Semiextensivo

AULA 15
PANORAMA DA LITERATURA CONTEMPORÂNEA

 Romero Britto, um dos artistas plásticos brasileiros mais reconhecido no mundo contemporâneo

APRESENTAÇÃO GRUPO /
AUTORES REPRESENTATIVOS
TENDÊNCIA
A produção literária dos últimos 60 anos, no Décio Pignatari, Augusto de Campos,
Brasil, apresentou uma enorme vitalidade e Haroldo de Campos, Pedro Xisto,
diversificação. Para a finalidade destes nossos estudos, Concretismo
Ronaldo Azeredo, José Lino
apesar de ser humanamente impossível uma análise Grunewald
completa e profunda de todos os autores e obras, é
Mário Chamie, Armando Freitas
muito importante que conheçamos algumas tendências Poesia-práxis
Filho, José Guilherme Merquior
e alguns autores que se destacaram/destacam em tal
Poema- Wlademir Dias-Pino, Álvaro de Sá,
período.
processo Lara de Lemos
Ferreira Gullar, Affonso Romano de
A POESIA Engajamento
Sant’ Anna, Thiago de Mello
Podemos perceber algumas tendências distintas, Poesia Chacal, Cacaso, Paulo Leminski,
além, é claro, da permanência das outras linhas marginal Ana Cristina Cesar, Waly Salomão
poéticas que já vinham sendo seguidas desde a década Caetano Veloso, Gilberto Gil, Tom
Tropicalismo
de 1920. De modo esquemático, são estas as Zé, Capinam, Torquato Neto
manifestações poéticas que surgem neste período:

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CONCRETISMO um poema concreto, devemos levar em

A ampla difusão dos meios de comunicação de
massa, o consumismo, a tecnologia e as inovações no
campo do design e da arquitetura criam as condições
para que surjam manifestações artísticas que dialoguem
com esse novo contexto. Na poesia, o Concretismo é
justamente a primeira e melhor manifestação ajustada a
essa realidade.
O movimento surge oficialmente em 1956, com
uma exposição realizada em São Paulo, além de
possuir uma revista, intitulada Noigandres (palavra que
significa, em provençal, “antídoto do tédio”). Seus
idealizadores? Principalmente, três jovens intelectuais:
Décio Pignatari e os irmãos Augusto de Campos e
Haroldo de Campos.
consideração principalmente o aproveitamento do
espaço – os brancos da folha, a disposição das
palavras – pois este assume vital importância
significativa.
Rejeição ao lirismo e a outras preocupações sociais
ou metafísicas
A poesia concreta rejeita um derramamento
inflamado do eu, praticando o antilirismo. Além disso, a
forma se sobrepõe ao conteúdo, de modo que as
questões sociais mais profundas são praticamente
desprezadas pelos concretistas, o que fez com que o
movimento recebesse fortes críticas e contasse com a
“deserção” de poetas como Ferreira Gullar.
Possibilidade de múltiplas leituras
A poesia concreta impede uma leitura linear. Para
se compreender um poema concreto, o leitor deve
imaginar mais de uma possibilidade de sua leitura, não
só na direção horizontal, mas também na vertical e na
diagonal.
Seleção de poemas concretos

 Da esquerda para a direita, os idealizadores do Concretismo:

Augusto de Campos, Décio Pignatari e Haroldo de Campos.
Vale dizer que o Concretismo foi um movimento
genuinamente brasileiro, que se espalhou pelo mundo.
E o que seria essa Poesia Concreta? Vamos conhecer
suas características essenciais:

Desarticulação do verso e da sintaxe tradicionais

Para os concretistas, a poesia não mais se
assentará sobre a estrutura de versos divididos em
estrofes. Abandonam-se versos e estrofes e fica-se com
as palavras, exploradas em três dimensões, isto é, leva-
se em conta o aspecto VERBIVOCOVISUAL dos
vocábulos, no qual temos: Ronaldo Azeredo

• VERBI: corresponde ao nível semântico.

Desmembramento dos vocábulos em seus
elementos constitutivos (prefixos, radicais, sufixos); o
trabalho com a significação em si que as palavras
assumem no poema.
Augusto de Campos
• VOCO: corresponde ao nível sonoro. Utilização de
recursos sonoros (repetição de letras, trabalho com
palavras de sonoridade expressiva ou semelhante
entre si).
• VISUAL: corresponde ao nível gráfico-visual. De
certo modo, percebe-se na poesia concreta um
predomínio da comunicação visual sobre a
comunicação verbal. Logo, para compreendermos Décio Pignatari
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Do Concretismo, praticamente se originará a Entre esses autores, destacamos Ferreira Gullar,

maioria das manifestações poéticas a partir dos anos conhecido como uma das maiores expressões poéticas
60: Neoconcretismo, poesia-práxis, poema-processo e da atualidade, que teve suas experiências concretistas e
outras. neoconcretistas, até desembocar numa poesia de
POESIA-PRÁXIS participação e engajamento social, a partir da década de
1960.
Este grupo surgiu praticamente como uma
dissidência do Concretismo, em 1962, criada por Mário Poema selecionado
Chamie. Se os concretistas procuravam valorizar o NÃO HÁ VAGAS
espaço em branco da folha, os poetas-práxis buscavam O preço do feijão
a valorização do espaço em preto, isto é, o texto em si e não cabe no poema. O preço
seu significado social. Voltam a trabalhar com a do arroz
não cabe no poema.
estrutura de versos em alguns poemas, levando em
Não cabem no poema o gás
consideração a posição das palavras nos versos, num
a luz o telefone
trabalho de comutação com as palavras.
a sonegação
POEMA-PROCESSO do leite
O idealizador desta vertente poética foi Wlademir da carne
Dias-Pino, que propôs uma espécie de radicalização do do açúcar
Concretismo. Se o Concretismo havia abandonado os do pão
versos, o Poema-processo vai além: relega a palavra a
plano secundário, fazendo uma poesia com a O funcionário público
predominância dos elementos visuais sobre os verbais; não cabe no poema
uma poesia mais para ser vista do que ser lida. com seu salário de fome
Poema selecionado sua vida fechada
em arquivos.

– porque o poema, senhores,

está fechado:
“não há vagas”
Ferreira Gullar

POESIA MARGINAL DOS ANOS 70

Hugo Mund Jr.
ENGAJAMENTO
A partir de 1960, surgiram alguns poetas que,
apesar de não constituírem necessariamente um grupo,
procuravam denunciar os problemas sociais e políticos
vigentes no Brasil, principalmente a partir de 1964,
quando o país sofreu um golpe militar e acabou
entrando num período de 20 anos de ditadura militar. É
a poesia social contemporânea, que abandona as
excessivas discussões estéticas e procura tocar o dedo
em nossas feridas sociais.
A designação “marginal” vale para alguns autores
que produziram uma poesia “à margem” dos meios
editoriais convencionais (a produção marginal se dava,
muitas vezes, de maneira artesanal), “à margem” da
crítica literária especializada.
Movimento de contracultura, a poesia marginal
caracteriza-se por uma linguagem e uma temática
bastante diversificadas, que incorporam as inovações
dos modernistas de 22, a poesia visual dos anos 60, a
ironia e a linguagem coloquial.
Poemas selecionados
RÁPIDO E RASTEIRO
vai ter uma festa
que eu vou dançar
até o sapato pedir pra parar.
aí eu paro
tiro o sapato
e danço o resto da vida.
Chacal

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Tenho uma folha branca  Música que mistura elementos díspares, como
e limpa à minha espera: guitarra, berimbau, instrumentos tambores
mudo convite indígenas, etc.
 Linguagem que assimila toda a fusão feita entre os
tenho uma cama branca
e limpa à minha espera: mais diferentes elementos.
mudo convite  Deboche, ironia, humor, anarquismo, paródia, de tom
muito semelhante à primeira geração modernista
tenho uma vida branca (1922-1930).
e limpa à minha espera:
Ana Cristina César
OUTROS POETAS
eu queria tanto Vários poetas que surgiram neste período
ser um poeta maldito receberam influências das manifestações citadas
a massa sofrendo anteriormente, mas não se filiaram em definitivo a elas
enquanto eu profundo medito ou então se filiaram em certo momento e depois
eu queria tanto seguiram outros rumos. Eis alguns nomes:
ser um poeta social
rosto queimado Adélia Prado
pelo hálito das multidões Poeta mineira, seu lirismo expressa-se em temas
em vez ligados à espiritualidade e a questões filosóficas, mas
olha eu aqui também explora o amor e a sensualidade, com um
pondo sal
erotismo nem sempre explícito. O tom feminista quase
nesta sopa rala
sempre se restringe ao enunciado das vantagens da
que mal vai dar para dois.
condição feminina. Bagagem é sua obra mais
Paulo Leminski representativa.
TROPICALISMO Manoel de Barros
Poeta mato-grossense, que busca atingir o
máximo de simplicidade em seus textos. Autor de
temática regionalista, que vai além do valor documental
para se fixar no mundo mágico das coisas. Poeta que
reinventa a natureza através de sua linguagem,
transfigurando o mundo que o cerca. Elementos banais
retirados do cotidiano aparecem constantemente em
seus versos. Principal obra publicada: Livro sobre
nada.

 Irreverente capa do disco Tropicália, o marco do Tropicalismo
Manifestação cultural de massa surgida em 1967,
com os músicos Caetano Veloso e Gilberto Gil.
Inicialmente, foi prioritariamente musical, alastrando-se
mais tarde para o teatro, o cinema, as artes plásticas e
a poesia.
Numa espécie de “releitura” da Antropofagia
criada por Oswald de Andrade (em 1928), o
Tropicalismo apresentava as seguintes características:
 Visão alegórica do país, através de contrastes entre:
o arcaico e o moderno; o local e o universal; o
urbano e o agrário; o popular e o erudito.
A PROSA
A grande efervescência mundial nos últimos
cinquenta anos mostrou seus efeitos na poesia
brasileira produzida no período. O mesmo se deu na
prosa, também bastante diversificada tanto na forma
quanto no conteúdo.
Como os autores são vários e as obras também, é
praticamente impossível contemplar toda a produção
em prosa. Portanto, faremos apenas um estudo sobre
os principais nomes e as principais tendências deste
momento.
TENTATIVA DE SISTEMATIZAÇÃO
De modo geral, a ficção brasileira contemporânea
(1950 – dias atuais) demonstra as seguintes
características:

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 A tendência urbana prevalece sobre a narrativa que vive, num meio urbano tão tumultuado e tão frio
regionalista, acompanhando as mudanças às inquietações humanas.
ocorridas em nossa população, que migra em  Heterogeneidade de estilos, impossibilitando
grande escala para os centros urbanos, onde análises estéticas prontas em que se enquadrem
encontra problemas estruturais crônicos. As vários autores. De certa forma, cada autor é uma
consequências? Desemprego, miséria, violência, escola independente.
inchaço populacional, ... Enfim, o caos urbano ao Diante deste quadro tão complexo e heterogêneo,
qual, infelizmente, vamos nos acostumando. podemos organizar as principais
 Como afinidade temática, tem-se a percepção do manifestações/tendências da prosa brasileira
isolamento e da vulnerabilidade do ser humano, contemporânea, de modo esquemático, da seguinte
que não se encontra encaixado na sociedade em forma:
MANIFESTAÇÃO /
AUTORES MAIS REPRESENTATIVOS
TENDÊNCIA
João Ubaldo Ribeiro Autran Dourado Antônio Torres Herberto Sales
Prosa regionalista José Cândido Carvalho Márcio Souza Bernardo Elis Francisco Dantas
Mário Palmério Josué Montello Adonias Filho Geraldo Ferraz
Lúcio Cardoso Autran Dourado Aníbal Machado Hilda Hilst
Prosa intimista Osman Lins Fernando Sabino Ivan Ângelo Nélida Piñon
Raduan Nassar Lygia Fagundes Telles Chico Buarque Lya Luft
Murilo Rubião Péricles Prade Lygia Fagundes Telles Campos de Carvalho
Literatura fantástica
José J. Veiga Moacyr Scliar Ignácio de Loyola Brandão Edla van Steen
Rubem Fonseca José Louzeiro Marcelo Rubens Paiva Patrícia Mello
Literatura policial /
João Antônio Luiz Alfredo Garcia-Roza Ferréz Tony Belloto
violência urbana Paulo Lins
Dalton Trevisan Marçal Aquino Fernando Molica
Antônio Callado Domingos Pellegrini Ana Miranda Ruy Castro
Prosa sócio-
Ignácio de Loyola Brandão José Roberto Torero José Castelo Fernando Moraes
histórica e política Márcio Souza Zuenir Ventura Carlos Heitor Cony Laurentino Gomes
Dalton Trevisan João Antônio José J. Veiga Domingos Pellegrini
Conto Murilo Rubião Luiz Vilela Lygia Fagundes Telles Zulmira Ribeiro Tavares
Rubem Fonseca Moacyr Scliar Luiz Ruffato
Rubem Braga Fernando Sabino Stanislaw Ponte Preta Marina Colassanti
Crônica Otto Lara Resende Lourenço Diaféria Millôr Fernandes Lya Luft
Paulo Mendes Campos Carlos Heitor Cony Luis Fernando Verissimo Marcos Rey
Pedro Nava Sérgio Sant’anna
João Gilberto Noll Samuel Rawet
Bernardo Carvalho Chico Buarque
Milton Hatoum Joel Silveira
Outros Assis Brasil Fernando Gabeira
Cristóvão Tezza Valêncio Xavier
Roberto Drummond Marcelo Mirisola
Caio Fernando Abreu Deonísio da Silva
Silviano Santiago Josué Guimarães

Observações a respeito do quadro: O REGIONALISMO

1. Repare que um escritor pode destacar-se em mais
de uma tendência, o que revela ainda mais a
heterogeneidade do período.
2. Entenda-se como “outros” aqueles autores de
destaque em nossa literatura que não se enquadram
plenamente, entretanto, nas outras tendências
listadas.
3. Não podemos nos esquecer de que, neste período,
muitos prosadores das gerações passadas estavam
ainda vivos e produzindo literatura significativa.
Desde o Romantismo no século 19, o filão
regionalista é explorado pela literatura brasileira. Na
prosa contemporânea brasileira, ora seguindo a linha do
romance regionalista de 30 (denúncia social e
engajamento), ora incorporando influências do
regionalismo de Guimarães Rosa (inovações
linguísticas e um regionalismo universalizante), tal
temática se renova com alguns autores como...
João Ubaldo Ribeiro
Considerado um dos autores mais completos da
atualidade. Romancista, teatrólogo, cronista, tradutor,
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jornalista, João Ubaldo estabelece suas raízes literárias
no regionalismo de Graciliano Ramos e de Guimarães
Rosa. Suas narrativas localizam-se no Nordeste,
principalmente na Bahia. A linguagem, carregada e
grave num tom quase trágico, busca refletir nossa
identidade histórica e psicológica. São histórias
engajadas na realidade social, política e cultural do
Brasil, que refletem a luta contra a tirania e a opressão.
Principais romances publicados: Sargento
Getúlio (1971); Viva o povo brasileiro (1984 – obra-
prima do autor); O sorriso do lagarto (1989); O feitiço
da Ilha do pavão (1997); Diário do farol (2002).
PROSA INTIMISTA
Já na década de 1930, era significativa a
produção de uma prosa de sondagem psicológica, com
personagens mergulhados em sua complexidade
interior, preocupados com as inquietações morais,
existenciais, metafísicas e com os dramas de
convivência.
Tal tendência sedimenta-se magistralmente com a
obra de Clarice Lispector, a partir de 1945, e se
prolonga até os dias atuais com diversos autores, como:
Raduan Nassar
Este é um dos mais polêmicos, inexplicáveis e
geniais escritores da literatura brasileira. Sua paixão
pela literatura levou-o a abandonar o curso de Direito no
último ano. Lançou duas obras: o romance Lavoura
arcaica (1975) e a novela Um copo de cólera (1978),
extremamente elogiadas pela crítica literárias. Então
surge o inesperado: Raduan simplesmente decide
abandonar a literatura! E simplesmente nada mais
escreveu, passando a se dedicar somente à sua
fazenda e suas criações de animais.
Lygia Fagundes Telles
Vasculhando o psiquismo das personagens, esta
autora, com uma linguagem límpida e nervosa, cultiva
um realismo ao mesmo tempo fotográfico, de costumes,
psicológico e mágico. Destinos frustrados, desencontros
e traumas, isolamento e solidão, ambiguidade nas
relações humanas são os temas prediletos da escritora.
Escreveu romances e contos.
Principais obras publicadas:
 Romances – Ciranda de pedra (1954); As
meninas (1973); As horas nuas (1989)
 Contos – Histórias do desencontro (1958); Antes
do baile verde (1970); Seminário dos ratos
(1977); A disciplina do amor (1979)
LITERATURA FANTÁSTICA
De modo geral, a literatura fantástica é a
assimilação, na narrativa, de algum fato absurdo, que
foge ao senso comum, que não poderia acontecer em
nosso mundo real. Além disso, uma obra fantástica
pode dialogar com o sobrenatural, o misterioso, os
sonhos, o ilógico, o insólito e o mágico, numa aparente
normalidade que muitas vezes choca o leitor menos
acostumado com uma literatura dessa natureza.
Vale dizer também que, muitas vezes, o elemento
fantástico em uma narrativa serve para criticar a
realidade político-social vigente, o que classificamos
então como realismo fantástico.
Observação:
A expressão realismo mágico é
praticamente sinônima à expressão realismo
fantástico.
No Brasil, os autores que melhor desenvolveram
essa literatura fantástica foram:
Murilo Rubião (1916 – 1991)
Fez sua estreia literária no final da década de
1930, mas passou a ser reconhecido apenas a partir de
1960. Murilo Rubião é o maior nome da literatura
fantástica no Brasil.
Contista por excelência, Rubião relata o absurdo e
o insólito em cenas cotidianas, numa linguagem de
tonalidade clássica (influências recebidas de Machado
de Assis), que buscava a exatidão e repudiava o
improviso. Normalmente seus contos se abrem com
epígrafes bíblicas.
Principais obras publicadas: O ex-mágico
(1947); O pirotécnico Zacarias (1974); O convidado
(1974); A casa do girassol vermelho (1978) – livros de
contos.
José J. Veiga (1915 – 1999)
Advogado e jornalista, ao lado de Murilo Rubião, é
um dos introdutores do realismo fantástico na literatura
brasileira. Destacou-se como romancista e contista. O
aparente absurdo retratado em sua obra ambienta-se
em paisagens interioranas, onde o mundo organizado
inesperadamente se desorganiza e surge o insólito.
Principais obras publicadas: Os cavalinhos de
Platiplanto (1959, contos); A hora dos ruminantes
(1966, novela); A máquina extraviada (1967, contos);
Sombra de reis barbudos (1972, novela).
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A VIOLÊNCIA URBANA
O Brasil sofreu um intenso processo de
urbanização no século XX, o que operou uma mudança
no perfil de nossa população: de predominantemente
rural, a população brasileira passou a ser
predominantemente urbana. Em consequência do
inchaço das grandes cidades, surgem problemas
diversos, entre eles, a crescente escalada da violência.
Como a arte procura imitar a vida, a literatura
brasileira contemporânea procurou retratar a violência
presente nas grandes cidades, seja por
romances/contos policiais, seja por narrativas que
mostrem o submundo do crime. São vários os escritores
que exploram tais temáticas. Dentre os quais podemos
destacar:
Rubem Fonseca
Autor de obra contundente, violenta, veiculada por
uma linguagem bastante sintética e repleta de traços de
oralidade. Destaca-se tanto como romancista quanto
contista.
Seus personagens? Delegados, bandidos,
psicopatas, ninfomaníacas, burgueses ociosos e outros.
Normalmente, suas histórias ambientam-se na zona sul
carioca, num estilo que já foi chamado de realismo
brutal, de hiper-realismo ou, ainda, de realismo feroz.
Principais obras publicadas:
 Romances – O caso Morel (1973); A grande arte
(1983); Bufo & Spallanzani (1986); Agosto (1990);
O selvagem da ópera (1994)
 Contos – Os prisioneiros (1963); Feliz ano novo
(1975); O cobrador (1979); Secreções, excreções
e desatinos (2001), Ela e outra mulheres (2006)
João Antônio
Grande contista da marginália, que divide o
mundo entre malandros e otários, entre “merdunchos” e
bacanas”. Autor capaz de colocar em movimento todo
um arsenal humano de malandros, bêbados, boêmios,
prostitutas e outros protagonistas da noite, retratando-os
em seu habitat marcado pela jogatina, alcoolismo,
miséria e violência.
Quanto ao estilo, pode-se dizer que João é o
oposto de Rubem Fonseca, pois evita o sintetismo deste
para desenvolver suas histórias numa linguagem
caudalosa. A semelhança entre os dois autores? O
realismo brutal (também chamado de hiper-realismo ou
realismo feroz).
Principais obras publicadas: Malagueta, Perus
e Bacanaço (1962); Leão-de-chácara (1975) – livros
de contos.
Paulo Lins
Escritor que se consagrou com seu primeiro e até
então único romance, o livro Cidade de Deus.
Publicada em 1997 e adaptada para o cinema em 2002,
a obra retrata o ciclo da violência nas favelas do Rio de
Janeiro: assassinos, traficantes, policiais corruptos,
gente inocente morrendo, ... Enfim, o horror diário tão
noticiado pela mídia. Acaba de lançar um novo livro:
Desde que o samba é samba (2012).
PROSA SÓCIO-HISTÓRICA E POLÍTICA
Nota-se certa tendência internacional na literatura
contemporânea: a reconstituição histórica e/ou
biográfica, numa espécie de literatura-verdade.
Normalmente, tais obras demonstram uma linguagem
mais jornalística, conquistando significativo público
leitor. Eis as variantes dentro dessa tendência:
 Numa linha mais crítica e engajada, destacam-se
autores como Antônio Callado e Ignácio de Loyola
Brandão.
 Seguindo um teor mais irônico e com uma crítica
menos virulenta, destaca-se o nome de Ana
Miranda.
 Romance-reportagem: expressão que passou a ser
utilizada a partir da década de 1970, quando
surgiram algumas obras baseadas em fatos e
personagens reais narrados dentro de uma obra de
ficção. Era, muitas vezes, um recurso para se driblar
a censura existente à época. Em destaque nesta
tendência: Carlos Heitor Cony e José Louzeiro.
 Biografias: reconstituição da vida de celebridades
artísticas brasileiras, em textos às vezes não-
literários (no sentido de que não se trata de ficção),
mas com uma linguagem e trabalho de valor literário.
Em destaque: José Castello, Ruy Castro e Fernando
Moraes.
A seguir, eis os autores mais representativos da
prosa sócio-histórica e política no Brasil:
Antônio Callado (1917-1997)
Jornalista de enorme prestígio (trabalhou para a
BBC de Londres). Sua visão crítica a respeito do Brasil
lhe causou algumas prisões durante o regime militar.
Escreveu peças de teatro, contos, mas se destacou de
fato como romancista, procurando fazer um amplo
painel da realidade brasileira contemporânea.
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Os mitos e o fanatismo religioso se misturam com
a fé ingênua e as crendices, Crises existenciais de
religiosos convivem com radicalismo políticos de
esquerda e de direita. O idealismo revolucionário que
fracassa na luta contra a ditadura mistura-se com amor,
paixão e morte.
Principais obras publicadas: os romances
Assunção de Salviano (1954), A madona de cedro
(1957), a obra-prima Quarup (1967), Bar Don Juan
(1971), Reflexos do baile (1976) e Sempreviva (1981).
Ana Miranda
Uma das escritoras mais celebradas da
atualidade. Estreia ao final dos anos 70 como poeta,
mas é mais reconhecida por seus romances
históricos, nos quais procura recriar um período de
nossa história a partir da reconstituição ficcional e
biográfica de um grande escritor brasileiros. Seus
romances mais importantes são:
 Boca do inferno (1989) – o protagonista é poeta
Gregório de Matos
 A última quimera (1995) – o protagonista é o poeta
Augusto dos Anjos
 Dias & dias (2002) – o protagonista é o poeta
Gonçalves Dias
 Podíamos citar ainda: Sem pecado (1993);
Desmundo (1996); Amrik (1997)
CONTO
A literatura brasileira vem revelando excelentes
contistas desde o final do século XIX. Entretanto,
percebemos que esta narrativa curta assumiu grande
importância em nossas letras a partir da década de
1940, e desde então têm surgido muitos e bons
contistas no Brasil. Além dos autores já citados nesta
aula, podemos destacar ainda:
Dalton Trevisan: o vampiro de
Curitiba
O curitibano Dalton Trevisan sempre foi um sujeito
bastante enigmático, totalmente avesso a entrevistas,
badalações, homenagens ou aparições públicas. É
considerado, atualmente, como o maior autor vivo da
literatura brasileira. Como aspectos centrais de sua
obra, podemos citar:
 Síntese – os textos curtos, diretos, econômicos ao
extremo, enfim, sintéticos, são bem característicos
de Dalton Trevisan. Com isso, podemos dizer que a
obra ganha velocidade de leitura, mas também
ganha certo hermetismo, ficando truncada, e as
frases se tornam elípticas.
 Cafonice – Dalton Trevisan coleciona os tabus e os
ideais populares e traz para o leitor um álbum
amarelecido, de fotografias cafonas e poses de
cartão-postal colorido com purpurina. Esse lado
brega do dia-a-dia tem destaque em sua obra.
 Retratista de Curitiba – É a longa viagem de um
escritor perscrutando sua cidade por dentro, em suas
motivações sublimes ou cruéis, e denunciando
injustiças sociais monstruosas. A Curitiba, para
Dalton Trevisan, em termos temporais, era a
provinciana cidade das décadas de 1930 e 1940 e,
em termos sociais, é a Curitiba da classe média-
baixa.
 Retratista da realidade – Na obra de Dalton, jamais
há idealização de paisagens, personagens ou
momentos. Dalton nos mostra o lado feio de Curitiba,
das relações humanas e das pessoas: mulheres que
apanham do marido, velhos abandonados e
decrépitos, adultérios, taras sexuais, ... enfim, tudo
aquilo que muitas vezes fingimos não ver acontecer.
 Vampirismo – A falta de humor, de alegria, de
sorriso e de felicidade é consequência do
vampirismo, do parasitismo que subsiste nas
relações entre os personagens. Não há, nas obras
de Dalton, relações pautadas pela solidariedade; o
que há é a exploração de um pelo outro.
 Simplicidade – Nos contos de Dalton, o narrador se
faz tão simples quanto os personagens, retratando
nestes a pequenez e mesquinharia do ser humano.
Há preferência pela visão das cenas grotescas e dos
dramalhões de periferia provocados pela
mediocridade, pelos horizontes estreitos de pessoas
mesquinhas, cuja vida é povoada de conflitos de
honra, sexo e sangue.
Principais obras publicadas: Novelas nada
exemplares (1959); Cemitério de elefantes (1964);
Mistérios de Curitiba (1968); A guerra conjugal
(1969); Crimes de paixão (1978); Em busca de
Curitiba perdida (antologia); Pico na veia (2002);
Capitu sou eu (2003); Macho não ganha flor (2006);
O maníaco do olho verde (2008), Violetas e pavões
(2009); O anão e a ninfeta (2011).
Moacyr Scliar (1937 – 2011)
Considerado um dos grandes contistas da
atualidade e um dos grandes recriadores de histórias
nacionais. Muitas de suas histórias são ambientadas
entre a classe média judaica em Porto Alegre.
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Procurando apresentar seus personagens em
momentos de crise e situações inusitadas, Scliar
mistura o real, o fantástico e o social de maneira muito
bem-humorada. Além de grande contista, é também um
ótimo romancista.
Principais obras publicadas:
 Contos – O carnaval dos animais (1968); A balada
do falso Messias (1976); Contos reunidos (1995);
Mistérios de Porto Alegre (2004)
 Romances – A guerra do Bom Fim (1972); Mês de
cães danados (1977); Max e os felinos (1981); A
majestade do Xingu (1999); A mulher que escreveu
a Bíblia (1999); Os leopardos de Kafka (2000)
CRÔNICA
Semelhantemente ao conto, a crônica
desenvolveu-se bastante como gênero literário no
Brasil, de 1940 até nossos dias. A lista de cronistas
também é grande e de excelente qualidade. Além disso,
vale acrescentar que grandes poetas – como Carlos
Drummond de Andrade, Vinícius de Moraes, por
exemplo – e romancistas (Rachel de Queiroz e Érico
Veríssimo, por exemplo) de gerações passadas também
escreveram, principalmente entre 1960 e 1980, crônicas
de excelente nível artístico.
Conheçamos alguns dos cronistas de maior
destaque em nossa literatura contemporânea.
Rubem Braga (1913 – 1990)
Indiscutivelmente, é o cronista maior da literatura
brasileira, sendo o único autor brasileiro a alcançar
notoriedade literária escrevendo exclusivamente
crônicas. Em seus textos, notabiliza-se por não dar
significativa importância aos fatos do mundo real,
escolhendo-os muitas vezes como pretexto para a
divagação pessoal. Rubem é o mais subjetivo e o mais
lírico cronista brasileiro, dotado de uma simplicidade
clássica que se abre a belos acentos poéticos.
Principais obras publicadas: 200 crônicas
escolhidas (1977), livro que reúne as crônicas mais
significativas do autor, publicadas originalmente nos
jornais.
Luis Fernando Verissimo
Um dos escritores mais bem aceitos pelo público
na atualidade. Tem um estilo que, segundo ele, é mais
voltado para o entretenimento do que para a literatura.
Entre as características constantes em seus textos, está
o bom humor, a descontração em falar sobre qualquer
tema e uma visão sólida e crítica, de quem realmente
sabe sobre o que está escrevendo. Trata em todos os
seus textos da realidade, o mundo em que vivemos.
Passa opiniões precisas, sempre céticas e bem-
humoradas. Luis Fernando Verissimo dá sequência à
crônica humorística, feita de maneira magistral por
Stanislaw Ponte Preta e Millôr Fernandes.
Principais obras publicadas: O analista
de Bagé (1981); A velhinha de Taubaté (1983);
Comédias da vida privada (1994); Comédias da vida
pública (1996); As mentiras que os homens contam
(2000)
Carlos Heitor Cony
Com um estilo aberto, franco, muitas vezes irônico
e virulento, Carlos Heitor Cony, transfere para alguns de
seus romances e sua crônicas as experiências de
seminarista. A decadência da burguesia urbana, a
incompetência e falcatruas do poder público, as
lembranças da época da ditadura militar são alguns dos
temas que se encontram, principalmente em seus
primeiros livros, publicados até 1974. Após vinte anos
afastado da literatura, durante os quais dedicou-se ao
jornalismo e à crônica jornalística, Carlos Heitor Cony
volta a publicar romances, contos e crônicas, cujos
temas giram em torno de memórias autobiográficas ou
quase.
Principais obras publicadas:
 Romance – O ventre (1958); Pessach: a travessia
(1967); Pilatos (1974); Quase memória (1995);
Romance sem palavras (1999)
 Crônicas – Da arte de falar mal (1963); Os anos
mais antigos do passado (1998); O harém das
bananeiras (1999)
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TESTES
15.01. (FURG – RS) – Sobre o Concretismo, é correto 02) A relação entre leitor se dará mais através da
afirmar que comunicação visual do que da verbal.
04) Ocorre exploração estética do som e da letra
a) caracterizou-se pelo uso abundante do soneto e de
impressa, com a decomposição e montagem da
outras formas fixas de inspiração clássica.
palavra.
b) foi responsável pela afirmação de uma poesia
08) Ocorre um desinteresse pela exploração de novos
essencialmente musical e preocupada com a
campos semânticos.
questão da nacionalidade.
16) No poema concreto ocorre o abandono do discurso
c) produziu uma poesia cuja preocupação central foi a
tradicional, privilegiando os recursos gráficos das
exploração do mágico e do sobrenatural.
palavras.
d) contribuiu para a afirmação de uma poesia marcada
pelo extremo sentimentalismo. 15.04. (UEPG – PR) – A literatura brasileira
e) ao promover a desintegração do verso e da palavra, contemporânea (de 1960 à atualidade) inclui, entre suas
contribuiu para a renovação da poesia brasileira. manifestações:
01) a poesia marginal;
15.02. (UNIFOR – CE) – Observando-se o surgimento e
02) a poesia bucólica e pastoril;
o desenvolvimento das vanguardas poéticas nas
04) a literatura fantástica;
décadas de 50 e 60 do século passado (Concretismo,
Práxis, Poema-processo etc.), nota-se que há entre 08) o romance-reportagem;
elas, acima de suas diferenças, um ponto em comum: 16) o romance memorialista.

a) a reafirmação, naquele período de pós-guerra, de
princípios e valores nacionalistas.
b) o desprezo pelos aspectos formais da linguagem, em
favor de uma expressão direta da vida cotidiana.
c) a valorização de bem determinados procedimentos
formais, tomados como princípios construtivos de um
objeto linguístico-poético.
d) a retomada dos temas e das formas poéticas que
foram mais valorizadas pelos modernistas de 22.
e) a revalorização das formas discursivas, numa reação
aos poemas fragmentados produzidos pela geração
precedente.
15.03. (UEPG – PR) – Considerando o poema
concretista de Haroldo dos Campos, assinale o que for
correto:
Se
nasce
morre nasce
morre nasce morre
renasce remorre renasce
remorre renasce
remorre
re
CAMPOS, Haroldo de in Teoria da poesia concreta,1987
01) Respeita-se a distribuição linear do verso como
elemento fundamental do poema.
15.05. (PUCPR) – Observe as afirmações abaixo que
definem as principais características de diferentes
correntes estéticas da literatura e aponte a sequência
das que estiverem corretas:
I. O Romantismo apresenta uma temática voltada à
individualidade, chegando ao exagero na exposição
dos sentimentos e à subjetividade no julgamento do
mundo e dos homens. Mantém a descrição de uma
natureza meramente decorativa e busca o
hermetismo na poesia.
II. O Parnasianismo foi marcado pelo cientificismo,
pela poesia filosófico-científica e socialista, pela
recusa à idealização romântica e pelo culto da
forma. Já o Simbolismo buscou o culto da forma
sonora e visual, o misticismo, o espiritualismo, as
expressões do inconsciente e a sugestividade.
III. A produção contemporânea se qualifica pela
atomização da palavra, pelo discurso descontínuo e
fragmentado, pelo realismo fantástico, pelo
experimentalismo, pela associação com a
psicanálise e pela mistura de gêneros e estilos.
Está ou estão corretas:
a) I, II e III;
b) apenas I e II;
c) apenas II e III;
d) apenas II;
e) apenas III.
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 Semiextensivo
15.06. (UFRS) – Considere as seguintes afirmações
sobre os contos de Dalton Trevisan:
I. Através de linguagem concisa, predomínio do
diálogo, uso de clichês e imagens grotescas, os
contos lançam uma crítica aguda ao vazio e à
degradação do ser humano na sociedade atual.
II. Por meio de flagrantes do cotidiano citadino,
sobretudo da classe média/baixa, as narrativas
expõem misérias morais, obsessões, relações
humanas desgastadas, que projetam, pela
reiteração, uma precariedade cultural e existencial.
III. Valendo-se do monólogo interior, os contos revelam
a subjetividade dos personagens, sua crises
interiores e suas tentativas de, através da memória
e da reflexão, emergir das situações de conflito e
encontrar significados para a vida.
Quais estão corretas?
a) Apenas I;
b) Apenas II;
c) Apenas I e II;
d) Apenas II e III;
e) I, II e III.
15.07. (PUCPR) – A história da poesia brasileira no
século XX pode ser dividida em cinco momentos:
I. A coexistência do Parnasianismo e do Simbolismo
II. O Modernismo, iniciado oficialmente com a Semana
de Arte Moderna
III. A Geração de 45
IV. O Concretismo
V. A poesia contemporânea
Numere as características abaixo de acordo com essa
divisão e assinale a alternativa que contém a sequência
encontrada:
( ) Incorporação do espaço gráfico
( ) Ruptura com o formalismo da estética anterior
( ) O culto da forma, seja na técnica de composição,
seja na expressividade sonora
( ) Misticismo e retomada da tradição formal
( ) Metapoética e experimentalismo
a) II, III, IV, I e V
b) IV, V, II, I e III
c) II, III, V, I e IV
d) IV, II, I, III e V
e) V, IV, II, I e III
15.08. (UFRS) – Leia o poema abaixo, de Décio
Pignatari, e considere as afirmações que seguem:
beba coca cola
babe cola
beba coca
babe cola caco
caco
cola
C l o a c a
I. Trata-se de um exemplo de poesia concreta,
vanguarda do século 20 que alterou radicalmente os
recursos materiais da construção poética, valendo-
se, inclusive, de técnicas da publicidade.
II. No poema, o uso do imperativo e o jogo lúdico das
aliterações contribuem para denunciar a forma
persuasiva e sedutora da mensagem publicitária
que induz ao consumo.
III. O último verso é a síntese da intenção satírica do
poema, que desqualifica o produto anunciado e, por
extensão, a sociedade de consumo que ele
representa.
Quais estão corretas:
a) Apenas I;
b) Apenas II;
c) Apenas III;
d) Apenas II e III;
e) I, II e III.
15.09. (UNIFOR – CE) – A expressão da violência
urbana, as desigualdade sociais e do modo de vida dos
que se encontram na marginalidade ou na semi-
marginalidade social da grande cidade é uma
preocupação comum a vários ficcionistas das três
últimas décadas, entre os quais se destacam os nomes
de:
a) João Ubaldo Ribeiro e Ferreira Gullar;
b) Dalton Trevisan e Ciro dos Anjos;
c) Clarice Lispector e Guimarães Rosa;
d) Rubem Fonseca e Dalton Trevisan;
e) João Ubaldo Ribeiro e Ciro dos Anjos.
15.10. (UCPEL – RS) – Obras de prosadores como
Dalton Trevisan, Rubem Fonseca, Clarice Lispector e
Lygia Fagundes Telles atestam o fato de que
a) romances politicamente comprometidos,
neonaturalistas, de denúncia das mazelas da
sociedade, constituem o aspecto mais importante da
literatura da geração de 30.
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GABARITO
b) a linguagem (desagregadora) e a visão do mundo
(reivindicatória, anárquica) dos modernistas da
primeira geração constituem a fonte primeira de
inspiração dos contistas contemporâneos. 01. E
02. C
c) a poesia de caráter social e reivindicatória tem
03. 22 (02,04,16)
caracterizado a criação literária dos autores
04. 29 (01,04,08,16)
modernos.
05. E
d) estilos muito semelhantes, com traços de 06. C
neorromantismo, dominam a criação literária 07. D
contemporânea. 08. E
e) o conto, de tendências diversas (de denúncia social, 09. D
intimista, de especulação da existência), tem sido 10. E
uma constante da produção literária contemporânea.

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