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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) JUI(Í)Z(A) DE DIREITO DA 3ª VARA

CRIMINAL DA COMARCA DE ARIQUEMES - RONDÔNIA

Processo nº. 1002336-72.2017.8.22.0002

WILSON DA SILVA, devidamente qualificado nos autos em epígrafe,


por intermédio do Defensor Público do Estado de Rondônia, tendo interposto recurso de
apelação (fl. 180-v) porque inconformado com a r. sentença de fls. 173/176, vem
apresentar suas RAZÕES DE APELAÇÃO, nos termos do artigo 600 do Código de
Processo Penal, requerendo o seu recebimento e, uma vez oportunizadas as contrarrazões,
a remessa do processo ao Egrégio Tribunal de Justiça.

Termos em que,
Pede deferimento.

Ariquemes, 22 de dezembro de 2017.

WILSON NEVES DE MEDEIROS JÚNIOR


Defensor Público

Avenida Canaã, 2647 – Setor 03 - CEP: 76870-417 - Ariquemes - RO


Telefone: 69 3536-8665
www.defensoria.ro.gov.br
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE RONDÔNIA

Processo nº. 1002336-72.2017.8.22.0002


Apelante: WILSON DA SILVA
Apelado: MINISTÉRIO PÚBLICO

RAZÕES DO APELANTE

Egrégio Tribunal de Justiça de Rondônia,

Colenda Câmara Criminal,

1 – BREVE RELATÓRIO

O apelante foi denunciado e, ao final da instrução criminal, condenado


como incursos nas sanções do artigo 157, caput, § 2º, incisos I e II, por duas vezes, na
forma do artigo 70, ambos do Código Penal, tendo o juiz a quo aplicado, a pena definitiva
de 09 (nove) anos, 08 (oito) meses e 18 (dezoito) dias de reclusão e 39 (trinta e nove)
dias-multa, fixado o regime fechado para início do cumprimento de pena.

Todavia, muito embora tenha sido a decisão proferida por expoente


magistrado, a r. sentença não patrocinou a Justiça que era esperada no que diz respeito à
pena aplicada.

É o relatório.

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2 – DOSIMETRIA

2.1 – Da pena-base do crime de roubo (art. 157, caput, c/c § 2º, I e II, CP)

Por ocasião da fixação da pena-base, o juízo sentenciante afastou a pena-


base em 02 (dois) anos e 03 (três) meses do mínimo legal, ou seja, aplicou a pena-base
no patamar de 06 (seis) anos e 03 (três) meses. Entretanto observa-se que as
circunstâncias judiciais utilizadas pelo juízo sentenciante - culpabilidade, circunstâncias,
consequências do crime e conduta da vítima – são inidôneas para legitimar a exasperação
da pena-base, razão pela qual deve esta ser reconduzida para patamar razoável e
suficiente para reprovação e prevenção do crime em questão, nos exatos termos do artigo
59 do Código Penal.

De acordo com o que se vê na r. sentença, o magistrado julgou


desfavorável a culpabilidade, alegando que a conduta do apelante “é acentuada (ação
ocorrida no interior da residência das vítimas, causando-lhes temor)”. Porém, a referida
conduta, trata-se de critério formador do próprio tipo penal incriminador (tipicidade,
antijuridicidade e culpabilidade), não devendo ser novamente sopesada na fase de
aplicação da pena.

Nesse sentido:

HABEAS CORPUS. ROUBO SIMPLES. DESCLASSIFICAÇÃO FURTO.


GRAVE AMEAÇA EXERCIDA PELA SIMULAÇÃO DE ARMA DE
FOGO. APLICAÇÃO DA PENA. CULPABILIDADE INERENTE AO TIPO.
MITIGAÇÃO. RECURSO PROVIDO. 1. [...]. 2. A afirmação de que a
culpabilidade do recorrente é acentuada e que tinha consciência da
ilicitude da conduta, por se tratar de circunstância ínsita ao próprio tipo
penal, inerente à culpabilidade não é idônea para exasperar a pena-base.
3. Recurso provido. (Não Cadastrado, N. 00065522520068220020, Rel. Desª
Marialva Henriques Daldegan Bueno, J. 11/07/2012) Grifei.

Habeas Corpus. Roubo Circunstanciado. Dosimetria. Pena-Base Fixada Acima


Mínimo Legal. 1. Antecedentes considerados com base em inquéritos e Ações
em andamento. impossibilidade. Súmula 444/Stj. 2. Consequências Negativas.
Temor Infligido à vítima e não recuperação de parte da res. Inviabilidade.
CRIME PATRIMONIAL PRATICADO COM VIOLÊNCIA OU GRAVE
AMEAÇA. DADOS INERENTES AO PRÓPRIO TIPO PENAL. [...].
Possibilidade. Manutenção de uma circunstância judicial negativa. Art. 33, §
3º, c/c o art. 59, ambos do cp. ausência de ilegalidade. observância do
enunciado 719/stf. 6. Ordem parcialmente concedida, apenas para
desconsiderar os antecedentes, as consequências e a circunstância de o delito

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ter sido praticado à noite. 1. De acordo com o entendimento sumulado do
Superior Tribunal de Justiça - verbete nº 444 -, não podem ser considerados
como circunstâncias judiciais desfavoráveis os inquéritos e as ações penais em
andamento, por ferir o princípio da presunção de inocência. 2. O medo da
vítima e a ausência de recuperação da res são inerentes ao próprio tipo
penal, haja vista ser o roubo crime patrimonial praticado com violência ou
grave ameaça, não sendo, portanto, referidas circunstâncias aptas à
majoração da pena-base. 3. [...] 6. Concedo parcialmente a ordem, apenas
para desconsiderar os antecedentes, as consequências e a circunstância de o
delito ter sido praticado à noite, readequando a reprimenda do paciente para 5
anos e 4 meses de reclusão, regime fechado e os demais termos da sentença.
(HC/181.381/MS, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, 5ª Turma, julgado em
04/09/2012).

Na mesma linha, o juízo a quo pesou também de modo desfavorável como


critério para aumentar a pena base às circunstâncias do crime, aduzindo, para tanto, que
“são extremamente desfavoráveis, eis que durante o delito rendeu seis vítimas diferentes
(...) aterrorizando desnecessariamente (...)”. Não merece prosperar o referido argumento,
eis que qualquer crime de roubo, as vítimas ficarão rendidas e atemorizadas, ressaltando
que tal ação já será considerada para majorar a pena na 3ª fase da dosimetria, sob pena de
incidir duas vezes, violando o princípio do non bis in idem.

Prosseguindo, asseverou que as consequências do crime “ultrapassam a


gravidade normal esperada pelo tipo, pois é assombroso o fato de invasão armada de
domicílio, casa da pessoa, onde a mesma deveria se sentir ao menos protegida, sendo
certo também que as vítimas acumularam prejuízo financeiro (...)”. Também, não merece
prosperar o argumento, tendo em vista que a qualificadora pelo uso de arma já será
considerada para agravar a pena. Ressalta-se que a utilização de violência faz parte
integrante do próprio tipo penal do crime em questão, assim como prejuízo financeiro,
pois a vítima de roubo, consequentemente vai ter prejuízo financeiro, ou seja, tal
circunstância faz parte integrante do próprio tipo penal.

Nesse sentido:

Habeas Corpus. Roubo Circunstanciado. Dosimetria. Pena-Base Fixada Acima


Mínimo Legal. 1. Antecedentes considerados com base em inquéritos e Ações
em andamento. impossibilidade. Súmula 444/Stj. 2. Consequências Negativas.
Temor Infligido à vítima e não recuperação de parte da res. Inviabilidade.
CRIME PATRIMONIAL PRATICADO COM VIOLÊNCIA OU GRAVE
AMEAÇA. DADOS INERENTES AO PRÓPRIO TIPO PENAL. 3. Delito
praticado à noite. Circunstância Imprópria À Exasperação Da Pena. 4. Crime
praticado com escalada. Circunstância que desborda do regular.

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excepcionalidade que legitima juízo de maior rigor. 5. Regime fechado para
cumprimento da pena. Possibilidade. Manutenção de uma circunstância judicial
negativa. Art. 33, § 3º, c/c o art. 59, ambos do cp. ausência de ilegalidade.
observância do enunciado 719/stf. 6. ordem parcialmente concedida, apenas
para desconsiderar os antecedentes, as consequências e a circunstância de o
delito ter sido praticado à noite. 1. De acordo com o entendimento sumulado do
Superior Tribunal de Justiça - verbete nº 444 -, não podem ser considerados
como circunstâncias judiciais desfavoráveis os inquéritos e as ações penais em
andamento, por ferir o princípio da presunção de inocência. 2. O medo da
vítima e a ausência de recuperação da res são inerentes ao próprio tipo
penal, haja vista ser o roubo crime patrimonial praticado com violência ou
grave ameaça, não sendo, portanto, referidas circunstâncias aptas à
majoração da pena-base. 3. [...] 6. Concedo parcialmente a ordem, apenas
para desconsiderar os antecedentes, as consequências e a circunstância de o
delito ter sido praticado à noite, readequando a reprimenda do paciente para 5
anos e 4 meses de reclusão, regime fechado e os demais termos da sentença.
(HC/181.381/MS, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, 5ª Turma, julgado em
04/09/2012) Grifei.

Por fim, a circunstância judicial conduta da vítima também não permite


exasperar a pena-base em função do fato daquela “não ter contribuído para o desiderato
criminoso”, já que viola o princípio da culpabilidade, pessoalidade e intranscendência
pela prática criminosa, pois o acusado só responde pelo que praticou.

No mais, a presente circunstância só incide se for favorável ao condenado,


permitindo apenas ser neutra, jamais de forma negativa.

Nesse sentido:

HABEAS CORPUS" Substitutivo De Recurso Ordinário. Crime Contra O


Patrimônio. Roubo Circunstanciado. Constrangimento Ilegal Evidenciado.
Pretensão De Que A Pena-Base Seja Fixada No Mínimo Legal. AUSÊNCIA
DE CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS DESFAVORÁVEIS.
POSSIBILIDADE. PRECEDENTES. 1. As instâncias ordinárias ao
elevarem a pena-base além do mínimo legal por considerarem que a
vítima ao não contribuir para o ocorrência do delito era uma
circunstância prejudicial ao réu, divergiram da orientação já pacificada
nesta Corte de que o comportamento dela é uma circunstância neutra ou
favorável quando da fixação da primeira fase da dosimetria da
condenação. [...] 3. [...] Ordem concedida de ofício para alterar a pena-base
para o mínimo legal e determinar que o Juízo de piso faça o novo cálculo da
pena. (HC 278.045/AL, Rel. Min. MOURA RIBEIRO, 5ª TURMA, julgado em
07/11/2013, DJe 14/11/2013) Grifei.

Por essas razões, permite-se concluir que as circunstâncias utilizadas pelo


juízo sentenciante para exasperar a pena-base não se mostram adequadas para a
finalidade, motivo pelo qual a reprimenda deve ser reconduzida para patamar justo e
razoável, observando as regras contidas no artigo 59 do Código Penal.

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2.2 – Da exclusão da causa de aumento do concurso formal

O magistrado a quo reconheceu ainda incidência da causa de aumento,


prevista no artigo 70 do Código Penal, aumentando a pena na fração de 1/6 (um sexto)
Veja: “Reconheço o concurso formal, por duas vezes, razão pela qual, aumento a pena
em 1/6 (um sexto) perfazendo uma pena de 08 (oito) anos, 09 (nove) meses e 18 (dezoito)
dias de reclusão e 39 (trinta e nove) dias-multa” (fl. 175).

Excelências, com a máxima vênia, tal entendimento não pode prosperar.


Em que pese haver entendimento majoritário, no sentido de reconhecer o concurso formal
quando o crime de furto ou roubo é praticado contra várias vítimas, posto que viola
patrimônios distintos, tal fato não se amolda ao caso em apreço.

No presente caso, ocorreu um único crime de roubo. O Apelante desejava


roubar a casa, a residência das vítimas, sendo que ao entrar no local, deparou-se com os
objetos pertencentes aos moradores e levou-os sem distinção.

É necessário frisar que para a configuração do concurso formal são


necessários dois elementos: 1º) a existência de uma só conduta, da qual decorrem dois ou
mais crimes que não eram desejados pelo agente em sua totalidade; e 2º) que a referida
conduta acarrete a infringência de dois ou mais tipos penais, idênticos ou não.

Sabe-se que quando a intenção do agente do crime de roubo é apoderar-se,


no mesmo contexto fático, do patrimônio de diversas vítimas, tendo consciência de que
os patrimônios são distintos, caracteriza-se a pluralidade de crime e consequentemente o
reconhecimento do concurso formal. É o caso, por exemplo, do agente que entra em um
ônibus e rouba o dinheiro da empresa, aquele na posse do cobrador e rouba também os
passageiros. Não é o caso em comento.

As pessoas que estavam na residência na hora do roubo, ali estavam


porque residem na casa, há entre elas um liame, muito diferentemente das vítimas de
roubo que se encontram dentro de um ônibus, como citado no exemplo acima.

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O Apelante, ao adentrar a residência, não tinha a consciência de que estava
prestes a apoderar-se dos bens de diversas vítimas, ele tinha em mente apenas os objetos
da casa, sequer sabia quantas pessoas estavam no interior da residência.

E ainda que soubesse, o dolo do Apelante está na ação de subtração do


patrimônio dos integrantes do local como um todo - trata-se de um crime só.

Nesse sentido, é a decisão do Tribunal de Justiça de Rondônia:

TJ/RO - Apelação criminal. Roubo. Concurso de pessoas e emprego de arma.


Absolvição. Posse da res furtiva. Depoimento vítimas e policiais. Improcedência.
EXCLUSÃO DO CONCURSO FORMAL. Crime direcionada à subtração de
um único patrimônio. HIPÓTESE DE CRIME ÚNICO. [...]. Alteração do
regime. Possibilidade. Sendo o agente reconhecido pela vítima, bem como
encontrado na posse da res furtiva após informações de que praticou o crime, deve
ser mantida a condenação pelo crime de roubo. Ainda que utilizada ameaça
contra mais de uma pessoa, se a intenção do agente é direcionada à subtração
de um único patrimônio, estará configurado apenas um crime. Precedentes
STJ. Tratando-se de réu primário e de bons antecedentes, fixada a pena abaixo de
oito anos de reclusão, possível o cumprimento da pena em regime
semiaberto. (Apelação, Processo nº 0014176-67.2015.822.0002, Tribunal de Justiça
do Estado de Rondônia, 2ª Câmara Criminal, Relator(a) do Acórdão: Des. Valdeci
Castellar Citon, Data de julgamento: 13/07/2016)

Portanto, há que ser reformada a r. sentença a quo, para reconhecer a


existência de crime único, afastando a aplicação do concurso formal de crimes, com o
consequente afastamento da causa de aumento de pena.

3 - DOS PEDIDOS

Ante o exposto, requer que o presente recurso de apelação criminal seja


conhecido e, no mérito, provido, a fim de reformar a sentença, para que a pena-base seja
reconduzida para o mínimo legal, qual seja 04 (quatro) anos, conforme sustentado acima.

Por fim, pugna pelo afastamento da causa de aumento de pena prevista no


artigo 70, do Código Penal para reduzir a pena, pelos argumentos expostos acima.

Ariquemes, 22 de dezembro de 2017.

WILSON NEVES DE MEDEIROS JÚNIOR


Defensor Público

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