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RESENHA CRÍTICA

NOGUEIRA, Claudia Mazzei. A feminização no mundo do trabalho: entre a


emancipação e a precarização. In: ANTUNES, Ricardo; SILVA, Maria Aparecida
Moraes (Orgs.). O avesso do trabalho. São Paulo: Expressão Popular, 2004, p. 243-284.

No livro “O avesso do trabalho”, está contido o artigo intitulado: “A feminização


no mundo do trabalho: entre a emancipação e a precarização” escrito por Nogueira, o
mesmo expõe as recentes tendências do trabalho feminino, a autora não traz somente a
análise de algumas diferenças e especificações de gênero, mas também retrata a
exploração existente sobre o sexo feminino na relação de classes.
A autora divide este artigo em seis itens. Inicialmente ela traz, de maneira
sucinta, indicações históricas dos elementos da inserção da mulher no mundo do
trabalho, para logo tratar do período recente - quanto à emancipação e aprecarização da
inserção feminina no mundo do trabalho - para isso ela recorre substancialmente a
pesquisas e dados empíricos realizados pela “OIT, CEPAL, DIEESE, SEADE, IBGE e
etc”.
Seguindo a divisão feita pela autora, no item I, a escritora retrata, ainda que de
forma resumida, como ocorreu historicamente à inserção da mulher no mundo do
trabalho, a divisão social do trabalho ocorreu logo nos primórdios, quando foi atribuída
a mulher a obrigação de cuidar da esfera domestica, ou seja, cuidar dos filhos, do
marido, da alimentação da sua família, e dos afazeres domésticos, enquanto os homens
ficavam incumbidos de providenciar alimentos.
Nogueira evidencia que a partir do advento da Revolução Industrial, ampliou-se
intensamente a presença feminina no mundo do trabalho, para explicar o motivo dessa
intensificação, a autora busca aporte em Marx (1971, p. 449), o mesmo descreve que
pelo fato da inserção das máquinas, se tornou prescindível a força muscular, ou seja,
essas máquinas possibilitavam o manuseio por trabalhadores de pouca força muscular e
com membros mais flexíveis, assim os capitalistas empregaram mulheres e crianças, e
com a inserção de todos os membros da família do trabalhado no mercado de trabalho,
foi repartido o valor da força de trabalho do homem para toda a sua família que passou a
trabalhar com ele. Nesse sentido, Nogueira relata que a partir do momento que o capital
inseriu a mulher na indústria, o valor do trabalho masculino foi rebaixado, o capitalismo
usava dessa divisão sexual do trabalho para incentivar a competição entre os
trabalhadores, os mesmos foram “reduzidos à condição de simples força de trabalho
vivo, ou seja, matéria de exploração do capital”. Desse modo, a autora afirma que foi ao
longo da Revolução Industrial e do advento do Capitalismo que o capital começou a
utilizar e a explorar a mulher no mundo do trabalho.
No Item II, Nogueira mostra como o capitalismo se metamorfoseou, com a
substituição do modo de produção taylorista/fordista, devido à chamada crise estrutural
do capital, dando origem ao toyotismo – acumulação flexível – que junto com o
neoliberalismo, foram respostas do capital à sua própria crise. A autora expõe que
algumas características do neoliberalismo são: a privatização do Estado, a
desregulamentação dos direitos trabalhistas e a desmontagem do setor produtivo estatal,
todas essas metamorfoses sofridas pelo capital, trouxeram grandes mudanças no
mercado de trabalho, tais mudanças ocasionaram o crescimento da precarização e da
informalidade do trabalho.
No item III, a autora apresenta análises de dados na Europa, mostrando o
crescimento significativo da inserção da população trabalhadora feminina no mercado
de trabalho, e mostra que apesar desse crescimento, essa inserção ocorre nos espaços
mais precarizados, como nos trabalhos de tempo parcial – que o tempo de trabalho é
menor e muitas vezes isso implica salários menores e poucos direitos trabalhistas – e
nos espaços com grande diferença salarial.
Já no item IV, Nogueira apresenta análises de dados na America latina, ela relata
que apesar dos dados mostrarem o aumento da inserção da mulher no mundo do
trabalho, a hegemonia masculina persiste, ela relata também que a precarização também
existe, como a desigualdade do piso salarial entre homens e mulheres, e a
predominância das mulheres em trabalhos em tempo parcial. No final deste item a
autora faz uma breve comparação entre os dados dos países da Europa com os da
America Latina quanto ao trabalho feminino, ela expõe que apesar de ter ocorrido uma
precarização no trabalho nos países onde o capitalismo é avançado, foi particularmente
na America latina que esse processo mais se acentuou, depois da reestruturação
produtiva e da presença neoliberal. Para ela, na configuração assumida pelo capitalismo
contemporâneo, essa divisão social e sexual do trabalho tem intensificado fortemente a
exploração do trabalho, mais ainda no trabalho feminino.
No item V, deste artigo, Nogueira indica algumas especificidades do trabalho
feminino no Brasil, ela diz que houve a tendência da feminização no trabalho, assim
como a precarização do mesmo, em relação aos menores salários, comparando o homem
com a mulher, a predominância está nas mulheres, mesmo sendo os mesmo setores de
trabalho as faixas salariais são distintas. Em relação à jornada de trabalho, quanto maior
é o tempo de trabalho, maior é a presença feminina. A autora expõe que essa situação de
desigualdade entre trabalhadores e trabalhadoras atende aos interesses do capital.
No ultimo item deste artigo, Nogueira fala sobre a emancipação e a precarização
do trabalho feminino no capitalismo contemporâneo, para ela concomitantemente se
avançou na inserção da mulher no mundo do trabalho e também houve uma enorme
precarização. Para a autora, essa precarização é o lado negativo da feminização no
mundo do trabalho, ela diz que o capital se apropria do trabalho feminino,
caracterizando-as com a polivalência e multiatividade, e isso para o capital produtivo é
totalmente pertinente ás suas novas formas de exploração. Para ela, ao mesmo tempo
que o capitalismo proporciona condições para a emancipação feminina, acentua a sua
exploração, estabelecendo assim falsas aparências, ou seja, o capital se opõe ao
processo de emancipação da mulher, visto que ele precisa do trabalho feminino. A
autora conclui dizendo que esse processo de emancipação tem um claro sentido
contraditório, oscilando portanto em emancipação e precarização, mas que ainda busca-
se caminhar da precarização para a emancipação da feminização do trabalho.
Neste artigo Nogueira faz uma apresentação bem extensa de como ocorreu e
como está esse processo de emancipação da feminização no mundo do trabalho,
iniciando de forma sucinta historicamente e depois fazendo comparações, através de
dados, sobre a mulher no mundo do trabalho em alguns países, e por fim mostrando essa
situação no cenário brasileiro. Neste texto, ela traz bastantes análises de dados e
também expõe muitos exemplos.
Quanto à visão exposta por ela, no que concerne à inserção da mulher no mundo
do trabalho, podemos fazer relação com Antunes1 (2009, p. 256) que relata o forte
aumento do contingente feminino no mundo do trabalho, mas que enfatiza que esse
aumento da feminização no mundo do trabalho e os salários recebidos por elas, seguem
em sentido oposto, pois “a desigualdade salarial das mulheres contradita a sua crescente
participação no mercado de trabalho. Seu percentual de remuneração é bem menor do
que aquele auferido pelo trabalho masculino. O mesmo frequentemente ocorre no que
concerne aos direitos e condições de trabalho”, e tudo isso corrobora com todas as
análises dos dados apresentados por Nogueira em seu artigo.
O artigo “A feminização no mundo do trabalho: entre a emancipação e a
precarização” não tem somente como público-alvo os docentes e discentes, mas todos

1
ANTUNES, Ricardo. Dez teses sobre presente do trabalho e uma hipótese sobre o futuro do trabalho.
In: ______. Os sentidos do trabalho: ensaio sobre a afirmação e a negação do trabalho. 2. ed. São Paulo:
Boitempo, 2009.
aqueles que se interessam ou buscam informações históricas de como ocorreu e como
está o processo de feminização no mundo do trabalho, visto que possui uma linguagem
de fácil compreensão.
Claudia Mazzei Nogueira é doutorada em Serviço Social pela Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo. É pesquisadora Bolsa Produtividade CNPq e
pesquisa na área de Serviço Social, com ênfase em Relações e Processo de Trabalho,
atuando principalmente nos seguintes temas: O mundo do trabalho, a força de trabalho
feminina, divisão sexual do trabalho nos espaços da produção e reprodução e saúde do
trabalhador. É ainda Coordenadora do Núcleo de Estudos sobre Trabalho e Gênero -
NETeG - UNIFESP. Atua também como professora associada do curso de Serviço
Social e do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências da Saúde da
Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP – BS). Compõe ainda o GTP Trabalho e
Questão Social da ABEPSS. E também é membro titular do Conselho Universitário
(CONSU) da Universidade Federal de São Paulo.
Paloma Freitas da Silva é mestranda no curso de Mestrado Acadêmico em
Educação Profissional (PPGEP) no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia
do Rio Grande do Norte (IFRN).

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