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Dinâmica I

“Cinemática de Partículas”

Prof. DSc. Valtency F. Guimarães

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Dinâmica I
Prof. DSc. Valtency F. Guimarães

Bibliografia Recomendada

Bibliografia Básica:
MERIAM, J. L. Dinâmica. 2ª Edição. Traduzido por Frederico Felgueiras Gonçalves e José
Rodrigues de Carvalho. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1989.
HIBBELER, R.C. Dinâmica – Mecânica para Engenharia, 12º ed. Editora Pearson. 2010.
BEER, F. P.; JOHNSTON JR., E. R. Mecânica Vetorial para Engenheiros: Dinâmica, 7 ed., Mc
Graw Hill, 2006.
SHAMES, I. H. Dinâmica. Mecânica para Engenharia. 4 ed. Prentice Hall, 2003.

Bibliografia Complementar:
GIACAGLIA, G. E. O. Mecânica Geral. Campus, 1982.
KRAIGE, G.; MERIAM, J. L. Mecânica - Dinâmica. 5ª Edição. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e
Científicos, 2003. 496p.
NORTON, Robert L. Projeto de Máquinas – Uma abordagem integrada. Traduzido por João
Batista de Aguiar et al. 2ª Edição. Porto Alegre: Bookman, 2004. 887p.
ARFKEN, George B. Física Matemática: Métodos Matemáticos para Engenharia e Física. 2
Traduzido por Arlete Simille Marques. 1ª Edição. Rio de Janeiro: Campus, 2007. 900p.
Introdução - Dinâmica

Dinâmica I
Princípios da Dinâmica

1. Introdução
2. Conceitos Básicos
3. Leis de Newton
4. Unidades
5. Gravitação
6. Descrição de Problemas de Dinâmica
7. O Movimento Absoluto e a Física de Newton
8. Velocidade Relativa
9. Atividades 3
Introdução - Dinâmica

1 - Introdução

O fenômeno mais óbvio e fundamental que observamos à nossa volta é


o movimento. Praticamente todos os processos imagináveis têm como
origem o movimento dos corpos. A Terra e os outros planetas movem-
se em torno do Sol que, por sua vez, faz girar o sistema solar em torno
do centro da galáxia; os elétrons, em movimento no interior dos
átomos, dão lugar à absorção e à emissão da luz e, no interior de um
metal, produzem corrente elétrica. Nossa experiência diária nos mostra
que o movimento de um corpo é influenciado pelos corpos que o
rodeiam, isto é, pelas interações com eles.

A Dinâmica é a parte da Física que estuda os movimentos e as causas


que os produzem ou os modificam. Então, na dinâmica vamos estudar
os movimentos dos corpos e suas causas, utilizando também os
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conceitos de cinemática já estudados.
Introdução - Dinâmica

Introdução

A Dinâmica tem duas partes distintas – Cinemática, que é o estudo do


movimento, sem fazer referência às forças que o causam, e a Cinética,
que relaciona a ação de forças sobre os corpos aos movimentos
resultantes. A perfeita compreensão da Dinâmica fornece a estudantes
de Engenharia uma de suas mais úteis e poderosas ferramentas para
análise.

Em termos de aplicação em Engenharia, a Dinâmica é uma das


ciências mais recentes. Somente depois de conseguir que as máquinas
e estruturas operassem em altas velocidades e acelerações apreciáveis
foi que o homem achou necessário fazer cálculos baseados nos
princípios da Dinâmica. O rápido desenvolvimento tecnológico sem
dúvida exige a ampliação dos princípios da Mecânica. 5
Introdução - Dinâmica

Introdução

Aristóteles elaborou uma teoria para explicar os movimentos dos


corpos, dando início ao estudo da Dinâmica. As explicações de
Aristóteles foram utilizadas até Galileu Galilei, considerado o primeiro
cientista moderno, realizar vários experimentos, chegando às leis
matemáticas que descrevem o movimento dos corpos terrestres,
impulsionando o estudo da Dinâmica.
As idéias de Galileu sobre a dinâmica, seus estudos sobre os
movimentos dos corpos foram precursoras das Leis de Newton, que
conseguiu dar um enorme salto na ciência. Conseguiu o que todos
buscavam na época, uma teoria física unificada. Analisando o
movimento da lua ele chegou a uma descrição perfeita para os
movimentos, uma descrição que poderia ser utilizada tanto para os
astros (lei da gravitação universal), como para objetos menores na
6
terra.
Introdução - Dinâmica

2 - Conceitos Básicos

Espaço. é a região geométrica na qual o evento ocorre. É comum


relacionar linha reta ou plano como espaço uni ou bidimensional.
Sistema de referência. A posição no espaço é determinada
relativamente a sistemas de referência por meio de medidas lineares ou
angulares. ẑ

r
r

1 ŷ

x̂ 2 

Tempo. é a medida da sucessão de eventos e é considerado uma


quantidade absoluta.
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Força. é a ação de um corpo sobre outro.
Introdução - Dinâmica

Conceitos Básicos

Inércia. é a propriedade da matéria que causa resistência à variação do


movimento.
Massa. é a medida quantitativa da inércia. É também a propriedade de
todo corpo que sofre sempre atração mútua em relação a outros corpos.
Partícula. é um corpo cujas dimensões são desprezíveis na situação em
que vamos considerar. É pois um corpo que em uma situação específica
pode ser considerado como um ponto geométrico, no que diz respeito às
suas dimensões.
Corpo Rígido. é um sistema constituído de partículas agregadas de um
modo tal que a distância entre as várias partes que constituem o corpo
(ou o sistema) não varia com o tempo (não mudam), ou seja, as
distâncias entre as várias partes que compõem o corpo são
rigorosamente constantes. Não apresenta nenhuma deformação relativa
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entre suas partes.
Introdução - Dinâmica

Conceitos Básicos

Escalar. a quantidade com a qual somente a grandeza está associada.


Exemplos: tempo, volume, massa, densidade...
Vetor. a quantidade na qual a direção, bem como a magnitude, está
associada. Exemplos: deslocamento, velocidade, aceleração, força...

Em dinâmica, o tipo em negrito é usado para simbolizar os vetores e o tipo


comum, para escalares. Assim V = V1 + V2 representa o vetor soma de dois
vetores, enquanto S = S1 + S2 representa a soma de dois escalares.

Frequentemente, o uso de derivada de vetores e escalares em relação ao tempo


é utilizado. Como notação, um ponto sobre a quantidade será usado para
indicar uma derivada em relação ao tempo: x significa dx/dt e x para
d2x/dt2.
9
Introdução - Dinâmica

3 - Leis de Newton

Newton conseguiu elaborar uma teoria unificada para a Física e esta


teoria é descrita em três leis, conhecidas como as leis de Newton.
Primeira lei de Newton ou Princípio da Inércia
na ausência de forças externas, um objeto em repouso permanece em
repouso, e um objeto em movimento permanece em movimento.

Segunda lei de Newton ou Princípio Fundamental da Dinâmica


a força aplicada a um objeto é igual à massa do objeto multiplicado por
sua aceleração.

Terceira lei de Newton ou Princípio da ação e reação


Se um objeto exerce uma força sobre outro objeto, este outro exerce
uma força de mesma intensidade, de mesma direção e em sentido
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oposto.
Introdução - Dinâmica

Leis de Newton

A segunda lei de Newton é básica para a maioria das análises em


Mecânica. Quando aplicada a uma partícula
 de massa m pode ser fixada

como: F = ma (ou de outra forma F  ma )
Onde F é a força resultante que atua sobre a partícula e a é a aceleração
resultante.

A primeira lei de Newton é uma consequência da segunda, desde que


não haja nenhuma aceleração quando a força é zero, e a partícula
esteja em repouso ou move-se a velocidade constante.

A terceira lei é básica para a compreensão de força. Ela estabelece que


as forças sempre ocorrem em pares de igualdade e são opostas, sem
observar-se a sua origem, e permanece válida para todo instante do
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tempo durante o qual as forças atuam.
Introdução - Dinâmica

4 - Unidades

Nos últimos anos, todos os países do mundo vêm adotando o Sistema


Internacional de Unidade - SI - para todos os trabalhos de Engenharia e
científicos. As tabelas resumem as unidades que formam a bases para
os cálculos mecânicos e seus prefixos mais usados:
Grandeza Nome Símbolo

Comprimento metro m

Massa quilograma kg

Tempo segundo s

Força newton N

Nome Símbolo Multiplicador


giga G 109
mega M 106
quilo k 103
mili m 10-3
micro m 10-6 12
nano n 10-9
Introdução - Dinâmica

5 - Gravitação

A lei da Gravitação Universal diz que dois objetos quaisquer se


atraem gravitacionalmente por meio de uma força que depende das
massas desses objetos e da distância que há entre eles.
Dados dois corpos de massa m1 e m2, a uma distância d entre si, esses
dois corpos se atraem mutuamente com uma força que é proporcional à
massa de cada um deles e inversamente proporcional ao quadrado da
distância que separa esses corpos. Matematicamente:
m1m2
F G 2
r
onde
F é a força mútua de atração entre os dois corpos;
G é constante gravitacional universal;
m1 e m2 são as massas dos corpos que se atraem entre si; e
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r é a distância entre os dois corpos.
Introdução - Dinâmica

Gravitação

O peso de um corpo é a força gravitacional de atração exercida sobre


esse corpo pela Terra e depende da posição do corpo em relação à
Terra. Esta força existe estando o corpo em repouso ou em movimento.

Todo objeto que é deixado cair no vácuo numa dada posição, na


superfície terrestre, terá a mesma aceleração g.
GmT
g
r2
onde mT é a massa da Terra e r o seu raio.

A aceleração devida à gravidade, quando determinada pela lei gravitacional, é a


aceleração de um grupo de eixos de referência com origem no centro da Terra,
porém não girando com a mesma.
g = 9,824 m/s2 14
Introdução - Dinâmica

Gravitação

A variação de g com a altitude pode ser determinada pela lei


gravitacional. Se g0 apresenta a aceleração absoluta devido à gravidade
ao nível do mar, o valor absoluto numa altitude h é:
r2
g  g0
( r  h) 2
onde r é o raio da Terra.

A massa m de um corpo pode ser calculada pelo resultado de uma experiência


gravitacional. Se a força gravitacional de atração ou peso verdadeiro de um
corpo for W, para uma aceleração absoluta g, tem-se:

W = mg

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Introdução - Dinâmica

6 - Descrição de Problemas de Dinâmica

O estudo da Dinâmica é dirigido no sentido da compreensão e da


descrição das diversas quantidades envolvidas nos movimentos dos
corpos. Esta descrição, que é amplamente matemática, habilita fazer
prognósticos em relação ao comportamento da Dinâmica. Necessita-se,
porém, para formular esta descrição de um duplo processo mental. É
preciso pensar tanto em termos da situação física como nos da
descrição matemática correspondente. A análise de cada problema
requer esta contínua transição reflexiva entre aquilo que diz respeito à
Física e à Matemática.

Durante a construção do modelo matemático idealizado para qualquer


problema de Engenharia, certas aproximações estarão sempre presentes.
Algumas delas podem ser matemáticas, enquanto outras serão físicas. O
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grau da hipótese depende da informação ou da precisão que se deseja.
Introdução - Dinâmica

Descrição de Problemas de Dinâmica

A utilização de métodos eficazes para solucionar problemas de


Dinâmica – bem como todos os problemas de Engenharia – é essencial.
Cada solução deve ser buscada através de uma sequência lógica que vai
do levantamento de hipóteses até a conclusão. A sistematização da
tarefa deve incluir o estabelecimento das seguintes partes, cada uma
delas claramente identificadas:
1. dados fornecidos;
2. resultados desejados;
3. diagramas necessários;
4. cálculos;
5. respostas e conclusões.
Para descrever as relações entre as forças e os movimentos que elas
produzem, é essencial que o sistema para o qual um princípio é aplicado seja
claramente definido. 17
Introdução - Dinâmica

Descrição de Problemas de Dinâmica

Para descrever as relações entre as forças e os movimentos que elas


produzem, é essencial que o sistema para o qual um princípio é
aplicado seja claramente definido. Algumas vezes uma única partícula
ou um corpo rígido é o sistema a ser isolado, enquanto que em outras
vezes dois ou mais corpos considerados juntos constituem o sistema. A
definição do sistema a ser analisado torna-se clara através da construção
do seu diagrama de corpo livre.

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Introdução - Dinâmica

7 - O Movimento Absoluto e a Física de Newton


Uma experiência de pensamento

Um pesquisador, a ser chamado por observador O, construiu um mini-


laboratório (mini-lab) convidando um colega seu, a ser chamado por
observador O', para que permaneça no interior do mini-lab para ajudá-lo
em suas pesquisas. O mini-lab anda sobre trilhos perfeitos, sem atrito, e
vamos assumir, por facilidade, que não há gravitação neste local. Vamos
desprezar também outros atritos e viscosidades. Pelo princípio da
relatividade de Galileu é de se esperar que as leis do modelo mecânico
newtoniano, válidas no laboratório original, sejam válidas também neste
mini-lab, sempre que ele estiver com velocidade constante em relação a
um referencial fixo ao laboratório original.
Introdução - Dinâmica

O Movimento Absoluto e a Física de Newton


No interior do mini-lab existem duas bolinhas A e B e duas molas, como
mostra a figura. As bolinhas A e B estão fixas a molas comprimidas e
travadas, e em repouso em relação ao mini-lab. Uma terceira bolinha C
está no teto do mini-lab e no compartimento exterior, mas fixa ao
mesmo. No laboratório original que contém o mini-lab existe uma
terceira mola fixa ao teto. Esta terceira mola não está comprimida e
localiza-se exatamente no trajeto por onde irá passar a bolinha C quando
o mini-lab entrar em movimento.
Introdução - Dinâmica

O Movimento Absoluto e a Física de Newton

Num dado instante o observador O aciona um mecanismo e coloca o


mini-lab em movimento a uma velocidade v (pode ser uma velocidade
pequena, pois não vamos aqui testar a teoria da relatividade de Einstein).
Quando a bolinha C encostar na mola distendida, ela começa a
comprimir a mola e vamos supor que, através de um mecanismo
apropriado, ela solte-se do mini-lab e se fixe à mola exterior (deixando
portanto de acompanhar o mini-lab). Ao final da compressão a mola
trava-se, graças a outro mecanismo apropriado. Exatamente nesse
instante o observador O' aciona um mecanismo a destravar as duas
molas interiores e a soltar as bolinhas A e B. Estas ficam então soltas no
espaço recebendo o impulso das molas ao se distenderem.
Introdução - Dinâmica

O Movimento Absoluto e a Física de Newton


Vamos supor, por facilidade, que o aparato foi construído de tal maneira
que as duas bolas adquiram uma velocidade v, em relação ao observador
O', igual à velocidade do mini-lab em relação ao observador O. Nestas
condições teremos, ao final da experiência, as duas bolinhas A e C em
repouso em relação ao observador O e a bolinha B com a velocidade 2v.
Em relação ao observador O', do mini-lab, as bolinhas A e C afastam-se
para a esquerda na velocidade v e a bolinha B afasta-se para a direita
também na velocidade v.
Introdução - Dinâmica

O Movimento Absoluto e a Física de Newton

Em termos do modelo mecânico newtoniano, é relativamente fácil


explicar tudo o que aconteceu durante todo o processo. Também não é
difícil perceber que cada um dos observadores irá concordar que a
energia, da maneira como é definida em física clássica, se conserva; se
bem que os argumentos utilizados serão diversos, pois eles estão em
referenciais distintos. De qualquer maneira, existem alguns componentes
comuns a ambas interpretações e a independer do referencial, quais
sejam: 1) a energia armazenada na mola que foi comprimida; 2) a
energia das duas molas que se distenderam, e que acabou se
transformando em energia cinética das bolas A e B no referencial do
mini-lab (e estas sim, serão diferentes de um observador para outro); e 3)
a energia correspondente ao impulso inicial a colocar o mini-lab em
movimento.
Introdução - Dinâmica

O Movimento Absoluto e a Física de Newton

Sem entrar em maiores detalhes a respeito da localização e/ou


comparação dessas energias relativas e não-relativas. Na realidade, o que
se pretende é analisar esta experiência de pensamento sobre um outro
prisma, aquele relativo a um possível absolutismo do movimento. Em
particular, pretende-se mostrar que esse absolutismo do movimento não
implica na existência de um referencial absoluto, pensado como algo a
ser fixado num hipotético espaço absoluto.
Raciocinando fisicamente ninguém pode contestar a seguinte verdade:
algo está se movendo, qualquer que seja o referencial da observação.
Portanto, e sob esse aspecto, o movimento existe num sentido absoluto,
sendo relativo apenas quando pensamos em descrever em qual dos
objetos esta propriedade foi constatada. O movimento não seria uma
propriedade da matéria em si, mas algo mutável e a depender da postura
do observador.
Introdução - Dinâmica

8 - Velocidade Relativa
Umas das aplicações mais comum, que se faz necessário o uso de
propriedades vetoriais, é o estudo da velocidade relativa em mais de uma
dimensão. Pode-se ver inicialmente como as observações feitas em
diferentes sistemas de referência estão relacionadas uma com a outra.
Por exemplo, considere dois carros se aproximando um do outro, em
linha reta, onde cada um viaja com uma velocidade de 50 km/h com
respeito a Terra. v1 = v2 = 50 km/h
Observadores na Terra, ao lado da estrada, medirão uma velocidade de
50 km/h para ambos os carros, mas em sentido contrário. Observadores
dentro dos carros (em referenciais diferentes) medirão uma velocidade
de aproximação igual a vr = 100 km/h.
Introdução - Dinâmica

Velocidade Relativa
Nota-se que quando objetos movem-se em uma mesma linha, uma soma
simples ou subtração das velocidades envolvidas é suficiente para
determinar a velocidade relativa. Isto significa que não é necessário,
nestes casos, levar em conta as características vetoriais do movimento.
Mas se os movimentos não estão na mesma linha, estas considerações
não são válidas e somos forçados a fazer uso das somas vetoriais.
Vejamos o movimento de um barco cruzando um rio.
Introdução - Dinâmica

Velocidade Relativa
Usando as notações: vbr velocidade do barco em relação as águas do rio,
vbm velocidade do barco em relação a margem e vrm a velocidade do rio
em relação a margem. Neste caso, a velocidade do barco em relação a
margem (vbm) é igual a velocidade do bote no rio (vbr) mais o efeito da
correnteza do rio (vrm). Como este movimento envolve velocidades em
direções e sentidos diferentes, é necessário usar somas vetoriais.
vbm = vbr + vrm
Neste exemplo, nota-se que para o barco chegar na outra margem do rio
em um ponto (A) exatamente em frente ao ponto de partida é necessário
que o movimento esteja inclinado. Este fato deve-se à influência da
corrente de águas no rio. Caso contrário, se o barco estiver viajando
sempre apontando para o ponto A, ele será arrastado pelas correntezas
do rio. Conseqüentemente irá atingir a margem num ponto distante do
ponto B.
Introdução - Dinâmica

9 - Atividades
1. Para os vetores fornecidos V1 e V2, determine V1 + V2, V1 + V2,
V1 - V2, V1 X V2 e V1 . V2. Considere os vetores adimensionais e
seus módulos V1 = 12 e V2 = 15.

V2

V1
4
3
30º

Observação: Lembre-se de que a grandeza vetorial está representada em


negrito.

28
Introdução - Dinâmica

2. Uma esfera considerada pontual é lançada verticalmente para cima.


Após o lançamento, ela fica somente em contato com ar. Desprezando a
força de resistência do ar para os itens a seguir, marque verdadeiro (V)
ou falso (F) para cada uma das afirmações.

( ) A única força que atua na esfera é a força peso.


( ) Durante a subida, o vetor aceleração da esfera tem sentido para
cima.
( ) Durante a subida, o vetor velocidade tem sentido para cima.
( ) Ao atingir o ponto mais alto da trajetória, a aceleração da esfera é
nula.
( ) Ao atingir o ponto mais alto da trajetória, a velocidade da esfera é
nula.
( ) A esfera pode ser considera pontual por ser pequena e possuir
massa muito baixa. 29
CinemáticaIntrodução
das Partículas - DinâmicaI
- Dinâmica

Dinâmica I

Cinemática das Partículas

1. Introdução
2. Movimento Retilíneo
Exercícios Resolvidos
3. Interpretações Gráficas
Exercícios Resolvidos
4. Movimento Retilíneo Uniforme
5. Movimento Retilíneo Uniformemente Acelerado
6. Atividades

30
Cinemática das Partículas
Introdução - DinâmicaI
- Dinâmica

1 - Introdução
A cinemática trata da posição no espaço como função do tempo e
geralmente refere-se à “geometria do movimento”. O cálculo de
trajetórias de vôos de aviões e naves e o projeto de engrenagens e
correntes para controlar ou produzir certos movimentos são exemplos
de problemas cinemáticos. O movimento das partículas pode ser
descrito através da especificação de coordenadas lineares ou angulares e
suas derivadas em relação ao tempo.
A cinemática das partículas será desenvolvida progressivamente pela
discussão do movimento com uma, duas ou três coordenadas espaciais.

31
Cinemática das Partículas
Introdução - DinâmicaI
- Dinâmica

2 - Movimento Retilíneo de uma Partícula

Consideremos uma partícula P movendo-se apenas ao longo de uma


reta. Tal movimento é dito retilíneo ou unidimensional. Vamos escolher
o eixo OX de nosso referencial ao longo dessa reta. A posição de P em
qualquer instante de tempo t pode ser especificada por seu
deslocamento Δs de algum ponto de referência O fixado sobre a linha.
Seja x1 a posição da partícula no instante t1 e x2 a sua posição no
instante t2. A variação de posição da partícula, do instante t1 ao instante
t2, é a diferença x2 - x1. Isto é: Δs = x2 - x1

Obs. Durante um movimento qualquer, podem ocorrer deslocamentos no sentido


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positivo ou negativo do eixo OX.
Cinemática das Partículas
Introdução - DinâmicaI
- Dinâmica

Movimento Retilíneo de uma Partícula - vm

Considere um intervalo de tempo [t1, t2] com t2 ≠ t1; nesse caso, a


duração t2 - t1 do intervalo é diferente de zero. Seja Δs o deslocamento
da partícula no intervalo de tempo Δt = t2 - t1. A razão entre o
deslocamento da partícula no intervalo de tempo gasto nesse
deslocamento é chamada de velocidade média da partícula no intervalo
considerado.
x  x s
vm  2 1 
t 2  t1 t

Sendo a velocidade média a razão entre um deslocamento e um intervalo de tempo, a


sua unidade será a razão entre as unidades de comprimento e de tempo que forem
usadas. Se usamos o metro para os deslocamentos e o segundo para o tempo, 33 a
unidade de velocidade média é o metro por segundo, usualmente escrita como m/s.
Cinemática das Partículas
Introdução - DinâmicaI
- Dinâmica

Movimento Retilíneo de uma Partícula

Considere agora uma partícula em movimento e dois instantes t e t+Δt


durante o movimento, onde Δt é uma quantidade de tempo que vamos
considerar cada vez mais próxima de zero sem, contudo, jamais ser
igual a zero. A razão Δs/Δt pode ser escrita: s  x(t  t )  xt
t t
Quando Δt se aproxima indefinidamente de zero, o intervalo com
extremos em t e t+Δt torna-se cada vez mais próximo de um único
instante t, e a velocidade da partícula se aproxima de um valor que
chamamos de velocidade instantânea (v) no instante t. A velocidade
instantânea v é o valor do qual a fração Δs/Δt aproxima-se quando Δt se
aproxima de zero. Para expressar esse fato, usamos a seguinte
simbologia:
s ds
v  lim ou v  s
t  0  t dt 34
Cinemática das Partículas
Introdução - DinâmicaI
- Dinâmica

Movimento Retilíneo de uma Partícula - am

Se ao longo da trajetória a velocidade instantânea da partícula varia de v


em x1 para v +Δv em x2, a aceleração média durante o intervalo de
tempo correspondente Δt é am = Δv/Δt, e será positiva ou negativa,
dependendo se a velocidade está aumentando ou diminuindo.

A aceleração instantânea (a) da partícula é a variação instantânea


com o tempo da variação da velocidade, a  lim v
t 0 t

isto é, quando o valor Δt se aproxima indefinidamente de zero.

dv d 2s
a  v ou a  2  s
dt dt 35
Cinemática das Partículas
Introdução - DinâmicaI
- Dinâmica

Exercício resolvido 1

Uma partícula executa um movimento em linha reta dado por:


s = 8 + Bt − 2t2
onde B é uma constante. Sabendo que a partícula inverte o sentido de seu
movimento no instante t = 5 segundos, determine o valor da constante B.

ds
v  B  4t ;
dt
v0
B  4t  0  B  4.5  0
B  20 m / s

36
Cinemática das Partículas
Introdução - DinâmicaI
- Dinâmica

Exercício resolvido 2

Uma partícula se move ao longo do eixo OX e seu movimento é dado por


s = - t2 + 6t + 16, onde está subentendida a utilização do Sistema
Internacional de Unidades.

(a) Determine a expressão da velocidade e da aceleração da partícula.

ds ds dv dv
v  v  v
 v2t 2t6; a6;a   a a2 2
dt dt dt dt

(b) Em que instantes e com que velocidades a partícula passa pela origem?

origem : s  0;t 2  6t  16  0  t1  2s; t2  8s


v1  2.(2)  6  10m / s; v2  2.(8)  6  10m / s 37
Cinemática das Partículas
Introdução - DinâmicaI
- Dinâmica

Exercício resolvido 3

A velocidade de uma partícula ao longo do eixo x é dada por v = 5 u3/2,


onde v é expresso em milímetros por segundo. Determine a aceleração
quando u vale 2.

dv d (5u 3 / 2 )
a a
dt dt
3 12
a  5u ;
2
1
15 2
u  2  a  (2)
2
a  10,6mm / s 2

38
Cinemática das Partículas
Introdução - DinâmicaI
- Dinâmica

Exercício resolvido 4

Consideremos um ponto material que desloca em linha reta, de modo que


sua posição seja definida por x = 6t2 – t3, onde t é expresso em segundos e
x em metros. Determine (a) sua função velocidade, (b) sua função
aceleração e (c) um esboço dos gráficos de x, v e a em função do tempo.

ds ds dv(b) dv
(a) v vv 12t
 3vt ; 2at 6; aaaa
2
 a  2  a  12  6t
dt dt dt dt
(c) Uma análise dos três diagramas do movimento pode nos mostrar que o
movimento do ponto material desde t = 0 até t = ∞ pode ser dividido em
quatro fases:

. O ponto material parte da origem, x = 0, com velocidade zero, mas com


aceleração positiva. Animado com esta aceleração, o ponto adquire uma
velocidade positiva no sentido positivo. De t = 0 a t = 2 s, x, v e a 39são
todos positivos.
Cinemática das Partículas
Introdução - DinâmicaI
- Dinâmica

. Em t = 2 s, a velocidade é zero; a velocidade atinge o valor máximo. De t=


2 s a t = 4 s, v é positivo; mas a é negativo; o ponto move-se, ainda, no sentido
positivo, cada vez mais lentamente; está desacelerado.
. Em t = 4 s a velocidade é zero; a coordenada de posição x alcança o valor
máximo. Daqui por diante, v e a são negativos; o ponto está acelerado e move-se
no sentido negativo, com um aumento de velocidade.

. Em t = 6 s, o ponto passa pela origem; sua coordenada x é então, zero, enquanto


a distância total percorrida desde o início do movimento é 64 m. Para valores de t
maiores que 6 s, x, v e a serão todos negativos. O ponto irá se movimentar no
40
sentido negativo, afastando-se de O, cada vez mais rapidamente.
Cinemática das Partículas
Introdução - DinâmicaI
- Dinâmica

Não se deve esquecer que o ponto material não se move ao longo de qualquer
uma dessas curvas; o ponto move-se sobre uma reta. Como a derivada de uma
função mede a inclinação da curva correspondente, a inclinação da curva x – t,
para qualquer instante dado, é igual ao valor de v nesse instante, e a inclinação
da curva v – t é igual ao valor de a. Já que a = 0 para t = 2 s, a inclinação da
curva v – t deve ser zero para t = 2 s; a velocidade alcança um máximo nesse
instante. Também, sendo v = 0 para t = 4 s, a tangente a curva x – t deve ser
41
horizontal para este valor de t.
Cinemática das Partículas
Introdução - DinâmicaI
- Dinâmica

Movimento Retilíneo de uma Partícula

Comentário:
É possível determinar o movimento de uma partícula conhecendo-se
sua velocidade em qualquer instante do movimento e a sua posição em
um certo instante?

Vamos pensar o exemplo em que a velocidade de uma partícula seja


dada por vx = 5m/s e que a sua posição no instante t = 4s seja 20m.
Vamos supor, ainda, que o movimento dessa partícula esteja definido
para t ≥ 0. É possível conhecer seu movimento no decorrer do tempo?
42
Cinemática das Partículas
Introdução - DinâmicaI
- Dinâmica

3. Interpretações Gráficas

A interpretação das equações diferenciais que governam o movimento


retilíneo é consideravelmente esclarecida através da representação
gráfica das relações entre s, v, a e t.

Como vimos, para se determinar a velocidade de uma partícula num


instante t, podemos usar o intervalo [t1, t2]. A velocidade média nesse
intervalo é v = Δx/Δt = (x2 - x1)/(t2 - t1), o que equivale à declividade da
43
secante “r”.
Cinemática das Partículas
Introdução - DinâmicaI
- Dinâmica

Interpretações Gráficas

Para um valor mais aproximado podemos tomar o intervalo [t3, t4], quando
então a velocidade média será v = (x4 - x3)/(t4 - t3) que é igual à declividade
da secante “s”. Se reduzirmos o intervalo de tempo, a secante se aproxima
da tangente à curva, cuja declividade representará o valor da velocidade
no instante t. Assim, a velocidade no instante t é a declividade da tangente
à curva no instante considerado.
A tangente à curva para algum instante de tempo t, obtém-se a sua taxa
de variação. 44
Cinemática das Partículas
Introdução - DinâmicaI
- Dinâmica

Interpretações Gráficas
Então, construindo a tangente à curva para algum instante de tempo
t, obtém-se a sua taxa de variação, que é a velocidade: v  s  ds
dt

Assim, a velocidade pode ser determinada para todos os pontos sobre a


curva e representada graficamente contra o tempo correspondente.

45
Cinemática das Partículas
Introdução - DinâmicaI
- Dinâmica

Interpretações Gráficas
Supondo que desejamos determinar o espaço percorrido no intervalo de
tempo Δt = t2 – t1, representado no gráfico v x t. Podemos dividir o
intervalo em intervalos menores e considerar que em cada intervalo a
média das velocidades inicial e final seja a velocidade média (vm) no
intervalo.

Em cada intervalo, a distância percorrida será aproximadamente igual à


vm.Δt, o que equivale à área de um retângulo de base Δt e altura vm. 46
Cinemática das Partículas
Introdução - DinâmicaI
- Dinâmica

Interpretações Gráficas

A distância total percorrida será a soma das áreas de todos os retângulos.


Se tomarmos os retângulos com Δt → 0, a área será v(ti) onde ti são os
valores de t em cada um dos instantes que constituem o intervalo de
tempo. t2

Como a soma corresponde a infinitos intervalos escrevemos : t v(t )dt
1
Ou seja, o espaço percorrido é a integral da equação da velocidade
definida no intervalo de tempo considerado.

Dizendo de uma outra forma, a área sob a curva v x t durante o intervalo


de tempo dt é “v dt”, que é o deslocamento ds. Consequentemente, o
deslocamento da partícula durante o intervalo de t1 até t2 é a corresponde
área sob a curva, dada por:
t2

s2 t2
s1 
ds  vdt ou s2  s1  vdt 47
t1 t1
Cinemática das Partículas
Introdução - DinâmicaI
- Dinâmica

Interpretações Gráficas
Observação:
Na realidade, a integral não é o espaço percorrido, mas sim o deslocamento. Se o
gráfico intercepta o eixo horizontal, ao calcular a integral da região abaixo do
eixo horizontal esta resultará em um valor negativo. Isto indica que o móvel
descreveu um movimento retrógrado. Ao calcular a integral, a área abaixo do eixo
será subtraída da área acima do eixo. Assim, o resultado da integral será
correspondente ao deslocamento. Para obter a distância efetivamente percorrida
deve-se integrar a equação da velocidade dividindo o intervalo em intervalos
acima e abaixo do eixo horizontal e somar os valores absolutos encontrados.

Podemos agora voltar à questão inicial: “É possível determinar o


movimento de uma partícula conhecendo-se sua velocidade em
qualquer instante do movimento e a sua posição em um certo instante?”
48
Cinemática das Partículas
Introdução - DinâmicaI
- Dinâmica

Interpretações Gráficas
No exemplo proposto em que a velocidade de uma partícula foi dada
por vx = 5m/s e que a sua posição no instante t = 4s seja 20m. É
possível conhecer seu movimento no decorrer do tempo utilizando o
conceito de integral!
A partir do que foi exposto, podemos escrever:
t2
s2  s1   vdt
t1
t2
x  20   5dt
4

x  20  5(t  4)  x  5t
Note que o conhecimento da equação da velocidade de uma partícula não é
suficiente para obtermos seu movimento. É necessário também fornecer a posição
da partícula em um dado instante de tempo; no caso, em t = 4s. 49
Cinemática das Partículas
Introdução - DinâmicaI
- Dinâmica

Interpretações Gráficas
Do mesmo modo, construindo a tangente à curva para algum
instante de tempo t, obtém-se a sua taxa de variação, que é a
aceleração: dv
a  v
dt
Logo, a taxa de variação dv/dt da curva v x t em qualquer instante de
tempo fornece a aceleração naquele instante. Assim, a aceleração pode
ser determinada para todos os pontos e a curva a x t pode ser então
representada.

50
Cinemática das Partículas
Introdução - DinâmicaI
- Dinâmica

Interpretações Gráficas

De maneira similar, a área sob a curva a x t durante o intervalo de tempo


dt é “a dt”, que é a velocidade dv.

Assim, a variação da velocidade da partícula durante o intervalo de t1


até t2 é a corresponde área sob a curva, dada por:

t2
v2  v1   adt
v2 t2
v1
dv   adt
t1
ou
t1 51
Cinemática das Partículas
Introdução - DinâmicaI
- Dinâmica

Exercício resolvido 1
Considere uma partícula em queda livre, executando um movimento retilíneo,
com aceleração constante a = g. Considere, por simplicidade, que no instante
inicial t = 0 a velocidade seja v = v0.
a) Escreva a velocidade em função do intervalo de tempo t.

dv v t v t
a  dv  a.dt   dv   gdt   dv  g  dt  v  v0  gt
dt v0 0 v0 0

b) Supondo conhecida a posição inicial s = s0, obtenha a função do


movimento em função do tempo t.
ds s t 1
v  ds  vdt   ds   (v0  gt )dt  s  s0  v0t  gt 2
dt s0 0 2
c) Que tipo de movimento representam essas expressões?
52
Um movimento retilíneo uniformemente variado (acelerado)!
Cinemática das Partículas
Introdução - DinâmicaI
- Dinâmica

Exercício resolvido 2

A velocidade de uma partícula é dada por vx = −2 + 3t2. Sabe-se ainda que


em t = 2 s a sua posição é −16 m.
(a) Encontre a sua “função-movimento”.
t t
s  s0   vdt  s  s0   (2  3t 2 )dt  s  s0  2t  t 3
0 0

 16  s0  2.(2)  (2)3  s0  20m


 s  20  2t  t 3
(b) Determine as posições da partícula nos instantes t = 0s e t = 3s.

s  20  2t  t 3
t  0s  s  20m
t  3s  s  17 m 53
Cinemática das Partículas
Introdução - DinâmicaI
- Dinâmica

Exercício resolvido 3
Uma partícula se move ao longo do eixo x com uma velocidade inicial
vx = 50 m/s na origem quando t = 0. Para os primeiros 4 segundos a partícula
não possui aceleração, e após esse intervalo de tempo ela sofre a ação de uma
força retardadora que fornece uma aceleração constante ax = -10 m/s2.
Calcule a velocidade e a coordenada x da partícula para as condições de t = 8 s
e t = 12 s, e encontre a máxima coordenada x positiva atingida pela partícula.

A velocidade da partícula após t = 4 s é determinada a partir de:


vx t t
50
dv   adt  v x  50  10  dt v x  50  10t  40  v x  10t  90
4 4

Nos instantes de tempo especificados, as velocidades são:


t  8s  v x  90  10.(8)  10 m / s
t  12 s  v x  90  10.(12)  30 m / s
54
Cinemática das Partículas
Introdução - DinâmicaI
- Dinâmica

A dependência da velocidade com o tempo pode ser representada graficamente:

A coordenada x da partícula em qualquer instante após 4 s é a distância percorrida


durante os primeiros 4 s mais a distância percorrida após a descontinuidade na
aceleração ter ocorrido. Assim,
t
x  50.(4)   (10t  90)dt  5t 2  90t  80
4

Para os dois instantes especificados:


t  8s  x  5.(82 )  90.(8)  80  320 m
55
t  12 s  x  5.(12 )  90.(12)  80  280 m
2
Cinemática das Partículas
Introdução - DinâmicaI
- Dinâmica
Exercício resolvido 4
De uma janela de um prédio, localizada a 20 m acima do solo, arremessa-se,
verticalmente para cima, uma bola, com velocidade de 10 m/s. Sabendo-se
que a aceleração da bola é constante e igual a 9,81 m/s2, para baixo,
determinar (a) a velocidade v e elevação y da bola, relativamente ao solo, para
qualquer instante t, (b) a máxima elevação atingida pela bola e o
correspondente instante t e (c) o instante em que a bola atinge o solo e a sua
correspondente velocidade. Esboçar os gráficos v – t e y – t.
(a) Escolhemos o eixo y para medir a coordenada de posição (ou elevação),
com origem O no solo e sentido positivo para cima. O valor da aceleração e os
valores iniciais de v e y estão indicados na figura ao lado. Substituindo-se a
dv
em a = dv/dt = 0, v0 = +10 m/s, tem-se:  a  9,81m / s 2
dt
v t
v0 10
dv    9,81dt
0
v
[v ]10  [9,81]t0 56
v  10  9,81t  v  10  9,81t
Cinemática das Partículas
Introdução - DinâmicaI
- Dinâmica

Substituindo-se v em v = dy/dt e notando-se que para t = 0, y0 = 20 m, obtém-


se:
dy
 v  10  9,81t
dt
y t
y0  20
dy   (10  9,81t )dt
0
y
[ y ]20  [10  4,90t 2 ]t0
y  20  10t  4,90t 2 57
Cinemática das Partículas
Introdução - DinâmicaI
- Dinâmica

(b) A velocidade da bola anula-se quando esta atinge a elevação máxima. Da


expressão da velocidade, segue-se que:
10 – 9,81t = 0 → t = 1,02 s

Substituindo-se t = 1,02 s na expressão de y, resulta:


y = 20 + 10.(1,02) – 4,90.(1,02)2 → y = 25,1 m

(c) Quando a bola atinge o solo, tem-se y = 0. Fazendo-se y = 0 na expressão


da posição, tem-se:
20 + 10t – 4,90t2 = 0 → t = -1,24 s e + 3,28 s
58
Cinemática das Partículas
Introdução - DinâmicaI
- Dinâmica

Somente a raiz positiva corresponde a um tempo posterior ao início do


movimento. Levando-se este valor de t para a expressão da velocidade, tem-
se, finalmente:
v = 10 – 9,81.(3,28) = – 22,2 m/s

59
Cinemática das Partículas
Introdução - DinâmicaI
- Dinâmica

4. Movimento Retilíneo Uniforme

Este é um tipo de movimento retilíneo frequentemente encontrado em


aplicações práticas. Nesse movimento, a aceleração a do ponto material é
nula para qualquer valor de t. A velocidade v é, dessa forma, constante:
ds
 v  cons tan te
dt

A coordenada de posição s é obtida pela integração desta equação.


Denotando-se por s0, o valor inicial de s, escrevemos:

Esta equação pode ser usada somente quando a velocidade do ponto


s t
 ds  v  dt
material for constante!
s0 0

s  s0  vt
s  s0  vt
60
Movimento Retilíneo Uniforme

61
Cinemática das Partículas - Dinâmica
Movimento Retilíneo Uniforme

62
Cinemática das Partículas
Introdução - DinâmicaI
- Dinâmica

5. Movimento Retilíneo Uniformemente Acelerado

Neste outro tipo de movimento, a aceleração a do ponto material é


constante: dv
 a  cons tan te
dt
A velocidade v do ponto material é obtida pela integração desta equação:
v t
 dv  a  dt
v0 0

v  v0  at
v  v0  at ds
Onde v0 é a velocidade inicial.  v0  at
dt
s t

Chamando-se de s0 o valor inicial de s e integrando-se s0


ds   (v0  at )dt
0

a substituição da equação da velocidade, escrevemos: 1 2


s  s 0  v0 t  at
2
163 2
s  s0  v0 t  at
2
Cinemática das Partículas
Introdução - DinâmicaI
- Dinâmica

Movimento Retilíneo Uniformemente Acelerado

dv dv dx dv
Podemos também escrever: a  . v
dt dt dx dx

Então: a  v dv  cons tan te; v dv  cons tan te


dx dx

Integrando-se ambos os membros, obtemos: v x


 vdv  a 
v0 x0
dx
1 2
(v  v02 )  a( s  s0 )
2
v 2  v02  2a( s  s0 )
64
Cinemática das Partículas
Introdução - DinâmicaI
- Dinâmica
Comentário: As três equações deduzidas acima fornecem relações úteis entre
coordenada de posição, velocidade e tempo para o caso de um movimento
uniformemente acelerado, assim que a, v0 e x0 forem substituídos por valores
apropriados. Primeiramente, deve ser definida a origem O do movimento,
escolhendo-se sentidos positivos ao longo dos eixos; estes sentidos
possibilitarão determinar os sinais de a, v e x0. Uma aplicação importante de
um movimento uniformemente acelerado é na queda livre de um corpo.
A aceleração de um corpo em queda livre (geralmente indicada por g) é igual
a 9,81 m/s2, valor tomado como padrão (aceleração normal). Efetivamente,
este valor depende da posição considerada, sobre a superfície da Terra, e de
sua distância ao centro desta.

É importante não esquecer que as três equações anteriores podem ser


usadas somente quando a aceleração do ponto material é constante. Se a
aceleração do ponto for variável, seu movimento será determinado pelas
65
equações de derivação.
Cinemática das Partículas - Dinâmica

Movimento Retilíneo Uniformemente Acelerado

66
Cinemática das Partículas - Dinâmica

Movimento Retilíneo Uniformemente Acelerado

67
Cinemática das Partículas
Introdução - DinâmicaI
- Dinâmica

6. Atividades

1. A coordenada de posição de uma partícula que está confinada a se mover ao


longo de uma linha reta é dada por s = 2t3 – 24t + 6, onde s é medida em
metros a partir de uma origem conveniente e t é expresso em segundos.
Determine:
(a) o tempo requerido para a partícula atingir a velocidade de 72 m/s a partir
da sua condição inicial em t = 0;
(b) a aceleração da partícula quando v = 30 m/s;
(c) o deslocamento da partícula no intervalo de tempo desde t = 1 s até t = 4 s.

R: (a) 4 s; (b) 36 m/s2; (c) 54 m


68
Cinemática das Partículas
Introdução - DinâmicaI
- Dinâmica

2. Uma partícula se move ao longo de uma linha reta com uma velocidade em
milímetros por segundo dada por v = 400 – 16t2, onde t é expresso em
segundos. Calcule o deslocamento Δs durante os primeiros 6 segundos de
movimento.
R: 1,248 m

69
Cinemática das Partículas
Introdução - DinâmicaI
- Dinâmica

3. A aceleração de uma partícula é dada por a = 4t – 30, onde a é expressa


em metros por segundo ao quadrado e t em segundos. Determine a
velocidade e o deslocamento como funções do tempo. O deslocamento
inicial em t = 0 é s0 = -5 m, e a velocidade inicial é v0 = 3 m/s.

70
Cinemática das Partículas
Introdução - DinâmicaI
- Dinâmica

4. (a) Um foguete é lançado do repouso verticalmente para cima. Se ele foi


projetado para manter uma aceleração constante para cima de 1,5g, calcule o
tempo t necessário para o foguete atingir uma altitude de 30 Km e a sua
velocidade nessa posição.

(b) Um carro consegue parar completamente a partir de uma velocidade


inicial de 80 Km/h em uma distância de 30 m. Com a mesma aceleração
constante, qual seria a distância de parada s a partir de uma velocidade inicial
de 110 Km/h?
R: (a) 63,9 s e 940 m/s; (b) 56,7 m

71
Cinemática das Partículas
Introdução - DinâmicaI
- Dinâmica

5. (a) Um projétil é lançado verticalmente para cima com uma velocidade


inicial de 200 m/s. Calcule a máxima altitude h atingida pelo projétil e o
tempo t após o lançamento para ele retornar ao chão. Despreze a resistência
do ar e tome a aceleração da gravidade como sendo constante em 9,81 m/s2.

(b) Uma bola é lançada verticalmente para cima com uma velocidade
inicial de 25 m/s de um plano próximo a um planalto de 15 m de altura.
Determine a distância h acima do planalto atingida pela bola e o tempo t
após o lançamento em que ela aterrissa nele.
R: (a) 2040 m e 40,8 s; (b) 16,86 m e 4,4 s

72
Cinemática das Partículas
Introdução - DinâmicaI
- Dinâmica

6. O gráfico mostra a história do deslocamento no tempo para um movimento


retilíneo de uma partícula durante um intervalo de 8 segundos. Determine a
velocidade média vméd durante o intervalo e, dentro de limites aceitáveis de
precisão, encontre a velocidade instantânea v quando t = 4 s.
R: –0,75 m/s e –1,25 m/s

73
Cinemática das Partículas
Introdução - DinâmicaI
- Dinâmica

7. A velocidade de uma partícula que se move ao longo do eixo x é dada por


v = 2 + 5t3/2, onde t é expresso em segundo e v em metros por segundo.
Avalie o deslocamento s, a velocidade v e a aceleração a quando t = 4 s.
A partícula está na origem s = 0 quando t = 0.
R: 72 m; 42 m/s; 15 m/s2

74
Cinemática das Partículas
Introdução - DinâmicaI
- Dinâmica

8. A posição de um ponto material que se desloca em linha reta é definida


pela relação x = t3 - 6t2 - 15t + 40, onde x é expresso em metros e t em
segundos e t ≥ 0.
Determine (a) o instante em que a velocidade será nula, (b) a posição e a
distância percorrida pelo ponto até esse instante, (c) a aceleração do ponto
nesse instante, (d) a distância percorrida pelo ponto de t = 4 s a t = 6 s.

R: 5 s; 100 m; 18 m/s2; 2 m

75
Cinemática das Partículas
Introdução - DinâmicaI
- Dinâmica

9. Para um breve intervalo de tempo, a velocidade do carro que se move em


linha reta é dada por v = (3t2 + 2t) m/s, onde t é expresso em segundos.
Determine a posição e a aceleração do carro para t = 3 s.
Sabe-se que quando t = 0 e s = 0.

R: 36 m; 20 m/s2

76
Cinemática das Partículas
Introdução - DinâmicaI
- Dinâmica

Questão Desafio:

A aceleração de um ponto material é definida por a = kt2, no sistema


internacional de unidades. Sabendo-se que v = - 24 m/s quando t = 0 e que
v = + 40 m/s quando t = 4 s
(a) determine a constante k.
(b) Sabendo-se também que x = 6 m quando t = 2 s escreva as equações da
posição e da velocidade que caracterizam o movimento.

77
CinemáticaIntrodução
das Partículas - DinâmicaI
- Dinâmica

Dinâmica
Cinemática Vetorial de Partículas
1. Introdução
2. Velocidade
3. Aceleração
4. Visualização do Movimento
5. Coordenadas Retangulares
6. Movimento de Projéteis
7. Coordenadas Normal e Tangencial (n-t)
8. Movimento Circular

9. Coordenadas Polares (r-θ)


78
Cinemática das Partículas
Introdução - DinâmicaI
- Dinâmica

1 - Introdução
O caso do movimento tridimensional mais geral é aquele que trata do
movimento de uma partícula ao longo de uma trajetória curva que pertence
a um único plano.
Considere o movimento como representado na figura abaixo. No instante t
a partícula está na posição A, que é localizada pelo vetor posição r medido
a partir de alguma origem fixa conveniente O. No instante t + Δt, a
partícula está em A’, localizada pelo vetor posição r + Δr.

79
Cinemática das Partículas
Introdução - DinâmicaI
- Dinâmica

Nota-se que essa é uma combinação vetorial, e não uma adição escalar. O
deslocamento da partícula durante o intervalo de tempo Δt é o vetor Δr,
que representa a variação vetorial da posição.

A distância percorrida pela partícula conforme ela se move de A para A’ é


o comprimento escalar Δs medido ao longo da trajetória. 80
Cinemática das Partículas - Dinâmica
Cinemática Vetorial de Partículas

81
Cinemática das Partículas
Introdução - DinâmicaI
- Dinâmica

2 - Velocidade

 r
A velocidade média da partícula entre A e A’ é definida como vm éd  ,
t
que é um vetor cuja direção é a de Δr. A velocidade escalar média da
partícula entre A e A’ é o quociente escalar Δs/Δt.

A velocidade instantânea v (v) da partícula é definida como valor-limite
da velocidade média conforme o intervalo de tempo se aproxima de zero.

Assim:   r
v  lim
t  0 t

A direção de r se aproxima da tangente à trajetória conforme Δt se
aproxima de zero; assim a velocidade é sempre um vetor tangente à
trajetória.
Ampliando a definição básica da derivada de uma grandeza escalar para

incluir uma grandeza vetorial, temos: v  dr  r
dt
82
A derivada de um vetor é também um vetor que tem módulo e direção.
Cinemática das Partículas
Introdução - DinâmicaI
- Dinâmica

Recorrendo novamente à figura, fica então definido a velocidade da


partícula em A pelo vetor tangente v e a velocidade em A’ pela tangente v’.

Existe uma variação vetorial na velocidade durante o tempo Δt, sendo que
a velocidade v em A mais (vetorialmente) a variação Δv igual à velocidade
em A’: v’ – v = Δv.

83
Cinemática das Partículas - Dinâmica

Soma Vetorial

84
Cinemática das Partículas
Introdução - DinâmicaI
- Dinâmica

3 - Aceleração
A aceleração média da partícula entre A e A’ é definida como Δv/Δt,
que é um vetor cuja direção é a de Δv.

A aceleração instantânea a (a) da partícula é definida como o valor-
limite da aceleração média,  conforme o intervalo de tempo se aproxima
de zero. Assim: a  lim v

t  0 t 
Pela definição da derivada, então pode-se escrever: a  dv  v
dt
Obs.: À medida que o intervalo Δt se torna menor e se aproxima de zero, a
direção da variação Δv se aproxima daquela da variação diferencial dv e,
assim, de a. A aceleração a inclui os efeitos tanto da variação do módulo de v
quanto da variação da direção de v. Então, em geral, a direção da aceleração
de uma partícula em um movimento curvilíneo não é nem tangente à trajetória
nem normal a ela; porém, a componente da aceleração que é normal à
trajetória aponta sempre para o seu centro de curvatura. 85
Cinemática das Partículas
Introdução - DinâmicaI
- Dinâmica

4 - Visualização do Movimento

Abaixo temos uma interpretação gráfica da aceleração, onde os vetores


posição de posições arbitrárias sobre a trajetória da partícula são mostrados.
Existe um vetor velocidade tangente à trajetória correspondentes a cada vetor
posição. Os vetores aceleração são mostrados para instantes quaisquer,
escolhidos arbitrariamente.

86
Cinemática das Partículas
Introdução - DinâmicaI
- Dinâmica

5 - Coordenadas Retangulares (x-y)


Este sistema de coordenadas é particularmente útil para a descrição do
movimento quando as componente x e y da aceleração são independentemente
geradas ou determinadas. O movimento curvilíneo resultante é então obtido
pela combinação vetorial das componentes x e y dos vetores posição,
velocidade e aceleração.

Na figura podemos visualizar a trajetória de uma partícula, mostrada ao longo


dos eixos x e y. O vetor posição r, a velocidade v e a aceleração a da
partícula são representados juntamente com suas componentes.

87
Cinemática das Partículas
Introdução - DinâmicaI
- Dinâmica

Com o auxílio dos vetores unitários i e j, pode-se escrever os vetores r,


v e a em termos das suas coordenadas x e y. Assim,


r = xi + yj r  xiˆ  yˆj
 
v = dr/dt = vxi + vyj ou v  r  xiˆ  yˆj

a = dv/dt = axi + ayj a  v  r  xiˆ  yˆj

Como observado anteriormente, a direção da velocidade é sempre


tangente à trajetória, e a partir da figura, fica claro que:
vy
v  v  v  tg 
2
x
2
y
vx
a  a x2  a y2
88
Cinemática das Partículas
Introdução - DinâmicaI
- Dinâmica

Se as coordenadas x e y são conhecidas, pode-se em qualquer instante


de tempo combiná-las para obter r. Do mesmo modo, combinam-se
suas primeiras derivadas x e y para obter v, e suas segundas derivadas
x y para obter a.
Por outro lado, se as componentes da aceleração ax e ay são dadas como
funções do tempo, pode-se integrar cada uma separadamente com
relação ao tempo, uma vez para obter vx e vy e novamente para obter x e
y. A eliminação do tempo t entre essas duas últimas equações
paramétricas fornece a equação da trajetória da curva y = f(x).

Obs.: A partir dessa discussão, percebe-se que a representação em


coordenadas retangulares do movimento curvilíneo é meramente a
superposição das componentes de dois movimentos retilíneos simultâneos nas
direções x e y. Desse modo, tudo que foi tratado sobre o M.R. pode ser
89
aplicado separadamente para o movimento em x e para o movimento em y.
Cinemática das Partículas - Dinâmica
Cinemática Vetorial de Partículas

90
Cinemática das Partículas
Introdução - DinâmicaI
- Dinâmica

6 - Movimento de Projéteis
A figura apresenta o movimento de uma partícula no plano x-y.

Para os eixos mostrados, as componentes de aceleração são ax = 0 e


ay = - g. A integração dessas acelerações segue os resultados obtidos
para aceleração constante, e fornece:
vx = vx0 ; vy = vy0 – gt
x = x0 + vx0 t ; y = y0 + vy0 t – ½gt2
vy2 = vy02 – 2g(y – y0) 91
Cinemática das Partículas
Introdução - DinâmicaI
- Dinâmica

Em todas essas expressões, o subscrito zero denota as condições


iniciais, frequentemente tomadas onde o lançamento ocorre, para o
caso ilustrado x0 = y0 = 0. Desprezam-se o arrasto aerodinâmico, a
curvatura e a rotação da Terra e considera-se que a variação de altitude
é pequena o suficiente, de tal modo que a aceleração devida à
gravidade pode ser considerada constante. 92
Cinemática das Partículas - Dinâmica

Movimento de Projéteis

93
Cinemática das Partículas - Dinâmica

94
Cinemática das Partículas - Dinâmica

95
Cinemática das Partículas
Introdução - DinâmicaI
- Dinâmica

Observações:
Se tomamos x0 = y0 = 0 (saindo da origem):
de x = v0xt temos: t = x/v0x
Substituindo na equação para y encontramos a
equação da trajetória:
v0 y 1 g 2
y x 2
x (Equação de uma parábola !) Fotografia estroboscópica
v0 x 2 v0 x do movimento parabólico

O movimento na direção y não depende da


velocidade vx. Na figura ao lado, duas bolas são
jogadas sob a ação da gravidade. A vermelha é
solta (v0y=0) e a amarela tem velocidade inicial
horizontal v0x.

Em cada instante elas têm a mesma altura!


96
Cinemática das Partículas - Dinâmica

97
Cinemática das Partículas
Introdução - DinâmicaI
- Dinâmica

Exercício resolvido 1
Dispara-se um projétil, da extremidade de uma colina de 150 m de
altura, com uma velocidade inicial de 180 m/s, num ângulo de 30º com
a horizontal. Desprezando-se a resistência do ar, determinar (a) a
distância horizontal da arma ao ponto onde o projétil atinge o solo, (b) a
altura máxima que o projétil alcança em relação ao solo.

98
Cinemática das Partículas
Introdução - DinâmicaI
- Dinâmica
Movimento vertical → Movimento Uniformemente Acelerado.

- Escolhendo o sentido do eixo y para cima e colocando a origem O na arma,


temos: (v y ) 0  180 .sen30 º  90 m / s
a  9,81m / s 2

Substituindo-se nas equações do movimento uniformemente acelerado, tem-se:

v y  (v y ) 0  at  v y  90  9,81t
 
 1 2 y  90t  4,90t 2
 y  (v y ) 0 t  at 
 2  v y2  8,1.10 3  19,62 y

v y  (v y ) 0  2ay 
2 2

99
Cinemática das Partículas
Introdução - DinâmicaI
- Dinâmica

Movimento horizontal → Movimento Uniforme.

- Escolhendo-se o sentido positivo do eixo x para a direita, tem-se:

(v x ) 0  180 . cos 30º  155,9m / s


a0

Substituindo-se na equação do movimento uniforme, obtém-se:

x  (vx ) 0 t x  155,9t

100
Cinemática das Partículas
Introdução - DinâmicaI
- Dinâmica

(a) Quando o projétil atinge o solo, temos: y = -150 m


Levando-se este valor à equação do movimento vertical, escrevemos:
 150  90t  4,90t 2  t 2  18,4t  30,6  0  t  19,9s

Levando-se t = 19,9 s à equação do movimento horizontal, tem-se:


x  155,9.19,9  x  3,10 Km

(b) Quando o projétil atinge a máxima elevação, temos vy = 0; levando-se este valor à
equação da velocidade para o movimento vertical, escrevemos:

0  8,10.103  19,62 y  y  413m

Elevação máxima acima do solo = 150 m + 413 m → 563 m 101


Cinemática das Partículas
Introdução - DinâmicaI
- Dinâmica

Exercício resolvido 2
O vetor posição de uma partícula se movendo no plano x-y no tempo
t = 3,60 s é 2,76i – 3,28j m. Em t = 3,62 s seu vetor posição se torna
2,79i – 3,33j m. Determine o módulo v de sua velocidade média
durante esse intervalo e o ângulo θ que a velocidade média faz com o
eixo x.


 r 0,03iˆ  0,05 ˆj
v    1,5iˆ  2,5 ˆj (m / s )
t 0,02

v  v  1,52  2,52  2,92 m / s
vy  2,5 5
tg     ;  59,00
vx 1,5 3
102
Cinemática das Partículas
Introdução - DinâmicaI
- Dinâmica

Exercício resolvido 3
Um operário que trabalha no telhado de uma casa lança uma pequena
ferramenta para seu companheiro no chão. Qual deve ser a mínima
velocidade horizontal v0 necessária para que a ferramenta passe, sem tocar,
o ponto B? Localize o ponto de impacto, especificando a distância s
mostrada na figura.
1 2
y  y0  v y 0t  gt
2
1
 4  0  0  9,81t 2B  t B  0,903 s
2
x  x0  v x 0t
6  0  v0 (0,903)  v0  6,64 m / s
1
C  8   (9,81)t C2  tC  1,277 s
2
103
 s  6  6,64(1.277 )  s  2,49 m
Cinemática das Partículas
Introdução - DinâmicaI
- Dinâmica

Atividades

1. Todo dia, Bisnaga jogava futebol com seus amigos depois da aula. Um
dia, quando parou um pouco para respirar, viu seu professor na
arquibancada fazendo várias anotações. Depois do jogo, foi perguntar a
ele o que estava fazendo. O professor lhe mostrou dois desenhos.

104
Cinemática das Partículas
Introdução - DinâmicaI
- Dinâmica

Bisnaga, eu estava esquematizando uma jogada sua. Enquanto você


andava do ponto A ao ponto B, os seus oponentes não mudaram de lugar.
Mas, quando se dirigiu de B para o C, de onde chutou a bola o para o gol,
deu tempo para o defensor D ficar na sua frente e o goleiro G retornar
para a linha de fundo podendo agarrar a bola. Você tem força no pé para,
estando no ponto B, chutar a bola que encobriria o goleiro antes que ele
retornasse ao gol. 105
Cinemática das Partículas
Introdução - DinâmicaI
- Dinâmica

Usando os conceitos de Dinâmica, estava calculando em que direção você


deveria chutar. Se você chutar para a direção do gol com certa velocidade
e a bola adquirir uma velocidade horizontal de 20 m/s e uma velocidade
vertical de 9 m/s, no início do lançamento, é possível, sabendo que o ponto
B está a 32 m do gol, determinar qual o tempo que a bola levará para
chegar na linha de fundo e com que altura ela chegará. Desprezando a
resistência do ar, determine os valores encontrados por Bisnaga para o
106
tempo e altura com os dados fornecidos pelo professor.
Cinemática das Partículas
Introdução - DinâmicaI
- Dinâmica

2. Uma pedra considerada pontual é lançada por uma catapulta no plano XY


como mostrado na figura. Após o lançamento, ela fica somente em contato
com ar. Desprezando a força de resistência do ar para os itens a seguir,
marque verdadeiro (V) ou falso (F) para cada uma das afirmações.

( ) Ao atingir o ponto mais alto da trajetória, o vetor aceleração da esfera


tem sentido horizontal.
( ) Ao atingir o solo, o vetor velocidade da pedra é nulo.
( ) O ângulo α de lançamento, feito com a horizontal, influencia na
velocidade final da pedra. 107
( ) O vetor velocidade inicial (v0) da esfera possui módulo constante.
Cinemática das Partículas
Introdução - DinâmicaI
- Dinâmica

3. Um atleta de salto à distância se aproxima da plataforma de salto A com


uma velocidade horizontal de 10 m/s. Determine a componente vertical vy da
velocidade de seu centro de gravidade no ponto A para que ele realize o salto
mostrado. Qual será a elevação h do seu centro de gravidade?

R: vy = 3,68 m/s; h = 0,69 m

108
Cinemática Vetorial

4. No combate a incêndios em florestas, aviões jogam água para ajudar


equipes que trabalham no solo. Um piloto em treinamento lança uma caixa
com corante vermelho, na esperança de atingir um alvo no solo. Se o avião
está voando horizontalmente a uma altura H acima do solo com velocidade V
a que distância horizontal do alvo o piloto deve lançar a caixa? Despreze a
resistência do ar.
R: V.√(2H/g)

109
Cinemática das Partículas
Introdução - DinâmicaI
- Dinâmica

5. Um helicóptero pretende lançar cobertores para uma família que está


isolada em uma região onde houve uma enchente. O helicóptero está voando
paralelo ao solo a uma altitude de 10 m com uma velocidade de 5 m/s. No
momento em que a distância horizontal entre o helicóptero e a casa vale 10 m,
os cobertores caem do helicóptero.
(a) A que distância da casa os cobertores caem?
(b) Qual a velocidade instantânea dos cobertores no instante imediatamente
antes deles atingirem o solo? Expresse esta velocidade em termos dos
unitários i e j. R: 2,86 m; 14,87 m/s

110
Cinemática das Partículas
Introdução - DinâmicaI
- Dinâmica

6. Um time de estudantes de engenharia está projetando uma catapulta para


lançar uma pequena bola em A, de tal modo que ela atinja a caixa. Sabe-se
que o vetor velocidade inicial faz um ângulo 30º com a horizontal. Determine
a faixa de velocidades de lançamento v0 para as quais a bola irá parar dentro
da caixa.
R: 6,15 – 6,68 (m/s)

111
Cinemática Vetorial

7. Qual deve ser a mínima velocidade horizontal para que o rapaz lance uma
pedra em A e ultrapasse, sem tocar, o obstáculo em B?

R: 28,37 m/s

112
Cinemática Vetorial

8. Uma pedra é arremessada até um muro de altura h com velocidade inicial


de 42 m/s fazendo um ângulo θ0 = 60 º com a horizontal, conforme a figura.
A pedra atinge o ponto A 5,5 s após o lançamento. Determine (a) a altura h
do muro, (b) a velocidade da pedra logo antes do impacto em A e (c) a altura
máxima H alcançada pela pedra.
R: 51,68 m; 27,38 m/s; 67,43 m

113
Cinemática Vetorial

9. O bocal de uma mangueira de jardim despeja água a uma taxa de 15 m/s.


Se o bocal é mantido no nível do solo e inclinado de 30º em relação à
horizontal, determine a altura máxima alcançada pela água e a distância
horizontal entre o bocal e o ponto no solo onde a água o atinge.

R: 2,87 m; 19,74 m

114
Cinemática Vetorial

10. Em uma competição esportiva, uma moto saltou da pista em A, a um


ângulo de 60º. Se o ponto de aterrissagem dista de 20 m do ponto A,
determine aproximadamente o módulo da velocidade com que a motocicleta
deixou o solo. Despreze as dimensões da moto.
R: 15,05 m/s

115
Cinemática Vetorial

11. Devido a certas inomogeneidades na Terra, numa certa região a


aceleração da gravidade não é bem vertical. Além de uma componente
vertical para baixo de módulo g, ela possui uma componente horizontal de
módulo a. Em relação a um sistema de eixos convenientemente escolhido, as
equações do movimento de uma partícula lançada nessa região são

onde v0x e v0y são constantes positivas.

Determine (a) o tempo de subida da partícula, isto é, o tempo desde o


lançamento até que ela chegue ao ponto mais alto da trajetória e (b) o espaço
horizontal percorrido pela partícula no movimento de subida. 116
Cinemática das Partículas
Introdução - DinâmicaI
- Dinâmica

12. A menina sempre lança os brinquedos do ponto A, a um ângulo de 30º.


Determine com que velocidade ela deve lançar cada brinquedo para que eles
atinjam a piscina.

117
Cinemática das Partículas - Dinâmica

13. Um jogador de basquete lança uma bola de uma altura de h = 2,30 m do


solo imprimindo-lhe uma velocidade v0 de módulo 10 m/s e que faz um
ângulo de 60° com a horizontal. Despreze a resistência do ar e considere a
aceleração da gravidade g = 9,81 m/s2. Trate a bola como uma partícula.
Utilize o sistema de eixos dado na figura abaixo.

118
Cinemática das Partículas - Dinâmica

a) Escreva o vetor velocidade inicial da bola em relação à Terra.


b) Escreva o vetor posição r e o vetor velocidade instantânea v da bola
em termos dos unitários i e j.
c) A que distância D da bola deve estar o centro da cesta para que o
jogador consiga acertar a mesma, quando a bola estiver na
descendente? A altura da cesta é de H = 3,0 m em relação ao solo.
d) Qual a velocidade instantânea da bola no instante em que ela atingir a
119
cesta? Expresse esta velocidade em termos dos unitários i e j.
Cinemática das Partículas - Dinâmica

14. Uma equipe de estudantes de engenharia projeta uma catapulta de


tamanho médio que lança esferas de aço de 4 kg. A velocidade de lançamento
é v0 = 24 m/s, o ângulo de lançamento é θ = 35° acima da horizontal, e a
posição de lançamento é 2 m acima do nível do solo. Os estudantes usam um
campo de atletismo com uma inclinação adjacente limitada por uma cerca
com 2,4 m de altura, conforme mostrado. Determine se as esferas de aço irão
atingir o solo no nível superior do campo ou irão atingir a cerca.
R: Ultrapassa a cerca e cai em 48,7 m

120
Cinemática das Partículas - Dinâmica

15. O jogador de basquete gosta de arremessar seus lances livres com uma
velocidade inicial v0 = 7,15 m/s. Quais valores iniciais do ângulo θ podem
levar a bola a passar por dentro da cesta? Despreze qualquer consideração
com relação a folga com que a bola passa através do aro.
R: 8,5° ou 53,6°

121
Cinemática das Partículas
Introdução - DinâmicaI
- Dinâmica

Questão desafio:
Um avião de carga voa com uma velocidade horizontal constante v0 a uma
altura H acima no nível do solo. No exato instante em que passa em cima
de uma pessoa que se encontra no chão deixa cair uma caixa de massa m
(sem nenhuma velocidade inicial em relação ao avião).
Desprezando as dimensões da caixa e a resistência do ar e tomando como
instante inicial de tempo aquele em que a caixa é liberada pelo avião, como
função do tempo, escreva os vetores posição, velocidade e aceleração da
caixa em relação à pessoa que se encontra no solo.

122
Cinemática das Partículas
Introdução - DinâmicaI
- Dinâmica

7 - Coordenadas Normal e Tangencial (n-t)

Uma das descrições mais comuns do movimento curvilíneo usa as


variáveis de trajetória, que são medidas feitas ao longo da tangente t e
da normal n à trajetória da partícula.
As coordenadas n e t são consideradas como se movendo ao longo da
trajetória com a partícula, como mostrado na figura abaixo, onde a
partícula avança de A para B até C.
O sentido positivo de n em qualquer posição é sempre tomado para o
centro de curvatura.

123
Cinemática das Partículas
Introdução - DinâmicaI
- Dinâmica

As coordenadas são usadas para descrever a velocidade v e a aceleração a


para um movimento curvilíneo de uma partícula. Introduzem-se os
unitários en na direção n e et na direção t, como mostrado na figura para a
posição da partícula no ponto A.

124
Cinemática das Partículas
Introdução - DinâmicaI
- Dinâmica

Com o raio de curvatura da trajetória nesse ponto designado por ρ,


podemos escrever a velocidade como o vetor: v = vet =  et

A aceleração a da partícula é um vetor que reflete tanto a variação no


módulo quanto a variação na direção de v. A partir da equação da
velocidade e trabalhando com os unitários, a equação para a aceleração se
v2
torna: a= en + v et

v2
onde: an    2  v

at  v  s
a  an2  at2
125
Cinemática das Partículas
Introdução - DinâmicaI
- Dinâmica

As relações obtidas nos dizem que a componente tangencial da aceleração é


igual à derivada temporal da velocidade escalar do ponto material, enquanto a
componente normal é igual ao quadrado da velocidade escalar dividida pelo
raio de curvatura da trajetória. Conforme a velocidade do ponto material
aumenta ou diminui, at é positiva ou negativa, e a componente vetorial at está
dirigida no sentido do movimento ou contrária ao mesmo. A componente
vetorial an, por outro lado, está sempre orientada para o centro de curvatura C
da trajetória.

126
Cinemática das Partículas
Introdução - DinâmicaI
- Dinâmica

É importante observar que a componente normal da aceleração an está


sempre direcionada para o centro de curvatura da trajetória. A
componente tangencial, por outro lado, estará no sentido positivo da
direção t do movimento se o módulo da velocidade v estiver aumentando,
e no sentido negativo da direção t se o módulo da velocidade estiver
diminuindo.

127
Cinemática das Partículas
Introdução - DinâmicaI
- Dinâmica

Conclui-se, portanto, que a componente tangencial da aceleração é


responsável pela mudança da velocidade escalar do ponto material,
enquanto sua componente normal reflete a mudança na direção de seu
movimento.

A aceleração de um ponto material será zero somente se ambas as


componentes forem zero. Assim, a aceleração de um ponto material que se
desloca com uma velocidade constante ao longo de uma curva nunca será
zero, a não ser que o ponto material passe por um ponto de inflexão da curva
(onde o raio de curvatura é infinito) ou a curva seja uma linha reta.

O fato de a componente normal da aceleração depender do raio de curvatura


da trajetória do ponto material é levado em conta no projeto de estruturas ou
mecanismos como asas de avião e linhas férreas. Para evitar variações
repentinas na aceleração de partículas do ar que se escoam ao redor da asa de
um avião, projetam-se perfis de asas sem qualquer mudança brusca de
128
curvatura.
Cinemática das Partículas
Introdução - DinâmicaI
- Dinâmica

8 - Movimento Circular

O movimento circular é um importante caso especial do movimento


curvilíneo plano, onde o raio de curvatrura ρ se torna o raio r constante
de um círculo e o ângulo β é substituído pelo ângulo θ medido a partir
de alguma referência radial conveniente. As componentes de velocidade
e aceleração para o movimento circular da partícula se tornam:

v  
v2
an   r 2  v
r
at  v  r

129
Cinemática das Partículas - Dinâmica

Observações:
Aqui também podemos usar um vetor
unitário: (note que este vetor varia
com o movimento)

r
rˆ 
r

A aceleração fica:
 v2
a   rˆ
r
Ou: (a aceleração tem a direção do vetor posição e
 2
a  r aponta para o centro da circunferência. Esta é a
130
aceleração centrípeta).
Cinemática das Partículas - Dinâmica

Movimento Circular

131
Cinemática das Partículas - Dinâmica

Movimento Circular

132
Cinemática das Partículas
Introdução - DinâmicaI
- Dinâmica

Exercício resolvido 1
Uma partícula se move em uma trajetória circular de 0,4 m de raio.
Calcule o módulo a da aceleração da partícula (a) se sua velocidade é
constante em 0,6 m/s e (b) se sua velocidade é 0,6 m/s, mas está
aumentando a uma taxa de 1,2 m/s a cada segundo.

v20,6 2
an    0,9m / s 2
 0,4
(a )  at  v  0  a  an  0,9m / s 2
(b)  at  v  1,2m / s  a  at  an
2 2 2

a  1,2 2  0,9 2  1,5m / s 2


133
Cinemática das Partículas
Introdução - DinâmicaI
- Dinâmica

Exercício resolvido 2
Um carro passa por uma depressão na estrada em A com uma velocidade
constante, que fornece ao seu centro de massa G uma aceleração igual a
0,5g. Se o raio de curvatura da estrada em A é 100 m, e se a distância da
estrada ao centro de massa G do carro é 0,6 m, determine o módulo v da
velocidade do carro.

v2
a  an 

v  an  (100  0,6)0,5(9,81)  22,08m / s  79,5 Km / h
134
Cinemática das Partículas
Introdução - DinâmicaI
- Dinâmica

Exercício resolvido 3
Para atravessar uma depressão seguida de uma elevação na estrada, o
motorista de um carro aplica os freios para produzir uma desaceleração
uniforme. Sua velocidade é de 100 Km/h no ponto A da depressão e de
50 Km/h no ponto C no topo da elevação, que se encontra a 120 m de A ao
longo da pista. Se os passageiros do carro experimentam uma
desaceleração total de 3 m/s2 em A e se o raio de curvatura da elevação em
C é 150 m, calcule (a) o raio de curvatura ρ em A, (b) a aceleração no
ponto de inflexão B e (c) a aceleração total em C.

135
Cinemática das Partículas
Introdução - DinâmicaI
- Dinâmica

Encontra-se a desaceleração constante ao longo da trajetória a partir de:


vC s
vA
vdv  at  ds  vC2  v A2  2at s
0

1 2 (13,89 ) 2
 ( 27 ,8) 2
at  (vC  v A2 )   2,41m / s 2
2s 2(120 )
(a )  a 2  an2  at2  an2  32  2,412  1,785 m / s 2
v2
v 2 27,82
an     432 m
 an 1,785
(b)an  0  a  at  2,41m / s 2
v2
13,89 2
(c ) a n    1,286 m / s 2
 150

a  1,286 e n  2,41et (m / s 2 )

a  (1,286 ) 2  (2,41) 2  2,73m / s 2 136
Cinemática das Partículas - Dinâmica

Atividades

1. Seis vetores aceleração são mostrados para um carro cujo vetor


velocidade está direcionado para a frente. Para cada vetor aceleração
descreva, em palavras, o movimento instantâneo do carro.

137
Cinemática das Partículas - Dinâmica

2. Uma partícula se move num plano com movimento uniforme, isto é, com
velocidade de módulo constante. A figura mostra um trecho de sua trajetória,
formada por um semicírculo de raio r, uma semi-reta e outro semicírculo de
raio R = 2r. O sentido do movimento está indicado na figura e, nela, estão
marcados os pontos A e B.

Indique, com vetores, as velocidades e acelerações da partícula nos instantes


em que ela se encontra no ponto A e no ponto B. Desenhe as setas de modo
que seus tamanhos sejam proporcionais aos seus módulos. Marque, ainda em
seu desenho, o vetor deslocamento Δr[ta, tb], onde ta é o instante e que 138
ela se
encontra no ponto A e tb, o instante em que ela se encontra no ponto B.
Cinemática das Partículas - Dinâmica

3. Uma esfera de aço de pequenas dimensões, suspensa por um fio ideal a


um suporte, está oscilando em um plano vertical, com atrito desprezível,
entre as posições extremas A e B. A figura abaixo mostra a posição da esfera
em um determinado instante.

Dos cinco segmentos orientados – I, II, III, IV e V – desenhados na figura,


aquele que pode representar o vetor aceleração da esfera, nesse instante, é:
a) I b) II c) III d) IV e) V 139
Cinemática das Partículas - Dinâmica

4. Na parte inferior A de um loop interno, o módulo da aceleração total de um


avião é 3g. Se a velocidade medida no avião é de 800 Km/h e está
aumentando a uma taxa de 20 Km/h por segundo, calcule o raio de curvatura ρ
da trajetória em A.
R: 1709 m

140
Cinemática das Partículas - Dinâmica

5. Uma partícula se move ao longo de uma trajetória circular no plano x-y.


Quando a partícula cruza o eixo x, positivo ela faz um movimento acelerado e
com aceleração ao longo da trajetória igual a 1,5 m/s2 , e sua velocidade é de
6 m/s na direção negativa de y. Considerando o raio r = 0,6 m, escreva o vetor
a aceleração da partícula no instante considerado.
R: – 60 i – 1,5 j

141
Cinemática das Partículas - Dinâmica

6. A velocidade e a aceleração de uma partícula são dadas para um certo


instante por v = i – j + k m/s e a = - i + j - k m/s2.
Determine o ângulo entre v e a, e também a aceleração tangencial at.

R: 180º; √3 m/s2

142
Cinemática das Partículas - Dinâmica

7. Uma partícula P se move ao longo de uma curva espacial e possui


velocidade v = 4i -2j - k (m/s) para o instante mostrado. No mesmo instante a
partícula tem uma aceleração a cujo módulo é 8 m/s2. Calcule o raio de
curvatura ρ da trajetória para essa posição e a taxa com a qual o módulo da
velocidade está aumentando.

R: 7,67 m; 7,52 m/s2

143
Cinemática das Partículas - Dinâmica

8. Partindo do repouso, um bote segue uma trajetória circular de raio ρ = 50 m


com uma velocidade escalar v = (0,2.t2) m/s, onde t é dado em segundos.
Determine os módulos da velocidade e da aceleração do bote no instante
t = 3 s.
R: 1,80 m/s; 1,20 m/s2

144
Cinemática das Partículas - Dinâmica

9. O piloto de um caça F18 da força aérea a voar segundo uma trajetória


circular desmaia se a aceleração normal a que é submetido for superior a 9
vezes a aceleração da gravidade (9g). Se o F18 se deslocar a uma velocidade
de 300 m/s, qual o diâmetro D do círculo mais apertado que o piloto pode
suportar? R: 2,04 Km

145
Cinemática das Partículas - Dinâmica

10. Um bloco de massa m desce um trilho com atrito desprezível passando


pelos pontos A, B, C, D e E, de acordo com a figura, sem perder o contato
com o trilho em nenhum ponto. O trilho é formado por uma parte plana
inclinada e por parte de um círculo. Os pontos C e E são, respectivamente,
os pontos mais baixo e mais alto do círculo. O ponto D se encontra a meia
altura da distância entre C e E. Considerando a Terra como um referencial
inercial, desenhe os vetores velocidade e aceleração do objeto no ponto D.

146
Cinemática das Partículas - Dinâmica

11. Uma partícula executa um movimento curvilíneo de raio R com uma


aceleração de componente tangencial dada por at = a0βt, onde a0 e β são
constantes positivas. Sabendo que no instante t0 = 0 a velocidade escalar é
a0
v0 = , represente num instante de tempo qualquer a velocidade escalar
2
da partícula, v, e a componente centrípeta (ou normal) de sua aceleração.

147
Cinemática das Partículas - Dinâmica

12. Escreva a expressão vetorial para a aceleração a do centro de massa G


do pêndulo simples em coordenadas n-t para o instante em que θ = 60° se
ω = 2 rad/s e α = 2,45 rad/s.
R: 8 en + 4,90 et (m/s2)

148
Cinemática das Partículas
Introdução - DinâmicaI
- Dinâmica

Questão Desafio:
Uma partícula realiza um movimento sem atrito no interior de um trilho de
perfil circular na vertical. O movimento é tal que ela não perde o contato
com o trilho durante todo o trajeto. Represente o vetor velocidade e o vetor
aceleração resultante sobre a partícula nos pontos indicados na figura.

149
Cinemática das Partículas - Dinâmica

150
Cinemática das Partículas - Dinâmica

9 - Coordenadas Polares (r-θ)


Considera-se agora a terceira descrição do movimento curvilíneo plano
em que a partícula é localizada pela distância radial r a partir de um
ponto fixo e por uma medida angular θ até a linha radial.
A figura abaixo mostra as coordenadas polares r e θ que localizam uma
partícula se movendo sobre uma trajetória curva. Uma linha fixa
arbitrária, tal como o eixo x, é usada como referência para as medidas
de θ.

151
Cinemática das Partículas - Dinâmica

Vetores unitários er e eθ são estabelecidos nos sentidos positivos das


direções r e θ, respectivamente. O vetor posição r da partícula em A
tem módulo igual à distância radial r e uma direção especificada pelo
vetor unitário er. Assim, a localização da partícula em A é expressa pelo
vetor:
r = rer

Podemos utilizar a diferenciação dessa relação e o tempo para obter v = dr/dt


152
e a = dv/dt.
Cinemática das Partículas - Dinâmica

Fazendo também uso  das derivadas temporais dos vetores unitários,


v  re r  re
encontramos para a velocidade:
v  re r  re
onde: vr  r
v  r vr  r
v  vr2  v2 v  r

 v v 2
 v 2
a  ( 
r  r  2
Diferenciando a expressão)e r  (rda
  velocidade
 2r )e
r 
temos para a aceleração:

a  (r  r 2 )e r  (r  2r)e


onde: a  r  r 2
r

a  r  2r

ar  r  r 2
a  ar2  a2 v  r  2r
 153
2 2
Cinemática das Partículas - Dinâmica

É importante notar que ar não é igual à derivada em relação ao tempo


de vr e que aθ não é igual à derivada em relação ao tempo de vθ.

No caso de um ponto material que se desloca ao longo de uma


circunferência de centro O, temos r = constante, r  r  0 , e as
fórmulas de velocidade e de aceleração reduzem-se, respectivamente a:

v  re
a  r 2 e r  re
154
Cinemática das Partículas - Dinâmica

Observações:
.
Para descrever o MCU podemos também usar as coordenadas polares!
O arco sobre a trajetória que subentende um ângulo  é: s  R
A posição angular  é uma função do tempo,  (t ) . O arco
descrito em dt é dado por ds  R d . Então:
ds d
vR (v: velocidade tangencial)
dt dt d
R
Define-se assim a velocidade angular  : 
s
d x
 Então: v   R
dt

d :
Se    cte    0   t
dt
155
Cinemática das Partículas
Introdução - DinâmicaI
- Dinâmica

Exercício resolvido 1
O braço AO de 0,9 m de comprimento gira ao redor de O e seu movimento
está definido pela relação θ = 0,15 t2, onde θ está expresso em radianos e t
em segundos. O cursor desliza ao longo do braço, sendo o seu
deslocamento em relação a O dado por r = 0,9 – 0,12t2, onde r é expresso
em metros e t em segundos. Determinar a velocidade e aceleração total do
cursor B após o braço AO ter girado 30º.

156
Cinemática das Partículas
Introdução - DinâmicaI
- Dinâmica

Exercício resolvido 1
Primeiramente achamos t quando θ = 30º:
θ = 0,15t2 → 0,524 = 0,15t2 → t = 1,87 s
Substituindo-se t = 1,87 s nas expressões para r, θ e suas primeiras e
segundas derivadas, temos:

r  0,9  0,12t 2  0,481m   0,15t 2  0,524 rad


r  0,24t  0,449 m / s   0,30t  0,561rad / s
r  0,24  0,240 m / s 2   0,30  0,300 rad / s 2

157
Cinemática das Partículas
Introdução - DinâmicaI
- Dinâmica

Para o cálculo da velocidade, obtemos os valores de suas componentes


quando t = 1,87 s:

vr  r  0,449 m / s
v  r  0,481 .0,561  0,270 m / s

Do triângulo retângulo ilustrado na figura, obtemos o módulo, direção e


sentido da velocidade:
V = 0,524 m/s ; β = 31º

158
Cinemática das Partículas
Introdução - DinâmicaI
- Dinâmica

Para o cálculo da aceleração, fazemos:


a r  r  r 2  a r  0,24  0,481(0,561)2  0,391m / s 2
a  r  2r  a  0,481(0,300 )  2(0,449 .0,561)  0,359 m / s 2
 

Encontramos: a = 0,531 m/s2 ;   42,6º

159
Cinemática das Partículas
Introdução - DinâmicaI
- Dinâmica

Exercício resolvido 2
A posição do cursor P no braço articulado giratório AO é controlada por
um parafuso, como mostrado. No instante representado, dθ/dt = 8 rad/s e
dθ2/dt2 = - 20 rad/s2. Também nesse instante, r = 200 mm,
dr/dt = - 300 mm/s, e dr2/dt2 = 0. Para esse instante, determine as
componentes r e θ da aceleração de P.

ar  r  r 2  0  200 (8) 2  12800 mm / s 2  12,80 m / s 2


a  r  2r  200 (20)  2(300 )(8)  8800 mm / s 2  8,80 m / 160
 s2
Cinemática das Partículas - Dinâmica

Atividades

1. Um brinquedo de um parque de diversões consiste numa cadeira que gira


numa trajetória circular horizontal de raio r presa a um braço OB que possui
velocidade angular ω e aceleração angular α. Determine os componentes
radiais e transversais da velocidade e da aceleração do passageiro. Despreze o
tamanho do passageiro.

161
Cinemática das Partículas - Dinâmica

2. O movimento curvilíneo de uma partícula é governado pelas coordenadas


polares r = t3/3 e θ = 2cos(πt/6), onde r é expresso em metros, θ em radianos e
t em segundos. Especifique a velocidade v e a aceleração a da partícula
quando t = 2 s.
R: v = 4er – 2,42eθ (m/s); a = 1,807er – 7,99eθ (m/s2)

162
Cinemática das Partículas - Dinâmica

3. A rotação do braço pivotado radialmente é governada por θ = 0,2t + 0,02t3


(SI). Simultaneamente, o parafuso no braço movimenta o cursor B e controla a
sua distância a partir de O de acordo com r = 0,2 + 0,04t2 (SI). Calcule o
módulo da velocidade e da aceleração do cursor para o instante t = 3s.

R: v = 0,479 m/s; a = 0,601 m/s2

163
Cinemática das Partículas - Dinâmica

4. Um carro desloca-se numa curva circular de raio r = 300 m. Num dado


instante, sua taxa angular de rotação é ω = 4 rad/s e cresce a uma taxa de
α = 2 rad/s2. Determine o módulo da aceleração do carro nesse instante.
R: 4,837 Km/s2

164
Cinemática das Partículas - Dinâmica

5. O tubo vazado é pivotado em torno de um eixo horizontal que passa no


ponto O e é posto para girar em um plano vertical com uma velocidade
constante no sentido anti-horário ω = 3 rad/s. Se uma partícula de 0,1 Kg está
deslizando no tubo em direção a O com uma velocidade de 1,2 m/s
relativamente ao tubo quando passa pela posição θ = 30º, calcule o módulo N
da força normal exercida pela parede do tubo sobre a partícula nesse instante.
R: 0,1296 N

165
Cinemática das Partículas - Dinâmica

6. O braço OAB é pivotado em torno do ponto O, enquanto simultaneamente a


seção AB se estende em relação à seção OA. Determine a velocidade e a
aceleração do centro B da polia para as seguintes condições: θ = 30º,
ω = 5 graus/s, α = 2 graus/s2, l = 2 m, v = 0,5 m/s, a= - 1,2 m/s2. As grandezas
v e a são a primeira e a segunda derivada no tempo, respectivamente, do
comprimento l da seção AB.
R: 0,5eˆr  0,785eˆ (m / s); 1,269eˆr  0,401eˆ (m / s )
2

166
Cinemática das Partículas
Introdução - DinâmicaI
- Dinâmica

7. O braço AO de 0,9 m de comprimento gira ao redor de O e seu movimento


está definido pela relação θ = 0,15t2 (SI). O cursor B desliza ao longo do
braço, sendo o seu deslocamento em relação a O dado por r = 0,9 – 0,12t2,
no SI. Determine a aceleração total do cursor B após o braço AO ter girado
30º.

167
Cinemática das Partículas - Dinâmica

Questão Desafio:
A haste AO mostrada na figura gira num plano horizontal de modo que
θ = (t3) rad. Ao mesmo tempo, o curso B desliza de O para A, tendo sua
coordenada r variando no tempo de acordo com r = (100t2) mm. Considerando
em ambos os casos t expresso em segundo, determine a velocidade e a
aceleração do cursor para t = 1 s.
R: 361 mm/s; 1930 mm/s2

168
Cinemática das Partículas--Dinâmica
Introdução Dinâmica I

Dinâmica I

Cinemática das Partículas


Movimento Curvilíneo Espacial
1. Introdução
2. Coordenadas Retangulares (x-y-z)
3. Coordenadas Cilíndricas (r-θ-z)
4. Coordenadas Esféricas (R-θ-Φ)
5. Movimento Relativo (Eixos Transladados)
Representação Vetorial 169
Cinemática das Partículas--Dinâmica
Introdução Dinâmica I

1 - Introdução
No caso geral do movimento tridimensional de uma partícula ao longo de
uma curva espacial três sistemas de coordenadas são comumente usados para
descrever esse movimento:
Coordenadas retangulares (x-y-z), cilíndricas (r-θ-z) e esféricas (R-θ-Φ)!

170
Cinemática das Partículas--Dinâmica
Introdução Dinâmica I

2 - Coordenadas Retangulares (x-y-z)

A extensão de duas para três dimensões não oferece grandes dificuldades.


Adiciona-se apenas a coordenada z e suas derivadas no tempo às expressões
bidimensionais já vistas; de tal modo que o vetor posição R, a velocidade v e a
aceleração a se tornam:

R  xiˆ  yˆj  zkˆ
 
v  R  xiˆ  yˆj  zkˆ
  
a  v  R  xiˆ  yˆj  zkˆ

Obs. Note que em três dimensões está-se empregando R no lugar de r para o


vetor posição. 171
Cinemática das Partículas--Dinâmica
Introdução Dinâmica I

3 - Coordenadas Cilíndricas (r-θ-z)


No sistema de coordenadas cilíndricas um ponto P é representado por uma
tripla (r-θ-z), onde (r-θ) representa um ponto em coordenadas polares e z é a
terceira coordenada usual do sistema cartesiano. Basta, então, acrescentar a
coordenada z e suas duas derivadas no tempo. O vetor posição R da partícula
para coordenadas cilíndrica é simplesmente: R = rer + zk

172
Cinemática das Partículas--Dinâmica
Introdução Dinâmica I

A velocidade pode ser escrita como: v  reˆr  reˆ  zkˆ
onde:
vr  r
v  r
v z  z
v  vr2  v2  v z2
Do mesmo modo, a aceleração é escrita pela adição da componente z, que fornece:

a  (r  r 2 )ê r  (r  2r)ê  zkˆ

onde:
ar  r  r 2
a  r  2r

a z  z
a  ar2  a2  a z2
173
Cinemática das Partículas--Dinâmica
Introdução Dinâmica I

Para converter do sistema de coordenadas cilíndricas para o sistema cartesiano


usamos as relações:
x = r cos θ y = r sen θ z=z

Para passar do sistema de coordenadas cartesianas cilíndricas para o sistema de


coordenadas cilíndricas usamos as relações:
r2 = x 2 + y 2 tan θ = y/x z=z 174
Cinemática das Partículas--Dinâmica
Introdução Dinâmica I

4 - Coordenadas Esféricas (R-θ-Φ)


As coordenadas esféricas são utilizadas quando uma distância radial e dois
ângulos são empregados para especificar a posição de uma partícula, como no
caso de medidas através de radares, por exemplo. São denotadas pela tripla
(R-θ-Φ) e localizam um ponto P no espaço dando a distância R da origem, o
ângulo θ projetado sobre o plano xy (o ângulo polar) e o ângulo Φ que o raio
R faz com o eixo positivo z (o ângulo vertical).

175
Cinemática das Partículas--Dinâmica
Introdução Dinâmica I

A derivação da expressão para a velocidade v é obtida definindo-se os vetores


unitários eR, eθ, eΦ. O unitário eR está na direção em que a partícula P pode-se
mover se R aumenta, mas θ e Φ são mantidos constantes. O vetor unitário eθ
está na direção na qual P pode-se mover se θ aumenta, enquanto R e Φ são
mantidos constantes. Finalmente, o unitário eΦ está na direção na qual P pode-
se mover se Φ aumenta, enquanto R e θ são mantidos constantes.

As expressões resultantes para v e a são:


 
v  vR eˆR  v eˆ  v eˆ a  aR êr  a ê  a ê

vR  R   R 2  R 2 cos2 


aR  R

v  R cos cos d ( R 2)


a   2 Rsen 
R dt
v  R

1 d ( R 2)
a   R 2 sen  cos
R dt 176
Cinemática das Partículas--Dinâmica
Introdução Dinâmica I

Para converter um ponto em coordenadas esféricas P (R-θ-Φ) para


coordenadas cartesianas usamos as relações:
x = r sen Φ cos θ y = r sen Φ sen θ z = r cos Φ

Para converter um ponto P (x,y,z) em coordenadas cartesianas para coordenadas


polares usamos as relações:
r2 = x2 + y2 + z2 tan θ = y/x cos Φ = z/(x2 + y2 + z2)1/2 177
Cinemática das Partículas--Dinâmica
Introdução Dinâmica I

Geometricamente:

178
Cinemática das Partículas--Dinâmica
Introdução Dinâmica I

Exercício resolvido 1

O parafuso inicia seu movimento do repouso, e é dada uma velocidade de


rotação ω = dθ/dt que aumenta uniformemente com o tempo t de acordo com
dθ/dt = kt, onde k é uma constante. Determine a velocidade ω do centro da
esfera A quando o parafuso tiver girado uma volta completa a partir da
posição de repouso.

O centro da esfera A se move em uma helicóide


sobre a superfície cilíndrica de raio b, e as
1
     dt  kt 2
coordenadas cilíndricas r, θ e z são indicadas. 2
Integrando a relação fornecida para ω temos:      dt  1 kt 2
1 2 2
Para uma volta a partir do repouso: 2  kt
2
 2 
1 2
t2 kt
k 2
 
   kt  tk 22   2 k 179
 k k
Cinemática das Partículas--Dinâmica
Introdução Dinâmica I

Exercício resolvido 2

Uma partícula P se move ao longo de uma curva espacial e possui velocidade


v = 4i - 2j - k m/s para o instante mostrado. No mesmo instante a partícula tem
uma aceleração a cujo módulo é 8 m/s2. Calcule o raio de curvatura ρ da
trajetória para essa posição e a taxa com a qual o módulo da velocidade está
aumentando.


v  4iˆ  2 ˆj  kˆ
v  4 2  2 2  12  4,58m / s
an  asen20 º  8sen 20 º  2,74 m / s 2
v2 v 2 4,58 2
an  ;     7,67 m
 an 2,74
v  at  a cos 20 º  8 cos 20 º  7,52 m / s 2
180
Cinemática das Partículas--Dinâmica
Introdução Dinâmica I

Atividades

1. A velocidade e a aceleração de uma partícula são dadas para um certo


instante por v = 6i – 3j +2k m/s e a = 3i – j – 5k m/s2. Determine o ângulo θ
entre v e a, v , e o raio de curvatura ρ no plano do movimento.

R: θ = 74,6º; v = 1,571 m/s2; ρ = 8,59 m

181
Cinemática das Partículas--Dinâmica
Introdução Dinâmica I

2. O elemento giratório em uma câmara de mistura possui um movimento


periódico axial z = z0 sen 2πnt enquanto está girando com uma velocidade
angular constante    . Determine a expressão para a maior aceleração do
ponto A sobre a borda do êmbolo de raio r. A frequência n da oscilação
vertical é constante.
R: amáx = (r2ω4 + 16n4π4z02)1/2

182
Cinemática das Partículas--Dinâmica
Introdução Dinâmica I

3. A base da escada do caminhão de bombeiros gira em torno de um eixo


vertical que passa por O com uma velocidade angular constante
Ω = 10 graus/s. No mesmo instante, a escada OB se eleva a uma taxa
constante   7 graus/s, e a seção AB da escada se estende em relação a seção
OA com uma taxa constante de 0,5 m/s. No instante em consideração,
Φ = 30º, OA = 9 m, e AB = 6 m. Determine o módulo da velocidade da
extremidade B da escada. R: v = 2,96 m/s

183
Cinemática das Partículas--Dinâmica
Introdução Dinâmica I

5 - Movimento Relativo (Eixos Transladados)


Vimos o movimento de uma partícula usando coordenadas referidas a
eixos de referência fixos. Deslocamentos, velocidades e acelerações
assim determinados são denominados absolutos. Entretanto, não é
sempre possível ou conveniente usar um conjunto de eixos para
descrever ou medir um movimento. Além disso, existem vários
problemas em engenharia para os quais a análise do movimento é
simplificada quando se empregam medidas feitas com relação a um
sistema de referência móvel.

Essas medidas, quando combinadas com o movimento absoluto do


sistema de referência móvel possibilitam determinar o movimento
absoluto em questão.

Essa abordagem é chamada de análise de movimento relativo. 184


Cinemática das Partículas--Dinâmica
Introdução Dinâmica I

O movimento de um sistema de coordenadas móvel é especificado em


relação a um sistema de coordenadas fixo. Estritamente falando, na
mecânica newtoniana esse sistema fixo é o sistema inercial primário, o
qual é considerado como não tendo movimento no espaço.

Para os propósitos da engenharia, o sistema fixo pode ser tomado como


qualquer sistema cujo movimento absoluto é desprezível para o
problema em questão.

Serão então estudados os sistemas de referência móveis que se


transladam mas não giram. 185
Cinemática das Partículas - Dinâmica I

Movimento Relativo (Eixos Transladados)

186
Cinemática das Partículas--Dinâmica
Introdução Dinâmica I

Representação Vetorial
Considere duas partículas A e B que podem ter movimentos curvilíneos
separados em um dado plano ou em planos paralelos. Será definida
arbitrariamente na partícula B a origem de um conjunto de eixos x-y que
se transladam, mas que não giram, observando-se o movimento de A a
partir da posição móvel em B.

187
Cinemática das Partículas--Dinâmica
Introdução Dinâmica I

O vetor posição de A medido relativamente ao referencial x-y é


rA/B = xi + yj, onde a notação em subscrito “A/B” significa “A relativo a B”
ou “A com relação a B”. Os vetores unitários ao longo dos eixos x e y são i
e j, e x e y são as coordenadas de A medidas no referencial x-y. A posição
absoluta de B é definida pelo vetor rB medido a partir da origem dos eixos
X-Y. A posição absoluta de A é vista, desse modo, como determinada pelo
  
rA  rB  rA / B
188
vetor : rA = rB + rA/B ou
Cinemática das Partículas--Dinâmica
Introdução Dinâmica I

Diferencia-se esta equação vetorial uma vez com relação ao tempo,


para obter as velocidades, e duas vezes para obter as acelerações.
Assim: 
     
rA  rB  rA / B  v A  vB  v A / B
r  r  r  a  a  a
A B A/ B A B A/ B

Essas equações estabelecem que a velocidade (ou aceleração) absoluta


de A é igual à velocidade (ou aceleração) absoluta de B somada,
vetorialmente, à velocidade (ou aceleração) de A relativamente a B. O
termo relativo é a medida da velocidade (ou da aceleração) realizada
por um observador conectado ao sistema de coordenadas x-y móvel.

Pode-se expressar os termos do movimento relativo em qualquer sistema de


coordenadas conveniente – retangular, normal e tangencial, ou polar – e as
formulações vistas podem ser utilizadas para esse propósito. 189
Cinemática das Partículas--Dinâmica
Introdução Dinâmica I

Na análise de movimento relativo é importante saber que a aceleração


de uma partícula observada em um sistema x-y que se translada é a
mesma observada em um sistema fixo X-Y se o sistema móvel possui
velocidade constante. Essa conclusão amplia a aplicação da segunda lei
do movimento. Então, um conjunto de eixos que possui velocidade
absoluta constante pode ser usado em lugar de um sistema fixo para a
determinação das acelerações. Um sistema de referência que se
translada, mas não tem aceleração, é chamado de sistema inercial.

Consequentemente, qualquer que seja o movimento da partícula considerada,


a sua aceleração em relação a R, num dado instante, é exatamente igual `a
sua aceleração em relação a R’ nesse instante, desde que se cumpram as
seguintes condições:
(i) que os eixos de R’ permaneçam paralelos aos eixos de R;
(ii) que a origem O’ se mova em MRU relativamente a R. 190
Cinemática das Partículas - Dinâmica I

191
Cinemática das Partículas--Dinâmica
Introdução Dinâmica I

Exercício resolvido 1
Considere o movimento de um nadador que cruza um rio de margens
retilíneas e paralelas entre si. Por simplicidade, vamos supor que todas as
partículas do rio se movam em MRU com a mesma velocidade V em
relação a um referencial solidário às margens.
Relacione a velocidade do nadador em relação às margens com a sua
velocidade em relação a um referencial que se desloca com a mesma
velocidade do rio.

  
vnad  vrio  vnad / rio
  
vnad  V  vnad / rio

vnad  Vx iˆ  v 'y ˆj ' ; ˆj  ˆj '

vnad  Vx iˆ  v 'y ˆj
192
Cinemática das Partículas--Dinâmica
Introdução Dinâmica I

Portanto, a velocidade do nadador em relação às margens (isto é, em relação a


OXY) é diferente de sua velocidade em relação ao rio (isto é, em relação a
O’X’Y’). No caso em questão, não apenas as respectivas direções de v e v’, mas
também seus respectivos módulos são diferentes.
Como v’ = v’yj’, é imediato perceber que a velocidade do nadador em relação a
O’X’Y’ é perpendicular às margens do rio (lembre-se de que estas são paralelas
aos eixos OX e O’X’), enquanto a sua velocidade relativa a OXY é oblíqua em
relação `as margens, ou seja, faz um ângulo menor do que 90º com o eixo OX.
Aplicando o teorema de Pitágoras, vemos que |v|2 = |v’|2 + |V|2.
193
É também imediato perceber que vx = Vx e vy = v’y.
Cinemática das Partículas - Dinâmica I

194
Cinemática das Partículas--Dinâmica
Introdução Dinâmica I

Exercício resolvido 2
Os passageiros de um jato de transporte A voando para leste com uma
velocidade de 800 Km/h observam um segundo avião a jato B, que passa
sob o primeiro em um vôo horizontal. Apesar de o nariz do avião B estar
apontando para a direção nordeste a 45º, para os passageiros de A ele
parece estar se movendo para longe do avião A com um ângulo de 60º,
como mostrado. Determine a real velocidade de B.

195
Cinemática das Partículas--Dinâmica
Introdução Dinâmica I

Pode-se escrever a equação vetorial: vB = vA + vB/A


Identificam-se as incógnitas e as variáveis conhecidas: A velocidade vA é dada em
módulo e direção; a direção 60º de vB/A (direção da velocidade que B parece ter
para os observadores móveis em A); a velocidade verdadeira de B está na direção
de 45º para a qual está se dirigindo. Então as duas incógnitas remanescentes são
os módulos de vB e vB/A.
Pode-se resolver a equação vetorial de três formas:
(I) Gráfica. Inicia-se com a soma vetorial em algum ponto P, desenhando vA em
uma escala conveniente e depois construindo uma linha através da ponta de vA
com a direção conhecida de vB/A. A direção conhecida vB é então desenhada
através de P, e a interseção C fornece a única solução que permite completar o
triângulo vetorial e determinar os módulos desconhecidos de acordo com a escala.

vB/A = 586 Km/h e


vB = 717 Km/h

196
Cinemática das Partículas--Dinâmica
Introdução Dinâmica I

(II) Trigonométrica. Um esboço do triângulo vetorial é feito para determinar a


trigonometria, que fornece

vB vA

sen 60º sen 75º
sen 60º
vB  800  717 Km / h
sen 75º

Deve-se estar preparado para empregar relações trigonométricas apropriadas


197
necessárias à lei dos senos.
Cinemática das Partículas--Dinâmica
Introdução Dinâmica I

(III) Algébrica (álgebra vetorial). Usando os vetores i e j, pode-se expressar as


velocidades na forma vetorial como

vA = 800i Km/h
vB = (vB cos 45º)i + (vB sen 45º)j Km/h
vB/A = (- vB/A cos 60º)i + (vB/A sen 60º)j Km/h

substituindo essas relações na equação de velocidade relativa e resolvendo


separadamente os termos i e j, tem-se

(termos i) vB cos 45º = 800 – vB/A cos 60º


(termos j) vB sen 45º = vB/A sen 60º

Resolvendo simultaneamente conseguem-se os módulos desconhecidos das


velocidades
vB/A = 586 Km/h e vB = 717 Km/h 198
Cinemática das Partículas--Dinâmica
Introdução Dinâmica I

Exercício resolvido 3
O passageiro do avião B está voando para leste com uma velocidade
vB = 800 Km/h. Um jato militar se deslocando para o sul com uma
velocidade vA = 1200 Km/h passa sob B a uma altitude ligeiramente
menor. Que velocidade A parece ter para um passageiro em B e qual é a
direção da sua velocidade aparente?

  
v A  vB  v A / B

v A / B  (1200 ) 2  (800 ) 2  1442 Km / h
800
  tag 1
 33,7º 199
1200
Cinemática das Partículas--Dinâmica
Introdução Dinâmica I

Atividades
1. Um trem, viajando a uma velocidade de 60 m/h, cruza uma rodovia,
como mostrado na figura. Se o automóvel A trafega a 45 m/h, determine o
vetor velocidade (módulo, direção e sentido) do trem em relação ao
automóvel.
R: vT/A = 42,5 m/h

200
Cinemática das Partículas
Introdução - DinâmicaI
- Dinâmica

2. Um passageiro num automóvel a 60 Km/h observa que as gotas de


chuva formam um ângulo de 30º com a horizontal. Calcule a velocidade
constante vr da chuva supondo que ela cai verticalmente.
R: 34,64 Km/h

201
Cinemática das Partículas--Dinâmica
Introdução Dinâmica I

3. Uma mulher anda em uma rua de leste para oeste com uma velocidade
de 6 Km/h. O vento sopra de noroeste, como mostra a figura, com
velocidade de 4 Km/h. Determine a velocidade do vento relativa à mulher
se ela anda para oeste. Expresse os resultados tanto em termos dos vetores
unitários i e j quanto dos módulos e direções da bússola.
R: vv/m = 8,83i – 2,83j (Km/h);
vv/m = 9,27 (Km/h); θ = 17,76º

202
Cinemática das Partículas--Dinâmica
Introdução Dinâmica I

4. O carro A percorre uma curva de raio 150 m com uma velocidade


constante de 54 Km/h. No instante representado, o carro B está se
movendo a 81 Km/h, mas está diminuindo sua velocidade a uma razão de
3m/s2. Determine a velocidade e a aceleração do carro A nas coordenadas a
partir do carro B. R: vA/B = 15i - 22j (m/s); aA/B = 4,5j (m/s2)

203
Cinemática das Partículas--Dinâmica
Introdução Dinâmica I

5. O avião A mostrado na figura está voando numa trajetória retilínea,


enquanto o avião B está voando numa trajetória circular de raio de
curvatura ρ = 400 Km. Determine a velocidade e a aceleração de B
medidas pelo piloto do avião A.
R: vB/A = – 100 Km/h; aB/A = 912 Km/h2

204
Cinemática das Partículas--Dinâmica
Introdução Dinâmica I

6. Num dado instante, os carros A e B deslocam-se com velocidades de


18 m/s e 12 m/s, respectivamente. Determine a velocidade e a aceleração
de B em relação a A.
R: 9,69 m/s; 5,32 m/s2

205
Cinemática das Partículas--Dinâmica
Introdução Dinâmica I

7. Considerando o problema anterior, determine a aceleração do carro B


em relação a A, sabendo que A está desacelerando a uma taxa de 2 m/s2 e B
está acelerando a uma taxa de 3 m/s2,
R: aB/A = 5,32 m/s2

206
Cinemática das Partículas--Dinâmica
Introdução Dinâmica I

8. O trem A se desloca com uma velocidade constante vA = 100 Km/h ao longo


de um trilho reto e nivelado. O motorista do carro B, sabendo do cruzamento
de nível com a linha férrea em C, diminui a velocidade do carro de 80 Km/h a
uma taxa de 2 m/s2. Determine a velocidade e a aceleração do trem
relativamente ao carro.
R: (56,59 i – 43,40 j) Km/h; (i + 1,73 j) m/s2

15º

207
Cinemática das Partículas--Dinâmica
Introdução Dinâmica I

9. Dois aviões, A e B, voam à mesma altitude. Suas velocidades são


vA = 600 Km/h e vB = 500 Km/h, respectivamente, e seus cursos retilíneos
formam uma ângulo θ = 75º. Determine a velocidade de B em relação à
aeronave A.

208
Cinemática das Partículas--Dinâmica
Introdução Dinâmica I

Questão Desafio:
Um carro A possui uma velocidade para frente de 18 Km/h, e está sendo
acelerado a 3 m/s2. Determine a velocidade e a aceleração do carro relativa
a um observador B, que está sentado em uma cadeira não-girante na roda
gigante. A velocidade angular Ω = 3 rpm da roda-gigante é constante.
R: vA/B = 3i + 2j (m/s); aA/B = 3,63i + 0,628j (m/s2)

209
Cinemática das Partículas--Dinâmica
Introdução Dinâmica I

Dinâmica I

Cinemática das Partículas

Movimento Restrito de Partículas Conectadas

1. Introdução

2. Um grau de liberdade

3. Dois graus de liberdade

Atividades
210
Cinemática das Partículas--Dinâmica
Introdução Dinâmica I

1 - Introdução

Algumas vezes os movimentos de partículas são interrelacionados


devido às restrições impostas por membros de interconexão. Nesses
casos é necessário levar em conta essas restrições, de modo a
determinar o respectivo movimento das partículas.

211
Cinemática das Partículas--Dinâmica
Introdução Dinâmica I

2 - Um grau de liberdade
Considere inicialmente o sistema bastante simples de duas partículas A e B
interconectadas. Deve ser evidente, por inspeção, que o movimento
horizontal de A é o dobro do movimento vertical de B. Entretanto, esse
exemplo será usado para ilustrar o método de análise que deve ser aplicado
às situações mais complexas, em que os resultados não podem ser
facilmente obtidos por inspeção.

212
Cinemática das Partículas--Dinâmica
Introdução Dinâmica I

O movimento de B é claramente o mesmo do centro da sua polia, então são


estabelecidas as coordenadas x e y medidas a partir de uma referência fixa
conveniente. O comprimento total do cabo é
r2
L  x  2 y  r1  b
2
Com L, r2, r1 e b constantes, a primeira e a segunda derivadas do tempo da
equação fornecem
0  x  2 y  0  v A  2vB
0  x  2 y  0  a A  2aB
213
Cinemática das Partículas--Dinâmica
Introdução Dinâmica I

As equações de restrição da velocidade e da aceleração indicam que, para


as coordenadas selecionadas, a velocidade de A deve ter um sinal contrário
daquele da velocidade de B, e o mesmo ocorre para as acelerações. A
equações de restrição são válidas para o movimento do sistema em
qualquer sentido. Enfatiza-se que v A  x é positiva para a esquerda e que
v B  y é positiva para baixo.

É importante salientar que os resultados não dependeram dos


comprimentos ou dos raios das polias. Assim, deve-se ser capaz de
analisar o movimento sem considerar esses parâmetros.
214
Cinemática das Partículas--Dinâmica
Introdução Dinâmica I

Abaixo temos aumentada a vista do diâmetro horizontal A’B’C para a polia


de baixo em um instante de tempo. Logicamente A’ e A possuem
movimentos de mesmo módulo, assim como B e B’.

Durante um movimento infinitesimal de A’, é fácil ver do triângulo que B’


percorre a metade do deslocamento de A’, porque o ponto C, como um
ponto sobre a parcela fixa do cabo, momentaneamente não tem
movimento. Assim, com a diferenciação no tempo em mente, pode-se
obter as reações para os módulos da velocidade e da aceleração por
inspeção.
A polia, na verdade, é uma roda que rola sobre o cabo vertical fixo. Diz-se
que o sistema apresentado tem um grau de liberdade, uma vez que apenas
uma variável, ou x ou y, é necessária para especificar as posições de todas as
partes dos sistema. 215
Cinemática das Partículas--Dinâmica
Introdução Dinâmica I

3 - Dois graus de liberdade


Um sistema com dois graus de liberdade é mostrado na figura abaixo.
Aqui as posições do cilindro de baixo e da polia C dependem da
especificação separada de duas coordenadas, yA e yB.

Os comprimentos dos cabos conectados aos cilindros A e B podem ser


escritos, respectivamente, como L  y  2 y  const.
A A D

LB  y B  yC  ( yC  y D )  const. 216
Cinemática das Partículas--Dinâmica
Introdução Dinâmica I

e suas derivadas no tempo são

0  y A  2 y D  0  y B  2 y C  y D
0  yA  2 yD  0  yB  2 yC  yD

Eliminando os termos em y D e yD tem-se

y A  2 y B  4 y C  0  v A  2vB  4vC  0
yA  2 yB  4 yC  0  a A  2aB  4aC  0

Uma visualização da real geometria do movimento é aspecto muito


importante. Nota-se, por exemplo, que é claramente impossível ter os
sinais de todos os três termos simultaneamente positivos. Deve-se adotar
um único sentido positivo do movimento para todos os corpos.
217
Cinemática das Partículas--Dinâmica
Introdução Dinâmica I

Exercício resolvido 1
O bloco B desliza para a direita com a velocidade de 300 mm.s-1.
Calcule as velocidades do corpo deslizante A e do ponto C dos cabos.

Considerando os deslocamentos constantes representado, podemos escrever:

dxA dx 2v
3x A  2 xB  cte  3  2 B  vA  B
dt dt 3
Como vB = 300 mm/s → vA = 200 mm/s

Para encontrar a velocidade do ponto C:


dxA dxC
3x A  xC  cte  3   vC 218
 3v A
dt dt
Cinemática das Partículas--Dinâmica
Introdução Dinâmica I

Exercício resolvido 2
O trator A é usado para suspender o pacote B com o arranjo de polias
mostrado. Se A possui uma velocidade para a frente vA, determinar uma
expressão para a velocidade para cima vB do pacote em termos de x.

Define-se a posição do trator pela x e a


posição do pacote pela coordenada y, ambas
medidas a partir de uma referência fixa. O
comprimento total constante do cabo é:

L  2( h  y )  l  2( h  y )  h 2  x 2
1 2 xx
0  2 y 

2 h2  x2
v A  x; vB  y
1 xv A
vB 
2 h2  x2 219
Cinemática das Partículas--Dinâmica
Introdução Dinâmica I

Atividades

1. A figura mostra um exemplo de movimento dependente de dois blocos.


Escreva a velocidade e aceleração do bloco B em função do bloco A.

220
Cinemática das Partículas--Dinâmica
Introdução Dinâmica I

2. Determine a velocidade do bloco A mostrado na figura, supondo que o


bloco B sobe com velocidade de 6 pés/s.
R: v = 18 pés/s

221
Cinemática das Partículas--Dinâmica
Introdução Dinâmica I

3. Se o bloco B tem uma velocidade para a esquerda de 1,2 m/s, determine


a velocidade do cilindro A.
R: vA = 0,4 m/s para baixo

222
Cinemática das Partículas--Dinâmica
Introdução Dinâmica I

4. Determine a velocidade do bloco A, supondo que o bloco B tem uma


velocidade de 6 pés/s para cima.
R: v = 24 pés/s

223
Cinemática das Partículas--Dinâmica
Introdução Dinâmica I

5. Um caminhão equipado com um guincho motorizado na sua parte


dianteira puxa a si mesmo em uma ladeira, por meio do arranjo de um
cabo e uma polia mostrados na figura. Se o cabo está sendo enrolado no
tambor com uma taxa constante de 40 mm/s, quanto tempo levará para o
caminhão subir 4 m na ladeira?
R: t = 3 min 20 s

224
Cinemática das Partículas--Dinâmica
Introdução Dinâmica I

6. Determine a relação que governa a aceleração de A, B e C, todas


medidas positivas para baixo. Identifique o número de graus de liberdade.

R: 2aA + 2aB + aC = 0

225
Cinemática das Partículas--Dinâmica
Introdução Dinâmica I

7. O engradado está sendo elevado por meio do sistema de cabos, polias e


motor, como mostrado na figura. Determine a velocidade com que o cabo
deve ser enrolado na polia do motor para que o engradado suba pelo plano
inclinado com uma velocidade constante de 4 m/s.

226
Cinemática das Partículas--Dinâmica
Introdução Dinâmica I

Questão Desafio:
Despreze os diâmetros das polias pequenas e estabeleça uma relação entre
a velocidade de A e a velocidade de B para um dado valor de y.
3y
R: vB   vA
2 y b
2 2

227
Cinemática das Partículas--Dinâmica
Introdução Dinâmica I

Agora você deve tentar resolver esse super simulado para a


avaliação V1!
Ele traz diversas questões que abrangem todos os assuntos
estudados até agora. Faça uso da formulação vista durante seus
estudos sobre Cinemática de Partículas. Utilize sempre que
necessário g = 9,81 m/s2.
Aproveite esta oportunidade para se preparar bem para a V1...

Bons estudos!

228
Cinemática das Partículas--Dinâmica
Introdução Dinâmica I

Questão 1.

Uma partícula se move ao longo do eixo x com uma velocidade inicial


vx = 50 m/s na origem quando t = 0. Para os primeiros 4 segundos a
partícula não possui aceleração, e após esse intervalo de tempo ela sofre
a ação de uma força retardadora que fornece uma aceleração constante
ax = - 10 m/s2.
Calcule a velocidade da partícula para as condições de t = 5 s e t = 10 s.

R: 40 m/s; - 10 m/s

229
Cinemática das Partículas--Dinâmica
Introdução Dinâmica I

Questão 2.

A aceleração de um ponto material em movimento retilíneo é definida


por a = (2t - 9) m/s2, onde t é dado em segundos. Considere que em
t = 0 s, s = 1 m e v = 10 m/s.
Determine, quando t = 9 s, a distância total que o ponto percorre e sua
velocidade.

230
Cinemática das Partículas--Dinâmica
Introdução Dinâmica I

Questão 3.
Um saquinho sai de uma calha como mostrado na figura com velocidade
horizontal de 12 m/s. Se a saída da calha está a 6 m de altura, determine
o tempo necessário para o saquinho atingir o piso e o alcance x onde os
saquinhos se empilham.

231
Cinemática das Partículas--Dinâmica
Introdução Dinâmica I

Questão 4.

Dispara-se um projétil com velocidade inicial v0, a um ângulo de 20º


com a horizontal, como mostra a figura. Determine a faixa de valores de
v0 para que o projétil atinja o espaço restrito entre os pontos B e C.

R: 214 - 231

232
Cinemática das Partículas--Dinâmica
Introdução Dinâmica I

Questão 5.
Dispara-se um projétil com uma velocidade inicial de 305 m/s contra um
balão-alvo localizado a 305 m do chão. Considerando-se que o projétil
atinge o balão, determine a distância d e o tempo de vôo do projétil.

233
Cinemática das Partículas--Dinâmica
Introdução Dinâmica I

Questão 6.
O motorista de um caminhão tem uma aceleração de 0,4g, conforme o
caminhão passa no topo A de uma elevação da estrada com uma
velocidade constante. O raio de curvatura da estrada no topo da elevação
é 98 m, e o centro de massa G do motorista (considerado uma partícula)
está 2 m acima da estrada. Calcule o módulo v da velocidade do
caminhão.
R: 19,8 m/s

234
Cinemática das Partículas--Dinâmica
Introdução Dinâmica I

Questão 7.

Um carro a 90 Km/h encontra-se numa curva a 400 m de raio. Num dado


instante, o motorista freia o carro, imprimindo-lhe uma desaceleração
constante de 1,2 m/s2. Determine a aceleração total do veículo:

a) imediatamente após ter sido aplicado o freio do carro;


b) 5 s mais tarde.

R: 1,97 m/s2 ; 1,5 m/s2

235
Cinemática das Partículas--Dinâmica
Introdução Dinâmica I

Questão 8.

Um bote está se deslocando numa trajetória circular de 20 m de raio.


Determine o módulo da aceleração do bote quando sua velocidade
escalar é v = 5 m/s e está aumentando a uma taxa de 2 m/s2.

236
Cinemática das Partículas--Dinâmica
Introdução Dinâmica I

Questão 9.
Num dado instante, um avião a jato tem uma velocidade de 400 m/s e
uma aceleração de 70 m/s2 orientada como se mostra na figura.
Determine a taxa de aumento da velocidade do avião e o raio de
curvatura ρ de sua trajetória.

237
Cinemática das Partículas--Dinâmica
Introdução Dinâmica I

Questão 10.
O movimento de rotação da haste OA, em torno de O, é definido pela
relação θ = t3 - 4t, onde θ é dado em radianos e t em segundos. O cursor
B desliza por OA de modo que sua distância a O é r = 25t3 - 50t2, onde r
é expresso em milímetros e t em segundos. Determine para o cursor sua
velocidade e sua aceleração total no instante t = 1 s.
R: 35,35 mm/s; 125 mm/s2

238
Cinemática das Partículas--Dinâmica
Introdução Dinâmica I

Questão 11.

Um ponto material move-se numa trajetória circular de raio igual a 4 m.


Sua posição como função do tempo é dada por θ = cos 2t, onde θ é dado
em radianos e t, em segundos. Determine o módulo da aceleração do
ponto para θ = 30º.

239
Cinemática das Partículas--Dinâmica
Introdução Dinâmica I

Questão 12.
O movimento de um ponto material sobre a superfície lateral de um
cilindro circular reto é definido por R = A, θ = 2πt e Z = B.sen(2πnt),
onde A e B são constantes positivos e n é um inteiro. Sendo n = 10,
determine os módulos da velocidade e da aceleração do ponto, em
função de t.

240
Cinemática das Partículas--Dinâmica
Introdução Dinâmica I

Questão 13.
O movimento de uma caixa B transportada por uma esteira helicoidal é
definido pelo vetor de posição r =[0,5.sen(2t) i + 0,5.cos(2t) j - 0,2t k]m,
onde t é dado em segundos e os argumentos das funções trigonométricas,
em radianos (π rad = 180º). Determine os módulos da velocidade e da
aceleração da caixa quando t = 0,75 s.

241
Cinemática das Partículas--Dinâmica
Introdução Dinâmica I

Questão 14.
O automóvel A passa pelo cruzamento após o automóvel B ter passado
pelo mesmo cruzamento. Ambos os veículos trafegam com velocidades
constantes. Determine a velocidade de B em relação a A.

242
Cinemática das Partículas--Dinâmica
Introdução Dinâmica I

Questão 15.
Dois botes deixam a praia simultaneamente e se deslocam segundo as
direções mostradas na figura. Se vA = 20 m/s e vB = 15 m/s, determine a
velocidade de A em relação ao bote B.

243
Cinemática das Partículas--Dinâmica
Introdução Dinâmica I

Questão 16.
Num dado instante, o ciclista A trafega a 7 m/s no trecho curvo da pista,
aumentando sua velocidade a uma taxa de 0,5 m/s2. O ciclista B,
trafegando no trecho retilíneo a 8,5 m/s, aumenta sua velocidade a uma
taxa de 0,7 m/s2. Determine a velocidade de A em relação a B nesse
instante.t

244
Cinemática das Partículas--Dinâmica
Introdução Dinâmica I

Questão 17.
Num dado instante, o jogador A lança uma bola C com velocidade de
20 m/s na direção mostrada na figura. O jogador B possui uma
velocidade constante de 5,75 m/s, na mesma direção e sentido do
lançamento, e consegue apanhar a bola à mesma altura a que ela foi
arremessada. Calcule a velocidade e a aceleração da bola em relação ao
jogador B no instante em que este a apanha.
R: 17,83 m/s; 9,81 m/s2

245
Cinemática das Partículas--Dinâmica
Introdução Dinâmica I

Questão 18.
Determine a velocidade do bloco A mostrado na figura, supondo que o
bloco B sobre com velocidade de 6 m/s.

246
Cinemática das Partículas--Dinâmica
Introdução Dinâmica I

Questão 19.

Se a extremidade do cabo em A mostrado na figura é puxada para baixo


com velocidade de 2 m/s, determine a velocidade com que o bloco B
sobe.

247
Cinemática das Partículas--Dinâmica
Introdução Dinâmica I

Questão 20.

O bloco A do sistema de polias está se movimentando para baixo com


uma velocidade de 4 m/s, enquanto C está subindo com uma velocidade
de 2 m/s. Determine a velocidade de B.

248
Dinâmica I
“Cinética de Partículas”
Movimentos Retilíneo e Curvilíneo

Prof. DSc. Valtency F. Guimarães

249
Cinética das Partículas - Dinâmica

Dinâmica I
Cinética de Partículas

1. Introdução

2. Segunda Lei de Newton

3. Sistema de Unidades

4 - Equação de Movimento e Solução de Problemas

5 - Diagrama de Corpo Livre

6 - Movimento Retilíneo
Exercícios resolvidos
250
Atividades
Cinética das Partículas - Dinâmica

1 - Introdução

De acordo com a segunda lei de Newton, uma partícula irá acelerar quando
estiver sujeita a forças não equilibradas. A Cinética é o estudo das relações
entre as forças desequilibradas e as variações resultantes no movimento.

A Cinética das Partículas requer que sejam combinados os conhecimentos


das propriedades das forças e da cinemática. Com o auxílio da segunda lei
de Newton, pode-se combinar esses dois tópicos e resolver problemas de
engenharia envolvendo forças, massa e movimento.

251
Cinética das Partículas - Dinâmica

2 - Segunda Lei de Newton


A relação básica entre força e aceleração se encontra na segunda lei de
Newton F = ma, cuja verificação é inteiramente experimental.
Se uma partícula de massa for submetida à ação de uma força F1, a razão
dos módulos da força e da aceleração adquirida por essa partícula F1/a1
será algum número C1 cujo valor depende das unidades usadas para as
medidas de força e aceleração. Submetendo-se a mesma partícula a uma
força diferente F2 e medindo a correspondente aceleração a2, a razão F2/a2
dos módulos irá novamente produzir um número C2. Essa experiência pode
ser repetida inúmeras vezes.
Destaca-se que as razões da força aplicada pela correspondente aceleração
são todas iguais a um mesmo número, desde que as unidades empregadas
para as medidas não sejam alteradas. Assim:
F1 F2 F
  ...   C 252
a1 a2 a
Cinética das Partículas - Dinâmica

Conclui-se que a constante C é uma medida de alguma propriedade


invariante da partícula. Essa propriedade é a inércia da partícula, que é a
resistência a taxas de variação de velocidade. Para uma partícula de alta
inércia (C grande), a aceleração será pequena para uma dada força F. Por
outro lado, se a inércia é pequena, a aceleração será grande. A massa m é
usada como uma medida quantitativa da inércia e, desse modo, pode-se
escrever a expressão C = km, onde k é uma constante introduzida para
levar em conta as unidades empregadas. Assim, pode-se expressar a
relação obtida:
F = kma
onde F é o módulo da resultante de forças atuando sobre a partícula de
massa m, e a é o módulo da aceleração resultante da partícula. A
aceleração está sempre na direção da força aplicada. Assim, a equação
anterior se torna uma relação vetorial, e deve ser escrita:
 
F = kma ou F  kma 253
Cinética das Partículas - Dinâmica

254
Cinética das Partículas - Dinâmica

3 - Sistema de Unidades
É normal adotar k igual à unidade na equação anterior, colocando assim a
relação na forma usual da segunda lei de Newton

F = ma

Um sistema de unidades para o qual k é unitário é conhecido como um


sistema cinético. Assim, para um sistema cinético as unidades de força,
massa e aceleração não são independentes. Nas unidades SI, as unidades
de força (Newtons, N) são obtidas da segunda lei de Newton a partir das
unidades básicas de massa (quilograma, Kg) vezes aceleração (metros por
segundo ao quadrado, m/s2). Esse sistema é conhecido como absoluto, uma
vez que a unidade para a força é dependente do valor absoluto da massa.
255
Cinética das Partículas - Dinâmica

4 - Equação de Movimento e Solução de Problemas


Quando uma partícula de massa m está sujeita à ação de forças
concorrentes F1, F2, F3,... Cujo vetor soma é ∑F, a equação se torna

∑F = ma

Quando se aplica essa relação para resolver problemas, em geral ela é


expressa em sua forma escalar em componentes empregando um dos
sistemas de coordenadas já desenvolvidos. A escolha de um sistema de
coordenadas apropriado depende do tipo de movimento envolvido, e é uma
etapa vital na formulação de qualquer problema.

A equação acima, ou qualquer uma das formas em componentes da


equação força-massa-aceleração, é comumente chamada de equação de
256
movimento.
Cinética das Partículas - Dinâmica
São encontrados dois tipos de problemas quando se aplica a equação de
movimento. No primeiro tipo, a aceleração da partícula é especificada ou
pode ser determinada diretamente das condições cinemáticas conhecidas.
Determinam-se então as forças correspondentes que atuam sobre a
partícula diretamente, através da substituição na equação da segunda lei.
Esse problema geralmente é muito simples.

No segundo tipo de problema, as forças agindo sobre a partícula são


especificadas e deve-se determinar o movimento resultante. Se as forças
são constantes, a aceleração também é constante e é facilmente encontrada
a partir da equação. Quando as forças são funções do tempo, posição ou
velocidade, a equação de movimento se torna uma equação diferencial que
deve ser integrada para determinar a velocidade e o deslocamento. Estes
tipos de problemas são normalmente mais interessantes, uma vez que a
257
força pode ser uma função mista de duas ou mais variáveis do movimento.
Cinética das Partículas - Dinâmica
Comentário
Existem dois tipos fisicamente de movimento, ambos descritos pela equação de
movimento. O primeiro tipo é o movimento sem restrição, em que a partícula está
livre de guias mecânicos e segue uma trajetória determinada por seu movimento
inercial e pelas forças que são aplicadas por fontes externas sobre ela. Um avião
ou um foguete em voo e um elétron se movendo em um campo carregado são
exemplos de movimento sem restrição.
O segundo tipo é o movimento restrito, em que a trajetória da partícula é parcial
ou totalmente determinada por guias restritivos. Um disco de hóquei é
parcialmente restrito a se mover em um plano horizontal pela superfície do gelo.
Um trem se movendo sobre seus trilhos e um cursor deslizando ao longo de um
eixo fixo são exemplos de movimentos mais restritos.
Algumas forças agindo sobre uma partícula durante o movimento restrito podem
ser aplicadas por fontes externas, e outras podem ser as reações das guias
restritivas sobre a partícula. Todas as forças, tanto as aplicadas quanto as reativas,
que atuam sobre a partícula dever ser levadas em conta na aplicação da equação
258
de movimento ∑F = ma.
Cinética das Partículas - Dinâmica

5 - Diagrama de Corpo Livre


Quando se aplica qualquer uma das equações de movimento força-massa-
aceleração, deve-se levar em conta todas as forças atuando sobre a
partícula. Forças que podem ser desprezadas são aquelas cujos módulos
são muito pequenos quando comparados com outras forças agindo sobre a
partícula, como os módulos das forças de atração entre duas partículas
comparadas às atrações devidas a corpos celestiais, como a Terra e o Sol. A
soma ∑F da equação significa a soma vetorial de todas as forças atuando
sobre a partícula em questão.

A maneira confiável de levar em conta, de forma consistente, todas as


forças é isolar a partícula em consideração de todos os corpos em contato
que a influenciam e substituir os corpos removidos pelas forças que eles
exercem sobre a partícula isolada.
259
Cinética das Partículas - Dinâmica
O objetivo principal do diagrama de corpo livre é mostrar as forças que
atuam em um corpo de forma clara, lógica e organizada. Consiste em
separar o “corpo de interesse” de todos os corpos do sistema com o qual
ele interage. Neste corpo isolado (partícula) são representadas todas as
forças que nele atuam assim como as forças de interação.

O emprego cuidadoso e consistente do método do diagrama de corpo livre


é a mais importante das lições a ser aprendida no estudo da engenharia
mecânica.

A palavra “livre” enfatiza a ideia de que todos os corpos adjacentes ao


estudado são removidos e substituídos pelas forças que exercem no corpo
em questão.
 Destaca-se que sempre que há o contato entre dois corpos deve-se levar
em conta o princípio da ação e reação. 260
Cinética das Partículas - Dinâmica

Exemplos de corpos e representações dos diagramas de corpo livre para


análises dos movimentos:

261
Cinética das Partículas - Dinâmica
Observação:

Deve-se enfatizar acentuadamente a partícula a ser isolada e sua representação


através de correto diagrama de corpo livre. Somente após esse passo ter sido
completado, pode-se avaliar adequadamente a equivalência entre as forças
externas e suas resultantes. De igual importância na análise de movimentos
retilíneos ou curvilíneos, é a compreensão da cinemática envolvida. Muito
frequentemente as dificuldades experimentadas nesses estudos estão
relacionadas diretamente com cinemática. Deve ser reconhecido, na
formulação da solução de um problema que as direções de certas forças ou
acelerações não sejam conhecidas no começo, de tal modo que, seja necessário
fazer hipóteses iniciais cujas validades serão aprovadas ou desaprovadas,
quando a solução é efetuada. É essencial, entretanto, que todas as hipóteses
feitas sejam coerentes com o princípio da ação e reação e com quaisquer
requisitos cinemáticos, que também são chamados de condições de
262
construção.
Cinética das Partículas - Dinâmica

6 - Movimento Retilíneo
Aplicam-se agora os conceitos discutidos aos problemas de movimento de
partículas, iniciando com o movimento retilíneo. Serão analisados corpos
que podem ser tratados como partículas; para isso serão fonte de estudo
apenas o movimento do centro de massa do corpo. Nesse caso, pode-se
considerar as forças como concorrentes no centro de massa.
Se a direção x, por exemplo, for escolhida como a direção do movimento
retilíneo de uma partícula de massa m, as acelerações nas direções y e z
serão nulas e as componentes escalares da equação ∑F = ma tornam-se :
∑Fx = max
∑Fy = 0
∑Fz = 0 263
Cinética das Partículas - Dinâmica

Para os problemas em que não há liberdade de escolha da direção ao longo


da qual ocorre o movimento, tem-se o caso geral de todas as três equações
das componentes:

∑Fx = max
∑Fy = may
∑Fz = maz
Onde a aceleração e a resultante de forças são dadas por:

a  a x iˆ  a y ˆj  a z kˆ

a  ax  a y  az
2 2 2


F  Fx iˆ  Fy ˆj  Fz kˆ
F  (Fx ) 2  (Fy ) 2  (Fz ) 2
264
Cinética das Partículas - Dinâmica

Forças no Movimento Retilíneo

265
Cinética das Partículas - Dinâmica
Exercício resolvido 1
Um caixote de 50 Kg é lançado ao longo do chão com uma velocidade
inicial de 7 m/s em x = 0. O coeficiente de atrito dinâmico é 0,40. Calcule
o tempo necessário para o caixote parar e a correspondente distância x
percorrida.

266
Cinética das Partículas - Dinâmica

Após desenhar o diagrama de corpo livre para o caixote aplica-se a equação do


movimento para as direções x e y.

Fy  0  N  mg  0; N  mg 
 
Fx  max   Fatrito  max    din N  max 
  din mg  max  a x    din g  (0,4)(9,81)  3,92 m / s 2

v  v0  at v 2  v02  2a( x  x0 )
Aplicando a cinemática ao
problema, temos: 0  7  3,92t 0  7 2  2(3,92)( x  0)
t  1,784 s x  6,24m 267
Cinética das Partículas - Dinâmica

Exercício resolvido 2
Suponha agora que o caixote do exercício anterior seja lançado para baixo
em um plano inclinado, como mostrado, com velocidade inicial de 7 m/s.
Determine o tempo t necessário para o caixote parar e a correspondente
distância x percorrida se θ = 15º.

268
Cinética das Partículas - Dinâmica

Fy  0 : N  Py  0  N  mg cos  0; N  mg cos 


 
Fx  max : Px  Fatrito  max  mgsen   din mg cos 
a x  g ( sen   din cos )  a x  9,81( sen15º 0,4 cos15º
a x  1,251m / s 2

Aplicando a cinemática ao problema, temos:

v  v0  at v 2  v02  2a ( x  x0 )
0  7  1,251t 0  7 2  2(1,251)( x  0)
t  5,59 s x  19,58m 269
Cinética das Partículas - Dinâmica

270
Cinética das Partículas - Dinâmica
Exercício resolvido 3
Qual fração n do peso do avião a jato deve ser o empuxo (empuxo no bocal
T menos a resistência do ar R) exigido para que o avião se eleve com uma
aceleração a na direção de voo em um ângulo θ com a horizontal?

O diagrama de corpo livre para o avião (considerado uma partícula) indica as


forças que agem sobre ele. Aplicando a 2ª lei na direção do movimento, temos:

W
Fx  max : T  R  Wsen  a
g
T R a
n  sen 
W g 271
Cinética das Partículas - Dinâmica
Exercício resolvido 4
Um homem de 75 Kg se encontra parado sobre uma balança de mola em
um elevador. Durante os primeiros 3 segundos do movimento a partir do
repouso a tração T no cabo de sustentação do elevador é de 8300 N.
Encontre a leitura R da balança em Newtons durante esse intervalo de
tempo. A massa total do elevador, do homem e da balança é de 750 Kg.
A força registrada na balança depende da aceleração do elevador, que é constante
durante o intervalo para o qual as forças são constantes.

A partir do diagrama de corpo livre do elevador, da balança e do homem considerados


juntos, a aceleração é: 272
[ ∑Fy = may ] T – P = may → 8300 – 7360 = 750ay ; ay = 1,257 m/s 2
Cinética das Partículas - Dinâmica
Exercício resolvido 4

Sabendo que a balança lê a força para baixo exercida sobre ela pelos pés do
homem, e que a reação R é igual a esta ação (mostrado no diagrama de corpo
livre do homem sozinho com o seu peso), a equação do movimento para ele
fornece:

[ ∑Fy = may ] R – Phomem = may → R – 736 = 75(1,257) ; R = 830 N


273
Cinética das Partículas - Dinâmica
Exercício resolvido 5
Calcule a aceleração vertical a do cilindro de 150 Kg para cada um dos
dois casos ilustrados. Despreze o atrito e as massas das polias.

274
Cinética das Partículas - Dinâmica

F  ma F  ma
(150 Kg ) : T  150 (9,81)  150 a 200 (9,81)  150 (9,81)  150 a
(200 Kg ) : 200 (9,81)  T  200 a 50(9,81)
a  3,27 m / s 2
150
Resolvendo simultaneamente:

T  1682 N
a  1,401m / s 2 275
Cinética das Partículas - Dinâmica

Atividades

1. Durante um teste de frenagem, um carro para a partir de uma velocidade


inicial de 100 Km/h em uma distância de 50 m. Se todas as quatro rodas
contribuem igualmente para o teste, determine a força de frenagem F em
cada uma das rodas. Suponha uma desaceleração constante para o carro de
1500 Kg.
R: F = 2890 N

276
Cinética das Partículas - Dinâmica

2. Uma bola de aço é suspensa no chassi acelerado por duas cordas A e B.


Determine a aceleração a do chassi, que faz com que a tração em A seja o
dobro daquela em B.
R: 1,88 m/s2

277
Cinética das Partículas - Dinâmica

3. A partir de certo instante, passa a atuar sobre um bloco de massa m, que


está inicialmente em repouso sobre uma superfície lisa horizontal, uma
força constante F que corresponde a quatro vezes a massa do bloco, que
forma com a horizontal um ângulo θ = 40º, como ilustra a figura.
Determine o módulo da aceleração do bloco.
R: 3,064 m/s2

278
Cinética das Partículas - Dinâmica

4. Determine a tração F no cabo que irá fornecer ao bloco de 50 Kg uma


aceleração permanente de 2 m/s2 para cima no plano inclinado.
R: 227 N

279
Cinética das Partículas - Dinâmica

5. Um menino tenta empurrar uma caixa sobre um piso utilizando um


bastão. A massa m da caixa vale 20 Kg. A direção da força F que o bastão
exerce sobre a caixa forma 60° com a direção vertical (marcados a partir
da direção vertical no sentido anti-horário). Quando o módulo da força F
vale 80 N, o menino não consegue deslocar a caixa. Despreze a resistência
do ar. Considere o referencial na Terra e a aceleração da gravidade
g = 9,81 m/s2.

280
Cinética das Partículas - Dinâmica

a) Considere como objeto de estudo a caixa. Desenhe-a separado do


exterior e represente seu diagrama de corpo livre.
b) Obtenha os módulos de todas as forças que atuam na caixa.
c) Determine a aceleração da caixa se o menino continua empurrando-a
com uma força igual ao dobro da anterior. O coeficiente de atrito
cinético entre a caixa e o plano é igual a µc = 0,1. 281
Cinética das Partículas - Dinâmica

6. O coeficiente de atrito entre a caçamba plana de um caminhão e o


caixote que ele transporta é de 0,30. Determine a menor distância de
parada s que o caminhão pode ter a partir da velocidade de 70 Km/h, com
desaceleração constante, se o caixote não deve deslizar para frente.
R: s = 64,3 m

282
Cinética das Partículas - Dinâmica

7. Durante um teste de confiabilidade, uma placa de circuito de massa m é


presa a um vibrador eletromagnético e submetida a um deslocamento
harmônico x = X sen ωt, onde X é a amplitude do movimento, ω é a
frequência do movimento em radianos por segundo e t é o tempo.
Determine o módulo Fmáx da força máxima horizontal que o vibrador
exerce sobre a placa de circuito.
R: Fmáx = mXω2

283
Cinética das Partículas - Dinâmica

8. Durante uma corrida de trenós uma força de 150 N é aplicada formando


um ângulo θ = 25º com a horizontal. Sabendo que a massa total do sistema
é 80 Kg e o atrito entre o trenó e o chão é desprezível, determine:
(a) a aceleração do trenó;
(b) a força normal exercida pela superfície sobre o trenó.
R: 1,7 m/s; 721 N

284
Cinética das Partículas - Dinâmica

9. Um avião acelera em uma pista para levantar voo quando um


passageiro, estudante de engenharia, decide determinar sua aceleração
usando um ioiô. O estudante verifica que a corda do ioiô forma um ângulo
de 22º com a vertical, como mostrado na figura. Determine a aceleração do
avião. R: 3,96 m/s2

285
Cinética das Partículas - Dinâmica

10. Um bloco de 80 Kg repousa sobre um plano horizontal. Determine a


intensidade da força R capaz de comunicar ao bloco uma aceleração de
2,5 m/s2 para a direita. O coeficiente de atrito entre o bloco e o plano é
μ = 0,25. R: 535 N

286
Cinética das Partículas - Dinâmica

11. Os blocos de massas m1 = 7 Kg e m2 = 5 Kg encontram-se em repouso,


como mostrado na figura. Nesta situação, determine (a) o coeficiente de
atrito estático entre o bloco m1 e a superfície.
Se com um ligeiro toque os blocos se movem com certa aceleração a,
determine (b) essa aceleração, sabendo que o coeficiente de atrito cinético
entre o bloco a superfície é μc = 0,54. R: 0,714; 0,997 m/s2

287
Cinética das Partículas - Dinâmica

12. Um bloco se encontra em repouso sobre uma superfície inclinada,


como ilustrado na figura. Sabendo que se aumentarmos gradativamente a
inclinação com a horizontal, haverá um ângulo crítico θc, acima do qual o
bloco entrará em movimento. Aplicando a Segunda Lei de Newton, mostre
que é relativamente simples provar que μe = tanθc.

288
Cinética das Partículas - Dinâmica

289
Cinética das Partículas - Dinâmica

290
Cinética das Partículas - Dinâmica

13. Um motorista tenta rebocar um caixote de 500 N usando uma corda


que suporta uma tensão de 200 N. Se o caixote está inicialmente em
repouso e sendo o coeficiente de atrito estático µe = 0,40, determine se o
motorista conseguirá realizar a tarefa.

291
Cinética das Partículas - Dinâmica

14. Os dois sistemas mostrados na figura (1 e 2) estão inicialmente em


repouso. Suponha que as polias têm massas desprezíveis e que os atritos
nos eixos são nulos.
Determine para cada sistema a aceleração do bloco A.

292
Cinética das Partículas - Dinâmica

15. Para que valor(es) do ângulo θ a aceleração do bloco de 35 Kg será


9 m/s2 para a direita?
R: θ = 11,88º e 41,3º

293
Cinética das Partículas - Dinâmica
Questão Desafio
O sistema é formado por dois blocos com massa respectivamente iguais a
m1 = 1,0 Kg e m2 = 1,0 Kg. Os blocos estão ligados por uma corda que passa
por uma roldana ideal. A corda é inextensível e tem massa desprezível. O
coeficiente de atrito cinético entre o bloco 1 e o plano horizontal é µc = 0,4.
Considere a aceleração da gravidade igual g = 9,81 m/s2.

294
Cinética das Partículas - Dinâmica

a) Calcule a aceleração do bloco 1.


b) Calcule as forças que atuam no bloco 1. Represente-as em termos dos
unitários i e j.
295
Cinética das Partículas - Dinâmica

296
Cinética das Partículas - Dinâmica

Dinâmica I

Cinética de Partículas

1. Movimento Curvilíneo

2. Exercícios resolvidos

3. Atividades

297
Cinética das Partículas - Dinâmica

1 – Movimento Curvilíneo
Daremos agora atenção à cinética das partículas que se movem ao longo de
uma trajetória plana curvilínea. Para aplicação da segunda lei de Newton
no movimento curvilíneo serão usadas as descrições da aceleração em três
coordenadas que foram já desenvolvidas e discutidas (coordenadas
retangulares, normal e tangencial e polares).

A escolha de um sistema de coordenadas apropriado depende das


condições do problema e é uma das decisões básicas a serem tomadas para
a solução de problemas de movimento curvilíneo.

Reescreve-se agora a equação de movimento (2ª lei de Newton) de três


modos, e a escolha depende de qual sistema é o mais apropriado.
298
Cinética das Partículas - Dinâmica

299
Cinética das Partículas - Dinâmica

Coordenadas retangulares

∑Fx = max
∑Fy = may

onde ax  x e a y  y


300
Cinética das Partículas - Dinâmica

Coordenadas normal e tangencial

∑Fn = man
∑Ft = mat

v2
onde an    2  v ; at  v e v  

301
Cinética das Partículas - Dinâmica

Coordenadas polares

∑Fr = mar
∑Fθ = maθ

onde ar  r  r 2 e a  r  2r 302


Cinética das Partículas - Dinâmica

Na aplicação dessas equações de movimento a um corpo tratado como uma


partícula deve-se seguir o procedimento geral estabelecido e estudado para
o movimento retilíneo. Após identificar o movimento e escolher o sistema
de coordenadas, deve-se desenhar o diagrama de corpo livre do corpo;
obter então os somatórios de força apropriados a partir desse diagrama da
forma usual. O diagrama de corpo livre deve ser completo, para evitar
um somatório incorreto de forças.

Após atribuir os eixos de referência, deve-se usar as expressões para ambas


as forças e acelerações que sejam consistentes com a atribuição. Na
equação ∑Fn = man ,por exemplo, o sentido positivo do eixo n está dirigido
para o centro de curvatura, portanto o sentido positivo do somatório de
forças ∑Fn também deve estar dirigido para o centro de curvatura a fim de
2
concordar com o sentido positivo da aceleração normal a  v .

n
303
Cinética das Partículas - Dinâmica

304
Cinética das Partículas - Dinâmica

305
Cinética das Partículas - Dinâmica
Exercício resolvido 1
Determine a velocidade máxima v que o bloco deslizante pode ter quando
passa pelo ponto A sem perder contato com a superfície.

A condição para a perda de contato é que a força normal N que a superfície


exerce sobre o bloco tenda a zero.
Somando as forças na direção normal tem-se:
2
[∑Fn = man] v
mg  m  v  g

Se a velocidade em A for menor que g , então deve existir uma força normal
para cima exercida pela superfície sobre o bloco. Para que o bloco apresente uma
velocidade em A maior que g , deve haver algum tipo de restrição, tal como
uma outra superfície curva acima do bloco, para fornecer uma força adicional
306
para baixo.
Cinética das Partículas - Dinâmica
Exercício resolvido 2
Um carro de 1500 Kg entra em um trecho curvo de uma estrada no plano
horizontal e diminui sua velocidade com uma taxa uniforme, desde uma
velocidade de 100 Km/h em A até uma velocidade de 50 Km/h quando
passa por B. O raio de curvatura ρ da estrada em A é de 400 m. Determine
a força horizontal total aplicada pela estrada sobre os pneus nas posições A
e B. O ponto B é o ponto de inflexão onde as curvaturas mudam de
direção.

307
Cinética das Partículas - Dinâmica

O carro será tratado como uma partícula, de tal modo que o efeito de todas as
forças exercidas pela estrada sobre os pneus será considerado uma única força.
Uma vez que o movimento é descrito ao longo da estrada curva, as
coordenadas normal e tangencial serão usadas para especificar a aceleração do
carro. Desse modo, a força será determinada a partir das acelerações.
A aceleração tangencial constante está no sentido t negativo, e seu módulo é
dado por
(50 / 3,6) 2  (100 / 3,6) 2
[vB  v A  2at s ]  at 
2 2
 1,447 m / s 2
2( 200 )

As componentes normais da aceleração em A e B são

v2 (100 / 3,6) 2
[ an  ]  A : an   1,929 m / s 2
 400
B : an  0
308
Cinética das Partículas - Dinâmica

A aplicação da segunda lei de Newton em ambas as direções n e t no diagrama


de corpo livre do carro fornece

[∑Ft = mat] Ft = 1500(1,447) = 2170 N


[∑Fn = man] em A: Fn = 1500(1,929) = 2890 N
em B: Fn = 0

Assim, a força horizontal total atuando sobre os pneus se torna

em A: F  Fn2  Ft 2  (2890 ) 2  (2170 ) 2  3620 N

em B: F  Ft  2170 N

309
Cinética das Partículas - Dinâmica
Exercício resolvido 3
Calcule o módulo v da velocidade necessária para uma espaçonave S
manter uma órbita circular de altitude 320 Km acima da superfície da
Terra.

A única força atuando sobre a espaçonave é a força de atração gravitacional da


Terra (isto é, seu peso). Somando as forças na direção normal, tem-se
[Fn = man]
mmT v2 GmT
G m v 
(R  h ) 2
( R  h) ( R  h) 310
Cinética das Partículas - Dinâmica
Exercício resolvido 4
Um tubo A gira em torno do eixo vertical O com uma velocidade angular
constante ω e contém uma pequena rolha cilíndrica B de massa m, cuja
posição radial é controlada por uma corda que passa livremente através do
tubo e enrolada em um carretel de raio b. Determine a tração T na corda e
a componente horizontal Fθ da força exercida pelo tubo sobre a rolha se a
velocidade angular de rotação constante do carretel ωθ está inicialmente na
direção do caso (a) e depois na direção do caso (b). Despreze o atrito.

311
Cinética das Partículas - Dinâmica

Tendo r como variável, emprega-se a forma de coordenadas polares das


equações de movimento. O diagrama de corpo livre de B é mostrado no plano
horizontal e indica apenas T e Fθ. As equações de movimento são
[ ∑Fr = mar ]  T  m(r  r 2 )
[ ∑Fθ = maθ ] F  m(r  2r)

caso (a). Com r  b0 , r  0,  0 tem-se: T  mr 2 ; F  2mb0


caso (b). Com r  b , r  0,  0 tem-se: T  mr 2 ; F  2mb0
0 312
Cinética das Partículas - Dinâmica

Atividades

1. Um guerreiro antigo gira uma funda em um plano vertical. A funda suporta


uma pedra com 0,3 Kg de massa antes de ser lançada em direção ao inimigo.
Qual deve ser a mínima velocidade v para manter a pedra na funda?
R: 2,215 m/s

313
Cinética das Partículas - Dinâmica

2. Se um esquiador de 80 Kg atinge uma velocidade de 25 m/s quando se


aproxima da posição de decolagem, calcule o módulo N da força normal
exercida pela neve sobre os esquis antes de ele atingir A.
R: N = 1791 N

314
Cinética das Partículas - Dinâmica

3. Um pêndulo de comprimento igual a 2 m descreve um arco de


circunferência num plano vertical. Se a tensão na corda é 2,5 vezes o peso
do pêndulo para a posição mostrada na figura, determine a velocidade do
pêndulo nesta posição.
R: 5,66 m/s

315
Cinética das Partículas - Dinâmica

4. Um carro passa com velocidade de módulo constante por uma elevação


circular e por uma depressão circular de mesmo raio. No alto da elevação a
força normal exercida sobre o motorista pelo assento é zero. Sabendo que
a massa do motorista é m, determine quantas vezes é maior que o peso o
módulo da força exercida pelo assento sobre o motorista (força Normal)
quando o carro passa pelo fundo do vale. Considere a aceleração da
gravidade igual a g. R: 2mg

316
Cinética das Partículas - Dinâmica

5. Um cursor de 0,8 Kg é lançado para cima em A, ao longo da barra curva


fixa que se encontra no plano vertical. Se o cursor tem uma velocidade de
4 m/s quando passa pela posição B, determine (a) o módulo N da força
exercida pela haste fixa sobre o cursor e (b) a taxa na qual a velocidade do
cursor está diminuindo. Considere o atrito desprezível.
R: (a) 14,54 N (b) -4,90 m/s2

317
Cinética das Partículas - Dinâmica

6. Um bloco de massa m desce um trilho com atrito desprezível passando pelos


pontos A, B, C¸ D e E, de acordo com a figura, sem perder o contato com o trilho
em nenhum ponto. O trilho é formado por uma parte plana inclinada e por parte
de um círculo. Os pontos C e E são, respectivamente, os pontos mais baixo e mais
alto do círculo. O ponto D se encontra a meia altura da distância entre C e E.
Considerando a Terra como referencial inercial, desenhe na tabela os vetores
velocidade, todas as forças que atuam no bloco, a resultante das forças e a
aceleração do objeto no ponto D.

318
Cinética das Partículas - Dinâmica

7. Um inseto esta subindo muito lentamente ao longo da superfície de um


hemisfério fixado no solo horizontal. O coeficiente de atrito entre o inseto e o
hemisfério vale ½. A linha que une o inseto ao centro C do hemisfério forma
com a vertical um angulo θ.

O valor máximo possível para o ângulo θ é tal que:

319
Cinética das Partículas - Dinâmica

8. Uma partícula descreve a trajetória sem atrito representada na figura,


contida em um plano vertical.

O trecho ABD tem a forma de um arco de circunferência de centro C. Quando


a partícula passa por B, ela recebe do apoio uma força de intensidade
F = 12 N. Determine a aceleração da partícula ao passar pelo ponto B, se ela
tem massa m = 1,0 Kg. A aceleração da gravidade tem módulo g = 9,81 m/s2 e
320
o efeito do ar é desprezível.
Cinética das Partículas - Dinâmica

9. Um carro se movimenta ao longo de uma pista circular, cuja superfície


está inclinada de θ em relação ao plano horizontal. Ele descreve um MCU
cujo raio de curvatura vale R, como indicado na figura. Suponha que exista
atrito entre os pneus e a pista, sendo μe o coeficiente de atrito estático
correspondente, determine qual deve ser o módulo da velocidade do carro
para que a força de atrito sobre os pneus seja nula.
R: √gRtgθ

321
Cinética das Partículas - Dinâmica

10. Determine a velocidade de segurança compensada de estrada de


rodagem, inclinada de θ = 18º e raio ρ = 120 m.
A velocidade de segurança de uma curva compensada de uma rodovia é
aquela na qual um carro poderá trafegar sem que nenhuma força de atrito
lateral seja exercida em suas rodas.

322
Cinética das Partículas
Introdução - DinâmicaI
- Dinâmica

11. Uma partícula realiza um movimento sem atrito no interior de um


trilho de perfil circular na vertical. O movimento é tal que ela não perde
o contato com o trilho durante todo o trajeto. Represente o vetor força
resultante sobre a partícula nos pontos indicados na figura.

323
Cinética das Partículas - Dinâmica

12. O tubo vazado é pivotado em torno de um eixo horizontal que passa


no ponto O e é posto para girar em um plano vertical com uma velocidade
constante no sentido anti-horário ω = 3 rad/s. Se uma partícula de 0,1 Kg
está deslizando no tubo em direção a O com uma velocidade de 1,2 m/s
relativamente ao tubo quando passa pela posição θ = 30º, calcule o
módulo N da força normal exercida pela parede do tubo sobre a partícula
nesse instante.
R: N = 0,1296 N

324
Cinética das Partículas - Dinâmica

13. Um braço ranhurado gira em torno do seu centro em um plano


horizontal com uma velocidade angular constante ω = 10 rad/s e carrega
um cursor de 1,5 Kg montado com molas que oscila livremente na
ranhura. Se o cursor tem uma velocidade de 600 mm/s relativamente à
ranhura quando cruza o centro, calcule a força horizontal lateral P exercida
pelo braço ranhurado sobre o cursor nesse instante.
R: 18 N

325
Cinética das Partículas - Dinâmica

14. Um braço ranhurado gira no plano horizontal em torno de um eixo fixo


vertical que passa através do ponto O. O cursor C de 2 Kg se aproxima de
O com uma taxa constante de 50 mm/s ao se puxar a corda S. No instante
em que r = 225 mm o braço tem uma velocidade angular no sentido anti-
horário ω = 6 rad/s e que está diminuindo a uma taxa de 2 rad/s2. Para esse
instante, determine a tração T na corda. Indique qual lado da ranhura, A ou
B, está em contato com o cursor.
R:16,2 N

326
Cinética das Partículas - Dinâmica

Questão Desafio:
O caminhão-plataforma deslocando-se a 100 km/h contorna uma curva
com raio de curvatura de 300 m inclinada para dentro 10°. O coeficiente
de atrito estático entre a prancha do caminhão e o caixote de 200 kg que
está sendo transportado é 0,70. Calcule a força de atrito F atuando sobre o
caixote.
R:165,9 N

327
Dinâmica I
“Cinética de Partículas”
Trabalho e Energia

Prof. DSc. Valtency F. Guimarães

328
Dinâmica I - “Trabalho
Introdução e Energia”I
- Dinâmica

Dinâmica I
Cinética de Partículas
1. Introdução
2. Definição de Trabalho
3. Cálculo do Trabalho
Trabalho de Molas Lineares
Trabalho e Movimento Curvilíneo
4. Princípio do Trabalho e da Energia Cinética
5. Potência
Exercícios resolvidos
Atividades
6. Energia Potencial Gravitacional
7. Energia Potencial Elástica
8. Equação de Trabalho-Energia
Exercícios resolvidos 329
Atividades
Dinâmica I - “Trabalho e Energia”

1 - Introdução
Vimos a segunda lei de Newton F = ma estabelecida para vários problemas
de movimento de partículas para estabelecer a relação instantânea entre a
força líquida atuando sobre a partícula e a resultante aceleração da
partícula. Quando se necessitava determinar a variação na velocidade ou o
correspondente deslocamento da partícula, integrava-se a aceleração
calculada através do uso das equações cinemáticas apropriadas.
Veremos que pode-se incorporar os resultados dessas integrações
diretamente nas equações do movimento, de tal modo que se torne
desnecessário resolvê-las para obter a aceleração.

A integração de forças desequilibradas com relação ao deslocamento da


partícula leva às equações de trabalho e energia. 330
Dinâmica I - “Trabalho e Energia”

2 - Definição de Trabalho (U)


A figura mostra uma força F atuando sobre uma partícula em A que se
move ao longo da trajetória mostrada. O vetor posição r, medido a partir
de alguma origem O conveniente, localiza a partícula conforme ela passa
pelo ponto A, e dr é a diferencial do deslocamento associada a um
movimento infinitesimal desde A até A’. O trabalho realizado pela força F
durante o deslocamento dr é definido como:
dU = F.dr

O módulo desse produto escalar é dU = F.ds.cosα, onde α é o ângulo entre


331
F e dr e onde ds é o módulo de dr.
Dinâmica I - “Trabalho e Energia”

A expressão dU = F.ds.cosα pode ser interpretada como o deslocamento


multiplicado pela componente de força na direção do deslocamento
Ft = Fcosα, como representado pelas linhas tracejadas na figura abaixo.

Alternativamente, o trabalho dU pode ser interpretado como a força


multiplicada pela componente de deslocamento ds.cosα na direção da
força, como representado pelas linhas cheias na figura.
332
Dinâmica I - “Trabalho e Energia”

Com essa definição de trabalho, deve-se notar que a componente normal


ao deslocamento Fn = F.senα não realiza trabalho. Assim, o trabalho dU
pode ser escrito como

dU = Ft ds

Destaca-se que o trabalho é positivo se a componente que realiza trabalho


Ft está no sentido do deslocamento, e negativo se ela está no sentido
contrário.

As forças que realizam trabalho são denominadas forças ativas. As forças


de restrição que não realizam trabalho são ditas forças reativas.

As unidades SI de trabalho são aquelas de força (N) vezes deslocamento


(m), ou N.m; que recebe o nome especial de joule (J).
333
Dinâmica I - “Trabalho e Energia”

3 - Cálculo do Trabalho

Durante um movimento finito do ponto de aplicação de uma força, a


força realiza uma quantidade de trabalho igual a dU = F.dr, então:

U = ∫ F.dr
U = ∫ (Fxdx + Fydy + Fzdz)
U = ∫ Ft ds

De modo a resolver essa integração, é necessário conhecer a relação entre


as componentes de força e suas respectivas coordenadas ou a relação
entre Ft e s.
334
Dinâmica I - “Trabalho e Energia”

- Trabalho de Molas Lineares


Um exemplo comum do trabalho realizado sobre uma partícula por força
variável é encontrado na ação de uma mola fixada a um corpo móvel.
Considera-se aqui a mola linear simples de rigidez k, onde a força F na
mola, de tração ou compressão, é proporcional à sua deformação x, de tal
modo que:
F = kx.
A figura abaixo mostra os dois casos em que o corpo é colocado em
movimento por uma força P e, então estica ou comprime a mola uma
distância x. Como a força exercida pela mola sobre o corpo em cada caso
está no sentido contrário ao do deslocamento:

335
Dinâmica I - “Trabalho e Energia”

x2 x2 1
U1 2    Fdx    kxdx   k ( x22  x12 )
x1 x1 2

336
Dinâmica I - “Trabalho e Energia”

Como a força exercida pela mola sobre o corpo em cada caso está no
sentido contrário ao do deslocamento, ela realiza trabalho negativo sobre o
corpo. Assim, tanto para a mola se esticando quanto se comprimindo o
trabalho realizado sobre o corpo é negativo, e é dado por:

x2 x2 1
U1 2    Fdx    kxdx   k ( x22  x12 )
x1 x1 2

Observação: A expressão F = kx é, na verdade, uma relação escalar válida


apenas quando os elementos da mola não têm reação. O comportamento
dinâmico de uma mola quando sua massa é levada em consideração é um
problema ligeiramente mais complexo, que não trataremos. Deve-se
proceder que a massa da mola é pequena quando comparada com as
massas das outras partes do sistema, e nesse caso a mola linear estática não
337
envolverá um erro apreciável.
Dinâmica I - “Trabalho e Energia”

- Trabalho e Movimento Curvilíneo


Considera-se o trabalho realizado sobre uma partícula de massa m
movendo-se ao longo de uma trajetória curva sob a ação de uma força F,
que representa a resultante ∑F de todas as forças atuando sobre a partícula.
A posição de m é especificada pelo vetor posição r, e seu deslocamento ao
longo da trajetória durante o intervalo de tempo é representado pela
variação dr em seu vetor posição.

338
Dinâmica I - “Trabalho e Energia”

O trabalho realizado por F durante um movimento finito de uma partícula


do ponto 1 até o ponto 2 é:
2   s2
U12   F .dr  Ft ds
1 s1

onde os limites especificam os pontos inicial e final do deslocamento.


339
Dinâmica I - “Trabalho e Energia”

Quando se substitui a segunda lei de Newton F = ma, a expressão para


o trabalho de todas as forças se torna
2   2  
U 1 2   F .dr   ma.dr
1 1

mas a.dr = at ds, onde at é a componente tangencial da aceleração de m.


Em termos da velocidade v da partícula, sabemos que at ds = v dv.
Assim, a expressão para o trabalho de F se torna

2   v2 1
U1 2   F .dr   mv.dv  m(v22  v12 )
1 v1 2

onde a integração é desenvolvida entre os pontos 1 e 2 ao longo da


curva, nos quais as velocidades possuem módulos v1 e v2,
respectivamente. 340
Dinâmica I - “Trabalho e Energia”

4 - Princípio do Trabalho e da Energia Cinética


A energia cinética T de uma partícula é definida como
T = ½ mv²

e é o trabalho total que deve ser feito sobre uma partícula para levá-la do
estado de repouso para uma velocidade v. A energia cinética T é uma
grandeza escalar com unidades N.m ou Joules (J) no SI. A energia cinética
é sempre positiva, independentemente do sentido da velocidade. A relação
entre trabalho e energia pode ser escrita da forma:
U1-2 = T2 – T1 = ΔT

Que é a equação de trabalho-energia para uma partícula. Essa equação


estabelece que o trabalho total realizado sobre todas as forças atuando
sobre a partícula conforme ela se move de um ponto 1 até um ponto 2 é
341
igual à correspondente variação na energia cinética da partícula.
Dinâmica I - “Trabalho e Energia”

Apesar de T ser sempre positiva, a variação ΔT pode ser positiva, negativa


ou nula. Quando escrita na forma U1-2 = T2 – T1 = ΔT essa relação diz que
o trabalho sempre resulta em uma variação na energia cinética.
Alternativamente, a relação trabalho-energia pode ser expressa como a
energia cinética inicial T1 mais o trabalho realizado U1-2 igual à energia
cinética final T2, ou
T1 + U1-2 = T2

Observação: A maior vantagem do método trabalho e energia é que ele


evita a necessidade de calcular a aceleração e fornece diretamente as
variações de velocidade como funções das forças que realizam trabalho.
Além disso, a equação de trabalho-energia envolve apenas aquelas forças
que realizam trabalho e, dessa forma, contribuem para as variações no
342
módulo das velocidades.
Dinâmica I - “Trabalho e Energia”

5 - Potência
A capacidade de uma máquina é medida pela taxa de variação no tempo na
qual ela pode realizar trabalho ou liberar energia. O trabalho total ou a
energia de saída não é uma medida dessa capacidade, uma vez que um
motor, não interessando o quão pequeno ele seja, pode liberar uma grande
quantidade de energia se for dado tempo suficiente. Por outro lado, é
preciso ter uma máquina grande e potente quando se necessita liberar uma
elevada quantidade de energia em um curto período de tempo. Assim, a
capacidade de uma máquina é caracterizada pela sua potência, que é
definida como a taxa de variação no tempo do trabalho realizado.
De acordo com a definição, a potência P desenvolvida por uma força F que
realiza uma quantidade de trabalho U é:
P = dU/dt = F.dr/dt
como dr/dt é a velocidade v, pode-se escrever: P = F.v 343
Dinâmica I - “Trabalho e Energia”
Exercício resolvido 1
Calcule a velocidade v de um caixote de 50 Kg quando ele atinge o final
do plano inclinado em B se ele tem uma velocidade inicial de 4 m/s no
topo do plano. O coeficiente de atrito dinâmico é 0,30.

344
Dinâmica I - “Trabalho e Energia”
Exercício resolvido 1
O diagrama de corpo livre do caixote é desenhado e inclui a força normal N e
a força de atrito dinâmico Fat calculadas da maneira usual. O trabalho
realizado pela componente do peso para baixo no plano é positiva, enquanto o
trabalho realizado pela força de atrito é negativo.

O trabalho total realizado sobre o caixote durante o movimento é


[U = F.s] U1-2 = [50(9,81)sen15º – 142,1]10 = – 151,9 J
A variação na energia cinética é T2 – T1 = ΔT
[T = ½mv²] ΔT = ½(50)(v² – 4²)
A equação de trabalho-energia fornece
[U1-2 = ΔT] -151,9 = 25(v² – 16) 345
v² = 9,93 = 3,15 m/s
Dinâmica I - “Trabalho e Energia”
Exercício resolvido 2
A mola se encontra na sua posição não deformada quando x = 0. Se o
corpo se move a partir da posição inicial x1 = 100 mm para a posição final
x2 = 200 mm, (a) determine o trabalho realizado pela mola sobre o corpo e
(b) determine o trabalho realizado sobre o corpo por seu peso.

1 1
(a)[U1-2 = - ∫ kx dx]U1 2  k ( x12  x22 )  U1 2  (4000 )(0,12  0,2 2 )  60 J
2 2

(b)[U1-2 = ∫ mg dy] U12  mg ( y1  y2 )  U12  7(9,81)(0,1.sen 20 0 )  2,35 J


346
Dinâmica I - “Trabalho e Energia”
Exercício resolvido 3
O bloco de 50 Kg em A está montado sobre roletes, de tal modo que se
move ao longo da guia horizontal com atrito desprezível sob a ação de
uma força constante de 300 N no cabo. O bloco é liberado do repouso em
A, com a mola que está conectada a ele estendida de uma quantidade
inicial x1 = 0,233 m. A mola tem rigidez k = 80 N/m. Calcule a velocidade
v do bloco quando ele atinge a posição B.

347
Dinâmica I - “Trabalho e Energia”
Exercício resolvido 3
O diagrama de forças ativas para o sistema composto pelo bloco e pelo cabo é
mostrado para uma posição genérica. A força F = 80x na mola e a tração
T = 300N são as únicas forças externas a esse sistema que realizam trabalho
sobre o sistema. A força exercida pelo bloco pela guia, o peso e a reação da
pequena polia sobre o cabo não realizam trabalho sobre o sistema, e não estão
incluídos no diagrama de forças ativas.

348
Dinâmica I - “Trabalho e Energia”

Conforme o bloco se move de x = 0,233 m até x = 0,233 + 1,2 = 1,433 m, o


trabalho realizado pela força da mola atuando sobre o bloco é negativo e igual
a:
1, 433
[U = ∫ F dx] U1 2    80 x.dx  40 x 2 10,,433
233  80 J
0 , 233

O trabalho realizado sobre o sistema pela força constante de 300 N no cabo é


a força vezes o movimento horizontal líquido do cabo sobre a polia C, que é
x² = (1,2)² + (0,9)² - 0,9 → x = 0,6 m
Assim, o trabalho é igual a:
U = F.s → U = 300(0,6) = 180 J

Aplica-se agora a equação de trabalho-energia ao sistema e obtém-se:

[U1-2 = ΔT] -80 + 180 = ½(50)(v² - 0) → v = 2 m/s


349
Dinâmica I - “Trabalho e Energia”
Exercício resolvido 4
Um satélite de massa m é colocado em uma órbita elíptica em torno da
Terra. Em um ponto A, sua distância da Terra é h1 e sua velocidade é v1.
Determine uma expressão para a velocidade v2 do satélite quando ele
atinge o ponto B, a uma distância h2 da Terra.

350
Dinâmica I - “Trabalho e Energia”
Exercício resolvido 4
O satélite está se movendo fora da atmosfera da Terra, de modo que a única
força atuando sobre ele é a atração gravitacional da Terra. Com a massa e o
raio da Terra expressos por mT e R, respectivamente, a lei gravitacional
fornece F = GmmT/r² = gR²m/r² utilizando a substituição GmT = gR². O
trabalho realizado por F é devido apenas à componente radial do movimento
ao longo da linha de ação de F, e é negativo com o aumento de r.
dr 2 1 1
r2 h2
U1 2    F .dr  mgR 2
 2
 mgR   
r1 h1 r  h2 h1 

Utilizando a equação de trabalho-energia U1-2 = ΔT, temos:


 1 1 1
mgR2     m(v22  v12 )
 h2 h1  2
 1 1
v  v  2 gR   
2
2
2
1
2
351
 h2 h1 
Dinâmica I - “Trabalho e Energia”

Atividades
1. Um pequeno corpo apresenta uma velocidade vA = 5 m/s no ponto A.
Desprezando o atrito, determine a sua velocidade vB no ponto B após ele
ter sido elevado 0,8 m. O conhecimento do formato da trajetória é
necessário?
R: 3,05 m/s

352
Dinâmica I - “Trabalho e Energia”

2. Um caixote de 30 Kg desliza para baixo da trajetória curva no plano


vertical. Se o caixote possui uma velocidade de 1,2 m/s para baixo no
plano inclinado em A e uma velocidade de 8 m/s em B, calcule o trabalho
realizado sobre o caixote pelo atrito Uat durante o movimento de A até B.
R: - 827 J

353
Dinâmica I - “Trabalho e Energia”

3. Um guindaste de demolição está se movendo com uma velocidade


constante de 3 Km/h quando subitamente para. Calcule o ângulo máximo θ
que o cabo da bola de demolição oscila.
R: 6,23 º

354
Dinâmica I - “Trabalho e Energia”

4. Um caminhão de massa 3 toneladas é carregado em um navio por um


guindaste que exerce uma força ascendente de 31 kN sobre o caminhão. Esta
força, que é suficientemente grande para vencer a força da gravidade e
começar a levantar o caminhão, se aplica ao longo de uma distância de 2 m.
Determine (a) o trabalho realizado pelo guindaste, (b) o trabalho realizado
pela gravidade, e (c) a velocidade ascendente do caminhão depois de subir
2 m. R: 62 kJ; -58,9 kJ; 1,44 m/s

355
Dinâmica I - “Trabalho e Energia”

5. Utiliza-se uma mola para frear um fardo de 60 Kg que desliza sobre


uma superfície horizontal. Por meio de cabos mantém-se a mola de
constante k = 20 kN/m comprimida cerca de 120 mm. A velocidade do
fardo na posição mostrada na figura é de 2,5 m/s. A deformação adicional
que a mola sofre pelo impacto atinge o máximo de 40 mm. Determine o
coeficiente de atrito cinemático entre o fardo e o plano.
R: 0,20

356
Dinâmica I - “Trabalho e Energia”

6. No projeto de um para-choque com mola para um carro de 1500 Kg,


deseja-se que o carro pare a partir de uma velocidade de 8 Km/h em uma
distância igual a 150 mm de deformação da mola. Especifique a rigidez k
necessária para cada uma das duas molas atrás do parachoque. As molas
estão sem deformação no início do impacto.
R: 164,6 kN/m

357
Dinâmica I - “Trabalho e Energia”

7. Um pequeno cursor de massa m é liberado do repouso em A e desliza


para baixo, na haste curva no plano vertical, com atrito desprezível.
Expresse a velocidade v do cursor quando ele atinge a base B em termos
das condições dadas.
R: √2gh

358
Dinâmica I - “Trabalho e Energia”

8. Um automóvel pesando 1,78.104 N desce uma rampa inclinada 5º com


velocidade de 96,5 Km/h. O veículo é freado, produzindo uma força de
frenagem (aplicada pela estrada sob os pneus) constante de 6,67.103 N.
Utilizando o princípio do trabalho e energia, determine a distância
percorrida pelo automóvel até parar.
R: 127 m

359
Dinâmica I - “Trabalho e Energia”

9. Um carro de 1200 Kg desce a uma ladeira com inclinação de 8 % a uma


velocidade de 100 Km/h. O motorista aplica os freios, de modo a levá-lo
para uma velocidade de 25 Km/h em uma distância de 0,5 Km medidos ao
longo da estrada. Calcule a perda de energia Q dissipada pelos freios na
forma de calor. Despreze qualquer perda por atrito a partir de outras
causas, como a resistência do ar.
R: 903 kJ

360
Dinâmica I - “Trabalho e Energia”

10. Pequenos blocos de metal são descarregados com uma velocidade de


0,45 m/s em uma rampa pela esteira superior, como mostrado. Se o
coeficiente de atrito dinâmico entre os blocos e a rampa é de 0,30, calcule
o ângulo θ que a rampa deve fazer com a horizontal de modo que os
blocos sejam transferidos sem deslizar para a esteira inferior se movendo a
velocidade de 0,15 m/s.
R: 16,62 º

361
Cinética das Partículas - Dinâmica

11. O carro de 2 toneladas está se movendo inicialmente a 2 m/s.


Determine a distância que ele deve ser rebocado pela força F = 4 kN
para atingir uma velocidade de 5 m/s. Despreze o atrito e a massa das
rodas.

362
Dinâmica I - “Trabalho e Energia”

12. O vetor posição de uma partícula é dado por


r = 8t i + 1,2t2 j – 0,5(t3 – 1) k, onde t é o tempo em segundos a partir do
início do movimento e onde r é expresso em metros. Para a condição em
que t = 4s determine a potência P desenvolvida pela força
F = 40i – 20j – 36 k (N) que atua sobre a partícula.
R: 0,992 kW

363
Cinética das Partículas
Introdução - DinâmicaI
- Dinâmica

Questão Desafio

Bagagens são transportadas de um ponto a outro em um aeroporto por


uma esteira. Em certo ponto, a esteira move-se para baixo fazendo um
ângulo de 2,5º com a horizontal. Suponha que não há deslizamento da
bagagem para ângulos tão pequenos quanto este. Determine o módulo da
força de atrito da esteira sobre uma caixa pesando 69 N nos casos em que
a caixa está na parte inclinada da esteira e que a velocidade da esteira é
0,65 m/s e aumenta a uma taxa de 0,20 m/s2.

364
Dinâmica I - “Trabalho e Energia”

6 - Energia Potencial Gravitacional


Considera-se inicialmente o movimento de uma partícula de massa m
próxima da superfície da Terra, onde a atração gravitacional (peso) mg é
essencialmente constante.

A energia potencial gravitacional Vg da partícula é definida como o


trabalho mgh realizado contra o campo gravitacional para elevar a
partícula a uma distância h acima de algum plano de referência arbitrário,
onde Vg é tomado como zero. Assim, podemos escrever a energia potencial
como:
365
Vg = mgh
Dinâmica I - “Trabalho e Energia”

Esse trabalho é chamado de energia potencial, porque pode ser convertido


em energia se a partícula for liberada a realizar trabalho sobre um corpo
que a sustente enquanto retorna ao seu plano de origem, abaixo da posição
de partida. Ao se deslocar de um nível em h = h1 para um nível mais
elevado em h = h2, a variação na energia potencial se torna:
ΔVg = mg(h2 – h1) = mgΔh

O correspondente trabalho realizado pela força gravitacional sobre a


partícula é –mgΔh. Assim, o trabalho realizado pela força gravitacional é o
simétrico da variação na energia potencial.
366
Dinâmica I - “Trabalho e Energia”

7 - Energia Potencial Elástica


O segundo exemplo de energia potencial ocorre na deformação de um
corpo elástico, tal como uma mola. O trabalho que é realizado sobre uma
mola para deformá-la é armazenado na mola e é denominado energia
potencial elástica Ve. Essa energia é recuperada na forma de trabalho
realizado pela mola sobre um corpo conectado a sua extremidade móvel
durante sua liberação ou deformação.

Para uma mola linear unidimensional de rigidez k, a força suportada por


ela com qualquer deformação x, de tração ou compressão, a partir da
posição não-deformada é F = kx. Assim, define-se a energia potencial
elástica da mola como o trabalho realizado sobre ela para deformá-la de
uma quantidade x, e tem-se:
x 1 2
Ve   kx.dx  kx
0 2 367
Dinâmica I - “Trabalho e Energia”

Se a deformação, seja de tração ou compressão, de uma mola aumentá-


la de x1 para x2 durante o movimento, então a variação na energia
potencial da mola é o seu valor final menos seu valor inicial, ou
1
Ve  k ( x22  x12 )
2
que é positivo.

Ao contrário, se a deformação da mola diminui durante o intervalo de


movimento, então a variação na sua energia potencial se torna negativa.

Como a força exercia sobre a mola pelo corpo móvel é igual e oposta à
força F exercida pela mola sobre o corpo, segue-se que o trabalho
realizado sobre a mola é o simétrico do trabalho realizado sobre o
corpo.
368
Dinâmica I - “Trabalho e Energia”

369
Dinâmica I - “Trabalho e Energia”

8 - Equação de Trabalho-Energia
Sendo U’1-2 o trabalho de todas as forças externas além das forças
gravitacionais e de molas, pode-se escrever a relação entre trabalho e
energia como:
U’1-2 = ΔT + ΔVg + ΔVe

Essa forma alternativa da equação de trabalho-energia normalmente é


mais conveniente do que U1-2 = ΔT, uma vez que o trabalho das forças
gravitacionais e de molas é levado em conta ao se prestar atenção nas
posições inicial e final da partícula e nos comprimentos inicial e final
da mola elástica. Assim, o caminho seguido entre essas posições inicial
e final não terá consequência na avaliação de ΔVg e Δve.

A equação pode ser reescrita na forma equivalente:


T1 + Vg1 + Ve1 + U’1-2 = T2 + Vg2 + Ve2 370
Dinâmica I - “Trabalho e Energia”
Pode-se reescrever ainda a relação trabalho-energia alternativa para uma
partícula como:
U '12  (T  Vg  Ve )  E

onde E = T + Vg + Ve é a energia mecânica total da partícula. Esta


equação estabelece que o trabalho líquido realizado sobre o sistema por
todas as forças, além das forças gravitacionais e forças elásticas, é igual
à variação na energia mecânica total do sistema.

Para problemas em que as únicas forças são as gravitacionais, elásticas


e forças de restrição que não realizam trabalho, o termo U’ é nulo, e a
equação da energia se torna simplesmente:
ΔE = 0 ou E = constante (lei da conservação da energia mecânica)
Quando E é constante, nota-se que pode haver transferência entre a
energia cinética e a energia potencial, enquanto a energia mecânica total
371
não varia.
Dinâmica I - “Trabalho e Energia”

Conservação da Energia

372
Dinâmica I - “Trabalho e Energia”
Exercício resolvido 1
Um cursor de 1,2 Kg é liberado do repouso na posição A e desliza sem atrito
no plano vertical ao longo da guia mostrada. Determine a velocidade vB do
cursor quando ele passa pela posição B.

373
Dinâmica I - “Trabalho e Energia”
Exercício resolvido 1

Como não há atrito e força de contato cursor-guia é perpendicular ao


movimento (e por isso não realiza trabalho), pode-se considerar apenas as
variações de energia devido ao trabalho realizado pela força peso.
Observando que há conservação de energia, e tomando o ponto A como
posição padrão, escreve-se:
TA  VA  TB  VB
1
0  0  mvB2  mghB
2
vB  2 ghB  2(9,81)( 4,5)  9,4m / s 374
Dinâmica I - “Trabalho e Energia”
Exercício resolvido 2
O cursor de 3 Kg é liberado do repouso no ponto A e desliza, com atrito
vertical, em um plano vertical ao longo da haste circular. A mola conectada
possui rigidez de 350 N/m e um comprimento não-deformado de 0,6 m.
Determine a velocidade do cursor quando ele passa na posição B.

375
Dinâmica I - “Trabalho e Energia”
Exercício resolvido 2

O trabalho realizado pelo peso e pela mola sobre o cursor será tratado com
a variação nas energias potenciais, e a reação da haste sobre o cursor é
normal ao movimento e não realiza trabalho. Assim, U’1-2 = 0. As
variações nas energias potencial e cinética para o sistema de cursor e mola
são:
1 1
  
Ve  k ( xB  x A )  (350 ) (0,6) 2  (0,6) 2  0,6  (0,6) 2  52,2 J
2
2 2

2
Vg  Wh  3(9,81)(0,6)  17,66 J
1 1
T  m(vB2  v A2 )  3(vB2  0)  1,5vB2
2 2
[T  Vg  Ve  0]  1,5vB2  17,66  52,2  0  vB  6,82m / s 376
Dinâmica I - “Trabalho e Energia”
Exercício resolvido 3
Uma haste leve é pivotada em O e carrega as partículas de 2 e 4 Kg. Se a
haste é liberada do repouso em θ = 60º e oscila no plano vertical, calcule a
velocidade v da partícula de 2 Kg pouco antes de atingir a mola na posição
tracejada.

377
Dinâmica I - “Trabalho e Energia”
Exercício resolvido 3

Uma vez que não existem forças dissipativas pode-se considerar U’1-2 = 0,
ou seja, ocorre conservação de energia mecânica total do sistema. Sabendo
que a relação entre as velocidades angulares é ωA = ωB → vA = (RA/RB)vB
A variação nas energias potencial e cinética para o sistema será:
T  Vg  0
1 1 300 2
(2)v 2  (4)( v )  2(9,81)(0,45 sen 60 º )  4(9,81)(0,3sen 60 º )  0
2 2 450
v  1,162 m / s 378
Dinâmica I - “Trabalho e Energia”
Exercício resolvido 4
Considerando a haste leve e pivotada em O do exemplo anterior, calcule a
compressão máxima x da mola. Admita que x é pequeno, de modo que a
posição da haste quando a mola é comprimida é essencialmente horizontal.

Nesse caso ΔT = 0, e pode-se escrever a variação na energia total como:


Vg  Ve  0
1
2(9,81)(0,45 sen 60 º )  4(9,81)(0,3sen 60 º )  (35.10 3 ) x 2  0
2
x  0,01207 m  12,07 mm 379
Dinâmica I - “Trabalho e Energia”

Atividades
1. O cursor de 4 Kg é liberado do repouso em A e desliza com atrito
desprezível para baixo, na haste circular no plano vertical. Determine a
velocidade v do cursor quando ele atinge a parte inferior em B.
R: 3,43m/s

380
Dinâmica I - “Trabalho e Energia”

2. Considerando ainda o cursor do problema anterior, determine a máxima


deformação x da mola.
R: 48,5 mm

381
Dinâmica I - “Trabalho e Energia”

3. Na simulação apresentada na figura são representadas as forças


existentes enquanto Tarzan balança em um cipó.

382
Dinâmica I - “Trabalho e Energia”

Suponha que Tarzan tenha massa de 100 Kg, parta do repouso na borda do
penhasco segurando-se num cipó cujo comprimento somado à distância de
suas mãos ao seu centro de massa C resulta numa distância CA de 10 m,
como mostrado na figura abaixo. Determine sua velocidade no exato
momento em que o cipó atinge o galho em B.
R: 7,58 m/s

383
Dinâmica I - “Trabalho e Energia”

4. As molas não estão deformadas na posição mostrada. Se o cursor de


6 Kg é liberado do repouso na posição onde a mola inferior se encontra
comprimida de 125 mm, determine a compressão xB da mola superior.

R: 176,6 mm

384
Dinâmica I - “Trabalho e Energia”

5. Se o sistema é liberado do repouso, determine as velocidades de ambas


as massas após B ter-se deslocado 1 m. Despreze o atrito e as massas das
polias.
R: 0,616 m/s; 0,924 m/s

385
Dinâmica I - “Trabalho e Energia”

6. Próximo à borda de um telhado de um edifício de 12 m de altura, um


jovem chuta uma bola com uma velocidade inicial vi = 16 m/s com um
ângulo de 60º com a horizontal, como mostrado na figura. Sabendo que a
energia mecânica da bola se conserva, determine (a) a altura acima do
edifício que a bola alcança e (b) sua velocidade no momento
imediatamente antes de chocar-se com o solo.
R: 9,79 m; 22,2 m/s

386
Dinâmica I - “Trabalho e Energia”

7. Uma massa m é conectada ao extremo de uma mola não deformada de


constante elástica k. Determine a máxima distância que cai o bloco antes
que comece a mover-se para cima.
R: 2mg/k

387
Dinâmica I - “Trabalho e Energia”

8. Um bloco de 2 Kg é pressionado contra uma mola de constante elástica


k = 500 N/m. Depois de comprimida por 20 cm, a mola é solta e projeta o
bloco primeiro por uma superfície horizontal sem atrito, e depois por um
plano inclinado 45º, também sem atrito, como indicado na figura. Determine a
distância percorrida pelo bloco, ao longo do plano inclinado, até parar
totalmente. R: 0,72 m

388
Dinâmica I - “Trabalho e Energia”

9. Um projétil é disparado verticalmente para cima a partir do Polo Norte


com uma velocidade v0. Calcule o valor mínimo v0 que irá permitir que o
projétil escape da força gravitacional da Terra, admitindo que não exista
resistência atmosférica. Adote energia potencial gravitacional igual a
mgR²/r, e que v = 0 quando r = ∞.
R: v0 = √2gR

389
Dinâmica I - “Trabalho e Energia”

10. Uma massa m é conectada ao extremo de uma mola não deformada de


constante elástica k. Determine a máxima distância que cai o bloco antes
que comece a mover-se para cima.
R: 2mg/k

390
Dinâmica I - “Trabalho e Energia”

11. O bloco de peso P = 2,22 N, comprimindo a mola, parte de A com


velocidade inicial nula. Despreze o atrito para determinar a menor
deformação da mola capaz de fazer o bloco percorrer o trilho ABCDE, sem
perda de contato.
R: 0,114 m

391
Dinâmica I - “Trabalho e Energia”

12. Uma esfera de 2,0 Kg tem raio desprezível em relação ao


comprimento do fio em cuja extremidade ela está fixada. O fio é
inextensível e sem peso, tem comprimento de 2,0 m e é mantido em
repouso na horizontal, com a outra extremidade fixada ao teto, como
mostra a figura. Abandona-se a esfera e o sistema entra em movimento.

392
Dinâmica I - “Trabalho e Energia”

Sabendo-se que a intensidade da força de tração máxima que o fio


suporta sem se romper é de 30 N e que a gravidade local tem módulo de
9,81 m/s2, pode-se afirmar que o ângulo que o fio forma com a vertical
no instante em que o fio se rompe mede aproximadamente:
a) 80° b) 60° c) 45° d) 30° e) 20°
393
Cinética das Partículas
Introdução - DinâmicaI
- Dinâmica

13. Deseja-se disparar uma bola de 0,5 Kg e de dimensões desprezíveis


num trilho circular. O disparador mantém a mola comprimida em 0,08 m
quando s = 0. Determine o valor de s necessário para que a bola comece a
deixar o trilho quando tiver velocidade igual a 10,41 m/s e θ = 135º.
R: 0,32 m

394
Dinâmica I - “Trabalho e Energia”

Questão Desafio:
Uma esfera de aço, de pequenas dimensões, é livre para se mover ao
longo do trilho vertical ABCE, cujo trecho BCE é circular de centro em O
e de raio R, como mostra a figura.

395
Dinâmica I - “Trabalho e Energia”

A esfera é abandonada a uma altura acima do plano horizontal


que contém o centro O do trecho circular e perde contato com o trilho
quando atinge uma altura h, acima desse plano. É possível afirmar que,
se os atritos forem desprezíveis, a altura h será igual a:

396
Dinâmica I
“Cinética de Partículas”
Impulso e Quantidade de Movimento

Prof. DSc. Valtency F. Guimarães

397
Dinâmica I - “Impulso e Quantidade
Introduçãode- Movimento”
Dinâmica I

Dinâmica I
Cinética de Partículas

1. Introdução

2. Impulso Linear e Quantidade de Movimento Linear

3. O princípio do Impulso-Quantidade de Movimento

4. Conservação da Quantidade de Movimento Linear

Exercícios resolvidos 398


Atividades
Dinâmica I - “Impulso e Quantidade de Movimento”

1 - Introdução
Vimos que as equações de trabalho e energia são obtidas pela integração
da equação de movimento F = ma com relação ao deslocamento da
partícula. Vimos que as variações de velocidade podem ser expressas
diretamente em termos do trabalho realizado ou em termos das
variações totais na energia.
Veremos agora a equação do movimento integrada com relação ao
tempo em vez de ao deslocamento. Essa abordagem leva às equações de
impulso e quantidade de movimento, que facilitam muito a solução de
alguns problemas nos quais as forças aplicadas agem durante períodos
extremamente curtos (como em problemas de impacto) ou ao longo de
399
intervalos de tempo especificados.
Dinâmica I - “Impulso e Quantidade de Movimento”

2 - Impulso Linear e Quantidade de Movimento Linear


Considerando novamente o movimento curvilíneo genérico no espaço
de uma partícula de massa m, onde a partícula é localizada pelo seu
vetor posição r medido a partir da origem fixa O.
A velocidade da partícula é v = dr/dt e é tangente à sua trajetória, como
mostrado pela linha tracejada na figura.

400
Dinâmica I - “Impulso e Quantidade de Movimento”

A resultante ∑F de todas as forças sobre m está na direção da sua


aceleração a = dv/dt. Pode-se escrever a equação de movimento básica
  d   
para a partícula como:  F  mv  (mv ) ou  F  G
dt

Onde o produto da massa e da velocidade é definido como a quantidade de


movimento linear G = mv da partícula. 401
Dinâmica I - “Impulso e Quantidade de Movimento”

 
A equação F G estabelece que a resultante de todas as forças
atuantes sobre uma partícula é igual à taxa de variação no tempo da
quantidade de movimento linear. No SI as unidades da quantidade de
movimento linear m.v consistem em Kg.m/s, que é também igual a N.s.

Como se trata de uma equação vetorial, verifica-se que além da


 
igualdade de módulos de  F e G a direção da força resultante
coincide com a direção da taxa de variação da quantidade de
movimento linear, que é a direção da taxa de variação da velocidade.
402
Dinâmica I - “Impulso e Quantidade de Movimento”

Esta equação é uma das mais úteis e importantes relações na dinâmica, e


é válida desde que a massa da partícula não esteja variando com o tempo.

Pode-se escrever as três componentes escalares da equação como:

F x  G x Fy  G y F z  G z

Essas equações podem ser aplicadas independentemente uma das outras.

403
Dinâmica I - “Impulso e Quantidade de Movimento”

3 - O princípio do Impulso-Quantidade de Movimento

Até aqui, apenas foi reescrita a segunda lei de Newton em uma forma
alternativa, em termos da quantidade de movimento. Agora é possível
descrever o efeito da resultante de forças ∑F sobre a quantidade de
movimento linear da partícula ao longo de um período finito de tempo
 
simplesmente pela integração da equação  F  G com relação ao
tempo t. Multiplicando-se a equação por dt tem-se ∑F dt = dG, que é
integrado do instante t1 ao instante t2 para obter:

   
 Fdt  G2  G1  G
t2
t1

404
Dinâmica I - “Impulso e Quantidade de Movimento”

3 - O princípio do Impulso-Quantidade de Movimento

   
 Fdt  G2  G1  G
t2
t1

Aqui a quantidade de movimento linear no instante t2 é G2 = m.v2, e a


quantidade de movimento linear no instante t1 é G1 = m.v1.

O produto da força e do tempo é definido como o impulso linear da


força, e a equação acima estabelece que o impulso linear total sobre m
é igual à correspondente variação da quantidade de movimento linear
de m.
405
Dinâmica I - “Impulso e Quantidade de Movimento”

Obs.: A integral do impulso é um vetor que, em geral, pode envolver


variações tanto no módulo quanto na direção durante o intervalo de
tempo. Sob tais condições, será preciso expressar ∑F e G na forma de
componentes e depois combinar as componentes integradas. As
   
componentes da equação   Fdt  G2  G1  G se tornam as equações
t
2

t
1
escalares:
  F dt  (mv )
t2
x x 2  (mvx )1
t1

  F dt  (mv
t2
y y ) 2  (mvy )1
t1

  F dt  (mv )
t2
z z 2  (mvz )1
t1

Essas três equações escalares de impulso-quantidade de movimento são


completamente independentes.
As expressões escalares correspondentes às equações vetoriais406são
simplesmente o rearranjo dessas equações.
Dinâmica I - “Impulso e Quantidade de Movimento”

Impulso Linear e Quantidade de Movimento Linear

407
Dinâmica I - “Impulso e Quantidade de Movimento”

4 - Conservação da Quantidade de Movimento Linear

Se a força resultante sobre a partícula é nula durante um intervalo de


 
tempo, é imediato perceber da expressão  F  G que a quantidade
de movimento G será constante. Nesse caso, diz-se que a quantidade de
movimento linear de uma partícula é conservada.

Consideremos então o movimento de duas partículas a e b que interagem


durante um intervalo de tempo. Se as forças de interação F e -F entre elas
são as únicas forças desequilibradas atuando sobre as partículas durante o
intervalo de tempo, o impulso linear sobre a partícula a é simétrico do
impulso linear sobre a partícula b.
408
Dinâmica I - “Impulso e Quantidade de Movimento”

Conservação da Quantidade de Movimento Linear

 
F G

409
Dinâmica I - “Impulso e Quantidade de Movimento”

   
 Fdt  G2  G1  G
t2
Desse modo, a partir da equação

t1

Percebe-se que a variação na quantidade de movimento ΔG total para o


sistema de duas partículas permanece constante durante o intervalo de
tempo, e pode-se escrever:
ΔG = 0 ou G1 = G2

Que é o princípio da conservação da quantidade de movimento linear!

410
Dinâmica I - “Impulso e Quantidade de Movimento”
Exercício resolvido 1
O carro de 1500 Kg apresenta uma velocidade de 30 Km/h para cima em
uma ladeira de inclinação 10 % quando o motorista aplica mais potência
por 8 s, para levar o carro a uma velocidade de 60 Km/h. Calcule a média
no tempo da força F total tangente à pista exercida sobre os pneus durante
os 8 s. Trate o carro como uma partícula, e despreze a resistência do ar.

411
Dinâmica I - “Impulso e Quantidade de Movimento”
Exercício resolvido 1

O diagrama de corpo-livre representa as forças que agem no carro considerado


uma partícula. A inclinação do plano pode ser calculada fazendo:
tg θ = 1/10 → θ = 5,71º

Sabendo que somente as forças F e a componente Px do peso são responsáveis


pela variação da quantidade de movimento do carro, temos:
 60 30 
[  Fx dt  Gx ]  F  1500 (9,81) sen5,71º.8  1500   
 3,6 3,6 
F  3030 N  3,03kN 412
Dinâmica I - “Impulso e Quantidade de Movimento”
Exercício resolvido 2
Uma partícula de 0,2 Kg se move no plano y-z vertical (z para cima, y
horizontal) sob a ação de seu peso e da força F que varia com o tempo. A
quantidade de movimento linear da partícula em Newtons.segundos é dada
pela expressão G = 3/2(t2 +3)j – 2/3(t³ – 4)k, onde t é o tempo em segundo.
Determine a força F e seu módulo para o instante em que t = 2s.

Expressando o peso como um vetor é -0,2(9,81)k N. Assim, a equação de


força-quantidade de movimento se torna:
   d 3 2 
[F G ] F  0,2(9,81)kˆ   (t ²  3) ˆj  (t ³  4)kˆ   3tˆj  2t ² kˆ
dt  2 3 

para t = 2s: F  0,2(9,81)kˆ  3(2) ˆj  2(2)² kˆ  6 ˆj  6,04kˆ( N )
413
Assim, F  6²  6,04²  8,51N
Dinâmica I - “Impulso e Quantidade de Movimento”
Exercício resolvido 3
Uma bala de 50 g, deslocando-se a 600 m/s, atinge um bloco de 4 Kg
centralmente e fica alojada dentro dele. Se o bloco desliza sobre um plano
liso com uma velocidade de 12 m/s na direção mostrada antes do impacto,
determine a velocidade v do bloco e da bala alojada imediatamente após o
impacto.

414
Dinâmica I - “Impulso e Quantidade de Movimento”

Uma vez que a força de impacto é interna ao sistema composto pelo bloco e
pela bala, e desde que não existem outras forças atuando sobre o sistema no
plano do movimento, segue que a quantidade de movimento linear do sistema
é conservada. Assim:
[G1 = G2] ˆ ˆ ˆ 
0,050 (600 j )  4(12)(cos 30 º i  sen30 º j )  (4  0,050 )v

v  10,26iˆ  13,33 ˆj (m / s )

a velocidade final e sua direção são dadas por:


v  v x2  v y2  v  (10,26)²  (13,33)²  16,83m / s
vy 13,33
tg   tg   1,299    52,4º
vx 10,26

415
Dinâmica I - “Impulso e Quantidade de Movimento”

Atividades

1. A velocidade de uma partícula de 1,2 Kg é dada por


v = 1,5 t³i + (2,4 – 3t²)j + 5k, onde v está em metros por segundos e o
tempo t está em segundos. Determine a quantidade de movimento linear G
da partícula e seu módulo G quando t = 2 s.

R: G = 14,4i – 11,52j + 6k Kg.m/s; G = 19,39 Kg.m/s

416
Dinâmica I - “Impulso e Quantidade de Movimento”
2. (ENADE) Um caminhão de 6 toneladas colidiu frontalmente com um
automóvel de 0,8 toneladas. Na investigação sobre o acidente, o motorista
do caminhão disse que estava com velocidade constante de 20 km/h e
pisou no freio a certa distância do automóvel. Já o motorista do automóvel
disse que estava com velocidade constante de 30 km/h no momento da
colisão. A perícia constatou que o carro realmente colidiu com a
velocidade mencionada e os veículos pararam instantaneamente, ou seja,
não se deslocaram após o choque.
Pode-se afirmar que o motorista do caminhão
(A) certamente mentiu, pois se chocou com velocidade constante inicial.
(B) certamente mentiu, pois acelerou antes do choque.
(C) pode ter falado a verdade, pois a sua velocidade era nula no momento
do choque.
(D) pode ter falado a verdade, pois a sua velocidade era 4 km/h no
momento do choque.
(E) pode ter falado a verdade, pois a sua velocidade era 15 km/h 417 no
momento do choque.
Dinâmica I - “Impulso e Quantidade de Movimento”

3. (ENADE) Em um experimento, dois projéteis de mesma massa, um de


metal e o outro de borracha, são disparados, sucessivamente, com a mesma
velocidade e atingem um grande bloco de madeira no mesmo local, em colisão
frontal. Verifica-se que o corpo metálico fica encrustado no bloco, fazendo-o
inclinar ao atingi-lo. O objeto de borracha ricocheteia no bloco, retornando
com aproximadamente a mesma velocidade e o faz tombar.
Com base nessas informações, analise as seguintes asserções.
Ao ricochetear, a bala de borracha é mais efetiva em derrubar o bloco de
madeira.
PORQUE
Na colisão elástica entre a bala de borracha e o bloco de madeira, o impulso
transmitido ao bloco é, aproximadamente, duas vezes maior que o impulso
resultante da colisão inelástica entre o projétil de metal e o bloco de madeira.
418
Dinâmica I - “Impulso e Quantidade de Movimento”

Acerca dessas asserções, assinale a opção correta.

(A) As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é uma


justificativa correta da primeira.
(B) As duas asserções são proposições verdadeiras, mas a segunda não é
uma justificativa correta da primeira.
(C) A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda é uma
proposição falsa.
(D) A primeira asserção é uma proposição falsa, e a segunda é uma
proposição verdadeira.
(E) As duas asserções são proposições falsas.

419
Dinâmica I - “Impulso e Quantidade de Movimento”

4. Um vagão de carga com uma massa total m está se movendo ao longo


de um trilho horizontal com velocidade v. Outro vagão de carga com uma
massa total 2m se movendo com velocidade 2v alcança o primeiro vagão e
é acoplado a ele. Determine a velocidade final com que os vagões se
movimentam em função de v.
R: (5/3)v

420
Dinâmica I - “Impulso e Quantidade de Movimento”

5. Um carrinho de supermercado de massa m se movimenta com


velocidade 5 m/s quando deixa-se cair sobre ele um saco de massa m/2.
Qual será a nova velocidade do sistema?

421
Dinâmica I - “Impulso e Quantidade de Movimento”

6. Um projétil de 75 g se desloca a 600 m/s, atingindo e permanecendo


alojado no bloco de 50 Kg que está inicialmente parado.
Calcule a energia perdida durante o impacto.
R: ΔE = 13,48 kJ

422
Dinâmica I - “Impulso e Quantidade de Movimento”

7. O vagão de carga A, com uma massa total de 80 t, está se movendo ao


longo de um trilho horizontal no parque de conexão a 3 Km/h. O vagão de
carga B, com uma massa total de 60 t e se movendo a 5 Km/h, alcança o
vagão A e é acoplado a ele. Determine a velocidade comum v dos dois
vagões quando eles se movem juntos, após terem sido acoplados.
R: v = 3,86 Km/h

423
Dinâmica I - “Impulso e Quantidade de Movimento”

8. Considerando a situação dos vagões de carga A e B da atividade


anterior, determine a perda de energia |ΔE| devido ao impacto.
R: ΔE = 5,29 kJ

424
Dinâmica I - “Impulso e Quantidade de Movimento”

9. A figura mostra as velocidades dos cursores A e B, antes do choque. Se


após a colisão o cursor A tem velocidade de 5,4 m/s para a esquerda,
determine a velocidade de B.
R: vB = 0,6 m/s

425
Dinâmica I - “Impulso e Quantidade de Movimento”

10. Em uma prova de pontaria, uma pessoa dispara uma bala sobre um bloco
de madeira suspenso. O bloco, com o projétil acoplado a ele, oscila como um
pêndulo para cima. A partir da altura alcançada por este pêndulo, se informa
imediatamente a velocidade da bala. Supondo a massa da bala seja m1 e do
bloco m2, e que a altura alcançada seja h. Determine a velocidade inicial vi da
bala.
R:

426
Dinâmica I - “Impulso e Quantidade
Introduçãode- Movimento”
Dinâmica I

11. Uma pessoa empurra com uma força horizontal de 25 N um bloco de


4 Kg, inicialmente em repouso sobre uma mesa horizontal, por um tempo
de 3 s. O coeficiente de atrito cinético entre o bloco e a mesa é 0,35.
Determine a energia cinética final do bloco.

427
Dinâmica I - “Impulso e Quantidade de Movimento”

12. Um avião com propulsão a jato e massa de 10 t está voando


horizontalmente com uma velocidade constante de 1000 Km/h sob a ação
do empuxo do motor T e da força de resistência do ar R igual e oposta. O
piloto aciona duas unidades motoras auxiliares, cada uma das quais
desenvolvendo um empuxo para frente T0 de 8 kN por 9 s. Se a velocidade
do avião em seu voo horizontal é de 1050 Km/h no final dos 9 s, calcule o
aumento médio no tempo ΔR na resistência do ar. A massa do combustível
usado é desprezível, comparada com aquela do avião.
R: ΔR = 568 N

428
Dinâmica I - “Impulso e Quantidade
Introduçãode- Movimento”
Dinâmica I

Questão Desafio

Um núcleo de tório 227 em repouso se desintegra em um núcleo de rádio


223 (massa 223 u) por emissão de uma partícula α (massa 4 u), como
mostra a figura. A energia cinética da partícula α é igual a 6,0 MeV.
Determine a energia cinética do núcleo de rádio resultante.
R: 1,07.105 J

429
Cinética das Partículas--Dinâmica
Introdução Dinâmica I

Agora você deve tentar resolver esse mega simulado para a


avaliação V2!
Ele traz questões que abrangem todos os assuntos estudados até
agora sobre Cinética das Partículas. Se necessário, faça uso da
formulação vista durante seus estudos. Lembre-se, utilize sempre
g = 9,81 m/s2.
Aproveite esta excelente oportunidade para se preparar de forma
adequada para a V2...

Bons estudos!
430
Cinética das Partículas--Dinâmica
Introdução Dinâmica I

Questão 1. A figura ilustra um bloco de massa igual a 8 Kg, em repouso,


apoiado sobre um plano horizontal. Um prato de balança, com massa
desprezível, está ligado ao bloco por um fio ideal. O fio passa pela polia sem
atrito. O coeficiente de atrito estático entre o bloco e a superfície é μe = 0,2.
Dispõe-se de 5 pequenos bloquinhos cujas massas são iguais a 600 g. Cada
bloquinho pode ou não ser colocado no prato, de modo que o prato pode
conter um, dois, três, quatro ou até todos os cinco bloquinhos. Para
movimentar o bloco sobre o plano horizontal, qual o número mínimo de
bloquinhos que devem ser colocados no prato?

431
Cinética das Partículas--Dinâmica
Introdução Dinâmica I

Questão 2.
Uma van está trafegando a 20 Km/h quando o acoplamento A do trailer
falha. Se o trailer tem massa de 250 Kg e se desloca por 45 m antes de
parar, determine a força horizontal F criada pelo atrito de rolamento que
o leva a parar.

432
Cinética das Partículas--Dinâmica
Introdução Dinâmica I

Questão 3.

A inclinação do plano representado ao lado é tal que um corpo, nele


abandonado, desliza para baixo mantendo constante a sua velocidade.
Determine o coeficiente de atrito cinético entre o corpo e o plano, nessas
condições.

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Cinética das Partículas--Dinâmica
Introdução Dinâmica I

Questão 4.
Um avião voando a uma velocidade constante de 50 m/s faz uma volta
horizontal. O avião está inclinado a um ângulo θ = 15º e o piloto
experimenta somente uma força normal sobre o assento. Determine qual
é a intensidade da força normal do assento sobre o piloto se sua massa é
de 70 Kg.

434
Cinética das Partículas--Dinâmica
Introdução Dinâmica I

Questão 5.
O carro esporte de 1700 Kg desloca-se horizontalmente ao longo de uma
pista circular de raio de curvatura ρ = 100 m e ângulo de superelevação
de 20º. Se o coeficiente de atrito estático entre os pneus e a pista é
μe = 0,2, determine a máxima velocidade constante para a qual o carro
pode se deslocar sem escorregar para cima. Despreze as dimensões do
carro.

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Cinética das Partículas--Dinâmica
Introdução Dinâmica I

Questão 6.
Um esquiador (massa = m) parte do repouso no ponto A e desliza sem
atrito pela encosta de secção circular de raio R. Escreva a expressão que
permite determinar o valor da velocidade dele ao passar pelo ponto B da
encosta. Considere que a aceleração gravitacional vale g.

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Cinética das Partículas--Dinâmica
Introdução Dinâmica I

Questão 7.
Um acrobata que pesa 150 N está sentado na cadeira presa ao topo de uma
haste, como mostrado na figura. Por meio de um sistema mecânico, a haste
gira para baixo a uma taxa constante, a partir de θ = 0º, de modo que o
centro de massa G do acrobata mantém-se a uma velocidade escalar
constante va = 10 m/s. Determine o angulo θ para o qual ele começa a 'voar'
da cadeira. Suponha que a distancia do pivô O a G é 15 m. Despreze o atrito.

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Cinética das Partículas--Dinâmica
Introdução Dinâmica I

Questão 8.

Uma mulher de 70 Kg está num elevador que tem aceleração para baixo
de 4 m/s2. Supondo que o elevador tenha partido do repouso, determine o
trabalho realizado pelo peso da mulher e o trabalho da força normal que
o piso do elevador exerce nela quando o elevador chega ao fim de uma
descida de 6 m. Explique por que os trabalhos dessas duas forças são
diferentes.

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Cinética das Partículas--Dinâmica
Introdução Dinâmica I

Questão 9.
O automóvel de 3500 lb mostrado na figura move-se para baixo numa
estrada com 10º de inclinação, a uma velocidade de 20 pés/s. Se o
motorista freia o carro, provocando um travamento das rodas, utilize o
princípio do Trabalho e Energia para determinar a distância s que o carro
percorre durante o escorregamento. O coeficiente de atrito cinético entre
as rodas e a pista é μe = 0,5. Adote g = 32,2 pés/s2.

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Cinética das Partículas--Dinâmica
Introdução Dinâmica I

Questão 10.
Suponha uma bola de massa m apoiada sobre uma mola colocada na posição
vertical. Considere que inicialmente se comprime a mola de y a partir da
posição de equilíbrio l0, sendo, em seguida liberada, e que quando a bola
passa exatamente pela posição de equilíbrio, ela perde contato com a mola,
sendo jogada para cima. Considere o valor da aceleração da gravidade como
g e a constante elástica da mola k = 10m. Determine qual a velocidade da
bola quando ela abandona a mola e a altura máxima que a bola alcançará.

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Cinética das Partículas--Dinâmica
Introdução Dinâmica I

Questão 11.
Uma criança de massa 40 Kg desliza para baixo em um tobogã de 8 m de
comprimento inclinado de 30º. O coeficiente de atrito cinético entre a
criança e o tobogã é 0,35. Se a criança parte do repouso desde o ponto
mais alto do brinquedo, a uma altura de 4 m acima do solo, determine
sua velocidade ao chegar ao solo pelo princípio do trabalho-energia.

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Cinética das Partículas--Dinâmica
Introdução Dinâmica I

Questão 12.
Duas molas de mesmo comprimento são arranjadas de modo a
constituírem um absorvedor de impacto, como mostrado na figura. O
dispositivo deve ser projetado para deter um bloco de 2 Kg que, solto a
partir do repouso da posição s = 0,5 m acima do topo das molas, produz
nelas uma compressão máxima de 0,2 m. Determine a rigidez da mola
interna, kB, considerando que a externa tem rigidez kA = 400 N/m.

442
Cinética das Partículas--Dinâmica
Introdução Dinâmica I

Questão 13.
Uma das técnicas de guerra dos persas, na Antiguidade, era abandonar
esferas de gravetos secos e de fácil combustão no alto das montanhas. Por
meio de flechas, ateavam fogo na parte mais baixa da montanha para
incendiar essas esferas antes delas atingirem os inimigos. Com o impacto,
essas bolas de fogo se partiam em vários pedaços fazendo um bom estrago
na área inimiga. Uma bola dessas de 80 Kg está representada na figura
abaixo, no momento em que é abandonada. Considerando que o sistema é
conservativo, determine com que velocidade a esfera atingirá a base da
montanha.

443
Cinética das Partículas--Dinâmica
Introdução Dinâmica I

Questão 14.
O carrinho da figura tem massa 100 g e encontra-se encostado em uma
mola de constante elástica 100 N/m comprimida de 10 cm (figura 1). Ao
ser libertado, o carrinho sobre a rama até a altura máxima de 30 cm
(figura 2). Determine o modulo da quantidade de energia mecânica
dissipada no processo.

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Cinética das Partículas--Dinâmica
Introdução Dinâmica I

Questão 15.

A pedra de 100 Kg mostrada na figura está inicialmente em repouso


sobre a superfície horizontal lisa. Se uma força de tração de 200 N, a um
ângulo de 45º, age por 10 s sobre a pedra, determine a velocidade final
da pedra após o intervalo de tempo considerado.

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Cinética das Partículas--Dinâmica
Introdução Dinâmica I

Questão 16.
Uma esfera de massa igual a 100 g está sobre uma superfície horizontal sem
atrito, e prende-se à extremidade de uma mola de massa desprezível e
constante elástica igual a 9 N/m. A outra extremidade da mola está presa a
um suporte fixo, conforme mostra a figura. Inicialmente, a esfera encontra-
se em repouso e a mola no seu comprimento natural. A esfera é então
atingida por um pêndulo de mesma massa que cai de uma altura igual a 0,5
m. Suponha a conservação da quantidade de movimento do sistema.
Determine a compressão máxima da mola.

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Cinética das Partículas--Dinâmica
Introdução Dinâmica I

Questão 17.
Uma bomba de massa 600 kg tem velocidade de 50 m/s e explode em
duas partes. Um terço da massa é lançada para trás com velocidade de
30 m/s. Com base no que foi estudado sobre conservação da quantidade
de Movimento Linear de partículas, determine a velocidade com que foi
lançada a outra parte.

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Cinética das Partículas--Dinâmica
Introdução Dinâmica I

Questão 18.
A cabeça H de um martelo com peso de 0,25 lb está descendo verticalmente
a 40 pés/s quanto atinge um prego de massa desprezível. obtenha o impulso
sobre o prego, supondo que o cabo tem massa desprezível e está solto em A
durante a martelada. Suponha também que o martelo permaneça em contato
com o prego até que este fique em repouso. Despreze o impulso provocado
pelo peso da cabeça do martelo durante o contato. Utilize a aceleração
gravitacional g = 32,2 pés/s2.

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