2014
Índice
1. RESUMO ............................................................................................................................. 1
2. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 1
3. METODOLOGIA................................................................................................................. 2
4. CONTEXTO GERAL.......................................................................................................... 2
4.1. Panorama atual e tendências ................................................................................ 2
4.2. Alternativa de Aproveitamento Utilizando-se Caldeira de Recuperação
(HRSG).................................................................................................................................... 4
4.2.1. Aspectos Gerais sobre Caldeiras de Recuperação ............................. 4
6.1.2. Purificadores........................................................................................ 18
7. BALANÇO ELÉTRICO.................................................................................................... 24
7.1. Estimativa da Potência de Equipamentos ....................................................... 24
7.1.1. Bombas ................................................................................................ 25
A grande demanda no mercado por essas embarcações nos últimos anos chamou a
atenção para a necessidade de se avaliar um dilema entre os projetistas no que diz
respeito à questão do uso de equipamentos de reaproveitamento de calor em
embarcações de médio porte, justificado pelo baixo custo-benefício dessa aplicação.
2. INTRODUÇÃO
Pensando nesses aspectos, essa análise busca oferecer uma alternativa para
reutilização dos gases liberados pela combustão dos motores de embarcações de
médio porte, representadas aqui por navios do tipo OSRV. Essas embarcações têm
uma grande demanda de energia elétrica devido à diversidade de equipamentos
especializados a bordo, sendo em sua maioria equipados com três grupos geradores,
identificando assim um potencial razoável para um estudo sobre suas capacidades de
produção de vapor.
1
3. METODOLOGIA
Este estudo está baseado na avaliação dos balanços térmicos e elétricos de duas
embarcações de portes semelhantes (Mar Limpo II e Astro Tupi), para algumas das
principais condições de operação, tais como:
As análises feitas para o inverno visam realizar uma abordagem do problema para
uma condição onde se tem grande exigência dos consumidores de vapor devido à
necessidade de aquecimento para conforto da tripulação e manutenção de fluidos na
temperatura apropriada para sua utilização e assim basear o estudo na condição de
maior consumo.
4. CONTEXTO GERAL
Na indústria naval, o conceito de navio verde vem sendo difundido cada vez mais.
Muitas alternativas têm sido apresentadas e implantadas principalmente quanto à
utilização de combustíveis, novas formas de casco e propulsores. Alguns navios já
contam com o uso de células de combustíveis para substituir geradores, bem como
utilização de energia eólica através de pipas, resultando em economia de até 30% no
2
consumo de óleo. Não muito distante, sistemas híbridos e estudo de utilização da
energia solar estão cada vez mais presentes no dia-a-dia.
Com essa medida, a intenção é que, até 2020, cerca de 45 a 50 milhões de toneladas
de CO2 sejam retirados da atmosfera, chegando até 240 milhões em 2030.
3
Emissões de transportes modais (2000)
Emissões Anuais (Milhões de toneladas/ano) 10000
1122 1320
1000
178 222 207 280
100
8,3 6,5 6
10 Terrestre
2,2 1,7
0,7 1 Aéreo
1
Marítimo
0 ,07 5
0,1
0,01
0,00 1
0,001
CO2 NOx SO2 PM10 Consumo
Uma das propostas defendidas neste trabalho, e agora abordada para aproveitamento
energético em embarcações do tipo OSRV, diz respeito à utilização de caldeira de
recuperação.
4
principalmente a embarcações de grande porte, tais como cargueiros, porta-
contentores, navios Ro-Ro (roll on - roll off) e uma série de outras embarcações onde
os grandes motores oferecem um grande potencial de aproveitamento dos seus
gases.
5
5. FUNDAMENTOS TEÓRICOS
6
Figura 6 – Esquema de configuração do ciclo Rankine
7
Figura 7 – Diagramas T x S do ciclo Rankine com superaquecimento
Essa técnica também melhora o rendimento do ciclo uma vez que aumenta a diferença
de temperaturas no trecho (3-4), aumentando a entalpia no ponto 3 e, consequen-
temente, aumentando o trabalho gerado na turbina.
• Bomba
wb = ℎ2 ℎ1
Como o processo envolvido na bomba é adiabático e reversível, pela 2ª. lei da
Termodinâmica, a entropia do fluido na entrada e na saída são iguais:
s1 = s2
O trabalho também pode ser expresso por:
2
wb = v. dP
1
8
Igualando-se as expressões pode-se determinar o trabalho requerido pela bomba
pelas pressões envolvidas no processo:
wb = v(P2 P1)
• Caldeira
Pela 1ª. lei da Termodinâmica, o calor gerado na caldeira cedido à água, para
formação de vapor, pode ser obtido pela diferença de energia dos estados final e
inicial:
qcald = ℎ3 ℎ2
• Turbina
wt = ℎ3 ℎ4
Vale lembrar que o fluido obtido no estado final é uma mistura de líquido e vapor e a
entalpia pode ser determinada por:
ℎ4 = ℎ4l x4ℎ4lv
onde:
s3 = s4
Assim como a entalpia, a entropia do estado 4 pode ser obtida também utilizando-se o
título da mistura.
9
• Condensador
qcond = ℎ4 ℎ1
qcald
O trabalho líquido, trabalho gerado pelo sistema, pode ser obtido pela diferença do
trabalho fornecido na turbina e o trabalho consumido na bomba, ou pelas trocas de
calor realizadas:
6. BALANÇO TÉRMICO
O balanço térmico das embarcações citadas será a principal ferramenta neste estudo.
Através das informações obtidas será conhecida a demanda de vapor mais
significativa para cada caso, auxiliando a orientação na tomada de decisões quanto à
escolha da caldeira ou do aquecedor de óleo térmico a ser utilizado e como será
empregado o vapor produzido. Havendo excedente de vapor, pode-se avaliar a
utilização de um turbo gerador para auxílio na geração de energia elétrica.
10
Embarcações de grande porte, além do óleo diesel, fazem uso também de óleo
pesado como combustível para os motores principais e auxiliares, necessitando de
aquecimento para a utilização dos mesmos.
Nesta seção serão abordados os pontos importantes para estimar o consumo de calor
dispendido no aquecimento dos tanques de armazenagem de uma embarcação
genérica. A princípio, é necessário definir as dimensões dos tanques para cada fluido
e as superfícies com as quais há troca de calor. Muitos tanques têm uma de suas
faces em contato com o mar, facilitando o resfriamento do fluido, prejudicando o
aquecimento.
Uma embarcação dispõe de uma grande variedade de fluidos a bordo, utilizados com
as mais diversas finalidades, desde combustível para máquinas até a utilização de
água para arrefecimento dos motores.
Embarcações de menor porte e que possuem uma propulsão com motores de média e
alta rotações podem utilizar o diesel marítimo como combustível para o motor
11
principal, além do uso nas máquinas auxiliares. Embarcações de grande porte podem
utilizá-lo no motor principal, caso haja alguma emergência, tais como problemas nas
redes de óleo pesado.
f
V = f ∗ p s∗ 106 ∗ [(Csmcp ∗ BHPmcp ∗ A) + (Nmca ∗ Csmca ∗ BHPmca ∗ A)]
t
e OD
onde:
A – autonomia [h]
A oxidação natural do óleo diesel forma sedimentos e estes devem ser retirados do
sistema periodicamente a fim de que não haja entupimento das linhas nos
equipamentos. Este tanque de sedimentos geralmente é posicionado próximo ao
tanque de serviço de óleo diesel.
OD.10
12
onde:
Neste tanque é armazenado o óleo diesel purificado, pronto para uso no motor
principal ou nos auxiliares.
fs
Vt =
f. p (CsMCP. BHPMCP. T + NMCA. CsMCA. BHPMCA. T)
106.
e OD.
onde:
13
fe – Fator de expansão (Utilizado 0,96)
(Cilindros)
900.1000
MCP
Tq. Armaz.
1
(BHPMCP ∗ CsOL ∗ 24 ∗ D ∗ 1,5)
(Cilindros) 900.1000
(BHPMCA ∗ CMCA
sOL
∗ 24 ∗ D ∗∝)
Tq. Armaz. (MCAs) 1
900.1000
Tq. de Borra 1 1*NP
onde:
14
CsOL
MCA – consumo específico de O.L. do MCA [g/BHP*h]
α – fator de uso
NP – quantidade. de purificadores
Podendo ser também estimado o consumo em litros por hora dividindo-se o valor total
por 24 horas, resultando em um consumo de:
15
onde:
qelev = m ∗ c ∗ LIT
onde:
t – tempo [h]
16
• Fluxo térmico para perda de calor pelas superfícies
qant = U ∗ A ∗ LIT
onde:
∆T – elevação de temperatura
t – tempo [Horas]
O calor necessário para aquecer o fluido no interior do tanque será o balanço dos
fluxos descritos anteriormente:
qt = qelev + qant
e o consumo de vapor para esse aquecimento será calculado por:
C = qt
LIℎ
onde:
As análises dos fluxos térmicos devem se limitar aos compartimentos onde estão
instalados os tanques de forma a levar-se em consideração a condição ambiental
local. Abaixo estão apresentadas as temperaturas a serem consideradas:
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Tabela 4 – Tempos de aquecimento de tanques
Massa Calor
Fluido Específica Específico
[kg/m³] [kcal/kg.°C]
Água 1000 1,0
Óleo Crú 950 0,48
Óleo Pesado 950 0,45
Óleo Lubrificante 900 0,45
Óleo Diesel 830 0,45
U
U [kcal/h/m².°C]
Tanque Superf. Adjacente [kcal/h/m².°C]
(Sugerido)
(ABNT)
Ar (Convés, PM, Pça bombas,...) 4-8 5
Água do mar (Costado) 12-17 15
Óleo Pesado Água do mar (Fundo) 4-8 5
Ar (Costado) 7-10 8
Ar (Fundo) 4-5 4
Óleo Diesel Água do mar (Parte úmida) 14,5-24 15
O.L. Ar (Parte seca) 7-10 8
Óleo (Qualquer) Óleo - -
6.1.2. Purificadores
Para todos os óleos utilizados pelas máquinas, são necessários purificadores para
separar elementos sólidos e água a fim de se evitar o entupimento de alguma linha de
abastecimento devido às impurezas ou causar deterioramento das mesmas. Sendo
18
assim, utiliza-se um purificador para cada fluido, óleo pesado, óleo diesel e óleo
lubrificante.
Q= MCR. b. 24
o. T
onde:
Esses purificadores devem ser selecionados de acordo com o tipo do motor, tipo de
combustível e com a potência máxima contínua.
Q = MCR. k
onde:
19
Tabela 7 – Fator de lubrificação para motores
Q. p. (t2 t1)
S= t2 t1
400. (tv 2 )
*Purificador montado horizontalmente, acrescentar 15%.
**Equação válida para óleo pesado, óleo diesel e lubrificante, descontar 15%.
onde:
Q. p. (t2 t1)
Cons. =
C
onde C é uma constante que dependente da pressão de vapor e da temperatura.
20
Tabela 8 – Valores para constante de consumo de vapor das purificadoras
Pressão Vapor
td [°C] C
[kgf/cm²]
1 120 910
2 133 915
3 143 920
4 151 925
5 158 930
6 164 935
7 170 935
8 175 935
9 179 940
10 183 940
11 187 940
12 191 945
13 194 945
O aquecimento de água a bordo, feito através do tanque hidróforo, tem seu uso
destinado em grande parte à higiene pessoal e outra ao uso na cozinha e na
lavanderia.
Utilizando-se o consumo médio citado no item (j) da seção 4.1.1.1 e estimando-se que
a água entra no aquecedor a 10° C, a temperatura final de 40° C e o aquecedor a
eleve a cerca de 60 a 80°C, pode-se calcular a capacidade dos aquecedores e o calor
necessário para o aquecimento. Um tempo de aquecimento entre 2 a 4 horas é um
valor aceitável para esta operação:
mH' 2O = 1,824. N. t [ s
litro ] (Navios de carga)
onde:
21
6.1.4. Aquecimento de Alojamentos e Ar Condicionado
Podemos considerar que a transmissão de calor é feita por contato através das
anteparas do local. Utilizando-se a relação abaixo, determina-se a quantidade de calor
desta troca como:
q = a. S. (Ti Te )
Onde:
Temperaturas externas podem chegar a -18°C para o Atlântico Norte, para demais
áreas, supor uma temperatura de -12°C é suficiente. Para garantir o conforto nas
acomodações as seguintes temperaturas são consideradas para cada ambiente:
22
Tabela 9 – Temperaturas consideradas para acomodações e compartimentos
Locais Ti [°C]
Dormitórios 18
Corredores 20
Salas de estar 20
Banheiros 22
Escadas e locais de serviços 15
Enfermarias 23
Hall 18
Oficinas 16
Paiós 14
Ginásios 14
Teatros (Navios de passageiros) 27
Restaurantes 22
Garagens (Navios de passageiros) 13
Salas 23
Supondo uma mistura composta de 25% de óleo pesado e 75% de água, pode-se
calcular o calor necessário por:
q = m. c. ∆T
O aquecimento das caixas de mar só é requerido para embarcações que navegam por
regiões muito frias, a fim de evitar o congelamento das tomadas de aspiração de água.
Por se tratar de uma situação específica, esta condição não será levada em
consideração para o balanço térmico.
23
7. BALANÇO ELÉTRICO
Os cálculos do balanço elétrico devem ser feitos seguindo-se a norma NBR 7567 de
novembro de 1992 – Execução de Balanço Elétrico, onde se determina quais
equipamentos devem ser considerados e os respectivos grupos em que são
classificados, nas condições de operação pré-definidas.
Segundo a norma, os consumidores são divididos em grupos de acordo com seu uso
considerando a potência nominal do equipamento, o fator de carga e a potência
absorvida, calculada a partir do fator de carga que representa a porcentagem de
utilização da potência nominal.
Nesta seção será feita uma breve explanação de como se calcular a estimativa de
consumo de equipamentos de consumo considerável na embarcação, tais como
bombas, ventiladores e exaustores. Demais equipamentos menores a bordo podem ter
sua potência estimada a partir dos catálogos de fabricantes.
24
7.1.1. Bombas
2
Helev = p + pgℎ + pV
2
Sabendo-se que:
y = pg
Tem-se:
p V2
Helev = y + ℎ + 2g
h – elevação [m]
25
Uma outra parcela corresponderá ao atrito experimentado pela passagem do fluido
pela tubulação e depende de variáveis como a geometria e dimensões da tubulação,
podendo ser calculada pela equação de Darcy-Weisbach e o ábaco de Moody, como:
Lt V2
Hatr = ∆l = f (D )
i . i .
2g
onde:
f – fator de atrito
∆p ∆V2
H = + ∆ℎ + + ∆l i
2g
tot
y
O trabalho requerido pela bomba para movimentar o fluido através do sistema, uma
vez conhecida a perda de carga, pode ser calculado por:
Wb = Htot Vol y
. .
Pb = H . tVol. y
tot
Pb = H 1. Q. y
tot
26
na admissão para um bom funcionamento. Por outro lado, a renovação do ar é de
extrema importância para as pessoas que trabalham no ambiente, devido à exposição
ao calor, a vapores de combustão, óleos e demais processos.
q total =q
mcp +qmca +qcald +q
diss
onde:
A vazão de ar necessária para admissão do motor principal pode ser estimada por:
qmcp = P p . q
mcp ad
ar
onde:
qad – vazão de ar admitida pelo motor principal de acordo com o manual do fabricante
[m³/s]
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Motor de Combustão Auxiliar
A vazão de ar necessária para admissão do motor auxiliar pode ser estimada por:
onde:
qad - vazão de ar admitida pelo motor auxiliar de acordo com o manual do fabricante
[m³/s]
Caldeira
A vazão de ar necessária para admissão de uma caldeira pode ser estimada por:
onde:
8. ANÁLISE DE CASOS
28
As duas embarcações fazem uso de um grupo gerador formado por três diesel-
geradores para suprir a alta demanda elétrica, resultante do alto grau de
especialização dos navios, utilizando grande quantidade de equipamentos eletrônicos
e propulsão através de motores elétricos.
Mar Limpo II
• LOA: 61,7 m
• LPP: 53,95 m
• Boca: 14,0 m
• Calado: 4,5 m
• Pontal: 6,0 m
• DWT: 1400 t
Astro Tupi
• LOA: 64,05 m
• LPP: 61,61 m
• Boca: 15,6 m
• Calado: 3,5 m
• Pontal: 6,0 m
• DWT: 1300 t
• Máquinas a vante
• Silos (795,2 m³ ORO)
Figura 9 – OSRV Astro Tupi
29
foram analisadas as suas semelhanças e, por fim, realizada a alternativa pela adoção
de um sistema utilizando-se uma caldeira de recuperação.
A embarcação Mar Limpo II é uma das mais modernas em operação no país, de uma
família de mais cinco cascos e a primeira deste tipo construída no Brasil
exclusivamente para essa função.
Mar Limpo II
Capacidades
149 m³ Água doce
435 m³ Combustível
783 m³ Óleo Recolhido
Propulsão
2 azimutais 1470 kW cada
2 impelidores de proa 450 kW cada
Sistemas de máquinas
4 bombas de descarga de óleo recolhido (100 m³/h cada)
Lavagem de tanques
Tratamento de resíduos
Tratamento de esgoto
Gerador de vapor
Sistema hidróforo
Ar condicionado
Geração de energia
3 diesel geradores 1700 ekW 2125 kVA
Gerador de porto 250 ekW
30
8.1.1. Análise de Consumo de Vapor
Nesta seção foi analisado o consumo de vapor da embarcação Mar Limpo II de acordo
com as informações esclarecidas na seção 6 deste trabalho, considerando-se tanques,
equipamentos e aquecedores nas seguintes condições:
Tabelas 11, 12, 13 – Calor necessário para tanques da embarcação Mar Limpo II
Tanque de Armazenamento de Óleo Recolhido 01 - BE/BB Temp. Final (°C) 40 Temp. Inic. (°C) 25 Volume (m³) 128,6
Superfície de Troca A (m²) U (kcal/h.m².°C) Te. Verão (°C) Te. Inv. (°C) ΔT Verão (°C) ΔT Inv. (°C) Qant Verão (kcal/h) Qant Inv. (kcal/h)
Topo (Convés) 26,5 6 25 2 15 38 2385 6042
Fundo (Duplo Fundo) 26,5 4 40 15 0 25 0 2650
Vante (Slop Tq.) 34,45 6 40 15 0 25 0 5167,5
Ré (Tq. ORO) 34,45 6 40 15 0 25 0 5167,5
Boreste (Cost. Duplo) 25,5 8 40 15 0 25 0 5100
Bombordo (Corredor) 25,5 4 38 20 2 20 204 2040
Qant tot. (kcal/h)=> 5178 52334
Tempo de aquec. (h) 6
Consumo de vapor - verão (kg/h) ==> 589 Qelev tot. (kcal/h) Qo tot. (kcal/h) Qo tot. (kcal/h)
Consumo de vapor - inverno (kg/h) ==> 683 289350 294528 341684
Tanque de Armazenamento de Óleo Recolhido 02 - BE/BB Temp. Final (°C) 40 Temp. Inic. (°C) 25 Volume (m³) 128,5
Superfície de Troca A (m²) U (kcal/h.m².°C) Te. Verão (°C) Te. Inv. (°C) ΔT Verão (°C) ΔT Inv. (°C) Qant Verão (kcal/h) Qant Inv. (kcal/h)
Topo (Convés) 26,5 6 25 2 15 38 2385 6042
Fundo (Duplo Fundo) 26,5 4 40 15 0 25 0 2650
Vante (Tq. ORO) 34,45 6 40 15 0 25 0 5167,5
Ré (Tq. ORO) 34,45 6 40 15 0 25 0 5167,5
Boreste (Cost. Duplo) 25,5 8 40 15 0 25 0 5100
Bombordo (Corredor) 25,5 4 38 20 2 20 204 2040
Qant tot. (kcal/h)=> 5178 52334
Tempo de aquec. (h) 6
Consumo de vapor - verão (kg/h) ==> 589 Qelev tot. (kcal/h) Qo tot. (kcal/h) Qo tot. (kcal/h)
Consumo de vapor - inverno (kg/h) ==> 683 289125 294303 341459
31
Tanque de Armazenamento de Óleo Recolhido 03 - BE/BB Temp. Final (°C) 40 Temp. Inic. (°C) 25 Volume (m³) 134,2
Superfície de Troca A (m²) U (kcal/h.m².°C) Te. Verão (°C) Te. Inv. (°C) ΔT Verão (°C) ΔT Inv. (°C) Qant Verão (kcal/h) Qant Inv. (kcal/h)
Topo (Convés) 26,5 6 25 2 15 38 2385 6042
Fundo (Duplo Fundo) 26,5 4 40 15 0 25 0 2650
Vante (Tq. ORO) 34,45 6 40 15 0 25 0 5167,5
Ré (Corredor) 34,45 4 38 20 2 20 275,6 2756
Boreste (Cost. Duplo) 25,5 8 40 15 0 25 0 5100
Bombordo (Corredor) 25,5 4 38 20 2 20 204 2040
Qant tot. (kcal/h)=> 5729 47511
Tempo de aquec. (h) 6
Consumo de vapor - verão (kg/h) ==> 615 Qelev tot. (kcal/h) Qo tot. (kcal/h) Qo tot. (kcal/h)
Consumo de vapor - inverno (kg/h) ==> 699 301950 307679 349461
Tabela 14 – Fluxo térmico e consumo de vapor para tanques da embarcação Mar Limpo II
Verão Inverno
Fluxo térmico (kW) 2085 2402
Consumo de vapor (kg/h) 3586 4130
• Purificador
• Tanque Hidróforo
32
• Aquecimento de Acomodações
Consumo Consumo NAVEGAÇÃO OPERAÇÃO COM DP FI-FI COM DP MANOBRA CARGA/DESCARGA FUNDEIO
Consumidores Verão Inverno Consumo Consumo Consumo Consumo Consumo Consumo Consumo
(kg/h) (kg/h) % % % % % % %
Verão Inverno Inverno Inverno Inverno Inverno Inverno
Tqs. Óleo Recolhido 3586 4130 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 100 4130 0 0
Aquecedor da purificadora O.D. 80 80 100 80 100 80 100 80 100 80 100 80 100 80 0 0
Aquecedor do tanque hidróforo 7 7 100 7 100 7 100 7 100 7 100 7 100 7 100 7
Ar condicionado/Calefação 167 167 0 0 100 167 100 167 100 167 100 167 100 167 100 167
33
8.1.2. Análise de Energia Elétrica
A embarcação Astro Tupi foi a primeira desta classe projetada para o mercado
offshore brasileiro, sendo requerido um casco adicional.
34
Tabela 18 – Especificações Astro Tupi
Astro Tupi
Capacidades
315 m³ Água doce
489 m³ Combustível
800 m³ Óleo Recolhido
Propulsão
2 azimutais 1700 kW cada
2 impelidores de proa 448 kW cada
Sistemas de máquinas
2 bombas de descarga de óleo recolhido
Lavagem de tanques
Tratamento de resíduos
Tratamento de esgoto
Aquecedores para óleo recolhido
Sistema hidróforo
Ar condicionado
Geração de energia
3 diesel geradores 1700 ekW 1900 kVA
Gerador de porto 340 ekW
35
Tabelas 19 – Calor necessário para tanques da embarcação Astro Tupi
Tanque de Armaz. de Óleo Recolhido 01, 02, 03, 04 - BE/BB Temp. Final (°C) 40 Temp. Inic. (°C) 25 Volume (m³) 99,4
Superfície de Troca A (m²) U (kcal/h.m².°C) Te. Verão (°C) Te. Inv. (°C) ΔT Verão (°C) ΔT Inv. (°C) Qant Verão (kcal/h) Qant Inv. (kcal/h)
Topo (Convés) 23,1 6 25 2 15 38 2079 5267
Fundo (Duplo Fundo) 23,1 4 40 15 0 25 0 2310
Área Lateral (Corredor) 73,75 4 40 15 0 25 0 7375
Qant tot. (kcal/h)=> 4158 29904
Tempo de aquec. (h) 6
Consumo de vapor - verão (kg/h) ==> 456 Qelev tot. (kcal/h) Qo tot. (kcal/h) Qo tot. (kcal/h)
Consumo de vapor - inverno (kg/h) ==> 507 223650 227808 253554
Tabela 20 – Fluxo térmico e consumo de vapor para tanques da embarcação Astro Tupi
Verão Inverno
Fluxo térmico (kW) 2120 2359
Consumo de vapor (kg/h) 3645 4057
A embarcação Astro Tupi dispõe de poucos equipamentos que fazem uso de vapor
para aquecimento, sendo requisitado pelo purificador, pelo tanque hidróforo e
acomodações.
• Purificador
• Tanque Hidróforo
36
• Aquecimento de Acomodações
A embarcação Astro Tupi tem sua maior demanda de vapor para a operação de
carga/descarga no inverno, requerendo um consumo de 4251 kg/h de vapor.
Consumo Consumo NAVEGAÇÃO OPERAÇÃO COM DP FI-FI COM DP MANOBRA CARGA/DESCARGA FUNDEIO
Consumidores Verão Inverno Consumo Consumo Consumo Consumo Consumo Consumo Consumo
% % % % % % %
(kg/h) (kg/h) Verão Inverno Inverno Inverno Inverno Inverno Inverno
Tqs. Óleo Recolhido 3645 4057 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 100 4057 0 0
Aquecedor da purificadora O.D. 31 31 100 31 100 31 100 31 100 31 100 31 100 31 0 0
Aquecedor do tanque hidróforo 10 10 100 10 100 10 100 10 100 10 100 10 100 10 100 10
Ar condicionado/Calefação 153 153 0 0 100 153 100 153 100 153 100 153 100 153 100 153
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Tabela 23 – Balanço elétrico da embarcação Astro Tupi
Nas seções 8.1 e 8.2 foram executados os balanços térmico e elétrico das
embarcações Mar Limpo II e Astro Tupi, onde foi possível definir as necessidades de
cada embarcação.
Para dar prosseguimento a este estudo, foi necessário avaliar a capacidade de vapor
que pode ser gerada, selecionando-se uma caldeira de recuperação e aproveitando-se
os gases liberados pela configuração atual de motores na embarcação, e se essa
produção de vapor pode atender, além do consumo do mesmo a bordo, a
possibilidade de, através do acionamento de um turbo gerador, fornecer energia
suficiente para o sistema.
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Figura 10 – Caterpillar 3512C
Na seleção da caldeira, além do limite de espaço físico, a opção é sempre aquela que
oferece as maiores pressões de trabalho, uma vez que o aumento da pressão melhora
o rendimento do ciclo Rankine.
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se que todo o calor dos gases é aproveitado na caldeira, foi utilizada a relação abaixo
para se determinar a massa de vapor a ser gerada:
onde:
[kJ/kg°C]
T2 – temp. gases de exaustão na saída do motor [°C] 656,3
[kJ/kg]
hl - entalpia da água líquida saturada na pressão da caldeira [kJ/kg] 742,83
A próxima análise diz respeito a um turbo gerador acionado pelo vapor produzido na
caldeira a fim de que seja gerada energia elétrica, aplicação conhecida como
cogeração. O processo de expansão do vapor através da turbina envolve perdas de
forma isentrópica.
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T
4
3
2
1 5s 5
Sabendo que o rendimento da turbina seria de 100% se não houvessem perdas, pode-
se relacionar o trabalho real e ideal e determinar a eficiência do processo real como:
wr ℎ4 ℎS
1T = =
ws ℎ4 ℎSs
s4 = sS = 6,625 kJ/kg.K
A pressão na saída da turbina é a pressão atmosférica (0,101 MPa).
ℎ4 = 2773,6 kJ/kg
xS = 0,879
ℎSs = 2403,17 kJ/kg
O trabalho fornecido pela turbina será de:
wr = 314,87 kJ/kg
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A potência elétrica gerada no turbo gerador depende da quantidade de vapor fornecida
pela caldeira. Sendo assim:
wr' = wr . MH' 2O
wr' = 236,15 kW
A turbina AT34C da Mitsubishi pode ser uma das alternativas para utilização.
Nos itens anteriores, foram feitas as análises necessárias sobre a demanda energética
de cada embarcação e a oferta disponível através da adoção de um sistema que
pudesse reaproveitar os gases da combustão dos motores de maior capacidade.
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A alternativa utilizando caldeira de recuperação e turbo gerador é largamente utilizada
em navios de maior porte, conforme comentado ao longo deste trabalho, devido ao
grande volume de gases de seus motores. É preciso agora avaliar se esta alternativa
também se mostra eficiente em embarcações de menor porte.
Sendo a maior demanda referente à embarcação Mar Limpo II, para que a mesma
fosse suprida, seria necessário que a vazão dos gases de combustão fosse de 21883
kg/h ao invés dos 13965 kg/h atuais, cerca de 57% maior.
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Figura 15 – Volume de gases de combustão
236,15 Fornecido
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Para que a demanda fosse suprida, a caldeira deveria trabalhar a pressões muito
altas, não sendo permitidas para equipamentos menores devido às suas limitações
físicas, sendo necessário, então, recorrer a outras formas de geração de energia.
10. CONCLUSÃO
Com este trabalho foi possível a partir da comparação entre duas embarcações do tipo
OSRV, levando-se em consideração suas necessidades energéticas, avaliar uma
alternativa para o fornecimento de vapor e de energia elétrica para o modelo
atualmente adotado onde são empregados grupos geradores.
Foi abordado o ciclo Rankine que representa os ciclos de potência de vapor e suas
particularidades, entre elas, alternativas para melhoria do rendimento do ciclo.
Para obter resultados satisfatórios para produção de vapor, uma das opções seria a
adoção de motores de maior porte ou de caldeiras combinadas, que além do
aquecimento feito pelo reaproveitamento dos gases de combustão, também fornece
calor através da queima de outro combustível (óleo ou gás).
A geração de energia elétrica passa a ser outro ponto a ser abordado, onde a energia
gerada é muito pequena frente à necessidade real. Para esse problema tem-se como
opção o uso de caldeiras que suportem pressões maiores, mas no mercado essas
caldeiras só estão disponíveis em dimensões que extrapolam o limite de espaço
disponível. A outra opção seria o reaquecimento do vapor entregue à turbina, dessa
forma o calor superaquecido, em um estado com mais energia, poderia gerar mais
potência na turbina e, consequentemente, gerar mais energia elétrica no gerador.
Vale ressaltar mais uma vez que a implantação de um sistema onde possam ser
reaproveitados os gases de combustão gerados pelos motores é um grande ganho,
não só para os operadores dos navios, reduzindo seus custos com gastos de
combustível, como para a questão ambiental, muito pode ser feito através da redução
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de emissões de gases nocivos através de medidas como esta, contribuindo para uma
economia realmente sustentável e preocupada com essa questão.
11. BIBLIOGRAFIA
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[19] Blog My Life At Sea (Notícias, informação) - http://mylifeatsea.blogspot.com.br
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