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Unção com óleo

01:05 Polêmicas

Embora à primeira vista pareça um assunto simples de ser entendido, é um tema que gera
muita polêmica. Por exemplo, os protestantes “históricos” tendem a rejeitar o uso do óleo de
unção na atualidade, enquanto os “pentecostais” defendem com convicção esse ato. Portanto,
iremos aqui procurar entender o que as Escrituras realmente dizem sobre isso,
independentemente do que as diferentes denominações evangélicas defendem.
O óleo, na bíblia, segundo alguns, simboliza o Espírito Santo, assim como o fogo, a pomba,
entre outros. Porém, nela, não há uma afirmação explícita quanto a isso. Portanto, quando se
fala em unção com óleo, pode ser que se pretenda produzir uma simbolização do Espírito
Santo atingindo alguém.
Há inúmeras referências nas Escrituras sobre esse tipo de unção, tanto no Velho, quanto no
Novo Testamento. Para facilitar, separaremos em dois blocos:

1 - Velho Testamento: O óleo representava a consagração/separação a Deus de pessoas


ou objetos.
- Êxodo 30:26-29; 40:9-11 e Levítico 8:10 = Havia o azeite da santa unção, que era usado
para ungir objetos (tendas, utensílios diversos, altar, tenda), com o intuito de santificá-los
(separá-los, consagrá-los) a Deus. A partir daí, tudo o que tocasse esses objetos tornar-se-
ia santo.
- Êxodo 30:30 e Levítico 8:12 = Uso do azeite para ungir pessoas, com o intuito de santificá-
los como sacerdotes.
- I Samuel 10:1; 16:13; I Reis 1:39 = Uso de azeite para ungir reis (pessoas).
- I Reis 19:16 = Unção de profetas (pessoas).

2 - Novo Testamento: O óleo tinha diferentes simbolismos e/ou utilidade.


- Marcos 6:13 = Discípulos usando óleo para ungir os doentes.
- Tiago 5:14 = Recomendação de Paulo para que presbíteros usassem azeite para ungir
doentes. Essa unção é o ponto de maior discórdia atualmente, pois alguns defendem que era a
unção tradicional (como o uso de um pouco de óleo sobre a cabeça), enquanto outros alegam
que era o uso medicinal do azeite. Discutiremos isso um pouco à frente.
- Marcos 14:8 e Lucas 23:56 = Mulheres realizando unção em Jesus (como parte de um
processo de “embalsamento” para a sepultura).
- Lucas 7:38 e 7:46 = Uma mulher, pecadora, demonstrando sincera alegria, unge os pés de
Jesus, como gesto de “boas vindas” (era costume na época).

Atualmente observamos muito misticismo, magia e superstição quando o assunto é óleo de


unção. O que seria uma simbolização ou um uso medicinal (é discutível e veremos logo em
seguida) tornou-se uma espécie de “macumba cristã”, em que o óleo é tido como detentor de
um poder sobrenatural.
Como era de se esperar, muitas seitas defensoras da teologia da prosperidade até
comercializam supostos óleos milagrosos, que seriam capazes de curar, expulsar demônios,
trazer riquezas e a paz. Ou seja, o poder não está mais na Palavra e no sangue de Jesus e sim,
engarrafado nas mãos de falsos profetas.

Nos tempos bíblicos existiam vários tipos de óleos e várias aplicações.


Por exemplo:
- Azeite de oliva = simbolizava vida útil, saudável e alegre. (Salmo 92:10)
- Óleo medicinal = era muito usado na medicina judaica antiga, seja puro ou misturado com
ervas. O incenso e a mirra eram muito utilizados. (Isaías 1:6; Lucas 10:34)
- Unguento = Incenso, mirra ou azeite de oliva associado a perfumes. Era muito usado até
mesmo pelos pobres (embora fosse uma substância de alto valor) quando recebiam uma visita
em casa, como sinal de boas-vindas. (Lucas 7:46)
- Unguento fúnebre = na cultura da época, fazia parte do processo de preparo para o
sepultamento. (Mateus 26:12; Lucas 23:55,56)

A aplicação era feita na cabeça, na face, nos pés ou sobre as lesões de pele. Devemos
salientar que os principais líderes da Reforma Protestante não aprovavam a continuidade da
unção com óleo, porém, posteriormente, outros líderes foram adotando esta prática, como
podemos ver no predomínio desta aplicação entre pentecostais e neopentecostais.

Analisando Tiago 5:14 :


Primeiramente devemos observar que o contexto desse versículo nos traz um ensino sobre o
poder e a importância da oração. A unção foi um “detalhe” colocado no assunto do texto.
Tanto é que há os dizeres: “a oração da fé salvará o doente”. Ou seja, o resultado virá da
oração e não, da unção.
Porém a dúvida persiste. Seria essa unção a aplicação de um medicamento da época (que era
usado para uma infinidade de problemas de saúde) no doente ou seria um ritual que
simbolizaria a ação do Espírito Santo? Não podemos cravar uma resposta, mas tudo leva a
crer que tanto essa unção quanto aquela citada por Jesus em Marcos 6:13 se referiam não a
essa aplicação de óleo com finalidade espiritual e sim, como medicação para cura do enfermo.
Era como se o presbítero chegasse, desse o remédio que fizesse parte do tratamento médico e
em seguida fizesse uma oração para que Deus atuasse no processo de cura do doente.
Chegamos a essa conclusão quando olhamos para o termo grego que foi traduzido por
“unção”. Em grego, a palavra é “aleipho”, que significa “passar gordura, óleo ou unguento”
ou ainda: “passar perfume ou substância aromática”. Ou seja, esse termo tem um significado
cotidiano, referindo-se a um processo muito usado na época para aplicar óleos. Se essa unção
tivesse um sentido espiritual, como para representar a ação divina, o termo usado
provavelmente seria “christos”, que significa: “conceder autoridade por meio de unção”.
Há, porém, aqueles que discordam dessa visão e insistem que o óleo usado era sim uma
unção na cabeça da pessoa e que foi uma recomendação apostólica e de Cristo. Porém, mesmo
para este grupo, que fique claro: essa unção seria para o doente e não, para a doença. Portanto,
jamais deve ser feito o que muitos realizam, que é ungir a barriga, quando a pessoa tem um
problema no estômago ou até mesmo o cúmulo de ungir a genitália de pessoas com problemas
reprodutivos. Isso é um fetichismo ridículo (ou até mesmo um assédio sexual), uma idolatria,
uma superstição e um paganismo sem tamanho, que deve ser combatido por qualquer pessoa,
independentemente do que pensar sobre a unção.

- A extrema unção (católica) é válida?


O catolicismo defende a necessidade de “preparar a alma para a morte”, quando a pessoa
tem uma doença grave e está prestes a falecer. Justificam essa visão distorcendo o texto de
Tiago 5:14,15. Alegam que os apóstolos já faziam isso, pois interpretam que essa unção seria
para a morte. Porém, essa visão é desmentida quando se confronta o Evangelho como um
todo com essa distorção. Além disso, podemos descartar essa ideia quando observarmos a
história, pois a unção para sepultamento era apenas uma das possibilidades de uso do óleo. A
maioria das aplicações não era para morte e sim, para vida. Tanto é que Jesus disse para os
apóstolos orarem para os doentes e ungi-los. Seria um preparo para a morte dessas pessoas?
Obviamente não. Portanto, a extrema unção não tem nenhum respaldo no Evangelho.

– O óleo tem ou não tem poder?


De forma alguma! No Novo Testamento Jesus curava a todo momento, os discípulos e
apóstolos também e quantas vezes o óleo foi citado? São raras as referências de orações por
doentes acompanhada de uso de óleo. A cura se dá pelo poder da Palavra e não, pelo azeite.
O Espírito Santo também não precisa de óleo para alcançar uma pessoa (leia e comprove:
Atos 8:17; I João 2:20,27). Em Tiago 5:14,15 lemos que é a oração da fé que salvará o
doente e não o óleo em si.
Se alguém tentar expulsar demônios com óleo, é mais fácil o demônio fritar um ovo do que
sair do indivíduo. Jesus ensinou a expulsarmos demônios no nome dEle (Marcos 16:17) e
não com rituais ou amuletos.
Portanto, se o óleo não carrega nenhuma magia e poder, não faz o mínimo sentido o
comércio que alguns líderes religiosos, ou melhor, falsos profetas fazem com o mesmo.
Dizem que é óleo de Israel, azeite da Oliveira X e coisas semelhantes. Se o óleo é de soja, de
milho, de granola ou de peixe não faz a mínima diferença, a menos que você esteja
preparando um belo prato para o almoço.

No Antigo Testamento observamos que objetos eram ungidos com óleo para que fossem
santificados ao Senhor. E sabemos que os rituais da Velha Aliança tinham uma simbolização
e tudo era sombra do que havia de acontecer, ou seja, tudo apontava e representava Jesus
Cristo. No Novo Testamento aprendemos que Deus não habita em templos (e objetos) feitos
por homens (Atos 7:48), logo, não há sentido em ungir casas, templos, instrumentos musicais,
móveis, veículos, fotos ou utensílios domésticos. Jesus ensinou que quando chegássemos em
uma casa, deveríamos saudá-la, dizendo: “Paz seja nesta casa” (Lucas 10:5). Ele não
mandou ungi-la. Temos aí mais um exemplo do poder da Palavra e não de uma substância.
Deus habita em pessoas, em vidas, ou seja, em nós, que somos o templo de Deus (I
Coríntios 3:16). Sendo assim, deve-se ungir uma pessoa?
Enquanto no Velho Testamento pessoas eram “separadas” por unção, no Novo Testamento
ocorre imposição de mãos (Atos 6:6, I Timóteo 4:14).
Nós devemos viver segundo o Evangelho de Cristo, que nos mostra apenas 3 formas de
unção: para sepultamento, como forma de hospedagem e para aplicação nos enfermos. Nos
dois primeiros casos não é necessário nem detalhes, pois qualquer livro sobre cultura judaica
deixa evidente que esses usos eram uma tradição entre eles, fazendo parte daquela cultura.
Portanto, resta-nos apenas a última forma: unção para os doentes.
Conclusão:
Não podemos confundir “recomendação” com “ordenança”. O uso de óleo, seja para unção
como ritual ou para uso medicinal foi uma recomendação de Cristo e de Paulo. Se
interpretarmos essa unção como uso medicinal do óleo, não há a mínima necessidade do seu
uso atualmente, pois a medicina evoluiu muito, a ponto de existirem medicamentos eficazes
para boa parte das doenças; se interpretarmos como uma forma de simbolismo do
derramamento do Espírito Santo sobre a pessoa (alguns tem essa interpretação devido a
Zacarias 4:1-14), só terá valor se quem unge e quem é ungido tiverem plena consciência
desse simbolismo. Vimos que o Novo Testamento não dá suporte para unção de objetos e
apenas cita a unção de pessoas. E mais: não era qualquer pessoa e sim, as enfermas! Temos
que ter prudência, pois uma pessoa pode pedir a unção com óleo porque ficou assistindo esses
programas de TV que anunciam um anti-Evangelho. Para esses, o óleo é uma substância
mágica, cheia de poderes, que pode mudar a vida da pessoa que for ungida. Assim, o
indivíduo desinformado que assiste pode cair nesse paganismo, desejar para si esse tipo de
“macumba gospel” e perder a consciência e a fé no poder da Palavra de Deus.
Quando olhamos para o Evangelho, observamos que essa questão de unção com óleo não
tem nenhum poder de salvação, portanto, não será esse tipo de discordância teológica (quanto
à possibilidade ou não de utilizar esse tipo de “procedimento” na atualidade) que determinará
a salvação ou condenação de alguém. O que temos são apenas evidências que nos levam a
entender que isso não é mais necessário. Porém, desde que não estejamos defendendo uma
visão por comodidade ou por outros interesses pessoais, isso não influenciará a nossa vida
cristã. Portanto, busque servir a Deus com sinceridade, buscando sempre seguir o Evangelho
puro e simples. Jamais acredite que uma substância ou um objeto possa ter algum poder. Não
troque o poder da Palavra e do sangue de Cristo por um frasco de óleo oferecido por um líder
religioso. E lembre-se: Deus é Deus, com ou sem azeite.

Autor: Wesley de Sousa Câmara

Referências:
http://www.luz.eti.br/es_uncaocomoleo-parte1.html (acessado em 02/01/2013)
http://www.luz.eti.br/es_uncaocomoleo-parte2.html (acessado em 02/01/2013)
http://voltemosaoevangelho.com/blog/2011/05/pve-devemos-ungir-com-
oleo/#axzz2GyGqfmuP (acessado em 02/01/2013)
Bíblia de Jerusalém
Bíblia Almeida Corrigida e Revisada Fiel
COLEMAN, Willian L. :Manual dos Tempos & Costumes Bíblicos; 1ª Ed, 1991. Editora
Betânia.
Artigo: Unção com óleo

22/07/2013 13h30

Por: Rev. Edson Cortasio*

Um pastor derramou doze litros de óleo em sua cabeça para receber unção e repassar aos fiéis
da Igreja. Num culto pentecostal um pastor derramou dois litros de óleo na cabeça e se sentiu
cheio de poder. Um pastor enterrou uma garrafa de óleo no monte para que o mesmo ficasse
cheio de poder e unção. Garrafinhas de óleo de unção são vendidas nos templos para atrair
dinheiro para a obra e poder para as famílias.

Infelizmente existem tantos exageros e fanatismo com o uso do óleo da unção que muita
gente prefere ignorar a prática bíblica da Unção dos Enfermos.
Desejo de forma rápida, compartilhar breves palavras sobre a Unção com Óleo na Bíblia, na
História da Igreja e na Liturgia

1. Tipos de Unção

No antigo Testamento encontramos o uso do óleo para ungir objetos. Era uma forma de
consagrar os objetos para o culto a Deus. (Êxodo 29:36-37; 30:25-29). Os objetos ungidos se
tornavam santos ao serviço do Senhor.
O Antigo Testamento também fala da Unção de Pessoas. Wesley diz que "Entre os Judeus, a
unção era a cerimônia pela qual os profetas, os sacerdotes e os reis eram iniciados nos seus
ofícios" (Nota de Wesley a Mateus 1.16). Eram ungidos os profetas, os reis e os sacerdotes.
Unção de Reis: Os reis eram ungidos como libertadores para o povo de Israel e para governar
sobre o povo como seu pastor (I Sm 9.16).
Unção de Sacerdotes: Os sacerdotes eram ungidos, de modo a consagrá-los e reconhecê-los
como pessoas separadas para servir a Deus através do sacerdócio (Ex 40.13-15).
Unção de profetas: O ofício profético era estabelecido pelo ato da unção. (Is 61.1-3.

2. Os Produtos utilizados para a unção


Azeite: Era símbolo da alegria, da saúde e da qualificação de uma pessoa para o serviço do
Senhor (Sl 92.10).
Unguento: Era uma gordura misturada com perfumes especiais que lhe davam características
muito desejáveis. Era utilizado para ungir os pés dos hóspedes, simbolizando a alegria pela
chegada daquele hóspede, e desejando-lhe boas vindas (Jo 11.2; Dn 10.2-3; Rt 3.3).
Óleos curativos: Usavam-se os óleos com poder curativos para amolecer feridas e purificá-las
(Is 1.6, Lc 10.34).
Unguento fúnebre: Este unguento era utilizado na preparação do corpo para o sepultamento,
como parte de um processo de embalsamamento: (Mt 26.12; Lc 23.55-56).

3. Modos de aplicação
Na cabeça: O derramamento de óleo sobre a cabeça de um homem indicava que este homem
havia sido separado para uma determinada tarefa a serviço do Senhor ( I Sm 10.1; Sl 23.5; Ec
9.8).
No rosto: A unção do óleo no rosto tinha como objetivo a hidratação, e a proteção contra as
forças da natureza (Sl 104.15).
Nos pés: Como já foi dito, este ato es-tava normalmente relacionado com uma recepção digna
e alegre de um hóspede bem-vindo (Lc 7.38)
Sobre as feridas: Utilizado como medi-camento (II Rs 20.5-7).

4. A Prática dos Apóstolos do Senhor Jesus


No Evangelho de Marcos 6.7,12-13 está escrito: "Chamou os doze discípulos, começou a
enviá-los dois a dois e dava-lhes poder sobre os espíritos maus. Então os discípulos partiram e
pregaram para que as pessoas se convertessem. Expulsavam muitos demônios e curavam
muitos doentes, ungindo-os com óleo".
A expulsão dos demônios e a cura milagrosa de muitos enfermos eram acompanhadas da
unção com óleo.

5. A Orientação de Tiago 5:14-16


A Carta de Tiago 5.14-16 diz: "Alguém de vocês está doente? Mande chamar os presbíteros
da Igreja para que orem por ele, ungindo-o com óleo, em nome do Senhor. A oração feita com
fé salvará o doente: o Senhor o levantará e, se ele tiver pecados, será perdoado. Confessem
mutuamente os próprios pecados e orem uns pelos outros, para serem curados. A oração do
justo, feita com insistência, tem muita força".

A orientação doutrinária é que os doentes sejam ungidos com óleo pelos presbíteros em nome
do Senhor. A oração da fé levantará os enfermos e perdoará pecados.
Tanto em Marcos como Tiago, a unção com óleo está relacionada a uma ação de Deus, e não
aos poderes curativos ou medicinais do óleo.

6. O Uso da Unção na História da Igreja.


Orígenes, um dos Pais da Igreja, comenta o texto de Tiago 5:14, mas trata apenas da questão
do perdão dos pecados, e não menciona o uso do óleo.
Agostinho menciona o uso do óleo uma vez em seus escritos sobre milagres.

Tertuliano, diz Sétimo Severo, foi curado na oração com imposição do óleo pelo cristão
Prócolo.Crisóstomo dizia que o óleo para ungir os doentes deveria ser retirado das lâmpadas
que alumiavam o templo. Esta prática é usada ainda hoje na Igreja Grega. Crisóstomo
também recomenda ungir um bêbado com óleo retirado da tumba dos mártires cristãos, como
remédio para curar a bebedice.

Os Nestorianos misturavam óleo e água com algumas relíquias de alguns santos; caso estas
não fossem encontradas, usava-se poeira de uma cena de martírio e ungia-se o doente com tal
mistura. Cirilo de Alexandria e Cesário de Arles alertavam o povo contra encantamentos e
mágicas, dizendo que o poder não vinha do óleo. Óleo é apenas Sinal.

A partir do quarto século em diante, a liturgia da igreja Grega e outras liturgias orientais já
continham fórmulas para consagrar o “óleo santo”. Um bom exemplo disso é O
Sacramentário de São Serapião (quarto sécu-lo, Egito).
A carta de Inocêncio I para Decentius, datada de 19 de Março de 416 diz que “os cristãos
doentes têm o direito de serem ungidos com o santo óleo da crisma, o qual, sendo consagrado
pelo bispo, não é legal apenas para os bispos somente, mas para todos os cristãos que
precisem dele para suas próprias necessidades, bem como para seus servos.”

Antes do fim do oitavo século, contudo, uma mudança ocorreu no Ocidente, pela qual o uso
do óleo foi transformado para unção daqueles que estavam para morrer, não como um meio
para recuperar o doente, mas com vistas à remissão dos pecados daquele que está morrendo.

O sacramento da Extrema Unção é mencionado pela primeira vez entre os sete sacramentos
da Igreja Católica no século XII. Foi discutido e decretado no Concílio de Trento (na pós-
Reforma), que “a santa unção do doente foi um sacramento estabelecido por Cristo e
promulgado aos crentes por Tiago, apóstolo e irmão e nosso Senhor”.

O Concílio Vaticano II mudou o nome de Extrema Unção para Unção dos Enfermos,
seguindo uma linha ecumênica para estar mais próximo dos Protestantes Históricos.

Atualmente a Igreja Católica, Igreja Anglicana e outras igrejas históricas usam três óleos para
a Liturgia da Igreja.

Óleo da Confirmação (crisma): usado na ocasião em que o jovem (ou adulto) reafirma os
votos batismais que foram feitos em seu nome por seus pais e padrinhos, tornando-se
“responsável pela Fé que professa”. Também é usado nas ordenações sacerdotais como sinal
de consagração dos “ungidos de Deus” para exercer o Sagrado Ministério;

Óleo dos Catecúmenos: usado nas celebrações do Santo Batismo (através do sinal da cruz)
significando a libertação do mal para que o iniciado na Fé Cristã seja consagrado e esteja apto
a receber o Espírito Santo que vai guiá-lo no “novo nascimento em Cristo”, e

Óleo dos Enfermos: usado na administração da Bênção da Saúde (que tomou o lugar da
“extrema unção”). Esta unção é para que a pessoa fique curada, ou tenha força para enfrentar
os sofrimentos olhando para a Paixão do Senhor Jesus, ou então para, sendo a vontade de
Deus, prepare-se para atravessar o “vale da sombra da morte” (Sl 23) e desfrutar da Vida
Eterna.
A Igreja Anglicana e a Católica têm um bonito Rito de Consagração dos Óleos para Unção na
Quinta-feira Santa. Na parte da manhã acontece este Rito Sacramental - A Bênção dos Santos
Óleos. Não se pode precisar com exatidão a origem da bênção conjunta destes três óleos, mas
sabe-se que também eram abençoados no Domingo de Ramos e até no Sábado de Aleluia.
Atualmente este ritual é presidido pelo bispo diocesano, e têm lugar no templo da Igreja
Catedral onde são consagrados.
A Unção aos Enfermos foi transformada em Sacramento.

7. Liturgia da Unção dos Enfermos


O Livro de Oração Comum, utilizado pelos Anglicanos desde o século XVI e amado por João
Wesley, apresenta dois Ritos de Unção dos Enfermos.
O Culto é iniciado com um Cântico de iniciação e uma palavra de acolhida. Logo após é
realizado o Ato Penitencial. Louva-se a Deus com Cânticos e a Igreja recebe a Palavra no
momento da Liturgia da Palavra. São lidas duas porções da Bíblia: Tiago 5.14-16 e Marcos
6.7-13.

Finalmente ocorre a Imposição das Mãos com a Unção do Óleo. No Livro de Oração Comum
Brasileiro existe a seguinte orientação: "Qualquer pessoa enferma, seja grave ou passageira a
sua doença, pode receber a imposição de mãos e a Santa Unção, e ambas podem ser
administradas tantas vezes quantas requeridas durante a mesma unção".

Neste momento o Ministro diz ao povo: "O Senhor Onipotente, que é uma torre forte para
quantos nele confiam, ao qual to-das as coisas nos céus, na terra, e debaixo da terra se curvam
e obedecem; seja agora e para sempre a tua defesa, e te faça conhecer e sentir, que debaixo do
céu não há outro nome dado aos homens em quem e por quem tu recebas saúde e alcances a
salvação, exceto unicamente o nome de nosso Senhor Jesus Cristo".
Outra orientação segue: "As pessoas doentes devem vir à frente e ajoelhar-se no genuflexório,
ou, incapacitados a isso, o Ministro irá a elas.

Então, imergindo o seu polegar direito no Santo Óleo, porá suas mãos sobre a cabeça de cada
um, e depois ungirá a fronte com o sinal da cruz, dizendo: Eu imponho minha mão sobre ti e
te unjo com óleo, em o nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, no poder de nosso Senhor
Jesus Cristo para que, livre de todo o sofrimento e enfermidade, recebas a bênção da saúde.”

O Ministro ora para que a Unção vá além da cura física. "Assim como está ungido
externamente com este Santo Óleo, assim também o nosso Pai Celestial te conceda a unção
interior do Espírito Santo. Que Ele, por sua grande misericórdia, perdoe os teus pecados, te
liberte de teus sofrimentos, fortaleça e te restaure integralmente. Que o Senhor te liberte de
todo o mal, te conserve em toda bondade, e te preserve na vida eterna. Por Jesus Cristo, nosso
Senhor".

8. Nossa Prática de Ungir Enfermos


De um lado está o exagero e fanatismo de grupos neopentecostais com relação a Unção com
Óleo, do outro lado está um Ritual Litúrgico que dá à unção uma beleza, ordem e decência.
Olhamos para Tiago 5.14-16 e Marcos 6.7-13. e praticamos com simplicidade e fé a Unção
dos Enfermos, não crendo no Poder do Óleo, mas no poder da Oração da Fé em Cristo Jesus.
Não usamos o Óleo como Sacramento nem como veículo mágico de poder.
Utilizamos apenas como meio de Graça, debaixo da orientação bíblica para Ungir os
Enfermos e consagrar nossas vidas ao Senhor.
Ao Senhor seja a Glória, agora e para sempre.

*Extraído do Jornal da Vila, da Igreja Metodista em Vila Isabel, RJ.

Estudo Bíblico As Bases Bíblicas da Unção

INTRODUÇÃO

A unção na Bíblia pode ser vista de modo abrangente, tanto no sentido espiritual como no sentido
prático da unção com óleo. Esta é prática bíblica de muita importância pelo seu sentido simbólico e
espiritual. Tanto no AT como no NT encontramos respaldo para sua utilização, ainda que de modo
diferenciado. Hoje, quando tantas inovações estão ocorrendo no meio evangélico, precisamos saber
um pouco mais sobre esse procedimento recomendado pela Palavra de Deus.

I - CONCEITOS DE UNÇÃO

1. ETIMOLOGICAMENTE. Unção significa "Ato ou efeito de ungir". Ungir quer dizer: "Untar com óleo
ou com ungüento"; "Aplicar óleos consagrados" (Dic.).

2. BÍBLICAMENTE. Unção vem do substantivo grego, chrisma; daí, vem o verbo chrío, ungir; e o
adjetivo christós, que significa "ungido". No hebraico, o termo ungido é Messias, aplicado a Cristo. A
unção, na Bíblia, pode ser entendida de modo espiritual e literal, com a aplicação do azeite ou óleo
sobre alguém ou sobre algum objeto.

2.1.UNÇÃO ESPIRITUAL. É a capacitação dada por Deus a alguma pessoa, credenciando-a para
cumprir uma missão específica, especial, dentro de propósitos divinos.

1) JESUS FOI UNGIDO. Jesus foi ungido pelo Espírito Santo, "para evangelizar os pobres", "curar os
quebrantados do coração, apregoar liberdade aos cativos...a por em liberdade os oprimidos" (Lc
4.18). Ele foi ungido "com óleo de alegria" (Hb 1.9). (Ver Is 61.1; At 10.38; 1 Cr 16.22).

2) OS APÓSTOLOS FORAM UNGIDOS. Pedro era ungido de tal modo que as pessoas colocavam os
doentes sob sua sombra para que fossem curados (At 5.15,16). De Paulo, levavam-se "lenços e
aventais" e "as enfermidades fugiam deles" (At 19.11,12).
3) OS CRENTES FIÉIS SÃO UNGIDOS. "Mas o que nos confirma convosco em Cristo, e o que nos ungiu
é Deus, o qual também nos selou e deu o penhor do Espírito em nossos corações" (2 Co 1.21, 22).

2.2. UNÇÃO COM ÓLEO: É o ato de derramar óleo sobre alguém ou sobre algum objeto, com o
sentido de torná-lo consagrado a Deus, ou de buscar a cura divina sobre o enfermo.

II - A UNÇÃO COM ÓLEO NO ANTIGO TESTAMENTO.

1. O ÓLEO DA UNÇÃO.
1.1. SUA COMPOSIÇÃO. Era composto de "principais especiarias": mirra, canela aromática, cálamo
aromático, cássia e azeite de oliveiras. (Ver Ex 30.22-25). Era o "azeite da santa unção".

1.2. SUA FINALIDADE.


1) A UNÇÃO DOS OBJETOS SAGRADOS. (Ex 30.26-29; 40.9-11).
O ato de ungir os objetos com o "azeite da santa unção" dava-lhe um caráter sagrado. Não podiam se
utilizados para outras finalidades. Belsazar foi castigado por ter feito uso dos vasos sagrados do
templo do Senhor (Ver Dn 5.2-5; 23). Hoje, os lugares de culto nem sempre são respeitados.

2) A UNÇÃO DOS SACERDOTES. (Ex 30.30; 29.7; Lv 8.12).


Os sacerdotes, após ungidos, eram considerados santos, devendo dedicar-se ao serviço do Senhor.
Hoje, no Cristianismo, todos somos sacerdotes reais (1 Pe 2.9), pela unção espiritual.

3) A UNÇÃO DOS REIS.


O azeite era derramado sobre eles, na consagração para o cargo, como servo de Deus. Saul ( 1 Sm
10.1); Davi (1 Sm 16.13; 2 Sm 2.4; 11.7). Jeú (2 Rs 9.1,3). Salomão (1 Rs 1.39); 2 Rs 11.12; 2 Cr 23.11.

4) A UNÇÃO DOS PROFETAS. Elias ungiu Eliseu (1 Rs 19.16).

1.3. SUA EXCLUSIVIDADE.


Era santo, com utilização definida (Ex 30.31-33). Muitos que são ungidos para o ministério têm saído
do seu lugar, misturando-se com o mundo, a política iníqua e outras coisas que não agradam a Deus.

III - A UNÇÃO NO NOVO TESTAMENTO


1. A UNÇÃO NO SENTIDO ESPIRITUAL.
No NT, a palavra unção (do gr. chrisma) só ocorre três vezes (Ver 1 Jo 2.20,27). O verbo ungir (chrío)
aparece cinco vezes (Lc 4.18; At. 4.27; 20.38; 2 Co 1.21; Hb 1.9). Já o adjetivo christós (Cristo) ocorre
mais de 500 vezes, em diversas referências, como em Mt 1.1 e Ap 22.21.

2. A UNÇÃO COM ÓLEO.


Literalmente, ocorrem duas passagem relativas à unção com óleo: Em Mc 6.13 e Tg 5.14. 1. A UNÇÃO
DOS ENFERMOS.

1.1. OS DISCÍPULOS UNGIAM (Mc 6.13). É a única referência nos evangelhos sobre esse trabalho dos
discípulos. Certamente, era algo muito comum, embora as curas feitas por Jesus não utilizavam o
óleo como elemento auxiliar.

1.2. A UNÇÃO PELOS PRESBÍTEROS. (Tg 5.14). Tiago ensina como agir, quando um crente está
doente, orientando que os presbíteros sejam chamados para orarem por ele, ungindo com óleo, em
nome de Jesus. 2. NO PREPARO PARA A SEPULTURA (Mc 14.8; Lc 23.56). Era um costume oriental. Ao
que parece para retardar a decomposição do corpo.

3. A UNÇÃO DE HÓSPEDES.
Uma mulher ungiu os pés de Jesus (Lc 7.38) e Ele chamou a atenção do anfitrião por não tê-lo ungido
a cabeça (Lc 7.46).

IV - A UNÇÃO COM ÓLEO, HOJE.

1. QUEM PODE UNGIR.


1.1. OS MINISTROS DO EVANGELHO. Pastores e evangelistas podem ungir, pois sua missão é
abrangente. (Ver 1 Pe 5.1,2a).

1.2. OS PRESBÍTEROS DA IGREJA (Tg 5.14). São os membros do ministério mais indicados para
realizar a unção com óleo, pois são citados explicitamente como credenciados para tal finalidade.
Mas não é exclusividade deles.

1.3. OS OBREIROS EM GERAL. Na ausência dos ministros e presbíteros, em situações especiais, é


admissível que diáconos, auxiliares, e obreiros em geral unjam os enfermos. Os discípulos não eram
formalmente ordenados, mas ungiam (cf. Mc 6.13).

1.4. É ELEMENTO ÚTIL À ORAÇÃO DA FÉ (Tg 5.14). Não é o azeite que cura, mas a fé no Nome de
Jesus, da parte dos que oram e da parte do enfermo. A Igreja Católica tem o sacramento da "extrema
unção" aos moribundos, com o sentido de conferir-lhes graça na hora da morte. Isso não tem
respaldo bíblico.

2. QUE PARTES DO CORPO PODEM SER UNGIDAS.


Normalmente, deve-se ungir a cabeça do doente. No AT, sempre a unção era sobre a cabeça. Ver Sl
23.5; 133.2. A mulher ungiu os pés de Jesus, mas não em caso de enfermidade. Atualmente, há
certas práticas, utilizadas por alguns, de ungir inclusive partes íntimas das pessoas enfermas. Isso é
exagero, e não tem base na Palavra de Deus.

CONCLUSÃO. A unção espiritual deve fazer parte da vida dos crentes e em especial da vida dos
obreiros. A oração pelos enfermos deve ser prática comum em todas as igrejas cristãs, se possível,
em todas os cultos. Sempre há pessoas necessitadas de receber a oração da fé, com o recurso da
unção com óleo. Esta deve ser feita não apenas como mero ritual, mas como um gesto de fé no
poder do Nome de Jesus.

Autor: Pastor Elinaldo Renovato de Lima


A Igreja e o "Óleo da Unção"

"O QUE" OU "QUEM" DEVEMOS UNGIR NA IGREJA?

Após entrar em contato com a moderna literatura evangélica sobre “batalha espiritual” e
passar alguns anos praticando a unção de pessoas, de coisas e de lugares, creio que posso
expressar minha opinião a esse respeito.

Para o neopentecostalismo, o óleo é um elemento poderoso. Em alguns casos, a oração é


considerada ineficaz se não for acompanhada da “unção com óleo”. Os textos que dão
suportes a estes pensamentos são fundamentalmente tirados do Velho Testamento, em
especial, da Lei de Moisés. Modernamente, ainda que sem amparo bíblico direto, os adeptos
do movimento de libertação (exorcismo), utilizam o óleo como elemento imprescindível ao
seu trabalho.

Especificamente no que diz respeito a ungir coisas e pessoas, em processos de libertação e


proteção contra o acesso de espíritos malignos, ficam as perguntas: Jesus ou os apóstolos
fizeram ou ensinaram algo parecido? Eles deixaram algum exemplo desses para seguirmos? O
que nos diz a bíblia e, em especial, o Novo Testamento sobre ungir coisas e pessoas?
Antes que eu me detivesse na tarefa de pesquisar, fui convencido pelas experiências
particulares de meus amigos neopentecostais de que esse era o procedimento correto a ser
seguido. Embora eu não tivesse encontrado fundamentos neotestamentários para ungir coisas
e lugares, lembrava-me das palavras de Rebecca Brown que em seus livros e palestras sempre
enfatizava a importância do uso do óleo na “batalha espiritual”. Assim, prossegui com essa
prática porque eu pensava: se não faz bem, mal também não faz.

De fato, eu nunca tinha percebido nenhum prejuízo direto decorrente dessa prática moderna.
Por isso, quando alguém me pedia para ungir carro, portas e janelas de suas residências,
instrumentos musicais etc. eu atendia, sem maiores problemas. E nos seminários que eu
participava, as orações de encerramento de algumas palestras levavam-me a untar as mãos
antes das ministrações. Assim, procedi por muitos anos.

Mas, agora, diante da verdade bíblica, a questão que pretendo enfrentar: o óleo faz parte do
ritual do Novo Testamento? Qual a utilidade dessa prática? Realmente não faz mal? Esta
análise se limitará à unção para fins de consagração, proteção, cura ou outros fins espirituais.
Não será objeto deste artigo a unção (azeite ou unguento) para fins medicinais, para
hidratação da pele, para o exercício da hospitalidade, para preparação fúnebre ou para outras
aplicações cotidianas constantes dos usos e costumes dos tempos bíblicos.

A unção no Velho Testamento

Na Lei de Moisés, não temos dúvida de que a prática de ungir os elementos que integravam o
culto levítico, era proveniente de orientação do Senhor. Moisés recebeu uma receita específica
(elementos e quantidades) para preparar o “óleo sagrado” (azeite de oliveira, mirra,
cinamomo, cálamo e cássia). Este era preparado especificamente para se ungir a tenda, a arca
da aliança, a mesa dos pães com seus utensílios, o candelabro com seus utensílios, o altar do
sacrifício e seus utensílios, o altar do incenso, a bacia e seu suporte, senão vejamos:

"22 Disse mais o Senhor a Moisés: 23 Tu, pois, toma das mais excelentes especiarias: de
mirra fluida quinhentos siclos, de cinamomo odoroso a metade, a saber, duzentos e
cinqüenta siclos, e de cálamo aromático duzentos e cinqüenta siclos, 24 e de cássia
quinhentos siclos, segundo o siclo do santuário, e de azeite de oliveira um him. 25 Disto farás
o óleo sagrado para a unção, o perfume composto segundo a arte do perfumista; este será o
óleo sagrado da unção. 26 Com ele ungirás a tenda da congregação, e a arca do
Testemunho, 27 e a mesa com todos os seus utensílios, e o candelabro com os seus
utensílios, e o altar do incenso, 28 e o altar do holocausto com todos os utensílios, e a bacia
com o seu suporte. 29 Assim consagrarás estas coisas, para que sejam santíssimas; tudo o
que tocar nelas será santo. 30 Também ungirás Arão e seus filhos e os consagrarás para que
me oficiem como sacerdotes. 31 Dirás aos filhos de Israel: Este me será o óleo sagrado da
unção nas vossas gerações. 32 Não se ungirá com ele o corpo do homem que não seja
sacerdote, nem fareis outro semelhante, da mesma composição; é santo e será santo para vós
outros. 33 Qualquer que compuser óleo igual a este ou dele puser sobre um estranho será
eliminado do seu povo. " (Êxodo 30:22-33)

Essas mesmas normas podem ser constatadas em Ex 29:36-37 e Ex 40:1-6, mas o importante
a ser observado é que esta unção era aplicável exclusivamente aos objetos do culto levítico e
aos sacerdotes que ministravam no tabernáculo. O óleo sagrado, por sua vez, não era “um
óleo qualquer”, mas uma composição de elementos específicos e não poderia ser fabricado
(imitado) por alguém que não fosse sacerdote e nem aplicado em quem não fosse sacerdote.
Aquele que ousasse fabricar óleo igual ao sagrado ou aplica-lo sobre um estranho (não
sacerdote) deveria ser eliminado do povo de Deus.

Vale destacar, também, que a consagração dos sacerdotes não se limitava à unção. O ritual
incluía um novilho, dois cordeiros, pães e bolos sem fermento, local específico (à porta da
tenda da congregação) e um ritual de purificação (lavagem de pés, vestimentas e adereços
específicos), turbante, cinturões, sacrifício dos animais separados e queima da carne, do couro
e do excremento do novilho fora do acampamento. Esses e outros detalhes do ritual de
consagração dos sacerdotes estão em Êxodo 29. A unção com o óleo sagrado era apenas um
elemento do ritual em que Deus ordenou “assim você os consagrará, para que me sirvam
como sacerdotes” (Ex. 29:1). Por isso, devemos entender que a consagração de um sacerdote
não se satisfazia apenas com a unção, mas exigia um ritual com diversos outros elementos.

Com a instituição dos reis, observamos que a consagração do governante era distinta. A unção
passou a ser utilizada, mas com azeite de oliva puro. Assim foi com Saul e com Davi. Samuel
(sacerdote) os ungiu por orientação de Deus, senão vejamos:

"16 Amanhã a estas horas, te enviarei um homem da terra de Benjamim, o qual ungirás por
príncipe sobre o meu povo de Israel, e ele livrará o meu povo das mãos dos filisteus; porque
atentei para o meu povo, pois o seu clamor chegou a mim. 17 Quando Samuel viu a Saul, o
Senhor lhe disse: Eis o homem de quem eu já te falara. Este dominará sobre o meu povo."
(1 Samuel 9:16-17)

"1 Tomou Samuel um vaso de azeite, e lho derramou sobre a cabeça, e o beijou, e disse: Não
te ungiu, porventura, o Senhor por príncipe sobre a sua herança, o povo de Israel?" (1
Samuel 10:1)

"1 Disse o Senhor a Samuel: Até quando terás pena de Saul, havendo-o eu rejeitado, para
que não reine sobre Israel? Enche um chifre de azeite e vem; enviar-te-ei a Jessé, o
belemita; porque, dentre os seus filhos, me provi de um rei." [...] 13 Tomou Samuel o chifre
do azeite e o ungiu no meio de seus irmãos; e, daquele dia em diante, o Espírito do Senhor
se apossou de Davi. Então, Samuel se levantou e foi para Ramá." (1 Samuel 16:1 e 13)

Como se pode notar, desde o primeiro momento em que se iniciou a prática de unção de reis,
não havia ritual específico e o elemento utilizado não era o óleo sagrado de Êxodo 30:22-33.
Os reis eram ungidos com o puro azeite. Logo, há uma importante diferença inicial a ser
observada. O óleo para unção de utensílios do tabernáculo e dos sacerdotes tinha uma
exigência específica, uma composição especial que nem mesmo poderia ser imitada ou
utilizada em quem não fosse sacerdote, enquanto a unção de reis podia ser procedida com
qualquer azeite puro.

Outra curiosidade é que a unção de reis que a bíblia descreve inclui o derramamento do azeite
em grande proporção (vaso e chifre de azeite). Não se tratava de um simples toque de mãos
untadas em azeite, mas de um despejar de azeite sobre a cabeça. Assim, também, era a prática
para a unção dos sacerdotes, senão vejamos:
"10 O sumo sacerdote entre seus irmãos, sobre cuja cabeça foi derramado o óleo da unção,
e que for consagrado para vestir as vestes sagradas, não desgrenhará os cabelos, nem
rasgará as suas vestes." (Levítico 21:10)

O próprio rei Davi, relata como a unção de um sacerdote escorre por sua barba e vestes:

"1 Oh! Como é bom e agradável viverem unidos os irmãos! 2 É como o óleo precioso sobre a
cabeça, o qual desce para a barba, a barba de Arão, e desce para a gola de suas vestes."
(Salmos 133:1-2)

Mas, a unção de pessoas, no sentido de separação para um mister especial, não se limita a
sacerdotes e reis. Inclui os profetas, senão vejamos:

"13 Ouvindo-o Elias, envolveu o rosto no seu manto e, saindo, pôs-se à entrada da caverna.
Eis que lhe veio uma voz e lhe disse: Que fazes aqui, Elias? [...] 15 Disse-lhe o Senhor: Vai,
volta ao teu caminho para o deserto de Damasco e, em chegando lá, unge a Hazael rei sobre
a Síria. 16 A Jeú, filho de Ninsi, ungirás rei sobre Israel e também Eliseu, filho de Safate,
de Abel-Meolá, ungirás profeta em teu lugar." (1 Reis 19:13-16)

A unção no Novo Testamento

Jesus e a autoridade sobre doenças e espíritos malignos

No Evangelho de Marcos está a informação que serve de fundamento para as unções que
presenciamos hoje na igreja moderna. Vejamos o texto:

"7 Chamou Jesus os doze e passou a enviá-los de dois a dois, dando-lhes autoridade sobre os
espíritos imundos. 8 Ordenou-lhes que nada levassem para o caminho, exceto um bordão;
nem pão, nem alforje, nem dinheiro; 9 que fossem calçados de sandálias e não usassem duas
túnicas. 10 E recomendou-lhes: Quando entrardes nalguma casa, permanecei aí até vos
retirardes do lugar. 11 Se nalgum lugar não vos receberem nem vos ouvirem, ao sairdes dali,
sacudi o pó dos pés, em testemunho contra eles. 12 Então, saindo eles, pregavam ao povo que
se arrependesse; 13 expeliam muitos demônios e curavam numerosos enfermos, ungindo-os
com óleo [os enfermos]. " (Marcos 6:7-13 RA)

A primeira coisa que devemos notar é que, na parte instrutiva da passagem, Jesus lhes deu-
lhes autoridade sobre espíritos malignos e ordenou que nada levassem, exceto o bordão. O
Mestre não faz nenhuma referência ao óleo e nem mesmo associa a autoridade sobre
demônios a esse elemento de unção.

Apenas na parte descritiva da passagem surge a informação de que os discípulos ungiam


pessoas enfermas e estas eram curadas. A versão NVI facilita a compreensão do verso 13,
deixando claro que a unção com óleo somente se refere aos enfermos e não aos
endemoninhados, senão vejamos:

“Expulsavam muitos demônios e ungiam muitos doentes com óleo, e os curavam” (NVI)

Neste caso, desde logo, podemos assegurar que a unção com óleo não está relacionada à
expulsão de demônios, mas apenas à aplicação no caso dos enfermos. Entretanto, mesmo
quanto à questão dos enfermos é bom lembrar que Jesus não ordenou tal coisa.
Seja como for, o importante a ser ressaltado é que Jesus não lhes deu nenhuma instrução que
ligasse a libertação ou a cura à unção com óleo. Eles nem mesmo tinham este exemplo em
Jesus, uma vez que o Mestre nunca utilizou o óleo em nenhuma de suas libertações ou curas –
nem antes, nem durante, nem depois.

O evangelho de Lucas vem reforçar este entendimento. Quando Lucas relata o envio dos
setenta discípulos para uma missão, as instruções de Jesus são repetidas e o propósito da
missão inclui a cura de enfermos e a pregação do evangelho, mas nada fala sobre unção com
óleo:

"1 Depois disto, o Senhor designou outros setenta; e os enviou de dois em dois, para que o
precedessem em cada cidade e lugar aonde ele estava para ir. 2 E lhes fez a seguinte
advertência: A seara é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai, pois, ao Senhor da
seara que mande trabalhadores para a sua seara. 3 Ide! Eis que eu vos envio como cordeiros
para o meio de lobos. 4 Não leveis bolsa, nem alforje, nem sandálias; e a ninguém saudeis
pelo caminho. [...] 9 Curai os enfermos que nela houver e anunciai-lhes: A vós outros está
próximo o reino de Deus." (Lucas 10:1-4; 9)

Em seguida, Lucas apresenta a parte descritiva da missão, ou seja, o relato do que aconteceu
na viagem. Eles estavam felizes porque puderam exercer autoridade sobre espíritos malignos,
mas nenhuma informação há que relacione a libertação dos oprimidos ao óleo. Em vez disso,
eles atestam que a submissão dos demônios ocorria pela autoridade do nome de Jesus.

"17 Então, regressaram os setenta, possuídos de alegria, dizendo: Senhor, os próprios


demônios se nos submetem pelo teu nome! 18 Mas ele lhes disse: Eu via Satanás caindo do
céu como um relâmpago. 19 Eis aí vos dei autoridade para pisardes serpentes e escorpiões e
sobre todo o poder do inimigo, e nada, absolutamente, vos causará dano. 20 Não obstante,
alegrai-vos, não porque os espíritos se vos submetem, e sim porque o vosso nome está
arrolado nos céus. " (Lucas 10:17-20)

Sim, além de não haver nenhum exemplo ou instrução de Jesus acerca de unção com óleo
para a cura ou libertação de pessoas, há o reconhecimento de que a autoridade está no nome
de Jesus isso sempre foi suficiente, dispensando instrução especial de Jesus para reforçar a
autoridade e poder dos discípulos.

Quem afirma que precisa do auxílio do óleo para promover a libertação de pessoas
endemoninhadas deve admitir que não confia plenamente na autoridade do nome de Jesus ou
que não está suficientemente preparado com oração e jejum para exercê-la.

Em todos os evangelhos, o único reforço para se exercer autoridade sobre qualquer tipo de
entidades malignas é o jejum e a oração, conforme o próprio Jesus nos indicou na seguinte
passagem:

"17 E um, dentre a multidão, respondeu: Mestre, trouxe-te o meu filho, possesso de um
espírito mudo; 18 e este, onde quer que o apanha, lança-o por terra, e ele espuma, rilha os
dentes e vai definhando. Roguei a teus discípulos que o expelissem, e eles não puderam. [...]
25 Vendo Jesus que a multidão concorria, repreendeu o espírito imundo, dizendo-lhe:
Espírito mudo e surdo, eu te ordeno: Sai deste jovem e nunca mais tornes a ele. 26 E ele,
clamando e agitando-o muito, saiu, deixando-o como se estivesse morto, a ponto de muitos
dizerem: Morreu. 27 Mas Jesus, tomando-o pela mão, o ergueu, e ele se levantou. 28 Quando
entrou em casa, os seus discípulos lhe perguntaram em particular: Por que não pudemos nós
expulsá-lo? 29 Respondeu-lhes: Esta casta não pode sair senão por meio de oração [e
jejum]. " (Marcos 9:17-29)

A mesma passagem citada por Mateus inclui a fé, mas nada fala sobre óleo como auxílio ao
processo de libertação:

"19 Então, os discípulos, aproximando-se de Jesus, perguntaram em particular: Por que


motivo não pudemos nós expulsá-lo? 20 E ele lhes respondeu: Por causa da pequenez da
vossa fé. Pois em verdade vos digo que, se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a
este monte: Passa daqui para acolá, e ele passará. Nada vos será impossível. 21 [Mas esta
casta não se expele senão por meio de oração e jejum.] " (Mateus 17:19-21)

Enfim, pela simples leitura dos evangelhos de Marcos e Lucas podemos eliminar a relação
entre unção com óleo e processos de libertação de pessoas. A única possibilidade que nos
resta, mesmo que não ordenada ou confirmada por Jesus, é a unção de enfermos, conforme
veremos a seguir.

A orientação de Tiago para uso de óleo em enfermos

Se em primeira análise neotestamentária afastamos a ligação entre óleo e expulsão de


demônios, restou-nos a relação entre óleo e unção de enfermos.

Sobre essa questão específica, a Carta de Tiago nos traz a única passagem do Novo
Testamento em que há uma instrução sobre a aplicação de óleo em enfermos.

"14 Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e estes façam oração
sobre ele, ungindo-o com óleo, em nome do Senhor. 15 E a oração da fé salvará o enfermo, e
o Senhor o levantará; e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados. 16 Confessai,
pois, os vossos pecados uns aos outros e orai uns pelos outros, para serdes curados. Muito
pode, por sua eficácia, a súplica do justo." (Tiago 5:14-16)

Primeiramente, é importante notar que o contexto desse versículo nos traz um ensino sobre o
poder e a importância da oração, enquanto o óleo é apenas um “detalhe” acrescentado ao
texto. Observem que é a oração que salvará o doente. Ou seja, o resultado virá da oração e não
da unção.

Exatamente por ser o óleo um elemento adicional é que surgem dúvidas quanto à sua
exigência na prática neotestamentária. Há quem defenda que sua aplicação era simplesmente
medicinal, segundo os costumes da época. Neste caso, seria como tomar um remédio e orar
para que seus efeitos sejam alcançados.

Prefiro crer que haja um sentido espiritual na indicação de Tiago, uma vez que ele sugere que
isso seja feito pelos presbíteros da igreja, que não eram médicos. Também, não há no texto
indicação de modos de aplicação a determinadas enfermidades. O fato é que o óleo era
utilizado em alguns casos como remédio, mas não para qualquer tipo de enfermidade. Como
Tiago não define o tipo de doenças, significa dizer que se tratava de um elemento de fé a ser
adicionado ao ato da oração.
Por isso mesmo, é possível assegurar que essa unção era para o doente e não para a doença.
Logo, se é um elemento espiritual e não um remédio, não faz sentido ungir a barriga da
pessoa que se queixa de problema no estômago. Também, não é necessário colocar a mão em
nenhuma outra parte do corpo do enfermo, sob pretexto de realizar a unção no local da
enfermidade. Não é necessário nem mesmo pedir para uma mulher colocar a mão com óleo
em partes íntimas de outra mulher enquanto se faz a oração. Permitir tais práticas é consentir
com abusos e inconveniências. É lamentável observar tais coisas no meio da igreja.

Além disso, dar ao óleo um poder sobrenatural por si mesmo conduz à idolatria, à superstição
e ao misticismo que deve ser combatido por qualquer discípulo de Jesus. A cura se dá pelo
poder da oração e pela obediência aos preceitos bíblicos e não pelo azeite.

Para não sermos levados por invencionices do evangelicalismo moderno, devemos refutar
práticas não amparadas pela bíblia. Se pensamos que tais inserções não fazem mal é porque
não percebemos que heresias são infiltradas sorrateiramente para abrir portas para o
misticismo, para o comércio de óleos trazidos de Israel, para inconveniências e para nos fazer
aceitar passivamente todas as práticas antibíblicas atualmente introduzidas nas igrejas. Logo,
fazem mal, sim!

O óleo não carrega nenhuma magia e nenhum poder em si mesmo, de modo que se queremos
utilizá-lo especificamente nos limites seguros da bíblia, podemos dispensá-lo, sem medo, de
todo o processo de libertação ou de unções a grupos de pessoas reunidas em cultos ou
seminários e restringi-lo a aplicações particulares e reservadas, ocasião em que chamamos os
Presbíteros da igreja para orarem por nós, quando estivermos enfermos.

Portanto, ungir enfermos em suas casas e em hospitais, este sim é um ato de obediência a
Deus. Se cremos no poder e na eficácia da palavra de Deus, podemos abandonar os excessos e
as crendices.

Unção para consagração de pessoas ao ministério

Até aqui já podemos notar algo interessante. Nenhum dos usos do óleo no Velho Testamento
(ordenação sacerdotal, consagração de objetos e locais) são recomendados no Novo
Testamento e o único uso consentido no Novo Testamento não foi recomendado pelo Velho
Testamento.

Enquanto no Velho Testamento pessoas eram “separadas” por unção, no Novo Testamento
são pela imposição das mãos das autoridades eclesiásticas constituídas por Deus, senão
vejamos:

"4 e, quanto a nós, nos consagraremos à oração e ao ministério da palavra. 5 O parecer


agradou a toda a comunidade; e elegeram Estêvão, homem cheio de fé e do Espírito Santo,
Filipe, Prócoro, Nicanor, Timão, Pármenas e Nicolau, prosélito de Antioquia. 6
Apresentaram-nos perante os apóstolos, e estes, orando, lhes impuseram as mãos. 7 Crescia
a palavra de Deus, e, em Jerusalém, se multiplicava o número dos discípulos; também
muitíssimos sacerdotes obedeciam à fé. 8 Estêvão, cheio de graça e poder, fazia prodígios e
grandes sinais entre o povo." (Atos 6:4-8)

"12 Ninguém despreze a tua mocidade; pelo contrário, torna-te padrão dos fiéis, na palavra,
no procedimento, no amor, na fé, na pureza. 13 Até à minha chegada, aplica-te à leitura, à
exortação, ao ensino. 14 Não te faças negligente para com o dom que há em ti, o qual te foi
concedido mediante profecia, com a imposição das mãos do presbitério. 15 Medita estas
coisas e nelas sê diligente, para que o teu progresso a todos seja manifesto." (1 Timóteo
4:12-15)

Uma vez que não há qualquer suporte no Novo Testamento para ungir literalmente pessoas
para o exercício de um ministério, seguir com essa prática revela o quanto se deseja trazer o
Velho Testamento para os rituais da igreja. Para quem deseja livrar-se desse tipo de
inclinação, sem medo ou culpa, recomendo a leitura do livro “Dízimos e Ofertas: pretextos
dos impiedosos”.

Apenas para relembrar, a consagração sacerdotal exigia um ritual específico, que incluía a
unção dos sacerdotes, a qual só podia ser feita com o unguento preparado especificamente
para isso, cuja fórmula está em Êxodo 30:22-33. Ademais, o óleo sagrado só podia ser
aplicado em objetos do culto levítico e sobre sacerdotes que ministravam no tabernáculo.

Por isso, se alguém quer usar a consagração de sacerdotes e dos utensílios do tabernáculo
como fundamento para a moderna consagração de coisas e de ministros do evangelho, deve se
lembra que isso é impossível. Não só porque inclui ritual específico, com sacrifício de
animais, estola sacerdotal etc., mas porque a reprodução do óleo sagrado é proibida pela
própria Lei que instituiu a unção como elemento integrante desse ritual.

De outro modo, ainda que se tratasse de uma possibilidade aplicável à igreja (não é), os
adeptos das práticas do Velho Testamento, que se firmam nos exemplos da unção dos reis e
dos profetas, deveriam ser fiéis ao procedimento verotestamentário e derramar azeite na
cabeça dos seus pastores, bispos, apóstolos etc. e não apenas passar um dedo de óleo em suas
testas.

Entretanto, infelizmente, qualquer que seja o tipo de unção escolhida, nenhuma delas estará
amparada por Jesus e nem pelos apóstolos.

Para quem prefere afirmar que a unção praticada hoje nas igrejas tem apenas um sentido
simbólico, é bom lembrar que o próprio Jesus, citado profeticamente como ungido do Senhor
para apregoar boas novas não foi literalmente ungido em nenhuma passagem do Novo
Testamento. Entretanto, Jesus assumiu pessoalmente a profecia sem que alguém tivesse
derramado uma gota de óleo sobre a sua cabeça com esse propósito.

Jesus, Rei Ungido de Deus, Sumo Sacerdote e Profeta, assume que o revestimento do Espírito
Santo que estava sobre ele era a marca profética de sua unção, dispensando, portanto, o ritual
físico de unção tanto do sacerdote como do Rei ou do profeta.

"17 Então, lhe deram o livro do profeta Isaías, e, abrindo o livro, achou o lugar onde estava
escrito [Is 61:1-3]: 18 O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para
evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos e restauração da
vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos, 19 e apregoar o ano aceitável do
Senhor. 20 Tendo fechado o livro, devolveu-o ao assistente e sentou-se; e todos na sinagoga
tinham os olhos fitos nele. 21 Então, passou Jesus a dizer-lhes: Hoje, se cumpriu a Escritura
que acabais de ouvir." (Lucas 4:17-21)
Portanto, se queremos a unção, no sentido espiritual para o exercício de um chamado,
somente precisamos do enchimento do Espírito Santo e da imposição de mãos de homens
realmente separados por Deus para o Ministério.

Mas, devemos lembrar que não há consagração humana que mude a situação de uma vida não
consagrada.

Unção de coisas, objetos, casas templos etc.

Mais uma vez devo reafirmar. Somente os objetos do tabernáculo e do templo precisavam ser
ungidos com um óleo especificamente fabricado para esse fim. O ritual não podia ser
realizado com o puro azeite e nem com um outro óleo qualquer. Também, esse óleo preparado
não podia ser utilizado em nenhum outro objeto que não pertencesse ao culto levítico de
Jerusalém.

Logo, temos três bons motivos para não ungir objetos pessoais, nossas casas, templos ou coisa
parecida:

1) não estamos mais sob a lei cerimonial do Velho Testamento, que foi consumada em Jesus
Cristo. Seguir rituais da Lei implica desconsideração da obra de Jesus na cruz;

2) nossas igrejas não são templos levíticos e não dispõem dos mesmos utensílios. Nossos
cultos em nada se parecem com o ritual da lei;

3) se queremos consagrar um objeto inanimado, podemos fazer isso pela nossa disposição em
separá-lo para um uso especial, sem necessidade de passar óleo nele, pois isso nunca foi
recomendado por qualquer passagem bíblica dirigida à igreja de Jesus.

Também, não é razoável ungir fechaduras, portas, janelas e ambientes para evitar que os
demônios entrem na sua casa. Embora tais ensinamentos venham de pessoas sinceras e
dedicadas a Deus, não procedem da bíblia, mas de revelações particulares.

Exemplo disso é a indicação de Rebecca Brown em seu livro “Prepare-se para a Guerra
(Editora Danprewan, 1998, p. 68-70):

1. Unja sua casa. O Senhor ensinou-me este princípio logo no início do nosso ministério.
Elaine e eu suportamos, por meses, opressão interminável tanto de demônios como de
espíritos humanos em projeção astral. De noite, tão logo adormecíamos, éramos arrancadas
da cama e atiradas ao chão por espíritos invisíveis. Objetos apareciam e desapareciam de
minha casa. Móveis e outros objetos eram arremessados no ar por forças invisíveis, e assim
por diante. Exausta, uma noite eu clamei ao Senhor em desespero. ‘Pai por favor, o que
podemos fazer? Parece que a minha casa está escancarada para qualquer espírito maligno
que queira entrar. Tu sabes como estes espíritos estão nos incomodando. Eu não posso
suportar mais isto!’

Neste ponto o Espírito Santo encheu a minha mente com a narrativa do cordeiro pascal em
Êxodo, capítulo 12. Então ele disse: ‘Desde a morte de Jesus, não há mais sacrifícios de
sangue. Então, o que você diria que é o equivalente do sangue hoje?’ ‘O óleo?’ Eu
perguntei. ‘Está correto’. Então o Senhor também recordou-me do trecho em Êxodo capítulo
40, onde ele havia instruído Moisés a usar o óleo da unção: [...] Enquanto eu meditava
nestas palavras, o Senhor mostrou-me que eu deveria pegar óleo ungir a minha casa, e
santifica-la a Ele. Assim, eu peguei o óleo que tinha à mão (óleo de cozinha) e coloquei um
pouco sobre as molduras de todas as portas, sobre as próprias portas, e m cada janela, na
lareira, e em todas as outras aberturas que davam acesso à casa. Tendo feito isso, pedi ao
Senhor para fazer meu lar santo a Ele, e para selá-lo com um escudo do seu precioso sangue.
Então, deixando as portas abertas, voltei para dentro de casa, fiquei parada de pé no meio, e
pedi ao Senhor para limpá-la e pôr para fora todos os espíritos humanos. Então ordenei a
todos os espíritos demoníacos, no nome de Jesus Cristo, que deixassem a minha casa para
sempre. A mudança foi imediata e dramática. Minha casa foi selada e nenhum espírito
humano ou demoníaco podia entrar deste momento em diante. [...]

Algumas vezes as pessoas me perguntam que tipo de óleo nós usamos. Lembre-se, o óleo é
somente um símbolo. Não nada mágico no óleo em si. Óleo é óleo. Eu já usei óleo de motor
em uma ocasião em que não havia nada mais disponível. O uso do óleo é um sinal de
obediência e o óleo mesmo é apenas um símbolo. A limpeza e o selo são feitos pelo poder de
Jesus Cristo através de sua obra terminada na cruz do Calvário. (os grifos não constam do
original)

Não há que se questionar as experiências pessoais de Rebecca Brown, mas o fato é que o seu
próprio relato nos mostra que sua doutrina de proteção procede de uma revelação particular e
não da bíblia. Ela apenas buscou um texto que pudesse dar suporte à revelação particular que
teve. E quando ela fala que o uso do óleo é um sinal de obediência, está se referindo, na
verdade, à obediência à sua própria experiência e não à Palavra do Senhor propriamente dita.
É importante afirmar que obedecer a Deus significa obedecer à sua santa Palavra e não
obedecer a revelações particulares, que são fontes de heresias que distorcem as escrituras
sagradas e criam doutrinas sem fim, as quais afastam os homens da vontade de Deus.

Hoje, lamentavelmente, temos inúmeras igrejas que apresentam tal procedimento como uma
doutrina bíblica, sendo que não há nenhuma indicação bíblica para que alguém faça isso. Nem
o Velho Testamento nem o Novo apoiam a revelação particular de Rebecca. Primeiramente,
porque em nenhum lugar das escrituras sagradas há indicação de que o símbolo do
sangue tenha sido substituído pelo óleo. Ademais, o sangue do cordeiro passado nas portas
das casas dos hebreus, na passagem pascal (Êxodo 12), era para guarda-los da mortandade
providenciada pelo próprio Deus (por meio de seu anjo) nas casas dos egípcios. Ou seja, não
se tratava de investida de demônios sobre o povo de Deus, ao contrário, era um juízo de Deus
sobre os Egípcios:

“7 Tomarão do sangue e o porão em ambas as ombreiras e na verga da porta, nas casas em


que o comerem; [...] 12 Porque, naquela noite, passarei [Deus] pela terra do Egito e ferirei
na terra do Egito todos os primogênitos, desde os homens até aos animais; executarei juízo
sobre todos os deuses do Egito. Eu sou o SENHOR. 13 O sangue vos será por sinal nas casas
em que estiverdes; quando eu vir o sangue, passarei por vós, e não haverá entre vós praga
destruidora, quando eu ferir a terra do Egito.” (Êxodo 12:7-13 RA)

Em segundo lugar, como já vimos, a unção para consagração de objetos do templo não podia
ser feita com qualquer óleo. Revelações particulares desse tipo, infelizmente, têm levado
inúmeras pessoas ao misticismo e ao paganismo.Portanto, se há alguma coisa a ser ungida
(pelo Espírito Santo) ou consagrada, esta é você, discípulo de Jesus. Quem quer estar
protegidos contra ataques malignos, deve manter a santidade, a devoção a Deus e tapar as
brechas do pecado em sua vida. Dentro de casa, a santificação é o que impede a ação do
Diabo. Por isso, basta eliminar a idolatria e os pontos de contato com o reino de Satanás -
onde há luz, não há trevas. Também, não é possível associar a unção dos objetos sagrados à
proteção dos mesmos contra ataques malignos - não há respaldo bíblico para isso. Por último,
é importante lembrar que a unção de objetos do Tabernáculo, utilizados exclusivamente para
o culto levítico em Jerusalém, nada tem a ver com a consagração de objetos pessoais.

Conclusão

Vimos que o Novo Testamento não dá suporte para unção de objetos e a unção de pessoas é
exclusivamente relacionada à oração pelos enfermos, de modo pessoal e reservado, por
presbíteros da igreja. Não há qualquer ensinamento bíblico que fundamente o uso de óleo em
cultos, seminários ou procedimentos de libertação. Tampouco, há necessidade de despejar
óleo sobre os chamados por Deus para um ministério qualquer.

Especificamente no que diz respeito à libertação de pessoas endemoninhadas e à proteção


contra o acesso de espíritos malignos, restou demonstrado que nem Jesus e nem os apóstolos
fizeram ou ensinaram coisa parecida. Também, não há qualquer exemplo bíblico dessa prática
para que possamos adotá-la.

Precisamos ter cuidado para não embarcarmos “na onda” dos falsos mestres, que criam
doutrinas com revelações particulares, deturpam o evangelho, tentam fazer do cristão um
judeu e querem implementar práticas verotestamentárias ao culto e às doutrinas cristãs, do
mesmo modo que faziam os judaizantes na igreja do primeiro século.

Também, devemos estar atentos aos propagadores do anti-Evangelho. Para esses, o óleo é
uma substância mágica, cheia de poderes, que pode mudar a vida da pessoa que for ungida.
Assim, o homem sincero, mas que ignora o conteúdo bíblico pode ser conduzido ao
paganismo, passando a praticar um tipo de “macumba gospel”.

A maior prova que temos do mal que fazem as heresias criadas a partir de experiências
particulares, algumas até sobrenaturais, é o fato de que as pessoas se tornam arredias à Palavra
de Deus, ou seja, desprezam e debocham dos estudos sérios da palavra de Deus e preferem
confiar nas experiências místicas que começam a produzir. Essas pessoas são capazes de
chamar de perturbadores aqueles que querem mostrar-lhes o que diz a palavra de Deus. Se as
escrituras sagradas não apoiam suas práticas e experiências, acham que isso é normal e
aceitável diante de Deus, pois pensam que os resultados que produzem é que revelam a
verdade e não o contrário.

Se perdemos o parâmetro bíblico e se nos esquecemos que somos discípulos de Cristo,


corremos o risco de sermos conduzidos a um sincretismo religioso altamente destrutivo,
porque este elimina a essência do evangelho de Jesus Cristo, nosso Senhor. Voltemos, pois, à
obediência à Palavra de Deus, servindo-o com sinceridade e praticando o evangelho puro e
simples.

Portanto, Deus é Deus, com ou sem azeite. E heresia faz mal, sim! É como o fermento
colocado nas três porções de farinha – leveda toda a massa (Mt 13:33)

Por: Pastor Sólon Lopes Pereira

Em, 9 de novembro de 2014.


A unção com óleo

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Pr. Welfany Nolasco Rodrigues 13 comentários

-Tema: UNÇÃO

Isaías 61.1-3
-INTRODUÇÃO: Usar óleo para untar o corpo era algo comum na Bíblia. Os hóspedes eram ungidos
quando recebidos em uma casa. Certa vez uma mulher ungiu os pés de Jesus (Lucas 7.38) e Ele
chamou a atenção do anfitrião por não ter lhe ungido a cabeça (Lucas 7.46). Também era costume da
época preparar os corpos das pessoas que morriam com óleos aromáticos para conservar mais
tempo (Mc 14.8; Lucas 23.56). O óleo era usado sobre a pele para proteger do calor para não
ressecar e espantar moscas. Esta unção natural servia para refrescar e revestir a pessoa. Daí vem o
sentido Bíblico da unção como revestimento e proteção.

No Novo Testamento, a palavra unção (do grego: chrisma) só ocorre três vezes (Ver 1 João
2.20,27). O verbo ungir (chrío) aparece cinco vezes (Lucas 4.18; Atos. 4.27; 20.38; 2 Coríntios 1.21;
Hebreus 1.9). Já o adjetivo christós (Cristo ou ungido) ocorre mais de 500 vezes, em diversas
referências, como em Mateus 1.1 e Apocalipse 22.21. Ou seja, a unção pertence a Cristo que é
colocada sobre pessoas e não apenas sobre coisas ou mesmo o óleo somente.

A unção espiritual é um instrumento poderoso ensinado por Deus para ministrar bênçãos aos
seus servos. A unção que deve ser feita com fé. Contudo não deve ser oferecida como uma coisa
banal.

A unção deve ter um propósito específico, como em Isaías 61.1-3 e Lucas 4.18,19 onde o profeta
Isaías e o Senhor Jesus disseram que “O Senhor me ungiu PARA”:

- pregar boas-novas aos quebrantados, [evangelizar]


-curar os quebrantados de coração, [ministrar cura]

-proclamar libertação aos cativos e a pôr em liberdade os algemados; [libertar]

-apregoar o ano aceitável do SENHOR; [ministrar esperança]

-a consolar todos os que choram; [consolar]

-pôr sobre os que em Sião estão de luto uma coroa em vez de cinzas, óleo de alegria, em vez
de pranto, veste de louvor, em vez de espírito angustiado; [trazer alegria]

Como ministrar a unção com óleo?


Vamos aprender o que a Bíblia ensina sobre a unção com óleo:
O que é a Unção?
Unção significa ‘ato ou efeito de ungir’. Contudo, unção não é o óleo em si e sim a manifestação
do poder de Deus através do Espírito Santo que nos unge. A unção espiritual é a capacitação dada
por Deus a alguma pessoa para cumprir uma missão específica e especial, dentro de propósitos
divinos. Unção é poder!

Quem é ungido?
A unção do Espírito Santo foi derramada sobre:

JESUS: Jesus foi ungido pelo Espírito Santo (Lucas 4.18). O próprio título de Jesus, chamado Cristo
significa Ungido (Atos 10.38). Jesus foi ungido "com óleo de alegria" (Hebreus 1.9).

OS APÓSTOLOS: Pedro era ungido de tal modo que as pessoas colocavam os doentes sob sua sombra
para que fossem curados (Atos 5.15,16). As pessoas procuravam Paulo levando "lenços e aventais e
as enfermidades fugiam deles" (Atos 19.11,12).

OS CRENTES FIÉIS: Servos do Senhor que buscam a unção espiritual, "mas o que nos confirma convosco
em Cristo, e o que nos ungiu é Deus, o qual também nos selou e deu o penhor do Espírito em nossos
corações" (2 Coríntios 1.21, 22).

Ungido é a pessoa que tem a unção do Espírito Santo em sua vida!

O que é unção com óleo?


É o ato de derramar óleo sobre alguém ou sobre algum objeto, com o sentido de torná-lo
consagrado a Deus, ou de buscar a cura divina sobre o enfermo. Ungir quer dizer: "untar com óleo ou
com ungüento"; "aplicar óleos consagrados" (Dic.).

O que é o óleo da unção?


Composto de "principais especiarias" como mirra, canela aromática, cálamo aromático, cássia e
azeite de oliveiras, considerado como o "azeite da santa unção" (Ver Êxodo 30.22-25). Era santo, com
utilização definida não podendo ser usado para qualquer outra coisa senão para ungir (Êxodo 30.31-
33).

O óleo preparado para ungir é um símbolo utilizado em obediência à ordenança da Palavra de


Deus. Este óleo é consagrado em oração e jejum ao mesmo tempo em que as pessoas que
ministrarão a unção se prepararam para isso.

O quê pode ser ungido?


O ato de ungir os objetos com o "azeite da santa unção" dava-lhe um caráter sagrado (Êxodo
30.26-29; 40.9-11). A partir do momento que era ungidos, não podiam se utilizados para outras
finalidades. O rei Belsazar foi castigado por ter feito uso indevido dos vasos consagrados do templo
do Senhor (Ver Daniel 5.2-5; 23).

Instrumentos e utensílios da Casa de Deus devem ser ungidos como consagrados para o
santuário.

Quem deve ser ungido?


A unção deve ser ministrada para cura, autoridade e dedicação do ministério:

A UNÇÃO DOS SACERDOTES: Os sacerdotes, após ungidos, eram considerados santos, devendo
dedicar-se ao serviço do Senhor (Êxodo 30.30; 29.7; Levítico 8.12). Hoje, no Cristianismo, todos
somos “sacerdócio real” (1 Pedro 2.9), porque temos a unção espiritual.

A UNÇÃO DOS REIS: O azeite era derramado sobre eles, na consagração para o cargo real, como servo
de Deus. Alguns reis que foram ungidos: Saul (1 Samuel 10.1); Davi (1 Samuel 16.13; 2 Samuel 2.4;
11.7); Jeú (2 Reis 9.1,3); Salomão (1 Reis 1.39). Esta é uma unção de autoridade.

A UNÇÃO DOS PROFETAS: Elias ungiu Eliseu como sinal de que o mesmo Espírito que estava sobre sua
vida se manifestaria sobre Eliseu como seu sucessor (1 Reis 19.16).

A UNÇÃO DOS ENFERMOS: Os leprosos deveriam ser ungidos ministrando sobre suas vidas o perdão a
cura (Levítico 14.13-18). Mas não é o azeite que cura, mas a fé no Nome de Jesus, da parte dos que
oram e da parte do enfermo.

A unção deve ser ministrada para cura de enfermos e para autoridade espiritual sempre que
alguém é levantado para exercer um ministério.

Quem pode ungir?


A unção deve ser ministrada por pessoas separadas para este ministério:

DISCÍPULOS: Marcos 6.13


Os seguidores de Jesus praticavam a unção ordenada por ele para curar enfermos. Certamente, era
algo muito comum, embora as curas operadas por Jesus não utilizassem o óleo como elemento
auxiliar porque Jesus é a própria unção em pessoa. Para ungir é preciso primeiro ser um discípulo de
Jesus!
PRESBÍTEROS: Tiago 5.14
Presbítero significa pastor ou supervisor. Algumas traduções dizem ‘ancião’ para designar o líder
espiritual. Ou seja, uma pessoa responsável pelo rebanho. Este texto deixa bem claro que somente
pessoas separadas para ungir podem ministrar a unção.

No Antigo Testamento a unção era ministrada por sacerdotes ou profetas, mas no Novo
Testamento manda que sejam os seguidores de Jesus responsáveis por esta tarefa. Na ausência dos
ministros e presbíteros, em situações especiais, é admissível que diáconos, auxiliares, e obreiros em
geral untem os enfermos desde que tenha autorização pastoral (Hebreus 13.7).

Jesus ordenou que se ministrasse a cura e libertação sem cobrar nada de quem recebe porque
“de graça recebestes, de graça dai” (Mateus 10.8). Então ninguém pode cobrar para ungir ou mesmo
insinuar que a pessoa oferte em troca.

Quais partes do corpo podem ser ungidas?


Normalmente, deve-se ungir a cabeça do doente com o diz o Salmo 23.5 “unges-me a cabeça com
óleo” e o Salmo 133.2 diz que a unção vem sobre todo corpo “como o óleo precioso sobre a cabeça, o
qual desce para a barba, a barba de Arão, e desce para a gola de suas vestes”.

No caso do leproso era aplicado o óleo de unção na orelha direita, dedo polegar do pé direito e
dedo polegar da mão direita. Depois o restante do azeite era derramado sobre a cabeça do leproso
como símbolo de cura total (Levítico 14.17,18). A mulher ungiu os pés de Jesus, mas não em caso de
enfermidade (Lucas 7.38).

Atualmente existem certas práticas, utilizadas por alguns, de ungir inclusive partes íntimas. Isso é
exagero, e não tem base na Palavra de Deus. Quando se unge a cabeça significa que todo o corpo
recebe a unção.

Como ministrar a unção com óleo?


Quando se ministra a unção com óleo deve-se como foi dito, jejuar e se consagrar para este
ministério. Sempre que alguém pedir para ser ungido, precisa saber o motivo pelo qual precisa da
unção e se crê. Sendo assim, o ministro deve impor a mão sobre a pessoa e ministrar a unção orando
sobre ela. É muito importante falar palavras de fé que levem a pessoa a entender o evangelho e crer
verdadeiramente. Nunca realce apenas o óleo em si e sim a o poder do Espírito Santo que unge o
próprio óleo. Se destacar somente o óleo, pode se tornar uma espécie de idolatria.

-CONCLUSÃO: I João 2.20 e 27


A unção ensina e traz sabedoria ao povo de Deus. O Espírito Santo vem sobre todos e nos ensina
sobre tudo (João 14.26). Como no Pentecostes quando os discípulos estavam com medo e cofusos,
mas foram ungidas pelo Espírito Santo para ministrar às pessoas que falavam outras línguas
pregando o evangelho (Atos 2.11).

Muito mais do que o simples ritual de untar com óleo, precisamos buscar a verdadeira e genuína
unção do Espírito Santo de Deus. Quem é ungido por Deus ministra com autoridade espiritual, mas
se a pessoa não for ungida, de nada adianta o óleo ser consagrado.

A unção espiritual deve fazer parte da vida dos crentes e em especial da vida dos obreiros. A
oração pelos enfermos deve ser prática comum em todas as igrejas cristãs. Sempre há pessoas
necessitadas de receber a oração da fé, com o recurso da unção com óleo. Esta deve ser feita não
apenas como mero ritual, mas como um gesto de fé no poder do nome de Jesus.

Publicado por Pr. Welfany Nolasco Rodrigues

Pastor Metodista e pregador do evangelho. Escritor de esboços e sermões. Formação:


Bacharel em Teologia pela UMESP - Universidade Metodsita de São Paulo. Pós Graduação
em Filosofia pela ISEIB - Instituto Superior de Educação Ibituruna.
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13 comentários:

1.

Anônimo3 de dezembro de 2012 08:56

obrigado pela explicação me auxilou muito no trabalho sobre óleo da unção

Responder

2.

Anônimo8 de dezembro de 2012 18:50

nao tenho muito o que falar porque o que E de deus nos cristao temos que aperfeisoar
as nossas mente pra poder fazer o mas correto pra deus e tudo que esta escrito sobre o
oleo com serteza e de deus

Responder

3.

Anônimo4 de abril de 2013 23:35


Que Deus continue te abençoando como canal de ensinamento de bença, temos tirados
muitas duvidas. Obrigado pela explicação

Responder

4.

Robson Carreiro5 de novembro de 2013 13:28

QUE O SENHOR CONTINUE LHE INSTRUINDO PARA QUE POSSAS


INSTRUIR A OUTROS, COMO O SENHOR TEM FEITO. QUE A PAZ DE
CRISTO QUE EXCEDE TODO ENTENDIMENTO GUARDE O SEU CORAÇÃO
EM NOME DE JESUS, SHALOM!

Responder

5.

Pastor James Pereira11 de maio de 2015 14:47

MUITO BOM GOSTEI

Responder

6.

Ioleide Santos28 de julho de 2015 17:54

Gostei muito nosso ben porde se ungindo ou nao obrigada

Responder

7.

linguagembiblica.blogspot.com4 de setembro de 2015 18:39

Ensino muito objetivo e nesta explanação vi que o óleo em si nao tem poder de cura
ou restauração e a ação do Espirito Santo sobre o agente qualificado preparado que
esta ungindo o enfermo.

Responder

8.
cleo buarque18 de maio de 2016 19:59

Um belo estudo, que Deus continue abençoado!🎶🎶🎶

Responder

9.

Geraldo28 de junho de 2016 14:29

Os que se dizem líderes espirituais devem entender que o óleo era um simbolismo do
verdadeiro oléo que é Jesus, que hoje na pessoa do Espirito Santo unge todos quantos
se chegarem a Ele com fé e em Espirito e em verdade.

Responder

10.

Jorge Romero23 de julho de 2016 18:33

No Novo testamento só aparecem duas vezes menção de unção com óleo e as duas em
caso de doença.
Não há NENHUM único versículo de unção de NENHUM objeto no Novo
Testamento. Não há NENHUM caso de consagração de pessoas com unção com óleo
no Novo testamento, essa prática foi claramente substituída pela imposição das mãos.
É claro que a Igreja primitiva entendeu que nós já temos a Unção (Espírito Santo) I
Joao 2:20 e 27 que habita em nós e aboliu a prática usada no antigo testamento que
representava o E.S. que já foi derramado em atos 2. Lembre-se que o Antigo
testamento terminou com o rasgar do véu.
Isso se chama JUDAIZAÇÃO da Igreja, é trazer práticas que eram "sombras" do que
havia de acontecer, no caso o derramar do E.S. para nossos dias e promover a idolatria
no meio das Igrejas. Irmãos que acreditam que o óleo é místico ou poderoso, tem
quem acredite até que o óleo é como bateria de carro que você dá uma "carga" nele,
quanto mais orar perto dele, mais carga ele recebe e fica mais "poderoso" Pelo amor
de Deus, quanta Heresia!!!!
O E.S. é a terceira pessoa da Trindade, é Deus, é Onisciente, onipotente, não é uma
energia que pode ser carregada no óleo!!!
Estamos vendo a repetição do que aconteceu com a serpente no deserto. Quando ela
foi feita, por orientação de Deus, foi benção, mas quando, na época errada, cerca de
200 anos depois, continuou sendo mantida pelo povo, virou objeto de idolatria e
precisou ser destruída pelo Rei Ezequias.
Óleo era no ANTIGO TESTAMENTO, era a representação do E.S. trazer essa prática
para nossos dias não tem nenhum sentido, nenhuma orientação Bíblica, a não ser em
caso de doença, por iniciativa do doente e o que cura NÃO É O ÓLEO, é a oração da
fé!!

Responder
11.

Manoel Bastos Ribeiro1 de janeiro de 2017 18:12

A Paz do Senhor. O Espírito Santo no AT já estava na terra porém não havia sido
liberado para o Homem só aconteceu com a ressurreição que Jesus deixou o
consolador, então Deus usava objetos como cajado de Moisés a vara de Arão e a capa
de Elias e a substancia como o óleo para ser usado para ungir os objetos do
Tabernáculo os Sacerdotes e os Reis assim Deus ungia seus escolhidos. OBS o Livro
de Êxodo 30:31-33 32 - Não fareis outro semelhante. Com o Batismo com Espírito
Santo o Homem passa a ter os Dons Espirituais não havendo mais necessidade dos
objetos nem substancia, apenas o nome de Jesus passa ter poder de curar. Jesus passa a
ser Sumo Sacerdote e não existe mais esta figura. Assim o Óleo ungido passa a ser
uma garantia da cura desde que seja pago em dinheiro, não se deixe enganar leia a
Palavra de Deus.

Responder

12.

Bruno Ferreira15 de fevereiro de 2017 08:48

No Novo Testamento óleos de unção são usados apenas para enfermos. Nada mais!
Não tenho como errado quem usa para qualquer outro fim. Porém, bíblicamente
somente para unção dos enfermos.

Responder

13.

Maria de fatima machado7 de fevereiro de 2018 13:07

Amem e muito bom quanto mais a gente ler e quer da vontade de ler mais a palavra de
deus eficais o dom do espirito 😇👐👐
9 de novembro de 2013 Arildo Gomes Teologia e Estudos
O ministério prático do presbítero: A Unção com Óleo

BASE: Mt. 6:13; Tg. 5:13-15

Texto escrito pelo pastor Rivaldo Correa de Melo Filho


Igreja Adventista da Promessa

A unção segundo a Doutrina Bíblica

UNÇÃO: “Aplicação de azeite no corpo. Ungia-se, com bastante freqüência, tanto os vivos
(Rt 3:3; Lc 7:46), como os mortos (Mc 14:89; 16:1). Praticava-se também a unção sagrada,
para dedicar uma pessoa ou um objeto ao Senhor. O tabernáculo e os seus móveis (Ex 40:9),
os profetas (Jr 19:16), sacerdotes (Ex 28:41) e reis (I Sm 16:1,12,13), razão pela qual esse
termo (=messias) foi usado no Antigo Testamento para referir-se ao futuro libertador (SI 2:2;
Dn 9:25,26). O novo testamento aplica Jesus Cristo, o qual recebeu a unção do Espírito Santo
(Lc 4:18-21; Jo 1:32,33; At 10:38)”. Dicionário da Bíblia de Estudo Almeida.

A UNÇÃO NO ANTIGO TESTAMENTO

A unção era comum no antigo Oriente Médio; envolvia a aplicação de azeite a uma pessoa
(ou, ocasionalmente, a um objeto). Havia três tipos de unção no A.T.: a comum, a medicinal e
a sagrada.

1) Unção comum: Com óleos aromáticos (Rt 3:3; Pv. 27:9). Era suspensa em períodos de
luto (2 Sm 14:2; Dn 10:3; Mt 6:17). Os visitantes eram ungidos como sinal de respeito (SI
23:5; Lc 7:46). Pela unção, os mortos eram preparados para o sepultamento (Mc 14:8; 16:1).

2) Unção médica: – não necessariamente com azeite – era costumeira para enfermos e feridos
(Is l :6; Lc 10:34). Os discípulos de Jesus ungiam com azeite (Mc 6:13; Tg 5:14).

3) Unção Sagrada: O propósito era dedicar a Deus algum objeto ou pessoa. Dessa maneira,
foram ungidos a pedra que Jacó usou como travesseiro em Betei (Gn 28:18), o Tabernáculo
com seus móveis (Ex 30:22-29), os profetas, os sacerdotes e os reis. Tudo isso era símbolo da
ação de Jesus Cristo e o Espírito Santo (At 10: 38)

O mais importante aqui são as seguintes unções:

1. A dos profetas (I Rs 19:16; I Cr. 16:22);


2. A dos sacerdotes (Ex. 28:41; 29:7; Lv. 8:12,30);
3. A dos reis (l Sm. 9:16; 10:1; 16:1,12,13; 2Sm 2:7; I Rs. 1:34; 19:16).

A UNÇÃO NO NOVO TESTAMENTO

No Novo Testamento já havia uma mudança significativa nesta questão da unção já não havia
mais a unção sagrada pois a sua realidade havia chegado em Cristo Jesus, que a partir da sua
vinda não era mais necessário ungir as pessoas para o ministério ativo. Nos dias de Cristo a
constituição de autoridade ministerial não se fez mais com óleo. A Bíblia não menciona Jesus
ungindo os 12, nem os 70. Tomando por base Lc. 9: 1; 10: 1; I Tim. 4: 14, a consagração ao
presbiterado e ao diaconato, é feita pela imposição das mãos, Atos 6: 6.
A unção com óleo instituída por Cristo e praticada pelos apóstolos, restringiu-se às pessoas
enfermas. Mar. 6:13; Tia. 5:14. Ela não deve ser ministrada aleatoriamente, isto é, não se
oferece unção a ninguém, a não ser em raríssimas exceções (Mc 6.16-17). Segundo Tiago, o
pedido deve proceder do enfermo. Entretanto, é necessário que se fale sobre a importância
dela para que as pessoas enfermas ou quem as representem, sejam levadas a acreditar na sua
eficácia e a solicitá-la. Não se tem informações no Novo Testamento sobre o uso da unção a
não ser a comum e a médica pelos enfermos. Sua aplicação coletiva é desaconselhável; a não
ser com circunstancias especiais, Mc. 6: 13. Nada mais deve ser ungido com óleo senão os
enfermos. Qualquer prática nesse sentido, foge à ordem bíblica e a doutrina da unção.
Pugnemos por aquilo que está claro nas Sagradas Escrituras, pois isso é o que ensina a própria
Bíblia, I Cor. 4:6.

A unção no Novo Testamento continuou sendo a comum (Mt 6.17; Lc 7.46), e a medicinal
(Mc 6.13; Tg 5.13-15). A única em que foi mudada na sua prática e no seu enfoque foi a
unção sagrada que agora é aplicada a Cristo Jesus (Lc 4.18-21; At 10.38) e a Igreja (2 Cor
1.21; l Jo 2.20 e 27) e não mais a consagração de pessoas e objetos sagrados. A Consagração
agora é feita com a imposição das mãos (Lc 9.1, 10.1; At 6.6; 2 Tm 4.14).

Quem deve ministrar a Unção

Os versículos de Marcos e Tiago, nos deixam cientes de que a unção aos enfermos deve ser
ministrada pelo pastor ou presbítero. Nem os diáconos, diaconisas e menos ainda membros
têm esse direito. Não devem, portanto, praticar uma cerimônia para a qual não estão
autorizados (não devemos ir além do que está escrito, e nem falsificar a palavra de Deus l Cor
4.6; 2 Cor 4.1-2). Lembrem-se que os filhos de Arão, Nabade e Abiu, mesmo sendo
sacerdotes, morreram porque quiseram contrafazer as cerimônias sacerdotais do santuário. Só
os pastores e presbíteros, segundo a Bíblia, são as pessoas autorizadas e credenciadas para
ungir os enfermos. (Veja: Mar. 6: 12; Tia. 5: 14,15). Nos textos citados este mandamento só
foi dado aos apóstolos e presbíteros (pastores).

Norma – Deve o presbítero ou pastor saber se a pessoa crê no poder de Deus por meio da
unção e está consciente da eficácia da oração e da unção e se está disposta a recebê-la. Os
consagrados devem sempre lembrar às pessoas que a unção é o recurso divino a sua
disposição. Não se deve ungir pessoas pois quaisquer motivos.

Forma – De posse das confissões acima, o ministro efetuará a unção com azeite, segundo a
ordem de Jesus. Lera a passagem de Tiago 5: 12-20, lembrando ao doente as promessas de
bênçãos da parte de Deus. Pede-se à pessoa para ajoelhar-se (se puder), e então untará um
algodão no azeite, ou mesmo as pontas dos dedos (na falta do algodão) e dirá: irmã (o)
conforme a ordenança da palavra de Deus, eu te unjo com azeite, em nome de Jesus.
Enquanto pronuncia as palavras procede a unção. Após o ato, impondo as mãos sobre o
enfermo, faz a oração da fé.

NOTA: a unção deve ser feita sempre na fronte, e não no local da enfermidade, (a Bíblia
manda ungir os enfermos, não a enfermidade, a Bíblia manda impor as mãos sobre os
enfermos e não sobre a enfermidade Mc 6.12-13; 16.17-18; Tg 5.14-15). A Bíblia não manda
ungir pessoas endemoninhadas a não ser que haja um nítido discernimento de que há um
espírito de enfermidade atormentando a pessoa (Lc 13.11-17). Neste caso, haverá um duplo
milagre, o demônio será expulso em nome de Jesus e a enfermidade causada por ele será
curada por meio da unção com óleo feita em nome do Senhor Jesus. Mas isso não é uma
regra, é uma exceção. A regra é expulsar os demônios em nome de Jesus, tendo uma vida de
consagração por meio da oração e do jejum (Mt 17.21; Mc 9.38-41; 16.17-18; Lc 10.17; At
8.1-12; 16.18; Fp 2.9-11). Devemos ter muito cuidado para não fazer das exceções uma regra,
é por causa deste erro que muitos estão trazendo para dentro da igreja um misticismo
desvairado como expulsar demônios jogando um copo com água nele, por meio de sopros,
etc. Foi assim que a igreja católica começou a se encher das suas crendices antibíblicas.
Devemos levar o povo a ter uma fé pura e bíblica no poder do nome de Jesus. Quando nós
fazemos das exceções as regras e das regras as exceções, estamos bem próximos das falsas
doutrinas e das heresias.

Unção que quebra o jugo (Is 10.27)

Muitas pessoas baseados em Is 10.27 tem usado a unção com óleo para ungir casas, carros,
animais, etc. Esta doutrina está baseada em uma frase do texto de Isaías que diz: Que a unção
quebrará o jugo: muitos consideram este jugo como maligno e maldições a serem quebradas
com a unção com óleo. Mas será que é isto mesmo, que o profeta Isaías está ensinando neste
texto? Vamos analisar o contexto histórico deste texto que é o seguinte: o profeta Isaías estava
profetizando que os israelitas representados pelas dez tribos do reino do norte cuja capital
ficava em Samaria, seriam levados em cativeiro pelo Rei da Assíria fato ocorrido em 721 a.C,
quando o Rei Sargão II invadiu Samaria e levou cativo as tribos do norte, o jugo ao qual o
profeta está se referindo não tem nada a ver com o que se prega hoje.

O jugo era o cativeiro para o qual eles seriam levados, lá na Assíria; então o profeta usa uma
figura de linguagem comparando Israel a um boi gordo que quebra o seu jugo, ou seja, as suas
cangas ou sua carga e se liberta, Deus os abençoaria de tal maneira que os traria de volta para
a terra de Israel e assim o jugo do cativeiro seria quebrado. Leia todo o capítulo 10 de Isaías e
você entenderá que o profeta não está falando de Unção com óleo que quebra maldições, mais
do julgo do cativeiro que seria quebrado com a benção de Deus, ou seja a libertação do
cativeiro. Confira Is 14.24-27; veja pelas várias traduções da Bíblia neste texto que o profeta
não está falando e nem se referindo a ungir as pessoas com óleo para quebrar jugos e
maldições.

Quais destas traduções estão certas?

1) João Ferreira de Almeida – Revista e Corrigida (Is l0.27)

“E acontecerá naquele dia, que a sua carga será tirada do teu ombro, e o seu jufjgo do teu
pescoço; e o jugo será despedaçado por causa da unção.”

2) João Ferreira de Almeida – Revista e Atualizada (Is 10.27)

“Acontecerá naquele dia, que o peso será tirado do teu ombro, e o seu jugo do teu pescoço,
jugo que será despedaçado por causa da gordura.”

3) Nova Versão Internacional – (Is 10.27)

“Naquele dia o fardo deles será tirado dos ombros, e o jugo deles do seu pescoço; o jugo se
quebrará porque vocês estarão muito gordos.”

4) A Bíblia de Jerusalém – (Is 10.27)


“Naquele dia a carga será removida dos teus ombros, e o seu jugo, de sobre o teu pescoço, e o
jugo será destruído.”

5) Na rota de rodapé da Bíblia de Estudo Almeida, está o seguinte comentário do texto de


Isaías 10.27:

Jugo que será despedaçado por causa da gordura: hebraico: outra tradução possível: o jugo
apodrecerá, por quanto tu és o meu ungido.

CONCLUSÃO:

Finalmente o jugo será quebrado por causa da unção, da gordura, dos gordos ou do ungido?
Esta variante textual mostra que o profeta não está falando da unção com óleo nesse texto
(mas sim da libertação do cativeiro assírio). Isto confirma uma das regras da Hermenêutica
que nos ensina que nem uma doutrina deve ser baseado em um texto isolado ou obscuro da
Bíblia. Portanto não há base bíblica para se defender tais práticas de unções aleatórias e
indiscriminadas neste texto bíblico que não tem nada a ver com unção com óleo. A unção que
quebra o jugo é o ato libertador de Deus que vem ao encontro do seu povo para libertá-lo do
cativeiro. No Novo Testamento a unção que quebra o jugo é o Espírito Santo e o libertador é
Jesus (Jo 8.32,36; At 10.38; Lc 4.17-19; At 10.37-38; 2 Cor 1.20-22; l Jo 2.20,27).

Lembre-se: Texto usado fora do contexto é pretexto. A mãe de todas as heresias é a falta
de um estudo bíblico sistemático.
Introdução

Hoje em dia, muitos tem ungido com óleo buscando curar doentes e consagrar objetivos e
pessoas ao Senhor. O objetivo deste artigo não é gerar confusão ou críticas, mas buscar
agradar ao Espírito Santo obedecendo às verdades das Escrituras. Por favor, não use este texto
em seu intelectualismo hipercrítico pecaminoso, mas em amor corrija seu irmão. Também,
não é o alvo deste um detalhamento completo sobre o uso do óleo, principalmente no Antigo
Testamento, mas questionarmos o uso dele no Novo com o que é feito atualmente.

Transcrevo abaixo parte do estudo do Pr. Eduardo Dantas[1] sobre o mesmo assunto, o qual
nos dará uma boa base para prosseguirmos:

1. A ORIGEM DO ÓLEO

Leia (Êx 30.22-33) observamos que Deus estava estabelecendo as primeiras diretrizes para o
seu povo que libertara do cativeiro no Egito e que colocara em uma peregrinação em direção à
terra prometida. Estava estabelecendo mandamentos para o culto de um modo geral.

Dentre os mandamentos estava o de que fosse preparado um óleo que foi chamado de óleo
sagrado da unção. Era um preparado específico que tinha uma fórmula específica ditada pelo
próprio Deus a Moisés e não era, de maneira alguma, somente o óleo da oliveira ou azeite.
Era, também, uma fórmula que não poderia ser copiada por ninguém sob pena de ser banido
do povo de Deus. O óleo da unção tinha objetivo definido e era o de santificar os elementos
do culto, de consagrá-los completamente para Deus, de tal maneira que quem tocasse em
algum dos objetos consagrados se tornaria Santo (Vers 29). Mas havia uma proibição: o óleo
da unção não poderia, de maneira nenhuma, ser aplicado sobre o corpo de alguém e somente
os sacerdotes poderiam ser ungidos com o óleo (Vers 32,33).

2. UNÇÃO DE PESSOAS
2.1 Unção de Reis – Os reis eram ungidos como libertadores para o povo de Israel e para
governar sobre o povo como seu pastor: “Amanhã a estas horas te enviarei um homem da
terra de Benjamim, o qual ungirás por capitão sobre o meu povo de Israel, e ele livrará o meu
povo da mão dos filisteus; porque tenho olhado para o meu povo; porque o seu clamor chegou
a mim.” (I Samuel 9:16)

2.2 Unção de Sacerdotes – Deus instruiu Moisés a ungir sacerdotes, de modo a consagrá-los e
reconhecê-los como pessoas separadas para servir a Deus através do sacerdócio. Os
sacerdotes julgavam sobre as diferenças entre as pessoas do povo, faziam expiação,
santificavam o povo perante Deus, ouviam confissões de pecados, eram a ligação entre o povo
e DEUS.

2.3 Unção de profetas – O ofício profético era estabelecido pelo ato da unção: “O espírito do
Senhor DEUS está sobre mim; porque o SENHOR me ungiu, para pregar boas novas aos
mansos; enviou-me a restaurar os contritos de coração, a proclamar liberdade aos cativos, e a
abertura de prisão aos presos; A apregoar o ano aceitável do SENHOR e o dia da vingança do
nosso Deus; a consolar todos os tristes; A ordenar acerca dos tristes de Sião que se lhes dê
glória em vez de cinza, óleo de gozo em vez de tristeza, vestes de louvor em vez de espírito
angustiado; a fim de que se chamem árvores de justiça, plantações do SENHOR, para que ele
seja glorificado.” (Isaías 61:1-3 )

Não há uma descrição clara nas Sagradas Escrituras sobre como, ou qual, seria o ritual para a
unção de profetas, mas, este fato está razoavelmente estabelecido através do texto de Isaías
acima citado.

Diante desses textos acima, concluímos que Cristo cumpriu essas 3 unções de Profeta, Rei, e
Sacerdote. Profeta: ao anunciar as Boas Novas, Rei: como Libertador do povo e Rei do
universo, e Sacerdote: em fazer a ligação entre o povo e Deus.

3. TIPOS DE ÓLEO

Existem alguns tipos de óleo usado na bíblia para diversos fins tais como:

3.1 Unguento – Gordura misturada com perfumes especiais que lhe davam características
muito desejáveis. Era utilizado para ungir os pés dos hóspedes, simbolizando a alegria pela
chegada daquele hóspede, e desejando-lhe boas vindas:

“E Maria era aquela que tinha ungido o Senhor com unguento, e lhe tinha enxugado os pés
com os seus cabelos, cujo irmão Lázaro estava enfermo.” (João 11:2)

Também como era utilizado no cuidado pessoal com o corpo, pois, é um excelente hidratante:

“Naqueles dias eu, Daniel, estive triste por três semanas. Alimento desejável não comi, nem
carne nem vinho entraram na minha boca, nem me ungi com unguento, até que se cumpriram
as três semanas.” (Daniel 10:2-3)

“Lava-te, pois, e unge-te, e veste os teus vestidos, e desce à eira; porém não te dês a conhecer
ao homem, até que tenha acabado de comer e beber.” (Rute 3:3)
3.2 Óleos curativos – O óleo tem poderes curativos, permitindo amolecer feridas e purificá-
las. O óleo quando misturado a certas ervas, pode proporcionar medicamentos poderosos para
vários males. Não é de surpreender que os médicos em Israel tivessem desde tempos antigos
conhecimento destas ervas e da forma de utilizá-las no processo curativo de doentes.

“Desde a planta do pé até a cabeça não há nele coisa sã, senão feridas, e inchaços, e chagas
podres não espremidas, nem ligadas, nem amolecidas com óleo.” (Isaías 1:6)

“E, aproximando-se, atou-lhe as feridas, deitando-lhes azeite e vinho; e, pondo-o sobre a sua
cavalgadura, levou-o para uma estalagem, e cuidou dele;” (Lucas 10:34)

3.3 Unguento fúnebre – Este unguento era utilizado na preparação do corpo para o
sepultamento, como parte de um processo de embalsamamento:

“Ora, derramando ela este unguento sobre o meu corpo, fê-lo preparando-me para o meu
sepultamento.” (Mateus 26:12)

“E as mulheres, que tinham vindo com ele da Galileia, seguiram também e viram o sepulcro,
e como foi posto o seu corpo. E, voltando elas, prepararam especiarias e unguentos; e no
sábado repousaram, conforme o mandamento.” (Lucas 23:55-56)

Os termos no grego para ungir do Novo Testamento

Antes, de prosseguirmos, quero mostrar um distinção feita pelo Novo Testamento com
relação ao “ungir” que em muito nos ajudará. Isto é, há dois termos no grego para “ungir”:

– aleipho (218 αλειφω) de 1 (como partícula de união) e base de 3045; TDNT –


1:229,37; v

1) ungir

Sinônimos ver verbete 5805

– chrio (5548 χριω) provavelmente semelhante a 5530 pela idéia de contato;


TDNT – 9:493,1322; v

1) ungir

1a) consagrando Jesus para o ofício messiânico e concedendo-lhe os poderes


necessários para o seu ministério

1b) revestindo os cristãos com os dons do Espírito Santo

Sinônimos ver verbete 5805

– 5805 – Sinônimos

218 – é a palavra comum e mundana para ungir


5548 – é a palavra sagrada e religiosa para ungir[2]

Há ainda o termo chrisma, mas o mesmo advém do termo chrio:

– chrisma (5545 χρισμα) de 5548; TDNT – 9:493,1322; n n

1) qualquer coisa untada, ungüento, geralmente preparado pelos hebreus com


ervas aromáticas e óleo.

Unção era a cerimônia inaugural para os sacerdotes[2]

Ou seja, há um termo comum e mundano (aleipho) para ungir e um termo sagrado e religioso
(chrio e chrisma). Por mundano não entenda pecaminosa, mas corriqueiro e habitual, como
fins medicinais, estéticos ou funerário.

O uso do óleo

Dito isto, consideremos quatro questões sobre o uso do óleo:

1) O Novo Testamento não prescreve unção com óleo na consagração de ministros

Mas somente a imposição de mãos – considerada pelo autor de Hebreus como “rudimentos da
doutrina de Cristo” (Hebreus 6:1,2)

“E este parecer contentou a toda a multidão, e elegeram Estêvão, homem cheio de fé e do


Espírito Santo, e Filipe, e Prócoro, e Nicanor, e Timão, e Parmenas e Nicolau, prosélito de
Antioquia; E os apresentaram ante os apóstolos, e estes, orando, lhes impuseram as mãos.”
(Atos 6:5-6)

“E, servindo eles ao Senhor, e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e a
Saulo para a obra a que os tenho chamado. Então, jejuando e orando, e pondo sobre eles as
mãos, os despediram.” (Atos 13:2-3)

“A ninguém imponhas precipitadamente as mãos [para o ministério], nem participes dos


pecados alheios; conserva-te a ti mesmo puro.” (1 Timóteo 5 : 22)

Alguém pode argumentar que isso era feito no Velho Testamento e teremos que concordar.
Contudo, estamos na Nova Alianças e as leis sacerdotais não mais vigoram, pois temos um
novo sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque e não de Arão (Hebreus 7:11). A unção
com óleo nos tempos antigos foi realizada como simbologia para nossa esperança (Romanos
15:4) em dois sentidos

(i) Cristo foi ungido pelo Pai como nosso Rei-Profeta-Sacerdote com o Espírito Santo e com
virtude.

Amaste a justiça e odiaste a iniqüidade; por isso Deus, o teu Deus, te ungiu [chrio] com óleo
de alegria mais do que a teus companheiros. (Hebreus 1:9)
O Espírito do Senhor é sobre mim, Pois que me ungiu [chrio] para evangelizar os pobres.
Enviou-me a curar os quebrantados do coração (Lucas 4:18)

Porque verdadeiramente contra o teu santo Filho Jesus, que tu ungiste [chrio], se ajuntaram,
não só Herodes, mas Pôncio Pilatos, com os gentios e os povos de Israel; (Atos 4:27)

Como Deus ungiu [chrio] a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com virtude; o qual
andou fazendo bem, e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele.
(Atos 10:38)

Esse é um motivo para grande alegria! Deus ungiu seu Filho para nos libertar. A unção do
Filho está diretamente relacionada a nossa Salvação! Nós temos Aquele que foi ungido
diretamente por Deus Pai como Rei, Profeta e Sacerdote.

(ii) Cristo e o Pai, em graça divina, nos tornaram participantes da unção de Cristo nos dando
igualmente o Espírito, como também nos tornando reis e sacerdotes diante dele.

Mas o que nos confirma convosco em Cristo, e o que nos ungiu, é Deus, o qual também nos
selou e deu o penhor do Espírito em nossos corações. (2 Coríntios 1:21,22)

“E nos fez reis e sacerdotes para Deus e seu Pai; a ele glória e poder para todo o sempre.
Amém.” (Apocalipse 1:6)

Não precisamos de nenhuma unção [chrio] de homens, pois já fomos ungidos por Deus. O
que nos leva ao próximo ponto.

2) O Novo Testamento não prescreve unção com óleo no Batismo do Espírito Santo

Como vimos anteriormente, a simbologia do óleo e do Espírito do Antigo Testamento foi


cumprida em Cristo e em nós quando recebemos o mesmo. Não precisamos ser ungidos com
óleo, pois o verdadeiro Óleo, o Espírito, foi derramado sobre nós.

Vemos nos relatos de batismo com o Espírito Santo somente o uso de imposição de mãos:

“Então lhes impuseram as mãos, e receberam o Espírito Santo.” (Atos 8:17)

“E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; e falavam línguas, e
profetizavam.” (Atos 19:6)

Outro texto que pode nos auxiliar neste quesito é 1 João 2:20,27:

E vós tendes a unção [chrisma] do Santo, e sabeis tudo.[…] E a unção [chrisma] que vós
recebestes dele, fica em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas, como a
sua unção [chrisma] vos ensina todas as coisas, e é verdadeira, e não é mentira, como ela
vos ensinou, assim nele permanecereis. (1 João 2:20,27)

Este texto mostra que nós, todo e qualquer verdadeiro cristão nascido de novo, tem hoje a
unção do Santo, o Espírito, porque já a receberam no passado. Vale lembrar que o termo
usado para unção é chrisma (Unção era a cerimônia inaugural para os sacerdotes) que provem
de chrio que é o termo sagrado e religioso para ungir.
A consequência desta verdade é que não devemos ungir ninguém para “capacitar para o
ministério”, porque todo cristão já tem a unção, que é o Espírito, que o capacita.

3) O Novo Testamento não prescreve unção com óleo com o termo religioso e sagrado
para curas físicas

Há no Novo Testamento dois episódios que relacionam doenças, cura, ungir e óleo e ambas
usam aleipho, o termo com sentido corriqueiro.

E expulsavam muitos demônios, e ungiam [aleipho] muitos enfermos com óleo, e os curavam.
(Marcos 6:13)

Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e orem sobre ele, ungindo-o
[aleipho] com azeite em nome do Senhor; E a oração da fé salvará o doente, e o Senhor o
levantará; e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados. (Tiago 5:14,15)

O termo aparece 8 vezes no novo testamento (Mt 6:17; Mc 6:13; 16:1; Lc 7:38,46; Jo 11:2;
12:13; Tg 6:14). Leia os textos se deseja comprovar o uso corriqueiro.

Isso mostra que a intenção de Marcos e Tiago não era uma unção religiosa ou milagrosa, mas
a conotação médica explicada no artigo do Pr. Eduardo Dantas. Contextualizado os versículos
para os dias de hoje seria algo como: “eles davam o remédio e oravam com fé e Deus curava o
enfermo”. Isto significa que Tiago afirma que o presbítero não deveria zelar só pela saúde
espiritual ou pelas questões espirituais, mas também pela saúde física; e que deveria fazer a
“oração de fé”.

Apesar, do termo “oração de fé” dar outro artigo quero fazer uma breve consideração sobre o
assunto.

a) O que é Fé

Um dos enganos que as pessoas tem atualmente é não saber o que é fé. Coloca-se fé na fé e
não fé em Deus. Fé é confiar em Deus, no Seu poder e na Sua vontade e não em nossa própria
capacidade de confiar em Deus. Orar com fé não é orar com poder é orar confiante no poder
de Deus. Observe que Tiago fala do profeta Elias, que “era homem sujeito às mesmas paixões
que nós”. Ou seja, o enfoque não é nossa capacidade ― estamos sujeitos à paixões e falhas ―
mas na capacidade de Deus.

b) Óleos, remédios e Fé

Tendo em mente o que realmente significa fé, o perigo de focar na sua fé, no óleo ou no
remédio é grande. Quando você faz isso (colocar mais confiança em como você orou, ou se
passou óleo ungido ou não, ou até se tomou remédio ou não do que a confiança em Deus),
você está cometendo idolatria.

c) Tenha Fé

Por fim, não quero desestimular a oração pelo enfermos, mas quero encorajar segundo a
verdade. Não quero que você pense: “agora, tudo que resta é dar o remédio e só dizer Deus
seja feita sua vontade”. Não! Quando alguém estiver doente, medique a pessoa e ore para que
Deus que a cure, confiando não no remédio, nem na sua capacidade, mas no Deus de Elias
(nosso Deus) que fez parar de chover por 3 anos.

4) O Novo Testamento não prescreve a unção para consagrar objetos

Como bem apontou o Pr. Eduardo Dantas somente os objetos relacionados ao templo eram
ungidos e consagrados ao Senhor. Esta unção era tão série que não era usada para ungir
nenhum objeto caseiro. Logo, quero apresentar três motivos para você não ungir os objetos
em sua casa ou igreja:

1) Como dito anteriormente, não estamos mais sob a lei cerimonial do Velho Testamento. Ela
foi abolida no novo sacerdócio de Cristo. Portanto preceitos como ungir o templo não são
válidos e praticá-los é negar as realizações de Cristo.

2) Não temos mais templos no molde do Antigo Testamento. Sua igreja local não é um
templo. Sua igreja local é um edifício onde os templos de Deus se reúnem. Você é o templo
de Deus, habitado por Ele, através do Espírito (1 Coríntios 6:19). Deus não habita em templos
feitos por mãos de homens; (Atos 17:24).

3) Portanto, se há alguma coisa a ser ungida ou consagrada, esta é você, cristão. E não é você
que fará isto. Deus já o fez, como vimos anteriormente, através da unção do Espírito.

Isso significa que você não precisa ungir seu carro. Ele já é de Deus, tanto porque toda terra
Lhe pertence, quanto pela fato de você ser apenas um servo e mordomo daquilo que Deus
colocou em suas mãos. Não se iluda achando que você pode consagrar alguns itens para Deus
e outros não. Nada é teu e tudo que você tem Ele lhe deu para o objetivo exclusivo de exaltar
Glória de Deus (e isto inclui o copo onde você bebe suco). Seu comprometimento de usar
qualquer objeto para a glória de Deus já foi feito quando você se converteu. Renove-o e o
viva intensamente.

Conclusão

Gostaria de resumir topicamente o que foi falado acima para favorecer a compreensão:

1) Podemos observar nas Escrituras dois usos para o termo ungir: o corriqueiro e o religioso.

a) Sentido religioso:

– No Velho Testamento, temos a simbologia da unção de reis, sacerdotes e profetas e do


templo.

– No Novo Testamento, esta simbologia foi cumprida em Cristo de duas formas:

i) Ele foi ungido nosso Rei-Profeta-Sacerdote com o Espírito e com virtude por Deus Pai.

ii) Nós fomos ungidos por Deus com o Espírito como reis e sacerdotes, capacitando-nos para
a vida cristã; e nos tornamos templos de Deus, através de Seu Espírito.

– Portanto, não devemos tomar o lugar de Deus e ungir ou consagrar a alguém ao ministério
ou como simbologia do batismo do Espírito Santo.
– Nem devemos consagrar aquilo que Deus já separou para si mesmo. Tudo quanto é nosso já
é dele e igualmente, já nos comprometemos quando nos convertemos a usar tal para glória de
Deus.

b) Sentido corriqueiro:

– Nos dois testamentos vemos o óleo sendo usado com intuito medicinal, estético e funerário.

– É neste sentido que Tiago e Marcos nos recomenda ungir as pessoas, ou seja, cuidar de suas
doenças. Atualmente, seria o mesmo que dar algum remédio ao doente.

– Portanto, não devemos ungir o doente esperando que essa unção o cure, mas devemos
medicá-lo e orar a Deus pela cura com fé, confiando não em óleos e remédios ou em nossa
capacidade, mas na capacidade e no poder de Deus.

Adendo 1: “Não toqueis nos meu ungidos”

Diante do que foi exposto acima, gostaria que você reconsiderasse os versículos de Salmo
105:15 e 1 Crônicas 16:22 que dizem “Não toqueis os meus ungidos”. Gostaria de fazer três
observações

1) Os versículos são verdadeiros. Deus nos alerta contra quem toca em Seus ungidos. Não o
despreze porque alguns tem abusado dele.

2) Cristo é O Ungido de Deus. Portanto a primeira aplicação do versículo é: “na verdade o


Filho do homem vai, como dele está escrito, mas ai daquele homem por quem o Filho do
homem é traído [cuspido, batido, entregue, crucificado]! Bom seria para o tal homem não
haver nascido.” (Marcos 14:21).

3) Todo cristão (e não só alguns seletos) é ungido de Deus (1 João 2:20,27), portanto ai
daqueles que martirizam, abusam ou zombam de cristãos. Estes iram clamar “até quando, ó
verdadeiro e santo Dominador, não julgas e vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a
terra?” (Apocalipse 6:10) e Deus em seu devido tempo certamente responderá.

Sendo assim, não fale mal do seu irmão e também não tema denunciar falsos profetas que
usam aqueles versículos para defenderem seu pecado.

Bibliografia

[1] Dantas, Eduardo. Estudo Bíblico – Óleo de Unção. Acessado em 21 de Maio de 2011.

[2] DICIONÁRIO BÍBLICO STRONG. © 2002 Sociedade Bíblica do Brasil

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