PADRÃO
I - CONTROLE HISTÓRICO
Nº HISTÓRICO
REVISÃO DATA ELABORAÇÃO VERIFICAÇÃO APROVAÇÃO
PÁGINAS ALTERAÇÃO
Emissão Clébia Caires Ana Marina Campas
00 13/03/2018 1 de 10 Ricardo Lacerda
inicial Giovanna Angeli de Faria
1. Introdução
Os líquidos pleural, peritoneal e pericárdico situam-se nas respectivas cavidades pleural
(pulmões), peritoneal (órgãos da cavidade abdominal) e pericárdica (coração). Estas cavidades
são delimitadas pelas membranas serosas parietais e viscerais respectivas e, em condições
normais, são espaços virtuais onde os líquidos existem em quantidade ínfima, com função de
evitar atrito entre estas membranas. A detecção do acumulo destes líquidos é sempre anormal.
2. Objetivo
Este procedimento operacional padrão (POP) foi elaborado pela seção de Hematologia e
tem como produto final a realização de exames de líquido pleural, pericárdico e peritoneal.
3. Campos de aplicação
Setor de Hematologia.
4. Referências normativas
Resolução n° 302, de 13 de outubro de 2005: dispõe sobre regulamento técnico para
funcionamento de laboratórios clínicos.
5. Responsabilidade / competência
Médico patologista: análise citológica, avaliação e verificação do resultado do exame.
Biomédico: análise citológica, avaliação e verificação do resultado do exame.
Bioquímico: análise citológica, avaliação e verificação do resultado do exame.
Técnico de patologia clínica: realização do exame.
6. Definições
Não se aplica.
ASSINATURA E CARIMBO 1
PROCEDIMENTO OPERACIONAL POP LAB HEM - 015
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7. Conteúdo do padrão
7.1 Recursos necessários
Mão de obra especializada
Reagente
Amostra
B. Sinonímia:
Derrame pleural
Derrame pericárdico
Líquido ascítico.
C. Princípio:
O material é avaliado quanto a sua composição celular, análise bioquímica e aspecto
macroscópico; quando solicitado há também o processamento microbiológico. No setor de
Hematologia são feitas as análises físicas e citológicas. A análise citológica é realizada por
contagem das células em câmara de Newbauer e confecção de lâminas coradas, a análise
bioquímica consiste na determinação quantitativa de alguns analitos e o aspecto
macroscópico se procede na caracterização física da amostras. A presença de derrames
nas cavidades serosas é sempre patológica, e por isto não existem “valores normais” e sim
correlação clínica com os dados obtidos. Os exames têm por objetivo básico a
classificação dos líquidos serosos em transudatos e exsudatos, a qual é necessária para o
diagnóstico e conduta terapêutica, podendo-se ou não chegar a um diagnóstico etiológico.
Essa classificação é fundamental para se definir quais derrames necessitam de
investigação laboratorial. Se o derrame é um transudato, frequentemente não há
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D. Aplicação Clínica:
E. Fase Pré-Analítica:
Preparo do paciente:
Os líquidos serosos são colhidos por procedimento médico através da
punção/aspiração por agulha a partir das cavidades torácica (pleural e pericárdica) e
abdominal (peritoneal). Podem também ser obtidos através de drenos previamente
inseridos nestes locais;
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3. Material e amostra:
i. As amostras devem ser coletadas idealmente em três frascos identificados com
nome, número de registro do paciente e data da coleta. O primeiro, para a
contagem global e diferencial. O segundo, é utilizado para as análises bioquímicas,
e o terceiro se destina à microbiologia e deve ser estéril. Na prática, o laboratório
recebe as amostras em um ou dois frascos, os quais serão encaminhados,
primeiramente, à bacteriologia para aliquotagem (conforme descrito anteriormente),
caso haja exames bacteriológicos.
ii. Se o tempo decorrido entre a coleta e a chegada do material ao laboratório for
maior que 15 minutos recomenda-se a adição de heparina (untar o frasco de
coleta), para se evitar a formação de coágulo sanguíneo ou de fibrina;
iii. Transporte e Armazenamento: a amostra deve ser analisada o mais rápido
possível, no entanto, caso o exame citológico não possa ser realizado
imediatamente após a coleta, a amostra deve ser refrigerada entre 2° e 8 °C para
que suas características morfológicas sejam mantidas por até 48h.
F. Fase Analítica:
As amostras de líquidos corporais são processadas da mesma forma que as de líquor.
Assim sendo, proceder conforme POP LAB HEM 014 – “REALIZAR EXAME DE LÍQUOR”.
G. Fase Pós-Analítica:
Valores de referência:
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Como já dito, não existem valores de referências para estes líquidos patológicos,
porém o aspecto visual do derrame (citrino, hemorrágico, purulento, etc.) é o critério
inicial para agrupar diversas hipóteses diagnósticas e direcionar para exames
específicos de análise laboratorial, além de permitir adotar medidas terapêuticas
imediatas, como a drenagem no caso de empiema (tabela 1).
Por sua vez o citodiagnóstico enfatiza a aparência geral das células e seus núcleos.
As características celulares importantes incluem a celularidade da amostra, a
distribuição celular, tamanho e forma das células e a aparência citoplasmática. É
necessário diferenciar os leucócitos das células mesoteliais, que, por participarem
do processo inflamatório podem se desprender e aparecer na amostra . Também é
necessário identificar as células mesoteliais e os histiócitos, achados frequentes e
“normais” nestes tipos de amostras (tabela 2).
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OBS.:
i- A presença de vacúolos citoplasmáticos em células mesoteliais torna difícil a
diferenciação com os histiócitos.
ii- A presença de células em anel de sinete, aglomerados (sincícios) celulares (dois
ou mais núcleos “contidos” em um mesmo citoplasma), e núcleos com
características bizarras (ex: lobulados, cromatina de padrão não definido, figuras de
mitose e nucléolo visível) chamam a atenção para a possibilidade de células
neoplásicas.
Como dito anteriormente, os derrames são sistematicamente classificados como
transudatos ou exsudatos, de acordo com sua composição bioquímica e física. A
tabela abaixo auxilia a identificação dos tipos (tabela 03).
Tabela 03: Composição quimiocitológica e divisão diagnóstica (líquidos pleural, pericárdico e ascitico)
TRANSUDATOS EXSUDATOS
COR: Amarelo palha, citrino, incolor Amarelo ouro, vermelho
ASPECTO: Límpido, transparente Turvo, seroso, hemorrágico
COÁGULO: Ausente ( quase sempre ) Presente (quase sempre )
CELULARIDADE: Menor de 500 /mm³ Acima de 500 mm³
DENSIDADE: Abaixo de 1015 Acima de 1015
PROTEÍNAS: Abaixo de 3.0 gr% Acima de 3.0 gr%
LDH: Menor que 240 U/L Maior ou igual 240 U/L
COLESTEROL: Abaixo de 60 mg/dl Maior ou igual 60 mg/dl
BIÓPSIA Não indica Indica
Notas interpretativas:
Para uma boa interpretação das alterações ocorridas em um líquido seroso, deve-se
analisar o conjunto de informações físico-químicas, citológicas e microbiológicas.
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ii- Basicamente os transudatos são límpidos, amarelo-claros, sem cheiro, sem coágulo,
com densidade menor que 1015 e conteúdo protéico menor que 3,0 gr%, com predomínio
de células mesoteliais.
iii- Os exsudatos apresentam aspecto e cheiro variáveis, a presença de coágulos é
frequente, a densidade é maior que 1015, o conteúdo protéico maior que 3.0 g% e sua
celularidade variável (polimorfonucleares, mononucleares, hemácias, etc.).
iv. A análise citológica auxilia o estabelecimento do significado clínico de acordo com o
predomínio celular obtido nas contagens (diferencial e total) da amostra.
Controle da qualidade:
Realizado conforme descrito no POP LAB HEM 014 – “REALIZAR EXAME DE
LÍQUOR”.
8. Siglas
EPI: equipamentos de proteção individual
LIAS: Líquido ascitico
LIDE: Derrame de Líquidos
LIPL: Líquido pleural
SNA: Solicitação de Nova Amostra
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9. Indicadores
Desempenho no controle externo da qualidade (CEQ)
Recoleta (geral, por material impróprio, para confirmação, por acidente e diversas)
TAT (Turnaround Time) para testes imediatos e de emergência - HEMATOLOGIA
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11. Referências
ANTONANGELO, Leila; CAPELOZZI, Vera Luiza. Coleta e preservação do líquido pleural
e biópsia pleural. J. bras. pneumol. São Paulo , v. 32, supl. 4, p. S163-S169, Aug. 2006
Body Fluids: C. Kjeldaberg. J. Knight. ASCP Press - 2º Ed. 1993.
COMAR, S.R.et all. Análise citológica do líquido pleural no hospital das clínicas da
universidade federal do paraná (UFPR). Estud Biol. 2008 jan/dez
12. Anexos
Não se aplica.
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