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ILUMINAÇÃO DE EMERGÊNCIA NORMALIZAÇÃO

Cuidados na instalação e manutenção IEC publica novas normas internacionais


preventiva são essenciais para o bom para atender às necessidades da área de
funcionamento dos equipamentos atmosferas explosivas
FEVEREIRO’2018

A N O 14 ELÉTRICA, ENERGIA, ILUMINAÇÃO, AUTOMAÇÃO,


N º 146 SUSTENTABILIDADE E SISTEMAS PREDIAIS
EDITORA
ANO 14 – Nº 146 • POTÊNCIA

Indústria
FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO
DE SÃO PAULO (FIESP) CRIA PROGRAMA
QUE ENGLOBA AÇÕES ESTRATÉGICAS PARA
DIFUNDIR PRÁTICAS E CONHECIMENTO
SOBRE OS CONCEITOS DA QUARTA
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL, EM CURSO
EM TODO O MUNDO

ENTREVISTA Juliana Rios, da CAS Tecnologia, fala sobre a possibilidade dos


consumidores de baixa tensão aderirem à chamada Tarifa Branca de energia. Novo
sistema tarifário pode gerar economia ao usuário
Fórum
2018
o
d e naçã n
Coo f. Hilto
r
Eventos com duração de um dia com
Pro eno
Mor palestras de consultores renomados e
especialistas de empresas.

CIDADES QUE VÃO RECEBER O


FÓRUM POTÊNCIA 2018
MAIO 24/05 JUNHO 07/06 JULHO 24/07
Fotos: Divulgação

Belo Horizonte (MG) Curitiba (PR) Goiânia (GO)

AGOSTO 14/08 SETEMBRO 11/09 NOVEMBRO 06/11

Recife (PE) São Paulo (SP) Ribeirão Preto (SP)

Informações sobre patrocínio:

(11) 4225-5400 publicidade@hmnews.com.br


Fórum 2018

Principais Temas
Iluminação (LED), Fotovoltaica, Baixa Tensão, Média Tensão,
Medição e Termografia, Eficiência Energética, Proteção e
Seletividade, Painéis Elétricos, Subestações e Automação

Fórum Potência 2015-2017 (25 etapas)

Profissionais inscritos: 12.500


Empresas inscritas: 3.200
RAMO DE ATIVIDADE PROFISSÃO
Professores/
Concessionária Distribuidor/ Outros Estudantes
Pública 5% Revendedor Outros 6% 3%
Construtora 4% Técnicos/
5% Tecnólogos
Projetos
Consultoria 8%
15%
5%
Outros
Engenheiros
Autônomo 8%
8% Engenheiros
Eletricistas
Instalação 39%
11%
Outros
8%
Eletricistas
/Instaladores
13%

Ensino Manutenção
9% 11%

Indústria Técnicos/Tecnólogos/Eletrotécnicos
Serviços Públicos
9% 23%
10%

Organização Divulgação www.forumpotencia.com.br


linkedin.com/company/revistapotencia
Revista

facebook.com/revistapotencia
SUMÁRIO

INDÚSTRIA
20 MATÉRIA DE CAPA
Atenta à evolução mundial da
Indústria 4.0, Federação das
Indústrias do Estado de São
Paulo (FIESP) cria programa que
engloba ações estratégicas para
difundir práticas e conhecimento
sobre os conceitos da chamada
quarta Revolução Industrial.

OUTRAS SEÇÕES

05 › AO LEITOR

08 › HOLOFOTE

46 › ESPAÇO ABREME
14 ENTREVISTA
Juliana Rios, da CAS
34 MUNDO ELETRICISTA
Cuidados na instalação e manutenção preventiva são
EDITORIAL
Tecnologia, fala sobre essenciais para o bom funcionamento das luminárias
48 › ESPAÇO ABREME a possibilidade de emergência.
ARTIGO
dos consumidores
54 › RADAR CTEEP de baixa tensão
aderirem à chamada
58 › DESTAQUE MUSEU
DA ENERGIA Tarifa Branca de
energia. Em muitos
60 › RADAR STECK
casos, o novo sistema
62 › ARTIGO tarifário pode gerar economia ao
66 › RADAR CPFL usuário. Mas é preciso atenção.

68 › ECONOMIA

74 › VITRINE

80 › AGENDA 42 CADERNO EX
IEC publica novas normas internacionais para atender às
81 › LINK DIRETO
necessidades da área de atmosferas explosivas.
82 › RECADO DO HILTON

50 CADERNO DA Parceria

ILUMINAÇÃO
Na indústria do futuro, todo sistema de iluminação começa a ser
projetado com base nos conceitos da ‘iluminação conectada’.

4 POTÊNCIA
E X P E D I E N T E
AO LEITOR

Fundadores:
Elisabeth Lopes Bridi
Habib S. Bridi (in memoriam)

ANO XIV • Nº 146 • FEVEREIRO'18


Amigo leitor, a revista que chega às suas mãos mais uma vez

MERCADO EM EVOLUÇÃO
Publicação mensal da HMNews Editora e Eventos,
retrata o momento agitado pelo qual passa o mercado elétrico
com circulação nacional, dirigida a indústrias, dis-
tribuidores, varejistas, home centers, construtoras, e eletrônico no Brasil e no mundo. Momento marcado por mu-
arquitetos, engenharias, instaladores, integradores danças, desenvolvimento e evolução.
e demais profissionais que atuam nos segmentos
de elétrica, iluminação, automação e sistemas Assim como tem ocorrido regularmente em nossas edições,
prediais. Órgão oficial da Abreme - Associação novamente trazemos à tona temas que, cada vez mais, ganham
Brasileira dos Revendedores e Distribuidores de
Materiais Elétricos.
espaço no dia a dia de nosso segmento. Mais que isso, assun-
tos que despertam o interesse das empresas instaladas no País
Diretoria e tendências que tendem a incrementar o volume de negócios
Hilton Moreno
Marcos Orsolon e, quem sabe, até alterar o perfil de alguns negócios.
Conselho Editorial Nossa matéria de capa ilustra bem essa situação. Novamente
Hilton Moreno, Marcos Orsolon, Carlos Soares Peixi- abordamos o tema Indústria 4.0, ou a quarta Revolução Indus-
nho, Daniel Tatini, Francisco Simon, José Jorge Felismino Pa-
rente, José Luiz Pantaleo, Marcos Sutiro, Nellifer Obradovic, trial, como afirmam alguns especialistas.
Nemias de Souza Noia, Paulo Roberto de Campos, Roberto Na reportagem, assinada por Clarice Bombana, falamos um
Varoto, Nelson López, José Roberto Muratori e Juarez Guerra.
pouco sobre a atenção que a indústria instalada no Brasil tem
Redação
Diretor de Redação: Marcos Orsolon
dado ao tema. Em particular, o texto aborda uma iniciativa en-
Editor: Paulo Martins cabeçada pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo
Fotos: Ricardo Brito
Jornalista Responsável: Marcos Orsolon (FIESP), em conjunto com o Centro das Indústrias do Estado de
(MTB nº 27.231) São Paulo (CIESP), o Serviço Nacional de Aprendizagem Indus-
Participou dessa edição: Clarice Bombana
trial (Senai-SP) e a Agência Brasileira de Desenvolvimento Indus-
Departamento Comercial trial (ABDI), que juntos lançaram, ao final de 2017, o Programa
Executivos de Vendas:
Cecília Bari, Júlia de Cássia Barbosa Prearo Rumo à Indústria 4.0.
e Rosa M. P. Melo O programa é constituído por um conjunto de ações estra-
Gestores de Eventos tégicas para promover a implantação da Indústria 4.0 e a di-
Pietro Peres e Décio Norberto
fusão de tecnologias ao longo das cadeias produtivas, e para
Gestora Administrativa criar oportunidades de desenvolvimento e melhoria da gestão
Maria Suelma
do processo produtivo.
Produção Visual e Gráfica
Estúdio AMC Mas nossa edição não se limita a este tema. Também volta-
Impressão
mos a abordar alguns assuntos que não param de avançar no
Grupo Pigma Brasil, como veículos elétricos, energia fotovoltaica, iluminação
Contatos Geral conectada e Tarifa Branca. Sem contar os temas tradicionais, mas
Rua São Paulo, 1.431 - Sala 02 - Cep: 09541-100 que nunca perdem importância, como segurança nas instalações
São Caetano do Sul - SP - contato@hmnews.com.br
Fone: +55 11 4225-5400 elétricas e normalização.
Redação Unir tendência, novidades, mas sem esquecer do tradicional.
redacao@hmnews.com.br Essa é a nossa receita para levar informação de qualidade a você.
Fone: +55 11 4746-1330
Tenha uma boa leitura!
Comercial
publicidade@hmnews.com.br
F. +55 11 4225-5400

Fechamento Editorial: 23/02/2018


Circulação: 01/03/2018

Conceitos e opiniões emitidos por entrevistados e


colaboradores não refletem, necessariamente, a opinião
da revista e de seus editores. Potência não se responsa-
biliza pelo conteúdo dos anúncios e informes publicitá-
rios. Informações ou opiniões contidas no Espaço Abreme
são de responsabilidade da Associação. Não publicamos
matérias pagas. Todos os direitos são reservados. Proi-
bida a reprodução total ou parcial das matérias sem a
autorização escrita da HMNews Editora, assinada pelo
jornalista responsável. Registrada no INPI e matriculada MARCOS HILTON
de acordo com a Lei de Imprensa. ORSOLON MORENO

POTÊNCIA 5
Fórum da
Instalação
2018

e n ação
d n
Coo f. Hilto
r
Eventos com duração de um dia com
Pro oreno
M palestras de consultores renomados
e especialistas de empresas.

Etapa São Paulo


Outubro
INSTALAÇÕES INSTALAÇÕES
HVAC-R GÁS
ELÉTRICAS HIDROSSANITÁRIAS
Informações sobre patrocínio:
(11) 4225-5400 publicidade@hmnews.com.br
Organização Divulgação
www.revistadainstalacao.com.br

Instalação
Revista da

www.facebook.com/revistadainstalacao
HOLOFOTE

Cálculos ágeis
Já está disponível a plataforma ERIS: foi idealizado internamente na empresa para permitir
aplicativo de cálculos automáticos
FÁBIO MOURA
automatização dos cálculos e criação de algoritmos e de
para parametrizações e seletividades banco de dados capazes de auxiliar nos trabalhos.
de proteções elétricas em Média Tensão. O passo seguinte foi desenvolver um software que
Desenvolvido pela Lumens Engenharia com o apoio pudesse ser disponibilizado para todos os profissionais
do Sebrae, o ERIS calcula e elabora os relatórios do mercado. Nas várias pesquisas realizadas não foram
e gráficos de seletividade e parametrização de identificadas soluções semelhantes e customizadas,
tock

proteções elétricas em média tensão. O aplicativo tanto no Brasil como em outros países.
Foto: ShutterS

também emite gráficos e relatórios em padrões Neste contexto, o Sebrae foi procurado e acreditou
determinados por várias concessionárias brasileiras no projeto, disponibilizando recursos e identificando
de distribuição de energia. parceiros para desenvolvimento da ferramenta.
Sem a utilização do ERIS, os estudos de seletividade O alto nível de conhecimento e o detalhamento prévio
e cálculos de parametrizações são atividades da lógica dos cálculos e das telas, já desenvolvidos pela
que podem demandar muito tempo de trabalho dos Lumens, facilitaram o trabalho da Techlise, que foi a
engenheiros. Além de conhecer as exigências de cada empresa de programação identificada pelo programa
concessionária, os técnicos precisam pesquisar os modelos Sebraetec para atuar neste projeto.
de relés dos principais fabricantes e conhecer todos as suas Na etapa de desenvolvimento, os técnicos da Lumens,
funções e parâmetros. É comum a necessidade de revisar liderados pelo engenheiro eletricista Leonardo Henrique
os cálculos, em função de solicitações das concessionárias Santos, somaram esforços aos programadores da
nos processos de aprovações ou mesmo por alterações de Techlise e chegaram à versão beta da ferramenta.
grandezas elétricas durante o processo de cada projeto. Decorridos mais de 11 meses e depois de vários testes
Já existem aplicativos que colaboram nesses e simulações internas, o ERIS está pronto para ser
estudos. Entretanto, são programas de elevado custo utilizado pelos profissionais de engenharia. O aplicativo
de aquisição e que requerem elevada qualificação e poderá contribuir bastante para a engenharia brasileira,
treinamento dos seus operadores. proporcionando precisão e velocidade nos cálculos e um
Aproveitando a experiência da Lumens, sobretudo nos consequente aumento da produtividade dos técnicos
projetos das arenas olímpicas dos jogos Rio-2016, o ERIS que atuam nesse segmento.

Subestação digital
A ABB vai instalar a primeira subestação digital da América em conformidade com a norma de automação de subestações e
Latina na cidade de Juazeiro (BA). A nova subestação de comunicação IEC 61850. Os cabos de cobre serão substituídos
230-kilovolt (kV) e o bay de conexão na subestação Juazeiro II por cabos de fibra óptica. A subestação digital é uma
vão fornecer 156 megawatts (MW) da energia gerada em um tecnologia com base no ABB Ability™, que ajuda a melhorar a
complexo solar fotovoltaico (PV), em desenvolvimento na região. confiabilidade e o controle, ao mesmo tempo em que otimiza os
O projeto solar de Juazeiro é operado pela Atlas Renewable custos dos clientes. 
Energy, braço de energia renovável da empresa de Uma subestação funciona como o coração de uma rede
investimentos britânica Actis. A Atlas supervisiona mais de de energia, transmitindo e distribuindo energia para locais
1.500 MW de ativos solares de PV em operação, construção ou distantes, uma vez que segurança, confiabilidade e eficiência
desenvolvimento avançado. Quando estiver em plena operação, são essenciais. Mudando as conexões para fibra óptica é
os projetos irão produzir energia limpa suficiente para abastecer possível reduzir consideravelmente a quantidade de cabos de
mais de 350.000 famílias, reduzindo em cerca de 1,5 milhão de cobre necessários em uma subestação, com uma economia
toneladas as emissões de CO2 da geração convencional. significativa de custo. As subestações digitais também exigem
ABB vai entregar toda a subestação de Juazeiro e fornecer um substancialmente menos espaço e aumentam a segurança para
controle de supervisão e um sistema de aquisição de dados o pessoal, pois a supervisão do sistema, com equipamento
(SCADA), dispositivos eletrônicos inteligentes (IEDs) para digital, reduz a necessidade de intervenção manual e elimina
proteção e controle, bem como as merging units SAM600 a possibilidade dos perigosos choques elétricos na sala de
incorporadas ao barramento de processo da subestação, tudo controle da subestação.
Foto: Divulgação/Eduardo Pelosi

8 POTÊNCIA
Parceria ampliada
A Cecil, uma das maiores indústrias metalúrgicas do País no segmento de cobre e suas ligas, expande o conceito
de Indústria 4.0 ao implementar uma série de estratégias, algumas delas em parceria com o Senai, que participa do
projeto disponibilizando a equipe técnica para gestão de processos e apoio à capacitação de mão de obra.
O trabalho com o Senai para esse fim já tem cerca de dois anos e teve nova etapa iniciada em janeiro. “Contamos com
estes profissionais para desenvolver novas tecnologias próprias de fabricação e consolidarmos técnicas que permitirão
a implantação constante de melhorias internas”, comenta o gerente de Engenharia da Cecil, Paulo Borovina.
Segundo o executivo, a parceria da Cecil com o Senai existe desde de 2014 e é essencial para colocar a empresa
numa posição de vantagem no quesito novas tecnologias e capacitação. O termo Indústria 4.0 está relacionado
com a quarta revolução industrial, caracterizada pelo surgimento de uma nova indústria, que aplica recursos de
inteligência artificial em toda sua cadeia produtiva e comercial.

Loja virtual
Em parceria com o Grupo MapTrade e Jasco Products

Foto: Divulgação
Co., a marca General Electric chega ao Brasil e inaugura,
através de seu parceiro no País, sua loja virtual para suas
quatro principais categorias: Áudio e Vídeo, Conectividade,
Segurança preventiva e Iluminação sem fio.
Com um novo posicionamento, a GE Jasco Brasil traz
ao mercado nacional novos conceitos em iluminação,
soluções para casa conectada, baseado em Internet das
Coisas, além da premissa ‘faça você mesmo’ e produtos Novidades
para segurança e iluminação em LED.
De acordo com o country manager da GE Jasco Brasil,
no mercado
Leandro Abatepaulo, o objetivo da criação da nova loja Com 42 anos de atuação no mercado de grandes
é trazer ao Brasil todas as facilidades que a GE Jasco já distribuidores, atacados e home centers espalhados
implantou em outros países. “Queremos interagir com pelo Brasil e América Latina, a Steck conta com
vendas pontuais suprindo a necessidade e a falta de forte reconhecimento de profissionais dos setores
acesso do consumidor a produtos especiais com alta elétrico e industrial e da construção civil. Com o
tecnologia que ainda não estão ao alcance deles em objetivo de atender um público cada vez maior,
lojas físicas”, afirma. a marca acaba de lançar sua linha residencial
Todas as linhas da Jasco Products com a marca GE Sophie® na loja Obramax, Unidade da Mooca (São
- General Electric estão disponíveis na loja virtual e Paulo-SP), pioneira em atacarejo no segmento de
PDVs físicos para apresentar conceitos plug-in-play, materiais de construção no Brasil.
atendendo as demandas dos consumidores sem tomar Composta por mais de 50 itens disponíveis entre
muito tempo e dinheiro. interruptores, tomadas e módulos para conectividade,
como TV/vídeo, RJ45, telefonia e o carregador USB, a
Foto: Divulgação

linha Sophie® chega em primeira mão na Obramax.


De acordo com Luis Valente, presidente da Steck,
“é um passo muito importante entrarmos neste
novo segmento, com a oportunidade de nos
aproximar de profissionais, oferecendo produtos
de qualidade e ampliando nossa presença no
mercado residencial. Com design moderno e
uma excelente relação custo-benefício para o
consumidor final, a linha Sophie® chega para
ampliar o portfólio da marca”. Com detalhes em
fosco e módulos texturizados, o lançamento segue
as tendências de decoração e design e chega ao
mercado nas cores Branco Orus, Cromado Aton,
Grafite Fênix e Amêndoa Seth.

POTÊNCIA 9
HOLOFOTE

Transporte seguro
A Siemens, uma das líderes no fornecimento de soluções seguro, desenhos, indicação de centros de gravidade e
eficientes de geração, distribuição e transmissão de avaliação do transporte.
energia no Brasil, reafirma a força de sua marca no setor “A união de tantas expertises colaborou para que o
e é a única empresa do País a colaborar com o Guide on guia seja bem completo e de grande ajuda para clientes,
Transformer Transportation, ou Guia de Transportes de fabricantes e fornecedores de transformadores. O
Transformadores, como é conhecido no Brasil. Destinada documento traz também orientações valiosas sobre a
à orientação e manuseio de transportes de equipamentos melhor maneira de se transportar os equipamentos sem
de energia com segurança, a publicação foi o resultado danos. Com isso, aumenta o nível de celeridade, manuseio
de um grupo de trabalho que reuniu representantes e segurança durante o deslocamento”, exalta Fernando
das principais empresas fabricantes de transformadores Torres, engenheiro de Desenvolvimento de Produto na
do mundo, bem como de companhias de produção e Siemens, coautor do estudo que viabilizou o guia e único
transmissão de energia elétrica. do representante do Conselho no Brasil e América Latina.
Idealizado pelo Conselho Internacional de Grandes Torres, que defendeu a dissertação de mestrado
Redes Elétricas (CIGRÉ), o guia tem abrangência ‘Estudo da integridade estrutural de transformadores
mundial e orienta no transporte de transformadores de potência sob ação de carregamentos dinâmicos
com segurança. A publicação inclui também de transporte’ pela USP, explica que o guia contribui
orientações sobre o manuseio correto no transporte para a redução do número de não conformidades
de equipamentos de energia de grande porte, além (ocorrências) solicitadas por empresas que recorrem ao
de uma descrição completa de todo o processo: serviço de transporte de transformadores.

Novo gás
A GE Power colocou em serviço sua primeira Para a empresa, o G3 chega para ser a solução que o
subestação isolada a gás G3 (do inglês Green Gas mercado de alta tensão busca há muitos anos. “O início
for Grid) no mundo. A nova planta, instalada da operação da subestação de Etzel representa um
em Etzel, na Suíça, é a pioneira na passo muito importante não só para o meio ambiente,
utilização deste novo gás, que substitui o mas também para o setor elétrico em geral, que agora
Ilustração: ShutterStock

SF6 e diminui as emissões de gases de efeito estufa em 99%. terá um produto altamente tecnológico, compacto e
Projeto desenvolvido em parceria com o cliente suíço principalmente sustentável”, afirma Ana Cláudia Laurino,
Axpo, a subestação inovadora é a primeira a substituir o líder de Vendas da GE Power. Uma subestação isolada a
SF6 pelo G3. Juntas, a GE e a Axpo trabalharam em tempo gás (GIS) consiste no agrupamento de equipamentos que
recorde para colocar a planta em operação. A subestação podem transmitir e/ou distribuir energia elétrica, mais
funciona com o mesmo nível de performance e excelência compactas que as tradicionais isoladas a ar. Equipamentos
que as subestações compactas tradicionais que utilizam como estes podem ser encontrados em todos os setores
o SF6 como seu meio isolante, apresentando as mesmas de energia, desde indústrias até transmissão e geração.
características físicas, elétricas e mecânicas, com um Após os testes, o site deverá entrar em operação
impacto residual menor para o meio ambiente. completamente ainda no primeiro semestre de 2018.

Catálogo virtual
ção
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Fot

A Tramontina Ex - divisão de materiais elétricos específicos para atmosferas explosivas da Tramontina - anuncia
o lançamento da versão on-line do seu mais recente Catálogo de Produtos Ex. A adoção da versão virtual
facilita a apresentação de todo o portfólio de produtos, além de contribuir para a redução do consumo de papel
necessário para a versão impressa. Os produtos Tramontina Ex combinam segurança, design, excelente acabamento,
qualidade e aprimoramento tecnológico, e estão divididos em cinco famílias: Caixas, Painéis e Botoeiras Ex;
Luminárias Ex; Tomadas e Plugues Ex; Acessórios e Conexões Ex; Caixas, Acessórios e Conexões Industriais. No catálogo
é possível conhecer detalhadamente cada item e obter informações quanto ao uso, funcionalidades e características
técnicas. De fácil visualização, é organizado de acordo com a área de aplicação e inclui informações sobre certificações,
infraestrutura da fábrica, dados técnicos sobre atmosferas explosivas e a descrição de cada linha.

10 POTÊNCIA
Centro de Treinamentos
A Reymaster Materiais Elétricos anuncia a criação de economizam cerca de 50% do valor que
um Centro de Treinamentos (CT) em sua sede na cidade gastariam com cursos em São Paulo, onde
de Curitiba (PR). O novo CT é uma iniciativa conjunta se localiza a unidade própria da Siemens.
da distribuidora de materiais elétricos com a Siemens, Assim, o novo CT da Reymaster torna-se
fabricante de componentes elétricos que pela primeira vez uma ótima oportunidade de qualificação
em todo o mundo realiza cursos fora da unidade própria. para profissionais da região”, diz Stoppa.
O diretor Comercial da Reymaster, Marco Stoppa, “O novo CT ampliará consideravelmente
explica que o novo centro é o ambiente ideal para o acesso das empresas à realidade
aprendizado técnico em automação industrial e demais da Indústria 4.0, na medida em que
assuntos relacionados à Indústria 4.0. difunde e capacita profissionais para
De acordo com Stoppa, a ideia de criar o CT partiu do a implantação de novas tecnologias”,
projeto piloto conduzido no ano de 2017, que ofertou afirma Davi Carboni, responsável pelo
três cursos no segmento de automação e que tiveram centro de treinamento da Siemens no
grande procura pelo público local. “Os participantes Brasil. Foto: Divulgação

O novo Centro de Treinamentos da Reymaster começa em 2018 oferecendo sete cursos.

✖ 20 a 21/03 ✖1
 8 a 20/09
PROFINET Instalação e Diagnóstico (PROFINST) Service e Startup do Sinamics G120 (SNG120SRV)
✖2
 2 a 24/05 ✖2
 3 a 24/10
SIMATIC TIA Portal para S7-1200 (S71200) Normas NR12 e Gestão de Riscos em Máquinas - TUV
✖2
 4 a 25/07 (NR12-TUV)
PROFIBUS - Instalação e Diagnóstico (PBINSTDIAG) ✖1
 9 a 23/11
✖2
 1 a 23/08 SIMATIC S7 TIA Portal S7-1500 (S71500)
SIMATIC TIA Portal para S7-1200 (S71200)

Energia limpa
As organizações As You Sow e Corporate Knights Schneider Electric Se, ABB Ltd, Panasonic Corp, Vestas
lançaram a quarta atualização do Carbon Clean 200 Wind Systems, Bombardier Inc, Innogy Se, Sse Plc e
™ (Clean200 ™), uma lista das 200 maiores empresas Emerson Electric Co. Os 10 principais países com empresas
de capital aberto que obtêm receitas significativas de na lista incluem China (68), Estados Unidos (35), Japão
energia limpa. No primeiro ano e meio de desempenho, (21), Alemanha (9), Coreia do Sul (7), Índia (7), Suécia (5),
as empresas da Clean200 geraram um retorno total de Canadá (5), com a Dinamarca, Irlanda, Espanha e Reino
32,1%. Isso é quase o dobro dos 15,7% do índice de Unido empatados com quatro empresas cada.
combustíveis fósseis do S&P 1200 Global Energy Index.  Esta é a primeira lista Clean200 de 2018 e atualiza
“É interessante que o Clean200 tenha conseguido a edição do terceiro trimestre de 2017. Ela inclui
quase duplicar o desempenho das ações das empresas empresas envolvidas no fornecimento de produtos,
de combustíveis fósseis ao longo dos últimos 18 meses, materiais e serviços relacionados à eficiência
dado o aumento geral dos preços do petróleo energética. A lista continuará a ser atualizada
durante esse período”, comentou Toby Heaps, regularmente para fornecer uma alternativa para
CEO da Corporate Knights e co-autor do investidores que buscam mudar sua exposição de
relatório . “Enquanto as empresas de energia energia antiga para energia nova.
renovável estão mantendo seu desempenho, a “As forças do mercado continuam a mostrar que a
diferença está sendo conduzida por empresas nova economia de energia não é apenas um setor
nos negócios de eficiência energética”. em crescimento, mas continua a superar a energia
As empresas brasileiras que integram a baseada em combustíveis fósseis. Estamos
Ilustração: ShutterStock

lista são São Martinho SA, Weg SA e CPFL testemunhando a “Grande Transição” que foi
Renováveis. As 10 primeiras colocadas predita”, disse Andrew Behar, CEO da As You
são Siemens Ag, Toyota Motor Corp, Sow e co-autor do relatório.

POTÊNCIA 11
HOLOFOTE

Certificação internacional
Foi certificada no sistema IECEx, no dia 19 de janeiro, a ✖A  BNT NBR IEC 60079-15 - Proteção de
primeira empresa brasileira de prestação de serviços de equipamentos por tipo de proteção Ex “n”
reparo, revisão e recuperação de equipamentos “Ex”. ✖ ABNT NBR IEC 60079-31 - Proteção por invólucros
Trata-se da Eletromecânica Estácio, com sede na cidade para poeiras combustíveis - Ex “t”
do Rio de Janeiro. O Certificado IECEx foi emitido pela NCC Certificações
O escopo da certificação abrange serviços de reparo, do Brasil, que é um Organismo de Certificação Brasileiro
revisão e recuperação de motores e geradores elétricos reconhecido internacionalmente pelo IECEx (ExCB) para
de baixa e alta tensão para atmosferas explosivas de o Programa de Certificação de Empresas de Prestação
gases inflamáveis ou poeiras combustíveis, com tipos de Serviços de reparo e recuperação de equipamentos
de proteção Ex “d”, Ex “p”, Ex “e”, Ex “n”, Ex “t”, Ex “Ex” (IECEx 03-5 - Repair Overhaul and Reclamation)
“tD” e Ex “pD”. e também para o Programa de Certificação de
As Normas Técnicas relacionadas com serviços de Equipamentos “Ex” (IECEx 02 - Ex Equipment).
reparo e recuperação de equipamentos “Ex” e com Os sistemas de certificação do IECEx adotam a
estes tipos de proteção são as seguintes: abordagem do ciclo total de vida das instalações “Ex”,
Foto: ShutterStock

✖A  BNT NBR IEC 60079-19 - Reparo, revisão e contando com o apoio das Nações Unidas para serem
recuperação de equipamentos “Ex” utilizados como base para um regulamento comum sobre
✖A  BNT NBR IEC 60079-1 - Invólucros à prova de avaliação da conformidade de equipamentos elétricos e
explosão - Ex “d” mecânicos “Ex”, empresas de prestação de serviços “Ex”
✖A  BNT NBR IEC 60079-2 - Invólucros pressurizados - e de competências pessoais em atmosferas explosivas. A
Ex “p” Eletromecânica Estácio foi também a empresa brasileira
✖A  BNT NBR IEC 60079-7 - Proteção por segurança pioneira em conquistar uma certificação nacional para
aumentada - Ex “e” oficinas de reparo e recuperação de equipamentos “Ex”.

Desafio global
A Schneider Electric, líder na transformação digital ampla gama de temas. Os alunos são convidados
em gestão de energia elétrica e automação, lança o a enviar suas ideias em uma das cinco categorias:
Go Green in the City 2018 - desafio global que visa Sustentabilidade e Inclusão, Ideia Sustentável Sem
encontrar ideias e soluções inovadoras para cidades Fronteiras/Inovadora (em qualquer tópico), Economia
inteligentes e mais eficientes em termos energéticos. Digital, Smart Supply Chain ou Cibersegurança. Estas
Em seu oitavo ano, a competição tornou-se um três últimas são novas categorias, que trazem um foco
importante evento para estudantes de negócios e maior na digitalização, além de uma abordagem mais
engenharia de todo o mundo. ampla para a inovação.
Em 2017, participaram cerca de 20 mil jovens Olivier Blum, diretor de Recursos Humanos da Schneider
inovadores (58% mulheres), de 3.000 universidades, em Electric, comenta: “A Schneider Electric tem uma visão
180 países. Neste ano, as apostas para os concorrentes audaciosa para resolver o paradoxo energético do nosso
do Go Green in the City planeta. O Go Green in the City foi concebido como
Foto: Divulgação

são altas, com tutoria, uma plataforma para que jovens inovadores façam
networking, viagens, parte desta visão. Ajudar os estudantes a desenvolver
prêmios em dinheiro e suas ideias para novas soluções sustentáveis e iniciar
oportunidades de negócios uma carreira em nosso setor é uma ótima maneira de
e emprego. Três novos acelerarmos mudanças positivas”.
temas foram adicionados à As equipes devem ser compostas por dois alunos
competição, com foco em que frequentam cursos credenciados de negócios ou
digitalização. engenharia e estejam no mesmo país durante a duração
Em 2018, a competição da competição. Cada equipe deve incluir pelo menos um
deve atrair ainda mais membro feminino, de acordo com a política da Schneider
interesse, graças a uma Electric de promover a diversidade e inclusão.

O prazo para envio da inscrição é 1 de junho de 2018. Para mais informações,


visite: www.gogreeninthecity.com, http://china.gogreeninthecity.com.

12 POTÊNCIA
Inovação no
mundo
A GE divulgou os resultados do Barômetro de Inovação
Global de 2018. Intitulado de ‘Do caos à confiança:
players, tecnologias e desafios emergentes’, o estudo
explora como líderes empresariais de vinte países
percebem as adversidades e oportunidades de inovação
em um ambiente global complexo. Esse ano, o Barômetro
revelou que, apesar de enfrentar desafios, os executivos
estão mais confiantes quando se trata de impulsionar
o crescimento por meio da inovação, além de estarem
melhor preparados para torna-la uma modalidade
fundamental nos negócios. “Sabemos que inovação é um
recurso precioso para gerar progresso”, afirma Viveka
Kaitila, presidente e CEO da GE do Brasil.
Uma tendência já percebida na edição anterior do estudo
se tornou realidade. Os mercados emergentes ganham
um destaque maior no impulso da inovação. Os
países que tradicionalmente dominavam
a liderança global da inovação,
principalmente os EUA e a Alemanha,
estão estagnados e cedendo terreno
para a Ásia. E os atuais líderes
de incentivo à inovação são as
multinacionais e o setor privado,
enquanto as PMEs, empresários e o
governo parecem ter perdido um pouco
de seu foco no assunto.
Ilustração: ShutterStock

A novidade na pesquisa deste ano foram


questões sobre o impacto de políticas
protecionistas sobre inovação e negócios. A
maioria dos executivos globais (55%) acreditam que as
políticas protecionistas beneficiam as empresas nacionais
e 73% acreditam que elas são boas para a força de
trabalho. No entanto, 68% acreditam globalmente que
seu governo não consegue acompanhar o ritmo das
mudanças. Em relação a esses pontos da pesquisa, a
CEO da GE faz um alerta. “Os maiores casos que temos
de sucesso recente na companhia nasceram de projetos
colaborativos com nossos clientes ou parceiros”, detalha
Viveka. Para a executiva, colaboração é chave para
que a inovação seja bem-sucedida. Mas esse não é o
único desafio para as empresas inovadoras citado pelos
executivos. Entre eles estão a falta de investimento para
projetos, incapacidade de escalar as inovações para
um mercado mais amplo, necessidade das empresas de
assumirem riscos e ausência de talentos/habilidades
adequadas, citada como o principal deles. Para os líderes,
a força de trabalho é o elemento mais importante para
o sucesso da inovação na maioria dos mercados e esse
desafio tem crescido cada vez mais.

POTÊNCIA 13
ENTREVISTA JULIANA RIOS

Tarifa Branca
CONSUMIDOR BRASILEIRO JÁ PODE ADERIR AO NOVO SISTEMA TARIFÁRIO,
QUE PODE GERAR ECONOMIA AO USUÁRIO E PERMITIR O MELHOR
GERENCIAMENTO DA DEMANDA PELAS CONCESSIONÁRIAS.

ENTREVISTA A PAULO MARTINS

D
esde o dia 1º de janeiro, Caso não fique satisfeito com os proporcionar uma melhor gestão da
parte dos consumidores resultados obtidos com a Tarifa Bran- distribuição da energia.
brasileiros atendidos em ca, o consumidor poderá retornar ao Essas e outras questões relacio-
baixa tensão pode aderir sistema convencional. Para saber se nadas ao tema são abordadas nesta
à chamada Tarifa Branca de energia. vale a pena ou não aderir à nova mo- conversa com a especialista Julia-
A medida cria a possibilidade de que dalidade, os usuários precisam, pri- na Rios, gerente da CAS Tecnologia,
os usuários que se enquadrem no re- meiramente, identificar seu padrão companhia dedicada ao desenvolvi-
gulamento venham a reduzir os gas- de consumo. É importante fazer essa mento de soluções inteligentes para
tos com esse insumo. comparação antes, pois há casos em redes de água, energia e gás. Um in-
Neste primeiro momento a Tarifa que a mudança pode não oferecer fográfico feito pela CAS também traz
Branca está disponível para consumi- vantagens. Já para o País, o sucesso outras informações complementares
dores com média mensal superior a do sistema de Tarifa Branca tende a sobre o assunto.
500 kWh. A partir do próximo ano tam-
bém deverão ser atendidas unidades
Foto: Divulgação

com consumo médio superior a 250


kWh/mês. Em 2020 o sistema aceitará
a adesão independentemente do con-
sumo. A Tarifa Branca não é aplicável
aos consumidores residenciais de bai-
xa renda nem àqueles que já se bene-
ficiam dos descontos previstos em lei.
De acordo com a Aneel (Agência
Nacional de Energia Elétrica), a Tari-
fa Branca indica a variação do valor
da energia de acordo com o dia e o
horário de consumo. Nos dias úteis,
foram estipulados três valores: ponta,
intermediário e fora de ponta - vale
lembrar que esses períodos variam
conforme a distribuidora. Assim, o
consumidor que aderir à Tarifa Bran-
ca poderá pagar menos pela energia,
se concentrar o uso nos períodos de
menor demanda.

14 POTÊNCIA
1
Quais são os resultados co- rios. Os consumidores devem informar e preocupações diversas. Na França,
nhecidos de experiências se- a demanda a ser contratada, de acor- onde as tarifas são inferiores aos va-
melhantes à Tarifa Branca, do com sua previsão de consumo men- lores médios praticados na Europa, são
aplicadas pelo mundo? sal. Caso necessitem energia acima do praticados dois tipos de tarifas. A tarifa
Alguns países, como Canadá, Austrá- contratado previamente, o volume adi- básica é a mais recomendada para os
lia, Itália, França e Reino Unido, já pos- cional custará muito mais caro e, além consumidores que utilizam sistema de
suem projetos parecidos. As experiên- disso, há um limite que não poderá ser aquecimento de ambiente e da água
cias aplicadas pelo mundo, no segmen- ultrapassado, ocasionando o corte do com alguma fonte de energia que não
to de baixa tensão, são relativamente consumidor. Na Austrália há vários fa- seja a elétrica. Por outro lado, as con-
recentes, ou seja, já deste século XXI, tores que podem determinar a tarifa cessionárias recomendam a opção pela
e os resultados são notados com pou- a ser aplicada. A tarifa pode ser fixa e tarifa horária, com demanda contra-
cas variações conforme a região, os variar conforme o volume consumido, tada, para consumidores que utilizam
postos horários e o modelo aplicado. É que pode ser sempre o mesmo ou va- sistema de aquecimento elétrico com
importante lembrar que a medição do riar de um mês para o outro, e tornar- reservatório de água quente, pois são
consumo em diferentes postos horários -se progressiva. Mais recentemente mais utilizados nos horários fora de
pressupõe a utilização de medidores in- está sendo introduzido um novo fator ponta. Além de variações nos valores
teligentes. No Canadá, a província de que leva em conta o volume de ener- das tarifas conforme o posto horário,
Ontário foi a primeira região do mundo gia demandada de uma única vez, pois há também variações conforme a re-
a utilizar medidores inteligentes para considera-se que causar um ‘stress’ im- gião e o período do ano.
todos os consumidores residenciais pacta o sistema. No Reino Unido, por

2
com medição por posto horário, por exemplo, o horário fora de ponta (com Em uma escala maior, que
padrão. Apesar do padrão inicial ser a tarifa mais barata) ocorre entre 23 e 6 ganhos a aplicação da Tarifa
tarifa por posto horário (equivalente horas. Já o horário de ponta (tarifa mais Branca poderá proporcionar
à nossa tarifa branca), o consumidor cara) ocorre entre 16 e 19 horas, e o para o País?
pode optar pela mudança para a tarifa valor pode chegar a até cinco vezes o A adoção da Tarifa Branca em grande
convencional, além de poder comprar valor fora de ponta. Esses dados são escala visa, a longo prazo, deslocar boa
de outro fornecedor concorrente. O es- recentes, de janeiro de 2017, e foram parte do consumo do Grupo B - clientes
tado da Califórnia, nos Estados Unidos, divulgados juntamente com uma nova residenciais, rurais e comércios na rede
está se preparando para atender 11 mi- possibilidade de aquisição, por parte de baixa tensão - para fora da faixa
lhões de consumidores residenciais uti- dos consumidores, de um gerador fo- horária de maior demanda de energia,
lizando energia com tarifa diferenciada tovoltaico (painel solar) e de obter um chamado horário de ponta. O resultado
por posto horário, em 2019. Na Itália, desconto de 20% em um conjunto de deve ser uma demanda de energia mais
desde 2010 a aplicação de tarifa por baterias que armazenam energia ad- uniforme ao longo do dia, de forma que
posto horário é obrigatória. É conside- quirida durante o horário fora de pon- a infraestrutura da rede de distribuição
rado horário de ponta o período entre ta para consumo em horário de ponta. não precise ser superdimensionada ape-
8 e 19 horas nos dias úteis, sendo fora Ainda não há resultados divulgados nas para suportar a demanda dos horá-
de ponta todos os demais dias e horá- e as empresas do setor têm opiniões rios de ponta atuais.

A ADOÇÃO DA TARIFA BRANCA EM GRANDE ESCALA VISA, A LONGO


PRAZO, DESLOCAR BOA PARTE DO CONSUMO PARA FORA DA FAIXA
HORÁRIA DE MAIOR DEMANDA DE ENERGIA. O RESULTADO DEVE SER UMA
DEMANDA DE ENERGIA MAIS UNIFORME AO LONGO DO DIA.

POTÊNCIA 15
ENTREVISTA JULIANA RIOS

3
Então a utilização da Tarifa
Branca vai corrigir o proble-
ma da ociosidade do sistema
fora dos horários de pico?
A Tarifa Branca pode contribuir, porém,
somente ela não será suficiente para a
melhor distribuição do uso de recursos
da rede. Se a tecnologia disponível para
essa aplicação for estendida para formar
Redes Inteligentes, essa sim deverá trazer
resultados para melhor eficiência energé-
tica. As tecnologias de Redes Inteligentes
permitirão conhecer os diferentes perfis
de consumo e, a partir daí, evoluir para
novos programas que implementem a
gestão pelo lado da demanda.

4
Pode haver casos em que não
é interessante para o consu-
midor aderir à Tarifa Branca?
Em quais situações essa adesão
não é recomendada?
Sim. O consumidor que tiver seu perfil
de consumo mais concentrado no ho-
rário de ponta ou no intermediário não
deve aderir à Tarifa Branca, a menos que
consiga deslocar esse consumo para o
posto horário fora de ponta.

5
Como o consumidor pode
aprender a identificar seu
próprio perfil de consumo, de
forma que possa utilizar adequa-
damente o sistema de Tarifa Bran-
ca? A quem ele pode pedir ajuda?
Uma forma é observar em que horá-
rios são utilizados chuveiro elétrico, ar-­
condicionado, aquecedor, forno elétri-
co, micro-­ondas, ferro de passar roupa
e secador de cabelos na sua instalação.
Esses, em geral, são os eletrodomésti-
cos que mais consomem energia. Para
optar pela Tarifa Branca o consumidor
pode adotar hábitos que priorizem o uso
desses itens nos horários fora de pon-
ta. A concessionária não efetua a me-
dição por postos horários para a tarifa
convencional, então ela não conseguirá
auxiliar o consumidor nessa decisão. O
consumidor pode experimentar a Tarifa

16 POTÊNCIA
Branca por trinta dias. Se após a primei-
ra fatura da adesão ele se arrepender,
ele pode solicitar o retorno para a tarifa
convencional.

6
Mesmo se houver uma fra-
ca adesão do consumidor, a
aplicação da Tarifa Branca
fará alguma diferença para a oti-
mização do consumo de eletrici-
dade no País?
De fato, com uma baixa adesão a dife-
rença será mínima, e os investimentos
em infraestrutura de rede continuarão
sendo necessários para atender a de-
manda concentrada nos horários de
ponta. Mas acreditamos que a médio e
longo prazo, com aumento do conheci-
mento dos clientes sobre a Tarifa Bran-
ca, e maior consciência sobre o perfil de
consumo, a adesão tende a aumentar.

7
Qual a melhor forma de con-
vencer os consumidores a
aderirem à Tarifa Branca e mu-
darem efetivamente seus hábitos?
A melhor forma de convencer os consu-
midores, em primeiro lugar, são os sinais
de preço, ou seja, a economia que pode
ser percebida diretamente no bolso. As-
sim, é muito importante que os consu-
midores estejam bem informados sobre
a diferença entre a Tarifa Branca e a ta-
rifa convencional. A tarifa convencional
Foto: Divulgação

Fonte: CAS Tecnologia

POTÊNCIA 17
ENTREVISTA JULIANA RIOS

9 DEPENDENDO DA
aplica uma taxa única por kWh consu- Que tipos de soluções a CAS
mido, independentemente do horário de oferece ao mercado nessa
consumo. Na Tarifa Branca o preço da área? ADESÃO POR PARTE
energia nos dias úteis será dividido em A CAS aplica tecnologia, ciência e en-
três postos horários: ponta, intermediá- genharia no desenvolvimento de solu- DOS CONSUMIDORES, A
rio e fora de ponta. O horário de ponta, ções inteligentes para concessionárias
com a energia mais cara, terá duração de de energia, água e gás. Com a aborda- TARIFA BRANCA PODERÁ
três horas, geralmente na parte da noi- gem ponta-a-ponta, atuamos como in-
te. A taxa intermediária será uma hora tegradora para Redes Inteligentes, des- IMPULSIONAR AINDA MAIS
antes e uma hora depois do horário de de o hardware de coleta de dados em
ponta. Nos demais horários, nos feria- campo - a telemetria - até a gestão dos O USO E APLICAÇÃO DAS
dos nacionais e nos fins de semana, o dados de medição, um analítico sobre os
valor é sempre fora de ponta. As faixas dados e a entrega de informações para TECNOLOGIAS DE REDES
horárias variam de acordo com a distri- os sistemas comerciais da concessioná-
buidora que atende a região. ria. Com o advento da Tarifa Branca, a INTELIGENTES (SMART
CAS está oferecendo às concessionárias
GRIDS) PARA TODA A REDE
8
Na sua opinião, para que o um novo módulo da Plataforma Heme-
sistema possa ser considera- ra, o Residencial Smart, para a gestão
do exitoso, será necessária a dos dados dos medidores inteligentes. DE DISTRIBUIÇÃO.
adesão à Tarifa Branca de qual par- O Hemera Residencial Smart permitirá
cela dos consumidores? à distribuidora automatizar o processo
Difícil mensurar em números a parcela de faturamento com Tarifa Branca, ta- cional é nosso principal foco, cujas
necessária de consumidores. Isso por- rifa convencional e com mini ou micro particularidades nos proporcionam
que há muitos perfis de consumo dife- geração, reduzir custos operacionais de experiências de alta complexidade.
rentes na baixa tensão, em diferentes campo, disponibilizar informações de No entanto, nossos produtos também
configurações de rede e em diferentes qualidade de tensão, realizar o balanço são concebidos para serem aplicáveis
áreas de concessão das distribuidoras energético e combater perdas. mundo afora.
no Brasil. Mas é possível supor que de-

10 11
penderá da maior adesão da parcela de Essas soluções são desen- Tem havido aumento da
consumidores que têm maior consumo volvidas no Brasil? Elas procura por esses tipos
de energia, como unidades consumi- são configuradas espe- de soluções? Com a Tari-
doras com equipamentos condiciona- cialmente para o mercado nacional? fa Branca a tendência é de que haja
dores de ambiente, fornos elétricos, Sim. Toda tecnologia desenvolvida pela maior procura por essas soluções
motores, etc. CAS é 100% nacional. O mercado na- ou as concessionárias já se prepa-
raram antecipadamente?
Foto: ShutterStock

O interesse por Redes Inteligentes vem


crescendo de forma gradual. Todas as
concessionárias de energia começaram
o investimento em nossa tecnologia para
aplicação em clientes do topo da pirâ-
mide de consumo, que contempla seus
grandes clientes, o Grupo A. Atualmente
elas iniciaram a aplicação desta tecnolo-
gia para uma fração de clientes da base
da pirâmide, onde estão os consumidores
residenciais, o Grupo B. Dependendo da
adesão, a Tarifa Branca pode, sim, impul-
sionar ainda mais o uso das tecnologias
de Redes Inteligentes para toda a rede
de distribuição.

18 POTÊNCIA
MATÉRIA DE CAPA INDÚSTRIA 4.0

PROGRAMA, ENCABEÇADO PELA FIESP,


ENGLOBA AÇÕES ESTRATÉGICAS PARA
DIFUNDIR PRÁTICAS E CONHECIMENTO
SOBRE OS CONCEITOS DA 4ª REVOLUÇÃO
INDUSTRIAL EM CURSO NO MUNDO.

POR CLARICE BOMBANA

O
desenvolvimento da Indústria 4.0 é um elemento
central das estratégias de empresas e da política
industrial das principais potências do mundo, e o
Brasil não poderia ficar de fora desse movimento.
Para difundir o conhecimento sobre o conceito de Indústria 4.0
e sua importância para a competitividade, a Federação das In-
dústrias do Estado de São Paulo (FIESP), Centro das Indústrias
do Estado de São Paulo (Ciesp), Serviço Nacional de Aprendi-
zagem Industrial (Senai-SP) e Agência Brasileira de Desenvolvi-
mento Industrial (ABDI) lançaram, ao final de 2017, o Programa
Rumo à Indústria 4.0.
O programa é constituído por um conjunto de ações estra-
tégicas para promover a implantação da Indústria 4.0 e a di-
fusão de tecnologias ao longo das cadeias produtivas, e para
criar oportunidades de desenvolvimento e melhoria da gestão

Rumo à
do processo produtivo. Um dos destaques do projeto em 2017
foi o 1º Congresso Brasileiro de Manufatura Avançada, que
aconteceu em dezembro, no Teatro do Sesi-SP, na sede da Fiesp.
Além de palestras nacionais e internacionais, o evento reu-
niu expositores com apresentação de soluções para a indústria
e balcões para exposição e atendimento. Também foi promovida
uma visita técnica à Escola Senai Armando de Arruda Pereira,

20 POTÊNCIA
Ilustração: ShutterStock

Indústria 4.0
POTÊNCIA 21
MATÉRIA DE CAPA INDÚSTRIA 4.0

Temos que ter a percepção


do que está acontecendo
no setor e pensar em atender
a indústria do futuro.
JOSÉ RICARDO RORIZ COELHO
| FIESP

por isso, temos de ter a percepção do


que está acontecendo no setor e pen-
sar em atender à indústria do futuro”,
reflete o executivo.
Foto: Divulgação/ Ayrton Vignola - Fiesp

Segundo Luiz Augusto de Souza


Ferreira, presidente da ABDI, os parâ-
metros da Indústria 4.0 começam a ser
implementados no setor industrial, mas
chegarão a outras áreas, como serviços,
comércio e commodities. “Não que va-
em São Caetano do Sul (SP), referência mos abandonar as commodities, mas o
em pesquisa sobre os rumos da manu- Brasil deve aproveitar a oportunidade
fatura mundo afora. A escola abriga um e entrar na indústria de transformação
demonstrador de Manufatura Avança- com força total segundo os novos pa-
da, equipado com robôs, célula de sol- radigmas”, afirma.
dagem, sensores, gravadores a laser e Rafael Moreira, assessor do Minis-
centros de usinagens, e seu projeto ar- tério do Desenvolvimento, Indústria e com automação, processos e robotiza-
quitetônico recebeu seis prêmios. Entre Comércio (MDIC), defende uma grande ção. “A própria indústria tem uma par-
eles, o “Melhores das Artes em 2016”, ação de disseminação do novo conceito ticipação muito importante para criar a
obra vencedora na categoria arquitetu- na sociedade e pede para que as pró- base dessa plataforma”, explica o pro-
ra, da Associação Paulista dos Críticos prias empresas tomem à frente na mu- fessor, que completa: “E a atenção maior
de Arte (APCA). dança, considerada a quarta revolução está voltada para a exportação, manu-
O programa Rumo à Indústria 4.0 industrial. “A manufatura avançada vai tenção de empregos e a competitivida-
também realizou quatro workshops re- impactar comportamento, demanda de de de pequenas e médias empresas”.
gionais, entre os meses de outubro e consumo, formas de consumir, de dis-
novembro/2017, envolvendo 200 em- tribuir e por aí vai. Temos de ancorar
Foto: Divulgação/ Ayrton Vignola - Fiesp

presas atendidas pelo Programa Brasil com o setor privado”.


Mais Produtivo. Os eventos ocorreram Eduardo Zancul, professor da Uni-
na Região Metropolitana de São Pau- versidade de São Paulo (USP), estudou
lo, Região do Grande ABC, Região de experiências internacionais, como a im-
Campinas e Região de Ribeirão Preto. plementação do conceito na Alemanha.
De acordo com o vice-presidente e Para ele, o país lançou uma plataforma
diretor do Departamento de Compe- para a Indústria 4.0 em 2013, envolven-
titividade e Tecnologia da Fiesp, José do associações, empresas e academia. A
Ricardo Roriz Coelho, a Indústria 4.0 Alemanha optou pelo modelo clássico,
abrange várias tecnologias e solu-
ções que se integram na organização
da empresa, desde o chão de fábrica O Brasil deve aproveitar a
até a área administrativa e gerencial, oportunidade e entrar na indústria
e também na cadeia de fornecimento. de transformação com força total
segundo os novos paradigmas.
“Você tem um modelo de negócios
LUIZ AUGUSTO DE SOUZA
que está mudando completamente, e FERREIRA | ABDI

22 POTÊNCIA
O que é Indústria 4.0?
O conceito leva em conta o aumento da informatização na indústria de trans-
formação, onde objetos físicos passam a ser perfeitamente integrados em redes
de Internet. Como resultado, a produção passa a ser verticalmente conectada
com o processo de negócios e horizontalmente conectada às cadeias de valor
dispersas geograficamente e que podem ser gerenciadas em tempo real. Des-
ta forma, os processos de produção tendem a se tornar cada vez mais eficien-
tes, autônomos e customizáveis: conectando máquinas, sistemas e ativos, as
empresas poderão criar redes inteligentes ao longo de toda a cadeia de valor.
Exemplos de tecnologias presentes na Indústria 4.0:
✖ Análise de Big Data (coleta, Things IoT); Internet Industrial
processamento e análise de das Coisas (IIoT)
grande quantidade de dados em ✖ Manufatura aditiva (por
tempo real) exemplo, impressão 3D)
✖ Computação de alta performance ✖ Monitoramento e controle
✖ Comunicação de máquina para remoto da produção
máquina (M2M) ✖ Realidade aumentada
Ilustração: ShutterStock

✖ Digitalização ✖ Robótica
✖ Inteligência artificial ✖ Sensores inteligentes
✖ Internet das Coisas (Internet of ✖ Simulações virtuais

2
MATÉRIA DE CAPA INDÚSTRIA 4.0

Foto: Divulgação/ Ayrton Vignola - Fiesp


Congresso é palco para se discutir
as mudanças em curso
Hora de encarar as mudanças e enten- Segundo Skaf, é agir ou ficar para futuro, a qual afirmava que, em breve,
der a velocidade dos processos. Este foi o trás. Sobre ficar para trás, o presiden- 100 anos vão valer por 20 mil anos de
norte dos debates realizados durante o 1º te da Fiesp disse ter lido uma pesquisa transformação no passado. “Os jovens
Congresso Brasileiro da Indústria 4.0 - Os a respeito do ritmo das mudanças no que estão hoje na escola não imaginam
Impactos e Desafios da Quarta Revolução
Industrial. “Recentemente, passei uma
Foto: Divulgação/ Ayrton Vignola - Fiesp

semana no Vale do Silício (EUA) e fiquei


impressionado com o que está aconte-
cendo”, contou Paulo Skaf, presidente da
Fiesp/Ciesp/Senai-SP, durante a abertu-
ra do evento. “A transformação é muito
grande, a exemplo de outras revoluções
industriais. A mudança assusta num pri-
meiro momento, mas temos de enfrentar
e tirar proveito dos avanços”.

A transformação é muito grande,


a exemplo de outras revoluções
industriais. A mudança assusta
num primeiro momento, mas
temos de enfrentar e tirar
proveito dos avanços.
PAULO SKAF | FIESP

24 POTÊNCIA
Diogo precisa ter acesso aos mais novos componentes para os projetos
mais inovadores de sua empresa. É por isto que ele compra da Mouser, o
lider de maior variedade de semicondutores e componentes eletrônicos com
as marcas tops que os engenheiros conhecem e confiam. Tudo disponível
do protótipo à produção e para embarque no mesmo dia.

De repente, Diogo tem muito mais peso decisivo na sua empresa.

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MATÉRIA DE CAPA INDÚSTRIA 4.0

as profissões que vão existir daqui a dez


anos”, refletiu.
A quarta Revolução Industrial ou
Indústria 4.0 envolve o aumento da in-
formatização na indústria de transfor-
mação, com máquinas e equipamentos
totalmente integrados em redes de In-
ternet. Como resultado, tudo pode ser
gerenciado em tempo real, até mesmo
a partir de locais diferentes.
Também presente na abertura do
congresso, o vice-presidente e diretor
titular do Departamento de Competitivi-
dade e Tecnologia (Decomtec) da Fiesp,
José Ricardo Roriz Coelho, destacou a
Foto: Divulgação/ Ayrton Vignola - Fiesp

importância de olhar para as mudanças.


“Qualquer indústria pode se inserir nes-
se processo e entrar na era da Indústria
4.0. Por isso, as empresas que já estão
se preparando não devem recuar”, disse.
Outro convidado, o presidente da
ABDI, Luiz Augusto de Souza Ferreira, de Desenvolvimento Econômico e Social várias parcerias com outros bancos de
explicou que a Indústria 4.0 traz uma (BNDES), destacou a necessidade de co- desenvolvimento estrangeiros, da China,
completa transformação nas formas meçar a agir. “O Brasil está atrasado, te- Alemanha, Coreia do Sul e Japão, a fim
como entendemos os produtos, revê o mos de reconhecer e recuperar o tempo de melhorar o apoio a projetos inova-
conceito de competitividade. E reforçou perdido. A indústria do futuro depende dores para a indústria e outros setores
a importância do debate do tema: “Que da indústria do presente”. da economia. “Identifiquei que, desde
possamos ter neste evento um marco da O executivo destacou que inova- os anos 1950, o banco financia proje-
revolução 4.0 no Brasil”. ção é prioridade dentro da política de tos inovadores. Portanto, Inovação é e
Também presente, Paulo Rabello de liberação de crédito do banco. De acor- será o DNA do BNDES”, afirmou cate-
Castro, presidente do Banco Nacional do com Castro, o BNDES trabalha com goricamente.

Projeto de reindustrialização
é essencial para o Brasil
José Ricardo Roriz Coelho, ao fa-
zer a contextualização para a primei-
ra mesa do Congresso, intitulada “O
que é a Quarta Revolução Industrial?
Características e Impactos”, disse que
quanto mais sofisticada a indústria,
maior a produtividade e a renda de
um país. “A participação da indústria
no PIB brasileiro recuou ao nível de
1953, caindo para 11,7%. O mesmo INDÚSTRIA INDÚSTRIA INDÚSTRIA INDÚSTRIA
retrocesso de 65 anos aconteceu com
Ilustração: ShutterStock

a produtividade brasileira, quando


comparada com a dos EUA, por exem-
plo. E na indústria mundial, a partici-

26 POTÊNCIA
Foto: Divulgação/ Ayrton Vignola - Fiesp
pação brasileira caiu praticamente à fios: financiamento, deficiências na in- crática, que caracterizam a economia
metade”, destacou. fraestrutura, problemas na regulação brasileira. Hoje, segundo Castro, 4%
Ao descrever as características da e na segurança jurídica. Além disso, do total da carteira do banco vão para
Indústria 4.0, Roriz frisou que, para são entraves a dificuldade em registrar áreas como os fundos Criatec. Estes
sua implantação, não é preciso par- patentes e capacitar mão de obra, e a são fundos de investimento em parti-
tir do zero. “A maior parte do investi- falta de plataformas, como, por exem- cipações em Micros, Pequenas e Mé-
mento será em plantas já existentes.” plo, de carros elétricos. dias Empresas (MPMEs) inovadoras,
Roriz lembrou que, além das re- Já Paulo Rabello Castro desta- nos quais a BNDESPAR é a principal
formas estruturais, o Brasil também cou, mais uma vez, o compromisso investidora. O Criatec está em sua 3a
precisa urgentemente de um projeto do BNDES com o papel da inovação, edição e já apoiou mais de 70 empre-
de reindustrialização com ênfase na buscando compensar problemas de sas brasileiras, viabilizando o registro
Indústria 4.0. E apontou alguns desa- ordem financeira, tributária e buro- de cerca de 60 patentes e a criação
MATÉRIA DE CAPA INDÚSTRIA 4.0

Foto: Divulgação/ Ayrton Vignola - Fiesp

O Brasil está atrasado, temos


de reconhecer e recuperar o
tempo perdido. A indústria do
futuro depende da indústria
Foto: ShutterStock

do presente.
PAULO RABELLO DE CASTRO
| BNDES

de quase 1.000 produtos. Há recur- ca para isso, ou vai crescer em ritmo


sos no Brasil para o desenvolvimen- de tartaruga. “O céu é o limite para
to, afirmou Castro, admitindo que o a Indústria 4.0 e com ela uma série
BNDES tem sido tímido para divulgar de oportunidades será criada”, disse.
sua atuação nesse campo. Dos cerca “Mas, um ponto importante a consi-
de R$ 70 bilhões desembolsados pelo derar é o gerenciamento do sigilo, a
banco atualmente por ano, R$ 22 bi- cibersegurança”.
lhões vão para inovação, sendo que o A Indústria 4.0 é viabilizada por
ideal é que, até 2020, o valor atinja tecnologias disruptivas que muda-
R$ 50 bilhões. rão o setor de manufatura entre hoje
Outro palestrante da mesma mesa, e 2025. Segundo levantamento da
Rafael Oliveira, sócio da McKinsey, dis- McKinsey, a manufatura em si é a área
se que ou o Brasil ganha produtivida- que mais gera dados no mundo, duas
de, e a digitalização vai ser a alavan- vezes mais que os governos, entretan-

A otimização de fábricas pode


levar de 15% a 30% de melhora
na produtividade da mão de obra;
e de 50% a 80% dos processos
administrativos serão otimizados.
28 POTÊNCIA
to, usa menos de 1% desses dados
para a tomada de decisões e mudança
de processos. “A otimização de fábri-
cas e indústrias pode levar de 15% a
30% de melhora na produtividade da Fabricante de Cabos de Cobre e
mão de obra; e de 50% a 80% dos Gestora de Materiais Elétricos
processos administrativas serão otimi-
zados”, acrescenta Oliveira.
De acordo com o executivo, a ges-
tão de performance digital e a maior Fios e Cabos de Cobre Nu
conectividade de máquinas levarão a
uma nova era de excelência em per-
Cabos de eNergia
formance. A manutenção passará a Cabos de CoNtrole, iNstrumeNtação
ser preventiva, por exemplo. Quan-
to às dificuldades dentro desse con- e bliNdados
texto, menciona a segurança de da-
dos e a capacitação de pessoas para
implantar e gerenciar os novos pro-
cessos. No Brasil, merece atenção
especial o cálculo do retorno sobre
investimento.
A consultoria McKinsey identifica
cinco pontos críticos para haver o má-
ximo valor na digitalização:
Foto: ShutterStock

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POTÊNCIA 29 02115-000 • São Paulo/SP
MATÉRIA DE CAPA INDÚSTRIA 4.0

O que é a iniciativas da Indústria 4.0 visam o au-


mento de produtividade, de eficiência,

4ª Revolução Industrial? de receita, de valor para o usuário, de


competitividade, agilidade e flexibilida-
É resultado de uma série de combinações de tecnologias que já existem, de. O grande ponto que veremos agora
disponibilizadas de uma nova maneira, e que permitem diversas possibilidades é a manufatura avançada gerando da-
quanto aos níveis de organização e produção na empresa. dos não só de forma digital, mas cogni-
✖ Expectativas: tiva. Cada vez mais haverá equipamen-
❱ Dar escala e massificar o uso dessas tecnologias. tos inteligentes, operações e processos
❱ Desenvolvimento de serviços e de novos modelos de negócios por meio cognitivos, recursos mais inteligentes e
da disponibilidade de dados em massa. otimizados. Por isso, é muito importante
saber como interpretar os dados e gerar
✖ A maior parte do investimento será do tipo brownfield, que é investir em ações a partir disso”, resumiu.
plantas que já existem; e, neste contexto, o melhor exemplo é tornar as fá- Para encerrar a mesa, José Borges
bricas que já existem em fábricas inteligentes. Frias, diretor de Estratégia e Business
Excellence da Siemens, disse que o que
1) d efinir uma estratégia que foque 5) c apacitar a organização e adaptar falta no Brasil é pensar a longo prazo
no valor para a empresa e para ativamente processos e cultura. para permitir a reindustrialização, inti-
os clientes. Carlos Tunes, da plataforma Watson mamente ligada à inovação. “Precisa-
2) concentrar esforços num número li- IoT da IBM, frisou que a Indústria 4.0 mos fazer um planejamento adequado
mitado de aplicativos de alto valor. começa a se estabelecer para atender para usar os recursos, que já estão dis-
3) usar soluções alternativas de infra- a mudança imposta pela própria socie- poníveis. O que vai definir o tipo de tec-
estrutura de curto e longo prazo. dade, de produtos cada vez mais perso- nologia a ser implantada é seu preço e
4) utilizar todo o ecossistema digital. nalizados e especializados. “As diversas sua tributação.”

Experiência internacional
serve de referência
A segunda mesa do congresso foi Mundo”, com o objetivo de apresentar plantadas em outros países. O mode-
sobre “Iniciativas de Indústria 4.0 pelo políticas e iniciativas empresariais im- rador, Luiz Augusto de Souza Ferreira,
Ilustração: ShutterStock

CM

INDÚSTRIA
MY

CY

CMY

30 POTÊNCIA
da ABDI, ressaltou a importância do
intercâmbio brasileiro com outros paí- Características do
processo de produção
ses para dar suporte a esse movimento
rumo à Indústria 4.0. Especialistas de

da Indústria 4.0
Israel, Coreia do Sul, Reino Unido, Ja-
pão, Alemanha e Índia relataram suas
experiências e apresentaram cases de
sucesso. ✖ Interoperabilidade: suas próprias decisões e
Karin Mayer Rubinstein, presi- sistemas ciberfísicos produzir localmente graças a
dente e CEO da IATI (Israel Advanced permitem que seres humanos tecnologias como a impressão
Technology Industries, organização e fábricas inteligentes se 3D.
que reúne indústrias tecnológicas conectem e se comuniquem.
✖ Capacidade em tempo real:
avançadas), disse que o país tem ✖ Virtualização: uma cópia a capacidade de recolher e
cerca de 5.000 startups. Ela credita virtual da fábrica inteligente analisar dados e fornecer os
o sucesso da indústria israelense de é criada por meio da conexão insights imediatamente.
alta tecnologia a fatores como cul- entre os dados dos sensores
✖ Foco em Serviços: oferta de
tura empreendedora, alta qualidade com modelos de plantas
serviços através da Internet.
dos recursos humanos, disponibili- virtuais e modelos de
dade de capital, apoio do governo e simulação. ✖ Modularidade: adaptação
moderna infraestrutura. A Israel In- flexível das fábricas
✖ Descentralização:
novation Authority (governamental) inteligentes aos requisitos
capacidade dos sistemas
compartilha, por exemplo, os riscos para substituir ou expandir
ciberfísicos de tomar
de desenvolvimento de tecnologia módulos individuais.
#CG18-0007_Anuncio_Potencia.pdf 1 19/02/2018 10:08:44
MATÉRIA DE CAPA INDÚSTRIA 4.0

com a iniciativa privada. “Sabemos tos e serviços, ciclo de vida mais curto
trabalhar juntos e integrar”, reve- dos produtos, aplicação da inteligên-
la a executiva. Atualmente, o maior cia ao volume de dados – os quais vão
desafio de Israel é o déficit de en- provocar uma transformação profunda
genheiros, faltam cerca de 10 mil nas plantas de manufatura.
profissionais. Segundo estudos realizados pela
Rafael Moreira, assessor especial ABDI, com o novo cenário em curso,
do Ministério da Indústria, Comércio a redução total de custos na indústria
Exterior e Serviços (MDIC), listou al- pode chegar a US$ 24 bilhões por ano;
guns impactos da Indústria 4.0, tais a redução de custos de manutenção
como aumento da produtividade, re- das máquinas, a US$ 12 bilhões/ano;
dução de custos, controle sobre o pro- os ganhos de eficiência, a R$ 9,5 bi-
cesso de produção, customização da lhões/ano; e a economia anual de
produção, convergência entre produ- energia, a US$ 2,5 bilhões/ano.

Pesquisa e
investimento privado
O apoio às empresas e a cons- sa Brasileira de Pesquisa e Inovação
trução de vantagens competitivas no Industrial (Emprapii), lembrou que a
contexto da indústria 4.0 foram temas instituição presta serviços de fomen-
debatidos no terceiro painel do con- to para grupos de pesquisa aplicada e
gresso. A quarta Revolução Industrial empresas no Brasil, com 42 unidades
ou Indústria 4.0 envolve o aumento da no País, sendo que um terço delas já
informatização na indústria de trans- desenvolve pesquisas sobre manufa-
formação, com máquinas e equipa- tura avançada.
mentos totalmente integrados em re- Para o Superintendente Regional
des de Internet. Como resultado, tudo da Financiadora de Estudos e Proje-
pode ser gerenciado em tempo real, tos (Finep), Oswaldo Massambani, é
inclusive a partir de locais diferentes. importantíssimo estimular o aumento
“Precisamos considerar fatores do investimento privado em pesquisa,
Foto: Divulgação/ Ayrton Vignola - Fiesp

como mercado, infraestrutura e regu- desenvolvimento e inovação. “O go-


lação para definir as vantagens com- verno já faz muitos aportes, mas sem
petitivas que vamos focar”, pontuou o investimento privado não vamos
o diretor presidente do Conselho Téc- conseguir avançar muito”, reforçou.
nico Administrativo da Fundação de Por fim, “Como Preparar sua Em-
Amparo à Pesquisa do Estado de São presa para a Quarta Revolução Indus-
Paulo (Fapesp), Carlos Américo Pache- trial? Passo a Passo e Lições Aprendi-
co. “Muitas indústrias ainda estão na das” foi o tema do quarto e último
era 2.0, faltam políticas de fomento e
subsídios”. Ele destacou a coordena-
ção de várias instituições para apoiar
as empresas e afirmou que o foco da
Fapesp está na pesquisa e no conhe- Muitas indústrias ainda
cimento, tanto com viés acadêmico estão na era 2.0, e faltam
como tecnológico. no Brasil políticas de
fomento e subsídios.
Nessa linha, Jorge Almeida Gui-
CARLOS AMÉRICO PACHECO |
marães, Diretor Presidente da Empre- FAPESP

32 POTÊNCIA
te para a América Latina da Unisys,
afirmou que o software para permi-
tir a interoperabilidade da cadeia de
produção na nova era deixa de ser in-
dustrial. A tendência, portanto, é o fim
dos protocolos próprios e a adoção de
protocolos abertos, para permitir a in-
teroperabilidade. Também frisou que a
segurança precisa permear tudo, pois
a superfície de ataque cibernético
passar a ser muito maior. “A seguran-
ça deve fazer parte de tudo que uma
empresa faz. As companhias precisam
de colaboração entre as equipes, de
conhecimento e da criação de forças-
-tarefas para estudar constantemente
as vulnerabilidades e riscos”.
Por fim, Marcos Giorjiani, Diretor
Geral da Beckhoff, explicou que o que
interessa para uma empresa é fabricar
bem. Lembrou que o caminho não pode
ser complicado, demorado e nem caro
para se chegar à Indústria 4.0. A auto-
mação, disse, tem de estar integrada à
tecnologia da informação. “A Indústria
4.0 requer o mais alto desempenho, o
mais alto grau de funcionalidade inte-
grada, a melhor integração com TI, a
plataforma de automação mais aberta
Foto: ShutterStock

e o mais alto grau de liberdade de en-


genharia”, finalizou.

painel. Marcos Pinto do Amaral, ge-


rente de Planejamento Powertrain da
Volkswagen, disse que várias empre-
Investimentos esperados
sas podem trilhar o mesmo caminho
nessa trajetória, mas que a Indústria
(4ª Revolução Industrial)
4.0 é uma revolução e precisa estar ✖ Mundo: pesquisa realizada em 2016 pela PWC com 2000 empresas de
embutida na cultura da empresa. “É 26 países mostra que elas investirão em Indústria 4.0 o equivalente a
necessário mudar o ‘mindset’ das pes- US$ 907 bilhões por ano até 2020 (cerca de 5% da receita), e esperam
soas, sensibilizando todos na empresa, ver uma redução de custo de US$ 421 bilhões e ganhos de receita de
além de qualificar e requalificar todos US$ 493 bilhões por ano.
os seus níveis”. ✖ Europa: planeja gastar cerca de € 1,35 trilhão ao longo de 15 anos.
A montadora espera atingir a pro- Deste total, € 250 bilhões serão das empresas alemãs (Fonte: Roland
dução autônoma interligada com o Berger).
mundo todo em 2030, passando antes
✖ China: planeja investir € 1,08 trilhão nos próximos anos para moderni-
por soluções de manufatura e fábricas
zar sua indústria (Fonte: Citigroup).
inteligentes, controle em rede de toda
a linha e plantas auto-otimizáveis. ✖ Não há dados consolidados disponíveis para os Estados Unidos, nem
Já Eduardo Almeida, vice-presiden- para o Brasil.

POTÊNCIA 33
MUNDO DO ELETRICISTA ILUMINAÇÃO
Foto: ShutterStock

34 POTÊNCIA
O Programa Eletricista Consciente é uma iniciativa:

Iluminação de
emergência
O ELETRICISTA DEVE PROCURAR POR ENTREVISTA A CLARICE BOMBANA

PRODUTOS DE FABRICANTES QUE PREZAM


PELA QUALIDADE, CUMPRAM AS NORMAS,
OFEREÇAM BONS PRAZOS DE GARANTIA
E TENHAM RESPEITO PELO CONSUMIDOR.
CUIDADOS NA INSTALAÇÃO TAMBÉM
REQUEREM HABILIDADE DO PROFISSIONAL.

V
erão é sinônimo de chuvas tar com sistemas adequados e eficien- Sobre este assunto, a Reportagem
fortes, raios, quedas de ár- tes de iluminação de emergência. Nesse da Revista Potência entrevistou Wan-
vores sobre a rede elétrica contexto, o eletricista exerce um papel derley Mario Bolelli, coordenador da
e, consequentemente, de in- fundamental, pois, em muitos casos, Setorial de Iluminação de Emergên-
terrupções no fornecimento de energia. ele é responsável tanto pela indicação cia da Associação Brasileira da In-
Para garantir condições mínimas de se- ou aquisição dos produtos, quanto por dústria de Iluminação (Abilux). Con-
gurança nas edificações, é essencial con- sua instalação e manutenção. fira a seguir.

➤ Qual o tamanho do mercado F abricantes instalados no Brasil são E m primeiro lugar, a obrigatoriedade
de iluminação de emergência cerca de 20 empresas. Importado- legal em diversas capitais e alguns Es-
no Brasil? res, sobretudo da China, somam al- tados, como São Paulo. A conscien-
 ão dispomos de números oficiais.
N gumas dezenas. tização e cultura de segurança com-
A estimativa é em torno de quatro plementam os estímulos do mercado.
milhões de unidades/ano. ➤ Que fatores normalmente im-
pulsionam as vendas nesse ➤ Em que situações é obrigatório
➤ Q uantos fabricantes/marcas mercado (novas construções, o uso de iluminação de emer-
atuam hoje nesse segmento ampliações, reformas, moder- gência?
no País? nizações, etc)? Desde a criação, o homem teme

POTÊNCIA 35
MUNDO DO ELETRICISTA ILUMINAÇÃO

Foto: ShutterStock
APLICAÇÃO
Os sistemas de iluminação de tais, escadarias prediais ou locais te causador. Nesses casos, é vital o
emergência são indicados em em que possam ocorrer tumultos e funcionamento da iluminação de
todos os locais onde a falta de luz
coloca em risco a vida humana graves acidentes, como shoppings, emergência não somente para as
como, por exemplo, hospitais. cinemas, escolas, mercados, arenas pessoas evacuarem o local rapida-
esportivas, estações metroferrovi- mente, mas também para propiciar
árias, fábricas, aeroportos, hotéis, condições para os bombeiros ini-
restaurantes, escritórios, etc. Porém, ciarem as operações de resgates e
a escuridão. O primeiro disposi- a maior importância desses disposi- combate ao fogo.
tivo artificial para iluminação foi tivos é em casos de incêndio, pois
o fogo. Ao longo dos tempos, a a rede elétrica tem de ser desliga- ➤ Há problema de falta de qua-
evolução trouxe as lâmpadas elé- da ou ela normalmente é o agen- lidade nesse setor? Que tipo
tricas que dependem de uma fon-
te de alimentação externa sujeita
a eventuais falhas. Nesse sentido,
buscando preservar a seguran- Buscando preservar a segurança
ça das pessoas em momentos de
falta de energia, foram criados os
das pessoas em momentos de
equipamentos de iluminação de
emergência com fontes próprias
falta de energia, foram criados os
(pilhas ou baterias) e também os equipamentos de iluminação de
geradores autônomos.
Quanto às situações de uso, o ra- emergência com fontes próprias
ciocínio é mais amplo. Os sistemas
de iluminação de emergência são (pilhas ou baterias) e também os
indicados em todos os locais onde
a falta de luz coloca em risco a vida geradores autônomos.
humana como, por exemplo, hospi-

36 POTÊNCIA
Conheça o apoie!
O APOIE é o primeiro aplicativo criado especialmente para as necessidades dos eletricistas.

1. Faça orçamentos de instalações


elétricas mesmo sem conexão

2. Calcule o valor da mão de obra,


impostos e envie para seus clientes

3. Participe e fique por dentro do


Programa Eletricista Consciente

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MUNDO DO ELETRICISTA ILUMINAÇÃO

de riscos a falta de qualidade as quais são cumpridas por pouquís- ➤ Que cuidados o usuário e/ou
pode levar aos usuários? simos fabricantes, que têm a consci- eletricista deve ter no momen-
Infelizmente, sim. Principalmente ência focada na qualidade e na res- to da escolha/compra da melhor
com os produtos de baixa qualidade, ponsabilidade que a segurança do solução para atender as neces-
importados, sobretudo, da China. O sistema deve proporcionar. Quanto sidades (tanto do ponto de vista
risco é simplesmente não funcionar à organização do mercado, esta é técnico quanto da qualidade)?
nas situações necessárias e favore- quase nula, pois os interesses eco-  rocurar os produtos de fabricantes
P
cer condições para eventuais aciden- nômicos e a falta de comprometi- que prezam pela qualidade, cum-
tes e tumultos. mento com as premissas citadas pram as normas, ofereçam bons pra-
são absolutos, principalmente dos zos de garantia e tenham respeito
➤ Que normas técnicas regem este importadores de materiais da China. ao consumidor.
setor? Elas estão sendo cumpri- Existem no mercado Leis Estaduais,
das? O mercado está bem orga- Municipais, Código de Obras, Ins- ➤ Quais os principais tipos/mode-
nizado sob este aspecto? truções Técnicas do Corpo de Bom- los de luminárias de emergên-
 asicamente, o setor é regido pela
B beiros e, recentemente, uma Lei cia disponíveis no mercado?
NBR 10898 e IEC 60598-2-22:2014, Federal (Lei Kiss – nome dado em  oje a predominância é das Unida-
H
função da tragédia ocorrida em San- des Autônomas para Iluminação/
ta Maria, RS), que está em fase de Sinalização de Emergência, chama-
regulamentação. Todos eles tratam dos blocos/luminárias autônomas.
OBRIGATORIEDADE da matéria, porém, não se aprofun-
Cinemas, teatros e casas de ➤ Quais as últimas novidades em
dam em características construtivas
shows precisam ser equipados
dos produtos. termos de desenvolvimento
com equipamentos de
iluminação de emergência.

Foto: ShutterStock

38 POTÊNCIA
➤ Independentemente de pra-
zos, quais os sinais que indi-
cam que o equipamento pre-
cisa de manutenção ou subs-
tituição?
 uando o tempo de funcionamento
Q
estiver abaixo da norma (duas ho-
ras), com consequente diminuição
da luminosidade oferecida.

➤ Em tese, o eletricista de um


edifício ou empresa é um pro-
fissional apto a exercer ativida-
des como especificação, aqui-
sição, instalação e manutenção
dos sistemas de iluminação de
emergência? Caso contrário,
quem estaria mais habilita-
do para cada uma dessas fun-
ções? E quais dessas funções o
eletricista pode executar sem
problemas?
Foto: ShutterStock
E m tese, sim. Porém, por pressões
econômicas, falta de conhecimento
ATENÇÃO específico do eletricista ou do con-
Com o passar do tempo, a tratante, propagandas enganosas de
➤ Q ue tipos de providências
realização de testes e eventuais
são necessárias para manter produtos e outros fatores induzem
manutenções é essencial para
o bom funcionamento dos um sistema de iluminação de o profissional a utilizar produtos de
equipamentos. emergência funcionando e em baixa qualidade, cujo principal atra-
ordem? tivo é o preço baixo. O profissional
Tratando-se de um bom produto, eletricista, em sua maioria, está apto
tecnológico dos produtos (ma- que tem uma média de vida ao re- a efetuar a instalação e a manuten-
térias-primas, funcionalidades dor de quatro anos, basta mantê-lo ção dos sistemas de iluminação de
agregadas, etc.)? conectado à rede elétrica. emergência. Muitos detêm conhe-
 revolução da tecnologia LED, na-
A cimento e experiência que podem
turalmente, atinge os dispositivos ➤ Quais os tipos de manutenção auxiliar na especificação e também
de emergência, trazendo inúmeros ou checagem são necessários na compra.
benefícios. Esses produtos oferecem fazer nesses produtos e com Já nas edificações empresariais,
maior eficácia luminosa, utilizando que periodicidade? como nos exemplos citados, quan-
baterias de menor capacidade, além  recomendação é um teste funcio-
A do as premissas de segurança são
de melhorias no design e possibili- nal, que deve ser realizado trimes- cumpridas à risca, as especificações
dades de agregar inteligência aos tralmente. técnicas são feitas por projetistas
produtos. Como no mercado de (engenheiros, arquitetos, bombeiros)
lâmpadas esta transição tem gerado ➤ Quais os riscos e problemas de- com conhecimento em leis, normas
muitos problemas – com materiais correntes da falta desses cui- de segurança, luminotécnica, etc. E
de baixa qualidade, propaganda dados? é assim que deve ser. Qualquer tipo
enganosa –, isso só será corrigido  principal risco ou problema é o
O de instalação elétrica deve sempre
com a exigência do cumprimento equipamento não funcionar nas ho- ser feita por profissionais qualifica-
das normas, certificação do Inmetro ras necessárias, ou seja, quando se dos e a manutenção por pessoas
e rígida fiscalização. mais precisa. habilitadas.

POTÊNCIA 39
T E C O M
CO N A
R E V I S T
A A E M
T Ê N C I
P O E S D E
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• CADERNO ATMOSFERAS EXPLOSIVAS • CADERNO ATMOSFERAS EXPLOSIVAS • CADERNO ATMOSF

NORMAS TÉCNICAS

Normalização O s últimos meses foram


bastante movimentados
no que tange à publica-

em pauta
ção de normas técnicas
internacionais voltadas ao mercado de
atmosferas explosivas. Entre os desta-
ques, podemos citar dois documentos
elaborados pela IEC: a edição 7.0 da nor-
ma IEC 60079-0 - Requisitos gerais de
IEC PUBLICA NOVAS NORMAS INTERNACIONAIS equipamentos para atmosferas explosi-
vas, e a edição 5.0 da norma IEC 60079-
PARA ATENDER ÀS NECESSIDADES DO MERCADO 15 - Proteção de equipamentos pelo tipo
de proteção Ex “n”.
MUNDIAL DE ATMOSFERAS EXPLOSIVAS.

POR ROBERVAL BULGARELLI


EDIÇÃO: MARCOS ORSOLON
CADERNO Ex

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erst
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o: S
raçã
Ilust

42 POTÊNCIA
FERAS EXPLOSIVAS • CADERNO ATMOSFERAS EXPLOSIVAS • CADERNO ATMOSFERAS EXPLOSIVAS •

A nova versão da IEC 60079-0, pu- versas outras partes da Série IEC 60079 Dentre as principais modificações
blicada em 13 de dezembro de 2017, é relacionadas com as especificações introduzidas nesta nova edição 7.0
uma parte da Série de Normas Técnicas dos tipos de proteção Ex, tais como Ex (2017), em relação à edição 6.0 ante-
Internacionais IEC 60079  (Atmosferas “e” (Segurança aumentada), Ex “i” (se- rior (2011), podem ser destacadas as
explosivas) que especifica os requisi- gurança intrínseca), Ex “p” (invólucros seguintes:
tos gerais para a fabricação, avaliação, pressurizados), Ex “op” (proteção ópti- ❱❱ Incluídos requisitos para os casos
ensaios e marcação de equipamentos ca), Ex “m” (encapsulamento em resi- de um material adesivo ser utiliza-
elétricos e componentes Ex destinados na) e Ex “t” (proteção por invólucro para do para a fixação de uma junta de
à utilização em atmosferas explosivas poeiras combustíveis). vedação, este adesivo deva ser uti-
contendo gases inflamáveis ou poeiras A primeira edição da IEC 60079-0 lizado dentro de sua faixa de tem-
combustíveis. foi publicada em 1971, sendo posterior- peratura de operação contínua e
Importante observar que a norma mente atualizada pelas novas edições de deve atender os requisitos existen-
IEC 60079-0 é complementada por di- 1983, 1998, 2004, 2007, 2011 e 2017. tes para resinas.

POTÊNCIA 43
• CADERNO ATMOSFERAS EXPLOSIVAS • CADERNO ATMOSFERAS EXPLOSIVAS • CADERNO ATMOSF

NORMAS TÉCNICAS
Foto: Shutterstock

❱❱ Incluída referência às Normas IEC Além destas modificações técnicas Procedimentos normalizados para
60243-1 e IEC 60243-2 (Resistên- principais, foram introduzidas também, estas análises de risco estão indicados
cia elétrica de materiais isolantes) nesta nova edição, 19 extensões de re- na norma ISO/IEC 80079-36 - Atmosfe-
para procedimentos para a execu- quisitos já anteriormente existentes e ras explosivas – Parte 36: Equipamentos
ção do ensaio de tensão aplicada 70 modificações técnicas menores, re- não elétricos para atmosferas explosivas
de 4 kV cc para evitar a geração de lacionadas com melhorias para melhor – Métodos e requisitos básicos.
cargas eletrostáticas em camadas entendimento de texto. A Comissão de Estudo CE
não metálicas. Deve ser ressaltado que não são 003.031.002  do Subcomitê SC-31 do
❱❱ Incluída limitação para superfícies abordadas nesta norma fontes de ignição Cobei acompanhou todo o processo de
externas com teor de cobre supe- tais como compressão adiabática, ondas revisão, atualização, comentários, vota-
rior a 65%. de choque, reações químicas exotérmicas, ção, aprovação e publicação desta nova
❱❱ Incluídos requisitos para equipa- autoignição de poeiras combustíveis e a edição da IEC 60079-0, em nome do
mentos com EPL (Equipment Pro- presença de chamas “abertas” em áreas Brazil National Committee of IEC.
tection Level) Gc e Dc. classificadas. Embora tais fontes de igni- A partir deste momento, os mem-
❱❱ Incluídos novos tipos e informações ção estejam fora do escopo desta norma bros daquela Comissão de Estudo pas-
sobre acumuladores, com base nos IEC 60079-0, os equipamentos que apre- sam a executar os trabalhos de revisão
dados mais atuais disponíveis. sentem estas fontes de ignição podem ser e atualização da respectiva Norma Téc-
❱❱ A marcação “alternativa” de EPL submetidos a análises de risco que iden- nica Brasileira adotada ABNT NBR IEC
foi retirada. tifiquem todas as fontes de ignição exis- 60079-0 (2013), de forma a manter a
CADERNO Ex

❱❱ Incluídas instruções adicionais para tentes e relacionem as medidas a serem devida equivalência com a respectiva
prensa-cabos Ex, para fins de sele- aplicadas para evitar que tais fontes de norma técnica internacional, em sua
ção, instalação e manutenção. ignição se tornem efetivas. nova edição.

Maiores informações sobre esta nova Edição 7.0 da


Norma internacional IEC 60079-0 estão disponíveis no website da IEC:
https://webstore.iec.ch/publication/32878

44 POTÊNCIA
FERAS EXPLOSIVAS • CADERNO ATMOSFERAS EXPLOSIVAS • CADERNO ATMOSFERAS EXPLOSIVAS •

Proteção de equipamentos
pelo tipo de proteção Ex “n”
Também em dezembro de 2017 foi
publicada a edição 5.0 da norma interna-
cional IEC 60079-15 - Proteção de equi-
pamentos pelo tipo de proteção Ex “n”.
Esta parte da Série de Normas Técni-
cas Internacionais IEC 60079 (Atmosferas
explosivas) especifica os requisitos para
fabricação, ensaios e marcação de equi-
pamentos elétricos para o Grupo II com
tipo de proteção Ex “n”, incluindo disposi-
tivos selados Ex “nC”, dispositivos herme-
ticamente selados Ex “nC”, componentes
não acendíveis Ex “nC” e invólucros com

Ilustração: Shutterstock
respiração restrita  Ex “nR”, destinados
para instalação em atmosferas explosivas
contendo gases inflamáveis.
Esta Norma é aplicável a equipa-
mentos elétricos onde a tensão nominal ❱❱ O
 s dispositivos de comutação en- corrente para componentes não
não exceda 15 kV c.a. eficaz ou c.c., in- capsulados Ex “nC” são agora de- acendíveis.
cluindo quando as tensões de trabalho signados como Ex “dc”, sendo os Além das principais modificações téc-
interna dos produtos “Ex” excede 15 requisitos transferidos para a IEC nicas indicadas foram também introduzi-
kV, como por exemplo em starters para 60079-1/2014. das oito extensões a requisitos já existen-
luminárias com lâmpadas de descarga ❱❱ O tipo de proteção Ex “nA” é agora tes e oito modificações técnicas menores,
de alta intensidade (HID). designado como tipo de proteção relacionadas com melhorias no texto para
A IEC 60079-15 foi publicada pela Ex “ec”, sendo os requisitos trans- melhor entendimento dos requisitos.
primeira vez em 1987 e posteriormente feridos para a IEC 60079-7/2015. A Comissão de Estudo CE
atualizada em 2001, 2005, 2010. ❱❱ F oi incluída a especificação do tem- 003.031.003  do Subcomitê SC-31 do
Dentre as principais modificações in- po para a preparação de amostras Cobei acompanhou todo o processo de
troduzidas nesta nova edição 5.0 (2017), para componentes não acendíveis. revisão, atualização, comentários, vo-
em relação à edição anterior 4.0 (2010) ❱❱ Incluída documentação adicional tação, aprovação e publicação da nova
podem ser destacadas as seguintes: para requisitos de materiais de se- edição da IEC 60079-15, em nome do
lagem e gaxetas. Brazil National Committee of IEC.
Foto: Ricardo Brito/HMNews

❱❱ U ma vez que a pressão no interior A partir deste momento, os mem-


de um invólucro provido com venti- bros daquela Comissão de Estudo pas-
ladores pode ser afetada pela ope- sam a executar os trabalhos de revisão
ração destes ventiladores, é agora e atualização da respectiva Norma Téc-
especificado que o ensaio de respi- nica Brasileira adotada ABNT NBR IEC
ração restrita é executado com os 60079-15  (2012), de forma a manter
ventiladores nas condições de em a devida equivalência com a respecti-
operação e estacionários. va norma técnica internacional, em sua
❱❱ Incluídas limitações de tensão e de nova edição.

Maiores informações sobre a Edição 5.0 da Norma


IEC 60079-15 estão disponíveis no website da IEC:
ROBERVAL BULGARELLI |
PETROBRAS/COBEI
https://webstore.iec.ch/publication/33074

POTÊNCIA 45
ESPAÇO ABREME EDITORIAL Associação Brasileira dos Revendedores
e Distribuidores de Materiais Elétricos

Os impactos da CPR
na União Europeia
- e a referência
Ricardo Ryoiti Daizem
Diretor Colegiado Abreme - abreme@abreme.com.br
para o Brasil

S
egundo levantamento da As- Os únicos itens de elétrica conside- do local sem vida pelos bombeiros,
sociação Internacional de In- rados nesta regulação são os cabos e desconsiderando a quantidade de
cêndios e Serviços de Res- agora cada produto ou família de pro- pessoas que faleceram em hospitais
gate (CTIF), cerca de 30 mil dutos passa a ser ranqueado em uma após o ocorrido.
pessoas por ano perdem a vida víti- série hierárquica de classes, também Em um passado recente da história
mas de incêndio em todo o mundo. conhecida como “Euroclasses”, que brasileira, o incêndio na boate Kiss, na
Dos incêndios ocorridos em edifícios, devem constar na cobertura do cabo. cidade de Santa Maria, no estado do
mais de 90% das mortes são decor- Para tal classificação são considerados Rio Grande do Sul, matou mais de 240
rentes da inalação de gases tóxicos três aspectos relevantes durante a ex- pessoas e deixou mais de 600 feridas.
ou fumaça. posição ao fogo: o primeiro é a con- Causado por um sinalizador disparado
Com o intuito de garantir mais se- tribuição para a propagação do fogo no palco em direção ao teto, o incêndio
gurança ao setor, a União Europeia pa- devido ao calor emitido na própria foi agravado pelas más instalações e
dronizou as regras referentes à venda combustão e ao desprendimento de condições de segurança do local. Não
de produtos para novas obras no Espa- partículas incandescentes, o segundo destoando das estatísticas globais, os
ço Econômico Europeu (EEE) através da é a quantidade e a transparência da laudos confirmaram a asfixia decorren-
Construction Products Regulation (CPR) fumaça emitida durante a queima e, o te da inalação dos gases tóxicos como
ou, em português, a Regulação de Pro- terceiro, a toxidade dos gases emitidos a causa das mortes.
dutos para a Construção. no processo. A norma existente atualmente no
A CPR entende como produto da Os cabos aplicáveis à legislação são Brasil define apenas os requisitos míni-
construção todos os itens que serão os de energia (cabos de baixa e média mos para a aprovação dos cabos para
incorporados de forma permanente às tensão e cabos planos), de telecomu- sua comercialização, não contemplan-
obras e estabelece um sistema para a nicações e dados (cabos Datacom e fi- do classificação ou especificação de
classificação destes materiais de acordo bra óptica), cabos de controle e cabos níveis conforme o desempenho dos
com seu desempenho mediante a expo- blindados. produtos.
sição ao fogo. Os rígidos critérios de avaliação e No País, estima-se que o volume
Esta lei, vigente desde o dia 1º de de classificação estabelecidos pela CPR de cabos LSZH (Low Smoke, Zero Ha-
julho de 2017, define uma linguagem contribuirão diretamente para a dife- logen), também conhecidos como Afu-
técnica comum e métodos de avaliação renciação dos produtos existentes no mex, Afitox ou Atox, representa menos
uniformes a serem aplicados por todas mercado, bem como para elevar os ní- de 10% do volume de cabos de cobre
as partes envolvidas na cadeia de abas- veis de qualidade dos materiais comer- vendidos.
tecimento. Desta forma, a responsabili- cializados. Cabe a reflexão e o convite para que
dade passa então a ser integralmente Segundo o jornal O Globo, as mor- os trabalhos e normas nacionais sejam
compartilhada, desde a fabricação até tes ocasionadas por incêndios chegam atualizados espelhando o modelo im-
a distribuição, a especificação (arquite- a cerca de 1.200 por ano no Brasil, plantado pela União Europeia, a fim de
tos, engenheiros e contratados) e a ins- sendo que tal número considera ape- elevarmos também os níveis de qualida-
talação efetiva dos produtos. nas as vítimas que já foram retiradas de e de segurança em nosso País.

46 POTÊNCIA
ESPAÇO ABREME ARTIGO

A empregabilidade
na quarta revolução
industrial
Foto: Divulgação

trial gerará um contingente nunca antes de tecnologia remodelam a ocupação


Leandro Netto
visto de pessoas sem ocupação? de seus trabalhadores. Normalmente
Advogado sócio da área de direito
das novas tecnologias e inovação Talvez possamos encontrar boas trabalhos mais mecânicos e mesmo ati-
do escritório Lima Júnior, Domene amostragens em dois países com eleva- vidades intelectuais repetitivas são subs-
Advogados Associados. do índice de robotização: Japão e Co- tituídos por trabalhos que demandam
reia de Sul. Em ambos, os números do maior capacitação e outras habilidades

A
desemprego são irrelevantes. Mais que humanas, como a empatia e a multidis-
quarta revolução industrial está isso. No Japão nem mesmo a robotiza- ciplinariedade.
dando os seus primeiros pas- ção, em fase inicial, de atividades como Nesse novo mundo ganha relevância
sos e pretende revolucionar o a de garçons, foi capaz de impactar a também adaptação por parte dos pró-
modo como geramos riqueza. situação de pleno emprego. prios trabalhadores. Nele, são amplia-
Impressoras 3D, robôs, drones, linhas A partir desses países temos indí- das novas relações de trabalho, como
de produção inteligentes e big data cios de que as nações com alto índice aquelas chamadas nos EUA de “gig”.
são apenas algumas das característi-
cas do atual momento da economia.
Somados esses três elementos, sur-
gem densas discussões sobre o futuro
do emprego no mundo. Afinal, teremos
uma massa de desempregados criada
pela indústria 4.0?
Segundo dado da CNI, no Brasil as
Ilustração: ShutterStock

ferramentas da indústria 4.0 são em-


pregadas por não mais que 2% da in-
dústria. Mas alguns estudos já apon-
tam para uma perda de 5 milhões de
postos de trabalho até 2020 nos paí-
ses de maior industrialização, segundo
dados apresentados no Fórum Mundial
de Davos.
Os números impressionam e partem
de uma lógica bastante simples: a inte-
ligência artificial, robôs, drones, carros
autônomos e outras tantas formas de
automação substituirão milhares, mi-
lhões de atividades hoje realizadas por
humanos.
Seriam então verdadeiras as previ-
sões de que a quarta revolução indus-

48 POTÊNCIA
Associação Brasileira dos Revendedores
e Distribuidores de Materiais Elétricos

Em tradução livre podemos dizer que gig temporadas por meio do Airbnb também diferente. Temos de estar preparados para
nada mais é do que um trabalho pontu- é uma forma de remuneração gig. empregarmos todas soluções e facilida-
al, um bico feito de forma independente. Mas nem tudo são flores. Como nas des trazidas pela indústria 4.0 em favor
É o que vemos no trabalho de motoris- revoluções industriais anteriores, houve de uma massa de novos empregos, com
tas particulares em plataformas como o países ganhadores e perdedores. E nes- maior capacitação e remuneração. É pre-
Uber. Alugar sua própria residência para se novo momento da economia não será ciso ter capital humano preparado para
lidar com tecnologias ainda nascentes. É
fundamental possuir um ambiente de ne-
gócios e regulatório propício à inovação.
NORMALMENTE TRABALHOS MAIS MECÂNICOS E MESMO
Em cerca de cinco anos teremos
uma resposta mais precisa à provoca-
ATIVIDADES INTELECTUAIS REPETITIVAS SÃO SUBSTITUÍDOS
ção inicial feita neste artigo. Não nos
POR TRABALHOS QUE DEMANDAM MAIOR CAPACITAÇÃO parece, contudo, que a tecnologia será
responsável por cenários de constante
E OUTRAS HABILIDADES HUMANAS, COMO A EMPATIA E A degradação na geração de trabalho. Pelo
contrário, teremos de nos adaptar, coisa
MULTIDISCIPLINARIEDADE. que fazemos muito antes de a máquina
a vapor dar origem à primeira revolução
industrial.

Associação Brasileira dos Revendedores


e Distribuidores de Materiais Elétricos

FUNDADA EM 07/06/1988
Rua Oscar Bressane, 283 - Jd. da Saúde
04151-040 - São Paulo - SP
Telefone: (11) 5077-4140
Fax: (11) 5077-1817
e-mail: abreme@abreme.com.br
site: www.abreme.com.br

Diretoria Colegiada
Francisco Simon
Portal Comercial Elétrica Ltda.
José Jorge Felismino Parente
Bertel Elétrica Comercial Ltda.
Paulo Roberto de Campos
Meta Materiais Elétricos Ltda.
Marcos Augusto de Angelieri Sutiro
Grupo Mater
Nemias de Souza Nóia
Elétrica Itaipu Ltda.
Reinaldo Gavioli
Maxel Materiais Elétricos Ltda.
Conselho do Colegiado
João Carlos Faria Júnior
Elétrica Comercial Andra Ltda.
Ricardo Ryoiti Daizem
Sonepar South America
Diretor-Executivo
Amauri Mendes Pedro
Secretária Executiva
Nellifer Obradovic

POTÊNCIA 49
CADERNO DA ILUMINAÇÃO

ILUMINAÇÃO INDUSTRIAL

A evolução do Sistema de
NA INDÚSTRIA DO FUTURO, TODO SISTEMA DE ILUMINAÇÃO
COMEÇA A SER PROJETADO JÁ COM BASE NOS CONCEITOS
DA “ILUMINAÇÃO CONECTADA”, SE INTEGRANDO COM
OS DEMAIS EQUIPAMENTOS DA FÁBRICA.

Foto: ShutterStock

D
entro do segmento indus- na conta de energia no final do mês, ge- Acompanhando a evolução da indús-
trial, a iluminação sempre ralmente inferior a 5%. tria nos últimos anos, principalmente com
foi tratada como um tema Neste contexto, o que acabamos en- a introdução de conceitos modernos e fo-
menos estratégico, seja pelo contrando nas indústrias são sistemas cados em automatização, evoluiu-se para
fato de praticamente todos os investi- ultrapassados e depreciados, com mais um sistema mais produtivo, mais rápido,
mentos serem focados para melhorias de 15-20 anos, o que acarreta em am- mais barato e cada vez mais autônomo.
no sistema de produção ou mesmo pela bientes de trabalho escuros e com alto Trazendo ainda como diferencial a facili-
baixa representatividade deste consumo risco de acidente. dade de compartilhar em tempo real da-

50 POTÊNCIA
Parceria

Iluminação junto à indústria


de integração da iluminação LED com
sistemas de automação cada vez mais
robustos e confiáveis. Neste cenário en-
tra uma nova e importante variável ao
processo o que potencializa ainda mais
os ganhos da utilização da iluminação
LED no segmento industrial, reduzindo
o tempo para o retorno de investimento.
Exemplificando, em uma indústria
que já adotou a tecnologia LED, um
sistema de automação bem dimensio-
nado pode facilmente trazer um ganho
adicional de 10% apenas controlando
a dimerização das luminárias para um
Fotos: Divulgação
melhor aproveitamento da luz natural.
Outros 30% a 60% podem ser alcan-
çados com a ativação do sistema por
detecção de movimento com a integra-
dos estatísticos, indicadores de desempe- industrial a possibilidade de utilizar um ção de sensores de presença em locais
nho, informações de status, produtividade sistema mais confiável e com menos im- estratégicos e dimensionados de acordo
e disponibilidade, entre outros, graças à pacto ambiental. Ou seja, o sistema de com cada tipo de atividade. Além disto,
utilização de banco de dados instalados iluminação deixou de ser uma simples poderíamos colher ganhos adicionais
em servidores on-line. preocupação com um determinado nível com a adoção da programação horária
Isto criou a facilidade da troca de in- de lux estabelecido por norma. de funcionamento. Ou seja, um sistema
formações entre todas as unidades de A segunda grande evolução para a bem projetado deve garantir que as lu-
uma empresa, mesmo que espalhadas iluminação, é a introdução do conceito minárias permaneçam totalmente apa-
pelo quatro cantos do mundo, fornecen- de “Iluminação Conectada” onde en- gadas ou dimerizadas pelo maior tem-
do uma rica fonte de informação para contramos grandes fabricantes inves- po possível, sem afetar a segurança das
comparação e tomadas de decisões. tindo no desenvolvimento de soluções atividades a serem executadas.
Neste cenário de crescente evolução,
a iluminação industrial não ficou parada
no tempo, evoluindo muito no decorrer Em uma indústria que já adotou
dos últimos anos. A primeira grande evo-
lução foi a substituição das tradicionais a tecnologia LED, um sistema de
tecnologias, como fluorescentes, vapor
metálico e sódio, pela então novata tec-
automação bem dimensionado
nologia LED. Trazendo como principais
ganhos uma redução muito significativa
pode facilmente trazer um ganho
no consumo de energia elétrica, melhoria
no nível de iluminação, melhor qualidade
adicional de 10% apenas controlando
da luz, além de um custo de manutenção a dimerização das luminárias para um
mínimo. Como ganhos secundários, esta
nova tecnologia introduziu no segmento melhor aproveitamento da luz natural.
POTÊNCIA 51
Parceria
CADERNO DA ILUMINAÇÃO

ILUMINAÇÃO INDUSTRIAL

O que está vindo em seguida? do era impossível de ser utilizada, seja de iniciar uma conversa franca com um
Utilização do sistema de iluminação pelo seu elevado custo de implantação especialista se faz necessário para ma-
para identificar o usuário e habilitar a um ou pela depreciação acelerada da vida pear as reais necessidades do cliente:
determinado equipamento, ser um tipo útil que gerava nas lâmpadas. Porém, Qual tipo de solução tem o me-
de GPS para os funcionários guiando-os hoje, se tornaram totalmente viáveis lhor retorno?
para o local e hora extada para execução para a utilização com a tecnologia LED, ✖ Retrofit simples trocando uma lumi-
de uma determinada atividade de produ- em estimativa, com um acréscimo de nária pela outra
ção ou manutenção, transmissão de dados apenas 15% a 20% no investimento ✖ Remodelação total com novo projeto
para envio de mensagens ou comandos, total do sistema e possível de alcançar luminotécnico e fazendo adequação
mapeamento da taxa de utilização de áre- uma economia adicional de 40% a 80%, dos níveis de acordo com a norma
as ou setores ajudando a identificar quais dependendo da aplicação e utilização Quais as características do am-
são as mais acessadas e em qual horário, do ambiente. biente a ser modernizado?
ajudando na tomada de decisão numa Para projetos que ainda estão em es- ✖ Altura de instalação
eventual troca de layout, etc. tudo, a adoção da “Iluminação Conec- ✖ Temperatura ambiente
Na Indústria do Futuro, todo sistema tada” traz ainda mais vantagens, com ✖ Tipo de atividade
de iluminação começa a ser projetado já reduções expressivas no investimento ✖ Aproveitamento de luz natural
com base nos conceitos da “Iluminação de infraestrutura de elétrica (redução ✖ Atividade contínua ou intermitente
Conectada”, integrando com os demais na quantidade de painéis de iluminação, ✖ Etc
equipamentos da fábrica, disponibilizan- redução significativa na quantidade de Com base nestes questionamen-
do as informações para servidores nas cabos e circuitos elétricos) e possibili- tos e com algumas informações do dia
“nuvens” ao invés de servidores locais, tando a integração do sistema com o a dia da operação, podemos desenhar
permitindo o acesso ou controle do sis- sistema supervisório da própria fábrica. desde uma solução simples utilizando
tema de iluminação de qualquer lugar Agora, com todas estas ferramen- apenas uma das funcionalidades ou
do mundo utilizando um simples laptop, tas disponíveis que nos permitem criar mesmo uma mais robusta e sofisticada
tablete ou celular. inúmeras opções é fundamental refletir utilizando todas as funções, dependen-
A automação da iluminação não é sobre alguns pontos antes de encontrar do da real necessidade de cada cliente.
novidade no mercado, porém, no passa- a melhor solução para cada caso. Antes Independentemente do tipo do
cliente, a maioria dos grandes fabrican-
Foto: Divulgação

tes estão se reinventando e desenvol-


vendo soluções para ajudar a viabilizar
o projeto de modernização. Podendo
variar desde um prazo diferenciado
para pagamento ou mesmo uma oferta
“turnkey” englobando auditoria técnica
em campo, projeto luminotécnico para
adequação à Norma, fornecimento de
produto e instalação, comissionamen-
to e financiamento de longo prazo. Ou
seja, está cada vez mais fácil e viável a
implantação de uma solução mais mo-
derna para as indústrias.
A “iluminação Conectada” já é uma
realidade, basta encontrar quais são as
melhores funcionalidades a serem im-
plementadas em sua empresa.

RODRIGO NISHIMARU
Key Account Manager da Philips

52 POTÊNCIA
RADAR SEGURANÇA

ISA CTEEP conclui


ensaio com RTDS
EQUIPAMENTO PERMITE MODELAR E REPORTAGEM: CLARICE BOMBANA

SIMULAR O SISTEMA ELÉTRICO COM


GRANDE PRECISÃO, O QUE POSSIBILITA
IDENTIFICAR EVENTUAIS ERROS EM AJUSTES,
PARAMETRIZAÇÕES, CONFIGURAÇÕES OU
ALGORITMOS DOS RELÉS DE PROTEÇÃO.

A
ISA CTEEP (Companhia de Estudos de Operação e Proteção da ISA
Transmissão de Energia Elé- CTEEP. A tecnologia foi desenvolvida a
trica Paulista) realizou, com partir de pesquisas realizadas no Ma-
recursos próprios, um en- nitoba HVDC Research Centre da Ma-
saio completo com o RTDS (sigla em in- nitoba Hydro, do Canadá. Em meados
glês para Simulador Digital em Tempo dos anos 90, a tecnologia foi licenciada
Real), em uma de suas subestações (SE). para a empresa canadense RTDS Tech-
O RTDS é um equipamento que simula nologies, localizada em Winnipeg, que
fenômenos elétricos (como manobras e assumiu seu aprimoramento e evolução.
perturbações) e permite que dispositivos A ISA CTEEP adquiriu o RTDS em
reais do sistema de proteção e controle 2010 e, a partir daí, passou a realizar
participem dos testes, ajudando a enten- testes com mais agilidade e precisão
der como eles se comportariam em situa- nos seus sistemas de proteção, o que re-
ções verdadeiras, o que faz com que suas presentou um marco para a empresa. O
análises sejam rápidas, precisas e mais investimento na aquisição da tecnologia
próximas da realidade. foi de cerca de US$ 450 mil. Além disso,
“O RTDS possui tecnologia digital houve a estruturação de um laboratório
com alta capacidade de processamento, completo para abrigar o equipamento e
que permite executar um grande volume possibilitar os ensaios.
de cálculos num intervalo de tempo bem O RTDS fica no laboratório do De-
pequeno, e possibilita a interação do sis- partamento de Operação e Proteção
tema elétrico simulado com os equipa- da ISA CTEEP em Bom Jardim, na cida-
mentos externos em tempo real”, explica de de Jundiaí (SP). “O RTDS possibili-
Wilson Roberto David Junior, da área de ta modelar o sistema elétrico primário

54 POTÊNCIA
de uma determinada região e exter- problemas nos relés ou identificaram ✖ Ensaio na proteção da LT 88 kV
nar suas grandezas em tempo real. É condições do sistema de transmissão a Assis – Decasa: O resultado en-
possível obter as tensões e correntes serem melhoradas. Alguns deles: controu falha no algoritmo do relé
do sistema nos níveis secundários dos ✖ Ensaio na proteção da LT 440 kV para polarização da 1ª zona, mo-
instrumentos, incluindo cada alteração Cabreúva – Salto: O resultado tivando correção de firmaware do
e seus transitórios com resolução de identificou que não é recomen- relé por parte do fabricante.
microssegundos. Desta forma, os equi- dada a operação da linha sem a ✖ Ensaio na proteção da LT 345 kV
pamentos testados são submetidos a proteção diferencial. Milton Fornasaro – Xavantes: O re-
condições iguais às ocorridas em cam- ✖ Ensaio da proteção da LT 230 kV sultado encontrou falha no algorit-
po, tornando os ensaios muito mais Aparecida – Taubaté: O resultado mo do relé para detecção de falta
precisos”, complementa David Junior. identificou a grande influência do na 1ª zona, motivando correção de
Desde 2011, neste laboratório, são acoplamento mútuo da linha e as firmware do relé. Nesta linha foram
realizados ensaios em sistemas de pro- interferências nas faltas monofá- realizados 2.400 ensaios em RTDS.
teção com resultados que apontaram sicas nos ajustes dos relés. ✖ Ensaio na proteção da LT 440 kV
Araraquara - Piracicaba: O resul-
tado encontrou erros nos ajustes
da polarização de sobrecorrente
direcional de neutro, motivando a
correção dos ajustes no relé.
✖ Ensaios nas proteções de barra-
mento, transformadores, transfor-
madores de aterramento, linhas de
transmissão, etc. Todos demons-
traram bons resultados dos relés
de proteção e seus ajustes.
Recentemente, a empresa finalizou
o primeiro ensaio completo na subesta-
ção Milton Fornasaro, que passou pelo
processo de digitalização. A simulação
foi feita em todos os relés de proteção
dessa subestação (mais de 4.000 en-
saios), localizada na zona oeste de São
Paulo, no bairro do Jaguaré, próxima ao
Complexo Viário do Cebolão, entre as
marginais Pinheiros e Tietê e o acesso
à Rodovia Castelo Branco. Essa subes-
tação atende boa parte da região oeste
da Grande São Paulo e alimenta mais de
640 mil consumidores com carga total
de aproximadamente 800 MW.
O ensaio completo foi considerado
um sucesso, pois foi identificada uma
falha que poderia gerar uma ocorrência
na subestação – um problema do fabri-
cante na concepção do equipamento. “O
Foto: ShutterStock

diagnóstico foi tão preciso que o fabri-


cante chegou a enviar uma mensagem

POTÊNCIA 55
RADAR SEGURANÇA

te resulta na atualização do firmware”,


Foto: Divulgação

MAIOR CONTROLE
O RTDS simula afirma David Junior.
fenômenos elétricos E ele completa: “Em um dos casos,
(como manobras
foi realizado um recall em 48 relés ins-
e perturbações)
e permite que talados no sistema de transmissão. Em
dispositivos reais outra situação, evitou-se a instalação
do sistema de de oito relés com erro em firmware. Em
proteção e controle todas as simulações, o objetivo é evitar
participem dos
desligamentos indevidos nos equipa-
testes, ajudando a
entender como eles mentos e, consequentemente, garantir
se comportariam um fornecimento de energia elétrica
em situações com eficiência e qualidade”.
verdadeiras. Juntamente com a venda do RTDS,
o fabricante forneceu o treinamento à
parabenizando a ISA CTEEP pela análi- que possibilita identificar eventuais er- equipe da ISA CTEEP para a utilização
se realizada”, destaca Meronides Jonnel ros em ajustes, parametrizações, confi- correta e eficiente do equipamento e,
Ramos, da área de Operação e Proteção gurações ou algoritmos dos relés de pro- recentemente, foi firmado um contra-
da transmissora. teção. “Uma vez identificado um erro, to de parceria com a Unicamp para
Segundo Nilson José Francischetti podemos agir de forma eficaz para sua agregar conhecimento para ambas as
Junior, da área de Estudos de Operação correção, evitando desligamentos inde- instituições.
e Proteção da ISA CTEEP, o processo de vidos e elevando a qualidade do forne- Daqui para frente, as equipes vão
análise dos resultados dos ensaios possui cimento de energia para as concessio- trabalhar no desenvolvimento de en-
duas etapas. “Na primeira, são definidos nárias de distribuição e seus clientes, saios em outros tipos de equipamentos
os ensaios mais importantes (em torno de além de reduzir os riscos para o Siste- e tecnologias, como sistemas de controle
cem), que são realizados e analisados um ma Interligado Nacional”, complementa de compensadores estáticos e energias
a um. Na segunda etapa, é definido um David Junior. renováveis, para expandir as possibilida-
script de execução automática de ensaios, Outro benefício é que o simulador des de atendimento a novos projetos da
podendo passar de mil. Aqui, é progra- mantém todo o histórico de dados, sen- companhia. É o caso, por exemplo, do
mada uma planilha de análise automáti- do possível reproduzir uma ocorrência recém-adquirido compensador estático
ca, que identifica apenas os ensaios com específica para poder estudá-la melhor na SE Bauru, cujas unidades de controle
problemas para serem analisados sepa- ou compará-la com outras situações pa- serão submetidas aos ensaios de RTDS.
radamente”, explica. recidas. “Todos os problemas identifica- A expectativa é de que os testes durem
O RTDS permite modelar e simular o dos nos relés de proteção são reporta- cerca de quatro meses. Também está
sistema elétrico com grande precisão, o dos aos fabricantes, o que normalmen- prevista, para os anos 2018/2019, a re-
alização de ensaios com o RTDS nas no-
vas subestações João Neiva 2, Baguaçu,
O RTDS possui tecnologia digital com Alta Paulista, além dos compensadores
síncronos na subestação Araraquara II.
alta capacidade de processamento, A ISA CTEEP não fornece o equipa-
mento RTDS a terceiros para a realiza-
que permite executar um grande ção de ensaios. O que existe é a possi-

volume de cálculos num intervalo bilidade de prestar serviço a terceiros,


inclusive a companhia já foi procura-

de tempo pequeno, e possibilita da por algumas empresas, porém, as


tratativas ainda não foram finalizadas.
a interação do sistema elétrico “Acreditamos que, em breve, vamos ofe-
recer esse serviço de alto valor agrega-
simulado com os equipamentos do, munidos de toda a experiência que
adquirimos nos últimos anos”, projeta
externos em tempo real. Francischetti Junior.

56 POTÊNCIA
DESTAQUE MEMÓRIA

Museu da Energia de
O
Museu da Energia de São da energia. Conta ainda com o “Espa-
INSTALADO EM Paulo, localizado no centro ço das Águas”.
CASARÃO HISTÓRICO da capital, foi reaberto no
dia 25 de janeiro, feriado e
Além das novas salas e recursos au-
diovisuais, o Museu da Energia inaugu-
DOS CAMPOS ELÍSEOS aniversário de 464 anos da cidade. Após rou a exposição temporária “Encontros
um ano fechado, o espaço, mantido pela improváveis de um lugar em comum”,
(SP), MUSEU DA Fundação Energia e Saneamento, reabre que apresenta obras dos artistas multi-
com patrocínio via Lei Rouanet da CTG mídia Cadu, Guto Lacaz, Paulo Nenflídio
ENERGIA REABRE Brasil, segunda maior geradora privada e Regina Silveira. Espalhadas pelos dois
de energia do País, e traz novas salas andares do museu, as obras dialogam,
COM NOVAS e recursos audiovisuais que abordam de forma particular, com os temas ‘água
temas como a história da iluminação e energia’. “A proposta é trazer novas
ATRAÇÕES. pública na cidade e o uso sustentável linguagens sobre os temas já abordados
Foto: Divulgação/Caio Mattos

58 POTÊNCIA
São Paulo é reaberto
pelo museu com um olhar poético e crí- amos está entre as prioridades da CTG
tico das artes visuais”, explica Luciana Brasil. O patrocínio ao Museu da Energia
Nemes, curadora da mostra temporária mostra o nosso comprometimento com
e coordenadora do Museu da Energia. a cultura e educação, além da preserva-
A exposição temporária estará aberta ção da história do setor de energia no
ao público até 24 de junho. Brasil”, diz Salete da Hora, diretora de
“Contribuir com o desenvolvimento Marca, Comunicação & Sustentabilida-
sustentável das comunidades onde atu- de da CTG Brasil.

Novas atrações
Instalada no andar térreo do Museu de apreciação, convívio, reflexão e ex-
da Energia, uma nova sala apresenta pressão artística na região do entorno
ao visitante, por meio de vídeos, fotos do museu, nos Campos Elíseos.
e objetos museológicos, a história dos Para tornar a experiência do público
serviços de iluminação pública na capi- com deficiência visual mais completa,
tal, desde os tempos dos lampiões abas- foram desenvolvidos mapas táteis dos
tecidos a óleo de peixe, no século 19, dois pavimentos do Museu da Energia,
até a chegada da energia elétrica e as além da reprodução, em 3D, dos moldes
mudanças que esta acarretou na vida originais dos postes do Teatro Municipal,
cotidiana do paulistano, muitas vezes instalados na sala de Iluminação Públi-
registradas pelo olhar de poetas como ca. Está prevista ainda para o primeiro
Oswald de Andrade. semestre de 2018, a produção de outras
No andar superior, o destaque fica peças de acessibilidade, entre elas, ma-
por conta do “Espaço das Águas”, am- quetes, pranchas táteis com detalhes da
biente que aborda tanto a história da re- arquitetura do casarão do museu, áudio-­
lação da cidade de São Paulo com suas descrição e vídeos em libras, a serem
águas como o caminho que percorrem, disponibilizados por tablet.
dos reservatórios até a torneira, além
de questões atuais sobre a necessidade
Criada em 1998 e mantida pela
Cesp e Sabesp, a Fundação Energia e
Serviço
do uso consciente dos recursos hídricos. Saneamento pesquisa, preserva e di- Museu da Energia
As novas salas contam com vídeos de- vulga o patrimônio histórico e cultural de São Paulo
senvolvidos pela produtora Trilha Mídia. dos setores de energia e de saneamen- Endereço: Alameda Nothmann,
Na área externa do museu, haverá to ambiental. Atuando em várias regiões 184, Campos Elíseos,
um local permanente para exposições do Estado de São Paulo, por meio da São Paulo (SP).
de grafites e pinturas murais com te- Rede Museu da Energia (São Paulo, Itu
Funcionamento: terça a
mática relacionada à energia e à água. e Salesópolis) e do Núcleo de Documen-
sábado, das 10 às 17 horas.
Anualmente, novos artistas serão con- tação e Pesquisa, realiza ações culturais
vidados para a reformulação estética e educativas que reforçam conceitos de Informações: (11) 3224-1489 ou
do espaço. Mônica Martins, proprie- cidadania e incentivam o uso respon- saopaulo@museudaenergia.org.br
tária da Galeria Fresta, assina a pri- sável de recursos naturais, trabalhando ENTRADA GRATUITA
meira curadoria dessa área. O projeto nos eixos de história, ciência, tecnologia
www.museudaenergia.org.
tem como objetivo criar um ambiente e meio ambiente.

POTÊNCIA 59
RADAR SERVIÇO

Soluções customizadas
SETOR DE MONTAGEM
DE QUADROS E
PAINÉIS DA STECK
TOTALIZA MAIS DE
80 MIL PROJETOS
DESENVOLVIDOS E
IMPLANTADOS EM
DIVERSOS SEGMENTOS
Foto: Divulgação
DO MERCADO.

M
ais do que simplesmen- Conforme destaca o gerente Indus- ao cliente. Na sequência o Departamen-
te inserir seus produtos trial e da Qualidade da Steck, Luciano Pei- to de Engenharia faz o projeto, definindo
no mercado, a Steck tem xoto Fernandes, além de exigir produtos o esquema elétrico, a estrutura detalha-
como propósito facilitar de alta qualidade, a cada dia que passa da da solução com seus componentes
a vida dos clientes. Partindo desse prin- o mercado tem cobrado níveis maiores de e o layout de montagem. O próximo
cípio, a empresa criou um setor em sua excelência nos serviços que lhe são pres- passo consiste em enviar o projeto ao
fábrica dedicado exclusivamente à rea- tados. Diante dessa nova ordem, atender cliente para validação. Se aprovado, as
lização de projeto e montagem de qua- às necessidades específicas de cada clien- informações são direcionadas à equipe
dros e painéis, a fim de oferecer soluções te tornou-­se um diferencial importante. de montagem da Steck. “As montagens
feitas sob medida para suprir as reais ne- Assim, a Steck criou o Setor Uni- são realizadas em nossa própria fábrica,
cessidades de seus parceiros. com para montagem de unidades com- pois temos um modelo de processos e
Procurando atender à risca cada binadas. O departamento envolve uma maquinários adequados para garantir
encomenda e garantindo o padrão de equipe de engenharia comercial e de de- a qualidade dos nossos produtos”, co-
excelência suportado pelo nome Steck, senvolvimento dedicada a apresentar as menta Fernandes.
o resultado não poderia ser outro, se melhores soluções para os usuários da O executivo destaca que a equipe
não o sucesso. Passados cerca de vin- marca, sempre visando oferecer os me- que atua na área é formada por profis-
te anos da adoção dessa estratégia, a lhores custos e prazos de entrega, sem sionais qualificados e habilitados, todos
companhia contabiliza mais de 80 mil abrir mão da qualidade. “O nosso time com formação técnica e instruídos con-
projetos desenvolvidos e implantados está à disposição para auxiliar em qual- forme a NR 10 (Norma Regulamenta-
nos clientes, suprindo os mais diversos quer etapa do projeto, sendo que o pri- dora do Ministério do Trabalho que re-
segmentos de atuação, como as indús- meiro passo é entender o que o cliente gulamenta a Segurança em Instalações
trias automotiva, química e de papel e precisa”, sintetiza Fernandes. e Serviços em Eletricidade).
celulose, os fabricantes de máquinas e Após o primeiro contato recebido, Os quadros e painéis oferecidos pela
equipamentos e as áreas da construção a equipe da Steck elabora o orçamento Steck podem ser customizados conforme
civil e de mineração. com base nas informações obtidas junto o desejo do cliente, mas também exis-

60 POTÊNCIA
te uma gama padronizada de modelos,
que já faz parte do catálogo da empresa.
Entre as soluções ofertadas pela
Steck destacam-se as linhas de QGBT
(Quadro geral de distribuição de baixa
tensão) até 4.000 A; Quadros de distri-
buição; Quadros para bombas (partida
direta, estrela/triângulo, soft-start e in-

Fotos: Divulgação
versor de frequência); Quadros tipo; Uni-
dades combinadas e Caixas e extensões
SOB MEDIDA
para instalações provisórias.
Os quadros e painéis oferecidos
Estão disponíveis tanto quadros de Fernandes destaca que, além de contar pela Steck podem ser customizados
embutir quanto de sobrepor, com os com um preço extremamente competi- conforme o desejo do cliente,
mais variados graus de proteção (IP). tivo, os clientes são resguardados pela mas também existe uma gama
A Steck oferece também caixas de aço existência de uma equipe dedicada e padronizada de modelos, que já faz
parte do catálogo da empresa.
inox, para aplicação em áreas que apre- comprometida em seguir os projetos e
sentam alto grau de corrosão. as normas vigentes. Mesmo sendo fei-
Como a Steck possui uma ampla ta sob encomenda para atender às ne-
gama de itens em seu portfólio, quase cessidades específicas de cada usuário, De acordo com o executivo, a pa-
a totalidade dos componentes utilizados a montagem de quadros e painéis por dronização da montagem das solu-
na montagem dos quadros e painéis é parte da empresa baseia-se nas normas ções garante o atendimento às normas
de sua própria manufatura. Em alguns ABNT NBR 5410 (Instalações Elétricas aplicáveis e a segurança do instalador.
casos, sendo necessário, também são de Baixa Tensão) e ABNT NBR IEC 61439 Além disso, lembra Fernandes, o cliente
utilizados produtos fabricados pelas - específica do setor, e que em breve irá recebe o projeto para validação e apro-
empresas do grupo ou parceiras ou até substituir a ABNT NBR IEC 60439. “São vação antes de ser iniciada a produção
mesmo fornecidos pelo próprio cliente. realizadas diversas verificações, desde do item final. “Caso haja alguma revi-
Sobre as vantagens de adquirir qua- o recebimento dos componentes, pas- são do projeto pelo cliente, garantimos
dros e painéis montados pela Steck, sando pelo processo produtivo, até a que o mesmo seja produzido de acordo
inspeção final feita após a montagem com a sua necessidade”, reforça.
dos quadros. Além de garantir aos nos- O gerente Industrial e da Qualida-
Nosso time está à disposição para sos clientes um prazo de entrega que de da Steck informa ainda que a fábrica
auxiliar em qualquer etapa do atenda às suas expectativas, temos um possui um laboratório, junto à linha de
projeto, sendo que o primeiro passo
é entender o que o cliente precisa.
padrão de montagem em nossas solu- montagem, equipado para realizar verifi-
LUCIANO PEIXOTO FERNANDES ções”, comenta Fernandes. cações e testes específicos em cada item
| GERENTE INDUSTRIAL E DA produzido: “É possível agendar para
QUALIDADE
que a inspeção do quadro seja realiza-
Foto: Divulgação

da internamente e acompanhada pelo


nosso cliente. Temos ainda uma equipe
dedicada ao pós-venda responsável por
realizar a assistência técnica em campo,
se necessário”.
Para assegurar tranquilidade aos
clientes, a Steck oferece garantia de 12
meses em sua linha de quadros e uni-
dades combinadas, a contar da expedi-
ção do produto. “Porém, sabemos das
necessidades de nossos clientes e po-
demos negociar um prazo maior, desde
que acordado entre ambas as partes”,
finaliza Luciano Fernandes.

POTÊNCIA 61
ARTIGO SUSTENTABILIDADE

O carro elétrico e a
energia solar fotovoltaica

Ilustração: Shutterstock

É
notório o crescimento do inte- carros convencionais utilizam uma forma bustíveis alternativos, como o Brasil com
resse no carro elétrico no mun- de propulsão baseada na explosão inter- o seu etanol, ainda assim trata-se de
do, principalmente nos países na, uma descoberta do século XIX. Por uma combustão interna, com emissão
mais desenvolvidos, como Esta- mais evoluídos que sejam atualmente, os de gases poluentes. Além disso, no caso
dos Unidos, Europa, Japão e até mesmo automóveis ainda usam o mesmo prin- do etanol, apesar de ser uma fonte de
a China. E não parece ser apenas mera cípio, ou seja, a queima de combustível energia renovável, exige um complexo
curiosidade. A impressão que se tem é fóssil e consequente emissão de gases processo para a sua produção, deman-
que estão enxergando nessa nova tec- poluentes na atmosfera, comprometen- dando um bem muito precioso: extensas
nologia vantagens técnicas e econômi- do a qualidade do ar nos grandes cen- áreas de terras agricultáveis. Assim, o
cas que vêm impulsionando essa novi- tros urbanos e contribuindo para o efeito crescimento da demanda por este com-
dade para frente. estufa. E, além disso, sempre há o risco bustível certamente vai exigir mais uso
É bastante farta a quantidade de do esgotamento de sua principal fonte: dessas terras que inevitavelmente vai
material sobre esse tema na internet, e o petróleo, que está cada vez mais difícil gerar maior concorrência com a produ-
também fácil de perceber porque o car- e caro de ser extraído. ção de alimentos e conseqüentemente
ro elétrico é realmente uma inovação. Os Mesmo nos países que usam com- aumento dos seus preços.

62 POTÊNCIA
Carro convencional x Carro elétrico
Vários estudos já foram feitos guir um resumo dos resultados obti- adotado um horizonte de oito anos,
comparando o custo da energia de dos. Foram considerados dois carros que é a expectativa de vida útil de um
um carro convencional a gasolina e o de passeio similares, já bastante co- banco de baterias, e uma rodagem di-
carro elétrico. Veja nas tabelas a se- nhecidos no mercado. No estudo foi ária de 60 km.

Tabela 1 | Cenário atual, considerando os custos


atuais do banco de baterias e energia elétrica
UE-unidade Custo da Desem- Custo da Custo da Custo total Economia no
energética UE (1) penho energia energia+ da energia+ período da
Tipo de Carro (3) reposição da bateria na vida vida útil
bateria (2) útil da bateria da bateria
- (R$) (km/UE) (R$/km) (R$/km) (R$) (R$)
Gasolina - Toyota Corolla litro gas. 3,70 13,20 0,280 0,280 49.095 -
Elétrico - Hyundai Ioniq kWh 0,64 6,50 0,099 0,250 43.800 5.295

Notas:
1. Com impostos em jul/2017 227 US$/kWh, com total de R$ 26.543, e uso diá-
2. Considerando vida útil da bateria de 8 anos, pre- rio de 60 km
ço de reposição atual da bateria de Lithium-íon de 3. Similares e comuns em centros urbanos

Nota-se que neste período há econo- lão do carro elétrico. Porém, observando a to da bateria para algo em torno de US$
mia no custo da energia de R$ 5.295, já taxa de redução dos preços das baterias de 190/kWh até 2020, o que dá um cenário
considerando o custo de reposição da ba- alta “performance” nos últimos anos, es- como o mostrado na tabela seguinte, com
teria, que atualmente ainda é o grande vi- pecialistas arriscam uma previsão do cus- um aumento na economia para R$ 9.621.

Tabela 2 | Cenário 2020


UE-unidade Custo da Desem- Custo da Custo da Custo total Economia no
energética UE (1) penho energia energia+ da energia+ período da
Tipo de Carro (3) reposição da bateria na vida vida útil
bateria (2) útil da bateria da bateria
- (R$) (km/UE) (R$/km) (R$/km) (R$) (R$)
Gasolina - Toyota Corolla litro gas. 3,70 13,20 0,280 0,280 49.095 -
Elétrico - Hyundai Ioniq kWh 0,64 6,50 0,099 0,225 39.474 9.621

Notas:
1. Com impostos em jul./2017 190 US$/kWh, com total de R$ 22.216, e uso diá-
2. Considerando vida útil da bateria de 8 anos e pre- rio de 60 km
ço de reposição atual da bateria Lithium-íon de 3. Similares e comuns em centros urbanos

Assim, é perfeitamente plausível ao carro convencional dentro de um nário como o mostrado na próxima
esperar que o custo do carro elétri- horizonte aceitável, algo esperado tabela, com uma economia agora de
co mais a bateria fique equiparado por volta de 2030, o que dá um ce- R$ 20.145.

POTÊNCIA 63
ARTIGO SUSTENTABILIDADE

Tabela 3 | Cenário 2030


UE-unidade Custo da Desem- Custo da Custo da Custo total Economia no
energética UE (1) penho energia energia+ da energia+ período da
Tipo de Carro (3) reposição da bateria na vida vida útil
bateria (2) útil da bateria da bateria
- (R$) (km/UE) (R$/km) (R$/km) (R$) (R$)
Gasolina - Toyota Corolla litro gas. 3,70 13,20 0,280 0,280 49.095 -
Elétrico - Hyundai Ioniq kWh 0,64 6,50 0,099 0,165 28.950 20.145

Notas:
1. Com impostos em jul/2017 100 US$/kWh, com total de R$ 11.693, e uso diá-
2. Considerando vida útil da bateria 8 anos e preço rio de 60 km
de reposição atual da bateria de Lithium-íon de 3. Similares e comuns em centros urbanos

Outra questão bastante discutida é a apresenta um consumo de R$ 0,25/km, ários), e à noite, conectado na garagem,
autonomia dos carros elétricos, que tam- menor que o do carro convencional de poderá ser abastecido com a energia da
bém está vinculada às baterias. Há uma R$ 0,28/km. Agora vamos imaginar que rede de distribuição local, utilizando-se
verdadeira corrida para se obter baterias o custo da eletricidade considerado no dos créditos gerados a partir da produ-
que propiciem aos carros elétricos auto- estudo possa ser reduzido ainda mais. ção de energia elétrica do sistema foto-
nomias cada vez maiores a custos redu- Como estamos, por enquanto, falando voltaico da casa ao longo do dia. Exce-
zidos. Atualmente, a de tipo Lithium-íon de um carro de passeio usado pelas fa- ção feita naqueles casos em que o carro
é a que tem melhor relação carga/peso, mílias e que estes ficarão estacionados elétrico seja usado em viagens longas,
algo em torno de 0,13 kWh/kg. nas respectivas casas, podemos então quando então o abastecimento deverá
Um grande player deste mercado, a já considerar o carro elétrico, do pon- ser feito em postos fora de casa.
Tesla, vem dando relevantes contribui- to de vista energético, como um novo Mas limitando-se ao consumo de
ções neste sentido e, desde 2008, tam- eletrodoméstico. À noite, quando esti- energia elétrica com o carro apenas
bém como fabricante de carros elétricos, ver estacionado na garagem, ele será nos deslocamentos até o trabalho e
lançou modelos consagrados como o conectado à rede elétrica da casa para com os eletrodomésticos da casa, mos-
Modelo S, de luxo, e este ano o Mode- a recarga da sua bateria. tramos na Tabela abaixo os custos em
lo 3, mais acessível, com surpreenden- Ora, então podemos incluí-lo no reais envolvidos para uma família mé-
te autonomia de 496 km, conquistando dimensionamento de um sistema de dia que tenha uma casa com geração
assim a marca de melhor relação preço/ geração própria de energia, como a fo- própria de energia elétrica com sistema
autonomia, algo em torno de 89 US$/ tovoltaica. Vamos considerar que esse fotovoltaico. Uma economia mensal de
km de autonomia. carro na maior parte do tempo seja usa- R$ 500 com a conta de luz mais a con-
Conforme mostrado na Tabela 1, o do para deslocamentos até o trabalho, ta do posto de gasolina, que já poderia
carro elétrico, considerando o custo da numa rodagem igual ao estudo mos- ser realizada num cenário previsto para
energia elétrica mais o da bateria, já trado nas tabelas anteriores (60 km di- os próximos dois anos.

Tabela 4 | Despesas com energia elétrica


Custo (R$/mês) Economia c/ sistema
Consumo (1) S/ sistema C/ sistema fotovoltaico + carro
(kWh/mês) fotovoltaico fotovoltaico Gasolina elét. (R$/mês)
Casa 500 320 64 - 256
Carro (3) 277 (2) 411 (2) 267 (4) 511 244
Total 500

64 POTÊNCIA
Notas:
1. Estimado para uma família média de 5 pessoas e des-
3. Carro elétrico - Hyundai Ioniq, Gasolina - Toyota Co-
locamentos c/ carro de 60 km diários
rolla
2. Inclui o custo da energia elétrica mais reposição da
4. Consumo de 13,2 km/l, e gasolina a R$3,7/l
bateria após 8 anos ao custo de 190US$/kWh

Vamos agora analisar os investimen- carro elétrico se equipare ao convencio- investimentos feitos tanto no sistema FV
tos necessários para se conseguir essa nal por volta de 2030 e o custo de ins- como no carro elétrico. Na tabela abaixo
economia, que deverão ser feitos na talação do sistema FV vem caindo ano mostramos os resultados. Notamos que
compra do carro elétrico e na instala- a ano. Mas vamos considerar um cená- num prazo menor que cinco anos paga-
ção do gerador fotovoltaico. Vimos que rio mais perto, como os próximos dois mos o sistema FV e com mais sete anos
há uma expectativa de que o preço do anos e calcular o tempo de retorno dos pagamos o carro elétrico.

Tabela 5 | Retorno de investimentos


Consumo Produtividade Potência Custo instalação “Pay-back” s/ “Pay-back
casa + carro solar - YF (1) do sistema do sistema FV valor do carro c/ valor do carro
(kWh/mês) (kWh/kWp) FV (kWp) (kR$) (2) (anos) (3) (anos)
777 1.600 5,83 29,1 4,9 11,6

Notas:
1. Média adotada no estudo p/ a região sudeste 3. Considera o investimento no sistema FV mais a dife-
2. Considera somente o investimento no sistema foto- rença de preço entre o carro elétrico e o a gasolina do
voltaico estudo, de kR$ 40

Porém, temos observado nos últimos que já podem ser notadas a nossa vol- com os carros elétricos, porém, neste
anos uma queda persistente nos preços ta, e que, portanto, colocam essas mu- caso temos adicionalmente uma barreira
do carro elétrico e dos materiais para o danças num processo irreversível. Há tecnológica importante que são as ba-
gerador FV e, a continuar neste ritmo, empresas e empreendedores de peso terias, ainda pesadas e com capacidade
certamente este tempo de retorno será apostando neste cenário e com muita de carga muito limitada.
reduzido consideravelmente, para algo disposição para superar as barreiras No entanto, são barreiras vistas
abaixo de dois anos até 2030, tornando que ainda existem, tanto tecnológicas como desafios para muitos empreen-
esses dois produtos bastante atraentes como na produção. dedores deste mercado, gerando uma
para a maioria das famílias. No sistema FV a barreira ainda é o verdadeira corrida tecnológica, algo que
À primeira vista, esse cenário pa- custo elevado que deverá ser superado podemos ver como sendo muito salutar
rece ser muito futurista e inalcançável com aumento da produção até atingir e excitante. Iremos assistir a uma verda-
devido ao impacto que tais mudanças um volume de escala tal que possa che- deira revolução no mundo dos automó-
causarão no nosso cotidiano, mas são gar a valores mais vantajosos. Situação veis e da energia ao longo da década
inovações e conquistas tecnológicas essa, similar ao que também acontece de 20 que virá.
Foto: Divulgação

JOEL PUGAS MARTINS


JPA Smart Energy

POTÊNCIA 65
RADAR ESTRATÉGIA

CPFL investe em
soluções integradas
REPORTAGEM: CLARICE BOMBANA

T
endo em vista a nova dinâmica nessa área foram de R$ 51 milhões e a apoio do ambiente regulatório. Proje-
da área elétrica como um todo, expectativa para o ciclo de 2017-2021 é tos de lei em trâmite, alteração da Re-
caracterizada, entre outros fa- de um aporte de R$ 157 milhões. solução Aneel 482 (que regula a GD) e
tores, pela mudança compor- “Percebemos que não faz mais sen- a Consulta Pública 33 (que traz a opor-
tamental dos clientes de menor porte, tido acessar nossos clientes de maneira tunidade de liberalização do Mercado
que deixam de ter uma postura pacífica individual e separada”, afirmou a dire- Livre) são algumas das iniciativas em
de apenas receber a energia e passam a tora. “Logo, a nossa comercializadora pauta. “Certamente, em curto período
buscar outras alternativas, a CPFL Energia está abordando o cliente com soluções de tempo, veremos todos os clientes do
reestrutura seu leque de serviços e solu- integradas de energia, a um custo mais Grupo A podendo escolher o seu co-
ções. “Hoje, percebemos um consumidor atrativo, por meio de um time comercial mercializador de energia e, futuramen-
empoderado”, definiu Fabiana Avellar, melhor preparado. Para isso, foi criada te, essa oportunidade se estenderá para
diretora de Inteligência de Mercado da uma Diretoria Estratégica Comercial”. clientes residenciais (Grupo B) e peque-
CPFL Energia, em evento realizado com Os canais de vendas da empre- nos comércios”, prevê a executiva.
jornalistas. “Este consumidor está à pro- sa também sofrem mudanças: somam Na área de comercialização de ener-
cura de soluções disruptivas e inovadoras ao corpo físico os meios digitais, com gia, a expectativa é de estabilidade no
para ter a sua própria geração e/ou ges- abordagem mais simplificada. “Nes- faturamento de 2018 da companhia,
tão de energia e também trilhar caminhos se sentido, devemos usar a tecnologia, devido ao crescimento acelerado nos úl-
mais sustentáveis com uma energia limpa. com novas plataformas e ferramentas timos anos. Segundo Daniel Marrocos,
E, assim, adquirir condições para aumen- para remodelar o produto de gestão, presidente da CPFL Brasil (braço de co-
tar sua competitividade e reduzir custos”. agregando mais inteligência. Além dis-
Segundo Avellar, diante deste cená- so, abrimos novos escritórios para es-
rio irreversível, não é mais viável ofere- tar mais próximo do cliente. E, por fim,
cer aos clientes um portfólio comum, através do Projeto CPFL Inova, estamos
engessado. “Por isso, estamos trazendo buscando startups para ajudar a acele-
novas oportunidades dentro dos negó- rar nosso crescimento”, listou Avellar.
cios não-regulados da companhia, ou Isso tudo está sendo feito com o
seja, voltadas ao Mercado Livre. E es-
sas oportunidades abrangem soluções
e projetos voltados à comercialização
Consumidor está à procura de
de energia, eficiência energética e Ge- soluções disruptivas e inovadoras
ração Distribuída (GD)”, complementa. para ter a sua própria geração e
Hoje, o segmento de negócios não-­ gestão de energia, além de trilhar
regulados representa cerca de 6% do caminhos mais sustentáveis com
resultado Ebitda (antes de juros, im- uma energia limpa.
FABIANA AVELLAR | DIRETORA
postos, depreciação e amortização) da DE INTELIGÊNCIA DE MERCADO
companhia. Em 2016, os investimentos DA CPFL ENERGIA
ação
ivulg
D

66
Foto:

POTÊNCIA
mercialização do grupo), a empresa re- Neste ano, o consumo de energia
gistrou crescimento de 50% na carteira deverá ter um crescimento
“orgânico” de 3% a 4% no
de consumidores finais em 2017 e o fa- Mercado Livre, refletindo a
turamento da área nos últimos dois anos retomada da economia.
ficou entre R$ 2,5 bilhões e R$ 3 bilhões. DANIEL MARROCOS | PRESIDENTE
Em 2016, a comercializadora cres- DA CPFL BRASIL

ceu junto com o ‘boom’ de migração


de consumidores especiais do mercado
regulado para o livre. No ano passado, no Mercado Livre, refletindo a retomada
a migração perdeu força devido ao au- da economia, especialmente em setores
mento dos preços de energia no mer- como automobilístico e shopping centers.
cado livre e à falta de lastro de energia Além disso, o executivo projeta um poten-
de fontes incentivadas – os clientes es- cial de crescimento de 5% no consumo
peciais são obrigados a comprar dessas resultante de novos clientes, chegando
a um aumento total de até 10% no ano.

Foto: Divulgação
fontes. A companhia atende cerca de
5.000 clientes no Mercado Livre frente Na área de eficiência energética e
a um potencial de 180 mil. Geração Distribuída, a CPFL atua com
Já no varejo, a comercializadora, uma clientes de baixa tensão por meio da
das primeiras habilitadas pela Câmara empresa Envo e também mira crescer da. A empresa tem 30% de participação
de Comercialização de Energia Elétrica com consumidores de grande porte nesse mercado.
(CCEE), possui cerca de 10 clientes, o que com a CPFL Eficiência. A Envo é respon- Para Pablo Becker, diretor-executivo
representa 90% desse mercado, que ainda sável por ofertar soluções de GD solar da CPFL Eficiência e da Envo, atualmente,
não decolou no Brasil, informou Marrocos. ao consumidor final (famílias e peque- há muitas oportunidades de projetos de
“Isso porque este é um produto que com- nos comércios). Neste primeiro ano de eficiência e Geração Distribuída em ter-
pete com o mercado de distribuição tradi- atuação, esteve focada na região de minais portuários e shoppings, sendo que
cional, já que o varejista tem de embutir Campinas (num raio de 100 km de dis- alguns destes já estão negociando com a
aos custos da energia a sua operação na tância da sede), mas, este ano, a oferta companhia. “Acreditamos num setor elé-
CCEE, os encargos, a sazonalização, etc”. deve ser expandida para outras praças trico que caminha para uma direção dife-
Segundo o presidente da CPFL Brasil, no Estado de São Paulo, em função do rente, com novas tecnologias, mudando
neste ano, o consumo de energia deve ter sucesso da iniciativa, tanto em projetos não só a dinâmica dos consumidores mas
um crescimento “orgânico” de 3% a 4% de GD como em geração compartilha- também dos players”, declarou.

Ilustração: ShutterStock
POTÊNCIA 67
ECONOMIA

Produtividade Competitividade
A Autometal, tradicional fabricante de componentes e acessórios O governador Geraldo Alckmin editou medida
para a indústria automobilística, obteve significativo aumento de produ- aprimorando o tratamento tributário em operações
tividade no processo de usinagem da linha de produção dos bagageiros com bens de mercadoria destinados às atividades de
de carros com a aplicação do robô da Yaskawa Motoman do Brasil, em- exploração ou produção de petróleo e gás natural. O
presa do grupo Yaskawa Electric Corporation, líder mundial na fabri- decreto 63.208/2018, publicado na edição de 9/2 do
cação de robôs. Diário Oficial, atualiza as regras do Regime Aduanei-
Segundo o gerente do Centro Tecnológico da Autometal, Gus- ro Especial de Exportação e Importação de bens des-
tavo de Andrade, foram instalados, na planta fabril de Diadema tinados à exploração e à produção de petróleo e gás
(SP), dois robôs da linha MS, modelo MS165, da Yaskawa Moto- natural (Repetro).
man para atender o aumento da demanda do mercado, que pas- Com o decreto, o Estado de São Paulo reduz a base
Foto
: Div sou de 20 mil para 100 mil peças por ano em 2015 de uma deter- de cálculo de ICMS para que a carga tributária seja equi-
ulga
ção
minada commodity. “Com o processo tradicional não conseguiríamos valente a 3% (sem apropriação de créditos) nas opera-
atender a essa demanda, então decidimos investir de forma robusta em ções de importação e de aquisição no mercado interno
inovação através da automação e robotização da produção, a qual trouxe desses bens e mercadorias aplicados nas atividades de
aumento de produtividade de mais de 70%, além de eficiência, qualidade exploração e produção de petróleo e gás natural defini-
e regularidade no processo produtivo”, afirma Andrade. das pela Lei nº 9.478, de 06 de agosto de 1997.
Ainda de acordo com Andrade, com o projeto desenvolvido pela O benefício incide ainda sobre aparelhos e peças
Yaskawa Motoman em conjunto com a Autometal para usinagem das a serem incorporadas aos bens e às ferramentas utili-
peças, foi possível otimizar e escalar a produção de forma sustentável e zadas na manutenção. Além disso, o governo estadual
com confiança na rentabilidade projetada. “Antes, precisávamos de três isentou o ICMS na importação de bens e mercadorias
máquinas dedicadas operando em três turnos resultando no limite de temporários para aplicação nas atividades de explo-
capacidade para a demanda inicial contratada. Hoje, com apenas uma ração e produção de petróleo e gás natural. Vale lem-
célula robotizada, operando em dois turnos, conseguimos atender o au- brar que o benefício fiscal aplica-se exclusivamente
mento da demanda, como também melhoras significantes nos índices de aos bens e mercadorias classificados nos códigos da
qualidade”, destaca. Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM) que este-
O gerente regional de Vendas da Yaskawa Motoman, Giuliano Lima, jam previstos na relação de bens elaborada pela Re-
ressalta que o robô MS165 é ideal para usinagem de peças e contém car- ceita Federal do Brasil, no âmbito do Repetro-Sped.
ga útil de 165 kg, com alcance horizontal de 2.702 mm e vertical de 3.393 As mudanças têm por objetivo dar mais segurança
mm. “Essa linha de robô de seis eixos possui controle de vibração, otimi- jurídica aos aplicadores do regime do Repetro (tanto
zado redutores de velocidade de alta rigidez, e movimento da ferramenta do setor público quanto do setor privado) e simplificar
de alta velocidade, que reduz o tempo de corte e melhora a produtivida- as regras que disciplinam essas operações, estimulan-
de. O alcance do movimento do punho expandido elimina interferências e do a competividade da indústria de petróleo e gás do
melhora a flexibilidade da aplicação”, explica Lima. Estado de São Paulo.

Incentivo
Foi publicado pelo Diário Oficial do ICMS 114/2017, celebrado pelo Conselho versor, string box ou quadro de comando
Estado de São Paulo o Decreto 63.695, Nacional de Política Fazendária (Confaz). e seguidor solar tipo ‘tracker’, produtos
assinado pelo governador Geraldo Alck- “São Paulo é o segundo maior Estado utilizados na montagem das usinas.
min, que introduz uma alteração no Re- do Brasil em número de unidades gerado- “Além de desonerar partes e peças
gulamento do Imposto sobre Operações ras de energia fotovoltaica com quatro mil utilizadas na fabricação de equipamen-
Relativas à Circulação de Mercadorias, instalações e um potencial de 24 MW. Esse tos para a geração de energia limpa no
isentando de ICMS equipamentos e com- decreto assinado pelo governador Alckmin Estado de São Paulo, o Governo incentiva
ponentes para geração de energia elétri- dá garantia para o investidor e gera eco- tanto o setor econômico na produção dos
ca solar fotovoltaica destinada ao aten- nomia para os prédios públicos, uma com- itens necessários, quanto os órgãos públi-
dimento do consumo de prédios próprios binação perfeita”, disse o secretário de cos a fazerem uso de fontes sustentáveis
públicos estaduais. Energia e Mineração João Carlos Meirelles. com economia de recursos. Um ganha-
A norma, divulgada no final de dezem- O benefício impacta as partes, peças, -ganha para toda a sociedade paulista”,
bro de 2017, atende a uma demanda do estruturas de suporte, transformador, cabos afirmou o secretário da Fazenda do Es-
setor fotovoltaico ao validar o convênio elétricos, disjuntor, inversor CC/CA ou con- tado Helcio Tokeshi.

68 POTÊNCIA
Financiamento
O BNDES passou a financiar até 100% do valor da compra de do Finame, como a ampliação dos prazos para
equipamentos e máquinas adquiridas por micros, pequenas e mé- pagamento. Agora, com este novo incentivo

Foto: Divulgação
dias empresas. Para as grandes empresas este percentual de par- esperamos um incremento ainda maior nas vendas de painéis
ticipação da instituição no financiamento será de 80%. elétricos, principalmente voltados à proteção e automação”,
A medida tem o objetivo de incentivar novos investimentos conta Fábio Amaral.
no país, principalmente em inovação. A expectativa do banco é de O prazo para pagamento do financiamento é de até dez anos,
que os financiamentos girem em torno de R$100 bilhões, que de- com carência de até dois anos. O acesso a esta linha de crédito
vem favorecer principalmente os setores de infraestrutura, sane- deverá ser feito pela empresa interessada diretamente com a ins-
amento, transportes e exportações. “Contudo, as novas regras do tituição financeira credenciada pelo BNDES. “Vale lembrar que a
Finame ampliam as oportunidades para outros setores também, compra de máquinas e equipamentos só poderá ser efetivada em
como o elétrico, pois garantem vendas de equipamentos”, con- empresas credenciadas no BNDES”, explica Amaral.
ta Fábio Amaral, diretor da Engerey, empresa que fabrica painéis Com relação às novas taxas de juros do Finame, elas são anu-
elétricos para todo o país. ais e seguirão a TLP (Taxa de Longo Prazo) que substituiu a TJLP
Segundo ele, a empresa visualiza vantagens sobretudo no (Taxa de Juros de Longo Prazo) em 1º de janeiro deste. A TLP será
segmento de infraestrutura, nas ramificações de climatização multiplicada pela taxa de juros do BNDES fixada em 2,1% ao ano
e Pequenas Centrais Hidrelétricas, que aproveitarão o incentivo e também pela taxa negociada diretamente no agente financeiro.
para expandir a sua atuação com a construção de novas unida- “O Finame possui uma das melhores taxas do mercado para
des. “Muitas empresas têm nos procurado desde o ano passa- financiamento, é um ótimo momento para investir em moderni-
do, quando o governo federal iniciou a flexibilização das regras zação e expansão”, afirma o diretor da Engerey.

Suporte técnico Opção para


Com o avanço da tecnologia, o pro-
cesso de pós-venda para a indústria se
tribuiu para o desenvolvimento dos equipa-
mentos. “Nós trabalhávamos com um for- o mercado
A Cummins inicia 2018 oferecendo
tornou mais complexo. No cenário atual, a necedor que não tinha um suporte técnico
solução de um projeto passa a ser respon- adequado às nossas necessidades, um pós-­ uma nova opção de compra de moto-
sabilidade também do fornecedor, e não venda eficaz, e isto impactava o nosso ne- res via Cartão BNDES. No total, já são
mais apenas do departamento técnico do gócio. A troca para a Mitsubishi Electric nos 30 modelos cadastrados e o objetivo
cliente. Afinal, é preciso entregar mais do possibilitou mais agilidade e assertividade”, da maior fabricante independente de
que um produto. Hoje a indústria busca afirma Marcos Urban, gerente industrial motores Diesel e a gás é permitir que
no fornecedor um parceiro de negócios. da Promaquina e responsável pelos proje- seus clientes tenham a taxa de finan-
A Promaquina, desenvolvedora de so- tos elétricos dos equipamentos fabricados. ciamento mais atrativa do mercado e a
luções de alta performance em linhas de Atualmente, a Mitsubishi Electric for- possibilidade de maior negociação jun-
envase e fechamento, entende que é pre- nece para a Promaquina a linha de con- to às instituições financeiras.
ciso comprar de companhias que estão dis- troladores FX5U com rede Modbus para Nesta modalidade, os distribuidores
postas a auxiliá-la a utilizar os produtos e controle dos inversores de frequência, podem fornecer simulações de financia-
soluções da maneira mais assertiva para o rede SSCNET III/H (fibra-óptica) para con- mento obtidas diretamente no site do
seu negócio. Neste sentido, encontrou uma trole de servo motores, rede CC-Link para Cartão BNDES, facilitando a negociação,
forma de reduzir os custos por meio de uma controle das remotas e rede Ethernet para além de permitir ao cliente negociar a
parceria firmada com a Mitsubishi Electric. comunicação com as IHMs. “Foram ne- melhor taxa de juros. A compra de um
O principal benefício apontado pela cessários alguns ajustes para as soluções motor no Cartão BNDES pode ser feita
empresa foi o suporte técnico ativo e efi- integrarem com nossos equipamentos e em até 48 vezes.
ciente da multinacional japonesa, que con- foi exatamente aí que o suporte técnico Trata-se de mais uma iniciativa
fez a diferença”, explica Urban. da Cummins em oferecer novas opor-
Foto:Divulgação/João Balas

Além do suporte técnico, a parceria tunidades de aquisição de motores.


trouxe outros benefícios para a empresa, “Também queremos, com esta nova
como melhores custos nos produtos por opção, gerar mais negócios e alavan-
meio de otimizações realizadas na inte- car vendas”, diz Glauco Rui Luz de
gração dos equipamentos que compõem Oliveira, analista de Finanças da Cum-
uma linha de envase. mins Brasil.

POTÊNCIA 69
ECONOMIA

Investimentos no Brasil

Foto: Divulgação
A Schunk, empresa multinacional familiar alemã, especialista a Schunk pudesse ampliar sua sede no ABC paulista. Com filial
em sistemas de garras e tecnologia de fixação, iniciou o ano de na cidade de Santo André até o ano passado, agora a empresa
2018 na mesma sintonia do ano passado: em crescimento cons- apresentará um espaço duplicado em Mauá, cidade vizinha, ofe-
tante, em especial com a linha de automação, superando as ex- recendo melhor atendimento para seus clientes.
pectativas da matriz na Alemanha. Os resultados de 2017 tiveram Neste novo galpão, a empresa terá um espaço exclusivo para
um aumento de cerca de três vezes mais com relação aos dados treinamentos e workshops e também vai disponibilizar um Tech
apresentados em 2015. Center de automação, com a exposição de boa parte de sua li-
Em 2017 a empresa já havia previsto um crescimento de 50% nha de garras e acessórios para robô, onde o visitante poderá
justamente por conta da constante busca do setor industrial em ter uma interação com o sistema, entender seu funcionamento e
automação. “O ano passado foi excelente para a Schunk. No entan- analisar como esses produtos podem auxiliar no trabalho diário.
to, este ano, nossa expetativa é crescer mais 35%. Vimos no último “Nós temos equipamentos que influenciam diretamente no
semestre de 2017 uma aceleração nos investimentos da indústria, dia a dia produtivo e, no atual cenário econômico do País, é fun-
na busca de maior flexibilidade dos processos produtivos, com foco damental que os gestores das companhias vejam os benefícios
no setup rápido de peças e toda a linha de automação industrial”, que podem ter com a aquisição destes equipamentos. Por isso
afirma Mairon Anthero, diretor da subsidiária brasileira da Schunk. vamos mostrar de uma forma mais clara e real como alguns des-
Os excelentes resultados obtidos por conta do aumento tes equipamentos podem ser úteis”, finaliza Thales Cortez, coor-
das vendas em todas suas linhas de produtos fizeram com que denador de Vendas da Schunk.

Presença confirmada Teste de redes


A Cobrecom Fios e Cabos Elétricos, uma das mais importan- A Siemens anuncia a conclusão do acordo para adquirir
tes empresas do segmento de elétrica, participará da 24ª Edição a Sarokal Test Systems Oy, fornecedor de soluções inovadoras
da Feicon Batimat, que acontecerá entre os dias 10 e 13 de abril de teste para redes fronthaul. Os produtos Sarokal são usa-
no São Paulo Expo, na capital paulista. E a empresa, que estará dos por fornecedores de chipset, fabricantes de equipamentos
pela nona vez no evento, destacará sua Linha de Cabos não halo- fronthaul e operadores de telecomunicações para desenvolver,
genados (Superatox). A principal vantagem do produto é que são testar e verificar seus dispositivos de rede 4G e 5G desde os
condutores isolados, com cabos uni ou multipolares cujo material primeiros estágios de projeto por meio da implementação e de
isolante não possui em sua composição o cloro, que é um material testes de campo.
altamente tóxico em caso de incêndio. “A aquisição da Sarokal reforça nosso compromisso con-
“Os Cabos Superatox são produzidos com materiais livres de ha- tínuo com softwares de projeto de circuitos integrados e com
logênio (cloro) que emitem baixa quantidade de fumaça, gases tóxi- o setor de IC”, diz Tony Hemmelgarn, presidente e CEO Global
cos e corrosivos”, explica Rosevaldo Toaliari, supervisor de desenvol- da Siemens PLM Software. “Com base na aquisição da Mentor
vimento de produtos e processos da Cobrecom Fios e Cabos Elétricos. Graphics, continuamos a fazer investimentos estratégicos que
De acordo com ele, o material ainda oferece maior segurança por potencializam as forças existentes da Mentor e permitem à Sie-
apresentar características especiais de não propagação das cha- mens expandir ofertas para o setor de IC”.
mas e de autoextinção do fogo, garantindo a segurança das pes- Os produtos da Sarokal são usados para testar especifica-
soas e a conservação dos bens do imóvel em casos de incêndios. ções de transmissão em vários domínios. Sua família de pro-
Por isso, são indicados principalmente para locais com grande dutos aborda todo o fluxo de desenvolvimento e manutenção
afluência de pessoas ou os que possuem condições difíceis de fuga, para testes de sistema de transmissão por celular e com fio. A
como estádios, escolas, cinemas, teatro, shopping centers, hospi- tecnologia é especialmente projetada para detectar problemas
tais, hotéis, centros de convenções, torres comerciais e residenciais, de radiofrequência (RF). Com a previsão da Sarokal nos requi-
conforme recomendado pelas normas NBR 5410 e 13570 da ABNT. sitos do teste 5G, seus modelos de teste foram criados desde o
“Mas isso não impede que os cabos não halogenados sejam insta- início tanto para o ambiente virtual (digitalização) como para
lados em casas de um ou dois andares, já que o ponto forte do produto o ambiente de teste físico.
é garantir ainda mais a segurança da insta- “A Sarokal está na vanguarda do desenvolvimento da especifi-
lação elétrica”, observa Paulo Alessandro cação 5G e de requisitos para as redes fronthaul desde a sua cria-
Delgado, gerente de Marketing da Cobre- ção. A especificação 5G destina-se a melhorar consideravelmente
com Fios e Cabos Elétricos. A linha é o desempenho da banda larga móvel, operação de rede e comu-
formada pelos Cabos Superatox nicação Internet de Coisas (IoT), e isso requer novas metodologias
Flex 70º C e o Superatox HEPR de teste “, afirma Harri Valasma, CEO da Sarokal.
90º C para 1, 2, 3 e 4 condutores.

70 POTÊNCIA
Foto: Divu
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ECONOMIA

Novos Energia eólica


O Brasil subiu mais uma posição no ranking de capacidade instalada
investimentos de energia eólica elaborado pelo GWEC – Global World Energy Council e
agora ocupa o oitavo lugar. O dado foi divulgado no Global Wind Statistics
A Prysmian Brasil, empresa líder global em
cabos e sistemas para os setores de energia e te- 2017, documento anual com dados mundiais de energia eólica que mostra
lecomunicações, fechou um contrato, no valor de que, em 2017, foram adicionados 52,57 GW de potência eólica à produção
R$ 30 milhões, com a AES Eletropaulo. O acordo mundial, totalizando 539,58 GW de capacidade instalada.
prevê a implantação de sistema subterrâneo de Na mensagem divulgada pelo GWEC junto com o relatório, a organiza-
transmissão de energia na cidade de São Paulo. ção avalia como tem se dado o crescimento da energia eólica no mundo.
O escopo do projeto inclui fornecimento de ma- “A energia eólica é a tecnologia com preços mais competitivos em mui-
teriais, equipamentos e técnicos para realizar tos mercados pelo mundo, se não for
obras civis, montagem eletromecânica, testes e na maioria deles, e o surgimento dos
comissionamento da linha de transmissão subter- parques híbridos com energia eólica e
rânea. A nova linha conectará a rede de energia solar, um gerenciamento de grid mais
da AES Eletropaulo à Estação Transformadora de eficiente e tecnologias de armazena-
Distribuição (ETD) Vila Mariana, de 88/13,8V, em mento cada vez mais acessíveis come-
construção no bairro da Vila Mariana, zona sul çam a pintar uma imagem do que será
da capital paulista. um setor de energia completamente
A linha subterrânea terá uma extensão total livre de fósseis”, avalia Steve Sawyer,
de aproximadamente 2,9 quilômetros de cabos de secretário geral do GWEC.
alta tensão da Prysmian, totalizando a quantida- No ranking dos dez países com mais
de de 18 mil metros de cabeamento. O sistema capacidade instalada total de energia
subterrâneo ligará a Estação de Transição Gumer- eólica, o Brasil subiu uma posição e
cindo (localizada na região do Ipiranga, próxima aparece agora em oitavo na lista dos
à Estação Ipiranga do Metrô) à ETD Vila Mariana maiores países, com 12,76 GW, ultra-
(localizada ao lado da Estação Vila Mariana do passando o Canadá, que está com 12,39
Metrô). A conclusão da obra está prevista para GW. “O Brasil vem galgando posições
outubro de 2018. no Ranking Mundial de Capacidade
O traçado foi projetado sob a faixa de se- Instalada Total de Energia Eólica de
gurança do antigo Ramal Aéreo de Estação Vila forma consistente. Em 2015, nós entra-
Mariana 3 e 4 de 88kV e também sob vias públi- mos no ranking em 10º lugar e, desde
cas do município de São Paulo. Como o projeto então, subimos uma posição por ano”,
tem um prazo curto de execução, explica Élbia Gannoum, presidente da
a Prysmian atua em múltiplas ABEEólica (Associação Brasileira de
frentes de trabalho, com Energia Eólica). 

Foto: ShutterStock
abertura de valas con- No ranking de nova capacidade instalada no ano o Brasil está em sexto
vencionais e uso de equi- lugar, tendo instalado 2,02 GW de nova capacidade em 2016. Nesta catego-
pamentos MND (método rização, o Brasil caiu uma posição, já que o Reino Unido subiu do nono para
furo-direcional não des- o quarto lugar, instalando 4,27 GW de
trutivo), de forma a agilizar capacidade de energia eólica em 2017.
a instalação da infraestrutura “Neste ranking, o que conta é o resul-
Foto
: Divulgação
necessária para a passagem dos tado específico do ano, então há bas-
cabos, principalmente nas regiões de maior fluxo tante variação. Em 2012, por exemplo,
de tráfego e/ou maior impacto nas comunidades estivemos em oitavo lugar e em 2015,
por onde a obra avançará. ano de instalação recorde até agora
Segundo o diretor da divisão de energia da para nós, estivemos em quarto lugar.
Prysmian Brasil, João Carro Aderaldo, é possível A tendência é que a gente ainda oscile
perceber uma retomada gradual dos investimen- mais, visto que em 2019 e 2020 nos-
tos em energia. “Apesar do pequeno número de sas instalações previstas são menores
redes subterrâneas, acreditamos em um cres- porque ficamos sem leilão por quase
cimento importante nos investimentos nesses dois anos no período 2016/2017, o que
Foto: Divulgação

projetos nos próximos anos”, afirma João Car- vai se refletir no resultado de 2019 e
ro Aderaldo. 2020”, explica Elbia.

72 POTÊNCIA
VITRINE

TRADIÇÃO E EFICIÊNCIA
Marca com mais de 130 anos de tradição no Brasil, a Belzer apresen-
ta seus novos jogos de soquetes, fabricados pela Apex Tool, maior produ-
tora mundial dessa linha. A primeira novidade dos jogos de soquetes é a
caixa, que foi praticamente inteira modificada com presilhas em metal,
alça reforçada e emborrachada, além de possuir abertura para colocação
de cadeado. Conforme destaca a empresa, a maioria das caixas de jogos
hoje no mercado são feitas com presilhas de plástico, fazendo com que
as caixas da Belzer sejam mais reforçadas que suas concorrentes. Além
disso, em um ambiente fabril ou de oficinas, o cadeado é importante para
evitar a perda das ferramentas. No entanto, a maior inovação apresenta-
da pela marca nesses jogos são os berços em EVA, que vêm junto com os
soquetes. Eles facilitam a vida do profissional, deixando as ferramentas
organizadas e conservadas. O berço em EVA possui um preço elevado,
quando adquirido à parte. Com esta inovação, a Belzer agrega valor ao
seu produto. Além disso, o berço já vem com a marcação exata de cada
ferramenta, o que facilita a organização.

SOLUÇÃO PARA LAJES


As caixas de luz para fixação na laje da Astra são fa-
bricadas em PVC com componente antichamas. Conforme
destaca a empresa, as soluções atendem todas as neces-
sidades do sistema construtivo de alvenaria convencio-
nal, tendo produtos com versões para laje comum e pré-­
fabricada para vigas de tamanhos diferentes.

FIXAÇÃO DE FIAÇÃO
O prensa-cabos da Steck protege e prolonga a vida útil dos equipamentos. A variedade de roscas, formatos e cores da peça está
alinhada com o compromisso da marca em oferecer as melhores soluções para o mercado elétrico. Utilizado para fixar a fiação, o
prensa-cabos disponível no portfólio da marca é exemplo de segurança e
praticidade. O produto pode ser aplicado nas entradas para cabos de
energia em unidades combinadas (UNICOM) e em plugues e tomadas
industrias. Com aplicação rápida, a segurança é garantida contra
possíveis cortes, o que evita os riscos de danosos curtos-circuitos.
Com três tipos de roscas (PG, BSP e métrica), dois formatos (curta e
longa) e duas opções de cores (cinza claro e preto), o prensa-cabos
da Steck é o único que possui variedades que se ajustam a qualquer
cenário de instalação com um grau de proteção IP67. O produto de
alta resistência ao impacto alivia a tensão mecânica dos cabos, pro-
tegendo o equipamento da entrada de umidade e poeira.

74 POTÊNCIA
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BOMBA SOLAR
A Shurflo 9325, comercializada pela NeoSolar, é uma bomba submersível com
longa vida útil. Indicada para aplicações residenciais ou rurais, ela pode bombear
a uma elevação de até 70 metros. Cabe em poços com no mínimo 10 centímetros
de diâmetro e pode trabalhar no seco sem sofrer danos.

SOLUÇÕES PROTEGIDAS
Percebendo uma necessidade do mercado, os apare-
lhos à prova de tempo Tramontina passam a contar
com a classificação IP (Índice de Proteção), que
indica sua resistência às intempéries. Os equi-
pamentos são ideais para ambientes externos
ou onde a atmosfera contenha umidade, ga-
ses não inflamáveis, vapores e pó. A linha
é composta por aparelhos de iluminação,
sinalização, embutir e para uso aparen-
te, todos fabricados de alumínio fundido
e acabamento com pintura eletrostática
a pó. Caracterizam-se pela total prote-
ção contra a entrada de poeira e água, o
que permite que sejam instalados em jar-
dins, área para lavagem de veículos, frigoríficos,
mineradoras, indústrias em geral e demais ambientes sujeitos
a pó e chuvas regulares ou que necessitem ser lavados com
frequên­cia. A linha é composta pelas seguintes soluções:
Aparelho de iluminação articulado IP66; Aparelhos blindados
IP66 (Pendente e Plafonier); Aparelho de embutir IP65; Sinali-
zador IP54 e Aparelho para uso aparente IP54.

MEDIÇÃO PRECISA
A marca Lufkin, uma das líderes mundiais no setor de medição, lançou dois modelos
de trenas a laser: uma de 40 metros e outra de 20 metros - as medidas mais procuradas
do mercado. O medidor a laser de 40 m faz cálculo de área, volume, tem a função pitá-
goras (usadas em barrancos, andaimes, pontes e terrenos com caída) e contínua (usada
na colocação de prateleiras, televisores, cortes de materiais e posicionamento de móveis),
além de adicionar e subtrair medidas lineares, de área e de volume. O produto da Lufkin
apresenta algumas inovações, como existência de nível no modelo de 40 m, que permite
posicionar a trena a 180 graus, garantindo a precisão das medidas. Outros diferenciais
da trena de 40 m são a navegabilidade, na qual o usuário tem fácil acesso aos botões
das principais funções do produto, a luminosidade do display, dois anos de garantia e o
armazenamento de até 20 medições na memória. A solução conta com Grau de Proteção
IP54 (proteção contra respingos de água e poeira).

76 POTÊNCIA
VITRINE

SOLUÇÃO AUTOMOTIVA
Líder mundial em iluminação automotiva, a Osram apresenta ao mercado um novo mo-
delo de semicondutor de LED para faróis, o Oslon Compact PL, que tem como grande diferen-
cial a capacidade de comportar até cinco chips. Com isso, o produto torna-se indicado para
automóveis das mais variadas classes e estilos. Com design aperfeiçoado e baixos custos de
sistema, o Oslon Compact PL é feito à base de cerâmica e chama atenção pela excelente
condutividade térmica, possibilitada graças a um isolante elétrico. Quando combinado com
uma tecnologia apropriada de Placa de Circuito Impresso (PCB), o semicondutor tem uma
emissão de luz potente e, devido ao alto fluxo luminoso, fornece um brilho aprimorado para
o farol do veículo. Além disso, pode ser operado em correntes altas. De acordo com a Os-
ram, o Oslon Compact PL é uma solução tecnológica essencial para o mercado automotivo.

HIGH BAY
A linha Ledstar® High Bay 5, da Unicoba, foi especialmente
desenvolvida para a iluminação de galpões, indústrias e centros
de distribuição, afinal suas luminárias são ideais para serem ins-
taladas em alturas que variam de 6 a 15 metros. Dentre as lumi-
nárias da linha, está o lançamento Ledstar® High Bay V5.5 High
Efficient. O produto possui construção mecânica enxuta com três
pontos de articulação, que permitem a adequada montagem da
luminária conforme a necessidade de instalação do cliente. Com
eficiência de 160 lumens/watts e 100 mil horas de vida útil, pode
ser encontrada nas potências de 60, 100, 130 e 170 watts. Em
termos de payback, a solução permite um retorno menor que dois
DETECÇÃO DE FALHAS anos, dependendo do regime de operação do cliente. Como as
demais luminárias Ledstar®, conta com certificado de garantia
O módulo para detecção de falhas de ventilação da
que cobre eventuais defeitos de fabricação. A garantia se inicia
Connectwell tem por objetivo detectar falhas de funcio-
na data de emissão da Nota Fiscal e dura cinco anos, sendo que
namento dos ventiladores instalados dentro dos painéis.
os primeiros 90 dias se referem ao prazo estabelecido por lei e
A solução detecta o superaquecimento interno do painel
os demais meses subsequentes são adicionais.
por falha dos ventiladores e evita que equipamentos se-
jam danificados ou que tenham um mau funcionamento
em função do aumento da temperatura interna no painel
elétrico. Produto compacto, permite instalação em trilho
DIN e permite a monitoração isolada, conforme o mode-
lo, de 2 ou 4 ventiladores. O módulo tem indicação de fa-
lha por LED e gera um sinal de saída analógico 4-20 mA
para alarme. Além da proteção por fusível individual para
cada módulo de ventilação, ainda tem indicação por LED
da queima do fusível. Conta também com ajuste do desar-
me e indicação de sobre-corrente. Possui uma versão com
controle de temperatura PT-100 com display digital com 2
dígitos e ajuste da temperatura de 0...99°C com elemento
RTD incluído. A caixa plástica é fabricada em plástico ABS
com grau de flamabilidade UL94-V0 e com conexões plu-
gáveis de fácil instalação e manutenção. Disponível para
alimentação em 110 e 230 V.

78 POTÊNCIA
AGENDA MARÇO/2018

CURSOS / EVENTOS
Comandos elétricos em sistemas hidráulicos
Data/Local: 14 e 15/03 – São Paulo (SP)
Informações: (11) 5013-1852 e treinamento.br@festo.com

Projeto de instalações elétricas de baixa tensão


Data/Local: 19 a 21/03 – São Paulo (SP)
Informações: cursos@barreto.eng.br e www.barreto.eng.br

Transformadores e reatores de potência - Fundamentos para estudos, operação,


proteção, manutenção e comissionamento
Data/Local: 19 a 21/03 – Uberlândia (MG)
Informações: (34) 3218-6800

IQ-R Intensivo
Data/Local 19 a 21/03 – Barueri (SP)
Informações: www.mitsubishielectric.com.br/treinamentos2018

PROFINET Instalação e diagnóstico (PROFINST)


Data/Local: 20 e 21/03 – Curitiba (PR)
Informações: (41) 3021-5000

Como realizar apreciação de risco em máquinas (ABNT NBR ISO 12100 e NR 12)
Data/Local: 21 e 22/03 – Boituva (SP)
Informações: http://tecnicum.schmersal.com.br/academy_apreciacoes_risco.php

Ensaios e testes de comissionamento e de manutenção em transformadores e reatores


de potência
Data/Local: 21 a 23/03 – Uberlândia (MG)
Informações: (34) 3218-6800

IHM GOT Básico


Data/Local: 22/03 – Barueri (SP)
Informações: www.mitsubishielectric.com.br/treinamentos2018

I Seminário Nacional Cigre de Energia Solar Fotovoltaica (Cigre-Esf)


Data/Local: 22/03 – São Paulo (SP)
Informações: comunicacao@iee.usp.br

Sistemas isolados (off grid), autônomos e híbridos


Data/Local: 22 e 23/03 – Rio de Janeiro (RJ)
Informações: www.neosolar.com.br/cursos-energia-solar

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RECADO DO HILTON SEGURANÇA NAS INSTALAÇÕES

Mais do mesmo,
infelizmente!
E
sta coluna está sendo escrita de baixa tensão é a ABNT NBR 5410. medidas básicas de eletricidade teria
sob a influência da morte por Ao percorrer os componentes de um evitado todas essas perdas.
choque elétrico de um folião circuito elétrico qualquer, os elétrons Fica aqui a sugestão de que a NBR
no carnaval 2018 da Cidade não reconhecem se aquela instala- 5410, no seu atual trabalho de revisão,
de São Paulo. ção é de uma edificação ou de uma discuta a aplicação do documento nas
Ao tocar em um poste metálico rede elétrica na rua. Os conceitos redes públicas. Não estamos falando
acidentalmente eletrificado, que aloja- de eletricidade, eletromagnetismo, aqui das redes de distribuição em bai-
va uma câmera de vídeo para monito- proteção, segurança e tantos outros xa tensão, mas de vários circuitos que
ramento da rua, um jovem teve morte não mudam em função da localiza- alimentam cargas como câmeras de
quase imediata. ção geográfica ou de quem é o dono vídeo, radares, semáforos, lombadas
Mais uma vez, como em outras oca- do circuito. Por outro lado, o texto a eletrônicas etc. Caso isso não seja viá-
siões, a notícia causou grande comoção, seguir, extraído na íntegra da norma vel, que uma comissão de estudos na
autoridades e especialistas deram seus de instalações, não estimula a ado- ABNT seja criada para preparar uma
depoimentos apontando as falhas, indi- ção do documento nas ruas: norma específica para essas instalações
cando soluções, prometendo as devidas “1.3 Esta Norma não se aplica a: públicas. E, enquanto nada disso acon-
correções e as famosas “punições cabí- e) instalações de iluminação pública; tece, que os profissionais que cuidam
veis neste caso”. E, quase com certeza, f) redes públicas de distribuição de do projeto, instalação e manutenção
mais uma vez nada será feito após a energia elétrica;” de redes públicas utilizem os concei-
notícia esfriar na mídia. Uma pena essa restrição, uma vez tos mais fundamentais da NBR 5410
Ou seja, estamos assistindo “mais que em sua quase totalidade ou, pelo em seus trabalhos, independentemen-
do mesmo, infelizmente”! menos, em grande parte, a NBR 5410 te de o item 1.3 da norma deixar esse
No entanto, o que pode ser feito por poderia ser adotada sem muitas alte- tipo de instalação de fora.
nós, técnicos, para evitar os efeitos dos rações em redes públicas. Fazendo isso, teremos “menos do
choques elétricos por contato indireto No caso específico da morte do mesmo”, o que deixará muitas famí-
em vias públicas que estão à espreita jovem no carnaval, todas as medi- lias felizes.
em incontáveis locais no Brasil afora? das de proteção contra os choques
A falta de normalização e/ou re- elétricos por contato indireto pre- Abraços e até a próxima edição!
gulamentação técnica específica sobre vistas na NBR 5410 poderiam e
instalações elétricas em vias públicas deveriam ter sido adotadas naque- Hilton Moreno
pode ser apontada como um fator que la situação.
inibe a adoção de corretas providên- Muito resumidamente, é muito
cias para evitar problemas de choques provável que a implementação de um
elétricos, além de outros, nesses tipos adequado sistema de aterramento e
de locais. Além disso, a existência de equipotencialização, complementado
uma norma técnica própria para essa pelo uso de dispositivo diferencial
situação facilitaria muito o trabalho de residual (DR) teria evitado a morte
delegados, peritos, advogados e juízes do rapaz.
Foto: Ricardo Brito/HMNews

para determinar as responsabilidades e Macabramente simples assim.


as suas consequentes punições. A morte de uma pessoa nesse caso
A norma técnica apropriada para fica somada aos milhares de outros
HILTON
ser utilizada em instalações elétricas episódios similares, onde a adoção de MORENO

82 POTÊNCIA
nucleotcm

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