Giselle Beiguelman
Nunca se produziram tantos registros e nunca foi tão difícil ter acesso ao
nosso passado recente. Estamos à beira de uma overdose documental,
que abarca todos os formatos de mídias. Mas há também uma inegável
intensificação dos processos de obsolescência, que vão do
sucateamento dos dispositivos tecnológicos ao impedimento de acesso
a sites e programas.
Por esse motivo, a história da net art, um tipo de arte criada para a
Internet, e talvez a mais jovem das artes, está sendo apagada, antes
mesmo de começar a ser escrita.
Importantes museus, como ZKM, na Alemanha, MoMA de Nova York,
Tate, da Inglaterra, e, no Brasil, o MAC-USP, vem discutindo essa
questão, e centros de pesquisa internacionais começam a desenvolver
recursos para recuperar a memória não só da arte on-line, mas da
Internet como um todo.