relação á séries antecipadas, utilizamos
Perceba que a expressão entre colchetes trata-se de um um período a menos (o que ocorre na data zero).
progressão geométrica onde o primeiro termo, a razão 𝑞 =
(1 + 𝑖) e o último termo 𝑎𝑛 = ⁡ (1 + 𝑖)𝑛−1

Matemática Financeira 20
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APOSTILAS OPÇÃO

- Calculamos o valor atual Pp (séries postecipadas) na data


m, ou seja, Pm = R (F.V.P.m)
- Descontamos Pm através do desconto composto racional
para a data zero por m períodos encontrando, dessa forma, o
valor atual Pd. Matematicamente, teríamos:
Montante de Série (Sa) 𝑃𝑚
𝑃𝑑 = ⁡
(1 + 𝑖)𝑛
É a soma dos valores dispostos ao longo do fluxo de caixa
em uma determinada data. Visando uniformizar os 𝑐𝑜𝑚𝑜⁡𝑃𝑚 = ⁡𝑅⁡(𝐹. 𝑉. 𝑃𝑚)
procedimentos adotados ao longo deste texto, vamos 𝑅. (𝐹. 𝑉. 𝑃𝑚)
Capitalizar os valores para a data n. 𝑃𝑑 =
(1 + 𝑖)𝑚

ou, ainda,

(1 + 𝑖)𝑛 − 1 1
𝑃𝑑 = 𝑅⁡[⁡ ⁡. ]
(1 + 𝑖)𝑛 . 𝑖⁡ (1 + 𝑖)𝑚
𝑛
(1 + 𝑖) − 1
𝑃𝑑 = 𝑅⁡.
(1 + 𝑖)𝑛+𝑚 . 𝑖
𝑆𝑎 = 𝑅⁡(1 + 𝑖)𝑛 + 𝑅⁡(1 + 𝑖)𝑛−1 + 𝑅⁡(1 + 𝑖)𝑛−2 + ⋯ +
Montante da Série
𝑅⁡(1 + 𝑖)𝑛−(𝑛−2) + 𝑅⁡(1 + 𝑖)𝑛−(𝑛−1)
Devido à inexistência de pagamentos e capitalizações
Colocando-se R em evidência e operando-se os expoentes, durante o prazo de carência, para o cálculo do Montante (sd)
fica: de uma série diferida, proceda de forma análoga à série
postecipada, ou seja, Sd = R. (F.A.C.m).
𝑆𝑎 = 𝑅[⁡(1 + 𝑖)𝑛 + 𝑅⁡(1 + 𝑖)𝑛−1 + 𝑅⁡(1 + 𝑖)𝑛−2 + ⋯
+ ⁡ (1 + 𝑖)2 + ⁡ (1 + 𝑖)1 ] Série Uniforme de Prestações Periódicas com
parcelas Intermediárias.
Colocando-se o termo (1 + i) em evidência, temos:
O assunto tratado aqui é bastante comum em relação ao
𝑆𝑎 = 𝑅. (1 + 𝑖)[⁡⁡(1 + 𝑖)𝑛−1 + ⁡ (1 + 𝑖)𝑛−2 + ⋯ + (1 + 𝑖) + 1⁡] mundo dos negócios, principalmente no que tange ao mercado
imobiliário pois, nesse mercado, podem existir situações em
E que os pagamentos (ou recebimentos) dispostos ao longo de
um fluxo de caixa preveem, além das prestações pré-
estabelecidas, pagamentos intermediários. Nestes casos, para
se encontrar o valor atual da série, devemos empregar os
conceitos anteriormente vistos em relação à especificidade da
Note que a expressão E trata-se exatamente do (F.A.C.m.) série em questão e descontar as parcelas anteriores para a
Fator de Acumulação de Capital por Operação múltipla. Para data zero somando, nessa data, tais valores ao valor atual da
efeito de uso do formulário existente, iremos um período de série.
capitalização. Isto posto, devemos ter o cuidado de somar 1 à
variável n e subtraí-la do resultado final. Matematicamente Exemplo
ficaria:
Um apartamento está à venda nas seguintes condições:
- $700,00 de sinal
- 12 parcelas mensais e consecutivas de $3.500,00, sendo
Série Uniforme de Prestações Periódicas Diferidas
que a primeira ocorrerá 30 dias após o sinal;
- 2 parcelas semestrais de $5.000,00
Finalmente, vamos estudar um conjunto de pagamentos
(ou recebimentos) que ocorrem sempre após certo período de
Dada uma taxa de 11%ao mês, calcule o preço à vista do
Carência, também chamado Prazo de Diferimento.
imóvel.
Valor Atual da Série
Esquematicamente, teríamos:
Em relação ao fluxo abaixo, vamos determinar o Valor
Atual (Pd) na data zero:

Note que as parcelas R dispostas entre as datas 0 e 12,


Note que a série ocorrida entre os períodos m e m + n tem tratam-se de prestações periódicas postecipadas. Isto posto,
comportamento idêntico ás Séries Postecipadas; daí pode-se para encontrar o valor à vista do imóvel:
calcular o Valor Atual (Pd) através do seguinte raciocínio: - Calcule Pp = R. (F.V.Pm);

Matemática Financeira 21
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APOSTILAS OPÇÃO

- Desconte as parcelas intermediarias Ri para a data zero e n = 10 meses


some-as a Pp não esquecendo, ainda, de agregar à soma o valor Pa = ?
do sinal ocorrido nessa data. (1+𝑖)𝑛−1 −1
𝑅𝑖 𝑅𝑖
Pa = 𝑅. [⁡1 + ⁡ (1+𝑖)𝑛−1 ]
⁡.1
V = Sinal + R.(F.V.Pm) + 𝑛 +⁡ 𝑛
(1+𝑖) (1+𝑖)
(1+0,02)9 −1
Pa = 𝑅. [⁡1 + ⁡ ]
(1+0,11)12 −1 $5.000 $5.000 (1+0,02)9 ⁡.0,02
V = $700 + $3.500 . +⁡ )6
+⁡
(1+0,11)12 .0,11 (1+0,11 (1+0,11)12
V = $700 + $22.723,24 + $2.673,20 + $1.429,20 Pa = $1.000,00 (1 + 8,16224)
V = $27.525,64 Pa = $9.162,23

Referência 04.
http://www.iceb.ufop.br/demat/perfil/arquivos/0.051648 R = $2.000,00
001320632865.pdf i = 0,09 a.m.
n = 15 meses
Questões Sa = ?
(1+𝑖)𝑛+1 −1
Sa = 𝑅⁡ [⁡ − 1]
01. Em certa época, foi contraída uma dívida a qual foi paga 𝑖

em 18 pagamentos trimestrais iguais de $1.000,00 através de (1+0,09)16 −1


uma taxa de juros de 23% ao trimestre. Determinar o valor Sa = $2.000 [ − 1]
0,09
dessa dívida.
Sa = $2.000 . (33,00340 – 1)
02. Um investidor depositou $1.500,00 semestralmente Sa = $64.006,80
para formar um pecúlio durante dez anos. Calcule o valor
acumulado para uma taxa de 30% ao semestre. 05.
R = $4.000,00
03. Calcule o valor atual de uma renda mensal antecipada, i = 5% a.m.
cujo valor da prestação é de $1.000,00, dada uma taxa de 2% n = 8 meses
ao mês durante dez meses. m = 2 meses

04. Calcule o montante de uma renda antecipada de 15 𝑅.(𝐹.𝑉.𝑃𝑚)


Pd =
meses, com prestação mensais de $2.000,00 à taxa de 9% ao (1+𝑖)𝑚
mês.
(1+𝑖)𝑛 −1
𝑅.
(1+𝑖)𝑛 ⁡.𝑖
05. Uma máquina é vendida a prazo através de oito Pd = (1+𝑖⁡)𝑚
prestações mensais de $4.000,00 sendo que o primeiro
pagamento só irá ocorrer após três meses da compra. (1+0,05)8 −1
$4000⁡
(1+0,05)8 ⁡.⁡⁡1
Determine o preço à vista, dada uma taxa de 5% ao mês. Pd =
(1+0,05)2

$4.000(6,463213)
Pd = (1,102500)

Pd = $23.449,30

Respostas
01.
R = $1.000,00 Anotações
i = 0,23 a.t.
n = 18 trimestres
Pp = ?
(1+0.23)18 −1
Pp = 𝑅⁡.
(1+0,23)18 ⁡.0,23
Pp = $1.000,00 (4,24312)
Pp = $4.243,12

02.
R = $1.500,00
n = 20 semestres
i = 0,30 a.s.
Sp = ?

(1+𝑖)𝑛
Sp = 𝑅⁡
𝑖
(1+0,30)20 −1
Sp = $1.500
0,30
Sp = $1.500 . (630,16546)
Sp = $945.248,19

03.
R= $1.000,00
i = 0.02 a.m.

Matemática Financeira 22
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RACIOCÍNIO LÓGICO

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APOSTILAS OPÇÃO

apreensão e criar e manipular pensamento


estruturação de representações abstrato e a
elementos mentais visuais. Está capacidade para
verbais, relacionada com a determinar
culminando na capacidade de ligações
formação de visualização e de abstratas entre
significados e uma raciocinar em três conceitos através
ordem e relação dimensões. de ideias
entre eles. inovadoras.

Lógica: proposições,
valores verdadeiro/falso, Vejamos um exemplo que roda pela internet e redes sociais, os
conectivos "e" e "ou", quais são chamados de Desafios, os mesmos envolvem o
“raciocínio” para chegarmos ao resultado:
implicação, negação,
proposições compostas,
proposições equivalentes.
Problemas de raciocínio:
deduzir informações de
relações arbitrárias entre
objetos, lugares, pessoas e/ou
eventos fictícios dados.
Solução: 4 em romanos é IV e 1 em inglês é ONE, logo
DEFINIÇÕES DE RACIOCÍNIO LÓGICO juntando os dois temos: IVONE.

Raciocínio lógico é um processo de estruturação do CONCEITOS LÓGICOS


pensamento de acordo com as normas da lógica que permite
chegar a uma determinada conclusão ou resolver um A lógica a qual conhecemos hoje foi definida por
problema. É aquele que se desvincula das relações entre os Aristóteles, constituindo-a como uma ciência autônoma que se
objetos e procede da própria elaboração do indivíduo. Surge dedica ao estudo dos atos do pensamento (Conceito, Juízo,
através da coordenação das relações previamente criadas Raciocínio, Demonstração) do ponto de vista da sua estrutura
entre os objetos. ou forma lógica, sem ter em conta qualquer conteúdo material.
Falar de Lógica durante séculos, era o mesmo que falar da
Um raciocínio lógico requer consciência e capacidade de lógica aristotélica. Apesar dos enormes avanços da lógica,
organização do pensamento. É possível resolver problemas sobretudo a partir do século XIX, a matriz aristotélica persiste
usando o raciocínio lógico. No entanto, ele não pode ser até aos nossos dias. A lógica de Aristóteles tinha objetivo
ensinado diretamente, mas pode ser desenvolvido através da metodológico, a qual tratava de mostrar o caminho correto
resolução de exercícios lógicos que contribuem para a para a investigação, o conhecimento e a demonstração
evolução de algumas habilidades mentais. científica. O método científico que ele preconizava assentava
Muitas empresas utilizam exercícios de raciocínio lógico nos seguintes fases:
para testarem a capacidade dos candidatos. 1. Observação de fenômenos particulares;
2. Intuição dos princípios gerais (universais) a que os
Raciocínio lógico matemático ou quantitativo mesmos obedeciam;
O raciocínio lógico matemático ou quantitativo é o 3. Dedução a partir deles das causas dos fenômenos
raciocínio usado para a resolução de alguns problemas e particulares.
exercícios matemáticos. Esses exercícios são
frequentemente usados no âmbito escolar, através de Por este e outros motivos Aristóteles é considerado o pai
problemas matriciais, geométricos e aritméticos, para que da Lógica Formal.
os alunos desenvolvam determinadas aptidões. Este tipo de A lógica matemática (ou lógica formal) estuda a lógica
raciocínio é bastante usado em áreas como a análise segundo a sua estrutura ou forma. A lógica matemática
combinatória. consiste em um sistema dedutivo de enunciados que tem como
objetivo criar um grupo de leis e regras para determinar a
- Raciocínio analítico (crítico) ou Lógica informal - é a validade dos raciocínios. Assim, um raciocínio é considerado
capacidade de raciocinar rapidamente através da percepção. válido se é possível alcançar uma conclusão verdadeira a partir
Em concursos exigem bastante senso crítico do candidato e de premissas verdadeiras.
capacidade de interpretação, portanto exigem mecanismos Em sentido mais amplo podemos dizer que a Lógica está
próprios para a resolução das questões. O raciocínio analítico relacionado a maneira específica de raciocinar de forma
nada mais é que a avaliação de situações através de acertada, isto é, a capacidade do indivíduo de resolver
interpretação lógica de textos. problemas complexos que envolvem questões matemáticas, os
sequências de números, palavras, entre outros e de
Tipos de raciocínio desenvolver essa capacidade de chegar a validade do seu
raciocínio.
O estudo das estruturas lógicas, consiste em aprendermos
Raciocínio Raciocínio Raciocínio
a associar determinada preposição ao conectivo
verbal - consiste espacial - remete abstrato -
correspondente. Mas é necessário aprendermos alguns
na capacidade de para a aptidão para responsável pelo
conceitos importantes para o aprendizado.

Raciocínio Lógico 1
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APOSTILAS OPÇÃO

Exemplos Referências
ALENCAR FILHO, Edgar de – Iniciação a lógica matemática – São Paulo: Nobel –
01. (Câmara de Aracruz/ES – Agente Administrativo e 2002.
Legislativo – IDECAN/2016) Analise a lógica envolvida nas CABRAL, Luiz Cláudio Durão; NUNES, Mauro César de Abreu - Raciocínio lógico
figuras a seguir. passo a passo – Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.
http://conceito.de/raciocinio-logico
http://www.significados.com.br/raciocinio-logico

Questões

01. "Abaixar" está para "Curvar" assim como


"Continuidade" está para:
(A) Intervalo
A letra que substitui o sinal “?” é: (B) Frequência
(A) O. (C) Intermitência
(B) R. (D) Interrupção
(C) T. (E) Suspensão
(D) W.
02. Marcelo tinha 77 figurinhas e Paulo tinha 58. Marcelo
Substituindo as letras pelas posições no alfabeto: deu algumas de suas figurinhas para Paulo. Depois dessa
C - 3º posição do alfabeto / E - 5º posição do alfabeto / H - doação, é possível que Marcelo e Paulo fiquem,
8ºposição do alfabeto respectivamente, com as seguintes quantidades de figurinhas:
L- 12º posição do alfabeto / G- 7º posição do alfabeto / S- (A) 82 e 53
19º posição do alfabeto (B) 74 e 62
I - 9º posição do alfabeto / K - 11º posição do alfabeto / (C) 68 e 68
Qual será a letra? (D) 66 e 69
(E) 56 e 89
Após a substituição observamos que a 1ª letra é a diferença
das outras duas: 03. (SESAU-RO – Farmacêutico – FUNRIO/2017) A soma
C (3) E (5) H (8) de 10 números é 400. Um desses números é o 44. Assim, avalie
L (12) G (7) S (19) se as seguintes afirmativas são falsas (F) ou verdadeiras (V):
I (9) K (11) ? Ao menos um dos demais 9 números é menor do que 40.
Ao menos três números são menores ou iguais a 39.
8–5=3 Ao menos um dos números é menor do que 37.
19 – 7 = 12 As afirmativas são respectivamente:
? – 11 = 9 → ? = 9 + 11 → ? = 20 = T. (A) F, V e V.
Resposta: C. (B) V, F e V.
(C) V, F e F.
02. (Pref. Barbacena/MG – Advogado – FCM/2016) (D) F, V e F.
Maria tem três filhos, Bianca, Celi e João, e seis netos, Ana, (E) F, F e F.
André, Beth, Cláudia, Fernando e Paula. Sabe-se que:
Bianca tem três filhos(as). 04. (SESAU-RO – Técnico em Informática –
Celi tem dois filhos(as). FUNRIO/2017) Capitu é mais baixa que Marilu e é mais alta
João tem um(a) filho(a). que Lulu. Lulu é mais alta que Babalu mas é mais baixa que
Cláudia não tem irmãos. Analu. Marilu é mais baixa que Analu. Assim, a mais alta das
Beth é irmã de Paula. cinco é:
André não tem irmãs. (A) Analu.
Com essas informações, pode-se afirmar que Ana é (B) Babalu.
(A) filha de Celi. (C) Capitu.
(B) prima de Beth. (D) Lulu.
(C) prima de Paula. (E) Marilu.
(D) filha de Bianca.
05. Um terreno retangular será cercado com arames e
Partindo das informações temos: estacas. Quantas estacas serão necessárias se em cada lado
terá de haver 20 delas?
Filhos (3) Netos (6) (A) 80 estacas.
Bianca (3 filhos(as)) (B) 78 estacas.
Maria (C) 76 estacas.
Celi (2 filhos (as))
(D) 74 estacas.
João (1 filho (a))
(E) 72 estacas.
Netos: André e Fernando (2)
Respostas
Netas: Ana, Beth, Claudia, Paula (4)
- A resposta mais direta é a de Claudia que não tem irmãos,
01. Resposta: B
logo é filha única e só pode ser filha de João.
O sinônimo de "Continuidade" é "Frequência".
- Depois temos que André não tem irmãs. Logo ele pode ter
irmão, como só tem 2 meninos. André e Fernando são filhos de
02.Resposta: D
Celi.
Se Marcelo doou figurinhas, então ele ficou com uma
- Observe que sobrou Ana, Beth e Paula que só podem ser
quantidade inferior a que ele possuía, assim sendo considere a
filhas de Bianca.
alternativa D como a correta. Pois se Marcelo ficou com 66,
Analisando as alternativas a única correta é a D.

Raciocínio Lógico 2
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APOSTILAS OPÇÃO

significa que ele doou 11, e Paulo recebeu 11, logo 58 + 11 = TOME NOTA!!!
69. Uma forma de identificarmos se uma frase simples é ou
03. Resposta: C não considerada frase lógica, ou sentença, ou ainda
Se um dos números é 44, os outros nove somam 356. proposição, é pela presença de:
Dividindo 356 por 9, temos 39,9999.... Logo, podemos ver - sujeito simples: "Carlos é médico";
que não importa quais são os números, um necessariamente - sujeito composto: "Rui e Nathan são irmãos";
será menor que 40. Por isso, a afirmativa I é Verdadeira. - sujeito inexistente: "Choveu"
É possível que menos de 3 números seja menor maior que - verbo, que representa a ação praticada por esse sujeito,
39. Por exemplo, 100 + 100 + 100 + 40 + 10 + 2 + 2 + 1 + 1 = e estar sujeita à apreciação de julgamento de ser verdadeira
356. Logo, afirmativa II é Falsa. (V) ou falsa (F), caso contrário, não será considerada
Como vimos, é possível que os 9 números restantes sejam proposição.
iguais a 39,999... ou seja, afirmação III é Falsa.
Gabarito: V, F e F. Atenção: orações que não tem sujeito, NÃO são
consideradas proposições lógicas.
04. Resposta: A.
Seja A= Analu, B= Babalu, C= Capitu, L= Lulu e M= Marilu. Princípios fundamentais da lógica
Pelo enunciado temos:
M>L A Lógica matemática adota como regra fundamental três
L>B princípios1 (ou axiomas):
A>L
A>M.
Portanto a maior de todas é A= Analu. I – PRÍNCIPIO DA IDENTIDADE: uma proposição
verdadeira é verdadeira; uma proposição falsa é falsa.
05. Resposta: C.
Se em cada lado deverá haver 20 estacas, nos quatro lados II – PRINCÍPIO DA NÃO CONTRADIÇÃO: uma
do terreno deverá ter 4x20 – 4 = 76 estacas. proposição não pode ser verdadeira E falsa ao mesmo
Diminuímos 4 porque contando 20 em cada lado as que tempo.
estão no canto (vértices) foram contadas duas vezes.
III – PRINCÍPIO DO TERCEIRO EXCLUÍDO: toda
ESTRUTURAS LÓGICAS proposição OU é verdadeira OU é falsa, verificamos sempre
um desses casos, NUNCA existindo um terceiro caso.
Em uma primeira aproximação, a lógica pode ser
entendida como a ciência que estuda os princípios e o métodos
que permitem estabelecer as condições de validade e Se esses princípios acimas não puderem ser aplicados,
invalidade dos argumentos. Um argumento é uma parte do NÃO podemos classificar uma frase como proposição.
discurso no qual localizamos um conjunto de uma ou mais
sentenças denominadas premissas e uma sentença Valores lógicos das proposições
denominada conclusão.
Em diversas provas de concursos são empregados toda Chamamos de valor lógico de uma proposição a verdade,
sorte de argumentos com os mais variados conteúdos: político, se a proposição é verdadeira (V), e a falsidade, se a proposição
religioso, moral e etc. Pode-se pensar na lógica como o estudo é falsa (F).
da validade dos argumentos, focalizando a atenção não no Consideremos as seguintes proposições e os seus
conteúdo, mas sim na sua forma ou na sua estrutura. respectivos valores lógicos:
a) Brasília é a capital do Brasil. (V)
Conceito de proposição b) Terra é o maior planeta do sistema Solar. (F)

Chama-se proposição a todo conjunto de palavras ou A maioria das proposições são proposições contingenciais,
símbolos que expressam um pensamento ou uma ideia de ou seja, dependem do contexto para sua análise. Assim, por
sentido completo. Assim, as proposições transmitem exemplo, se considerarmos a proposição simples:
pensamentos, isto é, afirmam, declaram fatos ou exprimem
juízos que formamos a respeito de determinados conceitos ou “Existe vida após a morte”, ela poderá ser verdadeira (do
entes. ponto de vista da religião espírita) ou falsa (do ponto de vista
Elas devem possuir além disso: da religião católica); mesmo assim, em ambos os casos, seu valor
- um sujeito e um predicado; lógico é único — ou verdadeiro ou falso.
- e por último, deve sempre ser possível atribuir um valor
lógico: verdadeiro (V) ou falso (F). Classificação das proposições
Preenchendo esses requisitos estamos diante de uma
proposição. As proposições podem ser classificadas em:
Vejamos alguns exemplos: 1) Proposições simples (ou atômicas): são formadas por
A) Terra é o maior planeta do sistema Solar um única oração, sem conectivos, ou seja, elementos de
B) Brasília é a capital do Brasil. ligação. Representamos por letras minusculas: p, q, r,... .
C) Todos os músicos são românticos.
Exemplos:
A todas as frases podemos atribuir um valor lógico (V ou O céu é azul.
F). Hoje é sábado.

2) Proposições compostas (ou moleculares): possuem


elementos de ligação (conectivos) que ligam as orações,

1 Algumas bibliografias consideram apenas dois axiomas o II e o III.

Raciocínio Lógico 3
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APOSTILAS OPÇÃO

podendo ser duas, três, e assim por diante. Representamos por 02. (IF/PA- Auxiliar de Assuntos Educacionais –
letras maiusculas: P, Q, R, ... . IF/PA/2016) Qual sentença a seguir é considerada uma
proposição?
Exemplos: (A) O copo de plástico.
O ceu é azul ou cinza. (B) Feliz Natal!
Se hoje é sábado, então vou a praia. (C) Pegue suas coisas.
(D) Onde está o livro?
Observação: os termos em destaque são alguns dos (E) Francisco não tomou o remédio.
conectivos (termos de ligação) que utilizamos em lógica
matemática. 03. (Cespe/UNB) Na lista de frases apresentadas a seguir:
• “A frase dentro destas aspas é uma mentira.”
3) Proposição (ou sentença) aberta: quando não se • A expressão x + y é positiva.
pode atribuir um valor lógico verdadeiro ou falso para ela (ou • O valor de √4 + 3 = 7.
valorar a proposição!), portanto, não é considerada frase • Pelé marcou dez gols para a seleção brasileira.
lógica. São consideradas sentenças abertas: • O que é isto?
a) Frases interrogativas: Quando será prova? - Estudou Há exatamente:
ontem? – Fez Sol ontem? (A) uma proposição;
b) Frases exclamativas: Gol! – Que maravilhoso! (B) duas proposições;
c) Frase imperativas: Estude e leia com atenção. – Desligue (C) três proposições;
a televisão. (D) quatro proposições;
d) Frases sem sentido lógico (expressões vagas, (E) todas são proposições.
paradoxais, ambíguas, ...): “esta frase é verdadeira” (expressão
paradoxal) – O cavalo do meu vizinho morreu (expressão Respostas
ambígua) – 2 + 3 + 7
01. Resposta: D.
4) Proposição (sentença) fechada: quando a proposição Analisando as alternativas temos:
admitir um único valor lógico, seja ele verdadeiro ou falso, (A) Frases interrogativas não são consideradas
nesse caso, será considerada uma frase, proposição ou proposições.
sentença lógica. (B) O sujeito aqui é indeterminado, logo não podemos
definir quem é ele.
Observe os exemplos: (C) Trata-se de uma proposição composta
(D) É uma frase declarativa onde podemos identificar o
Frase Sujeito Verbo Conclusão sujeito da frase e atribuir a mesma um valor lógico.
Maria é Maria É (ser) É uma frase
baiana (simples) lógica 02. Resposta: E.
Lia e Maria Lia e Maria Têm (ter) É uma frase Analisando as alternativas temos:
têm dois (composto) lógica (A) Não é uma oração composta de sujeito e predicado.
irmãos (B) É uma frase imperativa/exclamativa, logo não é
Ventou Inexistente Ventou É uma frase proposição.
hoje (ventar) lógica (C) É uma frase que expressa ordem, logo não é proposição.
Um lindo Um lindo Frase sem NÂO é uma (D) É uma frase interrogativa.
livro de livro verbo frase lógica (E) Composta de sujeito e predicado, é uma frase
literatura declarativa e podemos atribuir a ela valores lógicos.
Manobrar Frase sem Manobrar NÂO é uma
esse carro sujeito frase lógica 03. Resposta: B.
Existe vida Vida Existir É uma frase Analisemos cada alternativa:
em Marte lógica (A) “A frase dentro destas aspas é uma mentira”, não
podemos atribuir valores lógicos a ela, logo não é uma
Sentenças representadas por variáveis sentença lógica.
a) x + 4 > 5; (B) A expressão x + y é positiva, não temos como atribuir
b) Se x > 1, então x + 5 < 7; valores lógicos, logo não é sentença lógica.
c) x = 3 se, e somente se, x + y = 15. (C) O valor de √4 + 3 = 7; é uma sentença lógica pois
podemos atribuir valores lógicos, independente do resultado
Observação: Os termos “atômicos” e “moleculares” que tenhamos
referem-se à quantidade de verbos presentes na frase. (D) Pelé marcou dez gols para a seleção brasileira, também
Consideremos uma frase com apenas um verbo, então ela será podemos atribuir valores lógicos (não estamos considerando
dita atômica, pois se refere a apenas um único átomo (1 verbo a quantidade certa de gols, apenas se podemos atribuir um
= 1 átomo); consideremos, agora, uma frase com mais de um valor de V ou F a sentença).
verbo, então ela será dita molecular, pois se refere a mais de (E) O que é isto? - como vemos não podemos atribuir
um átomo (mais de um átomo = uma molécula). valores lógicos por se tratar de uma frase interrogativa.

Questões Conceito de Tabela Verdade

01. (Pref. Tanguá/RJ- Fiscal de Tributos – MS Sabemos que tabela verdade é toda tabela que atribui,
CONCURSOS/2017) Qual das seguintes sentenças é previamente, os possíveis valores lógicos que as proposições
classificada como uma proposição simples? simples podem assumir, como sendo verdadeiras (V) ou
(A) Será que vou ser aprovado no concurso? falsas (F), e, por consequência, permite definir a solução de
(B) Ele é goleiro do Bangu. uma determinada fórmula (proposição composta).
(C) João fez 18 anos e não tirou carta de motorista.
(D) Bashar al-Assad é presidente dos Estados Unidos.

Raciocínio Lógico 4
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APOSTILAS OPÇÃO

De acordo com o Princípio do Terceiro Excluído, toda a 1ª proposição 4 valores V e 4 valores F se alternam de 4 em
proposição simples “p” é verdadeira ou falsa, ou seja, possui o 4 , para a 2ª proposição temos que os valores se alternam de 2
valor lógico V (verdade) ou o valor lógico F (falsidade). em 2 (metade da 1ª proposição) e para a 3ª proposição temos
Em se tratando de uma proposição composta, a valores que se alternam de 1 em 1(metade da 2ª proposição).
determinação de seu valor lógico, conhecidos os valores
lógicos das proposições simples componentes, se faz com base
no seguinte princípio, vamos relembrar:

O valor lógico de qualquer proposição composta


depende UNICAMENTE dos valores lógicos das
proposições simples componentes, ficando por eles
UNIVOCAMENTE determinados.

Para determinarmos esses valores recorremos a um


dispositivo prático que é o objeto do nosso estudo: A tabela
verdade. Em que figuram todos os possíveis valores lógicos da
proposição composta (sua solução) correspondente a todas as (Fonte: http://www.colegioweb.com.br/nocoes-de-logica/tabela-
possíveis atribuições de valores lógicos às proposições verdade.html)
simples componentes.
Vejamos alguns exemplos:
Número de linhas de uma Tabela Verdade
O número de linhas de uma proposição composta depende 01. (FCC) Com relação à proposição: “Se ando e bebo,
do número de proposições simples que a integram, sendo dado então caio, mas não durmo ou não bebo”. O número de linhas
pelo seguinte teorema: da tabela-verdade da proposição composta anterior é igual a:
(A) 2;
“A tabela verdade de uma proposição composta com n* (B) 4;
proposições simples componentes contém 2n linhas.” (* (C) 8;
Algumas bibliografias utilizam o “p” no lugar do “n”) (D) 16;
Os valores lógicos “V” e “F” se alteram de dois em dois para (E) 32.
a primeira proposição “p” e de um em um para a segunda
proposição “q”, em suas respectivas colunas, e, além disso, VV, Vamos contar o número de verbos para termos a
VF, FV e FF, em cada linha, são todos os arranjos binários com quantidade de proposições simples e distintas contidas na
repetição dos dois elementos “V” e “F”, segundo ensina a proposição composta. Temos os verbos “andar’, “beber”, “cair”
Análise Combinatória. e “dormir”. Aplicando a fórmula do número de linhas temos:
Número de linhas = 2n = 24 = 16 linhas.
Construção da tabela verdade de uma proposição Resposta D.
composta
Para sua construção começamos contando o número de 02. (Cespe/UnB) Se “A”, “B”, “C” e “D” forem proposições
proposições simples que a integram. Se há n proposições simples e distintas, então o número de linhas da tabela-
simples componentes, então temos 2n linhas. Feito isso, verdade da proposição (A → B) ↔ (C → D) será igual a:
atribuimos a 1ª proposição simples “p1” 2n / 2 = 2n -1 valores (A) 2;
V , seguidos de 2n – 1 valores F, e assim por diante. (B) 4;
(C) 8;
Exemplos (D) 16;
1) Se tivermos 2 proposições temos que 2n =22 = 4 linhas e (E) 32.
2n – 1 = 22 - 1 = 2, temos para a 1ª proposição 2 valores V e 2
valores F se alternam de 2 em 2 , para a 2ª proposição temos Veja que podemos aplicar a mesma linha do raciocínio
que os valores se alternam de 1 em 1 (ou seja metade dos acima, então teremos:
valores da 1ª proposição). Observe a ilustração, a primeira Número de linhas = 2n = 24 = 16 linhas.
parte dela corresponde a árvore de possibilidades e a segunda Resposta D.
a tabela propriamente dita.
Estudo dos Operadores e Operações Lógicas

Quando efetuamos certas operações sobre proposições


chamadas operações lógicas, efetuamos cálculos
proposicionais, semelhantes a aritmética sobre números, de
forma a determinarmos os valores das proposições.

1) Negação ( ~ ): chamamos de negação de uma


proposição representada por “não p” cujo valor lógico é
verdade (V) quando p é falsa e falsidade (F) quando p é
verdadeira. Assim “não p” tem valor lógico oposto daquele de
p.
(Fonte: http://www.colegioweb.com.br/nocoes-de-logica/tabela-
Pela tabela verdade temos:
verdade.html)

2) Neste caso temos 3 proposições simples, fazendo os


cálculos temos: 2n =23 = 8 linhas e 2n – 1 = 23 - 1 = 4, temos para

Raciocínio Lógico 5
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APOSTILAS OPÇÃO

Simbolicamente temos: (c)


~V = F ; ~F = V p: Pelé é jogador de futebol. (V)
V(~p) = ~V(p) q: A seleção brasileira é octacampeã. (F)
V(p ^ q ) = V(p) ^ V(q) = V ^ F = F
Exemplos
(d)
Proposição Negação: ~p p: A neve é azul. (F)
(afirmações): p q: 7 é número ímpar. (V)
Carlos é médico Carlos NÃO é médico V(p ^ q ) = V(p) ^ V(q) = F ^ V = F
Juliana é carioca Juliana NÃO é carioca
Nicolas está de Nicolas NÃO está de - O valor lógico de uma proposição simples “p” é indicado
férias férias por V(p). Assim, exprime-se que “p” é verdadeira (V),
Norberto foi NÃO É VERDADE QUE escrevendo:
trabalhar Norberto foi trabalhar V(p) = V

A primeira parte da tabela todas as afirmações são - Analogamente, exprime-se que “p” é falsa (F),
verdadeiras, logo ao negarmos temos passam a ter como valor escrevendo:
lógico a falsidade. V(p) = F

- Dupla negação (Teoria da Involução): vamos - As proposições compostas, representadas, por exemplo,
considerar as seguintes proposições primitivas, p:” Netuno é o pelas letras maiúsculas “P”, “Q”, “R”, “S” e “T”, terão seus
planeta mais distante do Sol”; sendo seu valor verdadeiro ao respectivos valores lógicos representados por:
negarmos “p”, vamos obter a seguinte proposição ~p: “Netuno V(P), V(Q), V(R), V(S) e V(T).
NÂO é o planeta mais distante do Sol” e negando novamente a
proposição “~p” teremos ~(~p): “NÃO É VERDADE que Netuno 3) Disjunção inclusiva – soma lógica – disjunção
NÃO é o planeta mais distante do Sol”, sendo seu valor lógico simples (v): chama-se de disjunção inclusiva de duas
verdadeiro (V). Logo a dupla negação equivale a termos de proposições p e q a proposição representada por “p ou q”, cujo
valores lógicos a sua proposição primitiva. valor lógico é verdade (V) quando pelo menos uma das
proposições, p e q, é verdadeira e falsidade (F) quando
p ≡ ~(~p) ambas são falsas.
Simbolicamente: “p v q” (lê-se: “p OU q”).
Observação: O termo “equivalente” está associado aos Pela tabela verdade temos:
“valores lógicos” de duas fórmulas lógicas, sendo iguais pela
natureza de seus valores lógicos.
Exemplo:
1. Saturno é um planeta do sistema solar.
2. Sete é um número real maior que cinco.

Sabendo-se da realidade dos valores lógicos das


proposições “Saturno é um planeta do sistema solar” e “Sete é
um número rela maior que cinco”, que são ambos verdadeiros Exemplos
(V), conclui-se que essas proposições são equivalentes, em (a)
termos de valores lógicos, entre si. p: A neve é branca. (V)
q: 3 < 5. (V)
2) Conjunção – produto lógico (^): chama-se de V(p v q) = V(p) v V(q) = V v V = V
conjunção de duas proposições p e q a proposição
representada por “p e q”, cujo valor lógico é verdade (V) (b)
quando as proposições, p e q, são ambas verdadeiras e p: A neve é azul. (F)
q: 6 < 5. (F)
falsidade (F) nos demais casos.
V(p v q) = V(p) v V(q) = F v F = F
Simbolicamente temos: “p ^ q” (lê-se: “p E q”).

Pela tabela verdade temos: (c)


p: Pelé é jogador de futebol. (V)
q: A seleção brasileira é octacampeã. (F)
V(p v q) = V(p) v V(q) = V v F = V

(d)
p: A neve é azul. (F)
q: 7 é número ímpar. (V)
V(p v q) = V(p) v V(q) = F v V = V
Exemplos
(a) 4) Disjunção exclusiva ( v ): chama-se disjunção
p: A neve é branca. (V) exclusiva de duas proposições p e q, cujo valor lógico é
q: 3 < 5. (V) verdade (V) somente quando p é verdadeira ou q é
V(p ^ q ) = V(p) ^ V(q) = V ^ V = V verdadeira, mas não quando p e q são ambas verdadeiras
e a falsidade (F) quando p e q são ambas verdadeiras ou
(b) ambas falsas.
p: A neve é azul. (F) Simbolicamente: “p v q” (lê-se; “OU p OU q”; “OU p OU q,
q: 6 < 5. (F) MAS NÃO AMBOS”).
V(p ^ q ) = V(p) ^ V(q) = F ^ F = F Pela tabela verdade temos:

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APOSTILAS OPÇÃO

Simbolicamente: “p ↔ q” (lê-se: p é condição necessária e


suficiente para q; q é condição necessária e suficiente para p).

Pela tabela verdade temos:

Para entender melhor vamos analisar o exemplo.


p: Nathan é médico ou professor. (Ambas podem ser
verdadeiras, ele pode ser as duas coisas ao mesmo tempo, uma
condição não exclui a outra – disjunção inclusiva). Exemplos
Podemos escrever: (a)
Nathan é médico ^ Nathan é professor p: A neve é branca. (V)
q: 3 < 5. (V)
q: Mario é carioca ou paulista (aqui temos que se Mario é V(p ↔ q) = V(p) ↔ V(q) = V ↔ V = V
carioca implica que ele não pode ser paulista, as duas coisas
não podem acontecer ao mesmo tempo – disjunção exclusiva). (b)
Reescrevendo: p: A neve é azul. (F)
Mario é carioca v Mario é paulista. q: 6 < 5. (F)
V(p ↔ q) = V(p) ↔ V(q) = F ↔ F = V
Exemplos
a) Plínio pula ou Lucas corre, mas não ambos. (c)
b) Ou Plínio pula ou Lucas corre. p: Pelé é jogador de futebol. (V)
q: A seleção brasileira é octacampeã. (F)
5) Implicação lógica ou condicional (→): chama-se V(p ↔ q) = V(p) ↔ V(q) = V ↔ F = F
proposição condicional ou apenas condicional representada
por “se p então q”, cujo valor lógico é falsidade (F) no caso em (d)
que p é verdade e q é falsa e a verdade (V) nos demais p: A neve é azul. (F)
casos. q: 7 é número ímpar. (V)
V(p ↔ q) = V(p) ↔ V(q) = F ↔ V = F
Simbolicamente: “p → q” (lê-se: p é condição suficiente
para q; q é condição necessária para p). Transformação da linguagem corrente para a
p é o antecedente e q o consequente e “→” é chamado de simbólica
símbolo de implicação. Este é um dos tópicos mais vistos em diversas provas e por
isso vamos aqui detalhar de forma a sermos capazes de
Pela tabela verdade temos: resolver questões deste tipo.

Sejam as seguintes proposições simples denotadas por “p”,


“q” e “r” representadas por:
p: Luciana estuda.
q: João bebe.
r: Carlos dança.

Exemplos Sejam, agora, as seguintes proposições compostas


(a) denotadas por: “P ”, “Q ”, “R ”, “S ”, “T ”, “U ”, “V ” e “X ”
p: A neve é branca. (V) representadas por:
q: 3 < 5. (V) P: Se Luciana estuda e João bebe, então Carlos não dança.
V(p → q) = V(p) → V(q) = V → V = V Q: É falso que João bebe ou Carlos dança, mas Luciana não
estuda.
(b) R: Ou Luciana estuda ou Carlos dança se, e somente se,
p: A neve é azul. (F) João não bebe.
q: 6 < 5. (F)
V(p → q) = V(p) → V(q) = F → F = V O primeiro passo é destacarmos os operadores lógicos
(modificadores e conectivos) e as proposições. Depois
(c) reescrevermos de forma simbólica, vajamos:
p: Pelé é jogador de futebol. (V)
q: A seleção brasileira é octacampeã. (F)
V(p → q) = V(p) → V(q) = V → F = F

(d) Juntando as informações temos que, P: (p ^ q) → ~r


p: A neve é azul. (F)
q: 7 é número ímpar. (V) Continuando:
V(p → q) = V(p) → V(q) = F → V = V
Q: É falso que João bebe ou Carlos dança, mas Luciana
6) Dupla implicação ou bicondicional (↔):chama-se estuda.
proposição bicondicional ou apenas bicondicional
representada por “p se e somente se q”, cujo valor lógico é
verdade (V) quando p e q são ambas verdadeiras ou falsas
e a falsidade (F) nos demais casos.

Raciocínio Lógico 7
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Proposição Nova forma de escrever a


proposição
((~(~(p ^ q))) v (~p)) ~~ (p ^ q) v ~p
((~p) → (q → (~(p v ~p→ (q → ~(p v r))
r))))
Simbolicamente temos: Q: ~ (q v r ^ ~p).
- Outros símbolos para os conectivos (operadores lógicos):
R: Ou Luciana estuda ou Carlos dança se, e somente se, “¬” (cantoneira) para negação (~).
João não bebe. “●” e “&” para conjunção (^).
(p v r) ↔ ~q “‫( ”ﬤ‬ferradura) para a condicional (→).

Observação: os termos “É falso que”, “Não é verdade que”, Em síntese temos a tabela verdade das proposições que
“É mentira que” e “É uma falácia que”, quando iniciam as facilitará na resolução de diversas questões
frases negam, por completo, as frases subsequentes.

- O uso de parêntesis
A necessidade de usar parêntesis na simbolização das
proposições se deve a evitar qualquer tipo de ambiguidade,
assim na proposição, por exemplo, p ^ q v r, nos dá a seguinte
proposições:
(Fonte: http://www laifi.com.)

(I) (p ^ q) v r - Conectivo principal é da disjunção.


Exemplo
(II) p ^ (q v r) - Conectivo principal é da conjunção.
Vamos construir a tabela verdade da proposição:
P(p,q) = ~ (p ^ ~q)
As quais apresentam significados diferentes, pois os
conectivos principais de cada proposição composta dá valores
1ª Resolução) Vamos formar o par de colunas
lógicos diferentes como conclusão.
correspondentes as duas proposições simples p e q. Em
Agora observe a expressão: p ^ q → r v s, dá lugar,
seguida a coluna para ~q , depois a coluna para p ^ ~q e a
colocando parêntesis as seguintes proposições:
útima contento toda a proposição ~ (p ^ ~q), atribuindo todos
a) ((p ^ q) → r) v s
os valores lógicos possíveis de acordo com os operadores
b) p ^ ((q → r) v s)
lógicos.
c) (p ^ (q → r)) v s
d) p ^ (q → (r v s))
p q ~q p ^~q ~ (p ^ ~q)
e) (p ^ q) → (r v s)
V V F F V
Aqui duas quaisquer delas não tem o mesmo significado. V F V V F
Porém existem muitos casos que os parêntesis são suprimidos, F V F F V
a fim de simplificar as proposições simbolizadas, desde que, F F V F V
naturalmente, ambiguidade alguma venha a aparecer. Para
isso a supressão do uso de parêntesis se faz mediante a 2ª Resolução) Vamos montar primeiro as colunas
algumas convenções, das quais duas são particularmente correspondentes a proposições simples p e q , depois traçar
importantes: colunas para cada uma dessas proposições e para cada um dos
conectivos que compõem a proposição composta.
1ª) A “ordem de precedência” para os conectivos é: p q ~ (p ^ ~ q)
(I) ~ (negação) V V
(II) ^, v (conjunção ou disjunção têm a mesma V F
precedência, operando-se o que ocorrer primeiro, da esquerda F V
para direita). F F
(III) → (condicional)
(IV) ↔ (bicondicional) Depois completamos, em uma determinada ordem as
Portanto o mais “fraco” é “~” e o mais “forte” é “↔”. colunas escrevendo em cada uma delas os valores lógicos.
p q ~ (p ^ ~ q)
Logo: Os símbolos → e ↔ têm preferência sobre ^ e v. V V V V
V F V F
Exemplo F V F V
p → q ↔ s ^ r , é uma bicondicional e nunca uma F F F F
condicional ou uma conjunção. Para convertê-la numa 1 1
condicional há que se usar parêntesis:
p →( q ↔ s ^ r ) p q ~ (p ^ ~ q)
E para convertê-la em uma conjunção:
V V V F V
(p → q ↔ s) ^ r
V F V V F
F V F F V
2ª) Quando um mesmo conectivo aparece
sucessivamente repetido, suprimem-se os parêntesis, F F F V F
fazendo-se a associação a partir da esquerda. 1 2 1

Segundo estas duas convenções, as duas seguintes p q ~ (p ^ ~ q)


proposições se escrevem: V V V F F V
V F V V V F
F V F F F V

Raciocínio Lógico 8
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APOSTILAS OPÇÃO

F F F F V F 2) Comutativa: p ^ q ⇔ q ^ p
1 3 2 1 A tabela verdade de p ^ q e q ^ p são idênticas, ou seja, a
bicondicional p ^ q ↔ q ^ p é tautológica.
p q ~ (p ^ ~ q)
V V V V F F V p q p^q q^p p^q↔q^p
V F F V V V F V V V V V
F V V F F F V V F F F V
F F V F F V F F V F F V
4 1 3 2 1 F F F F V

Observe que vamos preenchendo a tabela com os valores 3) Associativa: (p ^ q) ^ r ⇔ p ^ (q ^ r)


lógicos (V e F), depois resolvemos os operadores lógicos A tabela verdade de (p ^ q) ^ r e p ^ (q ^ r) são idênticas,
(modificadores e conectivos) e obtemos em 4 os valores ou seja, a bicondicional (p ^ q) ^ r ↔ p ^ (q ^ r) é tautológica.
lógicos da proposição que correspondem a todas possíveis
atribuições de p e q de modo que: p q r p^q (p ^ q) ^ r q^r p ^ (q ^ r)
V V V V V V V
P(V V) = V, P(V F) = F, P(F V) = V, P(F F) = V V V F V F F F
V F V F F F F
A proposição P(p,q) associa a cada um dos elementos do V F F F F F F
conjunto U – {VV, VF, FV, FF} com um ÚNICO elemento do F V V F F V F
conjunto {V,F}, isto é, P(p,q) outra coisa não é que uma função F V F F F F F
de U em {V,F} F F V F F F F
F F F F F F F
P(p,q): U → {V,F} , cuja representação gráfica por um
diagrama sagital é a seguinte: 4) Identidade: p ^ t ⇔ p e p ^ w ⇔ w
A tabela verdade de p ^ t e p, e p ^ w e w são idênticas, ou
seja, a bicondicional p ^ t ↔ p e p ^ w ↔ w são tautológicas.

p t w p^t p^w p^t↔p p^w↔w


V V F V F V V
F V F F F V V

Estas propriedades exprimem que t e w são


respectivamente elemento neutro e elemento absorvente da
conjunção.
3ª Resolução) Resulta em suprimir a tabela verdade
anterior as duas primeiras da esquerda relativas às Propriedades da Disjunção: Sendo as proposições p, q e
proposições simples componentes p e q. Obtermos então a r simples, quaisquer que sejam t e w, proposições também
seguinte tabela verdade simplificada: simples, cujos valores lógicos respectivos são V (verdade) e
F(falsidade), temos as seguintes propriedades:
~ (p ^ ~ q)
V V F F V 1) Idempotente: p v p ⇔ p
F V V V F A tabela verdade de p v p e p, são idênticas, ou seja, a
V F F F V bicondicional p v p ↔ p é tautológica.
V F F V F
4 1 3 2 1 p pvp pvp↔p
V V V
Referências F F V
CABRAL, Luiz Cláudio Durão; NUNES, Mauro César de Abreu - Raciocínio
lógico passo a passo – Rio de Janeiro: Elsevier, 2013. 2) Comutativa: p v q ⇔ q v p
ALENCAR FILHO, Edgar de – Iniciação a lógica matemática – São Paulo: A tabela verdade de p v q e q v p são idênticas, ou seja, a
Nobel – 2002.
bicondicional p v q ↔ q v p é tautológica.
ÁLGEBRA DAS PROPOSIÇÕES
p q pvq qvp pvq↔qvp
Propriedades da Conjunção: Sendo as proposições p, q e V V V V V
r simples, quaisquer que sejam t e w, proposições também V F V V V
simples, cujos valores lógicos respectivos são V (verdade) e F V V V V
F(falsidade), temos as seguintes propriedades: F F F F V

1) Idempotente: p ^ p ⇔ p (o símbolo “⇔” representa 3) Associativa: (p v q) v r ⇔ p v (q v r)


equivalência). A tabela verdade de (p v q) v r e p v (q v r) são idênticas, ou
A tabela verdade de p ^ p e p, são idênticas, ou seja, a seja, a bicondicional (p v q) v r ↔ p v (q v r) é tautológica.
bicondicional p ^ p ↔ p é tautológica.
p q r pvq (p v q) v r qvr p v (q v r)
p p^p p^p↔p V V V V V V V
V V V V V F V V V V
F F V V F V V V V V
V F F V V F V

Raciocínio Lógico 9
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APOSTILAS OPÇÃO

F V V V V V V p q p^q p v (p ^ q) p v (p ^ q) ↔ p
F V F V V V V V V V V V
F F V F V V V V F F V V
F F F F F F F F V F F V
F F F F V
4) Identidade: p v t ⇔ t e p v w ⇔ p
A tabela verdade de p v t e p, e p v w e w são idênticas, ou Referências
seja, a bicondicional p v t ↔ t e p v w ↔ p são tautológicas. CABRAL, Luiz Cláudio Durão; NUNES, Mauro César de Abreu - Raciocínio
lógico passo a passo – Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.
ALENCAR FILHO, Edgar de – Iniciação a lógica matemática – São Paulo:
p t w pvt pvw pvt↔t pvw↔p Nobel – 2002.
V V F V V V V
F V F V F V V Questões

Estas propriedades exprimem que t e w são 01. (MEC – Conhecimentos básicos para os Postos
respectivamente elemento absorvente e elemento neutro da 9,10,11 e 16 – CESPE/2015)
disjunção.

Propriedades da Conjunção e Disjunção: Sejam p, q e r


proposições simples quaisquer.
1) Distributiva:
- p ^ (q v r) ⇔ (p ^ q) v (p ^ r)
- p v (q ^ r) ⇔ (p v q) ^ (p v r)

A tabela verdade das proposições p ^ (q v r) e (p v q) ^ (p


v r) são idênticas, e observamos que a bicondicional p ^ (q v r)
↔ (p ^ q) v (p ^ r) é tautológica.

p q r q v p ^ (q v p ^ p ^ (p ^ q) v (p ^
r r) q r r) A figura acima apresenta as colunas iniciais de uma tabela-
V V V V V V V V verdade, em que P, Q e R representam proposições lógicas, e V
V V F V V V F V e F correspondem, respectivamente, aos valores lógicos
V F V V V F V V verdadeiro e falso.
V F F F F F F F Com base nessas informações e utilizando os conectivos
F V V V F F F F lógicos usuais, julgue o item subsecutivo.
F V F V F F F F
F F V V F F F F A última coluna da tabela-verdade referente à proposição
F F F F F F F F lógica P v (Q↔R) quando representada na posição horizontal
é igual a
Analogamente temos ainda que a tabela verdade das
proposições p v (q ^ r) e (p v q) ^ (p v r) são idênticas e sua
bicondicional p v (q ^ r) ↔ (p v q) ^ (p v r) é tautológica.
( ) Certo ( ) Errado
A equivalência p ^ (q v r) ↔ (p ^ q) v (p ^ r), exprime que a
conjunção é distributiva em relação à disjunção e a 02. (BRDE-Analista de Sistemas, Desenvolvimento de
equivalência p v (q ^ r) ↔ (p v q) ^ (p v r), exprime que a Sistemas – FUNDATEC/2015)
disjunção é distributiva em relação à conjunção. Qual operação lógica descreve a tabela verdade da função
Exemplo: Z abaixo cujo operandos são A e B? Considere que V significa
“Carlos estuda E Jorge trabalha OU viaja” é equivalente à Verdadeiro, e F, Falso.
seguinte proposição:
“Carlos estuda E Jorge trabalha” OU “Carlos estuda E Jorge
viaja”.

2) Absorção:
- p ^ (p v q) ⇔ p
- p v (p ^ q) ⇔ p

A tabela verdade das proposições p ^ (p v q) e p, ou seja, a


bicondicional p ^ (p v q) ↔ p é tautológica.
(A) Ou.
(B) E.
p q pvq p ^ (p v q) p ^ (p v q) ↔ p
(C) Ou exclusivo.
V V V V V (D) Implicação (se...então).
V F V V V (E) Bicondicional (se e somente se).
F V V F V
F F F F V 03. (EBSERH – Técnico em Citopatologia – INSTITUTO
AOCP/2015) Considerando a proposição composta ( p ∨ r ) , é
Analogamente temos ainda que a tabela verdade das correto afirmar que
proposições p v (p ^ q) e p são idênticas, ou seja a bicondicional (A) a proposição composta é falsa se apenas p for falsa.
p v (p ^ q) ↔ p é tautológica. (B) a proposição composta é falsa se apenas r for falsa.

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APOSTILAS OPÇÃO

(C) para que a proposição composta seja verdadeira é Portanto, (p ^ q) → (p ↔ q) é uma tautologia, por isso (p ^
necessário que ambas, p e r sejam verdadeiras. q) ⇒ (p ↔q).
(D) para que a proposição composta seja verdadeira é
necessário que ambas, p e r sejam falsas. Em particular:
(E) para que a proposição composta seja falsa é necessário - Toda proposição implica uma Tautologia: p ⇒ p v ~p
que ambas, p e r sejam falsas.
p p v ~p
Respostas V V
01. Resposta: Certo. F V
P v (Q↔R), montando a tabela verdade temos:
- Somente uma contradição implica uma contradição: p ^
R Q P [P v (Q ↔ R) ]
~p ⇒ p v ~p → p ^ ~p
V V V V V V V V
V V F F V V V V
p ~p p ^ ~p p v ~p → p ^ ~p
V F V V V F F V
V F F F F F F V V F F F
F V V V V V F F
F V F F F V F F F V F F
F F V V V F V F
F F F F V F V F Propriedades da Implicação Lógica
A implicação lógica goza das propriedades reflexiva e
transitiva:
02. Resposta: D.
Observe novamente a tabela abaixo, considere A = p, B = q
Reflexiva: P(p,q,r,...) ⇒ P(p,q,r,...)
e Z = condicional.
Uma proposição complexa implica ela mesma.
Transitiva: Se P(p,q,r,...) ⇒ Q(p,q,r,...) e
Q(p,q,r,...) ⇒ R(p,q,r,...), então
P(p,q,r,...) ⇒ R(p,q,r,...)
Se P ⇒ Q e Q ⇒ R, então P ⇒ R.

Exemplificação e Regras de Inferência


03. Resposta: E.
Inferência é o ato de derivar conclusões lógicas de
Como já foi visto, a disjunção só é falsa quando as duas
proposições conhecidas ou decididamente verdadeiras. Em
proposições são falsas.
outras palavras :é a obtenção de novas proposições a partir de
proposições verdadeiras já existentes. Vejamos as regras de
IMPLICAÇÃO LÓGICA
inferência obtidas da implicação lógica:
Uma proposição P(p,q,r,...) implica logicamente ou apenas
1 – A tabela verdade das proposições p ^ q, p v q , p ↔ q
implica uma proposição Q(p,q,r,...) se Q(p,q,r,...) é verdadeira
é:
(V) todas as vezes que P(p,q,r,...) é verdadeira (V), ou seja, a
proposição P implica a proposição Q, quando a condicional P
→ Q for uma tautologia.
Representamos a implicação com o símbolo “⇒”,
simbolicamente temos:

P(p,q,r,...) ⇒ Q(p,q,r,...).
A proposição “p ^ q” é verdadeira (V) somente na 1ª linha,
A não ocorrência de VF na tabela verdade de P → Q, ou e também nesta linha as proposições “p v q” e “p → q” também
ainda que o valor lógico da condicional P → Q será sempre V, são. Logo a primeira proposição IMPLICA cada uma das outras
ou então que P → Q é uma tautologia. duas proposições.
Então:
Observação: Os símbolos “→” e “⇒” são completamente p^q⇒pvq
distintos. O primeiro (“→”) representa a condicional, que é um p^q⇒p→q
conectivo. O segundo (“⇒”) representa a relação de implicação
lógica que pode ou não existir entre duas proposições. A tabela acima também demonstram as importantes
Regras de Inferência:
Exemplo: Adição – p ⇒ p v q e q ⇒ p v q
A tabela verdade da condicional (p ^ q) → (p ↔ q) será: Simplificação – p ^ q ⇒ p e p ^ q ⇒ q

p q p^q p↔q (p ^ q) → (p ↔ q) 2 – A tabela verdade das proposições p ↔ q, p → q e q →


p, é:
V V V V V L p q p↔q p→q q→p
V F F F V 1ª V V V V V
F V F F V 2ª V F F F V
F F F V V 3ª F V F V F

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APOSTILAS OPÇÃO

4ª F F V V V (p v q) ^ ~q ⇒ p

Modus ponens (p → q) ^ p ⇒ q
A proposição “p ↔ q” é verdadeira (V) na 1ª e 4ª linha e as
proposições “p → q” e “q → p” também são verdadeiras. Logo a Modus tollens (p → q) ^ ~q ⇒ ~p
primeira proposição IMPLICA cada uma das outras duas
proposições. Então:
Referência
p↔q⇒p→q e p↔q⇒q→p ALENCAR FILHO, Edgar de – Iniciação a lógica matemática – São Paulo:
Nobel – 2002.
3 - Dada a proposição: (p v q) ^ ~p sua tabela verdade é:
Questões

01. (TJ/PI – Analista Judiciário – Escrivão Judicial –


FGV/2015) Renato falou a verdade quando disse:
• Corro ou faço ginástica.
• Acordo cedo ou não corro.
• Como pouco ou não faço ginástica.
Esta proposição é verdadeira somente na 3ª linha e nesta Certo dia, Renato comeu muito.
linha a proposição “q” também verdadeira, logo subsiste a
IMPLICAÇÃO LÓGICA, denominada Regra do Silogismo É correto concluir que, nesse dia, Renato:
disjuntivo. (A) correu e fez ginástica;
(p v q) ^ ~p ⇒ q (B) não fez ginástica e não correu;
(C) correu e não acordou cedo;
É válido também: (p v q) ^ ~q ⇒ p (D) acordou cedo e correu;
(E) não fez ginástica e não acordou cedo.
4 – A tabela verdade da proposição (p → q) ^ p é:
02. Dizer que “André é artista ou Bernardo não é
engenheiro” é logicamente equivalente a dizer que:
(A) André é artista se e somente Bernardo não é
engenheiro.
(B) Se André é artista, então Bernardo não é engenheiro.
(C) Se André não é artista, então Bernardo é engenheiro.
(D) Se Bernardo é engenheiro, então André é artista.
(E) André não é artista e Bernardo é engenheiro.
A proposição é verdadeira somente na 1ª linha, e nesta
03. Dizer que “Pedro não é pedreiro ou Paulo é paulista,” é
linha a proposição “q” também é verdadeira, logo subsiste a
do ponto de vista lógico, o mesmo que dizer que:
IMPLICAÇÃO LÓGICA, também denominada Regra de Modus
(A) Se Pedro é pedreiro, então Paulo é paulista.
ponens.
(B) Se Paulo é paulista, então Pedro é pedreiro.
(C) Se Pedro não é pedreiro, então Paulo é paulista.
(p → q) ^ p ⇒ q
(D) Se Pedro é pedreiro, então Paulo não é paulista.
(E) Se Pedro não é pedreiro, então Paulo não é paulista.
5 – A tabela verdade das proposições (p → q) ^ ~q e ~p
é:
Resposta

01. Resposta: D.
Na disjunção, para evitarmos que elas fiquem falsas, basta
por uma das proposições simples como verdadeira, logo:
“Renato comeu muito”
Como pouco ou não faço ginástica
F V
A proposição (p → q) ^ ~q é verdadeira somente na 4º
linha e nesta a proposição “~p” também é verdadeira, logo Corro ou faço ginástica
subsiste a IMPLICAÇÃO LÓGICA, denominada de Regra Modus V F
tollens.
(p → q) ^ ~q ⇒ ~p Acordo cedo ou não corro
V F
Observe que “~p” implica “p → q”, isto é: ~p ⇒ p → q
Portanto ele:
Recapitulando as Regras de Inferência aplicadas a Comeu muito
Implicação Lógica: Não fez ginástica
Correu, e;
Adição p⇒pvq Acordou cedo
q⇒pvq
02. Resposta D
Simplificação p^q⇒p Na expressão temos ~p v q  p  q  ~q  ~p. Temos
p^q⇒q duas possibilidades de equivalência p  q: Se André não é
artista , então Bernardo não é engenheiro. Porém não temos
Silogismo disjuntivo (p v q) ^ ~p ⇒ q

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APOSTILAS OPÇÃO

essa opção ~q  ~p: Se Bernardo é engenheiro, então André V V F V V V V F F


é artista. Logo reposta letra d).
V F V V F F V V V
03. Resposta: A.
Na expressão temos ~p v q  p  q p  q: Se Pedro é F V F F V V F F F
pedreiro, então Paulo é paulista. Letra a).
F F F F V F F F V
NEGAÇÃO DAS PROPOSIÇÕES COMPOSTAS
- Negação de uma bicondicional
Para se negar uma proposição composta é necessário que Ao negarmos uma bicondicional do tipo “p ↔ q” estaremos
se entenda que irá gerar uma outra proposição composta negando a sua formula equivalente dada por “(p → q) ∧ (q →
equivalente a negação de sua primitiva. p)”, assim, negaremos uma conjunção cujas partes são duas
De modo geral temos que: condicionais: “(p → q)” e “(q → p)”. Aplicando-se a negação de
Sejam “♦” e “♪” conectivos lógicos quaisquer. uma conjunção a essa bicondicional, teremos:
Temos ~ (p ♦ q) ⇔ (p ♪ q). ~ (p ↔ q) ⇔ ~ [(p → q) ∧ (q → p)] ⇔ [(p ∧ ~q) ∨ (q ∧ ~p)]
Obs.: O símbolo “⇔” representa equivalência entre as
proposições. p q ~ (p ↔ q)

Tem-se que: “p ♪ q” é equivalente à negação de “p ♦ q” e V V F V V V


ainda “p ♦ q” é uma proposição oposta à “p ♪ q”.
V F V V F F

F V V F F V

F F F F V F

~ [(p → q) ^ (q → p)]

F V V V V V V V

V V F F F F V V

V F V V F V F F

Vejamos: F F V F V F V F
– Negação de uma disjunção exclusiva
Por definição, ao negar-se uma DISJUNÇÃO EXCLUSIVA,
gera-se uma BICONDICIONAL. (p ^ ~q) v (q ^ ~p)
~ (p v q) ⇔ (p ↔ q) ⇔ (p → q) ^ (q → p)
V F F F V F F

p q ~ (p v q) V V V V F F F

V V V V F V F F F V V V V

V F F V V F F F V F F F V

F V F F V V

F F V F F F DUPLA NEGAÇÃO (TEORIA DA INVOLUÇÃO)


– De uma proposição simples: p ⇔ ~ (~p)

p ↔ q ( → q ^ ( → p p ~ (~ p)
p ) q )
V V F V
V V V V V V V V V V
F F V F
V F F V F F F F V V

F F V F V V F V F F - De uma condicional: p → q ⇔ ~p v q
A dupla negação de uma condicional dá-se por negar a 1ª
F V F F V F V F V F parte da condicional, troca-se o conectivo CONDICIONAL pela
DISJUNÇÃO e mantém-se a 2ª parte. Ao negarmos uma
- Negação de uma condicional proposição primitiva duas vezes consecutivas, a proposição
Ao negar-se uma condicional, conserva-se o valor lógico resultante será equivalente à sua proposição primitiva.
de sua 1ª parte, troca-se o conectivo CONDICIONAL pelo
conectivo CONJUNÇÃO e nega-se sua 2ª parte. NEGAÇÃO DAS PROPOSIÇÕES MATEMÁTICAS

~ (p → q) ⇔ (p ^ ~q) ⇔ ~~ p ^ ~q Considere os seguintes símbolos matemáticos: igual (“=”);


diferente (“≠”); maior que (“>”); menor que (“<”); maior ou
igual a (“≥”) e menor ou igual (“≤”). Estes símbolos, associados
p q ~ (p → q) p ^ ~q

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APOSTILAS OPÇÃO

a números ou variáveis, formam as chamadas expressões ~ (p v q) ⇔ (~p ^ ~q)


aritméticas ou algébricas.
Exemplo: p q ~ (p v q) ~p ^ ~q
a) 5 + 6 = 11
b) 5 > 1 V V F V V V F F F
c) 3 + 5 ≥ 8
V F F V V F F F V
Para negarmos uma sentença matemática basta negarmos
os símbolos matemáticos, assim estaremos negando toda F V F F V V V F F
sentença, vejamos:
F F V F F F V V V

Sentença Negação Sentença


Matemática ou obtida Exemplo:
algébrica Vamos negar a proposição “É inteligente e estuda”, vemos
que se trata de uma CONJUNÇÂO, pela Lei de Morgan temos
5 + 6 = 11 ~ (5 + 6 = 11) 5 + 6 ≠ 11 que uma CONJUNÇÃO se transforma em uma DISJUNÇÃO,
negando-se as partes, então teremos:
5–3≠4 ~ (5 – 3 ≠ 4) 5–3=4 “Não é inteligente ou não estuda”

5>1 ~ (5 > 1) 5≤1 Referências


ALENCAR FILHO, Edgar de – Iniciação a lógica matemática – São Paulo:
7< 10 ~ (7< 10) 7≥ 10 Nobel – 2002.
CABRAL, Luiz Cláudio Durão; NUNES, Mauro César de Abreu - Raciocínio
lógico passo a passo – Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.
3+5≥8 ~ (3 + 5 ≥ 8) 3+5<8

y+5≤7 ~ (y + 5 ≤ 7) y+5>7 Questões

01. (TJ/PI – Analista Judiciário – Escrivão Judicial –


É comum a banca, através de uma assertiva, “induzir” os FGV/2015) Considere a afirmação:
candidatos a cometerem um erro muito comum, que é a “Mato a cobra e mostro o pau”
negação dessa assertiva pelo resultado, utilizando-se da A negação lógica dessa afirmação é:
operação matemática em questão para a obtenção desse (A) não mato a cobra ou não mostro o pau;
resultado, e não, como deve ser, pela negação dos símbolos (B) não mato a cobra e não mostro o pau;
matemáticos. (C) não mato a cobra e mostro o pau;
Exemplo: (D) mato a cobra e não mostro o pau;
Negar a expressão “4 + 7 = 16” não é dada pela expressão (E) mato a cobra ou não mostro o pau.
“4 + 7 = 11”, e sim por “4 + 7 ≠ 16”
02. (CODEMIG – Advogado Societário – FGV/2015) Em
uma empresa, o diretor de um departamento percebeu que
NEGAÇÃO DAS PROPOSIÇÕES COMPOSTAS – LEIS DE Pedro, um dos funcionários, tinha cometido alguns erros em
MORGAN seu trabalho e comentou:
“Pedro está cansado ou desatento.”
As Leis de Morgan demonstram que: A negação lógica dessa afirmação é:
- Negar que duas dadas proposições são ao mesmo tempo (A) Pedro está descansado ou desatento.
verdadeiras equivale a afirmar que pelo menos uma é falsa (B) Pedro está descansado ou atento.
- Negar que uma pelo menos de duas proposições é (C) Pedro está cansado e desatento.
verdadeira equivale a afirmar que ambas são falsas. (D) Pedro está descansado e atento.
As Leis de Morgan exprimem que NEGAÇÂO transforma: (E) Se Pedro está descansado então está desatento.
CONJUNÇÃO em DISJUNÇÃO e
DISJUNÇÃO em CONJUNÇÃO 03 (TJ/AP-Técnico Judiciário / Área Judiciária e
Administrativa- FCC) Vou à academia todos os dias da
Vejamos: semana e corro três dias na semana. Uma afirmação que
– Negação de uma conjunção (Leis de Morgan) corresponde à negação lógica da afirmação anterior é
Para negar uma conjunção, basta negar as partes e trocar o (A) Não vou à academia todos os dias da semana ou não
conectivo CONJUNÇÃO pelo conectivo DISJUNÇÃO. corro três dias na semana.
~ (p ^ q) ⇔ (~p v ~q) (B) Vou à academia quase todos os dias da semana e corro
dois dias na semana.
p q ~ (p ^ q) ~p v ~q (C) Nunca vou à academia durante a semana e nunca corro
durante a semana.
V V F V V V F F F (D) Não vou à academia todos os dias da semana e não
corro três dias na semana.
V F V V F F F V V (E) Se vou todos os dias à academia, então corro três dias
na semana.
F V V F F V V V F

F F V F F F V V V Respostas

01. Resposta: A.
Negação do ''ou'': nega-se as duas partes e troca o
- Negação de uma disjunção (Lei de Morgan) conectivo ''ou'' pelo ''e''.
Para negar uma disjunção, basta negar as partes e trocar o
conectivo DISJUNÇÃO pelo conectivo-CONJUNÇÃO.

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APOSTILAS OPÇÃO

02. Resposta: D. 22 – 17 = 5
Pedro está cansado ou desatento. 28 – 22 = 6
O conectivo ou vira e, dai basta negar as proposições. 35 – 28 = 7
Pedro não está cansado e nem está desatento, ou seja,
Pedro está descansado e atento. Questões

03. Resposta: A. 01. Observe atentamente a disposição das cartas em cada


Quebrando a sentença em P e Q: linha do esquema seguinte:
P: Vou à academia todos os dias da semana
Conectivo: ∧ (e)
Q: Corro três dias na semana

Aplicando a lei de Morgan: ~(P∧ Q) ≡ ~P ∨ ~Q


~P: Não vou à academia todos os dias da semana
Conectivo: ∨ (ou)
~Q: Não corro três dias na semana

Logo: Não vou à academia todos os dias da semana ou não


corro três dias na semana.

LÓGICA SEQUENCIAL OU SEQUÊNCIAS LOGICAS

O Raciocínio é uma operação lógica, discursiva e mental.


Neste, o intelecto humano utiliza uma ou mais proposições,
para concluir através de mecanismos de comparações e
abstrações, quais são os dados que levam às respostas
verdadeiras, falsas ou prováveis. Logo, resumidamente o
raciocínio pode ser considerado também um dos integrantes
dos mecanismos dos processos cognitivos superiores da
formação de conceitos e da solução de problemas, sendo parte
do pensamento.
A carta que está oculta é:
Sequências Lógicas
(A) (B) (C)
As sequências podem ser formadas por inúmeros fatores,
dentre eles temos pessoas, figuras, letras, números, etc.
Existem várias formas de se estabelecer uma sequência, o
importante é que existem pelo menos três elementos que
caracterize a lógica de sua formação, entretanto algumas
séries necessitam de mais elementos para definir sua lógica.
Algumas sequências são bastante conhecidas e todos que
estudam lógica devem conhece-las, tais como as progressões
aritméticas e geométricas, a série de Fibonacci, os números
primos e os quadrados perfeitos.
Exemplo 1

A sequência numérica proposta envolve multiplicações


por 4. (D) (E)
6 x 4 = 24
24 x 4 = 96 02. Considere que a sequência de figuras foi construída
96 x 4 = 384 segundo um certo critério.
384 x 4 = 1536

Exemplo 2

A diferença entre os números vai aumentando 1 unidade.


13 – 10 = 3
17 – 13 = 4

Raciocínio Lógico 15
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Se tal critério for mantido, para obter as figuras 07. As figuras da sequência dada são formadas por partes
subsequentes, o total de pontos da figura de número 15 deverá iguais de um círculo.
ser:
(A) 69
(B) 67
(C) 65
(D) 63
(E) 61 Continuando essa sequência, obtém-se exatamente 16
círculos completos na:
03. O próximo número dessa sequência lógica é: 1000, 990, (A) 36ª figura
970, 940, 900, 850, ... (B) 48ª figura
(A) 800 (C) 72ª figura
(B) 790 (D) 80ª figura
(C) 780 (E) 96ª figura
(D) 770
08. Analise a sequência a seguir:
04. Na sequência lógica de números representados nos
hexágonos, da figura abaixo, observa-se a ausência de um deles
que pode ser:

Admitindo-se que a regra de formação das figuras


seguintes permaneça a mesma, pode-se afirmar que a figura
que ocuparia a 277ª posição dessa sequência é:

(A) 76
(B) 10 (A) (B) (C)
(C) 20
(D) 78

05. Uma criança brincando com uma caixa de palitos de


fósforo constrói uma sequência de quadrados conforme
indicado abaixo:

(D) (E)
09. Observe a sequência: 2, 10, 12, 16, 17, 18, 19, ... Qual é o
próximo número?
Quantos palitos ele utilizou para construir a 7ª figura?
(A) 20 palitos (A) 20
(B) 25 palitos (B) 21
(C) 28 palitos (C) 100
(D) 22 palitos (D) 200

10. Observe a sequência: 3,13, 30, ... Qual é o próximo


06. Ana fez diversas planificações de um cubo e escreveu
número?
em cada um, números de 1 a 6. Ao montar o cubo, ela deseja
(A) 4
que a soma dos números marcados nas faces opostas seja 7. A
(B) 20
única alternativa cuja figura representa a planificação desse
(C) 31
cubo tal como deseja Ana é:
(D) 21

11. Os dois pares de palavras abaixo foram formados


segundo determinado critério.

LACRAÇÃO → cal
AMOSTRA → soma
LAVRAR → ?

Segundo o mesmo critério, a palavra que deverá ocupar o


lugar do ponto de interrogação é:
(A) alar
(B) rala
(C) ralar
(D) larva
(E) arval

Raciocínio Lógico 16
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12. Observe que as figuras abaixo foram dispostas, linha a O algarismo que deve aparecer na 276ª posição dessa
linha, segundo determinado padrão. sequência é:
(A) 9
(B) 8
(C) 6
(D) 3
(E) 1

Respostas

01. Resposta: A.
A diferença entre os números estampados nas cartas 1 e 2,
em cada linha, tem como resultado o valor da 3ª carta e, além
disso, o naipe não se repete. Assim, a 3ª carta, dentro das
opções dadas só pode ser a da opção (A).

02. Resposta: D.
Segundo o padrão estabelecido, a figura que substitui Observe que, tomando o eixo vertical como eixo de
corretamente o ponto de interrogação é: simetria, tem-se:
Na figura 1: 01 ponto de cada lado  02 pontos no total.
Na figura 2: 02 pontos de cada lado  04 pontos no total.
Na figura 3: 03 pontos de cada lado  06 pontos no total.
Na figura 4: 04 pontos de cada lado 08 pontos no total.
Na figura n: n pontos de cada lado  2.n pontos no total.
(A) (B) (C) (D) (E)
Em particular:
13. Observe que na sucessão seguinte os números foram Na figura 15: 15 pontos de cada lado  30 pontos no total.
colocados obedecendo a uma lei de formação.
Agora, tomando o eixo horizontal como eixo de simetria,
tem-se:
Na figura 1: 02 pontos acima e abaixo  04 pontos no
total.
Na figura 2: 03 pontos acima e abaixo  06 pontos no
total.
Na figura 3: 04 pontos acima e abaixo  08 pontos no
Os números X e Y, obtidos segundo essa lei, são tais que X total.
+ Y é igual a: Na figura 4: 05 pontos acima e abaixo  10 pontos no
(A) 40 total.
(B) 42 Na figura n: (n+1) pontos acima e abaixo  2.(n+1) pontos
(C) 44 no total.
(D) 46
(E) 48 Em particular:
Na figura 15: 16 pontos acima e abaixo  32 pontos no
14. A figura abaixo representa algumas letras dispostas em total. Incluindo o ponto central, que ainda não foi considerado,
forma de triângulo, segundo determinado critério. temos para total de pontos da figura 15: Total de pontos = 30
+ 32 + 1 = 63 pontos.

03. Resposta: B.
Nessa sequência, observamos que a diferença: entre 1000
e 990 é 10, entre 990 e 970 é 20, entre o 970 e 940 é 30, entre
940 e 900 é 40, entre 900 e 850 é 50, portanto entre 850 e o
próximo número é 60, dessa forma concluímos que o próximo
número é 790, pois: 850 – 790 = 60.

04. Resposta: D.
Nessa sequência lógica, observamos que a diferença: entre
Considerando que na ordem alfabética usada são excluídas 24 e 22 é 2, entre 28 e 24 é 4, entre 34 e 28 é 6, entre 42 e 34 é
as letra “K”, “W” e “Y”, a letra que substitui corretamente o 8, entre 52 e 42 é 10, entre 64 e 52 é 12, portanto entre o
ponto de interrogação é: próximo número e 64 é 14, dessa forma concluímos que o
(A) P próximo número é 78, pois: 76 – 64 = 14.
(B) O
(C) N 05. Resposta: D.
(D) M Observe a tabela:
(E) L
Figur 1 2 3 4 5 6 7
as ª ª ª ª ª ª ª
15. Considere que a sequência seguinte é formada pela
sucessão natural dos números inteiros e positivos, sem que os N° de 4 7 1 1 1 1 2
algarismos sejam separados. Palitos 0 3 6 9 2

1234567891011121314151617181920...

Raciocínio Lógico 17
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APOSTILAS OPÇÃO

Temos de forma direta, pela contagem, a quantidade de subtração de 3 unidades. Com isso, X é igual a 5 multiplicado
palitos das três primeiras figuras. Feito isto, basta perceber por 2, ou seja, X = 10. Na parte inferior, tem-se: do 1º termo
que cada figura a partir da segunda tem a quantidade de para o 2º termo ocorreu uma multiplicação por 3; já do 2º
palitos da figura anterior acrescida de 3 palitos. Desta forma, termo para o 3º, houve uma subtração de 2 unidades. Assim, Y
fica fácil preencher o restante da tabela e determinar a é igual a 10 multiplicado por 3, isto é, Y = 30. Logo, X + Y = 10 +
quantidade de palitos da 7ª figura. 30 = 40.

06. Resposta: A. 14. Resposta: A.


Na figura apresentada na letra “B”, não é possível obter a A sequência do alfabeto inicia-se na extremidade direita do
planificação de um lado, pois o 4 estaria do lado oposto ao 6, triângulo, pela letra “A”; aumenta a direita para a esquerda;
somando 10 unidades. Na figura apresentada na letra “C”, da continua pela 3ª e 5ª linhas; e volta para as linhas pares na
mesma forma, o 5 estaria em face oposta ao 3, somando 8, não ordem inversa – pela 4ª linha até a 2ª linha. Na 2ª linha, então,
formando um lado. Na figura da letra “D”, o 2 estaria em face as letras são, da direita para a esquerda, “M”, “N”, “O”, e a letra
oposta ao 4, não determinando um lado. Já na figura que substitui corretamente o ponto de interrogação é a letra
apresentada na letra “E”, o 1 não estaria em face oposta ao “P”.
número 6, impossibilitando, portanto, a obtenção de um lado.
Logo, podemos concluir que a planificação apresentada na 15. Resposta: B.
letra “A” é a única para representar um lado. A sequência de números apresentada representa a lista
dos números naturais. Mas essa lista contém todos os
07. Resposta: B. algarismos dos números, sem ocorrer a separação. Por
Como na 3ª figura completou-se um círculo, para exemplo: 101112 representam os números 10, 11 e 12. Com
completar 16 círculos é suficiente multiplicar 3 por 16: 3. 16 = isso, do número 1 até o número 9 existem 9 algarismos. Do
48. Portanto, na 48ª figura existirão 16 círculos. número 10 até o número 99 existem: 2 x 90 = 180 algarismos.
Do número 100 até o número 124 existem: 3 x 25 = 75
08. Resposta: B. algarismos. E do número 124 até o número 128 existem mais
A sequência das figuras completa-se na 5ª figura. Assim, 12 algarismos. Somando todos os valores, tem-se: 9 + 180 + 75
continua-se a sequência de 5 em 5 elementos. A figura de + 12 = 276 algarismos. Logo, conclui-se que o algarismo que
número 277 ocupa, então, a mesma posição das figuras que ocupa a 276ª posição é o número 8, que aparece no número
representam número 5n + 2, com n N. Ou seja, a 277ª figura 128.
corresponde à 2ª figura, que é representada pela letra “B”.

09. Resposta: D. Orientação espacial e


A regularidade que obedece a sequência acima não se dá temporal.
por padrões numéricos e sim pela letra que inicia cada
número. “Dois, Dez, Doze, Dezesseis, Dezessete, Dezoito,
Dezenove, ... Enfim, o próximo só pode iniciar também com
ORIENTAÇÃO ESPACIAL E TEMPORAL
“D”: Duzentos.
Raciocínio Lógico Espacial e Temporal envolvem
10. Resposta: C.
figuras, dados e datas (calendário, ou seja, envolve o tempo).
Esta sequência é regida pela inicial de cada número. Três,
Treze, Trinta, ... O próximo só pode ser o número Trinta e um,
CALENDÁRIOS
pois ele inicia com a letra “T”.
Pode-se dizer que Calendário visa atender diversas
11. Resposta: E.
necessidades tanto civis quanto religiosas, além disso, temos
Na 1ª linha, a palavra CAL foi retirada das 3 primeiras
as divisões do ano:
letras da palavra LACRAÇÃO, mas na ordem invertida. Da
Um ano possui 365 dias (modo padronizado, lembre-se
mesma forma, na 2ª linha, a palavra SOMA é retirada da
que temos o ano bissexto) divididos em semanas de 7 dias,
palavra AMOSTRA, pelas 4 primeira letras invertidas. Com
assim um ano possui 52 semanas mais 1 dia, com isso lembre-
isso, da palavra LAVRAR, ao se retirarem as 5 primeiras letras,
se que se uma determinado ano começa em uma terça-feira no
na ordem invertida, obtém-se ARVAL.
ano seguinte começará em uma quarta-feira (se não for
bissexto).
12. Resposta: C.
O primeiro dia da semana é o domingo e encerra-se no
Em cada linha apresentada, as cabeças são formadas por
sábado (sétimo dia da semana).
quadrado, triângulo e círculo. Na 3ª linha já há cabeças com
O ano é dividido em 12 meses:
círculo e com triângulo. Portanto, a cabeça da figura que está
Janeiro: 31 dias.
faltando é um quadrado. As mãos das figuras estão levantadas,
Fevereiro: 28 dias (em ano bissexto possui 29 dias).
em linha reta ou abaixadas. Assim, a figura que falta deve ter
Março: 31 dias.
as mãos levantadas (é o que ocorre em todas as alternativas).
Abril: 30 dias.
As figuras apresentam as 2 pernas ou abaixadas, ou 1 perna
Maio: 31 dias.
levantada para a esquerda ou 1 levantada para a direita. Nesse
Junho: 30 dias.
caso, a figura que está faltando na 3ª linha deve ter 1 perna
Julho: 31 dias.
levantada para a esquerda. Logo, a figura tem a cabeça
Agosto: 31 dias.
quadrada, as mãos levantadas e a perna erguida para a
Setembro: 30 dias.
esquerda.
Outubro: 31 dias.
Novembro: 30 dias.
13. Resposta: A.
Dezembro: 31 dias.
Existem duas leis distintas para a formação: uma para a
Lembre-se: 1 dia possui 24 horas, 1 hora possui 60
parte superior e outra para a parte inferior. Na parte superior,
minutos e 1 minuto possui 60 segundos.
tem-se que: do 1º termo para o 2º termo, ocorreu uma
multiplicação por 2; já do 2º termo para o 3º, houve uma

Raciocínio Lógico 18
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APOSTILAS OPÇÃO

Um ano bissexto é o nome dado ao ano que possui 366 dias Dia da semana Arma secreta
(52 semanas mais 2 dias). O ano bissexto foi criado para fornecida pelo jogo
ajustar o calendário pois um ano não possui exatamente 365 2ªs, 4ªs e 6ªs Bomba colorida
dias e sim 365 dias e 6 horas aproximadamente, e se não feiras
houvesse este ajuste as datas não cairiam nas mesmas épocas 3ªs feiras Doce listrado
e estações naturais (primavera, verão, outono e inverno). 5ªs feiras Bala de goma
Domingos Rosquinha gigante
Regras do ano bissexto.
Considerando que o dia 1º de janeiro de 2014 foi uma 4ª
Ocorre de 4 em 4 anos. feira e que tanto 2014 quanto 2015 são anos de 365 dias, o
De 100 em 100 anos não é bissexto. total de bombas coloridas que um jogador terá recebido no
De 400 em 400 anos é bissexto. biênio formado pelos anos de 2014 e 2015 é igual a
A ordem prevalece das últimas para as primeiras.
Por exemplo, 1600 foi um ano bissexto pois é múltiplo de (A) 312.
400, 1500 não foi um ano bissexto pois é múltiplo de 100, 2008 (B) 313.
foi um ano bissexto pois é múltiplo de 4. (C) 156.
(D) 157.
Concluindo: (E) 43.
- 1 ano tem 365 a 366(bissexto) dias; Respostas
- 1 ano está dividido em 12 meses; 01. Resposta: D.
- 1 mês tem de 30 a 31 dias, exceto fevereiro; Vamos enumerar os dias para que possamos ter a
- 1 dia tem 24 horas. verdadeira noção do dia que estamos e do dia que queremos.
Temos a informação que Depois de amanhã é segunda e que
Questões precisamos saber o dia de ontem, no esquema abaixo temos
uma maneira de visualizar melhor o que queremos:
01 . (IBGE - CESGRANRIO) Depois de amanhã é segunda-
feira, então, ontem foi On Hoje Am Depois de
(A) terça-feira. tem anhã Amanhã
(B) quarta-feira. Segunda
(C) quinta-feira.
(D) sexta-feira. Seguindo a sequência dos dias da semana, temos que
(E) sábado enumera-los agora para trás:

02. (TRT 18 – Técnico Judiciário – Área Administrativa Onte Hoje Amanhã Depois de
- FCC) A audiência do Sr. José estava marcada para uma m Amanhã
segunda-feira. Como ele deixou de apresentar ao tribunal uma Sext Sába Domingo Segunda
série de documentos, o juiz determinou que ela fosse a do
remarcada para exatos 100 dias após a data original. A nova
data da audiência do Sr. José cairá em uma
(A) quinta-feira.
(B) terça-feira. Com isso concluímos que ontem é sexta-feira.
(C) sexta-feira.
(D) quarta-feira. 02. Resposta: D.
(E) segunda-feira. Vamos dividir os 100 dias pela quantidade de dias da
semana(7) 100 dias /7 = 14 semanas + 2 dias. Obtemos 14
03. (IF/RO – Administrador – Makiyama) A Terra leva, semanas e 2 dias (resto da divisão). Como após uma semana é
aproximadamente, 365 dias, 5 horas, 48 minutos e 46 segunda de novo, então após 14 semanas cairá em uma
segundos para dar uma volta completa em torno do Sol. Por segunda, só que como tenho +2 dias, logo:
isso, nosso calendário, o gregoriano, tem 365 dias divididos em
12 meses. Assim, a cada 4 anos, um dia é acrescentado ao mês Segunda-feira + 2 dias = quarta-feira.
de fevereiro para compensar as horas que “sobram” e, então,
tem-se um ano bissexto. Em um ano não bissexto, três meses 03. Resposta: A.
consecutivos possuem exatamente 4 domingos cada um. Logo, Se nos basearmos no calendário fiscal(4-4-5) chegamos à
podemos afirmar que: conclusão que a única alternativa certa é a que contém
(A) Um desses meses é fevereiro. Fevereiro. Pois os meses de Janeiro e Fevereiro tem sempre 4
(B) Dois desses devem ter 30 dias. domingos os demais nada podemos dizer pois variam de
(C) Um desses meses deve ser julho ou agosto. acordo com o ano.
(D) Um desses meses deve ser novembro ou dezembro.
(E) Dois desses meses devem ter 31 dias. 04. Resposta: B.
Sabe-se que a cada ano todos os dias da semana
04. (TRT/2ª Região – Técnico Judiciário – Área apresentam 52 dias iguais. O dia da semana em que o ano se
Administrativa - FCC) Um jogo eletrônico fornece, uma vez inicia aparece por 53 vezes. Logo, se 2014 iniciou numa
por dia, uma arma secreta que pode ser usada pelo jogador quarta-feira em 2014 teremos 53 quartas feiras, 52 segundas
para aumentar suas chances de vitória. A arma é recebida feiras e 52 sextas feiras.
mesmo nos dias em que o jogo não é acionado, podendo ficar
acumulada. A tabela mostra a arma que é fornecida em cada O ano de 2015 se iniciará numa quinta-feira. Logo, teremos
dia da semana. 52 quartas feiras, 52 segundas feiras e 52 sextas feiras.

Resumindo, teremos: 53 + (5x52) = 53 + 260 = 313.

Raciocínio Lógico 19
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APOSTILAS OPÇÃO

Números racionais,
operações, porcentagem e
proporcionalidade.

Aproveitando o exemplo acima temos 0,333... = 3. 1/101


Caro(a) Candidato(a), os assuntos “operações,
+ 3 . 1/102 + 3 . 1/103 + 3 . 1/104 ...
porcentagem e proporcionalidade”, já foram abordados na
matéria de “Matemática Financeira”, então para evitarmos
Representação Fracionária dos Números Decimais
repetições estudaremos os outros assuntos exigidos no edital.
Trata-se do problema inverso: estando o número racional
escrito na forma decimal, procuremos escrevê-lo na forma de
CONJUNTO DOS NÚMEROS RACIONAIS – Q
fração. Temos dois casos:
1º) Transformamos o número em uma fração cujo
m numerador é o número decimal sem a vírgula e o denominador
Um número racional é o que pode ser escrito na forma
n é composto pelo numeral 1, seguido de tantos zeros quantas
, onde m e n são números inteiros, sendo que n deve ser forem as casas decimais do número decimal dado:
diferente de zero. Frequentemente usamos m/n para significar 9
0,9 =
a divisão de m por n. 10
Como podemos observar, números racionais podem ser
obtidos através da razão entre dois números inteiros, razão 5 1
0,005 = =
pela qual, o conjunto de todos os números racionais é 1000 200
denotado por Q. Assim, é comum encontrarmos na literatura a
notação: 2º) Devemos achar a fração geratriz da dízima dada; para
m tanto, vamos apresentar o procedimento através de alguns
Q={ : m e n em Z, n diferente de zero} exemplos:
n Exemplos:

1) Seja a dízima 0, 333....


Veja que o período que se repete é apenas 1(formado pelo
3) → então vamos colocar um 9 no denominador e repetir no
numerador o período.

No conjunto Q destacamos os seguintes subconjuntos:


- Q* = conjunto dos racionais não nulos; 3
Assim, a geratriz de 0,333... é a fração .
- Q+ = conjunto dos racionais não negativos; 9
- Q*+ = conjunto dos racionais positivos; 2) Seja a dízima 5, 1717....
- Q _ = conjunto dos racionais não positivos; O período que se repete é o 17, logo dois noves no
- Q*_ = conjunto dos racionais negativos. denominador (99). Observe também que o 5 é a parte inteira,
logo ele vem na frente:
Representação Decimal das Frações
p 17
Tomemos um número racional , tal que p não seja 5 → 𝑡𝑒𝑚𝑜𝑠 𝑢𝑚𝑎 𝑓𝑟𝑎çã𝑜 𝑚𝑖𝑠𝑡𝑎, 𝑡𝑟𝑎𝑛𝑓𝑜𝑟𝑚𝑎𝑛𝑑𝑜
99
q 512
→ (5.99 + 17) = 512, 𝑙𝑜𝑔𝑜 ∶
múltiplo de q. Para escrevê-lo na forma decimal, basta efetuar 99
a divisão do numerador pelo denominador.
Nessa divisão podem ocorrer dois casos: 512
1º) O numeral decimal obtido possui, após a vírgula, um Assim, a geratriz de 5,1717... é a fração .
número finito de algarismos. Decimais Exatos:
99
2 Neste caso para transformarmos uma dízima
= 0,4
5 periódica simples em fração basta utilizarmos o dígito 9
1 no denominador para cada quantos dígitos tiver o período
= 0,25 da dízima.
4
3) Seja a dízima 1, 23434...
2º) O numeral decimal obtido possui, após a vírgula, O número 234 é a junção do ante período com o período.
infinitos algarismos (nem todos nulos), repetindo-se Neste caso temos um dízima periódica é composta, pois existe
periodicamente Decimais Periódicos ou Dízimas Periódicas: uma parte que não se repete e outra que se repete. Neste caso
1 temos um ante período (2) e o período (34). Ao subtrairmos
= 0,333... deste número o ante período(234-2), obtemos 232, o
3 numerador. O denominador é formado por tantos dígitos 9 –
1 que correspondem ao período, neste caso 99(dois noves) – e
= 0,04545...
22 pelo dígito 0 – que correspondem a tantos dígitos tiverem o
ante período, neste caso 0(um zero).
Existem frações muito simples que são representadas por
formas decimais infinitas, com uma característica especial:
existe um período.

Raciocínio Lógico 20
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APOSTILAS OPÇÃO

Subtração de Números Racionais


A subtração de dois números racionais p e q é a própria
operação de adição do número p com o oposto de q, isto é: p –
q = p + (–q)
a c ad  bc
- =
b d bd
232
1 → 𝑡𝑒𝑚𝑜𝑠 𝑢𝑚𝑎 𝑓𝑟𝑎çã𝑜 𝑚𝑖𝑠𝑡𝑎, 𝑡𝑟𝑎𝑛𝑓𝑜𝑟𝑚𝑎𝑛𝑑𝑜 − 𝑎 Multiplicação (Produto) de Números Racionais
990
1222 Como todo número racional é uma fração ou pode ser
→ (1.990 + 232) = 1222, 𝑙𝑜𝑔𝑜 ∶ escrito na forma de uma fração, definimos o produto de dois
990
a c
números racionais e , da mesma forma que o produto
611 b d
Simplificando por 2, obtemos x = , a fração geratriz
495 de frações, através de:
da dízima 1, 23434... a c ac
x =
b d bd
Módulo ou valor absoluto: É a distância do ponto que
O produto dos números racionais a/b e c/d também pode
representa esse número ao ponto de abscissa zero.
ser indicado por a/b × c/d, a/b.c/d . Para realizar a
multiplicação de números racionais, devemos obedecer à
mesma regra de sinais que vale em toda a Matemática:

Propriedades da Adição e Multiplicação de Números


Racionais
1) Fechamento: O conjunto Q é fechado para a operação de
adição e multiplicação, isto é, a soma e a multiplicação de dois
Exemplos: números racionais ainda é um número racional.
2) Associativa da adição: Para todos a, b, c em Q: a + ( b + c
3 3 3 3
. Indica-se 
)=(a+b)+c
1) Módulo de – é =
2 2 2 2 3) Comutativa da adição: Para todos a, b em Q: a + b = b + a
4) Elemento neutro da adição: Existe 0 em Q, que
adicionado a todo q em Q, proporciona o próprio q, isto é: q +
3 3 3 3 0=q
2) Módulo de + é . Indica-se  = 5) Elemento oposto: Para todo q em Q, existe -q em Q, tal
2 2 2 2 que q + (–q) = 0
6) Associativa da multiplicação: Para todos a, b, c em Q: a ×
3 3 (b×c)=(a×b)×c
Números Opostos: Dizemos que – e são números 7) Comutativa da multiplicação: Para todos a, b em Q: a × b
2 2 =b×a
racionais opostos ou simétricos e cada um deles é o oposto do 8) Elemento neutro da multiplicação: Existe 1 em Q, que
3 3 multiplicado por todo q em Q, proporciona o próprio q, isto é:
outro. As distâncias dos pontos – e ao ponto zero da
q×1=q
2 2
reta são iguais. a
9) Elemento inverso da multiplicação: Para todo q =
b
Inverso de um Número Racional em Q, q diferente de zero, existe :
𝒏 b a b
𝒂 −𝒏 𝒃 q-1 = em Q: q × q-1 = 1 x =1
( ) ,𝒂 ≠ 𝟎 = ( ) ,𝒃 ≠ 𝟎 a b a
𝒃 𝒂
10) Distributiva da multiplicação: Para todos a, b, c em Q: a
Representação geométrica dos Números Racionais ×(b+c)=(a×b)+(a×c)

Divisão (Quociente) de Números Racionais


A divisão de dois números racionais p e q é a própria
operação de multiplicação do número p pelo inverso de q, isto
é: p ÷ q = p × q-1
Observa-se que entre dois inteiros consecutivos existem 𝒂 𝒄 𝒂 𝒅
infinitos números racionais. : = .
𝒃 𝒅 𝒃 𝒄
Soma (Adição) de Números Racionais Potenciação de Números Racionais
Como todo número racional é uma fração ou pode ser A potência qn do número racional q é um produto de n
escrito na forma de uma fração, definimos a adição entre os fatores iguais. O número q é denominado a base e o número n
a c é o expoente.
números racionais e , da mesma forma que a soma de qn = q × q × q × q × ... × q, (q aparece n vezes)
b d
frações, através de: Exemplos:
a c ad  bc
+ = 2
3
2 2 2 8
b d bd a)   =  . . =
5  5   5   5  125

Raciocínio Lógico 21
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APOSTILAS OPÇÃO

Exemplos:
 1
3
 1  1  1
b)   =   .   .   =  1 1 1 1 1 1
2

 2  2  2  2 8 1) Representa o produto . ou   .Logo,


9 3 3 3 3
Propriedades da Potenciação: 1
1) Toda potência com expoente 0 é igual a 1. é a raiz quadrada de .
0 9
 2
  =1 1 1
 5 Indica-se =
9 3
2) Toda potência com expoente 1 é igual à própria base.
1 2) 0,216 Representa o produto 0,6. 0,6 . 0,6 ou (0,6)3. Logo,
 9 9
  =  0,6 é a raiz cúbica de 0,216. Indica-se 3 0,216 = 0,6.
 4 4
Um número racional, quando elevado ao quadrado, dá o
número zero ou um número racional positivo. Logo, os
3) Toda potência com expoente negativo de um número números racionais negativos não têm raiz quadrada em Q.
racional diferente de zero é igual a outra potência que tem a
100
base igual ao inverso da base anterior e o expoente igual ao O número  não tem raiz quadrada em Q, pois tanto
oposto do expoente anterior. 9
2 2 10 100
 3  5 10
25  como  , quando elevados ao quadrado, dão
  =   =
3 3 9
 5  3 9
.
Um número racional positivo só tem raiz quadrada no
4) Toda potência com expoente ímpar tem o mesmo sinal conjunto dos números racionais se ele for um quadrado
da base. perfeito.
2
3
2 2 2 8 2
  =  . .  = O número não tem raiz quadrada em Q, pois não existe
3 3 3 3 27 3
2
número racional que elevado ao quadrado dê .
5) Toda potência com expoente par é um número positivo. 3
 1
2
 1  1 1 Questões
  =   .   =
 5  5   5  25 01. Na escola onde estudo, ¼ dos alunos tem a língua
portuguesa como disciplina favorita, 9/20 têm a matemática
6) Produto de potências de mesma base. Para reduzir um como favorita e os demais têm ciências como favorita. Sendo
produto de potências de mesma base a uma só potência, assim, qual fração representa os alunos que têm ciências como
conservamos a base e somamos os expoentes. disciplina favorita?
2 3 (A) 1/4
2 2 (B) 3/10
  .  =
(C) 2/9
5 5
(D) 4/5
23 5
 2 2 2 2 2  2 2 (E) 3/2
 . . . .      
 5 5 5 5 5  5 5 02. Dirce comprou 7 lapiseiras e pagou R$ 8,30, em cada
uma delas. Pagou com uma nota de 100 reais e obteve um
7) Quociente de potências de mesma base. Para reduzir um desconto de 10 centavos. Quantos reais ela recebeu de troco?
quociente de potências de mesma base a uma só potência, (A) R$ 40,00
conservamos a base e subtraímos os expoentes. (B) R$ 42,00
5 2
3 3 3 3 3
. . . . 5 2 3
(C) R$ 44,00
3 3 3 3 (D) R$ 46,00
  :   2 2 2 2 2     
2 2 3 3 2 2 (E) R$ 48,00
.
2 2
03. De um total de 180 candidatos, 2/5 estudam inglês, 2/9
8) Potência de Potência. Para reduzir uma potência de estudam francês, 1/3estuda espanhol e o restante estuda
potência a uma potência de um só expoente, conservamos a alemão. O número de candidatos que estuda alemão é:
base e multiplicamos os expoentes. (A) 6.
3 (B) 7.
 1  2   1  2  1  2  1  2  1  2 2 2  1  3 2  1  6
      .  .         (C) 8.
 2    2   2   2   2  2 2 (D) 9.
3
(E) 10.
 1  2  1
3.2
1
6

ou          Respostas
 2   2 2 01. Resposta: B.
Somando português e matemática:
1 9 5 + 9 14 7
Radiciação de Números Racionais + = = =
Se um número representa um produto de dois ou mais 4 20 20 20 10
O que resta gosta de ciências:
fatores iguais, então cada fator é chamado raiz do número.

Raciocínio Lógico 22
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APOSTILAS OPÇÃO

7 3 1 polegada = 25 milímetros
1− =
10 10 1 milha = 1 609 metros
1 légua = 5 555 metros
1 pé = 30 centímetros
02. Resposta: B.
8,3 ∙ 7 = 58,1
Como recebeu um desconto de 10 centavos, Dirce pagou 58
reais
Troco:100 – 58 = 42 reais

03. Resposta: C.
2 2 1
+ +
5 9 3
Mmc(3,5,9)=45 A nomenclatura é a mesma das unidades de comprimento
acrescidas de quadrado.
18+10+15
=
43 Agora, vejamos as unidades de volume. De novo, temos a
45 45 lista: quilômetro cúbico (km3), hectômetro cúbico (hm3), etc.
O restante estuda alemão: 2/45 Na prática, são muitos usados o metro cúbico(m3) e o
2
centímetro cúbico(cm3).
180 ∙ =8 Nas unidades de volume, há um novo padrão: cada unidade
45
vale 1000 vezes a unidade menor seguinte. Como 1000 = 103,
Referências o sistema continua sendo decimal.
IEZZI, Gelson - Matemática- Volume Único
IEZZI, Gelson - Fundamentos da Matemática – Volume 1 – Conjuntos e
Funções
http://mat.ufrgs.br

Medidas de comprimento,
área, volume massa e tempo.
A noção de capacidade relaciona-se com a de volume. Se o
volume da água que enche um tanque é de 7.000 litros,
SISTEMA MÉTRICO DECIMAL E NÃO DECIMAL dizemos que essa é a capacidade do tanque. A unidade
fundamental para medir capacidade é o litro (l); 1l equivale a
Sistema de Medidas Decimais 1 dm3.
Um sistema de medidas é um conjunto de unidades de Cada unidade vale 10 vezes a unidade menor seguinte.
medida que mantém algumas relações entre si. O sistema
métrico decimal é hoje o mais conhecido e usado no mundo
todo. Na tabela seguinte, listamos as unidades de medida de
comprimento do sistema métrico. A unidade fundamental é o
metro, porque dele derivam as demais.

O sistema métrico decimal inclui ainda unidades de


medidas de massa. A unidade fundamental é o grama(g).

Unidades de Massa e suas Transformações

Há, de fato, unidades quase sem uso prático, mas elas têm
uma função. Servem para que o sistema tenha um padrão: cada
unidade vale sempre 10 vezes a unidade menor seguinte.
Por isso, o sistema é chamado decimal. Dessas unidades, só têm uso prático o quilograma, o grama
e o miligrama. No dia-a-dia, usa-se ainda a tonelada (t).
E há mais um detalhe: embora o decímetro não seja útil na Medidas Especiais:
prática, o decímetro cúbico é muito usado com o nome popular 1 Tonelada(t) = 1000 Kg
de litro. 1 Arroba = 15 Kg
As unidades de área do sistema métrico correspondem às 1 Quilate = 0,2 g
unidades de comprimento da tabela anterior.
São elas: quilômetro quadrado (km2), hectômetro Relações entre unidades:
quadrado (hm2), etc. As mais usadas, na prática, são o
quilômetro quadrado, o metro quadrado e o hectômetro
quadrado, este muito importante nas atividades rurais com o
nome de hectare (há): 1 hm2 = 1 há.
No caso das unidades de área, o padrão muda: uma
unidade é 100 vezes a menor seguinte e não 10 vezes, como
nos comprimentos. Entretanto, consideramos que o sistema
continua decimal, porque 100 = 102.
Existem outras unidades de medida mas que não Temos que:
pertencem ao sistema métrico decimal. Vejamos as relações 1 kg = 1l = 1 dm3
entre algumas essas unidades e as do sistema métrico 1 hm2 = 1 ha = 10.000m2
decimal (valores aproximados): 1 m3 = 1000 l

Raciocínio Lógico 23
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APOSTILAS OPÇÃO

Questões 03. Resposta: D.


4 . 3 . 200000000 . 52 = 1,248 . 1011 g = 1,248 . 105 t
3
01. O suco existente em uma jarra preenchia da sua
4
capacidade total. Após o consumo de 495 mL, a quantidade de MEDIDAS DE TEMPO
1
suco restante na jarra passou a preencher da sua capacidade Não Decimais
5
total. Em seguida, foi adicionada certa quantidade de suco na
jarra, que ficou completamente cheia. Nessas condições, é Medidas de Tempo (Hora) e suas Transformações
correto afirmar que a quantidade de suco adicionada foi igual,
em mililitros, a
(A) 580.
(B) 720.
(C) 900.
(D) 660.
(E) 840. Desse grupo, o sistema hora – minuto – segundo, que mede
intervalos de tempo, é o mais conhecido. A unidade utilizada
02. Em uma casa há um filtro de barro que contém, no como padrão no Sistema Internacional (SI) é o segundo.
início da manhã, 4 litros de água. Desse filtro foram retirados
800 mL para o preparo da comida e meio litro para consumo 1h → 60 minutos → 3 600 segundos
próprio. No início da tarde, foram colocados 700 mL de água
dentro desse filtro e, até o final do dia, mais 1,2 litros foram Para passar de uma unidade para a menor seguinte,
utilizados para consumo próprio. Em relação à quantidade de multiplica-se por 60.
água que havia no filtro no início da manhã, pode-se concluir
que a água que restou dentro dele, no final do dia, corresponde Exemplo:
a uma porcentagem de 0,3h não indica 30 minutos nem 3 minutos, quantos
(A) 60%. minutos indica 0,3 horas?
(B) 55%.
(C) 50%.
(D) 45%.
Efetuando temos: 0,3 . 60 = 1. x → x = 18 minutos.
(E) 40%.
Concluímos que 0,3horas = 18 minutos.
03. Admita que cada pessoa use, semanalmente, 4 bolsas
- Adição e Subtração de Medida de tempo
plásticas para embrulhar suas compras, e que cada bolsa é
Ao adicionarmos ou subtrairmos medidas de tempo,
composta de 3 g de plástico. Em um país com 200 milhões de
precisamos estar atentos as unidades. Vejamos os exemplos:
pessoas, quanto plástico será utilizado pela população em um
ano, para embrulhar suas compras? Dado: admita que o ano é
A) 1 h 50 min + 30 min
formado por 52 semanas. Indique o valor mais próximo do
obtido.
(A) 108 toneladas
(B) 107 toneladas
(C) 106 toneladas
(D) 105 toneladas Observe que ao somar 50 + 30, obtemos 80 minutos, como
(E) 104 toneladas sabemos que 1 hora tem 60 minutos, temos, então
Respostas acrescentamos a hora +1, e subtraímos 80 – 60 = 20 minutos,
é o que resta nos minutos:
01. Resposta: B.
Vamos chamar de x a capacidade total da jarra. Assim:
3 1
. 𝑥 − 495 = . 𝑥
4 5

3 1
.𝑥 − . 𝑥 = 495
4 5

5.3.𝑥 − 4.𝑥=20.495
20 Logo o valor encontrado é de 2 h 20 min.
15x – 4x = 9900 B) 2 h 20 min – 1 h 30 min
11x = 9900
x = 9900 / 11
x = 900 mL (capacidade total)
Como havia 1/5 do total (1/5 . 900 = 180 mL), a quantidade
adicionada foi de 900 – 180 = 720 mL Observe que não podemos subtrair 20 min de 30 min,
então devemos passar uma hora (+1) dos 2 para a coluna
02. Resposta: B. minutos.
4 litros = 4000 ml; 1,2 litros = 1200 ml; meio litro = 500
ml
4000 – 800 – 500 + 700 – 1200 = 2200 ml (final do dia)
Utilizaremos uma regra de três simples:
ml %
4000 ------- 100
Então teremos novos valores para fazermos nossa
2200 ------- x
subtração, 20 + 60 = 80:
4000.x = 2200 . 100 x = 220000 / 4000 = 55%

Raciocínio Lógico 24
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APOSTILAS OPÇÃO

Respostas

01. Resposta: C.

Logo o valor encontrado é de 50 min.

Questões Como 1h tem 60 minutos.


Então a diferença entre as duas é de 60+28=88 minutos.
01. Joana levou 3 horas e 53 minutos para resolver uma
prova de concurso, já Ana levou 2 horas e 25 minutos para 02. Resposta: D.
resolver a mesma prova. Comparando o tempo das duas T = 8 . 4 + 10 . 6 + 15 . 10 + 20 . 5 =
candidatas, qual foi a diferença encontrada? = 32 + 60 + 150 + 100 = 342 min
(A) 67 minutos. Fazendo: 342 / 60 = 5 h, com 42 min (resto)
(B) 75 minutos.
(C) 88 minutos. 03. Resposta: B.
(D) 91 minutos. 15 h 40 – 2 h 15 – 50 min = 12 h 35min
(E) 94 minutos.
Medidas de Ângulos e suas Transformações
02. A tabela a seguir mostra o tempo, aproximado, que um
professor leva para elaborar cada questão de matemática.
Questão (dificuldade) Tempo (minutos)

Fácil 8

Média 10

Difícil 15
Para medir ângulos, também temos um sistema não
Muito difícil 20 decimal. Nesse caso, a unidade básica é o grau. Na astronomia,
na cartografia e na navegação são necessárias medidas
inferiores a 1º. Temos, então:
O gráfico a seguir mostra o número de questões de
matemática que ele elaborou. 1 grau equivale a 60 minutos (1º = 60’)
1 minuto equivale a 60 segundos (1’ = 60”)

Os minutos e os segundos dos ângulos não são, é claro, os


mesmos do sistema de tempo – hora, minuto e segundo. Há
uma coincidência de nomes, mas até os símbolos que os
indicam são diferentes:

1h 32min 24s é um intervalo de tempo ou um instante


do dia.
1º 32’ 24” é a medida de um ângulo.
O tempo, aproximado, gasto na elaboração dessas questões
foi Por motivos óbvios, cálculos no sistema hora – minuto –
(A) 4h e 48min. segundo são similares a cálculos no sistema grau – minuto –
(B) 5h e 12min. segundo, embora esses sistemas correspondam a grandezas
(C) 5h e 28min. distintas.
(D) 5h e 42min.
(E) 6h e 08min. UNIDADES DE MEDIDA – VELOCIDADE

03. Para obter um bom acabamento, um pintor precisa dar A velocidade de um corpo é dada pela relação entre o
duas demãos de tinta em cada parede que pinta. Sr. Luís utiliza deslocamento de um corpo em determinado tempo. Pode
uma tinta de secagem rápida, que permite que a segunda ser considerada a grandeza que mede o quão rápido um corpo
demão seja aplicada 50 minutos após a primeira. Ao terminar se desloca.
a aplicação da primeira demão nas paredes de uma sala, Sr. Segundo o S.I (Sistema Internacional de medidas) as
Luís pensou: “a segunda demão poderá ser aplicada a partir unidades mais utilizadas para se medir a velocidade é Km/h
das 15h 40min.” (Quilômetro por hora) e o m/s (metro por segundo).

Se a aplicação da primeira demão demorou 2 horas e 15 Quando ouvimos que carro se desloca a uma velocidade de
minutos, que horas eram quando Sr. Luís iniciou o serviço? 20 km/h, isto significa que ele percorre 20 km em 1 hora.
Muitas questões pedem para que passemos de km/h para
(A) 12h 25 min m/s, para efetuarmos essa transformação, basta utilizarmos o
(B) 12h 35 min que segue na figura abaixo:
(C) 12h 45 min
(D) 13h 15 min
(E) 13h 25 min

Raciocínio Lógico 25
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APOSTILAS OPÇÃO

Exemplo:
Um carro se desloca de Florianópolis – SC a Curitiba – PR.
Sabendo que a distância entre as duas cidades é de 300 km e
que o percurso iniciou as 7 horas e terminou ao meio dia,
calcule a velocidade média do carro durante a viagem, em m/s.
A velocidade média é dada por:
∆𝑆 ∆𝑆𝑓 − ∆𝑆𝑖
𝑉𝑚 = =
∆𝑡 ∆𝑡𝑓 − ∆𝑡𝑖

Ou seja, a variação da distância ΔS (final menos inicial)


dividido por Δt, variação do tempo (final menos inicial).
Montando de acordo com as informações do enunciado
temos:
ΔS = 300 Km
Δt = 12 – 7 = 5 horas de percurso.
Então:
300
𝑉𝑚 = = 60𝑘𝑚/ℎ
5

Transformando para m/s teremos apenas que dividir por


3,6:
60 : 3,6 = 16,67 m/s

Anotações

Raciocínio Lógico 26
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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

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APOSTILAS OPÇÃO

tomadas pelas entidades normativas ou atribuições


outorgadas a elas diretamente pela Lei. O Banco Central do
Brasil – BCB, a Comissão de Valores Mobiliários – CVM, a
Superintendência de Seguros Privados – SUSEP e a
Superintendência Nacional de Previdência Complementar –
PREVIC são as entidades supervisoras do nosso Sistema
Financeiro.
Sistema financeiro Além destas, há as entidades operadoras, que são todas as
nacional. Dinâmica do demais instituições financeiras, monetárias ou não, oficiais ou
mercado. Mercado bancário. não, como também demais instituições auxiliares,
responsáveis, entre outras atribuições, pelas intermediações
Estrutura do Sistema de recursos entre poupadores e tomadores ou pela prestação
Financeiro Nacional: Conselho de serviços.
Monetário Nacional; COPOM - Abaixo, breve relação dessas instituições, com descrição
das principais atribuições de algumas delas.
Comitê de Política Monetária.
Banco Central do Brasil; Entidades Normativas
Comissão de Valores
a) Conselho Monetário Nacional - CMN
Mobiliários. É o órgão deliberativo máximo do Sistema Financeiro
Nacional. O CMN não desempenha função executiva, apenas
tem funções normativas. Atualmente, o CMN é composto por
Sistema financeiro nacional. três membros:
- Ministro da Fazenda (Presidente);
O Sistema Financeiro Nacional é formado por um conjunto - Ministro do Planejamento Orçamento e Gestão; e
de instituições (financeiras) onde o principal objetivo é - Presidente do Banco Central.
propiciar condições satisfatórias para a manutenção dos Trabalhando em conjunto com o CMN funciona a Comissão
fluxos dos recursos financeiros entre poupadores e Técnica da Moeda e do Crédito (Comoc), que tem como
investidores do país. O Sistema Financeiro Nacional visa criar atribuições o assessoramento técnico na formulação da
condições para que haja intermediários financeiros, com o política da moeda e do crédito do País. As matérias aprovadas
objetivo de realizar a ponte entre dois segmentos. são regulamentadas por meio de Resoluções, normativos de
É exatamente o Sistema financeiro que permite que um caráter público, sempre divulgadas no Diário Oficial da União
agente econômico qualquer (seja ele indivíduo ou empresa) e na página de normativos do Banco Central do Brasil.
sem perspectivas de aplicação, em algum empreendimento
próprio, da poupança que é capaz de gerar, seja colocado em b) Conselho Nacional de Seguros Privados - CNSP
contato com outro, cujas perspectivas de investimento O CNSP desempenha, entre outras, as atribuições de fixar
superam as respectivas disponibilidades de poupança. as diretrizes e normas da política de seguros privados, regular
O atual Sistema Financeiro Nacional nasceu através da Lei a constituição, organização, funcionamento e fiscalização das
4.595/64, que também ficou conhecida como Lei da Reforma Sociedades Seguradoras, de Capitalização, Entidades Abertas
Bancária. A caracterização legal do Sistema Financeiro de Previdência Privada, Resseguradores e Corretores de
Nacional está prevista na Lei de Reforma Bancária, em seu art. Seguros.
17:
c) Conselho Nacional de Previdência Complementar -
Art. 17. Considera-se Instituições Financeiras, para efeitos CNPC
da legislação em vigor, as pessoas jurídicas públicas e O CNPC tem a função de regular o regime de previdência
privadas, que tenham como atividade principal ou acessória complementar operado pelas entidades fechadas de
a coleta, a intermediação ou a aplicação de recursos previdência complementar (Fundos de Pensão).
financeiros próprios ou de terceiros, em moeda nacional ou
estrangeira, e a custódia de valor de propriedade de Entidades Supervisoras
terceiros.
Parágrafo único: Para os efeitos desta lei e da legislação a) Banco Central do Brasil - BCB
em vigor, equiparam se às instituições financeiras as pessoas O Banco Central do Brasil foi criado em 1964 com a
físicas que exerçam qualquer das atividades referidas neste promulgação da Lei da Reforma Bancária (Lei nº 4.595 de
artigo, de forma permanente ou eventual. 31.12.64).
Sua sede é em Brasília, capital do país, e possui
O Sistema Financeiro Nacional – SFN - pode ser subdivido representações regionais em Belém, Belo Horizonte, Curitiba,
em entidades normativas, supervisoras e operacionais. Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São
As entidades normativas são responsáveis pela definição Paulo.
das políticas e diretrizes gerais do sistema financeiro, sem É uma autarquia federal que tem como principal missão
função executiva. Em geral, são entidades colegiadas, com institucional assegurar a estabilidade do poder de compra da
atribuições específicas e utiliza-se de estruturas técnicas de moeda nacional e um sistema financeiro sólido e eficiente.
apoio para a tomada das decisões. Atualmente, no Brasil A partir da Constituição de 1988, a emissão de moeda ficou
funcionam como entidades normativas o Conselho Monetário a cargo exclusivo do BCB.
Nacional – CMN, o Conselho Nacional de Seguros Privados - O presidente do BCB e os seus diretores são nomeados pelo
CNSP e o Conselho Nacional de Previdência Complementar – Presidente da República após a aprovação prévia do Senado
CNPC. Federal, que é feita por uma arguição pública e posterior
As entidades supervisoras, por outro lado, assumem votação secreta.
diversas funções executivas, como a fiscalização das Entre as várias competências do BCB destacam-se:
instituições sob sua responsabilidade, assim como funções - Assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda
normativas, com o intuito de regulamentar as decisões nacional e da solidez do Sistema Financeiro Nacional;

Conhecimentos Bancários 1
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- Executar a política monetária mediante utilização de - Assegurar o acesso do público a informações sobre os
títulos do Tesouro Nacional; valores mobiliários negociados e sobre as companhias que os
- Fixar a taxa de referência para as operações tenham emitido;
compromissadas de um dia, conhecida como taxa SELIC; - Assegurar o cumprimento de práticas comerciais
- Controlar as operações de crédito das instituições que equitativas no mercado de valores mobiliários;
compõem o Sistema Financeiro Nacional; - Assegurar o cumprimento, no mercado, das condições de
- Formular, executar e acompanhar a política cambial e de utilização de crédito fixadas pelo Conselho Monetário
relações financeiras com o exterior; Nacional;
- Fiscalizar as instituições financeiras e as clearings - Realizar atividades de credenciamento e fiscalização de
(câmaras de compensação); auditores independentes, administradores de carteiras de
- Emitir papel-moeda; valores mobiliários, agentes autônomos, entre outros;
- Executar os serviços do meio circulante para atender à - Fiscalizar e inspecionar as companhias abertas e os
demanda de dinheiro necessária às atividades econômicas; fundos de investimento;
- Manter o nível de preços (inflação) sob controle; - Apurar, mediante inquérito administrativo, atos ilegais e
- Manter sob controle a expansão da moeda e do crédito e práticas não-equitativas de administradores de companhias
a taxa de juros; abertas e de quaisquer participantes do mercado de valores
- Operar no mercado aberto, de recolhimento compulsório mobiliários, aplicando as penalidades previstas em lei;
e de redesconto; - Fiscalizar e disciplinar as atividades dos auditores
- Executar o sistema de metas para a inflação; independentes, consultores e analistas de valores mobiliários.
- Divulgar as decisões do Conselho Monetário Nacional;
- Manter ativos de ouro e de moedas estrangeiras para c) Superintendência de Seguros Privados - SUSEP
atuação nos mercados de câmbio; A Susep é o órgão responsável pelo controle e fiscalização
- Administrar as reservas internacionais brasileiras; dos mercados de seguro, previdência privada aberta,
- Tomar as medidas para garantir a liquidez e solvência das capitalização e resseguro. Criada em 1966 pelo Decreto-Lei
instituições financeiras nacionais; 73/66, que também instituiu o Sistema Nacional de Seguros
- Conceder autorização para o funcionamento das Privados, de que fazem parte o CNSP, o IRB, as sociedades
instituições financeiras. autorizadas a operar em seguros privados e capitalização, as
entidades de previdência privada aberta e os corretores
b) Comissão de Valores Mobiliários - CVM habilitados.
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) foi criada em 07 É uma autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda,
de dezembro de 1976 pela Lei 6.385 para fiscalizar e administrada por um Conselho Diretor, composto pelo
desenvolver o mercado de valores mobiliários no Brasil. Superintendente e por quatro Diretores. Essas são algumas de
A Comissão de Valores Mobiliários é uma autarquia federal suas atribuições:
vinculada ao Ministério da Fazenda, porém sem subordinação Fiscalizar a constituição, organização, funcionamento e
hierárquica. operação das Sociedades Seguradoras, de Capitalização,
Com o objetivo de reforçar sua autonomia e seu poder Entidades Abertas de Previdência Privada e Resseguradores,
fiscalizador, o governo federal editou, em 31.10.01, a Medida na qualidade de executora da política traçada pelo CNSP; Atuar
Provisória nº 8 (convertida na Lei 10.411 de 26.02.02), pela no sentido de proteger a captação de poupança popular que se
qual a CVM passa a ser uma "entidade autárquica em regime efetua através das operações de seguro, previdência privada
especial, vinculada ao Ministério da Fazenda, com aberta, de capitalização e resseguro.
personalidade jurídica e patrimônio próprios, dotada de
autoridade administrativa independente, ausência de d) Superintendência Nacional de Previdência
subordinação hierárquica, mandato fixo e estabilidade de seus Complementar - PREVIC
dirigentes, e autonomia financeira e orçamentária" (art. 5º). A Previc atua como entidade de fiscalização e de
É administrada por um Presidente e quatro Diretores supervisão das atividades das entidades fechadas de
nomeados pelo Presidente da República e aprovados pelo previdência complementar e de execução das políticas para o
Senado Federal. Eles formam o chamado "colegiado" da CVM. regime de previdência complementar operado por essas
Seus integrantes têm mandato de 5 anos e só perdem seus entidades. É uma autarquia vinculada ao Ministério da
mandatos "em virtude de renúncia, de condenação judicial Previdência Social.
transitada em julgado ou de processo administrativo
disciplinar" (art. 6º § 2º). O Colegiado define as políticas e Entidades Operadoras
estabelece as práticas a serem implantadas e desenvolvidas
pelas Superintendências, as instâncias executivas da CVM. Órgãos Oficiais
Sua sede é localizada na cidade do Rio de Janeiro com
Superintendências Regionais nas cidades de São Paulo e a) Banco do Brasil - BB
Brasília. O Banco do Brasil é o mais antigo banco comercial do Brasil
Essas são algumas de suas atribuições: e foi criado em 12 de outubro de 1808 pelo príncipe regente
- Estimular a formação de poupança e a sua aplicação em Dom João. É uma sociedade de economia mista de capitais
valores mobiliários; públicos e privados. É também uma empresa aberta que possui
- Assegurar e fiscalizar o funcionamento eficiente das ações cotadas na Bolsa de Valores de São Paulo
bolsas de valores, do mercado de balcão e das bolsas de (BM&FBOVESPA).
mercadorias e futuros; O BB opera como agente financeiro do Governo Federal e é
- Proteger os titulares de valores mobiliários e os o principal executor das políticas de crédito rural e industrial
investidores do mercado contra emissões irregulares de e de banco comercial do governo. E a cada dia mais tem se
valores mobiliários e contra atos ilegais de administradores de ajustado a um perfil de banco múltiplo tradicional.
companhias abertas ou de carteira de valores mobiliários;
- Evitar ou coibir modalidades de fraude ou de
manipulação que criem condições artificiais de demanda,
oferta ou preço dos valores mobiliários negociados no
mercado;

Conhecimentos Bancários 2
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b) Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social Sociedades corretoras de câmbio;


- BNDES Sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários;
Criado em 1952 como autarquia federal, hoje é uma Sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários.
empresa pública vinculada ao Ministério do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio Exterior, com personalidade jurídica de Instituições Auxiliares
direito privado e patrimônio próprio. É responsável pela Também compõem o Sistema Financeiro Nacional, como
política de investimentos a longo prazo do Governo Federal, entidades operadoras auxiliares, as entidades
necessários ao fortalecimento da empresa privada nacional. administradores de mercados organizados de valores
Com o objetivo de fortalecer a estrutura de capital das mobiliários, como os de Bolsa, de Mercadorias e Futuros e de
empresas privadas e desenvolvimento do mercado de capitais, Balcão Organizado.
o BNDES conta com linhas de apoio para financiamentos de Além das entidades relacionadas acima, também integram
longo prazo a custos competitivos, para o desenvolvimento de o SFN as companhias seguradoras, as sociedades de
projetos de investimentos e para a comercialização de capitalização, as entidades abertas de previdência
máquinas e equipamentos novos, fabricados no país, bem complementar e os fundos de pensão.
como para o incremento das exportações brasileiras.
Os financiamentos são feitos com recursos próprios,
empréstimos e doações de entidades nacionais e estrangeiras
e de organismos internacionais, como o BID. Também recebe
recursos do PIS e PASEP.
Conta com duas subsidiárias integrais, a FINAME (Agência
Especial de Financiamento Industrial) e a BNDESPAR (BNDES
Participações), criadas com o objetivo, respectivamente, de
financiar a comercialização de máquinas e equipamentos; e de
possibilitar a subscrição de valores mobiliários no mercado de
capitais brasileiro. As três empresas, juntas, compreendem o
chamado "Sistema BNDES".

c) Caixa Econômica Federal - CEF


Criada em 12 de janeiro de 1861 por Dom Pedro II com o
propósito de incentivar a poupança e de conceder
empréstimos sob penhor. É a instituição financeira
responsável pela operacionalização das políticas do Governo
Federal para habitação popular e saneamento básico.
A Caixa é uma empresa 100% pública e não possui ações
em bolsas.
Além das atividades comuns de um banco comercial, a CEF
também atende aos trabalhadores formais por meio do
pagamento do FGTS, PIS e seguro-desemprego, e aos
beneficiários de programas sociais e apostadores das Loterias.
As ações da Caixa priorizam setores como habitação,
saneamento básico, infraestrutura e prestação de serviços.

Demais Entidades Operadoras

- Instituições Financeiras Monetárias


São as instituições autorizadas a captar depósitos à vista
do público. Atualmente, apenas os Bancos Comerciais, os
Bancos Múltiplos com carteira comercial, a Caixa Econômica
Federal e as Cooperativas de Crédito possuem essa
autorização.

Demais Instituições Financeiras

Incluem as instituições financeiras não autorizadas a


receber depósitos à vista. Entre elas, podemos citar:
Agências de Fomento
Associações de Poupança e Empréstimo
Bancos de Câmbio
Bancos de Desenvolvimento
Bancos de Investimento
Companhias Hipotecárias
Cooperativas Centrais de Crédito
Sociedades Crédito, Financiamento e Investimento
Sociedades de Crédito Imobiliário
Sociedades de Crédito ao Microempreendedor
Outros Intermediários Financeiros
São também intermediários do Sistema Financeiro
Nacional:
Administradoras de Consórcio;
Sociedades de Arrendamento Mercantil;

Conhecimentos Bancários 3
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APOSTILAS OPÇÃO

Organograma do SFN

Dinâmica do mercado.

Todos os segmentos do mercado financeiro mantêm relação muito próxima com as políticas monetárias, fiscal, de rendas e de
câmbio. Os mercados são afetados por elas e refletem diretamente os resultados dessas políticas, sejam eles positivos ou negativos. É
por isso que se costuma dizer que tudo está intimamente ligado, como se fossem elos de uma corrente.

Inflação: é um fenômeno que resulta de um aumento constante nos preços dos produtos e dos serviços oferecidos no comércio. A
inflação é computada em uma série de produtos adquiridos pelas famílias, a cada semana ou a cada mês e de acordo com a renda. Por
isso, são conferidos pesos entre as diversas categorias de preços para aferir a taxa de inflação.

Taxa de juros: representa o custo do dinheiro no mercado e é o Banco Central que estabelece, periodicamente, a taxa de juros
básica nacional. Quando essa taxa está alta, é sinônimo de falta de dinheiro no mercado ou que o governo quer que as pessoas deixem
de comprar produtos. Se a inflação é alta, o governo pode aumentar os juros. As pessoas fogem do crediário e começam a comprar
menos. As fábricas, para não perder clientes, evitam reajustar preços e ate concedem descontos, daí, a inflação tende a cair. Ao
contrário, quando está baixa, é porque está “sobrando” dinheiro. A taxa de juros é uma das mais importantes ferramentas da política
monetária.

Política de rendas: é a parte da economia que acompanha o comportamento dos salários e o poder aquisitivo. Isto significa o
poder de compra do salário da população. Existem duas denominações para os salários: o salário nominal, que é o valor total do salário,
e o real, que é aquilo que o salário será capaz de pagar depois de descontada a inflação do período.

Política fiscal: refere-se ao dinheiro arrecadado para oferecer serviços à população, tais como: saúde, educação, transporte,
limpeza, iluminação, entre outros. Trata-se de um conjunto de regras utilizadas para administrar o dinheiro público.

PIB (Produto Interno Bruto): calcula a soma de tudo o que é produzido no mercado de bens e serviços em certo período de
tempo. Dessa forma, é possível medir a atividade econômica do país, isto é, sua riqueza. Quem faz esse cálculo é o IBGE (Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística), que também mede a renda per capita, que é a quantia de dinheiro que “cabe” a cada cidadão
naquele período. Mas esse cálculo de renda per capita não é totalmente correto, pois desconsidera o fato de que as pessoas têm rendas
completamente diferentes.

Mercado bancário.

O Sistema Financeiro Brasileiro é segmentado em quatro grandes “mercados”, que são:


- Mercado monetário: é o mercado onde se concentram as operações para controle da oferta de moeda e das taxas de juros de
curto prazo com vistas a garantir a liquidez da economia. O Banco Central do Brasil atua neste mercado praticando a chamada Política
Monetária.
- Mercado de crédito: atuam neste mercado diversas instituições financeiras e não financeiras prestando serviços de
intermediação de recursos de curto e médio prazo para agentes deficitários que necessitam de recursos para consumo ou capital de
giro. O Banco Central do Brasil é o principal órgão responsável pelo controle, normatização e fiscalização deste mercado.

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- Mercado de capitais: tem como objetivo canalizar - Aprovar os orçamentos monetários, preparados pelo
recursos de médio e longo prazo para agentes deficitários, Banco Central do Brasil, por meio dos quais se estimarão as
através das operações de compra e de venda de títulos e necessidades globais de moeda e crédito;
valores mobiliários, efetuadas entre empresas, investidores e - Fixar as diretrizes e normas da política cambial, inclusive
intermediários. A Comissão de Valores Mobiliários é o quanto à compra e venda de ouro e quaisquer operações em
principal órgão responsável pelo controle, normatização e direitos especiais de saque e em moeda estrangeira;
fiscalização deste mercado. - Disciplinar o crédito em todas as suas modalidades e as
- Mercado de câmbio: mercado onde são negociadas as operações creditícias em todas as suas formas, inclusive
trocas de moedas estrangeiras por reais. O Banco Central do aceites, avais e prestações de quaisquer garantias por parte
Brasil é o responsável pela administração, fiscalização e das instituições financeiras;
controle das operações de câmbio e da taxa de câmbio atuando - Regular a constituição, funcionamento e fiscalização dos
através de sua Política Cambial. que exercerem atividades subordinadas a esta Lei, bem como
a aplicação das penalidades previstas;
- Limitar, sempre que necessário, as taxas de juros,
Estrutura do Sistema Financeiro Nacional: Conselho descontos, comissões e qualquer outra forma de remuneração
Monetário Nacional; de operações e serviços bancários ou financeiros, inclusive os
prestados pelo Banco Central do Brasil, assegurando taxas
O Conselho Monetário Nacional é o órgão máximo do favorecidas aos financiamentos que se destinem a promover:
sistema financeiro brasileiro, cabendo-lhe traçar as normas a - recuperação e fertilização do solo;
serem empreendidas na política monetária. Nesse sentido tem - reflorestamento;
como atividade primordial a formulação da política de moeda - combate a epizootias e pragas, nas atividades rurais;
e crédito do país, além de exercer o controle da organização - eletrificação rural;
bancária e seus intermediários financeiros. O CMN é o órgão - mecanização;
central da política financeira nacional, tendo suas deliberações - irrigação;
baixadas pelo Banco Central, sob a forma de resoluções. - investimentos indispensáveis às atividades
Composição: é composto pelo Ministro da Fazenda agropecuárias;
(Presidente do Conselho); Ministro do Planejamento - Determinar a percentagem máxima dos recursos que as
Orçamento e Gestão; e Presidente do Banco Central. instituições financeiras poderão emprestar a um mesmo
O CMN tem a responsabilidade primordial formular a cliente ou grupo de empresas;
política da moeda e do crédito, objetivando a estabilidade da - Estipular índices e outras condições técnicas sobre
moeda e o desenvolvimento econômico e social do País. encaixes, imobilizações e outras relações patrimoniais, a
Os seus membros reúnem-se uma vez por mês para serem observadas pelas instituições financeiras;
deliberarem sobre assuntos relacionados com as - Expedir normas gerais de contabilidade e estatística a
competências do CMN. Em casos extraordinários pode serem observadas pelas instituições financeiras;
acontecer mais de uma reunião por mês. As matérias - Delimitar, com periodicidade não inferior a dois anos, o
aprovadas são regulamentadas por meio de Resoluções, capital mínimo das instituições financeiras privadas, levando
normativo de caráter público, sempre divulgado no Diário em conta sua natureza, bem como a localização de suas sedes
Oficial da União e na página de normativos do Banco Central e agências ou filiais;
do Brasil. De todas as reuniões são lavradas atas, cujo extrato - Estabelecer para as instituições financeiras públicas a
é publicado no DOU. dedução dos depósitos de pessoas jurídicas de direito público
Posto isso, resta-nos enumerar algumas das principais que lhes detenham o controle acionário, bem como das
atribuições do Conselho Monetário Nacional. respectivas autarquias e sociedades de economia mista, no
A política do Conselho Monetário Nacional objetiva: cálculo a que se refere o artigo 10 inciso III, desta Lei.
- Adaptar o volume dos meios de pagamento às reais - Regulamentar, fixando limites, prazos e outras
necessidades da economia nacional e seu processo de condições, as operações de redesconto e de empréstimo,
desenvolvimento; efetuadas com quaisquer instituições financeiras públicas e
- Regular o valor interno da moeda, para tanto prevenindo privadas de natureza bancária;
ou corrigindo os surtos inflacionários ou deflacionários de - Outorgar ao Banco Central do Brasil o monopólio das
origem interna ou externa, as depressões econômicas e outros operações de câmbio quando ocorrer grave desequilíbrio no
desequilíbrios oriundos de fenômenos conjunturais; balanço de pagamentos ou houver sérias razões para prever a
- Regular o valor externo da moeda e o equilíbrio no iminência de tal situação;
balanço de pagamento do País, tendo em vista a melhor - Estabelecer normas a serem observadas pelo Banco
utilização dos recursos em moeda estrangeira; Central do Brasil em suas transações com títulos públicos e de
- Orientar a aplicação dos recursos das instituições entidades de que participe o Estado;
financeiras, quer públicas, quer privadas, tendo em vista - Autorizar o Banco Central do Brasil e as instituições
propiciar, nas diferentes regiões do País, condições favoráveis financeiras públicas federais a efetuar a subscrição compra e
ao desenvolvimento harmônico da economia nacional; venda de ações e outros papéis emitidos ou de
- Propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos responsabilidade das sociedades de economia mista e
instrumentos financeiros, com vistas à maior eficiência do empresas do Estado;
sistema de pagamentos e de mobilização de recursos; - Disciplinar as atividades das Bolsas de Valores e dos
- Zelar pela liquidez e solvência das instituições corretores de fundos públicos;
financeiras; - Estatuir normas para as operações das instituições
- Coordenar as políticas monetárias, de crédito, financeiras públicas, para preservar sua solidez e adequar seu
orçamentária, fiscal e da dívida pública, interna e externa. funcionamento aos objetivos desta Lei;
Compete ao Conselho Monetário Nacional; - Baixar normas que regulem as operações de câmbio,
inclusive swaps, fixando limites, taxas, prazos e outras
Compete ao Conselho Monetário Nacional: condições.
- Autorizar a emissão de papel moeda;

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Dica: Procurar gravar as palavras chaves como: O Conselho Monetário Nacional pode, ainda, autorizar o
autorizar, fixar, disciplinar, limitar, regular. Lembre-se que o Banco Central da República do Brasil a emitir, anualmente, até
CMN é um órgão NORMATIVO assim não executa tarefas. o limite de 10% (dez por cento) dos meios de pagamentos
existentes a 31 de dezembro do ano anterior, para atender as
exigências das atividades produtivas e da circulação da riqueza
Maiores detalhes sobre o “Conselho Monetário Nacional”, do País, devendo, porém, solicitar autorização do Poder
estão presentes nas Leis que serão apresentadas a seguir: Legislativo, mediante Mensagem do Presidente da República,
para as emissões que, justificadamente, se tornarem necessárias
LEI Nº 4.595, DE 31 DE DEZEMBRO DE 1964. além daquele limite.
Quando necessidades urgentes e imprevistas para o
Dispõe sobre a Política e as Instituições Monetárias, financiamento dessas atividades o determinarem, pode o
Bancárias e Creditícias, Cria o Conselho Monetário Nacional e Conselho Monetário Nacional autorizar as emissões que se
dá outras providências. fizerem indispensáveis, solicitando imediatamente, através de
Mensagem do Presidente da República, homologação do Poder
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, Faço saber que o Congresso Legislativo para as emissões assim realizadas.
Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
II - Estabelecer condições para que o Banco Central da
Capítulo I República do Brasil emita moeda-papel de curso forçado, nos
Do Sistema Financeiro Nacional termos e limites decorrentes desta Lei, bem como as normas
reguladoras do meio circulante;
Art. 1º O sistema Financeiro Nacional, estruturado e III - Aprovar os orçamentos monetários, preparados pelo
regulado pela presente Lei, será constituído: Banco Central da República do Brasil, por meio dos quais se
I - do Conselho Monetário Nacional; estimarão as necessidades globais de moeda e crédito;
II - do Banco Central do Brasil; IV - Determinar as características gerais das cédulas e das
III - do Banco do Brasil S. A.; moedas;
IV - do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico; V - Fixar as diretrizes e normas da política cambial,
V - das demais instituições financeiras públicas e privadas. inclusive quanto a compra e venda de ouro e quaisquer
operações em Direitos Especiais de Saque e em moeda
Capítulo II estrangeira;
Do Conselho Monetário Nacional VI - Disciplinar o crédito em todas as suas modalidades e
as operações creditícias em todas as suas formas, inclusive
Art. 2º Fica extinto o Conselho da atual Superintendência aceites, avais e prestações de quaisquer garantias por parte
da Moeda e do Crédito, e criado em substituição, o Conselho das instituições financeiras;
Monetário Nacional, com a finalidade de formular a política da VII - Coordenar a política de que trata o art. 3º desta
moeda e do crédito como previsto nesta lei, objetivando o Lei com a de investimentos do Governo Federal;
progresso econômico e social do País. VIII - Regular a constituição, funcionamento e fiscalização
dos que exercerem atividades subordinadas a esta lei, bem
Art. 3º A política do Conselho Monetário Nacional como a aplicação das penalidades previstas;
objetivará: IX - Limitar, sempre que necessário, as taxas de juros,
I - Adaptar o volume dos meios de pagamento ás reais descontos comissões e qualquer outra forma de remuneração
necessidades da economia nacional e seu processo de de operações e serviços bancários ou financeiros, inclusive os
desenvolvimento; prestados pelo Banco Central da República do Brasil,
II - Regular o valor interno da moeda, para tanto assegurando taxas favorecidas aos financiamentos que se
prevenindo ou corrigindo os surtos inflacionários ou destinem a promover:
deflacionários de origem interna ou externa, as depressões - recuperação e fertilização do solo;
econômicas e outros desequilíbrios oriundos de fenômenos - reflorestamento;
conjunturais; - combate a epizootias e pragas, nas atividades rurais;
III - Regular o valor externo da moeda e o equilíbrio no - eletrificação rural;
balanço de pagamento do País, tendo em vista a melhor - mecanização;
utilização dos recursos em moeda estrangeira; - irrigação;
IV - Orientar a aplicação dos recursos das instituições - investimento indispensáveis às atividades agropecuárias;
financeiras, quer públicas, quer privadas; tendo em vista X - Determinar a percentagem máxima dos recursos que as
propiciar, nas diferentes regiões do País, condições favoráveis instituições financeiras poderão emprestar a um mesmo
ao desenvolvimento harmônico da economia nacional; cliente ou grupo de empresas;
V - Propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos XI - Estipular índices e outras condições técnicas sobre
instrumentos financeiros, com vistas à maior eficiência do encaixes, mobilizações e outras relações patrimoniais a serem
sistema de pagamentos e de mobilização de recursos; observadas pelas instituições financeiras;
VI - Zelar pela liquidez e solvência das instituições XII - Expedir normas gerais de contabilidade e estatística a
financeiras; serem observadas pelas instituições financeiras;
VII - Coordenar as políticas monetárias, creditícia, XIII - Delimitar, com periodicidade não inferior a dois anos
orçamentária, fiscal e da dívida pública, interna e externa. o capital mínimo das instituições financeiras privadas, levando
em conta sua natureza, bem como a localização de suas sedes
Art. 4º Compete ao Conselho Monetário Nacional, segundo e agências ou filiais;
diretrizes estabelecidas pelo Presidente da República: XIV - Determinar recolhimento de até 60% (sessenta por
I - Autorizar as emissões de papel-moeda as quais ficarão cento) do total dos depósitos e/ou outros títulos contábeis das
na prévia dependência de autorização legislativa quando se instituições financeiras, seja na forma de subscrição de letras
destinarem ao financiamento direto pelo Banco Central da ou obrigações do Tesouro Nacional ou compra de títulos da
República do Brasil, das operações de crédito com o Tesouro Dívida Pública Federal, seja através de recolhimento em
Nacional, nos termos do artigo 49 desta Lei. espécie, em ambos os casos entregues ao Banco Central do

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Brasil, na forma e condições que o Conselho Monetário XXXI - Baixar normas que regulem as operações de câmbio,
Nacional determinar, podendo este: inclusive swaps, fixando limites, taxas, prazos e outras
a) adotar percentagens diferentes em função; condições.
- das regiões geoeconômicas; XXXII - regular os depósitos a prazo de instituições
- das prioridades que atribuir às aplicações; financeiras e demais sociedades autorizadas a funcionar pelo
- da natureza das instituições financeiras; Banco Central do Brasil, inclusive entre aquelas sujeitas ao
b) determinar percentuais que não serão recolhidos, mesmo controle acionário ou coligadas.
desde que tenham sido reaplicados em financiamentos à § 1º O Conselho Monetário Nacional, no exercício das
agricultura, sob juros favorecidos e outras condições fixadas atribuições previstas no inciso VIII deste artigo, poderá
pelo Conselho Monetário Nacional. determinar que o Banco Central da República do Brasil recuse
XV - Estabelecer para as instituições financeiras públicas, a autorização para o funcionamento de novas instituições
dedução dos depósitos de pessoas jurídicas de direito público financeiras, em função de conveniências de ordem geral.
que lhes detenham o controle acionário, bem como das § 2º Competirá ao Banco Central da República do Brasil
respectivas autarquias e sociedades de economia mista, no acompanhar a execução dos orçamentos monetários e relatar
cálculo a que se refere o inciso anterior; a matéria ao Conselho Monetário Nacional, apresentando as
XVI - Enviar obrigatoriamente ao Congresso Nacional, até sugestões que considerar convenientes.
o último dia do mês subsequente, relatório e mapas § 3º As emissões de moeda metálica serão feitas sempre
demonstrativos da aplicação dos recolhimentos compulsórios. contra recolhimento de igual montante em cédulas.
XVII - Regulamentar, fixando limites, prazos e § 4º O Conselho Monetário nacional poderá convidar
outras condições, as operações de redesconto e de autoridades, pessoas ou entidades para prestar
empréstimo, efetuado com quaisquer instituições financeiras esclarecimentos considerados necessários.
públicas e privado de natureza bancária; § 5º Nas hipóteses do art. 4º, inciso I, e do § 6º, do art. 49,
XVIII - Outorgar ao Banco Central da República do Brasil o desta lei, se o Congresso Nacional negar homologação à
monopólio das operações de câmbio quando ocorrer grave emissão extraordinária efetuada, as autoridades
desequilíbrio no balanço de pagamentos ou houver sérias responsáveis serão responsabilizadas nos termos da Lei nº
razões para prever a iminência de tal situação; 1059, de 10/04/1950.
XIX - Estabelecer normas a serem observadas pelo Banco § 6º O Conselho Monetário Nacional encaminhará ao
Central da República do Brasil em suas transações com títulos Congresso Nacional, até 31 de março de cada ano, relatório da
públicos e de entidades de que participe o Estado; evolução da situação monetária e creditícia do País no ano
XX - Autoriza o Banco Central da República do Brasil e as anterior, no qual descreverá, minuciosamente as providências
instituições financeiras públicas federais a efetuar a adotadas para cumprimento dos objetivos estabelecidos nesta
subscrição, compra e venda de ações e outros papéis emitidos lei, justificando destacadamente os montantes das emissões de
ou de responsabilidade das sociedades de economia mista e papel-moeda que tenham sido feitas para atendimento das
empresas do Estado; atividades produtivas.
XXI - Disciplinar as atividades das Bolsas de Valores e dos § 7º O Banco Nacional da Habitação é o principal
corretores de fundos públicos; instrumento de execução da política habitacional do Governo
XXII - Estatuir normas para as operações das instituições Federal e integra o sistema financeiro nacional, juntamente
financeiras públicas, para preservar sua solidez e adequar seu com as sociedades de crédito imobiliário, sob orientação,
funcionamento aos objetivos desta lei; autorização, coordenação e fiscalização do Conselho
XXIII - Fixar, até quinze (15) vezes a soma do capital Monetário Nacional e do Banco Central da República do Brasil,
realizado e reservas livres, o limite além do qual os excedentes quanto à execução, nos termos desta lei, revogadas as
dos depósitos das instituições financeiras serão recolhidos ao disposições especiais em contrário.
Banco Central da República do Brasil ou aplicados de acordo
com as normas que o Conselho estabelecer; Art. 5º As deliberações do Conselho Monetário Nacional
XXIV - Decidir de sua própria organização; elaborando seu entendem-se de responsabilidade de seu Presidente para os
regimento interno no prazo máximo de trinta (30) dias; efeitos do art. 104, nº I, letra "b", da Constituição Federal e
XXV - Decidir da estrutura técnica e administrativa do obrigarão também os órgãos oficiais, inclusive autarquias e
Banco Central da República do Brasil e fixar seu quadro de sociedades de economia mista, nas atividades que afetem o
pessoal, bem como estabelecer os vencimentos e vantagens de mercado financeiro e o de capitais.
seus funcionários, servidores e diretores, cabendo ao
Presidente deste apresentar as respectivas propostas; ATENÇÃO! Embora os artigos 6º e 7º, desta lei, não
XXVI - Conhecer dos recursos de decisões do Banco Central tenham sido revogados expressamente sua redação foi
da República do Brasil; alterada pelo que dispõe os artigos 8º, 9º, 10 e 11, da Lei Nº
XXVII - aprovar o regimento interno e as contas do Banco 9.069, de 29 de junho de 1995, sendo esta a que está em
Central do Brasil e decidir sobre seu orçamento e sobre seus vigor, vejamos os mencionados artigos a seguir:
sistemas de contabilidade, bem como sobre a forma e prazo de
transferência de seus resultados para o Tesouro Nacional, sem Art. 8º O Conselho Monetário Nacional, criado pela Lei
prejuízo da competência do Tribunal de Contas da União. nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964, passa a ser integrado
XXVIII - Aplicar aos bancos estrangeiros que funcionem no pelos seguintes membros:
País as mesmas vedações ou restrições equivalentes, que I - Ministro de Estado da Fazenda, na qualidade de
vigorem nas praças de suas matrizes, em relação a bancos Presidente;
brasileiros ali instalados ou que nelas desejem estabelecer-se; II - Ministro de Estado do Planejamento, Orçamento e
XXIX - Colaborar com o Senado Federal, na instrução dos Gestão; (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.216-37,
processos de empréstimos externos dos Estados, do Distrito de 2001)
Federal e dos Municípios, para cumprimento do disposto no III - Presidente do Banco Central do Brasil.
art. 63, nº II, da Constituição Federal; § 1º O Conselho deliberará mediante resoluções, por
XXX - Expedir normas e regulamentação para as maioria de votos, cabendo ao Presidente a prerrogativa de
designações e demais efeitos do art. 7º, desta lei. deliberar, nos casos de urgência e relevante interesse, ad
referendum dos demais membros.

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§ 2º Quando deliberar ad referendum do Conselho, o O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o


Presidente submeterá a decisão ao colegiado na primeira CONGRESSO NACIONAL decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
reunião que se seguir àquela deliberação.
§ 3º O Presidente do Conselho poderá convidar Ministros Art 1º O caput do artigo 4º, da Lei nº 4.595, de 31 de
de Estado, bem como representantes de entidades públicas dezembro de 1964, passa a vigorar com a seguinte redação:
ou privadas, para participar das reuniões, não lhes sendo "Art. 4º Compete ao Conselho Monetário Nacional, segundo
permitido o direito de voto. diretrizes estabelecidas pelo Presidente da República:"
§ 4º O Conselho reunir-se-á, ordinariamente, uma vez
por mês, e, extraordinariamente, sempre que for convocado Art 2º As atribuições relativas à política nacional do
por seu Presidente. abastecimento, enunciadas nos artigos 2º e 3º, da Lei Delegada
§ 5º O Banco Central do Brasil funcionará como nº 5, de 26 de dezembro de 1962, e transferidas para a
secretaria-executiva do Conselho. competência do Conselho Monetário Nacional pelo artigo 2º,
§ 6º O regimento interno do Conselho Monetário do Decreto nº 65.769, de 2 de dezembro de 1969, serão
Nacional será aprovado por decreto do Presidente da exercidas conjuntamente pelo Ministro de Estado Chefe da
República, no prazo máximo de trinta dias, contados da Secretaria de Planejamento da Presidência da República, e
publicação desta Lei. pelos Ministros de Estado da Fazenda, dos Transportes e da
§ 7º A partir de 30 de junho de 1994, ficam extintos os Agricultura, sob a coordenação deste último e de acordo com
mandatos de membros do Conselho Monetário Nacional as diretrizes que forem estabelecidas pelo Presidente da
nomeados até aquela data. República.

Art. 9º É criada junto ao Conselho Monetário Nacional a Art 3º O Conselho Monetário Nacional será integrado
Comissão Técnica da Moeda e do Crédito, composta dos pelos seguintes membros:
seguintes membros: I - Ministro de Estado da Fazenda, como Presidente;
I - Presidente e quatro Diretores do Banco Central do II - Ministro de Estado Chefe da Secretaria de Planejamento
Brasil; da Presidência da República, que será o Vice-Presidente e
II - Presidente da Comissão de Valores Mobiliários; substituirá o Presidente em seus impedimentos eventuais;
III - Secretário-Executivo do Ministério do Planejamento, III - Ministro de Estado da Indústria e do Comércio, que
Orçamento e Gestão; (Redação dada pela Medida Provisória substituirá o Vice-Presidente em seus impedimentos
nº 2.216-37, de 2001) eventuais;
IV - Secretário-Executivo e Secretários do Tesouro IV - Presidente do Banco Central do Brasil;
Nacional e de Política Econômica do Ministério da Fazenda. V - Presidente do Banco do Brasil S.A.;
§ 1º A Comissão será coordenada pelo Presidente do VI - Presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento
Banco Central do Brasil. Econômico;
§ 2º O regimento interno da Comissão Técnica da Moeda VII - Presidente do Banco Nacional de Habitação;
e do Crédito será aprovado por decreto do Presidente da VIII - Três membros nomeados pelo Presidente da
República. República entre brasileiros de ilibada reputação e notória
capacidade em assuntos econômico-financeiros, com mandato
Art. 10. Compete à Comissão Técnica da Moeda e do de cinco anos.
Crédito: § 1º O Conselho deliberará por maioria de votos com a
I - propor a regulamentação das matérias tratadas na presença, no mínimo, de seis membros, cabendo ao Presidente
presente Lei, de competência do Conselho Monetário o voto de qualidade.
Nacional; § 2º Os demais Diretores do Banco Central do Brasil
II - manifestar-se, na forma prevista em seu regimento participarão das reuniões do Conselho Monetário Nacional
interno, previamente, sobre as matérias de competência do sem direito a voto.
Conselho Monetário Nacional, especialmente aquelas § 3º O Presidente do Conselho Monetário Nacional poderá
constantes da Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964; convidar para participar das reuniões, sem direito a voto,
III - outras atribuições que lhe forem cometidas pelo outros Ministros de Estado, assim como representantes de
Conselho Monetário Nacional. entidades públicas ou privadas.

Art. 11. Funcionarão, também, junto ao Conselho Art 4º O Conselho Monetário Nacional reunir-se-á
Monetário Nacional, as seguintes Comissões Consultivas: ordinariamente uma vez por mês e, extraordinariamente,
I - de Normas e Organização do Sistema Financeiro; sempre que necessário, por convocação do seu Presidente.
II - de Mercado de Valores Mobiliários e de Futuros;
III - de Crédito Rural; Art. 5º - O Banco Central do Brasil será administrado por
IV - de Crédito Industrial; um Presidente e seis Diretores, nomeados pelo Presidente da
V - de Crédito Habitacional, e para Saneamento e República, escolhidos entre brasileiros de ilibada reputação e
Infraestrutura Urbana; notória capacidade em assuntos econômico-financeiros, sendo
VI - de Endividamento Público; demissíveis ad nutum. (Redação dada pelo Decreto-lei
VII - de Política Monetária e Cambial. nº 1.795, de 1980)
§ 1º A organização, a composição e o funcionamento das Art 6º Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação,
Comissões Consultivas serão objeto de regimento interno, a revogadas as disposições em contrário.
ser aprovado por Decreto do Presidente da República.
§ 2º Ficam extintos, a partir de 30 de junho de 1994, os DECRETO Nº 1.649, DE 27 DE SETEMBRO DE 1995
mandatos dos membros das Comissões Consultivas.
(...) Altera dispositivos do Regimento Interno do Conselho
Monetário Nacional - CMN, aprovado pelo Decreto nº 1.307, de
9 de novembro de 1994.
LEI Nº 6.045, DE 15 DE MAIO DE 1974
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que
Altera a constituição e a competência do Conselho lhe confere o art. 84, incisos IV e VI, da Constituição, e tendo
Monetário Nacional e dá outras providências.
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em vista o disposto no § 6º do art. 8º da Lei nº 9.069, de 29 de Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic). O Copom
junho de 1995, estabelece a meta para a Taxa Selic, e cabe à mesa de operações
DECRETA: do mercado aberto do BCB manter a Taxa Selic diária próxima
à meta.
Art. 1º Os arts. 2º, 5º, 10, 16 e 23 do Regimento Interno do E o que é o viés da taxa de juros? Viés de taxa de juros (de
Conselho Monetário Nacional, aprovado pelo Decreto nº 1.307, elevação ou de redução) trata-se de uma prerrogativa que
de 9 de novembro de 1994, passam a vigorar com as seguintes autoriza o Presidente do BCB a alterar a meta para a Taxa Selic
alterações: na direção do viés a qualquer momento entre as reuniões
"Art. 2º O CMN é integrado pelos seguintes membros: regulares do Copom. O viés é utilizado, normalmente, quando
I - Ministro de Estado da Fazenda, na qualidade de alguma mudança significativa na conjuntura econômica for
Presidente; esperada. A última vez em que esse expediente foi utilizado
II - Ministro de Estado do Planejamento e Orçamento; ocorreu na 82ª reunião do Comitê, em 19-20/3/2003.
III - Presidente do Banco Central do Brasil."
Importante ressaltar que o Copom é composto pelos
“Art. 5º Funcionarão também junto ao CMN as seguintes membros da Diretoria Colegiada do BCB: o Presidente e os
Comissões Consultivas: Diretores de Política Monetária, Política Econômica, Assuntos
I - de Normas e Organização do Sistema Financeiro; Internacionais e Gestão de Riscos Corporativos, Organização
II - de Mercado de Valores Mobiliários e de Futuros; do Sistema Financeiro e Controle de Operações de Crédito
III - de Crédito Rural; Rural, Fiscalização, Regulação do Sistema Financeiro, e
IV - de Crédito Industrial; Administração. O Presidente tem direito ao voto decisório em
V - de Crédito Habitacional, e para Saneamento e caso de empate na decisão da política monetária.
Infraestrutura Urbana Formalmente, os objetivos do Copom são: "implementar a
VI - de Endividamento Público; política monetária, definir a meta da Taxa Selic e seu eventual
VII - de Política Monetária e Cambial." viés, e analisar o Relatório de Inflação". A taxa de juros fixada
na reunião do Copom é a meta para a Taxa Selic (taxa média
"Art. 10. Compete á COMOC: dos financiamentos diários, com lastro em títulos federais,
I - propor as instruções necessárias à execução do disposto apurados no Sistema Especial de Liquidação e Custódia), a qual
da Lei nº 9.069, de 29 de junho de 1995, relativas às matérias vigora por todo o período entre reuniões ordinárias do Comitê.
de competência do Conselho Monetário Nacional; Se for o caso, o Copom também pode definir o viés, que é a
prerrogativa dada ao presidente do Banco Central para alterar,
"Art. 16. Participam das reuniões do CMN: na direção do viés, a meta para a Taxa Selic a qualquer
III - os Diretores do Banco Central do Brasil, não momento entre as reuniões ordinárias.
integrantes da COMOC; As reuniões ordinárias do Copom dividem-se em dois dias:
a primeira sessão às terças-feiras e a segunda às quartas-
"Art. 23. Os recursos de decisões do Banco Central do feiras. Mensais desde 2000, o número de reuniões ordinárias
Brasil, cujo julgamento seja da competência do CMN, serão foi reduzido para oito ao ano a partir de 2006, sendo o
encaminhados ao Colegiado após manifestação da COMOC." calendário anual divulgado até o fim de junho do ano anterior.
O Copom é composto pelos membros da Diretoria Colegiada
Art. 2º Este Decreto entra em vigor na data de sua do Banco Central do Brasil: o presidente, que tem o voto de
publicação. qualidade; e os diretores de Administração, Assuntos
Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos,
COPOM -Comitê de Política Monetária. Fiscalização, Organização do Sistema Financeiro e Controle de
Operações do Crédito Rural, Política Econômica, Política
O Comitê de Política Monetária, ou Copom, é o órgão Monetária, Regulação do Sistema Financeiro, e
decisório da política monetária do Banco Central do Brasil Relacionamento Institucional e Cidadania. Também
(BCB), responsável por estabelecer a meta para a taxa básica participam do primeiro dia da reunião os chefes dos seguintes
de juros, que no Brasil é a Taxa Over-Selic, ou Taxa Selic. O departamentos do Banco Central: Departamento de Operações
Comitê foi criado em junho de 1996 com o objetivo de Bancárias e de Sistema de Pagamentos (Deban),
estabelecer ritual adequado ao processo decisório de política Departamento de Operações do Mercado Aberto (Demab),
monetária e aprimorar sua transparência. Departamento Econômico (Depec), Departamento de Estudos
No regime de metas para a inflação, implementado no e Pesquisas (Depep), Departamento das Reservas
Brasil em 1999, o principal objetivo do Copom é o de Internacionais (Depin), Departamento de Assuntos
estabelecer as diretrizes da política monetária e definir a meta Internacionais (Derin), e Departamento de Relacionamento
para a taxa básica de juros no Brasil. A partir dessa definição, com Investidores e Estudos Especiais (Gerin). A primeira
cabe ao BCB, por meio de operações de mercado aberto, buscar sessão dos trabalhos conta ainda com a presença do chefe de
manter a Taxa Selic diária próxima a essa meta. A meta de gabinete do presidente, do assessor de imprensa e de outros
inflação de cada ano, por sua vez, é estabelecida pelo Conselho servidores do Banco Central, quando autorizados pelo
Monetário Nacional (CMN) com dois anos de antecedência, presidente.
sempre no mês de junho. Se, em determinado ano, a inflação No primeiro dia das reuniões, os chefes de departamento
ultrapassar a meta estabelecida pelo CMN, o Presidente do apresentam uma análise da conjuntura doméstica abrangendo
BCB deve encaminhar carta aberta ao Ministro da Fazenda inflação, nível de atividade, evolução dos agregados
explicando as razões do não cumprimento da meta, bem como monetários, finanças públicas, balanço de pagamentos,
as medidas necessárias para trazer a inflação de volta à economia internacional, mercado de câmbio, reservas
trajetória predefinida e o tempo esperado para que essas internacionais, mercado monetário, operações de mercado
medidas surtam efeito. aberto, avaliação prospectiva das tendências da inflação e
Neste ponto do estudo você pode estar se perguntando, expectativas gerais para variáveis macroeconômicas.
mas o que é Taxa Selic? A Taxa Selic, instrumento primário de No segundo dia da reunião, do qual participam apenas os
política monetária do Copom, é a taxa de juros média que membros do Comitê e o chefe do Depep, sem direito a voto, os
incide sobre os financiamentos diários com prazo de um dia diretores de Política Monetária e de Política Econômica, após
útil (overnight), lastreados por títulos públicos registrados no análise das projeções atualizadas para a inflação, apresentam

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alternativas para a taxa de juros de curto prazo e fazem presentes, no mínimo, o Presidente, ou seu substituto, e
recomendações acerca da política monetária. Em seguida, os metade do número de Diretores.
demais membros do Copom fazem suas ponderações e § 1º As reuniões ordinárias são realizadas em duas sessões,
apresentam eventuais propostas alternativas. Ao final, discriminadas a seguir:
procede-se à votação das propostas, buscando-se, sempre que I - a primeira sessão ocorrerá às terças-feiras, sendo
possível, o consenso. A decisão final - a meta para a Taxa Selic reservada às apresentações técnicas de conjuntura econômica;
e o viés, se houver - é imediatamente divulgada à imprensa ao II - a segunda sessão ocorrerá às quartas-feiras,
mesmo tempo em que é expedido Comunicado através do destinando-se à decisão acerca das diretrizes de política
Sistema de Informações do Banco Central (Sisbacen). monetária.
As atas em português das reuniões do Copom são § 2º Além dos membros do Copom, participam da primeira
divulgadas às 8h30 da quinta-feira da semana posterior a cada sessão das reuniões ordinárias os Chefes das seguintes
reunião, dentro do prazo regulamentar de seis dias úteis, Unidades:
sendo publicadas na página do Banco Central na internet I - Departamento de Operações Bancárias e de Sistema de
("Atas do Copom") e para a imprensa. Pagamentos (Deban);
Ao final de cada trimestre civil (março, junho, setembro e II - Departamento de Operações do Mercado Aberto
dezembro), o Copom publica o documento "Relatório de (Demab);
Inflação", que analisa detalhadamente a conjuntura econômica III - Departamento Econômico (Depec);
e financeira do País, bem como apresenta suas projeções para IV - Departamento de Estudos e Pesquisas (Depep);
a taxa de inflação. V - Departamento das Reservas Internacionais (Depin);
VI - Departamento de Assuntos Internacionais (Derin);
Em seguida para complementação dos ensinamentos acima VII - Departamento de Relacionamento com Investidores e
apresentados, se faz necessária à leitura atenta da Circular nº Estudos Especiais (Gerin).
3.593, de 16 de maio de 2012, que anuncia o novo § 3º Nas ausências dos Chefes das Unidades, os substitutos
Regulamento do Comitê de Política Monetária (Copom): nas reuniões do Copom serão indicados pelos Diretores das
respectivas áreas e terão as mesmas responsabilidades.
CIRCULAR Nº 3.593, DE 16 DE MAIO DE 2012 § 4º A primeira sessão das reuniões ordinárias conta ainda
com a presença do Chefe de Gabinete do Presidente, do
Divulga novo Regulamento do Comitê de Política Assessor de Imprensa e de outros servidores do Banco Central
Monetária (Copom). do Brasil, quando autorizados pelo Presidente.
§ 5º A participação nas reuniões extraordinárias é restrita
A Diretoria Colegiada do Banco Central do Brasil, em aos membros do Copom, podendo delas participar outros
sessão realizada em 16 de maio de 2012, com fundamento nos servidores do Banco Central do Brasil, quando autorizados
arts. 9º e 10, inciso XII, da Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de pelo Presidente.
1964, e no art. 2º do Decreto nº 3.088, de 21 de junho de 1999, § 6º Na segunda sessão das reuniões ordinárias, além dos
membros do Copom, participa, sem direito a voto, o Chefe do
RESOLVE : Depep.

Art. 1º O Regulamento do Comitê de Política Monetária Capítulo III


(Copom) passa a vigorar com a redação do documento anexo. ATRIBUIÇÕES E COMPETÊNCIAS

Art. 2º Esta Circular entra em vigor na data de sua Art. 4º Cabe aos membros do Copom o exercício das
publicação. seguintes atribuições:
I - Presidente e Diretores:
Art. 3º Fica revogada a Circular nº 3.297, de 31 de outubro a) avaliar informações, apresentações e documentos
de 2005. expostos como subsídios para deliberação do colegiado;
b) definir, por meio de voto, a meta para a Taxa Selic e seu
REGULAMENTO ANEXO À CIRCULAR Nº 3.593, DE 16 eventual viés, observado o disposto no § 2º deste artigo;
DE MAIO DE 2012 II - Presidente:
a) autorizar a participação de outros servidores do Banco
Regulamenta o funcionamento do Comitê de Política Central do Brasil na primeira sessão das reuniões ordinárias
Monetária (Copom). ou nas reuniões extraordinárias;
b) presidir as reuniões e, ao final, encaminhar a votação;
Capítulo I c) alterar a meta para a Taxa Selic, no mesmo sentido do
OBJETIVO viés, sem necessidade de convocação de reunião
extraordinária do Copom;
Art. 1º O Comitê de Política Monetária (Copom), III - Diretor de Política Monetária: exercer o papel de
constituído no âmbito do Banco Central do Brasil, tem como moderador durante a primeira sessão das reuniões ordinárias;
objetivos implementar a política monetária, definir a meta da IV - Diretor de Política Econômica: elaborar as atas das
Taxa Selic e seu eventual viés e analisar o Relatório de Inflação reuniões do Copom.
a que se refere o Decreto nº 3.088, de 21 de junho de 1999. § 1º Os Chefes de Unidade deverão levar ao conhecimento
do Copom os fatos mais relevantes relacionados ao
Capítulo II diagnóstico e prognóstico dos seguintes assuntos:
ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO I - Chefe do Deban: condições de liquidez e de
funcionamento do sistema bancário;
Art. 2º São membros do Copom o Presidente e os Diretores II - Chefe do Demab: mercado monetário e operações de
do Banco Central do Brasil. mercado aberto;
III - Chefe do Depec: conjuntura econômica doméstica;
Art. 3º O Copom reúne-se ordinariamente oito vezes por IV - Chefe do Depep: avaliação prospectiva das tendências
ano e, extraordinariamente, por convocação de seu Presidente, da inflação;

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V - Chefe do Depin: mercados financeiros internacionais e monetária foram transferidas progressivamente do Banco do
de câmbio; Brasil para o Banco Central, enquanto as atividades atípicas
VI - Chefe do Derin: conjuntura econômica internacional; exercidas por esse último, como as relacionadas ao fomento e
VII - Chefe do Gerin: expectativas de mercado para à administração da dívida pública federal, foram transferidas
variáveis macroeconômicas. para o Tesouro Nacional.
§ 2º O Copom deliberará por maioria simples de votos, a A Constituição Federal de 1988 estabeleceu dispositivos
serem proferidos oralmente, cabendo ao Presidente voto de importantes para a atuação do Banco Central, dentre os quais
qualidade. destacam-se o exercício exclusivo da competência da União
§ 3º Compete ao Copom avaliar o cenário macroeconômico para emitir moeda e a exigência de aprovação prévia pelo
e os principais riscos a ele associados, com base nos quais são Senado Federal, em votação secreta, após arguição pública, dos
tomadas as decisões de política monetária. nomes indicados pelo Presidente da República para os cargos
§ 4º As atas das reuniões conterão as informações de presidente e diretores da instituição. Além disso, vedou ao
indicadas no § 3º deste artigo, além do registro nominal dos Banco Central a concessão direta ou indireta de empréstimos
votos proferidos pelos membros do Copom. ao Tesouro Nacional.
§ 5º As atas das reuniões do Copom serão divulgadas no A Constituição de 1988 prevê ainda, em seu artigo 192,
prazo de até seis dias úteis após a data de sua realização. a elaboração de Lei Complementar do Sistema Financeiro
Nacional, que deverá substituir a Lei 4.595/64 e redefinir as
Art. 5º As decisões emanadas do Copom devem ser atribuições e estrutura do Banco Central do Brasil.
publicadas por meio de Comunicado do Diretor de Política
Monetária, divulgado na data da segunda sessão da reunião Missão Institucional
ordinária, a partir das dezoito horas, imediatamente após o Assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda e
seu término (redação dada pela Circular BACEN - nº 3802 de a solidez do sistema financeiro nacional.
12/07/2016).
§ 1º O Comunicado de que trata este artigo identificará o Macroprocessos
voto de cada membro do Copom. - Formulação e gestão das políticas monetária e cambial,
§ 2º No caso de reunião extraordinária, o horário de compatíveis com as diretrizes do Governo Federal.
divulgação do Comunicado será determinado pelo Diretor de - Regulação e supervisão do sistema financeiro nacional.
Política Monetária. - Administração do sistema de pagamentos e do meio
circulante.
Art. 6º O calendário anual das reuniões ordinárias deve ser
divulgado até o fim do mês de junho do ano anterior. Macro objetivos
- Consolidar as políticas monetária e cambial no sentido de
Banco Central do Brasil; assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda.
- Assegurar que a regulação e a fiscalização do Sistema
O Banco Central do Brasil, autarquia federal integrante do Financeiro observem padrões e práticas internacionais.
Sistema Financeiro Nacional, foi criado em 31.12.64, com a - Consolidar a implantação do novo Sistema de
promulgação da Lei nº 4.595. Pagamentos Brasileiro.
Antes da criação do Banco Central, o papel de autoridade - Concluir o processo de saneamento e reestruturação
monetária era desempenhado pela Superintendência da dos bancos oficiais.
Moeda e do Crédito - SUMOC, pelo Banco do Brasil - BB e pelo - Implantar modelo de administração gerencial para
Tesouro Nacional. atuação do Banco Central.
A SUMOC, criada em 1945 com a finalidade de exercer o
controle monetário e preparar a organização de um banco Como banco do governo, o BC administra a dívida pública
central, tinha a responsabilidade de fixar os percentuais de mobiliária federal interna, ao financiar o Tesouro Nacional,
reservas obrigatórias dos bancos comerciais, as taxas do adquirindo títulos por ele emitidos, quando seus gastos
redesconto e da assistência financeira de liquidez, bem como superam suas receitas (da mesma forma que nós recorremos
os juros sobre depósitos bancários. aos bancos quando o nosso salário acaba antes do final do
Além disso, supervisionava a atuação dos bancos mês).
comerciais, orientava a política cambial e representava o País Administra, também, tanto as reservas como a dívida
junto a organismos internacionais. pública externas, além de fiscalizar e supervisionar a dívida
O Banco do Brasil desempenhava as funções de banco do pública de estados e municípios, para evitar que seu eventual
governo, mediante o controle das operações de comércio descontrole prejudique apolítica fiscal do governo.
exterior, o recebimento dos depósitos compulsórios e
voluntários dos bancos comerciais e a execução de operações Como banco das instituições financeiras monetárias
de câmbio em nome de empresas públicas e do Tesouro (bancos comerciais), administra suas reservas bancárias, que
Nacional, de acordo com as normas estabelecidas pela SUMOC nada mais são do que os depósitos que essas instituições
e pelo Banco de Crédito Agrícola, Comercial e Industrial. mantêm junto ao BC (da mesma forma que cada um de nós tem
O Tesouro Nacional era o órgão emissor de papel-moeda. uma conta corrente em um banco comercial).
Após a criação do Banco Central buscou-se dotar a instituição Uma parte desses depósitos fica compulsoriamente retida
de mecanismos voltados para o desempenho do papel de no BC com o objetivo, neste caso, de controlar o estoque de
"bancos dos bancos". Em 1985 foi promovido o recursos que os bancos podem disponibilizar como crédito aos
reordenamento financeiro governamental com a separação seus clientes e, dessa forma, tentar estabelecer o nível ideal de
das contas e das funções do Banco Central, Banco do Brasil e aumento de consumo sem aumento de inflação para cada
Tesouro Nacional. Em 1986 foi extinta a conta movimento e o momento da economia.
fornecimento de recursos do Banco Central ao Banco do Brasil Se o objetivo for aumentar ou mesmo diminuir o volume
passou a ser claramente identificado nos orçamentos das duas de reservas bancárias disponíveis para o crédito e,
instituições, eliminando-se os suprimentos automáticos que consequentemente, tentar diminuir ou aumentar o preço deste
prejudicavam a atuação do Banco Central. crédito, o BC diminui ou aumenta o depósito compulsório
O processo de reordenamento financeiro governamental sobram as reservas dos bancos, originadas pelos nossos
se estendeu até 1988, quando as funções de autoridade depósitos à vista.

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Resultado: aumento ou diminuição da taxa de juros. Nacional, após compensados eventuais prejuízos de exercícios
Como fiscal do sistema financeiro, o BC procura garantir o anteriores.
correto funcionamento de todas as suas instituições,
antecipando-se aos problemas de liquidez que algumas delas Art. 9º Compete ao Banco Central da República do Brasil
possam vir a ter e, assim, preservando a integridade do cumprir e fazer cumprir as disposições que lhe são atribuídas
sistema financeiro como um todo e das economias de cada um pela legislação em vigor e as normas expedidas pelo Conselho
de nós em particular. Monetário Nacional.
Como gestor da política cambial, estabelece as regras de
gestão e operação dos banco sem relação à moeda estrangeira, Art. 10. Compete privativamente ao Banco Central da
mais especificamente ao dólar, de forma a permitir que, República do Brasil:
dependendo das condições internas de nossa economia e de I - Emitir moeda-papel e moeda metálica, nas condições e
suas relações com o exterior, o preço do nosso real em relação limites autorizados pelo Conselho Monetário Nacional
ao dólar (a taxa de câmbio) garanta um fluxo de moeda II - Executar os serviços do meio-circulante;
positivo do País com o exterior (recebemos mais dólares do III - determinar o recolhimento de até cem por cento do
exterior do que somos obrigados a enviar) sem aumento de total dos depósitos à vista e de até sessenta por cento de outros
inflação. títulos contábeis das instituições financeiras, seja na forma de
Como gestor da política monetária, sua principal e mais subscrição de Letras ou Obrigações do Tesouro Nacional ou
crítica função, o BC procura determinar o estoque e o fluxo de compra de títulos da Dívida Pública Federal, seja através de
moeda na economia que permitam, para cada momento recolhimento em espécie, em ambos os casos entregues ao
econômico, seu crescimento sustentado, ou seja, sem inflação. Banco Central do Brasil, a forma e condições por ele
Para atingir esse objetivo, o BC age diretamente sobre o determinadas, podendo:
sistema financeiro, utilizando mecanismos diretos de controle a) adotar percentagens diferentes em função:
das reservas bancárias, quais sejam: 1. das regiões geoeconômicas;
2. das prioridades que atribuir às aplicações;
O depósito compulsório sobre os depósitos à vista, o 3. da natureza das instituições financeiras;
qual, pelo seu poder de multiplicação de crédito, tem um b) determinar percentuais que não serão recolhidos, desde
tratamento todo especial; que tenham sido reaplicados em financiamentos à agricultura,
sob juros favorecidos e outras condições por ele fixadas.
O empréstimo de liquidez, mais conhecido como IV - Receber os recolhimentos compulsórios de que trata o
redesconto, como uma ajuda temporária aos bancos para inciso anterior e, ainda, os depósitos voluntários à vista das
recompor sua capacidade futura de crédito; instituições financeiras, nos termos do inciso III e § 2º do art.
19.
O contingenciamento de crédito, através do V - Realizar operações de redesconto e empréstimos a
estabelecimento de regras restritivas para concessão de instituições financeiras bancárias e as referidas no Art. 4º,
crédito, a partir das reservas disponíveis para isso nos bancos; inciso XIV, letra "b", e no § 4º do Art. 49 desta lei;
O mercado aberto de títulos públicos-open market, ou seja, a VI - Exercer o controle do crédito sob todas as suas formas;
compra e a venda consistentes e programadas de títulos VII - Efetuar o controle dos capitais estrangeiros, nos
públicos pelo BC, de forma a retirar recursos do mercado pela termos da lei;
venda dos títulos, ou colocar pela compra (resgate) desses VIII - Ser depositário das reservas oficiais de ouro e moeda
mesmos títulos. estrangeira e de Direitos Especiais de Saque e fazer com estas
Podemos concluir que não é fácil a vida do BC e, também, últimas todas e quaisquer operações previstas no Convênio
como são fundamentais a sua ação e a participação do sistema Constitutivo do Fundo Monetário Internacional;
financeiro em todo o processo econômico. É bom lembrar que, IX - Exercer a fiscalização das instituições financeiras e
sem desenvolvimento econômico e social, a estabilidade aplicar as penalidades previstas;
monetária não se justifica, mas sem estabilidade monetária o X - Conceder autorização às instituições financeiras, a fim
desenvolvimento econômico não se sustenta e muito menos o de que possam:
social. Esse é o grande dilema. Sua solução é responsabilidade a) funcionar no País;
do governo, do BC, do sistema financeiro, das empresas b) instalar ou transferir suas sedes, ou dependências,
e, também, de todos nós. inclusive no exterior;
c) ser transformadas, fundidas, incorporadas ou
Vamos acompanhar em seguida o que prevê a Lei Nº 4.595, encampadas;
de 31 de dezembro de 1964, sobre o Banco Central do Brasil: d) praticar operações de câmbio, crédito real e venda
habitual de títulos da dívida pública federal, estadual ou
(...) municipal, ações Debêntures, letras hipotecárias e outros
CAPÍTULO III títulos de crédito ou mobiliários;
Do Banco Central da República do Brasil e) ter prorrogados os prazos concedidos para
funcionamento;
Art. 8º A atual Superintendência da Moeda e do Crédito é f) alterar seus estatutos.
transformada em autarquia federal, tendo sede e foro na g) alienar ou, por qualquer outra forma, transferir o seu
Capital da República, sob a denominação de Banco Central da controle acionário.
República do Brasil, com personalidade jurídica e patrimônios
próprios este constituído dos bens, direitos e valores que lhe XI - Estabelecer condições para a posse e para o exercício
são transferidos na forma desta Lei e ainda da apropriação dos de quaisquer cargos de administração de instituições
juros e rendas resultantes, na data da vigência desta lei, do financeiras privadas, assim como para o exercício de
disposto no art. 9º do Decreto-Lei número 8.495, de quaisquer funções em órgãos consultivos, fiscais e
28/12/1945, dispositivo que ora é expressamente revogado. semelhantes, segundo normas que forem expedidas pelo
Parágrafo único: Os resultados obtidos pelo Banco Central Conselho Monetário Nacional;
do Brasil, consideradas as receitas e despesas de todas as suas XII - Efetuar, como instrumento de política monetária,
operações, serão, a partir de 1º de janeiro de 1988, apurados operações de compra e venda de títulos públicos federais;
pelo regime de competência e transferidos para o Tesouro

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XIII - Determinar que as matrizes das Presidente, escolhidos pelo Conselho Monetário
instituições financeiras registrem os cadastros das firmas que Nacional dentre seus membros mencionados no inciso IV do
operam com suas agências há mais de um ano. art. 6º desta Lei.
§ 1º No exercício das atribuições a que se refere o inciso § 1º O Presidente do Banco Central da República do Brasil
IX deste artigo, com base nas normas estabelecidas pelo será substituído pelo Diretor que o Conselho Monetário
Conselho Monetário Nacional, o Banco Central da República do Nacional designar.
Brasil, estudará os pedidos que lhe sejam formulados e § 2º O término do mandato, a renúncia ou a perda da
resolverá conceder ou recusar a autorização pleiteada, qualidade Membro do Conselho Monetário Nacional
podendo incluir as cláusulas que reputar convenientes ao determinam, igualmente, a perda da função de Diretor do
interesse público. Banco Central da República do Brasil.
§ 2º Observado o disposto no parágrafo anterior, as
instituições financeiras estrangeiras dependem de autorização Art. 15. O regimento interno do Banco Central da República
do Poder Executivo, mediante decreto, para que possam do Brasil, a que se refere o inciso XXVII, do art. 4º, desta lei,
funcionar no País prescreverá as atribuições do Presidente e dos Diretores e
especificará os casos que dependerão de deliberação da
Art. 11.Compete ainda ao Banco Central da República do Diretoria, a qual será tomada por maioria de votos, presentes
Brasil; no mínimo o Presidente ou seu substituto eventual e dois
I - Entender-se, em nome do Governo Brasileiro, com as outros Diretores, cabendo ao Presidente também o voto
instituições financeiras estrangeiras e internacionais; de qualidade.
II - Promover, como agente do Governo Federal, Parágrafo único. A Diretoria se reunirá, ordinariamente,
a colocação de empréstimos internos ou externos, podendo, uma vez por semana, e, extraordinariamente, sempre que
também, encarregar-se dos respectivos serviços; necessário, por convocação do Presidente ou a
III - Atuar no sentido do funcionamento regular requerimento de, pelo menos, dois de seus membros.
do mercado cambial, da estabilidade relativa das taxas de
câmbio e do equilíbrio no balanço de pagamentos, podendo Art. 16. Constituem receita do Banco Central do Brasil as
para esse fim comprar e vender ouro e moeda estrangeira, rendas:
bem como realizar operações de crédito no exterior, inclusive I - de operações financeiras e de outras aplicações de seus
as referentes aos Direitos Especiais de Saque, e separar os recursos;
mercados de câmbio financeiro e comercial; II- das operações de câmbio, de compra e venda de ouro e
IV - Efetuar compra e venda de títulos de sociedades de de quaisquer outras operações em moeda estrangeira;
economia mista e empresas do Estado; III - eventuais, inclusive as derivadas de multas e de juros
V - Emitir títulos de responsabilidade própria, de acordo de mora aplicados por força do disposto na legislação em
com as condições estabelecidas pelo Conselho Monetário vigor.
Nacional; § 1º Do resultado das operações de câmbio de que trata o
VI - Regular a execução dos serviços de compensação de inciso II deste artigo ocorrido a partir da data de entrada em
cheques e outros papéis; vigor desta lei, 75% (setenta e cinco por cento) da parte
VII - Exercer permanente vigilância nos referente ao lucro realizado, na compra e venda de moeda
mercados financeiros e de capitais sobre empresas que, direta estrangeira destinar-se-á à formação de reserva monetária do
ou indiretamente, interfiram nesses mercados e em relação às Banco Central do Brasil, que registrará esses recursos em
modalidades ou processos operacionais que utilizem; conta específica, na forma que for estabelecida pelo Conselho
VIII - Prover, sob controle do Conselho Monetário Monetário Nacional.
Nacional, os serviços de sua Secretaria. § 2º A critério do Conselho Monetário Nacional, poderão
também ser destinados à reserva monetária de que trata o § 1º
§ 1º No exercício das atribuições a que se refere o inciso os recursos provenientes de rendimentos gerados por:
VIII do artigo 10 desta lei, o Banco Central do Brasil poderá a) suprimentos específicos do Banco Central do Brasil ao
examinar os livros e documentos das pessoas naturais ou Banco do Brasil S.A. concedidos nos termos do § 1º do artigo
jurídicas que detenham o controle acionário de instituição 19 desta lei;
financeira, ficando essas pessoas sujeitas ao disposto no artigo b) suprimentos especiais do Banco Central do Brasil aos
44, § 8º, desta lei. Fundos e Programas que administra.
§ 2º O Banco Central da República do Brasil instalará § 3º O Conselho Monetário Nacional estabelecerá,
delegacias, com autorização do Conselho Monetário Nacional, observado o disposto no § 1º do artigo 19desta lei, a cada
nas diferentes regiões geoeconômicas do País, tendo em vista exercício, as bases da remuneração das operações referidas no
a descentralização administrativa para distribuição e § 2º e as condições para incorporação desses rendimentos à
recolhimento da moeda e o cumprimento das decisões referida reserva monetária.
adotadas pelo mesmo Conselho ou prescritas em lei. (...)

Art. 12. O Banco Central da República do Brasil operará Cabe ainda realizar o estudo acerca de alguns dispositivos
exclusivamente com instituições financeiras públicas e do Regimento Interno do Banco Central
privadas, vedadas operações bancárias de qualquer natureza
com outras pessoas de direito público ou privado, salvo as
expressamente autorizadas por lei.

Art. 13. Os encargos e serviços de competência do Banco


Central, quando por ele não executados diretamente, serão
contratados de preferência com o Banco do Brasil S. A., exceto
nos casos especialmente autorizados pelo Conselho Monetário
Nacional.

Art. 14. O Banco Central do Brasil será administrado por


uma Diretoria de cinco (5) membros, um dos quais será o

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PORTARIA Nº 84.287, DE 27 DE FEVEREIRO DE 2015 CAPÍTULO II


DAS COMPETÊNCIAS
Divulga o novo Regimento Interno do Banco Central do
Brasil. Art. 11. Compete à Diretoria Colegiada:
I - fixar, em reunião do Comitê de Política Monetária
(...) (Copom) a meta da Taxa Selic;
REGIMENTO INTERNO DO BANCO CENTRAL DO II - definir e aprovar as orientações e diretrizes
BRASIL estratégicas para a atuação do Banco Central;
TÍTULO I III - formular, acompanhar e controlar, de acordo com as
DA NATUREZA E FINALIDADE diretrizes estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional
(CMN):
Art. 1º O Banco Central do Brasil (BCB), criado pela Lei nº a) as políticas monetária, cambial e de crédito;
4.595, de 31 de dezembro de 1964, é uma autarquia federal b) os critérios e os procedimentos relacionados à
vinculada ao Ministério da Fazenda, com sede e foro na Capital organização, à disciplina e à fiscalização do SFN;
da República e atuação em todo o território nacional. c) as operações de crédito do Banco Central com
instituições financeiras;
Art. 2º O Banco Central tem por finalidade a formulação, d) os serviços do meio circulante;
a execução, o acompanhamento e o controle das políticas e) os critérios e os procedimentos relacionados à
monetária, cambial, de crédito e de relações financeiras com o organização, à disciplina e à vigilância do SPB;
exterior; a organização, disciplina e fiscalização do Sistema IV - aprovar:
Financeiro Nacional (SFN) e do Sistema de Consórcio; a gestão a) anteprojetos de lei e minutas de medidas provisórias,
do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) e dos serviços do decretos, regulamentos e outros normativos, para o
meio circulante. encaminhamento necessário;
b) regulamentações diversas e manuais de uso interno e
Art. 3º As competências do Banco Central estão definidas externo, exceto aqueles de competência das unidades;
no art. 164 da Constituição Federal, na Lei nº 4.595, de 1964, e c) o plano anual de auditoria interna e os programas de
em legislação complementar. comunicação do Banco Central;
d) os balancetes do Banco Central;
(...) e) as propostas de inclusão de ações do Banco Central no
TÍTULO III Plano Plurianual (PPA);
DA DIRETORIA COLEGIADA f) a revisão das dotações constantes do orçamento das
CAPÍTULO I receitas e encargos das operações de autoridade monetária, na
DA COMPOSIÇÃO E DAS REUNIÕES forma que for decidida pelo CMN;
g) o Plano Anual de Capacitação (PAC);
Art. 5º A Diretoria Colegiada é composta por até nove h) o programa plurianual de recrutamento e seleção do
membros, um dos quais o Presidente, todos nomeados pelo Banco Central a ser encaminhado ao Ministério do
Presidente da República, entre brasileiros de ilibada reputação Planejamento, Orçamento e Gestão;
e notória capacidade em assuntos econômico-financeiros, i) o número de vagas e a seleção dos candidatos para o
após aprovação pelo Senado Federal, sendo demissíveis ad programa de pós-graduação stricto sensu, sob o patrocínio do
nutum. Banco Central;
j) as condições para o encerramento de regimes de
Art. 6º A Diretoria Colegiada é o órgão de deliberação resolução de bancos e de instituições integrantes de
superior, responsável pela formulação de políticas e diretrizes conglomerados bancários; (NR - Portaria nº 91.163, de 17 de
necessárias ao exercício das competências do Banco Central. novembro de 2016)
k) as regras para fixação de honorários do responsável
Art. 7º A Diretoria Colegiada reunir-se-á, ordinariamente, pela condução de regime de resolução; (NR - Portaria nº
uma vez por semana e, extraordinariamente, na forma prevista 91.163, de 17 de novembro de 2016)
neste Regimento, presentes, no mínimo, o Presidente, ou seu l) a previsão para a inflação futura, a ser publicada no
substituto, e metade do número de Diretores. Relatório de Inflação;
Parágrafo único. As decisões da Diretoria Colegiada serão m) a indicação de servidores para compor os conselhos
tomadas por maioria de votos, cabendo ao Presidente, ou a seu Deliberativo e Fiscal da Fundação Banco Central de
substituto, o voto de qualidade. Previdência Privada (Centrus);
n) a proposta do orçamento organizacional do Banco
Art. 8º O Presidente e os Diretores serão empossados em Central;
seus cargos mediante assinatura de termo de posse lavrado em o) os indicadores de gestão e as metas estratégicas
livro próprio. corporativas;
p) os projetos estratégicos e aqueles a serem custeados
Art. 9º O Presidente será substituído, em seus pela Reserva para o Desenvolvimento Institucional do Banco
impedimentos e ausências do território nacional, por um Central do Brasil (Redi-BC);
Diretor, por ele designado, que acumulará as funções. q) as contas da Redi-BC;
r) as regulamentações pertinentes aos procedimentos
Art. 10. Os Diretores serão substituídos, em seus internos relacionados com as competências para instauração,
impedimentos e ausências do território nacional, por outros análise e decisão de processos administrativos relacionados
membros da Diretoria Colegiada, designados pelo Presidente, com instituições supervisionadas, bem como com pessoas
que acumularão as funções. físicas e jurídicas, inclusive as obrigadas à prestação de
informações ao Banco Central;
V - aprovar para encaminhamento ao CMN:
a) solicitações de instalação no País de novas agências de
instituições financeiras domiciliadas no exterior, bem como
pedidos de cancelamento das autorizações concedidas;

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b) pedidos relativos à participação estrangeira no capital l) medidas necessárias ao funcionamento regular do


de instituições financeiras e demais instituições autorizadas a mercado de câmbio e ao equilíbrio do balanço de pagamentos,
funcionar pelo Banco Central, em funcionamento ou em podendo para esse fim autorizar a compra e a venda de ouro e
constituição, quando necessária autorização do Presidente da moeda estrangeira e a realização de operações de crédito no
República; exterior, inclusive as referentes a direitos especiais de saque,
c) propostas de regulamentação aplicável a instituições segundo diretrizes estabelecidas pelo CMN;
financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo m) solicitações de interesse de instituições sujeitas à
Banco Central, bem como a operações praticadas nos autorização do Banco Central para funcionar, relativas a:
mercados financeiro e de capitais, relativas às competências 1. constituição de banco múltiplo, banco comercial, banco
daquele Conselho; de investimento ou banco de câmbio; (NR -Portaria nº 91.740,
d) propostas de cancelamento de autorização para de 22 de dezembro de 2016)
funcionamento, no País, de filial de instituição financeira 2. (Revogado);
estrangeira; 3. fusão, cisão, incorporação ou mudança de objeto social
e) os balanços do Banco Central; que resultar em banco múltiplo, em banco comercial, em banco
f) a proposta do orçamento de receitas e encargos das de investimento ou em banco de câmbio; (NR -Portaria nº
operações de autoridade monetária; 91.740, de 22 de dezembro de 2016)
g) as características de cédulas e moedas e as respectivas 4. (Revogado);
datas de lançamento em circulação; 5. (Revogado);
h) as alterações no Regimento Interno do Banco Central; 6. transferência ou alteração no controle acionário quando
i) o processo de prestação de contas anual do Presidente houver ingresso de novos acionistas, em banco múltiplo, em
do Banco Central ao Tribunal de Contas da União (TCU); banco comercial, em banco de investimento ou em banco de
j) propostas para a fixação das Taxas de Juros de Longo câmbio; (NR -Portaria nº 91.740, de 22 de dezembro de 2016)
Prazo (TJLP); 7. atos de concentração cuja análise indicar que a operação
k) proposta de extensão de gravame de indisponibilidade acarreta impactos relevantes na concorrência no sistema
a bens específicos ou patrimônio de pessoas que, além dos ex- financeiro; (NR -Portaria nº 91.740, de 22 de dezembro de
administradores, de direito ou de fato, e controladores, 2016)
tenham concorrido, nos últimos doze meses, para a decretação n) (Revogado);
de regime de resolução; (NR - Portaria nº 91.163, de 17 de o) propostas de regulamentação aplicável:
novembro de 2016) 1. a instituições financeiras e demais instituições
l) propostas de regulamentação aplicável ao SPB, relativas autorizadas a funcionar pelo Banco Central, bem como a
às competências daquele Conselho; operações praticadas nos mercados financeiro e de capitais,
m) demais assuntos que dependam de decisão daquele relativas às competências do Banco Central;
Órgão; 2. a operações de grupos de consórcio e às instituições e
VI - decidir sobre: empresas que os administram e outras formas associativas
a) critérios e procedimentos de natureza administrativa, assemelhadas que objetivem a aquisição de bens de qualquer
financeira e contábil a serem adotados para o desempenho das natureza baseada em competências detidas pela Autarquia;
atividades do Banco Central; 3. ao crédito rural e ao Programa de Garantia da Atividade
b) assuntos relativos às atividades do Banco Central a Agropecuária (Proagro); (NR -Portaria nº 91.740, de 22 de
serem apreciados pelo CMN; dezembro de 2016)
c) critérios relacionados a autorizações e registros p) propostas de normas específicas de contabilidade,
previstos em lei ou em decisões do CMN; auditoria e estatística, a serem observadas pelas instituições e
d) política de aplicação de recursos do Banco Central; pelas empresas mencionadas na alínea anterior;
e) doação de imóveis recebidos em dação em pagamento, q) o não atendimento ao público por parte das instituições
submetida a matéria à apreciação do CMN; financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo
f) alterações da estrutura organizacional do Banco Central, Banco Central, no estrito interesse público, em situações
quando houver acréscimo na fixação de funções especiais que venham a se apresentar, em todo ou em parte do
comissionadas das unidades e nos casos de criação ou extinção território nacional;
de unidades; r) (Revogado);
g) constituição, reforço, baixa ou reversão de reservas de s) matérias que, por sua natureza, exijam deliberação
contingência na contabilidade do Banco Central, quando de colegiada ou disciplina aplicável a questões não
interesse desta Autarquia; regulamentadas, no âmbito de ação do Banco Central;
h) decretação de regime de resolução em instituições t) proposição do Comitê de Projetos Corporativos (CPC);
submetidas à fiscalização do Banco Central e a fixação das u) critérios para o credenciamento, descredenciamento de
condições para o encerramento dos regimes de resolução em instituições para realizar operações do mercado aberto e
bancos e em instituições integrantes de conglomerados operações de compra e venda de moeda estrangeira, no
bancários; (NR - Portaria nº 91.163, de 17 de novembro de mercado interbancário, com o Banco Central, bem como para
2016) a aplicação de sanções por descumprimento da
i) enquadramento, como sistemicamente importantes, de regulamentação pertinente;
sistemas de liquidação de câmaras e de prestadores de v) (Revogado)
serviços de compensação e de liquidação; w) mudanças relevantes na estrutura e no funcionamento
j) a autorização para o funcionamento de sistemas de do arranjo de pagamento relacionadas ao propósito, à
liquidação, inclusive sob a forma de depósito centralizado, de modalidade e à abrangência do arranjo, às características do
câmaras e de prestadores de serviços de compensação e de instrumento de pagamento, às condições de participação que
liquidação; (NR - Portaria nº 93.503, de 18 de maio de 2017) possam limitar a competição no provimento de serviços de
k) mudanças relevantes no funcionamento de câmaras e de pagamento e aos mecanismos de gerenciamento de riscos;
prestadores de serviços de compensação e de liquidação, x) a atuação e o exercício do voto no Comitê Permanente
relacionadas com a concepção dos modelos de liquidação e de no âmbito do Arranjo Contingente de Reservas dos BRICS,
administração de risco ou qualquer alteração com impactos estabelecido mediante Tratado firmado entre Brasil, Rússia,
sistêmicos imediatos ou potenciais; China, Índia e África do Sul (agrupamento conhecido pelo

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acrônimo de BRICS); (NR -Portaria nº 91.740, de 22 de posterior utilização de reais por parte de banco central
dezembro de 2016) estrangeiro;
y) o Guia para Análise de Atos de Concentração no Sistema XXV - decidir, em última instância, recursos contra
Financeiro Nacional; (NR -Portaria nº 91.740, de 22 de decisões relativas a autorizações de arranjos de pagamento; e
dezembro de 2016) XXVI - decidir sobre a eleição de membros para o conselho
z) a autorização para o funcionamento de sistemas de de administração dos fundos garantidores de crédito, na forma
registro de ativos financeiros; (NR - Portaria nº 93.503, de 18 da legislação e dos estatutos dessas entidades.
de maio de 2017) XXVII - fixar, em reunião do Comitê de Estabilidade
VII - baixar normas e determinar providências Financeira (Comef), o valor do adicional contracíclico de
relacionadas às atividades das unidades do Banco Central; capital principal relativo ao Brasil (ACCPBrasil). (NR - Portaria
VIII - autorizar: nº 93.503, de 18 de maio de 2017)
a) a associação do Banco Central a instituições e entidades (...)
representativas de segmentos relevantes no contexto do
Sistema Financeiro Nacional ou internacional, bem como o Comissão de Valores Mobiliários.
pagamento das respectivas contribuições a título de
manutenção ou anuidade; A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) foi criada em
b) a celebração de acordos e memorandos de 07/12/1976 pela Lei 6.385/76, com o objetivo de fiscalizar,
entendimento com instituições estrangeiras e com organismos normatizar, disciplinar e desenvolver o mercado de valores
internacionais; mobiliários no Brasil.
IX - (Revogado); A CVM é uma entidade autárquica em regime especial,
X – (Revogado); vinculada ao Ministério da Fazenda (nos termos do art. 5º da
XI - exercer o controle da fiscalização das instituições Lei nº 6.385/76), com personalidade jurídica e patrimônio
sujeitas à autorização do Banco Central, bem como da próprios, dotada de autoridade administrativa independente,
aplicação das penalidades previstas em lei e regulamentos; ausência de subordinação hierárquica, mandato fixo e
XII - estabelecer diretrizes e parâmetros (benchmarks) estabilidade de seus dirigentes, e autonomia financeira e
para que a administração das reservas oficiais de ouro e orçamentária.
moeda estrangeira e de direitos especiais de saque esteja de Em 2013, a CVM reformulou sua estratégia institucional e
acordo com as políticas monetária e cambial do Governo; lançou o seu atual Plano Estratégico, reafirmando valores e
XIII - propor ao CMN prazos para perda do poder propósito e definindo os Objetivos Estratégicos com projeção
liberatório de cédulas e moedas; para 2023.
XIV - autorizar a subscrição brasileira em aumentos de Nenhuma emissão pública de valores mobiliários poderá
capital de organismos financeiros internacionais, cuja ser distribuída, no mercado, sem prévio registro na CVM,
responsabilidade pela integralização seja do Banco Central; entendendo-se por atos de distribuição a venda, promessa de
XV - estabelecer limites operacionais para os bancos venda, oferta à venda ou subscrição, aceitação de pedido de
brasileiros autorizados a operar no Convênio de Pagamentos e venda ou subscrição de valores mobiliários.
Créditos Recíprocos (CCR), bem como os valores das linhas de
crédito concedidas aos Bancos Centrais participantes do Sua função primordial concentra-se na fiscalização
referido convênio; das atividades do mercado de valores mobiliários.
XVI - decidir sobre alterações na área de atuação territorial
das Gerências Técnicas Regionais e das Procuradorias
Regionais e nos Estados; OBJETIVOS
XVII - decidir, em última instância, ressalvada a
competência do Conselho de Recursos do Sistema Financeiro De acordo com a lei que a criou, a Comissão de Valores
Nacional (CRSFN), bem como os recursos de servidores contra Mobiliários exercerá suas funções, a fim de:
decisões do Diretor de Administração, recursos contra atos da - assegurar o funcionamento eficiente e regular dos
competência originária do Presidente ou dos Diretores; mercados de bolsa e de balcão;
XVIII - decidir, em última instância, recursos contra ato do - proteger os titulares de valores mobiliários contra
Diretor de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução emissões irregulares e atos ilegais de administradores e
que tenha por objeto juízo sobre a reputação de controladores acionistas controladores de companhias ou de
ou de membros de órgãos estatutários de instituições administradores de carteira de valores mobiliários;
financeiras e das demais instituições autorizadas a funcionar - evitar ou coibir modalidades de fraude ou manipulação
pelo Banco Central; (NR -Portaria nº 91.740, de 22 de destinadas a criar condições artificiais de demanda, oferta ou
dezembro de 2016) preço de valores mobiliários negociados no mercado;
XIX - decidir sobre alterações no regulamento do Comitê - assegurar o acesso do público a informações sobre
de Segurança (Coseg) e no regulamento de segurança de valores mobiliários negociados e as companhias que os
tecnologia da informação; tenham emitido;
XX - exercer o controle da vigilância do SPB, bem como da - assegurar a observância de práticas comerciais
aplicação das penalidades previstas em lei e regulamentos; equitativas no mercado de valores mobiliários;
(NR - Portaria nº 93.503, de 18 de maio de 2017) - estimular a formação de poupança e sua aplicação em
XXI - definir, em reunião do Comitê de Estabilidade valores mobiliários;
Financeira (Comef), as estratégias e as diretrizes para - promover a expansão e o funcionamento eficiente e
preservar a estabilidade financeira e mitigar o risco sistêmico; regular do mercado de ações e estimular as aplicações
XXII - autorizar a assinatura de acordos, contratos e permanentes em ações do capital social das companhias
convênios cujo valor seja superior a R$20.000.000,00 (vinte abertas.
milhões de reais);
XXIII - resolver sobre a solicitação, pelo BCB, de operações LOCALIZAÇÃO
de swap de moedas locais, bem como sobre o posterior uso dos
recursos e o repasse da moeda estrangeira; A sede da CVM está localizada no Rio de Janeiro possuindo
XXIV - autorizar a contratação de operações de swap duas superintendências regionais: São Paulo e Brasília.
solicitadas por banco central estrangeiro, bem como a

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FUNCIONAMENTO São as atividades previstas no art. 1º:


I - a emissão e distribuição de valores mobiliários no
A Comissão de Valores Mobiliários, com sede na cidade mercado;
do Rio de Janeiro, é administrada por um Presidente e quatro II - a negociação e intermediação no mercado de
Diretores nomeados pelo Presidente da República. O valores mobiliários;
Presidente e a Diretoria constituem o Colegiado, que define III - a negociação e intermediação no mercado de
políticas e estabelece práticas a serem implantadas e derivativos;
desenvolvidas pelo corpo de Superintendentes, a instância IV - a organização, o funcionamento e as operações das
executiva da CVM. Bolsas de Valores;
O Superintendente Geral acompanha e coordena as V - a organização, o funcionamento e as operações das
atividades executivas da comissão auxiliado pelos demais Bolsas de Mercadorias e Futuros;
Superintendentes, pelos Gerentes a eles subordinados e pelo VI - a administração de carteiras e a custódia de
Corpo Funcional. valores mobiliários;
Esses trabalhos são orientados, especificamente, para VII - a auditoria das companhias abertas;
atividades relacionadas à empresas, aos intermediários VIII - os serviços de consultor e analista de valores
financeiros, aos investidores, à fiscalização externa, à mobiliário.
normatização contábil e de auditoria, aos assuntos jurídicos,
ao desenvolvimento de mercado, à internacionalização, à
informática e à administração. IV - propor ao Conselho Monetário Nacional a eventual
O colegiado conta ainda com o suporte direto da Chefia de fixação de limites máximos de preço, comissões, emolumentos
Gabinete, da Assessoria de comunicação social, da Assessoria e quaisquer outras vantagens cobradas pelos intermediários
Econômica e da Auditoria Interna. do mercado;
A estrutura executiva da CVM é completada pelas V - fiscalizar e inspecionar as companhias abertas dada
Superintendências Regionais de São Paulo e Brasília. prioridade às que não apresentem lucro em balanço ou às que
deixem de pagar o dividendo mínimo obrigatório.
ATRIBUIÇÕES
VALORES
A Lei que criou a CVM (6.385/76) e a Lei das Sociedades - Valorização permanente do corpo funcional, com foco na
por Ações (6.404/76) disciplinaram o funcionamento do sua capacitação, comprometimento, motivação e meritocracia.
mercado de valores mobiliários e a atuação de seus - Ambiente de trabalho que preze a coordenação,
protagonistas, assim classificados, as companhias abertas, os cooperação e constante diálogo entre as diferentes áreas e
intermediários financeiros e os investidores, além de outros níveis hierárquicos.
cuja atividade gira em torno desse universo principal. - Busca permanente de estruturas organizacional, física e
A CVM tem poderes para disciplinar, normatizar e tecnológica adequadas, suportadas por uma autonomia
fiscalizar a atuação dos diversos integrantes do mercado. Seu administrativa, orçamentária e financeira.
poder normatizador abrange todas as matérias referentes - Educação financeira como instrumento essencial para o
ao mercado de valores mobiliários. fortalecimento do mercado de capitais.
- Atuação coordenada com instituições públicas e privadas,
Cabe à CVM, entre outras, disciplinar as seguintes nacionais e internacionais, na busca de maior eficiência das
matérias: atividades de regulação, registro, supervisão, fiscalização,
- registro de companhias abertas; sanção e educação.
- registro de distribuições de valores mobiliários; - Atuação técnica, independente, célere e transparente,
- credenciamento de auditores independentes e pautada pela ética, eficiência, equilíbrio e segurança jurídica
administradores de carteiras de valores mobiliários; das decisões.
- organização, funcionamento e operações das bolsas de - Atuação regulatória com foco no atendimento das
valores; necessidades do mercado e sua evolução, em consonância com
- negociação e intermediação no mercado de valores padrões internacionais, e pautada na participação da
mobiliários; sociedade, inclusive por meio das audiências públicas.
- administração de carteiras e a custódia de valores - Atuação pautada na proteção do investidor, na exigência
mobiliários; de ampla divulgação de informação, no monitoramento dos
- suspensão ou cancelamento de registros, riscos de mercado e na estabilidade financeira, inclusive com
credenciamentos ou autorizações; o apoio da autorregulação.
- suspensão de emissão, distribuição ou negociação de
determinado valor mobiliário ou decretar recesso de bolsa de MANDATO LEGAL
valores. a) Desenvolvimento do mercado: Estimular a formação
de poupança e a sua aplicação em valores mobiliários;
COMPETÊNCIAS promover a expansão e o funcionamento eficiente e regular do
mercado de ações; e estimular as aplicações permanentes em
Segundo o que dispõe a Lei nº 6.385/76, compete à ações do capital social de companhias abertas sob controle de
Comissão de Valores Mobiliários: capitais privados nacionais (Lei 6.385/76, art. 4º, incisos I e II).
I - regulamentar, com observância da política definida b) Eficiência e funcionamento do mercado: Assegurar o
pelo Conselho Monetário Nacional, as matérias expressamente funcionamento eficiente e regular dos mercados da bolsa e de
previstas nesta Lei e na lei de sociedades por ações; balcão; assegurar a observância de práticas comerciais
II - administrar os registros instituídos por esta Lei; equitativas no mercado de valores mobiliários; e assegurar a
III - fiscalizar permanentemente as atividades e os observância, no mercado, das condições de utilização de
serviços do mercado de valores mobiliários, de que trata o Art. crédito fixadas pelo Conselho Monetário Nacional (Lei
1º, bem como a veiculação de informações relativas ao 6.385/76, art. 4º, incisos III, VII e VIII).
mercado, às pessoas que dele participem, e aos valores nele
negociados;

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c) Proteção dos investidores: Proteger os titulares de


valores mobiliários e os investidores do mercado contra
emissões irregulares de valores mobiliários; atos ilegais de
administradores e acionistas controladores das companhias
abertas, ou de administradores de carteira de valores
mobiliários; e o uso de informação relevante não divulgada no
mercado de valores mobiliários. Evitar ou coibir modalidades
de fraude ou manipulação destinadas a criar condições
artificiais de demanda, oferta ou preço dos valores mobiliários
negociados no mercado (Lei 6.385/76, art. 4º, incisos IV e V).
d) Acesso à informação adequada: Assegurar o acesso
do público a informações sobre os valores mobiliários
negociados e as companhias que os tenham emitido,
regulamentando a Lei e administrando o sistema de registro
de emissores, de distribuição e de agentes regulados (Lei
6.385/76, art. 4º, inciso VI, e art. 8º, incisos I e II).
e) Fiscalização e punição: Fiscalizar permanentemente
as atividades e os serviços do mercado de valores mobiliários,
bem como a veiculação de informações relativas ao mercado,
às pessoas que dele participam e aos valores nele negociados,
e impor penalidades aos infratores das Leis 6.404/76 e
6.385/76, das normas da própria CVM ou de leis especiais cujo
cumprimento lhe incumba fiscalizar (Lei 6.385/76, art. 8º,
incisos III e V, e art. 11).

ORGANIZAÇÃO

São os componentes organizacionais

a) COLEGIADO (Presidente e Diretores)

b) CHEFIA DE GABINETE E ASSESSORIAS À PRESIDÊNCIA


- Gabinete da Presidência - CGP
- Ouvidoria - OUV
- Assessoria de Análise Econômica e Gestão de Riscos - ASA
- Assessoria de Comunicação Social - ASC

c) ÓRGÃOS SECCIONAIS
- Auditoria Interna - AUD
- Procuradoria Federal Especializada - PFE
- Superintendência Administrativo-Financeira - SAD

d) ÓRGÃOS ESPECÍFICOS
- Superintendência Geral - SGE
- Superintendência de Desenvolvimento de Mercado - SDM
- Superintendência de Relações com Empresas - SEP
- Superintendência de Fiscalização Externa - SFI
- Superintendência de Relações com Investidores
Institucionais - SIN
- Superintendência de Relações com o Mercado e
Intermediários - SMI
- Superintendência de Normas Contábeis e Auditoria - SNC
- Superintendência de Proteção e Orientação aos
Investidores - SOI
- Superintendência de Planejamento - SPL
- Superintendência de Processos Sancionadores - SPS
- Superintendência de Registro de Valores Mobiliários -
SRE
- Superintendência de Relações Internacionais - SRI
- Superintendência de Relações Institucionais - SRL
- Superintendência de Tecnologia da Informação - STI

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Organograma1

SISTEMA DE REGISTRO

O sistema de registro gera, na verdade, um fluxo permanente de informações ao investidor.


Essas informações, fornecidas periodicamente por todas as companhias abertas, podem ser financeiras e, portanto, condicionadas
a normas de natureza contábil, ou apenas referirem-se a fatos relevantes da vida das empresas. Entende-se como fato relevante, aquele
evento que possa influir na decisão do investidor, quanto a negociar com valores emitidos pela companhia.
A CVM não exerce julgamento de valor em relação à qualquer informação divulgada pelas companhias. Zela, entretanto, pela sua
regularidade e confiabilidade e, para tanto, normatiza e persegue a sua padronização.
A atividade de credenciamento da CVM é realizada com base em padrões pré-estabelecidos pela Autarquia que permitem avaliar a
capacidade de projetos a serem implantados.
A Lei atribui à CVM competência para apurar, julgar e punir irregularidades eventualmente cometidas no mercado.
Diante de qualquer suspeita a CVM pode iniciar um inquérito administrativo, através do qual, recolhe informações, toma
depoimentos e reúne provas com vistas a identificar claramente o responsável por práticas ilegais, oferecendo-lhe, a partir da
acusação, amplo direito de defesa.
O Colegiado tem poderes para julgar e punir o faltoso. As penalidades que a CVM pode atribuir vão desde a simples advertência
até a inabilitação para o exercício de atividades no mercado, passando pelas multas pecuniárias.
A CVM mantém, ainda, uma estrutura especificamente destinada a prestar orientação aos investidores ou acolher denúncias e
sugestões por eles formuladas.
Quando solicitada, a CVM pode atuar em qualquer processo judicial que envolva o mercado de valores mobiliários, oferecendo
provas ou juntando pareceres.
Nesses casos, a CVM atua como "amicus curiae" assessorando a decisão da Justiça.

1 Fonte: http://www.cvm.gov.br/menu/acesso_informacao/institucional/sobre/estrutura.html

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Em termos de política de atuação, a Comissão ensejando aos acusados amplo direito de defesa, vigente o
persegue seus objetivos através da indução de princípio do devido processo legal na esfera administrativa.
comportamento, da autorregulação e da autodisciplina, As sanções para quem descumpre as regras legais do
intervindo efetivamente, nas atividades de mercado, quando mercado de valores mobiliários, sobretudo as normas editadas
este tipo de procedimento não se mostrar eficaz. pela CVM, são: advertência, multa, suspensão ou inabilitação
No que diz respeito à definição de políticas ou normas para o exercício do cargo, ou cassação da autorização ou
voltadas para o desenvolvimento dos negócios com valores do registro, bem como a proibição por prazo determinado para
mobiliários, a CVM procura junto a instituições de mercado, do o exercício de atividades e operações do sistema de
governo ou entidades de classe, suscitar a discussão de distribuição.
problemas, promover o estudo de alternativas e adotar Também o investidor pode ser proibido temporariamente
iniciativas, de forma que qualquer alteração das práticas de atuar, direta ou indiretamente, no mercado.
vigentes seja feita com suficiente embasamento técnico e, É importante frisar que a CVM tem a obrigação
institucionalmente, possa ser assimilada com facilidade, como de comunicar ao Ministério Público quaisquer indícios de
expressão de um desejo comum. ilícito penal verificados nos processos sobre irregularidades
A atividade de fiscalização da CVM realiza-se pelo no mercado.
acompanhamento da veiculação de informações relativas ao Da mesma forma, tratando-se de ilegalidade fiscal, deve
mercado, às pessoas que dele participam e aos valores encaminhar o processo à Secretaria da Receita Federal.
mobiliários negociados. Em matéria criminal, a Lei nº 10.303/2001 acrescentou à
Dessa forma, podem ser efetuadas inspeções destinadas à Lei nº 6.385/76, três delitos dolosos contra o mercado
apuração de fatos específicos sobre o desempenho das de valores mobiliários:
empresas e dos negócios com valores mobiliários. - manipulação de mercado;
- uso indevido de informação privilegiada; e
ANÁLISE DA SUA FUNÇÃO - exercício irregular de cargo, profissão, atividade ou
função.
A CVM é órgão regulador e controlador máximo do
mercado de valores mobiliários. O bem jurídico tutelado é o desenvolvimento regular das
Ela tem amplos poderes para disciplinar, normatizar e atividades do mercado de valores mobiliários.
fiscalizar a atuação dos diversos integrantes do mercado.
O que são valores mobiliários? Valor mobiliário é título
de investimento que a sociedade anônima emite para a Vamos acompanhar em seguida o que dispõe a Lei nº
obtenção de recursos. É investimento social oferecido ao 6.385/76 sobre a Comissão de Valores Mobiliários:
público, pela companhia. (...)
Além das ações, a Lei das Sociedades por Ações (LSA) CAPÍTULO II
contempla como suas modalidades as partes beneficiárias e as Da Comissão de Valores Mobiliários
debêntures. Também trata dos valores considerados pela
doutrina como subprodutos de valores mobiliários; os bônus Art. 5o É instituída a Comissão de Valores Mobiliários,
de subscrição e os certificados de emissão de garantia. Na entidade autárquica em regime especial, vinculada ao
verdade, são valores mobiliários derivados. Ministério da Fazenda, com personalidade jurídica e
A negociação em mercado: patrimônio próprios, dotada de autoridade administrativa
- Primária independente, ausência de subordinação hierárquica,
- Secundária mandato fixo e estabilidade de seus dirigentes, e autonomia
financeira e orçamentária.
A negociação primária opera-se por meio do lançamento
público de ações, devidamente registrado na CVM e com a Art. 6o A Comissão de Valores Mobiliários será
intermediação obrigatória das instituições integrantes do administrada por um Presidente e quatro Diretores, nomeados
sistema de distribuição de valores mobiliários. pelo Presidente da República, depois de aprovados pelo
No caso, o investidor subscreve as ações, revertendo o Senado Federal, dentre pessoas de ilibada reputação e
produto dessa subscrição para a companhia. reconhecida competência em matéria de mercado de capitais.
Incumbe à CVM a análise de pedido de registro de § 1o O mandato dos dirigentes da Comissão será de cinco
distribuição pública de valores mobiliários. anos, vedada a recondução, devendo ser renovado a cada ano
No caso de valores emitidos por sociedades controladas um quinto dos membros do Colegiado.
direta ou indiretamente por estados, municípios e pelo Distrito § 2o Os dirigentes da Comissão somente perderão o
Federal, ouvirá, previamente, o Banco Central quanto ao mandato em virtude de renúncia, de condenação judicial
atendimento às disposições da Resoluções do Senado federal transitada em julgado ou de processo administrativo
sobre o endividamento público. disciplinar.
Quanto à colocação no mercado secundário, as ações são § 3o Sem prejuízo do que preveem a lei penal e a lei de
negociadas pelas Bolsas de Valores ou no mercado de balcão. improbidade administrativa, será causa da perda do mandato
Nos demais casos, essas operações, a juízo do investidor, a inobservância, pelo Presidente ou Diretor, dos deveres e das
poder ser realizadas a vista, a termo, a futuro ou no mercado proibições inerentes ao cargo.
de opções. § 4o Cabe ao Ministro de Estado da Fazenda instaurar o
O prazo para liquidação física e financeira das operações processo administrativo disciplinar, que será conduzido por
realizadas em Bolsas de Valores, por meio de seus sistemas de comissão especial, competindo ao Presidente da República
pregões, em todos os mercados que operarem, é até o segundo determinar o afastamento preventivo, quando for o caso, e
dia subsequente ao do fechamento da operação. proferir o julgamento.
§ 5o No caso de renúncia, morte ou perda de mandato do
PENALIDADES Presidente da Comissão de Valores Mobiliários, assumirá o
Diretor mais antigo ou o mais idoso, nessa ordem, até nova
A CVM deve promover processo administrativo para nomeação, sem prejuízo de suas atribuições.
investigar a ocorrência de irregularidades no mercado, § 6o No caso de renúncia, morte ou perda de mandato de
Diretor, proceder-se-á à nova nomeação pela forma disposta
nesta Lei, para completar o mandato do substituído.
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APOSTILAS OPÇÃO

§ 7o A Comissão funcionará como órgão de deliberação d) das carteiras e depósitos de valores mobiliários (Arts.
colegiada de acordo com o seu regimento interno, e no qual 23 e 24);
serão fixadas as atribuições do Presidente, dos Diretores e do e) dos auditores independentes;
Colegiado. f) dos consultores e analistas de valores mobiliários;
g) de outras pessoas quaisquer, naturais ou jurídicas,
Art. 7º A Comissão custeará as despesas necessárias ao seu quando da ocorrência de qualquer irregularidade a ser
funcionamento com os recursos provenientes de: apurada nos termos do inciso V deste artigo, para efeito de
I - dotações das reservas monetárias a que se refere o Art. verificação de ocorrência de atos ilegais ou práticas não
12 da Lei nº 5.143, de 20 de outubro de 1966, alterado pelo equitativas;
Decreto-lei nº 1.342, de 28 de agosto de 1974 que lhe forem II - intimar as pessoas referidas no inciso I a prestar
atribuídas pelo Conselho Monetário Nacional; informações, ou esclarecimentos, sob cominação de multa,
II - dotações que lhe forem consignadas no orçamento sem prejuízo da aplicação das penalidades previstas no art. 11;
federal; III - requisitar informações de qualquer órgão público,
III - receitas provenientes da prestação de serviços pela autarquia ou empresa pública;
Comissão, observada a tabela aprovada pelo Conselho IV - determinar às companhias abertas que republiquem,
Monetário Nacional; com correções ou aditamentos, demonstrações financeiras,
IV - renda de bens patrimoniais e receitas eventuais. relatórios ou informações divulgadas;
V - receitas de taxas decorrentes do exercício de seu poder V - apurar, mediante processo administrativo, atos ilegais
de polícia, nos termos da lei. e práticas não equitativas de administradores, membros do
conselho fiscal e acionistas de companhias abertas, dos
Art. 8º Compete à Comissão de Valores Mobiliários: intermediários e dos demais participantes do mercado;
I - regulamentar, com observância da política definida pelo VI - aplicar aos autores das infrações indicadas no inciso
Conselho Monetário Nacional, as matérias expressamente anterior as penalidades previstas no Art. 11, sem prejuízo da
previstas nesta Lei e na lei de sociedades por ações; responsabilidade civil ou penal.
II - administrar os registros instituídos por esta Lei; § 1o Com o fim de prevenir ou corrigir situações anormais
III - fiscalizar permanentemente as atividades e os do mercado, a Comissão poderá:
serviços do mercado de valores mobiliários, de que trata o Art. I - suspender a negociação de determinado valor
1º, bem como a veiculação de informações relativas ao mobiliário ou decretar o recesso de bolsa de valores;
mercado, às pessoas que dele participem, e aos valores nele Il - suspender ou cancelar os registros de que trata esta
negociados; Lei;
IV - propor ao Conselho Monetário Nacional a eventual III - divulgar informações ou recomendações com o fim de
fixação de limites máximos de preço, comissões, emolumentos esclarecer ou orientar os participantes do mercado;
e quaisquer outras vantagens cobradas pelos intermediários IV - proibir aos participantes do mercado, sob cominação
do mercado; de multa, a prática de atos que especificar, prejudiciais ao seu
V - fiscalizar e inspecionar as companhias abertas dada funcionamento regular.
prioridade às que não apresentem lucro em balanço ou às que § 2o O processo, nos casos do inciso V deste artigo, poderá
deixem de pagar o dividendo mínimo obrigatório. ser precedido de etapa investigativa, em que será assegurado
§ 1o O disposto neste artigo não exclui a competência das o sigilo necessário à elucidação dos fatos ou exigido pelo
Bolsas de Valores, das Bolsas de Mercadorias e Futuros, e das interesse público, e observará o procedimento fixado pela
entidades de compensação e liquidação com relação aos seus Comissão.
membros e aos valores mobiliários nelas negociados. § 3o Quando o interesse público exigir, a Comissão poderá
§ 2o Serão de acesso público todos os documentos e autos divulgar a instauração do procedimento investigativo a que se
de processos administrativos, ressalvados aqueles cujo sigilo refere o § 2o.
seja imprescindível para a defesa da intimidade ou do § 4º Na apuração de infrações da legislação do mercado de
interesse social, ou cujo sigilo esteja assegurado por expressa valores mobiliários, a Comissão priorizará as infrações de
disposição legal. natureza grave, cuja apenação proporcione maior efeito
§ 3º Em conformidade com o que dispuser seu regimento, educativo e preventivo para os participantes do mercado, e
a Comissão de Valores Mobiliários poderá: poderá deixar de instaurar o processo administrativo
I - publicar projeto de ato normativo para receber sancionador, consideradas a pouca relevância da conduta, a
sugestões de interessados; baixa expressividade da lesão ao bem jurídico tutelado e a
II - convocar, a seu juízo, qualquer pessoa que possa utilização de outros instrumentos e medidas de supervisão
contribuir com informações ou opiniões para o que julgar mais efetivos. (Redação dada pela Medida
aperfeiçoamento das normas a serem promulgadas. provisória nº 784, de 2017)
§ 5o As sessões de julgamento do Colegiado, no processo
Art 9º A Comissão de Valores Mobiliários, observado o administrativo de que trata o inciso V deste artigo, serão
disposto no § 2o do art. 15, poderá: públicas, podendo ser restringido o acesso de terceiros em
I - examinar e extrair cópias de registros contábeis, livros função do interesse público envolvido.
ou documentos, inclusive programas eletrônicos e arquivos § 6o A Comissão será competente para apurar e punir
magnéticos, ópticos ou de qualquer outra natureza, bem como condutas fraudulentas no mercado de valores mobiliários
papéis de trabalho de auditores independentes, devendo tais sempre que:
documentos ser mantidos em perfeita ordem e estado de I - seus efeitos ocasionem danos a pessoas residentes no
conservação pelo prazo mínimo de cinco anos: território nacional, independentemente do local em que
a) as pessoas naturais e jurídicas que integram o sistema tenham ocorrido; e
de distribuição de valores mobiliários (Art. 15); II - os atos ou omissões relevantes tenham sido praticados
b) das companhias abertas e demais emissoras de valores em território nacional.
mobiliários e, quando houver suspeita fundada de atos ilegais,
das respectivas sociedades controladoras, controladas, Art. 10. A Comissão de Valores Mobiliários poderá celebrar
coligadas e sociedades sob controle comum; convênios com órgãos similares de outros países, ou com
c) dos fundos e sociedades de investimento; entidades internacionais, para assistência e cooperação na
condução de investigações para apurar transgressões às

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APOSTILAS OPÇÃO

normas atinentes ao mercado de valores mobiliários ocorridas § 2º Nas hipóteses de reincidência, poderá ser aplicada
no País e no exterior. multa, nos termos do § 1º, até o triplo dos valores fixados.
§ 1o A Comissão de Valores Mobiliários poderá se recusar (Redação dada pela Medida provisória nº 784, de 2017)
a prestar a assistência referida no caput deste artigo quando § 3º As penalidades previstas nos incisos IV a VIII do caput
houver interesse público a ser resguardado. somente serão aplicadas nos casos de infração grave, assim
§ 2o O disposto neste artigo aplica-se, inclusive, às definidas em normas da Comissão de Valores Mobiliários, ou
informações que, por disposição legal, estejam submetidas a nos casos de reincidência. (Redação dada pela Medida
sigilo. provisória nº 784, de 2017)
§ 4º As penalidades somente serão impostas com
Art. 10-A. A Comissão de Valores Mobiliários, o Banco observância do procedimento previsto no § 2º do art. 9º desta
Central do Brasil e demais órgãos e agências reguladoras Lei, cabendo recurso para o Conselho de Recursos do Sistema
poderão celebrar convênio com entidade que tenha por objeto Financeiro Nacional.
o estudo e a divulgação de princípios, normas e padrões de § 5º A Comissão de Valores Mobiliários, após análise de
contabilidade e de auditoria, podendo, no exercício de suas conveniência e oportunidade, com vistas a atender ao
atribuições regulamentares, adotar, no todo ou em parte, os interesse público, poderá suspender, em qualquer fase que
pronunciamentos e demais orientações técnicas emitidas. preceda a tomada da decisão de primeira instância, o processo
Parágrafo único. A entidade referida no caput deste artigo administrativo instaurado para a apuração de infração
deverá ser majoritariamente composta por contadores, dela prevista neste Capítulo ou nas demais normas legais e
fazendo parte, paritariamente, representantes de entidades regulamentares cujo cumprimento lhe caiba fiscalizar, se o
representativas de sociedades submetidas ao regime de investigado assinar termo de compromisso, no qual se obrigue
elaboração de demonstrações financeiras previstas nesta Lei, a: (Redação dada pela Medida provisória nº 784, de
de sociedades que auditam e analisam as demonstrações 2017)
financeiras, do órgão federal de fiscalização do exercício da I - cessar a prática de atividades ou atos considerados
profissão contábil e de universidade ou instituto de pesquisa ilícitos pela Comissão de Valores Mobiliários; e
com reconhecida atuação na área contábil e de mercado de II - corrigir as irregularidades apontadas, inclusive
capitais. indenizando os prejuízos.
§ 6º O compromisso a que se refere o parágrafo anterior
Art. 11. A Comissão de Valores Mobiliários poderá impor não importará confissão quanto à matéria de fato, nem
aos infratores das normas desta Lei, da lei de sociedades por reconhecimento de ilicitude da conduta analisada.
ações, de suas resoluções e de outras normas legais cujo § 7o O termo de compromisso deverá ser publicado no
cumprimento incumba a ela fiscalizar, as seguintes Diário Oficial da União, discriminando o prazo para
penalidades, isoladas ou cumulativamente: (Redação dada cumprimento das obrigações eventualmente assumidas, e
pela Medida provisória nº 784, de 2017) constituirá título executivo extrajudicial.
I - advertência; § 8º Não cumpridas as obrigações no prazo, a Comissão de
II - multa; Valores Mobiliários dará continuidade ao procedimento
III - (Revogado pela Medida Provisória nº 784, de 2017) administrativo anteriormente suspenso, para a aplicação das
IV - inabilitação temporária, até o máximo de vinte anos, penalidades cabíveis.
para o exercício de cargo de administrador ou de conselheiro § 9º Serão considerados, na aplicação de penalidades
fiscal de companhia aberta, de entidade do sistema de previstas na lei, o arrependimento eficaz e o arrependimento
distribuição ou de outras entidades que dependam de posterior ou a circunstância de qualquer pessoa,
autorização ou registro na Comissão de Valores Mobiliários; espontaneamente, confessar ilícito ou prestar informações
(Redação dada pela Medida provisória nº 784, de 2017) relativas à sua materialidade.
V - suspensão da autorização ou registro para o exercício § 10. A Comissão de Valores Mobiliários regulamentará a
das atividades de que trata esta Lei; aplicação do disposto nos §§ 5o a 9o deste artigo aos
VI - inabilitação temporária, até o máximo de vinte anos, procedimentos conduzidos pelas Bolsas de Valores, Bolsas de
para o exercício das atividades de que trata esta Lei; (Redação Mercadorias e Futuros, entidades do mercado de balcão
dada pela Medida provisória nº 784, de 2017) organizado e entidades de compensação e liquidação de
VII - proibição temporária, até o máximo de vinte anos, de operações com valores mobiliários.
praticar determinadas atividades ou operações, para os § 11. A multa cominada pela inexecução de ordem da
integrantes do sistema de distribuição ou de outras entidades Comissão de Valores Mobiliários, nos termos do inciso II do
que dependam de autorização ou registro na Comissão de caput do art. 9º e do inciso IV de seu § 1º, independentemente
Valores Mobiliários; do processo administrativo previsto no inciso V do caput do
VIII - proibição temporária, até o máximo de dez anos, de art. 9º, não excederá, por dia de atraso no seu cumprimento, o
atuar, direta ou indiretamente, em uma ou mais modalidades maior destes valores: (Redação dada pela Medida provisória
de operação no mercado de valores mobiliários. nº 784, de 2017)
§ 1º A multa não excederá o maior destes valores: I - um milésimo do valor do faturamento total individual ou
(Redação dada pela Medida provisória nº 784, de 2017) consolidado do grupo econômico, obtido no exercício anterior
I - R$ 500.000.000,00 (quinhentos milhões de reais); à aplicação da multa; ou (Incluído pela Medida provisória nº
(Redação dada pela Medida provisória nº 784, de 2017) 784, de 2017)
II - o dobro do valor da emissão ou da operação irregular; II - R$ 100.000,00 (cem mil reais). (Incluído pela Medida
(Redação dada pela Medida provisória nº 784, de 2017) provisória nº 784, de 2017)
III - três vezes o montante da vantagem econômica obtida § 12. Da decisão que aplicar a multa prevista no parágrafo
ou da perda evitada em decorrência do ilícito; ou (Redação anterior caberá recurso voluntário, no prazo de dez dias, ao
dada pela Medida provisória nº 784, de 2017) Colegiado da Comissão de Valores Mobiliários, sem efeito
IV - vinte por cento do valor do faturamento total suspensivo."
individual ou consolidado do grupo econômico, obtido no § 13. Adicionalmente às penas previstas no caput, a
exercício anterior à instauração do processo administrativo Comissão de Valores Mobiliários poderá proibir os acusados
sancionador, no caso de pessoa jurídica. (Incluído de contratar, até o máximo de cinco anos, com instituições
pela Medida provisória nº 784, de 2017) financeiras oficiais, e de participar de licitação tendo por
objeto aquisições, alienações, realizações de obras e serviços,

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concessões de serviços públicos, na administração pública 05. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) controla e
federal, estadual, distrital e municipal e em entidades da fiscaliza o seguinte produto do mercado de valores
administração pública indireta. (Incluído pela Medida mobiliários:
provisória nº 784, de 2017) (A) Certificado de Depósito a Prazo.
(B) Título de Capitalização.
Art. 12. Quando o inquérito, instaurado de acordo com o § (C) Letra de Câmbio.
2º do art. 9º, concluir pela ocorrência de crime de ação pública, (D) Título de Emissão do Tesouro Nacional.
a Comissão de Valores Mobiliários oficiará ao Ministério (E) Fundo de Investimento.
Público, para a propositura da ação penal.
Respostas
Art. 13. A Comissão de Valores Mobiliários manterá serviço
para exercer atividade consultiva ou de orientação junto aos 01. Resposta: A
agentes do mercado de valores mobiliários ou a qualquer 02. Resposta: E
investidor. 03. Resposta: B
Parágrafo único. Fica a critério na Comissão de Valores 04. Resposta: C
Mobiliários divulgar ou não as respostas às consultas ou aos 05. Resposta: E
critérios de orientação.

Art. 14. A Comissão de Valores Mobiliários poderá prever,


em seu orçamento, dotações de verbas às Bolsas de Valores e Produtos Bancários: Noções
às Bolsas de Mercadorias e Futuros. de cartões de crédito e débito,
(...) crédito direto ao consumidor,
Questões
crédito rural, caderneta de
01. (CAIXA – Técnico Bancário – CESGRANRIO) O poupança, capitalização,
Sistema Financeiro Nacional é composto por diversas previdência, investimentos e
entidades, dentre as quais os órgãos normativos, os
operadores e as entidades supervisoras. A entidade seguros.
responsável pela fiscalização das instituições financeiras e
pela autorização do seu funcionamento é o
(A) Banco Central do Brasil Conceito
(B) Conselho Monetário Nacional
(C) Fundo Monetário Internacional A expressão Produto Bancário, conforme conceito dado
(D) Conselho Nacional de Seguros Privados pelo professor Paulo Nunes, designa um agregado financeiro
(E) Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e do setor bancário e que corresponde aos ganhos conseguidos
Social (BNDES) diretamente com a atividade bancária e inclui a margem
financeira, as comissões relativas a serviços bancários, os
02. (Banco do Brasil - Escriturário - CESGRANRIO) A resultados de operações financeiras, os rendimentos de
Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é um órgão que regula instrumentos de capital e outros proveitos de exploração
e fiscaliza o mercado de capitais no Brasil, sendo líquidos.
(A) subordinada ao Banco Central do Brasil
(B) subordinada ao Banco do Brasil NOÇÕES DE CARTÕES DE CRÉDITO E DÉBITO,
(C) subordinada à Bolsa de Valores de São Paulo
(BOVESPA) Cartão de Crédito
(D) independente do poder público É um serviço de intermediação que permite ao consumidor
(E) vinculada ao poder executivo (Ministério da Fazenda) adquirir bens e serviços em estabelecimentos comerciais
previamente credenciados, mediante a comprovação de sua
03. (Banco do Brasil - Escriturário - CESGRANRIO) O condição de usuário. Tal comprovação é feita com a
Banco Central do Brasil é um órgão do Subsistema Normativo apresentação do cartão no ato da aquisição da mercadoria.
do Sistema Financeiro Nacional. Ele determina, Juridicamente, o cartão de crédito é um contrato de adesão
periodicamente, a taxa de juros de referência para as entre consumidor e administradora de cartões de crédito, que
operações de um dia com títulos públicos, via atuação de tem por objeto a prestação dos seguintes serviços:
seu(sua) I – serviços de intermediação de pagamentos à vista entre
(A) Comitê de Estabilidade Financeira (COMEF) consumidor e fornecedor pertencente a uma rede
(B) Comitê de Política Monetária (COPOM) credenciada;
(C) Conselho Monetário Nacional (CMN) II – serviço de intermediação financeira (crédito) para
(D) Conselho de Administração cobertura de obrigações assumidas através do cartão de
(E) Câmara de Compensação de cheques e outros papéis crédito junto a fornecedor pertencente a uma rede
credenciada;
04. (Banco do Brasil – Escriturário – CESGRANRIO) III – serviço de intermediação financeira (crédito) para
Cada Instituição do Sistema Financeiro Nacional desempenha cobertura de inadimplemento por parte do consumidor de
funções de fundamental importância para o equilíbrio e o bom obrigações assumidas junto a fornecedor pertencente a uma
funcionamento do sistema como um todo. A função de rede credenciada;
assegurar o funcionamento eficiente e regular dos mercados IV – serviço de intermediação financeira (crédito) para
de Bolsa e de Balcão é da empréstimos em dinheiro direto ao consumidor,
(A) Casa da Moeda disponibilizado através de operação de saque.
(B) Caixa Econômica Federal O contrato de intermediação de pagamentos à vista é o
(C) Comissão de Valores Mobiliários (CVM) contrato realizado entre o consumidor e uma administradora
(D) Secretaria da Receita Federal de cartões de crédito, que tem por objeto a prestação do
(E) Superintendência de Seguros Privados (Susep) serviço de intermediação de pagamentos à vista das

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obrigações assumidas por meio de cartão, até um limite considerados serviços essenciais: anuidade, emissão de
estabelecido entre o consumidor e um fornecedor de bens ou segunda via do cartão, pelo seu uso no saque em espécie, pelo
serviços pertencente a uma rede credenciada, desde que o seu uso para pagamento de contas (por exemplo, faturas e
consumidor pague suas obrigações integralmente até o dia do boletos de cobranças de produtos e serviços) e no pedido de
vencimento da fatura e não opte pelo parcelamento do valor avaliação emergencial do limite de crédito.
das compras. Cabe destacar, ainda, que podem ser cobradas ainda tarifas
As empresas detentoras de uma determinada marca pela contratação de serviços de envio de mensagem
(popularmente chamadas de bandeiras) autorizam outras automática relativa à movimentação ou lançamento na conta
empresas (chamadas emissoras) gerar cartões ostentando a de pagamento vinculado ao cartão de crédito, pelo
respectiva marca. fornecimento de plástico de cartão de crédito em formato
personalizado, e ainda pelo fornecimento emergencial de
segunda via de cartão de crédito. Esses serviços são
considerados “diferenciados” pela regulamentação.
As instituições devem fornecer aos seus clientes
demonstrativos e/ou faturas mensais de cartão de crédito,
explicitando informações, no mínimo, a respeito dos seguintes
aspectos:
I. limite de crédito total e limites individuais para cada tipo
de operação de crédito passível de contratação;
II. gastos realizados com o cartão, por evento, inclusive
quando parcelados;
Os serviços de pagamentos vinculados a cartão de crédito
III. identificação das operações de crédito contratadas e
emitidos por instituições financeiras ou instituições de
respectivos valores;
pagamento estão sujeitos à regulamentação baixada pelo
IV. valores relativos aos encargos cobrados, informados de
Conselho Monetário Nacional e pelo Banco Central do Brasil,
forma segregada de acordo com os tipos de operações
nos termos dos arts. 4º e 10 da Lei 4.595, de 1964, e da Lei
realizadas por meio do cartão;
12.865, de 2013.
V. valor dos encargos a ser cobrado no mês seguinte no
caso de o cliente optar pelo pagamento mínimo da fatura; e
Os portadores desses cartões têm à sua disposição uma
VI. Custo Efetivo Total (CET), para o próximo período, das
rede de lojas credenciadas para a aquisição de bens e serviços.
operações de crédito passíveis de contratação.
O estabelecimento comercial registra a transação com o
uso de máquinas mecânicas ou informatizadas, fornecidas pela
Por fim, é importante saber também que com o objetivo de
administradora do cartão de crédito, gerando um débito do
diminuir o risco de superendividamento, o Conselho
usuário-consumidor a favor da administradora e um crédito
Monetário Nacional determinou que, a partir de 1/6/2011, os
do fornecedor do bem ou serviço contra a administradora, de
bancos fornecessem aos clientes a opção de pagamento no
acordo com os contratos firmados entre essas partes.
valor mínimo da fatura de cartão de crédito a ser pago
Periodicamente, a administradora do cartão de crédito
mensalmente, o qual não pode ser inferior a 15% do valor total
emite e apresenta a fatura ao usuário-consumidor, com a
da fatura. Contudo, atenção pois ao não realizar o pagamento
relação e o valor das compras efetuadas.
total da fatura, o cliente estará contratando uma operação de
Assim, o cartão de crédito pode ser considerado como um
crédito, sujeita à cobrança de juros sobre o saldo não
indutor ao crescimento das vendas. Possibilita ao cliente um
liquidado, sendo as taxas de juros são aquelas praticadas no
financiamento e a adequação de suas despesas a seu fluxo de
mercado, variando de instituição para instituição, não detendo
caixa. Funciona como um crédito automático e é a moeda do
o Banco Central atribuição legal para fixá-las ou intervir para
futuro.
alterá-las.
Tipos de cartões:
Cartão de Débito
- quanto ao usuário;
É dinheiro vivo, à medida que o valor é debitado da conta
- pessoa física;
corrente. O estabelecimento deve dispor de um terminal
- empresarial;
eletrônico, que fará a leitura do cartão de débito, com a
- quanto à utilização;
respectiva senha do cliente.
- exclusivo no mercado brasileiro;
Será cobrada uma taxa do estabelecimento e os recursos
- de uso internacional.
não serão entregues imediatamente, não sendo, portanto,
dinheiro vivo para o estabelecimento.
Existem duas categorias de cartão de crédito: básico e
CRÉDITO DIRETO AO CONSUMIDOR
diferenciado. O cartão básico é aquele utilizado somente para
pagamentos de bens e serviços em estabelecimentos
É o financiamento concedido por uma Financeira para
credenciados. Já o cartão diferenciado é aquele cartão que,
aquisição de bens e serviços por seus clientes - sua maior
além de permitir a utilização na sua função clássica de
utilização é na aquisição de veículos e eletrodomésticos.
pagamentos de bens e serviços, está associado a programas de
O CDC é concedido diretamente ao consumidor, pessoas
benefício e/ou recompensas, ou seja, oferece benefícios
jurídicas ou pessoas físicas por bancos e sociedades de crédito,
adicionais, como programas de milhagem, seguro de viagem,
financiamento e investimento (financeiras).
desconto na compra de bens e serviços, atendimento
Quem já teve a experiência de comprar um
personalizado no exterior, etc.
eletrodoméstico pagando em muitas vezes pode até não saber,
mas com certeza o fez através do Crédito Direto ao
O cartão de crédito básico é de oferecimento obrigatório
Consumidor (CDC). Este conceito de empréstimo é cedido por
pelas instituições emissoras de cartão de crédito. O valor da
instituições financeiras, bancos, ou através das lojas de
anuidade do cartão básico deve ser menor do que o valor da
departamentos. As compras a prazo no cartão de crédito
anuidade do cartão diferenciado.
também podem ser consideradas Crédito Direto ao
Os bancos podem cobrar basicamente cinco tarifas
Consumidor (CDC).
referentes à prestação de serviços de cartão de crédito,

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A vantagem deste tipo de empréstimo é que o consumidor As normas existentes detalham como é calculada esta
passa a possuir o bem no ato da compra, sem precisar ter pago parcela e quais instituições estão sujeitas ao cumprimento de
seu valor total. As parcelas são acrescidas de juros cujas taxas tal obrigatoriedade.
são menores do que os do cheque especial ou dos cartões de Geralmente, nesta modalidade, as operações de crédito
crédito: por outro lado, são bem maiores do que o rendimento rural realizadas pelas instituições financeiras têm taxas
da caderneta de poupança. As taxas variam segundo a subsidiadas.
instituição financeira e podem ser consultadas no site do De igual modo, uma parcela dos recursos livres de uma
Banco Central. instituição financeira (e recebem este nome pois a instituição
Além dos juros é cobrado o IOF (Imposto sobre operações financeira pode aplicar livremente) pode ser aplicada no
de crédito, câmbio e seguro ou relativos a títulos e valores crédito rural, desde que as taxas destas operações observem
imobiliários), que incide de forma diferente nas pessoas físicas as taxas das operações bancárias comuns. Isto quer dizer que
e jurídicas. Neste caso específico, o IOF arcado pelas pessoas operações de crédito rural contratadas com recursos livres
jurídicas é maior do que aquele pago pelas pessoas físicas. não são subsidiadas.
Em geral, as operações obedecem a um sistema de
pagamento Price, ou seja, a quitação do financiamento é As linhas de Crédito Rural
efetuada em prestações iguais, mensais e sucessivas.
O CDC é uma alternativa de financiamento de veículos As principais linhas de crédito rural podem ser resumidas
leves e pesados, máquinas e equipamentos médicos e em 3 grandes grupos:
odontológicos, equipamentos de informática, serviços 1) Créditos de Custeio: destinam-se ao custeio das
diversos, entre outros. despesas normais da atividade, como por exemplo, do ciclo
Os prazos variam entre 1 e 48 meses, de acordo com o bem produtivo de lavouras periódicas, da entressafra de lavouras
financiado. O CDC Interveniência é uma modalidade de CDC na permanentes, de exploração pecuária e do beneficiamento ou
qual a empresa vendedora da mercadoria atua como industrialização de produtos agropecuários.
garantidora do crédito concedido pela financeira ou pelo 2) Créditos de Investimentos: São utilizados para o
banco. financiamento de investimentos fixos, semifixos. São exemplos
de investimento fixos a construção, reforma ou ampliação de
CRÉDITO RURAL benfeitorias e instalações permanentes e a aquisição de
máquinas e equipamentos de provável vida útil superior a 5
O Crédito Rural abrange recursos destinados a custeio, anos.
investimento ou comercialização. As suas regras, finalidades e São exemplos de investimentos semifixos a aquisição de
condições estão estabelecidas no Manual de Crédito Rural animais de pequeno, médio e grande porte para criação,
(MCR), elaborado pelo Banco Central do Brasil. Essas normas recriação, engorda ou serviço e a aquisição de veículos,
são seguidas por todos os agentes que compõem o Sistema tratores colheitadeiras, implementos, embarcações e
Nacional de Crédito Rural (SNCR), como bancos e cooperativas aeronaves que necessariamente devem ser utilizas na
de crédito. Representa importante operação ativa realizada atividade agropecuária.
pelo Banco do Brasil, sendo que tal instituição é o principal 3) Créditos de Comercialização: Têm o objetivo de
agente do Governo Federal neste segmento. assegurar ao produtor rural ou às suas cooperativas os
recursos necessários à comercialização de seus produtos no
As fontes de recursos do Crédito Rural mercado, compreendendo a pré-comercialização, o desconto,
os adiantamentos a cooperados por parte de cooperativas na
O crédito rural pode ser concedido com recursos de 2 fase imediata à colheita da produção própria ou de
categorias: cooperados.
a) controlados: assim considerados da exigibilidade de
recursos obrigatórios, das Operações Oficiais de Crédito sob CADERNETA DE POUPANÇA
supervisão do Ministério da Fazenda; da poupança rural, do
Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e do Fundo de A conta poupança é um tipo de conta bancária, de
Investimento Extramercado (outro fundo administrado pelo baixo risco e de rendimento pré-fixado de 0,5% ao mês mais a
Governo Federal), quando aplicados em operações correção da TR - Taxa Referencial, garantida pelo FGC - Fundo
subvencionadas pela União sob a forma de equalização de Garantidor de Crédito até o valor de R$ 250.000,00 por cliente,
encargos financeiros, além de outros que vierem a ser independente de qual banco é a sua depositária.
especificados pelo Conselho Monetário Nacional; Importante destacar que atualmente o limite de
b) não controlados: assim considerados os da exigibilidade ressarcimento do FGC é de 250 mil reais por CPF, por
e livres da poupança rural, de fundos, programas e linhas instituição financeira. Assim, se uma única pessoa tem, em um
específicas, de recursos livres. mesmo banco, conta corrente, conta poupança e CDB, por
exemplo, a cobertura global dos três produtos será de 250 mil
As aplicações em crédito rural reais.
Isso significa que se o total depositado nas três
A instituição financeira deve consignar no instrumento de modalidades for de 300 mil reais, por exemplo, essa pessoa
crédito a fonte dos recursos utilizados no financiamento, receberá de volta apenas 250 mil reais, em caso de quebra do
observada a classificação do parágrafo anterior, registrando a banco.
denominação do fundo, programa ou linha específica, se for o
caso. Desde 4 de maio de 2012 a poupança no Brasil passou a
Os financiamentos ao amparo de recursos controlados do seguir a taxa Selic, assim, sempre quando esta estiver igual ou
crédito rural podem ser concedidos diretamente a produtores inferior a 8,5% a remuneração será de 70% da Selic mais a taxa
rurais ou repassados por suas cooperativas. referencial.
A legislação específica do segmento determina a aplicação O BC estabeleceu, ainda, que os depósitos até R$ 5 mil,
obrigatória em crédito rural de uma parcela de recursos efetuados por intermédio de cheques em contas de poupança,
captados pelas instituições financeiras. continuarão a ter o mesmo tratamento atual, de serem
remunerados a partir da data em que realizados.

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APOSTILAS OPÇÃO

Novas Regras para a caderneta de poupança com o remuneração é trimestral e há incidência do imposto de renda
advento da Medida Provisória nº 567, de 03 de maio de (pela tabela regressiva).
2012. Ademais, como já foi dito, seus rendimentos são garantidos
Com a publicação da Medida Provisória nº 567/2012, pelo governo, por meio do FGC, no limite de R$ 250 mil. E você
publicada no Diário Oficial da União no dia 04 de maio de 2012, pode ter quantas cadernetas quiser.
ficam alteradas as regras da caderneta de poupança.
Assim, a partir do dia 04 de maio de 2012, novas Outras modalidades de caderneta de poupança
cadernetas de poupança ou depósitos feitos nessa modalidade
passaram a ter uma nova regra de remuneração. Atualmente, além da tradicional, existem outros quatro
O rendimento passou de 6,17% ao ano (que é os 0,5% ao tipos distintos de caderneta de poupança: de rendimento
mês acumulados no período de um ano), mais a Taxa trimestral, de rendimento crescente, com finalidade
Referencial - TR, para 70% da taxa básica de juros (Taxa Selic), específica e rural. How Stuff Works explica como funciona
mas somente quando a Selic for igual ou menor que 8,5% ao cada um deles:
ano. a) Rendimento trimestral: criada em 1993, esta
Para os clientes de cadernetas já existentes, que realizaram caderneta só permite o resgate com prazo mínimo de 90 dias,
depósitos depois do dia 04.05.2012, os bancos abriram duas para que o rendimento não seja perdido. Sua remuneração é
contas de poupança: uma com os depósitos feitos até o dia dada pela variação da TR, mais 0,5% ao mês, além de um
03.05.2012 e outra com os novos ingressos de dinheiro - adicional de 0,38% (alíquota atual da CPMF). Novas aplicações
ambas sob o mesmo CPF. somente são aceitas na data de aniversário da aplicação, que é
No momento de fazer um resgate da poupança o dinheiro trimestral.
sai prioritariamente da mais nova - de acordo com o Ministério b) Rendimento crescente: esta caderneta aceita somente
da Fazenda. No entanto, se o valor a ser sacado exceder o um depósito inicial em cada conta e, obviamente, apenas um
montante, o que faltar será tirado da conta antiga. resgate, o que a torna pouco flexível. Sua remuneração é
No atual patamar da Selic, o rendimento da poupança calculada sobre a variação da TR do período, corrigida
permanece em 0,5% ao mês, o que dá um total de 6,17% ao trimestralmente, de forma crescente, conforme a sequência
ano acrescido da TR (que tem o seu índice determinado abaixo:
diariamente pelo Banco Central). Esse pagamento de juros e - 1,5% ao trimestre, do primeiro a terceiro trimestres;
TR é depositado na conta poupança no dia do aniversário (se - 1,705% ao trimestre, do quarto ao oitavo trimestres;
você depositou em 5 de abril os dividendos são pagos em 5 de - 1,942% ao trimestre, do nono ao décimo primeiro
maio). O dinheiro aplicado e retirado com menos de 30 dias trimestres; e
não rende. - 2,177% ao trimestre, do décimo segundo trimestre em
As demais regras da aplicação serão mantidas: isenção de diante.
Imposto de Renda e direcionamento dos recursos da poupança O poupador se beneficia, ainda, de um adicional
para crédito habitacional e agrícola. compensatório da CPMF sobre o saque, desde que o mesmo
não seja feito antes de 90 dias de aplicação.
Por fim, cabe ressaltar que a Medida provisória nº c) Com finalidade específica: A mecânica de remuneração
567/2012 foi convertida na Lei nº 12.703, de 7 de agosto de desta caderneta de poupança é idêntica à tradicional mensal
2012, tornando assim definitiva as novas regras. (TR + 0,5%) ou trimestral (TR + 1,5%). A diferença é que sua
utilização ocorre apenas em fins específicos, como por
Nova Regra exemplo, a caução da fiança de um locatário. As modalidades
disponíveis são:
Selic maior que 8,5% Selic igual ou menor que - Garantia locatícia;
8,5% - Revendedores lotéricos;
- Trabalho de condenado;
Rendimento Fixo Rendimento passa a variar - o Crédito de valores de quotas de PIS/Pasep, do FGTS, de
0,5% a.m. + T.R. 70% da Selic + T.R. fundos de investimento e de saldos liberados nas contas de
(somente a partir de depositantes falecidos, e
04/05/2012) - o leiloeiros.
d) Rural (caderneta verde): esta caderneta de poupança
é idêntica à tradicional. A única diferença é que os recursos
Tipos de cadernetas de poupança captados são destinados para o financiamento de operações
rurais (e não para o SFH). As instituições que oferecem
Talvez a caderneta de poupança tradicional seja a única exclusivamente estes produtos são: Banco da Amazônia, Banco
aplicação em que se pode aportar pequenas quantias de do Nordeste, Banco do Brasil e os Bancos Cooperativos.
dinheiro e ter liquidez imediata. Contudo, a rentabilidade é Vale lembrar que as instituições financeiras, motivadas
perdida quando o saque é feito fora da data de aniversário, ou pela alta competitividade do setor, oferecem uma ampla gama
seja, da data em que a aplicação foi feita. de aplicações de poupança. Estas centenas de produtos, no
A poupança é remunerada mensalmente por uma taxa de entanto, não são nada mais do que variantes dos tipos de
juros de 0,5%, aplicada sobre os valores atualizados pela TR caderneta relacionados neste artigo.
(taxa referencial) na sua data de aniversário. Ela rende, É muito comum que os bancos ofereçam facilidades e
portanto, de acordo com a quantidade de dias úteis no mês e a serviços agregados às cadernetas, como, por exemplo,
variação da TR do período. depósitos e saques diretos pela conta corrente, mesmo
A caderneta recebe depósitos tanto de pessoas físicas número e senha da conta corrente, aplicação e resgate pelo
quanto de empresas (inclusive micro e pequenas empresas), telefone programação do investimento por períodos de até
sendo que sua abertura pode ser feita em qualquer dia do mês. 1(um) ano, entre outros.
As contas abertas nos dias 29, 30 e 31, contudo, passam a valer Mas não se engane, a remuneração da caderneta de
somente a partir do primeiro dia útil do mês seguinte. poupança é definida pelo Banco Central e os valores nunca
Para pessoas físicas e jurídicas sem fins lucrativos, mudam, independente do seu banco, tampouco do produto
a remuneração da aplicação é mensal e não há incidência que você aplica.
de imposto de renda (IR) sobre ganhos de capital.
Para empresas (pessoas jurídicas com fins lucrativos), a
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O que é Poupança e Investimento? de 12 meses. Por esta razão, a aplicação em Títulos de


Os recursos necessários para uma aplicação provêm da Capitalização tornou-se uma das formas mais atraentes para
parcela não consumida da renda, a qual se dá o nome de planejar o futuro: o estudo dos filhos, a viagem de férias, a
poupança (por menor que seja seu valor) ou uma montagem de um negócio, a formação profissional, a compra
disponibilidade financeira, pode efetuar um investimento, dele de um carro e tantos outros projetos que exigem investimento
esperando obter: e disciplina para que se tornem realidade.
- reserva para qualquer despesa imprevista e uma garantia Depois de conviver tantos anos com inflação, o surgimento
para o futuro - SEGURANÇA; de instrumentos como o Título de Capitalização vem
- boa remuneração – RENTABILIDADE; transformando a vida de muitos brasileiros, estimulando a
- esperança de ver crescer o capital empregado – cultura da poupança e abrindo a perspectiva de multiplicar o
VALORIAZAÇÃO; patrimônio por meio de sorteios. Os valores aplicados podem
- defesa contra eventual desvalorização do dinheiro – ser capitalizados mensalmente ou de uma só vez.
PROTEÇÃO; A premiação é efetuada por meio de sorteios periódicos
- oportunidade de associação com empresas dinâmicas – realizados pelas empresas de capitalização ou não, sendo a
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO; forma mais frequente a utilização de combinação de dezenas,
- rápida disponibilidade do dinheiro aplicado - LIQUIDEZ. em série de números previamente estabelecidos, tendo como
base os sorteios da Loteria Federal.
Por que e onde Investir?
Todo investidor busca a otimização de três aspectos Títulos de capitalização
básicos em um investimento: retorno, prazo e proteção.
Ao avaliá-lo, portanto, deve estimar sua rentabilidade, É uma aplicação pela qual o subscritor (comprador do
liquidez e grau de risco. A rentabilidade é sempre diretamente título) constitui um capital, segundo cláusulas e regras
relacionada ao risco. Ao investidor cabe definir o nível de risco aprovadas e mencionadas no próprio título (Condições Gerais
que está disposto a correr, em função de obter uma maior ou do Título) e que será pago em moeda corrente num prazo
menor lucratividade. máximo estabelecido.
Eles são considerados, para todos os fins legais, títulos de
Investimentos Imobiliários crédito.
Envolvem a aquisição de bens imóveis, como terrenos e O título de capitalização só pode ser comercializado pelas
habitações. Para a economia como um todo, entretanto, a sociedades de capitalização devidamente autorizadas a
compra de um imóvel já existente não constitui investimento, funcionar.
mas apenas transferência de propriedade. A contratação de um título é realizada através do
Os objetivos do investidor em imóveis são geralmente preenchimento e da assinatura do contrato.
distintos daqueles almejados pelos que procuram aplicar em O envio (a entrega) da proposta devidamente assinada
valores mobiliários, sobretudo no que se refere ao fator representa a concretização da subscrição do Título, sendo
liquidez de um e de outro investimento. proibida a cobrança de qualquer taxa a título de inscrição.
Importante destacar que as Condições Gerais do título
Investimento em Títulos devem estar disponíveis ao subscritor no ato da contratação.
Abrangem aplicações em ativos diversos, negociados no A disponibilização das Condições Gerais em momento
mercado financeiro (de crédito), que apresentam posterior ao da contratação constitui violação às normas,
características básicas com referência a: sendo a Sociedade, portanto, passível de multa; O título pode
- renda - variável ou fixa; ser adquirido para outra pessoa, aliás, o subscritor, que é a
- prazo - variável ou fixo; pessoa que adquire o título e assume o dever de efetuar os
- emissão - particular ou pública. pagamentos, pode, desde que comunique por escrito à
Renda Sociedade, a qualquer momento, e não somente no ato da
A renda é fixa quando se conhece previamente a forma do contratação, definir quem será o titular, isto é, quem assumirá
rendimento que será conferida ao título. Nesse caso, o os direitos relativos ao título, tais como o resgate e o sorteio;
rendimento pode ser pós ou prefixado, como ocorre, por Os títulos mais comuns no mercado são: o PM (pagamento
exemplo, com o certificado de depósito bancário. mensal) e o PU(pagamento único).
A renda variável será definida de acordo com os resultados O PM é um plano em que os seus pagamentos, geralmente,
obtidos pela empresa ou instituição emissora do respectivo são mensais e sucessivos.
título. É possível que após o último pagamento, o plano ainda
continue em vigor, pois seu prazo de vigência pode ser maior
Prazo do que o prazo de pagamento estipulado na proposta. Por sua
Há títulos com prazo de emissão variável ou vez, o PU é um plano em que o pagamento é único (realizado
indeterminado, isto é, não têm data definida para resgate ou uma única vez), tendo sua vigência estipulada na proposta.
vencimento, podendo sua conversão em dinheiro ser feita a Enquanto que o prazo de pagamento é o período durante o
qualquer momento. Já os títulos de prazo fixo apresentam data qual o Subscritor compromete-se a efetuar os pagamentos que,
estipulada para vencimento ou resgate, quando seu detentor em geral, são mensais e sucessivos.
receberá o valor correspondente à sua aplicação, acrescida da Outra possibilidade, como colocada acima, é a de o título
respectiva remuneração. ser de Pagamento Único (P.U.). Prazo de Vigência, por sua vez,
é o período durante o qual o Título de Capitalização está sendo
CAPITALIZAÇÃO administrado pela Sociedade de Capitalização, sendo o capital
relativo ao título atualizado monetariamente pela TR e
A Capitalização é um instrumento financeiro diferente de capitalizado pela taxa de juros informada nas Condições
qualquer outro. É uma forma alternativa de acumular reservas Gerais. Tal período deverá ser igual ou superior ao período de
com prazo e taxas de juros previamente determinados. É o pagamento.
instrumento ideal para quem deseja realizar um projeto de
vida bem especial.
Diferente da Caderneta de Poupança, um Título de
Capitalização tem prazo de carência para resgates, em geral,

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PREVIDÊNCIA Assim, havendo regime próprio, o servidor NÃO poderá se


filiar ao regime geral, no entanto, não havendo esse regime, a
A previdência social também é conhecida como seguro filiação ao regime geral é obrigatória. Só há dois regimes de
social. Isso porque ela é, de fato, um verdadeiro seguro, que cunho obrigatório:
atua cobrindo a manutenção de nossa condição social nos a) O Regime Geral de Previdência Social (RGPS);
casos em que ocorrer alguma contingência-necessidade que b) O Regime Próprio dos Servidores Públicos ou Regime
possa abalá-la. Assim, quase que da mesma forma que em um Próprio de Previdência Social (RPPS).
seguro convencional, através de contribuições, caso ocorra É possível acumular aposentadoria do Regime Próprio,
uma contingência a ser coberta, o seguro deverá cobri-la. com aposentadoria do Regime Geral, sempre que o
Por ser social, o que ela protege é a capacidade da pessoa trabalhador exercer duas ou mais atividades abrangidas por
de assegurar sua própria manutenção, para que ela não perca esses regimes. Por exemplo: Professores, que lecionam em
sua condição social. Quando eventos como doença, idade, escolas públicas e escolas privadas (concomitantemente),
prisão ou outra contingência por ela coberta puder impedir a possuem direito aos dois regimes previdenciários. Podendo
pessoa de obter seu sustento, esse seguro entrará em ação. ainda, se assim desejar, contribuir para o regime de
Isso é a previdência social, um seguro que cobre, mediante previdência privada, gozando, dessa forma, de três
contribuições, a manutenção da condição social dos segurados aposentadorias no futuro.
e seus dependentes.
Também é assegurada a contagem recíproca do tempo de
A Previdência Social no Brasil é composta por três regimes: contribuição tanto no RPPS quanto no RGPS. A contagem
a) Regime Geral de Previdência Social (RGPS): operado recíproca ocorre quando uma pessoa transfere seu tempo de
pelo INSS, uma entidade pública e de filiação obrigatória para contribuição de um regime previdenciário para outro. Nesse
os trabalhadores regidos pela CLT; caso, os respectivos regimes terão de se complementar
b) Regime Próprio de Previdência Social (RPPS): financeiramente e a pessoa se aposentará no regime a que
instituído por entidades públicas –Institutos de Previdência ou estiver filiada.
Fundos Previdenciários e de filiação obrigatória para os
servidores públicos titulares de cargos efetivos da União, dos Nos termos do art. 201 da Constituição Federal (CF), o
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; e Regime Geral de Previdência Social (RGPS) deve prestar:
c) Regime de Previdência Complementar: operado por - a cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e
Entidades Abertas e Fechadas de Previdência Complementar, idade avançada;
regime privado, com filiação facultativa, criado com a - a proteção à maternidade, especialmente à gestante;
finalidade de proporcionar uma renda adicional ao - a proteção ao trabalhador em situação de desemprego
trabalhador, que complemente a sua previdência oficial. involuntário;
- o salário-família e o auxílio-reclusão para os
O RGPS é único, vinculando os trabalhadores brasileiros de dependentes dos segurados de baixa renda;
modo geral (empregados, autônomos etc.). Ele é disciplinado - a pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao
no art. 201 da CF/88. Já os RPPS são vários, um por ente cônjuge ou companheiro e dependentes.
federado (sua criação é facultativa). Se o ente federado não
possuir RPPS, o servidor será filiado ao RGPS. Além do mais, O RGPS é regido pela Lei nº 8.213/91, intitulada “Plano de
somente será filiado a RPPS o servidor ocupante de cargo Beneficios da Previdência Social”, sendo de filiação
público efetivo, e não os comissionados, temporários ou compulsória e automática para os segurados obrigatórios,
empregados públicos. A esses, aplica-se o RGPS. permitido ainda, que pessoas que não estejam enquadradas
como obrigatórias e não tenham regime próprio de
1.1 Regime Geral de Previdência Social. previdência, se inscrevam como segurados facultativos,
passando a ser filiados ao RGPS.
O Regime Geral de Previdência Social (RGPS) é o principal A lei que regula o RGPS é composta por normas de direito
regime previdenciário na ordem interna, abrange público, que estabelecem direitos e obrigações entre os
obrigatoriamente todos os trabalhadores da iniciativa privada, indivíduos beneficiários do regime e o Estado, gestor da
ou seja: os trabalhadores que possuem relação de emprego Previdência Social.
regida pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT Denomina-se prestações previdenciárias as obrigações de
(empregados urbanos, mesmo os que estejam prestando dar e de fazer da Previdência Social para com os segurados e
serviço a entidades paraestatais, os aprendizes e os seus dependentes.
temporários), pela Lei nº 5.889/73 (empregados rurais) e pela Uma vez ocorrida a hipótese de que trata a norma, é
Lei nº 5.859/72 (empregados domésticos); os trabalhadores obrigação do ente previdenciário conceder a prestação
autônomos, eventuais ou não; os empresários, titulares de prevista em lei, nos estritos ditames do que ali esteja
firmas individuais ou sócios gestores e prestadores de determinado. Ao beneficiário, por seu turno, não comporta a
serviços; trabalhadores avulsos; pequenos produtores rurais e renúncia do direito à prestação que lhe é devida, salvo se visa
pescadores artesanais trabalhando em regime de economia outra, que lhe seja mais benéfica. Contudo, o beneficiário terá
familiar, e outras categorias de trabalhadores, como direito aos benefícios a partir da data do requerimento, sendo
garimpeiros, empregados de organismos internacionais, retroativo apenas nos casos expressos em lei.
sacerdotes, entre outros. A gestão do RGPS é realizada pelo Instituto Nacional do
Seguro Social - INSS, autarquia federal responsável pela
Quando o trabalhador passa a exercer atividade concessão e manutenção dos beneficios e serviços do RGPS.
remunerada ele é automaticamente filiado ao regime básico de
previdência social. No caso do trabalhador de modo geral, Não permanece a cargo do INSS a fiscalização das
aplica-se o Regime Geral de Previdência Social – RGPS, contribuições sociais destinadas aos terceiros.
administrado pelo INSS e pela SRFB. Já para os servidores
públicos, no caso dos entes federados (União, Estados, Distrito A Receita Federal do Brasil (RFB) acumula as
Federal e Municípios) que o tenham instituído, aplica-se o competências atuais da Receita Federal, com a competência
Regime Próprio de Previdência Social – RPPS. para planejar, executar, acompanhar e avaliar as atividades
relativas à tributação, fiscalização, arrecadação, cobrança e

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recolhimento das contribuições previdenciárias das empresas, abertas de previdência privada estão enquadradas na área de
dos trabalhadores e dos empregadores domésticos. Passou competência do Ministério da Fazenda e do Conselho Nacional
também a ser responsabilidade da RFB a fiscalização das de Seguros Privados (CNSP); são fiscalizadas pela
contribuições devidas a terceiros, assim entendidas outras Superintendência de Seguros Privados (SUSEP)e oferecem
entidades e fundos, bem como a contribuição para o salário- planos de pecúlio e rendas.
educação. Assim, passa a ser competência da RFB a
fiscalização, de forma geral, das contribuições previdenciárias. Entidades Fechadas de Previdência Privada.

1.2 Regimes próprios de previdência social. São instituições mantidas por contribuições de um grupo
de trabalhadores e da mantenedora. Por determinação legal,
O Regime de Previdência dos Servidores Públicos, parte de seus recursos devem ser destinados ao mercado
denominado Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) tem acionário.
suas políticas elaboradas e executadas pelo Ministério do Organizam-se sob a forma de Sociedade Civil e são
Trabalho e Previdência Social (MTPS). Neste Regime, é conhecidas também como Fundos de Pensão ou Fundações,
compulsório para o servidor público do ente federativo que o sendo consideradas entidades sem fins lucrativos.
tenha instituído, com teto e subtetos definidos pela Emenda Estão enquadradas na área de competência do Ministério
Constitucional nº 41/2003. Excluem-se deste grupo os da Previdência e Assistência Social e do Conselho da
empregados das empresas públicas, os agentes políticos, Previdência Complementar. São fiscalizadas pela Secretaria de
servidores temporários e detentores de cargos de confiança, Previdência Complementar e oferecem planos de pecúlio ou
todos filiados obrigatórios ao Regime Geral. renda, além de diversos outros benefícios assemelhados ao da
Os regimes próprios são instituídos e organizados pelos Previdência Oficial. A autorização para uma empresa privada
respectivos entes federativos de acordo com as normas constituir um Fundo de Pensão é fornecida pelo Ministério da
estabelecidas na Lei nº 9.717/98, que iniciou a Previdência e Assistência Social, mediante o requerimento dos
regulamentação desses regimes. A partir da instituição do seus representantes legais, por intermédio da Secretaria de
regime próprio, por lei, os servidores titulares de cargos Previdência Complementar. Tal solicitação deve ser
efetivos são afastados do Regime Geral de Previdência Social – acompanhada dos seguintes documentos:
RGPS. - atos constitutivos e estatutos vigentes, dispensáveis caso
se tratem de fundos contábeis;
1.3 Regime de previdência complementar. - estatuto e regulamento do Plano de Benefícios,
devidamente adaptados à legislação em vigor;
Além desses regimes que filiam compulsoriamente os - regulamento e nota técnica assinada por atuário
trabalhadores, temos o Regime Complementar de Previdência habilitado, estabelecendo o equacionamento do plano de
Social, que é de ingresso facultativo. Observe que a filiação a benefícios;
algum plano de previdência complementar não tira o caráter - uma dotação inicial para fazer frente ao serviço passado
de obrigatoriedade da filiação ao regime básico. dos participantes do plano, calculada com base em orientação
Assim, a previdência complementar é um benefício do atuário responsável pelo plano.
opcional, que proporciona ao trabalhador um seguro
previdenciário adicional, conforme sua necessidade e vontade. Atualmente, os fundos de pensão são um importante
É uma aposentadoria contratada para garantir uma renda segmento da economia nacional. São importantes investidores
extra ao trabalhador ou a seu beneficiário. Os valores dos institucionais e oferecem uma grande contribuição na
benefícios são aplicados pela entidade gestora, com base em formação de poupança interna para o país. No passado, o
cálculos atuariais. Ministério da Previdência e Assistência Social, através da
Além da aposentadoria, o participante normalmente tem à Secretaria de Previdência Complementar, restringia o
sua disposição proteção contra riscos de morte, acidentes, financiamento desses benefícios apenas aos funcionários das
doenças, invalidez etc. No Brasil existem dois tipos de empresas patrocinadoras do grupo. Atualmente estão sendo
previdência complementar: a previdência aberta e a concedidas autorizações para que esses fundos recebam
previdência fechada. adesões de outras empresas de porte menor, desde que seja
Ambas funcionam de maneira simples: durante o período obtida a aprovação dos respectivos planos de benefícios junto
em que o cidadão estiver trabalhando, paga todo mês uma à Secretaria de Previdência Complementar.
quantia de acordo com a sua disponibilidade. O saldo Constituir uma empresa de previdência privada própria
acumulado poderá ser resgatado integralmente ou recebido representa custos elevados para a empresa patrocinadora.
mensalmente, como uma pensão ou aposentadoria tradicional. Afinal, isto requer um investimento significativo para manter
As instituições que trabalham com planos de previdência a nova empresa em funcionamento. Custos de contratação de
aberta são fiscalizadas pela Susep (Superintendência de pessoal especializado, despesas com informatização e serviços
Seguros Privados), do Ministério da Fazenda. atuarial e contábil são alguns dos itens com maior
representatividade. Assim sendo, a fim de permitir uma
Entidades Abertas de Previdência Privada. alternativa viável para oferecer benefícios previdenciários
complementares aos da Previdência Social, o Ministério da
As entidades abertas de previdência privada são Previdência e Assistência Social e a Secretaria de Previdência
organizadas sob a forma de sociedades civis sem fins Complementar permitiram a criação dos Fundos
lucrativos (antigos montepios), sociedades com fins lucrativos Multipatrocinados, cujo objetivo é propiciar às empresas
(sociedades anônimas) e Departamentos de Previdência interessadas os mesmos benefícios oferecidos pelos Fundos de
Privada Operadora do Ramo Vida, pois a Lei nº 6.435/77 Pensão.
permite às seguradoras autorizadas operar com seguros de Os Fundos de Pensão são organizados sob a forma de uma
vida e criar departamento específico para operações em sociedade civil, e são administrados, na grande maioria por
planos de previdência aberta. Com o advento da terceirização, entidades financeiras (bancos), sendo os planos de cada
as seguradoras e sociedades anônimas voltadas para esse fim empresa independentes dos demais, mantendo cada um suas
têm se constituído em uma alternativa viável para empresas características próprias. Não existe, portanto, qualquer
de todo porte que tenham interesse em maximizar o custo de solidariedade entre os planos; cada empresa responde pelo
implantação de um programa complementar. As entidades desempenho financeiro, atuarial e contábil de seu plano.

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APOSTILAS OPÇÃO

Surgimento da Previdência Privada Valor bruto: R$ 1.266,86 por mês


O século XIX também foi marcado pelo surgimento da Valor líquido com progressiva: R$ 1.266,86
"previdência privada" brasileira, pode-se dizer que Valor líquido com regressiva: R$ 1.152,62
inaugurada em 10 de janeiro de 1835, com a criação do
MONGERAL - Montepio Geral de Economia dos Servidores do Contrato
Estado - proposto pelo então Ministro da Justiça, Barão de O regime tributário usado deve estar no contrato. Além
Sepetiba, que, pela primeira vez, oferecia planos com disso, antes da assinatura do documento, a entidade que
características de facultatividade e mutualismo. oferece o plano deve informar o cliente sobre essas opções.
A Previdência Social só viria a ser instituída através da Lei Quais são os tipos de previdência privada que existem?
n° 4.682 (Lei Elói Chaves), de 24/01/1923. Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) - É recomendado
A Criação da Superintendência Geral de Seguros para pessoas com renda mais alta, pois o valor pago ao plano
O Decreto n° 4.270, de 10/12/1901, e seu regulamento pode ser abatido no Imposto de Renda (desde que esse valor
anexo, conhecido como "Regulamento Murtinho", represente até 12% de sua renda bruta anual). Porém, quando
regulamentaram o funcionamento das companhias de seguros o dinheiro é sacado, o imposto pago é referente ao total que
de vida, marítimos e terrestres, nacionais e estrangeiras, já havia no fundo. Por exemplo, se esse valor for de R$ 500 mil, o
existentes ou que viessem a se organizar no território imposto será cobrado sobre ele.
nacional. Além de estender as normas de fiscalização a todas Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL) - Sua diferença
as seguradoras que operavam no País, o Regulamento para o PGBL é que ele não pode ser abatido no Imposto de
Murtinho criou a "Superintendência Geral de Seguros", Renda. Porém, quando o dinheiro é sacado, o imposto cobrado
subordinada diretamente ao Ministério da Fazenda. Com a é referente ao que o dinheiro investido rendeu.
criação da Superintendência, foram concentradas, numa única Por exemplo, se a quantia que há é de R$ 500 mil, mas o
repartição especializada, todas as questões atinentes à rendimento que houve ao longo do plano foi de R$ 200 mil, o
fiscalização de seguros, antes distribuídas entre diferentes imposto cobrado será referente a este último valor. Esse plano
órgãos. Sua jurisdição alcançava todo o território nacional e, é indicado para pessoas que têm renda menor e que, por isso,
de sua competência, constavam às fiscalizações preventiva, declaram imposto nos formulários simplificados ou nem
exercida por ocasião do exame da documentação da sociedade declaram imposto.
que requeria autorização para funcionar, e repressiva, sob a Nos planos de previdência privada, é possível escolher se a
forma de inspeção direta, periódica, das sociedades. renda recebida será por um determinado período ou se ela
Posteriormente, em 12 de dezembro de 1906, através do será vitalícia. Quem faz o plano também pode determinar que
Decreto n° 5.072, a Superintendência Geral de Seguros foi os filhos e a mulher continuem recebendo a renda se ele
substituída por uma Inspetoria de Seguros, também morrer.
subordinada ao Ministério da Fazenda. Quando uma pessoa inicia um PGBL ou VGBL pode atrelar
a seu plano um pecúlio por morte ou invalidez. Essas opções
Definição da Previdência Privada funcionam como um seguro. No primeiro caso, quando a
A previdência privada é uma aposentadoria que não está pessoa que paga morre, o dinheiro acumulado é dado à família.
ligada ao sistema do Instituto Nacional do Seguro Social No segundo caso, se a pessoa que paga perde suas condições
(INSS). Ela é complementar à previdência pública. Todo setor de trabalho, o dinheiro é entregue a ela mesma.
de previdência privada é fiscalizado pela Superintendência de
Seguros Privados (Susep), órgão do governo federal. Taxas cobradas
Qual a diferença em relação à Previdência Social? Nos As empresas de previdência complementar costumam
planos de previdência privada, é possível escolher o valor da cobrar três tipos de taxas dos participantes: carregamento
contribuição e a periodicidade em que ela será feita. Uma (sobre cada contribuição), gestão (anual) e saída (no
pessoa pode contribuir com R$ 100 uma vez por ano, por momento do resgate).
exemplo. É claro que o valor que receberá quando começar a Hoje, o mercado trabalha com taxas de carregamento
fazer uso dessa previdência será proporcional ao que sobre o valor de cada contribuição (aporte). Portanto,
contribuiu. dependendo da instituição, um cliente que aplique
Além disso, o valor investido em um plano de previdência mensalmente R$ 1.000 na previdência complementar
privada pode ser resgatado pela pessoa se ela desistir do acumulará no final de um ano (sem considerar os rendimentos
plano. dos fundos) entre R$ 12 mil (taxa de 0%) e R$ 11.400 (taxa de
No momento em que é escolhido um plano, é importante 5%, média do mercado).
estar atento à forma de cobrança de impostos. Também incide sobre a reserva acumulada a taxa de
Independentemente do plano, existe a opção por duas formas gestão. Ela varia no mercado nacional de 0,5% a 4% ao ano e
de tributação. incide sobre o patrimônio acumulado no fundo. Um custo que
Uma delas é a tabela regressiva, que favorece o resgate do não pode deixar de ser considerado na hora da escolha do
dinheiro de uma só vez. produto.
A outra forma é a tabela de impostos progressiva, mais As taxas de saída são de 0,38% em relação ao valor
vantajosa para aquelas pessoas que querem receber a quantia acumulado. Algumas empresas optam por não cobrar a taxa de
investida em forma de parcelas mensais e não resgatar o saída sobre o resgate das aplicações.
dinheiro todo numa só parcela.
A simulação a seguir, feita pela Brasilprev, ajuda a Benefícios dos Planos Previdenciários
entender: uma pessoa de 22 anos que vá se aposentar aos 52 Os planos de aposentadoria e pensão privados podem ser
anos, ou seja, 30 anos depois, e faz um investimento único de contratados deforma individual ou coletiva (averbados ou
R$ 30 mil. instituídos); e podem oferecer juntos ou separadamente,
alguns tipos básicos de benefícios, quais sejam:
Caso retire o dinheiro com um saque único aos 52 anos: - Renda por sobrevivência - renda a ser paga ao
Valor bruto: R$ 285.632,61 participante do plano que sobreviver ao prazo de diferimento
Valor líquido com tributação progressiva: R$ 219.749,94 contratado, geralmente denominada de aposentadoria.
Valor líquido com tributação regressiva: R$ 258.953,95 - Renda por invalidez - renda a ser paga ao participante, em
decorrência de sua invalidez total e permanente ocorrida
Caso faça a opção por renda temporária de 20 anos:

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durante o período de cobertura e após cumprido o período de assim, o VGBL torna-se um produto ideal para pessoas que
carência estabelecido no Plano; Planos de Aposentadoria. atuam na economia informal ou que estão isentas do Imposto
- Pensão por morte - renda a ser paga ao(s) beneficiário(s) de Renda e, por isso, não podem contar com a vantagem fiscal
indicado(s) na proposta de inscrição, em decorrência da morte do PGBL e dos planos de previdência em geral.
do Participante ocorrida durante o período de cobertura e
após cumprido o período de carência estabelecido no Plano. Portanto, esquematizando os regimes previdenciários
- Pecúlio por morte - importância em dinheiro, pagável de temos:
uma só vez ao(s) beneficiário(s) indicado(s) na proposta de
inscrição, em decorrência da morte do participante ocorrida Regimes Previdenciários
durante o período de cobertura e após cumprido o período de
carência estabelecido no Plano. Regimes Básicos Regime Complementar
- Pecúlio por invalidez - importância em dinheiro, pagável
Regime Regimes Entidades
de uma só vez ao próprio participante, em decorrência de sua Entidades Privadas
Geral Próprios Públicas
invalidez total e permanente ocorrida durante o período de
cobertura e após cumprido o período de carência estabelecido (RGPS) (RPPS) Abertas Fechadas Fechadas
no Plano.
A SUSEP e as entidades que atuam no sistema criaram os FUNDOS DE INVESTIMENTOS
seguintes planos padrões que atualmente são comercializados
pelo mercado de previdência aberta complementar: Os fundos de investimento representam significativa
parcela de recursos aplicados por investidores no Sistema
PGBL – Plano Gerador de Benefício Livre Financeiro Nacional, tais investimentos são constituídos sob a
A legislação não exige depósitos periódicos no caso dos forma de condomínios, estando, dessa forma, segregados do
PGBLs, tipo contribuições mensais. patrimônio da instituição financeira que os administra.
Os depósitos podem ser feitos à medida que haja recursos
disponíveis, dentro do que for contratado com o Conceito
administrador. O participante deve verificar se tem renda para O Fundo de Investimento Financeiro, constituído sob a
garantir o fluxo de pagamentos acertado no contrato. forma de condomínio aberto, é uma comunhão de recursos
O período de contribuição para os planos depende do destinados à aplicação em carteira diversificada de ativos
prazo existente entre a decisão de poupar e a idade que o financeiros e demais modalidades operacionais disponíveis no
contribuinte deseja receber o benefício. âmbito do mercado financeiro e de capitais.
Quanto antes começa um plano de previdência privada, Ao administrador do Fundo compete a realização de uma
mais fácil é formar a poupança, porque o volume de dinheiro série de atividades gerenciais e operacionais relacionadas com
que será poupado será distribuído por um número maior de os cotistas e seus investimentos, dentre as quais a gestão da
meses. carteira de títulos e valores mobiliários.
Segundo, porque o efeito da parte dos juros no capital final Esta gestão da carteira do Fundo pode ser realizada pelo
é maior quanto maior o tempo de contribuição. A poupança próprio administrador ou pode ser terceirizada, isto é,
que vai garantir o pagamento dos benefícios é formada por realizada por uma pessoa física ou jurídica, credenciada pela
dois valores básicos. Um é a soma das contribuições feitas, CVM e contratada especialmente para esta finalidade.
retirando daí todos os custos. O outro é o rendimento obtido Este é o gestor da carteira.
ao longo dos anos. Quanto maior o número de anos, maior a As informações relevantes de um Fundo de Investimento
contribuição do rendimento na formação do capital. constam de seu prospecto e de seu Regulamento, que devem,
obrigatoriamente, ser entregues ao cotista por ocasião de seu
VGBL – Vida Gerador de Benefício Livre ingresso no Fundo.
O VGBL – Vida Gerador de Benefícios Livres dá ao cliente o O Fundo tem prazo indeterminado de duração e em sua
direito de resgatarem vida, após o período de carência, uma denominação, que não pode conter termos incompatíveis com
parte ou a totalidade do montante aplicado, acrescido do o seu objetivo, deve constar a expressão “investimento
rendimento durante esse período. financeiro”, facultado o acréscimo de vocábulos que
O VGBL é bastante parecido com o PGBL. Isso porque o identifiquem o perfil de suas aplicações.
investidor também tem seus recursos aplicados em um FIF As taxas, despesas e prazos adotados devem ser os
exclusivo, sendo cobrada taxa de carregamento, e ainda pode mesmos para todos os condôminos do fundo. Na definição da
optar pelo perfil do fundo em que aportará suas reservas. política de investimento (onde serão aplicados os recursos do
O VGBL não tem garantia de remuneração mínima, sendo fundo), devem ser prestadas informações acerca:
o benefício baseado na rentabilidade da carteira de - das características gerais da atuação do fundo, entre as
investimento do FIF. A transferência (portabilidade) dos quais os critérios de composição e de diversificação da carteira
recursos de uma seguradora para outra é permitida, devendo e os riscos operacionais envolvidos;
apenas ser respeitado o período de carência, que ainda não foi - da possibilidade de realização de aplicações que
regulamentado pela Susep (Superintendência de Seguros coloquem em risco o patrimônio do fundo; O valor de cada cota
Privados). é recalculado diariamente e a remuneração recebida varia de
Conforme exposto, o PGBL e o VGBL são produtos com acordo com o prazo de aplicação e com os rendimentos dos
características bastante semelhantes. A grande diferença está ativos financeiros que compõe o fundo.
no tratamento fiscal. No PGBL, o investidor conta com o
incentivo fiscal concedido aos planos de previdência, que Não há, geralmente, garantia de que o valor resgatado seja
permite ao poupador deduzir de sua base de cálculo do superior ao valor aplicado.
Imposto de Renda contribuições feitas a estes planos, até o Aplicação caracterizada pela aquisição de cotas de
limite de 12% de sua renda bruta anual. aplicações com características abertas e solidárias, e que
Já o VGBL não conta com esse incentivo, mas, em representam parte do Patrimônio do Fundo, sendo que
compensação, o investidor não é tributado com base na tabela apresenta ainda uma valorização diária.
progressiva no momento do resgate ou do recebimento do Neste modelo de aplicação, os investidores podem sacar
benefício, como ocorre no PGBL. Sua tributação acontece suas cotas a curto prazo, no entanto, como nem todos agem
apenas em relação ao ganho de capital – ou seja, o lucro. Sendo dessa forma, a soma restante, que sempre representa uma

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importância volumosa, poderá ser aplicada em modalidades do CDI (Certificado de Depósito Interbancário). Os Fundos
mais rentáveis. Referenciados Dólar apresentam nível de risco médio e
Os recursos obtidos pela administradora do Fundo serão buscam rentabilidade que acompanhe as oscilações do dólar
aplicados no mercado financeiro interno ou externo onde americano. O Fundo Referenciado Euro busca rentabilidade
houver uma melhor rentabilidade. que acompanhe as variações do Euro.
Os Fundos de Investimentos atuam conforme Esses Fundos devem identificar em sua denominação o seu
determinação Comissão de Valores Mobiliários (CVM), onde indicador de desempenho, em função da estrutura dos ativos
são determinados os limites de composição da carteira, que financeiros integrantes das respectivas carteiras, desde que
reflete na liquidez da aplicação. atendidas, cumulativamente, as seguintes condições:
I - tenham 80% (oitenta por cento), no mínimo, de seu
Tipos de Fundos de Investimento patrimônio líquido representado, isolada ou cumulativamente,
por:
Os fundos de investimento podem ser classificados pelo a) títulos de emissão do Tesouro Nacional e/ou do Banco
índice de volatilidade, que determina o grau de risco para o Central do Brasil;
investidor. Segundo a CVM, autarquia responsável pela b) títulos e valores mobiliários de renda fixa cujo emissor
supervisão deste mercado, os Fundos podem ser: esteja classificado na categoria baixo risco de crédito ou
Fundo de Curto Prazo - Devem aplicar seus recursos equivalente.
exclusivamente em títulos públicos federais ou privados pré- II - estipulem que 95% (noventa e cinco por cento), no
fixados ou indexados à taxa SELIC ou a outra taxa de juros, ou mínimo, da carteira seja composta por ativos financeiros de
títulos indexados a índices de preços, com prazo máximo a forma a acompanhar a variação do indicador de desempenho
decorrer de 375 (trezentos e setenta e cinco) dias. O prazo escolhido;
médio da carteira do fundo inferior a 60 (sessenta) dias. III - restrinjam a respectiva atuação nos mercados de
derivativos a realização de operações com o objetivo de
1. Fundo de Renda Fixa - Os investimentos em renda fixa proteger posições detidas à vista, até o limite dessas.
são aqueles cuja remuneração ou sua forma de cálculo pode
ser previamente definida no momento da aplicação. Devem 2.2. Fundos de investimento orientados à
possuir, no mínimo, 80% (oitenta por cento) da carteira em aposentadoria – Os fundos de previdência visam
ativos relacionados diretamente aos principais fatores de risco complementar a renda do investidor durante a aposentadoria,
da carteira, que são a variação da taxa de juros doméstica ou proporcionando uma renda extra para o aposentado. O
de índice de inflação, ou ambos. investidor escolhe com quanto vai investir por mês, durante
Pelo fato de não estarem tão sujeitas às oscilações do quanto tempo, quando vai começar a receber e quanto quer
mercado e do investidor conhecer a sua rentabilidade, essas receber por mês. O investimento e administrado por uma
aplicações podem ser consideradas menos arriscadas e, por administradora de fundos especializada.
isso, mais adequadas a quem tem perfil conservador. Dentre
os investimentos mais populares nessa categoria, estão a 2.3. Fundo de Ações - Devem possuir, no mínimo, 67%
caderneta de poupança, e os fundos DI e os de renda fixa. Mas (sessenta e sete por cento) da carteira em ações admitidas à
existem outras aplicações como os títulos do Governo, as negociação no mercado à vista de bolsa de valores ou entidade
debêntures e os CDBs. do mercado de balcão organizado.
2.4. Fundo Cambial - Devem possuir, no mínimo, 80%
2. Fundos de Renda Variável - são todos os fundos de (oitenta por cento) da carteira em ativos relacionados
investimento com exceção dos fundos de renda fixa, eles diretamente, ao fator de risco do fundo que é a variação de
podem ser: fundos referenciados; fundos de previdência; preços de moeda estrangeira ou a variação do cupom cambial.
fundo de ações; fundo cambial; fundo de dívida externa; fundo 2.5. Fundo de Dívida Externa - Devem aplicar, no
multimercado. mínimo, 80% (oitenta por cento) de seu patrimônio líquido em
Nas aplicações de renda variável, o investidor não tem títulos representativos da dívida externa de responsabilidade
como saber previamente qual será a rentabilidade que poderá da União, sendo permitida a aplicação de até 20% (vinte por
obter. Fazem parte dessa categoria os investimentos em ações. cento) do patrimônio líquido em outros títulos de crédito
Como o próprio nome diz, os preços dos ativos sofrem transacionados no mercado internacional.
variações a todo momento, sendo redefinidos por conta de 2.6. Fundo Multimercado - Estes Fundos possuem
diversos eventos que afetam as empresas emissoras, a políticas de investimento que envolvem vários fatores de risco,
economia e o próprio mercado financeiro. sem o compromisso de concentração em nenhum fator em
Em contrapartida, justamente por trazer mais riscos, a especial ou em fatores diferentes das demais classes de fundos.
renda variável proporciona maior rentabilidade, Os fundos classificados como "Referenciado", "Renda
principalmente se o investimento for feito com critério, diante Fixa", "Cambial", "Dívida Externa" e "Multimercado" poderão
de opções bem avaliadas e com diversificação. Além disso, ser adicionalmente classificados como "Longo Prazo" quando
eventuais desvalorizações das ações podem ser revertidas o prazo médio de sua carteira supere 365 (trezentos e sessenta
para quem deixa os papéis aplicados no longo prazo. Por isso, e cinco) dias e seja composta por títulos privados ou públicos
é aconselhável que a pessoa não dependa do dinheiro federais, pré-fixados ou indexados à taxa SELIC (taxa média de
investido para gastos imediatos. juros dos títulos públicos federais) ou a outra taxa de juros, a
Nesse ponto, a escolha pela renda variável também índices de preço ou à variação cambial, ou, ainda, por
depende da idade do investidor. Isso acontece porque, quanto operações compromissadas lastreadas nos títulos públicos
mais jovem ele for, mais pode carregar seus investimentos em federais acima referidos.
renda variável, pois tem o tempo a seu favor e, no longo prazo,
pode ter retornos interessantes das boas empresas listadas na PLANOS DE SEGUROS
bolsa de valores.
2.1. Fundos Referenciados - A principal característica As sociedades seguradoras são as únicas entidades a
desses Fundos é que a rentabilidade deve acompanhar um negociar planos de seguros. Para tanto, tais entidades seguem
determinado referencial, por exemplo, DI, Dólar e Euro. Os um conjunto de regras definidas em legislação especifica
Fundos Referenciados DI apresentam menor nível de risco. relativa ao assunto.
Seu objetivo é buscar rentabilidade que acompanhe as taxas Os planos de seguros existentes no mercado brasileiro são:

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1. Seguro rural; Seguro de Pessoas


2. Seguro contra incêndio; São feitas pelas seguradoras visando a proteção de riscos
3. Seguro garantia; suportados por pessoas físicas. Podem ser subdivididos nas
4. Seguro de pessoas; seguintes modalidades:
5. Seguro de transporte; - Seguro de vida em grupo: garantem um pagamento de
6. Seguro de crédito interno; uma indenização ao segurado e aos seus beneficiários
7. Seguro de automóveis. observadas as garantias contratadas que podem ser básicas
(geralmente morte ou invalidez permanente) ou adicionais.
Seguro Rural São feitos para garantir duas ou mais pessoas, sendo
O Seguro Rural é um dos mais importantes instrumentos obrigatoriamente contratados por uma estipulante, que
de política agrícola, por permitir ao produtor proteger-se representa os segurados;
contra perdas decorrentes principalmente de fenômenos - Seguro de acidentes pessoais: garante o pagamento de
climáticos adversos. Contudo é mais abrangente, cobrindo não uma indenização ao segurado ou a seus beneficiários, caso
só atividade agrícola, mas também a atividade pecuária, o aquele venha a sofre um acidente pessoal;
patrimônio do produtor rural, seus produtos, o crédito para - Seguro de vida individual: é o seguro que garante um
comercialização desses produtos, além do seguro de vida dos único segurado, contratado pelo próprio interessado;
produtores. - Seguro educacional: auxilia o custeio das despesas com
O objetivo maior do Seguro Rural é oferecer coberturas, educação dos beneficiários do segurado, à luz da ocorrência
que ao mesmo tempo atendam ao produtor e a sua produção, dos riscos segurados definidos no contrato;
à sua família, à geração de garantias a seus financiadores, - Seguro prestamista: são seguros em grupo, onde os
investidores, parceiros de negócios, todos interessados na segurados convencionam pagar prestações ao estipulante pelo
maior diluição possível dos riscos, pela combinação dos valor do saldo da dívida ou do compromisso feito pelo
diversos ramos de seguro. segurado.

Seguro contra incêndio


Para fins de seguro, o incêndio pode ser definido como fogo Seguro de Transporte
que se propaga, ou se desenvolve com intensidade, destruindo Para que possamos compreender como funciona o seguro
e causando prejuízos (danos). Para que fique caracterizado a de transporte, temos que entender como está estruturada a
ocorrência de incêndio, para fins de seguro, não basta que operação de transporte.
exista fogo é preciso: O conhecimento de embarque é o contrato feito para o
- que o fogo se alastre, se desenvolva, se propague; transporte da mercadoria entre comprador (ou vendedor) e o
- que a capacidade de alastrar-se não esteja limitada a um transportador (ou operador de transporte multimodal). A
recipiente ou qualquer outro local em que habitualmente haja relação existente entre as partes deverá ser definida no
fogo, ou seja, que ocorra em local indesejado ou não habitual; contrato de compra e venda, uma vez que a definição de quem
e tem a obrigação de contratar o frete constará deste.
- que o fogo cause danos. Os principais contratos de transporte são:
- FOB: O vendedor é o responsável pela contratação do
Seguro de Garantia transporte e do seguro da mercadoria até a colocação da
É um seguro que tem a finalidade de garantir o fiel mesma a bordo da embarcação. Cabe ao comprador contratar
cumprimento das obrigações contraídas pelo tomador junto o transporte e o seguro a partir deste ponto;
ao segurado em contratos privados ou públicos, bem como em - CIF: este contrato prevê a obrigatoriedade do vendedor
licitações. providenciar o transporte e o seguro até o porto de destino
As partes se relacionam da seguinte forma: o segurado final. Costuma ser utilizado nas exportações brasileiras; Quem
recebe uma apólice de seguro emitida pela seguradora, pode contratar o seguro transporte é a pessoa que tem o
garantindo as obrigações do tomador contraídas no contrato interesse em preservar o patrimônio contra os riscos
principal. Para que se conclua a operação, a seguradora e o inerentes à viagem.
tomador assinam o contrato de contra garantia, garantindo o Ou seja, por qualquer pessoa que tenha o interesse
direito de regresso da seguradora contra o tomador em um segurável na carga a ser transportada. Este interesse segurável
eventual sinistro. será esclarecido no contrato de compra e venda.
O tomador é a pessoa jurídica ou pessoa física que assume Neste contrato, estará definido a partir de que momento o
a tarefa de construir, fornecer bens ou prestar serviços, por interesse segurável passará do vendedor ao comprador da
meio de um contrato contendo as obrigações estabelecidas. mercadoria;
Ao mesmo tempo, torna-se cliente e parceiro da
seguradora, que passa a garantir seus serviços. Seguro de Crédito Interno
O Tomador é o risco; o interessado em cumprir o contrato. Entende-se por operação de crédito todo ato de vontade ou
É ele quem paga o prêmio do seguro; disposição de alguém de destacar ou ceder, temporariamente,
O segurado é a pessoa física ou jurídica contratante da parte de seu patrimônio a um terceiro, com a expectativa de
obrigação junto ao tomador e o segurador é quem garante a que essa parcela volte a sua posse integralmente, após
realização do contrato. Geralmente este seguro é utilizado na decorrer o tempo estipulado.
construção civil, porém pode ser aplicado em contratos de O seguro de crédito interno é uma modalidade de seguro
prestação de serviços, fornecimento e obrigações aduaneiras. que tem por objetivo ressarcir o segurado (credor), nas
As relações entre o tomador e a seguradora regem-se pelo operações de crédito realizadas dentro do território nacional,
estabelecido na proposta de seguro e no contrato de contra das Perdas Líquidas Definitivas – PLD – causadas por devedor
garantia. insolvente.
Tal contrato é o instrumento legal que permite obter O sinistro é caracterizado quando ocorre a insolvência do
ressarcimento junto ao tomador e seus fiadores dos valores devedor reconhecida por meio de medidas judiciais ou
pagos pela seguradora ao segurado. Este contrato não extrajudiciais realizadas para o pagamento da dívida.
interfere no direito do segurado. Este seguro é geralmente contratado por empresas que
realizam operações de crédito em suas vendas, tanto para
pessoa física como para pessoa jurídica, ou intermediários de

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operações de crédito, financiamento e investimento; Questões


consórcios, empresas de factoring, etc.
Caracterizados desta forma como segurados das operações 01. (Banco do Brasil - Escriturário - CESGRANRIO) Os
de crédito. cartões de crédito são, às vezes, chamados de “dinheiro de
Os segurados também são os responsáveis pelo pagamento plástico”. Seu uso crescente como meio de pagamento implica
do prêmio de seguro. Os contratantes da operação de crédito, vários aspectos, EXCETO o(a)
ou seja, os devedores são denominados garantidos, e é sobre (A) ganho sobre a inflação para os possuidores de cartão,
eles que incide o risco de inadimplência. sendo os valores das compras pagos apenas no vencimento do
cartão.
Seguro de Automóveis (B) crédito automático até certo limite para os possuidores
O Seguro de Automóveis poderá ser contratado pelas de cartão.
modalidades de Valor Determinado ou Valor de Mercado (C) aumento da demanda de papel moeda pelos
Referenciado. As Seguradoras podem oferecer apenas a possuidores de cartão, para pagamento de suas transações.
contratação na modalidade Valor Determinado, apenas na (D) aumento da segurança da transação, tanto para o
modalidade Valor de Mercado Referenciado, ou ambas; As comprador quanto para o vendedor.
principais garantias oferecidas são Compreensiva (colisão, (E) indução ao crescimento de vendas para os
incêndio e roubo), Incêndio e Roubo, Colisão e Incêndio, estabelecimentos credenciados.
Acidentes Pessoais de Passageiros e Responsabilidade Civil
Facultativa de Veículos: Outras garantias podem ser 02. (Banco do Brasil - Escriturário - CESGRANRIO)
contratadas. São elas: Tradicionalmente, o rendimento da Caderneta de Poupança
- A assistência 24 Horas: tem como objetivo prestar sempre foi determinado pela variação da TR (Taxa
assistência ao veículo segurado e a seus ocupantes, em caso de Referencial) mais juros de 0,5% ao mês. Entretanto, os
acidente ou pane mecânica e/ou elétrica; depósitos realizados a partir de 04/05/2012 têm rendimento
- Acessórios: garante a indenização dos prejuízos causados vinculado à meta da taxa Selic. Desde então, se esta meta for
aos acessórios do veículo pelos mesmos riscos previstos na igual ou menor que 8,5% ao ano, os juros da Caderneta de
apólice contratada. Poupança são
(A) aumentados para 130% da Selic
Entende-se como acessório, original de fábrica ou não, (B) aumentados para 130% da Selic mais a TR
rádio e toca-fitas, Cd players, televisores, etc, desde que (C) aumentados para 100% da Selic
fixados em caráter permanente no veículo segurado; (D) reduzidos para 70% da Selic
- Equipamentos: garante a indenização dos prejuízos (E) reduzidos para 70% da Selic mais a TR
causados aos equipamentos do veículo pelos mesmos riscos
previstos na apólice contratada. Entende-se como 03. (Banco do Brasil – Escriturário - FCC) As linhas
equipamento, qualquer peça ou aparelho fixado em caráter bancárias de crédito rural possibilitam ao cliente acessar
permanente no veículo segurado, exceto áudio e vídeo; financiamento
- Carroceria: garante indenização, no caso de danos (A) para atividades de comercialização da produção.
causados à carroceria do veículo segurado, desde que o (B) do custeio das despesas pessoais e familiares.
sinistro seja decorrente de um dos riscos cobertos na apólice; (C) com liberação de uma só vez, independentemente do
- Blindagem: está coberta por esta garantia, a blindagem do cronograma de aquisições e serviços.
veículo segurado, contra eventos cobertos pela apólice; (D) sem apresentação de garantias ao financiador.
- Despesas Extraordinárias: garante ao segurado, em caso (E) para investimento em bens ou serviços cujo
de indenização integral, uma quantia estipulada no contrato de aproveitamento se estenda por um único ciclo produtivo.
seguro, para o pagamento de despesas extras relativas a
documentação do veículo, etc; 04. (Banco do Brasil – Escriturário - FCC) As operações
- Danos Morais: garante ao Segurado o reembolso da denominadas Crédito Direto ao Consumidor são
indenização por danos morais causados a terceiros, pela qual caracterizadas
vier a ser responsável civilmente em sentença judicial (A) pela não incidência de IOF para contratos com pessoa
transitada em julgado, ou em acordo judicial ou extrajudicial física.
autorizado de modo expresso pela seguradora; (B) por destinação ao financiamento de bens e serviços
- Extensão de Perímetro para os Países da América do Sul: para pessoas físicas ou jurídicas.
por meio desta garantia, o Segurado poderá ampliar a área de (C) pela dispensa da informação do Custo Efetivo Total
abrangência do seguro do seu veículo para os países da para clientes correntistas dos bancos.
América do Sul; (D) pela impossibilidade de antecipação de pagamento de
- Valor de Novo: Garante ao Segurado, no caso de parcelas.
indenização integral, a indenização referente à Cobertura de (E) pela ausência de gravame no caso de financiamento de
Casco pelo Valor de Novo, nos casos em que o sinistro ocorra veículos usados.
em até 6 ou 12 meses da saída do veículo da concessionária.
Respostas
Nas apólices celebradas com a garantia de Valor de
Mercado Referenciado para veículo zero Km, é obrigatória a 01. Resposta: C
fixação contratual do período de tempo, não inferior a noventa 02. Resposta: D
dias, em que o veículo sinistrado com indenização integral será 03. Resposta: A
indenizado pelo Valor de Novo, contado a partir da data de 04. Resposta: B
entrega do veículo ao segurado, devendo a Sociedade
Seguradora definir expressamente as condições necessárias
para que seja aceita a cobertura como Valor de Novo.

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O mercado de médio e longo prazo ou mercado de capitais


divide-se em:
Noções do Mercado de - mercado de capitais próprios (equity) e
capitais e de Câmbio. - mercado de dívida.

Esta distinção não se aplica ao mercado monetário porque


os capitais próprios são fundos a longo prazo (na realidade, o
MERCADO DE CAPITAIS capital próprio não tem prazo). Assume especial interesse o
mercado titulado de capitais próprios e especialmente o
O mercado de capitais é um sistema de distribuição de constituído pelas ações cotadas em bolsa.
valores mobiliários, que tem o propósito de proporcionar
liquidez aos títulos de emissão de empresas e viabilizar seu No mercado da dívida voltamos a encontrar os segmentos
processo de capitalização. de dívida pública e de dívida de empresas (dívida bancária e
É constituído pelas bolsas de valores, sociedades mercado de obrigações). O mercado de obrigações é
corretoras e outras instituições financeiras autorizadas. particularmente importante, tanto como o mercado de ações,
No mercado de capitais, os principais títulos negociados porque oferece liquidez e uma base objetiva de avaliação a
são os representativos do capital de empresas - as ações - ou estes títulos. O mercado de obrigações de dívida pública
de empréstimos tomados, via mercado, por empresas – (obrigações do tesouro) é muito significativo, em volume de
debêntures conversíveis em ações, bônus de subscrição e transações e, portanto, em liquidez. Dele se extrai um terceiro
"commercial papers" - que permitem a circulação de capital indicador importante do preço do dinheiro no tempo (a longo
para custear o desenvolvimento econômico. prazo e sem risco), a yield das OT's.
O mercado de capitais abrange, ainda, as negociações com
direitos e recibos de subscrição de valores mobiliários, O mercado de obrigações abrange uma variedade de
certificados de depósitos de ações e demais derivativos títulos, desde obrigações comuns (com juros, a taxa fixa ou
autorizados à negociação. variável, prazo determinado e reembolso), passando pelas
Seu objetivo é canalizar as poupanças (recursos obrigações perpétuas (sem prazo), de cupão zero (sem juros
financeiros) da sociedade para o comércio, a indústria e outras periódicos), convertíveis em ações, com warrants (direitos de
atividades econômicas. Distingue-se do mercado monetário compra de ações), participantes, etc. Estas últimas são
que movimenta recursos a curto prazo, embora tenham muitas geralmente incluídas num segmento classificado como
instituições em comum. híbrido, porque se trata de títulos com características de
títulos de capital próprios e características de títulos de capital
1. Tipos de mercados alheio.
Mercado de crédito ou Mercado Monetário Mercado de títulos
Os contratos são feitos de forma individualizada entre as Os contratos são mais genéricos e padronizados de forma
duas partes e as obrigações resultantes em geral não são que podem ser transferíveis a terceiros, ou seja, tais contratos
transferíveis. Há intermediação financeira, no caso o banco podem ser negociáveis em mercados secundários, ganhando
comercial é o intermediador entre o tomador do empréstimo liquidez. Não há intermediação financeira, o banco apenas
e o proprietário do recurso. promove o encontro entre investidores e tomadores com a
cobrança de uma taxa de corretagem.
Podem ser divididos em:
- curto prazo e Divide-se em:
- médio e longo prazo - Títulos de Propriedade (Ações)
- Títulos de Dívidas (Debentures, Commercial Papers,
O mercado de curto prazo pode ser dividido em três bônus-bonds)
segmentos principais:
- mercado monetário interbancário 2. Mercado primário e secundário
- mercado de dívida pública e
- mercado de dívida das empresas. Mercado primário
Refere-se à emissão inicial de um título, é aqui que o
O mercado monetário interbancário (que abrange também emissor toma e obtém os recursos. Os lançamentos de ações
o mercado interbancário de títulos), é um importante novas no mercado, de forma ampla e não restrita à subscrição
segmento do mercado monetário, integrado exclusivamente pelos atuais acionistas, chamam-se lançamentos públicos de
por bancos, incluindo o banco emissor. É um mercado de ações. É um esquema de lançamento de uma emissão de ações
grande volume de transações diárias e de elevada liquidez, que para subscrição pública, no qual a empresa encarrega a um
abrange os 12 países da União Monetária Europeia, os da zona intermediário financeiro a colocação desses títulos no
euro. Das transações diárias deste mercado retira-se um mercado. Para colocação de ações no mercado primário, a
importante indicador do custo do dinheiro no tempo, para empresa contrata os serviços de instituições especializadas,
prazos curtos (até um ano): a euribor (european interbank tais como: bancos de investimento, sociedades corretoras e
offer rate). sociedades distribuidoras, que formarão um pool de
instituições financeiras para a realização de uma operação,
O mercado de dívida pública é o espaço de emissão e que pode ser conceituada como sendo um contrato firmado
transação de títulos de dívida pública a curto prazo, entre a instituição financeira líder do lançamento de ações e a
nomeadamente bilhetes do tesouro. Deste mercado retira-se sociedade anônima, que deseja abrir o capital social.
igualmente um importante indicador do custo do dinheiro no
tempo, sem risco, a chamada yield dos BT's. Mercado secundário
Onde ocorre a negociação contínua dos papéis emitidos no
O mercado de dívida das empresas é constituído pelas passado. Ex: Bolsa de valores e BM&F Para operar no mercado
operações de crédito bancário a curto prazo e pelo mercado de secundário, é necessário que o investidor se dirija a uma
títulos de dívida de empresas a curto prazo, o papel comercial. Sociedade corretora membro de uma bolsa de valores, na qual

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funcionários especializados poderão fornecer os mais diversos Principais Ativos


esclarecimentos e orientação na seleção do investimento, de
acordo com os objetivos definidos pelo aplicador. Se pretender Ativos Privados de Renda Variável
adquirir ações de emissão nova, ou seja, no mercado primário,
o investidor deverá procurar um banco, uma corretora ou uma 1. Ações
distribuidora de valores mobiliários, que participem do Títulos de renda variável, emitidos por sociedades
lançamento das ações pretendidas. Mais recentemente, tem se anônimas, que representam a menor fração do capital da
popularizado no Brasil o uso do home-broker, ferramenta de empresa emitente. Podem ser escriturais ou representadas
uso da internet para a operação de compra e venda de ativos por cautelas ou certificados.
financeiros junto às corretoras que oferecem o serviço. O investidor em ações é um coproprietário da sociedade
anônima da qual é acionista, participando dos seus resultados.
Funções: As ações são conversíveis em dinheiro, a qualquer tempo, pela
a) Proporcionar liquidez negociação em bolsas de valores ou no mercado de balcão.
b) Estabelecer preço para o mercado primário.
2.Tipos
Por que e como Investir no Mercado de Capitais? 2.1 Ordinárias: Proporcionam participação nos resultados
da empresa e conferem ao acionista o direito de voto em
À medida que cresce o nível de poupança individual e a assembleias gerais.
poupança das empresas (lucros) constituem a fonte principal
do financiamento dos investimentos de um país. Tais 2.2 Preferenciais: Garantem ao acionista a prioridade no
investimentos são o motor do crescimento econômico e este, recebimento de dividendos (geralmente em percentual mais
por sua vez, gera aumento de renda, com consequente elevado do que o atribuído às ações ordinárias) e no
aumento da poupança e do investimento, assim por diante. reembolso de capital, no caso de dissolução da sociedade.
Esse é o esquema da circulação de capital, presente no
processo de desenvolvimento econômico. As empresas, à 3. Formas
medida que se expandem, carecem de mais e mais recursos, 3.1 Nominativas: Cautelas ou certificados que apresentam
que podem ser obtidos por meio de: o nome do acionista, cuja transferência é feita com a entrega
- empréstimos; da cautela e a averbação de termo, em livro próprio da
- reinvestimentos de lucros; sociedade emitente, identificando novo acionista.
- participação de acionistas.
3.2 Escriturais: Ações que não são representadas por
As duas primeiras fontes de recursos são limitadas. cautelas ou certificados, funcionando como uma conta
Geralmente, as empresas utilizam-nas para manter sua corrente, na qual os valores são lançados a débito ou a crédito
atividade operacional. dos acionistas, não havendo movimentação física dos
Mas é pelas participações de novos sócios - os acionistas - documentos.
que uma empresa ganha condição de obter novos recursos não
exigíveis, como contrapartida à participação no seu capital. 4. Rentabilidade
Com os recursos necessários, as empresas têm condições É variável. Parte dela, composta de dividendos ou
de investir em novos equipamentos ou no desenvolvimento de participação nos resultados e benefícios concedidos pela
pesquisas melhorando seu processo produtivo, tornando-o empresa, advém da posse da ação; outra parte advém do
mais eficiente e beneficiando toda a comunidade. eventual ganho de capital na venda da ação.
O investidor em ações contribui assim para a produção de
bens, dos quais ele também é consumidor. 4.1 Dividendos: A participação nos resultados de uma
Como acionista, ele é sócio da empresa e se beneficia da sociedade é feita sob a forma de distribuição de dividendos em
distribuição de dividendos sempre que a empresa obtiver dinheiro, em percentual a ser definido pela empresa, de acordo
lucros. com os seus resultados, referentes ao período correspondente
Essa é a mecânica da democratização do capital de uma ao direito.
empresa e da participação em seus lucros. Quando uma empresa obtém lucro, em geral é feito um
Para operar no mercado secundário de ações, é necessário rateio, que destina parte deste lucro para reinvestimentos,
que o investidor se dirija a uma sociedade corretora membro parte para reservas e parte para pagamento de dividendos.
de uma bolsa de valores, na qual funcionários especializados
poderão fornecer os mais diversos esclarecimentos e 4.2 Juros sobre o Capital Próprio: As empresas, na
orientação na seleção do investimento, de acordo com os distribuição de resultados aos seus acionistas, podem optar
objetivos definidos pelo aplicador. por remunerá-los por meio do pagamento de juros sobre o
Se pretender adquirir ações de emissão nova, ou seja, no capital próprio, em vez de distribuir dividendos, desde que
mercado primário, o investidor deverá procurar um banco, sejam atendidas determinadas condições estabelecidas em
uma corretora ou uma distribuidora de valores mobiliários, regulamentação específica.
que participem do lançamento das ações pretendidas.
Os países capitalistas mais desenvolvidos possuem 4.3 Bonificação em Ações: Advém do aumento de capital de
mercados de capitais fortes e dinâmicos. uma sociedade, mediante a incorporação de reservas e lucros,
A fraqueza desse mercado nos países subdesenvolvidos quando são distribuídas gratuitamente novas ações a seus
dificulta a formação de poupança, constitui um sério obstáculo acionistas, em número proporcional às já possuídas.
ao desenvolvimento e obriga esses países a recorrer aos
mercados de capitais internacionais, sediados nas potências 4.4 Bonificações em Dinheiro: Excepcionalmente, além dos
centrais. dividendos, uma empresa poderá conceder a seus acionistas
uma participação adicional nos lucros, por meio de uma
bonificação em dinheiro.

4.5 Direitos de Subscrição: É o direito de aquisição de novo


lote de ações pelos acionistas — com preferência na

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subscrição — em quantidade proporcional às possuídas, em FGTS. As cotas do Clube de Investimento - FGTS correspondem
contrapartida à estratégia de aumento de capital da empresa. a frações ideais em que se divide o seu patrimônio, assumindo
a forma escritural e assegurando a seus detentores direitos
4.6 Venda de Direitos de Subscrição: Como não é obrigatório iguais.
o exercício de preferência na subscrição de novas ações, o
acionista poderá vender a terceiros, em bolsa, os direitos que 10. Fundos Mútuos de Investimento
detém. Condomínio aberto ou fechado de investidores, para
aplicação de recursos em uma carteira diversificada de títulos
5. Opções sobre Ações e valores mobiliários, em forma de quotas.
São direitos de compra ou de venda de um lote de ações, a Podem ser administrados por sociedades corretoras,
um preço determinado (preço de exercício), durante um prazo distribuidoras, bancos múltiplos com carteira de investimento
estabelecido (vencimento). Para se adquirir uma opção, paga- e bancos de investimento, e devem dispor em seu regulamento
se ao vendedor um prêmio. Os prêmios das opções são sobre os ativos que poderão compor suas carteiras de
negociados em Bolsa. aplicações.
Sua forma é escritural e sua negociação é realizada em As quotas do Fundo Mútuo de Investimento correspondem
bolsa de valores. A rentabilidade é dada em função da relação a frações ideais do seu patrimônio e assumem a forma
preço/prêmio, existente entre os momentos de compra e nominativa ou escritural.
venda das opções.
10.1 Fundo Mútuo de Investimento em Ações - Carteira
5.1 Opções de Compra: São aquelas que garantem a seu Livre: Constituído sob a forma de condomínio aberto ou
titular o direito de comprar do lançador (o vendedor) um lote fechado, é uma comunhão de recursos destinados à aplicação
determinado de ações, ao preço de exercício, a qualquer tempo em carteira diversificada de títulos e valores mobiliários.
até a data de vencimento da opção. Deverá manter, diariamente, no mínimo 51% do seu
patrimônio aplicado em ações e opções sobre índices de ações.
5.2 Opções de Venda: São aquelas que garantem a seu
titular o direito de vender ao lançador (vendedor da opção) 10.2 Fundo Mútuo de Ações: Forma de Investimento que
um lote determinado de ações, ao preço de exercício, na data aplica, diariamente, no mínimo 51% de seu patrimônio em
de vencimento da opção. ações.
Como é possível ter diferentes posições, tanto titulares
como lançadoras em opções de compra e/ou opções de venda, 11. Fundo de Investimento Financeiro (FIF)
pode-se formar diversas estratégias neste mercado, segundo a Fundo de investimento constituído sob a forma de
maior ou menor propensão do investidor ao risco. condomínio aberto, cujo patrimônio destina-se à aplicação em
Tanto o titular como o lançador de opções (de compra ou carteira diversificada de ativos financeiros e demais
de venda) podem, a qualquer instante, sair do mercado, pela modalidades operacionais disponíveis no âmbito do mercado
realização de uma operação de natureza oposta. financeiro. Para fins de resgate, suas quotas devem ser
atualizadas a intervalos mínimos de 30 dias, contados a partir
6. Operações em Margem da data de emissão.
Modalidade operacional em bolsas de valores, no mercado
a vista, pela qual o investidor pode vender ações emprestadas 12. Fundo de Investimento Financeiro - Curto Prazo
por uma corretora, ou tomar dinheiro emprestado numa Sua constituição é regida pelas mesmas normas do Fundo
corretora para a compra de ações. de Investimento Financeiro (FIF), com a diferença de que este
fundo admite o resgate de quotas a qualquer tempo, com
7. Banco de Títulos CBLC - BTC rendimento diário.
Serviço de empréstimo de títulos, disponível por meio do
sistema eletrônico, no qual os participantes da Custódia 13. Fundo de Aplicação em Quotas de Fundos de
Fungível da CBLC, atuando como doadores e tomadores, Investimento Financeiro
podem registrar suas ofertas, bem como efetuar o fechamento Tem por objetivo exclusivo a aplicação de recursos em
de operações de empréstimo. quotas de fundos de investimento financeiro e demais fundos
de investimento que vierem a ser especificados.
8. Clube de Investimento
Instrumento de participação dos pequenos e médios 14. Fundo Imobiliário
investidores no mercado de ações, que pode ser administrado Fundo de investimento constituído sob a forma de
por uma sociedade corretora, distribuidora, banco de condomínio fechado, cujo patrimônio é destinado a aplicações
investimento ou banco múltiplo com carteira de investimento. em empreendimentos imobiliários. As quotas desses fundos,
A participação é feita pela aquisição de quotas iguais, que não podem ser resgatadas, são registradas na CVM,
representativas de uma parcela do patrimônio do clube e sua podendo ser negociadas em bolsas de valores ou no mercado
rentabilidade depende do desempenho dos títulos de balcão.
componentes de sua carteira.
Difere-se dos fundos mútuos pelo limite de participantes 15. Fundo Mútuo de Investimento em Empresas
— máximo de 150, sendo que é assegurado a cada membro o Emergentes
direito de aumentar o número de suas quotas, por novos Constituído sob a forma de condomínio fechado, é uma
investimentos, até o limite máximo de 40% das quotas comunhão de recursos destinados a aplicação em carteira
existentes — e pela possibilidade de participação na gestão diversificada de valores mobiliários de emissão de empresas
dos recursos da carteira do clube. emergentes. Entende-se como empresa emergente, a
companhia que satisfaça os seguintes parâmetros:
9. Clube de Investimento - FGTS - Tenha faturamento líquido anual inferior ao equivalente
Caracteriza-se pelo condomínio constituído a R$ 60 milhões;
exclusivamente por pessoas físicas, que o utilizem para aplicar - Não seja integrante de grupo de sociedades com
parcela de seu Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS, patrimônio líquido consolidado maior ou igual a R$ 120
na aquisição de cotas de Fundos Mútuos de Privatização - milhões.

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Tal como nos clubes de investimento, a rentabilidade de 5. Letras Imobiliárias


um fundo mútuo é dada em função do comportamento dos Títulos emitidos por sociedade de crédito imobiliário, com
títulos que compõem sua carteira. garantia da Caixa Econômica Federal, para a captação de
poupança destinada ao Sistema Financeiro da Habitação.
16. Fundo Mútuo de Privatização - FGTS
Constituído sob a forma de condomínio aberto, é uma 6. Cadernetas de Poupança
comunhão de recursos destinados à aquisição de valores Emitidas nominativamente por sociedade de crédito
mobiliários no âmbito do Programa Nacional de imobiliário, associações de poupança e empréstimos e caixas
Desestatização e de Programas Estaduais de Desestatização. econômicas estaduais e federal, com o objetivo de captar
É formado, exclusivamente, por recursos de pessoas físicas recursos para o financiamento de construtores e adquirentes
participantes do FGTS, diretamente ou por intermédio de de imóveis. As aplicações são corrigidas a cada período de 30
clubes de investimento. Suas cotas são integralizadas, dias pela Taxa Referencial (TR) do período, e remuneradas
exclusivamente, com recursos integrantes da conversão com uma taxa de juros de 0,5% ao mês. Podem ser resgatadas
parcial dos saldos do FGTS dos respectivos participantes. sem perda da remuneração a cada “aniversário” de 30 dias, a
partir da data da aplicação.
17. Opções de Compra Não-padronizadas (Warrants)
Warrant de compra é um título que dá ao seu possuidor o 7. Certificados de Depósito Bancário - CDB
direito de comprar um ativo financeiro a um preço Títulos representativos de depósitos a prazo determinado,
predeterminado (preço de exercício), em um prazo também emitidos por bancos de investimentos e comerciais,
predeterminado. O emissor da Warrant pode ser a própria negociáveis antes de seu vencimento, por meio de endosso.
empresa emissora do ativo subjacente à Warrant, ou qualquer Segundo a remuneração oferecida, podem ser pós ou
instituição que detenha em sua carteira de investimentos uma prefixados. Os CDBs prefixados estabelecem a priori a taxa de
grande quantidade de ações emitidas por outra instituição. remuneração pelo período do investimento. Os CDBs pós-
18. Recibo de Carteira Selecionada de Ações - RCSA fixados são remunerados por uma taxa de juros aplicada sobre
O RCSA é um recibo que representa uma carteira o valor do investimento corrigido pela TR ou IGP-M do período
preestabelecida de ações, cujas quantidades são fixadas e da aplicação.
perfeitamente conhecidas antes de sua constituição. Os papéis
integrantes dos RCSAs devem ser depositados em custódia 8. Recibos de Depósito Bancário - RDB
antes de sua emissão e, uma vez constituídos, os recibos são Têm as mesmas características do CDB, com a diferença de
negociados na BOVESPA como se fossem um título qualquer, não serem negociados em mercado.
com seu valor sendo determinado pelo mercado. A principal
característica do RCSA é que ele permite que o investidor Ativos Públicos de Renda Fixa
compre ou venda um conjunto de ações por meio de uma única
operação. 1. Bônus do Banco Central (BBC), Notas do Tesouro
Nacional (NTN), Letras Financeiras do Tesouro (LFT) e
Ativos Privados de Renda Fixa Notas do Banco Central (NBC)
Atualmente, a execução da política monetária é feita pela
1. Debêntures e Debêntures Conversíveis em Ações colocação desses títulos nas instituições financeiras, por
Títulos emitidos por sociedades anônimas, intermédio de leilões que podem ter periodicidade semanal.
representativos de parcela de empréstimo contraído pela
emitente com o investidor, a médio e/ou longo prazos, 2. Letras Financeiras dos Tesouros Estaduais - LFTE
garantidos pelo ativo da empresa. Também denominadas Títulos da Dívida Pública Estadual.
No caso de debêntures não conversíveis, o empréstimo é São emitidas para atender às necessidades de caixa e aos
liquidado normalmente no prazo previsto. Quanto às desequilíbrios orçamentários dos governos estaduais.
debêntures conversíveis em ações, o investidor poderá, em
prazos determinados e sob condições previamente definidas, 3. Letras Financeiras dos Tesouros Municipais - LFTM
optar pela conversão de seu valor em ações, incorporando-o Representam empréstimos municipais. São emitidas para
ao capital da sociedade emitente. Todas as condições que seja possível o financiamento de obras públicas.
pertinentes à emissão, prazos, resgates, rendimentos,
conversão em ações e vencimento de debêntures são AÇÕES: CARACTERÍSTICAS E DIREITOS
obrigatoriamente fixados em assembleia geral de acionistas.
Disciplina o insigne doutrinador Fabio Ulhoa Coelho sobre
2. Commercial Papers as ações: “A ação é o valor mobiliário representativo de uma
Títulos de emissão de sociedades anônimas abertas, parcela do capital social da sociedade anônima emissora que
representativos de dívida de curto prazo (mínimo de 30 e atribui ao seu titular a condição de sócio desta. Ao fracionar o
máximo de 360 dias). capital social da anônima em valores mobiliários, a lei facilita
a negociação da participação societária desse tipo de
3. Letras de Câmbio sociedade e ressalta a natureza de investimento do ato de
Emitidas por sociedades de crédito, financiamento e ingresso no seu quadro de sócios. Claro que participar de
investimento, para captação de recursos para financiamento sociedade limitada também é investir, empregar dinheiro
da compra de bens de consumo durável ou do capital de giro numa atividade econômica, mas, na medida em que esta última
das empresas. São lançadas na forma nominativa, têm renda se define como sociedade contratual, a negociação da quota
fixa e prazo certo de vencimento. normalmente encontra maiores obstáculos que a da ação. Quer
dizer, quem adquire quotas de sociedade limitada não contrata
4. Bônus apenas com o alienante, mas também com os demais sócios
Título emitido por uma sociedade anônima de capital componentes da sociedade, aos quais passa a ligar-se por
aberto, dentro do limite do capital autorizado, que confere a vínculos também contratuais, enquanto o adquirente da ação
seu titular, nas condições constantes do certificado, direito de contrata apenas com o acionista que a está vendendo, surgindo
subscrever ações, que será exercido contra apresentação do
bônus à companhia e pagamento do preço de emissão.

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desse contrato vínculos institucionais (não contratuais) com pelo estatuto, devem ser especificadas pela assembleia geral.
os outros integrantes da sociedade anônima”. 2 Desse modo, um preferencialista pode, ao receber ações de
fruição em troca das suas preferenciais não votantes, adquirir
Classificação o direito de voto, se essa é, por exemplo, a prescrição constante
As ações classificam-se de acordo com três critérios: dos estatutos. Também é possível o ordinarialista perder esse
espécie, forma e classe. O primeiro critério leva em conta a direito, em razão da amortização total de suas ações, se assim
extensão dos direitos e vantagens conferidos aos acionistas e o determina a assembleia geral ao aprovar a operação. Em
contempla três categorias: ordinárias, preferenciais e de termos gerais, portanto, o acionista com ação de fruição
fruição. O segundo considera o ato de transferência da sujeita-se a restrições especialmente definidas para o caso. Há,
titularidade do valor mobiliário e o distingue em ações contudo, três hipóteses de limitação dos direitos societários
nominativas e escriturais. O último diz respeito à especificação dos acionistas com ações de fruição que não dependem de
dos direitos titularizados pelos acionistas, com o objetivo de previsão estatutária ou deliberação assemblear, ou seja,
atrair os mais diversos interesses dos investidores atuantes no restrições que alcançam todos os acionistas com ações
mercado, e se traduz na identificação de cada categoria por integralmente amortizadas: a) concorrem ao acervo líquido da
uma letra (classe A, B, C etc.) sociedade somente após a compensação em favor das ações
não amortizadas; b) ao exercerem o direito de recesso, o
Espécies reembolso das ações também é objeto de compensação; c) não
A ação ordinária é a que confere ao acionista os direitos têm direito ao recebimento de juros sobre o capital próprio.
de um sócio comum, ou seja, os direitos ordinários de sócio. O
titular de uma ação dessa espécie (conhecido, entre os Mais considerações acerca das ações
advogados da área, como ordinarialista) não possui nenhuma
vantagem, nem se sujeita a qualquer tipo de restrição, A Bolsa de Valores de Nova York gira mais de US$ 1 bilhão
relativamente aos direitos que normalmente são atribuídos num dia normal de pregão, fechando o ano com qualquer
aos sócios da sociedade anônima. As ações ordinárias coisa como 4% do Produto Nacional Bruto dos Estados Unidos.
concedem, sempre, ao respectivo titular o direito de voto na Um em cada dez americanos tem interesse direto nas cotações
assembleia geral, de modo que o acionista detentor de mais da de ações e de commodities de seu país, seja como investidores,
metade das ações dessa espécie é controlador da companhia e como cotistas de fundos mútuos, ou como participantes de
pode, por essa razão, eleger os administradores, aprovar a planos de pensão, individuais e de empresas.
maior parte de alterações estatutárias, decidir os assuntos de A origens das Bolsas de Valores é bastante remota. Durante
natureza geral do interesse da sociedade etc. Os toda a Idade Média e até o século XVII, as operações de Bolsa
ordinarialistas, por isso, podem ser divididos em controlador resumiram-se à compra e venda de moedas, letras de câmbio
(ou controladores), de um lado, e minoritários, de outro. As e metais preciosos. A palavra Bolsa, no seu sentido comercial
relações entre os dois grupos são complexas e muitas vezes e financeiro, nasceu em Bruges, cidade lacustre da Bélgica, a
conflituosas, representando uma das mais sérias Bourse de Paris foi implantada por Luís VII em 1141. Em 1698
preocupações do direito societário a compatibilização entre o foi fundada a Bolsa de Fundos Públicos de Londres, mas só no
exercício do poder de controle e a tutela dos interesses da século XVIII estas instituições atingiram grande
minoria. desenvolvimento, quando as exigências de crédito público
A ação preferencial atribui ao acionista uma vantagem, obrigaram os banqueiros a fracionar os empréstimos em
relativamente às ordinárias, isto é, um tratamento títulos de participação.
diferenciado. A diferença é definida pelo estatuto da sociedade No Brasil, seu desenvolvimento está intrinsecamente
anônima emissora do valor mobiliário. Neste documento, ligado ao desenvolvimento da estrutura financeira do País, que
deve-se encontrar dispositivo que fixe a preferência se assentou basicamente sobre dois tipos de instituições:
relacionada a tal espécie de ação. O preferencialista (expressão Os Bancos Comerciais e as Bolsas de Valores.
de uso corrente entre os advogados da área para identificar o Antes do século XIX não se encontravam instituições
acionista titular de ações preferenciais) deve usufruir uma organizadas, mas apenas indivíduos exercendo as funções de
condição vantajosa, não conferida aos demais acionistas. As banqueiros ou corretores.
preferenciais não admitidas à negociação no mercado de Em 13 de março de 1897 foi expedido o Decreto nº 2475,
capitais podem conceder vantagens de natureza que veio a se constituir na espinha dorsal da legislação sobre
exclusivamente política (LSA, art. 18). Quando a vantagem Bolsas e Corretoras. Em São Paulo, em dezembro de1894, foi
reconhecida aos preferencialistas diz respeito a situação aprovada uma tabela de corretagem para a embrionária Bolsa
privilegiada na distribuição dos resultados da sociedade, ela se Livre de Valores, por ato do governo estadual. Este fato
denomina dividendo preferencial ou prioritário, do qual são representou o passo inicial para a criação dos primeiros cargos
modalidades o fixo, o mínimo e o diferencial. de corretores de fundos públicos.
As ações de fruição são atribuídas aos acionistas cujas Em 1897, o Governo Estadual instituía a Bolsa Oficial de
ordinárias ou preferenciais foram totalmente amortizadas títulos de São Paulo. Foi a partir das reformas que
(LSA, art. 44, § 5º). A amortização é a antecipação ao acionista institucionalizaram o sistema financeiro nacional, iniciadas em
do valor que ele receberia, caso a sociedade anônima fosse 1964, que as Bolsas de Valores assumiram as características
dissolvida e liquidada. Essa antecipação não pode afetar o que hoje possuem. Perseguindo mais o modelo norte-
capital social. Procede-se à simulação contábil da hipótese americano do que outros modelos europeus, as Bolsas de
definindo-se, em balanço de determinação, o valor do Valores brasileiras - as de São Paulo e Rio de Janeiro em
patrimônio líquido da companhia no momento da especial - assumiram postura empresarial que as classifica, na
amortização. Calculada a proporção cabível a cada ação (isto é, atualidade, entre as instituições mais modernas do mundo.
o seu valor patrimonial), paga-se-a ao acionista, integral ou A organização interna das Bolsas volta-se para
parcialmente. Se a amortização é total, prevê a lei a a divulgação instantânea de informações sobre o desenrolar
possibilidade de substituição das ações titularizadas pelos das atividades de pregão, e da oferta de dados adicionais sobre
acionistas beneficiados com a operação por ações de fruição. as companhias cotadas.
As restrições relativas às ações de fruição, se não definidas

2 Coelho, Fábio Ulhoa. Curso de direito comercial, volume 1: direito de

empresa / Fábio Ulhoa Coelho. - 16. ed.- São Paulo: Saraiva, 2012.

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APOSTILAS OPÇÃO

As Bolsas de Valores são associações civis, sem fins - Para o dia;


lucrativos. Seu patrimônio é representado por títulos que - Prazo determinado;
pertencem ás sociedades corretoras membros. - Em aberto.
Possuem autonomia financeira, patrimonial e
administrativa, mas estão sujeitas à supervisão da Comissão Os investidores compram ações de companhias, em Bolsa,
de Valores Mobiliários e obedecem ás diretrizes e políticas através das sociedades corretoras.
emanadas do Conselho Monetário Nacional. Seus objetivos e O investidor emite uma ordem de compra e venda à sua
atividades são: corretora e esta se encarrega de executá-la no pregão. O
- Manter local adequado à realização, de transações de operador, de posse das ordens de compra e de venda dos
compra e venda de títulos e valores mobiliários. clientes de sua corretora, participa diretamente do
- Criar e organizar os meios materiais, os recursos técnicos pregão, apregoando seus negócios. As operações em Bolsa são
e as dependências administrativas necessárias a pronta, remuneradas à base de comissões sobre os negócios
segura e eficiente realização e liquidação das operações efetuados.
efetuadas no recinto de negociação (pregão), entre outros. Local mantido pelas Bolsas para a realização de
A atividade do corretor (com esse nome ou o de cambista) negócios de compra e venda de títulos, principalmente ações,
começou na mais remota antiguidade, referia-se ás pessoas em mercado livre e aberto. O pregão é o principal recinto de
que se dedicavam a troca de moedas. uma Bolsa de Valores, e onde se realiza todo o seu processo
No Brasil, o corretor de fundos públicos atuou, e foi operacional. Apesar de realizar-se dentro de uma sala de
reconhecido como tal, desde os tempos de Império. Na dimensões normais, o pregão é um mercado onde se efetuam
República, o corretor, pessoa física, com caráter de ofício milhares de negócios em um só dia, de forma segura, ágil e
público vitalício, era nomeado pelo Presidente da República e livre.
sua indicação referenciada pelo Ministro da Fazenda, sendo No pregão encontram-se os fluxos de oferta e procura
exigidas condições especiais para o exercício do cargo. do mercado de ações. Milhares de pessoas que desejam
A Lei de Mercado de Capitais extinguiu a figura do corretor comprar e vender ações estão aí representadas pelos
de fundos públicos e instituiu as sociedades corretoras, operadores de Bolsa (os próprios corretores ou seus
instituições financeiras membros da Bolsa de Valores, prepostos).
constituídas sob a forma de sociedade anônima ou por quotas Sistemas de informações ligam, através de terminais, o
de responsabilidade limitada. pregão de uma Bolsa aos pregões das demais Bolsas do País, às
Pretendeu-se, também, a igualdade de condições legais sociedades corretoras dos diversos Estados, a bancos de
para todo mercado de títulos no território nacional, o que não investimento e investidores individuais.
ocorria quando os corretores funcionavam como Pregão pode ser organizado segundo os sistemas
serventuários oficiais nas Bolsas estaduais. de negociação existentes: Operadores ficam em volta de balcão
Houve, portanto, uma espécie de federalização das circular, onde anunciam de viva voz suas ofertas de compra e
atividades das sociedades corretoras, que acompanhavam venda.
idêntica medida de federalização das Bolsas de Valores. O diretor do pregão delimita intervalo de tempo para a
As sociedades corretoras estão sujeitas ás normas do negociação de cada título. Esgotado o tempo, o mesmo título
Conselho Monetário Nacional, Banco Central e CVM. Seus só pode ser transacionado no final, em nova rodada, ou no
objetivos são: dia seguinte. (Call System).
- Operar com exclusividade em Bolsas de Valores. Negócios são realizados durante todo o período do pregão.
- Comprar, vender e distribuir títulos e valores mobiliários O sistema é consagrado nas maiores Bolsas do País e
por conta de terceiros; estrangeiras, e permite efetuar grandes volumes de negócios
- Formar e gerir, como líder ou participantes de (Trading Post).
consórcios para lançamento público; Os negócios são realizados segundo quatro processos:
- Encarregar-se da administração de carteiras de valores e
da custódia de títulos e valores mobiliários; Negociação Comum –Realiza-se entre dois
- Encarregar-se da subscrição de títulos e valores representantes. Apregoação de viva voz menciona intenção de
mobiliários; comprar e vender, o título, características, quantidade e preço
- Promover o lançamento de títulos e valores mobiliários, unitário.
públicos e particulares;
- Instituir, organizar e administrar fundos mútuos de Negociação Direta - O mesmo operador é,
investimentos, bem como clube de investimentos; simultaneamente, comprador e vendedor: comprador para um
- Organizar fundos de investimentos, sob a forma de dos clientes de sua corretora e vendedor para outro.
sociedade anônima de capital autorizado; Apregoação é feita por um representante da Bolsa.
- Operar em open market e overnight, desde que
especificamente credenciada pelo Banco Central do Brasil; Negociação por Leilão - Semelhante a negociação direta.
- Intermediar operações no mercado de commodities; Ao ocorrer apregoação de compra e venda de
- Assessorar os clientes no processo de tomada de decisão. grande quantidade, representante da Bolsa interfere
colocando em leilão.
Relacionamento investidor –corretora – Bolsa necessita
ser especialmente formal, para conferir ás operações a Negociação por Oferta - Realizada entre dois operadores,
segurança essencial à sua legitimação. Os investidores podem sendo um deles representado pelo posto de negociação que
emitir aos seus corretores vários tipos de ordens de compra e recebeu sua oferta.
venda de ações. Introduzido em 1990 e operado pela Bolsa de Valores de
São Paulo, o CATS oferece um sistema de informações de
As mais comuns são: mercado e instrumentos de análise de investimentos,
- Mercado; contribuindo para que a Bolsa possa manter um sistema
- Limitada; eficiente de negociações e funcionamento do mercado.
- Casada;
- De financiamento; Á Vista: Compra e venda de lotes padronizados de ações,
- De stop; executadas a um preço estabelecido em determinado instante

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da sessão do pregão, ou através de sistemas eletrônicos de As duas Bolsas instalaram uma rede de terminais
negociação. que opera on-line com o sistema central de computadores e
permite a utilização de um amplo sistema integrado de
A Termo: Compra e venda de ações, em sessão de teleprocessamento, com unidades que podem ser distribuídas
pregão ou através de sistemas eletrônicos de negociação, a um por todo o território nacional e mesmo no exterior. As Bolsas
preço fixado, para entrega numa data definida, entre 30 e180 de Valores são obrigadas a manter um Fundo de Garantia, com
dias, a partir da data da negociação, daí resultando um a finalidade de ressarcir os clientes de seus associados dos
contrato entre as partes. prejuízos que lhes sejam ocasionados por ato doloso ou
culposo dos membros da entidade.
Operações a Prazo-Conta Margem: No mercado de Bolsa
as operações a prazo podem ser realizadas através da conta CONCEITO DE DEBÊNTURES E FINALIDADE
margem que é um mecanismo de crédito, operado pelas
Corretoras, a seus clientes. Debênture: É um título de crédito representativo de
Em verdade a conta-margem é uma operação extra-bolsa. empréstimo que uma companhia faz junto a terceiros e
A Corretora empresta a seu cliente dinheiro para comprar que assegura a seus detentores direito contra a emissora, nas
ações, ou ações para serem vendidas no mercado. condições constantes da escritura de emissão.
Para emitir debêntures uma empresa tem que ter uma
Operações a Futuro: Operação de futuro é aquela em que escritura de emissão, onde estão descritos todos os direitos
a prestação e a contraprestação são contemporâneas no conferidos pelos títulos, suas garantias e demais cláusulas e
futuro. O outro mercado que não se liquida a vista ou contra condições da emissão e suas características.
entrega é o mercado de opções. O empréstimo é uma só, da totalidade dos títulos emitidos,
No mercado de opções o que se negocia são direitos sobre cada debênture representando, assim, apenas uma parcela
ações. São direitos de uma parte comprar ou vender a outra, do mesmo.
até uma determinada data, certa quantidade de ações a um Debêntures constituem títulos de crédito impróprios,
preço preestabelecido, pagando-se de uma só vez o valor da podendo assim circular obedecidas às restrições impostas
opção. pela sociedade.
O título representa desse modo um direito de crédito
Lançador: É quem vende a opção. contra a sociedade o que se distingue da ação que documenta
um direito de participação na sociedade.
Titular: É que compra a opção. A principal vantagem para o adquirente da debênture é o
Ação-Objeto: Ação a ser comprada ou vendida no dia de recebimento de juros pagos pela companhia. Esses poderão
vencimento da opção. ser fixos ou variáveis.
Além dos juros, poderão as debêntures conferir aos seus
Dia de Exercício: Dia de vencimento da opção. titulares uma participação nos lucros da sociedade ou um
prêmio no reembolso.
Day Trade: Compra e venda de opções da mesma série, Tudo de acordo com as condições já insertas no próprio.
numa mesma sessão de pregão, na mesma Bolsa. A debênture, a uma primeira apreciação de sua natureza,
despertaria a ideia de associá-la a uma promissória, pois, como
Dentro do Preço: Opção cujo preço de exercício é maior esta, também incorpora uma declaração universal de vontade,
do que o preço à vista da ação-objeto; entre outros. Em síntese, consubstanciando uma promessa de pagamento em dinheiro.
ao investidor no mercado de opções é dado lançar, fechar Dessa forma, as sociedades por ações têm à sua disposição
posições exercer, comprar e vender opções e ainda fazê-lo da as facilidades necessárias para captação de recursos junto ao
forma day trade. público, a
prazos longos e juros mais baixos, com atualização monetária e
O Índice de ações são indicadores de variação de preços de resgates a prazo fixo ou mediante sorteio, conforme suas
mercado utilizados para a avaliação comparada de necessidades para melhor adequar o seu fluxo de caixa.
performance dos preços das ações para administradores e Os debenturistas tem proteção legal por meio da escritura
investidores. É ainda poderoso instrumento de avaliação nas de emissão e do agente fiduciário.
negociações a futuro. O índice de ações mais conhecido A escritura de emissão é um documento legal que
no Brasil é o Índice BOVESPA. Calculado ininterruptamente há especifica as condições sob as quais a debênture foi emitida, os
mais de 25 anos, em função do movimento da maior Bolsa do direitos dos possuidores e os deveres da emitente.
país, o BOVESPA, é importante indicador do desempenho Trata-se de documento extenso contendo cláusulas
médio das cotações do mercado de ações. padronizadas, restritivas e referentes à garantia.
O Índice BOVESPA é o valor atual em moeda do país de uma Da escritura constam, entre outras, as seguintes condições:
carteira teórica de ações, a partir de uma aplicação hipotética. montante da emissão; quantidade de títulos e o valor nominal
O sistema de difusão de informações das Bolsas de Valores unitário; forma; condições de Conversibilidade; espécie; data
brasileiras é, possivelmente, um dos mais avançados do de emissão; data vencimento; remuneração; juros; prêmio;
mundo. As Bolsas utilizam quase todos os meios de cláusula de aquisição facultativa, resgate antecipado
comunicação disponíveis: correio, malotes, imprensa escrita, facultativo condições de amortização.
falada e televisada, telex e o teleprocessamento de dados com O agente fiduciário é uma terceira parte envolvida na
terminais de computadores on-line ou ligados a telex. escritura de emissão, tendo como responsabilidade assegurar
Além disso, as Bolsas de Valores do Rio e de São Paulo que a emitente cumpra as cláusulas contratuais.
estão ligadas na rede internacional Internet e por sistemas de A captação de recursos no mercado de capitais, via emissão
E-mail. de debêntures, pode ser feita por Sociedade por Ações (S.A.),
As principais Bolsas de Valores do País, do Rio de Janeiro e de capital fechado ou aberto. Entretanto, somente as
de São Paulo, estão equipadas com o que há de mais moderno companhias abertas, com registro na CVM –
em teleprocessamento de dados. Todo o processo, desde o Comissão de Valores Mobiliários, podem efetuar emissões
fechamento da operação até o momento da liquidação, é feito públicas de debêntures.
através do computador.

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Diferença entre ações e debêntures No entanto, permite-se sua conversão em ação, desde que
previsto no estatuto e mediante capitalização de reserva
A empresa, ao emitir uma série de debêntures, criada para esse fim.
simplesmente cria papéis. Esses papéis, no comum dos casos, As partes beneficiárias podem ser alienadas pela
atuarão como um meio de tomar um empréstimo ao público. companhia, com intuito de amealhar recursos para seu caixa,
No entanto, qualquer outra finalidade legalmente admissível ou podem ser atribuídas gratuitamente a fundadores,
servirá para fundamentar a sua colocação. A debênture é, pois, acionistas (como vantagem adicional de classes de ações) ou a
um título abstrato, de dívida que a sociedade tem a prestadores de serviços (por retribuição de trabalhos
prerrogativa de criar. realizados). Proíbe-se, contudo, haver mais de uma classe ou
As debêntures prestam-se, normalmente, a propiciar a série de partes beneficiárias (art. 46, parágrafo 4º).
empresa emitente recursos de longo prazo, destinando-se, Bônus de subscrição
em regra, a financiar investimento fixo.
É uma alternativa para aumento de um capital, sendo Esse título pode ser emitido toda vez que a sociedade
indicadas nos casos em que o mercado não se encontra resolver lançar novas ações no mercado. Na verdade, é uma
predisposto à absorção de ações, ou ainda quando os antigos forma de seu titular garantir prioridade na aquisição de novas
acionistas não convenham aumentar ações. É de uso exclusivo das companhias de capital autorizado
o capital próprio bem como nas hipóteses em que um lançam (aquelas em cujo estatuto já consta previsão para futuro
ento vultoso de ações seja julgado inconveniente dados os aumento do capital subscrito, até determinado limite de
reflexos negativos que poderia operar sobre sua cotação em autorização).
bolsa de valores. Normalmente é alienado pela companhia, mas pode ser
Apenas sociedades anônimas tem legitimação para emitir atribuído gratuitamente como vantagem adicional a titulares
debêntures, estando as demais sociedades impedidas de fazê- de debêntures, ações ou partes beneficiárias. Se alienado, seu
lo. adquirente deverá desembolsar o preço fixado. Por ocasião da
subscrição das novas ações, ele será apresentado
Emissão e forma simultaneamente ao pagamento do percentual mínimo do
preço de emissão das ações.
Por emissão de debêntures entende-se o ato de por a Apesar de não ser uma faculdade restrita aos acionistas,
sociedade as mesmas a disposição do público, para devida estes gozam do direito de preferência para adquirir o bônus.
subscrição. A deliberação para sua emissão compete à assembleia
A companhia poderá efetuar mais de uma emissão de geral, se o estatuto não atribuir tal aptidão ao conselho de
debêntures, e cada emissão poderá ser dívida em séries. administração. Não se trata, portanto, de competência
Cada nova série da mesma emissão será objeto de privativa da assembleia, assim como é a deliberação a respeito
aditamento na escritura de emissão. de debêntures e partes beneficiárias.
O valor total da emissão de debêntures não poderá
ultrapassar o capital social. O valor nominal das debêntures Alienação das cotas e das ações
deve ser expresso em moeda nacional, salvo nos casos de
obrigação que, nos termos da legislação, possa ter o A participação societária de uma sociedade contratual e
pagamento estipulado em moeda estrangeira. denominada “cota” (que se pode grafar também “quota”); a de
Como título fracionário que é, a debênture possibilita a uma sociedade institucional e denominada “ação”. Uma ou
subdivisão da emissão pretendida em inúmeros títulos. outra são bens do patrimônio do sócio (ou acionista), não
Esses títulos, em seu conjunto, compõem uma série única pertencem à sociedade.
de debêntures ou um grupo de séries. Desse modo, o seu titular, o sócio, pode dispor da
Uma nova emissão somente poderá ser efetuada depois d participação societária, alienando-a, a exemplo da
colocadas todas as debêntures da emissão anterior. disponibilidade que tem dos demais bens de sua patrimônio.
Se a emissão corresponder a várias séries a negociação de O adquirente de uma cota ou ação torna-se sócio da
cada série dependerá também da colocação integral da sociedade e passa a exercer os direitos que esta condição lhe
anterior. As debêntures ou séries não colocadas, desde que confere.
canceladas, serão consideradas extintas permitindo-se desse Naquelas sociedades em que as características subjetivas
modo que a companhia possa colocar outras séries ou até dos sócios podem comprometer o sucesso da empresa levada
mesmo promover nova emissão. a cabo pela sociedade, garante-se o direito de veto ao ingresso
Cada série será composta por debêntures necessariamente de terceiro estranho do quadro associativo. Desta forma, a
iguais, estando previsto no parágrafo único do art.53, que elas alienação da participação societária condiciona-se à anuência
terão igual valor nominal e que conferiram a seus titulares os dos demais, quando se tratar de adquirente não sócio.
mesmos direitos. Já naquelas sociedades em que não influem, na realização
do objeto social, os atributos subjetivos de cada sócio, a
Partes beneficiárias circulação da participação societária é livre, incondicionada a
concordância dos demais sócios.
Constituem outra categoria de títulos emitidos pelas Em vista desse quadro, dividem-se as sociedades, no
sociedades anônimas de capital fechado, desde que autorizada tocante às condições da alienação da participação societária
pela assembleia geral. Caracterizam-se por ser estranhas ao nas seguintes categorias:
capital social e por conferir a) Sociedades de pessoas
aos seus proprietários direito de crédito apenas eventual cont - em que os sócios têm direito de vetar o ingresso de
ra a companhia, ou seja, o direito de um titular desse título é estranho no quadro associativo;
contra parcela de lucro da companhia (não se permite
comprometimento de percentual superior a 10% no b) Sociedade de capital
pagamento de partes beneficiárias). – em relação ás quais vigem o princípio da livre
Se a sociedade não apresentar resultado positivo, seu circulabilidade da participação societária. As sociedades
proprietário simplesmente não terá valor a reclamar. institucionais são sempre “de capital”, enquanto as contratuais
Proíbe-se ao seu titular exercer direito privativo de podem ser “de pessoas” ou de “capital”. Assim, na sociedade
acionista. anônima (S/A) e em comandita por ações(C/A) os acionistas

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não têm o direito de impedir o ingresso de terceiro não – sócio. Funcionamento do Mercado à Vista de Ações
Na sociedade, assegurando o princípio da livre – circulação das
ações (LSA, art.36º). Nestas sociedades, as ações são sempre Mercado onde a liquidação física (Entrega dos títulos pelo
penhoráveis por dívida de sócio e a morte não autorizada à vendedor) se processa no 1º dia útil após realização do
dissolução parcial, seja a pedido dos sobreviventes ou dos negócio em pregão e a liquidação financeira (pagamento dos
sucessores. títulos pelo comprador) se dá no 3º dia útil posterior à
negociação e somente mediante a efetiva liquidação física.
DIFERENÇAS ENTRE COMPANHIAS ABERTAS E
COMPANHIAS FECHADAS Mercado à Vista de Derivativos

Companhias Abertas As operações em bolsa são efetuadas nos mercados à vista


Característica do tipo de sociedade anônima em que o - no qual compradores e vendedores estabelecem um preço
capital representado pelas ações, é dividido entre muitos e para um lote de ações a ser entregue e pago no prazo
indeterminados acionistas. determinado, atualmente D+3, a termo - onde as partes fixam
Além disso, essas ações podem ser um preço para liquidação físico-financeira da ação em prazo
negociadas nas Bolsas de Valores. futuro determinado e de opções de compra ou venda -no qual
as partes negociam o direito de comprar/ vender a ação a
Companhias Fechadas preço e prazo futuro determinados. O recinto físico ou
Característica do tipo de sociedade anônima em que o eletrônico de negociações é chamado de pregão.
capital representado por ações, é dividido entre poucos
acionistas. Além disso, as ações não são negociáveis em Bolsas A Escolha da Ação
de Valores.
O processo de escolha da ação é a mesma para qualquer
OPERAÇÕES DE UNDERWRITING investidor - pessoa física, jurídica ou institucional.
As ações sob a óptica de investimento, ou seja, como o
Underwriting: Esquema de lançamento de ações emprego de capital com o objetivo de obter ganho(s) a médio
mediante a subscrição pública, para o qual uma empresa e longo prazos, em oposição a resultados imediatos podem ser
encarrega um intermediário financeiro, que será responsável divididas em:
por sua colocação no mercado. - "blue chips" ou de 1ª linha - são ações de grande
liquidez e procura no mercado de ações por parte dos
Underwriters: são instituições financeiras especializadas investidores, em geral de empresas tradicionais, de grande
em operações de lançamento de ações no mercado primário. porte/ âmbito nacional e excelente reputação, cujos preços
No Brasil, tais instituições são, em geral, bancos múltiplos ou elevados refletem estes predicados;
de investimento, sociedades distribuidoras e corretoras que - de 2ª linha - são ações um pouco menos líquidas, de
mantêm equipes formadas por analistas e técnicos capazes de empresas de boa qualidade, mas de maior risco relativamente
orientar os empresários, indicando-lhes as condições e a às "blue chips", em geral de grande e médio portes,
melhor oportunidade para que uma empresa abra seu capital tradicionais ou não. Seus preços são mais baixos e costumam
ao público investidor, por meio de operações de lançamento. ser mais sensíveis aos movimentos de mercado de baixa que
aos de alta (isto é, sobem depois das "blue chips" e caem
Underwriting Firme antes);
No underwriting firme, o intermediário subscreve - de 3ª linha - são ações com pequena liquidez, em geral
integralmente a emissão para revendê-la posteriormente ao de companhias de médio e pequeno portes - porém não
público. Nesta forma de contrato, a empresa não tem risco necessariamente de menor qualidade e maior risco
algum, pois tem a certeza da entrada de recursos, já que o relativamente às de 2ª linha -, cuja negociação caracteriza-se
intermediário subscreve para si o total da emissão. O risco da pela descontinuidade;
aceitação ou não do lançamento pelo mercado fica por conta - de privatização - são ações de companhias colocadas no
de intermediário financeiro. mercado através de leilões do Programa Nacional de
Desestatização - PND. Algumas das companhias em processo
Underwriting Tipo Best-Efforts de privatização podem já ter suas ações negociadas em Bolsas
A instituição financeira apenas se compromete a realizar de Valores, antes mesmo daquele ser completado, tendendo a
"os melhores esforços", no sentido de colocação junto ao incrementar sua liquidez após a conclusão do mesmo.
mercado das sobras de subscrição. Não há nenhum
comprometimento por parte do intermediário para a A Dinâmica das Operações em Bolsa
colocação efetiva de todas as ações do lançamento. Por outro
lado, a empresa não tem a certeza de conseguir aumentar seu Tipos de Ordem
capital na proporção pretendida, nem no tempo envolvido Quando o investidor transmite sua ordem a uma corretora
para a sua concretização, já que assume todos os riscos da junto à qual é cadastrado, esta tem o dever de executá-la
aceitação ou não das ações lançadas por parte do mercado. prontamente ao melhor preço disponível - é a ordem a
mercado.
Underwriting Tipo Stand-By Esta é a ordem mais comum, mas há várias outras
Reune as características do "best-efforts" e do modalidades. O investidor pode, por exemplo, fixar um preço
"underwriting firme". Neste caso, o intermediário se determinado ou melhor para sua execução -é a ordem limitada.
compromete a colocar as sobras junto ao público em Ou poderá fixar apenas a quantidade de títulos, dando uma
determinado espaço de tempo, após o qual ele próprio ordem administrada à corretora que a executará a seu critério.
subscreve o total das ações não colocadas. Isto significa que, A fim de limitar prejuízos, o investidor pode dar a ordem
após decorrido o prazo no qual o intermediário se fixando um preço limite que, se alcançado pela evolução das
compromete a vender as sobras de subscrição ao público, o cotações, torna a ordem a mercado - é a ordem de "stop".
"underwriting" se torna do tipo firme. Há também a possibilidade de vincular a execução de uma
operação à execução de outra previamente definida e oposta
(compra versus venda), no mesmo ou em diferentes mercados

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APOSTILAS OPÇÃO

- é a ordem casada, que só se efetiva se executadas as duas O Ibovespa é uma ferramenta indispensável para quem
ordens. investe em ações, quer para acompanhar o mercado, quer para
De forma similar, há a ordem de financiamento, na qual o avaliar comparativamente o desempenho de sua própria
investidor determina a tomada de posições opostas, também carteira. A BOVESPA divulga também o IBX-Índice Brasil,
no mesmo ou em outro mercado, porém com prazo de índice que mede o retorno de uma carteira de ações integrada
vencimento distintos. pelas 100 ações mais negociadas e o IEE, índice setorial, que
O investidor pode também fixar o prazo de validade de sua mede o desempenho das ações do setor elétrico.
ordem, através da ordem válida para o dia ou da ordem válida
por prazo determinado - expirado o prazo, a ordem é MERCADO DE BALCÃO
cancelada. Há, ainda, a ordem válida por prazo indeterminado,
cuja validade só termina com a execução ou cancelamento da É o onde são negociadas ações de empresas que não têm
ordem. Por fim, o investidor pode confiar sua carteira de autorização para operar na Bolsa de Valores.
títulos a um administrador, pessoa física ou jurídica, o qual As operações de compra e venda são, então, fechadas por
emitirá uma ordem discricionária, pela qual estabelece telefone ou por um sistema eletrônico de negociação.
condições para sua execução agregada a outras, efetuando Abrangem não apenas negociações com ações como
posteriormente a identificação de titulares, lotes e preços. também com outros ativos, inclusive derivativos. Na medida
em que atendem a especificações determinadas pelo cliente --
Execução não prevista nas negociações em bolsa, -- as operações
O intermediário financeiro dispõe de profissionais realizadas no mercado de balcão também são chamadas "sob
especializados, capacitados a dar orientações sobre medida", "tailor made" ou customizadas (derivada de
investimentos, receber ordens dos investidores e transmití-las customer, "cliente").
aos operadores qualificados por ela mantidos nos pregões Designa-se o Mercado de Balcão com o termo 'Organizado'
físicos das Bolsas, ou ainda encaminhá-las para o pregão somente a partir do momento em que se estrutura como
eletrônico, o qual também pode ser acessado diretamente sistema de negociação de Títulos e Valores Mobiliários
pelos clientes das Corretoras através dos Home Brokers. administrado por entidade autorizada pela CVM.
Liquidação Executada a ordem, tem lugar a liquidação Regulado pela Instrução CVM nº. 243, de 01/03/1996, que
física e financeira, processo pelo qual se dá a transferência da disciplina o seu funcionamento, o Mercado de Balcão
propriedade dos títulos e o pagamento/ recebimento do Organizado tem como principal finalidade servir como um
montante financeiro envolvido, dentro do calendário estágio para as empresas que desejam ter suas ações
específico estabelecido pela bolsa para cada mercado. No negociadas em bolsa. São empresas que ainda não possuem
mercado à vista, vigora o seguinte calendário de liquidação: porte econômico que justifique registro em uma bolsa de
- D+0 - dia da operação; valores (que acarreta em custos para a companhia), que
- D+1 - prazo para os intermediários financeiros necessitam de um período para se adaptar às normas mais
especificarem as operações por eles executadas junto à bolsa; exigentes e cujas ações ainda não possuem liquidez.
- D+2 - entrega e bloqueio dos títulos para liquidação física
da operação, caso ainda não estejam na custódia da CBLC; QUAL É A DIFERENÇA ENTRE MERCADO DE BOLSA E DE
- D+3 - liquidação física e financeira da operação. BALCÃO?

A liquidação é realizada através de empresas de No mercado de bolsa todos os negócios são feitos a partir
compensação e liquidação de negócios, que podem ser ligadas de um conjunto de regras sobre a forma de conduzir as
à bolsa ou independentes. A BOVESPA utiliza a CBLC – operações e uma quantidade de informações muito grande à
Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia - para liquidar disposição do investidor.
as operações realizadas em seus mercados. As corretoras da Para operar no mercado de balcão, é aconselhável ao
BOVESPA e outras instituições financeiras são os agentes de investidor procurar sempre a orientação do seu agente de
compensação da CBLC, responsáveis pela boa liquidação das investimento ates de realizar qualquer negócio. Neste
operações que executam para si ou para seus clientes. mercado, que não tem lugar fixo, os negócios podem ser
fechados por telefone entre as instituições e entre elas e os
Indicadores e Índices do Mercado seus clientes.
As bolsas de valores, coletam, organizam e divulgam uma Em geral, as ações de companhias mais tradicionais são
série de informações sobre os negócios realizados em cada negociadas em bolsa e as ações de companhias novas, no
pregão. Os principais indicadores referem-se a preços e mercado de balcão.
volumes das ações negociadas, que traduzem a liquidez do
mercado. São elaborados também índices que mostram o OPERAÇÕES COM OURO
comportamento do mercado como um todo ou segmentos
específicos. O Ibovespa é o índice que acompanha a evolução Nos tempos recentes houve importantes modificações na
média das cotações das ações. regulamentação das operações com ouro. O ouro sempre foi
É o valor atual, em moeda corrente, de uma carteira teórica negociado nas Bolsas de Valores, porém, a partir da criação do
de ações, constituída em 1968, a partir de uma aplicação Mercado de Taxas Flutuantes em 1989 e até o contrabando de
hipotética. A carteira teórica é integrada pelas ações que, em países vizinhos, passou a ser o lastro para ARBITRAGENS
conjunto, representaram 80% do volume transacionado a efetuadas pelo Banco Central do Brasil.
vista nos doze meses anteriores à formação da carteira. O mercado de ouro, assim como o mercado de ações,
Para que sua representatividade se mantenha ao longo do integra o grupo dos chamados mercados de risco, já que suas
tempo, é feita uma reavaliação quadrimestral, alterando-se a cotações variam segundo a lei da oferta e da procura. Embora
composição e peso da carteira. o ouro tenha perdido um pouco de sua importância como meio
Considerando-se seu rigor metodológico e o fato de que a de pagamento, ainda tem sua grande importância como
BOVESPA concentra mais de 90% dos negócios do país, trata- referência ou reserva internacional. Isso se dá devido ao
se do mais importante índice bursátil disponível, permitindo grande risco que as moedas correm, podendo deteriorar-se
tanto avaliações de curtíssimo prazo, como observações pela inflação ou mesmo por crises econômicas provocadas por
de expressivas séries de tempo. déficits orçamentários e comerciais.

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APOSTILAS OPÇÃO

A ARBITRAGEM consiste numa operação em que o Banco compromisso de destiná-lo ao Banco Central do Brasil ou à
Central do Brasil comprava ouro do Sistema Financeiro instituição por ele autorizada.
Nacional, que por sua vez, o adquiria no garimpo ou nas Bolsas II - as operações praticadas nas regiões de garimpo onde o
de Valores, onde é negociado. Nessa operação de ouro é extraído, desde que o ouro na saída do Município tenha o
ARBITRAGEM, o Banco Central do Brasil liquidava a compra mesmo destino a que se refere o inciso I deste parágrafo.
do ourocom dólares no Mercado de Taxas Flutuantes (o do § 2º As negociações com o ouro, ativo financeiro, de que
"dólar turismo"). Por ser uma operação de renda variável, as trata este artigo, efetuada nos pregões das bolsas de valores, de
operações com ouro não tem retenção do imposto de renda mercadorias, de futuros ou assemelhadas, ou no mercado de
pela fonte pagadora do ganho de capital do investidor, o que balcão com a interveniência de instituição financeira
não desobriga este último de recolhê-lo mensalmente através autorizada, serão consideradas operações financeiras.
do "carnê-leão". Esse mercado de ouro, com compromisso de
recompra pactuada não oficialmente (com "side letters") ficou Art. 2º Para os efeitos desta Lei, as cooperativas ou
conhecido como "over gold". Com o aumento da importância associações de garimpeiros, desde que regularmente
do ouro nesses mercados, surgiu também um outro tipo de constituídas, serão autorizadas pelo Banco Central do Brasil a
operação, denominada de "Mútuo Ouro", comumente operarem com ouro.
chamado de "aluguel de ouro". Parágrafo único. As operações com ouro, facultadas às
Mais recentemente o Banco Central do Brasil deixou de cooperativas ou associações de garimpeiros, restringem-se,
fazer as ARBITRAGENS de ouro por dólares. Permitiu que as exclusivamente, à sua compra na origem e à venda ao Banco
instituições do Sistema Financeiro Nacional passassem a faze- Central do Brasil, ou à instituição por ele autorizada.
la livremente, inclusive com instituições no exterior. Nos
tempos recentes houve importantes modificações na Art. 3º A destinação e as operações a que se referem os arts.
regulamentação das operações com ouro. 1º e 2º desta Lei serão comprovadas mediante notas fiscais ou
No mercado internacional, os principais centros que documentos que identifiquem tais operações.
negociam ouro são Londres e Zurique onde o ouro e negociado § 1º O transporte do ouro, ativo financeiro, para qualquer
no mercado de balcão e não via bolsas. Outro grande centro de parte do território nacional, será acobertado exclusivamente
negócios é a Bolsa de Mercadorias de Nova York (COMEX) por nota fiscal integrante da documentação fiscal mencionada.
onde só se opera em mercado futuro. Há também nesta praça § 2º O ouro acompanhado por documentação fiscal irregular
um forte mercado de balcão para o ouro tísico. será objeto de apreensão pela Secretaria da Receita Federal.
No Brasil, o maior volume de comercialização de ouro se
faz através da bolsa de mercadorias e futuros de São Paulo, que Art. 4º O ouro destinado ao mercado financeiro sujeita-se,
é a única bolsa no mundo que comercializa ouro no mercado desde sua extração inclusive, exclusivamente à incidência do
físico. As cotações do ouro, no exterior, são feitas em relação à imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou
onça troa, que equivale a 31,104g. No Brasil, a cotação é feita relativas a títulos ou valores mobiliários.
em reais por grama de ouro puro. Parágrafo único. A alíquota desse imposto será de 1% (um
O preço do ouro no Brasil vincula-se, historicamente, às por cento), assegurada a transferência do montante
cotações de Londres e Nova York, refletindo, portanto, as arrecadado, nos termos do art. 153, § 5º, incisos I e II, da
expectativas do mercado internacional. Sofre, entretanto, Constituição Federal.
influência direta das perspectivas do mercado interno e,
principalmente, das cotações do dólar flutuante. Assim o preço Art. 5º (Vetado).
interno é calculado diretamente segundo as variações do
preço do dólar no mercado flutuante e dos preços do metal na Art. 6º Tratando-se de ouro oriundo do exterior, considera-
bolsa de Nova York. se Município e Estado de origem e de ingresso do ouro no País.
O preço do grama do ouro em reais, calculado a partir do
preço da onça em dólares (pela cotação do dólar flutuante) nos Art. 7º A pessoa jurídica adquirente fará constar, da nota
dá um referencial de preços. Tradicionalmente, a cotação da fiscal de aquisição, o Estado, o Distrito Federal, ou o Território e
Bolsa de Mercadorias e Futuros mantém a paridade com este o Município de origem do ouro.
valor referencial variando 2%, em média, para baixo ou para
cima. Art. 8º O fato gerador do imposto é a primeira aquisição do
ouro, ativo financeiro, efetuada por instituição autorizada,
Vejamos o que prevê nossa legislação acerca das integrante do Sistema Financeiro Nacional.
Operações com ouro: Parágrafo único. Tratando-se de ouro físico oriundo do
exterior, ingressado no País, o fato gerador é o seu desembaraço
LEI Nº 7.766, DE 11 DE MAIO DE 1989. aduaneiro.

Dispõe sobre o ouro, ativo financeiro, e sobre seu tratamento Art. 9º A base de cálculo do imposto é o preço de aquisição
tributário. do ouro, desde que dentro dos limites de variação da cotação
vigente no mercado doméstico, no dia da operação.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Parágrafo único. Tratando-se de ouro físico oriundo do
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: exterior, o preço de aquisição, em moeda nacional, será
determinado com base no valor de mercado doméstico na data
Art. 1º O ouro em qualquer estado de pureza, em bruto ou do desembaraço aduaneiro.
refinado, quando destinado ao mercado financeiro ou à
execução da política cambial do País, em operações realizadas Art. 10. Contribuinte do imposto é a instituição autorizada
com a interveniência de instituições integrantes do Sistema que efetuar a primeira aquisição do ouro, ativo financeiro.
Financeiro Nacional, na forma e condições autorizadas pelo
Banco Central do Brasil, será desde a extração, inclusive, Art. 11. O imposto será pago até o último dia útil da primeira
considerado ativo financeiro ou instrumento cambial. quinzena do mês subsequente ao da ocorrência do fato gerador.
§ 1º Enquadra-se na definição deste artigo: Parágrafo único. A entidade arrecadadora repassará ao
I - o ouro envolvido em operações de tratamento, refino, Estado, Distrito Federal ou Município, conforme a origem do
transporte, depósito ou custódia, desde que formalizado ouro, o produto da arrecadação, na proporção do estabelecido

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APOSTILAS OPÇÃO

no § 5º do art. 153 da Constituição Federal, no prazo de 30 país, principalmente a política econômica vigente. O câmbio
(trinta) dias, encaminhando uma cópia dos documentos de não possui apenas o valor teórico de determinar preços
arrecadação ao Departamento Nacional de Produção Mineral. comparativos entre moedas, mas a função básica de exprimir
a relação efetiva de troca entre diferentes países.
Art. 12. O recolhimento do imposto será efetuado no A troca de moedas é consequência das transações
município produtor ou no município em que estiver localizado o comerciais entre países.
estabelecimento-matriz do contribuinte, devendo ser indicado, No Brasil, a rede bancária, liderada pelo Banco do Brasil, é
no documento de arrecadação, o Estado, o Território ou o a intermediária nas transações cambiais.
Distrito Federal e o Município, conforme a origem do ouro. Os exportadores, ao receberem moeda estrangeira,
vendem-na aos bancos e os bancos revendem essa moeda aos
Art. 13. Os rendimentos e ganhos de capital decorrentes de importadores para que paguem as mercadorias compradas.
operações com ouro, ativo financeiro, sujeitam-se às mesmas Essas transações são sempre reguladas pelo governo, que
normas de incidência do imposto de renda aplicáveis aos demais fixa os preços de compra e venda das moedas estrangeiras.
rendimentos e ganhos de capital resultantes de operações no
mercado financeiro. Estrutura do Mercado Cambial Brasileiro
Parágrafo único. O ganho de capital em operações com ouro
não considerado ativo financeiro será determinado segundo o - Banco Central do Brasil: órgão executor da política
disposto no art. 3º, § 2º, da Lei nº 7.713, de 22 de dezembro de cambial brasileira;
1988.
- Banco Autorizado: instituição bancária com quem o
Art. 14. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. cliente fecha o câmbio;

MERCADO DE CÂMBIO - Cliente: qualquer pessoa física ou jurídica habilitada a


comprar ou vender moeda estrangeira;
Mercado de câmbio é o ambiente abstrato onde se
realizam as operações de câmbio (negociação de moedas - Corretor de Câmbio: intermediário de quem,
estrangeiras) entre os agentes autorizados pelo Banco Central facultativamente, o cliente pode se utilizar para realizar as
(bancos, caixas econômicas, corretoras, distribuidoras, suas operações de câmbio.
agências de turismo e meios de hospedagem) e entre estes e
seus clientes. É regulamento e fiscalizado pelo Banco Central Segmentos de Mercado
do Brasil (BACEN).
O mercado de câmbio envolve as operações de compra e de O Mercado Cambial Brasileiro está dividido em dois
venda de moeda estrangeira, as operações em moeda nacional segmentos distintos:
entre residentes, domiciliados ou com sede no País e a) Mercado de Taxas Livres (ou Câmbio Comercial), que
residentes, domiciliados ou com sede no exterior e as abrange as operações de câmbio relativas ao comércio exterior
operações com ouro-instrumento cambial, realizadas por e de capitais estrangeiros, entre outras;
intermédio das instituições autorizadas a operar no mercado b) Mercado de Taxas Flutuantes (ou Câmbio Turismo),
de câmbio. que engloba as operações não enquadradas no Câmbio
Comercial.
Instituições Autorizadas a Operar
MODALIDADES
Podem operar no mercado de câmbio apenas as
instituições autorizadas pelo Banco Central. O segmento livre CAMBIO LIVRE. Regime de operações do mercado de divisas
é restrito aos bancos e ao Banco Central. sem interferência das autoridades monetárias. A liberação da
No segmento flutuante, além desses dois, podem ter taxa cambial faz com que o valor das moedas estrangeiras
permissão para operar as agências de turismo, os meios de flutue de acordo com o interesse que despertam no mercado
hospedagem de turismo e as corretoras e distribuidoras de segundo a interação da oferta e da procura.
títulos e valores mobiliários. O câmbio livre é também chamado de flutuante ou errático.
A transação PCAM 830, do SISBACEN, disponível ao As flutuações da taxa cambial apresentam uma série de
público em geral, lista todas as instituições autorizadas nos riscos, pois o mercado de divisas passa a sofrer variações
dois segmentos do mercado de câmbio. determinadas também por fatores políticos, sociais e até
Em dúvida, o cliente deve solicitar documentação psicológicos.
comprobatória da aprovação do Banco Central e/ou contatar a Quando um país sofre uma crise de liquidez, por exemplo,
representação do Departamento de Câmbio na praça ou região o regime de câmbio livre estimula a especulação com moeda
ou ainda ligar para as Centrais de Atendimento do Banco estrangeira, o que eleva excessivamente sua cotação e agrava
Central. sua escassez. Da mesma forma, os importadores passam a
utilizar maior quantidade de divisas (moeda estrangeira) para
OPERAÇÕES BÁSICAS suas compras, querendo evitar pagá-las mais caras com o
avanço da crise, o que agrava a crise de liquidez.
CÂMBIO. Operação financeira que consiste em vender,
trocar ou comprar valores em moedas de outros países ou CÂMBIO MANUAL. A simples troca física da moeda de um
papéis que representem moedas de outros países. Para essas pais pela de outro. As operações manuais de câmbio só se
operações são utilizados cheques, moedas propriamente ditas fazem em dinheiro efetivo e restringem-se aos viajantes e
ou notas bancárias, letras de câmbio, ordens de pagamento etc. turistas.
Até o século passado, a maioria das moedas tinha seu valor Nas transações de comércio exterior ou de pais a pais,
determinado por certa quantia de ouro e prata que utilizam-se divisas sob a forma de letras de câmbio, cheques,
representavam. ordens de pagamento ou títulos de crédito.
Atualmente não há mais o lastro metálico para servir de
relação no câmbio entre as moedas, e as taxas cambiais são CÂMBIO MÚLTIPLO. Sistema de câmbio em que as taxas
determinadas por uma conjunção de fatores intrínsecos ao variam conforme a destinação do uso da moeda estrangeira.

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APOSTILAS OPÇÃO

Acaba funcionando como um tipo de subsídio para a compra intermédio das instituições autorizadas a operar no mercado
de alguns produtos ou como taxação na compra de outros. E de câmbio pelo Banco Central, diretamente ou por meio de
adotado tanto para a importação quanto para a exportação, e seus correspondentes.
alguns países o adotam oficialmente. Incluem-se no mercado de câmbio brasileiro as operações
O Brasil não possui câmbio múltiplo, mas certas relativas aos recebimentos, pagamentos e transferências do e
regulamentações de natureza cambial criam efeito para o exterior mediante a utilização de cartões de uso
semelhante. O dólar para a compra de petróleo, por exemplo, internacional, bem como as operações referentes às
possui valor inferior ao do câmbio oficial, contrapartida, transferências financeiras postais internacionais, inclusive
durante algum tempo a taxação de 25% de IOF (imposto sobre vales postais e reembolsos postais internacionais.
Operações Financeiras) na compra de dólares por turistas À margem da lei, funciona um segmento denominado
brasileiros que viajavam ao exterior criou um dólar mais caro. mercado paralelo. São ilegais os negócios realizados no
Estão no mesmo caso a taxação variável dos produtos de mercado paralelo, bem como a posse de moeda estrangeira
importação (com alíquotas maiores para os chamados oriunda de atividades ilícitas.
supérfluos e o confisco cambial incidente sobre produtos
de exportação (como o café). Consideraremos que essas 3. Qualquer pessoa física ou jurídica pode comprar e
operações se realizem em um mercado cambial totalmente vender moeda estrangeira?
livre, isto é, onde inexistam quaisquer tipos de controles de Sim, desde que a outra parte na operação de câmbio seja
câmbio. agente autorizado pelo Banco Central a operar no mercado de
câmbio (ou seu correspondente para tais operações) e que seja
Nota: Algumas das operações aqui tratadas observada a regulamentação em vigor, incluindo a
poderão não ser permitidas no Brasil, em virtude de necessidade de identificação em todas as operações. É
dispositivos cambiais vigentes. dispensado o respaldo documental das operações de valor até
o equivalente a US$ 3 mil, preservando-se, no entanto, a
necessidade de identificação do cliente.
Os negócios cambiais realizados pelos bancos podem ser
efetuados com seus clientes não-bancários (empresas, 4. Que instituições podem operar no mercado de
particulares etc.) como também com outros bancos (operações câmbio e que operações elas podem realizar?
interbancárias). Podem ser autorizados pelo Banco Central a operar no
Tais operações poderão referir-se a operações "prontas", mercado de câmbio: bancos múltiplos; bancos comerciais;
operações "futuras", operações de swaps, hedging etc. caixas econômicas; bancos de investimento; bancos de
As transações "interbancárias" normalmente são desenvolvimento; bancos de câmbio; agências de fomento;
efetuadas por telex ou telefone, diretamente entre os bancos sociedades de crédito, financiamento e investimento;
ou, conforme a legislação cambial do país, com a intervenção sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários;
de corretores. sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários e
A rapidez é fator primordial na condução dessas operações sociedades corretoras de câmbio.
os negócios são consumados dizendo-se simplesmente "feito" Esses agentes podem realizar as seguintes operações:
a uma proposta. Uma proposta de operação deverá ser a) bancos, exceto de desenvolvimento, e a Caixa Econômica
imediatamente respondida ela outra parte, aceitando-a ou Federal: todas as operações previstas para o mercado de
recusando-a. Uma demora na resposta poderá fazer que a câmbio;
outra parte se recuse a fechar o negócio nas condições b) bancos de desenvolvimento; sociedades de crédito,
estabelecidas inicialmente. Este aspecto é de particular financiamento e investimento e agências de fomento:
importância no caso de cotações cambiais, as quais, em um operações específicas autorizadas pelo Banco Central;
mercado livre de câmbio, poderão modificar-se rapidamente, c) sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários;
de acordo com as condições de mercado. sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários e
sociedades corretoras de câmbio:
Vejamos algumas perguntas mais frequentes sobre o c 1.) operações de câmbio com clientes para liquidação
mercado de câmbio: pronta de até US$100 mil ou o seu equivalente em outras
moedas; e
1. O que é câmbio? c 2.) operações no mercado interbancário, arbitragens no
Câmbio é a operação de troca de moeda de um país pela País e, por meio de banco autorizado a operar no mercado de
moeda de outro país. Por exemplo, quando um turista câmbio, arbitragem com o exterior.
brasileiro vai viajar para o exterior e precisa de moeda Além desses agentes, o Banco Central também concedia
estrangeira, o agente autorizado pelo Banco Central a operar autorização para agências de turismo e meios de hospedagem
no mercado de câmbio recebe do turista brasileiro a moeda de turismo para operarem no mercado de câmbio. Atualmente,
nacional e lhe entrega (vende) a moeda estrangeira. Já quando não se concede mais autorização para esses agentes,
um turista estrangeiro quer converter moeda estrangeira em permanecendo ainda apenas aquelas agências de turismo
reais, o agente autorizado a operar no mercado de câmbio cujos proprietários pediram ao Banco Central autorização
compra a moeda estrangeira do turista estrangeiro, para constituir instituição autorizada a operar em câmbio.
entregando-lhe os reais correspondentes. Enquanto o Banco Central está analisando tais pedidos, as
agências de turismo ainda autorizadas podem continuar a
2. O que é mercado de câmbio? realizar operações de compra e venda de moeda estrangeira
No Brasil, o mercado de câmbio é o ambiente onde se em espécie, cheques e cheques de viagem, relativamente a
realizam as operações de câmbio entre os agentes autorizados viagens internacionais.
pelo Banco Central e entre estes e seus clientes, diretamente As instituições financeiras autorizadas a operar em câmbio
ou por meio de seus correspondentes. podem contratar correspondentes (pessoas jurídicas em
O mercado de câmbio é regulamentado e fiscalizado pelo geral) para a realização das seguintes operações de câmbio:
Banco Central e compreende as operações de compra e de a) execução ativa ou passiva de ordem de pagamento
venda de moeda estrangeira, as operações em moeda nacional relativa a transferência unilateral (ex: manutenção de
entre residentes, domiciliados ou com sede no País e residentes, transferência de patrimônio, prêmios em eventos
residentes, domiciliados ou com sede no exterior e as culturais e esportivos) do ou para o exterior, limitada ao valor
operações com ouro-instrumento cambial, realizadas por
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equivalente a US$ 3 mil dólares dos Estados Unidos, por de outra, igualmente autorizada, não havendo fluxo de entrada
operação; ou de saída da moeda estrangeira do País.
b) compra e venda de moeda estrangeira em espécie,
cheque ou cheque de viagem, bem como carga de moeda 8. O que é posição de câmbio?
estrangeira em cartão pré-pago, limitada ao valor equivalente A posição de câmbio é representada pelo saldo das
a US$ 3 mil dólares dos Estados Unidos, por operação; e operações de câmbio (compra e venda de moeda estrangeira,
c) recepção e encaminhamento de propostas de operações de títulos e documentos que as representem e de ouro-
de câmbio. instrumento cambial) prontas ou para liquidação futura,
As operações realizadas pelos correspondentes são de realizadas pelas instituições autorizadas pelo Banco Central
total responsabilidade da instituição contratante (para mais do Brasil a operar no mercado de câmbio.
informações sobre correspondentes, consulte: Perfis >
Cidadão > Perguntas frequentes, cartilhas e notícias > 9. O que é posição de câmbio comprada?
Perguntas frequentes > Correspondentes no país). A posição de câmbio comprada é o saldo em moeda
A ECT também é autorizada pelo Banco Central a realizar estrangeira registrado em nome de uma instituição autorizada
operações com vales postais internacionais, emissivos e que tenha efetuado compras, prontas ou para liquidação
receptivos, destinadas a atender compromissos diversos, tais futura, de moeda estrangeira, de títulos e documentos que as
como: manutenção de pessoas físicas, contribuições representem e de ouro-instrumento cambial, em valores
previdenciárias, aposentadorias e pensões, aquisição de superiores às vendas.
medicamentos para uso particular, pagamento de aluguel de
veículos, multas, doações. Por meio dos vales postais 10. O que é posição de câmbio vendida?
internacionais, a ECT também pode dar curso a recebimentos A posição de câmbio vendida é o saldo em moeda
ou pagamentos conduzidos sob a sistemática de câmbio estrangeira registrado em nome de uma instituição autorizada
simplificado de exportação ou de importação, observado o que tenha efetuado vendas, prontas ou para liquidação futura,
limite de US$50 mil, ou seu equivalente em outras moedas, por de moeda estrangeira, de títulos e documentos que as
operação. representem e de ouro-instrumento cambial, em valores
A relação dos agentes autorizados a operar no mercado de superiores às compras.
câmbio pode ser consultada em: Câmbio e Capitais
Internacionais > Instituições que atuam no mercado de 11. O que é operação pronta?
câmbio. A operação de câmbio (compra ou venda) pronta é a
operação a ser liquidada em até dois dias úteis da data de
5. Que operações podem ser realizadas no mercado de contratação.
câmbio?
Quaisquer pagamentos ou recebimentos em moeda 12. O que é operação para liquidação futura?
estrangeira podem ser realizados no mercado de câmbio, A operação de câmbio (compra ou venda) para liquidação
inclusive as transferências para fins de constituição de futura é a operação a ser liquidada em prazo maior que dois
disponibilidades no exterior e seu retorno ao País e aplicações dias.
no mercado financeiro. As pessoas físicas e as pessoas
jurídicas podem comprar e vender moeda estrangeira ou 13. O que é contrato de câmbio?
realizar transferências internacionais em reais, de qualquer Contrato de câmbio é o documento que formaliza a
natureza, sem limitação de valor, observada a legalidade da operação de compra ou de venda de moeda estrangeira. Nele
transação, tendo como base a fundamentação econômica e as são estabelecidas as características e as condições sob as quais
responsabilidades definidas na respectiva documentação. se realiza a operação de câmbio. Dele constam informações
Embora do ponto de vista cambial não exista restrição para relativas à moeda estrangeira que um cliente está comprando
a movimentação de recursos, os agentes do mercado e seus ou vendendo, à taxa contratada, ao valor correspondente em
clientes devem observar eventuais restrições legais ou moeda nacional e aos nomes do comprador e do vendedor. Os
regulamentares existentes para determinados tipos de contratos de câmbio devem ser registrados no Sistema
operação. Como exemplo, relativamente à colocação de Integrado de Registro de Operações de Câmbio (Sistema
seguros no exterior, devem ser observadas as disposições dos Câmbio) pelo agente autorizado a operar no mercado de
órgãos e entidades responsáveis pela regulação do segmento câmbio.
segurador. Nas operações de compra ou de venda de moeda
estrangeira de até US$ 3 mil, ou seu equivalente em outras
6. Os bancos são obrigados a vender moeda em moedas estrangeiras, não é obrigatória a formalização do
espécie? contrato de câmbio, mas o agente do mercado de câmbio deve
Não. Normalmente, os agentes autorizados a operar em identificar seu cliente e registrar a operação no Sistema
câmbio, por questão de administração de caixa e estratégia Câmbio.
operacional, procuram operar com o mínimo possível de
moeda em espécie. 14. O que é política cambial?
É o conjunto de ações governamentais diretamente
7. O que é mercado primário e mercado secundário? relacionadas ao comportamento do mercado de câmbio,
A operação de mercado primário implica o recebimento ou inclusive no que se refere à estabilidade relativa das taxas de
a entrega de moeda estrangeira por parte de clientes no País, câmbio e do equilíbrio no balanço de pagamentos.
correspondendo a fluxo de entrada ou de saída da moeda
estrangeira do País. Esse é o caso das operações realizadas 15. Qual é o papel do Banco Central no mercado de
com exportadores, importadores, viajantes, etc. Já no mercado câmbio?
secundário, também denominado mercado interbancário O Banco Central executa a política cambial definida pelo
quando os negócios são realizados entre bancos, a moeda Conselho Monetário Nacional. Para tanto, regulamenta o
estrangeira é negociada entre as instituições integrantes do mercado de câmbio e autoriza as instituições que nele operam.
sistema financeiro e simplesmente migra do ativo de uma Também compete ao Banco Central fiscalizar o referido
instituição autorizada a operar no mercado de câmbio para o mercado, podendo punir dirigentes e instituições mediante
multas, suspensões e outras sanções previstas em lei. Além

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disso, o Banco Central pode atuar diretamente no mercado, - assessorá-lo no enquadramento técnico e regulamentar
comprando e vendendo moeda estrangeira de forma ocasional das operações;
e limitada, com o objetivo de conter movimentos - estar permanentemente na busca de novas alternativas
desordenados da taxa de câmbio. para o exportador; e
- acompanhar a operação até a sua final liquidação.
CONTRATOS DE CÂMBIO
O corretor de câmbio pode ser de capital importância na
CARACTERÍSTICAS operação uma vez que ele participa do mercado em "full time".
Embora fechadas por telefone, as operações de câmbio têm Isto lhe permite absorver, processar e divulgar informações
de ser formalizadas através de instrumento próprio, o indispensáveis para a correta contratação do câmbio. Sua
Contrato de Câmbio. Padronizado pelo Banco Central do Brasil, intervenção é facultativa. Pelos serviços prestados, o corretor
sua formalização se dá através do SISBACEN -Sistema de recebe uma corretagem paga pelo cliente.
Informações do Bacen.
Existem vários tipos de Contratos de Câmbio, dentre eles: QUANDO "FECHAR" O CÂMBIO?

TIPO 01 –EXPORTAÇÃO O câmbio poderá ser fechado antes ou após o embarque da


TIPO 02 –IMPORTAÇÃO mercadoria: Nas operações cursadas sob a modalidade de
TIPO 03 -TRANSFERÊNCIAS FINANCEIRAS DO EXTERIORTIPO pagamento antecipado, o câmbio é contratado para liquidação
TIPO 04 -TRANSFERÊNCIAS FINANCEIRAS PARA O EXTERIOR pronta, antes do embarque.
Nas operações conduzidas sob as demais modalidades
Uma vez fechados, os contratos devem ser liquidados. (remessa, cobrança e crédito documentário), em que o
Liquidar significa, a rigor, entregara moeda estrangeira pagamento pelo importador estrangeiro é realizado após o
que foi vendida. Quanto ao prazo para liquidação, os contratos embarque da mercadoria (à vista ou a prazo), os contratos são
de câmbio podem ser: fechados para liquidação pronta ou futura, antes ou após
a) Prontos: são aqueles cuja liquidação deve ocorrer em até o embarque da mercadoria, conforme o caso:
2 dias úteis; - se antes do embarque: com antecedência de até 360 dias;
b) Futuros: aqueles cuja liquidação deva ser processada - se após o embarque: até 180 dias após, respeitado o
em prazo maior que 2 dias úteis. vencimento do saque; e
- prazos especiais para exportação em consignação,
A maioria dos contratos de exportação é fechada para operações com margem não sacada e operações de câmbio
liquidação futura. simplificado.
A operação de câmbio é uma operação financeira e, como
tal, deve ser realizada pelo Departamento Financeiro da Por que fechar antes ou após o Embarque?
empresa. Equivocadamente, alguns profissionais do Comércio
Exterior têm considerado o câmbio como operação secundária Os negócios de câmbio devem ser analisados no contexto
na exportação. Trata-se de um erro imperdoável. Afinal, a dos mercados financeiros nacional e internacional, uma vez
mercadoria mais preciosa no mundo moderno é o dinheiro. E, que envolvem recursos. Em moeda nacional, moeda
por essa razão, é muito importante que se dispense um estrangeira, taxa de juros nacionais e internacionais e política
cuidado especial para essa operação. Qualquer margem de cambial. Operando num mercado de taxas flutuantes, o
lucro da exportação esvai-se numa operação de câmbio mal exportador precisa, diariamente, se valer de informações que
conduzida. o permita entender e, até mesmo, antever, as flutuações do
Portanto, faz-se mister que o exportador esteja atento para mercado, sob pena de realizar a operação em dia ou momento
a escolha do banco com o qual pretende realizar a operação. impróprio.
Nem sempre o banco que habitualmente supre as suas
necessidades no mercado doméstico pode atendê-lo nas Fechamento ANTES do Embarque, com ACC
operações internacionais.
Sugere-se, pois, uma avaliação do banco, levando-se em Historicamente, o exportador que necessite de recursos
conta alguns aspectos específicos, tais como: para financiar a produção de mercadoria a ser exportada, obtê-
- a sua tradição no mercado internacional; los-á através do contrato de câmbio a um custo menor que
- seu porte e/ou participação de capital estrangeiro; eventuais recursos disponíveis no mercado doméstico.
- sua rede de agências e/ou correspondentes no exterior; E o mecanismo para obtenção destes recursos é simples: o
- sua participação no mercado cambial; exportador vende a moeda estrangeira para entrega futura e
- tarifas de serviços; solicita ao banco a antecipação do valor em moeda nacional
- qualidade dos serviços prestados. (ACC - Adiantamento sobre Contrato de Câmbio).
Esta antecipação também pode ser interessante mesmo
Além disso, o banco deve ser um parceiro disposto a quando a empresa não tenha necessidade de caixa. Toma-se o
assessorá-lo, pronto para lhe apresentar novas alternativas de ACC para aplicação dos recursos no mercado financeiro
negócios. doméstico, gerando, assim, uma receita adicional à exportação.
A negociação do câmbio entre o exportador e o banco Certamente que o exportador, em quaisquer dos casos,
poderá ser realizada diretamente ou com a intermediação de deverá estar atento a duas questões fundamentais:
um Corretor de Câmbio. O corretor não é parte da operação. É a) o comportamento do mercado financeiro doméstico; e
apenas um interveniente. Responde pelos aspectos formais e b) principalmente, a certeza de que poderá realizar a
pela identificação do seu cliente e não pelos direitos e exportação.
obrigações decorrentes do contrato de câmbio. Trata-se de um
prestador de serviços. O exportador que vende câmbio futuro deve ter a
Dentre as suas funções, merecem destaque as seguintes: segurança de que está apto a promover o embarque da
- intermediar a operação; mercadoria e a liquidação da operação, mediante entrega da
- orientar o exportador quanto aos aspectos técnicos, moeda estrangeira. Cabe ao banco comprador do câmbio
regulamentares, administrativos e financeiros; avaliar a capacidade exportadora de seus clientes antes de com
- buscar o melhor negócio para o exportador; eles realizar a operação de câmbio.

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APOSTILAS OPÇÃO

Em síntese, o ACC é o adiantamento da moeda nacional por respeitado o vencimento, para esse fim, previsto no contrato
conta da moeda estrangeira vendida a termo, concedido pelo de câmbio, quando for o caso.
banco ao exportador. Tal adiantamento é concedido, em regra, Os documentos, após a pertinente análise feita pelo banco,
no dia da contratação do câmbio, sempre previamente à serão encaminhados ao exterior para serem entregue são
entrega dos documentos da exportação ao banco. A sua importador, conforme o caso, contra pagamento ou contra
concessão, pelo banco, e a sua utilização, pelo exportador, deve aceite.
ter o fim precípuo de financiar a produção de bens a serem Nas exportações com câmbio contratado antes do
exportados. embarque, o exportador entregará os documentos ao banco
O custo do ACC é composto da correção cambial (+/-), juros comprador do câmbio. Nas exportações com câmbio a
internacionais (libor + spread+ margem do banco) e CPMF. contratar após o embarque, os documentos deverão ser
entregues a qualquer banco autorizado a operar em câmbio. A
Fechamento APÓS o Embarque, com ACE posterior contratação poderá ser feita em banco distinto
daquele a quem os documentos foram entregues.
Dois motivos fundamentais podem levar o exportador a Quando o transporte da mercadoria se der por via aérea ou
optar pelo fechamento do câmbio após o embarque: por via terrestre, o exportador poderá remeter os documentos
originais diretamente ao importador. Admite-se esta prática,
a) a dificuldade de crédito junto à rede bancária para também, quando o transporte for efetuado por via marítima,
obtenção do ACC; ou mas em casos especiais.
Em todas as situações, entretanto, serão entregues ao
b) modificações no comportamento do mercado financeiro banco, pelo menos, cópias dos documentos acompanhados de
e na política cambial do País, sinalizando para midi ou saque original e da cópia da carta-remessa do exportador
maxidesvalorizações da moeda nacional. encaminhando os documentos ao importador estrangeiro. Em
Nestes casos, o câmbio poderá ser fechado para liquidação se tratando de exportação realizada ao amparo de carta de
pronta ou futura. crédito, os documentos deverão ser entregues ao banco e/ou
OACE- Adiantamento sobre Cambiais Entregues, é o enviados ao exterior, conforme determine referido
adiantamento concedido ao exportador por conta de contratos instrumento de pagamento, respeitando-se, principalmente, a
de câmbio, cuja entrega de documentos ao banco já tenha sua validade para apresentação.
ocorrido.
O objetivo do ACE é o de financiar a comercialização dos LIQUIDAÇÃO DO CONTRATO DE CÂMBIO
bens exportados. A composição dos custos do ACE é a mesma Do contrato de câmbio resultam as obrigações:
do ACC, ou seja, correção cambial, juros internacionais e CPMF. - para o exportador, de entregar, ao banco, os documentos
Em ambos os casos - ACC e ACE - as operações assumem e a moeda estrangeira;
características de operações de crédito e, por conseguinte, os - para o banco, de pagar ao exportador o contra valor em
banco são extremamente seletivo em tais operações. moeda nacional.
A propósito, é importante registrar que, não só por
imposição legal, mas por decorrência das características e Quando as partes cumprem suas obrigações, diz-se que o
riscos da operação de câmbio - e até mesmo quando não há a contrato está liquidado. Assim, da mesma maneira em que as
concessão do adiantamento - o banco avalia com muito rigor a partes pactuam a forma através da qual o banco pagará
performance e o histórico de seus clientes como exportadores amoeda nacional ao exportador, também é pactuada a forma
e não apenas como clientes. através da qual o exportador entregará a moeda estrangeira ao
banco.
Fechamento APÓS o Embarque, PRONTO No que tange a entrega da moeda estrangeira ao banco, as
duas formas de entrega mais usuais são:
O exportador embarca a mercadoria e entrega os - Crédito em Conta: o exportador fica responsável pela
documentos ao banco para que os mesmos sejam cobrados no operação até que a moeda estrangeira seja creditada na conta
exterior, à vista ou prazo. Somente após o pagamento pelo do banco comprador do câmbio. Neste caso, o banco somente
importador, nos casos de remessa ou cobrança, ou pelo considerará a operação liquidada após o recebimento da
banqueiro, nos casos de carta de crédito, é que o exportador moeda estrangeira, mediante crédito em sua conta, mantida
realiza o fechamento do câmbio. Nesta situação, o câmbio será junto a banco no exterior.
fechado para liquidação pronta, não havendo, pois, utilização Embora a legislação estabeleça um prazo até o qual as
de recursos do banco, quer do ACC quer do ACE. operações devam ser liquidadas (15 dias após a entrega dos
documentos, no caso de operações à vista e 15 dias após o
Câmbio "TRAVADO", antes ou após o Embarque vencimento do saque, no caso de operações a prazo) a
liquidação somente ocorrerá se e quando, efetivamente, a
São operações de câmbio de exportação, contratadas para moeda estrangeira for creditada ao banco.
liquidação futura, nas quais não ocorre a concessão do ACC ou - Carta de Crédito: sob esta forma de entrega o exportador
do ACE, quer por um período da operação ou pelo prazo total cumpre, em princípio, suas obrigações ao entregar ao banco,
da mesma, até a liquidação. Significa dizer que, por um certo em ordem, os documentos requeridos pela Carta de Crédito,
prazo (até a entrega dos documentos, por exemplo) ou até a evidenciando, pois, ter cumprido todos os seus termos e
liquidação do contrato, o contra valor em moeda nacionais - os condições, independentemente da operação ser à vista ou a
Reais - ficam bloqueados - travados - no banco. A trava de prazo. Regularmente, o banco, considerados os documentos
câmbio nada mais é que um tipo de aplicação financeira e, em ordem, deve liquidar a operação no prazo máximo de até
como tal, gera o pagamento de uma remuneração - prêmio - 10 dias contados da entrega dos documentos.
pelo banco ao exportador. - Em menor escala, outras formas de entrega também são
utilizadas. É importante ressaltar, entretanto, que o
ENTREGA DOS DOCUMENTOS AO BANCO acolhimento de Cartas de Crédito para negociação é de
Uma vez embarcada a mercadoria, os documentos exclusivo critério do banco. Certamente, serão acolhidas
comprobatórios da exportação (em regra, documentos aquelas emitidas e/ou confirmadas por banco de primeira
originais de embarque acompanhados de um saque) deverão linha (first class bank) e em países que não apresentem risco
ser entregues ao banco em até 15 dias contados do embarque, de transferência de divisas e cujos termos e condições tenham

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sido cumpridos na íntegra, isto é, os documentos tenham sido certa inabilidade ou incapacidade do exportador para
apresentados sem discrepâncias. bem administrar as suas operações.

ALTERAÇÃO DE CONTRATO COMPRAS EM MOEDAS CONVERSÍVEIS:


Dos elementos do contrato de câmbio, não podem ser a) Exportação:
alterados: 1. Liquidação pronta: o prazo se estende até o segundo dia
- nome do comprador; útil após a data da contratação do câmbio.
- nome do vendedor; 2. Liquidação futura: a fixação do prazo deve ser feita
- valor da moeda estrangeira; tendo-se em conta a data prevista para a entrega da moeda
- taxa cambial; estrangeira, como segue:
- valor em moeda nacional. I - nos casos em que a liquidação de câmbio deva
processar-se contra a entrega da moeda estrangeira, mediante
Por consenso das partes - exportador e banco - os demais crédito em conta no exterior (item I da Res. Nº 391), o prazo
elementos do contrato de câmbio, em regra, podem ser de liquidarão do contrato será determinado adicionando-se ao
alterados, respeitadas regras próprias. Para se alterar o prazo de entrega, dos documentos o prazo das letras ou dos
contrato de câmbio, utiliza-se formulário próprio, documentou de exportação e o período de trânsito, de até 30
padronizado pelo Banco Central, TIPO07. dias corridos, relativo a remessa dos documentos, e/ou à
Algumas alterações podem ser efetuadas através de recepção do aviso de pagamento ou de crédito o valor da
simples troca de correspondência entre banco e exportador. exportação, no exterior;
II - nas operações lastreadas em cartas de crédito
PRORROGAÇÃO DE CONTRATO (exportações à vista ou a prazo), o vencimento do prazo para
Os vencimentos nos contratos de câmbio podem ser a liquidação do contrato de câmbio não poderá exceder de 5
prorrogados, por consenso das partes, respeitada a dias úteis o vencimento do prazo previsto para a entrega dos
regulamentação vigente. A prorrogação é formalizada, documentos de embarque;
necessariamente através do SISBACEN, em instrumento III - nos contratos de câmbio celebrados para liquidação
próprio, o formulário TIPO 07. futura, relativos a exportações em que o ingresso da moeda
Vale lembrar que os contratos vencidos geram estrangeira deva ocorrer antecipadamente ao embarque da
custos adicionais para o exportador. Prorrogação do Prazo mercadoria o prazo para liquidação do contrato de câmbio
para Entrega de Documentos Em regra, pode ser prorrogado será de até - dias, contados da data da sua celebração.
desde que o prazo decorrido, mais o prazo que se prorroga, Decorrido esse prazo sem que se verifique a liquidação do
não exceda 360 dias, contados da data da contratação do contrato, deverá ser este cancelado ou baixado, no máximo até
câmbio. o 5o. dia útil subsequente ao vencimento do prazo de
A prorrogação enseja repactuação das liquidação (Com. GECAM 331, do BC).
condições negociadas e, portanto, merece especial atenção da
parte do exportador. Como o prazo para entrega dos b) Financeiras: Somente para entrega pronta:
documentos é estabelecido em função da previsão do - liquidação em 2 (dois) dias úteis (Rés. 120, z BC)
embarque da mercadoria, é necessário que o responsável pela - operações enquadradas na Rés. 63 e Comunicado
contratação do câmbio, no momento da pactuação com o
banco, esteja munido de informações que retratem a realidade Firce 10: liquidação em 3 dias úteis, contados a partir da
da empresa, em especial no tocante à programação de seus data em que as divisas tenham sido creditadas à conta do
embarques. Em tese, as prorrogações somente devem banco brasileiro autorizado a operar em câmbio (C. Circ.
acontecer quando motivadas por ocorrência fora do controle GECAM 151 do BC).
do exportador.
A prorrogação deve ser formalizada no prazo máximo de Não ocorrendo a liquidação do contrato de câmbio no
até 20 dias contados do referido "prazo para entrega", prazo avençado para tal fim, deverá ser prorrogado, cancelado
indicado no contrato de câmbio. ou baixado o contrato, no máximo, nos 30 dias seguintes ao
vencimento do prazo de liquidação, à exceção dos casos de
Do Prazo para Liquidação do Contrato prorroga cancelamento ou baixa que dependam prévia
É admitida a prorrogação do vencimento para a liquidação autorização do banco Central do Brasil hipótese em que o
do contrato de câmbio, desde que o prazo decorrido, somado prazo de 30 dias, indicado, prevalecerá para apresentação do
ao prazo que se prorroga, não ultrapasse 180 dias contados da correspondente pedido ao Banco Central.
data do embarque, mantido, adicionalmente, o período de
trânsito, de até 15dias. ALTERAÇÃO DO CONTRATO DE CAMBIO DE
Salvo exceções, a prorrogação está condicionada à EXPORTAÇÃO
obtenção de concordância do importador em pagar juros pelo Dos elementos constantes dos contratos de câmbio de
período que se pretende prorrogar. Cumulativamente, deve o exportação, não são suscetíveis de alteração as partes
exportador entregar novo saque ao banco, inclusive pelo valor intervenientes como comprador e vendedor, bem como os
dos juros. A prorrogação do prazo para a liquidação também relativos ao valor em moeda estrangeira, valor em moeda
ensejará repactuação das condições negociadas e deverá ser nacional, a taxa cambial aplicada e outras mercadorias para
formalizada no prazo máximo de até 30 dias do referido "prazo café.
para liquidação" pactuado no contrato de câmbio. Será
admitida a prorrogação do prazo para liquidação para prazos A alteração dos demais elementos integrantes dos
finais maiores que 180 dias contados do embarque quando a contratos de câmbio de exportação poderá ser efetuada, por
operação for realizada ao amparo de seguro de crédito à mútuo consenso das partes e desde que com anterioridade ao
exportação, da SBCE. Contumácia A prorrogação de contratos, respectivo embarque da mercadoria, independentemente de
tanto a relativa ao prazo para entrega de documentos, como a prévia autorização do Banco Central do Brasil, cumprindo
referente ao prazo para a liquidação, não deve se constituir em notar, todavia, em relação ao item MERCADORIA, que:
fato corriqueiro nas operações. Tal evento, além de resultar - será indispensável a observância, na alteração, quando
em ônus adicionais para o exportador, pode desgastá-lo for o caso, da exigência referente à exportação de produtos
cadastralmente na rede bancária. Pode, ainda, evidenciar uma

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sujeitos a prévio exame de preços e controle de quantidade Correlativamente na PRORROGAÇÃO ' tem-se que, em
pela CACEX; princípio, devem os, contratos de câmbio de exportação ser
- é vedada a alteração de outras mercadorias para café. cumpridos dentro dos prazos originalmente pactuados.
Deve-se considerar que as prorrogações, embora admitidas,
Assim, poderão, por mútuo consenso entre as partes, podem ocasionar problemas vinculados à posição de câmbio
durante. a vigência da operação de câmbio, ser introduzidas dos bancos no exterior. Isso porque os bancos, com a
alterações nos elementos que a compõem, admitindo finalidade de evitar saldo a descoberto, em contas mantidas
modificações, entre outras: com seus correspondentes no exterior, ao contratarem
- a moeda; operações de câmbio procuram conjugar os prazos de suas
- o vencimento, o prazo de entrega e o prazo das letras; compras futuras com os (Ias vendas a prazo).
- a modalidade de pagamento; É claro que havendo prorrogação da COMPRA, sem a
- a mercadoria; correspondente prorrogação da VENDA, disto resultará um
- a natureza da operação; desequilíbrio em sua posição original, sendo forçado o Banco
- as parcelas que compõem o preço (F.O.B., FRETE E a desembolsar a moeda vendida antes do recebimento da
SEGURO), sem alteração do valor; comprada e que, em havendo saldo a descoberto, obrigar-se-á
- o porto de embarque, o preço de registro e as cotas de a pagar juros sobre os saldos devedores até a Nata da
contribuição, etc. regularização.
Remetendo, aqui, o leitor, ao item "Posição de Câmbio dos
As alterações admitidas nos contratos de compra de Bancos", acima, exemplificamos:
exportação poderão ser efetuadas, por mútuo consenso das Se um banco com rã para entrega em 90 dias US$
partes e desde que com anterioridade ao respectivo embarque 800.000% e não vende essa posição no mesmo dia, obriga-se a
da mercadoria, independentemente de prévia autorização do repassar para o Banco Central o excesso, digamos, US$
Banco Central do Brasil. 300.000,00 repasse que poderá ser feito para entrega no
Eventuais modificações do valor da operação serão mesmo prazo, para tanto, firmando com aquela Autarquia um
formalizadas por novo instrumento, a saber: contrato de compra e venda e assumindo o compromisso de,
- alteração para maior: mediante complemento de compra naquele prazo, entregar a moeda estrangeira.
e venda, conforme o caso; Decorrido o prazo, se o vendedor da moeda estrangeira ao
- alterações para menor: mediante cancelamento parcial Banco não tiver realizado a entrega da mesma, ainda que o
da operação. banco mantenha internamente uma posição comprada no
limite superior permitido, na realidade sua conta de depósito,
Concretizam-se as alterações mediante preenchimento de junto ao banqueiro no exterior, estará a descoberto e sobre o
instrumentos apropriados, que devem ser assinados pelo saldo a descoberto de US$ 300.000,00 pagará juros ao
cliente e pelo Banco, cabendo, também, nos casos de operações banqueiro e terá mais o prejuízo da não aplicação no mercado
processadas em praça sede de Bolsas de Valores em funciona- da diferença de US$ 500.000,00 ' não devendo ser esquecido
mento, a interveniência e assinatura da firma ou sociedade que, além dos juros, experimenta, ainda, o banco, o ônus do
corretora, que tenha ou não participado da operação original. imposto de renda, num percentual que atinge a 33,34,, sobre o
Quanto às prorrogações dos prazos para entrega de valor dos juros pagos.
cambiais e/ou documentos de embarque e para liquidação de Por tal razão é que a Lei nº 1.807, de 7.01.53, artigo 2º, §2º.,
contratos, quando esta dilação, somada ao prazo inicial, "obriga o vendedor a indenizar o comprador dos ônus
ultrapassar os limites máximos admitidos livremente (v. item advindos do atraso na entrega das cambiais. A essa justíssima
PRAZOS, acima), dependem de prévia autorização do Banco indenização é que se denomina de BONIFICAÇÃO, que nada
Central do Brasil. mais é do que os juros devidos pelo vendedor em razão do
Se respeitados os limites do Banco Central, independem de atraso na entrega das cambiais.
autorização prévia.
Porém, quando o embarque da mercadoria, por razões LIQUIDAÇÃO DO CONTRATO DE CAMBIO DE
comprovadamente alheias à vontade do exportador, não EXPORTAÇÃO
puder se efetuar dentro do prazo máximo admitido, possível é,
por mútuo consenso, ser promovida a prorrogação do prazo A liquidação, do contrato de câmbio de exportação será, em
pelo estritamente necessário à efetivação do embarque e regra, efetuada contra o recebimento, pelo banco comprador
entrega dos documentos, independentemente de autorização do câmbio, do aviso de pagamento da exportação ou, se
do Banco Central (tolerância) desde que essa prorrogação não recebido antes, do respectivo aviso de crédito do valor em
exceda 30 (trinta) dias. moeda estrangeira em conta pelo mesmo mantida no exterior
Nas exportações, à vista ou a prazo, amparadas em cartas de
O vencimento de compras de exportação poderá ser crédito, acolhidas para negociação (pelo banco comprador do
prorrogado nos seguintes casos: câmbio), o contrato de câmbio deverá ser liquidado quando do
recebimento, pelo banco comprador do câmbio, dos docu-
- antes da entrega das letras e/ou documentos (desde que mentos comprobatórios da exportação, desde que não
haja dilação do prazo da entrega, ou do prazo das letras, ou de apresentem qualquer discrepância quanto às condições
ambos simultaneamente); estabelecidas na carta de crédito, Em se verificando qualquer
discrepância nos documentos, não regularizada previamente à
- após a entrega das letras e/ou documentos (desde que sua remessa para o exterior, a liquidação do contrato de
haja dilação do prazo para pagamento das cambiais) câmbio somente poderá ser efetuada mediante o recebimento,
pelo banco comprador de câmbio, do aviso do banqueiro
As prorrogações de compras de exportação se farão instituidor do crédito, dando conformidade aos documentos
mediante preenchimento e instrumento próprio, o qual deverá ou informando o pagamento da exportação.
ser assinado pelo cliente, pelo banco negociador do câmbio e, Em se verificando o desconto no exterior, sem direito de
nos casos de operações processadas em praça-sede de Bolsas regresso, de cambial de exportação, deverá ser o
de valores em funcionamento, por firma ou sociedade correspondente contrato de câmbio imediatamente liquidado.
corretora. O contrato de câmbio de exportação poderá ser também
liquidado mediante a entrega, ao banco comprador de câmbio,

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de letras de exportação avalizadas ou garantidas por promover o acerto de contas (semelhante ao cancelamento).
banqueiro de 1ª ordem, no exterior. Faz-se uma Alteração de Contrato de Câmbio, transferindo-o
A liquidação do contrato de câmbio de exportação ainda, para a Posição Especial (uma espécie de UTI de contratos).
verificar-se contra o recebimento pelo banco comprador do Nesta situação, o contrato pode permanecer por prazo
câmbio, da moeda estrangeira, entregue em espécie ou em limitado e sua utilização é proibida para alguns casos.
"traveller's checks", nos casos especiais, objeto de A Posição Especial tem caráter excepcional e deve ser
regulamentação especifica do Banco Central do Brasil, em que utilizada com parcimônia, somente naqueles casos em que não
tal procedimento sei a admitido. caiba outra solução. Vale lembrar que a sua utilização
Portanto, em síntese, são de liquidação imediata (dentro indevida, bem como o não cumprimento de prazos acarreta
de 2 dias úteis de seu fechamento) as compras e vendas de sua reversão automática, por determinação do Banco Central.
câmbio financeiras, sendo que as compras de exportação de
mercadorias (inclusive parcela de frete e seguro ligadas às CONTRATOS VENCIDOS – PENALIDADES
mesmas) serão liquidadas, como norma geral, nas seguintes
ocasiões: O exportador deve envidar esforços no sentido de evitar
- quando do pagamento antecipado; que um contrato de câmbio permaneça vencido, pois, além de
- quando do recebimento da moeda estrangeira em espécie, refletir negativamente em relação ao banco, sobre eles
inclusive "travellers checks" (casos especiais definidos em re- recairão, conforme o caso, ônus adicionais pelo período que
gulamentação especifica); estiver vencido, tais como:
- quando do recebimento/remessa dos documentos - imposto de renda sobre linhas externas, que poderá ser
(cambiais à vista, baseadas em cartas de crédito sem repassado ao exportador;
discrepância, ao amparo de linhas de crédito concedidas a - custo do depósito compulsório de 30% recolhido pelo
agencias e banqueiros no exterior, bem como cursados dentro banco ao Banco Central.
dos Convênios de Créditos Recíprocos e Convênios Bilaterais TIPOS DE TAXAS CAMBIAIS
de Pagamentos); Ao examinarmos o funcionamento do mercado cambial,
- quando do vencimento da cambial (cambiais a prazo, com fizemos menção a dois tipos de taxas de compra e de venda.
aval bancário, dentro dos Convênios de Créditos Recíprocos; Todavia, outros tipos de taxas existem, conforme
- quando do recebimento do aviso e crédito de banqueiro verificaremos a seguir.
de 1' ordem (símbolo 13) - (nas exportações refinanciadas
pela CACE); Taxa de Repasse e Taxa de Cobertura
- quando do recebimento do aviso de liquidação da
respectiva documentação no exterior (nos demais casos). Taxa de repasse é aquela pela qual o Banco Central do
Brasil adquire a moeda estrangeirados bancos comerciais.
CANCELAMENTO DO CONTRATO
Taxa de cobertura é aquela pela qual o Banco Central do
Os contratos de câmbio, por consenso das partes, podem Brasil vende moeda estrangeira aos bancos comerciais.
ser cancelados em até:
- 20 dias, contados do vencimento para entrega dos Taxas Cruzadas (Cross-Rates)
documentos, nos casos em que a mercadoria não tenha sido
embarcada; Taxas cruzadas vêm a ser as taxas teóricas resultantes da
- 30 dias, contados do vencimento para a liquidação, comparação das respectivas cotações de duas moedas,
quando já tiver ocorrido o embarque da mercadoria. cotações essas expressas em uma terceira moeda (o dólar
O cancelamento será formalizado em instrumento próprio, americano, por exemplo).
através do SISBACEN. Digamos que, no mercado cambial norte-americano, o
franco suíço esteja cotado a US$0,231, enquanto o marco
Antes do Embarque - Letras a Entregar alemão está cotado a US$ 0,275. Dividindo-se esses valores,
O exportador deverá promover o acerto de contas com o um pelo outro, vamos obter as seguintes taxas cruzadas.
banco, devolvendo o ACC (se houver), pagando os juros, a
diferença de taxa cambial, se houver (correção do capital) e - franco suíço/marco: Sw. Fr. 1,00 = DM 0,84
outras despesas da operação. O cancelamento de contrato de
câmbio, sem que tenha o corrido o embarque da mercadoria, - marco/franco suíço: DM 1,00 = Sw. Fr. 1,19
gera penalidades para o exportador, tais como o pagamento de Quando as transações cambiais são livres, essas taxas
IOF (quando houver ACC) e ENCARGO FINANCEIRO (multa). cruzadas não deverão diferir sensivelmente da cotação do
franco suíço em Frankfurt ou da cotação do marco alemão em
Após o Embarque - Letras Entregues Zurich.
Salvo exceções, o cancelamento de contrato de câmbio com
mercadoria já embarcada está condicionado à comprovação, Taxas Livres e Taxas Oficiais
pelo exportador, da inadimplência do importador. Para tanto,
o exportador deve provar ter iniciado ação judicial de Taxas livres são aquelas provenientes das condições de
cobrança contra o importador. oferta e procura de divisas em um mercado livre de câmbio,
Cumprida tal exigência, o exportador deve fazer o acerto admitindo-se, contudo, a possibilidade de uma intervenção
de contas com o banco (devolver o ACE, se houver, pagar a das autoridades monetárias, mediante operações de compra e
diferença de taxa cambial, o deságio e outras despesas). O venda de divisas, com o objetivo de evitar variações excessivas
cancelamento, em qualquer das hipótese, rompe as relações das taxas.
entre banco e exportador.
Taxas oficiais são as determinadas pelas autoridades
POSIÇÃO ESPECIAL monetárias, não resultando, assim, do livre entrechoque das
condições de oferta e procura, embora estas possam, em
Nos casos em que a mercadoria já tenha sido embarcada e grande parte, influenciar o pensamento das autoridades
que o cancelamento não seja possível por falta de pré- monetárias na determinação do nível das taxas oficiais.
requisitos para a sua formalização, exportador e banco podem

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Taxas Prontas e Taxas Futuras A Fórmula de Correção da Taxa Cambial

Taxas prontas são aquelas aplicadas em operações de Diz Cassel que, "quando duas moedas são submetidas a um
compra e venda de moeda estrangeira, onde ela é entregue processo de inflação, o tipo de câmbio normal é igual ao tipo
dentro do razão de até dois dias úteis, contados da ata da antigo, multiplicado pelo quociente do grau de inflação em
negociação. cada país".

Taxas futuras referem-se a transações de compra e venda Essa afirmativa pode ser consubstanciada na fórmula
de moeda estrangeira, onde a entrega dessa moeda e o seu seguinte:
pagamento somente ocorrerão após o período de tempo
concordado entre as partes. Ta,b = t0 Pn .
Pn
Taxas Fixas e Taxas Variáveis
onde:
Taxas fixas são aquelas mantidas invariáveis em um
determinado nível, seja por determinação governamental T0 = taxa cambial em um período de base;
(congelamento da taxa), seja por operações de compra e venda
de divisas por parte das autoridades governamentais sempre a = unidade monetária do país I (país que dá o certo);
que as cotações de mercado se desviarem das taxas
determinadas pelo governo. A taxa fixa poderá coincidir ou b = unidade monetária do país II (país que dá o incerto);
não com o par metálico. Uma pequena variante das taxas fixas
seria a taxa estável, onde é permitida às taxas de câmbio uma PII = nível geral de preços do país II;
certa variação, dentro de pequenos limites.
As autoridades monetárias não intervêm no mercado, a PI = nível geral de preços do país I;
não ser quando é atingido o limite mínimo ou máximo.
Ta,b = valor da moeda "a" em termos da moeda "b".
As taxas variáveis, como o próprio nome está dizendo,
são aquelas que variam. Podem ser flexíveis, quando as Exemplos:
paridades monetárias são reajustadas gradualmente, dentro
de pequenos intervalos de tempo. E o sistema denominado 1. consideremos dois países, digamos, Estados Unidos e
crawlingpeg. Existe, também, uma outra taxa variável, que é Inglaterra. Em uma época qualquer, que será tomada como o
conhecida por taxa flutuante. Neste caso, não existem período de base, o nível geral dos preços nos dois países será
paridades monetárias e as taxas cambiais flutuam livremente, igual a 100; a taxa cambial no mercado americano seria,
embora possam estar sujeitas a sofrer intervenções a parte das digamos, a seguinte:
autoridades monetárias, em caso de autuações exageradas.
Não é possível dizer-se qual dos dois sistemas taxas fixas 2. £ = US$ 2,00. Suponhamos, agora, que em um período
ou taxas variáveis) apresenta maiores vantagens ou seguinte, o nível geral de preços "os Estados Unidos eleve-se
desvantagens. Os economistas que se têm dedicado à matéria para enquanto na Inglaterra continua fixado em 100. Qual
divergem bastante nesse ponto, não havendo, pois, um deveria ser o novo valor da libra esterlina no mercado
consenso geral. A verdade é que ambos os sistemas americano, segundo as ideias de Cassel?
apresentam méritos e deficiências, devendo ser aplicados Aplicando-se a fórmula, teremos:
conforme a situação econômica de cada país.
T£, US$ = US$ 2,00 x 200 = US$ 4,00
Níveis de Preços e Taxas Cambiais 100

O desaparecimento do padrão-ouro e as distorções Portanto, o novo valor da libra esterlina no mercado


provocadas pela inflação na maioria dos países após a 1ª americano seria igual a US$ 4,00;
Guerra Mundial, destruíram completamente o sistema de
paridades estáveis entre as várias moedas, sistema que vinha 2) suponhamos agora que o nível geral de preços nos
funcionando até então. Estados Unidos seja igual a 200, enquanto na Inglaterra
Uma vez terminado o conflito, surgiu a preocupação, entre diminua para 50. Considerando-se a mesma taxa cambial do
os diversos países, do estabelecimento de novos tipos de período de base e aplicando a fórmula, teremos:
câmbio, uma vez que os anteriores haviam perdido o seu
significado. T£, US$ = US$ 2,00 x 200 = US$ 8,00
Em 1919, um economista sueco, Gustav Cassel, procura 50
determinar os níveis em que se deveriam fixar as novas
paridades, desenvolvendo uma nova teoria, que recebeu o Portanto, o novo valor da £ seria igual a US$ 8,00.
nome de Teoria da Paridade do Poder de Compra. Com essa
Teoria, procurou ele demonstrar que a política comercial e Aspectos Negativos da Teoria
monetária internas exercem influência sobre a taxa cambial,
pensamento esse contrário ao que vigorava na época, de que As críticas sofridas pela Teoria da Paridade do Poder de
os fenômenos cambiais eram diversos cios fenômenos Compra podem ser agrupadas em dois itens:
monetários e creditícios internos.
Sendo o valor da moeda representado pelo seu poder a) críticas quanto à possibilidade de aplicação da formula
aquisitivo; a compra de moeda estrangeira nada mais seria, de correção;
então, do que a troca de poder aquisitivo nacional por poder
aquisitivo estrangeiro. b) críticas quanto à validade científica da teoria.
Desse modo, o novo tipo de câmbio deve refletir as
modificações relativas dos preços em dois países No tocante à possibilidade de aplicação da fórmula, vários
considerados. autores referem-se às dificuldades na escolha do índice que

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deveria representar o nível geral de preços, porquanto vários passado, sem resultado, conter essa elevação, mediante
são os índices existentes (preços no atacado, varejo, custo de congelamento das taxas.
vida, de mercadorias destinadas ao comércio exterior etc.). O Pelo exposto, podemos concluir que a Teoria de Cassel é
cálculo desses índices, por sua vez, não obstante os progressos válida, dentro de certas limitações, evidentemente, devendo,
da Estatística Econômica, ainda está sujeito a falhas e critérios porém, a sua fórmula de correção ser considerada apenas
de ponderação diversos. como guia para a determinação dos tipos de câmbio,
Isso significa dizer que não se possui uma medida segura porquanto, embora no caso de inflação constante a tendência
do poder aquisitivo de uma moeda no próprio país, fato que da taxa cambial seja de elevação, ela não ocorre de maneira
poderá provocar serias distorções quando quisermos contínua, estando sujeita a variações sazonais, ou seja, a altos
proceder a comparações entre índices de países diferentes. e baixos, de acordo com o esquema seguinte:
No que se refere à validade científica da teoria, uma das
principais críticas é a de que ela considera apenas os níveis
gerais e preços, desprezando outros elementos que afetam o
volume da procura, tais como: rendimentos, motivos
psicológicos etc.
Há possibilidade de variações do volume de produção em
um e outro pais sem que ocorram alterações de preços. Por
exemplo: se no período considerado, a expansão da atividade
econômica em um dos países for sensivelmente maior do que
em outro, em relação ao ano de base o incremento de
importação no primeiro país e de exportação no segundo país
pode afetar a taxa cambial entre as duas moedas, sem afetar o
nível de preços no país cujo volume de produção e de emprego
crescem.
Motivos psicológicos, tais como instabilidade política,
ameaça de revoltas, maior ou menor confiança na política
econômico-financeira do governo podem provocar aumento
na procura de moeda estrangeira, o que implicará aumento na
taxa cambial, sem necessidade obrigatória de influência sobre
o nível geral de preços.
Desvalorizações Cambiais e Balança Comercial
Outra crítica é a de que a teoria de Cassel está baseada na
ideia, excessivamente simplificada, de que o comércio
As desvalorizações cambiais têm sido utilizadas por vários
internacional e a única fonte de pagamentos internacionais.
países, em épocas diversas, como uma tentativa de corrigir
Isso significaria reduzir-se a balança de pagamentos a uma
déficits em suas balanças comerciais
balança comercial, sem levar-se em consideração os
movimentos de capitais, os quais influem sobre a taxa cambial.
Consideremos que o valor do dólar norte-americano seja
Uma entrada de capitais, por exemplo, aumenta a oferta de
de R$ 1.000,00. Chamemos de "A" ao conjunto de mercadorias
divisas estrangeiras e contribui para diminuir a taxa cambial.
que são importadas pelo Brasil do restante o mundo e "B" ao
Finalmente, a última crítica é a de que a Teoria revela-se
conjunto de mercadorias que exportamos para os diversos paí-
completamente inútil em situações onde ocorram controles de
ses.
câmbio.
Admitamos que todas essas transações sejam conduzidas
Aspectos Positivos da Teoria
unicamente em dólares norte-americanos (que é o que pratica-
mente ocorre na realidade).
Todavia, deve ser levado em conta que a Teoria da
Paridade do Poder de Compra foi desenvolvida logo após a 1ª
Finalmente, suponhamos, ainda, que o rego, tanto de uma
Grande Guerra, quando as altas de preços foram consideráveis
unidade de "A" como "B", seja igual a US$ 1,00
e as principais responsáveis pela instabilidade monetária
internacional.
Teríamos, então:
Aliás, é interessante mencionar que, não obstante as
US$ R$
críticas apontadas, inúmeros economistas são concordes em
preço de A.........................1,00 1.000,00
afirmar que as variações dos níveis de preços constituem o
preço de B ........................1,00 1.000,00
fator mais importante na determinação da taxa cambial. Em
casos de inflação generalizada, pode-se comprovar a vã idade
Vamos supor agora, que o governo ceda a uma
das ideias de Cassel. Assim, se os preços internos elevarem-se
desvalorização cambial (ou seja, desvalorize o real em relação
em virtude da inflação e se a taxa cambial permanecer
ao dólar). Com isso o valor do dólar se elevará em, digamos,
congelada, chegará um momento em que as exportações não
50%.
mais poderão realizar-se, em virtude dos preços insuficientes
em moeda nacional, e as indústrias nacionais não poderão
A nova situação será a seguinte:
sobreviver, face à concorrência do produto estrangeiro.
Um exemplo típico da validade das ideias de Cassel nos é
US$ R$
dado pela situação brasileira. Por ocasião da entrada do Brasil
preço de A.........................1,00 1.500,00
para o Fundo Monetário Internacional, em 1948, a paridade do
preço de B ........................1,00 1.500,00
cruzeiro em relação ao dólar era de Cr$ 18,50 (cruzeiros
antigos) por dólar. Ora, sendo o grau de inflação no Brasil
Observa-se que as importações custarão mais reais para o
infinitamente maior do que nos Estados Unidos, é fácil
importador brasileiro e que, por outro lado, os exportadores
perceber-se que o preço do dólar teria, forçosamente, de
brasileiros receberão mais cruzeiros reais pelas suas
acompanhar a elevação dos preços em geral em nosso país,
exportações. Isto poderá levar os exportadores a diminuir o
muito embora as autoridades monetárias procurassem, no
preço de seus produtos em dólares, com o objetivo de exportar
maiores quantidades.

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APOSTILAS OPÇÃO

Em princípio, tal situação poderá provocar uma Sua receita cambial será, portanto, de US$ 1 milhão.
diminuição das importações e um aumento das exportações, Consideremos, agora, que tenha havido uma
contribuindo para a melhora da balança comercial. maxidesvalorização cambial. A empresa receberá mais reais
Na realidade, porém, esse resultado dependerá de como as por seus dólares de exportação. Ela resolve, então, diminuir o
procuras de exportáveis e importáveis reagirão às variações preço em dólares, com o objetivo de vender maiores
de preços. Poderá ocorrer que uma desvalorização agrave quantidades. Admitamos que o preço seja reduzido para US$
ainda mais o déficit da balança comercial, conforme veremos. 700 e, com isso, a empresa consiga colocar 1.200 unidades. Sua
Suponhamos que os preços (em dólares) dos exportáveis receita cambial será de US$ 840 mil, inferior, portanto, àquela
diminuam. Como já dissemos, as quantidades exportadas percebida quando o preço de seu produto era mais elevado.
poderão aumentar. Porém, a menos que a variação da receita O mesmo poderão ocorrer com os produtos das demais
cambial resultante do aumento das quantidades exportadas empresas exportadoras, provocando redução da receita
seja igual ou maior do que a variação negativa representada cambial do país. Como resultado desse efeito combinado,
pela diminuição dos preços dos exportáveis, a receita cambial iremos ter um agravamento da balança comercial.
decrescerá este caso, os dispêndios com divisas na importação Várias outras situações poderão ser consideradas,
terão de diminuir substancialmente para compensar a combinando-se diferentes tipos de elasticidade para as
diminuição da receita de divisas provenientes da exportação. exportações e para as importações

A Elasticidade-Preço REMESSAS

As variações nas quantidades exportadas e importadas De Remessa ao Exterior dos Documentos Referentes à
dependem de uma série de fatores. Exportação
Um deles, talvez o mais importante, vem a ser a chamada A remessa ao exterior, de documentos de exportação, será
elastícidade-preço da procura de exportáveis ou importáveis. processada, em regra, através de banco que tenha contratado
Em poucas palavras, vem a ser a resposta da procura a uma câmbio correspondente à exportação, observado que os
variação no preço dos produtos. documentos deverão ser encaminhados ao exterior no menor
Há várias maneiras, algumas mais sofisticadas, outras prazo possível, depois de devidamente examinados e
menos, de se calcular a elasticidade-preço. O que importa, conferidos pelo banco remetente, atentando-se sempre para a
porém, para o leitor, é entender o seu funcionamento. conveniência da sua recepção, pelo banqueiro no exterior,
Consideremos que o preço de um produto aumente (ou antes da cada da mercadoria.
diminua), digamos, 10%. Se as quantidades procuradas A remessa ao exterior dos documentos referentes à
diminuírem (ou aumentarem) em 10%, diremos que a procura exportação poderá, também, ser efetuada diretamente pelo
possui elasticidade unítária. exportador, nos casos em que - inexistindo de tal
Se as quantidades procuradas diminuírem (ou procedimento qualquer inconveniente para o normal
aumentarem) em mais de 10%, diz-se que a procura é elástica. pagamento da exportação no exterior - seja essa forma
Se, porém, as quantidades procuradas diminuírem (ou convencionada entre as partes. Será indispensável, porém, que
aumentarem) em menos de 10%, a procura diz-se inelástica. de tal fato se faça constar cláusula expressa no contrato de
Vejamos como as elasticidades influem sobre as câmbio.
importações. Se a procura de importáveis for elástica, então as
quantidades importadas se reduzirão em proporção maior do SISCOMEX - SISTEMA INTEGRADO DE COMÉRCIO
que o aumento nos preços e reais), o que significará que o EXTERIOR
dispêndio total em dólares diminuirá.
Examinemos agora o que ocorre com as exportações. Uma O Sistema Integrado de Comércio Exterior, criado pelo
desvalorização cambial permitirá ao exportador brasileiro, Decreto n° 660, de 25 de setembro de 1992, é o sistema
como já vimos, receber mais reais por suas exportações. Isto informatizado que integra as atividades de registro,
permitirá aos nossos exportadores reduzir os preços em acompanhamento e controle de comércio exterior, realizadas
dólares, sem sacrificar suas receitas em termos de reais. Se a pela Secretaria de Comércio Exterior (SECEX) do Ministério do
procura estrangeira por nossos produtos for elástica, o Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), pela
aumento da quantidade procurada mais do que compensará o Secretaria da Receita Federal (SRF) e pelo Banco Central do
menor preço em dólares por unidade exportada, de modo que Brasil (BACEN), órgãos "gestores" do sistema. Participam
a receita em dólares aumentará. ainda do SISCOMEX, como órgãos "anuentes", no caso de
Combinando-se o novo dispêndio em divisas destinadas à algumas operações específicas, o Ministério das Relações
importação com o aumento da receita de divisas provenientes Exteriores, o Ministério da Defesa, o Ministério da Agricultura
do aumento da exportação, o resultado será um saldo e do Abastecimento, o Ministério da Saúde, o Departamento da
favorável. Polícia Federal, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Porém, o que acontecerá se as elasticidade-preço para a Recursos Naturais Renováveis - IBAMA, e outros.
procura de exportáveis e importáveis forem baixas, isto e, se Por intermédio do SISCOMEX, as operações de exportação
as procuras forem inelásticas? são registradas e, em seguida, analisadas "on line" pelos órgãos
Na importação, a quantidade poderá diminuir, porém, em "gestores" do sistema (SECEX, SFR e BACEN). As empresas
proporção bem menor do que o aumento ocorrido nos preços exportadoras podem ter acesso ao SISCOMEX diretamente, a
(em reais) desses produtos. Para complicar mais a situação, partir de seu próprio estabelecimento, desde que disponham
poderá ocorrer, no caso de produtos essenciais, que a procura dos necessários equipamentos e condições de acesso, ou por
nem diminua, apesar do aumento de preços. No lado das meio de:
exportações, a situação será pior ainda. A procura de nossos a) despachantes aduaneiros;
produtos poderá aumentar, porém, numa proporção menor do b) rede de computadores colocada à disposição dos
que a queda ocorrida nos preços: Resultado, a receita de usuários pela Secretaria da Receita Federal (salas de
exportação diminuirá. Um pequeno exemplo numérico contribuintes);
permitirá melhor compreensão do assunto. c) corretoras de câmbio;
Suponhamos que, ao preço de US$ 1.000, uma empresa d) agências bancárias que realizem operações de câmbio;
exporte 1.000 unidades de uma mercadoria. e
e) outras entidades habilitadas.

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Foi incorporado ao SISCOMEX, no início de novembro de modalidade de pagamento mais utilizada no comércio
2001, o módulo de funcionamento do Drawback Eletrônico. O internacional.
Regime de Drawback, criado pelo Decreto-lei 37/66, é a c) Documentos necessários para a circulação da
desoneração de impostos na importação vinculada a um mercadoria no país de origem: Romaneio de embarque; Nota
compromisso de exportação. fiscal; Certificados adicionais, quando necessários.
A Secretaria de Comércio Exterior concebeu a nova d) Documentos necessários para o embarque ao exterior:
sistemática informatizada para controle dessas operações Romaneio de embarque; Nota fiscal; Registro de exportação;
denominadas Sistema Drawback Eletrônico, a fim de permitir Certificados; Conhecimento de embarque (emitido após o
o controle ágil e simplificado daquelas operações. embarque).
e) O embarque aéreo ou marítimo da mercadoria é
Registros Emitidos pelo Siscomex efetuado por agentes aduaneiros, mediante o pagamento de
taxa de capatazia. O embarque rodoviário é efetuado no
Na Exportação próprio estabelecimento do produtor ou em local pré-
1. R. E. Registro de Exportação estabelecido pelo importador
2. R. V. Registro de Venda
3. R. O. C. Registro de Operação de Crédito Roteiro para Importação
4. S. D. Solicitação de Despacho 1. Negociação.
5. C. E. Comprovante de Exportação 2. Credenciamento do importador na Secex.
3. Credenciamento do importador na Receita Federal.
Na Importação 4. Verificar se a mercadoria necessita de Certificado
1. L. I. Licença de Importação de Origem ou algum documento especial.
2. Extrato de L. I. 5. Solicitar ao exportador no exterior uma fatura pró-
3. D. I. Declaração de Importação forma.
4. Extrato de D. I. 6. Verificar se a mercadoria tem licenciamento automático
5. C. I. Comprovante de Importação no SISCOMEX.
6. R. O. F. Registro de Operação Financeira. 7. Classificar a mercadoria.
8. Solicitar no SISCOMEX a Licença para Importação,
Roteiro para Exportação através do Registro de Importação.
1. Identificar mercados. 9. Efetuar o pagamento de todos os impostos devidos,
2. Selecionar um canal para a exportação. bem como dos demais valores exigidos.
3. Negociação com o importador no exterior: identificar o 10. Após a obtenção da Licença de Importação, autorizar o
importador, fornecer informações sobre quantidade embarque da mercadoria no exterior e providenciar a emissão
disponível, aspectos técnicos, condições de venda, prazo de do seu seguro provisório.
entrega e preço unitário da mercadoria. 11. Negociação e remessa dos documentos por parte do
4. A empresa deve fazer uma análise dos preços praticados Banco no exterior para o Banco no Brasil.
no país, diferenças cambiais, nível de demanda, sazonalidades, 12. O Banco no Brasil notifica o importador da chegada da
embalagens, exigências técnicas e sanitárias, custo de documentação.
transporte e outras informações que possam ajudar na tomada 13. O importador efetiva ou confirma o pagamento,
de decisão sobre a realização da operação. conforme estabelecido em contrato.
5. Verificar se a mercadoria necessita de Certificado 14. O importador retira os documentos.
de Origem ou algum outro certificado adicional. 15. Com a chegada da mercadoria, providenciar o seu
6. Após o fechamento do negócio, enviar uma fatura pró- despacho aduaneiro no SISCOMEX
forma, na qual devem constar informações sobre o importador
e o exportador, descrição da mercadoria, peso líquido e bruto, Observações:
quantidade e preço unitário e total, condição de venda e a) Toda mercadoria ingressada no país, importada a título
modalidade de pagamento, meio de transporte e tipo de definitivo ou não, está sujeita ao despacho aduaneiro de
embalagem. importação, processado por meio do Sistema Integrado de
7. Confirmação da Carta de Crédito, se esta for a Comércio Exterior - SISCOMEX.
modalidade de pagamento escolhida. b) Documentos necessários para o registro da Declaração
8. Providenciar a emissão dos documentos de exportação de Importação: Fatura, BL - conhecimento de carga,
ou embarque. c) O pagamento dos impostos incidentes na importação,
9. Negociar com a instituição financeira autorizada o assim como dos demais valores exigidos em decorrência da
pagamento em reais ou a conversão da moeda estrangeira aplicação de direito antidumping, compensatórios ou de
recebida pela aquisição das mercadorias exportadas - contrato salvaguardas deverá ser efetuado previamente ao registro da
de câmbio. Declaração de Importação, por meio de Documento de
10. Embarque da mercadoria e despacho aduaneiro. Arrecadação Federal - DARF, independentemente da
11. Preparação dos documentos pós-embarque: fiscalização aduaneira, em qualquer agência dos bancos
documentos para negociação junto ao banco e documentos autorizados a arrecadar receitas federais.
contábeis. d) A Declaração de Importação será registrada pelo
12. Apresentação dos documentos ao Banco do SISCOMEX, por solicitação do importador, mediante a sua
importador. numeração automática única, sequencial e nacional, reiniciada
13. Liquidação do câmbio a cada ano
e) O registro da Declaração de Importação caracteriza o
Observações: início do despacho aduaneiro de importação.
a) Se a exportação não for direta, a empresa poderá utilizar f)O registro da Declaração de Importação somente será
consórcios de exportação, tradings companies, agentes efetivado: Se verificada a regularidade da situação cadastral do
de comércio exterior, empresas comerciais exportadoras, etc. importador; Após o licenciamento da operação de importação
b) Embora haja outras formas de pagamento, o grau de e a verificação do atendimento às normas cambiais, conforme
segurança oferecido pela Carta de Crédito, torna-a a estabelecido pelos órgãos competentes; Após a chegada da
carga, exceto na modalidade de despacho antecipado; Após o

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recolhimento dos impostos e outros direitos incidentes sobre Outras Definições sobre Contrato de Câmbio e
a importação, se for o caso; Se não for constatada qualquer Financiamentos à Exportação e à Importação.
irregularidade impeditiva do registro (omissão de dado
obrigatório ou o seu fornecimento com erro, bem como DEFINIÇÃO
impossibilidade legal absoluta). Define-se o Contrato de Câmbio como instrumento
g) Despacho Antecipado: Para mercadoria transportada a especial firmado entre o vendedor e o comprador de moedas
granel, cuja descarga se realize para terminais de oleodutos, estrangeiras, no qual se mencionam as características
silos ou depósitos próprios, ou ainda, para veículos completas das operações de câmbio e as condições sob as
apropriados; Para mercadoria inflamável, corrosiva, quais se realizam.
radioativa ou que apresente característica de periculosidade; Na técnica bancária, o ajuste que se firma para a aquisição
Para plantas e animais vivos, frutas e outros produtos de dinheiro estrangeiro ou para a venda dele, diz-se mais
facilmente perecíveis ou suscetíveis de danos causados por propriamente OPERAÇÃO DE CAMBIO, aliás, o objetivo que se
agentes exteriores; Para papel para a impressão de livros, efetiva pelo contrato.
jornais e periódicos; Podemos dizer, pois, que o Contrato de Câmbio é um
h) Órgão de administração pública, direta ou indireta, instrumento especial através do qual se formalizam as
federal, estadual ou municipal, inclusive autarquias, empresas transações em moedas estrangeiras.
públicas, sociedades de economia mista e fundações públicas;
Para mercadoria transportada por via terrestre, fluvial ou PREENCHIMENTO
lacustre; Também em outras situações ou para outros Existe um "Manual de Preenchimento e Utilização de
produtos, conforme o estabelecido em normas específicas ou Formulários de Contratos de Câmbio (ENOC) ", mas, conforme
mediante prévia autorização do chefe da unidade de despacho, Previsto na letra "f", do item 2, do referido Manual, em se
em casos justificados. apresentando dúvidas deverá o preenchimento do contrato de
i) Efetivado o registro da Declaração de Importação, o câmbio ser feito sob a orientação do Setor de Controle Cambial
SISCOMEX emitirá, a pedido do importador, o extrato da Praça. (C. Circ. GECAM 312, do BC).
correspondente, em duas vias (a 1ª para a unidade da Receita Apesar da obrigação normal do corretor em auxiliar no
Federal e a 2ª para o importador). preenchimento do Contrato, é oportuno que o exportador
disponha de um roteiro, a fim de minimizar a perda de tempo.
BNCES - Instrução da Declaração: Embora, na prática, não se dê a importância devida, o
a) Via original da Fatura Comercial; preenchimento incorreto dos formulários poderá ocasionar
b) Via original do Conhecimento de Carga ou documento seja determinada a exclusão do contrato da posição cambial do
equivalente; estabelecimento, sem prejuízo das sanções legais
c) DARF que comprove o recolhimento dos impostos e eventualmente cabíveis.
valores devidos; Face ao disposto no art. 23, da Lei 4.131, de 3.9.62, é de se
d) Outros documentos, exigidos em decorrência de ressaltar a absoluta importância da colaboração da rede
Acordos Internacionais ou de legislação específica. bancária autorizada a operar em câmbio e das sociedades
corretores de câmbio, no sentido do adequado emprego dos
Nota: Controle da entrada de moeda estrangeira em formulários de contrato e do completo e correto
“território nacional”, o contrato de câmbio terá, sempre, o preenchimento de todos os seus campos.
valor em moeda estrangeira e seu correspondente em moeda Aliás, os formulários de contrato de câmbio adotados em
nacional, obtido através do cálculo em função da taxa de obediência à Instrução nº 260, de 23.12.63, da extinta SUMOC,
câmbio. O exportador deve ter muita atenção ao contratar o contêm declaração de que os contratantes têm pleno
câmbio, pois após a contratação não poderá mais ser alterado conhecimento do artigo 23, da Lei 4.131, de 03.09.62,
o exportador e a taxa de câmbio. As operações de exportação, declaração assinada pelo cliente do banco e visada por este.
sob o aspecto cambial, podem ser efetuadas:
- Sem cobertura cambial - não há envio de divisas para A formalização das operações de câmbio, a partir de 10 de
pagamento da mercadoria. janeiro de 1977 (contratação, alteração, cancelamento ou
- Com cobertura cambial - existe o envio de divisas como baixa) passou a ser promovida com utilização, exclusivamente,
pagamento da mercadoria negociada. Todas as exportações dos formulários de contratos correspondentes aos modelos BC
com cobertura cambial devem estar vinculadas, no SISCOMEX, 0203408 (TIPO 01), BC 0203416 (TIPO 02), BC 0203424
a um contrato de câmbio. (TIPO 03), BC 02032 (TIPO 04), BC 0203440 (TIPO 05), BC
203459 (TIPO 06), BC 0203467 (TIPO 07) BC 0203475 (TIPO
A contratação ou fechamento do câmbio é uma fase muito 08), BC 0263483 (TIPO 09) e BC 0203491 (TIPO 10), insti-
importante no processo de exportação, pois é nesse momento tuídos pelo Comunicado GECAM nº 333, de 1.11.76 (V. Circular
que ocorrerá a venda para o banco, por parte do exportador, GECAM 312).
da moeda estrangeira resultante da operação de exportação.
As operações de câmbio referentes à exportação podem ser De grande importância para a espécie, é o conhecimento
fechadas antes do embarque ou após o embarque. do texto integral da Lei 4.131, de 03.09.62, supra citada, que
- Antes do embarque, sob a modalidade Pagamento "Disciplina a aplicação do capital estrangeiro e as remessas de
Antecipado da exportação. valores para o exterior, especialmente no que trata das
- Após o embarque, sob as demais modalidades de "Disposições Cambiais", donde destacamos o disposto no art.
pagamento (Remessa sem Saque, Cobrança Documentária e 23 e seus parágrafos.
Carta de Crédito)
- fechamento do câmbio antes ou após o embarque, CONTRATAÇÃO DE CAMBIO DE EXPORTAÇÃO
envolve a análise de alguns fatores econômicos tais como: taxa
de juros nacional e internacional e políticas cambiais vigentes. Em nosso País não é permitido o manuseio das divisas
resultantes das operações comerciais com o exterior. Assim,
sempre que se realiza uma exportação, deve-se ter, com
antecedência, contratada a venda das moedas estrangeiras.
Isso se faz obrigatoriamente através de um corretor
devidamente autorizado, que, intervindo na operação, a

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confirmara e responderá, perante o Banco negociador, pela Subordina-se a visto ou autorização prévia do Banco
legitimidade do cliente e abonará a sua firma. Central do Brasil a contratação de câmbio referente, entre
Assim, o câmbio de exportação deverá ser, em regra, outras, a:
contratado previamente à emissão, pela Carteira de Comércio - compra e venda de moeda em espécie ou "traveller's
Exterior do Banco do Brasil S.A. ou pelo Banco Central, da checks" e operações financeiras (há algumas isenções);
respectiva guia que ampare o embarque da mercadoria. - compras de exportação de café, cujas respectivas
declarações de vendas contenham essa determinação;
Excetuam-se, porém: - alterações, prorrogações, baixas e cancelamentos de
a) a exportação de bens de capital e de consumo durável, compras de exportação (inclusive café);
bem como a venda de estudos e projetos técnico-econômicos e - compras de livros, jornais, revistas e publicações
de engenharia destinados a empreendimentos no exterior, similares, de valor superior a US$ 300 efetuada por
contratadas para pagamento a prazo superior a 180 dias; particulares ou entidades jurídicas, não ligadas ao comércio
b) as exportações em consignação; livreiro.
c) outros casos especiais de exportação sujeitos a normas
cambiais próprias. PRAZOS

A contratação do câmbio de exportação poderá ser Das Letras e/ou Documentos de Exportação:
efetuada com antecedência de até 180 dias em relação ao
embarque da mercadoria, ressalvados os casos de produtos O prazo das letras e/ou documentos de exportação não
sujeitos a características especiais de comercialização em que deve exceder a 180 dias, contados da data do embarque da
o Banco Central estabeleça prazo diferente do referido limite e mercadoria, exceto se previamente autorizado prazo maior
as operações concernentes a pagamento antecipado de pelo Banco Central do Brasil ou no caso de exportações
exportação. pagáveis a prazo superior e objeto de normas cambiais
especificas.
Entretanto, somente deverá vender câmbio para
liquidação futura o exportador que tenha a real possibilidade De Entrega dos Documentos Referentes à Exportação:
de entregar ao banco comprador a moeda estrangeira, ou os
documentos relativos à exportação, até a data aprazada para Os documentos referentes à exportação devem ser
esse fim, no respectivo contrato de câmbio. entregues pelo exportador a banco com o qual tenha
negociado câmbio correspondente à transação, até a data
Os contratos de câmbio relativos à exportação de produtos estipulada para esse fim no respectivo contrato de câmbio e,
sujeitos a prévio exame de preços e controle de quantidade respeitada esta, até o 10o. dia útil seguinte ao do embarque da
pela CACEX, deverão conter anotação do registro de venda mercadoria.
naquela Carteira de Comércio Exterior e a validade do registro O prazo previsto para entrega dos documentos referentes
como seque: "Registro de Venda nº ........ da CACEX (praça), à exportação com câmbio contratado não deverá exceder a 180
válido até (data)." dias da data do fechamento do câmbio, exceto em se tratando
de exportação com pagamento antecipado e nos casos de
Cumprirá ao Banco comprador do câmbio averbar no produção sujeitos a características especiais de
verso do original do Registro de Venda o número, a data, valor comercialização em que o Banco Central estabeleça prazo
em moeda estrangeira e vencimento do contrato de câmbio diferente.
aplicado. Nas operações de câmbio referentes a exportações e café,
o prazo revisto para entrega dos documentos não deverá
Observadas as cautelas pró rias para cada negócio, com exceder a 10 dias úteis após o término da época estabelecida
especial cujo para as operações financiadas, consideram os para embarque na respectiva declaração de venda.
bancos contratantes os seguintes elementos na contratação: o Esgotado o prazo pactuado no contrato de câmbio para a
cliente. a moeda, a taxa, o prazo, a entrega do câmbio, o entrega dos documentos, sem que esta se efetive e sem que
financiamento, as garantias e as condições de compra e venda. ocorra a correspondente prorrogação, deverá ser o contrato
cancelado ou baixado, no máximo, nos 20 dias seguintes ao
Dão os bancos maior ênfase às COMPRAS PRONTAS ou com vencimento do referido prazo.
REDUZIDO PRAZO DE ENTREGA e às vendas a
prazo - respeitados os limites para estas - com vista à obtenção Questões
de disponibilidades externas em níveis adequados às suas
necessidades. 01. (Banco do Brasil - Escriturário - CESGRANRIO) Uma
desvalorização cambial da moeda brasileira (real) frente à
Observação: Prescindem de Instrumento individual de moeda norte-americana (dólar), implica a(o)
contrato de câmbio as seguintes operações: (A) diminuição do número de reais necessários para
comprar um dólar
I - DE CAMBIO MANUAL As operações: (B) diminuição do estoque de dólares do Banco Central do
a) de compras de moeda em espécie ou "traveller's Brasil
checks", (C) diminuição do preço em reais de um produto
b) de vendas de moedas em espécie ou "traveller's checks". importado dos EUA
(D) estímulo às exportações brasileiras para os EUA
II - FINANCEIRAS: (E) aumento das cotações das ações das empresas
a) de compras de ordens de pagamento do exterior, desde importadoras na bolsa de valores
que o valor de cada uma delas não seja superior a US$ 1.000
ou equivalente; 02. (Banco do Brasil – Escriturário – CESGRANRIO) O
b) vendas relativas a remessas pessoais de até US$ 300 ou mercado cambial é o segmento financeiro em que ocorrem
equivalente; operações de negociação com moedas internacionais. A
c) vendas referentes a transferências de até US$ 1.000, ou operação que envolve compra e venda de moedas estrangeiras
equivalente, destinadas a despesas de viagem. em espécie é denominada

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APOSTILAS OPÇÃO

(A) câmbio manual basta que se lance o aval no próprio título ou na folha de
(B) câmbio sacado alongamento. A simples assinatura no anverso do título é
(C) exportação suficiente para configurar o aval.
(D) importação Considera-se não escrito o aval cancelado. Tratando-se de
(E) transferência garantia solidária, implica que o avalista é coobrigado, isto é, é
codevedor principal.
03. Julgue o item que segue assinalando com C (certo) e E
(errado). Fiança

( ... ) Os elementos que participam do mercado de câmbio Dá-se a fiança quando uma pessoa se obriga a satisfazer
se dividem nos que produzem divisas, e nos que cedem divisas, determinada obrigação, caso o respectivo devedor não a
conforme as operações efetuadas. cumpra.
A fiança é um contrato acessório; pode ser gratuito ou
04. Julgue o item que segue assinalando com C (certo) e E oneroso. Os intervenientes são: o devedor (afiançado), o fiador
(errado). (pessoa física ou pessoa jurídica) e o credor.
Caso o devedor principal não cumpra a obrigação e o fiador
( ... ) A política cambial definida pelo CMN – Conselho venha a ser acionado para responder pela dívida, sem que
Monetário Nacional, é executada em conjunto pelo Banco do antes tenha sido acionado aquele, poderá alegar o benefício de
Brasil e CVM. ordem para que os bens do devedor sejam excutidos em
primeiro lugar, salvo se foi estipulada solidariedade no
05. Julgue o item que segue assinalando com C (certo) e E contrato de fiança.
(errado). O fiador tem a prerrogativa de renunciar a este direito.
A fiança só pode ser concedida pelo cônjuge quando o
( ... ) Denomina-se posição vendida do câmbio, os dólares outro der seu consentimento. A este requisito se dá o nome de
guardados na carteira de câmbio de um banco, comprados outorga uxória. A falta da autorização torna o ato anulável.
numa operação de crédito no exterior, contra, por exemplo,
reais Fiança bancária
do importador.
É um compromisso contratual pelo qual uma instituição
Respostas financeira garante o cumprimento de obrigações de seus
clientes. O público alvo são as pessoas físicas e jurídicas. A
01. Resposta: D fiança bancária é uma obrigação por escrito (carta de fiança)
02. Resposta: A assumida pelo banco, responsabilizando-se por dívida total ou
03. Resposta: “Certo” parcial de cliente que queira assumir uma obrigação perante
04. Resposta: “Errado” terceiros.
05. Resposta: “Certo” Regulamentação do CMN estipula o limite máximo de
exposição por cliente a ser observado pelas instituições
financeiras na prestação de garantia de fiança bancária.
Garantias do Sistema A vantagem se trabalhar com fiança bancária é que a
garantia oferecida pelos bancos goza de grande
Financeiro Nacional: aval; respeitabilidade no mundo dos negócios. A fiança bancária
fiança; penhor mercantil; está sujeita a cobrança de tarifas, mas não se sujeita a cobrança
alienação fiduciária; hipoteca; de IOF, por tratar-se de um contrato.
fianças bancárias; Fundo Penhor
Garantidor de Crédito (FGC).
É um direito real que consiste na tradição de coisa móvel,
suscetível de alienação, realizada pelo devedor ou por terceiro
As garantias do Sistema Financeiro Nacional podem ser ao credor, a fim de garantir o pagamento do débito. Tem como
divididas em 2 modalidades: sujeitos o devedor pignoratício (pode ser tanto o sujeito
1. GARANTIAS PESSOAIS que baseiam-se na confiança, passivo da obrigação principal como terceiro que ofereça o
isto é, se o devedor não pagar, uma terceira pessoa (que ônus real) e o credor pignoratício (o que empresta o dinheiro).
prestou a garantia pessoal) será obrigada a pagar no lugar
dele, onde temos o aval e a fiança. Penhor mercantil
2. GARANTIAS REAIS que vinculam patrimônio ao
cumprimento da obrigação assumida pelo devedor. Recaem É caracterizando-se pela dispensa da tradição da coisa
sobre bens móveis ou imóveis do patrimônio do devedor ou de onerada, ou seja, o devedor continua na sua posse,
terceiros; se ele não pagar, haverá um processo de execução equiparando-se ao depositário para todos os efeitos. Visa
em que será requerida a venda judicial do bem, pagando-se garantir obrigação comercial.
preferencialmente o credor, onde temos o penhor, a hipoteca Penhor mercantil é a garantia na qual o bem empenhado
e a alienação fiduciária. faz parte integrante do negócio comercial. Pode abranger
A seguir disporemos a conceituação de cada espécie, tanto estoques de matérias-primas quanto estoques de
vejamos: produtos acabados. Os estoques objeto de penhor mercantil
são confiados a fiel depositário, que se torna responsável pela
Aval guarda, existência e conservação dos bens dados em garantia.

O aval é a garantia de pagamento formal e solidária


firmada por terceiro em um título de crédito, onde os
intervenientes são: o avalista (aquele que presta o aval), o
avalizado (aquele que recebe o aval) e o credor. Para tanto,

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APOSTILAS OPÇÃO

Hipoteca Conselho Monetário Nacional – CMN aprovou a Resolução n°


3.692, de 26 de março de 2009, alterada pelas Resoluções n°s
A hipoteca é um direito real sobre um bem imóvel ou aos 3.717, de 23 de abril de 2009 e 3.793, de 28 de setembro de
que forem a ele equiparados, que tem por objetivo assegurar o 2009, que autorizou os bancos comerciais, os bancos
pagamento de uma dívida. múltiplos, os bancos de desenvolvimento, os bancos de
A posse do bem gravado não se transfere ao credor. investimentos, as sociedades de crédito, financiamento e
A hipoteca abrange todas as acessões, melhoramentos ou investimento e as caixas econômicas a captar, a partir de 1 de
construções no imóvel e deve ser registrada no Cartório de abril de 2009, depósitos a prazo, sem emissão de certificado,
Registro de Imóveis. com garantia especial (Depósito a prazo com Garantia Especial
Podem ser objeto de hipoteca os imóveis, seus acessórios, – DPGE) a ser proporcionada pelo FGC no valor de até R$ 20
as estradas de ferro (linhas, estações, locomotivas e vagões), milhões por depositante.
as minas e pedreiras, os navios e os aviões. Assim, é uma espécie de “seguro” para determinados
investimentos em renda fixa. Na verdade, esse fundo não é um
Alienação fiduciária “produto”, seria uma entidade privada, sem fins lucrativos, que
assim, administra o mecanismo de proteção aos correntistas,
Pelo contrato de alienação fiduciária, o devedor transfere poupadores e investidores, contra instituições financeiras em
ao credor a propriedade de uma coisa móvel ou imóvel, até que caso de intervenção, liquidação ou falência.
a dívida daquele seja inteiramente paga. O devedor é chamado Praticamente todas as instituições financeiras que operam
fiduciante e o credor denomina-se fiduciário. Uma vez no Brasil, tais como bancos comerciais, sociedades de crédito,
completado o pagamento, a propriedade do bem alienado bancos múltiplos etc., são associadas ao FGC.
volta ao fiduciante. São instituições associadas ao FGC a Caixa Econômica
A alienação fiduciária de coisas móveis rege-se pelo Federal, os bancos múltiplos, os bancos comerciais, os bancos
Decreto-Lei 911/1969. Até a entrada em vigor do novo Código de investimento, os bancos de desenvolvimento, as sociedades
Civil os contratos de empréstimos com garantia de alienação de crédito, financiamento e investimento, as sociedades de
fiduciária de coisa móvel só podiam ser pactuados entre crédito imobiliário, as companhias hipotecárias e as
instituições financeiras e o financiado, pessoa física ou associações de poupança e empréstimo, em funcionamento no
jurídica. A partir de da entrada em vigor da Lei 9.514/97, País, que:
passou a existir também a alienação fiduciária da coisa imóvel. - recebam depósitos à vista, em contas de poupança ou
A mora ou o inadimplemento do fiduciante possibilita ao depósitos a prazo;
fiduciário requerer em juízo a busca e apreensão do bem - realizem aceite em letras de câmbio;
móvel objeto do contrato, para vendê-lo a terceiros e tornar - captem recursos mediante a emissão e a colocação de
efetiva a sua garantia. Se o bem móvel não for encontrado na letras imobiliárias, de letras hipotecárias, de letras de crédito
posse do fiduciante, a busca e apreensão podem transformar- imobiliário ou de letras de crédito do agronegócio; e
se em ação de depósito; se ele não entregar a coisa, poderá ser - captem recursos por meio de operações compromissadas
considerado depositário infiel. tendo como objeto títulos emitidos, após 08.03.2012, por
A lei faculta a venda da coisa independentemente de leilão, empresa ligada.
avaliação prévia ou interpelação do devedor. O credor deve As instituições associadas contribuem mensalmente para a
aplicar o preço da venda no pagamento de seu crédito e das manutenção do FGC, com uma porcentagem sobre os saldos
despesas decorrentes, entregando ao devedor o saldo das contas correspondentes às obrigações objeto de garantia.
apurado, se houver.
Principais investimentos protegidos pelo FGC:
Fundo Garantidor de Crédito (FGC). poupança, CDBs e LCIs
A Resolução 3.400, de 6 de setembro de 2006 determina
O Fundo Garantidor de Crédito - FGC constitui-se em que são objeto da garantia proporcionada pelo FGC os
uma associação civil sem fins lucrativos, com personalidade seguintes créditos:
jurídica de direito privado do Brasil, que administra um - depósitos à vista ou sacáveis mediante aviso prévio;
mecanismo de proteção aos correntistas, poupadores e - depósitos em contas correntes de depósito para
investidores, permitindo recuperar os depósitos ou créditos investimento;
mantidos em instituição financeira, em caso de falência ou de - depósitos de poupança;
sua liquidação. - depósitos a prazo, com ou sem emissão de certificado;
Para a manutenção do FGC, as instituições financeiras - depósitos mantidos em contas não movimentáveis por
contribuem com uma porcentagem do valor dos depósitos, o cheques destinadas ao registro e controle do fluxo de recursos
FGC recolhe 0,0125% do valor dos depósitos totais das referentes a prestação de serviços de pagamento de salários,
empresas filiadas. vencimentos, aposentadorias, pensões e similares;
O Fundo foi criado em 1995 com a Resolução nº 2.211/95, - letras de câmbio;
do CMN, sob orientação do governo federal. - letras imobiliárias;
Foi originado do extinto FGDLI - Fundo de Garantia de - letras hipotecárias;
Depósitos e Letras Imobiliárias - a partir da reversão de seus - letras de crédito imobiliário.
valores para o FGC.
Também foram absorvidos a massa de depósitos do De outra face, não são cobertos pela garantia:
RECHEQUE - Reserva para a Promoção da Estabilidade da - os depósitos, empréstimos ou quaisquer outros recursos
Moeda e do Uso do Cheque - que consistia num fundo criado captados ou levantados no exterior;
para a absorção das multas cobradas dos emitentes de cheques - as operações relacionadas a programas de interesse
sem provisão de fundos. governamental instituídos por lei;
O FGC garante, atualmente, perdas de até R$ 250 mil, para - os depósitos judiciais;
cada pessoa contra a instituição bancária alvo de alguma - os depósitos a prazo autorizados a compor o nível II do
operação financeira. Patrimônio de Referência, de que trata a Resolução 2.837, de
No início de 2009, com o objetivo de criar melhores 30 de maio de 2001.
condições para que as instituições financeiras médias e De todos os créditos acima listados, os mais destacados são
pequenas voltassem a realizar operações de crédito, o a poupança, os CDBs (depósitos a prazo), e as letras de crédito.

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Insta ressaltar, dentro desse contexto, que os fundos de FIANÇA – CÓDIGO CIVIL
investimento não contam com a proteção do FGC, por serem
entidades constituídas sob a forma de condomínios abertos, Art. 818 Pelo contrato de fiança, uma pessoa garante
assim é uma comunhão de recursos arrecadados de clientes satisfazer ao credor uma obrigação assumida pelo devedor,
para aplicação em carteira diversificada de ativos financeiros, caso este não a cumpra.
cujos regulamentos são registrados em cartórios de títulos e
documentos. Geralmente são administrados por uma Art. 819 A fiança dar-se-á por escrito, e não admite
instituição financeira e estão sujeitos a supervisão e interpretação extensiva.
acompanhamento do Banco Central do Brasil ou da CVM –
Comissão de Valores Mobiliários, dependendo de sua Art. 820 Pode-se estipular a fiança, ainda que sem
natureza. consentimento do devedor ou contra a sua vontade.
Não se pode confundir a pessoa jurídica de um Banco com
a dos Fundos de Investimentos, pois, na hipótese de Art. 821 As dívidas futuras podem ser objeto de fiança;
intervenção ou liquidação extrajudicial em um banco, a mas o fiador, neste caso, não será demandado senão depois
garantia para os cotistas desses Fundos consiste na própria que se fizer certa e líquida a obrigação do principal devedor.
carteira de ativos financeiros, que seguem normas específicas
de administração que objetivam garantir segurança e Art. 822 Não sendo limitada, a fiança compreenderá todos
transparência, de forma que o cliente pondere fatores, tais os acessórios da dívida principal, inclusive as despesas
como: rentabilidade e risco quando da sua decisão de aplicar judiciais, desde a citação do fiador.
em um fundo de investimento financeiro.
O valor máximo assegurado é de R$ 70.000,00 (setenta mil Art. 823 A fiança pode ser de valor inferior ao da obrigação
reais) por depositante ou aplicador. principal e contraída em condições menos onerosas, e, quando
No início de 2009, com o objetivo de criar melhores exceder o valor da dívida, ou for mais onerosa que ela, não
condições para que as instituições financeiras médias e valerá senão até ao limite da obrigação afiançada.
pequenas voltassem a realizar operações de crédito, o
Conselho Monetário Nacional – CMN aprovou a Resolução n° Art. 824 As obrigações nulas não são suscetíveis de fiança,
3.692, de 26 de março de 2009, alterada pelas Resoluções n°s exceto se a nulidade resultar apenas de incapacidade pessoal
3.717, de 23 de abril de 2009 e 3.793, de 28 de setembro de do devedor.
2009, que autorizou os bancos comerciais, os bancos Parágrafo único. A exceção estabelecida neste artigo não
múltiplos, os bancos de desenvolvimento, os bancos de abrange o caso de mútuo feito a menor.
investimentos, as sociedades de crédito, financiamento e
investimento e as caixas econômicas a captar, a partir de 1 de Art. 825 Quando alguém houver de oferecer fiador, o
abril de 2009, depósitos a prazo, sem emissão de certificado, credor não pode ser obrigado a aceitá-lo se não for pessoa
com garantia especial (Depósito a prazo com Garantia Especial idônea, domiciliada no município onde tenha de prestar a
– DPGE) a ser proporcionada pelo FGC no valor de até R$ 20 fiança, e não possua bens suficientes para cumprir a obrigação.
milhões por depositante.
Art. 826 Se o fiador se tornar insolvente ou incapaz, poderá
Legislação sobre as garantias do Sistema Financeiro o credor exigir que seja substituído.
Nacional
Art. 827 O fiador demandado pelo pagamento da dívida
AVAL – CÓDIGO CIVIL tem direito a exigir, até a contestação da lide, que sejam
primeiro executados os bens do devedor.
Art. 897 O pagamento de título de crédito, que contenha Parágrafo único. O fiador que alegar o benefício de ordem,
obrigação de pagar soma determinada, pode ser garantido por a que se refere este artigo, deve nomear bens do devedor, sitos
aval. no mesmo município, livres e desembargados, quantos bastem
Parágrafo único. É vedado o aval parcial. para solver o débito.

Art. 898 O aval deve ser dado no verso ou no anverso do Art. 828 Não aproveita este benefício ao fiador:
próprio título. I - se ele o renunciou expressamente;
§ 1° Para a validade do aval, dado no anverso do título, é II - se se obrigou como principal pagador, ou devedor
suficiente a simples assinatura do avalista. solidário;
§ 2° Considera-se não escrito o aval cancelado. III - se o devedor for insolvente, ou falido.

Art. 899 O avalista equipara-se àquele cujo nome indicar; Art. 829 A fiança conjuntamente prestada a um só débito
na falta de indicação, ao emitente ou devedor final. por mais de uma pessoa importa o compromisso de
§ 1° Pagando o título, tem o avalista ação de regresso solidariedade entre elas, se declaradamente não se
contra o seu avalizado e demais coobrigados anteriores. reservarem o benefício de divisão.
§ 2° Subsiste a responsabilidade do avalista, ainda que Parágrafo único. Estipulado este benefício, cada fiador
nula a obrigação daquele a quem se equipara, a menos que a responde unicamente pela parte que, em proporção, lhe
nulidade decorra de vício de forma. couber no pagamento.

Art. 900 O aval posterior ao vencimento produz os mesmos Art. 830 Cada fiador pode fixar no contrato a parte da
efeitos do anteriormente dado. dívida que toma sob sua responsabilidade, caso em que não
será por mais obrigado.
(...)
Art. 1.647..., nenhum dos cônjuges pode, sem autorização Art. 831 O fiador que pagar integralmente a dívida fica
do outro, exceto no regime da separação absoluta: sub-rogado nos direitos do credor; mas só poderá demandar a
... cada um dos outros fiadores pela respectiva quota.
III - prestar fiança ou aval. Parágrafo único. A parte do fiador insolvente distribuir-
se-á pelos outros.

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Art. 832 O devedor responde também perante o fiador por III - ao ressarcimento do prejuízo que houver sofrido por
todas as perdas e danos que este pagar, e pelos que sofrer em vício da coisa empenhada;
razão da fiança. IV - a promover a execução judicial, ou a venda amigável,
se lhe permitir expressamente o contrato, ou lhe autorizar o
Art. 833 O fiador tem direito aos juros do desembolso pela devedor mediante procuração;
taxa estipulada na obrigação principal, e, não havendo taxa V - a apropriar-se dos frutos da coisa empenhada que se
convencionada, aos juros legais da mora. encontra em seu poder;
VI - a promover a venda antecipada, mediante prévia
Art. 834 Quando o credor, sem justa causa, demorar a autorização judicial, sempre que haja receio fundado de que a
execução iniciada contra o devedor, poderá o fiador promover- coisa empenhada se perca ou deteriore, devendo o preço ser
lhe o andamento. depositado. O dono da coisa empenhada pode impedir a venda
antecipada, substituindo-a, ou oferecendo outra garantia real
Art. 835 O fiador poderá exonerar-se da fiança que tiver idônea.
assinado sem limitação de tempo, sempre que lhe convier,
ficando obrigado por todos os efeitos da fiança, durante Art. 1.434 O credor não pode ser constrangido a devolver
sessenta dias após a notificação do credor. a coisa empenhada, ou uma parte dela, antes de ser
integralmente pago, podendo o juiz, a requerimento do
Art. 836 A obrigação do fiador passa aos herdeiros; mas a proprietário, determinar que seja vendida apenas uma das
responsabilidade da fiança se limita ao tempo decorrido até a coisas, ou parte da coisa empenhada, suficiente para o
morte do fiador, e não pode ultrapassar as forças da herança. pagamento do credor.

Art. 837 O fiador pode opor ao credor as exceções que lhe Art. 1.435 O credor pignoratício é obrigado:
forem pessoais, e as extintivas da obrigação que competem ao I - à custódia da coisa, como depositário, e a ressarcir ao
devedor principal, se não provierem simplesmente de dono a perda ou deterioração de que for culpado, podendo ser
incapacidade pessoal, salvo o caso do mútuo feito a pessoa compensada na dívida, até a concorrente quantia, a
menor. importância da responsabilidade;
II - à defesa da posse da coisa empenhada e a dar ciência,
Art. 838 O fiador, ainda que solidário, ficará desobrigado: ao dono dela, das circunstâncias que tornarem necessário o
I - se, sem consentimento seu, o credor conceder exercício de ação possessória;
moratória ao devedor; III - a imputar o valor dos frutos, de que se apropriar (art.
II - se, por fato do credor, for impossível a sub-rogação nos 1.433, inciso V) nas despesas de guarda e conservação, nos
seus direitos e preferências; juros e no capital da obrigação garantida, sucessivamente;
III - se o credor, em pagamento da dívida, aceitar IV - a restituí-la, com os respectivos frutos e acessões, uma
amigavelmente do devedor objeto diverso do que este era vez paga a dívida;
obrigado a lhe dar, ainda que depois venha a perdê-lo por V - a entregar o que sobeje do preço, quando a dívida for
evicção*. paga, no caso do inciso IV do art. 1.433.
Evicção: perda, parcial ou total, que sofre o adquirente
duma coisa em consequência da reivindicação judicial Art. 1.436 Extingue-se o penhor:
promovida pelo verdadeiro dono ou possuidor. I - extinguindo-se a obrigação;
II - perecendo a coisa;
Art. 839 Se for invocado o benefício da excussão e o III - renunciando o credor;
devedor, retardando-se a execução, cair em insolvência, ficará IV - confundindo-se na mesma pessoa as qualidades de
exonerado o fiador que o invocou, se provar que os bens por credor e de dono da coisa;
ele indicados eram, ao tempo da penhora, suficientes para a V - dando-se a adjudicação judicial, a remissão ou a venda
solução da dívida afiançada. da coisa empenhada, feita pelo credor ou por ele autorizada.
§ 1º Presume-se a renúncia do credor quando consentir na
(...) venda particular do penhor sem reserva de preço, quando
Art. 1.647, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do restituir a sua posse ao devedor, ou quando anuir à sua
outro, exceto no regime da separação absoluta: substituição por outra garantia.
III - prestar fiança ou aval. § 2º Operando-se a confusão tão-somente quanto a parte
da dívida pignoratícia, subsistirá inteiro o penhor quanto ao
PENHOR – CÓDIGO CIVIL resto.

Art. 1.431 Constitui-se o penhor pela transferência efetiva Art. 1.437 Produz efeitos a extinção do penhor depois de
da posse que, em garantia do débito ao credor ou a quem o averbado o cancelamento do registro, à vista da respectiva
represente, faz o devedor, ou alguém por ele, de uma coisa prova.
móvel, suscetível de alienação.
Parágrafo único. No penhor rural, industrial, mercantil e Art. 1.438 Constitui-se o penhor rural mediante
de veículos, as coisas empenhadas continuam em poder do instrumento público ou particular, registrado no Cartório de
devedor, que as deve guardar e conservar. Registro de Imóveis da circunscrição em que estiverem
situadas as coisas empenhadas.
Art. 1.432 O instrumento do penhor deverá ser levado a Parágrafo único. Prometendo pagar em dinheiro a dívida,
registro, por qualquer dos contratantes; o do penhor comum que garante com penhor rural, o devedor poderá emitir, em
será registrado no Cartório de Títulos e Documentos. favor do credor, cédula rural pignoratícia, na forma
determinada em lei especial.
Art. 1.433 O credor pignoratício tem direito:
I - à posse da coisa empenhada; Art. 1.439. O penhor agrícola e o penhor pecuário não
II - à retenção dela, até que o indenizem das despesas podem ser convencionados por prazos superiores aos das
devidamente justificadas, que tiver feito, não sendo obrigações garantidas. (Redação dada pela Lei nº 12.873, de
ocasionadas por culpa sua; 2013)

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§ 1º Embora vencidos os prazos, permanece a garantia, poderá emitir, em favor do credor, cédula do respectivo
enquanto subsistirem os bens que a constituem. crédito, na forma e para os fins que a lei especial determinar.
§ 2º A prorrogação deve ser averbada à margem do
registro respectivo, mediante requerimento do credor e do Art. 1.449 O devedor não pode, sem o consentimento por
devedor. escrito do credor, alterar as coisas empenhadas ou mudar-lhes
a situação, nem delas dispor. O devedor que, anuindo o credor,
Art. 1.440 Se o prédio estiver hipotecado, o penhor rural alienar as coisas empenhadas, deverá repor outros bens da
poderá constituir-se independentemente da anuência do mesma natureza, que ficarão sub-rogados no penhor.
credor hipotecário, mas não lhe prejudica o direito de
preferência, nem restringe a extensão da hipoteca, ao ser Art. 1.450 Tem o credor direito a verificar o estado das
executada. coisas empenhadas, inspecionando-as onde se acharem, por si
ou por pessoa que credenciar.
Art. 1.441 Tem o credor direito a verificar o estado das
coisas empenhadas, inspecionando-as onde se acharem, por si HIPOTECA – CÓDIGO CIVIL
ou por pessoa que credenciar.
Art. 1.473 Podem ser objeto de hipoteca:
Art. 1.442 Podem ser objeto de penhor: I - os imóveis e os acessórios dos imóveis conjuntamente
I - máquinas e instrumentos de agricultura; com eles;
II - colheitas pendentes, ou em via de formação; II - o domínio direto (diz respeito ao direito de dispor do
III - frutos acondicionados ou armazenados; imóvel);
IV - lenha cortada e carvão vegetal; III - o domínio útil (diz respeito ao direito de utilizar ou
V - animais do serviço ordinário de estabelecimento usufruir do imóvel);
agrícola. IV - as estradas de ferro;
V - os recursos naturais (as jazidas, minas e demais
Art. 1.443 O penhor agrícola que recai sobre colheita recursos minerais) independentemente do solo onde se
pendente, ou em via de formação, abrange a imediatamente acham;
seguinte, no caso de frustrar-se ou ser insuficiente a que se deu VI - os navios;
em garantia. VII - as aeronaves.
Parágrafo único. Se o credor não financiar a nova safra, VIII - o direito de uso especial para fins de moradia;
poderá o devedor constituir com outrem novo penhor, em IX - o direito real de uso;
quantia máxima equivalente à do primeiro; o segundo penhor X - a propriedade superficiária (o domínio da construção
terá preferência sobre o primeiro, abrangendo este apenas o ou da plantação separado do solo).
excesso apurado na colheita seguinte.
Art. 1.474 A hipoteca abrange todas as acessões,
Art. 1.444 Podem ser objeto de penhor os animais que melhoramentos ou construções do imóvel. Subsistem os ônus
integram a atividade pastoril, agrícola ou de lacticínios. reais constituídos e registrados, anteriormente à hipoteca,
sobre o mesmo imóvel.
Art. 1.445 O devedor não poderá alienar os animais
empenhados sem prévio consentimento, por escrito, do Art. 1.475 É nula a cláusula que proíbe ao proprietário
credor. alienar imóvel hipotecado.
Parágrafo único. Quando o devedor pretende alienar o
gado empenhado ou, por negligência, ameace prejudicar o Art. 1.476 O dono do imóvel hipotecado pode constituir
credor, poderá este requerer se depositem os animais sob a outra hipoteca sobre ele, mediante novo título, em favor do
guarda de terceiro, ou exigir que se lhe pague a dívida de mesmo ou de outro credor.
imediato.
Art. 1.477 Salvo o caso de insolvência do devedor, o credor
Art. 1.446 Os animais da mesma espécie, comprados para da segunda hipoteca, embora vencida, não poderá executar o
substituir os mortos, ficam sub-rogados no penhor. imóvel antes de vencida a primeira.
Parágrafo único. Presume-se a substituição prevista neste Parágrafo único. Não se considera insolvente o devedor
artigo, mas não terá eficácia contra terceiros, se não constar de por faltar ao pagamento das obrigações garantidas por
menção adicional ao respectivo contrato, a qual deverá ser hipotecas posteriores à primeira.
averbada.
Art. 1.478. Se o devedor da obrigação garantida pela
Art. 1.447 Podem ser objeto de penhor máquinas, primeira hipoteca não se oferecer, no vencimento, para pagá-
aparelhos, materiais, instrumentos, instalados e em la, o credor da segunda pode promover-lhe a extinção,
funcionamento, com os acessórios ou sem eles; animais, consignando a importância e citando o primeiro credor para
utilizados na indústria; sal e bens destinados à exploração das recebê-la e o devedor para pagá-la; se este não pagar, o
salinas; produtos de suinocultura, animais destinados à segundo credor, efetuando o pagamento, se sub-rogará nos
industrialização de carnes e derivados; matérias-primas e direitos da hipoteca anterior, sem prejuízo dos que lhe
produtos industrializados. competirem contra o devedor comum.
Parágrafo único. Regula-se pelas disposições relativas aos Parágrafo único. Se o primeiro credor estiver promovendo
armazéns gerais o penhor das mercadorias neles depositadas. a execução da hipoteca, o credor da segunda depositará a
importância do débito e as despesas judiciais.
Art. 1.448 Constitui-se o penhor industrial, ou o mercantil,
mediante instrumento público ou particular, registrado no Art. 1.479 O adquirente do imóvel hipotecado, desde que
Cartório de Registro de Imóveis da circunscrição onde não se tenha obrigado pessoalmente a pagar as dívidas aos
estiverem situadas as coisas empenhadas. credores hipotecários, poderá exonerar-se da hipoteca,
Parágrafo único. Prometendo pagar em dinheiro a dívida, abandonando-lhes o imóvel.
que garante com penhor industrial ou mercantil, o devedor

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Art. 1.485 Mediante simples averbação, requerida por ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA DE BENS MÓVEIS - DECRETO-
ambas as partes, poderá prorrogar-se a hipoteca, até 30 LEI 911/69
(trinta) anos da data do contrato. Desde que perfaça esse
prazo, só poderá subsistir o contrato de hipoteca Art 1º A alienação fiduciária em garantia transfere ao
reconstituindo-se por novo título e novo registro; e, nesse credor o domínio resolúvel e a posse indireta da coisa móvel
caso, lhe será mantida a precedência, que então lhe competir. alienada, independentemente da tradição efetiva do bem,
tornando-se o alienante ou devedor em possuidor direto e
Art. 1.486 Podem o credor e o devedor, no ato constitutivo depositário com todas as responsabilidades e encargos que lhe
da hipoteca, autorizar a emissão da correspondente cédula incumbem de acordo com a lei civil e penal.
hipotecária, na forma e para os fins previstos em lei especial. § 1º A alienação fiduciária somente se prova por escrito e
seu instrumento, público ou particular, qualquer que seja o seu
Art. 1.487 A hipoteca pode ser constituída para garantia de valor, será obrigatoriamente arquivado, por cópia ou
dívida futura ou condicionada, desde que determinado o valor microfilme, no Registro de Títulos e Documentos do domicílio
máximo do crédito a ser garantido. do credor, sob pena de não valer contra terceiros, e conterá,
§ 1º Nos casos deste artigo, a execução da hipoteca além de outros dados, os seguintes:
dependerá de prévia e expressa concordância do devedor a) o total da dívida ou sua estimativa;
quanto à verificação da condição, ou ao montante da dívida. b) o local e a data do pagamento;
§ 2º Havendo divergência entre o credor e o devedor, c) a taxa de juros, as comissões cuja cobrança for
caberá àquele fazer prova de seu crédito. Reconhecido este, o permitida e, eventualmente, a cláusula penal e a estipulação de
devedor responderá, inclusive, por perdas e danos, em razão correção monetária, com indicação dos índices aplicáveis;
da superveniente desvalorização do imóvel. d) a descrição do bem objeto da alienação fiduciária e os
elementos indispensáveis à sua identificação.
Art. 1.492 As hipotecas serão registradas no cartório do § 2º Se, na data do instrumento de alienação fiduciária, o
lugar do imóvel, ou no de cada um deles, se o título se referir a devedor ainda não for proprietário da coisa objeto do contrato,
mais de um. o domínio fiduciário desta se transferirá ao credor no
Parágrafo único. Compete aos interessados, exibido o momento da aquisição da propriedade pelo devedor,
título, requerer o registro da hipoteca. independentemente de qualquer formalidade posterior.
§ 3º Se a coisa alienada em garantia não se identifica por
Art. 1.493 Os registros e averbações seguirão a ordem em números, marcas e sinais indicados no instrumento de
que forem requeridas, verificando-se ela pela da sua alienação fiduciária, cabe ao proprietário fiduciário o ônus da
numeração sucessiva no protocolo. prova, contra terceiros, da identidade dos bens do seu domínio
Parágrafo único. O número de ordem determina a que se encontram em poder do devedor.
prioridade, e esta a preferência entre as hipotecas. § 4º No caso de inadimplemento da obrigação garantida, o
proprietário fiduciário pode vender a coisa a terceiros e
Art. 1.494 Não se registrarão no mesmo dia duas hipotecas, aplicar preço da venda no pagamento do seu crédito e das
ou uma hipoteca e outro direito real, sobre o mesmo imóvel, despesas decorrentes da cobrança, entregando ao devedor o
em favor de pessoas diversas, salvo se as escrituras, do mesmo saldo porventura apurado, se houver.
dia, indicarem a hora em que foram lavradas. § 5º Se o preço da venda da coisa não bastar para pagar o
crédito do proprietário fiduciário e despesas, na forma do
Art. 1.495 Quando se apresentar ao oficial do registro título parágrafo anterior, o devedor continuará pessoalmente
de hipoteca que mencione a constituição de anterior, não obrigado a pagar o saldo devedor apurado.
registrada, sobrestará ele na inscrição da nova, depois de a § 6º É nula a cláusula que autoriza o proprietário
prenotar, até trinta dias, aguardando que o interessado fiduciário a ficar com a coisa alienada em garantia, se a dívida
inscreva a precedente; esgotado o prazo, sem que se requeira não for paga no seu vencimento.
a inscrição desta, a hipoteca ulterior será registrada e obterá § 8º O devedor que alienar, ou der em garantia a terceiros,
preferência. coisa que já alienara fiduciariamente em garantia, ficará
sujeito à pena prevista no art. 171, § 2º, inciso I, do Código
Art. 1.497 As hipotecas legais, de qualquer natureza, Penal.
deverão ser registradas e especializadas. § 10. A alienação fiduciária em garantia do veículo
automotor deverá, para fins probatórios, constar do
Art. 1.498 Vale o registro da hipoteca, enquanto a certificado de Registro, a que se refere o artigo 52 do Código
obrigação perdurar; mas a especialização, em completando Nacional de Trânsito.
vinte anos, deve ser renovada.
Art. 2º No caso de inadimplemento ou mora nas
Art. 1.499 A hipoteca extingue-se: obrigações contratuais garantidas mediante alienação
I - pela extinção da obrigação principal; fiduciária, o proprietário fiduciário ou credor poderá vender a
II - pelo perecimento da coisa; coisa a terceiros, independentemente de leilão, hasta pública,
III - pela resolução da propriedade; avaliação prévia ou qualquer outra medida judicial ou
IV - pela renúncia do credor; extrajudicial, salvo disposição expressa em contrário prevista
V - pela remição; no contrato, devendo aplicar o preço da venda no pagamento
VI - pela arrematação ou adjudicação. de seu crédito e das despesas decorrentes e entregar ao
devedor o saldo apurado, se houver, com a devida prestação
Art. 1.500 Extingue-se ainda a hipoteca com a averbação, de contas. (Redação dada pela Lei nº 13.043, de 2014)
no Registro de Imóveis, do cancelamento do registro, à vista da § 1º O crédito a que se refere o presente artigo abrange o
respectiva prova. principal, juros e comissões, além das taxas, cláusula penal e
correção monetária, quando expressamente convencionados
pelas partes.
§ 2º A mora decorrerá do simples vencimento do prazo
para pagamento e poderá ser comprovada por carta registrada
com aviso de recebimento, não se exigindo que a assinatura

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constante do referido aviso seja a do próprio destinatário. quando for o caso, a cópia do despacho que concedeu a busca
(Redação dada pela Lei nº 13.043, de 2014) e apreensão do veículo. (Incluído pela Lei nº 13.043, de 2014)
§ 3º A mora e o inadimplemento de obrigações contratuais § 13. A apreensão do veículo será imediatamente
garantidas por alienação fiduciária, ou a ocorrência legal ou comunicada ao juízo, que intimará a instituição financeira para
convencional de algum dos casos de antecipação de retirar o veículo do local depositado no prazo máximo de 48
vencimento da dívida facultarão ao credor considerar, de (quarenta e oito) horas. (Incluído pela Lei nº 13.043, de 2014)
pleno direito, vencidas todas as obrigações contratuais, § 14. O devedor, por ocasião do cumprimento do mandado
independentemente de aviso ou notificação judicial ou de busca e apreensão, deverá entregar o bem e seus
extrajudicial. respectivos documentos. (Incluído pela Lei nº 13.043, de
§ 4º Os procedimentos previstos no caput e no seu § 2º 2014)
aplicam-se às operações de arrendamento mercantil previstas § 15. As disposições deste artigo aplicam-se no caso de
na forma da Lei nº 6.099, de 12 de setembro de 1974. (Incluído reintegração de posse de veículos referente às operações de
pela Lei nº 13.043, de 2014) arrendamento mercantil previstas na Lei nº 6.099, de 12 de
Art. 3º O proprietário fiduciário ou credor poderá, desde setembro de 1974. (Incluído pela Lei nº 13.043, de 2014)
que comprovada a mora, na forma estabelecida pelo § 2º do
art. 2º, ou o inadimplemento, requerer contra o devedor ou Art. 4º Se o bem alienado fiduciariamente não for
terceiro a busca e apreensão do bem alienado fiduciariamente, encontrado ou não se achar na posse do devedor, o credor
a qual será concedida liminarmente, podendo ser apreciada poderá requerer a conversão do pedido de busca e apreensão,
em plantão judiciário. (Redação dada pela Lei nº 13.043, de nos mesmos autos, em ação de depósito, na forma prevista no
2014) Capítulo II, do Título I, do Livro IV, do Código de Processo Civil.
§ 1º Cinco dias após executada a liminar mencionada no
caput, consolidar-se-ão a propriedade e a posse plena e Art. 5º Se o credor preferir recorrer à ação executiva, direta
exclusiva do bem no patrimônio do credor fiduciário, cabendo ou a convertida na forma do art. 4º, ou, se for o caso ao
às repartições competentes, quando for o caso, expedir novo executivo fiscal, serão penhorados, a critério do autor da ação,
certificado de registro de propriedade em nome do credor, ou bens do devedor quantos bastem para assegurar a execução.
de terceiro por ele indicado, livre do ônus da propriedade (Redação dada pela Lei nº 13.043, de 2014)
fiduciária.
§ 2º No prazo do § 1º o devedor fiduciante poderá pagar a (...)
integralidade da dívida pendente, segundo os valores Art. 7º-A. Não será aceito bloqueio judicial de bens
apresentados pelo credor fiduciário na inicial, hipótese na qual constituídos por alienação fiduciária nos termos deste
o bem lhe será restituído livre do ônus. Decreto-Lei, sendo que, qualquer discussão sobre concursos
§ 3º O devedor fiduciante apresentará resposta no prazo de preferências deverá ser resolvida pelo valor da venda do
de quinze dias da execução da liminar. bem, nos termos do art. 2º. (Incluído pela Lei nº 13.043, de
§ 4º A resposta poderá ser apresentada ainda que o 2014)
devedor tenha se utilizado da faculdade do § 2º, caso entenda
ter havido pagamento a maior e desejar restituição. ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA DE BENS IMÓVEIS - LEI
§ 5º Da sentença cabe apelação apenas no efeito 9.514/97
devolutivo.
§ 6º Na sentença que decretar a improcedência da ação de Art. 22. A alienação fiduciária regulada por esta Lei é o
busca e apreensão, o juiz condenará o credor fiduciário ao negócio jurídico pelo qual o devedor, ou fiduciante, com o
pagamento de multa, em favor do devedor fiduciante, escopo de garantia, contrata a transferência ao credor, ou
equivalente a cinquenta por cento do valor originalmente fiduciário, da propriedade resolúvel de coisa imóvel.
financiado, devidamente atualizado, caso o bem já tenha sido
alienado. Art. 23º Constitui-se a propriedade fiduciária de coisa
§ 7º A multa mencionada no § 6º não exclui a imóvel mediante registro, no competente Registro de Imóveis,
responsabilidade do credor fiduciário por perdas e danos. do contrato que lhe serve de título.
§ 8º A busca e apreensão prevista no presente artigo Parágrafo único. Com a constituição da propriedade
constitui processo autônomo e independente de qualquer fiduciária, dá-se o desdobramento da posse, tornando-se o
procedimento posterior. fiduciante possuidor direto e o fiduciário possuidor indireto da
§ 9º Ao decretar a busca e apreensão de veículo, o juiz, caso coisa imóvel.
tenha acesso à base de dados do Registro Nacional de Veículos
Automotores - RENAVAM, inserirá diretamente a restrição Art. 24º O contrato que serve de título ao negócio
judicial na base de dados do Renavam, bem como retirará tal fiduciário conterá:
restrição após a apreensão. (Incluído pela Lei nº 13.043, de I - o valor do principal da dívida;
2014) II - o prazo e as condições de reposição do empréstimo ou
§ 10. Caso o juiz não tenha acesso à base de dados prevista do crédito do fiduciário;
no § 9º, deverá oficiar ao departamento de trânsito III - a taxa de juros e os encargos incidentes;
competente para que: (Incluído pela Lei nº 13.043, de 2014) IV - a cláusula de constituição da propriedade fiduciária,
I - registre o gravame referente à decretação da busca e com a descrição do imóvel objeto da alienação fiduciária e a
apreensão do veículo; e (Incluído pela Lei nº 13.043, de 2014) indicação do título e modo de aquisição;
II - retire o gravame após a apreensão do veículo. (Incluído V - a cláusula assegurando ao fiduciante, enquanto
pela Lei nº 13.043, de 2014) adimplente, a livre utilização, por sua conta e risco, do imóvel
§ 11. O juiz também determinará a inserção do mandado a objeto da alienação fiduciária;
que se refere o § 9o em banco próprio de mandados. (Incluído VI - a indicação, para efeito de venda em público leilão, do
pela Lei nº 13.043, de 2014) valor do imóvel e dos critérios para a respectiva revisão;
§ 12. A parte interessada poderá requerer diretamente ao
juízo da comarca onde foi localizado o veículo com vistas à sua Art. 25º Com o pagamento da dívida e seus encargos
apreensão, sempre que o bem estiver em comarca distinta resolve-se, nos termos deste artigo, a propriedade fiduciária
daquela da tramitação da ação, bastando que em tal do imóvel.
requerimento conste a cópia da petição inicial da ação e,

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§ 1º No prazo de trinta dias, a contar da data de liquidação dos prêmios de seguro, dos encargos legais, inclusive tributos,
da dívida, o fiduciário fornecerá o respectivo termo de e das contribuições condominiais.
quitação ao fiduciante, sob pena de multa em favor deste, § 3º Para os fins do disposto neste artigo, entende-se por:
equivalente a meio por cento ao mês, ou fração, sobre o valor I - dívida: o saldo devedor da operação de alienação
do contrato. fiduciária, na data do leilão, nele incluídos os juros
§ 2º À vista do termo de quitação de que trata o parágrafo convencionais, as penalidades e os demais encargos
anterior, o oficial do competente Registro de Imóveis efetuará contratuais;
o cancelamento do registro da propriedade fiduciária. II - despesas: a soma das importâncias correspondentes
aos encargos e custas de intimação e as necessárias à
Art. 26º Vencida e não paga, no todo ou em parte, a dívida realização do público leilão, nestas compreendidas as relativas
e constituído em mora o fiduciante, consolidar-se-á, nos aos anúncios e à comissão do leiloeiro.
termos deste artigo, a propriedade do imóvel em nome do
fiduciário. § 4º Nos cinco dias que se seguirem à venda do imóvel no
§ 1º Para os fins do disposto neste artigo, o fiduciante, ou leilão, o credor entregará ao devedor a importância que
seu representante legal ou procurador regularmente sobejar, considerando-se nela compreendido o valor da
constituído, será intimado, a requerimento do fiduciário, pelo indenização de benfeitorias, depois de deduzidos os valores da
oficial do competente Registro de Imóveis, a satisfazer, no dívida e das despesas e encargos de que tratam os §§ 2º e 3º,
prazo de quinze dias, a prestação vencida e as que se vencerem fato esse que importará em recíproca quitação, não se
até a data do pagamento, os juros convencionais, as aplicando o disposto na parte final do art. 516 do Código Civil.
penalidades e os demais encargos contratuais, os encargos § 5º Se, no segundo leilão, o maior lance oferecido não for
legais, inclusive tributos, as contribuições condominiais igual ou superior ao valor referido no § 2º, considerar-se-á
imputáveis ao imóvel, além das despesas de cobrança e de extinta a dívida e exonerado o credor da obrigação de que trata
intimação. o § 4º.
§ 2º O contrato definirá o prazo de carência após o qual § 6º Na hipótese de que trata o parágrafo anterior, o
será expedida a intimação. credor, no prazo de cinco dias a contar da data do segundo
§ 3º A intimação far-se-á pessoalmente ao fiduciante, ou ao leilão, dará ao devedor quitação da dívida, mediante termo
seu representante legal ou ao procurador regularmente próprio.
constituído, podendo ser promovida, por solicitação do oficial § 7º Se o imóvel estiver locado, a locação poderá ser
do Registro de Imóveis, por oficial de Registro de Títulos e denunciada com o prazo de trinta dias para desocupação, salvo
Documentos da comarca da situação do imóvel ou do domicílio se tiver havido aquiescência por escrito do fiduciário, devendo
de quem deva recebê-la, ou pelo correio, com aviso de a denúncia ser realizada no prazo de noventa dias a contar da
recebimento. data da consolidação da propriedade no fiduciário, devendo
§ 4º Quando o fiduciante, ou seu cessionário, ou seu essa condição constar expressamente em cláusula contratual
representante legal ou procurador encontrar-se em local específica, destacando-se das demais por sua apresentação
ignorado, incerto ou inacessível, o fato será certificado pelo gráfica.
serventuário encarregado da diligência e informado ao oficial § 8º Responde o fiduciante pelo pagamento dos impostos,
de Registro de Imóveis, que, à vista da certidão, promoverá a taxas, contribuições condominiais e quaisquer outros
intimação por edital publicado durante 3 (três) dias, pelo encargos que recaiam ou venham a recair sobre o imóvel, cuja
menos, em um dos jornais de maior circulação local ou noutro posse tenha sido transferida para o fiduciário, nos termos
de comarca de fácil acesso, se no local não houver imprensa deste artigo, até a data em que o fiduciário vier a ser imitido na
diária, contado o prazo para purgação da mora da data da posse.
última publicação do edital. (Redação dada pela Lei nº 13.043,
de 2014) Art. 28. A cessão do crédito objeto da alienação fiduciária
§ 5º Purgada a mora no Registro de Imóveis, convalescerá implicará a transferência, ao cessionário, de todos os direitos
o contrato de alienação fiduciária. e obrigações inerentes à propriedade fiduciária em garantia.
§ 6º O oficial do Registro de Imóveis, nos três dias
seguintes à purgação da mora, entregará ao fiduciário as Art. 29. O fiduciante, com anuência expressa do fiduciário,
importâncias recebidas, deduzidas as despesas de cobrança e poderá transmitir os direitos de que seja titular sobre o imóvel
de intimação. objeto da alienação fiduciária em garantia, assumindo o
§ 7º Decorrido o prazo de que trata o § 1o sem a purgação adquirente as respectivas obrigações.
da mora, o oficial do competente Registro de Imóveis,
certificando esse fato, promoverá a averbação, na matrícula do Art. 30. É assegurada ao fiduciário, seu cessionário ou
imóvel, da consolidação da propriedade em nome do sucessores, inclusive o adquirente do imóvel por força do
fiduciário, à vista da prova do pagamento por este, do imposto público leilão de que tratam os §§ 1° e 2° do art. 27, a
de transmissão inter vivos e, se for o caso, do laudêmio. reintegração na posse do imóvel, que será concedida
§ 8º O fiduciante pode, com a anuência do fiduciário, dar liminarmente, para desocupação em sessenta dias, desde que
seu direito eventual ao imóvel em pagamento da dívida, comprovada, na forma do disposto no art. 26, a consolidação
dispensados os procedimentos previstos no art. 27. da propriedade em seu nome.

Art. 27º Uma vez consolidada a propriedade em seu nome, Art. 31. O fiador ou terceiro interessado que pagar a dívida
o fiduciário, no prazo de trinta dias, contados da data do ficará sub-rogado, de pleno direito, no crédito e na
registro de que trata o § 7º do artigo anterior, promoverá propriedade fiduciária.
público leilão para a alienação do imóvel.
§ 1º Se, no primeiro público leilão, o maior lance oferecido FIANÇAS BANCÁRIAS
for inferior ao valor do imóvel, estipulado na forma do inciso
VI do art. 24, será realizado o segundo leilão, nos quinze dias É um contrato por meio do qual o banco, que é o fiador,
seguintes. garante o cumprimento da obrigação de seus clientes
§ 2º No segundo leilão será aceito o maior lance oferecido (afiançado) e poderá ser concedido em diversas modalidades
desde que igual ou superior ao valor da dívida, das despesas, de operações e em operações ligadas ao comércio
internacional.

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A fiança nada mais é do que uma obrigação escrita, contemplando as cooperativas de crédito e as seções de
acessória, assumida pelo banco, e que, por se tratar de uma crédito das cooperativas, é realizada de forma compulsória. As
garantia e não de uma operação de crédito, está isenta do IOF. autorizações do Banco Central do Brasil para funcionamento
de novas instituições financeiras estão condicionadas à adesão
Considera-se situações que se pode dar baixa em uma ao FGC.
fiança:
a) quando do término do prazo de validade da Carta de Nível de Capitalização
Fiança, desde que esteja assegurado ao cumprimento das As disponibilidades de recursos estão fixadas em no
obrigações assumidas pelas partes contratantes; mínimo 2% sobre o total das contas cobertas pela garantia.
b) mediante a devolução da Carta de Fiança; O limite de cobertura ordinária é de até R$ 250.000,00
c) mediante a entrega ao banco da declaração do credor, (duzentos e cinquenta mil reais).
liberando a garantia prestada.
RESOLUÇÃO Nº 4.222, DE 23 DE MAIO DE 2013
FUNDO GARANTIDOR DE CRÉDITO (FGC). (atualizada até a Resolução nº 4.620/2017)

O estabelecimento formal de sistemas de garantia de Altera e consolida as normas que dispõem sobre o estatuto e
depósito tem sido uma tendência dominante no mundo a o regulamento do Fundo Garantidor de Créditos (FGC).
partir da década de 90. A razão fundamental por trás desse
movimento está baseada na crescente preocupação das O Banco Central do Brasil, na forma do art. 9º da Lei nº
autoridades com a estabilidade do sistema financeiro, que se 4.595, de 31 de dezembro de 1964, torna público que o
traduz na implementação de instrumentos adicionais de Conselho Monetário Nacional, em sessão realizada em 23 de
acompanhamento e controle e a consequente formação de maio de 2013, com base nos arts. 3º, inciso VI, e 4º, inciso VIII,
redes de proteção ao sistema. Empréstimos de última da Lei nº 4.595, de 1964, no art. 69 da Lei nº 7.357, de 2 de
instância, regulação eficaz, fiscalização eficiente, estrutura setembro de 1985, e no art. 7º do Decreto-lei nº 2.291, de 21
legal adequada e proteção direta a depositantes, via um de novembro de 1986, e tendo em conta o disposto no § 1º do
sistema garantidor, são todos componentes dessa rede e visam art. 28 da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, e
a manutenção de um sistema bancário sólido e saudável. O no § 1º, inciso XIII, do art. 1º da Lei Complementar nº 105, de
Brasil seguiu essa tendência. 10 de janeiro de 2001,
Em agosto de 1995, através da Resolução 2.197, de
31.08.1995, o Conselho Monetário Nacional - CMN, autoriza a RESOLVEU:
"constituição de entidade privada, sem fins lucrativos,
destinada a administrar mecanismos de proteção a titulares de Art. 1º Ficam alteradas e consolidadas, nos termos dos
créditos contra instituições financeiras". Anexos I e II a esta Resolução, as normas que dispõem sobre o
Em novembro de 1995, o Estatuto e Regulamento da nova estatuto e o regulamento do Fundo Garantidor de Créditos
entidade são aprovados. Cria-se, portanto, o Fundo (FGC).
Garantidor de Créditos - FGC, associação civil sem fins
lucrativos, com personalidade jurídica de direito privado, Art. 2º A contribuição mensal ordinária das instituições
através da Resolução 2.211, de 16.11.1995. Estando associadas ao FGC é de 0,0125% (cento e vinte e cinco décimos
atualmente em vigor a Resolução nº 4.222/2013. de milésimos por cento) do montante dos saldos das contas
referentes aos instrumentos relacionados no art. 2º, incisos I a
Objetivos X, do Anexo II, ainda que os créditos correspondentes não
O FGC tem por objetivos prestar garantia de créditos sejam cobertos pela garantia ordinária (Resolução nº 4.469, de
contra instituições dele associadas, nas situações de: 25 de fevereiro de 2016).
- decretação da intervenção ou da liquidação extrajudicial
de instituição associada; Art. 3º Como condição para dispor da garantia especial de
- reconhecimento, pelo Banco Central do Brasil, do estado que trata o Capítulo II do Regulamento, as instituições
de insolvência de instituição associada que, nos termos da associadas devem recolher ao FGC contribuição especial
legislação em vigor, não estiver sujeita aos regimes referidos equivalente ao somatório dos seguintes valores:
no item anterior. I - 0,0833% a.m. (oitocentos e trinta e três décimos de
milésimo por cento ao mês) do montante dos saldos dos
Integra também o objeto do FGC, consideradas as Depósitos a Prazo com Garantia Especial (DPGE) do FGC que
finalidades de contribuir para a manutenção da estabilidade se situar dentro do limite fixado pelo Conselho Monetário
do Sistema Financeiro Nacional e prevenção de crise sistêmica Nacional; e
bancária, a contratação de operações de assistência ou de II - 0,8333% a.m. (oito mil trezentos e trinta e três décimos
suporte financeiro, incluindo operações de liquidez com as de milésimo por cento ao mês) do montante dos saldos dos
instituições associadas, diretamente ou por intermédio de DPGE que exceder o limite fixado pelo Conselho Monetário
empresas por estas indicadas, inclusive com seus acionistas Nacional.
controladores. § 1º A contribuição de que trata o caput deste artigo é de
0,02497% a.m. (dois mil quatrocentos e noventa e sete
Missão Institucional centésimos de milésimo por cento ao mês):
- Proteger depositantes e investidores no âmbito do I - para os DPGE em que o FGC aceitar em cessão fiduciária
Sistema Financeiro Nacional, até os limites estabelecidos pela recebíveis de operações de crédito e de arrendamento
regulamentação; mercantil originadas pela instituição emitente;
- Contribuir para a manutenção da estabilidade do Sistema II - para o estoque de DPGE de que tratam os incisos I e II
Financeiro Nacional; do caput deste artigo para os quais o FGC aceitar em cessão
- Contribuir para prevenção de crise bancária sistêmica. fiduciária recebíveis de operações de crédito e de
arrendamento mercantil originadas pela instituição emitente.
Adesão Compulsória (Redação dada pela Resolução nº 4.312, de 20/2/2014)
A adesão das instituições financeiras e as associações de
poupança e empréstimo em funcionamento no País - não

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§ 2º Os recebíveis de que trata o § 1º devem ser objeto de que trata o inciso II do § 1º do art. 3º, por instituição
registro em sistemas de registro e de liquidação financeira de depositária associada ao FGC, o maior dos seguintes valores:
ativos, na forma da Resolução nº 3.998, de 28 de julho de 2011. (Redação dada pela Resolução nº 4.312, de 20/2/2014).
§ 3º Os contratos relativos aos depósitos de que trata a a) o correspondente ao dobro do Patrimônio de Referência
contribuição prevista nos incisos I e II do caput devem prever (PR), nível I, apurado a cada ano na data-base de 30 de junho,
prazo mínimo de doze meses e prazo máximo de vinte e quatro atualizado mensalmente pela Taxa Selic a partir de 1º de julho;
meses. b) o correspondente ao dobro do PR, nível I, calculado em
§ 4º Os depósitos de que trata o § 1º terão prazo mínimo 31 de dezembro de 2008, atualizado mensalmente pela Taxa
de seis meses e prazo máximo de trinta e seis meses. Selic a partir de 1º de maio de 2009; e
§ 5º O prazo máximo da captação de que trata o § 4º poderá c) o correspondente à soma dos saldos dos depósitos a
ser limitado pelo FGC para ajustá-lo à estrutura de prazo com os saldos de obrigações por letras de câmbio
vencimentos dos recebíveis de operações de crédito e de mantidos na instituição em 30 de junho de 2008, atualizada
arrendamento mercantil dados em cessão fiduciária. (Redação mensalmente pela Taxa Selic a partir de 1º de maio de 2009;
dada pela Resolução nº 4.312, de 20/2/2014) II - para o saldo dos depósitos captados com cessão
§ 6º Devem ser objeto de registro específico em sistema de fiduciária, os seguintes múltiplos do valor correspondente ao
ativos administrado por entidades de registro e de liquidação PR, nível I, apurados na data-base de 31 de dezembro do ano
financeira, autorizado pelo Banco Central do Brasil, os anterior, atualizado mensalmente pela Taxa Selic: (Redação
contratos de depósitos de que trata a contribuição prevista dada pela Resolução nº 4.312, de 20/2/2014)
neste artigo. a) 1,6 (um inteiro e seis décimos) a partir de 1º de junho
§ 7º Os recursos captados na forma prevista neste artigo de 2013; e
devem ser registrados de forma segregada por modalidade em b) 2 (dois) a partir de 1º de janeiro de 2014.
sistema de controle interno das instituições emitentes. § 1º O valor referido no inciso I, acrescido daquele
§ 8º Ficam vedados: mencionado no inciso II, não pode ultrapassar:
I - o resgate total ou parcial dos depósitos a prazo de que I - R$5.000.000.000,00 (cinco bilhões de reais), até 31 de
trata este artigo antes dos respectivos vencimentos, dezembro de 2014; e
excetuados os casos em que, mediante concordância expressa II - R$3.000.000.000,00 (três bilhões de reais), a partir de
do depositante e da instituição depositária, o resgate seja 1º de janeiro de 2015.
necessário para cumprimento de limites operacionais, cisão, § 2º O cálculo dos limites referidos nos incisos I e II deste
fusão, incorporação, mudança de objeto social, transferência artigo deve considerar o valor do PR, nível I, apurado com base
de controle ou para cancelamento de autorização para na primeira informação fornecida ao Banco Central do Brasil
funcionamento da instituição depositária; e sobre esse elemento patrimonial, no caso de ocorrer alguma
II - a captação de novos DPGE sem cessão fiduciária em das seguintes situações após a data-base nele mencionada:
favor do FGC: I - início de operações por parte de uma instituição;
a) a partir da primeira captação de DPGE de que trata o II - início de operações por parte de uma instituição, de
inciso I do § 1º; forma independente em relação a conglomerado financeiro
b) a partir da adoção da prerrogativa de que trata o inciso que anteriormente integrava; e
II do § 1º. (Inciso II com redação dada pela Resolução nº 4.312, III - modificação, em função de transformação societária,
de 20/2/2014) do conjunto de instituições que integram um conglomerado
§ 11. Os DPGE para os quais seja adotada a prerrogativa de financeiro.
que trata o inciso II do § 1º continuarão a ser computados para § 3º Os limites referidos nos incisos I e II deste artigo
fins de apuração dos saldos excedentes a que se refere o inciso devem ser apurados de forma consolidada pelas instituições
II deste artigo. (Incluído pela Resolução nº 4.312, de associadas ao FGC que sejam integrantes de um mesmo
20/2/2014) conglomerado financeiro.
§ 9º A documentação comprobatória das razões que § 4º No caso de instituição autorizada a funcionar pelo
fundamentaram o resgate antecipado de que trata o § 8º, inciso Banco Central do Brasil que não tenha iniciado suas operações
I, deste artigo, deve ser mantida na instituição financeira até a última data-base, deve ser considerado, para fins do
depositária, à disposição do Banco Central do Brasil, pelo cálculo do limite de que trata o caput, o PR, nível I, da primeira
prazo mínimo de 5 (cinco) anos. informação fornecida ao Banco Central do Brasil sobre esse
§ 10. Podem captar recursos por meio de depósito a prazo elemento patrimonial.
com garantia do FGC os bancos comerciais, os bancos
múltiplos, os bancos de desenvolvimento, os bancos de Art. 5º O limite para captação dos depósitos a prazo com
investimento, as sociedades de crédito, financiamento e garantia especial do FGC sem cessão fiduciária deve ser
investimento e as caixas econômicas. reduzido de acordo com o seguinte cronograma: (Redação
§ 11. Os DPGE para os quais seja adotada a prerrogativa de dada pela Resolução nº 4.312, de 20/2/2014)
que trata o inciso II do § 1º continuarão a ser computados para I - em 40% (quarenta por cento), a partir de 1º de janeiro
fins de apuração dos saldos excedentes a que se refere o inciso de 2013;
II deste artigo. (Incluído pela Resolução nº 4.312, de II - em 60% (sessenta por cento), a partir de 1º de janeiro
20/2/2014) de 2014;
§ 12. O FGC pode aceitar, em cessão fiduciária, títulos III - em 80% (oitenta por cento), a partir de 1º de janeiro
públicos federais de titularidade de instituição associada, até de 2015; e
que sejam oferecidos recebíveis representados por operações IV - em 100% (cem por cento), a partir de 1º de janeiro de
de crédito e de arrendamento mercantil originadas pela 2016.
referida instituição em montante suficiente para realizar a Parágrafo único. O cronograma para redução do limite de
cessão fiduciária de que trata o § 1º deste artigo. (Redação captação de depósitos a prazo com a garantia especial do FGC
dada pela Resolução nº 4.439, de 24/9/2015) refere-se às operações contratadas a partir de cada uma das
datas-base em que será aplicada essa redução, respeitados os
Art. 4º Nas captações por meio de DPGE deverão ser saldos residuais dos contratos em curso.
observados os seguintes limites:
I - para o saldo dos depósitos originalmente captados sem Art. 5º-A Adicionalmente aos limites previstos no art. 4º, as
cessão fiduciária, incluídos aqueles objeto da prerrogativa de instituições associadas ao FGC podem captar, em cada

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trimestre civil, no período compreendido entre 1º de outubro § 2º


de 2015 e 31 de dezembro de 2016, DPGE sem cessão ...................................................................................................................
fiduciária, no montante de até 50% (cinquenta por cento) § 3º A entidade referida neste artigo:
desses instrumentos com vencimento no respectivo trimestre. I - é considerada instituição financeira, para os efeitos da
§ 1º No cálculo do limite mencionado no caput serão Lei Complementar nº 105, de 10 de janeiro de 2001;
considerados os saldos dos depósitos captados até 31 de II - poderá ter acesso às informações de que trata a
agosto de 2015, apurados no último dia útil do trimestre civil Resolução nº 3.658, de 17 de dezembro de 2008, não sendo
anterior. aplicável a ela o disposto no art. 8º, inciso I, dessa Resolução.”
§ 2º O limite referido no caput, quando não utilizado, no (NR)
todo ou em parte, não pode ser aproveitado nos trimestres
civis subsequentes. Art. 8º São instituições associadas ao FGC a Caixa
§ 3º Na captação dos depósitos de que trata o caput deve Econômica Federal e as instituições constituídas sob a forma
ser observado o limite estabelecido no art. 4º, § 1º, inciso II. de banco múltiplo, banco comercial, banco de investimento,
§ 4º O redutor referido no art. 5º e a vedação de que trata banco de desenvolvimento, sociedade de crédito,
o art. 3º, § 8º, inciso II, não se aplicam aos depósitos captados financiamento e investimento, sociedade de crédito
na forma do caput. imobiliário, companhia hipotecária e associação de poupança
§ 5º A contribuição especial sobre o saldo dos depósitos e empréstimo em funcionamento no País que:
captados na forma do caput deve ser recolhida ao FGC, I - recebam depósitos à vista, em contas de poupança ou
observada a alíquota prevista no art. 3º, inciso I. depósitos a prazo;
§ 6º Fica acrescido ao limite de captação dos depósitos II - realizem aceite em letras de câmbio;
referidos no caput, relativo ao 4º trimestre de 2015, o III - captem recursos mediante a emissão e a colocação de
montante correspondente a 50% (cinquenta por cento) do letras imobiliárias, de letras hipotecárias, de letras de crédito
valor dos DPGE sem cessão fiduciária com vencimento entre imobiliário ou de letras de crédito do agronegócio; e
1º e 30 de setembro de 2015. (Incluído pela Resolução nº IV - captem recursos por meio de operações
4.439, de 24/9/2015). compromissadas tendo como objeto títulos de emissão de
empresa ligada.
Art. 6º O recolhimento das contribuições estabelecidas nos Parágrafo único. A afiliação ao FGC pelas instituições que
arts. 2º e 3º observará as seguintes regras: vierem a ser constituídas sob as formas organizacionais
I - o valor das contribuições deve ser calculado com base mencionadas no caput deve ser comprovada ao Banco Central
nos saldos do último dia de cada mês das contas referidas no do Brasil previamente ao início de suas operações.
art. 2º; (Redação dada pela Resolução nº 4.469, de
25/2/2016). Art. 9º Esta Resolução entra em vigor na data de sua
II - o valor das contribuições devidas deve ser apurado e publicação.
recolhido conforme normas estabelecidas pelo Banco Central
do Brasil; Art. 10. Ficam revogadas as Resoluções ns. 4.087, de 24 de
III - o atraso no recolhimento das contribuições devidas maio de 2012, e 4.115, de 26 de julho de 2012.
sujeita a instituição associada à multa de 2% (dois por cento)
sobre o valor da contribuição, acrescido de atualização com Alexandre Antonio Tombini
base na taxa Selic; e Presidente do Banco Central do Brasil
IV - o recolhimento das contribuições e das multas deve ser Este texto não substitui o publicado no DOU de 24/5/2013,
processado no âmbito do Sistema de Pagamentos Brasileiro Seção 1, p. 21-13, e no Sisbacen.
(SPB), por meio do Sistema de Transferência de Reservas
(STR).
§ 1º Fica o Banco Central do Brasil autorizado a ANEXO I À RESOLUÇÃO Nº 4.469, DE 25 DE FEVEREIRO
estabelecer: (Redação dada pela Resolução nº 4.312, de DE 2016
20/2/2014)
I - as contas cujos saldos nas demonstrações contábeis das ESTATUTO DO FGC
instituições associadas devem servir de base de cálculo das
contribuições; (Redação dada pela Resolução nº 4.469, de CAPÍTULO I
25/2/2016) DA DENOMINAÇÃO, DO OBJETO, DA FINALIDADE, DA
II - os procedimentos a serem observados pelas SEDE E DO PRAZO
instituições associadas no que se refere ao fornecimento e à
divulgação de informações sobre os créditos objeto de Art. 1º O Fundo Garantidor de Créditos (FGC) é uma
garantia pelo Fundo. (Redação dada pela Resolução nº 4.312, associação civil sem fins lucrativos, com personalidade
de 20/2/2014) jurídica de direito privado, regida pelo presente estatuto e
§ 2º Para efeito de apuração da base de cálculo da pelas disposições legais e regulamentares aplicáveis.
contribuição devida, não será considerado o valor das letras de Parágrafo único. O FGC não exerce qualquer função
crédito do agronegócio emitidas anteriormente à vigência pública, inclusive por delegação.
desta Resolução. (Redação dada pela Resolução nº 4.469, de
25/2/2016) Art. 2º O FGC tem por finalidades:
I - proteger depositantes e investidores no âmbito do
Art. 7º O art. 1º da Resolução nº 2.197, de 31 de agosto de sistema financeiro, até os limites estabelecidos pela
1995, passa a vigorar com a seguinte redação: regulamentação;
“Art. 1º Fica autorizada a constituição de entidade privada, II - contribuir para a manutenção da estabilidade do
sem fins lucrativos, destinada a administrar mecanismo de Sistema Financeiro Nacional (SFN); e
proteção a titulares de créditos contra instituições financeiras III - contribuir para prevenção de crise bancária sistêmica.
e a realizar com tais instituições operações de assistência e
suporte financeiro. Art. 3º O FGC tem por objeto prestar garantia sobre
§ 1º instrumentos financeiros emitidos ou captados pelas
...................................................................................................................

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instituições associadas, referidas no art. 11 deste estatuto, nas § 2º Ressalvadas as hipóteses previstas neste estatuto, é
situações de: vedado ao FGC aplicar recursos na aquisição de bens imóveis,
I - decretação da intervenção ou da liquidação extrajudicial ou em títulos de renda variável, exceto quando recebidos em
de instituição associada; e liquidação de créditos de sua titularidade, após o que devem
II - reconhecimento, pelo Banco Central do Brasil, do ser alienados.
estado de insolvência de instituição associada que, nos termos § 3º Diante de situação conjuntural adversa, reconhecida
da legislação em vigor, não estiver sujeita aos regimes pelo Banco Central do Brasil, e no intuito de preservar a
referidos no inciso I. higidez e a estabilidade do SFN, o limite estipulado no caput
Parágrafo único. O FGC, por efetuar o pagamento de deste artigo poderá ser excepcionalmente estendido a até 75%
dívidas de instituições associadas, tem o direito de se (setenta e cinco por cento) do patrimônio líquido do FGC,
reembolsar do que pagou nos termos do art. 346, inciso III, do conforme decisão do seu Conselho de Administração.
Código Civil.
Art. 6º O montante dos recursos utilizados no conjunto das
Art. 4º Integra também o objeto do FGC, consideradas as operações de que tratam os arts. 4º e 5º observará o limite de
finalidades previstas nos incisos II e III do art. 2º, a contratação 75% (setenta e cinco por cento) do patrimônio líquido do FGC,
de operações de assistência ou de suporte financeiro, acrescido das obrigações passivas decorrentes da antecipação
incluindo operações de liquidez com as instituições de contribuições ordinárias pelas instituições associadas,
associadas, diretamente ou por intermédio de empresas por constantes do balancete mensal ou do balanço do exercício do
estas indicadas, inclusive com seus acionistas controladores. Fundo.
§ 1º As operações referidas no caput poderão ser
contratadas, inclusive, com o objetivo de promover a Art. 7º O FGC não poderá recusar o pagamento das
transferência de controle acionário, a transformação, a garantias prestadas sob o fundamento de inadimplemento das
incorporação, a fusão, a cisão ou outras formas de contribuições por parte da instituição associada.
reorganização societária legalmente admitidas de interesse Parágrafo único. Havendo indícios da existência de adoção
das instituições associadas. de procedimentos com o objetivo de obtenção de
§ 2º As operações de que trata este artigo ficarão sujeitas ressarcimento além do limite individual estabelecido ou de
às seguintes disposições: operações que revelem indícios de fraude ou de tentativa, por
I - não poderão exceder ao valor projetado para os qualquer meio, de exceder os valores máximos de cobertura, o
instrumentos financeiros garantidos de responsabilidade de pagamento das garantias será suspenso, podendo, após a
cada associada ou associadas de um mesmo conglomerado, na análise devida em procedimento interno do FGC, ser recusado,
hipótese de ocorrência dos eventos previstos nos incisos I e II cabendo aos interessados demonstrar a lisura dos
do art. 3º; procedimentos.
II - observarão os seguintes limites em relação ao
patrimônio líquido do FGC, nele computado o valor das Art. 8º O FGC tem foro na cidade de São Paulo (SP),
antecipações de contribuições devidas pelas associadas, encontrando-se sua sede no referido Município, no endereço
constantes do balancete mensal ou do balanço do exercício do Avenida Brigadeiro Faria Lima, nº 201, 12º andar, CEP 05426-
FGC: 100.
a) até 25% (vinte e cinco por cento) para o conjunto das
operações realizadas com cada instituição associada ou com Art. 9º O prazo de duração do FGC é indeterminado.
todas as instituições associadas de um mesmo conglomerado
financeiro; e CAPÍTULO II
b) até 50% (cinquenta por cento) para o conjunto das DAS RECEITAS E DO PATRIMÔMIO
operações de que trata este artigo.
§ 3º Diante de situação conjuntural adversa, reconhecida Art. 10. Constituem receitas do FGC:
pelo Banco Central do Brasil, e no intuito de preservar a I - contribuições ordinárias e especiais das instituições
higidez e a estabilidade do SFN, os limites de risco previstos no associadas;
§ 2º poderão ser excepcionalmente ultrapassados, conforme II - taxas de serviços decorrentes da emissão de cheques
decisão do Conselho de Administração do FGC. sem provisão de fundos;
III - recuperações de direitos creditórios nas quais o FGC
Art. 5º Observados os critérios, os limites, os requisitos de houver se sub-rogado, em virtude de pagamento de dívidas de
diversificação, o formato operacional e as cláusulas instituições associadas relativas a créditos garantidos;
contratuais estabelecidos pelo Conselho de Administração, o IV - resultado líquido dos serviços prestados pelo FGC e
FGC poderá aplicar recursos até o limite global de 50% rendimentos de aplicação de seus recursos;
(cinquenta por cento) de seu patrimônio líquido, acrescido das V - remuneração e encargos correspondentes ao
obrigações passivas decorrentes da antecipação de recebimento dos valores devidos em função da realização das
contribuições ordinárias pelas instituições associadas, operações de que tratam os arts. 4º e 5º; e
constantes do balancete mensal ou do balanço do exercício do VI - receitas de outras origens.
FGC: § 1º A responsabilidade das instituições associadas é
I - na aquisição de direitos creditórios de instituições limitada às contribuições que estão obrigadas a fazer,
financeiras e de sociedades de arrendamento mercantil; observadas as condições fixadas no regulamento do FGC, não
II - em títulos de renda fixa de emissão de instituições respondendo subsidiariamente pelas obrigações sociais do
associadas desde que lastreados em direitos creditórios Fundo.
constituídos ou a constituir com os recursos das respectivas § 2º Se as circunstâncias indicarem, em qualquer
aplicações; e momento, que o patrimônio do FGC necessita de receitas
III - em operações vinculadas na forma da Resolução nº adicionais para fazer face a suas obrigações, serão utilizados,
2.921, de 17 de janeiro de 2002. observada a legislação em vigor, recursos provenientes de:
§ 1º O FGC poderá alienar os ativos adquiridos em I - contribuições extraordinárias das instituições
decorrência das operações referidas nos incisos I, II e III do associadas, estabelecidas na forma do art. 32, inciso II, deste
caput. estatuto;

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II - adiantamento, pelas instituições associadas, de doze a II - o Conselho de Administração;


sessenta contribuições mensais ordinárias; III - o Conselho Consultivo;
III - operações de crédito com instituições privadas, oficiais IV - a Diretoria Executiva; e
ou multilaterais; V - o Conselho Fiscal.
IV - emissão de títulos de crédito; e Parágrafo único. Os integrantes dos órgãos do FGC, não
V - outras fontes de recursos, por proposta da respondem subsidiária ou solidariamente pelas obrigações
administração do FGC e mediante prévia autorização do Banco sociais do FGC, nos termos do inciso V do art. 46 do Código Civil
Central do Brasil. Brasileiro.

CAPÍTULO III Art. 16. A Assembleia Geral, órgão deliberativo máximo do


DAS INSTITUIÇÕES ASSOCIADAS FGC, é integrada por todas as instituições associadas, cabendo-
lhes a prerrogativa do exercício do direito de voto, observadas
Art. 11. São instituições associadas ao FGC a Caixa as seguintes regras:
Econômica Federal, os bancos múltiplos, os bancos comerciais, I - somente poderão votar as associadas que estiverem
os bancos de investimento, os bancos de desenvolvimento, as adimplentes com as contribuições devidas ao FGC; e
sociedades de crédito, financiamento e investimento, as II - o direito de voto de cada instituição associada
sociedades de crédito imobiliário, as companhias hipotecárias corresponderá ao somatório das unidades de voto de que
e as associações de poupança e empréstimo, em sejam titulares.
funcionamento no País, que: § 1º Cada real desembolsado na última contribuição
I - recebam depósitos à vista, em contas de poupança ou ordinária antes da respectiva Assembleia Geral, desprezados
depósitos a prazo; os centavos, conferirá à instituição associada uma unidade de
II - realizem aceite em letras de câmbio; voto.
III - captem recursos mediante a emissão e a colocação de § 2º O direito de voto de instituições associadas
letras imobiliárias, de letras hipotecárias, de letras de crédito integrantes do mesmo conglomerado financeiro levará em
imobiliário ou de letras de crédito do agronegócio; e consideração o montante da contribuição ordinária
IV - captem recursos por meio de operações efetivamente desembolsada em favor do FGC pelo conjunto
compromissadas tendo como objeto títulos emitidos, após 8 de das instituições, admitindo-se, contudo, o exercício do direito
março de 2012, por empresa ligada. de voto relativo às unidades de voto de todo o conglomerado
pela instituição associada para este fim designada por escrito
Art. 12. O FGC contará com número ilimitado de pela instituição líder do conglomerado.
instituições associadas.
§ 1º Considera-se justa causa, para fins de exclusão do Art. 17. Até 30 de abril de cada ano, as instituições
quadro de associados do FGC, a decretação de intervenção ou associadas devem reunir-se em Assembleia Geral ordinária
de liquidação extrajudicial da instituição associada, bem como para:
a mudança de objeto social em virtude da qual a instituição I - tomar as contas dos administradores, examinar, discutir
associada deixe de atender ao disposto no art. 11. e votar as demonstrações financeiras, à vista dos pareceres
§ 2º Fica facultado à instituição associada o oferecimento dos auditores independentes e do Conselho Fiscal;
de defesa ao Conselho de Administração, no prazo de quinze II - eleger os membros do Conselho de Administração, do
dias, contados a partir da notificação da exclusão da instituição Conselho Fiscal, da Diretoria Executiva e do Conselho
do quadro de associados do FGC. Consultivo;
§ 3º Da decisão do Conselho de Administração caberá III - designar o Presidente e o Vice-Presidente do Conselho
recurso, sem efeito suspensivo, à Assembleia Geral. de Administração; e
§ 4º É direito da instituição associada desligar-se do IV - fixar o limite global de remuneração do Conselho de
quadro de associadas ao FGC quando entender necessário, Administração, da Diretoria Executiva e do Conselho Fiscal, a
desde que comprove não mais exercer as atividades previstas ser distribuída entre seus membros conforme deliberação do
no art. 11 deste estatuto nem deter saldo de operações objeto Conselho de Administração.
de garantia ordinária ou especial proporcionada pelo FGC.
Art. 18. A Assembleia Geral Extraordinária poderá ser
Art. 13. São deveres das instituições associadas: convocada para deliberar sobre outros assuntos de interesse
I - cumprir e fazer cumprir o estatuto e o regimento do FGC, inclusive para eleger administradores na hipótese de
interno; vacância de cargos, caso em que os eleitos deverão completar
II - comparecer e votar nas Assembleias Gerais; o prazo dos mandatos vagos.
III - honrar pontualmente as contribuições, conforme
critérios estabelecidos; e Art. 19. A Assembleia Geral será convocada no mínimo com
IV - disponibilizar ao FGC: dez dias de antecedência, mediante três publicações seguidas
a) até 30 de abril e 30 de setembro de cada ano, e sempre no Diário Oficial da União, sempre com a indicação da ordem
que solicitado, cópia das demonstrações financeiras do dia:
semestrais e dos relatórios de auditoria externa; I - pelo presidente do Conselho de Administração, por sua
b) as informações consolidadas, para fins estatísticos, iniciativa ou a pedido de dois ou mais de seus membros;
sobre os instrumentos financeiros objeto de garantia pelo FGC, II - por dois ou mais membros do conselho de
elaboradas de acordo com a regulamentação em vigor; e administração signatários do pedido ao presidente do
Conselho de Administração, caso este não promova a
Art. 14. Todas as instituições associadas poderão exercer publicação do aviso de convocação dentro de dez dias,
livremente os direitos previstos no presente estatuto. contados do recebimento do pedido;
III - por iniciativa de instituições associadas que
CAPÍTULO IV representem em conjunto, no mínimo, 1/5 (um quinto) do
DOS ÓRGÃOS DO FGC E DAS ASSEMBLEIAS GERAIS total das unidades de votos, observados os critérios do art. 16
deste estatuto.
Art. 15. São órgãos do FGC:
I - a Assembleia Geral;

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Art. 20. A Assembleia Geral será instalada e presidida pelo de administradores de recursos de terceiros, de outras
presidente do Conselho de Administração, que convidará um instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do
dos presentes para secretariar os trabalhos. Brasil ou de empresas integrantes dos respectivos
Parágrafo único. Na ausência do presidente do conselho, a conglomerados, bem como de profissionais dessas instituições
Assembleia Geral será instalada por qualquer dos ou empresas que estejam formalmente licenciados ou
conselheiros, cabendo às instituições associadas presentes temporariamente afastados;
eleger o presidente da assembleia. II - não é permitida a participação de administradores ou
funcionários de entidades de classe representativas de
Art. 21. A Assembleia Geral será instalada com qualquer instituições financeiras ou de outras instituições autorizadas a
número de instituições associadas presentes e suas funcionar pelo Banco Central do Brasil, bem como de
deliberações serão tomadas por maioria simples das unidades profissionais dessas entidades que estejam formalmente
de votos presentes à assembleia, observados os critérios do licenciados ou temporariamente afastados; e
art. 16 deste estatuto. III - no caso de renúncia ou de impedimento de membro do
conselho, o Conselho de Administração indicará um dos
Art. 22. Aplicam-se às deliberações que tiverem por objeto suplentes para assumir a vaga até o término do mandato.
a reforma do estatuto ou do regulamento do FGC ou a eleição
de membros do Conselho de Administração ou da Diretoria Art. 26. O mandato dos membros do Conselho de
Executiva os seguintes quóruns: Administração será de até três anos, permitida a reeleição por
I - instalação em primeira convocação com a presença de, um mandato.
no mínimo, 50% (cinquenta por cento) mais uma das unidades § 1º O prazo de gestão estender-se-á até a investidura dos
de voto das instituições associadas e, nas convocações novos conselheiros eleitos.
seguintes, até que se alcance a presença de, no mínimo, 1/3 § 2º Os membros do Conselho de Administração serão
(um terço) das unidades de voto das instituições associadas; e dispensados de prestação de garantia de gestão.
II - deliberação mediante, no mínimo, 2/3 (dois terços) das § 3º Ao menos um membro do Conselho de Administração
unidades de voto das instituições associadas presentes à não poderá ter seu mandato coincidente com os mandatos dos
assembleia. demais. (Incluído pela Resolução nº 4.620, de 21/12/2017)
§ 1º Aprovada a reforma do estatuto ou do regulamento
pela Assembleia Geral, a respectiva proposta deverá ser Art. 27. O Conselho de Administração deve declarar vago o
encaminhada ao Banco Central do Brasil, para exame e cargo de membro que, sem causa justificada, deixar de
submissão ao Conselho Monetário Nacional. participar de três reuniões consecutivas.
§ 2º Uma instituição associada pode fazer-se representar
por outra, mediante procuração com poderes específicos para Art. 28. O Conselho de Administração reunir-se-á por
cada Assembleia Geral. convocação do presidente, por sua iniciativa ou a pedido de
dois ou mais de seus membros.
Art. 23. Para a destituição de membros do Conselho de § 1º Caso o presidente, dentro de sete dias do recebimento
Administração ou da Diretoria Executiva é necessário um do pedido de convocação, não expeça o respectivo aviso, dois
quórum para deliberação de 2/3 (dois terços) das unidades de ou mais membros do Conselho de Administração que tiverem
voto das instituições associadas. pedido a reunião poderão remetê-lo.
§ 2º O aviso de convocação deve indicar a ordem do dia e
CAPÍTULO V ser entregue, mediante recibo, aos membros do Conselho de
DA ADMINISTRAÇÃO DO FGC Administração, com dez dias, no mínimo, de antecedência.
§ 3º A antecedência referida no § 2º é dispensada quando
Art. 24. O FGC será administrado pelo Conselho de a reunião contar com a presença ou representação da
Administração e pela Diretoria Executiva, eleitos pela totalidade dos membros do Conselho de Administração, ou
Assembleia Geral, observados os critérios do art. 16 e os ainda, alternativamente, com atestado por escrito daqueles
seguintes procedimentos: membros concordando com a realização da reunião.
I - a eleição dos membros do Conselho de Administração § 4º A reunião do Conselho de Administração somente
será feita por votação em chapas, contendo o nome dos pode ocorrer com a presença ou a representação da maioria
candidatos a titulares ou a suplentes para todos os cargos em absoluta de seus membros e as deliberações devem ser
disputa, as quais deverão ser registradas junto à mesa tão logo tomadas por maioria de votos, cabendo ao presidente voto de
divulgada pela Assembleia Geral a quantidade dos cargos em qualidade, em caso de empate na votação.
disputa; § 5º Das reuniões do Conselho de Administração devem ser
II - o nome de cada candidato a titular ou a suplente do lavradas atas no livro próprio, assinadas pelos presentes.
Conselho de Administração deverá compor somente uma
chapa; Art. 29. O FGC terá um Conselho Consultivo, sem funções
III - cada instituição associada poderá registrar somente executivas, integrado por até seis membros titulares e seis
uma chapa; suplentes, eleitos pela Assembleia Geral, mediante indicação
IV - será considerada vencedora a chapa que obtiver o de nomes feita pelo Conselho de Administração, com mandato
maior número de votos das instituições associadas, de acordo de três anos, permitida a reeleição, e que se reunirá por
com os quóruns estabelecidos no art. 22; e convocação do Conselho de Administração, quando decidir
V - ocorrendo empate na votação, nova Assembleia Geral ouvi-lo sobre:
será convocada, reabrindo-se o prazo para apresentação das I - ideias, sugestões e propostas na formulação de políticas,
chapas. diretrizes e estratégias de atuação do FGC no desempenho de
suas finalidades;
Art. 25. O Conselho de Administração será constituído por II - operações e negócios nos quais o FGC seja instado a
cinco a nove membros efetivos e igual número de suplentes, participar, e que necessitarem de adequada avaliação em
pessoas naturais residentes no País, observadas as seguintes termos de repercussão sobre o mercado financeiro; e
disposições: III - outras matérias, dentro do objeto de atuação do FGC,
I - não é permitida a participação de controladores, que possam repercutir sobre a solidez e a estabilidade do SFN.
administradores ou funcionários de instituições financeiras,

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APOSTILAS OPÇÃO

§ 1º Os membros do Conselho Consultivo devem ser instituições submetidas a regime de resolução. (Incluído pela
pessoas naturais, com reconhecidos conhecimentos e Resolução nº 4.620, de 21/12/2017)
experiência em negócios, operações e atividades § 5º A vedação referida no § 4º deve ser mantida, após o
desenvolvidas no sistema financeiro, não se lhes aplicando os encerramento dos respectivos mandatos, no período de
impedimentos previstos nos incisos I e II do art. 25. quarentena vigente a que se refere o §2º deste art. 31.
§ 2º As reuniões do Conselho Consultivo serão: (Incluído pela Resolução nº 4.620, de 21/12/2017)
I - realizadas mediante livre convocação do Conselho de
Administração, admitida sua efetivação por telefone ou por Art. 32. Compete ao Conselho de Administração:
meio eletrônico, mantendo-se em arquivo específico resumo I - fixar o percentual da contribuição ordinária das
das reuniões; e instituições associadas ao FGC, mediante solicitação específica,
II - instaladas com a presença da maioria de seus membros. devidamente fundamentada, apresentada ao Banco Central do
§ 3º Os membros do Conselho Consultivo assinarão carta Brasil, para exame e submissão à prévia autorização do
de compromisso de confidencialidade dirigida ao Banco Conselho Monetário Nacional, observado o percentual máximo
Central do Brasil, compromisso que se estenderá às pessoas estabelecido pelo Conselho Monetário Nacional;
que o conselheiro tiver necessidade de ouvir para a formação II - fixar as condições das contribuições extraordinárias
de sua opinião. que as instituições associadas devem efetuar para custeio da
garantia a ser prestada pelo FGC na hipótese de que trata o art.
Art. 30. A Diretoria Executiva, composta por dois a cinco 10, § 2º, inciso I, deste estatuto, observado que tais
diretores, sendo um deles o diretor executivo e os demais sem contribuições estão limitadas a 50% (cinquenta por cento) da
designação específica, será eleita pela Assembleia Geral para alíquota em vigor para as contribuições ordinárias;
um mandato de três anos, permitida a reeleição mediante III - fixar a orientação geral dos serviços do FGC,
indicação de nomes feita pelo Conselho de Administração, especialmente as políticas e normas a serem observadas no
observadas as seguintes disposições: cumprimento de suas finalidades sociais e na aplicação de seus
I - não é permitida a participação de controladores, recursos, estabelecendo os requisitos de composição e de
administradores ou funcionários de instituições financeiras, diversificação de riscos da carteira, podendo, inclusive,
de administradores de recursos de terceiros, de outras contratar sua administração com terceiros, observado o
instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do disposto no art. 5º deste estatuto;
Brasil ou de empresas integrantes dos respectivos IV - aprovar o regimento interno e definir competências
conglomerados, bem como de profissionais dessas instituições para deliberação e prática de atos compreendidos no objeto do
ou empresas que estejam formalmente licenciados ou FGC;
temporariamente afastados; e V - indicar à Assembleia Geral os nomes dos candidatos a
II - não é permitida a participação de administradores ou membros da Diretoria Executiva, do Conselho Fiscal e do
de funcionários de entidades de classe representativas de Conselho Consultivo;
instituições financeiras ou de outras instituições autorizadas a VI - aprovar o orçamento de custeio e de investimentos do
funcionar pelo Banco Central do Brasil, bem como de FGC;
profissionais dessas entidades que estejam formalmente VII - apresentar ao Banco Central do Brasil, para exame e
licenciados ou temporariamente afastados. submissão à prévia autorização do Conselho Monetário
Parágrafo único. O prazo de gestão estender-se-á até a Nacional, proposta, devidamente fundamentada, de alteração
investidura dos novos diretores eleitos. do percentual da contribuição mensal ordinária;
VIII - aprovar os níveis de remuneração dos membros do
Art. 31. Os membros eleitos para o Conselho de Conselho de Administração, da Diretoria Executiva e do
Administração, o Conselho Consultivo e a Diretoria Executiva Conselho Fiscal, observado o limite global fixado pela
devem ter seus nomes submetidos ao Banco Central do Brasil, Assembleia Geral;
que os aprovará se atenderem aos requisitos previstos na IX - deliberar sobre os atos e operações que, de acordo com
regulamentação em vigor para o exercício de cargos em órgãos este estatuto ou o regimento interno, sejam de sua
estatutários de instituições financeiras e demais instituições competência, inclusive alienação de bens do ativo
autorizadas a funcionar pela referida Autarquia. permanente;
§ 1º Aprovados os respectivos nomes, os membros do X - deliberar sobre a contratação dos auditores
Conselho de Administração, do Conselho Consultivo e da independentes;
Diretoria Executiva devem tomar posse após a assinatura de XI - designar o presidente do conselho consultivo;
carta de compromisso de confidencialidade dirigida ao Banco XII - examinar o balancete mensal e manifestar-se sobre o
Central do Brasil. relatório e as demonstrações financeiras do FGC;
§ 2º Os membros do Conselho de Administração e da XIII - estabelecer a forma e fixar as condições das
Diretoria Executiva, durante o exercício do mandato e por operações previstas no art. 4º deste estatuto, em caráter geral
quatro meses contados do seu encerramento, ficam impedidos ou específico, em termos de prazos, encargos, garantias e
de exercer qualquer atividade remunerada em instituições demais condições;
financeiras, em administradores de recursos de terceiros, em XIV - estabelecer os critérios, os limites, os requisitos de
outras instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central diversificação, o formato operacional e as cláusulas
do Brasil, em empresas integrantes dos respectivos contratuais das operações previstas no art. 5º deste estatuto;
conglomerados ou em entidades de classe representativas de XV - deliberar sobre a contratação de seguro ou outro tipo
instituições financeiras ou de outras instituições autorizadas a de proteção existente no mercado para proporcionar garantia
funcionar pelo Banco Central do Brasil. aos membros de órgãos do FGC de que tratam os incisos II, III,
§ 3º Os membros do Conselho de Administração e da IV e V do art. 15, contra eventuais reclamações formuladas por
Diretoria Executiva continuarão percebendo a remuneração terceiros em decorrência de atos praticados no exercício do
atribuída ao cargo durante o período de quatro meses após o mandato, ainda que já encerrado; e
encerramento de seus mandatos. XVI - deliberar sobre os casos omissos.
§ 4º É vedado aos membros do Conselho de Administração § 1º Diante de situação conjuntural adversa, reconhecida
e da Diretoria Executiva, direta ou indiretamente, por si ou por pelo Banco Central do Brasil, e no intuito de preservar a
cônjuge ou parente de até terceiro grau, participar de qualquer higidez e a estabilidade do SFN, os encargos de que trata o
processo de aquisição de ativos alienados pelo FGC ou por inciso XIII do caput poderão ser fixados em bases inferiores

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APOSTILAS OPÇÃO

aos de mercado, conforme decisão do Conselho de relatórios da administração e dos auditores independentes,
Administração do FGC. emitindo parecer para apreciação da Assembleia Geral
§ 2º O quórum necessário para deliberação das Ordinária.
excepcionalidades previstas no parágrafo anterior, no § 3º do
art. 4º, no § 3º do art. 5º e para o estabelecimento de Art. 39. O mandato dos membros do Conselho Fiscal será
adiantamento de contribuições mensais ordinárias de que de até três anos, permitida a reeleição.
trata o inciso II do § 2º do art. 10 é de 2/3 (dois terços) dos Parágrafo único. Aplicam-se aos membros do Conselho
membros efetivos do Conselho de Administração. Fiscal o disposto nos incisos I e II do art. 25 e no art. 31 deste
estatuto.
Art. 33. Compete à Diretoria Executiva, além da prática dos CAPÍTULO VIII
atos ordinários de gestão: DA LIQUIDAÇÃO
I - a representação ativa e passiva do FGC, em juízo ou fora
dele; Art. 40. O FGC entrará em liquidação nos casos previstos
II - a administração do FGC, de acordo com o estatuto e o em lei ou por determinação do Conselho Monetário Nacional,
regimento interno; mediante deliberação da Assembleia Geral, competindo ao
III - a aprovação das operações previstas no art. 4º deste Conselho de Administração nomear o liquidante, ouvido o
estatuto, respeitadas a forma e as condições estabelecidas pelo Banco Central do Brasil.
Conselho de Administração; e Art. 41. Na hipótese de dissolução do FGC seu patrimônio
IV - a aprovação das operações previstas no art. 5º deste será destinado para entidade assemelhada que vier a sucedê-
estatuto, respeitados os critérios estabelecidos no Regimento lo em seus direitos e obrigações.
Interno, quando caracterizadas como operações direcionadas
a instituições financeiras específicas. ANEXO II COM REDAÇÃO DADA PELA RESOLUÇÃO Nº
Parágrafo único. A representação em juízo, para receber 4.469, DE 25/2/2016
citação ou notificação, prestar depoimento pessoal ou atos
análogos, caberá ao diretor executivo, que poderá indicar, para REGULAMENTO DO FGC
fazê-lo em seu lugar, outro diretor ou procurador com poderes
especiais. CAPÍTULO I
DA GARANTIA ORDINÁRIA
Art. 34. O FGC somente pode assumir obrigações mediante
assinatura conjunta: Art. 1º São beneficiários da garantia ordinária prestada
I - de dois diretores; e pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC) às instituições
II - de um diretor em conjunto com procurador com associadas, referidas no art. 11 do Estatuto do FGC, os
mandato específico. investidores e depositantes de tais instituições.
Parágrafo único. As procurações do FGC serão outorgadas
por dois diretores e deverão conter a especificação dos Art. 2º São objeto da garantia ordinária proporcionada
poderes conferidos e o prazo de validade, salvo na outorga de pelo FGC os créditos representados pelos seguintes
procurações para fins judiciais, que poderão ser emitidas com instrumentos financeiros:
validade por prazo indeterminado. I - depósitos à vista ou sacáveis mediante aviso prévio;
II - depósitos de poupança;
CAPÍTULO VI III - depósitos a prazo, com ou sem emissão de certificado;
DO EXERCÍCIO SOCIAL E DAS DEMONSTRAÇÕES IV - depósitos mantidos em contas não movimentáveis por
FINANCEIRAS cheques, destinadas ao registro e controle do fluxo de recursos
referentes à prestação de serviços de pagamento de salários,
Art. 35. O exercício social do FGC coincide com o ano- vencimentos, aposentadorias, pensões e similares;
calendário. V - letras de câmbio;
§ 1º Ao fim de cada semestre, a Diretoria Executiva deve VI - letras imobiliárias;
fazer elaborar demonstrações financeiras semestrais. VII - letras hipotecárias;
§ 2º Ao fim de cada exercício social, a diretoria executiva VIII- letras de crédito imobiliário;
deve fazer elaborar balanço patrimonial e demonstração do IX - letras de crédito do agronegócio;
resultado do exercício, bem como relatório sobre as atividades X - operações compromissadas que têm como objeto
e o resultado do período e a situação das reservas ao fim do títulos emitidos após 8 de março de 2012 por empresa ligada.
exercício, com vistas à respectiva apreciação pelo conselho de § 1º Não são cobertos pela garantia ordinária:
administração. I - os depósitos, empréstimos ou quaisquer outros recursos
§ 3º As demonstrações financeiras semestrais e anuais do captados ou levantados no exterior;
FGC devem ser examinadas pelos auditores independentes, II - as operações relacionadas a programas de interesse
publicadas no Diário Oficial da União e divulgadas no sítio do governamental instituídos por lei; (Redação dada pela
FGC na internet. Resolução nº 4.620, de 21/12/2017.)
III - os depósitos judiciais; (Redação dada pela Resolução
Art. 36. O resultado anualmente apurado pelo FGC deve ser nº 4.620, de 21/12/2017.)
registrado nas reservas previstas no regimento interno. IV - qualquer instrumento financeiro que contenha
cláusula de subordinação, autorizado ou não pelo Banco
CAPÍTULO VII Central do Brasil a integrar o patrimônio de referência de
DO CONSELHO FISCAL intuições financeiras e demais instituições autorizadas a
funcionar pela referida Autarquia; (Redação dada pela
Art. 37. O FGC terá um Conselho Fiscal composto de três Resolução nº 4.620, de 21/12/2017.)
membros efetivos e igual número de suplentes, eleitos pela V - os créditos:
Assembleia Geral. a) de titularidade de instituições financeiras e demais
instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do
Art. 38. Compete ao Conselho Fiscal examinar os Brasil, de entidades de previdência complementar e de
balancetes e as demonstrações financeiras do FGC, os regimes próprios de previdência social instituídos pela União,

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APOSTILAS OPÇÃO

Estados, Distrito Federal e Municípios, de sociedades § 6º No caso dos créditos de que trata o § 4º, inciso IV, a
seguradoras, de sociedades de capitalização, clubes de garantia do FGC não se estende aos associados, aos
investimento e de fundos de investimento; e condôminos ou quaisquer participantes daquelas entidades.
b) representados por cotas de fundos de investimento ou (Incluído pela Resolução nº 4.620, de 21/12/2017.)
que representem quaisquer participações nas entidades
referidas na alínea “a” ou nos instrumentos financeiros de sua Art. 3º Quando as disponibilidades do FGC atingirem 2%
titularidade. (Inciso V com redação dada pela Resolução nº (dois por cento) do total dos saldos das contas cobertas pela
4.620, de 21/12/2017.) garantia, no conjunto das instituições associadas, o Conselho
VI - (Revogado pela Resolução nº 4.620, de 21/12/2017.) de Administração, por proposta fundamentada da Diretoria
§ 2º O total de créditos de cada pessoa contra a mesma Executiva, apresentada ao Banco Central do Brasil, para exame
instituição associada, ou contra todas as instituições e submissão à prévia autorização do Conselho Monetário
associadas do mesmo conglomerado financeiro, será Nacional, pode deliberar a suspensão temporária das
garantido até o valor de R$250.000,00 (duzentos e cinquenta contribuições das instituições associadas para o fundo.
mil reais). § 1º Caso, após a deliberação referida no caput, as
§ 3º O total dos créditos de cada credor contra o conjunto disponibilidades do FGC venham a representar menos que 2%
de todas as instituições associadas será garantido até o valor (dois por cento) do total dos saldos das contas cobertas pela
de R$1.000.000,00 (um milhão de reais) a cada período de garantia, as instituições associadas deverão voltar a recolher
quatro anos consecutivos. (Redação dada pela Resolução nº as contribuições, até que as disponibilidades voltem a atingir
4.620, de 21/12/2017.) o patamar de 2% (dois por cento) do total dos saldos das
§ 4º Para efeito da determinação do valor garantido dos contas cobertas pela garantia.
créditos de cada pessoa, devem ser observados os seguintes § 2º Para efeito da quantificação das disponibilidades do
critérios: FGC, devem ser considerados os saldos disponíveis em caixa e
I - titular do crédito é aquele em cujo nome o instrumento em aplicações financeiras líquidas.
financeiro estiver registrado na escrituração da instituição § 3º Consideram-se aplicações financeiras líquidas, para
associada ou aquele designado em título por ela emitido ou efeito do § 2.º, aquelas registradas no ativo circulante do
aceito; balanço do exercício e dos balancetes mensais.
II - devem ser somados os créditos de cada credor
identificado pelo respectivo número de registro no Cadastro Art. 4º Ocorridas as situações previstas nos incisos do art.
de Pessoas Físicas (CPF)/Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica 3.º do estatuto, a informação sobre os valores correspondentes
(CNPJ) contra todas as instituições associadas do mesmo ao pagamento da garantia será fornecida diretamente ao FGC
conglomerado financeiro; pelo representante legal da instituição associada, cabendo ao
III - na hipótese de aplicação em instrumento financeiro FGC a designação da instituição financeira encarregada dos
relacionado nos incisos do caput cuja negociação seja pagamentos.
intermediada por instituição integrante do Sistema Financeiro
Nacional (SFN), a titularidade dos créditos contra as CAPÍTULO II
instituições associadas ao FGC deve ser comprovada, pelo DA GARANTIA ESPECIAL
cliente da instituição intermediária na operação, mediante a
apresentação da nota de negociação da operação, nos termos Art. 5º São objeto da garantia especial proporcionada pelo
da legislação aplicável; FGC os depósitos a prazo, sem emissão de certificado, nas
IV - os créditos titulados por associações, condomínios e condições e nos limites estabelecidos pelo Conselho Monetário
entidades assemelhadas, sem personalidade jurídica, quando Nacional, captados pelas instituições autorizadas.
cobertos nos termos deste regulamento, serão garantidos até § 1º Os depósitos de que trata o caput serão conhecidos
o valor referido no § 2º deste artigo, na totalidade de seus como "Depósitos a Prazo com Garantia Especial do FGC
haveres, em um mesmo conglomerado financeiro; (DPGE)" e assim devem ser especificados nos contratos.
V - nas contas conjuntas, a garantia está limitada ao valor § 2º A cobertura do FGC ao DPGE somente será exigida nas
referido no § 2º deste artigo, ou ao saldo da conta, quando situações de que trata o art. 3.º do estatuto do FGC, devendo
inferior a esse limite, dividido pelo número de titulares, sendo ser paga em até 3 (três) dias úteis após a decretação de
o crédito do valor garantido feito de forma individual; intervenção ou de liquidação extrajudicial, cabendo ao FGC a
VI - nas contas em moeda estrangeira, o valor deverá ser designação de instituição financeira para executar o
convertido em real com base na média das cotações oficiais de pagamento dos investimentos garantidos.
compra e venda da moeda estrangeira na data da decretação § 3º O prazo de até 3 (três) dias para a liquidação será
do regime de resolução, conforme divulgadas no sítio do Banco estendido, na hipótese de divergência ou atraso na entrega de
Central do Brasil na internet; informações e documentos, até que os procedimentos
VII - o limite estabelecido no § 3º se aplica às operações publicados pelo FGC em seu sítio na internet sejam atendidos.
contratadas ou repactuadas a partir da data da publicação da § 4º Os depósitos de que trata o caput devem ser
Resolução do Conselho Monetário Nacional que o institui; e celebrados com um único titular, a ser identificado pelo
VIII - o termo inicial do período de quatro anos respectivo número do Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou do
consecutivos referido no § 3º será contado do dia de Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ), vedada a
ocorrência do primeiro evento a que se refere o artigo 3º do manutenção de depósitos na modalidade de conta conjunta.
Estatuto do FGC, incluindo tal dia, para cada credor coberto § 5º A cobertura do FGC ao DPGE será corrigida pelos
pela garantia ordinária proporcionada pelo FGC. (Parágrafo 4º índices contratuais dos respectivos instrumentos até a data da
com redação dada pela Resolução nº 4.620, de 21/12/2017.) decretação da intervenção ou da liquidação extrajudicial de
§ 5º No caso previsto no § 4º, inciso III, a instituição instituição associada.
intermediária da operação deve apresentar ao interventor ou
ao liquidante a relação de seus clientes contendo os valores Art. 6º O total de créditos de cada pessoa contra a mesma
aplicados, a data e as demais características da aplicação em instituição associada ao FGC, ou contra todas as instituições
instrumentos financeiros de responsabilidade de emissor sob associadas do mesmo conglomerado financeiro, relativo aos
intervenção ou sob liquidação extrajudicial. (Redação dada DPGE, será garantido até o valor máximo de R$ 20.000.000,00
pela Resolução nº 4.620, de 21/12/2017.) (vinte milhões de reais).

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Parágrafo único. Para efeito da determinação do valor especializado em títulos de crédito, assentou que o seu dever
garantido dos créditos de cada depositante, serão observados de pagamento estaria relacionado a
os seguintes critérios: (A) obrigações portadas por devedor, mesmo ilíquidas
I - titular do crédito é aquele em cujo nome o crédito (B) cláusulas contratuais estipuladas em desfavor do
estiver registrado na escrituração da instituição associada ou devedor
aquele designado em título por ela emitido ou aceito; (C) títulos de crédito derivados do original
II - devem ser somados os créditos de cada credor (D) obrigação líquida constante do título
identificado pelo respectivo Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) (E) estoque de débito do avalizado junto ao credor
ou Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) contra todas
as instituições associadas do mesmo conglomerado financeiro; 03. (Banco do Brasil – Escriturário - FCC) O penhor
III - os créditos titulados por associações, condomínios, mercantil é modalidade de garantia que pode ser exigida por
cooperativas, grupos ou administradoras de consórcio, operadores do Sistema Financeiro Nacional na formalização
entidades de previdência complementar, sociedades de operações de crédito em que
seguradoras, sociedades de capitalização e demais sociedades (A) haja dispensa de fiel depositário.
e associações sem personalidade jurídica e entidades (B) o valor atualizado do bem não exceda 50% do valor
assemelhadas serão garantidos até o valor de R$ financiado.
20.000.000,00 (vinte milhões de reais) na totalidade de seus (C) esse direito recaia sobre bens móveis.
haveres em um mesmo conglomerado financeiro. (D) o devedor possa substituir os bens empenhados sem
autorização prévia do credor.
Art. 7º O limite de captação dos depósitos, para efeito do (E) os recursos liberados permaneçam depositados na
art. 5.º, é aquele estabelecido pelo Conselho Monetário mesma instituição financeira.
Nacional.
Respostas
Art. 8º As instituições financeiras que captarem DPGE
devem fornecer aos titulares desses depósitos comprovante 01. Resposta: E
do registro específico do depósito, emitido pela entidade 02. Resposta: D
registradora. 03. Resposta: C
Parágrafo único. O comprovante de registro específico de
que trata o caput deve ser remetido ao depositante em até 5
(cinco) dias úteis após a contratação da operação.
Autorregulação Bancária.
CAPÍTULO III
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
A Federação Brasileira de Bancos - FEBRABAN cumprindo
Art. 9º O recebimento dos créditos contra instituições sua vocação de representar o setor bancário e de fortalecer a
associadas por meio de procurações deverá ser previamente sua relação com a sociedade liderou, em conjunto com os
justificado e aprovado pelo FGC. maiores bancos do País, a criação do Sistema Brasileiro de
Autorregulação Bancária.
Questões A autorregulação possibilitará aos bancos, em conjunto
com a sociedade, harmonizar o sistema bancário,
01. (Banco do Brasil - Escriturário - suplementando as normas e os mecanismos de controle já
CESGRANRIO/2015) A sociedade empresária W & Z Ltda. existentes.
pretende expandir a sua atuação e, para tal fito, necessita de A plena concorrência é essencial para a manutenção dos
numerário, uma vez que seu capital disponível não lhe permite direitos do consumidor. Assim, a FEBRABAN desenvolveu a
corporificar seu crescimento. Nessa linha, inventaria os seus autorregulação como um sistema voluntário, focado na sadia
bens desembaraçados disponíveis e apresenta proposta de concorrência do mercado, na elevação de padrões e no
empréstimo bancário com as garantias que enumera no aumento da transparência em benefício dos consumidores. Ao
documento que entrega ao gerente do Banco onde tem suas se tornar voluntário na integração do sistema de
operações financeiras. O gerente sugere que a garantia seja autorregulação, aderindo aos mais elevados padrões ético e de
concretizada por penhor mercantil e apresenta os contratos conduta, cada banco atesta o comprometimento com os seus
necessários, previamente aprovados pelo setor jurídico, e consumidores e com a sociedade brasileira.
indica que o numerário será disponibilizado em até vinte e Os bancos fazem parte do dia a dia das pessoas,
quatro horas após a formalização do negócio. Nos termos do possibilitando desde o pagamento e o recebimento de salários,
Código Civil, prometendo pagar em dinheiro a dívida que aposentadorias, impostos, taxas, contas e compras, até a
garante com penhor mercantil, o devedor poderá emitir, em tomada de empréstimos e aplicação em investimentos. Apenas
favor do credor, em 2007, foram realizadas algo em torno de 41 bilhões de
(A) cheque especial transações, muitas das quais nas mais de 18.000 agências
(B) letra de câmbio própria distribuídas no País. Números dessa magnitude mostram o
(C) debênture comercial quanto um sistema bancário saudável, ético e eficiente é
(D) carta de crédito pignoratícia essencial para o desenvolvimento econômico e social do Brasil.
(E) cédula do respectivo crédito As atividades bancárias, por sua importância,
complexidade e dinamismo, são reguladas por um número
02. (Banco do Brasil - Escriturário - considerável de normas voltadas à estruturação do Sistema
CESGRANRIO/2015) Sr. X é concitado por Sr. Y a atuar como Financeiro e ao relacionamento entre os bancos e seu público.
avalista em título de crédito no qual Sr. Y é devedor. Dado o Diversas entidades asseguram que tais normas sejam
alto grau de amizade entre os dois, o ato é praticado. Algum devidamente respeitadas. Dentre elas, o Banco Central, os
tempo depois, Sr. X recebe comunicação de que pende de órgãos de defesa do consumidor, os tribunais, as organizações
pagamento a dívida resultante do aval. Diversas dúvidas não governamentais e os veículos de comunicação. Esse
acudiram ao avalista que, consultando profissional sistema de normas e mecanismos de controle é

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reconhecidamente sólido e eficaz. Não obstante, sempre FEBRABAN, em 04 de dezembro de 2008, determinando-se o
haverá o que ser aperfeiçoado. início de sua vigência para o dia 02 de janeiro de 2009.
Desde então, o Sistema vem crescendo e diversificando as
Conceito: Sistema voluntário, focado na sadia áreas temáticas tratadas em seus Normativos e, ao mesmo
concorrência do mercado, na elevação de padrões e no tempo, vem sendo criadas as estruturas operacionais
aumento da transparência em benefício dos consumidores. necessárias à garantia de seu correto funcionamento, no
âmbito da Diretoria de Autorregulação da FEBRABAN.
Para o sistema bancário brasileiro avançar, é preciso que Características:
cada banco ultrapasse as expectativas dos próprios - É composto pelo Código de Autorregulação Bancária,
consumidores e do estritamente indicado nas normas. Não pelos Normativos do Conselho de Autorregulação, pelas
basta alguns bancos seguirem esta direção; é preciso que todos Decisões da Diretoria de Autorregulação e pelos Julgados dos
o façam. Comitês Disciplinares;
É por esse motivo que a Federação Brasileira de Bancos à - As normas da Autorregulação não se sobrepõem, mas se
Febraban, cumprindo a sua vocação de representar o setor harmonizam à legislação vigente, destacadamente ao Código
bancário e de fortalecer a sua relação com a sociedade, liderou, de Defesa do Consumidor, às leis e normas especificamente
em conjunto com os maiores bancos do país, a criação do direcionadas ao sistema bancário e à execução de atividades
sistema brasileiro de autorregulação bancária. delegadas pelo setor público a instituições financeiras;
A autorregulação possibilitar aos bancos, em conjunto com - As normas da Autorregulação abrangem todos os
a sociedade, harmonizar o sistema bancário, suplementando produtos e serviços ofertados ou disponibilizados pelas
as normas e os mecanismos de controle já· existentes. Signatárias a qualquer pessoa física, cliente ou não cliente;
A plena concorrência é essencial para a manutenção dos - São participantes do Sistema de Autorregulação Bancária
direitos do consumidor. Assim, a Febraban desenvolveu a as signatárias do Termo de Adesão ao Sistema de
autorregulação como um sistema voluntário, focado na sadia Autorregulação Bancária (bancos múltiplos, bancos
concorrência do mercado, na elevação de padrões e no comerciais, bancos de investimento, caixas econômicas,
aumento da transparência em benefício dos consumidores. Ao cooperativas de crédito ou sociedades de crédito,
voluntariar-se para integrar o sistema de autorregulação, financiamento e investimento, desde que associados à
aderindo aos mais elevados padrões éticos e de conduta, cada Febraban).
banco atesta o comprometimento com os seus consumidores e
com a sociedade brasileira. Princípios do Sistema de Autorregulação
A autorregulação não se resume ao Código de - Ética e Legalidade - adotar condutas benéficas à
Autorregulação Bancária e às Regras da Autorregulação sociedade, ao funcionamento do mercado e ao meio-ambiente.
Bancária. Trata-se de um processo contínuo que envolve Respeitar a livre concorrência e a liberdade de iniciativa. Atuar
bancos, consumidores e a sociedade como um todo e, como tal, em conformidade com a legislação vigente e com as normas da
evoluir· nos próximos anos. Dessa evolução surgir· um sistema autoregulação.
bancário ainda mais saudável, ético e eficiente, e por - Respeito ao Consumidor – tratar o consumidor de
consequência, um sistema cada vez mais confiável. forma justa e transparente, com atendimento cortês e digno.
Assistir o consumidor na avaliação dos produtos e serviços
Sistema de Autorregulação Bancária adequados às suas necessidades e garantir a segurança e a
A construção do Sistema começou a ganhar vida, de fato em confidencialidade de seus dados pessoais. Conceder crédito de
2007, a partir da definição, pela Diretoria da FEBRABAN, forma responsável e incentivar o uso consciente de crédito.
daquele que deveria ser o primeiro foco temático a ser - Comunicação Eficiente – fornecer informações de forma
trabalhado: o relacionamento entre os bancos e seus precisa, adequada, clara e oportuna, proporcionando
consumidores pessoa física. condições para o consumidor tomar decisões conscientes e
Com a participação de 7 dos maiores bancos do país e de bem informadas. A comunicação com o consumidor, por
profissionais da equipe da própria FEBRABAN, e com o apoio qualquer veículo, pessoalmente ou mediante ofertas ou
de uma empresa de consultoria contratada especificamente anúncios publicitários, deve ser feita de modo a informá-lo
para esse fim, foi criado um Grupo de Trabalho que deu início sobre os aspectos relevantes do relacionamento com a
aos trabalhos a partir de um levantamento bastante minucioso Signatária.
dos principais pontos objeto de demandas de consumo, em - Melhoria Contínua - aperfeiçoar padrões de conduta,
face dos bancos, junto aos Procons, ao Banco Central e às suas elevar a qualidade dos produtos, níveis de segurança e a
Ouvidorias, nos últimos anos. eficiência dos serviços.
Concluído esse levantamento, analisados os dados, teve
início o processo de construção normativa do Sistema, que Regras de Autorregulação
levou à redação de seus dois instrumentos básicos: o Código É responsabilidade do Conselho de Autorregulação
de Autorregulação Bancária (que trata do funcionamento do estabelecer normativo com regras sobre práticas bancárias,
Sistema) e as Regras de Autorregulação Bancária (Normativo sendo que ele deve revisar periodicamente a cada 2 anos.
001 do Sistema, que estabelece uma série de normas de Na elaboração das Regras considerar-se-ão as normas
conduta a serem seguidas pelos bancos signatários da aplicáveis às instituições financeiras, destacadamente as leis e
Autorregulação). normas do Sistema Financeiro Nacional, os usos e costumes
Após aprovação pela alta gestão dos bancos envolvidos, em em matéria comercial e bancária e os princípios do Código de
março de 2008, esses textos foram, então, encaminhados a Defesa do Consumidor.
alguns interlocutores relevantes do setor, tais como o Banco Os trabalhos de revisão são desenvolvidos por um comitê
Central e alguns órgãos e entidades de defesa do consumidor, revisional composto por no mínimo 7 (sete) representantes
para que conhecessem o trabalho e para que pudessem das signatárias não suspensas, sendo 1 (um) representante
apresentar as críticas e sugestões que entendessem oportunas. por conglomerado financeiro. Estes trabalhos podem ser
Com base nas contribuições recebidas, aquelas versões do facilitados ou liberados por um empresa de consultoria.
texto passaram, ainda, por uma nova modificação, visando à
incorporação de algumas das propostas recebidas e, por fim,
os textos finais foram aprovados e sancionados na primeira
reunião do Conselho de Autorregulação, realizada na sede da
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Responsabilidades das Signatárias pelo Conselho de Autorregulação com entidades


Cada signatária deve: representativas do setor financeiro.
- Respeitar e fazer com que suas controladas e coligadas Principais competências:
sujeitas à fiscalização do Banco Central do Brasil respeitem as - Propor e interpretar normativos no âmbito de sua
normas da Autorregulação; competência temática;
- Apontar um profissional com cargo estatutário, - Em procedimento disciplinar, emitir parecer sobre casos
preferencialmente com a atribuição de ouvidor ou de diretor diretamente relacionados à sua competência temática;
responsável pela ouvidoria, para ser o interlocutor da - Criar seu regimento interno, que disporá, no mínimo,
Diretoria de Autorregulação; sobre sua estrutura, funcionamento e rito para emitir parecer
- Enviar à Diretoria de Autorregulação semestralmente, e em procedimento disciplinar.
sempre que necessário, um relatório sobre a sua aderência às
normas da Autorregulação (relatório de conformidade), que é Diretoria de Autorregulação
o documento de registro do cumprimento das metas de É o órgão executivo do Sistema de Autorregulação,
aderência da Signatária às normas da Autorregulação e dos subordinado ao Conselho de Autorregulação.
planos de ação para adequação da Signatária às normas da Principais competências:
Autorregulação; - Implementar as orientações do Conselho de
- Enviar à Diretoria de Autorregulação os mesmos Autorregulação;
relatórios produzidos por suas Ouvidorias e remetidos - Orientar as Signatárias quanto ao correto preenchimento
semestralmente ao Banco Central do Brasil, contendo dos Relatórios de Conformidade. Aprovar o teor dos Relatórios
informações descritivas e estatísticas sobre reclamações de de Conformidade, monitorando o cumprimento das
clientes. obrigações ali consignadas, de acordo com a política definida
Entidades do Sistema de Autorregulação pelo Conselho de Autorregulação;
- Desenvolver e gerenciar processos e sistemas para
Conselho das Signatárias monitorar a aderência das Signatárias às normas da
É composto pelos membros do Conselho Diretor da Autorregulação;
Febraban que sejam representantes de Signatárias, bem como - Registrar denúncias por parte das Signatárias. Notificar,
por representantes das demais Signatárias, desde que ao Presidente do Conselho de Autorregulação, indícios de
elegíveis para a posição de Conselheiro Diretor da Febraban. violação às normas da Autorregulação e inadequação nos
Principais competências: Relatórios de Conformidade.
- Deliberar sobre a admissão de novas Signatárias;
- Sortear as Signatárias que serão representadas no Procedimento Disciplinar e Sanções ao
Conselho de Autorregulação e nomear Conselheiros Natos. Descumprimento das Normas
A Diretoria de Autorregulação, em decorrência da
Conselho de Autorregulação constatação de indício de violação às normas da
É o órgão normativo e de administração do Sistema de autorregulação ou ainda da verificação de inadequação no
Autorregulação Bancária, composto por Conselheiros do Relatório de Conformidade, notificará a Signatária para que
Sistema, Conselheiros Independentes e por Conselheiros apresente, em 10 (dez) dias, a sua versão dos fatos narrados
Setoriais. na notificação e, se for o caso, as ações corretivas pertinentes,
Principais competências: consignando-as no Relatório de Conformidade.
- Admitir Signatárias, ad referendum do Conselho das Caso a Signatária não apresente resposta tempestiva e
Signatárias; fundamentada, ou caso não altere adequadamente o Relatório
- Suspender Signatárias; de Conformidade, a Diretoria de Autorregulação dará
- Publicar as Regras e deliberar alterações ao Código e às conhecimento ao Presidente do Conselho de Autorregulação,
Regras; que convocará, em até 10 (dez) dias, um comitê disciplinar ad
- Editar Normativos versando sobre assuntos de interesse hoc (o "Comitê Disciplinar") para apurar os fatos e julgar o
coletivo, incluindo aqueles concernentes às práticas das caso.
Signatárias; O relator enviará, no prazo de 7 (sete) dias a contar da
- Estabelecer, por meio de resoluções, as diretrizes, instauração do procedimento, mediante correspondência
políticas e procedimentos do Sistema de Autorregulação escrita, notificação para que a Signatária apresente a sua
Bancária, incluindo: defesa, por escrito, em até 10 (dez) dias.
a) a política de comunicação, Na apresentação da defesa, a Signatária poderá
b) o modelo de Relatório de Conformidade, bem como o encaminhar uma proposta de celebração de termo de
procedimento para seu preenchimento pelas Signatárias e compromisso, comprometendo-se a cessar ou corrigir seus
critérios de análise para a Diretoria de Autorregulação, atos.
c) o Selo da Autorregulação, e Recebida ou não a defesa, o relator elaborará, quando
d) o relatório anual contendo informações sobre as cabível, um roteiro das providências para apuração dos fatos,
atividades desempenhadas e resultados alcançados pelo os quais serão registrados em relatório. A apuração de fatos
Conselho de Autorregulação e pela Diretoria de poderá ser efetuada por uma empresa de auditoria
Autorregulação; independente.
- Efetuar a revisão periódica das Regras; O relator encaminhará aos demais membros do Comitê
- Nomear e destituir o responsável pela Diretoria de Disciplinar e, conforme o caso, aos membros do Comitê
Autorregulação, bem como supervisionar a Diretoria de Setorial, cópia do relatório e da defesa da Signatária, em até 10
Autorregulação; (dez) dias após o término do prazo fatal para a apresentação
- Deliberar sobre assuntos que entenda relevantes ao da defesa, designando data para julgamento, a ser realizado no
Sistema de Autorregulação. prazo máximo de 10 (dez) dias. O relator dará conhecimento à
Signatária sobre todos os atos e documentos ocorridos ou
Comitês Setoriais produzidos antes da sessão de julgamento.
Comitês com competência temática, integrados ao Sistema A sessão de julgamento será instalada com a presença de
de Autorregulação Bancária através de convênios celebrados todos os membros do Comitê Disciplinar e iniciará com a
leitura do relatório pelo relator que, em seguida, dará a palavra

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aos representantes da Signatária para o oferecimento das profissionais obrigados a enviar informações sobre operações
razões finais da defesa pelo prazo máximo de 30 (trinta) suspeitas, alcançando doleiros, empresários que negociam
minutos. direitos de atletas, comerciantes de artigos de luxo, pessoas
Terminado o prazo para o oferecimento das razões finais físicas que trabalham com compra e troca de moeda
da defesa, o relator e os demais membros do Comitê estrangeira, etc.
Disciplinar, nessa ordem, proferirão os respectivos votos em Também será possível apreender bens em nomes de
sessão fechada, sem a presença da Signatária. laranjas e vender bens apreendidos antes do final do processo,
A decisão será tomada por maioria de votos dos membros cujos recursos ficarão depositados em juízo até o final do
do Comitê Disciplinar, vedada a abstenção. julgamento.
O patrimônio apreendido poderá ser repassado a estados
Neste contexto, comprovado que a Signatária descumpriu e municípios, e não apenas à União. No tocante à "delação
as normas da autorregulação estará sujeita as seguintes premiada", já prevista na Lei anterior, poderá ser feita "a
sanções: qualquer tempo", ou seja, mesmo depois da condenação.
- Recomendação do Comitê Disciplinar para o ajuste de sua Os crimes desta categoria são inafiançáveis.
conduta, encaminhada através de carta reservada; Saliente-se que não há na doutrina um conceito unívoco do
- Recomendação do Comitê Disciplinar para o ajuste de sua crime de lavagem, contudo não existem acepções distintas, as
conduta, encaminhada através de carta com o conhecimento mesmas convergem no sentido de que a lavagem é um
de todas as Signatárias, cumulada com a obrigação de pagar procedimento de caracterização lícita ao capital de origem
uma contribuição entre 1 (uma) e 10 (dez) vezes o valor da ilícita.
menor anuidade paga por uma Associada da Febraban; Tradicionalmente, define-se a lavagem de dinheiro como
- Suspensão de sua participação no Sistema de um conjunto de operações por meio das quais os bens, direitos
Autorregulação Bancária, com a interrupção do direito de uso e valores obtidos com a prática de crimes são integrados ao
do Selo da Autorregulação e a perda do mandato de seu sistema econômico financeiro, com a aparência de terem sido
Conselheiro no Conselho de Autorregulação, cumulada com a obtidos de maneira lícita. É uma forma de mascaramento da
obrigação de pagar uma contribuição entre 5 (cinco) e 15 obtenção ilícita de capitais.
(quinze) vezes o valor da menor anuidade paga por uma Segundo o GAFI, lavagem de dinheiro é o processo que tem
Associada da Febraban. por objetivo disfarçar a origem criminosa dos proveitos do
crime. Como bem aponta Carla Veríssimo de Carli, a
importância da lavagem é capital, porque permite ao
Noções básicas sobre os delinquente usufruir desses lucros sem pôr em perigo a sua
fonte (o delito antecedente), além de protegê-lo contra o
crimes de “Lavagem” ou bloqueio e o confisco.
Ocultação de Bens, Direitos e Ademais, é certo que o dinheiro em espécie é difícil de ser
Valores. Prevenção da guardado e manuseado, pois apresenta grande risco de furto e
roubo, além de chamar a atenção em negócios de alto valor, de
utilização do Sistema forma que o criminoso, por tais motivos, tenta desvincular o
Financeiro para os atos proveito obtido com o crime de sua origem criminosa e dar-lhe
ilícitos, em conformidade com aparência de ganho lícito, ou seja, “lavando” o dinheiro.
Conforme prelecionam Marcia Monassi Mougenot Bonfim
a lei 9.613/1998. e Edilson Mougenot Bonfim:
Independentemente da definição adotada, a doutrina
aponta as seguintes características comuns no processo de
Conceito lavagem de dinheiro:
1) a lavagem é um processo em que somente a partida é
Crimes de lavagem de dinheiro: Constitui um conjunto de perfeitamente identificável, não o ponto final;
operações comerciais ou financeiras que buscam a 2) a finalidade desse processo não é somente ocultar ou
incorporação na economia de cada país dos recursos, bens e dissimular a origem delitiva dos bens, direitos e valores, mas
serviços que se originam ou estão ligados a atos ilícitos. igualmente conseguir que eles, já lavados, possam ser
Em outras palavras é a intenção de ocultar a origem ilegal utilizados na economia legal.”
de recursos para que, num momento posterior, eles possam
ser reintroduzidos na economia revestidos de legitimidade. Importante destacar, finalmente, as características da
Assim sendo é o delito de ocultação ou dissimulação da lavagem de dinheiro na atualidade, apontadas por Blanco
natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou Cordero, quais sejam:
propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta 1) A complexidade, como decorrência dos altos lucros da
ou indiretamente, de infração penal. criminalidade organizada e da implantação de medidas de
Nova lei de lavagem do dinheiro foi baixada em 10 de julho controle, os quais levam à superação das formas mais
de 2012. Entre as principais especificações da nova lei, está a rudimentares de lavagem por outras mais sofisticadas;
possibilidade de punição para lavagem de dinheiro 2) A profissionalização da atividade de lavagem, seja pela
proveniente de qualquer origem ilícita. separação entre as atividades criminosas em sentido estrito e
Nos termos da lei, o crime de lavagem de dinheiro significa aquelas de lavagem dentro da organização criminosa, seja pela
“ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, oferta de profissionais especializados em lavagem de dinheiro,
disposição, movimentação ou propriedade de bens, direitos ou que prestam serviço a mais de uma organização;
valores provenientes, direta ou indiretamente, de infração 3) O caráter internacional, de modo a aproveitar-se das
penal”. notórias dificuldades da cooperação judiciária internacional e
A pena para o infrator à lei é de reclusão com prazo de 3 a dirigir a lavagem a países com sistemas menos rígidos de
10 anos, e multa. Incorre nesta mesma pena quem utiliza, na controle.
atividade econômica ou financeira, bens, direitos ou valores
provenientes de infração penal.
A Lei altera dispositivos que criam o Conselho de Controle
de Atividades Financeiras (COAF), ampliando os tipos de

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Etapas da lavagem de dinheiro b) Ocultação, Dissimulação, Transformação ou Layering


Nessa fase ocorre a camuflagem das evidências, com a
O dinheiro obtido de maneira ilícita - “dinheiro sujo” - utilização de uma série de negócios ou movimentações
passa por um processo composto por diversas fases financeiras, a fim de que seja dificultado o rastreamento
tencionadas a disfarçar sua origem ilícita sem comprometer os contábil dos lucros ilícitos. É a fase da lavagem propriamente
envolvidos, de forma que seja considerado “limpo”. dita, pois se dissimula a origem dos valores para que sua
Dos vários modelos de fases existentes, o de aceitação mais procedência não seja identificada.
ampla e adotado pela maioria da doutrina especializada é o Cria-se um emaranhado de complexas transações
elaborado pelo GAFI, composto por três fases: colocação, financeiras, em sua maioria internacionais, sendo que é nesta
ocultação e integração. fase que os países e as jurisdições que não cooperam com as
investigações referentes à lavagem de dinheiro têm papel
a) Colocação ou Placement fundamental. É a fase mais complexa do processo e a que
Esta fase consiste na introdução do dinheiro ilícito no envolve maiores riscos de vulnerabilidade aos sistemas
sistema financeiro, dificultando a identificação da procedência financeiros nacionais.
dos valores. É a fase mais arriscada para o “lavador” em razão As transações realizadas anteriormente são multiplicadas,
da sua proximidade com a origem ilícita. Walter Fanganiello muitas vezes com várias transferências por cabo (wire
Maiorovitch diz que é o momento “de apagar a mancha transfer) através de muitas empresas e contas, de modo a que
caracterizadora da origem ilícita”. se perca a trilha do dinheiro (paper trail). Há o saque do
Normalmente esses valores são introduzidos no sistema dinheiro em espécie e o depósito do mesmo em uma nova
financeiro em pequenas quantias, que, individualmente, instituição ou mesmo destruição dos registros de uma
acabam não gerando maiores suspeitas. A essa técnica é dado determinada operação em conluio com a instituição financeira.
o nome de smurfing. Daí por que existe uma preocupação Aliás, Fausto Martin de Sanctis destaca que a realidade de hoje
muito grande com os registros das instituições financeiras. O é ainda mais complexa tendo em vista que a criminalidade já
Federal Reserve – FED, Banco Central americano, se preocupa, está adquirindo bancos internacionais, porque todos os
há algum tempo, em identificar o cliente de forma tal que ele registros dessas instituições são manipulados, viabilizando
não perceba que está sendo investigado. ainda mais o que já era facilitado pelos paraísos fiscais.
Outra técnica de lavagem utilizada nesta fase é a utilização Segundo Marcia Monassi Mougenot Bonfim e Edilson
de estabelecimentos comerciais que trabalham com dinheiro Mougenot Bonfim, um dos métodos de ocultação mais
em espécie, a princípio insuspeitos, como cinemas, avançados é a venda fictícia de ações na bolsa de valores (o
restaurantes, hotéis, casas de bingo, entre outros. vendedor e o comprador, previamente ajustados, fixam um
Ainda podem ser referidas as práticas de “cabodólar” e a preço artificial para as ações de compra). É comum nesta fase
utilização de “laranjas” ou testas-de-ferro” nesta fase da também a transformação das quantias em bens imóveis ou
lavagem de dinheiro. O “cabodólar” consiste em uma rede de móveis; quanto a estes, costuma-se adquirir bens que possam
transferência de valores à margem do sistema financeiro ser postos em circulação rápida em diferentes países como
oficial, isto é, doleiros e casas de câmbio, que atuam como ouro, joias e pedras preciosas (commodities).
intermediários, realizam a transferência de valores de um país
para outro sem tributação, declaração ou autorização legal, o c) Integração ou Integration
que, como destaca o juiz federal José Paulo Baltazar Júnior, É a fase final do processo, muitas vezes interligada ou até
presta-se também para a evasão de divisas e para a sonegação mesmo sobreposta à etapa anterior. Nessa fase, já com a
fiscal. Já os “laranjas” são pessoas, reais ou fictas, cujos nomes aparência lícita, o capital é formalmente incorporado ao
são utilizados, com seu conhecimento ou não, para sistema econômico, geralmente por meio de investimentos no
titularizarem dinheiro ou bens do lavador. mercado mobiliário e imobiliário, e é assimilado com todos os
Nota-se, assim, que a lavagem de dinheiro tanto pode se outros ativos existentes no sistema. A integração do “dinheiro
dar mediante a utilização do sistema financeiro, quanto limpo” através das outras etapas faz com que este dinheiro
mediante a utilização de outros meios, como mercado pareça ter sido ganho de maneira lícita.
imobiliário, estabelecimentos comerciais, jogos legais e ilegais Entre as práticas realizadas nesta fase, estão o empréstimo
e etc. Daí, destaca-se a classificação doutrinária de lavagem de regresso, a falsa especulação imobiliária, a falsa
financeira e lavagem não financeira. especulação com obras de arte ou pedras preciosas e a
No Brasil, o “vídeobingo” era a técnica predileta do especulação financeira cruzada, por exemplo.
narcotráfico. Em depoimento mencionado por Juarez Cirino O empréstimo de regresso nada mais é que a simulação de
dos Santos, Lillo Lauricela, preso pela Divisão Antimáfia da empréstimos com dinheiro já pertencente ao lavador de
Itália, afirmou que a abertura de bingos eletrônicos no Brasil, empresas, localizadas no território nacional, para empresas de
despertou o interesse de empresários europeus e da máfia fachada, localizadas em paraísos fiscais, com os mesmos
italiana para a venda de máquinas e para a lavagem do proprietários daquelas. A falsa especulação, tanto de imóveis
dinheiro advindo da comercialização da cocaína. quanto de obras de arte ou pedras preciosas, se dá através da
Rogério Pacheco Jordão, ao comentar a gama de opções de simulação de valores superiores aos reais. E, por fim, a
que o “lavador” pode se utilizar para a colocação do capital especulação financeira cruzada é a simulação de lucros e
ilícito, destaca: prejuízos em operações casadas e de sinal contrário em bolsas
“Dificilmente alguém poderá andar em linha reta por mais de valores ou mercado de futuros, com os mesmos titulares ou
de dois quilômetros dentro de importantes cidades brasileiras com a utilização de laranjas. Esses compram e vendem os
como São Paulo ou Rio de Janeiro sem se deparar, no caminho, mesmos títulos, no mesmo dia, gerando prejuízos para um, que
com estabelecimentos que estejam, direta ou indiretamente, pode diminuir o imposto de renda devido, e lucros falsos para
na rede de lavagem. São hotéis, bares, restaurantes, bingos, outro, possibilitando a lavagem de dinheiro.
casas de câmbio, videolocadoras. Mas também imobiliárias, Alguns autores, como Carlos Márcio Rissi Macedo,
construtoras, bancos. “ inclusive, destacam que não se pode dizer que tecnicamente há
Fausto Martin de Sanctis conclui que é nessa oportunidade, “lavagem de dinheiro” nesta fase, já que o dinheiro já possui
no momento da colocação, que se exige maior intervenção do uma máscara de licitude.
Estado, porque o limite temporal entre a prática do crime Contudo, cabe esclarecer que a lavagem de dinheiro nem
original e o início da lavagem é muito estreito. sempre ocorre de acordo com as fases supracitadas, bem
como, não é necessária a ocorrência dessas três fases para que

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o delito esteja consumado, bastando a fase da colocação, A atuação do COAF inclui participações nos principais grupos
conforme posicionamento firmado pelo Supremo Tribunal de trabalho destas organizações, o que implica em resultados,
Federal. Entretanto, o estudo das fases da lavagem de dinheiro tendências e recomendações a serem discutidos internamente
é importante, pois ajuda a compreender como a mesma no Brasil a fim de lidar de forma apropriada com esta questão
procede. no país. O COAF coordena, por exemplo, o processo de
Além disso, salienta-se que todos os dias surgem novas avaliação mútua ao qual Brasil é submetido no âmbito do GAFI.
técnicas de lavagem de dinheiro, diferenciando-se das já Esta participação também inclui o compromisso de ter um
expostas, a par de que são muito mais complexas, tornando-se importante papel na região da América do Sul, liderando as
inabarcável a listagem de todas as formas de referida prática operações realizadas pelo GAFISUD, tendo exercido inclusive
delitiva. Aliás, nesse sentido, como lembrou o Ministro do a presidência do Grupo em 2006. O COAF também exerceu, de
Superior Tribunal de Justiça, Gilson Dipp, as técnicas de julho de 2008 a junho de 2009, a presidência do GAFI. Além
lavagem de dinheiro mais eficazes são aquelas ainda não disso, o COAF vem indicando representantes para participar
conhecidas. do Grupo de Egmont, não apenas nos que diz respeito a
questões políticas e institucionais, mas também na esfera
COAF - CONSELHO DE CONTROLE DE ATIVIDADES operacional, especialmente em relação à melhoria da troca de
FINANCEIRAS processos e normas de informações entre as UIFs membros do
Grupo.
A Lei 9.613 introduziu na Legislação Brasileira uma série
de iniciativas internacionais previstas na Convenção de Viena, Autarquia criada no âmbito do Ministério da Fazenda para:
na Convenção de Palermo, na Convenção das Nações Unidas a) coordenar e propor mecanismos de cooperação e troca
contra o Financiamento ao Terrorismo e, principalmente, nas de informações que viabilizem ações rápidas e eficientes no
Recomendações do GAFI/FATF. combate à ocultação ou à dissimulação de bens, direitos e
O avanço mais significativo no sistema legal brasileiro de valores;
prevenção e combate à lavagem de dinheiro desde a Lei b) receber, examinar e identificar as ocorrências suspeitas
9.613/98 foi a aprovação da Lei Complementar 105, de 20 de de atividades ilícitas previstas em lei;
janeiro de 2001, que ampliou o acesso do Conselho de Controle c) disciplinar e aplicar penas administrativas, sem prejuízo
de Atividades Financeiras (COAF) a informações bancárias. da competência de outros órgãos e entidades;
Ademais, a Lei 10.701, de 09 de julho de 2003, incluiu o d) comunicar à autoridade competente para a instauração
financiamento ao terrorismo como crime antecedente à dos procedimentos legais, em casos de indícios fundados da
lavagem de dinheiro, proporcionou mais autoridade ao COAF prática do crime de lavagem de dinheiro.
para obter informações de comunicantes, e cria um registro
nacional de contas bancárias. Desde março de 2012 (com vigência contar de maio do
O COAF, a unidade de inteligência financeira brasileira, mesmo ano) o COAF passa a atuar também nas seguintes
órgão integrante do Ministério da Fazenda, possui um papel operações e situações:
central no sistema brasileiro de combate à lavagem de - Operações com moeda nacional, estrangeira e cheques de
dinheiro e ao financiamento ao terrorismo, tendo a viagem ou com dados cadastrais de clientes, movimentação de
incumbência legal de coordenar mecanismos de cooperação e contas e operações de investimento interno;
de troca de informações que viabilizem ações rápidas e - Investimentos significativos não proporcionais à
eficientes no combate à lavagem de dinheiro, disciplinar e capacidade econômica e financeira do cliente, cuja origem não
aplicar penas administrativas e receber, examinar e identificar seja claramente definida;
ocorrências suspeitas. O COAF também coordena a - Movimentações atípicas de recursos por agentes
participação do Brasil em várias organizações internacionais, públicos, ou por pessoa física ou jurídica relacionados a
tais como GAFI, GAFISUD e Grupo de Egmont. patrocínio, propaganda, marketing, consultoria, assessoria e
Com relação às medidas preventivas, a legislação capacitação; ou de recursos por organizações sem fins
brasileira, ao designar autoridades competentes apropriadas lucrativos ou por pessoa física ou jurídica relacionados a
para supervisionar as instituições financeiras, cumpre os licitações públicas;
requisitos para uma maior vigilância de atividades financeiras - Situações relacionadas a consórcios;
suspeitas ou incomuns, ou ainda transações envolvendo - Aumento expressivo do número de quotas pertencentes
jurisdições com regimes deficientes de combate à lavagem de a um mesmo consorciado;
dinheiro e ao financiamento ao terrorismo. A conservação de - Situações relacionadas a pessoas suspeitas de
documentos, os dispositivos legais, a execução da lei e a envolvimento com atos terroristas, ou relacionadas com
autoridade dos supervisores para aplicar sanções são bastante atividades internacionais;
abrangentes, além de estar mostrando ótimos resultados. - Realização ou proposta de operação com pessoas,
Além do COAF, outras autoridades, tais como a Polícia inclusive sociedades e instituições situadas em países que não
Federal, a Receita Federal, a Controladoria-Geral da União e o apliquem (ou apliquem insuficientemente) as recomendações
Ministério Público, têm se engajado de forma sistemática e do Grupo de Ação contra a Lavagem de Dinheiro e o
progressiva no combate à lavagem de dinheiro, o que pode ser Financiamento do Terrorismo, ou que tenham sede em países
visto no aumento do número de investigações e condenações. com tributação favorecida ou regimes fiscais privilegiados;
Essas autoridades têm ampliado suas capacidades de atuação, - Situações relacionadas com operações de crédito
quer seja ampliando recursos, quer seja cooperando com contratadas no exterior e operações de investimento externo;
outros órgãos para intercâmbio de informações e - Situações relacionadas com empregados de instituições
experiências. Além disso, os tribunais especializados recém- financeiras e seus representantes;
criados para julgar estes processos também aumentaram os - Abertura e movimentação de contas ou realização de
esforços na luta contra o crime de lavagem de dinheiro. operações por detentor de procuração ou qualquer tipo de
Como mencionado acima, o COAF tem participado mandato;
ativamente de eventos internacionais relacionados à lavagem - Ausência repentina de movimentação financeira em
de dinheiro e ao financiamento ao terrorismo. Graças ao COAF, conta;
o Brasil se tornou membro do GAFI, do GAFISUD e do Grupo de - Utilização de cofres de aluguel de forma atípica ou do
Egmont, sendo reconhecido internacionalmente como um país cartão de forma incompatível com o perfil do cliente.
que luta de forma eficaz contra atividades financeiras ilícitas.

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Vamos acompanhar, em seguida na íntegra a mencionada lei, bem como os outros dispositivos criados para prevenção e combate ao
crime de lavagem de dinheiro:

LEI Nº 9.613, DE 3 DE MARÇO DE 1998.

Dispõe sobre os crimes de "lavagem" ou ocultação de bens, direitos e valores; a prevenção da utilização do sistema financeiro para os
ilícitos previstos nesta Lei; cria o Conselho de Controle de Atividades Financeiras - COAF, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I
Dos Crimes de "Lavagem" ou Ocultação de Bens, Direitos e Valores

Art. 1o Ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou propriedade de bens, direitos ou valores
provenientes, direta ou indiretamente, de infração penal.
I ao VIII - (Revogados)
Pena: reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e multa.
§ 1o Incorre na mesma pena quem, para ocultar ou dissimular a utilização de bens, direitos ou valores provenientes de infração
penal:
I - os converte em ativos lícitos;
II - os adquire, recebe, troca, negocia, dá ou recebe em garantia, guarda, tem em depósito, movimenta ou transfere;
III - importa ou exporta bens com valores não correspondentes aos verdadeiros.
§ 2o Incorre, ainda, na mesma pena quem:
I - utiliza, na atividade econômica ou financeira, bens, direitos ou valores provenientes de infração penal;
II - participa de grupo, associação ou escritório tendo conhecimento de que sua atividade principal ou secundária é dirigida à
prática de crimes previstos nesta Lei.
§ 3º A tentativa é punida nos termos do parágrafo único do art. 14 do Código Penal.
§ 4o A pena será aumentada de um a dois terços, se os crimes definidos nesta Lei forem cometidos de forma reiterada ou por
intermédio de organização criminosa.

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APOSTILAS OPÇÃO

§ 5o A pena poderá ser reduzida de um a dois terços e ser Art. 4o-A. A alienação antecipada para preservação de
cumprida em regime aberto ou semiaberto, facultando-se ao valor de bens sob constrição será decretada pelo juiz, de ofício,
juiz deixar de aplicá-la ou substituí-la, a qualquer tempo, por a requerimento do Ministério Público ou por solicitação da
pena restritiva de direitos, se o autor, coautor ou partícipe parte interessada, mediante petição autônoma, que será
colaborar espontaneamente com as autoridades, prestando autuada em apartado e cujos autos terão tramitação em
esclarecimentos que conduzam à apuração das infrações separado em relação ao processo principal.
penais, à identificação dos autores, coautores e partícipes, ou § 1o O requerimento de alienação deverá conter a relação
à localização dos bens, direitos ou valores objeto do crime. de todos os demais bens, com a descrição e a especificação de
cada um deles, e informações sobre quem os detém e local
CAPÍTULO II onde se encontram.
Disposições Processuais Especiais § 2o O juiz determinará a avaliação dos bens, nos autos
apartados, e intimará o Ministério Público.
Art. 2º O processo e julgamento dos crimes previstos nesta § 3o Feita a avaliação e dirimidas eventuais divergências
Lei: sobre o respectivo laudo, o juiz, por sentença, homologará o
I – obedecem às disposições relativas ao procedimento valor atribuído aos bens e determinará sejam alienados em
comum dos crimes punidos com reclusão, da competência do leilão ou pregão, preferencialmente eletrônico, por valor não
juiz singular; inferior a 75% (setenta e cinco por cento) da avaliação.
II - independem do processo e julgamento das infrações § 4o Realizado o leilão, a quantia apurada será depositada
penais antecedentes, ainda que praticados em outro país, em conta judicial remunerada, adotando-se a seguinte
cabendo ao juiz competente para os crimes previstos nesta Lei disciplina:
a decisão sobre a unidade de processo e julgamento; I - nos processos de competência da Justiça Federal e da
III - são da competência da Justiça Federal: Justiça do Distrito Federal:
a) quando praticados contra o sistema financeiro e a a) os depósitos serão efetuados na Caixa Econômica
ordem econômico-financeira, ou em detrimento de bens, Federal ou em instituição financeira pública, mediante
serviços ou interesses da União, ou de suas entidades documento adequado para essa finalidade;
autárquicas ou empresas públicas; b) os depósitos serão repassados pela Caixa Econômica
b) quando a infração penal antecedente for de competência Federal ou por outra instituição financeira pública para a
da Justiça Federal. Conta Única do Tesouro Nacional, independentemente de
§ 1o A denúncia será instruída com indícios suficientes da qualquer formalidade, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas; e
existência da infração penal antecedente, sendo puníveis os c) os valores devolvidos pela Caixa Econômica Federal ou
fatos previstos nesta Lei, ainda que desconhecido ou isento de por instituição financeira pública serão debitados à Conta
pena o autor, ou extinta a punibilidade da infração penal Única do Tesouro Nacional, em subconta de restituição;
antecedente. II - nos processos de competência da Justiça dos Estados:
§ 2o No processo por crime previsto nesta Lei, não se aplica a) os depósitos serão efetuados em instituição financeira
o disposto no art. 366 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro designada em lei, preferencialmente pública, de cada Estado
de 1941 (Código de Processo Penal), devendo o acusado que ou, na sua ausência, em instituição financeira pública da União;
não comparecer nem constituir advogado ser citado por edital, b) os depósitos serão repassados para a conta única de
prosseguindo o feito até o julgamento, com a nomeação de cada Estado, na forma da respectiva legislação.
defensor dativo. § 5o Mediante ordem da autoridade judicial, o valor do
depósito, após o trânsito em julgado da sentença proferida na
Art. 3º (Revogado pela Lei nº 12.683, de 2012) ação penal, será:
I - em caso de sentença condenatória, nos processos de
Art. 4o O juiz, de ofício, a requerimento do Ministério competência da Justiça Federal e da Justiça do Distrito Federal,
Público ou mediante representação do delegado de polícia, incorporado definitivamente ao patrimônio da União, e, nos
ouvido o Ministério Público em 24 (vinte e quatro) horas, processos de competência da Justiça Estadual, incorporado ao
havendo indícios suficientes de infração penal, poderá patrimônio do Estado respectivo;
decretar medidas assecuratórias de bens, direitos ou valores II - em caso de sentença absolutória extintiva de
do investigado ou acusado, ou existentes em nome de punibilidade, colocado à disposição do réu pela instituição
interpostas pessoas, que sejam instrumento, produto ou financeira, acrescido da remuneração da conta judicial.
proveito dos crimes previstos nesta Lei ou das infrações § 6o A instituição financeira depositária manterá controle
penais antecedentes. dos valores depositados ou devolvidos.
§ 1o Proceder-se-á à alienação antecipada para § 7o Serão deduzidos da quantia apurada no leilão todos
preservação do valor dos bens sempre que estiverem sujeitos os tributos e multas incidentes sobre o bem alienado, sem
a qualquer grau de deterioração ou depreciação, ou quando prejuízo de iniciativas que, no âmbito da competência de cada
houver dificuldade para sua manutenção. ente da Federação, venham a desonerar bens sob constrição
§ 2o O juiz determinará a liberação total ou parcial dos judicial daqueles ônus.
bens, direitos e valores quando comprovada a licitude de sua § 8o Feito o depósito a que se refere o § 4o deste artigo, os
origem, mantendo-se a constrição dos bens, direitos e valores autos da alienação serão apensados aos do processo principal.
necessários e suficientes à reparação dos danos e ao § 9o Terão apenas efeito devolutivo os recursos
pagamento de prestações pecuniárias, multas e custas interpostos contra as decisões proferidas no curso do
decorrentes da infração penal. procedimento previsto neste artigo.
§ 3o Nenhum pedido de liberação será conhecido sem o § 10. Sobrevindo o trânsito em julgado de sentença penal
comparecimento pessoal do acusado ou de interposta pessoa condenatória, o juiz decretará, em favor, conforme o caso, da
a que se refere o caput deste artigo, podendo o juiz determinar União ou do Estado:
a prática de atos necessários à conservação de bens, direitos I - a perda dos valores depositados na conta remunerada e
ou valores, sem prejuízo do disposto no § 1o. da fiança;
§ 4o Poderão ser decretadas medidas assecuratórias sobre II - a perda dos bens não alienados antecipadamente e
bens, direitos ou valores para reparação do dano decorrente daqueles aos quais não foi dada destinação prévia; e
da infração penal antecedente ou da prevista nesta Lei ou para III - a perda dos bens não reclamados no prazo de 90
pagamento de prestação pecuniária, multa e custas. (noventa) dias após o trânsito em julgado da sentença

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condenatória, ressalvado o direito de lesado ou terceiro de CAPÍTULO IV


boa-fé. Dos Bens, Direitos ou Valores Oriundos de Crimes
§ 11. Os bens a que se referem os incisos II e III do § 10 Praticados no Estrangeiro
deste artigo serão adjudicados ou levados a leilão,
depositando-se o saldo na conta única do respectivo ente. Art. 8o O juiz determinará, na hipótese de existência de
§ 12. O juiz determinará ao registro público competente tratado ou convenção internacional e por solicitação de
que emita documento de habilitação à circulação e utilização autoridade estrangeira competente, medidas assecuratórias
dos bens colocados sob o uso e custódia das entidades a que se sobre bens, direitos ou valores oriundos de crimes descritos
refere o caput deste artigo. no art. 1o praticados no estrangeiro.
§ 13. Os recursos decorrentes da alienação antecipada de § 1º Aplica-se o disposto neste artigo, independentemente
bens, direitos e valores oriundos do crime de tráfico ilícito de de tratado ou convenção internacional, quando o governo do
drogas e que tenham sido objeto de dissimulação e ocultação país da autoridade solicitante prometer reciprocidade ao
nos termos desta Lei permanecem submetidos à disciplina Brasil.
definida em lei específica. § 2o Na falta de tratado ou convenção, os bens, direitos ou
Art. 4o-B. A ordem de prisão de pessoas ou as medidas valores privados sujeitos a medidas assecuratórias por
assecuratórias de bens, direitos ou valores poderão ser solicitação de autoridade estrangeira competente ou os
suspensas pelo juiz, ouvido o Ministério Público, quando a sua recursos provenientes da sua alienação serão repartidos entre
execução imediata puder comprometer as investigações. o Estado requerente e o Brasil, na proporção de metade,
ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé.
Art. 5o Quando as circunstâncias o aconselharem, o juiz,
ouvido o Ministério Público, nomeará pessoa física ou jurídica CAPÍTULO V
qualificada para a administração dos bens, direitos ou valores DAS PESSOAS SUJEITAS AO MECANISMO DE
sujeitos a medidas assecuratórias, mediante termo de CONTROLE
compromisso.
Art. 6o A pessoa responsável pela administração dos bens: Art. 9o Sujeitam-se às obrigações referidas nos arts. 10 e
I - fará jus a uma remuneração, fixada pelo juiz, que será 11 as pessoas físicas e jurídicas que tenham, em caráter
satisfeita com o produto dos bens objeto da administração; permanente ou eventual, como atividade principal ou
II - prestará, por determinação judicial, informações acessória, cumulativamente ou não:
periódicas da situação dos bens sob sua administração, bem I - a captação, intermediação e aplicação de recursos
como explicações e detalhamentos sobre investimentos e financeiros de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira;
reinvestimentos realizados. II – a compra e venda de moeda estrangeira ou ouro como
Parágrafo único. Os atos relativos à administração dos ativo financeiro ou instrumento cambial;
bens sujeitos a medidas assecuratórias serão levados ao III - a custódia, emissão, distribuição, liquidação,
conhecimento do Ministério Público, que requererá o que negociação, intermediação ou administração de títulos ou
entender cabível. valores mobiliários.
Parágrafo único. Sujeitam-se às mesmas obrigações:
CAPÍTULO III I – as bolsas de valores, as bolsas de mercadorias ou
Dos Efeitos da Condenação futuros e os sistemas de negociação do mercado de balcão
organizado;
Art. 7º São efeitos da condenação, além dos previstos no II - as seguradoras, as corretoras de seguros e as entidades
Código Penal: de previdência complementar ou de capitalização;
I - a perda, em favor da União - e dos Estados, nos casos de III - as administradoras de cartões de credenciamento ou
competência da Justiça Estadual -, de todos os bens, direitos e cartões de crédito, bem como as administradoras de
valores relacionados, direta ou indiretamente, à prática dos consórcios para aquisição de bens ou serviços;
crimes previstos nesta Lei, inclusive aqueles utilizados para IV - as administradoras ou empresas que se utilizem de
prestar a fiança, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro cartão ou qualquer outro meio eletrônico, magnético ou
de boa-fé; equivalente, que permita a transferência de fundos;
II - a interdição do exercício de cargo ou função pública de V - as empresas de arrendamento mercantil (leasing) e as
qualquer natureza e de diretor, de membro de conselho de de fomento comercial (factoring);
administração ou de gerência das pessoas jurídicas referidas VI - as sociedades que efetuem distribuição de dinheiro ou
no art. 9º, pelo dobro do tempo da pena privativa de liberdade quaisquer bens móveis, imóveis, mercadorias, serviços, ou,
aplicada. ainda, concedam descontos na sua aquisição, mediante sorteio
§ 1o A União e os Estados, no âmbito de suas competências, ou método assemelhado;
regulamentarão a forma de destinação dos bens, direitos e VII - as filiais ou representações de entes estrangeiros que
valores cuja perda houver sido declarada, assegurada, quanto exerçam no Brasil qualquer das atividades listadas neste
aos processos de competência da Justiça Federal, a sua artigo, ainda que de forma eventual;
utilização pelos órgãos federais encarregados da prevenção, VIII - as demais entidades cujo funcionamento dependa de
do combate, da ação penal e do julgamento dos crimes autorização de órgão regulador dos mercados financeiro, de
previstos nesta Lei, e, quanto aos processos de competência da câmbio, de capitais e de seguros;
Justiça Estadual, a preferência dos órgãos locais com idêntica IX - as pessoas físicas ou jurídicas, nacionais ou
função. estrangeiras, que operem no Brasil como agentes, dirigentes,
§ 2o Os instrumentos do crime sem valor econômico cuja procuradoras, comissionarias ou por qualquer forma
perda em favor da União ou do Estado for decretada serão representem interesses de ente estrangeiro que exerça
inutilizados ou doados a museu criminal ou a entidade pública, qualquer das atividades referidas neste artigo;
se houver interesse na sua conservação. X - as pessoas físicas ou jurídicas que exerçam atividades
de promoção imobiliária ou compra e venda de imóveis;
XI - as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem joias,
pedras e metais preciosos, objetos de arte e antiguidades.
XII - as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem bens
de luxo ou de alto valor, intermedeiem a sua comercialização

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ou exerçam atividades que envolvam grande volume de calendário, operações com uma mesma pessoa, conglomerado
recursos em espécie; ou grupo que, em seu conjunto, ultrapassem o limite fixado
XIII - as juntas comerciais e os registros públicos; pela autoridade competente.
XIV - as pessoas físicas ou jurídicas que prestem, mesmo
que eventualmente, serviços de assessoria, consultoria, Art. 10-A. O Banco Central manterá registro centralizado
contadoria, auditoria, aconselhamento ou assistência, de formando o cadastro geral de correntistas e clientes de
qualquer natureza, em operações: instituições financeiras, bem como de seus procuradores.
a) de compra e venda de imóveis, estabelecimentos
comerciais ou industriais ou participações societárias de CAPÍTULO VII
qualquer natureza; Da Comunicação de Operações Financeiras
b) de gestão de fundos, valores mobiliários ou outros
ativos; Art. 11. As pessoas referidas no art. 9º:
c) de abertura ou gestão de contas bancárias, de poupança, I - dispensarão especial atenção às operações que, nos
investimento ou de valores mobiliários; termos de instruções emanadas das autoridades competentes,
d) de criação, exploração ou gestão de sociedades de possam constituir-se em sérios indícios dos crimes previstos
qualquer natureza, fundações, fundos fiduciários ou nesta Lei, ou com eles relacionar-se;
estruturas análogas; II - deverão comunicar ao Coaf, abstendo-se de dar ciência
e) financeiras, societárias ou imobiliárias; e de tal ato a qualquer pessoa, inclusive àquela à qual se refira a
f) de alienação ou aquisição de direitos sobre contratos informação, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, a proposta
relacionados a atividades desportivas ou artísticas ou realização:
profissionais; a) de todas as transações referidas no inciso II do art. 10,
XV - pessoas físicas ou jurídicas que atuem na promoção, acompanhadas da identificação de que trata o inciso I do
intermediação, comercialização, agenciamento ou negociação mencionado artigo; e
de direitos de transferência de atletas, artistas ou feiras, b) das operações referidas no inciso I;
exposições ou eventos similares; III - deverão comunicar ao órgão regulador ou fiscalizador
XVI - as empresas de transporte e guarda de valores; da sua atividade ou, na sua falta, ao Coaf, na periodicidade,
XVII - as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem forma e condições por eles estabelecidas, a não ocorrência de
bens de alto valor de origem rural ou animal ou intermedeiem propostas, transações ou operações passíveis de serem
a sua comercialização; e comunicadas nos termos do inciso II.
XVIII - as dependências no exterior das entidades § 1º As autoridades competentes, nas instruções referidas
mencionadas neste artigo, por meio de sua matriz no Brasil, no inciso I deste artigo, elaborarão relação de operações que,
relativamente a residentes no País. por suas características, no que se refere às partes envolvidas,
valores, forma de realização, instrumentos utilizados, ou pela
CAPÍTULO VI falta de fundamento econômico ou legal, possam configurar a
Da Identificação dos Clientes e Manutenção de hipótese nele prevista.
Registros § 2º As comunicações de boa-fé, feitas na forma prevista
neste artigo, não acarretarão responsabilidade civil ou
Art. 10. As pessoas referidas no art. 9º: administrativa.
I - identificarão seus clientes e manterão cadastro § 3o O Coaf disponibilizará as comunicações recebidas com
atualizado, nos termos de instruções emanadas das base no inciso II do caput aos respectivos órgãos responsáveis
autoridades competentes; pela regulação ou fiscalização das pessoas a que se refere o art.
II - manterão registro de toda transação em moeda 9o.
nacional ou estrangeira, títulos e valores mobiliários, títulos de
crédito, metais, ou qualquer ativo passível de ser convertido Art. 11-A. As transferências internacionais e os saques em
em dinheiro, que ultrapassar limite fixado pela autoridade espécie deverão ser previamente comunicados à instituição
competente e nos termos de instruções por esta expedidas; financeira, nos termos, limites, prazos e condições fixados pelo
III - deverão adotar políticas, procedimentos e controles Banco Central do Brasil.
internos, compatíveis com seu porte e volume de operações,
que lhes permitam atender ao disposto neste artigo e no art. CAPÍTULO VIII
11, na forma disciplinada pelos órgãos competentes; Da Responsabilidade Administrativa
IV - deverão cadastrar-se e manter seu cadastro atualizado
no órgão regulador ou fiscalizador e, na falta deste, no Art. 12. Às pessoas referidas no art. 9º, bem como aos
Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), na administradores das pessoas jurídicas, que deixem de cumprir
forma e condições por eles estabelecidas; as obrigações previstas nos arts. 10 e 11 serão aplicadas,
V - deverão atender às requisições formuladas pelo Coaf na cumulativamente ou não, pelas autoridades competentes, as
periodicidade, forma e condições por ele estabelecidas, seguintes sanções:
cabendo-lhe preservar, nos termos da lei, o sigilo das I - advertência;
informações prestadas. II - multa pecuniária variável não superior:
§ 1º Na hipótese de o cliente constituir-se em pessoa a) ao dobro do valor da operação;
jurídica, a identificação referida no inciso I deste artigo deverá b) ao dobro do lucro real obtido ou que presumivelmente
abranger as pessoas físicas autorizadas a representá-la, bem seria obtido pela realização da operação; ou
como seus proprietários. c) ao valor de R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de reais);
§ 2º Os cadastros e registros referidos nos incisos I e II III - inabilitação temporária, pelo prazo de até dez anos,
deste artigo deverão ser conservados durante o período para o exercício do cargo de administrador das pessoas
mínimo de cinco anos a partir do encerramento da conta ou da jurídicas referidas no art. 9º;
conclusão da transação, prazo este que poderá ser ampliado IV - cassação ou suspensão da autorização para o exercício
pela autoridade competente. de atividade, operação ou funcionamento.
§ 3º O registro referido no inciso II deste artigo será § 1º A pena de advertência será aplicada por
efetuado também quando a pessoa física ou jurídica, seus irregularidade no cumprimento das instruções referidas nos
entes ligados, houver realizado, em um mesmo mês- incisos I e II do art. 10.

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APOSTILAS OPÇÃO

§ 2o A multa será aplicada sempre que as pessoas referidas Art. 17. O COAF terá organização e funcionamento
no art. 9o, por culpa ou dolo: definidos em estatuto aprovado por decreto do Poder
I – deixarem de sanar as irregularidades objeto de Executivo.
advertência, no prazo assinalado pela autoridade
competente; CAPÍTULO X
II - não cumprirem o disposto nos incisos I a IV do art. 10; DISPOSIÇÕES GERAIS
III - deixarem de atender, no prazo estabelecido, a
requisição formulada nos termos do inciso V do art. 10; Art. 17-A. Aplicam-se, subsidiariamente, as disposições
IV - descumprirem a vedação ou deixarem de fazer a do Decreto-Lei no 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de
comunicação a que se refere o art. 11. Processo Penal), no que não forem incompatíveis com esta Lei.
§ 3º A inabilitação temporária será aplicada quando forem Art. 17-B. A autoridade policial e o Ministério Público terão
verificadas infrações graves quanto ao cumprimento das acesso, exclusivamente, aos dados cadastrais do investigado
obrigações constantes desta Lei ou quando ocorrer que informam qualificação pessoal, filiação e endereço,
reincidência específica, devidamente caracterizada em independentemente de autorização judicial, mantidos pela
transgressões anteriormente punidas com multa. Justiça Eleitoral, pelas empresas telefônicas, pelas instituições
§ 4º A cassação da autorização será aplicada nos casos de financeiras, pelos provedores de internet e pelas
reincidência específica de infrações anteriormente punidas administradoras de cartão de crédito.
com a pena prevista no inciso III do caput deste artigo. Art. 17-C. Os encaminhamentos das instituições
financeiras e tributárias em resposta às ordens judiciais de
Art. 13. O procedimento para a aplicação das sanções quebra ou transferência de sigilo deverão ser, sempre que
previstas neste Capítulo será regulado por decreto, determinado, em meio informático, e apresentados em
assegurados o contraditório e a ampla defesa. arquivos que possibilitem a migração de informações para os
autos do processo sem redigitação.
CAPÍTULO IX
Do Conselho de Controle de Atividades Financeiras Art. 17-D. Em caso de indiciamento de servidor público,
este será afastado, sem prejuízo de remuneração e demais
Art. 14. É criado, no âmbito do Ministério da Fazenda, o direitos previstos em lei, até que o juiz competente autorize,
Conselho de Controle de Atividades Financeiras - COAF, com a em decisão fundamentada, o seu retorno.
finalidade de disciplinar, aplicar penas administrativas,
receber, examinar e identificar as ocorrências suspeitas de Art. 17-E. A Secretaria da Receita Federal do Brasil
atividades ilícitas previstas nesta Lei, sem prejuízo da conservará os dados fiscais dos contribuintes pelo prazo
competência de outros órgãos e entidades. mínimo de 5 (cinco) anos, contado a partir do início do
§ 1º As instruções referidas no art. 10 destinadas às exercício seguinte ao da declaração de renda respectiva ou ao
pessoas mencionadas no art. 9º, para as quais não exista órgão do pagamento do tributo.
próprio fiscalizador ou regulador, serão expedidas pelo COAF,
competindo-lhe, para esses casos, a definição das pessoas Art. 18. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
abrangidas e a aplicação das sanções enumeradas no art. 12.
§ 2º O COAF deverá, ainda, coordenar e propor Brasília, 3 de março de 1998; 177º da Independência e
mecanismos de cooperação e de troca de informações que 110º da República.
viabilizem ações rápidas e eficientes no combate à ocultação
ou dissimulação de bens, direitos e valores. QUESTÕES
§ 3o O COAF poderá requerer aos órgãos da Administração
Pública as informações cadastrais bancárias e financeiras de 01. (SEFAZ/PE – Julgador Administrativo Tributário do
pessoas envolvidas em atividades suspeitas. Tesouro Estadual – FCC/2015) Sobre o crime de lavagem de
dinheiro, é correto afirmar que a Lei nº 9.613/1998
Art. 15. O COAF comunicará às autoridades competentes (A) definiu que a troca de bens de igual valor não gera a
para a instauração dos procedimentos cabíveis, quando prática do crime, pois os crimes tem como elemento essencial
concluir pela existência de crimes previstos nesta Lei, de a obtenção de lucro.
fundados indícios de sua prática, ou de qualquer outro ilícito. (B) deu causa, face à revogação do rol de crimes
antecedentes, ao fenômeno da abolitio criminis, quanto às
Art. 16. O Coaf será composto por servidores públicos de condutas ali previstas.
reputação ilibada e reconhecida competência, designados em (C) proibiu o recebimento pelo profissional liberal de
ato do Ministro de Estado da Fazenda, dentre os integrantes do valores ilícitos, em face da prestação de serviços efetivada,
quadro de pessoal efetivo do Banco Central do Brasil, da mesmo que não tenha dolo.
Comissão de Valores Mobiliários, da Superintendência de (D) permitiu o reconhecimento do crime de lavagem de
Seguros Privados, da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, dinheiro, quaisquer que sejam os crimes antecedentes dos
da Secretaria da Receita Federal do Brasil, da Agência quais resultem os ativos.
Brasileira de Inteligência, do Ministério das Relações (E) definiu que a importação e a exportação de bens com
Exteriores, do Ministério da Justiça, do Departamento de valores irreais apenas atingem a sonegação fiscal
Polícia Federal, do Ministério da Previdência Social e da correspondente ao tributo sonegado, não caracterizando o
Controladoria-Geral da União, atendendo à indicação dos crime de lavagem.
respectivos Ministros de Estado.
§ 1º O Presidente do Conselho será nomeado pelo 02. (SEFAZ/PE – Julgador Administrativo Tributário do
Presidente da República, por indicação do Ministro de Estado Tesouro Estadual – FCC/2015) Em relação à delação
da Fazenda. premiada, a Lei dos Crimes de Lavagem de Dinheiro definiu
§ 2º Das decisões do COAF relativas às aplicações de penas que
administrativas caberá recurso ao Ministro de Estado da (A) a substituição da pena pode ser feita mesmo após a
Fazenda. prolação da sentença.
(B) a redução da pena poderá ser efetivada no patamar de
um terço a quarto quintos.

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(C) a pena fixada em regime inicial fechado não pode ser


substituída.
(D) o magistrado não pode deixar de aplicar a pena, diante
Guia de Conduta Ética do
da natureza do crime. Banestes (disponível no sítio
(E) o benefício pode ser concedido, caso o agente se retrate do Banestes na Internet);
em juízo das informações prestadas.
Ruptura digital no setor
03. (PC/CE - Escrivão de Polícia Civil de 1ª Classe - bancário e financeiro;
VUNESP/2015) No que concerne ao crime de “lavagem” ou Resolução BACEN nº 4.539, de
ocultação de bens, direitos e valores, da Lei nº 9.613/98,
(A) só se configura após o trânsito em julgado da
24 de novembro de 2016.
condenação pelo crime que gerou o recurso ilícito (crime
antecedente)
(B) a pena será aumentada se o crime for cometido de Guia de Conduta Ética do Banestes (disponível no
forma reiterada sítio do Banestes na Internet3);
(C) admite-se a responsabilização criminal penal da pessoa
jurídica. CAPÍTULO I: GUIA DE CONDUTA ÉTICA DO SISTEMA
(D) pune-se a tentativa com a mesma pena do crime FINANCEIRO BANESTES
consumado.
(E) a colaboração espontânea do coautor ou partícipe, 1. APRESENTAÇÃO
ainda que efetiva e frutífera, não lhe reduzirá pena.
O Guia de Conduta Ética foi elaborado com a participação
04. (PGFN - Procurador da Fazenda Nacional - de todos os empregados em 2004 e atualizado em 2016. Ele
ESAF/2015) A extinção do rol de crimes antecedentes da Lei visa ao bem comum e reúne os princípios que orientam a
de Lavagem de Dinheiro (Lei n. 9.613/98), promovida pela Lei conduta humana dentro do Sistema Financeiro Banestes,
n. 12.683/12, teve como consequência: assim, como a tomada de decisão, a forma de ser e de agir, com
(A) a extinção da punibilidade de todas as condutas respeito às diferenças individuais e à diversidade cultural.
praticadas antes da vigência da Lei n. 12.683/12.
(B) o alargamento das hipóteses de ocorrência da figura Mais do que uma ferramenta de trabalho, este Guia deve
típica da lavagem de dinheiro, possibilitando que qualquer ser a nossa inspiração e fonte incessante geradora de reflexão
delito previsto no ordenamento brasileiro seja o crime para o exercício profissional ético.
antecedente necessário à sua configuração.
(C) a alteração da natureza do crime de lavagem de Tendo como base este Guia, o Conselho de Conduta Ética
dinheiro, que deixou de exigir a ocorrência de um crime tem um papel preventivo e orientador que visa harmonizar as
antecedente para sua consumação. posturas individuais e coletivas.
(D) a exclusão da possibilidade dos crimes de tráfico ilícito
de entorpecentes e extorsão mediante sequestro serem Em cada gesto, em cada atitude e em cada silêncio
antecedentes à conduta de lavagem de dinheiro. desenhamos a imagem do Sistema Financeiro Banestes. Por
(E) a abolitio criminis da lavagem de dinheiro a partir da esse motivo, você, profissional, deve pautar a sua atuação de
vigência da Lei n.12.683/12. acordo com os princípios contidos neste Guia de Conduta
Ética.
05. (TJ/SP - Advogado - VUNESP/2013) Nos termos da
Lei n.º 9.613/1998, a qual versa sobre delitos de lavagem ou 2. OBJETIVO
ocultação de bens, direitos e valores, configura crime ocultar
ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, 2.1 Reunir os princípios éticos que devem ser
movimentação ou propriedade de bens, direitos ou valores observados pelos profissionais em todos os níveis do Sistema
provenientes, direta ou indiretamente, de. Financeiro Banestes (SFB), visando nortear e aprimorar a
(A) qualquer infração penal. conduta humana.
(B) terrorismo e de seu financiamento, somente
(C) contrabando ou tráfico de armas, munições ou material 2.2 Promover a educação ética e prevenir condutas
destinado à sua produção, somente. inadequadas.
(D) crime praticado por organizações criminosas,
somente. 2.3 Fortalecer a imagem do SFB e dos seus profissionais
(E) tráfico ilícito de substâncias entorpecentes ou drogas junto à sociedade.
afins, somente.
3. ABRANGÊNCIA
RESPOSTAS
3.1 Este Guia de Conduta Ética aplica-se a todos os
01. Resposta: D Administradores, membros dos Conselhos e Comitês,
02. Resposta: A Empregados, Estagiários e Prestadores de Serviço do SFB, os
03. Resposta: B quais, doravante, serão denominados profissionais, que
04. Resposta: B devem aderir formalmente ao guia, conforme Anexo 1.
05. Resposta: A
3.2 Além dos princípios aqui listados, os profissionais
que atuam nas áreas financeiras e de mercado de capitais,
administração de fundos de investimentos, carteiras
administradas, administração de recursos de terceiros e
distribuição de títulos e valores mobiliários, bem como

3 http://www.banestes.com.br/institucional/pdf/guia_de_conduta_etica.pdf

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aqueles certificados por órgãos de controle e fiscalização da 4.5.2 Respeitar é conviver em harmonia com seu próximo,
área financeira e de mercados, devem observar aqueles demonstrando estima, afeição e consideração, mesmo em
evidenciados no Guia Setorial de Conduta Ética do Profissional situações de divergências.
de Mercado Financeiro e de Capitais do SFB.
4.6 Responsabilidade
3.3 Para efeito deste Guia de Conduta Ética, considera-se
que o SFB é composto pelas empresas: 4.6.1 Cumprir seus deveres e atribuições com
3.3.1 BANESTES S.A. – Banco do Estado do Espírito Santo; responsabilidade.
3.3.2 BANESTES DTVM – Distribuidora de Títulos e
Valores Mobiliários; 4.6.2 Quanto mais elevado for o cargo ou função que o
3.3.3 Banestes Seguros S.A.; profissional ocupa, maior é a sua responsabilidade em
3.3.4 Banestes Administradora e Corretora de Seguros, observar, divulgar e propagar as diretrizes deste Guia, a fim de
Previdência e Capitalização Ltda.; que ele seja cumprido.
3.3.5 BANESCAIXA – Caixa de Assistência dos Empregados
do Sistema Financeiro Banestes; 4.6.3 O profissional deve adotar uma conduta em
3.3.6 BANESES – Fundação Banestes de Seguridade Social. consonância com a Política de Responsabilidade
Socioambiental em vigor.
3.4 Este Guia de Conduta Ética abrange os profissionais
que vierem a se afastar do SFB, permitindo-nos a reparação 4.7. Lealdade
perante o Poder Judiciário de quaisquer ações que possam
causar prejuízo ou comprometer a imagem, o patrimônio, os 4.7.1 O profissional do SFB tem o dever de lealdade para
resultados financeiros do SFB e até mesmo a sua capacidade com os compromissos de sua Instituição.
competitiva no mercado.
4.7.2 O profissional deve priorizar a utilização dos
4. PRINCÍPIOS ÉTICOS produtos e serviços do SFB e contribuir com as áreas internas
com informações que possam proporcionar melhorias na
O SFB adota, como prioritários e comuns a todos os utilização dos mesmos.
relacionamentos, os princípios éticos a seguir listados.
4.8 Aptidão
4.1 Probidade
4.8.1 Os responsáveis pela designação ou indicação de
4.1.1 Agir com integridade de caráter, retidão e honradez. pessoas para ocupar funções de confiança têm o dever de
Exteriorizar uma conduta honesta e justa, procurando verificar o atendimento, pelo candidato, dos requisitos
satisfazer o interesse público, descartando toda a vantagem, necessários à função, entre elas, capacidade, competência e
quer para si, quer para terceiros, seja a Administração Pública habilidade.
ou particulares.
4.8.2 Nenhum profissional deve aceitar assumir função
4.2 Prudência para a qual não tenha aptidão, não esteja ou não se sinta
preparado e habilitado.
4.2.1 O profissional deve agir com capacidade sobre
assuntos submetidos à sua consideração. 4.9 Capacitação

4.2.2 Evitar ações que possam pôr em risco a finalidade de 4.9.1 O profissional deve capacitar-se para desempenhar
suas atribuições, o patrimônio das empresas que compõem o as suasatribuições, mantendo-se atualizado, quer pela leitura
SFB e a boa imagem de seus profissionais perante a sociedade. dos normativos internos e de matérias especializadas, quer
pela participação em treinamentos, ofertada ou não pelo SFB.
4.3 Idoneidade
4.10 Legalidade
4.3.1 Ser idôneo é ter competência técnica, legal e moral e
é condição essencial para o acesso e exercício das atribuições 4.10.1 Conhecer e cumprir os normativos do SFB,
exigidas pelo cargo/função no Sistema Financeiro Banestes. a legislação que regula a atividade bancária e outros
necessáriosou relacionados ao cumprimento das atribuições.
4.4 Temperança
4.10.2 Avaliar a conformidade dos normativos
4.4.1 Desempenhar suas atribuições com moderação e internos com os normativos externos e buscar soluções para a
sobriedade, utilizando-se das prerrogativas inerentes ao cargo atualização, caso necessário.
ou função e os meios de que dispõe unicamente para a
execução ou cumprimento de seus deveres. 4.11 Transparência

4.4.2 Evitar qualquer atitude que possa pôr em dúvida a 4.11.1 Expressar-se com veracidade em suas
honestidade ou a disposição para o cumprimento dos deveres relações funcionais e comprometer-se com a verdade,
próprios do cargo ou função. observando o sigilo onde exigir.

4.5 Respeito 4.11.2 Compartilhar com os profissionais as


informações comuns necessárias ao desenvolvimento das
4.5.1 Tratar as pessoas com respeito, não discriminar ou atividades.
permitir a discriminação; não destratar, ameaçar, oprimir,
constranger, caluniar ou desqualificá-las. 4.11.3. Fornecer, aos órgãos apuradores do SFB,
documentos comprobatórios de bens, rendas, movimentações
financeiras no Sistema Financeiro Nacional (SFN), dentre

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outros comprovantes, quando solicitado, em obediência à prolongadas durante a jornada de trabalho e no exercício de
legislação em vigor. suas funções.

4.12 Discrição 4.17.1.2 É vedado ao profissional adotar qualquer


atitude que configure assédio moral.
4.12.1 Manter reserva em relação a fatos ou
informações de que tenha conhecimento no exercício de suas 4.17.2 Assédio sexual
atribuições e em consequência delas.
4.17.2.1 Assédio sexual é caracterizado por
4.12.2 Não divulgar informações inverídicas. explicitações, insinuações, constrangimentos, ameaças ou
coerções constantes, durante a jornada de trabalho e relativas
4.12.3 Não fomentar possíveis intrigas entre ao exercício de suas funções, com o objetivo de obter
profissionais, observando o disposto nos princípios vantagens ou favorecimento sexual.
Temperança, Respeito, Sigilo, Hierarquia, Igualdade de
Tratamento, Exercício Adequado do Cargo ou Função, 4.17.2.2 É vedado ao profissional adotar qualquer
Cooperação e Tolerância; não incorrer em Assédio, dentre atitude que configure assédio sexual.
outros.
4.17.3 Intimidação sistemática (bullying)
4.13 Sigilo
4.17.3.1 Considera-se intimidação sistemática
4.13.1 Manter e garantir o sigilo em suas (bullying) todo ato de violência física ou psicológica,
operações de cunho bancário e cumprir sempre as condições intencional e repetitivo, que ocorre sem motivação evidente,
previamente pactuadas, conforme determina os regulamentos praticado durante a jornada de trabalho e relativas ao
internos do SFB relativos à segurança da informação e às exercício de funções laborais, por indivíduo ou grupo, contra
mídias sociais, bem como o manual interno de recursos uma ou mais pessoas, com o objetivo de intimidá-la ou agredi-
humanos e a legislação em vigor. la, causando dor e angústia à vítima, em uma relação de
desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas.
4.13.2 Guardar sigilo das informações e opções
estratégicas do SFB. 4.17.3.2 Caracteriza-se a intimidação sistemática,
chamada de bullying, quando há violência física ou psicológica
4.14 Hierarquia em atos de intimidação, humilhação ou discriminação, e ainda:
I - ataques físicos; II - insultos pessoais; III - comentários
4.14.1 Cumprir as determinações recebidas de seus sistemáticos e apelidos pejorativos; IV - ameaças por
superiores hierárquicos, respeitando as obrigações quaisquer meios; V - grafites depreciativos; VI - expressões
decorrentes dos estatutos e normas internas, bem como deste preconceituosas; VII - isolamento social consciente e
Guia de Conduta Ética. premeditado; VIII – pilhérias (fazer gozações, zombar).

4.15 Igualdade de tratamento 4.17.3.3 A intimidação sistemática (bullying) pode


ser classificada, conforme as ações praticadas, como:
4.15.1 O profissional deve repudiar e não adotar I - verbal: insultar, xingar e apelidar pejorativamente;
qualquer atitude que discrimine as pessoas, nas relações entre II - moral: difamar, caluniar, disseminar rumores;
superiores hierárquicos, pares e subordinados, em função de III - sexual: assediar, induzir e/ou abusar;
cor, sexo, religião, origem, grau de escolaridade, classe social, IV - social: ignorar, isolar e excluir;
estado civil, idade, ideologia política, filosofia de vida, V - psicológica: perseguir, amedrontar, aterrorizar,
associação com entidades de classe, orientação sexual, intimidar, dominar, manipular, chantagear e infernizar;
identidade de gênero, incapacidade física, entre outros. VI - físico: socar, chutar, bater;
VII - material: furtar, roubar, destruir pertences de
4.15.2 O profissional deve repudiar e não adotar outrem;
qualquer ato irrefletido, impulsivo, violento, intencional e VIII - virtual: depreciar, enviar mensagens intrusivas da
repetido, que possam causar danos físicos, psicológicos e/ou intimidade, enviar ou adulterar fotos e dados pessoais que
materiais. resultem em sofrimento ou com o intuito de criar meios de
constrangimento psicológico e social.
4.15.3 O profissional não deve permitir que
atitudes pautadas em simpatias e antipatias ou práticas de 4.17.3.4 Há intimidação sistemática na rede mundial
condutas inadequadas interfiram nas relações entre de computadores, chamada de "cyberbullying", praticado
superiores hierárquicos, pares e subordinados. durante a jornada de trabalho e relativas ao exercício de
funções laborais, quando se usarem os instrumentos que lhe
4.16 Exercício adequado do cargo ou função são próprios, do acervo da companhia ou de uso pessoal, para
depreciar, incitar a violência, adulterar fotos e dados pessoais
4.16.1 Não obter benefícios ou vantagens indevidas, para com o intuito de criar meios de constrangimento psicossocial.
si ou para outros, por meio do uso de seu cargo, função,
autoridade, influências ou aparência de influência. 4.17.3.5 É vedado ao profissional adotar qualquer
atitude que configure bullying ou cyberbullying.
4.17 Assédio
4.17.4 É vedado ao profissional dar causa à instauração de
4.17.1 Assédio moral investigação administrativa no âmbito do Conselho de
Conduta Ética contra alguém, imputando-lhe fato antiético,
4.17.1.1 Assédio moral é a exposição do profissional infracional ou criminoso, de que o sabe inocente.
a situações humilhantes e constrangedoras, repetitivas e

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4.18 Zelo terceiros ou, ainda, de cunho político, em detrimento do


interesse do SFB.
4.18.1 Proteger, conservar e utilizar de maneira
racional os bens destinados ao exercício das suas atividades. 4.23.2 O profissional deve recusar:

4.18.2 Esforçar-se para, no exercício de suas 4.23.2.1 Relações e situações em cujo contexto seus
atribuições, executá-las com qualidade. interesses pessoais, profissionais, políticos, econômicos ou
financeiros possam estar em conflito com a execução ou
4.18.3 Utilizar os bens do SFB somente para os cumprimento das atribuições e deveres sob sua
propósitos e fins para os quais tenham sido destinados, e não responsabilidade e com os objetivos do SFB;
permitir seu uso para fins particulares.
4.23.2.2 Dirigir, administrar, assessorar, patrocinar,
4.18.4 Não se considera para fins particulares a representar ou prestar serviços, remunerados ou não, para
guarda de bens do SFB que, por relevantes razões de serviço, o pessoas que negociem, forneçam bens ou serviços ou
profissional tenha que utilizá-los fora do local de trabalho. explorem concessões do SFB;

4.19 Uso apropriado do tempo de trabalho 4.23.2.3 Manter vínculos que signifiquem benefícios
ou obrigações com entidades investigadas pela unidade na
4.19.1 O profissional deve usar, com qual esteja desenvolvendo suas atividades ou atribuições;
responsabilidade, o tempo oficial de trabalho para cumprir as
suas atribuições, de acordo com o Manual de Recursos 4.23.2.4 Tratamento preferencial de fornecedores e
Humanos (MIREH). prestadores de serviço ou clientes, a menos que esse
tratamento seja oferecido a todas as pessoas em situação
4.19.2 O profissional não deve empregar nem similar.
solicitar a seus subordinados que empreguem o tempo oficial
de trabalho para realizar atividades que não sejam as 4.24 Administração financeira pessoal
requeridas para o desempenho de suas tarefas ou deveres do
cargo. 4.24.1 Ao contrair dívidas pessoais e perante o Sistema
Financeiro Nacional (SFN), o profissional deve observar sua
4.19.3 O profissional deve atuar de acordo com a capacidade de endividamento e cumprir o compromisso
Política de Conduta nas Mídias Sociais do SFB. assumido, evitando a inadimplência.

4.20 Cooperação 4.24.2. Atentar para questões comportamentais


relacionadas ao descontrole financeiro ou comportamento
4.20.1 Colaborar com o SFB e com os profissionais compulsivo para gastos desnecessários, envolvendo riscos e
no sentido de realizar ações para atingir objetivos comuns desequilíbrio orçamentário, que podem ser tratados por meio
concernentes à instituição. de acompanhamento psicoterápico.

4.20.2 O empregado do SFB deve se comprometer 4.25 Nepotismo ou favoritismo


e colaborar com a atividade de investigação ou fiscalização de
órgãos, entidades ou agentes públicos ou privados, ou no 4.25.1 Não designar seu cônjuge ou companheiro,
âmbito das agências reguladoras e dos órgãos de fiscalização ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral,
do SFN. até o terceiro grau, inclusive, para prestação de serviços nem
para ocupar cargo ou função no SFB.
4.20.3 É vedado ao empregado do SFB criar
embaraços às ações de autoridades fiscalizatórias no âmbito 4.25.2 Recusar a concessão de vantagens ou de
público ou privado, interno ou externo. cargos a pessoas amigas ou com vínculos afetivos, como favor
e não por mérito.
4.21 Tolerância
4.26 Incompatibilidade de atividades
4.21.1 Ser paciente frente a críticas de
profissionais, clientes e público em geral. 4.26.1 Não exercer outras atividades, remuneradas ou não,
que possam prejudicar o desempenho de suas atribuições no
4.21.2 Respeitar outras formas de pensar, agir e SFB ou que possam gerar conflito de interesse.
sentir, ainda que sejam diferentes ou opostas às adotadas por
si mesmo, independente do ambiente em que estiver inserido. 5. PRINCÍPIOS DE CONDUTAS AO RELACIONAR-SE
COM OS DIVERSOS SETORES DA SOCIEDADE
4.22 Liberdade de expressão
O Sistema Financeiro Banestes, por meio dos seus
4.22.1 Sentir-se livre para dar sugestões e fazer críticas profissionais, ao se relacionar com os diversos setores da
com responsabilidade e respeito, bem como ser receptivo às sociedade, deverá espelhar suas ações nos seguintes padrões
sugestões e críticas, sempre que isso se reverter em benefícios de conduta:
institucionais.
5.1 Relacionamento com o cliente
4.23 Conflito de interesse
5.1.1 Satisfazer o cliente e respeitar os seus direitos,
4.23.1 Caracteriza-se por qualquer situação em buscando soluções que atendam interesses e necessidades
que o profissional possa ter sua capacidade de julgamento e sempre em conformidade com as normas vigentes e objetivos
decisão afetada, podendo incorrer ou sugerir quebra do estratégicos do SFB.
princípio da imparcialidade e favorecer interesses pessoais, de

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5.1.1.1 Respeitar o acordo entre o Governo da República 5.4.4 É proibido utilizar-se de interposta pessoa física ou
Federativa do Brasil e o Governo dos Estados Unidos da jurídica para ocultar ou dissimular seus reais interesses ou a
América para melhoria da observância tributária identidade dos beneficiários dos atos praticados.
internacional e implementação do FATCA (Foreign Account
Tax Compliance Act). 5.4.5 No tocante a licitação e contratações no âmbito do
SFB, é proibido:
5.1.2 Atender com dignidade, cortesia, eficiência e
respeito, oferecendo informações claras, precisas e a) frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou
transparentes. qualquer outro expediente, o caráter competitivo de
procedimento licitatório público;
5.1.3 Dar respostas às solicitações dos clientes, mesmo que b) impedir, perturbar ou fraudar a realização de
negativas, de maneira adequada e tempestiva. qualquer ato de procedimento licitatório público;
5.1.4 Ser atencioso às opiniões dos clientes para a c) afastar ou procurar afastar licitante, por meio de
melhoria do atendimento, dos produtos e dos serviços, fraude ou oferecimento de vantagem de qualquer tipo;
reportando-as às instâncias próprias para avaliação e d) fraudar licitação pública ou contrato dela decorrente.
implementação.
5.4.6 É vedado aos profissionais do SFB criar pessoa
5.1.5 Abster-se de tratar preferencialmente a quem quer jurídica para, de qualquer modo, participar de licitação pública
que seja por interesse ou sentimento pessoal. ou celebrar contrato administrativo.
5.4.7 É proibido todo e qualquer ato visando a obter
5.1.6 Zelar pelo dever legal e ético, para que as empresas vantagem ou benefício indevido, por qualquer meio ou
do SFB não sejam ou venham a ser usadas em práticas ilícitas artifício que implique modificações ou prorrogações de
de qualquer natureza, conforme os princípios da Política contratos, celebrados com a administração pública, para
“Conheça seu Cliente - Prevenção Contra os Crimes de atendimento de despesas sem autorização em lei, não
Lavagem de Dinheiro e Combate ao Financiamento do previstas no ato convocatório da licitação pública ou nos
Terrorismo” do SFB, bem como da legislação anticorrupção em respectivos instrumentos contratuais; ou por meio de
vigor. manipulação ou fraude ter como objetivo o rompimento do
equilíbrio econômico-financeiro dos contratos celebrados com
5.1.7 Evitar a transferência de contas de clientes por a administração pública.
motivo de movimentação no quadro de gerentes entre
agências. 5.5 Relacionamento com os concorrentes

5.2 Relacionamento com a comunidade 5.5.1 Exercer a competitividade baseando-se no princípio


da lealdade, mantendo um relacionamento pautado na
5.2.1 Respeitar valores culturais, esportivos, religiosos, civilidade.
políticos ou quaisquer outros reconhecidos pela comunidade.
5.5.2 Obter informações de maneira lícita e transparente,
5.2.2 Reconhecer a importância das comunidades e apoiar preservando-se seu sigilo.
as ações que promovam a melhoria das condições sociais e do
meio ambiente. 5.5.3 Atentar para o fornecimento de informações
institucionais, pois somente podem ser divulgadas por fontes
5.3 Relacionamento com os acionistas autorizadas do SFB.

5.3.1 Zelar pela tempestividade, fidedignidade e equidade 5.6 Relacionamento com o setor público
no fornecimento de informações ao mercado e acionistas.
5.6.1 Orientar o relacionamento com base nos princípios
5.3.2 Manter rigoroso sigilo quanto às informações do SFB da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da
ainda não divulgadas ao mercado, mesmo que incompletas. publicidade e da eficiência atendendo às solicitações com
informações fidedignas e tempestivas.
5.3.3 Administrar os negócios com eficácia, visando ao
fortalecimento de sua situação financeira e zelo pela imagem e 5.6.3 Abster-se de comentários de natureza político-
patrimônio. partidária sobre atos ou atitudes de quaisquer servidores
públicos.
5.4 Relacionamento com os fornecedores,
prestadores de serviços e agentes públicos nacionais ou 5.6.4 O empregado deve entrar em contato com a área de
estrangeiros prevenção de fraudes e ilícitos quando presenciar atos que
configuram, em tese, o cometimento de fraudes ou ilícitos.
5.4.1 Ser idôneo no relacionamento com fornecedores,
prestadores de serviços e agentes públicos, nacionais ou 5.7 Relacionamento com Associações, Entidades de
estrangeiros. Classe e Institutos de Defesa do Consumidor

5.4.2 É vedado prometer, oferecer ou dar, direta ou 5.7.1 Reconhecer as associações e entidades de classe
indiretamente, vantagem indevida às pessoas relacionadas no legalmente constituídas e os institutos de defesa do
item anterior, ou a terceira pessoa a elas relacionada. consumidor, dando-lhes prioridade na negociação de
resolução de conflitos e interesses coletivos, e apoiar as suas
5.4.3 É proibido financiar, custear, patrocinar ou de iniciativas que resultem em benefícios e melhoria da qualidade
qualquer modo subvencionar a prática dos atos ilícitos de vida dos profissionais e de seus familiares.
previstos na legislação vigente.

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5.8 Relacionamento com a mídia 7.1.2 A comunicação com o Conselho de Conduta Ética
pode ser feita pessoalmente, por escrito e pelo e-mail
5.8.1 O SFB relaciona-se com a mídia formalmente, por etica@banestes.com.br.
meio de jornalistas e fontes autorizadas, fornecendo
informações claras de fatos relevantes aos seus clientes, aos
investidores e ao público em geral. 7.2. Coordenação

5.9 Relacionamento via Internet, Intranet, Correio 7.2.1 O Coordenador do Conselho de Conduta Ética será
Eletrônico e Redes Sociais designado pela Diretoria, dentre os membros titulares, e terá
mandato de 1 (um) ano, permitida a sua recondução.
5.9.1 Utilizar os meios de comunicação orientando-se pela
Política de Conduta em Mídias Sociais do SFB, pelos princípios 7.3. Membros
éticos definidos neste Guia e por outras normas em vigor.
7.3.1 O Conselho de Conduta Ética é composto por: 3 (três)
5.9.2 São vedados o acesso, a busca, o repasse ou a inserção membros titulares e 3 (três) membros suplentes, indicados
de informações nos meios de comunicação, tais como internet, pela Diretoria; e 3 (três) membros titulares e 3 (três) membros
intranet, correio eletrônico e redes sociais, que possam suplentes, eleitos pelos empregados do SFB.
prejudicar as empresas que compõem o SFB e seus
profissionais, acionistas e clientes, do ponto de vista 7.3.2 A indicação pela Diretoria, bem como a organização
financeiro, social, de imagem e da concorrência. do processo de eleição dos membros para compor o Conselho
de Conduta Ética deverá assegurar profissionais que estejam
5.9.3 O profissional deve seguir a Política de Conduta nas em conformidade com os princípios éticos prescritos nesse
Mídias Sociais do SFB. Guia.

6. REGIME DE PRESENTES E OUTROS BENEFÍCIOS 7.3.3 O mandato dos membros eleitos do Conselho terá
duração de 2 (dois) anos, permitida uma reeleição. O membro,
6.1 Recusar presentes, favores, promessas, valor em se reeleito, não poderá candidatar-se para uma 2ª reeleição
espécie, benefícios, serviços e materiais, de quem quer que consecutiva, devendo aguardar nova eleição para candidatar-
seja, para si ou para terceiros, que possam: se novamente ao Conselho.

6.1.1 Influenciar em ação ou decisão para favorecer as 7.3.4 Aos membros do Conselho serão garantidas
empresas junto ao SFB na contratação de prestação de serviço condições que não descaracterizem suas atividades normais
ou direcionamento de negócio; na empresa. Os trabalhos por eles desenvolvidos, no Conselho,
são considerados prestação de relevante serviço ao SFB,
6.1.2 Induzir o profissional a fazer, retardar ou deixar de devendo ser assim registrado em sua ficha funcional, e não
fazer as atividades inerentes a suas funções; terão remuneração.

6.1.3 Representar benefício pessoal. 7.3.5. É vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa do
empregado eleito para compor o Conselho, desde o registro de
6.2 Ficam excluídos da proibição: sua candidatura até o final de seu mandato.

6.2.1 Itens promocionais de uso cotidiano, a exemplo de 7.3.6 É obrigatória a participação do membro efetivo em
caneta, agenda, calendário; todas as reuniões, salvo ausências justificadas em, no mínimo,
2 (dois) dias úteis anteriores à reunião.
6.2.2 Franquia na participação em eventos institucionais e
refeições com objetivo estritamente comercial e relevante 7.3.7 É facultativa a participação dos membros suplentes
para os negócios do SFB, desde que não sejam freqüentes, e, se em todas as reuniões, salvo convocação obrigatória pelo
possível, de promoção recíproca entre as partes; coordenador do Conselho de Conduta Ética nos casos de
vacância de membro efetivo.
6.2.3 Presentes dados por motivo de amizade ou relações
pessoais, por ocasião de eventos em que é usual oferecer 7.3.8 As despesas com viagens, alimentação, estada e
presentes, tais como natal, aniversário, páscoa e demais datas inscrição em eventos dos membros do Conselho serão
comemorativas, desde que o valor não exceda a R$ 100,00 autorizadas pela Diretoria, quando relacionadas com as
(cem reais); atividades do Conselho, e levadas a débito do CID da área
competente.
6.2.3.1 Presentes, que excedam ao valor de R$ 100,00 (cem
reais) devem ser informados, por escrito e entregues mediante 7.4 Impedimento
recibo, ao Conselho de Conduta Ética, para oportuna
destinação a instituições filantrópicas, a critério dos 7.4.1 Durante o período de mandato, se houver
servidores, lotados no mesmo órgão administrativo do envolvimento de qualquer um dos membros do Conselho em
donatário. processo de apuração de faltas administrativas ou qualquer
outro tipo de irregularidade no SFB, o membro envolvido
7. CONSELHO DE CONDUTA ÉTICA ficará impedido de participar temporariamente, até que se
conclua o processo.
7.1 Disposições gerais
7.4.2 Em caso de recebimento de qualquer tipo de
7.1.1 As inobservâncias a este Guia serão avaliadas pelo penalidade, o membro ficará impedido de participar do
Conselho de Conduta Ética, de acordo com o disposto no Conselho por um período de 1 (um) ano, devendo assumir um
MIREH. dos membros suplentes, atendendo sempre o princípio da
paridade do Conselho.

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7.4.3 Os membros do Conselho deverão ficar atentos eleição para a escolha dos membros do Conselho, que serão
também para os casos de impedimento ou suspeição, quando eleitos pelos empregados.
houver por parte de um de seus membros e de modo
comprovado, laços de parentesco ou qualquer tipo de 7.8.2 O processo eleitoral observará as seguintes
relacionamento afetivo diferenciado com o empregado condições:
envolvido, aponto de ferir o princípio da imparcialidade que
requer o processo de análise e decisão. 7.8.2.1 Publicação e divulgação de edital, em locais
de fácil acesso e visualização.
7.5 Deliberação
7.8.2.2 Inscrição e eleição individual, sendo que o
7.5.1 A aprovação de qualquer matéria submetida ao período mínimo para inscrição será de quinze dias.
Conselho exigirá voto favorável da maioria da totalidade de
seus membros. 7.8.2.3 Assegurar a liberdade de inscrição para
todos os empregados do SFB, independente de cargo, função,
7.5.2 Quando não houver consenso dos integrantes, lotação e localização, desde que não tenha sofrido penalidade
deverá ser efetuado em ata, o registro das discordâncias, com nos últimos seis meses contados do registro de sua
as devidas justificativas. candidatura.

7.6 Principal Objetivo 7.8.2.4 Realização da eleição durante 3 (três) dias


úteis e consecutivos, respeitando os horários de turnos e em
7.6.1 Assegurar a observância e aplicação do Guia de horário que possibilite ampla participação dos empregados.
Conduta Ética a todos os dirigentes, empregados, estagiários e
prestadores de serviço do SFB. 7.8.2.5 Voto secreto.

7.7 Principais Funções 7.8.2.6 Apuração dos votos em sessão aberta,


sendo definidos pela Comissão Eleitoral a data, o local, o
7.7.1 Avaliar permanentemente a contemporaneidade e horário e a forma da mesma com prévia e ampla divulgação.
pertinência do Guia de Conduta Ética.
7.8.2.7 Faculdade de eleição por meios eletrônicos.
7.7.2 Determinar as ações necessárias à disseminação do
Guia de Conduta Ética visando ao aprimoramento da conduta 7.8.2.8 Guarda, pelo empregador, dos documentos
ética dentro do SFB. relacionados ao processo eleitoral por um período mínimo de
2 (dois) anos.
7.7.3 Apurar, de ofício ou em razão de denúncia, de acordo
com os prazos e procedimentos definidos no Capítulo 7 - 7.8.3 Os casos de denúncias sobre o processo eleitoral
Regime Disciplinar do Manual de Recursos Humanos (MIREH), deverão ser enviados à Comissão Eleitoral em até 15 (quinze)
condutas que possam configurar a não observância dos dias, após a publicação do resultado da eleição. Em caso de
princípios éticos, previstos no Guia de Conduta Ética, podendo anulação, a Comissão Eleitoral dará ciência à Diretoria do
para tanto, requisitar a colaboração dos órgãos competentes Banestes S.A. e convocará nova eleição no prazo máximo de 5
para a apuração, bem como recomendar medidas de correção (cinco) dias, garantindo as inscrições anteriores e observados
de conduta. todos os prazos e regras estabelecidas para o processo
7.7.4 Colaborar, quando solicitado, com Órgãos internos e eleitoral.
Órgãos externos legais quanto às questões éticas.
7.8.4 Assumirão a condição de membros titulares e
7.7.5 Analisar e manifestar sobre as questões que lhe suplentes, os candidatos mais votados.
forem submetidas, encaminhando- as aos Órgãos internos,
quando não estiverem no âmbito de sua competência. 7.8.5 Em caso de empate, assumirá aquele que tiver maior
tempo de serviços prestados ao SFB.
7.7.6 Submeter aos Órgãos internos competentes
sugestões de aprimoramento do Guia de Conduta Ética. 7.8.6 Os candidatos votados e não eleitos serão
relacionados na ata de eleição e apuração, em ordem
7.7.7 Subsidiar os Órgãos internos na formulação e decrescente de votos, possibilitando nomeação posterior, em
implementação de políticas de aperfeiçoamento e caso de vacância de suplentes.
cumprimento de condutas éticas.
7.8.7 Os membros eleitos serão nomeados após a eleição, e
7.7.8 Analisar, deliberar e manifestar sobre dúvidas de os membros indicados pelo Banco, 3 (três) meses após a posse
interpretação do texto deste Guia. dos membros eleitos, visando à transição.

7.7.9 Dar ampla divulgação deste Guia, em conjunto com a 7.8.8 Os casos omissos não contemplados neste
área de controles internos e Gerência de Recursos Humanos. regulamento, referentes ao processo eleitoral, serão
analisados, decididos e conduzidos pela Comissão Eleitoral,
7.8 Processo Eleitoral podendo esta solicitar auxílio da área jurídica ou demais áreas
correlatas do SFB com a matéria em exame.
7.8.1 Compete à Diretoria Administrativa constituir uma
comissão eleitoral, que deverá ter um membro da Auditoria 7.9 Conduta Diante de Dúvidas ou de Ações
interna da Instituição e um empregado do SFB indicado pelo Contrárias ao Guia de Conduta Ética
Sindicato dos Bancários, a qual será responsável pela
organização e acompanhamento do processo eleitoral, bem 7.9.1 Quando se sentir ou estiver em situação de conflito
como por estabelecer mecanismos para comunicar o início da de interesses, suspeitar ou tiver conhecimento de desvios,
fraudes, irregularidades e outros atos ilícitos, que possam

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prejudicar a empresa ou que contrariem ou pareçam 1.3 Abrangência


contrariar os princípios deste Guia, o profissional deve
comunicar imediatamente ao seu superior hierárquico. Não 1.3.1 Este capítulo é aplicável a todos os profissionais,
sendo possível esta comunicação, reportar-se-á ao Conselho inclusive Diretores e Conselho de Administração, que direta ou
de Conduta Ética. indiretamente encontram-se envolvidos com as atividades das
áreas financeira e de mercado, administração e gestão de
7.9.2 Este Guia de Conduta Ética não detalha, recursos de terceiros, distribuição de títulos e valores
necessariamente, todos os problemas que possam surgir no mobiliários.
dia a dia. Entretanto, as linhas gerais aqui apresentadas
permitem avaliar grande parte das situações. Surgindo 1.3.2 Consideram-se também como profissionais
dúvidas sobre qual deve ser a conduta mais correta a ser envolvidos, os prestadores de serviços diretos ou indiretos das
adotada, procure ajuda de forma transparente. áreas acima relacionadas, desde que tenham acesso a
informações privilegiadas.
7.9.3 Está disponível também o canal de comunicação
etica@banestes.com.br. 1.3.3 Abrange, ainda, todos os empregados e diretores
certificados.

8. GESTÃO DO GUIA DE CONDUTA ÉTICA 2. Princípios Éticos

8.1 A gestão administrativa do Guia de Conduta Ética 2.1 Todos os profissionais relacionados no item anterior
cabe ao Conselho de Conduta Ética. devem seguir especialmente os princípios éticos e de condutas
constantes neste capítulo, além dos princípios dispostos no
8.2 Cabe à Gerência de Recursos Humanos (GEREH) a item 4 do Capítulo 1 do Guia de Conduta Éticado SFB.
divulgação e distribuição do Guia de Conduta Ética, bem como
a coleta das assinaturas do Termo de Adesão (ANEXO 1) e o 2.2 Prudência
devido arquivamento.
2.2.1 O profissional deve evitar ações que possam pôr em
CAPÍTULO II: CONDUTA ÉTICA DO PROFISSIONAL DE risco a finalidade de suas atribuições, o patrimônio das
MERCADO FINANCEIRO E DE CAPITAIS DO SISTEMA empresas que compõem o SFB e a boa imagem que deve ter a
FINANCEIRO BANESTES sociedade sobre os profissionais desta Instituição.

1. Apresentação 2.3 Idoneidade

1.1 Este capítulo dispõe sobre as políticas e os 2.3.1 Ser idôneo é ter competência técnica, legal e moral e
procedimentos para o tratamento da confidencialidade das é condição essencial para o acesso e exercício das atribuições
informações e dos padrões de conduta dos profissionais que exigidas pelo cargo/função no SFB.
atuam no âmbito do mercado financeiro e de capitais do
Sistema Financeiro Banestes (SFB). 2.4 Sigilo

1.2 Objetivo 2.4.1 O profissional tem o dever e a responsabilidade de


manter e garantir o sigilo em suas operações de cunho
1.2.1 Estabelecer princípios, regras e parâmetros que bancário e cumprir sempre as condições previamente
visem à prevenção de conflitos de interesses, transparência, pactuadas, em conformidade com o que determina o
ética e qualidade na condução das atividades de: regulamento e a legislação da atividade bancária, devendo ser
guardião do sigilo e das informações e opções estratégicas do
1.2.1.1 Orientação e prestação de serviços pelos SFB.
empregados que atuam no mercado financeiro ou decapitais;
2.5 Imparcialidade
1.2.1.2 Comercialização e distribuição de produtos
de investimento diretamente junto ao público investidor em 2.5.1 O profissional deve apresentar conduta de
agências bancárias, bem como de atendimento ao público imparcialidade no desempenho de suas atribuições, não
investidor em centrais de atendimento; devendo se envolver em situações, atividades ou interesses
incompatíveis com o cargo/função que exercem.
1.2.1.3 Comercialização e distribuição de produtos
de investimento diretamente junto a investidores qualificados, 2.6 Conflito de Interesses
bem como aos gerentes de agências que atendam aos
segmentos private, corporate, investidores institucionais, e a 2.6.1 Significa qualquer situação em que o empregado
profissionais que atendam aos mesmos segmentos em centrais possa ter sua capacidade de julgamento e decisão afetada,
de atendimento; podendo incorrer ou sugerir quebra do princípio da
imparcialidade e favorecer interesses pessoais e/ou de
1.2.1.4 Estruturação, distribuição, intermediação, terceiros, em detrimento do interesse maior do SFB.
captação e aplicação de recursos no mercado financeiro ou de
capitais; 2.6.2 O conflito de interesses caracteriza-se pela
possibilidade de obtenção de vantagens em relação a si
1.2.1.5 Constituição e funcionamento de fundos de próprio ou a terceiros, sejam materiais ou não, provenientes
investimento. de relações pessoais, comerciais ou políticas, devendo ser
informado ao superior imediato.

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3. Normas de Conduta Pessoal e Profissional atividades profissionais, atentando-se para que documentos
confidenciais não permaneçam expostos sobremesas,
3.1 Dizem respeito ao direcionamento dos aparelhos de fax ou copiadoras;
comportamentos a serem observados pelos profissionais
contemplados neste capítulo, decorrentes do exercício de suas 3.3.2.5 As informações financeiras, programas,
atividades. documentos relativos a modelos financeiros e produtos,
softwares, hardwares e aplicativos desenvolvidos ou em
3.2 Princípios Gerais produção pelo SFB são confidenciais/sigilosos e de
propriedade do SFB, mesmo que o profissional tenha
3.2.1 Adotar condutas compatíveis com os princípios de participado de grupos de trabalho, de atividade temporária ou
idoneidade moral e profissional previstos neste capítulo; no seu desenvolvimento;

3.2.2 Empenhar-se permanentemente para o 3.3.2.6 É vedado levar informações e/ou materiais
aperfeiçoamento profissional, com a constante atualização internos que tratem de investimentos de clientes ou da
acerca das práticas de mercado, produtos disponíveis e Instituição para fora do local de trabalho, copiar documentos
regulamentação aplicável; e/ou arquivos em meio eletrônico, bem como permitir o
acesso de terceiros a sistemas de informações, operações e
3.2.3 Adotar a manutenção de elevados padrões éticos e bancos dedados de responsabilidade e/ou propriedade da
proibição de práticas caracterizadoras de concorrência desleal Instituição;
e de condições não equitativas;
3.3.2.7 Ter prudência ao emitir declarações de
3.2.4 Divulgar informações claras e inequívocas aos forma oral ou escrita, evitando a divulgação de informações
clientes acerca dos riscos e consequências que poderão advir distorcidas, que venham a caracterizar riscos operacionais e
dos produtos, instrumentos e modalidades operacionais de imagem para a Instituição;
disponíveis no âmbito do mercado financeiro e de capitais;
3.3.2.8 Preservar as informações confidenciais ou
3.2.5 Conhecer, respeitar e cumprir a legislação pertinente privilegiadas que lhes tenham sido confiadas em virtude do
à sua área de atuação, bem como os regulamentos e códigos exercício de suas atividades profissionais, excetuadas as
divulgados pelos órgãos reguladores, autorreguladores e hipóteses em que a informação for relativa à atividade ilegal,
normativos internos; ou a sua divulgação seja exigida por lei ou tenha sido
expressamente autorizada.
3.2.6 Suprir os clientes com informações sobre as
condições e normas que regem os produtos ressaltando os 3.4 Padrões de Conduta no Desempenho das
riscos, a possibilidade de perda de rentabilidade e aporte Atribuições
adicional de recursos, no caso dos fundos de investimento;
3.4.1 Pelos Empregados/Diretores em Relação ao Mercado
3.2.7 Ter diligência na divulgação de conteúdos Financeiro e de Capitais
publicitários de modo a assegurar o cumprimento das
regulamentações e legislações, devendo agir com integridade 3.4.1.1 Desenvolver suas atribuições com cuidado,
de caráter, retidão e honradez; zelando pela reputação da Instituição adotando a prática de
elevados padrões fiduciários na prestação de serviços aos
3.2.8 Não realizar operações ilícitas, mesmo que essas clientes;
venham a beneficiar a Instituição ou o cliente.
3.4.1.2 Apresentar competência técnica e
3.3 Regime de Presentes e Outros Benefícios experiência para conduzir negociações, conforme legislação
em vigor e os Códigos aderidos pela Instituição;
3.3.1 O profissional não deve, direta ou indiretamente,
nem para si nem para os outros, solicitar, aceitar ou admitir 3.4.1.3 Não autorizar ou cooperar com a divulgação
dinheiro, benefícios ou outras vantagens que venham ferir o de notícias e informações sem fundamentos, de fontes não
Guia de Conduta Ética do SFB, conforme estabelecido em seu oficiais, de origem duvidosa, relativas ao mercado e/ou outras
item 6 do capítulo 1, que possam configurar relacionamentos instituições;
indevidos, prejuízos financeiros ou de reputação à imagem do
SFB. 3.4.1.4 Manter elevados padrões éticos na
condução de todas as atividades desenvolvidas, bem como em
3.3.2 Confidencialidade, Sigilo e Proteção das Informações suas relações com clientes e demais participantes do mercado
financeiro e de capitais, independentemente do ambiente em
3.3.2.1 Não utilizar informação privilegiada em que tais atividades sejam desenvolvidas;
benefício próprio ou de terceiros;
3.4.1.5 Referir-se à sua certificação de maneira a
3.3.2.2 As informações confidenciais (impressas, demonstrar sua importância e seriedade, sempre que possível
escritas, armazenadas, transmitidas por meios eletrônicos ou explicando seu procedimento e conteúdo;
verbais, dentre outras) não podem ser acessadas, alteradas,
divulgadas ou comercializadas por pessoas não autorizadas; 3.4.1.6 Não participar em qualquer negócio que
envolva fraude, simulação, manipulação ou distorção de
3.3.2.3 As informações privilegiadas devem ser preços, declarações falsas ou lesão aos direitos de
registradas e guardadas em locais ou diretórios de acesso investidores;
restrito;
3.4.1.7 Não dar informações imprecisas a respeito
3.3.2.4 Ter responsabilidade no cuidado, dos serviços que é capaz de prestar, bem como em relação às
conservação e arquivamento dos documentos relativos às suas

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suas qualificações e os seus títulos acadêmicos e experiência dos clientes, divulgando informações com qualidade,
profissional. transparência e clareza;

3.4.2 Pelos Empregados/Diretores em Relação à 3.4.4.3 Ter ciência de que as conversas telefônicas
Instituição com a qual Mantenha Vínculo são gravadas de forma contínua e que os conteúdos relativos
às atividades profissionais poderão ser utilizados como prova
3.4.2.1 Evitar pronunciamentos a respeito de no esclarecimento de questões relacionadas às suas
investimentos sob a responsabilidade de outras Instituições atividades;
e/ou profissionais certificados, a menos que esteja obrigado a
fazê-lo no cumprimento de suas responsabilidades 3.4.4.4 É proibida a utilização de aparelho
profissionais; eletrônico capaz de transmitir mensagens de voz ou texto nas
dependências das áreas financeira e de mercado, de
3.4.2.2 Manter sigilo com relação a informações administração e gestão de recursos de terceiros e de
confidenciais, privilegiadas e relevantes para a atividade do distribuição de títulos e valores mobiliários;
seu empregador a que tenha acesso em razão de sua função na
Instituição, excetuadas as hipóteses em que a informação for 3.4.4.5 Não permitir e nem utilizar procedimentos
relativa à atividade ilegal, ou a sua divulgação seja exigida por que configurem a criação de condições artificiais de mercado,
lei ou tenha sido expressamente autorizada; oferta ou preço de ativos negociados;

3.4.2.3 Não participar de atividades independentes 3.4.4.6 Informar aos clientes, efetivos e potenciais,
que compitam direta ou indiretamente com seu empregador; os padrões básicos e princípios gerais do processo de seleção
de valores mobiliários e outros instrumentos de investimento;
3.4.2.4 Não fazer promessas ou assegurar
remuneração (rentabilidade, retorno, taxa, cobertura, 3.4.4.7 Evidenciar a seu empregador a propriedade
performance, etc.) em operações, mesmo com base em de quaisquer valores mobiliários ou outros investimentos que
resultados passados, visto que isso não garante rentabilidade possam influenciar ou ser influenciados por sua atividade
no futuro; profissional;
3.4.2.5 Orientar os clientes quanto a investimentos
somente quando tiver convicção de que o negócio é compatível 3.4.4.8 O gestor deve acompanhar a equipe nas
com o perfil do investidor, atentando para a distinção entre atividades diárias, prevenindo situações de transgressão à lei
fatos e opiniões próprias e informando dos riscos inerentes ao e aos normativos internos e externos.
negócio, evitando práticas capazes de induzi-lo a erro;
4. Gestão do Guia
3.4.2.6 Evidenciar a seu empregador quaisquer
valores ou benefícios adicionais que receba em sua atividade 4.1 A disseminação e o cumprimento deste capítulo é de
profissional, além daqueles recebidos de seu empregador. responsabilidade da Gerência de Recursos Humanos – GEREH
e do Conselho de Conduta Ética, com o apoio das áreas
3.4.3 Pelos Empregados/Diretores em Relação aos financeira e de mercado, administração e gestão de recursos
Investidores de terceiros, distribuição de títulos e valores mobiliários e do
Conselho de Conduta Ética.
3.4.3.1 Utilizar-se de especial diligência na
identificação e respeito aos deveres fiduciários envolvidos em 4.1.1 Cabe à GEREH fornecer este capítulo do Guia aos
sua atividade profissional, priorizando os interesses dos profissionais, devendo orientar quanto à assinatura do “Termo
clientes em relação aos seus próprios; de Responsabilidade e Compromisso”, da “Declaração de
Produtos de Investimento” e da “Declaração de
3.4.3.2 Agir com ética e transparência quando Valores/Benefícios Adicionais”, bem como arquivar os
houver situação de conflito de interesse com seus clientes; referidos documentos no prontuário, quando se tratar de
empregado do SFB.
3.4.3.3 Informar ao cliente as eventuais
modalidades de remuneração ou benefício que receba pela 5. Conduta diante de Dúvidas ou de Ações
indicação de qualquer investimento; Contrárias ao Guia

3.4.3.4 Empregar, na condução dos negócios de 5.1 Considerando que o Guia de Conduta Ética do
seus clientes, o cuidado que toda pessoa diligente e íntegra Sistema Financeiro Banestes não detalha e nem prevê todas as
costuma empregar na administração de seus próprios situações conflitantes que possam ocorrer no cotidiano da
negócios. atividade laboral, acreditamos na responsabilidade e bom
senso de cada profissional e orientamos, em caso de dúvidas,
3.4.4 Pelos Empregados/Diretores que Atuam nas ações contrárias às recomendações deste capítulo e denúncias,
Gerências de Administração de Fundos de Investimentos comunicar imediatamente ao/à:
(GEAFI), de Gestão de Recursos de Terceiros (GEGER), - Superior hierárquico;
Financeira e de Mercado (GEFIN) e na Banestes Distribuidora - Conselho de Conduta Ética: etica@banestes.com.br
de Títulos e Valores Mobiliários (Banestes DTVM) ou Fale Ética, na intranet;
- Gerência de Auditoria;
3.4.4.1 Adotar, no desempenho de suas atividades - Controles Internos: controlerisco@banestes.com.br
e no cumprimento de seus deveres, o mesmo cuidado ou Fale Controle se Riscos, na intranet;
empregado aos seus próprios ativos e valores; - Gerência de Recursos Humanos;
- Ouvidoria: telefone 0800 7270030 ou
3.4.4.2 Empregar práticas de concorrência leal e de ouvidoriageral@banestes.com.br;
negociações equitativas nas operações de mercado financeiro - Fale Conosco – disponível no site
e de capitais, de forma a atendera os objetivos de investimento www.banestes.com.br.

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5.2 Em caso de denúncia, é garantido o direito de relato prenúncio do nível da automação a ser a implementado no
anônimo e recomenda-se cautela na apresentação dos fatos, se setor.
possível, com a junção de documentos que comprovem sua
ocorrência, objetivando facilitar o processo de investigação. O banco digital e o trabalhador bancário
5.3 O descumprimento dos procedimentos estabelecidos
neste capítulo do Guia de Conduta Ética do SFB, por parte dos O banco digital, conforme a Pesquisa Febraban de
Empregados, implica infrações e penalidades cabíveis Tecnologia Bancária, pode ser definido a partir de cinco
previstas no Manual Interno de Recursos Humanos (MIREH). dimensões:
A - Consolidação de internet e mobile banking como
Ruptura digital no setor bancário e financeiro4; principais canais bancários e alavanca de experiência do
consumidor;
Em 2016, as transações bancárias por meios digitais B - Evolução dos papéis das agências como canal de
representaram mais da metade (57%) do total de operações serviços e relacionamento com os clientes;
financeiras. Em 2009, elas foram 31% do total. Os dados são da C - Busca da automação e digitalização de processos com
Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Somente as alavanca de eficiência operacional;
transações via smartphones corresponderam a 34%, ou seja, D - Investimentos e busca constante por segurança das
mais de 21 bilhões de transações nos bancos em 2016 foram transações;
realizadas por esse canal, enquanto em 2011, representaram E - Tendência de diversificação dos meios de pagamento
190 milhões de transações. O aumento da diversificação de para novas plataformas eletrônicas. (FEBRABAN, 2013, p. 46)
negócios nesse período, além da crescente utilização dos O banco digital é produto do desenvolvimento de amplo
diversos canais de atendimento, propiciou aos bancos processo de inovações de produtos e processos
aumento significativo do lucro. Enquanto em 2009 o lucro do experimentados no setor financeiro no Brasil desde a década
setor era de R$ 54,8 bilhões (em valores de dez/2016), em de 1960.
2016, passou para R$ 60,5 bilhões, ou seja, crescimento real de
10,4% em sete anos. A “primeira onda” de inovações no setor pode ser
A importância da tecnologia no setor bancário pode ser traduzida na criação dos grandes Centros de Processamento
avaliada pelo montante do investimento. Os bancos investiram de Dados (CPDs), com a utilização de computadores de médio
US$ 6,0 bilhões em tecnologia, em 2016, o que representa 14% porte e mainframes para fazer o registro contábil das
do total de gastos com tecnologia da informação no Brasil, transações.
segundo a consultoria Gartner (FENABRAN, 2017),
equiparando-se à participação do governo federal. Diante de Na segunda metade da década de 1970, ou na “segunda
tal potencial, o segmento toma a dianteira de transformações onda” ocorreu a automação dos caixas das agências e do
produtivas, que, à medida que comprovem a capacidade de modelo de processamento de dados, com a interligação on line
redução de custos, podem ser adotadas em outros setores de dos caixas aos sistemas de processamento. Até aí, as inovações
atividade econômica, como o comércio, por exemplo. ocorriam nas operações internas do banco e eram pouco
É crescente também o número de pessoas que utilizam visíveis aos clientes (CERNEV; DINIZ; JAYO, 2009).
smartphones e internet para realizar pagamentos ou contratar
produtos financeiros (crédito, investimento etc.) sem passar A “terceira onda” de inovação consistiu na implantação dos
pelos bancos, a chamada desintermediação bancária. Os terminais de autoatendimento em locais públicos, o que
motivos pelos quais muitas pessoas estão passando a usar reduziu o deslocamento dos clientes até as agências.
esses produtos financeiros são a alta taxa de juros e a
conjunção dessas transformações consolidou um modelo de A “quarta onda” permitiu aos clientes interações com o
negócios altamente lucrativo, como atestado nos anos banco, sem a necessidade de sair de casa ou do escritório. Teve
seguintes, e a redução drástica no emprego bancário. início com o atendimento telefônico. A inovação mais
O lucro das instituições financeiras aumentou, em termos importante desta etapa, no entanto, foi o Internet Banking.
nominais, em 578%, entre 1994 e 2003, diante de uma inflação
de 120% no mesmo período (Índice Nacional de Preços ao O processo em curso é, portanto, a “quinta onda” de
Consumidor Amplo - IPCA, do Instituto Brasileiro de Geografia inovação tecnológica nos bancos brasileiros e se caracteriza
e Estatística - IBGE). No entanto, o setor, que contava com mais pela utilização de tecnologia para o estabelecimento de
de 730 mil bancários no início dos anos 1990, passou para 393 parcerias com setores não bancários, como varejistas, correios
mil em 2001, segundo dados da Relação Anual de Informações e lotéricas (caso de correspondentes bancários) e operadoras
Sociais (Rais), do Ministério do Trabalho e Emprego. A nova de telefonia móvel ou mobile banking, definido como um
configuração do emprego no sistema financeiro criou conjunto de “serviços móveis, envolvendo o uso de tecnologias
categorias profissionais mais fragmentadas, o que teve e dispositivos portáteis conectados a redes de
impacto na representação e no poder sindical. telecomunicações móveis, permitindo aos usuários a
realização de pagamentos móveis, transações bancárias e
Uma nova reestruturação outros serviços financeiros.”

Nos primeiros anos do século XXI, o emprego bancário no O mobile banking tem foco em dois tipos de público, a
Brasil passou por nova fase de reestruturação. As carreiras, a saber: o que já é cliente bancário e que utilizará o mobile como
partir de então, tornaram-se mais flexíveis, com grande um canal complementar para realizar transações e aquele que
amplitude salarial. Uma parte expressiva da base de atualmente tem pouco ou nenhum acesso a serviços
trabalhadores passou a se dedicar integralmente à financeiros, cuja inclusão será viabilizada e facilitada pelo
comercialização de produtos e serviços, com foco em públicos mobile.
segmentados e, preferencialmente, de alta renda. O número de Seja qual for o público-alvo da expansão do mobile
transações fora das agências aumentou de forma expressiva, banking, haverá o esvaziamento de ocupações tradicionais do
setor bancário.

4 Texto adaptado:
https://www.dieese.org.br/notatecnica/2017/notaTec184TecnologiaBancaria.p
df

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Resolução BACEN nº 4.539, de 24 de novembro de CAPÍTULO III


2016 DA POLÍTICA INSTITUCIONAL DE RELACIONAMENTO
COM CLIENTES E USUÁRIOS
Dispõe sobre princípios e política institucional de Seção I
relacionamento com clientes e usuários de produtos e de Da Elaboração e Implementação da Política
serviços financeiros. Institucional de Relacionamento com Clientes e Usuários

O Banco Central do Brasil, na forma do art. 9º da Lei nº Art. 4º As instituições de que trata o art. 1º devem elaborar
4.595, de 31 de dezembro de 1964, torna público que o e implementar política institucional de relacionamento com
Conselho Monetário Nacional, em sessão realizada em 24 de clientes e usuários que consolide diretrizes, objetivos
novembro de 2016, com base no art. 4º, inciso VIII, da referida estratégicos e valores organizacionais, de forma a nortear a
Lei, condução de suas atividades em conformidade com o disposto
RESOLVEU: no art. 2º.
§ 1º A política de que trata o caput deve:
CAPÍTULO I I - ser aprovada pelo conselho de administração ou, na sua
DO OBJETO E DO ÂMBITO DE APLICAÇÃO ausência, pela diretoria da instituição;
II - ser objeto de avaliação periódica;
Art. 1º Esta Resolução dispõe sobre princípios a serem III - definir papéis e responsabilidades no âmbito da
observados no relacionamento com clientes e usuários e sobre instituição;
a elaboração e implementação de política institucional de IV - ser compatível com a natureza da instituição e com o
relacionamento com clientes e usuários de produtos e de perfil de clientes e usuários, bem como com as demais políticas
serviços pelas instituições financeiras e demais instituições instituídas;
autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil. V - prever programa de treinamento de empregados e
§ 1º O disposto nesta Resolução não se aplica às prestadores de serviços que desempenhem atividades afetas
administradoras de consórcio e às instituições de pagamento, ao relacionamento com clientes e usuários;
que devem seguir as normas editadas pelo Banco Central do VI - prever a disseminação interna de suas disposições; e
Brasil no exercício de sua competência legal. VII - ser formalizada em documento específico.
§ 2º Para efeito desta Resolução, o relacionamento com § 2º Admite-se que a política de que trata o caput seja
clientes e usuários abrange as fases de pré-contratação, de unificada por:
contratação e de pós-contratação de produtos e de serviços. I - conglomerado; ou
II - sistema cooperativo de crédito.
CAPÍTULO II § 3º As instituições que não constituírem política própria
DOS PRINCÍPIOS em decorrência da faculdade prevista no § 2º devem
formalizar a decisão em reunião do conselho de administração
Art. 2º As instituições de que trata o art. 1º, no ou da diretoria.
relacionamento com clientes e usuários de produtos e de § 4º O documento de que trata o inciso VII do § 1º deve ser
serviços, devem conduzir suas atividades com observância de mantido à disposição do Banco Central do Brasil.
princípios de ética, responsabilidade, transparência e
diligência, propiciando a convergência de interesses e a Seção II
consolidação de imagem institucional de credibilidade, Do Gerenciamento da Política Institucional de
segurança e competência. Relacionamento com Clientes e Usuários

Art. 3º A observância do disposto no art. 2º requer, entre Art. 5º As instituições devem assegurar a consistência de
outras, as seguintes providências: rotinas e de procedimentos operacionais afetos ao
I - promover cultura organizacional que incentive relacionamento com clientes e usuários, bem como sua
relacionamento cooperativo e equilibrado com clientes e adequação à política institucional de relacionamento de que
usuários; trata o art. 4º, inclusive quanto aos seguintes aspectos:
II - dispensar tratamento justo e equitativo a clientes e I - concepção de produtos e de serviços;
usuários; e II - oferta, recomendação, contratação ou distribuição de
III - assegurar a conformidade e a legitimidade de produtos produtos ou serviços;
e de serviços. III - requisitos de segurança afetos a produtos e a serviços;
Parágrafo único. O tratamento justo e equitativo a clientes IV - cobrança de tarifas em decorrência da prestação de
e usuários de que trata o inciso II do caput abrange, inclusive: serviços;
I - a prestação de informações a clientes e usuários de V - divulgação e publicidade de produtos e de serviços;
forma clara e precisa, a respeito de produtos e serviços; VI - coleta, tratamento e manutenção de informações dos
II - o atendimento a demandas de clientes e usuários de clientes em bases de dados;
forma tempestiva; e VII - gestão do atendimento prestado a clientes e usuários,
III - a inexistência de barreiras, critérios ou procedimentos inclusive o registro e o tratamento de demandas;
desarrazoados para a extinção da relação contratual relativa a VIII - mediação de conflitos;
produtos e serviços, bem como para a transferência de IX - sistemática de cobrança em caso de inadimplemento
relacionamento para outra instituição, a pedido do cliente. de obrigações contratadas;
X - extinção da relação contratual relativa a produtos e
serviços;
XI - liquidação antecipada de dívidas ou de obrigações;
XII - transferência de relacionamento para outra
instituição, a pedido do cliente; e
XIII - eventuais sistemas de metas e incentivos ao
desempenho de empregados e de terceiros que atuem em seu
nome.

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APOSTILAS OPÇÃO

§ 1º Com relação ao disposto nos incisos I e II do caput, e


em observância ao art. 3º, parágrafo único, inciso I, as
instituições devem estabelecer o perfil dos clientes que
compõem o público-alvo para os produtos e serviços
disponibilizados, considerando suas características e
complexidade.
§ 2º O perfil referido no § 1º deve incluir informações
relevantes para cada produto ou serviço.

Art. 6º Em relação à política institucional de


relacionamento com clientes e usuários, as instituições de que
trata o art. 1º devem instituir mecanismos de
acompanhamento, de controle e de mitigação de riscos com
vistas a assegurar:
I - a implementação das suas disposições;
II - o monitoramento do seu cumprimento, inclusive por
meio de métricas e indicadores adequados;
III - a avaliação da sua efetividade; e
IV - a identificação e a correção de eventuais deficiências.
§ 1º Os mecanismos de que trata o caput devem ser
submetidos a testes periódicos pela auditoria interna,
consistentes com os controles internos da instituição.
§ 2º Os dados, os registros e as informações relativas aos
mecanismos de controle, processos, testes e trilhas de
auditoria devem ser mantidos à disposição do Banco Central
do Brasil pelo prazo mínimo de cinco anos.

CAPÍTULO IV
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 7º As instituições de que trata o art. 1º devem indicar


diretor responsável pela observância do disposto nesta
Resolução.

Art. 8º Fica o Banco Central do Brasil autorizado a baixar


as normas e a adotar as medidas julgadas necessárias à
execução do disposto nesta Resolução.

Art. 9º Esta Resolução entra em vigor 360 (trezentos e


sessenta) dias após a data de sua publicação.

Ilan Goldfajn
Presidente do Banco Central do Brasil
Este texto não substitui o publicado no DOU de
28/11/2016, Seção 1, p. 86, e no Sisbacen.

Anotações

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ATENDIMENTO

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APOSTILAS OPÇÃO

no volume, mas na variedade e diversidade dos serviços


oferecidos. Serviços são produtos intangíveis, como consertos
de automóveis e preparação de declaração de imposto de
renda, que oferece benefícios financeiros, cosméticos, de
saúde ou outros que satisfazem as necessidades dos
consumidores.
Os serviços são colocados no mercado juntamente com um
produto e são difíceis de defini-los, uma vez que não podem
ser vistos, tocados ou sentidos, diferentemente de produtos.
De acordo com Bateson e Hoffman, um serviço é algo que o
Marketing em empresas de consumidor compra e leva embora com ele ou consome, ou, de
serviços alguma outra maneira usa. Se não é físico, se não é algo que se
pode levar embora ou consome então pode-se denominar de
serviços.

Marketing em empresas de serviços Os serviços podem ser caracterizados por quatro fatores
sendo eles:
O interesse pela área de serviços, particularmente nos a) intangibilidade: os serviços são desempenhos, podem
últimos 20 anos, encontra-se relacionado à importância ser vividos, e devido a isso o julgamento dos consumidores
econômica dos serviços nas economias pós-industriais. tende a ser subjetivos. Para Eiglier e Langeard: “O serviço é
Ademais, à medida que se reduzem as possibilidades de imaterial no sentido em que ele existe somente à medida que
diferenciação de produtos, devido ao amadurecimento dos é produzido e consumido”
mercados, as empresas são levadas a desenvolver vantagens b) inseparabilidade de produção e consumo: refere-se
competitivas centradas na oferta ampliada de serviços, ao fato de que os serviços são primeiramente vendidos, depois
segundo Rocha e Silva (20061). produzidos e consumidos simultaneamente;
c) heterogeneidade: refere-se ao potencial de
Os serviços podem ser entendidos como o produto da variabilidade no desempenho de serviço;
atividade humana que, sem assumir a forma de um bem d) perecibilidade: significa que os serviços não podem ser
material, satisfaz uma necessidade. estocados, poupados e reivindicados pela capacidade não
empregada (BATESON; HOFFMAN).
Assim, nos dias de hoje, os serviços permeiam todos os
aspectos de nossas vidas. Utilizamos diversos tipos de serviços Kurtz e Boone (1998) apontam outra característica dos
em nosso cotidiano, a exemplo de serviços de transportes, serviços: a variabilidade da qualidade. Os profissionais que
marketing, serviços de restaurante, cabeleireiros, serviços de oferecem serviços precisam trabalhar a fim de prestar a
empresas de relações públicas e propagandas, serviços de qualidade que o cliente espera. A qualidade é o único fator que
aulas em academias ou qualquer outra instituição, entre diferencia o que é oferecido pelas empresas.
outros.
Os setores de serviços variam muito. O setor Destaca-se que um componente da qualidade é atender e
governamental presta serviços através dos tribunais, lutar para exceder as exigências do cliente. Isso envolve o
agências de empregos, hospitais, agências de empréstimo, ato de ouvi-lo e conhecer as suas necessidades. Deste modo, a
serviço militar, departamentos de polícia e de bombeiros, qualidade é definida pelo cliente, não pelo produtor ou pelo
correios, órgãos legais e escolas. O setor de entidades sem vendedor.
fins lucrativos presta serviços através de museus, associações O segundo componente refere-se à ausência da variação,
de caridade, igrejas, faculdades, fundações e hospitais. Grande ou seja, o produto ou serviço deve proporcionar aquilo para o
parte do setor de negócios oferece serviços através de qual foi projetado, sem haver uma variação de uma
empresas aéreas, bancos, hotéis, companhias se seguros, experiência para outra.
empresas de consultoria, médicos, advogados, empresas de Já o terceiro componente refere-se ao total
entretenimento, empresas imobiliárias, agências de comprometimento com a organização, isso quer dizer que o
propaganda e varejistas (KOTLER2). controle da qualidade deve permear por toda a organização e
Tais serviços nos permitem organizar nosso tempo, bem não apenas por alguns departamentos.
como nosso dinheiro ou trazem aprendizado, agregam valor a Enfim, o cerne da questão não é produzir mais, mas o
um produto ou a uma empresa, de acordo com Simões3. Vale melhor. Busca-se dar mais ênfase a qualidade de produtos
ressaltar que uma das características singulares dos serviços é consumidos em detrimento da quantidade.
a participação ativa do cliente no seu processo de produção. O importante é que seja produzida uma mudança de estilo
Durante o último século, muitos desses serviços aumentam na prestação de serviços de determinada empresa a fim de
extremamente devido a sua complexidade e diversidade. O diferenciá-la e, consequentemente aumentar sua
crescimento econômico, por sua vez, estimulou o crescimento lucratividade.
da indústria de serviços, já que o aumento de prosperidade Outro aspecto importante a ser ressaltado é a questão do
significa que empresas, instituições e indivíduos tornam-se mercado. As empresas por meio de marketing e campanhas
cada vez mais desejosos de trocar dinheiro por tempo e de de propagandas devem ter influência no mercado.
compra serviços em vez de gastar tempo realizando atividades Entende-se como um mercado pessoas ou organizações
por conta própria. com necessidades para se atender, dinheiro e disposição para
Em decorrência desse crescimento, houve um aumento gastá-lo. E assim quando se coloca qualquer produto ou
expressivo das indústrias de serviços. Estas investindo não só serviço no mercado, três fatores específicos precisam ser

1 ROCHA, A.; SILVA, J. F. Marketing de serviços: retrospectiva e tendências. 3SIMÕES, G. MARKETING DE SERVIÇOS: A Satisfação de clientes voltada para a
Disponível em: prestação de serviços de uma contabilidade. Monografia (Faculdade de Pará de
http://www.scielo.br/pdf/rae/v46n4/v46n4a08.pdf. Acesso em: 30 jun. 2015. Minas), 2014.
2 KOTLER, Philip. Marketing. Ed. compacta. São Paulo: Atlas, 1995. BATESON, John E. G.; HOFFMAN, K. Douglas. Marketing de serviços. 4. ed. Porto
Alegre: Bookman, 2001.

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considerados: pessoas ou organizações com necessidades, seu empresa se relaciona com o cliente, e o ambiente em que esta
poder de compra e seu comportamento de compra. relação se dá.
A empresa prestadora de serviços necessita selecionar o
mercado alvo, entender os componentes da população e a 7 – Pessoas – são, claro, todos aqueles envolvidos na
renda, assim devem tentar determinar o comportamento de prestação, direta ou indiretamente. Considere que, no
compra dos seus clientes, seus motivos e padrões de compra. segmento de prestação de serviços, a força de trabalho é a
Vale destacar a importância de identificar os determinantes matéria-prima, de modo que a preocupação com pessoas é
psicológicos do comportamento de compra: motivação, fundamental. Treinar, capacitar e motivar constantemente é
percepções, atitudes, personalidade e os fatores sociólogos da indispensável para que uma empresa se destaque.
estrutura da classe social e grupos de referência.
Segundo Kurtz e Boone (1998), para constituir um 8 – Produtividade e qualidade – básicas em qualquer
mercado, as pessoas ou instituições devem deter poder ramo de atividade, protagonizam também este segmento.
aquisitivo, autoridade e disposição para comprar. Ou seja, Produtividade se refere a melhorar práticas na execução de
apenas um dos itens citados isoladamente não se constitui um serviço, de forma a maximizar recursos, reduzir despesas
como mercado. e otimizar prazos. E qualidade é garantir a entrega do serviço
O processo interativo que ocorre no mercado quando as nas condições acordadas – ou, de preferência, superando as
organizações concorrem buscando satisfazê-lo é conhecido expectativas do cliente. Quem não se preocupa com estas
como ambiente competitivo. O autor afirma que uma empresa questões certamente terá prazo curto de validade no mercado.
pode competir em diversos mercados, em qualquer parte do
mundo. Outra pode se especializar em um determinado Para competir e ingressar nesse mercado competitivo
segmento de mercado determinado por fatores geográficos, há três possíveis estratégias.
idade ou pela renda.
a) competir por alcance: significa que as empresas
Se no Marketing tradicional o fundamento são os 4 P’s do atendem seus clientes para viajar até suas localizações fixas;
marketing (preço, praça, produto e promoção), o que b) competir por geografia: baseia-se nas premissas de
fundamenta o marketing de serviços? Os 8 P’s!!! Sim, o que formulas de serviços geralmente são fáceis de copiar e que
trabalho é realmente dobrado. ser o segundo colocado no mercado constitui uma
desvantagem. Por conseguinte, o sucesso depende de uma
8 Ps do Marketing de serviços rápida expansão geográfica usando localizações múltiplas;
c) competir por participação: pode acontecer em um ou
1 – Produto –tudo que está relacionado às características muitos mercados ao mesmo tempo e pode envolver expansão
de um serviço é importante, com ênfase nos benefícios e nas do serviço oferecido e dos segmentos – alvo.
vantagens relevantes às necessidades que este serviço busca
atender – e sempre agregando valor aos clientes. As empresas ao criar tais estratégias e especializar-se
Neste sentido, a ideia é associar, ao serviço, o maior tendem a influenciar expressivamente a economia do país. A
número possível de serviços suplementares, transformando-o maior parcela da mão de obra braçal encontra-se empregada
em um serviço alargado. E estes serviços complementares nas indústrias de serviços. Quase metade dos gastos dos
devem ser desenhados de acordo com as necessidades dos consumidores é com serviços. As projeções indicam que os
consumidores. serviços vão atrair uma parcela ainda maior de gastos do
consumidor. Os serviços também tem tido um impacto nos
2 – Preço – engloba a mensuração de tudo: esforços da empregados. Mais da força de trabalho não braçal está
equipe, tempo necessário para a execução do serviço, a empregada nas indústrias de serviços, e 2/3 do produto
complexidade de cada projeto e o perfil do cliente. Deve-se nacional bruto da nação vem de serviços (ETZEL4).
também avaliar todos os custos e despesas gerados pela Segundo Kurtz e Boone (1998, p. 63) “o rápido aumento
prestação do serviço. nos gastos com serviços e o desenvolvimento de setores de
serviços como o maior empregador de mão de obra tem sido
3 – Praça (momento e lugar) – aqui se determina as alguma das tendências econômicas mais significativas após a
formas de entrega dos serviços – quando e onde a prestação segunda guerra mundial”.
do serviço ocorrerá, prevendo-se também prazos e meios de
execução. Desenvolvimento da estratégia em serviços

4 – Promoção (comunicação integrada) – é tudo o que Para Kotler, o desenvolvimento da estratégia é a parte do
se relaciona às estratégias de comunicação e de divulgação dos planejamento em que o administrador do marketing de
serviços, de modo a destacar os diferenciais e benefícios serviços determina como deve atingir as metas e objetivos
oferecidos. Este é o momento de mostrar credibilidade e estabelecidos. A formulação de estratégias envolve escolhas
competência técnica, que são questões que podem fazer a das principais direções para alcançar metas e alocação de
diferença. recursos.
Para o desenvolvimento de estratégia, em primeiro lugar,
5 – Processos – implica todos os fluxos, procedimentos e deve-se pensar na forma com que um mercado será abordado.
metodologias de trabalhos de que depende a prestação de um Em seguida, deve-se pensar na forma mais apropriada para
serviço. O controle do conjunto destes fatores é essencial para obter o crescimento.
que o resultado final seja preciso, efetivo. Os administradores podem crescer por meio da
reformulação do composto de marketing adotado pela
6 – “Palpabilidade” ou evidência física – tudo o que diz empresa. Todavia, o administrador pode crescer optando por
respeito ao ambiente onde o serviço é prestado. Ou seja, desde satisfazer novos clientes.
a apresentação pessoal dos funcionários (incluindo cartões de Por fim, deve-se colocar o plano em números, isto é,
visita) até a instalação de equipamentos. É a forma como uma realizar um orçamento detalhado. Todo planejamento deve ser

4ETZEL, Michael J; WALKER, Bruce J; STANTON Willian J. Marketing. 5. ed. São


Paulo: Makron Book, 2001.

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convertido em termos financeiros. Quanto custa para executar (A) Imperecibilidade.


as tarefas passo a passo, por exemplo. As variações de verbas (B) lntangibilidade.
em cada um dos componentes determinam variações de (C) Variabilidade.
retorno. As justificativas para seu uso devem ser também (D) lnseparabilidade.
incluídas no plano.
03. (IFC/SC - Assistente Administrativo – IFC) O setor de
A qualidade é hoje uma das maiores vantagens serviços é um dos que mais cresce. A prestação de serviços
competitivas de uma organização, pois é capaz de pode ser identificada pelo conjunto de características:
proporcionar clientes mais satisfeitos e fidelizados, uma (A) Perecibilidade, intangibilidade, inseparabilidade,
melhor imagem institucional e, consequentemente, maior relações com os clientes, esforço do cliente e uniformidade.
lucratividade. (B) Tangibilidade, alta lucratividade, estocagem, relações
Atualmente, é preciso enxergar cada cliente como um ser com os clientes, perecibilidade e uniformidade.
individual, dotado de suas particularidades. Isso significa dizer (C) Tangibilidade, separabilidade, perecibilidade,
que sua satisfação dependerá da personalização de suas estocagem, movimentação e inseparabilidade.
preferências e necessidades pessoais. (D) Alta lucratividade, separabilidade, uniformidade,
tangibilidade, não perecibilidade e esforço do cliente.
Cada cliente considera o seu problema o mais importante, (E) Relações com os clientes, alta lucratividade,
por isso é imprescindível que lhe seja oferecido um inseparabilidade, movimentação, esforço do cliente e
atendimento personalizado. uniformidade.

Níveis de qualidade de serviços: 04. (Prefeitura de Balneário Camboriú – SC - Assistente


Serviço principal: é a necessidade central do cliente; Administrativo – FEPESE) Entende-se por serviços:
Serviço esperado: é o que o cliente espera receber; (A) Produto da atividade técnica que, sem assumir a forma
Serviço ampliado: é oferecer algo de uma forma superior de um bem material, não satisfaz uma necessidade.
ao que normalmente é esperado; (B) Produto da atividade humana que, sem assumir a
Serviço potencial: é oferecer o suprimento de uma forma de um bem material, não satisfaz uma necessidade.
necessidade congênere. (C) Produto da atividade política que, sem assumir a forma
de um bem material, não satisfaz uma necessidade.
É preciso tratar o cliente como ele deseja ser tratado, e não (D) Produto da atividade social que, sem assumir a forma
como o atendente gostaria de ser. de um bem material, não satisfaz uma necessidade.
(E) Produto da atividade humana que, sem assumir a
Nesse sentido, algo fundamental em um atendimento é a forma de um bem material, satisfaz uma necessidade.
empatia, que nada mais é do que a disposição em se colocar
no lugar do outro e de tentar enxergar a situação com os 05. (METRÔ/DF - Operador Metro ferroviário Junior –
“olhos” do cliente. IADES) Com relação à qualidade na prestação de serviços,
Postura e apresentação pessoal são elementos muito sugere-se que
importantes em um atendimento, uma vez que a primeira (A) sejam criadas expectativas nos clientes sobre os
impressão é uma grande oportunidade de criação de uma serviços fornecidos, para que depois sejam cumpridas ou não.
imagem positiva da empresa. Usar roupas apropriadas, limpas (B) seja mensurado o grau de satisfação dos clientes, não
e bem passadas, por exemplo, se torna quase que uma sendo necessário medir o dos funcionários.
obrigação. (C) os funcionários se adaptem ao tratamento ao cliente,
No processo de comunicação com o cliente, o atendente para cada nível de formalidade.
deve passar uma mensagem clara e direta, evitando distorções (D) seja criado um processo de solução de problemas no
e interpretações divergentes. Entretanto, essa objetividade qual cada funcionário saiba de uma etapa única do processo.
deve ser passada de forma cortês e gentil, pois ser direto e (E) os funcionários não se familiarizem com a estrutura
objetivo não significa ser rude ou mal educado. organizacional, mas conheçam os serviços prestados.
A tolerância é outra necessidade básica para um atendente
profissional. Em um mundo cada vez mais complexo, é Respostas
importante respeitar as opiniões, crenças e individualidades 01. Resposta: B
de cada um, mesmo que o atendente não concorde ou não se 02. Resposta: A
identifique com tal realidade. 03. Resposta: A
04. Resposta: E
Questões 05. Resposta: C

01. (Câmara Municipal de Jaboticabal/SP - Agente de


Administração – VUNESP/2015) Dos produtos a seguir, Satisfação e retenção de
aquele que possui como uma de suas principais características clientes; Valor percebido pelo
a intangibilidade é:
(A) logística. cliente
(B) serviços.
(C) construção civil.
(D) agronegócios. Satisfação, valor e retenção de clientes5
(E) indústria.
Administradores que acreditam que o cliente é o único e
02. (UNIFESP – Administrador - CAIP-IMES) São verdadeiro “centro de lucro” da empresa consideram obsoleto
características dos serviços, que afetam enormemente a o Organograma Tradicional apresentado na figura a seguir.
elaboração de programas de marketing, exceto:

5KOTLER, Philip; KELLER, Kevin Lane. Administração de Marketing: A Bíblia do


Marketing. 12 ed. Prentice Hall Brasil: 2006. 776p.

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O organograma tradicional é uma pirâmide com a alta administração no topo, seguida pela gerência de nível médio, o pessoal da
linha de frente e, por fim, os clientes na base. Empresas que dominam bem o marketing invertem a pirâmide: organograma orientado
para o cliente. Primeiro, os clientes, em seguida, o pessoal da linha de frente, que tem contato com aqueles; abaixo estão os gerentes
de nível médio, cuja tarefa é dar apoio ao pessoal da linha de frente para que possam atender bem os clientes; por fim, a alta
administração, cuja tarefa é contratar e apoiar os gerentes de nível médio. Todos os gerentes da empresa devem estar pessoalmente
envolvidos em ter contato com os clientes, conhecê-los e atendê-los.
Algumas empresas têm o cliente como modelo de negócios e, ao longo do tempo, incorporaram as novas legislações, como a defesa
dos direitos do consumidor, em sua estratégia – com o objetivo de obter vantagem competitiva.
Com a ascensão de tecnologias digitais como a Internet, os consumidores estão cada vez mais informados e esperam que as
empresas se conectem com eles. Por exemplo, as compras on-line, rapidamente, pode-se realizar uma busca e fazer comparações em
diversas lojas virtuais. A Internet também facilita a comunicação entre os consumidores: sites que permitem que eles compartilhem
informações sobre suas experiências com vários produtos e serviços.

A satisfação dos clientes6 é cada vez mais exigida nas organizações, pois se torna um diferencial importante para as empresas que
trabalham tanto com produtos como com serviços. A tendência atual é que as organizações busquem atender às necessidades de seus
clientes, para obter sucesso e até mesmo garantir a sobrevivência e continuidade do negócio em longo prazo. Para suprir as
expectativas dos clientes, não é só a qualidade do produto que interessa, mas também a qualidade dos serviços prestados pela
organização, o bom atendimento e uma boa informação.

Buscar a maior satisfação dos clientes é importante, pois os consumidores se deparam com um vasto universo de produtos, marcas,
preços e fornecedores pelos quais optar7.

Para se descrever o que é satisfação para um cliente ao comprar um produto ou um serviço, tem-se a definição de Kotler8, a qual
afirma que satisfação consiste na sensação de prazer ou desapontamento resultante da comparação do desempenho (ou resultado)
percebido de um produto em relação às expectativas do comprador. O autor reforça também que a satisfação é função do desempenho
e das expectativas percebidas.
Na definição de Kotler, o desempenho pode ser visto como resultado, isto é, atingido com a compra de um produto ou de um serviço.
O cliente cria as suas expectativas a partir de experiências anteriores, informações de profissionais de marketing e conselhos de
pessoas que adquiriram o mesmo produto ou serviço anteriormente.

Nesse sentido, os clientes fazem seus julgamentos sobre o valor das ofertas de marketing e tomam suas decisões de compra com
base nisso. Se o desempenho ficar abaixo dessa expectativa, o cliente ficará insatisfeito; se o produto preencher as
expectativas, ficará satisfeito; se exceder essas expectativas, o cliente ficará altamente satisfeito ou encantado.

Em outras palavras, podemos definir fidelização como sendo um compromisso profundo de comprar ou recomendar
repetidamente certo produto ou serviço. As expectativas se baseiam nas experiências de compras anteriores do cliente, na opinião de
amigos e parceiros, e também nas informações e promessas de profissionais de marketing com quem tenham tido contato. Estes devem
ser cautelosos ao estabelecerem o nível correto das expectativas nas ofertas que fazem. Se as empresas as determinarem em termos
muito baixos, poderão satisfazer alguns compradores, mas não atrair muitos deles. Por outro lado, se criarem expectativas muito
elevadas, os compradores poderão ficar decepcionados depois que, efetivamente, usarem o produto.

Na área do comportamento do cliente, a teoria da satisfação é adotada para conhecer as atuais necessidades e desejos ou, então,
será possível identificar os níveis de satisfação do consumidor com a empresa. Infelizmente, o que se percebe é que muitos ainda não
atentaram para a importância dos serviços aos clientes. Considerando que a finalidade da empresa é gerar e manter clientes, a partir
do momento em que ela consegue satisfazê-los totalmente em seus desejos, necessidades e expectativas, tem a seu favor todas as
condições fundamentais para mantê-los ativos em seus negócios. Isso precisa ser percebido com clareza por empregados, gerentes e
corpo diretivo da empresa.

6 Disponível em: http://www.rodolfoarantes.net/gestao_cap3.html.


7 CESTARI, T.; GIMENEZ, E. L. L. A importância da satisfação dos clientes: um estudo de caso na envelopex artes gráficas
8 KOTLER, Philip. Administração de marketing: a edição do novo milênio. SP: Prentice Hall, 2000.

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Deste modo, fica evidente que as empresas, de maneira entrevistados listem qualquer problema que, porventura,
geral, deveriam ter como foco atingir a máxima satisfação dos tenham tido com a oferta, sugerindo aperfeiçoamentos. As
clientes. O cliente satisfeito mantém com a empresa um empresas devem, ainda, observar que, quando os clientes
relacionamento saudável, de longa duração (eles ficam assinalam sua satisfação com algum aspecto do desempenho
retidos). O resultado disso é que ele e a empresa, de alguma da empresa - como a entrega - sua maneira de definir uma boa
maneira, sejam mutuamente beneficiados. entrega pode variar muito. Para eles, uma boa entrega pode
significar entrega rápida, dentro do prazo, corretamente
No que se refere ao perfil do cliente altamente satisfeito, executada, ou qualquer outra coisa.
Kotler atribui os seguintes aspectos:
a) permanece fiel por mais tempo; Outras maneiras de mensurar e acompanhar a
b) compra mais à medida que a empresa lança novos satisfação do cliente são:
produtos ou aperfeiçoa produtos existentes; 1. Sistemas de reclamações e sugestões (SAC, 0800);
c) fala favoravelmente da empresa e de seus produtos; 2. Pesquisas de satisfação de clientes;
d) presta menos atenção a marcas e propagandas 3. Compras simuladas (ou comprador oculto/disfarçado);
concorrentes e é menos sensível a preço; 4. Análise de clientes perdidos (por que pararam de
e) oferece ideias sobre produtos ou serviços à empresa; e comprar?).
f) custa menos para ser atendido do que novos clientes,
uma vez que as transações são roteirizadas. Dessa forma, a empresa pode seguir algumas dessas
maneiras de avaliar a satisfação dos clientes ou ainda criar
A partir dessa ótica, as empresas, necessariamente, outras, desde que o intuito seja, posteriormente, melhorar o
devem buscar a capacitação que lhes garantirá conquistar que não estiver satisfazendo os clientes, a fim de atendê-los
dos clientes a sua preferência. melhor.

O cliente é a pessoa que compra regularmente de uma Uma empresa inteligente cria um alto nível de satisfação
empresa, contudo, as expectativas de um cliente com relação de funcionários, que leva a um esforço maior, que leva a
ao desempenho de um serviço precisam ser bem produtos e atendimento de melhor qualidade, que criam maior
administradas para gerar um futuro de bom relacionamento. satisfação de clientes, que leva a negócios mais regulares, que
Um cliente satisfeito volta a comprar e um insatisfeito passa a levam a maiores taxas de crescimento e lucro, que levam a um
falar para outras pessoas mal do serviço recebido. alto nível de satisfação de acionistas, que leva a mais
investimentos e assim por diante. Esse é o círculo virtuoso que
Para manter um cliente satisfeito, é preciso saber significa lucros e crescimento.
gerenciar as suas expectativas, uma vez que o cliente é o
patrimônio mais valioso de uma organização. As empresas que ultrapassam todos esses obstáculos para
alcançar suas metas de satisfação e valor para o cliente são
chamadas de empresas de alto desempenho. O maior
Para se oferecer um atendimento com excelência, em um desafio para elas é construir e manter negócios viáveis em um
ambiente de negócios cada vez mais globalizado, torna-se ambiente de mercado em constante mudança. Elas precisam
fundamental perceber a importância dos clientes para a reconhecer os elementos essenciais do negócio e saber como
sobrevivência da empresa, bem como conhecer o valor que estabelecer um equilíbrio entre os públicos interessados,
eles esperam obter dela. É preciso estar pronto para conhecê- processos, recursos, capacidades organizacionais e cultura
los profundamente e, assim, poder encantá-los. corporativa.

Neste contexto, entende-se que o cliente fiel é aquele que


está satisfeito com o atendimento e que se torna parceiro
comercial da empresa, devido ao grau de satisfação com as
atividades executadas (Simões, 2014). Além dos clientes, a
empresa deve considerar que tem muitos dependentes, como
empregados, fornecedores, distribuidores e acionistas. Ao
gastar mais para aumentar a satisfação do cliente, poderá
desviar recursos destinados a satisfazer esses outros "sócios"
de seu negócio. Assim, o objetivo central do marketing é gerar
a lucratividade por meio do valor para o cliente. Finalmente, a
empresa deve proporcionar um alto grau de satisfação para o
cliente e, simultaneamente, produzir níveis de satisfação ao
menos aceitáveis para os outros grupos a ela vinculados. Isto
exige por parte da empresa um equilíbrio muito delicado: o A empresa deve definir quais são seus grupos de
profissional de marketing deve continuar gerando mais valor interesse e as necessidades deles. Deve-se destacar que tais
e satisfação para o novo cliente, sem abandonar "os de casa". grupos não são apenas os acionistas, mas também clientes,
Nenhum deles deve se sentir prejudicado em detrimento funcionários, fornecedores, etc. Uma empresa pode ter como
do outro. objetivo encantar seus clientes, atender às expectativas dos
funcionários, gerar lucratividade para os acionistas e
Assim, há alguns instrumentos para a avaliação da satisfação para os fornecedores.
satisfação do cliente: O nível de satisfação deste pode ser
avaliado de inúmeras maneiras. Pode ser medido diretamente, A empresa pode alcançar suas metas junto aos grupos de
perguntando: "O que você achou desse produto? Está muito interesse apenas gerenciando e interligando processos de
insatisfeito com ele, um pouco insatisfeito, nem satisfeito nem trabalho, identificando antes quais são os processos de
insatisfeito, um pouco satisfeito ou muito satisfeito?" Ou os negócios centrais, ou fundamentais, da empresa. Entre estes
entrevistados podem indicar quanto eles esperavam de certos processos destacam-se a atração e retenção de clientes,
atributos e se as suas expectativas foram devidamente atendimento de pedidos, logísticas, etc.
atendidas. Finalmente, a empresa pode pedir que seus

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Para conduzir seus processos de negócios, as empresas A empresa pode tentar reduzir a perda em quatro etapas:
necessitam de recursos como mão de obra, materiais, - Definir e medir a taxa de retenção;
equipamentos. Um dos principais desafios das empresas de - Identificar as causas de atrito;
alto desempenho é possuir e desenvolver os recursos e as - Estimar a perda de lucros com a perda de um cliente
competências necessárias e essenciais para a entrega das (valor do cliente ao longo do tempo);
propostas de valor e as metas organizacionais que constituem - Estimar o custo para reduzir a perda de clientes; agir
a essência do negócio. apropriadamente.

A organização de uma empresa consiste em suas As empresas devem decidir quanto devem investir em
estruturas políticas e cultura corporativa, que podem se tornar marketing de relacionamento nos diferentes segmentos de
disfuncionais em um ambiente de rápida mudança, como o que mercado e clientes individuais, partindo do marketing básico,
vivemos hoje em dia. Enquanto as estruturas e as políticas reativo, responsável, proativo, até o de parceria.
podem ser mudadas, a cultura de uma empresa é quase - Básico: O vendedor da empresa vende o produto, mas
impossível de ser alterada - e neste ponto reside o problema, não lhe dá acompanhamento de forma alguma.
pois a mudança de cultura é fator chave, essencial, para o - Reativo: O vendedor vende o produto e pede ao cliente
sucesso das empresas durante as mudanças que o mercado que o chame se chegar a ter alguma dúvida ou problema.
oferece. - Responsável: O vendedor chama o cliente, pouco depois
da venda, para saber se o produto está atendendo às suas
Entrega de Valor e Satisfação para o cliente expectativas. Além disso, pede sugestões ao cliente para
melhorar o produto.
Visando criar a satisfação dos clientes, as empresas devem - Proativo: O vendedor ou alguma outra pessoa da
gerenciar sua cadeia de valor, bem como seu sistema de empresa chama o cliente, de tempos em tempos, para lhe falar
entrega de valor, com o foco no cliente. dos usos aperfeiçoados do produto ou de produtos novos que
Cadeia de valor — usada como uma ferramenta para poderiam ser úteis.
identificar maneiras para criar mais valor. Nove atividades - Societário (Partnership): A empresa trabalha de forma
criadoras de valor, sendo 4 delas chamadas de Atividades de sustentada com o cliente e com outros clientes, para encontrar
apoio, também chamadas de atividades meio, e 5 atividades a forma de proporcionar-lhes mais valor (qualidade).
principais, também denominadas atividades fins, que
interferirão diretamente no índice de satisfação dos clientes. Para decidir, a empresa deve estimar o valor obtido
durante a vida útil do cliente contra o fluxo de custo requerido
para atrair e reter esses clientes. Outro ponto é analisar a
lucratividade do cliente.

Rede de entrega de valor — para ser bem-sucedida, uma No gráfico acima, nota-se que a empresa necessita tomar
empresa precisa procurar vantagens competitivas entre suas algumas ações com os clientes 2 e 3, pois os dois não são
próprias operações. A construção de uma rede de entrega de lucrativos como o cliente 1.
melhor valor pode ser uma tática de diferenciação de muito
sucesso na direção para se obter maior satisfação do cliente. Questões
A concorrência é entre redes, não entre empresas. Sai
ganhando a empresa com a melhor rede. 01. (PC/MG - Técnico Assistente da Polícia Civil -
FUMARC) São indicadores que podem ser usados pelas
Atração e Retenção de Clientes organizações para planejar e controlar seu desempenho na
dimensão “satisfação dos clientes”, EXCETO:
O objetivo da empresa não é apenas conseguir novos (A) volume de reclamações.
clientes, mas também o que é ainda mais importante: reter (B) ganho de novos clientes.
clientes. O marketing de relacionamento é a chave para isso, o (C) relação interna entre clientes e acionistas.
que envolve o fornecimento de benefícios financeiros e sociais, (D) facilidade de acesso aos serviços de assistência aos
bem como recursos estruturais que auxiliem os clientes. clientes.

Observe que: 02. (Banco do Brasil - Escriturário - CESGRANRIO) As


- Conquistar novos clientes pode custar até cinco vezes empresas, diante da concorrência existente no mercado,
mais do que satisfazer e reter os já existentes. procuram medir a satisfação de seus clientes, buscando
- As empresas perdem em média 10 por cento de seus identificar possibilidades para sua fidelização. A satisfação do
clientes a cada ano. cliente em relação ao produto adquirido é representada
- Uma redução de 5% nos índices de perda de clientes pode pelo(a).
aumentar os lucros de 25 a 85 por cento. (A) diminuição dos custos de produção.
- A taxa de lucro por cliente tende a aumentar ao longo do (B) proximidade entre as suas expectativas e o
tempo de permanência do cliente retido. desempenho percebido do produto.

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APOSTILAS OPÇÃO

(C) atendimento da empresa ao Código de Defesa do iniciativa, criatividade, aprendizado continuo e


Consumidor. marketing pessoal.
(D) turnover dos empregados da empresa que atuam no
processo produtivo. Há um novo mundo de exigências e requisitos ignorados
(E) volume de estoque de produtos acabados da empresa, até então pela maior parte dos profissionais. Conhecer esse
para atender ao cliente. mundo é a melhor maneira de não ser deixado para trás. Os
aumentos de produtividade e as inovações tecnológicas
03. (Petrobras - Técnico(a) de Suprimento de Bens e fizeram diminuir a necessidade de pessoas. O emprego torna-
Serviços Júnior - CESGRANRIO) Uma empresa do setor de se, cada vez mais, um bem escasso e disputado. O profissional
varejo, preocupada com a crescente concorrência, resolveu precisa adequar-se a esse contexto, agregando valor aos
alterar algumas práticas relativas ao atendimento dos clientes. conhecimentos de que já dispõe. (SOUZA, 200410).
Adotou para isso um princípio da qualidade, o qual fez os
empregados adotarem novos valores e atitudes, assegurando Vamos a algumas conceituações básicas:
a satisfação de todos aqueles que participam dos diversos
processos da empresa, tanto internos quanto externos. ETIQUETA
O princípio adotado pela empresa foi o(a) -Conjunto harmonioso de regras de boas maneiras,
(A) gerenciamento por processos normas, hábitos, atitudes e gestos que resultam no
(B) gerência participativa comportamento das pessoas em eventos oficiais ou não.
(C) constância de propósitos -Boas maneiras e bons costumes.
(D) não aceitação de erros -Facilita o convívio entre as pessoas por meio de
(E) satisfação total dos clientes comportamento adequado a cada ocasião e cerimônia, dando
segurança aos anfitriões e aos convidados.
Questões -Concentra-se no comportamento dos anfitriões e
convidados.
01. Resposta: C.
02. Resposta: B. COMPORTAMENTO E POSTURA PROFISSIONAL
03. Resposta: E. -Ajuda você em seus relacionamentos pessoais, sociais e
O enunciado descreve o princípio de satisfação total dos profissionais.
clientes -Faz você ser e parecer bem-educado.
-Ajuda a conquistar e manter clientes.
-Ajuda a ser um líder.
Etiqueta empresarial: -Torna você bem-vindo aonde quer que chegue.
-Dá ferramentas para trabalhar em equipe.
comportamento, aparência, -Ajuda a fazer bons negócios no mundo todo.
cuidados no atendimento -Dá segurança em ocasiões cerimoniosas.
pessoal e telefônico -Faz a sua vida mais leve.

Segundo Araújo (2004), SER BEM EDUCADO É...


-Praticar boas maneiras no cotidiano;
Etiqueta empresarial -Saber se relacionar com as pessoas e conquistar sua
cooperação;
O interesse é crescente em se conhecer as regras de -Respeitar as diferenças entre as pessoas;
conduta, nem sempre ditas e escritas, que regem o -Ser capaz de escolher o comportamento certo para cada
comportamento social e profissional dos membros de uma ocasião, usando sempre o bom senso;
sociedade ou organização. Por quê? Pelo simples fato de serem -Aprender a se auto encantar diariamente;
indispensáveis para abrir caminhos, aplainar arestas da -Saber que uma imagem pessoal bem cuidada abre as
convivência diária em um mundo que se torna dia a dia mais portas para o sucesso;
inquietante e ríspido (WAMSER, 20159). -Prezar pela pontualidade em todos os compromissos;
-Saber encantar seus clientes internos em suas relações
Na verdade, o mundo dos negócios, em particular, está profissionais;
requerendo, cada vez mais, dos seus componentes uma -Fazer críticas produtivas e construtivas;
postura profissional elegante que lhes assegure êxito pessoal -Fazer com as reuniões sejam absolutamente produtivas;
e profissional ao se relacionar com clientes internos e -Saber tirar proveito da cortesia e da gentileza ao usar o
externos. O conhecimento e a prática correta das normas que telefone;
regem o comportamento geram benefícios imediatos tanto -Usar o telefone celular sem ser inconveniente;
para o profissional que as pratica como para a organização do -Encantar clientes com atendimento de excelência;
qual faz parte. Possibilitam um comportamento com mais -Saber se apresentar e apresentar as pessoas corretamente
confiança, simplicidade e naturalidade diante de situações umas com as outras;
inusitadas, além de melhorarem o relacionamento entre -Respeitar a convivência em espaços públicos como:
colegas e dirigentes, refletindo de maneira positiva em todas cinemas, escadas, rua, elevador, bancos;
as áreas da organização, indiferente de seu ramo de atividade -Conhecer a importância dos cartões de visita e saber como
usá-los;
As exigências do mercado de trabalho e as competências -Saber escolher o traje correto para todas as ocasiões;
profissionais exigidas, entretanto, não são as mesmas. Estão -Frequentar restaurantes com segurança e desenvoltura;
passando por processos de renovação se reestruturando. -Demonstrar total elegância nos modos à mesa num
Valores como disciplina, cumprimento de normas e almoço ou jantar de negócios;
extrema especialização estão sendo suplantados por

9 WAMSER, E. Comportamento Profissional. Disponível em: 10SOUZA, A. N. Marketing Pessoal: Etiqueta No Trabalho Como Diferencial
<http://www.unifebe.edu.br/04_proeng/formacao_continuada/20102/document Competitivo No Trabalho. Trabalho de conclusão de estágio da Universidade
os/apostila_comportamento_profissional.pdf.> Acesso em: 02 jul. 2015. Federal de Santa Catarina (2004), Florianópolis, 2004.

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APOSTILAS OPÇÃO

-Zelar pela imagem e reputação da empresa em clientes, ou perder contratos e empregos, em determinadas
congressos, feiras e convenções; ocasiões, em virtude do excesso de informalidade e da falta de
-Saber proceder em comemorações internas da empresa; bons modos (SOUZA, 2004).
-Saber como presentear e ser presenteado;
-Preparar-se adequadamente para viajar; Atitudes como bater o telefone, falar alto, falar mal da
-Comportar-se corretamente quando se hospedar em empresa, do chefe ou do colega, exagerar no perfume, não
hotéis; respeitar a mesa do colega, não usar o banheiro corretamente,
-Saber negociar com elegância em diferentes países e deixando bagunçado e tantas outras atitudes não ficam bem no
múltiplas culturas; local de trabalho por questões éticas. Os profissionais que não
se comportam adequadamente bem não são necessariamente
Estas questões referem-se a busca de se realizar um bom rudes ou descorteses. Em geral, nem sequer se dão conta de
Marketing Pessoal, o qual define os fatores que caracterizam o suas gafes. Porem isso acaba por indicar a falta de refinamento,
bom profissional e serve para fazer avaliações que vão definir traquejo social e, talvez respeito pelo próximo, além de indicar
a manutenção do emprego, a promoção e até mesmo a falta de ética e cooperação podendo comprometer o trabalho
demissão de algumas pessoas. Uma pessoa que possua talento do grupo. Em consequência, a carreira fica prejudicada, com
e competência suficiente para exercer a sua atividade, desde dano material, e diminuída a contribuição para o êxito da
que pratique e aperfeiçoe constantemente o seu Marketing empresa.
Pessoal, pode chegar ao topo, elevando o seu nível de
notoriedade e imagem a ser recompensado por isso. Algumas atitudes que podem se relacionar a falta de
comportamento ético no atendimento são:
Essa tarefa exige paciência, disciplina, uma elevada -promessas irreais
autoestima, determinação e um conjunto de crenças e valores -produtos defeituosos
que irão nortear suas atitudes e comportamentos de forma a -troco não devolvido
fazer uso correto das habilidades inatas e das habilidades a -SAC inacessível
serem criadas e aperfeiçoadas. -prazos não cumpridos
-serviços mal prestados
O profissional preocupado com a etiqueta empresarial, -venda casada
buscando um bom marketing pessoal deve aperfeiçoar -cláusulas abusivas
constantemente a sua (ou o seu): -pós venda demorado
-entre outros
a) cuidado com a aparência: isto não significa gastar todo
o salário em luxo, roupas de grife ou beleza pessoal, mas a O que contribui para este comportamento antiético?
atenção com o próprio asseio, cabelos, unhas, sapatos, isto é, Egoísmo por parte dos funcionários, Uma cultura
adequação entre as roupas que você usa e seu ambiente de organizacional já instalada para isso a certeza de impunidade,
trabalho. Uma aparência agradável predispõe as outras baixa concorrência que faz a organização se acomodar ao
pessoas a confiarem em você e facilita a comunicação. Evitar achar que sempre terá clientes, entre outros.
também utilizar joias e adornos em excesso, para não chamar
atenção desnecessária no ambiente de trabalho (falaremos Não basta atingir e manter a qualidade. Não basta mais
mais sobre esse assunto adiante). aperfeiçoar, exceder, oferecer algo mais que mantenha o
público/clientes em permanente estado de satisfação e
b) facilidade de relacionamento: é necessário criar um encantamento. Também é necessário ser ético.
ambiente de harmonia durante as atividades profissionais. O
trabalho é uma situação de relacionamento social, que precisa Pode-se citar algumas atitudes que contribuem para um
funcionar bem para que todos possam desenvolver suas profissional se comportar em situações formais como
atividades com maior produtividade; reuniões, entrevistas de emprego, almoços e jantares de
negócios, conferências, entre outras.
c) facilidade de comunicação: você precisa ser capaz de
se comunicar adequadamente com qualquer pessoa, Algumas delas apontados por Perna (2003) são:
compreendendo as solicitações e fornecendo respostas claras a) Estar adequadamente vestido com a formalidade que a
situação exige;
d) apresentação do currículo adequado: deve-se levar b) Não mascar chiclete;
em conta que o profissional precisa colocar-se no lugar de c) Falar olhando sempre nos olhos do interlocutor, isso
quem vai ler seu currículo antes e após sua elaboração, para indica atenção com a pessoa com quem se está conversando;
avaliar fatores como atratividade, objetividade e clareza; d) Chegar aos compromissos com pontualidade, pois
indica responsabilidade;
e) gerenciar a rede de relacionamentos (network): a e) Falar somente o necessário;
rede de relacionamentos é um dos veículos mais significativos f) Não falar mal de ex-empregadores e ex-empregados e
de Marketing Pessoal e acarreta diversas consequências g) Desligar o telefone celular ou caso ele toque desculpar-
positivas, uma vez que torna o profissional mais bem se e não atendê-lo, mas desligá-lo imediatamente.
informado quanto ao que está acontecendo em sua área de
atuação, além de permitir que o executivo perceba APARÊNCIA
possibilidades de parcerias, obtenção de contratos, promoções
e novos empregos (SOUZA, 2004). -Em determinadas organizações o uso do crachá é
obrigatório, e deve ficar sempre visível. É proibido usar em
Algumas pessoas, por outro lado, preferem manter a bolsos de blusa ou camisa;
informalidade na vida social e abolir as regras de boas -A roupa de trabalho transmite conceitos e códigos de
maneiras. Porém, deve-se ficar ciente de que esta escolha terá valores da organização;
aceitações e rejeições, e talvez não se saiba exatamente a -A escolha da roupa é diferente para o final de semana ou
proporção e o impacto de cada uma delas. O real problema está lazer, situações em que a moda pode ser uma opção;
no fato que em se tratando de negócios, pode-se perder muitos

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-A escolha da roupa deve ser por se sentir confortável, e ATENDIMENTO PESSOAL E TELEFÔNICO
estar com a roupa adequada à ocasião.
-Opte por roupas que priorizem versatilidade, e não só a Candidato(a), ressaltamos que o atendimento pessoal
beleza; será abordada em “Qualidade no atendimento a clientes”,
- Liberdade significa responsabilidade mesmo na forma de sendo que o atendimento telefônico será evidenciado a
vestir. Use sempre o bom senso; seguir.
-Caso o trabalho lide com o público, a imagem deve
comunicar eficiência e gentileza; Veja recomendações básicas para o atendimento ao
-A maneira como uma pessoa se veste pode ser uma pista telefone:
para saber se ela respeita o ambiente, é desleixada, tem -Atender o telefone no segundo ou terceiro toque, se
disciplina, é social ou introvertida, dinâmica, moderna ou possível. Caso contrário, pedir desculpas pela demora no
clássica; atendimento.
-Profissionalmente, sempre é melhor chamar a atenção -Identificar seu nome e o da empresa imediatamente. Em
pela elegância porque a ousadia ou irreverência, são seguida diga bom dia ou boa tarde ou boa noite. Logo após
incompatíveis com o ambiente de trabalho; pergunte: "em que posso ajudar?”;
-Escolha peças práticas, econômicas e versáteis, que não - Em hipótese alguma atenda ao telefone com as
interfiram no estilo individual e tipo de trabalho; expressões: “meu amor”, “querida”, “meu bem”, “amado”,
-Adote tendências com critério, sem carregar na “amiga”, “linda”, etc.;
sobriedade e nem escorregar nos exageros. - Ter sempre à mão material (caneta, lápis, papel) para
fazer as anotações e lembrar o que foi solicitado pelo
APRESENTAÇÃO NO TRABALHO - MULHER: interlocutor.
- Decotes e transparências devem ser abolidas; -Usar vocabulário adequado e correto. Ser breve.
- Prefira batom e esmalte claros, saias na altura do joelho e -Prestar atenção na postura. Evitar falar mexendo com as
tailleurs; mãos, gesticular demais, roer unhas, mexer nos cabelos.
- Cuidado com babados e rendas; nunca deixe as roupas -Sorrir e falar com entusiasmo. Cuidar para não falar mole
íntimas visíveis; ou alto demais. Recomenda-se ouvir a voz gravada ou
- Cuidado com o colo e costas à mostra, com o uso de perguntar a um amigo.
decotes exagerados; -Utilizar o nome do interlocutor e expressar o desejo de
- Não exagere no perfume, prefira colônia fresca ou ajudá-lo. Usar expressões mágicas: por favor, por gentileza,
lavanda; muito obrigado(a).
-Evitar vícios de linguagem, gírias, dengos, diminutivos,
MULHER: expressões repetitivas e vulgares, cacoetes verbais.
- Maquiagem deve ser discreta e funcional; -Direcionar o interlocutor com rapidez e eficácia, obtendo
- Para uma ocasião formal, tailleurs, terninhos e vestidos o máximo de informações necessárias.
(desde que não sejam de alcinha) são os trajes mais -Não tapar o bocal, fumar, mastigar, bocejar, espirrar,
adequados. tossir.
-Quem “passa” quem primeiro?? A cortesia oficial manda
DISCRIÇÃO NO TRABALHO É IMPRESCINDÍVEL: aguardar quem efetuou a chamada, exceto se quem a faz for
- Não se deve usar: lingerie aparecendo, saltos altíssimos, hierarquicamente superior à pessoa solicitada.
bainhas malfeitas, roupas manchadas ou amassadas, muita -Contornar obstáculos internos por meio de códigos de
maquiagem, cabelos despenteados, unhas muito longas, atendimento.
perfume demais, meias desfiadas, excesso de bijuterias e -O número telefônico deve ser pronunciado algarismo por
roupas que “marquem” as formas. algarismo.
-O algarismo 6 (seis) deve ser pronunciado como meia. O
HOMEM: número 11 (onze) deve ser pronunciado como onze, e não um,
um.
- Não usar meias claras e brancas com trajes escuros. A -Dar uma pausa maior após falar o prefixo e a cada dois
meia é uma extensão da calça e prolongamento do sapato; algarismos de um número telefônico (WANSER, 2015).
- Não usar bermudas ou calça caindo, camisa desabotoada,
e/ou para fora da calça; Outros pontos relevantes são:
- Não usar perfumes mais fortes, para o trabalho. Prefira - Use o telefone de forma objetiva e racional, não fique
colônias suaves; conversando assuntos corriqueiros ao telefone;
- Em regiões de clima quente, se a ocasião e/ou evento de - Não mastigue ao telefone. Mesmo o som de uma simples
trabalho não exige formalidade, é ideal o uso de camisas bala, chiclete ou pastilha é percebido pelo interlocutor e pode
sociais de mangas curtas ou compridas, que combinem com as ser interpretado como pouco caso;
calças; - Não tussa, não espirre, nem assoe o nariz ao telefone.
- Evite usar sandálias franciscanas. Quando necessário, afaste-se do aparelho por alguns instantes,
- Prefira roupas tradicionais, pesquise tecidos que melhor desculpe-se e coloque-o cuidadosamente sobre a mesa,
se adaptam à sua região e estilo pessoal; evitando fazer barulho;
- Evite gravatas de bichinhos, de crochê ou frouxa no - Quando o interlocutor estender demais a conversa, não
colarinho; percebendo que está na hora de desligar, uma saída educada é
- A barba deve ser feita todos os dias ou aparadas interromper a conversa dizendo que alguém está chamando e
regularmente; precisa desligar;
- Cabelo cortado e bem cuidado, não exagere no perfume, - Não deixe o telefone fora do gancho.
use colônia fresca ou lavanda; - O recordista em gafes é o celular. Seu uso indiscriminado
- Cuidado com a combinação calçado e calça; demonstra a mais elementar falta de educação;
- Não use camisas identificando times. - A escolha do toque do seu celular é essencial. Evite os
toques escandalosos demais no ambiente de trabalho que tira
a concentração de todos;

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- Desligue o celular ou deixe na opção “Silencioso”, quando -Esperar que termine de falar, para interpor um aparte.
estiver no ambiente de trabalho ou em sala de aula, cursos, Nunca interrompê-lo, por achar que já sabe o que ele quer.
seminários, palestras, reuniões, encontros, eventos, e também -Atender a um cliente sem se desligar do mundo. É dar
em cinemas, teatros e restaurantes; atenção a um outro mostrando que já percebemos sua
- Sendo uma emergência, peça licença, saia do recinto, fale presença e que em breve iremos ajudá-lo.
baixo e não demore. -Dar sempre prioridade no atendimento à pessoa que está
a sua frente. Em caso de chamada telefônica, só atendê-la após
São princípios importantes de um bom atendimento pedido de licença e recebimento de permissão para tal.
telefônico: -Ter sutileza para contradizer ou discordar.
- a atenção (voltar-se para compreender a necessidade do -Nunca alegar: “Isso não é comigo” ou “Isso não é do meu
cliente/atendido), setor”.
- a cordialidade (ser educado e prestativo) e -Suavizar o “não”, evitando magoar as outras pessoas.
- a modulação da voz (A modulação é a técnica onde as -Cumprimentar com um tom gentil e alegre todo cliente
características da portadora (sinal que é modulado) são que entra, inclusive o colega de trabalho.
modificadas com a finalidade de transmitir as informações, -Tratar as mulheres por “senhora” e os homens por
sendo feitas as alterações combinadas de frequência, “senhor”. Evitar tratamento de intimidade como “você”, “meu
amplitude ou fase de modo a melhor transmitir a informação bem”, “minha querida”, “fofinha”. E palavras no diminutivo:
ao atendido/cliente. minutinho, favorzinho, obrigadinha.
-Ter em mente que no trabalho o comportamento deve ser
Evite de dizer... usado como aliado, para que as portas do sucesso se abram.
-Procurar decifrar o que acontece por trás dos rostos e dos
Talvez”, “acho”, “possivelmente”, gestos do cliente.
“Fique na linha”: -Incorporar o “espírito de equipe”, jamais dando
“Ela ainda não chegou.” oportunidade para pensamentos do tipo: “Isso não faz parte da
“Ele está em uma reunião.” minha função” ou “Não vou limpar isso, pois não sou faxineiro”.
“Ela ainda está almoçando.”
“Não sei quando ele vai voltar.” Lembrar-se sempre que a boa vontade ao atender uma
“Alô”, “diga”, “fala”. pessoa manifesta-se no olhar e no tom de voz.

Evitar dizer:
Deve-se apostar em...
Eu não sei.
“Não tenho certeza, mas irei descobrir e retornar sua Não podemos fazer isso.
ligação em minutos.” Este assunto não é comigo.
“A Sra. Cristina teve uma reunião bem cedo, mas deve O Dr. Fulano de tal saiu para um cafezinho e duvido que
voltar pelas 11h. Posso pedir para ela retornar a ligação?” volte logo.
“O Sr. Pablo ficará em uma reunião até às 12h e depois Ele não está; saiu para almoçar e não voltou ainda.
terá um almoço de negócios. Posso pedir para ele retornar a Ele não chegou ainda. Está sempre atrasado.
ligação à tarde?” Ela nunca chega antes das 10 horas.
“O Sr. Francisco teve uma reunião com um cliente, mas Eu acho que....
deve voltar até às 14h30.” ... mas o senhor não entende que...
“Sr. João está ocupado no momento. No entanto, eu Expressões como “Né”, “ta”, “entendeu”, “hein”, “ahn”
participo do projeto de ... e conheço sua conta. Talvez eu
possa responder sua pergunta”.
-Procurar falar pausadamente, de forma clara e sem
Finalizar a chamada, agradecendo ao cliente por ter pressa. Não falar com alimentos na boca, pois comer, mastigar
ligado e colocar-se sempre à disposição. goma ou palitos durante o serviço não faz parte de um
atendimento profissional.
Atendimento de excelência é: -Evitar gírias no vocabulário.
-Tratar a todos como gostaria de ser tratado. -Manter sempre conduta profissional e eficiente.
-Satisfazer cada cliente como se ele fosse o único.
ATENDIMENTO A UM CLIENTE INSATISFEITO
Todos os seres humanos possuem três características
básicas: -Deixe o cliente desabafar.
(1) têm, em alguma medida, baixa autoestima; -Pergunte o nome dele e passe a tratá-lo assim.
(2) querem se sentir importantes; -Faça perguntas e repita o problema; se possível anote,
(3) têm um profundo desejo de aceitação mostrando a ele que entendeu tudo.
(Araújo, 2004). -Diga que vai se empenhar pessoalmente em solucionar a
questão. E cumpra.
-Ser cortês e sociável e, ao mesmo tempo, manter uma -Adote gestos abertos e expressão simpática.
atitude positiva, simpática e natural -Mostre que a reclamação dele não é uma chateação e sim
-Ter tolerância e boa vontade com os outros. uma oportunidade para a empresa aprimorar o atendimento.
-Nunca julgar o cliente, deixando que ideias preconcebidas -Agradeça a colaboração dele.
atrapalhem o atendimento. -Nunca o deixe esperando sem completa atenção e
-Perguntar ao cliente: “Em que posso ajudá-lo?” e deixar gentileza.
ele dizer o que deseja e escutá-lo atentamente para -Não faça jogo de empurra com o problema do cliente.
encaminhá-lo corretamente. Prestar atenção ao assunto. -Não peça para ligar de novo – a empresa é que deve
-Preservar o espaço pessoal do cliente. Cuidado para não procurá-lo (WANSER, 2015).
invadi-lo.
-Ouvir o que o cliente diz.

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APOSTILAS OPÇÃO

Questões
Interação entre vendedor e
01. (VUNESP – Câmara de Sorocaba) Ana Maria é um
exemplo para as profissionais da área, principalmente porque cliente
atende aos clientes internos e externos, com muita:

(A) alegria e intimidade. Interação entre vendedor e cliente11


(B) serenidade e displicência.
(C) simpatia e agilidade. Segundo o dicionário Aurélio, interagir significa
(D) rigidez e seriedade. “relacionar-se com”. Isso é o que define o vínculo entre o
(E) vibração e informalidade. relacionamento e a interação com os clientes.
As interações podem ser de duas formas:
02. (VUNESP – Câmara de Sorocaba) A telefonista (a) focada no relacionamento com o cliente, em que o
exemplar sabe que a qualidade no atendimento faz toda a vendedor busca criar, manter ou aumentar a confiança do
diferença, assim sendo, ela se aplica em: cliente; e
(A) praticar o atendimento com muita rapidez para evitar (b) focada na oportunidade, que é a ferramenta utilizada
maiores explicações. pelo vendedor para desenvolver, descobrir oportunidades ou
(B) escutar com atenção o que o interlocutor tem a dizer. promover e defender o valor de sua proposta.
(C) atender informalmente a todas as ligações.
(D) colocar o interlocutor no seu devido lugar, em caso de Esta interface da interação com o cliente apresenta uma
reclamações. forma de aproveitar os benefícios diretos da automação de
(E) transferir rapidamente o interlocutor para qualquer vendas mantendo os requisitos do Customer Response
ramal. Management (CRM).
O CRM ou Gestão de relacionamento com clientes, em
03. (Banco do Brasil – Escriturário – CESPE) No português, é uma abordagem para gerenciar as interações da
ambiente de trabalho, mesmo que se esteja no meio de uma empresa com os atuais e futuros clientes, pode-se envolver o
conversação que demore mais que o necessário, deve-se evitar uso de tecnologia para organizar, automatizar e sincronizar as
responder antes que o interlocutor tenha concluído o seu vendas, o marketing, atendimento ao cliente e suporte técnico.
pensamento. A interação deve ter foco no relacionamento ou na
( ) Certo ( ) Errado oportunidade. Interações com quaisquer dos focos poderão
ocorrer dentro de um ciclo de vendas ou não. Entretanto,
04. (CRQ 4ª Região-SP - Administrador – Quadrix) aquelas classificadas como sendo orientadas ao
Trata-se de recomendação desejável para o atendimento relacionamento ocorrem com maior intensidade fora do ciclo
telefônico: de vendas e as com foco na oportunidade acontecem em maior
(A) não deixar o cliente esperando por um tempo muito grau durante o mesmo.
longo.
(B) interromper o cliente sempre que se fizer necessário. As interações focalizadas na oportunidade também podem
(C) deixar claro para o cliente que você não pode resolver acontecer durante um ciclo de vendas. E são essenciais para a
o problema dele. execução do processo de vendas, e podem ser chamadas de
(D) identifica-se após a identificação do cliente para que espinha dorsal, por formar um conjunto de insumos essencial
ambos se tratem pelo nome. para a execução de estratégias vencedoras.
(E) não dizer palavras como "compreendo" e "entendo" Para isso, é importante escutar o cliente, para entender
durante o atendimento. quais são as suas necessidades, e estabelecer um
relacionamento de confiança, a ponto de o cliente, além de
05. (COREN-SP - Telefonista – VUNESP) Os princípios confiar suas informações de contato, mostrar-se satisfeito a
fundamentais que regem um atendimento telefônico ideal são ponto de retornar.
pautados na Os processos de vendas variam muito, pois dependem do
(A) simplicidade, desinibição e alteração da voz. valor e da complexidade do produto ou serviço. Mercados e
(B) liberalidade, curiosidade e impostação da voz. processos de compra têm também a sua influência. No entanto,
(C) atenção, cordialidade e modulação da voz. processos de vendas são reações à forma essencial de
(D) brevidade, formalidade e contenção da voz. comprar, ou seja, o processo de vendas evolui como resposta
(E) introspecção, emoção e entonação da voz. ao processo de compra do cliente.

Respostas É importante ressaltar que o cliente é guiado por um


fluxo linear relativamente simples:
01 Resposta: C - definição de necessidades,
02 Resposta: B - investigação das alternativas de solução possíveis e
03. Resposta: Certo. - negociação do acordo final.
04. Resposta: A O processo de vendas deve reagir de acordo com o
05. Resposta: C andamento deste fluxo com os vendedores ajustando suas
habilidades conforme a necessidade de cada etapa.
Na construção de um processo de vendas bem sucedido,
deve-se não somente especificar o tipo da interação crítica,
mas também sua posição no ciclo de vendas e seu tempo em
relação àquelas que ocorreram antes e que virão depois.
Supõem-se as interações críticas ocorrendo sequencialmente,

11KLEIN, E. Interações com o cliente: construindo o processo de vendas.


Disponível em: <http://convergecom.com.br/tiinside/14/06/2010/interacoes-
com-o-cliente-construindo-o-processo-de-vendas/#.VZVoCPlViko>

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uma após a anterior ser completada. Mas não é sempre assim. Produção em massa Produção customizada
Bem cedo, vendedores aprendem que a vida real não segue Distribuição em massa Distribuição individualizada
modelos ideais e entendem que as interações precisam andar Propaganda em massa Mensagem individualizada
de maneira diferente. Promoção em massa Incentivos individualizados
A automação de vendas aplicada com precisão entende Mensagem unilateral Mensagens bilaterais
esta necessidade e sincroniza os eventos da vida real com Economias de escala Economias de escopo
aqueles propostos pelo modelo de vendas e ajuda o vendedor Participação de mercado Participação do consumidor
a se posicionar adequadamente no ciclo de vendas, entender Todos os clientes Clientes lucrativos
qual a sua situação e tomar o melhor caminho naquele Atração de clientes Retenção de clientes
momento. Marketing de massa versus marketing um-para-um
De acordo com Kotler e Keller12, maximizar o valor do Fonte: Kotler e Keller
cliente significa cultivar o relacionamento de longo prazo com
ele. Durante séculos, os fabricantes individualizam seus Questões
produtos: o alfaiate confeccionava ternos sob medida e o
sapateiro desenhava modelos de sapatos para cada cliente. A 01. (Banco do Brasil – Escriturário –
revolução industrial iniciou uma era de produção em massa. CESGRANRIO/2015) O setor bancário, caracteristicamente
Para maximizar economias de escala, as empresas passaram a de prestação de serviços, oferece também ao mercado uma
fabricar bens padronizados antecipadamente aos pedidos e grande quantidade de produtos. Um grande aliado desse setor
deixaram para as pessoas a tarefa de se adequar ao que havia é o marketing bancário que utiliza diversas ferramentas para
disponível. Os fabricantes mudaram de um processo built-to- captar informações sobre seus clientes atuais e potenciais,
order (feito sob encomenda) para um processo built-to-stock possibilitando, assim, de forma diferenciada e específica,
(feito para estoque). ofertar novos produtos e serviços, conceder benefícios e
Hoje, porém, as empresas estão abandonando o perdulário segmentar os clientes, visando à ampliação da carteira do
marketing de massa e optando por um marketing mais preciso, banco. Uma ferramenta muito utilizada pelos bancos com esse
desenvolvido para criar um relacionamento sólido com o propósito é a(o)
cliente. Os negócios de informação são o pilar da economia (A) CRM
atual. A informação tem a vantagem de ser fácil de diferenciar, (B) ERP
customizar, personalizar e despachar por meio de reder a (C) BtoB
velocidades surpreendentes. (D) BtoE
Quanto mais aprendem a coletar informações sobre (E) E-Business
clientes e parceiros de negócios (fornecedores, distribuidores,
varejistas) e a projetar fábricas mais flexíveis, mais as 02. (Banco do Brasil – Escriturário –
empresas aumentam sua capacidade de individualizar CESGRANRIO/2015) Uma instituição financeira pretende
produtos, serviços, mensagens e mídia. A customização de implantar um treinamento para aumentar as vendas
massa é a capacidade que determinada empresa tem de sugestivas junto aos clientes cadastrados no seu banco de
preparar em massa produtos, serviços e comunicações dados. Um exemplo de ação de venda sugestiva é o(a)
projetados para atender às necessidades individuais de cada (A) orientação às operadoras de telemarketing para não
cliente. ofertarem novos produtos para clientes que tiverem declarado
expressamente esse desejo.
Gestão do relacionamento com o cliente (CRM) (B) utilização de dados sobre a movimentação da conta
Além do trabalho em parceria, a chamada gestão do corrente para envio de propostas oportunas para
relacionamento com o parceiro (partner relationship empréstimos.
management – PRM), muitas empresas estão decididas a (C) monitoramento dos hábitos de consumo dos clientes
desenvolver vínculos mais fortes com os clientes e de todos os para dar-lhes informações sobre as vantagens de empresas
“pontos de contato” com ele, a fim de maximizar sua fidelidade. parceiras.
Por ponto de contato com o cliente, entende-se qualquer (D) oferecimento de informações sobre a cobrança de
ocasião em que o cliente tem contato com a marca ou o impostos que impactam os investimentos da família.
produto – isso inclui desde uma experiência em si até uma (E) revisão dos financiamentos dos clientes preferenciais
comunicação pessoal ou de massa, ou mesmo uma observação quando os juros baixam, informando-lhes os novos valores a
casual. Assim, os pontos de contato de um hotel incluem serem pagos.
reservas, check-in e check-out, programas de fidelidade, Respostas
serviço de quarto, serviços de escritório, sala de ginástica,
lavanderia, restaurantes e bares. 01. Resposta: A.
Graças ao uso eficaz de informações sobre cada conta, o 02. Resposta: B.
CRM permite que as empresas ofereçam um excelente
atendimento ao cliente em tempo real. Com base no que sabem
sobre cada um deles, as empresas podem customizar seus Qualidade no atendimento
produtos, serviços, programas, mensagens e mídia. O CRM é a clientes
importante porque um grande impulsionador da lucratividade
de uma empresas é o valor agregado de sua base de seus
clientes.
As grandes mudanças e novas exigências que ocorrem no
mundo organizacional afetam constantemente as empresas
Marketing de Massa Marketing um-para-um
dos mais diversos setores da economia, essas mudanças levam
Consumidor médio Consumidor individual as empresas cada vez mais a manterem o foco na satisfação do
Anonimato do Perfil do consumidor cliente e naquilo que tem valor para o cliente. O atendimento
consumidor Oferta de mercado de qualidade exige que a empresa conheça o cliente a ponto de
Produto-padrão customizada traçar o seu perfil, definir as suas necessidades e como

KOTLER, Philip; KELLER, Kevin Lane. Administração de Marketing: A Bíblia do


12

Marketing. 12 ed. Prentice Hall Brasil: 2006. 776p.

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utilizará os recursos que a empresa possui para atender às prontamente o cliente sem desviar-se para outras atividades
suas necessidades. naquele momento. O cliente pode interpretar como carência
Assim como a qualidade evoluiu para gestão da qualidade, de profissionalismo o desvio do atendimento para outros
o atendimento ao cliente passou a fazer parte da estratégia das interesses.
organizações. As empresas passaram a adotar estratégias e Lembre-se de utilizar uma linguagem clara e
ações como a criação de um canal de relacionamento entre a compreensível, nem sempre os clientes compreendem
empresa (executivos, gerentes) e o cliente, para que haja uma termos muito técnicos e científicos que para uma organização
interação e consiga decifrar por menores que sejam, quais os pode soar normal/comum. Esteja atento aquilo que irá
principais interesses daqueles que utilizam os produtos ou perguntar para que não repita a mesma pergunta
serviços da empresa. Outras estratégias também utilizadas são demonstrando falta de interesse ou atenção. Seja educado,
as pesquisas de opinião que buscam respostas ou indagações cortês, mas isso não significa que pode invadir a
vindas do consumidor final. privacidade/intimidade do cliente, evite perguntas ou
Algumas organizações criaram funções específicas para o situações que possam causar qualquer tipo de
sistema de ouvidoria, funcionários são contratados, treinados constrangimento ou inconveniência.
para atender/receber críticas, sugestões e reclamações dos Utilize um tom de voz agradável ao dirigir-se a um
usuários. cliente. Tenha percepção as limitações, faixa etária da idade
O atendimento ao cliente tornou-se um dos pontos mais do cliente utilizando o tratamento adequado para senhores e
importantes na atuação de uma empresa no mercado, na busca senhoras.
pela satisfação, criação de valor e retenção. Com a grande competitividade entre as empresas, a
velocidade em que atende as necessidades do cliente pode ser
Atender significa: um dos fatores que levam clientes a retornarem a uma
- Acolher com atenção, ouvir atentamente; empresa, contudo não é um ponto positivo ter que refazer uma
- Tomar em consideração, deferir; atividade/ação para corrigir algo que foi feito de forma muito
- Atentar, ter a atenção despertada para; Receber. rápida, mas com pouca qualidade. Um ambiente de trabalho
organizado pode contribuir para um atendimento mais rápido,
Por isso, atendimento é acolher, receber, ouvir o cliente, ágil e eficiente.
de forma com que seus desejos sejam resolvidos. Seja leal ao cumprimento dos prazos, não prometa
Atendimento é dispor de todos os recursos que se fizerem prazos em que sua empresa não será capaz de cumprir.
necessários, para atender ao desejo e necessidade do Envolva outros setores ao processo de atendimento para que
cliente. Esse cliente pode ser interno, ou, externo, e possa responder mais prontamente as questões que possam
caracteriza-se por ser o público-alvo em questão. surgir.
Nas reações e percepções do cliente é possível identificar
Os clientes internos são aqueles de dentro da sua aprovação ou reprovação em relação as negociações ou
organização. Ou seja, são os colegas de trabalho, os executivos. atendimento, busque oportunidades para agir.
São as pessoas que atuam internamente na empresa. Seja sempre objetivo ao realizar um atendimento,
Já os clientes externos, são os clientes que adquirem busque rapidamente soluções para as necessidades do cliente
produtos ou serviços da empresa. que se encontra em atendimento.
Os colaboradores de uma organização devem buscar
Em um cenário onde as empresas disputam pela conhecimento dos negócios da empresa, das decisões que
preferência de um mesmo cliente, a qualidade no atendimento ela toma, da situação que ela se encontra. A falta de
tornou-se fundamental, sendo algo diferencial. E é por isso que informação, de uma comunicação entre empresários e
os clientes se tornaram mais exigentes e conscientes dos funcionários acaba gerando desmotivação, falta de
padrões de atendimento. comprometimento e dificuldades para se argumentar e
O comprometimento e profissionalismo são importantes demonstrar confiança aos clientes no momento do
para um bom atendimento. Atualmente, mais importante do atendimento. Torna-se fundamental comunicar a missão da
que se ter um cliente, é o relacionamento que se cria com ele. empresa, seus valores, metas e objetivos ao público interno,
E isso, é alcançado por meio do atendimento. Os clientes pois quanto maior for seu envolvimento com a organização,
quando procuram um atendimento eles possuem expectativas. maior será o seu comprometimento.
Sendo assim, o ideal para construir um relacionamento A Comunicação Interna compreende os procedimentos
duradouro, não é apenas atender as expectativas, e sim, comunicacionais que ocorrem na Organização. Segundo
superá-las. Aqueles clientes que têm suas expectativas Scroferneker. “Visa proporcionar meios de promover maior
superadas acabam se tornando fiéis e isso leva a retenção dos integração dentro da organização mediante o diálogo, a troca
clientes. de informações, experiências e a participação de todos os níveis”.
O início do processo de atendimento que busca satisfação Da mesma forma que um bom atendimento pode cativar,
dos clientes ocorre com o mapeamento das necessidades do conquistar, reter um cliente; um mal atendimento pode
cliente. Isso é possível através de uma comunicação clara e facilmente trazer prejuízos e colocar uma empresa em uma
objetiva. A comunicação deve dirigir-se para o oferecimento de situação difícil. A satisfação do cliente deve ser uma das
soluções e respostas na qual o cliente busca. Isso não significa grandes prioridades de uma empresa que busca
falar muito, e sim ser um excelente ouvinte, estar atento aquilo competitividade e permanência no mercado.
que o cliente fala. As empresas devem estabelecer princípios, normas e a
Um relacionamento entre uma empresa e um cliente é maneira adequada de transmitir essas informações aos
construído por meio de bons atendimentos. Analisar o colaboradores, por isso é importante ter constante
comportamento e os interesses do cliente pode ajudar na treinamento.
estratégia de retê-lo, criando relacionamentos consistentes, É comum visitarmos empresas e compararmos o
com qualidade e fidelização. atendimento. Quando o atendimento é eficiente, rápido,
A atenção, cortesia e interesse são três pontos iniciais objetivo, e o nível de comunicação adequado, podemos
para se atentar na preparação para um bom atendimento. perceber que a empresa adota estratégias e há uma
Ninguém procura uma empresa que oferece produtos ou preocupação em qualificar as pessoas de modo a obterem
serviços, sem ter uma necessidade por alguma coisa. Toda a conhecimentos, habilidades, atitudes específicas de acordo
atenção deve ser concentrada em ouvir e atender

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com o ramo de atividade e os produtos que serão Essas ações estão relacionadas a indicadores que podem
comercializados pela empresa. ser percebidos e avaliados de forma positiva pelos usuários,
O treinamento pode ensinar, corrigir, melhorar, adequar o entre eles: competência, presteza, cortesia, paciência,
comportamento das pessoas em relação as mudanças ou respeito.
mesmo exigências de um mercado extremamente disputado e Por outro lado, arrogância, desonestidade, impaciência,
concorrido. desrespeito, imposição de normas ou exibição de poder
É preciso responder ao cliente com entusiasmo e uma tornam o atendente intolerável, na percepção dos usuários.
saudação positiva. Ainda que o cliente possa perder a Atender o cliente significa identificar as suas necessidades
paciência, como profissional eu preciso manter minha conduta e solucioná-las, ao passo que atender ao telefone significa não
e postura condizente com ao esperado pela empresa. Se por deixá-lo tocar por muito tempo, receber a ligação e transferi-
ventura o cliente estiver insatisfeito com algo e demonstrar la ao setor correspondente. Observe que a diferença é bastante
isso em suas palavras, tenha calma, e lembre-se de que o grande. Eu diria mais: profissional de qualquer área ou
cliente teve esse comportamento para com a empresa não formação tem capacidade de atender ao telefone, visto que é
como algo pessoal contra você. Tenha sempre bom senso e um procedimento técnico, enquanto que para atender o cliente
compreensão. é necessário capacidades humanas e analíticas, é necessário
entender o comportamento das pessoas, ou seja, entender de
O atendimento de sucesso ocorrerá se além de gente, além de ter visão sistêmica do negócio e dos seus
priorizar e estiver preparado para: processos.
1. A recepção Muitos profissionais chegam a ter pânico do telefone
2. Ouvir as necessidades do cliente porque ele não para de tocar e porque ele atrapalha a
3. Fazer perguntas de esclarecimento realização de outras atividades, que erroneamente são
4. Orientar o cliente consideradas mais importantes.
5. Demonstrar interesse e empatia Será que existe algo mais importante do que o cliente
6. Dar uma solução ao atendimento que se encontra do outro lado da linha, aguardando pelo
7. Fazer o fechamento atendimento? É claro que não existe. Ocorre que nem sempre
8. Resolver pendências quando houver. se tem a consciência de que é o cliente que será atendido e não
o telefone. Não se tem a consciência que cada ligação recebida
Não podemos prever que o cliente entenda toda a significa uma oportunidade de negociar, de vender, de
linguagem que utilizamos em uma empresa. Coloque-se no divulgar a empresa, de manter laços amistosos com o cliente.
lugar do cliente e assim busque utilizar termos claros e O cliente sempre espera um tratamento individualizado,
explicar de acordo com a maturidade detalhes importantes no considerando que cada situação de atendimento é única, e
processo de compreensão. deve levar em conta as pessoas envolvidas e suas
Nunca discuta com um cliente, a discussão não tem o necessidades, além do contexto da situação. Como as pessoas
objetivo discutir possibilidades, caminhos, decisões e oferecer são diferentes, agem de maneira diferenciada, a condução do
soluções, mas sim de criar uma disputa ou provar que alguém atendimento também necessita ser personalizada, apropriada
está certo e o outro errado, obter razão. para cada perfil de cliente e situação.
Assim, o cliente poderá se apresentar: bem-humorado,
Os Princípios para o bom atendimento na gestão da tímido, apressado, paciente, inseguro, nervoso, entre outras
qualidade: características. O mais importante é identificar no início da
interação como o cliente se encontra para que possa dirigir de
1. Foco no Cliente maneira assertiva o atendimento.
As empresas privadas buscam reduzir os custos dos
produtos, aumentar os lucros, mas não podem perder de vista A chave para o sucesso da bom atendimento depende
a qualidade e satisfação dos clientes. muito da boa comunicação, isto é, de como é realizada a
transmissão e recepção de informação.
2. O serviço ou produto deve atender a uma real
necessidade do usuário Atender às necessidades dos clientes é a parte essencial da
Um serviço ou produto deve ser exatamente como o excelência do atendimento ao cliente. Certamente tudo gira em
usuário espera, deseja ou necessita que ele seja. torno desse fator: somente irá existir interação se estiver
fornecendo algo de que o cliente precise. O cliente vai ao banco
3. Manutenção da qualidade porque precisa receber e/ou pagar contas; toma o trem
O padrão de qualidade mantido ao longo do tempo é que porque precisa ir do ponto A ao B; procura o médico porque
leva à conquista da confiabilidade. precisa ficar com boa saúde. Entretanto, será tudo tão simples?
O que diferencia as interações que o cliente descreveria como
A atuação com base nesses princípios deve ser excelentes ou satisfatórias ou péssimas? Quais são suas
orientada por algumas ações que imprimem qualidade ao necessidades básicas ou mínimas e o que mais pode ser
atendimento, tais como: importante para ele?
-Identificar as necessidades dos usuários; É difícil saber se o comportamento humano é intencional
-Cuidar da comunicação (verbal e escrita); ou não, mesmo que, segundo a psicanálise, existem as
-Evitar informações conflitantes; intenções inconscientes. Por isso é preciso classificar tudo o
-Atenuar a burocracia; que o homem faz em sociedade. Até mesmo o silêncio, é
-Cumprir prazos e horários; comunicação. Pode significar concordância, indiferença,
-Desenvolver produtos e/ou serviços de qualidade; desprezo, etc.
-Divulgar os diferenciais da organização; Assim, a comunicação, tanto interna quanto externa das
-Imprimir qualidade à relação atendente/usuário; organizações, é uma ferramenta de extrema importância para
-Fazer uso da empatia; qualquer organização e determinante no que se refere ao
-Analisar as reclamações; sucesso, independente do porte e da área de atuação. É uma
-Acatar as boas sugestões. ferramenta estratégica, pois muitos erros podem ser
atribuídos às falhas de comunicação. Portanto, um sistema de

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comunicação eficaz é fundamental para as organizações que devagar. Não dê margem, ou fale de forma que ele tenha que
buscam o crescimento e cultura organizacional. perguntar de onde é logo após o atendente ter falado. Dizer o
Na era da informação, a rapidez e o valor das informações nome, também é importante. Mas, isso pode ser dito de uma
faz com que as organizações se vejam no imperativo de forma melhor como, perguntar o nome do cliente primeiro, e
reestruturarem sua comunicação (seja ela interna ou social) depois o atendente diz o seu. Exemplo: Qual seu nome, por
adotando um padrão moderno aproximando suas ações e o favor? Maria, eu sou a Madalena, hoje posso ajuda-la em quê?
discurso empresarial. O cliente com certeza já irá se sentir com prestígio, e
Diante disso, emergem os problemas de comunicação. Os também, irá perceber que essa empresa trabalha pautada na
problemas de comunicação surgem por uma situação de fala qualidade do atendimento.
distorcida onde os participantes do ato comunicativo Segundo a Sabedoria Popular, leva-se de 5 a 10 segundos
encontram-se em posições desiguais de poder e conhecimento para formarmos a primeira impressão de algo. Por isso, o
de informações. atendente deve trabalhar nesses segundos iniciais como
O principal problema da comunicação organizacional a fatores essenciais para o atendimento. Fazendo com que o
sobrecarga de input de informação, podendo este estar cliente tenha uma boa imagem da empresa.
relacionado a má seleção de informações por parte do O profissionalismo na apresentação se tornou fator chave
indivíduo ou a uma cultura organizacional valorizadora de para o atendimento. Excesso de intimidade na apresentação é
grande quantidade de informações. repudiável. O cliente não está procurando amigos de infância.
E sim, soluções aos seus problemas.
Dimensões de um atendimento de qualidade Assim, os nomes que caracterizam intimidade devem ser
abolidos do atendimento. Tampouco, os nomes e adjetivos no
Comunicabilidade: diminutivo.
É a qualidade do ato comunicativo otimizado, no qual a Outro fator que decepciona e enfurece os clientes, é a
mensagem é transmitida de maneira integral, correta, rápida e demora no atendimento. Principalmente quando ele observa
economicamente. A transmissão integral supõe que não há que o atendente está conversando assuntos particulares, ou,
ruídos supressivos, deformantes ou concorrentes. A fazendo ações que são particulares e não condizem com seu
transmissão correta implica em identidade entre a mensagem trabalho.
mentada pelo emissor e pelo receptor. A instantaneidade na apresentação do atendimento
configura seriedade e transmite confiança ao cliente. Portanto,
Apresentação o atendente deve tratar a apresentação no atendimento como
O responsável pelo primeiro atendimento representa a ponto inicial, de sucesso, para um bom relacionamento com o
primeira impressão da empresa, que o cliente irá formar, como cliente.
a imagem da empresa como um todo.
E por isso, a apresentação inicial de quem faz o Atenção, Cortesia, Interesse
atendimento deve transmitir confiabilidade, segurança, O cliente quando procura atendimento, é porque tem
técnica e ter uma apresentação ímpar. necessidade de algo. O atendente deve desprender toda a
É fundamental que a roupa esteja limpa e adequada ao atenção para ele. Por isso deve ser interrompido tudo o que
ambiente de trabalho. Se a empresa adotar uniforme, é está fazendo, e prestar atenção única e exclusivamente ao
indispensável que o use sempre, e que o apresente sempre de cliente.
forma impecável. Unhas e cabelos limpos e hálito agradável Assuntos particulares e distrações são encarados pelos
também compreendem os elementos que constituem a clientes como falta de profissionalismo.
imagem que o cliente irá fazer da empresa, através do Atentar-se ao que ele diz, questiona e traduz em forma de
atendente. gestos e movimentos, devem ser compreendidos e
O cliente, ou, futuro, questiona e visualiza sempre. Por isso, transformados em conhecimento ao atendente.
a expressão corporal e a disposição na apresentação se tornam Perguntar mais de uma vez a mesma coisa, ou, indagar algo
fatores que irão compreender no julgamento do cliente. que já foi dito antes, são decodificados pelo cliente como
A satisfação do atendimento começa a ser formado na desprezo ao que pretende.
apresentação. É importante ter atenção à tudo o que o cliente faz e diz,
Assim, a saudação inicial deve ser firme, profissional, clara para que o atendimento seja personalizado e os interesses e
e de forma que transmita compromisso, interesse e prontidão. necessidades dele sejam trabalhados e atendidos.
O tom de voz deve ser sempre agradável, em bom tom. O É indispensável que se use do formalismo e da cortesia.
que prejudica muitos relacionamentos das empresas com os O excesso de intimidade pode constranger o cliente. Ser
clientes, é a forma de tratamento na apresentação. É educado e cortês é fundamental. Porém, o excesso de
fundamental que no ato da apresentação, o atendente mostre amabilidade, se torna tão inconveniente quanto a falta de
ao cliente que ele é Bem-Vindo e que sua presença na empresa educação.
é importante. O atendimento é mais importante que preço, produto ou
Há várias regras a serem seguidas para a apresentação serviço para o cliente. Por isso, a atenção à ele deve ser única e
inicial para um Bom Atendimento. O que dizer antes? O nome, exclusiva.
nome da empresa, Bom Dia, Boa Tarde, Boa Noite? Pois não? Por isso, é necessário que o cliente sinta-se importante e
Posso ajudá-lo? sinta que está sendo proporcionado a ele um ambiente
A sequência não importa. O que deve ser pensado na hora, agradável e favorável para que seus desejos e necessidades
é que essas frases realmente devem ser ditas de forma positiva sejam atendidos. O atendente deve estar voltado
e que tenham significado. completamente para a interação com o cliente, estando
Os clientes não aguentam mais atendimentos com sempre atento para perceber constantemente as suas
apresentações mecânicas. necessidades. Logo, deve-se demonstrar interesse em relação
O que eles querem sentir na apresentação é às necessidades dos clientes e atendê-las prontamente e da
receptividade. melhor forma possível.
Por isso, Saudar com Bom Dia, Boa Tarde, ou, Boa Noite, é Gentileza é o ponto inicial para a construção do
ótimo! Mas, diga isso, desejando mesmo que o cliente tenha. relacionamento com o cliente. A educação deve permear em
Dizer o nome da empresa se o atendimento for através do todo processo de atendimento. Desde a apresentação até a
telefone também faz parte. Porém, faça de forma clara e despedida.

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Saudar o cliente, utilizar de obrigado, por favor, desculpas Instantaneidade é a palavra de ordem. Por mais que o
por imprevistos, são fundamentais em todo processo. processo de atendimento demore, o que o cliente precisa
Caracteriza-se também, como cortesia no atendimento, o detectar, é que está sendo feito na velocidade máxima
tom de voz e forma com que se dirige ao cliente. O tom de voz permitida.
deve ser agradável. Mas, precisa ser audível. Ou seja, que dê Tudo isso também, tendo em vista que a demora pode
para compreender. Mas, é importante lembrar, que apenas o afetar no processo de outros clientes que estão à espera.
cliente deve escutar. E não todo mundo que se encontra no Porém, é importante atender completamente um cliente para
estabelecimento. depois começar atender o próximo.
Com idosos, a atenção deve ser redobrada. Algumas Ser ágil não está ligado a fazer apenas um pouco. E sim,
palavras e tratamentos podem ser ofensivos a eles. Portanto, fazer na totalidade de maneira otimizada. O comportamento
deve-se utilizar sempre como formas de tratamento: Senhor e eficiente cumpre o prometido, com foco no problema. Ser
Senhora. eficiente é realizar tarefas, resolvendo os problemas inerentes
Assim, ao realizar um atendimento, seja pessoalmente ou a ela. Ser eficiente é atingir a meta estabelecida.
por telefone, quem o faz está oferecendo a sua imagem Por isso, o atendimento eficiente é aquele no qual não
(vendendo sua imagem) e da empresa na qual está perde tempo com perfumarias. E sim, agiliza o processo para
representando. As ações representam o que a empresa que o desejado pelo cliente seja cumprido em menor tempo.
pretende. Eficiência está ligada a rendimento. Por isso, atendimento
Não se deve se distrair durante o atendimento. Mas sim, eficiente é aquele que rende o suficiente para ser útil.
concentrar em tudo o que o cliente diz. O atendente precisa compreender que o cliente está ali
Também, não se deve ficar pensando na resposta na hora para ser atendido. Por isso, não deve perder tempo com
em que o interlocutor estiver falando. Concentre-se em assuntos ou ações que desviem do pretendido.
ouvir. Há alguns pontos que levam à um atendimento eficiente,
Outro fator importante e que deve ser levado em conta no como:
atendimento é não interromper o interlocutor. Pois, quando Todos fazem parte do atendimento. Saber o que todos
duas pessoas falam ao mesmo tempo, nenhuma ouve da empresa fazem evita que o cliente tenha que repetir mais
corretamente o que a outra está dizendo. E assim, não há a de uma vez o que deseja e que fique esperando mais tempo que
comunicação. o necessário.
O atendente também não deve se sentir como se estivesse Cativar o cliente, sem se prolongar muito, mostra
sendo atacado, pois alguns clientes dão um tom mais agressivo eficiência e profissionalismo.
à sua fala. Porém, isso deve ser combatido através da atitude Respeitar o tempo e espaço das pessoas é fundamental
do atendente, que deve responder de forma calma, tranquila e ao cliente. Se ele precisa de um tempo a mais para elaborar e
sensata, e sem elevar o tom da voz. E também, sem se alterar. processar o que está sendo feito, dê esse tempo auxiliando-o
Tomar nota das informações pode trazer mais com informações e questões que o auxilie no processo de
tranquilidade ao atendimento. Ainda mais se ele estiver compreensão.
sendo feito pelo telefone. Essa técnica, auxilia na compreensão Ser positivo e otimista e ao mesmo tempo ágil fará com
e afasta a duplicidade de questionamentos que já foram feitos, que o cliente tenha a mesma conduta.
ou de informações que já foram passadas. Saber identificar os gestos e as reações das pessoas, de
Fazer perguntas ao sentir necessidade de algum forma a não se tornar desagradável ou inconveniente, facilita
esclarecimento, é importante. O atendente não deve se inibir. no atendimento.
Já foi dito que fazer uma pergunta mais de uma vez deve ser Ter capacidade de ouvir o que falam, procurando
evitado. E também que informações que já foram passadas interpretar o que dizem e o que deixaram de dizer, exercitando
pelo clientes não devem ser questionadas. Porém, se houver o "ouvir com a inteligência e não só com o ouvido".
necessidade, o atendente deve fazê-la. Mas, deve pedir Interpretar cada cliente, procurando identificar a real
desculpas por refazê-la, e dizer que foi um lapso. importância de cada "fala" e os valores do que foi dito.
Confirmar o que foi dito (solicitar feedback) passa uma Saber falar a linguagem de cada cliente procurando
mensagem de profissionalismo, atenção e interesse ao cliente. identificar o que é especial, importante e ou essencial em
Demonstra que o atendente e a empresa estão preocupados cada solicitação, procurando ajudá-lo a conseguir o que deseja,
com sua situação e em fazer um atendimento de qualidade. otimiza o processo.
Portanto, estabelecer empatia e falar claramente e O atendente deve saber que fazer um atendimento
pausadamente, sem ser monótono, evitando ainda o uso de eficiente é ser breve sem tornar-se desagradável.
gírias; falar com voz clara e expressiva (boa dicção) são Ter ética em todos os níveis de atendimento faz com
atitudes que tornam o atendimento ao cliente com qualidade. que o cliente não tenha dúvida sobre a organização e assim,
não desperdice tempo fazendo questionamentos sobre a
Presteza, Eficiência, Tolerância conduta da empresa.
Ter presteza no atendimento faz com que o cliente sinta O atendente deve saber que sempre há uma solução para
que instituição tem um foco no cliente e prima por solucionar tudo e para todos, buscando sempre os entendimentos e os
as dúvidas, problemas e necessidades dos clientes. acordos em todas as situações, por mais difíceis que elas se
Ser ágil, sim. Mas, a qualidade não pode ser deixada de apresentem.
lado. O atendente deve saber utilizar a comunicação e as
De nada adianta fazer rápido, se terá que ser feito informações.
novamente. Portanto a presteza deve ser acompanhada de O todo é composto de partes, e para os clientes "as ações
qualidade. Para isso, é importante que o ambiente de trabalho sempre falaram mais alto que as palavras".
esteja organizado, para que tudo o que precisa ser encontrado Em todos os níveis de atendimento será inevitável
facilmente. deparar-se com clientes ofensivos e agressivos. Para tanto, o
Também, estar bem informado sobre os produtos e atendente deve ter tolerância para acalmar o cliente e mostrar
serviços da organização, tornam o atendimento mais ágil. que ele está ali para auxiliá-lo e resolver o problema.
Em um mundo no qual tempo está relacionado à dinheiro, Não deixar dúvidas ao cliente de que a receptividade na
o cliente não se sente bem em lugares no qual ele tenha que empresa é a palavra de ordem, acalma e tranquiliza. Por isso, a
perder muito tempo para solucionar algum problema. tolerância é importante para que não se perca a linha e

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comprometa a imagem da empresa e a qualidade no 1. Princípio da competência - O usuário espera que cada
atendimento. pessoa que o atenda detenha informações detalhadas sobre o
Não demonstrar ao cliente que o atendente é só mais um funcionamento da organização e do setor que ele procurou. O
na empresa, e que o que o cliente procura não tem ligação com visitante tem a expectativa de encontrar pessoas capacitadas a
sua competência, evita conflitos. fornecer informações detalhadas sobre o assunto do seu
Por mais que não seja o responsável pela situação, o interesse: - Identifique as necessidades do visitante/usuário; -
atendente deve demonstrar interesse, presteza e tolerância. Ouça atentamente a descrição do serviço solicitado.
Por mais que o cliente insista em construir uma situação de
discussão, o atendente deve-se manter firme, tolerante e 2. Princípio da legitimidade - O usuário deve ser
profissional. atendido com ética, respeito, imparcialidade, sem
Portanto, a presteza, eficiência e a tolerância, formam uma discriminações, com justiça e colaboração.
tríplice que sustentam os atendimentos pautados na qualidade, O visitante/usuário tem o direito de ser recepcionado de
tendo em vista que a agilidade e profissionalismo permeiam os forma ética e respeitosa, sem que haja diferença de tratamento
relacionamentos. em razão da condição cultural, social e física do
visitante/usuário: - Preferencialmente, trate-o pelo nome; -
Discrição Não escreva ou faça qualquer outra atividade enquanto estiver
Atitudes discretas preservam a harmonia do ambiente e da falando com ele; - esteja atento à condição física do usuário
relação com o interlocutor. No trabalho, a pessoa deve ter (ofereça ajuda aos idosos e às pessoas com necessidades
acima de tudo discrição em seus atos, pois certas especiais).
brincadeiras ou comentários podem ofender as pessoas
que estão sendo atendidas e gerar situações 3. Princípio da disponibilidade - O atendente representa,
constrangedoras. Nestes casos, a melhor maneira de para o usuário, a imagem da organização. Assim, deve haver
contornar a situação é pedir desculpas e cuidar para que não empenho para que o usuário não se sinta abandonado,
ocorram novamente. desamparado, sem assistência. O atendimento deve ocorrer de
Todas as atitudes que incomodam as pessoas são forma personalizada, atingindo-se a satisfação do cliente. O
consideradas falta de respeito e por isso deve haver uma série visitante/usuário deve receber assistência personalizada
de cuidados, como por exemplo: não bater o telefone, falar desde o momento de sua chegada até à despedida: - Demonstre
alto, importunar seu colega com conversas e perguntas o estar disponível para realizar sua tarefa de atendente; - Se
tempo todo, entre outros. houver demora no atendimento, peça desculpas; - Mantenha a
Ser elegante em um ambiente de trabalho e não expor o atenção à necessidade do usuário até sua partida.
visitante/usuário, sendo bem educado, não significa bajular o
atendido e sim ser cortês, simpático e sociável. Isto certamente 4. Princípio da flexibilidade O atendente deve procurar
facilitará a comunicação e tornará o convívio mais agradável e identificar claramente as necessidades do usuário e esforçar-
saudável. se para ajudá-lo, orientá-lo, conduzi-lo a quem possa ajudá-lo
adequadamente. O visitante deve ser orientado e ajudado de
Conduta, Objetividade forma a ter as suas necessidades atendidas: - Preste atenção à
A postura do atendente deve ser proativa, passando comunicação não verbal; - Não deixe nenhuma indagação sem
confiança e credibilidade. Sendo ao mesmo tempo profissional resposta; - Demonstre que sabe lidar com situações não
e possuindo simpatia. Ser comprometido e ter bom senso, previstas.
atendendo de forma gentil e educada. Sorrindo e tendo
iniciativa, utilizando um tom de voz que apenas o cliente Para tanto, existem estratégias verbais, não verbais e
escute, e não todos que estão no local e ouvindo ambientais:
atentamente, são condutas essenciais para o atendente. Estratégias verbais
O sigilo é importante, e por isso, o atendimento deve ser • Reconheça, o mais breve possível, a presença das
exclusivo e impessoal. Ou seja, o assunto que está sendo pessoas;
tratado no momento, deve ser dirigido apenas ao cliente. As • Se houver demora no atendimento, peça desculpas;
demais pessoas que estão no local não podem e nem devem • Se possível, trate o usuário pelo nome;
escutar o que está sendo tratado no momento. Principalmente • Demonstre que quer identificar e entender as
se for assunto pessoal. necessidades do usuário;
Essa conduta de impessoalidade e personalização • Escute atentamente, analise bem a informação, apresente
transformam o atendimento, e dão um tom formal à situação. questões;
A objetividade está ligada à eficiência e presteza. E por isso,
tem como foco, como já vimos, eliminar desperdiçadores de Estratégias não verbais
tempo, que são aquelas atitudes que destoam do foco. • Olhe para a pessoa diretamente e demonstre atenção;
Ser objetivo, é pensar fundamentalmente apenas no que o • Prenda a atenção do receptor;
cliente precisa e para que ele está ali. • Não escreva enquanto estiver falando com o usuário;
Solucionar o seu problema e atender às suas necessidades • Preste atenção à comunicação não-verbal;
devem ser tratados como assuntos urgentes e emergentes. Ou
seja, têm pressa e necessita de uma solução rapidamente. Estratégias ambientais
Afirmamos que o atendimento com qualidade deve ser • Mantenha o ambiente de trabalho organizado e limpo;
pautado na brevidade. Porém, isso não exclui outros fatores • Assegure acomodações adequadas para o usuário;
tão importantes quanto, como: clareza, presteza, atenção, • Evite deixar pilhas de papel, processos e documentos
interesse e comunicabilidade. Pois o atendimento com desorganizados sobre a mesa;
qualidade deve construído em cima de uma série de fatores • Solicite, se for possível, uma decoração de bom gosto.
que configuram um atendimento com qualidade. E não
apenas/somente um elemento.

Vale dizer que, com o foco no atendimento presencial,


temos ainda princípios fundamentais para imprimir qualidade
ao atendimento presencial:

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Questões (A) A apresentação não é importante na qualidade do


atendimento.
01. (MTE - Agente Administrativo – CESPE) Acerca da (B) A cortesia é ineficiente no atendimento ao público.
qualidade no atendimento ao público, julgue os itens a seguir. (C) Ser objetivo tem por fundamento atender as
A qualidade do atendimento ao público fundamenta-se na necessidades do cidadão.
prestação da informação correta, na cortesia do atendimento, (D) O servidor não deve dar atenção as reclamações do
na brevidade da resposta e na adequação do ambiente para a cidadão.
realização do atendimento.
( ) Certo ( ) Errado Respostas

02. (CRM/SC - Assistente Administrativo – 01. Resposta: Certo


IASES/2015) A respeito do atendimento ao público, assinale 02. Resposta: B
a opção correta: 03. Resposta: D
(A) Visando a otimização do tempo, sempre que possível, 04. Resposta: B
o atendente, enquanto escuta as demandas do usuário, deve 05. Resposta: C.
aproveitar para realizar outras atividades, desde que
inerentes ao cargo que ocupa.
(B) Ao atender o público por telefone, deve-se substituir o
tradicional “alô" pela informação do nome do setor Resolução BACEN nº 4.539,
acompanhado do seu nome e de um cumprimento: bom dia, de 24 de novembro de 2016
boa tarde ou boa noite.
(C) Não há necessidade do atendente se inteirar das
informações atuais acerca do serviço que presta, tendo em
vista a existência de manuais de consulta que poderão ser Candidato(a), ressaltamos que este assunto já foi
consultados no momento que a informação lhe for demandada abordado devidamente na matéria de “Conhecimentos
pelo cliente. Bancários”, por isso não abordaremos novamente aqui.
(D) A observação do comportamento do cliente deve ser
evitada no atendimento ao público, pois pode afetar a
objetividade das ações do atendente. Atendimento digital.
03. (IFN/MG - Assistente em Administração – FUNDEP)
Com relação à comunicação interpessoal e atendimento ao
público, é INCORRETO afirmar que ATENDIMENTO DIGITAL OU VIRTUAL AO CLIENTE
(A) o funcionário que tem capacidade de trabalhar com
outras pessoas é mais feliz e mais produtivo. Mais e mais consumidores preferem entrar em contato
(B) o funcionário do setor de serviços frequentemente com os serviços de atendimento das empresas na forma de
interage com o público. canais digitais do que falar com um interlocutor humano (ou
(C) a satisfação do funcionário está diretamente máquina) por telefone. Redes sociais, web chat, aplicativos
relacionada com a avaliação positiva do público. móveis e vídeo online ganham a preferência do consumidor
(D) o treinamento não é uma das estratégias para a atual e refletem a evolução da transformação digital das
melhoria contínua do nível de satisfação do público. corporações.
Kalakota & Robinson (2002) ressaltam que há diferenças
04. (IF-AP - Assistente de Alunos – FUNIVERSA/2016) entre os consumidores tradicionais e os consumidores
Assinale a alternativa correta no que se refere a atendimento virtuais13.
ao público. Tais diferenças são cada vez mais importantes e
(A) Às pessoas que atendam o público restringe-se a fundamentais no entendimento das empresas, pois as mesmas
responsabilidade social da corporação. consideram que o consumidor virtual é mais engajado e
(B) O perfil adequado do atendente, o bom estado de saúde envolvido com os processos desenvolvidos junto à
e a competência profissional tornam o serviço de atendimento organização.
mais eficiente e contribuem para aumentar a satisfação dos Assim sendo, as organizações em tempo real requerem
usuários dos produtos ou serviços da instituição. foco na satisfação do consumidor virtual, provendo-lhe
(C) Para obter eficiência no atendimento ao público, é suporte, ajuda, orientação e informação necessária para
necessário que o atendente seja preponderantemente um ampliar um simples atendimento, colaborando para a
executor de rotinas, o que envolve identificar situações e construção da lealdade do consumidor.
seguir instruções. Um serviço de atendimento ao cliente de alta qualidade é
(D) Uma ação que pode ser efetiva para o melhor importante diante da interatividade esperada pelo cliente em
atendimento do usuário/consumidor é a centralização da ambientes virtuais.
autoridade, visto que possibilita garantia de qualidade no Com a competição baseada em cliques num mouse, existe
processo decisório. uma pressão sobre cada empresa praticante do Comércio
(E) O atendimento ao público pode ser visto como uma Eletrônico no sentido de distinguir-se com um melhor serviço
atividade rotineira simples de tratamento de informações, virtual aos clientes.
marcada por procedimentos administrativos habituais.
PRINCIPAIS FERRAMENTAS DE ATENDIMENTO
05. (Prefeitura de Serrita – Auxiliar de Biblioteca – VIRTUAL AO CLIENTE
CONSULPLAM/2015) Em relação à qualidade no
atendimento ao público, é CORRETO afirmar que: Segundo Reichheld & Schefter (2000), a atual geração de
ferramentas de Tecnologia da Informação pode subsidiar a

13GASPAR, M. A; DONAIRE, D. O Atendimento Virtual no Comércio Eletrônico


Praticado pelas Grandes Empresas Varejistas do Brasil. III SEGeT – Simpósio de
Excelência em Gestão e Tecnologia contatada.

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empresa com instrumentos vitais para um eficiente j) Grupos de discussão: é um recurso facilitador para a
atendimento virtual ao cliente. Sem a adoção de tais empresa, pois pode esclarecer quais temas são trabalhados
ferramentas não seria possível atender a demanda oriunda nos grupos. É muito mais fácil e econômico captar
desse mercado consumidor. quantitativamente as questões abordadas nos grupos do que
Uma vez bem empregadas tais ferramentas podem individualmente.
melhorar o nível de serviços prestados ao cliente no mercado
virtual, via Internet. k) Vídeo conferência: alguns sites oferecem o serviço de
vídeo conferência, aliando som e imagem para atendimento
As mais conhecidas são: virtual ao cliente.

a) Site: é a porta de entrada virtual da comunidade à sua Observe alguns dos principais procedimentos que auxiliam
empresa. Um site bem planejado, desenhado, construído e de em um melhor atendimento virtual:
eficiência operacional constatada, pode alavancar os negócios
da empresa. -Quando o atendido tem dúvida ele espera respostas.
Fazer ele esperar demais por um parecer tende a deixá-lo
b) E-mail: enviar e responder e-mails com uma certa ainda mais insatisfeito;
frequência pode ser decisivo para obter informações e
feedback dos clientes, criar relacionamento sólido e -Determine um tempo de resposta coerente que agrade o
desenvolver um negócio. É uma mídia bastante utilizada para cliente e que seja suficiente para que o bom atendimento seja
transmitir texto, áudio, vídeo, foto e até animações, a um baixo realizado, tendo em vista que o atendido não tem tempo para
custo. Utilização eficaz do e-mail e o tempo de resposta: a esperar respostas e soluções demoradas;
empresa deve extrair dos e-mails informações sobre o
comportamento e anseios das pessoas que os remetem. -Tenha objetividade - Conversas por chat (ou outro meio
Geralmente o e-mail é fonte inesgotável e valiosíssima de virtual) precisam ser objetivas. Escrever de forma muito
dados para a geração de estatísticas mercadológicas, por isso prolixa é irritante e não ajuda em nada na resolução de
a empresa deve se aplicar em responder rapidamente aos problemas. O atendido pode ser leigo e não entender jargões
questionamentos. Segundo Dineley & Snyder (2000) e também ou linguagem técnica.
Mara (2000) o cliente tem como expectativa de retorno da
resposta ao e-mail enviado o prazo de 24 horas. - Crie um discurso padrão para os problemas mais
comuns para adaptá-los de acordo com que as perguntas
c) Formulários eletrônicos de submissão: a ideia do surgirem.
formulário é disponibilizar campos previamente elaborados
no sentido de minimizar erros de compreensão, além de -Utilize linguagem clara - Isso reduz o tempo e o custo do
facilitar o preenchimento das informações requeridas. Este atendimento, além de deixar o atendido mais satisfeito por ter
recurso permite ao cliente inserir dúvidas, reclamações ou seu problema resolvido de forma rápida e fácil.
outras informações sobre os produtos e serviços.
-Não tenha excesso ou falta de polidez - Educação,
d) E-mail de resposta automática: como medida respeito, atenção ao que o atendido diz e gentileza ao lidar com
proativa no trato com milhares de e-mails recebidos, as ele é indispensável. Mas, ao mesmo tempo, o atendimento
empresas responsivas estão instalando sistemas de software virtual, em geral, permite que o atendente seja mais amigável
de e-mail para responder, pelo menos, que ela recebeu a e informal que o normal. O importante aqui é encontrar o meio
mensagem virtual do cliente. termo. O excesso de polidez é tão prejudicial quanto a falta
dela.
e) Frequently Asked Questions – FAQ: que sintetiza as
perguntas mais frequentes, é um lugar de introdução que Questões
fornece a base mínima, para o cliente obter a informação
desejada tão depressa quanto possível. 01. (INPI - Analista de Planejamento – Cespe) FAQ é
uma sigla que indica a coligação das perguntas mais
f) Autosserviço: é ansiado por uma parte significativa dos frequentes, feitas pelos clientes de uma organização, com suas
clientes que assim podem virtualmente buscar informações, respectivas respostas.
produtos e serviços de forma autônoma, sem a espera pelo ( ) Certo ( ) Errado
auxílio do pessoal de vendas ou de atendimento da empresa.
02. (Petrobras - Técnico(a) de Comercialização e
g) Chat instantâneo: é uma espécie de “sala” pública para Logística Júnior – CESGRANRIO) O gerente de uma loja de
conversa no site. É a forma mais rápida de acessar alguém conveniência percebeu que os clientes não faziam questão de
(indivíduo ou grupo) visando o estabelecimento de diálogo. ter um atendimento individualizado e, por isso, decidiu
reduzir o número de funcionários na loja. A diminuição de seus
h) Personalização do site: as empresas devem permitir custos com pessoal pôde ser repassada para os preços dos
ao usuário personalizar o conteúdo apresentado, oferecendo produtos vendidos, mas, a partir de então, os clientes teriam
produtos e serviços que atendam suas preferências de procurar, comparar e selecionar os produtos que
individuais. Tal prática proporcionará um processo mútuo de desejavam, sem o apoio de nenhum funcionário.
troca de confiança e um fortalecimento da lealdade que De acordo com o nível de serviço oferecido, essa loja de
rapidamente pode ser traduzido em vantagem durável sobre conveniência é classificada como sendo de
os concorrentes. (A) seleção
(B) atacado
i) Mapa do site: deve conter, de forma sucinta e objetiva, (C) autosserviço
os grandes blocos de seções, funções ou informações (D) serviço limitado
disponíveis no site. Tal recurso tem a capacidade de dirimir as (E) serviço completo
dúvidas de navegação, prestando assim importante
direcionamento para o cliente.

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03. (FUB - Auxiliar em Administração – CESPE/2016)


Acerca de atendimento ao público e atendimento telefônico,
julgue o item subsequente.
Autosserviços, como os oferecidos por sistemas
eletrônicos, são recebidos sem resistência por consumidores
que valorizam a interação social, devido à praticidade desses
serviços.
( ) Certo ( ) Errado

Respostas

01. Resposta: Certo


02. Resposta: C
03. Resposta: Errado

Anotações

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TÉCNICAS DE VENDAS

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Marketing é muito mais do que uma


ferramenta de promoção e vendas; É uma
filosofia centrada no cliente.

Vendas X Marketing
Noções de administração de A venda não é uma atividade isolada, esta depende de uma
estratégia de marketing bem elaborada, que inclui: produto,
vendas: planejamento, preço, propaganda e sistema de distribuição. Os 4 P’s serão
estratégias, objetivo; análise abordados nos próximos tópicos desta apostila.
do mercado, metas. Sendo assim o Marketing é um conjunto de atividades que
estão relacionados com o processo de troca que resultam no
atendimento das necessidades e desejos dos clientes de foram
que seja possível alcançar a satisfação e fidelização.

Administração de Vendas
Marketing = esse elemento faz parte da
Para que você candidato consiga entenda melhor sobre os
gramática inglesa e é originário da palavra
conceitos e aplicações da Administração de Vendas é
“Market” que significa em português
necessário primeiramente que apresentemos as definições de
“Mercado”. A palavra Marketing em si não
Marketing, a relação e diferenças entre Administração de
possui uma tradução concreta, pois seria a
Marketing com Administração de Vendas posteriormente os
palavra “mercado” no gerúndio, mas essa
conceitos e ferramentas fundamentais para a gestão de
palavra nem existe em nosso dicionário
Vendas, os tipos de vendedores.
português. Então quando ouvir a palavra
Muitas pessoas confundem o conceito de Marketing com
Marketing lembre-se que está relacionada
Vendas e Propagandas, mas na realidade isso é um equívoco.
com o mercado e tudo que está em sua volta,
Pois Vendas e Propagandas são na verdade ferramentas
como: consumidores, produtos, serviços,
essenciais à prática do Marketing, entretanto, este não se
propagandas, promoções, ofertas,
restringe somente à essas duas ferramentas. Os conceitos e
concorrentes, preço, demanda, oferta,
aplicações de Marketing são muito amplos. Nos últimos
competitividade, compra, fornecedores, etc.
tempos Kotler que é considerado o “pai do Marketing”, lançou
novos conceitos sobre o Marketing, fazendo com que as
organizações e as pessoas passem a repensar cada vez mais
sobre a prática dessa ciência. Esses novos conceitos Em outras palavras seria a ciência ou estudo que trabalha
revolucionados por Kotler abrangem conteúdos sobre com os conceitos de divulgação e promoção de produtos e
Marketing de Relacionamento, Marketing Verde, Marketing serviços. Muitos autores definem de maneira mais técnica que
Digital, Marketing 3.0, Branding, entre outros. o Marketing é um conjunto de técnicas e ferramentas voltados
Sendo assim, esteja convicto que Marketing não é apenas à prática de vendas, formação de preços,
Vendas e Propagandas e esse entendimento é importante comunicação/divulgação e produto.

Vamos partir para as Noções de Administração de Seria ainda a ciência que estuda as relações e reações dos
Vendas? Bons estudos! consumidores no processo de troca (bens, serviços ou ideias),
contanto que desse processo surja uma transação de venda,
Segundo Kotler1 Administração de Marketing ou somente que seja satisfatória para ambas as partes, tanto para o
Marketing é visto como "um processo social e de gestão pelo comprador como para o vendedor.
qual indivíduos e grupos obtêm o que necessitam e querem De acordo com Philip Kotler o pai da Administração de
através da criação, oferta e troca de produtos e valores com Marketing, relata que os consumidores possuem necessidades
outros". e desejos que precisam ser satisfeitos, e é nesse momento que
o Marketing entra, identificando as necessidades, desejos e
Ou seja, trata-se de um processo que visa satisfazer a exigências dos clientes a fim de que as organizações possam
necessidades das partes através das trocas. Uma pessoa dessa forma criar um produto ou serviço que atenda aos
compra uma roupa porque necessita dela e o vendedor pontos de necessidades de cada cliente.
necessita do recurso para viabilizar seu negócio, para citar um Para tanto as organizações utilizam de diversas
processo de troca simples. ferramentas para conseguir identificar as necessidades e
posteriormente persuadir os clientes, para que assim ocorra o
Vale também apresentar a definição de Marketing segundo processo de troca, ou seja, compra e venda.
o AMA (Associação Marketing Association): tais valores são Kotler ainda afirma que o conceito de Marketing afirma
oferecidos pela parte vendedora principalmente através da que a tarefa mais importante da empresa é determinar quais
configuração (o ato de "desenhar" o objeto - o produto, a são as necessidades e desejos dos consumidores e procurar
embalagem, a marca, os serviços oferecidos), da valoração adaptar a empresa para proporcionar a satisfação desses
(estabelecendo termos de troca para o objeto - o preço), da desejos.
simbolização (associação a determinados significados através
da comunicação) e finalmente através da facilitação (alterando No entanto Vendas, seria um “braço” da Administração de
a acessibilidade do objeto - o ponto-de-venda, ou canais de Marketing, pois é por meio das Vendas que a empresa
distribuição). consegue promover sua marca e divulgar seus produtos ou
serviços. A vendas é concretização de que o produto ou serviço

1 KOTLER, F. Administração de marketing. São Paulo: Prentice Hall, 2000. 763 p.

Técnicas de Vendas 1
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foi bem aceito e conseguiu satisfazer ao consumidor, de precisam estar antenadas à essa sequência, uma vez que os
maneira a atendê-los conforme suas necessidades. consumidores de uma maneira geral vão sempre dar
prioridade a atender as necessidades básicas, que neste caso é
Para entender sobre Vendas e Marketing faremos uma ter um emprego estável, uma casa onde possa descansar,
breve pausa para apresentarmos o conteúdo sobre as alimentar-se e assim por diante. Para que depois de conseguir
necessidades humanas. atender as necessidades básicas consiga conquistar as demais
Você perceberá que é importante entender quais são as necessidades, que seriam neste caso a aceitação em um
premissas que essas duas Administração baseiam-se. E neste trabalho renomado, ou uma promoção no trabalho, a aceitação
caso o estudo de Maslow veio a contribuir e muito para o por um grupo social (amigos, família), etc.
aperfeiçoamento das técnicas de Vendas e Marketing. Então as empresas precisam estar em busca de identificar
Sendo assim, embora no edital do presente concurso não as reais necessidades das pessoas, ou dos consumidores. Pois
tenha sido solicitado, apresentaremos para que você consiga sabemos que o mercado é extremamente dinâmico e por isso
entender melhor sobre as necessidades e desejos dos está em constante processo de mudanças.
consumidores, e como o Marketing e Vendas trabalha em prol O que percebemos nos dias de hoje é que as pessoas que se
de atender à cada nova exigência que é estipulada conforme a caracterizam como verdadeiras consumistas, não estão
dinâmica do mercado. seguindo a sequência lógica de atendimento das necessidades.
Maslow é o teórico que melhor explica sobre as Ou seja, estão deixando de atender as necessidades básica e
Necessidades Humanas a partir de uma hierarquia, partindo passando a atender necessidades que se encaixariam como
das necessidades básicas até chegar às necessidades secundárias.
secundárias e que estariam mais ligadas com a estima e o
autodesenvolvimento. Por meio do estudo de Maslow é Quer um exemplo prático? Vamos lá então.
possível perceber que as pessoas possuem diferentes tipos de
necessidades e que estão em constante evoluindo. Ou seja,
assim que uma pessoa consegue alcançar uma necessidade
esta será substituída por outra e assim consequentemente. As Há muitas pessoas que sentem-se tão atraídas
pessoas estão sempre em busca de bens que satisfaçam suas pelas ofertas de produtos e serviços que muitas
necessidades, e pensando assim as organizações enquanto vezes são induzidas a comprar e ao mesmo tempo
ofertantes de produtos ou serviços precisam estar atentas às deixar de lado o atendimento às necessidades que
necessidades bem como à evolução dessas necessidades, para seriam mais importantes ou mais urgentes de serem
que as Vendas sejam concretizadas. atendidas.
Como por exemplo: há pessoas que necessitam
Vamos analisar a pirâmide de Maslow e na sequência um cuidado com a saúde e mesmo assim deixam de
retomamos a relação que as hierarquias das necessidades lado essa necessidade. Ao mesmo tempo que vão até
estabelecem com a Administração de Marketing e as lojas de aparelhos eletrônicos e decidem comprar
consequentemente com a Administração de Vendas. um celular de alta tecnologia e de última geração. Ou
seja, deixam de atender uma necessidade básica e
fisiológica para atender uma secundária e de
autorrealização.
Note: não estamos dizendo que isso é errado, é
um processo natural, estamos apenas querendo
mostrar à você, candidato(a) que está havendo uma
inversão no atendimento das necessidades. As
pessoas estão atendendo necessidades do topo da
pirâmide para posteriormente atender as
necessidades da base da pirâmide.
As organizações enquanto usuárias da
Administração de Marketing e da Administração de
Vendas precisam estar atentas para conseguir
acompanhar à essas mudanças que ocorrem nas
necessidades, desejos e exigências dos
consumidores.
Sendo assim a teoria de Maslow ainda é muito
útil para que as organizações consigam definir
Fonte: Adaptado de Maslow. 2 objetivos, estratégias e metas para o atender ao
consumidor e consequentemente efetuar as vendas.
Perceba que a pirâmide de Maslow é composta por cinco Entretanto, a teoria não pode ser seguida à risca, pois
eixos das necessidades humanas, sendo: cada consumidor possui diferentes necessidades, e
estabelecem diferentes critérios de prioridades para
- Necessidades fisiológicas; atendê-las.
- Necessidades de segurança;
- Necessidades de relacionamento;
- Necessidades de estima;
- Necessidades de realização.

Para que o ser humano consiga atender suas necessidades Após explicar sobre as necessidades humanas que
é preciso que siga uma sequência lógica no atendimento das estruturam o conceito e aplicação de Vendas e Marketing,
necessidades ou desejos. Da mesma forma as organizações apresentaremos agora mais especificamente sobre Vendas.

2 Maslow, A. H. A theory of human motivation. Psychological Review, 50: 390-


6,1943.

Técnicas de Vendas 2
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Sendo assim conforme comentado mais acima, a atividade


de Vendas não funciona isoladamente, para que consiga êxito
é necessário que seja bem elaborada, bem estruturada. E uma
das maneiras de conseguir alinhando as necessidades dos
consumidores às estratégias de Vendas.

Abaixo serão apresentadas conceitos que envolvem


algumas aplicações da Administração de Vendas, como o
planejamento, estratégias, objetivos, análise de mercado
e metas.

Administração de Vendas

É o planejamento, direção e controle de venda pessoal,


incluindo recrutamento, seleção, treinamento, delegação,
determinação de rotas, supervisão, pagamento e motivação, à
medida que estas tarefas se aplicam à força de vendas
(OLIVEIRA, 20153).
A Administração de Vendas trabalha principalmente com a
comunicação interpessoal, pois é o canal entre o
produto/serviço e clientes. Ou seja, é responsável por levar os
produtos dos fabricantes aos clientes, tornando-os
disponíveis. Para tanto existem os vendedores que são agentes
que representam a marca de uma determinada em empresa e Tendo em vista essa multiplicidade de atividades, outro
que são os interlocutores que divulgam e promovem os levantamento coloca que apenas pouco mais de 30% do tempo
produtos/serviços oferecidos. de um vendedor é dedicado ao contato pessoal direto com
clientes, sendo o restante distribuído por diversas atividades
Papel de Vendas e dos Vendedores – entendendo suas como as destacadas no Quadro. Isso torna a atividade mais
atividades cara ainda para a empresa, se for considerado o custo da hora
Em geral as pessoas têm péssima imagem a respeito do de visita do vendedor, e apresenta o quão crítica é a boa gestão
trabalho de um vendedor. Talvez isso ocorra porque a maioria de vendas para o bom aproveitamento dela.
das pessoas construa a imagem a respeito desta profissão a
partir de vendas porta-a-porta onde um vendedor tenta
desesperadamente convencer um cliente potencial a comprar
algo em que ele de fato não está interessado. Lembre-se do
folclórico vendedor de enciclopédias! Diferente dessa imagem,
no entanto, são as vendas no setor industrial (principalmente)
e, mesmo em diversas ocasiões, no setor varejista.
Muitas atividades nesta área requerem bom conhecimento
sobre características de produto e necessidades dos clientes,
além de diversas habilidades interpessoais (aspectos ligados a
trabalho em grupo, relacionamento com outras áreas e
relacionamento com clientes) e conceituais (relacionadas à
capacidade de desenvolver um processo de vendas eficaz).
Vejamos a seguir as atividades de vendas explicadas
devidamente

Planejamento de Vendas
É uma função do gerente de vendas, consistindo em decidir
com antecipação o que deve ser feito, através de uma análise
das situações interna e externa, fazendo uma previsão do que
pode acontecer, preparando-se para atender e executar essa
previsão e controlar o trabalho para que tais objetivos sejam
alcançados.

Etapas do Planejamento

Compilação Análise da  Sistema


de dados situação de informações
As atividades de vendas são diversas, vejamos: ambiental,
através da
As atividades de vendas são diversas. O Quadro apresenta compilação e
um estudo de Moncrief III (1986) onde as ações de vendedores armazenament
foram listadas de uma amostra de mais de 1.300 vendedores e o dos dados.
depois agrupadas em dez atividades. Nota-se a amplitude Percepção e A  Pontos
destas ações segundo Castro e Neves (2005). estudos dos preocupação é fortes e pontos
fatores que comparar as fracos
possam reduzir a informações da

3 OLIVEIRA, B. E. M. Administração de vendas. Instituto Superior de Educação.

Técnicas de Vendas 3
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APOSTILAS OPÇÃO

eficiência e o análise  Ameaças e Plano de Vendas


crescimento ambiental com oportunidades
futuro da os recursos da  Potencial É um documento escrito do qual constam os principais
empresa empresa a fim de mercado tópicos de um planejamento. Deve ser um documento
de verificar as  Potencial operacional da empresa, que servirá de conduta para todas as
reais de vendas atividades do pessoal envolvido no que foi planejado.
oportunidades Para executar o plano de vendas, o planejador precisa ter
existentes para profundo conhecimento dos passos abaixo mencionados:
obtenção do
crescimento e Passo 1 - Análise:
melhoria da
eficiência. - Onde está a organização hoje? Por quê?
Formulação A partir de  Previsão
das suposições opiniões, Passo 2: Projeção:
fundamentais julgamentos,
dados - Se continuarmos a fazer o que estamos fazendo, onde
estatísticos, chegaremos? Nesse caso, os passos recomendados são:
projeções de
empresas
especializadas,
a empresa pode
fazer a sua
previsão de
vendas e, em
consequência
disto, o
orçamento.
Estipulação À luz das  Objetivos
dos objetivos ou informações e  Metas
Passo 3: Objetivos:
metas da da análise do
empresa que poderá
- Onde queremos chegar?
ocorrer no
futuro, a
Passo 4: Síntese:
empresa pode
estabelecer
- Como vamos colocar tudo isso junto?
objetivos e
metas, ou o que
a) Estratégia: qual o melhor caminho para chegar lá?
espera alcançar
b) Tática: que ação é exigida, por quem e quando?
em
c) Controle: que medidas indicarão progresso?
determinado
período.
Potencial de mercado
Determinaçã Devem-se  A quem
São as vendas esperadas de um bem, um grupo de bens ou
o das atividades buscar as vender?
de um serviço, para todo um ramo industrial, num
que precisam ser seguintes  O que
determinado mercado e durante um intervalo de tempo
exercidas p/ respostas: a vender?
específico. O potencial, portanto, é a capacidade máxima de um
alcançar os quem vender?  Método
mercado absorver determinado produto.
objetivos O que vender? de vendas
Qual o método
Para estimar o potencial de mercado, muitos métodos
de vendas mais
são possíveis dentre eles podemos citar:
apropriado?
Preparação Devem-se  Contatos a
Intenção de Consiste em perguntar aos
do cronograma determinar os serem feitos
compra clientes se comprariam ou não os
aspectos mais  Frequênci
produtos oferecidos pela empresa,
operacionais e a da visita
ou então, qual a quantidade que
quantificáveis  Objetivos
tencionam comprar no próximo ano
para a execução da visita
ou período em consideração.
do programa de  Quotas
Apesar de sua simplicidade, pode
vendas.  Território
não representar a realidade, pois os
Podem-se s
clientes poderão mudar de ideia no
estabelecer  Rotas
momento de realizar suas compras.
quotas de  Orçament
Comparação A projeção é feita com base na
vendas, o
comparação de algum fator já
frequência de
conhecido. Por exemplo: obtém-se a
visitas e
venda total de um produto, divide-se
objetivos de
o valor pelo número de funcionários
cada visita aos
da empresa e o resultado será o
diferentes
desempenho anual de vendas por
clientes.
funcionário.

Técnicas de Vendas 4
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APOSTILAS OPÇÃO

Testes de O produto é comercializado em Socioeconômica Renda


mercado pequena escala e os dados são Ocupação
coletados com o objetivo de Educação
determinar o número de Psicológica Personalidade
consumidores que comprará o Atitudes
produto. Estilo de vida (atividades,
Análise de Pode-se fazer uma análise de interesses, valores, etc.)
dados secundários correlação, em que a variação de um Tipo de produto Tipo de uso do produto
fator de mercado é associada a algum Lealdade à marca
aspecto relacionado com a variação Durabilidade do produto
da procura do produto, extraindo-se Comportamento Quando as compras são feitas
daí uma relação matemática. do consumidor Motivos de compra
Influência na compra
Previsão de vendas Benefícios Satisfação sensorial
Atualidade (estar na moda)
É feita a partir da análise da empresa e de seu ambiente, da Durabilidade/Qualidade
concorrência, das condições gerais dos negócios e do Ramo de Tipo de atividade
posicionamento do produto no mercado. atividades Tipo de distribuição ao
consumidor
Deve ser feita com cautela, pois o seu impacto nos demais Tamanho do usuário
setores (produção, finanças, pessoal, etc.) é bastante Marketing Mix Preço
expressivo. Uma previsão otimista, por exemplo, pode gerar Marca
uma compra exagerada de matéria-prima por parte do setor Promoção de vendas
de produção, novas contratações pelo setor de pessoal, etc Canal de distribuição

Tipos de Previsão de Vendas Distribuição e Logística

POR POR POR A Administração de Vendas também inclui a Distribuição e


PRODUTO REGIÃO POR CLIENTES Logística de uma organização. Pois uma empresa que é
MERCADOS visionária precisa alinhar as estratégicas de canais de
distribuição, para que assim consiga definir as melhores rotas
Orçamento de Vendas e caminhos, para otimizar tempo, dinheiro e mão de obra.
Sendo assim: A distribuição inclui todas as atividades
É o planejamento financeiro do plano de vendas. A relacionadas com a transferência física do produto:
vantagem do orçamento é proporcionar uma expectativa
futura e permitir que os vários setores se preparem para - Decisões de transporte;
atender à produção esperada e às vendas. - Armazenagem;
- Localização de depósitos;
Os orçamentos de vendas podem tomar as seguintes - Filiais;
configurações: - Estoques;
- Processamento de pedidos, etc.
a) Orçamento de vendas: são comparados os volumes
de receitas e unidades antecipados a partir da venda de vários Canais de distribuição
produtos. Representa o custo necessário para obter as receitas
previstas. É a combinação de instituições pelas quais o vendedor
b) Orçamento das despesas de vendas: antecipa os vende os produtos ao consumidor, usuário ou consumidor
diversos gastos com as atividades de vendas pessoais, que são final.
salários, comissões, despesas de força de vendas, etc. O canal é o caminho percorrido pelo produto para
c) Orçamento de propaganda: define os fundos de transferir-se do produtor ao consumidor final.
investimento em propaganda.
d) Orçamento administrativo: orçamento de todo o
pessoal administrativo, despesas de operações de escritórios,
aluguel, eletricidade, etc.

Segmentação de Mercado

Antecede a organização dos territórios de vendas, o


zoneamento de vendas e outros critérios para a formulação da
estratégia de vendas.
Os critérios para segmentar um mercado deverão estar
apoiadas em informações precisas acerca do mercado total Um produto será escolhido pelo consumidor se
que se deseja dividir e de suas peculiaridades. Isto requer proporcionar o maior nível de satisfação (pacote de utilidade).
pesquisas de mercado ou através de dados secundários. Os componentes básicos desse pacote são: forma, posse, lugar
Variáveis de Segmentação e Dimensões e tempo.
VARIÁVEL DIMENSÃO Do ponto de vista do consumidor, a distribuição
Geográfica Limites políticos proporciona utilidade (satisfação) de lugar e de tempo. A
Área comercial satisfação de lugar significa que um consumidor pode adquirir
Demográfica Idade os produtos que necessita no lugar em que ele é desejado
Sexo (conveniência).
Raça

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APOSTILAS OPÇÃO

A utilidade de tempo tem sido considerada muito técnicas de vendas são determinantes para a imagem da
importante nas decisões estratégicas de algumas empresas, empresa.
pois colocar produtos no mercado em épocas inadequadas Melhorar o desempenho dos vendedores significa
pode resultar em fracasso (efeito sazonal). melhorar o nível de prestação de serviços da empresa e,
consequentemente, adicionar benefícios aos produtos
Fatores que Afetam as Decisões sobre Canais comercializados.

Um produto tecnologicamente avançado Requisitos para um Vendedor Competente


necessita de um canal mais curto, devido
à transferência de informações.  Vestuário
Um produto perecível também necessita Características  Tom de voz
de um canal mais curto, devido ao seu Pessoais  Educação
prazo de validade.  Postura
Um produto de preço elevado, destinado  Dinamismo e Versatilidade
a classe “A”, com propósito de Características  Habilidades em Relações
Produto proporcionar status, deve ser ter sua de Humanas
distribuição limitada através de um canal Personalidade  Responsabilidade e
mais curto. determinação
Do ponto de vista contrário os produtos
 Tomador de Decisões
mais baratos, destinados às camadas
 Administração do Tempo
mais baixas da população, devem
obedecer a um canal mais longo de
Processo de Vendas
distribuição com vistas a sua
massificação.
Se um fabricante de produtos
tecnologicamente avançados constatar
que no seu ramo de atuação existem
distribuidores independentes,
capacitados para a venda, ele poderá
optar pela venda através desses 1) Procura e avaliação de Clientes
Intermediários
intermediários.
Muitas vezes, por falta desses - Os vendedores devem selecionar os clientes que
intermediários na praça que se deseja aumentam o retorno sobre cada visita feita, já que a sua
estabelecer, as empresas optam pela capacidade de vender é limitada pelo tempo.
venda direta. Esse fator deve sempre ser - Existem vários métodos para obter nomes de clientes e
considerado. posteriormente selecionar os mais qualificados:
Um mercado concentrado pode
determinar uma estratégia de vendas a) Corrente contínua – indicação de novos clientes pelos
diretas, devido à facilidade de contatar os já existentes.
consumidores próximos. b) Centro de influências – manter contato com pessoas
Mercado
Por outro lado, um mercado, onde os influenciadoras.
consumidores estão muito espalhados, c) Observação pessoal – através de conversas, revistas,
pode determinar uma estratégia de canal periódicos.
de distribuição mais longo. d) Assistente de vendas – uso de vendedor júnior para
A procura por produtos em determinados prospecção.
locais onde não eram comercializados Outras fontes – feiras, exposições, listas telefônicas,
Hábitos de anteriormente, como por exemplo: livros indicação de amigos.
Compra em bancas de jornais, cosméticos em 2) Abordagem
farmácias, revistas em supermercados, - A aparência é muito importante na abordagem inicial.
dentre outros. - O contato deverá ser feito preferencialmente com hora
Ambiente econômico – a recessão fez com marcada.
que as empresas procurassem reduzir - Tentar vender a entrevista para a secretária.
custos e uma das táticas utilizadas foi a - Usar sempre de honestidade e sinceridade.
diminuição da distância produtor – - É essencial despertar atenção dos compradores, senão a
Meio Ambiente
cliente. mensagem não será assimilada.
Concorrência acirrada em todos os - Existem alguns métodos que ajudam a chamar a atenção
setores. Caso Boticário / Natura na abordagem:
/Colorama.
É a principal responsável pela forma a) Apresentação – a entrevista deve ser iniciada com a
como os produtos serão distribuídos. apresentação pessoal do vendedor e da sua empresa.
Através da observação dos objetivos b) Abordagem do produto – muito utilizado no varejo, em
Empresa visados e dos recursos disponíveis. que a abordagem é feita pela demonstração ou comentário do
Uma empresa com dificuldades produto.
financeiras pode optar por um canal com c) Método de fazer perguntas – forma de despertar a
maior número de intermediários. atenção dos clientes, pois exige a participação. No entanto, as
Técnicas de Vendas perguntas devem ser bem formuladas, evitando-se, por
exemplo, aquelas que têm apelo particular.
A gerência de vendas deve preocupar-se com o Abordagem do elogio – o elogio é uma forma simpática de
desenvolvimento das habilidades de seus vendedores. As despertar a atenção das pessoas.

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3) Apresentação de vendas Métodos de Controle

- Em qualquer tipo de apresentação, o vendedor deve - Cotas – verificação por vendedor, observando-se seu
considerar os objetivos de um processo de vendas: Atenção, desempenho em relação aos demais membros da equipe e
Interesse, Desejo e Ação (AIDA). comparação com o seu histórico de vendas.
- A apresentação desejável pressupõe treinamento e
desenvolvimento de habilidades técnicas. - Orçamentos – definidos no planejamento estratégico e
- A demonstração deve ser simples e fácil de ser entendida. acompanhados mensalmente. Deve-se sempre procurar
- Devem ser evitados aspectos que possam distrair a ajusta-los de acordo com fatores ambientais.
atenção do cliente.
- O vendedor deve obter do cliente respostas positivas. - Auditoria de vendas – avaliar objetivos, estratégias,
táticas e políticas de vendas da empresa (ponto de vista
4) Tratamento das objeções estratégico).

- As objeções podem ser falsas ou verdadeiras. As falsas são - Análise de vendas – aprofundar e comparar os
difíceis de serem identificadas, mas é com a prática e através resultados obtidos em relação a outros concorrentes, a
do método de observação que se pode conhecê-las, pois a situações ambientais, etc. (pontos fortes e pontos fracos).
pessoa se sente desconfortável quando mente.
- Quando uma objeção é verdadeira, torna-se um passo Auditoria de Vendas
para o fechamento da venda, pois é um sinal de que o cliente Consiste em um exame periódico, abrangente, sistemático
está interessado em comprar. e independente do departamento de vendas da empresa,
- Para responder convenientemente às objeções faz-se visando à determinação das áreas de problemas e à
necessário ao vendedor: recomendação de um plano de ação corretivo para melhorar a
eficácia de vendas da empresa.
 Ouvir a objeção com atenção, identificando-a como O trabalho de auditoria passa por três fases:
verdadeira ou falsa.
 Concordar e contra-atacar Análise Avalia o estágio atual da
 Perguntar a razão da objeção e fazer perguntas Situacional empresa e as operações passadas,
específicas. através da análise histórica e do
 Adiar a resposta, se necessário. levantamento de dados sobre
atividades passadas da empresa.
- Com base em experiência passada é possível identificar Objetiva encontrar a posição
as objeções mais frequentes e com isto planejar algumas Investigação relativa da empresa no mercado,
respostas, que devem ser adaptadas de acordo com a situação. Funcional através da detecção de possíveis
falhas da empresa (pontos fortes e
5) Fechamento pontos fracos) e verificando com
age a concorrência (ameaças e
a) Direto – fazer a solicitação diretamente ao cliente, oportunidades).
sem rodeios; As falhas devem ser apontadas e
b) Formação de barreiras – formular várias Recomendações as sugestões devem ser formuladas,
perguntas, induzindo o cliente a responder “sim” a todas elas. através de modificações na
Dessa forma, o vendedor cria certas barreiras psicológicas, não estrutura de vendas ou de
existindo aparente motivo para recusar a oferta. mudanças de objetivos, casos eles
c) Ofertas especiais – ofertas que motivam a compra sejam irreais.
de imediato incluem colocações do tipo: “compre logo, já estou
com a nova tabela de preços”. Análise de Vendas

6) Pós-venda É uma comparação de resultados de vendas atuais com


vendas esperadas. Se por acaso as vendas não saírem de
- É o momento de cumprir todas as promessas feitas, “a acordo com as metas, os responsáveis poderão ser chamados
hora da verdade”. para justificar.
- O cliente aceitou todas as condições impostas e agora
quer a confirmação de tudo o que foi prometido. A análise de vendas pode ser feita através da observação
- Todo esforço deve ser feito para proporcionar o nível de dos seguintes fatores:
satisfação prometido ao consumidor.
a) Vendas Gerais
Controle, Análise e Avaliação de Vendas
Neste caso são consideradas as vendas totais, incluindo o
O controle das atividades de vendas da empresa é feito somatório de todos os territórios, produtos ou outra divisão
para certificar-se de que não se está afastando dos objetivos qualquer.
visados. Para isto, faz-se necessário se obter informações para Este método caracteriza-se pela sua simplicidade, pois
análise e avaliação dos resultados. nada mais é necessário do que somar todos os dados de
O trabalho de vendas deve ser devidamente documentado vendas.
para que possibilite a função de controle por parte dos É normal comparar o desempenho de vendas totais da
administradores. É por este motivo que muitas empresas empresa com as vendas totais do ramo, obtendo-se uma visão
exigem de seus vendedores o preenchimento de relatórios. da participação de mercado.
As vendas gerais não revelam detalhes que muitas vezes
são necessários.
b) Vendas por Cliente

Técnicas de Vendas 7
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APOSTILAS OPÇÃO

Permite constatar quais os grupos que dão maior retorno de vendedores industriais de acordo com o autor, indo da
e quais os que estão dando prejuízo. menor complexidade da venda para a maior:
A classificação para os clientes é variável de acordo com o -entregador: sua principal tarefa é a entrega.
mercado de atuação da empresa. Eles podem ser agrupados Entregadores de produtos como jornais, pão e leite, por
por: exemplo, seriam vendedores nesta definição;
-Tipo de atividade (governo, varejistas, atacadista). -representante de conta: sua principal função é a
-Potencial de compra (tipo A, tipo B ou tipo C). captação de pedidos.
-Clientes específicos. No Brasil, empresas do setor de alimentos como Coca-Cola,
Os dados devem ser coletados de forma que permitam Ambev, Danone ou Nestlé usam esta estrutura em que o
análise histórica de informações. Com isto é possível avaliar a objetivo maior é o de visitar o maior número de clientes
participação do cliente em relação ao faturamento da empresa, possível e captar os pedidos, com baixas atividades de vendas
em diferentes períodos. propriamente ditas;
Esta análise ajuda a direcionar os esforços de marketing -missionário ou propagandista: constrói imagem ou
aos clientes visados pela empresa ou corrigir as distorções instrui usuários.
causadas pela regra 80-20. -técnico ou engenheiro de vendas: é, além de um
vendedor, um consultor técnico. Por exemplo, vendedores de
c) Vendas por Território e vendedores insumos agrícolas levam instruções técnicas sobre os
produtos que vendem e os negócios do seu cliente;
É uma forma eficiente de controlar os vendedores que -vendedor de soluções: esse tipo de vendedor não está
estão se saindo melhor no trabalho e os que não estão. relacionado a uma empresa ou linha de produtos específica;
Em casos de territórios em que atua mais de um vendedor, ele se concentra em algumas necessidades dos clientes e
deve-se analisar o desempenho individualmente. Neste caso, o trabalha vendendo a melhor solução para saná-las.
uso de quotas bem estabelecidas e distribuídas é de muita Consultores agrícolas ou profissionais de informática podem
utilidade. ser classificados como vendedores de soluções;
Analisando dados como número de visitas, contatos -vendedor de intangíveis: para finalizar, existem os
efetivados, apresentações, etc., pode-se avaliar o desempenho vendedores que comercializam serviços como seguros,
e buscar formas para corrigir as distorções do processo. viagens e cursos. Pelas características intangíveis dos serviços,
essa venda é entendida como extremamente difícil e subjetiva.
Classificações dos tipos de vendedores Diversos livros e artigos de vendas, além da rotina
empresarial, têm mostrado um novo papel do vendedor
Há diversas classificações dos tipos de vendedores na destacando mudanças importantes na sua filosofia de
literatura. Churchill et aI. (2000) mencionado por Castro e trabalho. Tendências como aumento da educação dos
Neves (2015) classificam os primeiros como vendedores de consumidores, das exigências do consumidor sobre as
varejo ou vendedores industriais. Vendedores de varejo empresas e da concorrência em diversos mercados,
atendem usuários finais de produtos, como vendas porta-a- multiplicidade de canais de comunicação e distribuição
porta ou vendas em lojas varejistas. Já vendedores industriais disponíveis aos consumidores e tecnologia de informação
podem ser vendedores que vendem para revendedores, levaram a área de vendas a repensar suas atividades e
vendedores que vendem para outras indústrias que irão redefinir o seu papel (CASTRO; NEVES, 2015).
utilizar o produto e, podem vender para instituições como Oliveira (2015) apresenta uma figura que contrasta como
órgãos públicos. Dentre os vendedores industriais, alguns era o gerentes de vendas antes e como é agora e as qualidades
tipos são: exigidas pelos novos gerentes de vendas.
-vendedores de canal indireto (trade selling): a
principal função é entregar aos distribuidores material
promocional e dar assistência. São vendedores que atendem
varejistas. Um exemplo são os vendedores das indústrias que
atendem varejistas como Carrefour ou ainda lojas de
conveniência ou mesmo revendas agropecuárias;
-missionários: a função do missionário geralmente não é
gerar vendas diretas, coletando pedidos, por exemplo.
Comumente ele trabalha com influenciadores do processo de
compra. Exemplos tradicionais são os vendedores de
indústrias farmacêuticas que trabalham distribuindo produtos
e levando informações a médicos ou ainda vendedores que
atuam sobre canais de distribuição, como por exemplo um GERÊNCIA DE VENDAS
vendedor de uma indústria de bebidas que visita um É o responsável pelo desempenho da equipe e pelos
restaurante buscando motivá-lo a realizar compras no resultados alcançados. Seu trabalho exige a participação de
distribuidor local; outras pessoas com espírito de cooperação e motivação. Para
-venda técnica: gera vendas por meio do suporte e que o gerente de vendas possa fazer um bom trabalho de
orientação técnica para seus clientes. É o vendedor muitas administração, deve ser um profundo conhecedor das técnicas
vezes denominado consultor técnico. Como exemplos, as de vendas, do produto e do mercado. No entanto, o
vendas de celulares, de equipamentos para aquecimento solar gerenciamento requer habilidades administrativas e de
em residências, entre outros; liderança que, muitas vezes, não são qualidades de alguns
-vendedores de novos negócios: o objetivo é identificar vendedores. 26% dos presidentes das 500 maiores empresas
novos clientes. Após o início dos negócios, esses clientes são americanas tiveram experiência em vendas ou marketing
encaminhados para a equipe de vendas responsável pela (OLIVEIRA, 2015).
manutenção de clientes.
Outra classificação sugerida por Kotler (2000) destacada QUALIDADES EXIGIDAS DO NOVO GERENTE DE
por Castro e Neves (2015) acarreta também o aspecto da VENDAS
complexidade da função de vendas. São os seguintes os tipos 1. Saber realizar previsões de vendas;
2. Ser um analista de mercado;

Técnicas de Vendas 8
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3. Ser um planejador estratégico; clientes industriais de clientes finais. Enquanto os primeiros


4. Estudar o comportamento do consumidor; devem se basear muito nas informações em relação à empresa
5. Saber gerenciar oportunidades; e ao setor, além da identificação dos diversos participantes do
6. Saber analisar custos e lucros; processo de compra, os segundos devem se basear na coleta de
7. Administrar o orçamento; informações pessoais, para identificar desejos e necessidades
8. Administrar o telemarketing; que estão por trás das necessidades mais superficiais. O uso de
9. Saber negociar, liderar equipes e situações; técnicas como a realização de perguntas abertas para
10. Ser um comunicador verbal; descobrir necessidades é muito discutido, principalmente na
11. Dominar as ferramentas eletrônicas. literatura de vendas de varejo.
Para a apresentação de vendas, é muito importante que o
IMPORTÂNCIA DA GERÊNCIA DE VENDAS vendedor saiba relacionar os atributos dos produtos e seus
NÍVEL INTERNO – uma companhia é geralmente avaliada benefícios com as necessidades dos clientes.
pela sua capacidade de vendas e lucro. São as vendas que
geram recursos para que a empresa possa fazer frente as suas A afirmação de que clientes não compram
despesas. características de produtos e sim seus benefícios (a
NÍVEL EXTERNO – a atividade de vendas é importante pelo possibilidade de ter necessidades e desejos sanados de
impacto que, de modo geral, causa na economia e na sociedade forma satisfatória) deve orientar a apresentação de
(OLIVEIRA, 2015). vendas.

O PROCESSO DE VENDAS Sobre apresentações de vendas, ou seja, na hora do cara-a-


O processo de vendas, segundo Castro e Neves (2015) é cara com o cliente, algumas abordagens que os vendedores
uma sequência de passos ou etapas utilizadas pelos podem desenvolver no momento da venda são:
vendedores. Essa sequência foi originalmente proposta por -estímulo-resposta: os vendedores são treinados a dar
Dubinsky em 1980 trazida por Castro e Neves (2015) e pode respostas conforme as reações dos clientes. Se por um lado
ser aplicada a diferentes setores em diferentes cenários. Sete isso é bom porque padroniza a apresentação de vendas, por
passos são normalmente reconhecidos como formadores do outro é ruim porque não permite a flexibilidade e criatividade
processo de vendas, são os seguintes: necessária ao processo de vendas;
1. prospecção: vendedores utilizam diferentes técnicas -abordagem mental: utiliza o modelo Atenção, Interesse,
para identificar clientes em potencial. Um cliente em potencial Desejo e Ação Caida), considerando que o consumidor passa
significa alguém que possui desejo, necessidade, habilidade, por essas etapas e dessa forma a apresentação de vendas deve
autoridade e é elegível para comprar; segui-Ias no seu desenvolvimento. Isto é, primeiro deve-se
2. pré-abordagem: informações são coletadas a respeito despertar a atenção do cliente, depois desenvolver o interesse
do cliente a ser abordado para que o vendedor se prepare para no cliente, depois o desejo e finalmente a ação de compra;
a visita. A informação é usada para qualificar o cliente em -atendimento de necessidade: devem-se buscar
potencial e também para desenvolver a abordagem e a necessidades não atendidas dos clientes e oferecer o produto
apresentação ao cliente. Esse estágio geralmente termina com da empresa que atenda a essas necessidades;
a marcação de uma visita ao cliente; -resolução de problemas: busca dar uma solução mais
3. abordagem: este passo está relacionado aos primeiros completa para o cliente, inclusive recomendando-o a não
minutos de uma visita de venda. O objetivo do vendedor é comprar da empresa. O objetivo passa a ser gerar
garantir uma boa impressão inicial, além de despertar a relacionamentos de longo prazo, que possivelmente serão
atenção e o interesse do cliente; muito mais lucrativos do que uma abordagem imediatista.
4. apresentação de vendas: esta é a principal parte do Com relação às técnicas de apresentação de venda, outra
processo de vendas, na qual os vendedores apresentam suas classificação é aquela que contrasta as técnicas de venda
ofertas e seus benefícios. O intuito é aumentar o desejo do "enlatadas" às técnicas "adaptadas".
cliente em relação ao produto;
5. lidar com objeções e superar resistências: o "Venda enlatada" é o comportamento e a apresentação de
vendedor procura lidar com as objeções e superar as vendas padronizados que são ensinados por instrutores de
resistências para comprar o produto oferecido, por meio das venda e resultam em um procedimento inflexível para
respostas a objeções e ênfase nos benefícios em particular apresentações de venda, não permitindo adaptações.
para promover a decisão de compra; Entretanto, a capacidade de adaptação é uma das
6. fechamento: os vendedores iniciam as decisões dos características mais importantes da venda pessoal quando
compradores por meio de métodos desenhados para solicitar comparada a outras formas de comunicação que podem ser
pedidos. Da forma mais apropriada e eficaz, os clientes são utilizadas pelas empresas. Uma apresentação de vendas
solicitados a comprar a oferta; padronizada provavelmente não será mais eficaz (e muito
7. atendimento pós-venda: os vendedores continuam a menos eficiente, por se tratar de um método custoso) do que o
enfatizar a satisfação do consumidor no período após a venda envio de mala direta ou o uso de telemarketing.
ter sido realizada. As atividades durante este tempo abarcam A principal vantagem da venda pessoal é a possibilidade de
reduzir as preocupações do cliente após a compra, assegurar a ouvir atenciosamente as necessidades e desejos dos
entrega dentro do prazo, instalação ou treinamento, prover consumidores e adaptar a mensagem a um consumidor
acompanhamento ou manutenção, além de lidar com específico. Para lidar com objeções são colocadas, por
reclamações e questões. O objetivo é construir boa vontade e exemplo, formulações a respeito de formas diferentes de
aumentar as chances de vendas futuras. pagamento, destaque de atributos do produto, lidar com
Em cada uma dessas etapas existe uma grande quantidade resistências em relação à empresa e mesmo ao vendedor que
de técnicas e ferramentas para tornar o processo de vendas devem ser usadas no momento em que apareçam. Para o
mais eficiente e eficaz. Um exemplo é que para prospecção de fechamento de vendas, diversas técnicas, como tomar a frente
clientes, podem ser utilizados clientes satisfeitos, clientes e solicitar o fechamento da venda, oferecer itens adicionais,
visitados, contatos e redes de relacionamento, além de considerando que o principal já foi comprado, são sugeridas.
atividades de promoções de venda, para gerar novos nomes. Para cada cliente atendido diversas informações podem ser
Para pré-abordagem uma quantidade grande de informações passadas à empresa. O vendedor gera informações por meio
pode ser buscada a respeito do cliente potencial, diferenciando

Técnicas de Vendas 9
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APOSTILAS OPÇÃO

desses contatos com clientes que são muito valiosos para a Questões
tomada de decisão em marketing.
01. (LIQUIGÁS - Profissional de Vendas – CESGRANRIO)
Empresas orientadas somente para as Vendas Há inúmeras formas de uma empresa organizar suas vendas.
Entre essas formas, encontra-se a organização de vendas de
As empresas orientadas para as vendas adotam o produto.
pensamento de que os clientes não decidem, por si só,
comprar. Desta forma, a empresa precisa induzi-los a tomar a Nesse tipo de organização de vendas, os vendedores são
decisão, caso contrário pode não haver a compra. responsáveis por
(A) tipos específicos de clientes, devendo atender a todas
Diversas empresas adotam esta orientação, e com sucesso. as necessidades desses.
Porém é importante salientar que muitas empresas não estão (B) determinados produtos ou linhas específicas de
tão preocupadas com a satisfação das necessidades dos produtos.
clientes, e sim com a satisfação das suas próprias (C) determinadas atividades nas quais eles se
necessidades. especializem, sendo a força de vendas dividida a partir de
Muitas vezes, os clientes para quem foi vendido o produto funções específicas.
não o desejavam e somente o adquiriram devido a chamada (D) todas as atividades de vendas dentro de uma região
“Venda por Pressão”, o que pode, fatalmente, gerar um cliente geográfica.
insatisfeito. Segundo diversos autores do Marketing, um (E) todas as vendas realizadas a um grupo específico de
cliente insatisfeito é um inimigo em potencial. Por exemplo, clientes muito importantes para as empresas.
algumas empresas que vendem enciclopédias procuram seus
clientes em casa, geralmente à noite, e insistentemente tentam 02. (PGE/RO - Analista da Procuradoria - Relações
convencê-los a adquirir o produto. Muitas vezes os clientes Públicas – FGV/2015) Peter Drucker sintetizou os objetivos
não estão necessitando do produto, mas são convencidos a de Marketing na frase “marketing não é o que a empresa
comprá-lo. Estas pessoas não ficam satisfeitas com a compra vende, mas o que o cliente compra". Com base nessa definição,
realizada e, posteriormente, passam a ser propagandistas o processo de Marketing tem como ferramenta fundamental
negativos da empresa e do produto. a(s):
(A) pesquisa;
Empresas orientadas para o Marketing (B) propaganda;
(C) relações públicas;
As empresas orientadas para o marketing guiam-se pela (D) vendas;
seguinte forma de agir e pensar: procuram inteirar-se do que (E) promoção.
seus clientes desejam e oferecem exatamente o que eles
querem. Fazem isto antes dos seus concorrentes e de forma 03. (Telebras - Analista Superior - Comercial –
que os seus produtos se tornem diferentes e atrativos para os CESPE/2015) Os sistemas de avaliação e de controle de
clientes. Assim, terão clientes satisfeitos e, tendo clientes vendas são utilizados para retroalimentar o processo de
satisfeitos, terão clientes fiéis. vendas e fundamentar possíveis ações corretivas direcionadas
à melhoria de pontos de vulnerabilidade e à diminuição de
De acordo com Kotler (2000), as empresas orientadas para desperdício nas vendas.
o marketing tinha uma preocupação constante com os desejos ( ) Certo ( )Errado
dos clientes.
Quando esses desejos mudam, as empresas procuram 04. (Telebras - Analista Superior – Comercial –
evoluir, orientando-se pelo que os clientes querem, buscando CESPE/2015) As etapas do planejamento de vendas incluem
formas que possam atendê-los. Devido à existência de um determinação dos objetivos de vendas; estimativa de
mercado cada vez mais competitivo no Brasil, as empresas, de potenciais e previsão de vendas; determinação do tamanho da
uma forma geral, assim como os vários tipos de organização a força de vendas; e determinação dos territórios e cotas dos
exemplo das escolas, precisam estar constantemente vendedores.
preocupados com os clientes. Se não puderem atendê-los, um ( ) Certo ( )Errado
concorrente poder fazê-lo, e, então, os competidores serão os
vencedores. A grande maioria das pessoas gostam de pizzas, e Respostas
diversos empresários, conscientes disso, montaram pizzarias.
Ocorre que nem sempre as pessoas estão dispostas a ir às 01. Resposta: B
pizzarias para saborear seus produtos. 02. Resposta: A
Novamente, procurando atender os clientes, estas 03. Resposta: Certo
empresas ofereceram o serviço de Entrega em Domicílio, 04. Resposta: Certo
conhecido por Disk-Pizza. Agora, contudo, estão diante de um
novo problema: os clientes não somente querem pizzas
entregues em casa, mas pizzas entregues em casa em no Técnicas de vendas de
máximo 10 minutos após o pedido. …um novo desafio a ser Produtos e Serviços bancários
enfrentado, ou seja, novamente retomando ao ponto que as
necessidades nunca são estáveis, estão em constante
e financeiros: planejamento,
mudanças. técnicas; motivação para
vendas

Técnicas de vendas de Produtos e Serviços


financeiros no setor bancário: planejamento, técnicas;
motivação para vendas

Técnicas de Vendas 10
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APOSTILAS OPÇÃO

O setor bancário4 ou financeiro é hoje no Brasil a maior Assim, surge outro termo importante nesse setor, o
representação em termos de lucro. marketing de relacionamento, aquele que tornará
Os bancos são importantes para a manutenção de compradores e vendedores parceiros, componentes de uma
atividades comerciais, porque além de oferecer serviços união de confiança. Um relacionamento a longo prazo pode se
financeiros, facilitam transações de pagamento e oferecem tornar uma parceria que renderá ótimos frutos, resultado de
crédito pessoal, ajudando no desenvolvimento do comércio uma venda efetuada de maneira correta, deixando o
nacional e internacional. O lucro dos bancos é conseguido comprador satisfeito e principalmente atendendo suas
através dos juros e das taxas cobradas pelas transações necessidades.
efetuadas e serviços contratados na instituição. Essa filosofia de marketing atua fortemente nas
Os sistemas financeiros existem desde a antiguidade, instituições bancárias, porém, nem todas as empresas que
quando os povos fenícios já utilizavam várias formas aplicam esse conceito parecem atingir seus objetivos de
diferentes de realizar pagamentos, como documentos de rentabilidade, a razão de ser do marketing.
créditos. No século XVII os bancos se firmaram, com o Anteriormente, os bancos não tinham o menor interesse
lançamento do dinheiro de papel (papel-moeda) pelo Banco de por marketing ou sequer consideração, relata Kotler (1998).
Estocolmo. As agências bancárias eram formadas em estilo pomposo, que
Hoje os bancos são regulados pelo Banco Central de cada impressionava o público. Essa suntuosidade demonstrava o
país. O Banco Central possui a função de emitir dinheiro, grau de importância transmitida ao cliente que, ao procurar o
captar recursos financeiros e regularem os bancos comerciais banco, justificava a sua necessidade de empréstimo parecendo
e industriais. Assim, eles estabelecem regras e controlam o estar pedindo um favor.
sistema financeiro geral de cada país. O setor permaneceu imutável, conservador e estável por
Nota que o setor bancário, sobretudo com relação a muito tempo, até a chegada das grandes mudanças no
prestação de serviços, tem um papel fundamental na economia mercado: as novas regulamentações, os novos clientes, a
nacional. Porém, apenas recentemente, este setor colocou os globalização e as fusões que criaram mega-bancos. Os clientes
clientes como centro das atenções na definição do foco dos tanto de bancos comerciais como os de varejos, passaram a ser
seus produtos e serviços. considerados alvo de conquista, tornando-se mais exigentes,
demandados e com mais e melhores produtos e serviços.
VENDAS X MARKETING Os bancos passaram a fazer muitas pesquisas de marketing
A venda não é uma atividade isolada, ela depende de uma para saber o que os clientes queriam. A mudança de postura,
estratégia de marketing bem elaborada. Assim, tem-se que em entrar definitivamente na era do marketing fez com que
Marketing não é vendas definitivamente. Talvez por serem essas organizações passassem por um aprendizado lento do
uma das partes mais visíveis do marketing, vendas, bem como marketing bancário.
a propaganda, são confundidas com o significado de
marketing. Vendas e propaganda fazem parte do que é Houve cinco estágios resumidos por Kotler (1998):
conhecido como marketing, que na verdade inclui diversas Fases do Marketing Bancário
outras atividades Castro e Neves (2005). 1° Fase Marketing é propaganda, promoções de vendas e
publicidade.
2° Fase Marketing é sorriso e uma atmosfera agradável.
3° Fase Marketing é segmentação e inovação.
O MARKETING BANCÁRIO PARA ALAVANCAR AS 4° Fase Marketing é posicionamento.
VENDAS. 5 Fase Marketing é análise, planejamento, implementação
e controle.
Cada vez mais as instituições oferecem produtos e serviços O conceito inicial de marketing para os bancos limitava-se
parecidos em qualidade e preço. Para atender aos clientes de a oferecer atrativos dos mais variados, como brindes e
maneira diferente esse meio acabou criando o seu próprio sorteios, objetivando a fazer captações em poupanças ou
marketing, o qual conhecemos hoje como “marketing aberturas de contas correntes, para competir com os
bancário”. concorrentes.
Posteriormente, perceberem que havia uma necessidade
O que diferencia o Marketing bancário dos demais é a de fidelizar seus clientes, pois atraí-los era fácil, a dificuldade
forma como as instituições comercializam seus produtos estava em transformá-los em clientes fiéis. Os bancos
e como os clientes são atraídos para as agencias, fazendo remodelaram suas agencias transformando-as em um
de uma simples venda uma interação humana entre ambiente modernizado, agradável, deixando de para trás a
vendedor e comprador. austeridade que os caracterizava. Houve também
treinamentos de funcionários quanto à qualidade do
Observe que outro aspecto responsável pelo marketing atendimento. Essa mudança deixou de ser um diferencial, pois
diferencial dos bancos é a imaterialidade de seus produtos. foi generalizada, e o cliente já não a considerava na escolha de
Imagine vender um seguro de vida que pode ser a solução para seu banco.
muitos problemas no futuro sem mostrar algo concreto aos Já na 3° fase, a nova ferramenta encontrada foi a inovação
olhos do cliente? É por meio do contato pessoal e também de dos produtos e segmentação de seus clientes. Criar
recursos físicos como decoração, arquitetura, layout, entre produtos novos para cada segmento-alvo também é facilmente
outros, que este serviço pode ser completado. Esta é a essência copiado pelos concorrentes, a diferenciação está na habilidade
da particularidade do marketing bancário. de inovação continua, estando sempre na frente dos
Outro ponto muito relevante e positivo no marketing concorrentes. A segmentação apresenta-se como diferencial
bancário é a qualificação, treinamento e preparo dos estratégico, desde que o banco tenha um posicionamento de
colaboradores. Cada vez mais os bancos investem em novas mercado e se estruture para atender a cada nicho.
tecnologias, treinamentos e profissionais altamente Posicionamento era o que estava faltando para completar
escolarizados com o objetivo de aumentar o relacionamento a segmentação. Isso foi implantado na 4° fase, quando se
com os clientes e vencer a concorrência. percebeu que nenhum banco pode ser melhor em tudo, e

4 Rosa Maria da S. Gomes. Marketing Bancário. Negretto, R. J. Fidelização de clientes bancários: Marketing de relacionamento
como base na estratégia de lealdade, Porto Alegre, 2007.

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APOSTILAS OPÇÃO

oferecer todos os produtos a todos os tipos de clientes. Se própria operacionalização das políticas, fornecendo-lhes,
todos anunciam, inovam, sorriem é necessário que cada um ainda, os meios necessários para tal, segundo os instrumentos
analise sua possibilidade e oportunidade, e defina com quem, disponíveis (Toledo, 1993:94).
com o que, e como vai trabalhar. Posicionamento é distinguir-
se dos demais em certos segmentos de mercado, mostrando Segundo Kotler: as responsabilidades básicas do
aos clientes essas distinções com qual eles se identificam e que gerente de produto estão divididas em seis tarefas:
melhor lhe satisfaçam. 1) Desenvolver uma estratégia concorrencial e de
O desempenho dos bancos sua sustentabilidade. Na 5° fase crescimento a longo prazo para o produto:
verificou-se a necessidade de se ter um sistema eficaz de 2) Preparar anualmente uma previsão de vendas e o plano
planejamento e controle de marketing. Um banco pode ser de marketing para o período;
ótimo em propaganda, cordialidade, inovação e 3) Atuar junto às agências de propaganda e no
posicionamento, mas precisa do planejamento e controle para marchandising, para desenvolver texto, programas e
obter o conhecimento que lhe oriente na mensuração do campanhas;
potencial de seu mercado, para planejar suas metas, ações e 4) Estimular o interesse e o apoio para o produto entre os
incentivos, inclusive medir seus resultados; do contrário, terá vendedores e os distribuidores;
grandes problemas no seu desempenho. 5) Coletar continuamente informações sobre o
desempenho do produto, sobre as atitudes de clientes e de
É então uma das tendências de marketing, a crescente distribuidores, sobre novos problemas e oportunidades; e
ênfase em desenvolver o relacionamento e em fidelizar 6) Iniciar melhorias de produto para satisfazer à evolução
seus clientes diz, Kotler (1998). das necessidades de mercado.

A teoria do passado focava a rentabilidade de uma AS VANTAGENS DO MARKETING BANCÀRIO


transação, o fechamento de uma venda. Atualmente a
rentabilidade é vista em longo prazo, na manutenção do -Planejamento detalhado de marketing voltado para
cliente. Muda a ideia de transação, para a construção de produtos individuais;
relacionamento. Indiretamente pose-se considerar tal -estabelecimento formalizado de um centro de integração
concepção a visualização da sustentabilidade da organização e de informação de diversas fontes de recursos bancários e não
em longo prazo, porque tendo clientes fiéis obtém-se o lucro bancários, indispensáveis ao êxito dos produtos e serviços;
que dá a sustentabilidade à empresa. -garantia de atenção individualizada ao planejamento,
desenvolvimento e venda de determinado produto,
COMO CUMPRIR A MISSÃO E ATINGIR OBJETIVOS possibilitando descobrir prontamente os seus problemas e
procurando encontrar soluções mais eficientes e eficazes;
Atualmente, para cumprir seus objetivos a instituição -definição mais detalhada do produto e de seus objetivos,
financeira deve dispor de um vasto arsenal de ferramentas em proporcionando uma posição mais vantajosa ao banco, em face
suas várias áreas. O esforço de comunicação do banco com o do seu ambiente de marketing, ou seja, maior capacidade de o
público assume, de maneira geral, algumas configurações, banco capitalizar para si as forças do mercado em
podendo aparecer sobre a forma de propaganda, de relações transformação e diminuir a ação da concorrência; e os
públicas ou de relações com a imprensa. Por exemplo: diversos recursos do banco que podem ser canalizados para a
comercialização de serviços bancários bem definidos.
Comunicação com o grupo: trata-se de uma exposição
dos serviços profissionais que podem ser oferecidos pelo Questão
banco a um grupo de clientes potenciais, procurando projetar
uma imagem refinada da organização como um todo; 01. (Banco do Brasil – Escriturário – FCC) As técnicas de
vendas podem ampliar a penetração de mercado de
Comunicação individual: o banco através de seus determinados produtos financeiros. Sabe-se que caminham,
funcionários especializados, deve procurar interagir em paralelo com o processo de marketing de relacionamento,
constantemente com clientes específicos e em bases o planejamento e a fidelização. Sobre esse assunto, é correto
individuais, a fim de conhecer melhor esses clientes e ampliar afirmar que
a linha de serviços oferecidos; (A) o especialista em vendas tem a função de apresentar o
produto, preocupando-se com a imagem e a credibilidade da
Vendas dos serviços profissionais: trata-se de uma instituição perante os clientes finais.
tarefa que consiste em identificar os profissionais que terão (B) o especialista em vendas se preocupa com a burocracia
condições de se envolver nas atividades do cliente, no que diz dos serviços para fidelização dos clientes.
respeito à resolução do seu problema financeiro específico, ou (C) as vendas visam prioritariamente ao crescimento da
que possam fornecer-lhe uma orientação segura, de modo a instituição, sem preocupação com os clientes.
reduzir a incerteza quanto os resultados das operações com o (D) as instituições não focam apenas os aspectos humanos
banco. e nem sempre se preocupam com sua imagem.
(E) as instituições focam a impessoalidade através do
Para o banco é muito importante o aspecto da qualidade sistema hierarquizado.
do serviço: eficiência e atitude. A eficiência está relacionada
com a capacidade dos equipamentos e das instalações do Resposta
banco e com o padrão correto de treinamento do pessoal que
cada tarefa exige. A atitude refere-se a um complexo de 01. Resposta: A
motivação, recompensa, satisfação no trabalho e novamente
treinamento.
Segundo Geraldo Luciano de Toledo: o departamento de
Marketing tem por missão assistir a presidência na preparação
de decisões relativas às estratégias e políticas de
desenvolvimento quantitativo e qualitativo dos recursos de
marketing, e auxiliar os encarregados da gerência de linha na

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APOSTILAS OPÇÃO

Produto, Preço, Praça,


Promoção

Mix de marketing (ou composto de marketing ou ainda 4 Ps de Marketing) é o conjunto de ferramentas de marketing que a empresa
utiliza para perseguir seus objetivos de marketing no mercado-alvo.

Este conceito clássico e muitas vezes incompreendido foi criado pelo professor Jerome McCarthy e difundido amplamente por
Philip Kotler, a autoridade em Marketing da atualidade.

Essas ferramentas são classificadas em quatro grupos amplos, denominados os 4Ps do marketing: produto, preço, praça (ou ponto-
de-venda) e promoção (do inglês product, price, place and promotion).

Basicamente, representam os quatro pilares de qualquer estratégia de marketing. Quando os 4 Ps estão em equilíbrio tendem a
conquistar o público.

As variáveis específicas de marketing sob cada P são mostradas na figura abaixo.

Figura: Os 4p’s ou Mix de Marketing.

Preço
- Qual o valor
oferecido pelo
produto?
- Já existem
referências na sua
área?
- O cliente é sensível
ao preço?
Produto
Promoção
- O que o cliente
quer do produto? - Onde você vai
Mercado- anunciar seu
- Quais atributos ele produto?
precisa ter? alvo
- Qual o melhor
-Como ele será momento para
usado? promover?
- Qual o nome?
Praça
- Onde o cliente
procura seu
produto?
- Como você pode
acessar canais de
distribuição?
- Onde os
concorrentes
estão?
Fonte: Adaptado de Shimoyama e Zela.5

A figura mostra a empresa preparando um mix de ofertas de produtos, serviços e preços, utilizando um mix de promoção, formado
por promoção de vendas, publicidade, força de vendas, relações públicas, mala-direta, telemarketing e internet, para alcançar os canais
de distribuição e os clientes-alvo.

5 SHIMOYAMA, C; ZELA, R.D. Administração de Marketing. Coleção Gestão Empresarial.

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Traduzidos do inglês, os 4Ps são definidos como:


Preço
- Product (Produto): o produto deve, com
Significa a soma de dinheiro que os clientes
obrigatoriedade, ser o produto desejado pelo cliente, dentro
estão dispostos a pagar para obter o produto/
das suas expectativas e que satisfaçam às suas necessidades.
serviço. Quando o gerente de
- Price (Preço): o cliente procurará um preço justo, que
marketing estiver resolvendo sobre o produto,
não deve ser nem muito elevado de modo que o cliente
ponto e promoção, deve também resolver sobre os
considere que não vale a pena comprá-lo. Nem tão baixo que o
preços. Ao estabelecer o preço, deve considerar a
leve a pensar que há algo de errado com o produto, a ponto de
natureza da competição no mercado em
recusá-lo.
perspectiva, bem como a possível
- Place (Ponto ou Distribuição): o produto desejado com
existência de práticas tais como vendas
um preço justo deve estar ao acesso do cliente, isto é, num local
em liquidação, com descontos ou sob condições
em que ele possa comprá-lo no momento que desejar.
especiais. Relaciona-se a Descontos, concessões,
- Promotion (Composto Promocional): há um provérbio
prazos de pagamento, condições de financiamento.
popular que diz: A propaganda é a alma do negócio. E,
Algumas Questões devem ser respondidas: Qual o
realmente, ele tem toda a razão, pois se não divulgarmos o
valor do seu produto ou serviço para o comprador?
produto aos clientes eles não saberão da sua existência e não
Quais as faixas de preço para produtos e serviços
poderão adquiri-lo.
em cada área de distribuição? Qual o
comportamento do cliente em relação ao preço?
O marketing mix é um conjunto de estratégias e táticas
Quanto ele está disposto a pagar pelo que você
criadas pelas empresas para ocupar um
oferece? Qual o limite de preço? Existe a
forte posicionamento nos mercados alvos. A natureza do
necessidade criar ações de preço específicas para
marketing mix está na necessidade de um mercado
segmentos de público (pessoas jurídicas, clientes
a conquistar. Marketing mix é um composto mercadológico.
fieis)?
Composto por se tratar de um conjunto de elementos usados
pelas empresas para satisfazer os consumidores
e mercadológico porque a empresa utiliza esses elementos  Como seu preço se compara ao
para atuar no mercado.
de seus competidores?
É grande o número de caminhos que podem ser seguidos
para satisfazer os consumidores. Um produto, por exemplo, Praça
pode ter diferentes características, como cores, sabor, Também conhecido como ponto-de-venda ou canal
aparências. A embalagem pode ser de diferentes tamanhos, de distribuição e pode ser descrito como sendo uma
materiais e visuais. Vários meios de comunicação podem rede organizada de órgãos e instituições que, em
ser utilizados, como TV, rádio, revistas, jornais. Preços combinação, executam todas as funções necessárias
e formas de pagamento diferentes podem ser oferecidos. Os para ligar os fabricantes aos usuários-finais a fim de
nomes dos produtos, os preços, descontos, podem mudar. As realizar a tarefa de marketing. De uma forma mais
vendas podem variar de uma localidade para outra. Cada fator simples, distribuição em marketing significa
representa um elemento do mix de marketing. disponibilizar o produto ou serviço ao cliente da forma
mais fácil e conveniente para ser adquirido. Refere-se a
Canais, Cobertura, Locais, Estoque, Transporte. As
perguntas para definir da melhor forma a Praça, são:
Produto / Serviço Onde seu público costuma procurar pelos seus produtos
A área de produto diz respeito ao e serviços? No caso de estabelecimentos físicos (pontos
desenvolvimento do produto certo para os de venda), quais os tipos específicos? No caso de
consumidores alvos. É a combinação de bens e estabelecimentos virtuais e online, quais (ecommerce,
serviços que a empresa oferece aos consumidores catálogo, redes sociais)? Como a empresa pode acessar
alvos. É importante se questionar Quais as os melhores e mais efetivos canais de distribuição?
necessidades e/ou desejos que seu Essas respostas, junto ao estudo dos outros pilares, vão
produto/serviço deve satisfazer junto à clientela? ajudar a definir onde e como sua empresa deve estar
Quais as funções que ele deve desenvolver para acessível para os consumidores.
atingi-las? Como, quando e onde o cliente irá
utilizá-lo? Como ele é fisicamente? Assim, ao
desenvolver o produto/serviço a empresa irá
decidir sobre: a seleção do produto/serviço ou
linhas, aumento ou diminuição dos componentes
de uma linha de produto/serviço, marca (se usará
marca própria ou licenciada por exemplo),
funcionalidades, embalagem, padronização,
classificação, qualidade, desing, características,
tamanho, cores, diferenciação e garantias. Aqui
também é o momento de entender o Ciclo de Vida
do seu Produto ou Serviço (se está em introdução,
crescimento, maturidade ou declínio).

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APOSTILAS OPÇÃO

II. Necessidades de geração de caixa podem interferir na


política de preço dos produtos.
Promoção
III. A redução de preço pode ser associada à redução da
Esqueça o sentido de liquidações. A promoção
qualidade percebida pelo cliente.
tem o sentido de Promover a marca da empresa ou
dos produtos e fazer com que a mensagem de
Marque a alternativa CORRETA:
marketing da marca chegue aos ouvidos certos.
Transformar a empresa, de mera desconhecida, em
(A) apenas as frases I e II são verdadeiras.
possível solução para necessidades e desejos de um
(B) apenas as frases I e III são verdadeiras.
cliente por meio de uma comunicação adequada. A
(C) apenas as frases II e III são falsas.
promoção é um incremento nas vendas. Significa
(D) as frases I, II e III são verdadeiras.
tornar fácil o consumo do seu produto/serviço;
tornar fácil para o consumidor adquiri-lo. Influencia
03. (Petrobras - Técnico de Comercialização Logística
as atitudes dos consumidores, visa à atração do
Júnior – CESGRANRIO) A gestão integrada do produto, preço,
cliente para adquirir seu produto/serviço. Através da
distribuição e promoção constitui a abordagem tática da
promoção, as empresas tentam incrementar a
administração mercadológica, também denominada
procura e a efetivação das vendas. As três mais
(A) merchandising
importantes atividades promocionais são:
(B) composto promocional
publicidade, a venda pessoal e a promoção de vendas
(C) marketing de relacionamento
propriamente dita. Refere-se, então, à Publicidade,
(D) mix de marketing
Força de vendas, Marketing direto. Questões
(E) pesquisa de mercado
importantes? Quando e onde você pode passar
adiante, de forma efetiva, as mensagens de marketing
Respostas
do seu negócio para o seu público-alvo? Quais os
melhores canais (TV, rádio, internet, impressos) e
01. Resposta: A
ações de relações públicas para apresentar as suas
02. Resposta: D
soluções para possíveis clientes? Seu mercado é
03. Resposta: D
sazonal (ovos de páscoa, árvores de natal)? Qual,
então, deve ser o calendário para poder aproveitar as
chances de aumentar as vendas e promoções?

Como os seus competidores fazem a promoção de Vantagem competitiva


seus produtos e serviços? Qual a influência deles
sobre as suas ações?

Vantagem Competitiva6
Com base nisso, utilizar as ferramentas do mix de
marketing é fundamental para que uma empresa tenha O que é vantagem competitiva? O que é um diferencial?
vantagens em um ambiente competitivo. Para tanto, é
necessário analisar os consumidores e o mercado. Diferencial é tudo aquilo que faz com que algo ou alguém
Também é relevante que os 4P’s de marketing sejam fique diferente.
coerentes entre si e que transmitam a mesma mensagem.
Vantagem competitiva ou diferencial competitivo é
Questões uma ou um conjunto de características que permitem a uma
empresa diferenciar-se, por entregar mais valor aos seus
01. (PETROBRÁS – Técnico de Comercialização clientes, em comparação aos seus concorrentes e sob o ponto
Logística Junior - CESGRANRIO) A diretoria de uma empresa de vista dos clientes.
se reuniu ao longo de várias horas e, ao fim da reunião,
anunciou aos demais funcionários suas decisões a respeito de Como a vantagem competitiva é algo que torna a sua
locais de venda de seus produtos e das áreas de atuação de empresa - ou você - diferente para melhor, aos olhos dos seus
cada gerência regional, além da nova política de gestão de clientes, também é conhecida como diferencial competitivo.
estoque. Tendo em vista o composto de marketing da empresa,
são classificadas as decisões da diretoria como decisões de A definição de Porter (1996) é que vantagem competitiva
(A) praça é um desempenho econômico superior à média do setor no
(B) preço qual uma empresa compete.
(C) produto
(D) promoção A rentabilidade média de um setor é definida pela
(E) comunicação intensidade das forças competitivas presentes no setor e a
estratégia competitiva de uma empresa é a busca por uma
02. (PRODEMGE - Analista de Gestão Administrativa posição competitiva favorável em uma indústria (PORTER,
FUMARC) O preço é considerado uma variável que, junto aos 1996).
demais elementos do composto de marketing, determina a
percepção que os consumidores criam sobre a oferta de Conclui-se que, para o alcance de uma vantagem
produtos ou serviços. Analise as frases a seguir. competitiva sustentável, a empresa deve escolher e seguir uma
I. O preço pode variar de acordo com o amadurecimento estratégia baseada nas forças competitivas presentes em uma
do produto no mercado. indústria. Dessa forma, supõe-se que as empresas escolhem
estratégias de acordo com suas análises do ambiente de

6 FARIA, C.A.de.
Vantagem competitiva: O que e como? Boletim Eletrônico Semanal. 20.htm.
Disponível em: http://www.merkatus.com.br/10_boletim/1

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APOSTILAS OPÇÃO

competição. A interpretação do ambiente, porém, varia entre


as empresas (KIM; LIM, 1988), o que justifica que estas - Se os concorrentes têm bom atendimento, bom
escolham diferentes estratégias. atendimento não é vantagem competitiva, é obrigação.
- Ou se os concorrentes usam o conhecimento para
VANTAGEM COMPETITIVA, ou diferencial competitivo, criar ofertas de valor para o cliente, o uso de
para um dado segmento de mercado, é a razão pela qual os seus conhecimento é uma obrigação para a sua empresa
clientes escolhem a oferta da sua empresa, e não a dos seus competir no mercado, não uma vantagem competitiva.
concorrentes, exatamente porque sua oferta tem algo - a
vantagem competitiva - que eles buscam e é única ou melhor do Vantagem competitiva é sempre algo que realça a sua
que a oferta dos concorrentes. oferta sobre a oferta dos concorrentes. Por isso, relativa.
Duas empresas podem oferecer ao mercado os mesmo
Vantagem Competitiva é o que faz com que a sua oferta seja produtos, pelo mesmo preço, no mesmo ponto de venda, mas
a escolhida pelos seus clientes e clientes potenciais, dentre podem realizar a Administração de Vendas de maneiras
todas as ofertas disponíveis no seu mercado de atuação. diferentes. Esse diferencial que faz com que o produto ou
serviço seja prestigiado pelos clientes, idealizando-os a ponto
Você, com certeza já ouviu falar que "isto" ou "aquilo" é de retornarem a comprar o produto ou serviço por mais de
uma vantagem competitiva, por exemplo: uma vez.

- atendimento como vantagem competitiva; Ma (1999) propõe que a vantagem competitiva está
- o conhecimento como vantagem competitiva; baseada em pilares espontâneos ou estratégicos, isto é, ela
- a criatividade como vantagem competitiva; pode surgir do ambiente ou da pura sorte, ou vir de estratégias
- inovação como vantagem competitiva. de competição ou colaboração.

Na realidade podemos definir como vantagem competitiva Segundo Besanko et al. (2006), uma vantagem competitiva
as estratégias que uma empresa defini para conseguir estar à pode aparecer de três formas básicas em uma empresa:
frente de seus concorrentes, de maneira que consiga oferecer a) da inovação, com a criação de algum fator novo que lhe
uma oferta de valor ou um diferencial ao produto ou serviço permita obter algum tipo de vantagem na competição;
que está ofertando no mercado. b) da evolução, que é a melhoria da organização como um
todo (em seus processos, por exemplo);
Na realidade a vantagem competitiva faz parte da c) do ambiente doméstico da empresa, que pode oferecer
configuração do Planejamento Estratégico. O mesmo é uma condições favoráveis ou bloquear sua capacidade de atingir
orientação que direciona ações em prol da realização de resultados superiores.
objetivos organizacionais. Toda empresa possui a Missão,
Visão e Valores, são esses três elementos que norteiam as A ideia de que o ambiente é fonte de vantagem competitiva
condutas e práticas dos colaboradores. Esses mesmos baseia-se na teoria de Porter (1992), que identifica que
elementos também norteiam as condutas dos colaboradores algumas condições do ambiente doméstico favorecem algumas
que planejam, aplicam, controlam e monitoram as ações empresas em determinados setores. O país de origem ainda
competitivas. pode dar vantagem competitiva a uma empresa por ter
influência na percepção de qualidade superior de um
Quando uma empresa identifica um gap em um processo determinado produto pelo consumidor (AGRAWAL;
ou fluxo, geralmente a empresa realiza um diagnóstico KAMAKURA, 1999).
pautado em ferramentas estratégicas. Dessa forma a empresa
consegue identificar onde estão as falhas, os motivos que estão Os tipos de Vantagens Competitivas
impulsionando o seu surgimento, em que estão afetando, o que
pode ser aplicado de melhorias para sanar os gaps e alavancar Há duas maneiras de se ter uma vantagem competitiva:
os negócios. ser único (a melhor) ou ser diferente (a mais comum).

Sendo assim o Planejamento Estratégico contribui muito Dentre os Fatores Chave de Sucesso: (Relevância,
para a identificação, diagnóstico e correção de possíveis gaps, Reconhecimento, Receptividade, Responsividade e
bem como no desenvolvimento de uma oportunidade. Relacionamento), os 5Rs, o Reconhecimento é que trata da
vantagem competitiva.
Essa preocupação na estrutura e manutenção do
Planejamento Estratégico é importante para manter uma O "Reconhecimento" refere-se a você ter um serviço
empresa sempre atualizada e em busca de novas tecnologias e único ou diferente para os seus clientes, refere-se a você
ferramentas para a melhoria na gestão. Sendo assim o produzir um serviço ou produto com características que levem
Planejamento Estratégico é um propulsor da vantagem o cliente a comprar de você e não dos concorrentes. Então
competitiva, pois toda empresa que possui consegue traçar "Reconhecimento" e vantagem competitiva têm o mesmo
estratégias mais eficazes. conceito.

As vantagens competitivas somente serão vantagens e Mas o que caracteriza uma vantagem competitiva?7
competitivas quando e se ajudarem a estabelecer uma oferta
com características que forneçam razões para os seus clientes Qualquer vantagem competitiva deve ter as seguintes
escolherem a sua oferta, e não a oferta dos seus concorrentes. características:

Vantagem competitiva pode ser considerado como uma 1. A vantagem competitiva precisa ter valor para os
posição relativa dentro do seu mercado ou segmento de clientes.
atuação. Então, observe: Não basta ser diferente ou único, essa diferença ou unicidade

7 FARIA, C.A.de.
Vantagem competitiva: O que e como? Boletim Eletrônico Semanal. 20.htm.
Disponível em: http://www.merkatus.com.br/10_boletim/1

Técnicas de Vendas 16
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APOSTILAS OPÇÃO

precisa ser desejada, buscada, almejada pelos seus clientes. Faça com que o seu público alvo saiba, experimente, veja,
Uma vantagem competitiva que não agregue valor para os saboreie, absorva, vibre, mate o desejo com a sua vantagem
clientes, que eles não tenham interesse, não é vantagem competitiva, com esse diferencial que você tem, que é a razão
competitiva, é desperdício. da escolha dos seus clientes por você.
Ponha o seu bloco na rua e anuncie aos quatro ventos, sem
2. A vantagem competitiva não pode ter outras vergonha de ser feliz e sem medo do sucesso.
vantagens competitivas substitutas disponíveis
prontamente aos concorrentes. 4º - Cumpra o prometido.
Se os concorrentes não podem copiar a vantagem Cuide para que o anunciado seja entregue. Isso pode
competitiva, mas podem substituí-la, então o impacto dessa significar ficar de olho em tecnologia e conhecimento,
vantagem é neutralizado. personificados nos seus empregados. E também na prevenção
do erro (indesejado, mas inevitável), e os respectivos
3. A empresa precisa ter os recursos e a capacidade procedimentos na sua ocorrência, devem estar estabelecidos e
para fornecer a vantagem competitiva para os clientes de constantemente atualizados.
forma constante e consistente.
Se a empresa não possui os recursos, ou não tem algumas Questões
capacidades necessárias, a vantagem competitiva terá vida
curta. Fará com que a empresa invista e perca os recursos na 01. (MPE-SC - Analista do Ministério Público – FEPESE)
tentativa de desenvolver essa vantagem competitiva. O conceito de “vantagem competitiva” refere-se a:
(A) Um desenvolvimento sustentável.
4. A vantagem competitiva precisa ser sustentável. (B) Uma comissão de negócios internacionais para gerar
Se a vantagem competitiva não puder ser sustentada ao competição.
longo do tempo, se ela puder facilmente ser copiada pela (C) Uma vantagem que uma organização possui em relação
concorrência, então a vantagem competitiva não dura e a aos seus concorrentes, que geralmente se reflete em um
empresa não obtêm vantagens no seu mercado de atuação. desempenho econômico-financeiro superior.
Para você trabalhar com o (D) Uma comissão gerada pela ONU que visa proporcionar
"Reconhecimento": diferencial ou vantagem competitiva, uma competição leal no ambiente de globalização.
são necessários quatro passos a serem praticados sempre, (E) Uma organização que tem a vantagem de atuar em um
continuamente: ambiente globalizado e competitivo.

Algumas dicas que as empresas precisam tomar para 02. (Secretaria da Criança – DF - Especialista
que consiga manter a vantagem competitiva:8 Socioeducativo – Administração – FUNIVERSA/2015) A
vantagem competitiva é um dos componentes da estratégia.
1º - Fique de olho na concorrência. Uma vantagem competitiva que as organizações podem
Para ter e manter uma vantagem competitiva você precisa desenvolver é o(a)
ser único ou diferente. Para você ter essa garantia fique de (A) disponibilidade de assistência técnica após as vendas.
olhos bem abertos sobre os concorrentes. Se possível, tenha (B) acesso a insumos abundantes e de baixo custo.
amigos ou conhecidos de confiança que sejam clientes dos seus (C) atuação em mercados altamente competitivos.
mais importantes concorrentes para detectar (D) dependência de recursos em mercados de crédito com
antecipadamente possíveis diferenciações, cópias ou grande seletividade.
substituições que estejam sendo preparadas por eles. (E) escassez de mão-de-obra especializada.

2º - Faça a diferença. 03. (CEFET-RJ – Administrador – CESGRANRIO) Dada a


Só há três maneiras de sua empresa atuar e se manter no proximidade geográfica de uma empresa em relação ao seu
mercado: principal fornecedor de carvão, foi possível para essa empresa
- copiar, criar mais valor econômico que seus concorrentes. Prevê-se,
- inovar ou porém, que, em um ano, a mina de carvão estará exaurida, e a
- revolucionar. empresa passará a ter de buscar matéria-prima de
fornecedores mais distantes, da mesma forma que seus
A cópia é o que os concorrentes tentam fazer com a sua concorrentes já vêm fazendo.
vantagem competitiva. Do ponto de vista da administração estratégica, a situação
Quando você atua na inovação, na melhoria contínua do retratada é um exemplo de:
seu diferencial, você busca manter a distância dos seus (A) paridade competitiva
concorrentes, ou ampliar esta distância. (B) alavancagem competitiva estratégica
(C) vantagem competitiva temporária
Se você é único na sua oferta ao mercado, se só você oferta (D) medida estratégica vantajosa
esse serviço ou produto, ou característica destes, é porque (E) medida econômica de vantagem competitiva
você foi um revolucionário. Após a sua revolução você pode
melhorar continuamente o seu serviço e cair na inovação, ou 04. (SEDUC-RJ - Diretor Adjunto de Unidade Escolar –
providenciar uma nova revolução (difícil, mas desejável). CEPERJ) A vantagem de longo prazo de qualquer estratégia
requer que a vantagem competitiva seja:
3º - Bote a boca no mundo. (A) incremental
Já que você tem "Reconhecimento" no mercado por ser (B) sustentável
único ou diferente, por você ter uma vantagem competitiva, (C) única
anuncie, divulgue, publique, faça das tripas coração, mas faça (D) pioneira
chegar ao ouvido, ao âmago do seu cliente potencial que você (E) inovadora
tem esse bendito diferencial.

8 FARIA, C.A.de.
Vantagem competitiva: O que e como? Boletim Eletrônico Semanal. 20.htm.
Disponível em: http://www.merkatus.com.br/10_boletim/1

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APOSTILAS OPÇÃO

Respostas

01. Resposta: C
02. Resposta: A
03. Resposta: C
04. Resposta: B

Como lidar com a


concorrência

Identificação dos concorrentes, é importante conhecer


quem são seus concorrentes. O Citigrup sabe que o Bank of
America é seu maior concorrente, no Brasil, os cinco maiores
bancos são Itaú, Bradesco, Banco do Brasil, Santander e Caixa O conjunto dessas forças determina o potencial de
Econômica Federal. Ressalta-se que apesar de parecer simples desempenho. A análise das ameaças relacionadas ao modelo
identificar um concorrente, podemos citar, a Coca-Cola e a de Porter permite identificar os elementos da estrutura de um
PepsiCo, a faixa de concorrentes potenciais de uma empresa dado setor e determinar a importância de cada um deles nesse
pode ser bem mais ampla. Uma empresa está mais propensa a contexto. Desta forma, é possível compreender a
ser atingida por novos concorrentes ou novas tecnologias do complexidade e os fatores críticos dos concorrentes internos e
que por concorrentes já existentes. Muitas empresas não externos que ameaçam o desempenho e desenvolver
perceberam que seus concorrentes mais temíveis estão na estratégias para neutralizá-los.
Internet. As Cinco Forças que causam impacto sobre a lucratividade
A construção de marcas fortes exige um aguçado em um setor, determinam à intensidade da concorrência no
conhecimento sobre a concorrência e esta se acirra cada vez mesmo, sendo que a força ou as forças mais acentuadas
mais a cada ano que se passa. Novas ameaças surgem de toda predominam e tornam-se cruciais do ponto de vista da
a parte – concorrentes globais ávidos pelo crescimento das formulação de estratégias. Portanto é importante que cada
vendas em novos mercados; concorrentes virtuais buscando uma dessas forças seja avaliada, em um nível de detalhamento
maneiras lucrativas de expandir sua distribuição; marcas considerável, para que uma empresa possa desenvolver
próprias e marcas de lojas criadas para oferecer alternativas estratégias competitivas eficazes.
mais baratas e compensatórias; e extensões de marcas criadas O modelo de Porter se sustenta na ideia de que as forças
por megamarcas objetivando alavancar seus pontos fortes e que atuam no sentido de aumentar a concorrência em um dado
ingressar em novas categorias. setor interferem na taxa de retorno sobre o capital investido,
aproximando-o da taxa competitiva básica, ou retorno de
Visando traçar e implementar com eficiência as melhores mercado livre.
estratégias de posicionamento de marca, as empresas devem Após abordar sobre o conceito do Modelo de Porter,
prestar a máxima atenção aos seus concorrentes. Os mercados vamos apresentar o que especificamente significa cada
se tornaram competitivos demasiadamente para focar apenas uma das forças, e o que representa para a as Vendas de
no consumidor final. Para entender melhor como lidar com uma empresa.
esta concorrência, será apresentado a seguir o Modelo de
Porter (KOTLER; KELLER9, 2006).

Modelo de Porter

O modelo das Cinco Forças de Porter, pode ser


compreendido como uma ferramenta que auxilia a definição
de estratégia da empresa e leva em consideração tanto o
ambiente externo como o interno. O conhecimento das fontes
subterrâneas da pressão competitiva constitui-se nos pilares
da agenda estratégica para a ação. Elas realçam os pontos
fortes e os pontos fracos mais importantes da empresa,
inspiram seu posicionamento no setor, ilumina as áreas em
que as mudanças estratégicas talvez proporcionem o maior
retorno e identificam os pontos em que as tendências setoriais
são mais significativas em termos de oportunidades ou
ameaças.
As Cinco Forças de Porter, causam impacto sobre a
lucratividade em um dado setor, diagramadas na Figura 1.
Cada uma delas deve ser analisada em um nível de
detalhamento considerável, pois para uma empresa
desenvolver uma estratégia competitiva precisa estar em
consonância com tal estrutura. Tais influências externas são:

9KOTLER, P. & KELLER K. L. Administração de Marketing: a bíblia do marketing.


12. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006.

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APOSTILAS OPÇÃO

O modelo possibilita analisar o grau de atratividade de um barreiras à mobilidade, quando tentar penetrar em segmentos
setor da economia. Este modelo identifica um conjunto de de mercados mais atraentes.
cinco forças que afetam a competitividade, dentre os quais
uma das forças está dentro do próprio setor e os demais são As empresas constantemente se deparam com barreiras à
externos. saída, como obrigações legais ou morais perante os clientes,
Sendo assim o modelo das cinco forças de Porter permite credores e funcionários; restrições governamentais; baixo
analisar o grau de atratividade de um setor da economia. Ele valor de patrimônio recuperável devido à superespecialização
identifica os fatores que afetam a competitividade, dentre os ou obsolescência; falta de oportunidades alternativas;
quais uma das forças está dentro do próprio setor, sendo que integração vertical elevada, e barreiras emocionais.
os demais são externos.
Ou, como afirma Aaker (2007), “a atratividade de um Estrutura de custos:
segmento ou mercado, medida pelo retorno de longo prazo
sobre o investimento de uma empresa média, depende, em Cada setor tem uma certa composição de custos que
grande parte, dos cinco fatores que influenciam a moldará em grande parte sua conduta estratégica. Por
lucratividade”. exemplo, a indústria siderúrgica envolve custos elevados de
As forças de Porter servem para diagnosticar o mercado e fabricação e matéria prima; a fabricação de brinquedos
dessa forma traçar estratégias frentes aos concorrentes. Assim envolve custos elevados de distribuição e marketing. As
como a análise dos 4 P’s, contribuem principalmente para que empresas usam estratégias para reduzir seus custos. A
uma empresa posicione seu produto ou serviço empresa siderúrgica com instalação mais moderna (por
estrategicamente no mercado e consiga estabelecer exemplo, mais eficiente em termos de custo) terá uma grande
competitividade. vantagem sobre outras empresas do setor siderúrgico.

CONCEITO SETORIAL DA CONCORRÊNCIA Grau de integração vertical

Setor é um grupo de empresas que oferecem um produto As empresas consideram vantajosa a integração
ou uma categoria de produtos que são substituídos próximos retrógrada ou à frente (integração vertical). Os principais
uns dos outros. produtores de petróleo atuam na exploração do petróleo, na
perfuração de poços, na fabricação de produtos químicos e no
Setores são classificados segundo a quantidade de atendimento a postos de gasolina. A integração vertical
empresas vendedoras; os níveis de diferenciação do produto; freqüentemente reduz os custos, e a empresa ganha uma
a presença ou não de barreiras à entrada, à modalidade e à porção mais ampla do fluxo de valor agregado. Além disso, as
saída; as estruturas de custo; o grau de interação vertical, e o empresas verticalmente integradas manipulam os preços e os
grau de globalização. custos em diferentes pontos da cadeia de valor, a fim de lucrar
onde os impostos são menores.
Quantidade de empresas vendedoras e nível de
diferenciação Grau de globalização

O ponto de partida para descrever um setor é especificar a Alguns setores são altamente regionais (como o de
quantidade de empresas vendedoras que atuam nele e definir jardinagem); outros são globais (como os de petróleo, motores
se o produto é homogêneo ou altamente diferenciado. Tais para aeronaves e câmaras fotográficas). As empresas dos
características dão origem a quatro tipos de estrutura setorial: setores globais precisam competir de maneira global, se
quiserem alcançar economias de escala e se manterem
1- Monopólio puro: somente uma empresa fornece um atualizadas.
certo produto ou serviço em determinado país ou região.
2- Oligopólio: uma pequena quantidade de (geralmente) CONCEITO DE MERCADO DA CONCORRÊNCIA
grandes empresas que fabricam produtos que variam de
altamente diferenciados a padronizados. Além da abordagem setorial, podemos identificar
3- Concorrência Monopolista: muitos concorrentes são concorrentes que utilizam a abordagem de mercado:
capazes de diferenciar suas ofertas no todo ou em parte concorrentes são empresas que atendem as mesmas
(restaurantes, lojas de produto de beleza). Os concorrentes necessidades dos clientes. Por exemplo, um cliente que
enfocam os segmentos do mercado em que podem atender às compra um processador de textos quer na verdade “algo que
necessidades dos clientes de modo superior e impor um preço possa escrever” – uma necessidade que pode ser atendida por
premium. lápis, caneta ou máquina de escrever, o conceito de mercado
4- Concorrência pura: muitos concorrentes oferecem o da concorrência abre um amplo leque de concorrentes reais e
mesmo produto e serviço (mercado de ações, mercado de potenciais.
commodities). Uma vez que não há uma base para
diferenciação os preços dos concorrentes são praticamente os ANÁLISE DOS CONCORRENTES
mesmos.
Quando a empresa identificar seus principais
Barreiras à entrada, à mobilidade e à saída concorrentes, ela deve descobrir suas características,
especificamente suas estratégias, seus objetivos, suas forças e
Os setores diferem em grande parte no que diz respeito à fraquezas e seus padrões de reação.
facilidade de entrar nele. É fácil abrir um novo restaurante,
porém é difícil ingressar no setor aeronáutico. Entre as Estratégias: Um conjunto de empresas que adotam a
principais barreiras à entrada estão a necessidade de muito mesma estratégia em um determinado mercado alvo é
capital; economias de escala; exigências de patentes e chamado de grupo estratégico. Uma empresa precisa
licenciamento; escassez de locais, matérias primas ou monitorar continuamente as estratégias de seus concorrentes.
distribuidores, e exigências de reputação. Até mesmo depois Concorrentes engenhosos reveem suas estratégias
que uma empresa ingressa em um setor, ela pode enfrentar as constantemente.

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APOSTILAS OPÇÃO

Objetivos: O que cada concorrente está buscando no 1 Identificar os principais atributos de valor para o
mercado, o que impulsiona o comportamento de cada cliente: pergunta-se aos clientes que atributos e níveis de
concorrente. Muitos fatores moldam os objetivos de um desempenho eles procuram ao optar por um produto ou
concorrente, incluindo porte, histórico, administração atual e fornecedor.
situação financeira. 2 Avaliar a importância quantitativa dos diferentes
atributos: pede-se aos clientes que classifiquem a
Forças e fraquezas dos concorrentes: se os concorrentes importância dos diferentes atributos. Se os clientes divergem
poderão ou não realizar suas estratégias e atingir suas metas. muito em suas escalas de importância, eles devem ser
Uma empresa precisa coletar informações sobre as forças e agrupados em segmentos de clientes diferentes.
fraquezas de cada concorrente e pode analisar qual a ocupação 3 Avaliar o desempenho da empresa e dos
do concorrente em uma das seis posições competitivas que concorrentes quanto aos diferentes valores para os
são: dominante; forte; favorável; sustentável; fraca e inviável. clientes em relação à sua escala de importância: os clientes
classificam o desempenho da empresa e o dos concorrentes
Padrões de reação dos concorrentes: todo concorrente em cada atributo.
tem uma determinada filosofia de realização de negócios, uma 4 Examinar como os clientes de um segmento
certa cultura interna e convicções que o guiarão. A maioria das específico classificam o desempenho da empresa em
empresas pertence a uma das quatro categorias: relação a um importante concorrente, atributo por
atributo: se o oferecido pela empresa exceder o oferecido pelo
1 Concorrente cauteloso ou omisso: é o concorrente que concorrente em todos os atributos importantes, a empresa
não reage com rapidez ou firmeza a um movimento do rival; pode cobrar um preço mais elevado (e com isso obter lucros
2 Concorrente seletivo: é um concorrente que reage elevados) ou cobrar o mesmo preço e conquistar maior
somente a determinados tipos de ataque. Ele pode reagir a participação de mercado.
cortes de preço e não ao aumento de gastos com propaganda; 5 Monitorar os valores para o cliente ao longo do
3 Concorrente arrojado: é o concorrente que reage tempo: a empresa deve refazer periodicamente seus estudos
rapidamente e com firmeza a qualquer ataque relacionados ao valor para o cliente e às posições dos
4 Concorrente imprevisível: é o concorrente que, como o concorrentes quanto às mudanças econômicas, tecnológicas e
nome já diz, não exibe um padrão de reação previsível. Não há de características.
meio de prever a ação do concorrente com base em sua
situação econômica, seu histórico ou qualquer outro fator. Categorias de concorrentes
Após a empresa ter conduzido sua análise de valor para os
SISTEMA DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA clientes, ela pode concentrar seu ataque em um dos seguintes
grupos de concorrentes:
Há quatro principais etapas ao se projetar um sistema de Fortes versus Fracos: a maioria das empresas direciona
inteligência competitiva: estabelecimento do sistema, coleta seus ataques aos concorrentes fracos, por isso exige menos
de informações, avaliação e análise de dados e disseminação recursos por participação de mercado conquistada. No
das informações. entanto, ao atacar os concorrentes fracos, a empresa conquista
pouco em termos de aprimoramento de suas capacidades. A
Estabelecimento do Sistema: a primeira etapa exige a empresa também deve competir com seus concorrentes fortes,
identificação dos principais tipos de informações para acompanhar os melhores. Até os concorrentes fortes
competitivas, a identificação das melhores fontes dessas possuem fraquezas – e a empresa pode provar ser um
informações e a indicação de alguém que se responsabilize por oponente de peso.
administrar o sistema e seus serviços. Próximos versus distantes: a maioria das empresas
Coleta de informações: as informações são coletadas compete com os concorrentes que mais se parecem com elas.
continuamente no campo (equipe de vendas, canais, A Chevrolet concorre com a Ford, não com a Jaguar. Ao mesmo
fornecedores, institutos de pesquisa de mercado, associações tempo, a empresa deve evitar a tentativa de destruir o
de classe), a partir das pessoas que fazem negócios com os concorrente mais próximo.
concorrentes, da observação dos concorrentes e de Bons versus Maus: Todo setor contem concorrente bons
informações publicadas. e maus. Uma empresa deve auxiliar seus concorrentes bons e
atacar seus concorrentes maus. Os concorrentes bons atuam
Avaliação e análise dos dados: as informações são segundo as regras do setor: eles fazem suposições realistas
conferidas à sua validade e confiabilidade, depois são sobre o potencial de crescimento do setor, estabelecem preços
interpretadas e organizadas. que tem uma relação razoável com os custos; favorecem um
Disseminação das informações: informações-chave são setor saudável; limitam-se a uma parcela ou segmento do
enviadas para os responsáveis pelos processos decisórios setor; motivam outros a reduzir custos ou aumentar a
relevantes e as dúvidas dos gerentes. Com um sistema bem diferenciação, e aceitam o nível geral de sua participação e de
planejado, as empresas recebem informações sobre os seus lucros. Concorrentes maus tentam comprar participação,
concorrentes na hora certa por telefonemas, boletins em vez de conquista-la; arriscam-se muito; investem em
informativos, circulares e relatórios. capacidade excessiva, e tumultuam o equilíbrio do setor.

CONCORRENTES A SEREM ATACADOS OU EVITADOS ELABORAÇÃO DE ESTRATÉGIAS COMPETITIVAS


Podemos fazer mais descobertas quando classificamos as
A partir de um sistema bom e competitivo, os gerentes empresas pelo papel que elas desempenham no mercado alvo:
terão mais facilidade para formular suas estratégias líder, desafiante, seguidora ou ocupante de nicho de mercado.
competitivas.
Estratégias de Líder de Mercado
Análise do valor para o clientes Muitos setores possuem uma empresa reconhecida como
Frequentemente os gerentes conduzem uma análise do líder de mercado. Essa empresa tem a maior participação de
valor para o clientes, a fim de descobrir as forças e fraquezas mercado para determinado produto. Geralmente, isso acaba
da empresa em relação aos concorrentes. As principais etapas levando as outras empresas a mudar preços, lançar novos
desta análise são: produtos, implementar sua cobertura de distribuições e

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APOSTILAS OPÇÃO

intensificar suas promoções. Alguns dos líderes de mercado desafiante com menos recursos do que seu oponente. Os
mais conhecidos são a Kodak (fotografia), a Microsoft ataques pelo flanco são bem mais propensos ao sucesso do que
(softwares), Xerox (copiadoras), Coca-Cola (refrigerantes), os ataques frontais.
Caterpillar (equipamentos de terraplanagem). Ataque de cerco: é um esforço para lançar mão sobre uma
A menos que uma empresa tenha legalmente o direito de porção generosa do território inimigo por meio de uma blitz.
monopólio de mercado, sua existência não é absolutamente Ela implica o lançamento de uma grande ofensiva em diversas
tranquila. Ela deve manter constantemente alerta. Uma frentes. O cerco faz sentido quando a desafiante controla
inovação relacionada ao seu produto pode aparecer e recursos superiores e acredita que um cerco imediato
desgastar sua liderança. enfraquecerá a vontade do oponente
Ataque Bypass: desvia-se do inimigo e ataca mercados
Para manter a liderança e continuar ser a número um mais fáceis, para ampliar sua base de recursos. Essa estratégia
requer uma tomada de ação com três frentes: oferece três linhas de abordagem: diversificar a linha de
produto não relacionados entre si, diversificar em direção a
-expansão do mercado total: normalmente a líder lucra novos mercados em outras regiões e atacar novas tecnologias
mais quando há expansão do mercado total. Em geral, a líder para suplantar os produtos existentes.
de mercado deve buscar novos usuários, novos usos e maior Ataque de guerrilha: consiste em travar ataques
utilização de seus produtos; pequenos e intermitentes para constranger e desmobilizar o
-defesa da participação de mercado: ao mesmo tempo oponente para então assegurar pontos de apoios
que a líder tenta expandir as dimensões de seu mercado total, permanentes. A guerrilheira desafiante usa tanto os meios de
ela deve também defender seus negócios já existentes dos ataque convencionais quanto os não convencionais, entre eles
ataques dos rivais. A Coca Cola deve estar sempre na defensiva cortes de preços seletivos, intensas promoções relâmpagos e
com relação a Pepsi Cola; a General Motors com relação a Ford, ações judiciais ocasionais.
etc.
-expansão da participação de mercado: as líderes de Estratégias de seguidora de mercado
mercado podem melhorar sua lucratividade aumentando sua
participação de mercado. Em muitos mercados, um ponto Muitas empresas preferem seguir em vez de desafiar a
percentual de participação equivale a dezenas de milhares de líder de mercado. São comuns os padrões de paralelismo
dólares. Ganhar de um ponto percentual de participação no consciente nos setores em que o produto é homogêneo e se
mercado de café equivale a 40 milhões de dólares, e no exige grande investimento de capital, como o siderúrgico, o de
mercado de refrigerantes, 120 milhões de dólares! fertilizantes e o químico. As oportunidades para diferenciação
de produto e de imagem são baixas; a qualidade do serviço é
Estratégias de desafiante de mercado frequentemente comparável, e a sensibilidade ao preço é
As empresas que ocupam o segundo ou terceiro escalões consideravelmente alta. A maioria das empresas evita roubar
ou níveis ainda mais baixos em um setor são conhecidas como os clientes uma das outras. Em vez disso, elas apresentam
empresas desafiantes ou seguidoras. Algumas, como a Ford, e ofertas similares aos compradores, geralmente copiando a
a Pepsi-Cola, são bastante grandes. Essas empresas podem líder.
adotar duas posturas.
A seguidora tem de definir um caminho de crescimento
Uma desafiante de mercado deve, em primeiro lugar, que não atraia retaliação competitiva. Podemos distinguir
definir seu objetivo estratégico. A desafiante deve decidir quatro estratégias amplas:
quem vai atacar: -falsificação: o falsificar produz uma cópia do produto da
Ela pode atacar a líder de mercado: essa é uma estratégia líder, embala a cópia e a comercializa no mercado negro ou
de alto risco, mas que traz recompensas potencialmente entre comerciante de má reputação.
elevadas, fazendo bastante sentido quando a líder não está -clonagem: o clonador imita o produto, o nome e a
atendendo bem ao mercado. embalagem da líder com variações sutis.
Ela pode atacar empresas de porte semelhante ao seu que -imitação: o imitador copia algumas características da
não estejam trabalhando bem ou que estejam com poucos líder porém mantem a diferenciação em termos de
recursos: essas empresas tem produtos ultrapassados, estão embalagem, propaganda, preço, etc.
cobrando preços excessivos ou não estão satisfazendo os -adaptação: o adaptador melhora ou adapta os produtos
clientes de alguma outra forma. da líder. Ela pode optar por vender para mercados diferentes.
Ela pode atacar pequenas empresas locais e regionais:
muitas das principais empresas de cerveja chegaram a seu Estratégias de ocupante de nichos de mercado
porte atual devorando empresas menores ou “peixes Uma alternativa para a seguidora em um grande mercado
pequenos” é ser líder em um mercado menor – ou em um nicho. As
empresas menores normalmente evitam competir com as
Seleção de uma estratégia de ataque: empresas maiores, visando mercados pequenos, de pouca ou
nenhuma importância para as empresas maiores.
Tendo em vista o objetivo estratégico bem definido, deve-
se atacar. Podemos distinguir cinco estratégias de ataque: BUSCA DE EQUILÍBRIO ENTRE AS ORIENTAÇÕES PARA
O CLIENTE E PARA O CONCORRENTE
Ataque frontal: o atacante se iguala a seu oponente no que Temos enfatizado a importância de a empresa se
se refere a produto, propaganda, preço e distribuição. posicionar competitivamente como líder de mercado,
Ataque pelo flanco: pode ser conduzido junto a duas desafiante, seguidora ou ocupante de nicho. Além disso, a
dimensões estratégicas – geográfica e por segmento. Em um empresa não deve investir todo seu tempo nos concorrentes,
ataque geográfico, o desafiante localiza áreas em que o deve também focar em seus clientes.
desempenho do oponente é insatisfatório. A outra estratégia
de flanco é atender às necessidades não atendidas pelo Questões
mercado, como fizeram os fabricantes de automóveis ao
desenvolverem carros mais econômicos. Ataques de flanco são 01. (SEFAZ/SP – Fiscal de Rendas - VUNESP) No
bastante razoáveis e particularmente atraentes para um ambiente de uma organização, as cincos forças que

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APOSTILAS OPÇÃO

influenciam a concorrência, segundo o modelo de Porter de


análise competitiva, são: Noções de Imaterialidade
(A) Diferenciação, barganha, preço, crescimento, custo. ou intangibilidade,
(B) Ameaça, oportunidade, ponto forte, ponto fraco,
rivalidade. Inseparabilidade e
(C) Concorrentes, fornecedores, novos entrantes, Variabilidade dos produtos
compradores, substitutos. bancários
(D) Capital, governo, trabalho, política, globalização.
(E) Tecnologia, economia, sociedade, governo, política.

02. (MPE/AP – Analista Ministerial – FCC) O Antes de discutirmos estas características dos produtos
posicionamento e a visão de Porter, ao tratar de Estratégia, é bancários, é interessante conhecer os produtos/serviços
conhecido por financeiros a fim de compreender melhor este assunto.
(A) suas capacidades dinâmicas.
(B) seu foco na sustentação e no desenvolvimento. Produtos e serviços financeiros.
(C) capacidades internas de dentro para fora. 1 - Depósitos à vista, depósitos a prazo (CDB e RDB) e
(D) capacidade de absorver a cultura interna letras de câmbio.
predominante. 2 - Cobrança e pagamento de títulos e carnês.
(E) de fora para dentro. 3 - Transferências automáticas de fundos.
4 - Commercialpapers.
03. (BACEN – Analista Administrativo – FCC) Tratando- 5 - Arrecadação de tributos e tarifas públicas.
se de estratégias competitivas, o modelo de Porter– as cinco 6 - Home/office banking, remote banking.
forças competitivas de Porter – apresenta uma metodologia 7 - Corporate finance.
analítica para que se compreendam as relações entre o 8 - Fundos mútuos de investimento.
empreendimento e a concorrência, conforme representação 9 - Hot money.
abaixo. 10 - Contas garantidas.
11 - Crédito rotativo.
12 Descontos de títulos.
13 - Financiamento de capital de giro.
14 - Vendorfinance/comprorfinance.
15 - Leasing (tipos, funcionamento, bens).
16 - Financiamento de capital de giro
17 - Financiamento de capital fixo.
18 - Crédito direto ao consumidor.
19 - Crédito rural.
20 - Cadernetas de poupança.
21 - Financiamento à importação e à exportação: repasses
de recursos do BNDES.
22 - Cartões de crédito.
23 - Títulos de capitalização.
24 - Planos de aposentadoria e pensão privados.
25 -Planos e Apólices de seguros
26 – Empréstimo Consignado.

A expressão Produto Bancário, conforme conceito dado


Da síntese dos elementos dispostos acima, é pertinente pelo professor Paulo Nunes, designa um agregado financeiro
afirmar que do setor bancário e que corresponde aos ganhos conseguidos
(A) a ameaça de entrada de novos concorrentes em diretamente com a atividade bancária e inclui a margem
potenciais coloca um limite nos preços e modula o financeira, as comissões relativas a serviços bancários, os
investimento exigido para deter novos entrantes. resultados de operações financeiras, os rendimentos de
(B) o poder do comprador não influencia os preços que as instrumentos de capital e outros proveitos de exploração
empresas podem cobrar, da mesma forma que não influencia líquidos.
a ameaça de substituição. Os Serviços Financeiros são serviços prestados por
(C) o poder dos compradores não influencia o custo e o Instituições Financeiras e que acompanham os Produtos
investimento, porque compradores poderosos não exigem Financeiros oferecidos a seus clientes, pessoas físicas e/ou
serviços dispendiosos. pessoas jurídicas.
(D) o poder de negociação dos fornecedores não determina As ofertas de produtos e de serviços das Instituições
os custos das matérias-primas e de outros insumos. Financeiras devem ser orientadas para atender às
(E) a intensidade da rivalidade não influencia os preços, necessidades e desejos dos seus clientes. É importante
assim como os custos da concorrência. observar também que, além das características da
intangibilidade, produção e distribuição simultânea, os
Respostas Produtos Financeiros diferenciam-se dos produtos físicos e
portanto tangíveis (real, que pode ser tocado).
01. Resposta C
02. Resposta C DEPÓSITOS À VISTA
03. Resposta A
Depósito a vista: é aquilo que todo mundo está mais do
que acostumado a fazer ao ir a um banco. É o ato de levar
dinheiro no banco e depositar na conta corrente. Ou seja, então
quando você vai ao banco e deposita dinheiro na sua conta ou

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APOSTILAS OPÇÃO

na conta de alguém (seja pelo caixa ou com envelope próprio) Quem não gosta de correr nenhum risco, deve aplicar em
está fazendo um depósito a vista. O depósito se chama "a vista" CDB’s pré-fixados. E quem aceita enfrentar algum risco em
porque, a qualquer momento que você queira, o dinheiro pode troca de uma rentabilidade um pouco maior, deve considerar
ser retirado. os pós-fixados.
No CDB Pré-Fixado a rentabilidade final é conhecida no
As instituições que recebem esse tipo de depósito, ou seja, momento da aplicação. Em outras palavras, você saberá
que captam depósito à vista, são as seguintes: quanto vai receber no vencimento do título. Por exemplo:
- Bancos Comerciais; suponha que no momento da aplicação o banco te ofereceu um
- Bancos Cooperativos; CDB com rendimento de 12% a.a(ao ano) e que você decidiu
- Cooperativas de Crédito; deixar o dinheiro aplicado durante todo este período. Isto quer
- Caixa Econômica Federal; dizer que um investimento inicial de R$ 1000,00 será
- Banco Múltiplo com carteira Comercial. resgatado pelo valor de R$ 1120,00 ao final do prazo de um
As instituições que captam depósito à vista também são ano (não levando em consideração os impostos). Perceba que
conhecidas como instituições bancárias ou monetárias, nesta você já tem a real consciência de qual montante receberá
porque ao receber dinheiro elas podem multiplicar moeda. ao final do prazo de 365 dias pois a taxa de remuneração do
CDB está pré-fixada em 12% a.a.
DEPÓSITOS A PRAZO (CDB E RDB)
No CDB Pós-Fixado a rentabilidade final depende de um
Depósito a Prazo: é um tipo de depósito que, quando não indexador. Existem vários índices no mercado financeiro, os
se conhece pode ser confundido com a poupança. Isso porque mais comuns são:
o funcionamento dele é semelhante: eu deposito o dinheiro e - IPCA: É usado para medir a variação da inflação oficial do
daqui a um tempo ele tem um rendimento. A ideia é que eu país.
deposito um dinheiro no banco e não posso sacar a qualquer - IGPM: Mede a variação da inflação usada para ajustar os
momento, tenho que esperar um período pra poder sacá-lo de preços dos alugueis.
volta, por isso é um depósito "a prazo". - CDI: É a taxa média dos juros cobrados nos empréstimos
praticados entre um banco e outro.
As instituições que podem fazer essa operação, ou seja, É sobre o CDI que a maioria absoluta dos CDB’s do mercado
captar depósito a prazo, são as seguintes: são indexados. Vale lembrar que dificilmente o valor do CDI se
- Bancos Comerciais; mantém constante no decorrer do ano, e sempre que ele
- Bancos de Investimento; variar, a rentabilidade refletirá seu novo valor.
- Bancos de Desenvolvimento;
- Bancos Múltiplos; Neste contexto, torna-se simples a distinção dos CDB’s: ao
- Cooperativas de Crédito; (destaque para a Cooperativa de aplicar em um CDB pré-fixado, você já sabe quanto ele vai
Crédito, que só pode receber depósito a prazo dos associados, render na data de vencimento do título. No caso do pós-fixado,
sendo que 30% do depósito a prazo que ela recebe vai para a o rendimento vai depender de quanto a taxa de juros e a
Cooperativa Central a que ela está associada). inflação vão variar entre o dia da aplicação e do resgate.
- Caixa Econômica Federal.
Risco de Liquidez
Quando se faz um depósito a prazo recebe-se em troca um Liquidez significa a facilidade de transformar um
Recibo ou um Certificado. O recibo se chama Recibo de investimento em dinheiro para ser usado de maneira imediata.
Depósito Bancário (RDB) e o certificado se chama No CDB o risco de liquidez está diretamente ligado ao prazo
Certificado de Depósito Bancário (CDB). inicialmente estipulado no momento da aplicação. Se você
adquirir um CDB com prazo de 1 (um) ano e por algum motivo
Os CDBs e RDB’s são títulos de renda fixa que servem como precisar sacar o dinheiro antes desse período, saiba que não é
captação de recursos dos bancos. Ambos, são empréstimos que obrigação da instituição financeira resgatar o título para você.
o cliente faz para o banco em que é correntista. A rentabilidade Neste caso, o resgate acontecerá somente na data de
vem dos juros pagos pela instituição ao cliente pelo vencimento. É importante salientar já existem opções de CDB
empréstimo do dinheiro ao fim do término do contrato, com liquidez diária no mercado, isto significa significa que
podendo a aplicação inicial variar conforme o banco. você poderá resgatar o título a qualquer momento.
O RDB é um recibo, portanto não pode ser negociado.
Pode-se no máximo desistir da aplicação, recebendo o Fundo Garantidor de Crédito (FGC)
dinheiro de volta sem rendimento nenhum. Já o CDB é Outro ponto importante acerca do CDB é o fato de esta
negociável, portanto eu posso endossar o CDB e vender para aplicação ser garantida pelo FGC (Fundo Garantidor de
outra pessoa. O CDB é, portanto, um título de crédito, uma Crédito) até o limite de R$ 250 mil. Caso o banco emissor do
promessa de pagamento que o banco faz para a pessoa quando CDB quebre, o investidor tem a segurança de ter até este valor
recebe seu dinheiro, dizendo, por exemplo, "daqui há um mês garantido pelo fundo.
eu te devolvo o dinheiro e te pago um rendimento de 0.5%, em
razão do empréstimo desse valor". Tributação do CDB
A principal diferença entre CDB e RDB é que o primeiro O CDB é considerado um investimento de renda fixa e está
permite a negociação do título antes do vencimento (e com sujeito as mesmas regras de tributação impostas para os
isso perda de remuneração) enquanto o segundo é inegociável produtos desta categoria. São dois os tipos de impostos
e intransferível. Ambos podem ser resgatados a qualquer cobrados no CDB, um é o imposto sobre operações
momento, desde que já se tenha passado o prazo mínimo da financeiras(IOF) e o outro é o imposto de renda.
aplicação, que varia de 1 dia a 12 meses, dependendo do tipo Ambos os impostos são recolhidos no momento do resgate
de rentabilidade escolhida. Se isso acontecer antes, não haverá pela própria instituição financeira que emitiu o CDB, sendo
rendimentos. que a tributação é realizada somente sobre os rendimentos
da aplicação, ou seja, o capital inicial investido não é passível
Existem duas modalidades principais de CDB: o pré- de ser tributado.
fixado e o pós-fixado.
Observações:

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As Cooperativas de Crédito não podem emitir certificados Os boletos são emitidos em substituição às duplicatas,
(isso significa que elas só fazem RDB). notas promissórias e letras de câmbio, e têm o poder de
O dinheiro recebido pelo banco em depósitos a prazo tem circular pela câmara de compensação. Devido à enorme
a seguinte destinação: concorrência e à necessidade de qualificar cada vez mais o
- 15% do valor é dado para o governo como depósito produto, foram criados diferentes e sofisticados tipos de
compulsório, recebendo títulos públicos em troca (a cobranças baseadas na tecnologia dos recursos da informática.
remuneração é a taxa SELIC); O fluxo de cobrança bancária se resume: no cedente (quem
- 8% é dado como compulsório adicional, remunerado pela vende), no sacado (quem compra) e no banco, que faz a
SELIC (recebe títulos públicos também); intermediação da operação, recebendo o valor do sacado e
- 77% é livre para o banco aplicar como e onde quer. repassando ao cedente.
Cabe destacar ainda que a cobrança serve para aumentar o
LETRAS DE CÂMBIO relacionamento instituição financeira x empresa, aumentam a
quantidade de recursos transitórios e permitem maiores
A letra de câmbio é uma espécie de título de crédito, ou aplicações destes recursos em títulos públicos.
seja, representa uma obrigação pecuniária, sendo desta Os valores resultantes da operação de cobrança são
autônoma. automaticamente creditados na conta corrente da empresa
A emissão da letra de câmbio é denominada saque; por cliente no prazo estipulado entre o banco e o cliente.
meio dele, o sacador (quem emite o título), expede uma ordem Vantagens da cobrança de títulos:
de pagamento ao sacado (pessoa que deverá paga-la), que fica
obrigado, havendo aceite, a pagar ao tomador (um credor Para o Banco:
específico), o valor determinado no título. 1. aumento dos depósitos à vista, pelos créditos das
Apesar de atribuir ao sacado a obrigação de pagar o liquidações
tomador, o sacador permanece subsidiariamente responsável 2. aumento das receitas pela cobrança de tarifas sobre
pelo pagamento da letra. Não sendo pago o título no seu serviços
vencimento, poderá ser efetuado o protesto e a cobrança 3. consolidação do relacionamento com o cliente
judicial do crédito, que se dá por meio da ação cambial. 4. inexistência do risco de crédito.
Quanto à possibilidade de transferência, diz-se que a letra
de câmbio é um título de crédito nominativo, ou seja, em favor Para o Cliente:
de um credor específico, suscetível de circulação mediante 1. capilaridade da rede bancária
endosso. Assim, o endossante (tomador original), transfere a 2. crédito imediato dos títulos cobrados
letra para um endossatário (novo tomador). 3. consolidação do relacionamento com o banco
4. garantia do processo de cobrança (quando necessário o
Assim temos: protesto)
- sacador: é o que emite a letra;
- aceitante: é o sacado que aceita a letra, nela apondo sua Processo de cobrança bancária:
assinatura; 1. Os títulos a serem cobrados (ou modernamente apenas
- tomador: é o beneficiário da ordem; seus dados, via computador) são passados ao banco;
- endossante: é o proprietário do título, que o transfere a 2. o banco emite os bloquetes aos sacados (aquele que
alguém, chamado endossatário; deverá pagar o valor do bloquete);
O portador de uma letra, adquirida por endosso, pode 3. o sacado paga;
haver dos endossantes anteriores ou do sacador o valor da 4. o banco credita o valor na conta do cliente (cedente).
letra, se o aceitante ou sacado não pagar (direito de regresso);
prescreve contra o devedor principal em 3 (três) anos da data Diferentes tipos de cobrança (criados devido a
do vencimento. concorrência):
- cobrança imediata: sem registro de títulos;
Circulação das letras de câmbio: - cobrança seriada: para pagamento de parcelas
Após o aceite do sacado, o beneficiário teria de, em tese, - cobrança de consórcios: para pagamento de consórcios;
aguardar a data do vencimento para receber o pagamento; - cobrança de cheques pré-datados: cobrança remunerada:
pode ser, no entanto, que seja devedor de outrem; pode saldar remuneração dos valores cobrados;
sua dívida entregando a letra de câmbio para aquele com - cobrança indexada: em qualquer índice ou moeda;
relação ao qual é devedor, devidamente endossada; portanto, - cobrança casada: cedente sensibiliza sacado e vice-versa;
o beneficiário original da letra passa a ser endossante da letra, - cobrança programada: garantia do fluxo de caixa do
transferida a seu credor, agora endossatário e que passa a ser cedente;
o novo proprietário da letra substituindo o primitivo - cobrança antecipada: eliminação de tributos de vendas a
beneficiário; cada endossatário poderá, por sua vez, transmitir prazo;
a letra, por meio de endosso, indefinidamente, figurando como - cobrança caucionada: cobrança das garantias de
endossante; essa sequência de endossos, é denominada série contratos de empréstimos
de endossos. - cobrança de títulos descontados: desconto de títulos.

COBRANÇA E PAGAMENTO DE TÍTULOS E CARNÊS OBS.: nota fiscal x fatura x duplicata


- nota fiscal é um documento fiscal, comprovante
A cobrança bancária tem por finalidade processar obrigatório da saída de mercadoria deum estabelecimento
mediante registro a cobrança de títulos entregues ao Banco comercial ou industrial;
por meio de borderô (borderaux) de cobrança, referentes ao - fatura é uma relação de notas fiscais que correspondem a
faturamento das empresas. uma venda a prazo;
Para tal são emitidos bloquetes (boletos) e entregues aos - duplicata é um título de crédito formal e nominativo
sacados, ficando o Banco incumbido do controle, acatando emitido pelo vendedor com a mesma data, valor global e
sempre que solicitado pelo cedente, instruções para alterações vencimento da fatura que lhe deu origem e representa um
de cobrança. direito de crédito do sacador (vendedor) contra o sacado

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(comprador). A propriedade da duplicata pode ser transferida os dados de quem receberá o crédito, CNPJ ou CPF, Banco,
por endosso. Agência, Conta Corrente ou Poupança e Nome Completo. O
crédito só é liberado na conta de destino no dia útil seguinte
Modalidade De Cobrança: Com Registro E Sem Registro da data de efetivação e não é possível realizar o estorno, porém
A cobrança com registro pode ser: SIMPLES, ESCRITURAL, se for detectado dados incorretos inseridos pelo emissor, o
CAUCIONADA, DESCONTADA DOC pode ser devolvido.
- Simples: o cliente cedente encaminha os títulos para os O DOC é especificado como uma Transferência Bancária, a
bancos, que registra os títulos, emite os boletos e posta para os qual é um cheque administrativo que processa determinados
devedores (sacados). valores, entre diferentes instituições financeiras.
- Escritural: o cliente cedente encaminha os arquivos e Assim como no caso dos cheques, o dinheiro transferido
permanece com os títulos sob sua guarda. por meio do DOC transita pelo Serviço de Compensação de
- Caucionada: os títulos ficam custodiados pelos bancos Cheques e Outros Papéis (Compe). Por essa razão, os valores
como garantia de operação de crédito realizada. só ficam disponíveis após a compensação da transferência, o
- Descontada: cobrança vinculada a uma operação de que demora, no mínimo, um dia útil. Vale lembrar que feita na
desconto, na qual o valor do título é adiantado pelo banco já noite da data de solicitação e se realizado em horário não
deduzido os juros da operação. comercial, fica sujeito a agendamento para o próximo dia útil
(Sábado, Domingo e Feriado somente são liberados no
Na cobrança sem registro o cliente emite os bloquetes, segundo dia útil) e, além disso, o valor máximo de um DOC é
encaminha para os clientes. A instituição financeira fica de R$ 4.999,99.
responsável pelas informações acerca dos pagamentos
realizados. TED (Transferência Eletrônica Disponível)
A instrução para protesto ou devolução a serem efetivadas É uma forma de transferência de recursos entre bancos
pelas instituições financeiras só é possível na modalidade com para crédito no mesmo dia, que passou a ser oferecida com a
registro (simples, rápida, caucionada, descontada). implantação do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB). Este
O BASA possui o serviço bancário de cobrança chamado sistema é que permite transferências de recursos, bem como o
Cobrança Fácil. processamento e a liquidação de pagamentos para pessoas,
É disponibilizado programa gratuitamente pelo Banco da empresas, governo, Banco Central e instituições financeiras.
Amazônia S/A aos contratantes do serviço de arrecadação na Ou seja, praticamente todos os agentes atuantes em nossa
modalidade cobrança não registrada, mediante celebração de economia.
contrato. A Transferência Eletrônica Disponível (TED), foi criada em
Sua grande vantagem é que o próprio cliente efetuará a 2002, sendo que na época só podia ser usada para
emissão de seus bloquetes, bem como o controle e transferências acima de R$ 5 milhões. No decorrer dos anos o
acompanhamento de sua carteira de cobrança, garantindo limite foi reduzido gradativamente chegando em 2015 ao valor
maior segurança e comodidade aos nossos parceiros. mínimo de R$ 250,00. Atualmente, não existe mais esse valor
podendo ser utilizada a TED em qualquer situação.
Pagamentos de Títulos e Carnês As tarifas da TED variam de banco para banco e os preços
Os títulos a pagar de um cliente têm o mesmo tratamento praticados por cada instituição podem ser consultados no
de seus títulos a receber(cobrança). O cliente informa ao Sistema de Divulgação de Tarifas de Serviços Financeiros
banco, via computador, os dados sobre seus fornecedores, com (STAR), no site da Febraban.
datas e valores a serem pagos e, se for o caso, entrega de
comprovantes necessários ao pagamento. De posse desses Diferenças entre DOC e TED
dados, o banco organiza e executa todo o fluxo de pagamento
do cliente, via débito em conta DOC ou ordem de pagamento, DOC
informando ao cliente todos os passos executados. O - O dinheiro estará disponível para a outra pessoa somente
documento de crédito (DOC) é utilizado para pagamentos ou no dia seguinte;
depósitos entre bancos, mesmo estando em praças diferentes. - O valor a ser enviado deve ser de até R$ 4.999,99;
A ordem de pagamento (OP) é utilizada para pagamentos ou - Horário para enviar o DOC: até 21h59. Se passar do
depósitos dentro do mesmo banco, para agências em praças horário, você pode agendar o DOC para o dia seguinte.
diferentes.
TED
TRANSFERÊNCIAS AUTOMÁTICAS DE FUNDOS - O dinheiro estará disponível para a outra pessoa em
alguns minutos;
A transferência automática de fundos é uma prestação de - Não existe mais valor mínimo para sua utilização.
serviços, onde o banco, automaticamente, movimenta as - Horário limite para enviar TED: até às 17h00 (o banco
contas dos clientes, mediante prévia autorização, entre uma ou pode adotar um horário mais cedo que esse, depende de cada
mais contas em uma ou mais agências do banco. A um).
transferência pode ser feita agendada como por ordem direta
do correntista. Assim, as principais diferenças entre DOC e TED são o valor
máximo de transação permitida e o prazo de compensação.
DOC (Documento Ordem de Crédito) Com o TED as transferências são praticamente em tempo real,
contudo no DOC o pagamento ao destinatário só ocorre no dia
O DOC, é uma forma de transferência de recursos entre seguinte. Outra diferença que também pode ter, é o custo entre
contas de bancos diferentes. A confirmação do crédito na conta enviar um DOC ou TED que pode variar.
do favorecido é feita no dia útil seguinte. Caso o cliente informe
incorretamente os dados solicitados para a efetivação do DOC, COMMERCIAL PAPERS.
a operação não será concluída.
A transferência por DOC pode ser do tipo C (com a São títulos de curto prazo que as empresas por sociedades
possibilidade de transferência entre contas de diferentes anônimas (S.A.) emitem, visando captar recursos no mercado
titularidades) ou tipo D (para contas da mesma titularidade). interno para financiar suas necessidades de capital de giro. É
Para que a transação seja efetivada, se faz necessário informar uma alternativa às operações de empréstimos bancários

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convencionais, permitindo geralmente uma redução nas taxas Entes


de juros pela eliminação da intermediação financeira bancária União Estados Município
Federativ
(spread). (artigos 153 (art. 155 s (art.
os / Fatos
Os commercial papers imprimem ainda maior agilidade às e 154 CF) CF) 156)
Geradores
captações das empresas, determinada pela possibilidade de os - Renda (IR)
tomadores negociarem diretamente com os investidores de - Contr.
mercado (bancos, fundos de pensão, etc.). As instituições Previdenciária
financeiras, as sociedades corretoras e distribuidoras de - Contr. ao
valores mobiliários e sociedades de arrendamento mercantil Seguro de
(empresas de leasing), não podem emitir esses títulos. Acidente do
Os custos de emissão destes títulos são, em geral, formados Renda
Trabalho
pelos juros pagos aos aplicadores, comissões e despesas - Contr. ao
diversas (publicações, taxas de registro na Comissão de Salário
Valores Mobiliários, etc.). Os commercial papers negociados Educação
em Bolsas de Valores previstos na Instrução CVM nº217, de 2- - Contr. ao
8-94, não estão sujeitos à tabela de corretagem adotada pelos Sistema S
membros das Bolsas de Valores. Os commercial papers - Imposto - Imposto - Imposto
costumam ser negociados com descontos, sendo seu valor de Propriedade Transmissã de
face pago por ocasião do resgate. territorial o Causa Propriedad
Os títulos podem ser adquiridos no mercado ou por meio Rural (ITR) Mortis e e predial e
de fundos de investimentos. Eles podem ser transferidos de - Grandes Doações de territorial
titularidade mediante endosso em preto (sem direito de Fortunas Quaisquer Urbano
regresso) e o IE (índice de endividamento) da empresa - Contribuição Natureza (IPTU)
emissora não poderá exceder a 1,2. A empresa emissora de Melhoria (ITCMD) - Imposto
deverá possuir registro atualizado junto à CVM. Patrimônio - Imposto de
Não possuem garantia. O risco é do investidor (comprador Propriedad Transmissã
do título). e Veículos o de bens
O prazo do papel não pode ser inferior a 30 dias e nem Automotor Imóveis
superior a 360 dias. No vencimento a emissora resgata. Sua es (IPVA) (ITBI)
emissão é registrada na CVM e há a necessidade de - -
intermediação de uma instituição financeira. Contribuiçã Contribuiçã
NÃO PODEM emitir: Instituições financeiras, sociedades o de o de
corretoras e distribuidora de valores mobiliários e sociedades Melhoria Melhoria
de arrendamento mercantil (empresas de leasing). - Imposto - Imposto - Imposto
Produtos Circulação de Serviços
ARRECADAÇÃO DE TRIBUTOS E TARIFAS PÚBLICAS Industrializad Mercadoria de
os (IPI) s e Serviços Quaisquer
A arrecadação de Tributos e Tarifas Públicas é um - Imposto de (ICMS) Natureza
serviço prestado às instituições públicas, em regra por força Operações - GARE (ISS)
de acordos e convênios específicos, que estabelecem as Financeiras (Guia de
condições de arrecadação e repasse desses tributos/tarifas. (IOF) Arrecadaçã
Tudo com a maior comodidade e rapidez. Hoje a rede - Imposto de o Estadual)
bancária, de uma forma geral, faz tudo para a pessoa física, Importação
empresa e até mesmo o Poder Público economizar tempo e (II)
dinheiro. - Imposto
Exportação
Para os entes estatais a vantagem é a facilitação da (IE)
arrecadação, à medida que o contribuinte terá maior facilidade - Contr. Social
para o pagamento, o que contribui, decisivamente, para o da Seguridade
adimplemento pontual dos débitos. Acresça-se, ainda, que a Atividade Social
centralização da arrecadação em determinados Bancos facilita Econômica (COFINS)
o controle de caixa e dos débitos dos contribuintes. - Programa de
Integração
Para os bancos também há vantagens: se de um lado Social (PIS)
despende com a estrutura de sua máquina para um serviço em - Contr. Social
favor da Entidade Pública, de outro lado recebe um fluxo maior sobre o Lucro
de recursos, que permanecem em seu caixa – além, é claro, de Líquido
ser um fato de aproximação, senão até de expansão, de sua (CSLL)
clientela. - Contr. de
Intervenção
TRIBUTOS ARRECADADOS do Domínio
Economico
Espécies Tributárias por categoria econômica X (CIDE)
Competência Tributária dos Entes Federativos - PIS -
Programa de
Integração
Social

Com a desregulamentação efetuada pelo governo em 1991,


houve facilidade para pagamento de tributo/tarifas, tais como:

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Permissão para a criação de postos bancários de arrecadação talão de cheques, etc. Utiliza cartões magnéticos em redes de
e pagamento (PAP), pelos bancos individuais ou postos de gasolinas e redes de lojas. É uma integração dos
compartilhados, funcionando fora do expediente bancário e requisitos de conveniência, segurança e eficácia exigidos pelo
com múltiplas funções: conceito do Remote Banking.
- arrecadação de tributos em geral; O conceito de Remote Banking é o de atendimento ao
- recebimento de contas de água, energia elétrica, telefone cliente fora das agências. O atendimento dentro de agências,
e gás; além de ser, em muitas situações, um incômodo para os
- recebimento e pagamentos ligados ao INSS, ao PIS/PASEP clientes (trânsito e filas), é um fator e despesas para os bancos
e ao FGTS; (investimentos em instalações). Portanto o remote banking foi
- recebimento de carnês e assemelhados, amparados por uma solução encontrada pelos bancos.
convênio de prestação de serviços;
- movimentação, por saques e depósito, de contas de CORPORATE FINANCE.
clientes e agências;
- efetivação de ordens de pagamento; Corporate Finance ou Finanças Corporativas são
- recebimento de títulos; operações que os bancos realizam que envolvem a
- autorização para o débito direto e gratuito em conta intermediação de fusões, cisões, aquisições e incorporações de
corrente de cobrança de tarifas públicas; empresas. Neste segmento, juntamente com empresas de
- autorização para a cobrança das tarifas públicas pela rede consultoria especializadas, as instituições financeiras utilizam
de casas lotéricas da Caixa Econômica Federal. todo o seu conhecimento do mundo das operações financeiras
A diversidade de tributos e tarifas a serem pagos e de investimento, de forma a viabilizar tais operações, seja
mensalmente exige dos responsáveis nas empresas a com recursos nacionais ou recorrendo a recursos do exterior.
montagem de agenda de pagamento.
Operações específicas de Corporate Fínance.
HOME/OFFICE BANKING, REMOTE BANKING. 1. Leverage buyout (LBO)
- É um negócio em que um grupo de investidores adquire o
O Home Banking conecta o computador do cliente ao do controle acionário de uma empresa utilizando empréstimos e
banco, trocando informações para movimentação da conta usando como garantia a própria empresa,
corrente. Pode fazer cobrança, aplicações, resgate, operações - O empréstimo pode representar até 90% do preço de
de empréstimos, saldo de poupança, etc. A comunicação é aquisição e pode ser pago com o fluxo de caixa da empresa ou
constituída em duas vias: tanto o banco pode ter informações com venda de parte de seus ativos.
do que o cliente necessita como também o cliente pode obter
informações do banco. A comunicação pode se estabelecer por 2. Management buyout
telefone ou via satélite, com garantia total de conexão, - É um LBO em que a administração atual permanece no
proporcionando segurança, velocidade e qualidade. controle da empresa e participa de seu controle acionário.
A segurança no acesso do Home Banking é feita por meio
de senha com absoluto sigilo e limita acesso às informações. Os 3. Takeover bid
dados transmitidos são criptografados, ou seja, enviados em - É a aquisição do controle acionário de uma empresa
codificação secreta e segura. O Home Banking tem sido mais através do mercado de ações.
utilizado por meio da internet, passando a ser chamado de - Amigável (quando consentida pelos atuais acionistas
Internet Home Banking. majoritários).
- Hostil (quando não consentida pelos atuais acionistas
Serviços prestados através do home banking majoritários).
- Consulta de saldos em conta corrente e caderneta de
poupança; 4. Tender offer
- consulta de movimentações em conta corrente; - Oferta de compra que envolva um prêmio sobre o valor
- consultas de saldo e movimentação de cobrança, contas a de mercado.
pagar;
- consultas sobre posição de aplicações e resgate de FUNDOS MÚTUOS DE INVESTIMENTO.
fundos;
- cotações de moedas; Há muitos tipos de fundos mútuos com diferentes
- índices e bolsa de valores; objetivos para atender às necessidades do investidor. Em
- solicitação de alterações dos seus títulos em cobrança; geral, existem três tipos básicos: fundos de ações, fundos de
- solicitação de talões de cheques; renda fixa e fundos balanceados.
- movimentação de conta;
Fundos Mútuos de Ações
Mobile Banking (operação bancária móvel) refere-se a Os fundos mútuos de ações investem principalmente em
disposição e vantagem dos serviços da operação bancária e ações ordinárias e representam a maior categoria dos fundos
financeiros com a ajuda dos dispositivos móveis da mútuos. Alguns fundos de ações investem apenas em
telecomunicação. A variedade de serviços oferecidos pode empresas de um país ou indústria específica enquanto outros
incluir facilidades para realizar operações bancárias e podem investir amplamente em qualquer país ou indústria.
transações do mercado acionário, para administrar clientes e
para ter acesso a informações personalizadas. Características Gerais
Uma vez que tais fundos estão sujeitos à atividade do
Remote Banking mercado, os fundos de ações são associados com maior risco
Com o propósito de diminuir os custos de intermediação do que os fundos de renda fixa. Todavia, pelas mesmas razões,
financeira, os bancos perceberam a necessidade de reduzir o eles também oferecem retornos potenciais mais elevados. Ao
trânsito e as filas de clientes nas agências. Dessa forma, passo que o valor de uma ação pode subir e cair rapidamente
resolveram aprimorar o Banco 24 horas, possibilitando o ao longo de um curto espaço de tempo, a história tem
atendimento à clientela fora das agências. Assim o cliente pode mostrado que as ações têm melhor desempenho no longo
fazer saques, depósitos, pagamentos de contas, solicitação de

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prazo em comparação a outros tipos de investimentos, tais - Permitem que pequenos e médios investidores tenham,
como obrigações e instrumentos de mercados monetários. indiretamente, acesso às Debêntures (hoje inacessíveis pelos
seus altos valores de face).
Perfil do Investidor
Os fundos de ações são geralmente apropriados para Fundo Mútuo de Investimento em ações (FMIA)
investidores mais agressivos, com um horizonte de É um fundo destinado a investidores atraídos pelo
investimento mais longo. mercado de ações que não tenham tempo ou conhecimento
para investir.
Fundos De Renda Fixa Formado por cotas com variação diária de valor.
Os fundos de renda fixa investem principalmente em Aplicações e restantes feitos por telefone (Com créditos e
instrumentos de dívida de longo prazo, tais como títulos de débitos automáticos na conta corrente).
empresas, de governo e municípios, debêntures e hipotecas, Resgate - conversão das cotas é feita no dia seguinte.
com uma taxa de juros definida.
Carteira de aplicações:
Características Gerais - 51% em ações de companhias abertas;
Os fundos de renda fixa têm o propósito de fornecer aos - outros valores mobiliários emitidos por companhias
investidores um rendimento corrente, e em determinadas abertas;
situações também o potencial de ganho de capital. Os fundos - cotas de FIF e títulos de renda fixa;
de renda fixa podem ser afetados por mudanças nas taxas de
juros, variações cambiais e pelo panorama econômico. Pode manter posições em mercados organizados de
liquidação futura - máximo 9% do PL.
Perfil do Investidor O resgate pode ser efetuado a qualquer tempo, embora os
Os fundos de renda fixa podem ser apropriados para estatutos prevejam a possibilidade de carência.
investidores conservadores que estejam buscando fluxo de Instituições não financeiras podem administrar estes
caixa regular. Este tipo de fundo também é uma boa escolha fundos.
para adicionar diversificação a qualquer carteira de
investimento. Fundo Mútuo de Investimento em ações - carteira livre
(FMIA-CL)
Fundos balanceados É um fundo de ações que tem a alternativa de concentrar
Fundos balanceados investem principalmente em ações e suas aplicações em operações de maior risco e, portanto, com
ativos de renda fixa, variando ativos entre ações, títulos e a possibilidade de alcançar maiores ganhos ou perdas.
instrumentos financeiros de alta liquidez dependendo das Sua composição consiste, no mínimo, de 51% de suas
atuais condições de mercado. aplicações em:
- ações, bônus de subscrição e debêntures conversíveis em
Características Gerais ações das companhias abertas de depósito de ações, ne-
Os fundos balanceados têm a intenção de fornecer uma gociáveis no país, de empresas do Mercosul;
mistura balanceada de segurança, rendimento e valorização As posições em mercados organizados de liquidação
do capital. Os fundos mútuos balanceados são afetados por futura, envolvendo contratos referenciados em ações ou
mudanças nas taxas de juros, pelo desempenho do mercado de índices de ações desde que não caracterize operações de hedge
ações e pelo panorama econômico. ou rendimentos pré-fixados;
Um outro fundo parecido é um fundo de alocação de ativos, O saldo de recursos (até 49%) poderá ser aplicado em
que mantém objetivos comparáveis aos dos fundos outros valores mobiliários de emissão de companhias abertas,
balanceados, mas que tipicamente não mantêm uma adquiridos em bolsas de valores, mercados de balcão orga-
percentagem específica de nenhuma classe de ativo. Em nizados, ou durante o período de distribuição pública;
fundos de alocação de ativos, o gestor de carteira pode - cotas de FIF e títulos de renda fixa;
escolher livremente os ativos, a quantidade, e determinar o - cotas de FMIA e FMIA-CL.
que pode trazer mais benefícios em vista das tendências atuais
e futuras do mercado. Fundo de Investimento em Cotas de Fundo Mútuo de
Investimento em ações
Perfil do Investidor Fundos cuja carteira é composta de aplicações em cotas de
Os fundos balanceados podem ser apropriados para FMIA, FMIA-CIL no limite mínimo de 95%. Os saldos dos re-
investidores que estejam em busca de carteiras mais cursos podem ser aplicados em cotas de FIF ou títulos de renda
diversificadas em um fundo. Caso o investidor seja iniciante no fixa.
investimento em fundo mútuo ou tenha apenas um pequeno As demais características são idênticas às dos FMIA /
valor para investir, um fundo balanceado pode ser um bom FMIA-CL.
ponto de partida. Este tipo de fundo pode dar benefícios de Estes fundos foram uma alternativa para pequenas
diversificação em um único fundo. instituições que não possuem uma infraestrutura para
adequada análise do mercado de ações.
Tipos específicos de Fundos
HOT MONEY
Fundo Mútuo de Investimento em Debêntures e Notas
Promissórias (Commercial Papers) Hot Money (registrado no português brasileiro como
Semelhante aos fundos de renda fixa. dinheiro quente) é um termo geralmente usado nos mercados
financeiros para se referir à deslocação de fundos ou capital de
A diferença essencial é que: um país para outro por forma a conseguir ganhos rápidos
- os fundos de renda fixa carregam títulos de emissão de devido a grandes diferenças nas taxas de juros e/ou à
instituições financeiras; antecipação de diferenças cambiais. Estas deslocações de
- os Fundos Mútuos de Investimento em Debêntures e capital são chamadas de dinheiro quente porque podem
Notas Promissórias carregam títulos de emissão de empresas. deslocar-se muito rapidamente de um mercado para outro,
podendo provocar instabilidade nos mesmos.

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APOSTILAS OPÇÃO

Por extensão de sentido, bancos comerciais utilizam o Forma de Liberação


termo para se referir a empréstimos de curtíssimo prazo (de 1 Por solicitação do cliente, a instituição financeira transfere
a 29 dias) que visam atender as necessidades imediatas de o valor desejado, até o limite contratado, para a conta corrente
caixa de empresas. do cliente
É comum criar-se um contrato fixo de hot money para cada
cliente, com todas as regras e permitindo que cada liberação CRÉDITO ROTATIVO
de recursos seja feita por fax, telefone ou telex eliminando
fluxo de papéis. São linhas de crédito abertas com determinado limite que
A formação da taxa do Hot Money é baseada na taxa do CDI as empresas utilizam a medida de suas necessidades. Os en-
- Certificado de Depósito Bancário do dia da operação mais o cargos são cobrados de acordo com sua utilização, na mesma
PIS mais um spread. forma das contas garantidas.
Exemplo: Geralmente, esse tipo de crédito é concedido pelos bancos
Taxa do CDI = 17%; a seus clientes, após análise de crédito. Ocorre que, quando
taxa do Hot = 119%; não há saldo disponível na conta-corrente do cliente, a
margem da operação = 2% instituição financeira libera o crédito pré-estabelecido de
PIS = O,75% sobre 19% = O,1425% forma automática. Outra característica desse tipo de crédito é
Receita bruta do banco = margem da operação = 2% que o cliente paga encargos e impostos somente pelos
Receita líquida do banco = receita bruta - PIS = 2% - O,1425 recursos usados e pelo tempo que os utilizou.
= 1,8575% Assim, é possível analisar algumas características do
crédito rotativo:
Chama-se hot money por ser um dinheiro quente. Ele - Geralmente é realizada uma análise prévia de crédito,
não tem tempo de esfriar na mão de quem tomou. Serve para saber se o tomador tem condições financeiras de pagar os
para suprir necessidades momentâneas ou emergenciais de limites que utilizar.
caixa. - O tomador pode utilizar ou retirar fundos até um limite
de crédito pré-aprovado.
- A quantidade de crédito disponível aumenta e diminui na
CONTAS GARANTIDAS medida em que o dinheiro é utilizado ou pago.
- O crédito pode ser usado repetidamente.
É um tipo de empréstimo em que são utilizadas em O tomador faz pagamentos com base apenas no valor que
conjunto duas contas: ele realmente utilizou e apenas esse valor será acrescido de
- a conta corrente de livre movimentação juros e eventuais impostos.
- a conta garantida - O tomador pode pagar parceladamente (sujeito a
exigências de pagamento mínimo), ou integralmente, a
A conta garantida é uma conta de crédito com um valor qualquer momento.
limite, Normalmente é movimentada pelo cliente através de
seus cheques, desde que não haja saldo disponíveis em sua DESCONTOS DE TÍTULOS.
conta corrente de movimentação. A medida que entram
recursos na conta corrente do cliente, eles são usados para É o adiantamento de recursos aos clientes, feito pelo banco,
cobrir o saldo devedor da conta garantida. sobre valores referenciados em duplicatas de cobrança ou
- Para o cliente garante uma fluidez de recursos. notas promissórias, de forma a antecipar o fluxo de caixa do
- Para o Banco é um poderoso recursos mercadológico. cliente.
- Para as reservas do banco pode ser um problema, pois Normalmente, o desconto de duplicatas é feito sobre
implica em manutenção de reservas e livre movimentação em títulos com prazo máximo de 60 dias e prazo médio de 30 dias.
stand by e, portanto, sem aplicação. A operação de desconto dá direito de regresso, ou seja, no
vencimento, caso o título não seja pago pelo sacado, o cedente
Características assume a responsabilidade do pagamento, incluindo multa
Valor Limite: definido pela instituição financeira conforme e/ou juros de mora pelo atraso.
capacidade de pagamento da empresa.
FINANCIAMENTO DE CAPITAL DE GIRO.
Prazo: Definido pela instituição financeira. Em média os
contratos são formalizados em 120 dias. São as operações tradicionais de empréstimos vinculadas
a um contrato específico que estabeleça prazo, taxas, valores e
Encargos: garantias necessárias e que atendam às necessidades do
- Taxas - pré ou pós-fixadas: (ou + juros mensais) incidente capital de giro das empresas.
sobre os valores utilizado se respectivo prazo. Para cálculo dos Os empréstimos normalmente são garantidos por
juros devidos, as instituições financeiras somam os valores duplicatas numa relação de 120 a 150% do principal
utilizado sem um determinado período (mês cheio ou 30 dias emprestado.
corridos) e, sobre o somatório, aplicam a taxa mensal de juros
convertidas para um dia. VENDOR FINANCE/COMPROR FINANCE.
- Incidente sobre os prazos e valores utilizados, conforme
legislação em vigor. Nessa modalidade, é cobrado somente Vendor
após a utilização do crédito e para calcular o valor devido as Operação de financiamento que permite a uma empresa
instituições financeiras somam os valores utilizados em um vendedora negociar seu produto a prazo com o comprador e
determinado período (mês cheio ou 30 dias corridos). Sobre o receber à vista. É fundamental no Vendor que o comprador
somatório, aplicam a alíquota para umdia.218) Taxa de seja cliente tradicional da vendedora. No Vendor a empresa
Abertura de Crédito - TAC: cobrada pela instituição para cada conveniada tem que se tornar cliente do Banco, para os
contrato, conforme tabela de tarifas. compradores a exigência não existe, podendo ser analisado
caso a caso.

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APOSTILAS OPÇÃO

Vantagens Iocazione finanziaria", "prestito locativo" e "finanziamento di


- Vende à prazo e recebe à vista; locazione". Na Alemanha, os autores usam o termo inglês e,
- Reforço imediato do caixa; raramente, o correspondente "Miet".
- Alavancar vendas através de dilatação dos prazos Nos Estados Unidos, duas são as palavras empregadas na
concedidos; operação de locação de bens: "renting", ou seja, qualquer ope-
- Obter maior giro do estoque; ração de aluguei de coisas Teito pelo proprietário das mesmas
- Reduzir despesas comerciais devido à diminuição da base e Ieasing", ou seja, o aluguei feito por quem não é o fabricante,
de cálculo das comissões pagas; mas que financia, para o locatário, a utilização da coisa, sendo
- Cobrança efetuada diretamente pelo Banco; que as contraprestações pagas a título de aluguei poderão
- Benefícios fiscais devido à cobrança do mesmo ser reverter, ao final do contrato, em prestações de um contrato
efetuado sobre o valor da Nota Fiscal à vista, por exemplo: IPI, de compra e venda, caso o locatário queira tornar-se
ICMS, PIS, FINSOCIAL, COFINS, ISS E ROYALTIES; proprietário da coisa.
- Tornar seu preço mais atrativo perante os seus COILLOT critica o termo "crédit-bail"
concorrentes; (crédito-arrendamento) e propõe que seja substituído por
- Não interferência na gestão da cobrança, ou seja, o "equipement-bail" (equipamento-arrendamento).
vendedor poderá continuar a dar descontos ou prazos maiores
a seus clientes em caso de atraso na entrega de produtos, bem Afirma COILLOT: "Em primeiro lugar expliquemos as
como outras situações. palavras empregadas:
a) a palavra "arrendamento"
Compror Pelas razões precedentes, deixamos margem à promessa
É uma operação de financiamento de compras, sendo que unilateral de venda. Com efeito, para definir as relações da
a iniciativa parte do comprador e nele se concentra o risco de empresa de leasing e o arrendatário-usuário com terceiros
crédito. O compror consiste no financiamento a clientes do diversos do fabricante, o termo arrendamento é o mais con-
banco, para suas compras junto aos fornecedores. O risco da veniente ' Explica perfeitamente as intenções das partes que
operação concentra-se no comprador, não existindo regresso se negam a toda transferência de propriedade com suas
contra o fornecedor (vendedor). consequências prejudiciais em caso de falência. As obrigações
de manutenção, de bom uso, de assegurar, de pagar aluguéis,
LEASING (TIPOS, FUNCIONAMENTO, BENS) de rescisão em caso de falta de pagamento ou de inobservância
de qualquer das cláusulas do contrato, estão na essência
As transações de "leasing" se desenvolveram em muitos mesma do aluguel, que permite o desfrute e o uso pleno e total
países do mundo ocidental e têm a sua origem técnica no sis- do material. As facetas contábil e fiscal, na origem do contrato
tema financeiro norte-americano. de leasing, são respeitadas igualmente. Inclusive,
O sistema "leasing" não é ainda muito bem divulgado em acrescentamos que a supressão da promessa unilateral de ven-
muitos países do Terceiro Mundo por falta de iniciativa da da, em comparação com os altos aluguéis cobrados,
Comunidade Financeira, ou por falta de legislação em muitos consolidaria a posição da empresa de leasing em caso de
desses países. falência, quando, então, a jurisprudência poderia assimilar o
No Brasil, a sistemática de "leasing" interno foi bastante leasing à venda a prazo.
explorada e muitos bancos possuem departamentos
específicos para tais operações. O Banco BCN do Grupo Conde, b) O termo "equipamento":
opera plenamente com operações de "leasing", desenvolvidas Este termo nos foi sugerido pelas sociedades francesas de
pelo economista Dr. Mario Squassoni Filho para este banco. leasing, que utilizam com mais frequência os termos "aluguel"
Um modo viável para introduzir e promover este sistema e "equipamento' sem nenhum respaldo. O termo equipamento
financeiro no Terceiro Mundo seria a formação Oe "joint significa, por um lado, o domínio de atividade do contrato que
ventures" entre instituições financeiras internacionais e está especialmente reservado para o equipamento industrial,
bancos governamentais do Terceiro Mundo, ou até operações comercial e profissional. Assinala, ademais, o aspecto financei-
entre bancos centrais e o World Bank" de Washington. ro da inversão: a operação de crédito a médio prazo. Citemos,
Na Colômbia, existe um "joint venture" entre o "World ainda, uma instituição bastante nova que apresenta algumas
Bank" e o "Banco de Lã Nación de Colômbia" para oferecer analogias com a nossa: a tomada de propriedade e dos bens de
operações de "leasing" à importação de equipamentos equipamento (cf. as placas de propriedade). Igualmente somos
industriais pesados. tentados a adotar o termo equipamento, por uma segunda
Na China Comunista, recentemente, foi formado um "joint razão. Queremos falar da estreita colaboração entre a
venture" entre bancos alemães, japoneses e o "China Bank" sociedade de leasing e o fabricante. Aqui há por parte da
para oferecer estas operações de Ieasing' internacional. sociedade de leasing e do usuário, atuando conjuntamente, um
ato econômico de equipamento."
Conceitos A respeito do termo "crédit-bail", CALAIS-AULOY
professor na Faculdade de Direito de Montpellier, em
A PALAVRA "LEASING". A matéria de que vamos tratar é conferência pronunciada em 1970, nas "journées d'étude" por
conhecida simplesmente como Ieasing" e, por ser aceita em aquela Faculdade, afirmou: Portanto, o nome "leasing" não
todos os países sob esta denominação, usá-la-emos sem aspas. quer dizer grande coisa. Seu equivalente francês mais exato se-
Leasing vem do verbo "to lease" (arrendar) e pode ria sem dúvida a palavra "bail". O legislador francês escolheu
significar o processo de arrendamento (operação de leasing), uma expressão que denota melhor a complexidade da operaç-
ou ter o sentido substantivo de arrendamento enquanto tal ão: entre nós o leasing tornou-se o "crédit-bail", e, é sob esta
(contrato de leasing). O legislador brasileiro preferiu deixar de denominação que nós o empregamos constantemente.
lado o termo inglês e empregou, em seu lugar, "arrendamento Por que "crédit-bail"? Porque tal contrato, como muitos
mercantil", devido, sem dúvida, às peculiaridades do instituto outros, é uma técnica jurídica ao serviço de uma necessidade
no direito pátrio. econômica, técnica e jurídica que se apresenta no
Outras legislações, também, preferem usar expressões arrendamento, necessidade econômica que é uma necessidade
típicas. Assim, a França apelidou o leasing de "prêt-bail" e de de crédito, e mais precisamente uma necessidade de crédito a
"crédit-bail" e a Bélgica empregou a expressão longo ou médio prazo, porque o crédito-arrendamento irá
"location-financement". Os italianos chamam o leasing de permitir às empresas obter bens de produção graças a um

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APOSTILAS OPÇÃO

financiamento exterior. A operação relaciona, pois, três tipos pelas partes, e o arrendatário está obrigado a continuar
de pessoas: pagando os aluguéis."
- aquela que fornece o bem e que nós chamamos de Na França, como dissemos, o leasing é chamado de
"vendedor"-, "crédit-bail" e a definição desse instituto encontra-se na Lei
- aquela que fornece o numerário e que nós chamamos de 661455 (art. 10) nos seguintes termos: "As operações de
"credor"; crédito-arrendamento ("'crédit-bail") a que se refere a
- aquela que obtém a coisa sem que tenha de fornecer presente lei são operações e locação de bens de equipamento,
numerário, e que nós chamamos de "usuário". material de trabalho ou de bens imóveis de uso profissional,
especialmente adquiridos com vistas a essa locação por
Por consequência, em direito, o "crédit-bail" é a operação empresas que permanecem proprietárias destes bens, quando
pela qual um estabelecimento credor, após ter comprado um essas operações, qualquer que seja sua denominação, dão ao
bem, o loca a uma empresa usuária, que, no fim do locatário a, faculdade de obter total ou parcialmente os bens
arrendamento poderá adquirir a propriedade do bem. à locados, mediante um preço convencionado, levando-se em
pagamento dos aluguéis ' e depois o do preço eventual re- conta, pelo menos em parte, os pagamentos efetuados a título
sidual, permite ao credor recuperar os fundos que despendeu." de aluguel"
A Bélgica, por sua vez, tratou da matéria referente ao.
DEFINIÇÕES DE LEASING. Muitas são as definições Leasing em seu Decreto Real n. 55, de 10.11.67. a exposição de
encontradas nos, tratados e nas legislações dos vários países. motivos ficou esclarecido que: "As empresas especializadas
A lei brasileira o definiu do seguinte modo. Considera-se adquirem bens de equipamento segundo as especificações de
arrendamento mercantil a operação realizada entre pessoas seus clientes e, reservando-se a propriedade dos mesmos,
jurídicas, que tenha por objeto o arrendamento de bens dão-nos em arrendamento por um período correspondente à
adquiridos a terceiros pela arrendadora, para fins de uso duração resumida da utilização econômica, mediante
próprio da arrendatária e que atendam às especificações pagamento de alugueres calculados de modo que se amortize
desta." o valor dos bens, no período de utilização previsto no contrato.
De maneira acessória, os contratos de arrendamento
JOSÉ W. N. QUEIROZ, que estudou a matéria em concedem ao usuário uma opção de compra dos bens
profundidade, assim se expressa: "Consequentemente, arrendados, opção que o usuário poderá exercer ao final do
poder-se-ia definir o leasing, em sentido lato, como um, arrendamento, mediante o pagamento de uma quantia que é
acordo mediante o qual uma empresa, necessitando utilizar comparada ao valor residual estimado dos bens."
determinado equipamento, veículo ou imóvel (terreno ou Na Espanha, o projeto de regulamentação do leasing fixou
edificação), ao, invés de comprar, consegue que uma empresa, o entendimento que devem ser incluídas neste instituto as
chamada de leasing (locadora), adquira-o e loque-o à operações de arrendamento de bens de equipamento,
empresa interessada, por prazo determinado, findo o qual entendendo-se como bens de equipamento os destinados às
poderá a locatária optar entre a devolução do objeto do atividades próprias de uma empresa.
contrato, a renovação da locação ou a sua aquisição por Ao analisarmos o art. 10 da Lei n. 6.099/74, voltaremos ao
compra e venda, pelo valor residual avençado no instrumento assunto, especificamente no tocante ao conceito que o ins-
contratual." tituto recebeu em nossa legislação. No momento, o cotejo com
as definições oferecidas pela Doutrina e pela Legislação
SERGE ROLIN alinha outras definições, que passamos a servirão para dar ao leitor um conceito aproximativo do que
transcrever: seja leasing.

- "O leasing é uma operação de financiamento a médio e TIPOS


longo prazo, praticada por uma sociedade financeira, e que
tem como suporte jurídico um contrato de aluguei de coisas; RENTING E LEASING. A cessão do uso poderá ser
compensada por um simples aluguel, ou operar-se através de
- "O leasing e uma operação financeira efetuada por uma atividade financeira. No primeiro caso, há locação no
sociedades especializadas, que, a pedido de seus clientes, sentido tradicional, ou, de acordo com a expressão americana,
compram bens de equipamento e os colocam à disposição das o "renting", no segundo, ter-se-á o arrendamento uni-
firmas requerentes em forma e arrendamento ligado a versalmente apelidado de "leasing". Estas são as duas formas
condições especiais". básicas que a locação assume e que serão analisadas a seguir.
O "RENTING" E O "OPERACIONAL LEASING". A locação
O próprio SERGE ROLIN definiu o leasing, nos seguintes pura e simples de bens foi a primitiva forma, visto que o lea-
termos: "Para nós, o leasing é um financiamento destinado a sing, por envolver financiamento, exige certa sofisticação. O
oferecer aos industriais e aos comerciantes um meio flexível e "renting" apareceu sob a espécie de aluguei de aparelhos ou
novo de dispor de um bem de equipamento, alugando-o em vez máquinas por parte dos fabricantes ou produtores.
de compra-lo Esta operação é realizada por sociedades Consiste esse instituto no arrendamento de bens, a curto
especializadas que compram o material, seguindo as prazo de tempo, no qual não é prevista a possibilidade de o
especificações do futuro usuário, alugando-o durante. o prazo arrendatário adquirir o = ao final do contrato, embora isto
convencionado e mediante a percepção de contra prestações possa acontecer. O locador fica obrigado a arcar com certos
fixadas em contrato e que deve reservar ao arrendatário uma ônus da locação, tais como a manutenção e a assistência
opção de compra do bem ao término do período inicial." técnica.
Alguns autores fazem distinção entre renting" e
RICHARD VANCIL oferece a seguinte definição: "Trata-se "operational leasing". O primeiro, seria considerado como o
de um contrato pelo qual o arrendatário aceita efetuar uma sé- arrendamento de bens móveis, pelo fabricante, por curto
rie de pagamentos ao arrendador, pagamentos que, no todo, espaço de tempo, enquanto, o segundo envolveria, também, a
excedem o prego de compra do bem adquirido. De um modo ideia de investimento do locador, embora visando um certo
geral os pagamentos são escalonados em período equivalente fim ou um determinado serviço.
à maior parte da vida útil do bem. Durante esse período, Na prática, porém, o tratamento fiscal é o mesmo, tanto
chamado período inicial do aluguel, o contrato e irrevogável para o "renting", quanto para o "operational leasing". Além do
mais, possuindo o Brasil tratamento uniforme para a locação

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APOSTILAS OPÇÃO

de bens, não haveria razão para nos determos em análises de LEASING FINANCEIRO (FINANCIAL LEASING). RUOZI
conceitos alienígenas. definiu o leasing financeiro como sendo uma operação de fi-
O Código Comercial define a "locação mercantil" seguinte nanciamento a médio e longo prazo, baseada num contrato de
modo: "A locação mercantil é o contrato pelo qual uma clãs locação de bens móveis ou imóveis. O financiamento é conse-
partes se obriga a dar à outra, por determinado tempo e preço guido por um intermediário financeiro, que intervém entre o
certo, o uso de alguma coisa, ou do seu trabalho". estabelecimento produtor do bem objeto do contrato e o
No anteprojeto do Código Civil a locação foi prevista nos estabelecimento que solicita uso do mesmo, adquirindo do
arts. 552 e seguintes, mas os seus autores evitaram tratar primeiro o bem mencionado e cedendo-o em locação ao
especificamente do leasing. segundo, o qual se compromete, de modo irrevogável, a cum-
Assim sendo, a locação continuará, ao que parece, sujeita prir para com o intermediário financeiro com certas exigências
às regras gerais que vem regendo esse tipo de operação, as periódicas, através de uma quantia global superior ao custo do
quais poderiam ser assim resumidas: bem, cuja propriedade, no término do contrato, poderá ser
a) o locador fica obrigado a entregar a coisa alugada e a transferida, a título oneroso, do intermediário financeiro ao
mantê-la na posse do locatário durante todo o tempo do estabelecimento locatário, pela iniciativa deste último,
contrato; FOSSATI, analisando esta definição, enumera os seguintes
pontos característicos do leasing financeiro:
b) o locatário, por sua vez, fica obrigado a servir-se do uso - é operação típica de financiamento: o escopo principal, no
da coisa na forma convencionada em contrato e a pagar pontu- caso; é o de financiar o locatário, o qual, na maioria das vezes,
almente o aluguel, bem como a levar ao conhecimento do visa adquirir o bem arrendado;
locador as turbações de terceiros e a restituir a coisa, finda a - é celebrado para duração a médio e longo prazos. A
locação, no estado em que a recebeu, salvo as deteriorações duração efetiva de um contrato de leasing financeiro é
ocorridas pela ação da natureza e pelo uso regular da coisa; cautelosamente calculada em relação à duração econômica do
bem cedido em arrendamento;
c) quanto ao contrato propriamente, dito, e feito porque o - o objeto do contrato está no arrendamento de bens
locatário prefere usar coisa alheia, ao invés de adquiri-la. Não móveis e imóveis. Enquanto no leasing operacional "renting"
é revista, portanto, a compra do bem locado, nem há previsão são objeto de locação apenas bens standartizados, no leasing
de valor residual, pois as prestações não contêm, necessaria- financeiro são objeto de contrato bens diversificados, desde
mente, a faculdade de compra pelo locatário, ao final do que possam ter grande utilização para a arrendatária;
contrato O prazo do contrato é, em geral, de curta duração e - no tocante ao intermediário financeiro, as empresas que
sempre determinado. alugam seus bens não os fabricam porque não são industriais.
São, na verdade, sociedades financeiras, constituídas com a
A tendência da empresa que opera com o "renting" é de se participação de institutos de crédito, de companhias de
tornar especializada na locação de determinados bens. E uma seguros ou investidores organizados
espécie de sociedade de prestação de serviços, sendo que, ao - o contrato tem caráter irrevogável, A retratação pelo
invés de executar a prestação, cede seus bens à locatária, para arrendatário é permitida quando desembolsado em favor do
que ela, com seus próprios meios, taça uso deles. E o que arrendador o valor das prestações a pagar (com desconto
acontece, por exemplo, com o aluguei de carros e vagões. geralmente muito pequeno) e da multa contratual, se for o
A sociedade que opera com "renting" se vê coartada pelos caso. Na opinião de RUOZI, um contrato de leasing e um
meios que fazem sua própria oferta, sendo que, por isso contrato "sui generis", no qual coexistem as características de
mesmo, seu campo de ação e menor que o de uma pessoa contrato de mútuo, de locação e de compra e venda, de locação
jurídica que opere com leasing. Seus bens ficam, com o tempo, e eventual compra e venda, compra e venda entre
standartizados, de acordo com o setor da economia que deseja estabelecimento produtor e locatário, locação entre empresa
servir, embora tenha. possibilidade de fornecer assistência locatária e empresa locadora, eventual compra e venda, no
técnica e manutenção, diminuindo, assim, o custo da operação. término do contrato, entre ambas;
Em razão dessa técnica própria, o "renting" é usado, de - as contraprestações são periódicas. Fixa-se uma prestação
preferência, para Computadores eletrônicos, máquinas xero- determinada, mensal, semestral ou anual, podendo, em alguns
gráficas e automóveis. países, ficar acertado que as contraprestações serão
progressivas ou. regressivas, tendo-se em conta a depreciação,
Em conclusão, o renting oferece as seguintes os juros do capital empatado, as despesas de administração e
características: os encargos que pesam sobre o locador;
- a respeito das opções, ao final do contrato, são apontadas
a) arrendamento, sem haver opção de compra; as seguintes: (a) o arrendatário poderá renovar o contrato,
com nova fixação de contra prestações periódicas, inferiores
b) contrato rescindível pelo arrendatário, sem que o prazo às do primeiro contrato; (b) poderá, por outro lado, restituir o
determinado em contrato tenha a mesma rigidez do contrato bem arrendado, ou (c) tornar-se proprietário do bem objeto
de leasing; do contrato, pagando, neste caso, uma soma estipulada de
c) manutenção e assistência técnica, em geral, previstas antemão.
como encargo do locador, Em suma, o leasing financeiro é mais rentável que o
d) a operação poderá ser contratada diretamente com o operacional, mas não oferece ao arrendatário a assistência que
fabricante. o leasing operacional proporciona, Além do mais o leasing
financeiro exige do arrendador maior cuidado no cálculo de
Na legislação do imposto de renda, o "renting" é previsto sua rentabilidade, já que os bens estão sujeitos ao fenômeno
no art. 71 da Lei n. 45.061/64 (RIR, art. 174). possível a dedu- da 'obsolescência".
ção de despesas com aluguéis, quando necessárias para que a A respeito do leasing financeiro RUOZI, afirma: Quando a
empresa mantenha a posse, uso ou fruição do bem que produz sociedade financeira de leasing não concede ao locatário o
o rendimento e desde que o aluguei não constitua aplicação de complexo de serviços colaterais examinados no parágrafo
capital na aquisição do bem, nem distribuição disfarçada de lu- precedente, o leasing praticado por e a perde as características
cros. operativas e torna-se exclusivamente instrumento de
financiamento da "azienda" locatária. Por isto, tal tipo de
leasing é chamado de financeiro."

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B. MÉRA, em conferência pronunciada em 30.09.65 (B. cancelável unilateralmente, mas sem opção de compra, ou com
Méra é Diretor Geral da União Francesa de Bancos e Presidente opção ao preço de mercado no momento de seu exercício. Esta
Diretor Geral da "Cie. pour Ia Location d'Equipements terceira modalidade da espécie básica não é mais do que
Professioneis-CLEP), afirmava "Todos sabem que se trata de simples modificação de traços não essenciais das duas outras.
uma fórmula na qual um industrial, ao invés de adquirir um b) Na segunda espécie de "leasing", o arrendatário
bem móvel de que necessita e após ter conseguido saber quais simplesmente assume a função. que nas modalidades da
as suas características e seu preço, junto ao vendedor, solicita primeira espécie tem o produtor da coisa ou intermediário na
a uma sociedade financeira especializada que o compre em seu sua venda; o arrendatário vende coisa sua ao arrendador, para
lugar e o alugue por um período convencionado, variável em em seguida dele torná-la em "locação", com as mesmas
cada caso, mas sempre suficiente para permitir a amortização cláusulas fundamentais dos contratos anteriormente
integral do investimento realizado pela sociedade financeira. descritos, ou seja, mediante o mesmo "aluguel" compreensivo
No final desse período, a empresa locatária pode escolher de custos e lucros, ou seja, dando á operação o caráter de "full
entre restituir simplesmente o bem locado, alugá-lo nova- payout lease , inclusive também com a possível opção de'
mente para um período variável mediante uma renda reduzida compra por valor residual predeterminado ou por valor de
ou, enfim, adquiri-lo por um preço menor." mercado no momento de seu exercício. Esta espécie, que
também pode tomar a forma de contrato denunciável pelo
ESPÉCIES DE LEASING. A divisão exata das várias espécies arrendatário a qualquer tempo, como no "operating lease", é a
de leasing, ou a sua classificação em "tipos", é tarefa difícil, uma forma denominada de "Iease back".
vez que o instituto está, ainda, em fase de formação e não c) A terceira espécie de "leasing", conhecida por "self
recebeu tratamento definitivo em nossa legislação. leasing", apresenta duas modalidades. Na primeira, sociedades
de um mesmo grupo econômico, ou seja, sociedades coligadas
Deixamos bem claro que já se pode achar uma divisão ou interdependentes, assumem as posições do arrendador, do
fixada nos dois tipos básicos de. locação, acima apontados, ou arrendatário e do vendedor da coisa, respectivamente, ou
seja, leasing operacional e leasing financeiro. Fora desses somente os dois primeiros. Assim, uma delas, na qualidade de
limites, os autores fazem conjecturas e seria exaustivo arrendador, adquire a coisa de sociedade, que pode ou não
enumerarmos as espécies por eles apontadas. A título de pertencer ao grupo, na qualidade de arrendatária. O "leasing"
exemplo, transcrevemos um trecho do artigo escrito pelo Prof. tem aqui a mesma característica básica das modalidades já
MAURO BRANDARLOPES no "O Estado de São Paulo" (edi de descritas nas espécies anteriores, ou seja, o caráter de "payout
25.12.74), mas, como ele mesmo 2;o não é uma divisão lease". Não importam as razões da operação, bastando que,
exaustiva. Assim, esclarece ele: embora entre sociedades do mesmo grupo, o contrato exiba o
mesmo traço fundamental do "leasing" entre pessoas
"São três as espécies básicas do "leasing"-. economicamente estranhas umas às outras.
Na segunda modalidade desta terceira espécie, o
a) Na primeira espécie, o agente do 'leasing", o "lessor" do fabricante ou produtor da coisa assume a posição de
direito americano (a seguir denominado "arrendador", por arrendador, e dá diretamente ao arrendatário, em "locação", a
conveniência de exposição), compra do produtor ou coisa que fabricou, mediante contrato com a mesma
intermediário determinada coisa, sob especificações ou não do característica básica dos demais contratos descritos, ou seja, o
tomador do "leasing" o "lessee" do direito americano (a seguir "aluguel" compreensivo de custos totais e lucro ("full payout
denominado "arrendatário", por conveniência de exposição) e lease"), com a possível opção de compra e os diversos
dá a este em "locação", mediante um "aluguel", pagável em mecanismos para o seu exercício.
parcelas, que na sua integridade é igual aos custos totais Na descrição feita - (no número anterior) das diversas
relativos à coisa, os quais terá de suportar durante todo o espécies de "leasing", percebe-se claramente qual é a sua
prazo do contrato , sejam de que natureza forem, acrescidos e característica essencial, devidamente acentuada que foi em
seu lucro. A "locação" se liga uma opção do arrendatário para cada modalidade é o caráter do "aluguel" pactuado. Este
compra da coisa, no término do prazo, por preço residual "aluguel", na sua integridade, ou seja, no total de suas parcelas,
preestabelecido. O contrato não é denunciável pon vontade compreende' a totalidade dos custos suportados pelo
unilateral de qualquer das partes. E esta a forma básica e operador, acrescidos de seu lucro, o que torna impossível
original do negócio, que se denominou inicialmente de considerar o contrato como sendo de simples locação. Nesta, o
"financial leasing" ou "full payout lease". uso da coisa é dado ao locatário mediante equivalente
Desta espécie há uma segunda modalidade, geralmente contraprestação, nisto consistindo a comutatividade do
escolhida para coisa mais facilmente colocável no mercado. contrato no "leasing", o "aluguel" não se pode dizer
Nesta segunda modalidade da primeira espécie, modificam-se equivalente ao valor de uso da coisa antes está em flagrante
os termos do contrato escrito, de modo que o arrendatário desproporção com ele, excedendo-o de muito, para alcançar e
tenha a faculdade unilateral de rescindi-lo a qualquer tempo, mesmo ultrapassar o valor ela, o que tira inteiramente ao
sem que com isso se lhe tire necessariamente a opção de contrato de locação o elemento de comutatividade.
compra. Permanece o elemento básico de que o "aluguel", na Na verdade, o "aluguel" total pago pelo arrendatário
sua integridade, ou até o momento, seja ele qual for, à escolha equivale a importância muito superior ao valor da própria
do arrendatário, em que é por este denunciado o contrato, coisa, acrescida de todos os custos acessórios e do lucro que
cobrirá sempre os custos totais do arrendador, acrescidos de tem o arrendador. Analisada friamente a operação nas suas
seu lucro, ou seja, a opera ao conserva o seu caráter de "full implicações econômicas, o arrendador funciona mani-
payout lease". A opção de compra, que pode ter o arrendatário, festamente como autêntico financiador, e o arrendatário como
será então, não por preço residual predeterminado, mas pelo financiado; a importância do arrendamento, aplicada pelo
preço de mercado da coisa rio momento em que for exercida a arrendador na compra da coisa, ou por esta representada, se
opção. E esta a modalidade denominada de "operating lease". já de sua propriedade, é simplesmente paga parceladamente
A primeira espécie do negócio tem ainda uma terceira sob a forma de "aluguel", com todos os custos acessórios, e
modalidade, na qual se tem o mesmo contrato inicialmente acrescida do lucro do financiador.
descrito, e conhecido por "financiar leasing", ou seja, uma Admitida esta realidade econômica, e não parece possível
"locação" mediante "aluguel" correspondente aos custos totais negar a evidência dos fatos, vê-se desde logo que em todas as
do arrendador, acrescidos de seu lucro (operação que tem três aludidas espécies de "leasing", nas suas diferentes
portanto o mesmo caráter de "full payout lease"), e não modalidades, existe real financiamento, com a típica

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consequência, diretamente visada, a de permitir ao financiado, instituição financeira e podem ser consultadas no site do
para seu "capital de giro", o uso de quantias que de outra forma Banco Central.
permaneceriam imobilizadas. É este o fim de todo o fi- O Crédito Direto ao Consumidor (CDC) também é oferecido
nanciamento no campo industrial, a alternativa seria dentro de um pacote de serviços de bancos, como opção de
dispêndio direto na aquisição da coisa pelo interessado ou o empréstimo pré-aprovado, imediato e sem burocracia para os
uso de numerário próprio para capital de giro. correntistas com renda estável. O pagamento pode ser feito em
Assim, nas três modalidades da primeira espécie de até 60 meses e as parcelas são debitadas automaticamente da
"leasing", arrendador é que usando numerário próprio ou conta corrente.
financiado por outrem, desembolsa o valor da coisa, na sua É importante, antes de pedir um CDC, fazer um controle de
aquisição, ou a produz ele mesmo, e o recobra do arrendatário, despesas rigoroso: pode ser fácil conseguir o empréstimo, mas
em parcelas equivalentes no seu total ao valor de aquisição, ou pagar a dívida, nem sempre. Infelizmente, a inadimplência tem
ao valor da coisa produzida, mais custos e mais lucros. crescido no Brasil, e portanto, é bom seguir algumas regras
No "lease back", o arrendatário obtém o seu capital de giro básicas na hora de contratar um Crédito Direto ao Consumido
mediante venda da coisa ao arrendador, que lhe paga o seu va- (CDC). Em geral, uma prestação que não exceda 30% da renda
lor, a em seguida recuperá-lo na operação de leasing com todos mensal é uma boa base para um empréstimo seguro.
os seus custos e mais lucro. No "self leasing", é verdade, o Geralmente são apresentadas as seguintes condições:
motivo da operação pode ser diferente, e mesmo de caráter - Prazos: De 1 a 60 meses, dependendo do bem financiado.
não econômico, mas o "leasing" propriamente assume as - Entrada Mínima (sob consulta): Varia em função do
mesmas características econômicas." prazo da operação e do tipo de bem ou serviço escolhido.
Quisemos transcrever estas linhas do Prof. Mauro, não - Tributação: IOF - Imposto sobre operações de crédito,
porque julguemos sua divisão perfeita, pois o próprio autor câmbio e seguro ou relativos a títulos e valores imobiliários.
assevera não ser exaustiva a definição que apontou. Foi nossa
intenção poupar ao leitor a busca, em seus arquivos, do artigo CRÉDITO RURAL
citado e, sobretudo ' por considerarmos. de grande valia as
ideias ai expressas por um professor adjunto da Faculdade de O Crédito Rural abrange recursos destinados ao custeio,
Direito a USP, uma vez que aquela casa é celeiro de grandes investimento ou comercialização. As suas regras, finalidades e
valores no mundo jurídico. Já que estamos nas páginas iniciais condições estão estabelecidas no Manual de Crédito Rural
de nossa história do leasing, vale meditarmos sobre o que (MCR), elaborado pelo Banco Central do Brasil. Essas normas
disse o professor que, embora colocando-se em aberta são seguidas por todos os agentes que compõem o Sistema
contradição, em muitos lugares do citado artigo, com as Nacional de Crédito Rural (SNCR), como bancos e cooperativas
normas expressas pela Lei 6.099/74, pode colaborar no campo de crédito. Representa importante operação ativa realizada
de "lege referenda", para uma elaboração mais acurada do as- pelo Banco do Brasil, sendo que tal instituição é o principal
pecto comercial do leasing. agente do Governo Federal neste segmento.

FINANCIAMENTO DE CAPITAL DE GIRO As fontes de recursos do Crédito Rural

São as operações tradicionais de em¬préstimos vinculadas O crédito rural pode ser concedido com recursos de 2
a um contrato espe¬cífico que estabeleça prazo, taxas, valores categorias:
e garantias necessárias e que atendam às necessidades do a) controlados: assim considerados da exigibilidade de
capital de giro das em¬presas. recursos obrigatórios, das Operações Oficiais de Crédito sob
Os empréstimos normalmente são ga¬rantidos por supervisão do Ministério da Fazenda; da poupança rural, do
duplicatas numa relação de 120 a 150% do principal Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e do Fundo de
emprestado. Investimento Extramercado (outro fundo administrado pelo
Governo Federal), quando aplicados em operações
FINANCIAMENTO DE CAPITAL FIXO subvencionadas pela União sob a forma de equalização de
encargos financeiros, além de outros que vierem a ser
Em termos da contabilidade de uma empresa, é aquele especificados pelo Conselho Monetário Nacional;
representado por imóveis, máquinas e equipamentos. É b) não controlados: assim considerados os da exigibilidade
também chamado de ativo fixo. De acordo com a concepção e livres da poupança rural, de fundos, programas e linhas
marxista, é a parte não circulante do capital constante, isto é, a específicas, de recursos livres.
parte do capital utilizada em máquinas, equipamentos,
instalações etc. As aplicações em crédito rural

CRÉDITO DIRETO AO CONSUMIDOR A instituição financeira deve consignar no instrumento de


crédito a fonte dos recursos utilizados no financiamento,
Quem já teve a experiência de comprar um observada a classificação do parágrafo anterior, registrando a
eletrodoméstico pagando em muitas vezes pode até não saber, denominação do fundo, programa ou linha específica, se for o
mas com certeza o fez através do Crédito Direto ao caso.
Consumidor (CDC). Este conceito de empréstimo é cedido por Os financiamentos ao amparo de recursos controlados do
instituições financeiras, bancos, ou através das lojas de crédito rural podem ser concedidos diretamente a produtores
departamentos. As compras a prazo no cartão de crédito rurais ou repassados por suas cooperativas.
também podem ser consideradas Crédito Direto ao A legislação específica do segmento determina a aplicação
Consumidor (CDC). obrigatória em crédito rural de uma parcela de recursos
A vantagem deste tipo de empréstimo é que o consumidor captados pelas instituições financeiras.
passa a possuir o bem no ato da compra, sem precisar ter pago As normas existentes detalham como é calculada esta
seu valor total. As parcelas são acrescidas de juros cujas taxas parcela e quais instituições estão sujeitas ao cumprimento de
são menores do que os do cheque especial ou dos cartões de tal obrigatoriedade.
crédito: por outro lado, são bem maiores do que o rendimento Geralmente, nesta modalidade, as operações de crédito
da caderneta de poupança. As taxas variam segundo a rural realizadas pelas instituições financeiras têm taxas
subsidiadas.

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De igual modo, uma parcela dos recursos livres de uma Assim, a partir do dia 04 de maio de 2012, novas
instituição financeira (e recebem este nome pois a instituição cadernetas de poupança ou depósitos feitos nessa modalidade
financeira pode aplicar livremente) pode ser aplicada no passaram a ter uma nova regra de remuneração.
crédito rural, desde que as taxas destas operações observem O rendimento passou de 6,17% ao ano (que é os 0,5% ao
as taxas das operações bancárias comuns. Isto quer dizer que mês acumulados no período de um ano), mais a Taxa
operações de crédito rural contratadas com recursos livres Referencial - TR, para 70% da taxa básica de juros (Taxa Selic),
não são subsidiadas. mas somente quando a Selic for igual ou menor que 8,5% ao
ano.
As linhas de Crédito Rural Para os clientes de cadernetas já existentes, que realizaram
depósitos depois do dia 04.05.2012, os bancos abriram duas
As principais linhas de crédito rural podem ser resumidas contas de poupança: uma com os depósitos feitos até o dia
em 3 grandes grupos: 03.05.2012 e outra com os novos ingressos de dinheiro -
1) Créditos de Custeio: destinam-se ao custeio das ambas sob o mesmo CPF.
despesas normais da atividade, como por exemplo, do ciclo No momento de fazer um resgate da poupança o dinheiro
produtivo de lavouras periódicas, da entressafra de lavouras sai prioritariamente da mais nova - de acordo com o Ministério
permanentes, de exploração pecuária e do beneficiamento ou da Fazenda. No entanto, se o valor a ser sacado exceder o
industrialização de produtos agropecuários. montante, o que faltar será tirado da conta antiga.
2) Créditos de Investimentos: São utilizados para o No atual patamar da Selic, o rendimento da poupança
financiamento de investimentos fixos, semifixos. São exemplos permanece em 0,5% ao mês, o que dá um total de 6,17% ao
de investimento fixos a construção, reforma ou ampliação de ano acrescido da TR (que tem o seu índice determinado
benfeitorias e instalações permanentes e a aquisição de diariamente pelo Banco Central). Esse pagamento de juros e
máquinas e equipamentos de provável vida útil superior a 5 TR é depositado na conta poupança no dia do aniversário (se
anos. você depositou em 5 de abril os dividendos são pagos em 5 de
São exemplos de investimentos semifixos a aquisição de maio). O dinheiro aplicado e retirado com menos de 30 dias
animais de pequeno, médio e grande porte para criação, não rende.
recriação, engorda ou serviço e a aquisição de veículos, As demais regras da aplicação serão mantidas: isenção de
tratores colheitadeiras, implementos, embarcações e Imposto de Renda e direcionamento dos recursos da poupança
aeronaves que necessariamente devem ser utilizas na para crédito habitacional e agrícola.
atividade agropecuária.
3) Créditos de Comercialização: Têm o objetivo de Por fim, cabe ressaltar que a Medida provisória nº
assegurar ao produtor rural ou às suas cooperativas os 567/2012 foi convertida na Lei nº 12.703, de 7 de agosto de
recursos necessários à comercialização de seus produtos no 2012, tornando assim definitiva as novas regras.
mercado, compreendendo a pré-comercialização, o desconto,
os adiantamentos a cooperados por parte de cooperativas na Tipos de cadernetas de poupança
fase imediata à colheita da produção própria ou de
cooperados. Talvez a caderneta de poupança tradicional seja a única
aplicação em que se pode aportar pequenas quantias de
CADERNETAS DE POUPANÇA. dinheiro e ter liquidez imediata. Contudo, a rentabilidade é
perdida quando o saque é feito fora da data de aniversário, ou
A conta poupança é um tipo de conta bancária, de seja, da data em que a aplicação foi feita.
baixo risco e de rendimento pré-fixado de 0,5% ao mês mais a A poupança é remunerada mensalmente por uma taxa de
correção da TR - Taxa Referencial, garantida pelo FGC - Fundo juros de 0,5%, aplicada sobre os valores atualizados pela TR
Garantidor de Crédito até o valor de R$ 250.000,00 por cliente, (taxa referencial) na sua data de aniversário. Ela rende,
independente de qual banco é a sua depositária. portanto, de acordo com a quantidade de dias úteis no mês e a
Importante destacar que atualmente o limite de variação da TR do período.
ressarcimento do FGC é de 250 mil reais por CPF, por A caderneta recebe depósitos tanto de pessoas físicas
instituição financeira. Assim, se uma única pessoa tem, em um quanto de empresas (inclusive micro e pequenas empresas),
mesmo banco, conta corrente, conta poupança e CDB, por sendo que sua abertura pode ser feita em qualquer dia do mês.
exemplo, a cobertura global dos três produtos será de 250 mil As contas abertas nos dias 29, 30 e 31, contudo, passam a valer
reais. somente a partir do primeiro dia útil do mês seguinte.
Isso significa que se o total depositado nas três Para pessoas físicas e jurídicas sem fins lucrativos,
modalidades for de 300 mil reais, por exemplo, essa pessoa a remuneração da aplicação é mensal e não há incidência
receberá de volta apenas 250 mil reais, em caso de quebra do de imposto de renda (IR) sobre ganhos de capital.
banco. Para empresas (pessoas jurídicas com fins lucrativos), a
remuneração é trimestral e há incidência do imposto de renda
Desde 4 de maio de 2012 a poupança no Brasil passou a (pela tabela regressiva).
seguir a taxa Selic, assim, sempre quando esta estiver igual ou Ademais, como já foi dito, seus rendimentos são garantidos
inferior a 8,5% a remuneração será de 70% da Selic mais a taxa pelo governo, por meio do FGC, no limite de R$ 250 mil. E você
referencial. pode ter quantas cadernetas quiser.
O BC estabeleceu, ainda, que os depósitos até R$ 5 mil,
efetuados por intermédio de cheques em contas de poupança, Outras modalidades de caderneta de poupança
continuarão a ter o mesmo tratamento atual, de serem
remunerados a partir da data em que realizados. Atualmente, além da tradicional, existem outros quatro
tipos distintos de caderneta de poupança: de rendimento
Novas Regras para a caderneta de poupança com o trimestral, de rendimento crescente, com finalidade
advento da Medida Provisória nº 567, de 03 de maio de específica e rural. How Stuff Works explica como funciona
2012. cada um deles:
Com a publicação da Medida Provisória nº 567/2012, a) Rendimento trimestral: criada em 1993, esta
publicada no Diário Oficial da União no dia 04 de maio de 2012, caderneta só permite o resgate com prazo mínimo de 90 dias,
ficam alteradas as regras da caderneta de poupança. para que o rendimento não seja perdido. Sua remuneração é

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dada pela variação da TR, mais 0,5% ao mês, além de um - oportunidade de associação com empresas dinâmicas –
adicional de 0,38% (alíquota atual da CPMF). Novas aplicações DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO;
somente são aceitas na data de aniversário da aplicação, que é - rápida disponibilidade do dinheiro aplicado - LIQUIDEZ.
trimestral.
b) Rendimento crescente: esta caderneta aceita somente Por que e onde Investir?
um depósito inicial em cada conta e, obviamente, apenas um Todo investidor busca a otimização de três aspectos
resgate, o que a torna pouco flexível. Sua remuneração é básicos em um investimento: retorno, prazo e proteção.
calculada sobre a variação da TR do período, corrigida Ao avaliá-lo, portanto, deve estimar sua rentabilidade,
trimestralmente, de forma crescente, conforme a sequência liquidez e grau de risco. A rentabilidade é sempre diretamente
abaixo: relacionada ao risco. Ao investidor cabe definir o nível de risco
- 1,5% ao trimestre, do primeiro a terceiro trimestres; que está disposto a correr, em função de obter uma maior ou
- 1,705% ao trimestre, do quarto ao oitavo trimestres; menor lucratividade.
- 1,942% ao trimestre, do nono ao décimo primeiro
trimestres; e Investimentos Imobiliários
- 2,177% ao trimestre, do décimo segundo trimestre em Envolvem a aquisição de bens imóveis, como terrenos e
diante. habitações. Para a economia como um todo, entretanto, a
O poupador se beneficia, ainda, de um adicional compra de um imóvel já existente não constitui investimento,
compensatório da CPMF sobre o saque, desde que o mesmo mas apenas transferência de propriedade.
não seja feito antes de 90 dias de aplicação. Os objetivos do investidor em imóveis são geralmente
distintos daqueles almejados pelos que procuram aplicar em
c) Com finalidade específica: A mecânica de remuneração valores mobiliários, sobretudo no que se refere ao fator
desta caderneta de poupança é idêntica à tradicional mensal liquidez de um e de outro investimento.
(TR + 0,5%) ou trimestral (TR + 1,5%). A diferença é que sua
utilização ocorre apenas em fins específicos, como por Investimento em Títulos
exemplo, a caução da fiança de um locatário. As modalidades Abrangem aplicações em ativos diversos, negociados no
disponíveis são: mercado financeiro (de crédito), que apresentam
- Garantia locatícia; características básicas com referência a:
- Revendedores lotéricos; - renda - variável ou fixa;
- Trabalho de condenado; - prazo - variável ou fixo;
- o Crédito de valores de quotas de PIS/Pasep, do FGTS, de - emissão - particular ou pública.
fundos de investimento e de saldos liberados nas contas de
depositantes falecidos, e Renda
- o leiloeiros. A renda é fixa quando se conhece previamente a forma do
rendimento que será conferida ao título. Nesse caso, o
d) Rural (caderneta verde): esta caderneta de poupança rendimento pode ser pós ou prefixado, como ocorre, por
é idêntica à tradicional. A única diferença é que os recursos exemplo, com o certificado de depósito bancário.
captados são destinados para o financiamento de operações A renda variável será definida de acordo com os resultados
rurais (e não para o SFH). As instituições que oferecem obtidos pela empresa ou instituição emissora do respectivo
exclusivamente estes produtos são: Banco da Amazônia, Banco título.
do Nordeste, Banco do Brasil e os Bancos Cooperativos.
Vale lembrar que as instituições financeiras, motivadas Prazo
pela alta competitividade do setor, oferecem uma ampla gama Há títulos com prazo de emissão variável ou
de aplicações de poupança. Estas centenas de produtos, no indeterminado, isto é, não têm data definida para resgate ou
entanto, não são nada mais do que variantes dos tipos de vencimento, podendo sua conversão em dinheiro ser feita a
caderneta relacionados neste artigo. qualquer momento. Já os títulos de prazo fixo apresentam data
É muito comum que os bancos ofereçam facilidades e estipulada para vencimento ou resgate, quando seu detentor
serviços agregados às cadernetas, como, por exemplo, receberá o valor correspondente à sua aplicação, acrescida da
depósitos e saques diretos pela conta corrente, mesmo respectiva remuneração.
número e senha da conta corrente, aplicação e resgate pelo
telefone programação do investimento por períodos de até FINANCIAMENTO À IMPORTAÇÃO E À EXPORTAÇÃO:
1(um) ano, entre outros. REPASSES DE RECURSOS DO BNDES
Mas não se engane, a remuneração da caderneta de
poupança é definida pelo Banco Central e os valores nunca Para ter sucesso no concorrido mercado internacional, os
mudam, independente do seu banco, tampouco do produto exportadores se valem de sistemas de financiamento às
que você aplica. exportações que tornam as condições financeiras para compra
de seus produtos e serviços mais atrativas. Muitas vezes, a
O que é Poupança e Investimento? decisão de compra pode ser determinada pelas condições
Os recursos necessários para uma aplicação provêm da creditícias da operação, tendo em vista a similaridade das
parcela não consumida da renda, a qual se dá o nome de ofertas apresentadas quanto aos demais aspectos.
poupança (por menor que seja seu valor) ou uma Em uma operação de financiamento à exportação o crédito
disponibilidade financeira, pode efetuar um investimento, dele pode ser concedido na fase de produção da mercadoria,
esperando obter: denominando-se crédito pré-embarque (ou financiamento à
- reserva para qualquer despesa imprevista e uma garantia produção exportável). Conceitua-se crédito pós embarque,
para o futuro - SEGURANÇA; aquele que é ofertado na fase de comercialização da
- boa remuneração – RENTABILIDADE; mercadoria.
- esperança de ver crescer o capital empregado – Quanto ao beneficiário do crédito (tomador), a exportação
VALORIAZAÇÃO; financiada com recursos de terceiros (agentes financeiros),
- defesa contra eventual desvalorização do dinheiro – pode ser classificada em: supplier's credit ou buyer's credit.
PROTEÇÃO; Quando o crédito é destinado ao fornecedor da mercadoria,
usa-se o termo supplier's credit.

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O financiamento supplier'scredit, na prática, é um empresas (chamadas emissoras) gerar cartões ostentando a


refinanciamento, pois o vendedor, utilizando o financiamento respectiva marca.
que recebe, financia o comprador. No caso em que crédito é
fornecido diretamente ao importador, utiliza-se a
denominação buyer's credit, que significa crédito ao
comprador.O financiamento à exportação funciona de modo
semelhante a qualquer financiamento no mercado interno,
observadas suas características próprias. O exportador
embarca a mercadoria e fica aguardando o ingresso paulatino
da divisa, ao longo do prazo pactuado ou, então, recebe à vista
do agente financiador e este se torna credor do importador.
São consideradas exportações financiadas aquelas cujos
prazos de pagamento são superiores a 180 (cento e oitenta) Os serviços de pagamentos vinculados a cartão de crédito
dias. emitidos por instituições financeiras ou instituições de
O prazo de pagamento da exportação de bens compreende, pagamento estão sujeitos à regulamentação baixada pelo
na maioria das vezes, o espaço de tempo entre a data de Conselho Monetário Nacional e pelo Banco Central do Brasil,
embarque da mercadoria e a data de vencimento da última nos termos dos arts. 4º e 10 da Lei 4.595, de 1964, e da Lei
parcela do principal. 12.865, de 2013.
Nas exportações financiadas, os exportadores e os agentes
financeiros devem obter, da parte dos importadores, garantias Os portadores desses cartões têm à sua disposição uma
que assegurem o tempestivo ingresso no país do valor em rede de lojas credenciadas para a aquisição de bens e serviços.
moeda estrangeirada exportação e dos encargos incidentes no O estabelecimento comercial registra a transação com o
financiamento. Toda exportação financiada acarreta cobrança uso de máquinas mecânicas ou informatizadas, fornecidas pela
de juros. Usualmente os juros são cobrados com base na taxa administradora do cartão de crédito, gerando um débito do
LIBOR (Taxa Interbancária Londrina). usuário-consumidor a favor da administradora e um crédito
Via de regra, a amortização da exportação financiada se dá do fornecedor do bem ou serviço contra a administradora, de
pelo pagamento do principal e dos juros em parcelas iguais e acordo com os contratos firmados entre essas partes.
consecutivas, sempre com a mesma periodicidade. Periodicamente, a administradora do cartão de crédito
A carência (vencimento da primeira parcela), geralmente, emite e apresenta a fatura ao usuário-consumidor, com a
é limitada a 180 (cento e oitenta) dias a partir da data de relação e o valor das compras efetuadas.
embarque do produto Assim, o cartão de crédito pode ser considerado como um
indutor ao crescimento das vendas. Possibilita ao cliente um
CARTÕES DE CRÉDITO financiamento e a adequação de suas despesas a seu fluxo de
caixa. Funciona como um crédito automático e é a moeda do
O cartão de crédito é um serviço de intermediação que futuro.
permite ao consumidor adquirir bens e serviços em
estabelecimentos comerciais previamente credenciados, Existem duas categorias de cartão de crédito: básico e
mediante a comprovação de sua condição de usuário. Tal diferenciado. O cartão básico é aquele utilizado somente para
comprovação é feita com a apresentação do cartão no ato da pagamentos de bens e serviços em estabelecimentos
aquisição da mercadoria. credenciados. Já o cartão diferenciado é aquele cartão que,
Juridicamente, o cartão de crédito é um contrato de adesão além de permitir a utilização na sua função clássica de
entre consumidor e administradora de cartões de crédito, que pagamentos de bens e serviços, está associado a programas de
tem por objeto a prestação dos seguintes serviços: benefício e/ou recompensas, ou seja, oferece benefícios
I – serviços de intermediação de pagamentos à vista entre adicionais, como programas de milhagem, seguro de viagem,
consumidor e fornecedor pertencente a uma rede desconto na compra de bens e serviços, atendimento
credenciada; personalizado no exterior, etc.
II – serviço de intermediação financeira (crédito) para
cobertura de obrigações assumidas através do cartão de O cartão de crédito básico é de oferecimento obrigatório
crédito junto a fornecedor pertencente a uma rede pelas instituições emissoras de cartão de crédito. O valor da
credenciada; anuidade do cartão básico deve ser menor do que o valor da
III – serviço de intermediação financeira (crédito) para anuidade do cartão diferenciado.
cobertura de inadimplemento por parte do consumidor de Os bancos podem cobrar basicamente cinco tarifas
obrigações assumidas junto a fornecedor pertencente a uma referentes à prestação de serviços de cartão de crédito,
rede credenciada; considerados serviços essenciais: anuidade, emissão de
IV – serviço de intermediação financeira (crédito) para segunda via do cartão, pelo seu uso no saque em espécie, pelo
empréstimos em dinheiro direto ao consumidor, seu uso para pagamento de contas (por exemplo, faturas e
disponibilizado através de operação de saque. boletos de cobranças de produtos e serviços) e no pedido de
O contrato de intermediação de pagamentos à vista é o avaliação emergencial do limite de crédito.
contrato realizado entre o consumidor e uma administradora Cabe destacar, ainda, que podem ser cobradas ainda tarifas
de cartões de crédito, que tem por objeto a prestação do pela contratação de serviços de envio de mensagem
serviço de intermediação de pagamentos à vista das automática relativa à movimentação ou lançamento na conta
obrigações assumidas por meio de cartão, até um limite de pagamento vinculado ao cartão de crédito, pelo
estabelecido entre o consumidor e um fornecedor de bens ou fornecimento de plástico de cartão de crédito em formato
serviços pertencente a uma rede credenciada, desde que o personalizado, e ainda pelo fornecimento emergencial de
consumidor pague suas obrigações integralmente até o dia do segunda via de cartão de crédito. Esses serviços são
vencimento da fatura e não opte pelo parcelamento do valor considerados “diferenciados” pela regulamentação.
das compras. As instituições devem fornecer aos seus clientes
As empresas detentoras de uma determinada marca demonstrativos e/ou faturas mensais de cartão de crédito,
(popularmente chamadas de bandeiras) autorizam outras explicitando informações, no mínimo, a respeito dos seguintes
aspectos:

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APOSTILAS OPÇÃO

I. limite de crédito total e limites individuais para cada O envio (a entrega) da proposta devidamente assinada
tipo de operação de crédito passível de contratação; representa a concretização da subscrição do Título, sendo
II. gastos realizados com o cartão, por evento, inclusive proibida a cobrança de qualquer taxa a título de inscrição.
quando parcelados; Importante destacar que as Condições Gerais do título
III. identificação das operações de crédito contratadas e devem estar disponíveis ao subscritor no ato da contratação.
respectivos valores; A disponibilização das Condições Gerais em momento
IV. valores relativos aos encargos cobrados, informados posterior ao da contratação constitui violação às normas,
de forma segregada de acordo com os tipos de operações sendo a Sociedade, portanto, passível de multa; O título pode
realizadas por meio do cartão; ser adquirido para outra pessoa, aliás, o subscritor, que é a
V. valor dos encargos a ser cobrado no mês seguinte no pessoa que adquire o título e assume o dever de efetuar os
caso de o cliente optar pelo pagamento mínimo da fatura; e pagamentos, pode, desde que comunique por escrito à
VI. Custo Efetivo Total (CET), para o próximo período, das Sociedade, a qualquer momento, e não somente no ato da
operações de crédito passíveis de contratação. contratação, definir quem será o titular, isto é, quem assumirá
os direitos relativos ao título, tais como o resgate e o sorteio;
Por fim, é importante saber também que com o objetivo de Os títulos mais comuns no mercado são: o PM (pagamento
diminuir o risco de superendividamento, o Conselho mensal) e o PU(pagamento único).
Monetário Nacional determinou que, a partir de 1/6/2011, os O PM é um plano em que os seus pagamentos, geralmente,
bancos fornecessem aos clientes a opção de pagamento no são mensais e sucessivos.
valor mínimo da fatura de cartão de crédito a ser pago É possível que após o último pagamento, o plano ainda
mensalmente, o qual não pode ser inferior a 15% do valor total continue em vigor, pois seu prazo de vigência pode ser maior
da fatura. Contudo, atenção pois ao não realizar o pagamento do que o prazo de pagamento estipulado na proposta. Por sua
total da fatura, o cliente estará contratando uma operação de vez, o PU é um plano em que o pagamento é único (realizado
crédito, sujeita à cobrança de juros sobre o saldo não uma única vez), tendo sua vigência estipulada na proposta.
liquidado, sendo as taxas de juros são aquelas praticadas no Enquanto que o prazo de pagamento é o período durante o
mercado, variando de instituição para instituição, não detendo qual o Subscritor compromete-se a efetuar os pagamentos que,
o Banco Central atribuição legal para fixá-las ou intervir para em geral, são mensais e sucessivos.
alterá-las. Outra possibilidade, como colocada acima, é a de o título
ser de Pagamento Único (P.U.). Prazo de Vigência, por sua vez,
TÍTULOS DE CAPITALIZAÇÃO. é o período durante o qual o Título de Capitalização está sendo
administrado pela Sociedade de Capitalização, sendo o capital
A Capitalização é um instrumento financeiro diferente de relativo ao título atualizado monetariamente pela TR e
qualquer outro. É uma forma alternativa de acumular reservas capitalizado pela taxa de juros informada nas Condições
com prazo e taxas de juros previamente determinados. É o Gerais. Tal período deverá ser igual ou superior ao período de
instrumento ideal para quem deseja realizar um projeto de pagamento.
vida bem especial.
Diferente da Caderneta de Poupança, um Título de PLANOS DE APOSENTADORIA E PENSÃO PRIVADOS.
Capitalização tem prazo de carência para resgates, em geral,
de 12 meses. Por esta razão, a aplicação em Títulos de Previdência privada, também chamada de Previdência
Capitalização tornou-se uma das formas mais atraentes para complementar, é uma forma de seguro contratado para
planejar o futuro: o estudo dos filhos, a viagem de férias, a garantir uma renda ao comprador ou seu beneficiário. O valor
montagem de um negócio, a formação profissional, a compra do prêmio é aplicado pela entidade gestora, que com base em
de um carro e tantos outros projetos que exigem investimento cálculos atuariais, determina o valor do benefício.
e disciplina para que se tornem realidade. Em resumo, pode-se dizer que é um sistema que acumula
Depois de conviver tantos anos com inflação, o surgimento recursos que garantam uma renda mensal no futuro,
de instrumentos como o Título de Capitalização vem especialmente no período em que se deseja parar de trabalhar.
transformando a vida de muitos brasileiros, estimulando a Num primeiro momento, era vista como uma forma uma
cultura da poupança e abrindo a perspectiva de multiplicar o poupança extra, além da previdência oficial, mas como o
patrimônio por meio de sorteios. Os valores aplicados podem benefício do governo tende a ficar cada vez menor, muitos
ser capitalizados mensalmente ou de uma só vez. adquirem um plano como forma de garantir uma renda
A premiação é efetuada por meio de sorteios periódicos razoável ao fim de sua carreira profissional.
realizados pelas empresas de capitalização ou não, sendo a Há dois tipos de plano de previdência no Brasil. A aberta e
forma mais frequente a utilização de combinação de dezenas, a fechada.
em série de números previamente estabelecidos, tendo como A aberta pode ser contratada por qualquer pessoa,
base os sorteios da Loteria Federal. enquanto a fechada é destinada a grupos, como por exemplo,
funcionários de uma empresa.
Títulos de capitalização
Benefícios dos Planos Previdenciários
É uma aplicação pela qual o subscritor (comprador do Os planos de aposentadoria e pensão privados podem ser
título) constitui um capital, segundo cláusulas e regras contratados deforma individual ou coletiva (averbados ou
aprovadas e mencionadas no próprio título (Condições Gerais instituídos); e podem oferecer juntos ou separadamente,
do Título) e que será pago em moeda corrente num prazo alguns tipos básicos de benefícios, quais sejam:
máximo estabelecido. - Renda por sobrevivência - renda a ser paga ao
Eles são considerados, para todos os fins legais, títulos de participante do plano que sobreviver ao prazo de diferimento
crédito. contratado, geralmente denominada de aposentadoria.
O título de capitalização só pode ser comercializado pelas - Renda por invalidez - renda a ser paga ao participante, em
sociedades de capitalização devidamente autorizadas a decorrência de sua invalidez total e permanente ocorrida
funcionar. durante o período de cobertura e após cumprido o período de
A contratação de um título é realizada através do carência estabelecido no Plano; Planos de Aposentadoria.
preenchimento e da assinatura do contrato. - Pensão por morte - renda a ser paga ao(s) beneficiário(s)
indicado(s) na proposta de inscrição, em decorrência da morte

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APOSTILAS OPÇÃO

do Participante ocorrida durante o período de cobertura e PLANOS E APÓLICES DE SEGUROS


após cumprido o período de carência estabelecido no Plano.
- Pecúlio por morte - importância em dinheiro, pagável de Apólices de Seguro
uma só vez ao(s) beneficiário(s) indicado(s) na proposta de Uma apólice é um documento emitido por uma seguradora,
inscrição, em decorrência da morte do participante ocorrida que formaliza a aceitação do risco objeto do contrato de
durante o período de cobertura e após cumprido o período de seguro. Nela estão discriminadas uma série de condições,
carência estabelecido no Plano. como o bem segurado ou a pessoa segurada, as coberturas e
- Pecúlio por invalidez - importância em dinheiro, pagável garantias contratadas, o valor do prémio, assim como o prazo
de uma só vez ao próprio participante, em decorrência de sua do contrato, entre outras.
invalidez total e permanente ocorrida durante o período de A emissão da apólice não condiciona o início da cobertura
cobertura e após cumprido o período de carência estabelecido do bem. O bem estará coberto assim que o risco tiver sido
no Plano. aceito pelo Corretor de Seguros, caso tenha poderes para o
A SUSEP e as entidades que atuam no sistema criaram os fazer, ou mais vulgarmente pela própria seguradora. Esta
seguintes planos padrões que atualmente são comercializados operação poderá resultar na emissão de um bilhete de seguro
pelo mercado de previdência aberta complementar: ou certificado de cobertura. A apólice será enviada
posteriormente.
PGBL – Plano Gerador de Benefício Livre
A legislação não exige depósitos periódicos no caso dos Planos de Seguro
PGBLs, tipo contribuições mensais. As sociedades seguradoras são as únicas entidades a
Os depósitos podem ser feitos à medida que haja recursos negociar planos de seguros.
disponíveis, dentro do que for contratado com o Para tanto, tais entidades seguem um conjunto de regras
administrador. O participante deve verificar se tem renda para definidas em legislação especifica relativa ao assunto.
garantir o fluxo de pagamentos acertado no contrato. Os planos de seguros existentes no mercado brasileiro são:
O período de contribuição para os planos depende do 1. Seguro rural;
prazo existente entre a decisão de poupar e a idade que o 2. Seguro contra incêndio;
contribuinte deseja receber o benefício. 3. Seguro garantia;
Quanto antes começa um plano de previdência privada, 4. Seguro de pessoas;
mais fácil é formar a poupança, porque o volume de dinheiro 5. Seguro de transporte;
que será poupado será distribuído por um número maior de 6. Seguro de crédito interno;
meses. 7. Seguro de automóveis.
Segundo, porque o efeito da parte dos juros no capital final
é maior quanto maior o tempo de contribuição. A poupança Seguro Rural
que vai garantir o pagamento dos benefícios é formada por O Seguro Rural é um dos mais importantes instrumentos
dois valores básicos. Um é a soma das contribuições feitas, de política agrícola, por permitir ao produtor proteger-se
retirando daí todos os custos. O outro é o rendimento obtido contra perdas decorrentes principalmente de fenômenos
ao longo dos anos. Quanto maior o número de anos, maior a climáticos adversos. Contudo é mais abrangente, cobrindo não
contribuição do rendimento na formação do capital. só atividade agrícola, mas também a atividade pecuária, o
patrimônio do produtor rural, seus produtos, o crédito para
VGBL – Vida Gerador de Benefício Livre comercialização desses produtos, além do seguro de vida dos
O VGBL – Vida Gerador de Benefícios Livres dá ao cliente o produtores.
direito de resgatarem vida, após o período de carência, uma O objetivo maior do Seguro Rural é oferecer coberturas,
parte ou a totalidade do montante aplicado, acrescido do que ao mesmo tempo atendam ao produtor e a sua produção,
rendimento durante esse período. à sua família, à geração de garantias a seus financiadores,
O VGBL é bastante parecido com o PGBL. Isso porque o investidores, parceiros de negócios, todos interessados na
investidor também tem seus recursos aplicados em um FIF maior diluição possível dos riscos, pela combinação dos
exclusivo, sendo cobrada taxa de carregamento, e ainda pode diversos ramos de seguro.
optar pelo perfil do fundo em que aportará suas reservas.
O VGBL não tem garantia de remuneração mínima, sendo Seguro contra incêndio
o benefício baseado na rentabilidade da carteira de Para fins de seguro, o incêndio pode ser definido como fogo
investimento do FIF. A transferência (portabilidade) dos que se propaga, ou se desenvolve com intensidade, destruindo
recursos de uma seguradora para outra é permitida, devendo e causando prejuízos (danos). Para que fique caracterizado a
apenas ser respeitado o período de carência, que ainda não foi ocorrência de incêndio, para fins de seguro, não basta que
regulamentado pela Susep (Superintendência de Seguros exista fogo é preciso:
Privados). - que o fogo se alastre, se desenvolva, se propague;
Conforme exposto, o PGBL e o VGBL são produtos com - que a capacidade de alastrar-se não esteja limitada a um
características bastante semelhantes. A grande diferença está recipiente ou qualquer outro local em que habitualmente haja
no tratamento fiscal. No PGBL, o investidor conta com o fogo, ou seja, que ocorra em local indesejado ou não habitual;
incentivo fiscal concedido aos planos de previdência, que e
permite ao poupador deduzir de sua base de cálculo do - que o fogo cause danos.
Imposto de Renda contribuições feitas a estes planos, até o
limite de 12% de sua renda bruta anual. Seguro de Garantia
Já o VGBL não conta com esse incentivo, mas, em É um seguro que tem a finalidade de garantir o fiel
compensação, o investidor não é tributado com base na tabela cumprimento das obrigações contraídas pelo tomador junto
progressiva no momento do resgate ou do recebimento do ao segurado em contratos privados ou públicos, bem como em
benefício, como ocorre no PGBL. Sua tributação acontece licitações.
apenas em relação ao ganho de capital – ou seja, o lucro. Sendo As partes se relacionam da seguinte forma: o segurado
assim, o VGBL torna-se um produto ideal para pessoas que recebe uma apólice de seguro emitida pela seguradora,
atuam na economia informal ou que estão isentas do Imposto garantindo as obrigações do tomador contraídas no contrato
de Renda e, por isso, não podem contar com a vantagem fiscal principal. Para que se conclua a operação, a seguradora e o
do PGBL e dos planos de previdência em geral. tomador assinam o contrato de contra garantia, garantindo o

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APOSTILAS OPÇÃO

direito de regresso da seguradora contra o tomador em um Neste contrato, estará definido a partir de que momento o
eventual sinistro. interesse segurável passará do vendedor ao comprador da
O tomador é a pessoa jurídica ou pessoa física que assume mercadoria;
a tarefa de construir, fornecer bens ou prestar serviços, por
meio de um contrato contendo as obrigações estabelecidas. Seguro de Crédito Interno
Ao mesmo tempo, torna-se cliente e parceiro da Entende-se por operação de crédito todo ato de vontade ou
seguradora, que passa a garantir seus serviços. disposição de alguém de destacar ou ceder, temporariamente,
O Tomador é o risco; o interessado em cumprir o contrato. parte de seu patrimônio a um terceiro, com a expectativa de
É ele quem paga o prêmio do seguro; que essa parcela volte a sua posse integralmente, após
O segurado é a pessoa física ou jurídica contratante da decorrer o tempo estipulado.
obrigação junto ao tomador e o segurador é quem garante a O seguro de crédito interno é uma modalidade de seguro
realização do contrato. Geralmente este seguro é utilizado na que tem por objetivo ressarcir o segurado (credor), nas
construção civil, porém pode ser aplicado em contratos de operações de crédito realizadas dentro do território nacional,
prestação de serviços, fornecimento e obrigações aduaneiras. das Perdas Líquidas Definitivas – PLD – causadas por devedor
As relações entre o tomador e a seguradora regem-se pelo insolvente.
estabelecido na proposta de seguro e no contrato de contra O sinistro é caracterizado quando ocorre a insolvência do
garantia. devedor reconhecida por meio de medidas judiciais ou
Tal contrato é o instrumento legal que permite obter extrajudiciais realizadas para o pagamento da dívida.
ressarcimento junto ao tomador e seus fiadores dos valores Este seguro é geralmente contratado por empresas que
pagos pela seguradora ao segurado. Este contrato não realizam operações de crédito em suas vendas, tanto para
interfere no direito do segurado. pessoa física como para pessoa jurídica, ou intermediários de
operações de crédito, financiamento e investimento;
Seguro de Pessoas consórcios, empresas de factoring, etc.
São feitas pelas seguradoras visando a proteção de riscos Caracterizados desta forma como segurados das operações
suportados por pessoas físicas. Podem ser subdivididos nas de crédito.
seguintes modalidades: Os segurados também são os responsáveis pelo pagamento
- Seguro de vida em grupo: garantem um pagamento de do prêmio de seguro. Os contratantes da operação de crédito,
uma indenização ao segurado e aos seus beneficiários ou seja, os devedores são denominados garantidos, e é sobre
observadas as garantias contratadas que podem ser básicas eles que incide o risco de inadimplência.
(geralmente morte ou invalidez permanente) ou adicionais.
São feitos para garantir duas ou mais pessoas, sendo Seguro de Automóveis
obrigatoriamente contratados por uma estipulante, que O Seguro de Automóveis poderá ser contratado pelas
representa os segurados; modalidades de Valor Determinado ou Valor de Mercado
- Seguro de acidentes pessoais: garante o pagamento de Referenciado. As Seguradoras podem oferecer apenas a
uma indenização ao segurado ou a seus beneficiários, caso contratação na modalidade Valor Determinado, apenas na
aquele venha a sofre um acidente pessoal; modalidade Valor de Mercado Referenciado, ou ambas; As
- Seguro de vida individual: é o seguro que garante um principais garantias oferecidas são Compreensiva (colisão,
único segurado, contratado pelo próprio interessado; incêndio e roubo), Incêndio e Roubo, Colisão e Incêndio,
- Seguro educacional: auxilia o custeio das despesas com Acidentes Pessoais de Passageiros e Responsabilidade Civil
educação dos beneficiários do segurado, à luz da ocorrência Facultativa de Veículos: Outras garantias podem ser
dos riscos segurados definidos no contrato; contratadas. São elas:
- Seguro prestamista: são seguros em grupo, onde os - A assistência 24 Horas: tem como objetivo prestar
segurados convencionam pagar prestações ao estipulante pelo assistência ao veículo segurado e a seus ocupantes, em caso de
valor do saldo da dívida ou do compromisso feito pelo acidente ou pane mecânica e/ou elétrica;
segurado. - Acessórios: garante a indenização dos prejuízos causados
aos acessórios do veículo pelos mesmos riscos previstos na
Seguro de Transporte apólice contratada.
Para que possamos compreender como funciona o seguro
de transporte, temos que entender como está estruturada a Entende-se como acessório, original de fábrica ou não,
operação de transporte. rádio e toca-fitas, Cd players, televisores, etc, desde que
O conhecimento de embarque é o contrato feito para o fixados em caráter permanente no veículo segurado;
transporte da mercadoria entre comprador (ou vendedor) e o - Equipamentos: garante a indenização dos prejuízos
transportador (ou operador de transporte multimodal). A causados aos equipamentos do veículo pelos mesmos riscos
relação existente entre as partes deverá ser definida no previstos na apólice contratada. Entende-se como
contrato de compra e venda, uma vez que a definição de quem equipamento, qualquer peça ou aparelho fixado em caráter
tem a obrigação de contratar o frete constará deste. permanente no veículo segurado, exceto áudio e vídeo;
Os principais contratos de transporte são: - Carroceria: garante indenização, no caso de danos
- FOB: O vendedor é o responsável pela contratação do causados à carroceria do veículo segurado, desde que o
transporte e do seguro da mercadoria até a colocação da sinistro seja decorrente de um dos riscos cobertos na apólice;
mesma a bordo da embarcação. Cabe ao comprador contratar - Blindagem: está coberta por esta garantia, a blindagem do
o transporte e o seguro a partir deste ponto; veículo segurado, contra eventos cobertos pela apólice;
- CIF: este contrato prevê a obrigatoriedade do vendedor - Despesas Extraordinárias: garante ao segurado, em caso
providenciar o transporte e o seguro até o porto de destino de indenização integral, uma quantia estipulada no contrato de
final. Costuma ser utilizado nas exportações brasileiras; Quem seguro, para o pagamento de despesas extras relativas a
pode contratar o seguro transporte é a pessoa que tem o documentação do veículo, etc;
interesse em preservar o patrimônio contra os riscos - Danos Morais: garante ao Segurado o reembolso da
inerentes à viagem. indenização por danos morais causados a terceiros, pela qual
Ou seja, por qualquer pessoa que tenha o interesse vier a ser responsável civilmente em sentença judicial
segurável na carga a ser transportada. Este interesse segurável transitada em julgado, ou em acordo judicial ou extrajudicial
será esclarecido no contrato de compra e venda. autorizado de modo expresso pela seguradora;

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APOSTILAS OPÇÃO

- Extensão de Perímetro para os Países da América do Sul: - Não se deve nunca fornecer o cartão magnético ou senha
por meio desta garantia, o Segurado poderá ampliar a área de do banco a terceiros.
abrangência do seguro do seu veículo para os países da - Não é prudente contratar empréstimos sem pesquisar as
América do Sul; taxas de juros e condições oferecidas por outras instituições.
- Valor de Novo: Garante ao Segurado, no caso de - É fundamental saber se a instituição financeira está
indenização integral, a indenização referente à Cobertura de autorizada a funcionar pelo Banco Central e, no caso dos
Casco pelo Valor de Novo, nos casos em que o sinistro ocorra empréstimos consignados para aposentados e pensionistas do
em até 6 ou 12 meses da saída do veículo da concessionária. INSS, se a instituição está conveniada com o INSS.
- Não se deve aceitar a intermediação de pessoas com
Nas apólices celebradas com a garantia de Valor de promessas de acelerar o crédito.
Mercado Referenciado para veículo zero Km, é obrigatória a - O interessado em contratar um empréstimo consignado
fixação contratual do período de tempo, não inferior a noventa deve lembrar que esse tipo de operação representa dívidas
dias, em que o veículo sinistrado com indenização integral será que poderão afetar a administração da renda pessoal e familiar
indenizado pelo Valor de Novo, contado a partir da data de futura, em razão do comprometimento mensal dos benefícios
entrega do veículo ao segurado, devendo a Sociedade com o pagamento do empréstimo.
Seguradora definir expressamente as condições necessárias
para que seja aceita a cobertura como Valor de Novo. Questões

EMPRÉSTIMO EM CONSIGNAÇÃO 01. (Banco do Brasil - Escriturário – CESPE). Escolher o


melhor investimento é tarefa complexa tanto para o cliente
O empréstimo em consignação é uma modalidade de quanto para o gerente que irá orientá-lo, pois existem muitas
empréstimo em que o desconto da prestação é feito alternativas. Riscos, prazos e tributação, entre outros, são
diretamente na folha de pagamento ou de benefício aspectos importantes para a escolha do investimento.
previdenciário do contratante. A consignação em folha de Considerando os diversos produtos de investimentos, e suas
pagamento ou de benefício depende de autorização prévia e características, julgue os itens a seguir.
expressa do cliente à instituição financeira concedente do Depósitos a prazo, tais como CDB e RDB, são também
empréstimo. modalidades de investimento, geralmente classificadas em
O único normativo editado pelo Banco Central que trata pós-fixadas, prefixadas e flutuantes.
especificamente de empréstimos consignados é a Circular
3.522, de 2011. Esse normativo veda às instituições ( ) Certo ( ) Errado
financeiras a celebração de convênios, contratos ou acordos
que impeçam o acesso de clientes a operações de crédito 02. (Banco do Brasil - Escriturário – FCC). Os depósitos
ofertadas por outras instituições. Entretanto, aplicam-se a prazo feitos pelo cliente em bancos comerciais e
também à concessão de empréstimo consignado os representados por RDB
normativos do Banco Central e do Conselho Monetário (A) são aplicações financeiras isentas de risco de crédito.
Nacional que disciplinam, de forma genérica, as operações de (B) oferecem liquidez diária após carência de 30 dias.
crédito. (C) são títulos de crédito.
Não há normativo editado pelo Banco Central ou pelo (D) são recibos inegociáveis e intransferíveis.
Conselho Monetário Nacional tratando de margem (E) contam com garantia do Fundo Garantidor de Crédito
consignável, isto é, do valor máximo da remuneração recebida - FGC até R$ 20.000,00.
que pode ser comprometida com o empréstimo consignado.
Há normas federais, como a Lei 10.820, de 2003, e leis 03. (Banco do Brasil - Escriturário – CESPE). Com a
estaduais e municipais fixando limites de descontos e melhoria do cenário econômico do Brasil e as constantes
retenções, comumente em 30% do valor do salário ou reduções da taxa básica de juros, as aplicações em títulos
benefício, mas o Banco Central não possui competência legal públicos se tornam menos atraentes. Diante disso os bancos
para tratar do assunto. trabalham para aumentar sua participação nas operações de
crédito. O BB registrou lucro líquido de R$ 6,044 bilhões em
No caso de aposentados e pensionistas, o empréstimo 2006, valor 45,5% superior ao observado no ano anterior. O
consignado só pode ser contratado no banco onde se recebe o resultado foi influenciado, sobretudo, pelo crescimento de
benefício previdenciário? Não, mas a contratação de 30,8% da carteira de crédito, que superou o desempenho da
empréstimo consignado por outro banco depende da indústria financeira; e pelo incremento das receitas de
existência de convênio entre essa instituição e o órgão prestação de serviços em 16,2% contra a expansão de apenas
responsável pelo pagamento do benefício. Assim, o órgão 4,6% das despesas administrativas.
responsável pelo pagamento do benefício que o aposentado ou
o pensionista está vinculado deve ser contatado para Acerca das operações de crédito, julgue os itens seguintes.
esclarecer quais instituições financeiras são conveniadas.
A instituição financeira podem debitar direto nas contas os Cobrança e pagamento de títulos e carnês é a operação de
valores relativos a parcelas do empréstimo consignado que cobrança realizada pelos bancos em geral, de títulos e carnês
não foram descontadas em folha de pagamento por ausência emitidos por empresas-clientes. Os bancos cobram pelos
de margem consignável ou término do vínculo de trabalho ou serviços executados uma comissão em percentual ou fixa por
emprego, porém desde que o titular tenha, previamente, documento. Os bancos, na qualidade de mandatários, passam
solicitado ou autorizado, por escrito ou por meio eletrônico, a a ter a propriedade dos títulos e carnês.
realização do débito. A referida autorização pode ser ou ter
sido concedida no próprio instrumento contratual de ( ) Certo ( ) Errado
contratação da operação de crédito. 04. (CAU/BR - Assistente Administrativo – IADES).
Considerando que o Documento de Ordem de Crédito (DOC) e
Alguns cuidados devem ser adotados sempre que se fizer a (Transferência Eletrônica Disponível (TED) são maneiras de
qualquer operação bancária. Esses mesmos cuidados devem realizar transferências interbancárias, assinale a alternativa
ser tomados antes da contratação de um empréstimo correta com relação às operações bancárias.
consignado:

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APOSTILAS OPÇÃO

(A) A segurança é um benefício importante para o em nosso cotidiano, a exemplo de serviços de transportes,
destinatário da TED, uma vez que a operação é irreversível, ou marketing, serviços de restaurante, cabeleireiros, serviços de
seja, não pode ser sustada e só se realiza com recursos empresas de relações públicas e propagandas, serviços de
efetivamente disponíveis na conta do remetente. aulas em academias ou qualquer outra instituição, entre
(B) De uso restrito a pessoas jurídicas, a TED tem sido outros.
largamente utilizada por médias e grandes organizações para Os setores de serviços variam muito. O setor
realizar o pagamento de seus fornecedores, sem a necessidade governamental presta serviços através dos tribunais,
de boletos de cobrança e cheques pré-datados. agências de empregos, hospitais, agências de empréstimo,
(C) O DOC é uma operação mais ágil que a TED, pois a serviço militar, departamentos de polícia e de bombeiros,
transação não passa pelo sistema de compensação do banco. correios, órgãos legais e escolas. O setor de entidades sem
(D) Atualmente, a TED estabelece o limite máximo de três fins lucrativos presta serviços através de museus, associações
mil reais para operações entre agências e de dez mil reais para de caridade, igrejas, faculdades, fundações e hospitais. Grande
a transferência de valores entre contas- correntes de parte do setor de negócios oferece serviços através de
diferentes instituições bancárias. empresas aéreas, bancos, hotéis, companhias de seguros,
(E) As transferências interbancárias envolvem a empresas de consultoria, médicos, advogados, empresas de
transferência de recursos financeiros de uma agência para entretenimento, empresas imobiliárias, agências de
outra de um mesmo banco e se diferem no tempo de propaganda e varejistas (KOTLER11).
compensação e no valor em que podem ser emitidas. Tais serviços nos permitem organizar nosso tempo, bem
como nosso dinheiro ou trazem aprendizado, agregam valor a
05. (Banco do Brasil - Escriturário – CESGRANRIO). um produto ou a uma empresa, de acordo com Simões12. Vale
Com o crescente avanço tecnológico, está cada vez mais fácil ressaltar que uma das características singulares dos serviços é
realizar operações bancárias sem que se precise ir a participação ativa do cliente no seu processo de produção.
pessoalmente a uma agência. Durante o último século, muitos desses serviços aumentam
Que nome se dá ao tipo de acesso bancário realizado em extremamente devido a sua complexidade e diversidade. O
terminais de computadores, caixas eletrônicos e bancos 24 crescimento econômico, por sua vez, estimulou o crescimento
horas? da indústria de serviços, já que o aumento de prosperidade
(A) Banco de Dados significa que empresas, instituições e indivíduos tornam-se
(B) Débito Automático cada vez mais desejosos de trocar dinheiro por tempo e de
(C) Home Office Banking compra serviços em vez de gastar tempo realizando atividades
(D) Internet Banking por conta própria.
(E) Remote Banking Em decorrência desse crescimento, houve um aumento
expressivo das indústrias de serviços. Estas investindo não só
Respostas no volume, mas na variedade e diversidade dos serviços
oferecidos. Serviços são produtos intangíveis, como consertos
01. Resposta: certo de automóveis e preparação de declaração de imposto de
02. Resposta: D renda, que oferece benefícios financeiros, cosméticos, de
03. Resposta: errado saúde ou outros que satisfazem as necessidades dos
04. Resposta: A consumidores.
05. Resposta: E Os serviços são colocados no mercado juntamente com um
produto e são difíceis de defini-los, uma vez que não podem
Imaterialidade ou intangibilidade, Inseparabilidade e ser vistos, tocados ou sentidos, diferentemente de produtos.
Variabilidade dos produtos securitários De acordo com Bateson e Hoffman, um serviço é algo que o
consumidor compra e leva embora com ele ou consome, ou, de
Candidato(a), os serviços financeiros se caracterizam alguma outra maneira usa. Se não é físico, se não é algo que se
como serviços e têm as suas características e pode levar embora ou consome então pode-se denominar de
peculiaridades, como veremos a seguir considerando a serviços.
Imaterialidade ou intangibilidade, Inseparabilidade e
Variabilidade dos produtos securitários Os serviços podem ser caracterizados por quatro fatores
sendo eles:
O interesse pela área de serviços, particularmente nos a) intangibilidade: os serviços são desempenhos, podem
últimos 20 anos, encontra-se relacionado à importância ser vividos, e devido a isso o julgamento dos consumidores
econômica dos serviços nas economias pós-industriais. tende a ser subjetivos. Para Eiglier e Langeard: “O serviço é
Ademais, à medida que se reduzem as possibilidades de imaterial no sentido em que ele existe somente à medida que
diferenciação de produtos, devido ao amadurecimento dos é produzido e consumido”
mercados, as empresas são levadas a desenvolver vantagens b) inseparabilidade de produção e consumo: refere-se
competitivas centradas na oferta ampliada de serviços, ao fato de que os serviços são primeiramente vendidos, depois
segundo Rocha e Silva (200610). produzidos e consumidos simultaneamente;
c) heterogeneidade: refere-se ao potencial de
Os serviços podem ser entendidos como o produto da variabilidade no desempenho de serviço;
atividade humana que, sem assumir a forma de um bem d) perecibilidade: significa que os serviços não podem ser
material, satisfaz uma necessidade. estocados, poupados e reivindicados pela capacidade não
empregada (BATESON; HOFFMAN).
Assim, nos dias de hoje, os serviços permeiam todos os
aspectos de nossas vidas. Utilizamos diversos tipos de serviços

10 ROCHA, A.; SILVA, J. F. Marketing de serviços: retrospectiva e tendências. 12SIMÕES, G. MARKETING DE SERVIÇOS: A Satisfação de clientes voltada para a
Disponível em: prestação de serviços de uma contabilidade. Monografia (Faculdade de Pará de
http://www.scielo.br/pdf/rae/v46n4/v46n4a08.pdf. Acesso em: 30 jun. 2015. Minas), 2014.
11 KOTLER, Philip. Marketing. Ed. compacta. São Paulo: Atlas, 1995. BATESON, John E. G.; HOFFMAN, K. Douglas. Marketing de serviços. 4. ed. Porto
Alegre: Bookman, 2001.

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Kurtz e Boone (1998) apontam outra característica dos devem ser desenhados de acordo com as necessidades dos
serviços: a variabilidade da qualidade. Os profissionais que consumidores.
oferecem serviços precisam trabalhar a fim de prestar a
qualidade que o cliente espera. A qualidade é o único fator que 2 – Preço – engloba a mensuração de tudo: esforços da
diferencia o que é oferecido pelas empresas. equipe, tempo necessário para a execução do serviço, a
complexidade de cada projeto e o perfil do cliente. Deve-se
Destaca-se que um componente da qualidade é atender e também avaliar todos os custos e despesas gerados pela
lutar para exceder as exigências do cliente. Isso envolve o prestação do serviço.
ato de ouvi-lo e conhecer as suas necessidades. Deste modo, a
qualidade é definida pelo cliente, não pelo produtor ou pelo 3 – Praça (momento e lugar) – aqui se determina as
vendedor. formas de entrega dos serviços – quando e onde a prestação
O segundo componente refere-se à ausência da variação, do serviço ocorrerá, prevendo-se também prazos e meios de
ou seja, o produto ou serviço deve proporcionar aquilo para o execução.
qual foi projetado, sem haver uma variação de uma
experiência para outra. 4 – Promoção (comunicação integrada) – é tudo o que
Já o terceiro componente refere-se ao total se relaciona às estratégias de comunicação e de divulgação dos
comprometimento com a organização, isso quer dizer que o serviços, de modo a destacar os diferenciais e benefícios
controle da qualidade deve permear por toda a organização e oferecidos. Este é o momento de mostrar credibilidade e
não apenas por alguns departamentos. competência técnica, que são questões que podem fazer a
Enfim, o cerne da questão não é produzir mais, mas o diferença.
melhor. Busca-se dar mais ênfase a qualidade de produtos
consumidos em detrimento da quantidade. 5 – Processos – implica todos os fluxos, procedimentos e
O importante é que seja produzida uma mudança de estilo metodologias de trabalhos de que depende a prestação de um
na prestação de serviços de determinada empresa a fim de serviço. O controle do conjunto destes fatores é essencial para
diferenciá-la e, consequentemente aumentar sua que o resultado final seja preciso, efetivo.
lucratividade.
Outro aspecto importante a ser ressaltado é a questão do 6 – “Palpabilidade” ou evidência física – tudo o que diz
mercado. As empresas por meio de marketing e campanhas respeito ao ambiente onde o serviço é prestado. Ou seja, desde
de propagandas devem ter influência no mercado. a apresentação pessoal dos funcionários (incluindo cartões de
Entende-se como um mercado pessoas ou organizações visita) até a instalação de equipamentos. É a forma como uma
com necessidades para se atender, dinheiro e disposição para empresa se relaciona com o cliente, e o ambiente em que esta
gastá-lo. E assim quando se coloca qualquer produto ou relação se dá.
serviço no mercado, três fatores específicos precisam ser
considerados: pessoas ou organizações com necessidades, seu 7 – Pessoas – são, claro, todos aqueles envolvidos na
poder de compra e seu comportamento de compra. prestação, direta ou indiretamente. Considere que, no
A empresa prestadora de serviços necessita selecionar o segmento de prestação de serviços, a força de trabalho é a
mercado alvo, entender os componentes da população e a matéria-prima, de modo que a preocupação com pessoas é
renda, assim devem tentar determinar o comportamento de fundamental. Treinar, capacitar e motivar constantemente é
compra dos seus clientes, seus motivos e padrões de compra. indispensável para que uma empresa se destaque.
Vale destacar a importância de identificar os determinantes
psicológicos do comportamento de compra: motivação, 8 – Produtividade e qualidade – básicas em qualquer
percepções, atitudes, personalidade e os fatores sociólogos da ramo de atividade, protagonizam também este segmento.
estrutura da classe social e grupos de referência. Produtividade se refere a melhorar práticas na execução de
Segundo Kurtz e Boone (1998), para constituir um um serviço, de forma a maximizar recursos, reduzir despesas
mercado, as pessoas ou instituições devem deter poder e otimizar prazos. E qualidade é garantir a entrega do serviço
aquisitivo, autoridade e disposição para comprar. Ou seja, nas condições acordadas – ou, de preferência, superando as
apenas um dos itens citados isoladamente não se constitui expectativas do cliente. Quem não se preocupa com estas
como mercado. questões certamente terá prazo curto de validade no mercado.
O processo interativo que ocorre no mercado quando as
organizações concorrem buscando satisfazê-lo é conhecido Para competir e ingressar nesse mercado competitivo
como ambiente competitivo. O autor afirma que uma empresa há três possíveis estratégias.
pode competir em diversos mercados, em qualquer parte do
mundo. Outra pode se especializar em um determinado a) competir por alcance: significa que as empresas
segmento de mercado determinado por fatores geográficos, atendem seus clientes para viajar até suas localizações fixas;
idade ou pela renda. b) competir por geografia: baseia-se nas premissas de
que formulas de serviços geralmente são fáceis de copiar e que
Se no Marketing tradicional o fundamento são os 4 P’s do ser o segundo colocado no mercado constitui uma
marketing (preço, praça, produto e promoção), o que desvantagem. Por conseguinte, o sucesso depende de uma
fundamenta o marketing de serviços? Os 8 P’s!!! Sim, o rápida expansão geográfica usando localizações múltiplas;
trabalho é realmente dobrado. c) competir por participação: pode acontecer em um ou
muitos mercados ao mesmo tempo e pode envolver expansão
8 Ps do Marketing de serviços do serviço oferecido e dos segmentos – alvo.

1 – Produto –tudo que está relacionado às características As empresas ao criar tais estratégias e especializar-se
de um serviço é importante, com ênfase nos benefícios e nas tendem a influenciar expressivamente a economia do país. A
vantagens relevantes às necessidades que este serviço busca maior parcela da mão de obra braçal encontra-se empregada
atender – e sempre agregando valor aos clientes. nas indústrias de serviços. Quase metade dos gastos dos
Neste sentido, a ideia é associar, ao serviço, o maior consumidores é com serviços. As projeções indicam que os
número possível de serviços suplementares, transformando-o serviços vão atrair uma parcela ainda maior de gastos do
em um serviço alargado. E estes serviços complementares consumidor. Os serviços também tem tido um impacto nos

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empregados. Mais da força de trabalho não braçal está e bem passadas, por exemplo, se torna quase que uma
empregada nas indústrias de serviços, e 2/3 do produto obrigação.
nacional bruto da nação vem de serviços (ETZEL 13). No processo de comunicação com o cliente, o atendente
Segundo Kurtz e Boone (1998, p. 63) “o rápido aumento deve passar uma mensagem clara e direta, evitando distorções
nos gastos com serviços e o desenvolvimento de setores de e interpretações divergentes. Entretanto, essa objetividade
serviços como o maior empregador de mão de obra tem sido deve ser passada de forma cortês e gentil, pois ser direto e
alguma das tendências econômicas mais significativas após a objetivo não significa ser rude ou mal educado.
segunda guerra mundial”. A tolerância é outra necessidade básica para um atendente
profissional. Em um mundo cada vez mais complexo, é
Desenvolvimento da estratégia em serviços importante respeitar as opiniões, crenças e individualidades
de cada um, mesmo que o atendente não concorde ou não se
Para Kotler, o desenvolvimento da estratégia é a parte do identifique com tal realidade.
planejamento em que o administrador do marketing de
serviços determina como deve atingir as metas e objetivos Questões
estabelecidos. A formulação de estratégias envolve escolhas
das principais direções para alcançar metas e alocação de 01. (Câmara Municipal de Jaboticabal/SP - Agente de
recursos. Administração – VUNESP/2015) Dos produtos a seguir,
Para o desenvolvimento de estratégia, em primeiro lugar, aquele que possui como uma de suas principais características
deve-se pensar na forma com que um mercado será abordado. a intangibilidade é:
Em seguida, deve-se pensar na forma mais apropriada para (A) logística.
obter o crescimento. (B) serviços.
Os administradores podem crescer por meio da (C) construção civil.
reformulação do composto de marketing adotado pela (D) agronegócios.
empresa. Todavia, o administrador pode crescer optando por (E) indústria.
satisfazer novos clientes.
Por fim, deve-se colocar o plano em números, isto é, 02. (UNIFESP – Administrador - CAIP-IMES) São
realizar um orçamento detalhado. Todo planejamento deve ser características dos serviços, que afetam enormemente a
convertido em termos financeiros. Quanto custa para executar elaboração de programas de marketing, exceto:
as tarefas passo a passo, por exemplo. As variações de verbas (A) Imperecibilidade.
em cada um dos componentes determinam variações de (B) lntangibilidade.
retorno. As justificativas para seu uso devem ser também (C) Variabilidade.
incluídas no plano. (D) lnseparabilidade.

A qualidade é hoje uma das maiores vantagens 03. (IFC/SC - Assistente Administrativo – IFC) O setor de
competitivas de uma organização, pois é capaz de serviços é um dos que mais cresce. A prestação de serviços
proporcionar clientes mais satisfeitos e fidelizados, uma pode ser identificada pelo conjunto de características:
melhor imagem institucional e, consequentemente, maior (A) Perecibilidade, intangibilidade, inseparabilidade,
lucratividade. relações com os clientes, esforço do cliente e uniformidade.
Atualmente, é preciso enxergar cada cliente como um ser (B) Tangibilidade, alta lucratividade, estocagem, relações
individual, dotado de suas particularidades. Isso significa dizer com os clientes, perecibilidade e uniformidade.
que sua satisfação dependerá da personalização de suas (C) Tangibilidade, separabilidade, perecibilidade,
preferências e necessidades pessoais. estocagem, movimentação e inseparabilidade.
(D) Alta lucratividade, separabilidade, uniformidade,
Cada cliente considera o seu problema o mais importante, tangibilidade, não perecibilidade e esforço do cliente.
por isso é imprescindível que lhe seja oferecido um (E) Relações com os clientes, alta lucratividade,
atendimento personalizado. inseparabilidade, movimentação, esforço do cliente e
uniformidade.
Níveis de qualidade de serviços
04. (Prefeitura de Balneário Camboriú – SC - Assistente
Serviço principal: é a necessidade central do cliente; Administrativo – FEPESE) Entende-se por serviços:
Serviço esperado: é o que o cliente espera receber; (A) Produto da atividade técnica que, sem assumir a forma
Serviço ampliado: é oferecer algo de uma forma superior de um bem material, não satisfaz uma necessidade.
ao que normalmente é esperado; (B) Produto da atividade humana que, sem assumir a
Serviço potencial: é oferecer o suprimento de uma forma de um bem material, não satisfaz uma necessidade.
necessidade congênere. (C) Produto da atividade política que, sem assumir a forma
de um bem material, não satisfaz uma necessidade.
É preciso tratar o cliente como ele deseja ser tratado, e não (D) Produto da atividade social que, sem assumir a forma
como o atendente gostaria de ser. de um bem material, não satisfaz uma necessidade.
(E) Produto da atividade humana que, sem assumir a
Nesse sentido, algo fundamental em um atendimento é a forma de um bem material, satisfaz uma necessidade.
empatia, que nada mais é do que a disposição em se colocar
no lugar do outro e de tentar enxergar a situação com os 05. (METRÔ/DF - Operador Metro ferroviário Junior –
“olhos” do cliente. IADES) Com relação à qualidade na prestação de serviços,
Postura e apresentação pessoal são elementos muito sugere-se que
importantes em um atendimento, uma vez que a primeira (A) sejam criadas expectativas nos clientes sobre os
impressão é uma grande oportunidade de criação de uma serviços fornecidos, para que depois sejam cumpridas ou não.
imagem positiva da empresa. Usar roupas apropriadas, limpas

13ETZEL, Michael J; WALKER, Bruce J; STANTON Willian J. Marketing. 5. ed. São


Paulo: Makron Book, 2001.

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(B) seja mensurado o grau de satisfação dos clientes, não Dentre as pessoas jurídicas de Direito privado, podemos
sendo necessário medir o dos funcionários. distinguir as associações, isto e, agrupamentos de indivíduos
(C) os funcionários se adaptem ao tratamento ao cliente, sem fim lucrativo, como os clubes desportivos, os centros
para cada nível de formalidade. culturais, as entidades pias, etc.; e, de outro, as sociedades,
(D) seja criado um processo de solução de problemas no isto é, os agrupamentos individuais com escopo de lucro.
qual cada funcionário saiba de uma etapa única do processo.
(E) os funcionários não se familiarizem com a estrutura Manejo de carteira de Pessoa Física e de Pessoa
organizacional, mas conheçam os serviços prestados. Jurídica

Respostas O gerenciamento da carteira de clientes tanto é necessário


para administrar inadimplência, prevenir perdas e definir
01. Resposta: B ações de cobrança, quanto é importante para traçar
02. Resposta: A estratégias de aumento da rentabilidade e expansão dos
03. Resposta: A negócios.
04. Resposta: E Um bom gerenciamento de carteira significa acompanhar
05. Resposta: C alterações nas informações dos clientes, sejam pessoa física ou
pessoa jurídica, de forma individual ou na carteira como um
todo, considerando risco de crédito, comportamento no
mercado, informações cadastrais, informações para cobrança
Manejo de carteira de e para detecção de inconsistências.
Gerir uma carteira de clientes significa lidar com técnica e
Pessoa Física e de Pessoa eficácia com os diversos momentos e estágios da relação do
Jurídica. cliente com a empresa. Isto porque os clientes podem ser
considerados como bens para a empresa, na medida em que
influenciam de forma direta o volume atual e futuro de vendas
da empresa, o input de conhecimento e a estrutura de custos.
Com isso, vislumbra-se que as instituições mantêm o foco
Pessoa Física
nos clientes que geram mais rentabilidade, ao mesmo tempo
que controlam os riscos aos quais os negócios financeiros
É o ser humano nascido da mulher. Sua existência começa
estão sujeitos.
do nascimento com vida (a respiração é a melhor prova do
nascimento com vida) e termina com a morte.
Para a lei brasileira, hoje basta o nascimento com vida, O controle da carteira de clientes é fundamental para o
para o reconhecimento da pessoa física, todavia, a redação do monitoramento dos mesmos.
artigo 2º do Código Civil, põe a salvo desde a concepção os
direitos do nascituro. Alguns produtos geralmente oferecidos no controle das
Nascituro é o ser já concebido, mas que ainda está no carteiras de clientes:
ventre materno. A lei não lhe concede personalidade, a qual só - Pessoa física: Crédito pessoa física; Crédito Consignado;
lhe será conferida se nascer com vida. Mas, como Linhas de crédito para veículos; Crédito Imobiliário;
provavelmente nascerá com vida, o ordenamento jurídico - Pessoa jurídica: Microcrédito; Crédito Pessoa Jurídica;
desde logo preserva seus interesses futuros, tomando medidas Crédito para empresas médias, grandes e corporate (empresas
para salvaguardar os direitos que, com muita probabilidade, com faturamento bruto anual acima de 25 milhões); Micro e
em breve serão seus. pequenas empresas; Operações de Investimento e Repasses;
O homem, pessoa natural, é sujeito e titular da relação Agronegócios.
jurídica.
A personalidade, que o indivíduo adquire ao nascer com Neste contexto, o monitoramento é constante e essencial.
vida termina com a morte, segundo o previsto no artigo 6º do Precisam acompanhar a evolução das negociações, para
Código Civil. No instante que expira, cessa aptidão para ser identificar as oportunidades de geração de negócios com
titular de direitos, e seus bens se transmitem, imediatamente, maior lucratividade e também se prevenir dos riscos,
a seus herdeiros. ajustando as linhas de crédito, oferecendo produtos que
melhor se encaixam na necessidade e situação financeira
Pessoa Jurídica daquele cliente.

Pessoas jurídicas são entidades a que a lei empresta Políticas De Crédito E Risco De Crédito
personalidade, isto e, são seres que atuam na vida jurídica, com Essas políticas visam:
personalidade diversa da dos indivíduos que os compõem, - Assegurar uniformidade nas decisões.
capazes de serem sujeitos de direitos e obrigações na ordem - Aperfeiçoar a administração do risco do crédito.
civil. - Garantir a integridade dos ativos de crédito.
1) De acordo com a sua estrutura: a) as que têm como - Elevar os padrões de qualidade
elemento adjacente o homem, isto é, as que se compõem pela - Tratam do retorno ajustado ao risco, dos limites máximos
reunião de pessoas, tais como as associações e as sociedades; de concentração e percentuais de comprometimento do
b) as que se constituem em torno de um patrimônio destinado patrimônio.
a um fim, isto é, as fundações.
2) De acordo com sua órbita de atuação: as pessoas podem Processo De Crédito (4 etapas)
ser de direito externo (as várias Nações, a Santa Sé, a 1. Concessão: abrange a análise do cliente e da operação.
Organização das Nações Unidas) ou interno (a União, os 2. Condução: acompanhamento da aplicação dos recursos
Estados, o Distrito Federal e cada um dos Municípios liberados, prevenindo a inadimplência.
legalmente constituídos); e de direito privado (as sociedades 3.Cobrança: utilização de mecanismos que assegurem o
civis, religiosas, pias, morais, científicas ou literárias, as retorno de recursos emprestados.
associações de utilidade pública, as fundações e, ainda, as 4. Recuperação: busca reduzir perdas de crédito, minimizar
sociedades mercantis). custos de recuperação e aumentar taxa de recuperação.
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Banco de dados e Cadastro de Consumidores14 vezes ocasiona, haja vista que o comércio, o sistema bancário
e afins, dispõem de meios outros para cobrar débitos, sendo a
O art.43, caput, e §§, do 1.º ao 5.º, do CDC, regulam os conduta – inscrição no cadastro de restrição ao crédito –
bancos de dados e cadastros de todo e qualquer fornecedor medida odiosa e coercitiva e, por outro, representa proteção
público e privado que contenham dados do consumidor, àqueles que dá vida mercantil em geral vivem.
relativos a sua pessoa ou suas ações enquanto consumidor.
"Assim, muito embora a ênfase e a discussão em torno das Assim, qualquer dos chamados sistemas de proteção ao
regras instituídas no art. 43 recaiam nos chamados cadastros crédito – SPC, SERASA e afins, não podem representar
de inadimplentes dos serviços de proteção ao crédito, a norma intransponível obstáculo para realização de transações
incide em sistemas de informação mais ampla". financeiras ou comerciais, que pretendam realizar aqueles que
têm o seu nome registrado, os quais ficam impotentes diante
Todo e qualquer banco de dados ou cadastro que contiver do cadastro restritivo.
informações sobre consumidores em geral, pessoas físicas ou
jurídicas, estão sujeitos às normas materiais e processuais, Felizmente, a jurisprudência pátria vem se posicionando
bem como as sanções, previstas no Código de Defesa do favoravelmente, coibindo as práticas abusivas dos cadastros
Consumidor. de inadimplentes, sendo precedente do STJ a impossibilidade
de inscrição negativa do consumidor que discute o débito
Cabe aqui, antes de tudo, fazer uma breve distinção acerca frente ao poder judiciário, "constitui constrangimento e
do que sejam bancos de dados e cadastros de consumidores. ameaça vedados pela Lei 8.078/90, o registro do nome do
Por cadastro de consumidores, em linguagem simplificada, consumidor em cadastros de proteção ao crédito, enquanto
entende-se o conjunto de dados próprios de um fornecedor ou tramita ação em que se discute a existência da dívida ou a
intermediário, geralmente formado por dados repassados pelo amplitude do débito".
próprio consumidor, para obtenção de crédito pessoal.
Por assim dizer, o legislador ao instituir norma
Já por banco de dados, define-se um conjunto de protecionista ao consumidor, assegurou que a existência e
informações de fornecedores sobre um determinado divulgação de cadastros e banco de dados, que guardem
consumidor, visam principalmente proteger o mercado, informações pessoais e particulares sobre os mesmos, se daria
estando a disposição dos fornecedores que realizem operações em conformidade com os parâmetros legais de forma a repelir
de crédito para que corram menos riscos. No Brasil os banco abusividades na cobrança aos consumidores, visando
de dados, na sua maioria, são negativos, "isto é, a inclusão do "garantir, por ordem constitucional, a dignidade de toda e
nome de alguém se dá pelo fato de essa pessoa estar qualquer pessoa, quer ela tenha dívidas ou não". Destarte,
inadimplente, em relação ao pagamento de uma dívida". sendo indevida a inscrição, configura-se verdadeiro ato ilícito,
Os bancos de dados brasileiros nasceram com a criação do ensejador da devida reparação, seja do dano moral, material
primeiro SPC (SISTEMA DE PROTEÇÃO AO CRÉDITO), em ou mesmo de ambos, como forma coibir e desencorajar o
1955, em Porto Alegre/RS, que seria uma associação civil, ofensor o cometimento de novos atentados contra o
formada por empresas comerciais que praticavam venda a patrimônio moral e material dos consumidores.
credito, para defesa de interesses comuns, tendo como
principal função fichar os maus clientes, evitando assim, Nos termos da jurisprudência pátria "a operação dos
negociações de risco [3], sendo que a proteção é dirigida bancos de dados, se não exercida dentro de certos limites, se
especificamente aos fornecedores. transforma em dano social", e como tal, deve ser
veementemente repelido e punido.
Posteriormente, em 1968 surge o SERASA –
CENTRALIZAÇÃO DE SERVIÇOS DE BANCOS S/A. que Das Informações Contidas Nos Cadastros
considerando a próprio razão social desta, revela tratar-se de
empresa, uma das maiores do mundo, em informações e O Código de Defesa do Consumidor Brasileiro – lei
análises econômico-financeiras, que tem como finalidade, 8.078/90, mais especificamente no seu art. 43, é claro ao
dotar o sistema bancário de um instrumento eficaz de consulta afirmar que o consumidor terá acesso livre a todas às
quanto aos devedores em geral. informações existentes em qualquer cadastro ou banco de
dados sobre a sua pessoa, bem como sobre sua fonte, face ao
É de se admitir, que os bancos de dados e cadastros princípio da transparência das relações de consumo.
desempenham uma função positiva na sociedade de consumo
mas, a inscrição de um consumidor neste tipo de arquivo, O consumidor tem direito a tomar (imediata e
principalmente dos inadimplentes, deve ser feita de maneira gratuitamente) amplo conhecimento de informações suas
responsável, de modo a se evitar um lançamento precoce e constantes de cadastros, fichas, registros e dados pessoais e de
abusivo. consumo arquivados a seu respeito (informatizados ou
manuais, setoriais ou abrangentes), assim como sobre as
Ocorre que, inúmeras abusividades são cometidas pelos respectivas fontes.
chamados órgãos de proteção ao crédito, entre eles os já Outro aspecto importante, é a garantia estatuída no § 2.º,
citados SPC, SERASA e ainda o CADIN, em desfavor ao do artigo 43, do CDC, que assegura ao consumidor o direito de
consumidor, em que pese a proibição veementemente de tais ser informado, por escrito, sobre sua inclusão em todo e
práticas pelo art. 42 do CDC, que dispõe que na cobrança de qualquer banco de dados ou cadastro, "não só de modo a
débitos, o consumidor não poderá ser submetido a qualquer possibilitar-lhe a exigência da imediata correção das
constrangimento ou ameaça. inexatidões, mas também de molde a proporcionar-lhe a
oportunidade de evitar o abalo de seu crédito, no mercado de
Na verdade, a ilegalidade da inscrição de nome de pessoa consumo, purgando a mora o mais cedo possível".
no cadastro de restrição ao crédito fere o direito à imagem da
pessoa e até a sua moral, pelo constrangimento que muitas

14 NICOLODI, M. Banco de dados e cadastros – Código de Defesa do Consumidor. Jus


Navigandi – Artigos, 2003. Disponível em:
http://jus.com.br/artigos/4263/bancos-de-dados-e-cadastros.

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Cabe destacar que, é pacífico o entendimento do Colendo portanto, a utilização de símbolos, códigos ou idioma
STJ, no sentido de que "a pessoa natural ou jurídica que tem estrangeiro”, não podendo conter informações negativas
seu nome inscrito em cadastro de devedores tem o direito a referentes a período superior a 5 (cinco) anos, prazo este, que
ser informado do fato. A falta dessa comunicação poderá deve ser entendido em conformidade com o preceituado no §
acarretar a responsabilidade da entidade que administra o 5.º, deste mesmo artigo legal.
banco de dado", [11] bem como de que "a indevida inscrição
ou manutenção no SPC, gera direito à indenização por dano § 5º. Consumada a prescrição relativa à cobrança de
moral, independentemente da prova objetiva do abalo à honra débitos do consumidor, não serão fornecidas, pelos
e à reputação sofrida pelo autor". respectivos Sistemas de Proteção ao Crédito, quaisquer
informações que possam impedir ou dificultar novo acesso ao
Ademais, é abusivo o registro de débitos após serem objeto crédito junto aos fornecedores.
de discussão. Aliás, como já referido anteriormente, o CDC,
artigo, 42, dispõe que na cobrança de débitos o consumidor Cabe destacar que para inserção do consumidor em bancos
jamais poderá ser submetido a qualquer tipo de de dados ou cadastros que guardem informações negativas, é
constrangimento ou ameaça. Muitas vezes, "a existência do necessário que a dívida esteja vencida, seja líquida e certa e
registro de débito em um cadastro é uma ameaça, uma coação, que esteja baseada em um título, contudo nenhuma
para que se pague sem questionar, sem até refletir, porque informação negativa pode permanecer por período superior a
haverá inúmeras restrições na vida diária, quotidiana, cinco anos ou depois de consumada a prescrição relativa à
econômica ou não". cobrança do débito, sendo que a inobservância de ditas regras
gera o dever de reparar os danos causados ao consumidor, por
Ainda, vale acrescentar que é assegurado o livre acesso às quem assim agiu por absoluta má-fé.
informações contidas, nos bancos de dados e cadastros
relativos a consumidores, uma vez que, os serviços de Trata-se de norma cuja violação pode gerar indenizações
proteção ao crédito e congêneres são considerados entidades por dano moral e material, a serem pleiteados contra a
de caráter público, a teor do artigo 43, § 4.º, do CDC e, como empresa ou a organização mantenedora do cadastro e diante
nos ensina Antônio Herman de Vasconcellos e Benjamin, um daquela que pediu a inclusão dos dados. Portanto,
dos autores do anteprojeto, isto significa "que seu independentemente de requerimento, é dever dessas
funcionamento e administração apresentam particular entidades proceder ao cancelamento dos registros negativos
interesse para a sociedade como um todo (= interesse público), do consumidor, logo após o decurso de 5 anos, ou antes disso,
conferindo-se a esta certos direitos especiais", sendo que, "por assim que estiver prescrita a ação de cobrança correspondente
estarem publicizados, cada indivíduo, solitária ou ao débito.
coletivamente, ganha o direito de questiona-los da maneira o
mais ampla possível, tanto nos procedimentos que utilizam, Cabe esclarecer que o legislador do CDC fixou dois prazos,
como no conteúdo do que mantêm". um genérico (lapso de 5 anos), outro específico (lapso de
prescrição da ação de cobrança), para a vida útil dos dados
É de se destacar, que quanto ao conteúdo contido, os arquivados sobre o consumidor. Nas palavras de Tavares
bancos de dados e cadastros de consumidores estão sujeitos a Guerreiro, "vale o que ocorre primeiro, o prazo de cinco anos,
concessão habeas data (art. 5.º, XLXXII, da CF/88), que se a que se reporta o § 1.º do art. 43, ou o lapso prescricional da
configura em decisão para assegurar o conhecimento de ação de cobrança do débito do consumidor".
informações pessoais constantes de registros ou banco de
dados oficiais ou de caráter público, inclusive para retificá-las Como já dito, ao analisarmos concomitantemente o
ou complementá-las. previsto nos §§ 1.º e 5.º, do art. 43, verificamos que, como
alguns títulos prescrevem em prazos menores, como é o caso
O habeas data tem por objeto a proteção do direito líquido do cheque, cujo prazo é fixado em 6 meses, para a ação
e certo do impetrante em conhecer todas as informações e executória e em 2 anos para a ação de enriquecimento ilícito,
registros relativos à sua pessoa e constantes de repartições o prazo de permanência das informações negativas, relativas a
públicas ou particulares acessíveis ao público, para eventual tal título, é igualmente menor.
retificação de seus dados pessoais.
Ocorre que, muitos, na tentativa de desvirtuar o
Ainda, é assegurado ao consumidor, pelo disposto no § 3.º, estabelecido no Código de Defesa do Consumidor, no
do artigo comentado, que encontrando inexatidão nos seus particular, alegam haver divergência entre estes dois prazos, o
dados, o direito de exigir sua imediata correção, devendo o que é um equívoco, e representa apenas uma tentativa
arquivista, no prazo de 5 (cinco) dias úteis, comunicar a frustrada das entidades credoras e dos próprios bancos de
alteração aos eventuais destinatários das informações dados ou cadastros, para justificar o descumprimento do
incorretas, sob pena de infringir o direito constitucional à estabelecido. Inexiste qualquer antinomia entre os dois
imagem. prazos, que não se opõem ou divergem, apenas se completam,
devendo ser analisados em conjunto e não isoladamente.
Portanto, cabe às entidades credoras que fazem uso dos
serviços de cadastro de proteção ao crédito mantê-los Assim, vale a regra de que os registros negativos junto a
atualizados, de sorte que uma vez recebido o pagamento da bando de dados ou cadastro de consumidores devem ser
dívida, devem providenciar, em breve espaço de tempo, o cancelados após o decurso do prazo de 5 anos, se antes disso
cancelamento do registro negativo do devedor, sob pena de não ocorreu a prescrição da ação de cobrança. Aliás, dito
gerarem, por omissão, lesão moral, passível de indenização. entendimento encontra-se pacificado pelo Colendo Tribunal
de Justiça do Rio Grande do Sul, através de sua Súmula 13 "a
Da Prescrição Das Informações inscrição do nome do devedor no Serviço de Proteção ao
Crédito (SPC) deve ser cancelada após o decurso do prazo de
De outra banda, cabe uma análise especial, ao § 1º, do art. cinco (5) anos se, antes disso, não ocorreu a prescrição da ação
43, que estabelece claramente, que os banco de dados e de cobrança (art. 43, §§ 1º e 5º, da Lei nº 8.078/90), revisada
cadastros de consumidores devem ser objetivos, claros, a Súmula nº 11.
verdadeiros e em linguagem de fácil compreensão, "vedada,

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APOSTILAS OPÇÃO

Os bancos de dados e cadastros cumprem função essencial funciona o fluxo de informação na cadeia de suprimentos. Esta
nas relações de consumo, na medida que possibilitam aos se refere ao fluxo de materiais, informações, dinheiro e
fornecedores e consumidores informações primordiais, no serviços de fornecedores de matéria-prima, passando por
que pertine ao crédito e a qualidade dos produtos e serviços fábricas e armazéns, até os clientes finais, inclui-se também as
fornecidos. organizações e os processos de entrega de informações,
produtos e serviços aos clientes finais.
Entretanto, as informações arquivadas devem ser precisas,
verdadeiras e juridicamente legais, ou seja não prescritas, a A figura a seguir apresenta uma forma simples de
teor do art. 43, §§ 1.º e 5.º, sob pena de sua indevida utilização entender o fluxo de informações na cadeia de suprimentos:
configurar abuso de direito, passível de indenização por dano
moral e material.

Assim, depreende-se, de todo o exposto, que é necessário


assegurar que os bancos de dados e cadastros, mais
especificamente os conhecidos serviços de proteção ao
crédito, exercitem suas funções com responsabilidade,
equidade, e imparcialidade, respeitando e garantindo os
direitos dos consumidores, assim como a transparência e
veracidade das informações arquivadas.

Questão

01. (Banco do Brasil - Escriturário – CESGRANRIO) A


carteira de clientes é o principal ativo de uma agência
bancária.
Portanto, na relação com os clientes, é essencial nortear- -
se pelo seguinte princípio: No entanto, esse fluxo pode ser complexo, se
(A) A responsabilidade pelo bom atendimento bancário é considerarmos o número real de agentes envolvidos. Observe
unicamente da área comercial da agência bancária. a figura a seguir:
(B) Os clientes que necessitam de crédito bancário devem
ter um atendimento bancário inferior aos clientes que têm
investimentos nas agências bancárias.
(C) Todos os clientes devem ter o mesmo tipo de
atendimento bancário, mesmo possuindo diferentes
solicitações de serviços bancários
(D) Qualquer tipo de agência bancária deve dar mais
importância ao atendimento aos clientes pessoas físicas do
que aos clientes pessoas jurídicas.
(E) O bom relacionamento com todos os clientes deve ser Fonte: Slack (1993) in SCAVARDA e HAMACHER (2001) 16
feito independentemente do retorno financeiro que esses
clientes proporcionam à agência bancária. Rede interna: composta pelos fluxos de informações e de
materiais entre departamentos, células ou setores de operação
Resposta internos à própria empresa.

01. Resposta: E Rede imediata: formada pelos fornecedores e clientes


imediatos de uma empresa.

Rede total: composta por todas as redes imediatas que


Noções de Marketing de compõem determinado setor industrial ou de serviços.
Relacionamento Essa ilustração apresenta melhor a complexidade das
relações entre os agentes até o consumidor final. A questão
que surge é: Como as empresas fazem para conhecer os
desejos e necessidades de seus clientes?
Para Kotler15, o marketing de relacionamento se refere a
“conhecer melhor seus clientes de maneira que você possa As empresas possuem três funções centrais e quatro
atender melhor a seus desejos e necessidades”. funções de apoio:

Em um mercado cada vez mais competitivo e com clientes Funções Centrais


cada vez mais exigentes, conhecê-los e atender a seus desejos
e necessidades é essencial para as empresas que querem Marketing (MKT): Troca e cria valor com os clientes (4 Ps
conquistar vantagens competitivas e garantir sua = Segmenta do Mercado e seleciona o Mercado-Alvo);
sobrevivência no mercado. Pesquisa & Desenvolvimento (P&D): Informações do
mercado são transformadas em produtos;
Para entender a importância do marketing de Planejamento e Controle da Produção (PCP): Produz
relacionamento, é imprescindível que se entenda como bens e serviços para os consumidores.

15KOTLER, Philip. Administração de Marketing. 10. ed. São Paulo: Pearson 16SCAVARDA , Luis Felipe Roriz and HAMACHER, Sílvio.Evolução da cadeia de
Education Brasil, 2005. suprimentos da indústria automobilística no Brasil. Rev. adm. contemp. [online].
2001, vol.5, n.2, pp. 201-219. ISSN 1982-7849.

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APOSTILAS OPÇÃO

Funções de Apoio Kotler diz que o marketing de relacionamento é a prática


da construção de relações satisfatórias no longo prazo com
Recursos Humanos: Atrair, manter e desenvolver alguns atores-chave - consumidores, fornecedores e
pessoas; distribuidores – para reter sua preferência e manter suas
Finanças: uso do capital da empresa (financiamento); relações comerciais, afirmando, ainda, que as empresas
Política de Investimentos; inteligentes devem tentar desenvolver confiança e
Tecnologia da Informação: Integração de base de dados relacionamentos do tipo “ganha-ganha” com consumidores,
na empresa, para unir informações para tomada de decisão; distribuidores, revendedores e fornecedores. O resultado
Gestão Ambiental: conjunto de ações para minimizar esperado com a prática do marketing de relacionamento é a
impactos ambientais de suas atividades. construção de um ativo exclusivo da empresa chamado “rede
de marketing”.
As funções centrais têm o objetivo de criar valor com os
clientes, para isso, pesquisam os atributos que estes Uma rede de marketing, segundo Kotler (1998), é formada
necessitam e/ou desejam para os produtos; posteriormente, pela empresa e todos os interessados que a apoiam:
descrevem esses atributos em requisitos técnicos para que consumidores, fornecedores, funcionários, distribuidores,
possam ser produzidos. varejistas, agências de propaganda, cientistas universitários e
outros com quem se estruturam relacionamentos comerciais
Ressaltamos que o marketing possui três grandes mutuamente rentáveis. Outro ponto a ressaltar é a importância
eixos: e o reconhecimento que as empresas passaram a dedicar a sua
equipe de vendas. A chave para o sucesso e a conquista do cliente
1. Foco na satisfação do Cliente depende cada vez mais do poder de persuasão de um bom
2. Integração de todas as atividades da organização para a vendedor, por isso a empresa deve estar atenta: recompensar as
satisfação do cliente “estrelas do atendimento”, promover constantemente cursos de
3. A realização dos objetivos da Organização aperfeiçoamento e/ou reciclagem, desenvolver políticas
(consequência satisfação do Cliente) salariais e de carreira, incentivar o trabalho em equipe e
valorizar a iniciativa individual são medidas necessárias para
Nesse contexto, “o marketing de relacionamento tem o agregação de valor ao relacionamento20.
objetivo de estabelecer relacionamentos mutuamente
satisfatórios com os elementos-chaves, tais como clientes, O marketing de relacionamento é baseado na premissa de
fornecedores e distribuidores, com a finalidade de atrair e que os clientes importantes precisam receber atenção contínua.
manter os clientes de sua preferência e seus negócios em longo Os vendedores que trabalham com clientes-chave devem fazer
prazo. O marketing de relacionamento resulta na criação de mais do que visitas para recolhimento de pedidos, devendo
um ativo singular da empresa”17. também visitá-los em outras ocasiões, receber e fazer sugestões,
Pacanhan et al 18 dissertou sobre marketing de ou seja, devem estar inseridos na vida da empresa e dos clientes.
relacionamento e apresentou as principais etapas envolvidas Esse processo de interação continuada de pós-venda é uma
no estabelecimento de um programa desse tipo: parte muito importante do pós-marketing e é tão necessária
quanto a venda, se uma organização deseja contar com
Em um mercado altamente competitivo, as empresas devem oportunidades continuadas de negócios com o mesmo cliente no
conquistar rapidamente seus clientes para eles permanecerem futuro (VAVRA, 1992)21.
fiéis.
Segundo Gonçalves, Jamil e Tavares (2002, p. 96), os
As empresas devem ser flexíveis, ou seja, ter habilidade objetivos fundamentais do marketing de relacionamento são:
para modificar seu produto de modo a atender às exigências manter clientes satisfeitos após a compra e, se necessário,
dos clientes, e estabelecer uma real interação empresa-cliente, recuperá-los: fazer tudo para que o cliente recompre o
em que este interage com a empresa, expondo suas produto da mesma empresa; mensurar a satisfação de clientes;
necessidades, ajudando-a a lançar novos produtos. realizar comunicação pós venda; receber feedback; criar
eventos e canais; ter serviço de qualidade e relações públicas.
Em um mercado altamente competitivo, as empresas devem O objetivo de uma empresa é fazer com que o consumidor
estabelecer e manter relacionamentos de longo prazo com se torne fiel ao produto e à marca, satisfazendo seus desejos. E
clientes, empregados e fornecedores. para isso, é preciso que a empresa esteja atenta aos menores
sinais de satisfação e insatisfação dos clientes, mantendo
O marketing de relacionamento deve se apresentar como sempre uma comunicação direta com os mesmos. Os
um processo de estabelecer e manter relacionamento de longo principais objetivos do marketing é o relacionamento e a
prazo, com benefícios mútuos entre organizações e clientes, fidelização dos consumidores – fazendo com que tornem
empregados, fornecedores e outros grupos de interesse, ao parceiros permanentes da marca, suportando o crescimento
enfatizar a continuidade nas transações de troca entre as das vendas e redução de custos. (GONÇALVES; JAMIL;
partes, formando um elo de fortalecimento e compromisso TAVARES, 2002, p. 93).
entre a empresa e seus stakeholders19.
Segundo Kotler (1998, p. 20) as principais etapas
Em um mercado altamente competitivo, as empresas devem envolvidas no estabelecimento de um programa de
estabelecer relações ganha/ganha, com seus stakeholders. marketing de relacionamento são:

17 Eduardo Paneto Goncalves, Marina Baeta Espindola Machado, Ronaldo 20 KOTLER, Philip. Administração de marketing: análise, planejamento e controle.
Marques. MARKETING DE RELACIONAMENTO PARA FIDELIZAR CLIENTES. 5. ed. São Paulo: Atlas S. A, 1998.
GESTÃO CONTEMPORÂNEA v.2, n.1 (2012). PACANHAN, M. N. et al. MARKETING DE RELACIONAMENTO: REFLEXÕES A
18 PACANHAN, M. N. et al. MARKETING DE RELACIONAMENTO: REFLEXÕES A PARTIR DA EXPERIÊNCIA DE GESTÃO NO CONTEXTO DE MICRO E PEQUENAS
PARTIR DA EXPERIÊNCIA DE GESTÃO NO CONTEXTO DE MICRO E PEQUENAS EMPRESAS. Disponível em:
EMPRESAS. Disponível em: http://www.ead.fea.usp.br/Semead/7semead/paginas/artigos%20recebidos/ma
http://www.ead.fea.usp.br/Semead/7semead/paginas/artigos%20recebidos/ma rketing/MKT45_-_Marketing_relacionamento_pequenas_empr.PDF.
rketing/MKT45_-_Marketing_relacionamento_pequenas_empr.PDF. 21 Idem.
19 Todas as partes interessadas: clientes, fornecedores, acionistas, sociedade, etc.

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APOSTILAS OPÇÃO

(a) Identificação de clientes-chave que merecem atenção fundamento para a manutenção e o incremento do
especial relacionamento. Esse nível pode ser entendido como situações de
(b) Designação de um gerente de relacionamento habilitado parcerias24.
a cada cliente-chave
(c) Desenvolvimento de uma clara descrição das tarefas dos Satisfação dos clientes
gerentes de marketing de relacionamento. Devem ser descritos
seus objetivos, responsabilidades e critérios de avaliação. Os clientes são a principal razão de existência de qualquer
(d) Indicação de um gerente-geral para supervisionar os empresa e satisfazê-los deve ser o principal foco das
gerentes de relacionamento. Esta pessoa deverá desenvolver organizações. Afinal, são eles que possibilitam o
descrições de tarefas, critérios de avaliação e recursos de apoio desenvolvimento da empresa em um mercado cada vez mais
para aumentar a eficácia dos gerentes de relacionamento. competitivo. Por isso, estar atendo às necessidades dos
(e) Cada gerente de relacionamento deve desenvolver um clientes é imprescindível. Indagar quanto à satisfação dos
plano a longo prazo e um plano anual de relacionamento com o clientes com relação aos serviços prestados pela empresa é
cliente22. relacionar opiniões favoráveis a respeito da credibilidade e da
confiabilidade.
Para trazer vantagem competitiva para a empresa, o Os relatos de insatisfação também existem e são
Marketing de Relacionamento deve ser considerado relacionados a falhas na comunicação e à morosidade do fluxo
estrategicamente, o cliente deve fazer parte da estratégia da de informações (SLONGO; LIBERALI, 2004, p. 21).
organização no planejamento de produtos e serviços para A definição de satisfação, segundo Schmitt (2004, p. 23), é
geração de valor em um processo contínuo e dinâmico. As referente a: uma atitude orientada para o resultado emanada
ações de marketing devem estar comprometidas com o de clientes que compraram o desempenho do produto com suas
feedback de mercado, ou seja, atentas às demandas dos respectivas expectativas a respeito dele. Se o produto ficar
clientes, para estarem alinhadas com a estratégia de Marketing abaixo dessas expectativas, os clientes estão insatisfeitos; se
de Relacionamento. O feedback dos clientes desenvolve a estiver acima, estão satisfeitos.
capacidade dos administradores de terem intimidade com o O modelo de satisfeito do cliente se preocupa muito mais
mercado, a ponto de poderem prever as reações destes diante com a funcionalidade do produto que com a experiência do
das mudanças ambientais (Evans e Laskin, 1994). cliente. De acordo com Kotler (2005, p. 42), a “Satisfação
Retroalimentação ou Feedback – é o processo em que consiste na sensação de prazer ou desapontamento de uma
ocorre a confirmação do entendimento ou compreensão do pessoa resultante da comparação entre o desempenho (ou
que foi transmitido na comunicação. resultado) percebido de um produto e suas expectativas”.
Assim, o feedback do cliente se refere ao que o cliente A principal preocupação das organizações deve ser em
espera do produto ou serviço. Ressaltamos que marketing de relação à satisfação dos clientes: as organizações devem
relacionamento objetiva conhecer o cliente a ponto de ofertar produtos e serviços que satisfaçam às expectativas de
satisfazer suas necessidades, criando um elo, um seus consumidores. A satisfação de clientes é uma estratégia
relacionamento, a fim de ter a informação do que o cliente das organizações para conquistar seus objetivos. A satisfação
espera, deseja, em que lugar, em que idade ou fase da vida, ao do cliente é o propósito maior das organizações e é a única
estabelecer um relacionamento de confiança. forma de uma empresa sobreviver a longo prazo.
Segundo Vavra (1993, p. 164), satisfação é oferecer
No nível tático, o Marketing de Relacionamento toma forma produtos ou serviços que atendam às necessidades e
por meio das parcerias que são estabelecidas com clientes e com expectativas dos clientes. Uma organização somente obterá a
todos os agentes que influenciam em sua satisfação, bem como satisfação plena dos clientes se os produtos e/ou serviços
por meio dos programas de relacionamento, sustentados por ofertados por eles atenderem as exigências do público-alvo.
bancos de dados de marketing (database marketing), Não é porque um cliente está satisfeito com um produto
utilizando-se da comunicação direta e interativa (malas diretas, e/ou serviço que ele irá ser leal com a empresa, afinal um
telemarketing, computadores) para acessar os clientes23. cliente nunca está totalmente satisfeito. Satisfazer clientes
significa saber o que ele quer ou deseja, e a grande maioria de
Berry (1995) sugere três níveis de Marketing de pessoas não sabe exatamente o que quer. Para isso, é preciso
Relacionamento estabelecidos em suas ações táticas. Esses investir em pesquisas motivacionais e tecnológicas, além de
níveis dependem da relevância dos benefícios do relacionamento melhorar continuamente o desempenho dos produtos ou
para o cliente e que conduzem à fidelização. serviços da organização. (COBRA, 2009). A procura contínua
No nível de relacionamento 1, são oferecidos incentivos da satisfação tem como objetivo avalizar a permanência do
financeiros para que o cliente permaneça fiel. É comum, nesse cliente nas organizações, provocando a fidelização dos
nível, a prática de programas de desconto para as compras clientes. Além do que, quanto mais satisfeitos os clientes
repetidas. estiverem, mais fiéis às empresas eles serão.
No nível 2, o relacionamento se sustenta em barreiras
sociais que dificultam o rompimento do relacionamento das Fidelização dos clientes
partes envolvidas, tais como a personalização e a customização
do relacionamento. Por exemplo: comunicações regulares com Segundo o conceito de marketing, uma empresa, para ser
os clientes chamando-os pelos nomes, provendo a continuidade bem sucedida, deve prover mais valor aos seus clientes e
do serviço pelo mesmo representante de vendas e aumentando o satisfazê-los mais do que os seus concorrentes. Portanto os
serviço básico por meio de atividades educacionais ou de profissionais de marketing não devem apenas visar às
entretenimento, tais como treinamentos, seminários, festas, etc. necessidades dos consumidores alvo: devem também alcançar
No nível 3, o Marketing de Relacionamento se sustenta em vantagens estratégicas, posicionando suas ofertas contra as de
soluções estruturais para importantes problemas dos clientes. seus concorrentes.
Quando o Marketing de Relacionamento oferece valores Para atingir a fidelidade dos clientes, a organização pode
agregados que são difíceis ou caros para o cliente e que não são operar basicamente em dois vértices: possuir uma marca forte
facilmente disponíveis em outro local, cria-se um forte

22 Ibidem. 24 Ibidem.
23 Idem.

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que crie lealdade dos consumidores ou envolver os clientes A própria informação tem valor, e o comércio frequentemente
por intermédio dos serviços que oferece. envolve mais troca de informação do que exatamente bens
Segundo Bogmann (2002), existem dois tipos de clientes tangíveis. Os sistemas baseados em computadores estão sendo
leais: cada vez mais usados como meio de criar, armazenar e
a) lealdade à loja: o consumidor sabe em qual loja transferir a informação.
encontrar determinado produto que lhe agrada e, ao encontrar O termo se refere a um conjunto de práticas, estratégias de
novamente esse produto na mesma loja, a sua fidelidade é negócio e tecnologias focadas no cliente que, desde pequenas
reforçada, o que aumenta a probabilidade de ele querer repetir e médias, até grandes empresas, podem utilizar para gerenciar
a compra no mesmo local. e analisar as interações com seus clientes, antecipar suas
b) Lealdade à marca: ser leal nesse sentido significa necessidades e desejos, otimizar a rentabilidade e aumentar as
buscar uma marca especifica que o cliente já tenha consumido, vendas e a assertividade de suas campanhas de captação de
pois assim o cliente sabe o que irá encontrar. O cliente compra novos clientes.
um produto de uma determinada marca e, aprovando-a, O CRM armazena informações de clientes atuais e
aumenta a probabilidade de ele querer repetir a compra da potenciais – nome, endereço, número de telefone, etc –, e suas
mesma marca. atividades e pontos de contato com a empresa, incluindo
visitas a sites, ligações telefônicas, e-mails, entre outras
Na visão de Brown (2001), Como ponto de partida, uma interações. Entretanto, a plataforma não é apenas uma lista de
organização deve perceber que seu relacionamento com seus contatos elaborada: ela reúne e integra dados valiosos para
clientes deve evoluir assim como um namoro. A fidelidade preparar e atualizar suas equipes com informações pessoais
mútua e a confiança devem ser conquistadas gradual e dos clientes, histórico e preferência de compras.
seletivamente. A empresa que constrói um relacionamento O que torna a solução de CRM uma das tecnologias
duradouro, ou noivado, vence a batalha por clientes. corporativas mais importantes e inovadoras disponíveis para
Quando uma organização se insere em um mercado, tem empresas é o modo como ela usa as informações dos clientes
que ter consciência de que a competição existe e precisa para gerenciar contas e oportunidades de vendas em um único
trabalhar para conquistar o seu lugar no mercado. O autor local de forma acessível, em tempo real, acelerando e
acima faz relação quanto à necessidade de se conhecer o simplificando o processo de vendas.
cliente, trabalhar passo a passo. Como em um relacionamento,
uma organização tem que passar confiança para o cliente; a O que faz o CRM?
partir desse ponto, é possível construir uma relação - Rastreia ativamente e gerencia as informações dos
duradoura. clientes
De acordo com Marques (2011), há ainda administradores - Simplifica tarefas repetitivas para um acompanhamento
que pensam que fidelizar clientes é aumentar os gastos da mais efetivo
empresa com a distribuição de brindes e descontos, porém - Conecta toda a equipe em qualquer dispositivo.
isso constitui um efeito a curto prazo e não prolonga os - Captura de forma inteligente os e-mails dos clientes.
clientes na organização. - Fornece recomendações e insights instantâneos.
Fidelizar é encantar o cliente, é surpreendê-lo com o - Expande e personaliza conforme o crescimento da
diferencial no atendimento, ou seja, a forma de atuar empresa.
estrategicamente, armazenando informações referentes aos
clientes. Observando essas características, a empresa é capaz Questões
de: agendar visitas telefônicas, envio de e-mails e
correspondência, o cliente irá receber atendimento vip: 01. (Banco do Brasil - Escriturário - FCC) O marketing de
“realizando adequadamente estas estratégias, evitando relacionamento favorece o vendedor, em nível proativo, de
cometer gafes de comunicação com todas as pessoas que até forma que ele vende os serviços e faz consultas posteriores ao
aquele momento ainda não ganharam confiança com consumidor para obter o feedback quanto ao nível de
empresa”. satisfação e auxiliá-lo na utilização do produto. O processo de
Segundo Rocha (2004), a estratégia de fidelização feedback, nesta ação e reação de relacionamento e
corresponde não somente ao tratamento que recebem como comunicação, favorece
também ao conhecimento que os consumidores têm em (A) um sistema de relacionamento ineficaz.
relação ao produto ofertado pela mesma. A autora ressalta (B) um sistema de comunicação e relacionamento que
também que clientes satisfeitos e fiéis fazem propaganda da movem a retroalimentação das informações.
empresa para a sua família e para seus conhecidos e aumenta, (C) uma comunicação variada em que existem várias
com isso, o número de clientes da organização. maneiras de administrar.
(D) uma comunicação limitada por normas escritas.
CRM para relacionamento com os clientes25 (E) a comunicação em massa através da linha de vendas.
O CRM - “Customer Relationship Management" (Gestão de
Relacionamento com o Cliente) -.é a ferramenta mais 02. (LIQUIGAS – Profissional de Vendas - CESGRANRIO)
sofisticada para levar as corporações a fazer algo que há muito O marketing de relacionamento é uma dimensão do marketing,
tempo elas vêm buscando sem muito sucesso: tratar o cliente atualmente, que tem o objetivo de
como se fosse o único. Os SI (Sistemas de Informação) são um (A) analisar periodicamente os ganhos do negócio e seus
tipo de sistema especializado, composto por uma série de programas de marketing.
elementos ou componentes inter-relacionados, que coletam (B) fortalecer a relação com clientes, intermediários e
(entrada), manipulam e armazenam (processo), disseminam outros parceiros da empresa.
(saída) dados e informações, fornecendo um mecanismo de (C) adotar múltiplos meios para integrar a comunicação
feedback. interna e as equipes.
Os computadores e os SI estão frequentemente (D) motivar os colaboradores para o relacionamento
transformando a maneira como as empresas conduzem seus adequado entre eles.
negócios. Atualmente, vivemos em uma economia de negócios.

25 LETICIA OLIVEIRA, REGINA RIANELLI DE BRITO, JOSE CARLOS BEKERO. https://www.salesforce.com/br/crm/


Gerenciamento do Relacionamento com o Cliente Via Sistema Integrado de Gestão
Sustentável. Gestão e Tecnologia para a Competitividade

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APOSTILAS OPÇÃO

(E) capturar insights e desempenho das ações táticas e


mercadológicas.

03. (Banco do Brasil - Escriturário - CESGRANRIO) O Anotações


relacionamento que os bancos mantêm com seus clientes é um
fator que contribui para sua captação e sua fidelização.
Pensando nisso, os bancos têm utilizado diferentes
ferramentas e estratégias no desenvolvimento de sua
liderança no mercado. De maneira geral, o marketing de
relacionamento é conceituado como o processo pelo qual uma
empresa constrói alianças com clientes atuais e potenciais de
tal forma que ambos, vendedor e comprador, trabalhem em
busca de um conjunto específico de objetivos comuns. Os
objetivos do marketing de relacionamento são atingidos
quando.
(A) é estabelecida uma relação distante, formal e
profissional com o cliente.
(B) é estabelecido o relacionamento unilateral e
satisfatório de curto prazo com o cliente.
(C) é assegurado que a empresa busque relacionar-se com
os clientes a cada ocasião de compra.
(D) é assegurado que os funcionários satisfaçam às
necessidades dos clientes.
(E) é estabelecido um relacionamento satisfatório entre a
empresa e o cliente, não havendo necessidade de
compatibilidade entre a empresa e outras partes.

04. (LIQUIGÁS - Profissional Júnior - Administração de


Banco de Dados – CESGRANRIO) Em uma empresa eficiente
e eficaz na condução de seus processos, o departamento X usa
sistemas de apoio à decisão, banco de dados de clientes,
automação de vendas, sistemas empresa-a-consumidor na
web e, como instrumento de diferencial competitivo, o
Software de Gestão de Relacionamento com o Cliente.
A utilização pelo departamento X desses recursos e
sistemas de informação o caracteriza como um departamento
de
(A) Contabilidade
(B) Finanças
(C) Marketing
(D) Produção
(E) Recursos Humanos

05. (IF-AP - Relações Públicas – FUNIVERSA/2016) Em


uma instituição de ensino técnico, a secretaria acadêmica e as
coordenações de cursos realizam regularmente uma série de
atividades com os alunos, a fim de melhor atender suas
necessidades e assim fidelizá-los, tornando-os
“propagandistas” da instituição. As atividades desenvolvidas
foram: visitas às instalações, orientações educacionais,
contatos regulares com pais e egressos, análise do perfil e
demandas dos estudantes, estabelecimento de canais
permanentes de diálogos e feedback, entre outras. A
preocupação dessa instituição com o atendimento constante
às necessidades dos consumidores alunos é um exemplo de
uma técnica de marketing denominada
(A) endomarketing.
(B) marketing de relacionamento.
(C) pós-venda.
(D) aftermarketing.
(E) marketing de conquista.
Respostas

01. Resposta: B.
02. Resposta: B.
03. Resposta: D.
04. Resposta: C
05. Resposta: B

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