UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA
TRANSMISSÃO DE CALOR E MECÂNICA DOS FLUIDOS COMPUTACIONAL

Mariellen de Oliveira Holanda - 358475

Patrick Teixeira Lima - 360081

Trabalho 02 – Identificação de termos das Equações de Transporte

FORTALEZA
2017
1 INTRODUÇÃO
Como o Teorema de Transporte de Reynolds estabelece uma série de
equações válidas que são capazes de relacionar as variações em um volume de controle com
as variações em um sistema é nele que nos baseamos para identificar os termos componentes
de algumas das principais equações de fenômenos de transporte, são elas: Transporte de
Massa, Quantidade de Movimento, Transporte de Energia e a Equação do Transporte de
Turbulência tipo ‘k’ e a Equação da Dissipação da Turbulência tipo ‘ε’. Logo, esta atividade
consiste em classificar os componentes das equações nos seguintes termos: transiente,
convectivo, difusivo e termo fonte.
Seja B uma propriedade extensiva qualquer (massa, energia ou quantidade de
movimento), b=B/m sua propriedade intensiva correspondente (velocidade, volume
específico ou energia específica) e um determinado volume de controle (VC) em um sistema,
têm-se:

𝐷𝐵𝑠𝑖𝑠𝑡 𝑑 𝑑
= ∫ (𝑏𝜌)𝑑𝑉 + ∫ (𝑏𝜌𝑣⃗. 𝑛̂)𝑑𝐴
𝐷𝑡 𝑑𝑡 𝑑𝑡
𝑉𝐶 𝑆𝐶

Onde:
𝑫𝑩𝒔𝒊𝒔𝒕 Termo transiente: taxa de variação da propriedade extensiva B do
𝒅𝒕 sistema

Termo convectivo: taxa de variação da propriedade extensiva B

𝒅
∫ (𝒃𝝆)𝒅𝑽 dentro do volume de controle (VC):
𝒅𝒕
𝑽𝑪
 b – propriedade intensiva correspondente a B;
 ρ dV – elemento de massa que está no volume de controle;
 ∫𝑽𝑪(𝒃𝝆)𝒅𝑽 – quant. total da prop. extensiva B contida dentro
do VC.

Termo difusivo: taxa líquida do fluxo de propriedade extensiva B

𝒅
∫ (𝒃𝝆𝒗 ̂ . 𝒅𝑨 através da superfície de controle (SC):
⃗⃗)𝒏
𝒅𝒕  (ρv) 𝒏 ̂ .dA – fluxo de massa através do elemento de área (dA)
𝑺𝑪
na direção 𝑛̂;

 ̂ .dA – fluxo da prop. extensiva B através do elemento

(bρv) 𝒏
de área (dA) na direção 𝑛̂;

 ∫𝑺𝑪(𝒃𝝆𝒗)𝒏 ̂ . 𝒅𝑨 – quant. total da prop. extensiva B que

atravessa a superfície de controle SC na direção 𝑛̂.
2 EQUAÇÃO DO TRANSPORTE DE MASSA
Tomando a massa como propriedade extensiva, tem-se:
B=m b=1
Agora, temos que substituir no Teorema do Transporte de Reynolds:

𝑑𝑚 𝜕 𝜕
= ∫ (𝜌)𝑑𝑉 + ∫ (𝜌𝑣⃗)𝑛̂. 𝑑𝐴
𝑑𝑡 𝜕𝑡 𝜕𝑡
𝑉𝐶 𝑆𝐶

Se analisarmos um sistema isolado, a massa desse sistema é constante e, portanto,

sua derivativa no tempo é zero. Assim, a equação do Transporte de Reynolds se reduz à

𝜕 𝜕
0= ∫ (𝜌)𝑑𝑉 + ∫ (𝜌𝑣⃗)𝑛̂. 𝑑𝐴
𝜕𝑡 𝜕𝑡
𝑉𝐶 𝑆𝐶

Onde
Termo convectivo: taxa de mudança no tempo da massa dentro do
𝒅
∫ (𝝆)𝒅𝑽 volume de controle (VC)
𝒅𝒕
𝑽𝑪
 ρ dV – elemento de massa que está no volume de controle;
 ∫𝑽𝑪(𝝆)𝒅𝑽 – quantidade total de massa contida dentro do
volume de controle (VC)

Termo difusivo: taxa de mudança no tempo da massa através da

𝒅
∫ (𝝆𝒗
⃗⃗)𝒏
̂ . 𝒅𝑨 superfície de controle (SC):
𝒅𝒕
𝑺𝑪
 ̂ .dA – fluxo de massa através do elemento de área (dA) na direção
(ρv) 𝒏
𝑛̂;
 ∫ (𝝆𝒗
𝑺
⃗⃗⃗)𝒏
̂ . 𝒅𝑨 – quant. total da massa que atravessa a superfície de
controle SC na direção 𝑛
̂.

3 EQUAÇÃO DA QUANTIDADE DE MOVIMENTO

Tomando a quantidade de movimento como propriedade extensiva, tem-se:
B=P b = 𝑣⃗
Assim, substituindo no Teorema de Transporte de Reynolds, tem-se:

𝑑𝑃 𝜕 𝜕
= ∫ (𝑣⃗𝜌)𝑑𝑉 + ∫ (𝑣⃗𝜌𝑣⃗)𝑛̂ ∙ 𝑑𝐴
𝑑𝑡 𝜕𝑡 𝜕𝑡
𝑉𝐶 𝑆𝐶
 A partir da segunda Lei de Newton, tem-se que uma força (F) é equivalente à taxa
𝑑𝑃
de variação da quantidade de movimento linear ( ). As forças em questão são divididas
𝑑𝑡
em dois tipos: forças de campo (FB) e forças de superfície (FS). As forças de campo são
aquelas que atuam no volume de controle sem ocorrência de contato, sendo exemplo aquelas
de natureza gravitacional, elétrica e magnética. As forças de superfície, por outro lado, atuam
através do contato, como o caso do atrito e da pressão, sendo essa última o principal elemento
responsável pelo deslocamento do fluido.

𝜕 𝜕
𝐹𝐵 + 𝐹𝑆 = ∫ (𝑣⃗𝜌)𝑑𝑉 + ∫ (𝑣⃗𝜌𝑣⃗)𝑛̂ ∙ 𝑑𝐴
𝜕𝑡 𝜕𝑡
𝑉𝐶 𝑆𝐶

𝑭𝑩 e 𝑭𝑺 Termo fonte: somatório das forças de campo e forças de superfícies

que atuam sobre o sistema.

Termo convectivo: taxa de mudança no tempo da quantidade de

𝝏
∫ (𝒗
⃗⃗𝝆)𝒅𝑽 movimento dentro do volume de controle (VC):
𝝏𝒕
𝑽𝑪
∫𝑽𝑪(𝒗⃗⃗𝝆)𝒅𝑽 – quant. total de movimento que está dentro do
volume de controle.
Termo difusivo: taxa de mudança no tempo da quantidade de
𝝏
∫ (𝒗
⃗⃗𝝆𝒗
⃗⃗)𝒏
̂ ∙ 𝒅𝑨 movimento através da superfície de controle (SC).
𝝏𝒕
𝑺𝑪
 ∫𝑺𝑪(𝒗
⃗⃗𝝆𝒗 ̂ ∙ 𝒅𝑨 – quant. total de movimento que atravessa
⃗⃗)𝒏
a superfície de controle (SC).

4 EQUAÇÃO DO TRANSPORTE DE ENERGIA

O princípio da conservação de energia se fundamenta na primeira lei da
termodinâmica, podendo ser escrita para um sistema aberto na forma:
 A energia pode entrar no volume de controle sob a forma de calor e de trabalho
trocado com suas vizinhanças. A troca de calor é positiva quando há saída do mesmo e é
negativa quando há entrada. Já a entrada de energia na forma de trabalho ocorre devido ao
deslocamento provocado no volume de controle por forças externas.
A seguinte expressão representa o transporte de energia:

𝜕 ⃗⃗2
𝒗 𝜕 𝒗⃗⃗2 𝑝 𝑑𝑄
∫ [𝜌 ( + 𝑔⃗𝑧 + 𝑢)] 𝑑𝑉 + ∫ [( + 𝑔⃗𝑧 + 𝑢 + ) 𝜌𝑣] 𝑛̂ ∙ 𝑑𝐴 + 𝑄̇ − 𝛴𝑊̇ =
𝜕𝑡 2 𝜕𝑡 2 𝜌 𝑑𝑡
𝑉𝐶 𝑆𝐶

𝑸̇ − 𝜮𝑾̇ Termo fonte: somatório do calor que é

adicionado ou removido do sistema (Q); W é o
trabalho mecânico realizado ou “sofrido” pelo
sistema.

𝒅𝑸 Termo transiente: Taxa de acúmulo no tempo

𝒅𝒕 da energia

Termo convectivo: taxa de mudança no tempo

𝝏 ⃗⃗𝟐
𝒗
∫ [𝝆 ( + 𝒈⃗⃗⃗𝒛 + 𝒖)] 𝒅𝑽 da quantidade da energia dentro do volume de
𝝏𝒕 𝟐 controle (VC):
𝑽𝑪
𝑣⃗ é a velocidade na direção 𝑛̂;
𝑔⃗ é a gravida;
𝑧 é a altura vertical arbitrária;
u é a energia interna específica do fluido;
⃗⃗2
𝒗
∫𝑉𝐶 [𝜌 ( 2 + 𝑔⃗𝑧 + 𝑢)] 𝑑𝑉 – quant. total de
energia que está dentro do volume de controle.

Termo difusivo: taxa de mudança no tempo da

𝝏 ⃗⃗𝟐
𝒗 𝒑
∫ [( + 𝒈⃗⃗⃗𝒛 + 𝒖 + ) 𝝆𝒗] 𝒏
̂ quantidade de movimento através da superfície
𝝏𝒕 𝟐 𝝆 de controle (SC).
𝑺𝑪
𝑣⃗ é a velocidade na direção 𝑛̂;
∙ 𝒅𝑨 𝑔⃗ é a gravida;
𝑧 é a altura vertical arbitrária;
u é a energia interna específica do fluido;
⃗⃗2
𝒗 𝑝
∫𝑆𝐶 [( 2 + 𝑔⃗𝑧 + 𝑢 + 𝜌) 𝜌𝑣] 𝑛̂ ∙ 𝑑𝐴 – quant. total
de energia que atravessa a superfície de controle
(SC).
5 EQUAÇÃO DO TRANSPORTE DE TURBULÊNCIA TIPO K-ε
Este e o modelo que é o mais conhecido entre os modelos que envolvem duas equações
diferenciais de transporte, pois é robusto, preciso e possui estabilidade. Atualmente é
considerado como padrão entre os modelos de turbulência utilizados em simulações
industriais, ele também é incorporado na maioria dos códigos comerciais de CFD.
Esse modelo é baseado no conceito de viscosidade turbulenta, este é um termo desconhecido
que precisa ser modelado numericamente. Essa viscosidade pode ser escrita em função de
‘k’ e de ‘ε’, onde ‘k’ é a energia cinética turbulenta e ‘ε’ a dissipação viscosa da energia
cinética turbulenta.

Onde 𝐶𝜇 é uma constante e ‘k’ e ‘ε’ são calculados através das equações do transporte.
5.1 Energia Cinética Turbulenta:

Pk é a produção de turbulência devido a forças viscosas e de flutuabilidade, que é modelada

por:

𝑷𝒌 e 𝝆𝜺 Termo fonte
𝝏(𝒑𝒌) Termo transiente
𝝏𝒕
∇ ∙ (𝑝𝑈𝑘) Termo convectivo
𝜇𝑡 Termo difusivo
∇ ∙ [(𝜇 + )∇k]
𝜎𝑘
5.2 Taxa de Dissipação Viscosa Específica:

Onde:

𝜺 Termo fonte
(𝑪 𝑷 − 𝑪𝜺𝟐 𝝆𝜺)
𝒌 𝜺𝟏 𝒌
𝜕(𝑝𝜀) Termo transiente
𝜕𝑡
∇ ∙ (𝑝𝑈𝜀) Termo convectivo
𝜇𝑡 Termo difusivo
∇ ∙ [(𝜇 + )∇ε]
𝜎𝜀

7 CONCLUSÃO
No decorrer desta atividade, podemos perceber a importância do Teorema de Reynolds para
encontrar algumas das principais equações de Fenômenos de Transporte. E assim, podemos
definir qual a interpretação física (difusivo, convectivo, transiente ou fonte) de cada
componente da equação

8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FOX, R. W. ALAN, M. T. Introdução a Mecânica dos Fluidos

MODELAGEM MATEMÁTICA DO ESCOAMENTO TURBULENTO EM CANAL AXISSIMÉTRICO COM
“BLUFF-BODY” - Renan Gabbi

USP, Universidade de São Paulo -. Fundamentos de Turbulência. Disponível em:

<http://www2.eesc.usp.br/netef/Oscar/FUNDAMENTOS_DE_TURBULENCIA.pdf>.
Acesso em: 28 mar. 2017.
HEURT, Jenifer. Interação entre Jatos Transversais e Fluxo Principal: Simulação e
Análise Comparativa de Modelos de Turbulência. Disponível em:
<http://www.sbmac.org.br/eventos/cnmac/xxx_cnmac/PDF/649.pdf>. Acesso em: 28 mar.
2017.