Auditoria Geral
do Estado
Introdução
O presente trabalho, elaborado pela segunda refere-se à organização do
Secretaria-Adjunta da Corregedoria sistema de controle disciplinar e os
Geral do Estado, unidade da Audito- seus atores. Já a terceira, mais dinâ-
ria Geral do Estado, é o resultado das mica, possui, de forma sistemática
atividades e informações angariadas e resumida, algumas infrações que
ao longo de aproximadamente um verificamos serem de significante in-
ano e seis meses de sua existência. cidência e podem ser prevenidas no
âmbito da própria unidade de traba-
No cumprimento de seu planejamen- lho.
to estratégico, que se reveste, princi-
palmente, de características voltadas Nessa terceira fase do trabalho, utili-
à prevenção das infrações discipli- zamos linguagem resumida e visual,
nares e a consequente melhoria na com a intenção de que seja facilmente
qualidade dos serviços públicos pres- manuseado por você, leitor-servidor.
tados aos cidadãos mato-grossenses,
elaboramos esta cartilha com intuito
de trazer informação para os servi-
dores do Poder Executivo Estadual
de maneira rápida, simples e acessí-
vel.
Parte 1
Legislação
Básica
Legislação Básica
A disciplina funcional, como registra José dos Santos Carvalho
Filho “...é a situação de respeito que os agentes da Administração
devem ter para com as normas que os regem, em cumprimento
aos deveres e obrigações a eles impostos.” 1
1. In Manual de Direito Administrativo, 13ª, rev., ampl. e atual., Lumem, Rio de Janeiro, 2005, p. 49.
6 2. In Direito Administrativo Disciplinar, 2ª, rev., ampl. e atual., Método, São Paulo, 2009, p. 39.
Parte 2
Controle
Disciplinar
O que você tem
a ver com ele?
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13
Parte 3
Você pode
cometer uma
falta funcional
e nem mesmo
perceber...
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Grupo 1
Assiduidade
“... toda ausência injustificada do servidor público de seu
local de trabalho é fator de desmoralização do serviço público
estadual, o que quase sempre conduz à desordem nas relações
humanas;
... o servidor público que trabalha em harmonia com a estru-
tura organizacional, respeitando seus colegas e cada concida-
dão, colabora e de todos pode receber colaboração, pois sua
atividade pública é a grande oportunidade para o crescimento
e o engrandecimento do Estado de Mato Grosso.”10
Grupo 1 - Assiduidade
• Inassiduidade
a) O que: Inassiduidade é a falta ao serviço sem justificativa prevista em
lei. As faltas autorizadas em lei estão no Estatuto do Servidor Público (Lei
Complementar n° 04/1990) e podem ser em razão de: consulta médica,
doação de sangue, casamento, falecimentos, alistar-se como eleitor, parti-
cipação em tribunal do júri, dentre outros.
b) Onde:
• Lei Complementar n° 04/1990
Art. 143 São deveres do funcionário:
X - ser assíduo e pontual ao serviço;
Art. 144 Ao servidor público é proibido:
I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do
chefe imediato;
• Lei Complementar n° 112/2002
Art. 4° São deveres fundamentais do servidor público:
XI – ser assíduo e frequente ao serviço, na certeza de que sua ausência
provoca danos ao trabalho ordenado, refletindo negativamente em todo o
sistema;
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c) Penalidade Prevista:
• Inassiduidade e impontualidade: repreensão a suspensão
• Ausência durante o expediente sem prévia autorização: repreensão a sus-
pensão
• Inassiduidade habitual: demissão
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Grupo 1 - Assiduidade
e) O que fazer: É dever dos chefes imediatos resguardar a assiduidade e
a pontualidade em sua equipe, que provoca impacto no alcance de suas
metas e garante a moralidade administrativa. Assim, o chefe percebendo
a ausência injustificada do servidor, ou mesmo a impontualidade, deverá
alertá-lo para que apresente a devida justificativa, se for o caso, tão logo
ocorra o fato.
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Grupo 1 - Assiduidade
• Impontualidade
a) O que: A impontualidade configura-se pela apresentação com atraso ou
saída do serviço antes dos horários predefinidos pela Administração, con-
siderando-se para tanto a carga horária do cargo e os limites de tolerância
aceitáveis.
b) Onde:
• Lei Complementar nº 04/1990
Art. 143 São deveres do funcionário:
X - ser assíduo e pontual ao serviço;
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Grupo 1 - Assiduidade
e) O que fazer: É dever dos chefes imediatos resguardar a assiduidade e
a pontualidade em sua equipe, que provoca impacto no alcance de suas
metas e garante a moralidade administrativa. Assim, o chefe, percebendo a
impontualidade do servidor, deverá alertá-lo, para que apresente a devida
justificativa, se for o caso, tão logo ocorra o fato.
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Grupo 1 - Assiduidade
• Retirar-se sem
prévia anuência
a) O que: Consiste nas saídas do servidor durante o expediente sem aviso
ao chefe imediato e sem o seu consentimento.
b) Onde:
Artigo 144 - Ao servidor público é proibido:
I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do
chefe imediato;
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Grupo 1 - Assiduidade
e) O que fazer: É dever dos chefes imediatos resguardar que os servidores
sob a sua coordenação cumpram a jornada de trabalho, que provoca im-
pacto no alcance de suas metas e garante a moralidade administrativa.
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Grupo 1 - Assiduidade
• Abandono
de cargo
a) O que: Abandono de cargo é a ausência intencional do servidor ao ser-
viço, sem justificativa, por mais de 30 (trinta) dias consecutivos.
b) Onde:
• Lei complementar 207/2004
Art. 8º Configura abandono de cargo a ausência, sem causa justificada, do
servidor ao serviço, por mais de 30 (trinta) dias consecutivos.
• Lei Complementar 04/1990
Art. 165 Configura o abandono de cargo a ausência intencional do servi-
dor ao serviço, por mais de 30 (trinta) dias consecutivos.
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Observação importante:
Importante lembrar que a pontualidade não consiste em mera formalidade
administrativa. Os atrasos de servidores, além de causar prejuízos ao Estado,
podem impactar nos resultados das metas estabelecidas (já que nos planeja-
mentos são consideradas quantidade de pessoas e quantidade de horas traba-
lhadas na atividade), assim como a prestação direta dos serviços ao cidadão.
Exemplo claro de impacto do atraso seria de um servidor que executa ativi-
dades em balcão de atendimento e deixa de atender um cidadão que aprovei-
ta o horário de almoço para buscar o serviço.
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Grupo 2
Comportamento
Social
“... a função pública integra-se na vida particular de cada ser-
vidor público. Assim, os fatos e atos verificados na conduta do
dia a dia em sua vida privada poderão acrescer ou diminuir o
seu bom conceito na vida funcional.” 11
• Moralidade
administrativa
“...a remuneração do servidor público é custeada pelos tributos pagos direta ou
indiretamente por todos, até por ele próprio, e por isso se exige, como contra-
partida, que a moralidade administrativa se integre no Direito, como elemento
indissociável de sua aplicação e de sua finalidade, erigindo-se, como consequên-
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cia, em fator de legalidade.”
b) Onde:
• Lei Complementar 04/1990
Art. 143 São deveres do funcionário:
IX - manter conduta compatível com a moralidade administrativa;
Art. 144 Ao servidor público é proibido:
VI - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em
lei, o desempenho de atribuições que sejam sua responsabilidade ou de seu
subordinado;
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• Moralidade
administrativa
• Lei Complementar nº 112/2002
Art. 2º O exercício de cargo efetivo ou em comissão, emprego público ou
função de confiança exige conduta compatível com os preceitos deste Có-
digo e com os demais princípios da moral individual, social e funcional,
em especial com os seguintes:
III - a moralidade da Administração Pública Estadual não se limita à dis-
tinção entre o bem e o mal, devendo ser acrescida da ideia de que o fim
é sempre o bem comum. O equilíbrio entre a legalidade e a finalidade, na
conduta do servidor público, é que poderá consolidar a moralidade do ato
administrativo.
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• Conduta
É dever fundamental do servidor público “...apresentar-se ao trabalho com vesti-
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mentas adequadas ao exercício da função.”
b) Onde:
• Lei Complementar 04/1990
Art. 144 Ao servidor público é proibido:
V - referir-se de modo depreciativo ou desrespeitoso às autoridades públi-
cas ou aos atos do Poder Público, mediante manifestação escrita ou oral,
podendo, porém, criticar ato do Poder Público, do ponto de vista doutri-
nário ou da organização do serviço, em trabalho assinado;
XIX – assediar sexualmente ou moralmente outro servidor público.
Art. 159 A demissão será aplicada nos seguintes casos:
V - incontinência pública e conduta escandalosa;
VII – ofensa física em serviço a servidor ou a particular, salvo em legítima
defesa própria ou de outrem.
• Lei Complementar nº 112/2002 - Código de Ética
Art. 5° É vedado ao servidor público:
XIII – apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele;
XIV – dar o seu concurso a qualquer instituição que atente contra a moral,
14. Lei Complementar n° 112/2002, art. 4°, XV.
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• Urbanidade e
presteza
“...a cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo dedicados ao serviço público
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estadual caracterizam o esforço pela disciplina.”
b) Onde:
• Lei Complementar nº 04/1990
Art. 143 São deveres do funcionário:
V - atender com presteza:
a) ao público em geral, prestando as informações requeridas, ressalvadas as
protegidas por sigilo;
b) à expedição de certidões requeridas para defesa de direito ou esclarecimen-
d) Como prevenir: O servidor tem o dever de manter trato urbano para com
os seus colegas de trabalho e cidadãos que buscam o serviço público. O ci-
dadão possui o direito à informação, que deve ser prestada com rapidez e
eficiência. Ao iniciar os seus trabalhos em determinada unidade, o servidor
deve inteirar-se dos trabalhos a serem realizados, as suas responsabilidades e a
legislação que rege a atividade. Ao apresentarem dúvidas na realização de suas
tarefas deve recorrer à chefia imediata na busca de orientações e registrar por
meio de expediente próprio da unidade a razão de eventuais atrasos ou não
realização de determinados trabalhos.
Observação importante:
É imprescindível que essas medidas sejam tomadas tão logo ocorram os
fatos, pois verifica-se, em muitos casos, que a ausência da urbanidade ou a
negligência para com o serviço tornam-se tão frequentes e chegam até a ocor-
rência de infrações de maior gravidade, como a ofensa física ou a desídia.
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Grupo 3
Patrimônio
Público
“...o servidor público não poderá jamais desprezar o elemento
ético de sua conduta. Assim, não terá que decidir somente en-
tre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o in-
conveniente, o oportuno e o inoportuno, mas principalmente
entre o honesto e o desonesto, consoante as regras contidas
no artigo 37, caput, e §4°, da Constituição Federal.” 16
• Zelo pelo
patrimônio público
“... causar dano a qualquer bem pertencente ao patrimônio público, deterioran-
do-o, por descuido ou má vontade, não constitui apenas uma ofensa ao equipa-
mento e às instalações ou ao Estado de Mato Grosso, mas a todos os homens de
boa vontade que dedicaram sua inteligência, seu tempo, suas esperanças e seus
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esforços para construí-los.”
Observação importante:
Havendo sinistros com bens públicos, o servidor responsável por ele, se
agindo com dolo, negligência, imprudência ou imperícia, comprovados após
devido processamento, poderá ser penalizado e, ainda, deverá ressarcir o
Estado.
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• Utilizar-se
indevidamente do
patrimônio público
“...a dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos princípios morais
são primados maiores que devem nortear o servidor público, seja no exercício
do cargo, emprego ou função, ou fora dele, já que refletirá o exercício da vocação
do próprio Poder estatal. Seus atos, comportamentos e atitudes serão direciona-
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dos para a preservação da honra e da tradição dos serviços públicos estaduais.”
b) Onde:
• Lei Complementar nº 04/1990
Art. 144 Ao servidor público é proibido:
II – retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer do-
cumento ou objeto da repartição;
IX – valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detri-
mento da dignidade da função pública;
XVI - utilizar pessoa ou recursos materiais em serviços ou atividades par-
ticulares;
18. Lei Complementar n° 112/2002, artigo 2°, I 39
40
Grupo 4
Assédio
Moral
...É vedado ao servidor público:
Permitir que perseguições, simpatias, antipatias, caprichos,
paixões ou interesses de ordem pessoal interfiram no trato
com o público ou com colegas hierarquicamente superiores
ou inferiores...” 19
O assédio moral até há pouco tempo tolerado, deve ser combatido nos am-
bientes de trabalho.
b) Onde:
• Lei Complementar nº 04/1990
Art. 144 Ao servidor público é proibido:
XIX – assediar sexualmente ou moralmente outro servidor público.
Art. 159 A demissão será aplicada nos seguintes casos:
V – incontinência pública e conduta escandalosa;
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Em resumo
Esse item tem a função de facilitar o acesso a algumas orienta-
ções para a melhor fluência das atividades na sua unidade:
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Para finalizar
Não é intenção da Administração a punição de um servidor. O processa-
mento e a condenação por uma infração disciplinar não é penoso somente
ao processado, mas também à toda a Administração.