Trabalho Final
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Passo 2: Determinar a distribuição de tensões, baseando-
me nos carregamentos do Passo 1, e classificar as tensões
em primárias, secundárias e residuais.
De acordo com 9.3.4.3, Stress Classification, as tensões foram classificadas
como:
Tensão primária: é a tensão de membrana, σm devido à P. Para o caso do
vaso de pressão em questão, como são atendidas as condições presentes em
A.3.4 (a), é possı́vel estimar a tensão de membrana utilizando a equação
A.11 como:
Pm = 112, 73 M P a
Observação: foi considerado que a parede do vaso de pressão apresenta espessura
igual à nominal de 19 mm. Não foi levado em consideração portanto nenhum
tipo de perda de metal (metal loss) e nem uma eventual redução da espessura da
parede devido a futuros efeitos de corrosão (FCA - Future Corrosion Allowance)
de acordo com as definições apresentadas na norma.
Tensão secundária: de acordo com a configuração do problema não há
presença de tensões residuais.
Tensão residual: são as tensões autoequilibrantes decorrentes do processo
de soldagem. De acordo com a equação E.1 do anexo E, estima-se a tensão
residual decorrente do processo de soldagem (σ rys ):
r
σys = 289, 00 M P a
2
Tensão última: 415 M P a ≤ σU ≤ 550 M P a;
√
KIC = Kmat = 50, 02 M P a m
3
Figura 1: exemplo e idealização de uma trinca semi-elı́ptica [1].
Assim, a análise será feita apenas considerando o defeito que foi idealizado como
uma trinca superficial, interna, semi-elı́ptica.
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1. Primeiramente deve ser escolhida uma probabilidade de falha (pf ) e um
fator de segurança associado (β). Nesta avaliação foram considerados
valores intermediários (de modo a não penalizar a estrutura com excesso
de conservadorismo), com pf = 10−3 e β = 3, 09.
2. Deve ser selecionado então o coeficiente de variação (COVs ) que é es-
tima a incerteza existente no conhecimento da distribuição das tensões
primárias. Assim como para o caso de pf , foi adotado um valor inter-
mediário, COVs = 0, 2, que indica que as tensões primárias nas proximi-
dades da trinca são razoavelmente conhecidas.
3. Definidos pf = 10−3 e COVs = 0, 2, é então encontrado um valor Rc = 1, 5.
Este valor, como indicado na tabela é um cut-off para definir as regiões de
fratura frágil/colapso plástico e categoria de PSF que deve ser utilizada.
4. Procede-se ao cálculo de Rky , que é utilizando em conjunto com Rc para
a definição dos PSF. Rky é calculado através da seguinte equação (tabela
9.3):
mean
Kmat
Rky = Cu
σys
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6. Por fim, utilizando as equações 9.11 a 9.16 são então obtidos os valores
corrigidos:
mean √
Kmat 55, 90
Kmat = = = 55, 90 M P a m
P SFk 1, 00
a = a × P SFa = 6, 35 × 1, 00 = 6, 35 mm
σP
ref = 249, 53 M P a
a falha por fratura frágil. As tensões secundárias apenas para a fratura frágil.
6
Vaso de pressão operando com pressão de 1,8 MPa (considerada como
pressão absoluta);
Temperatura mı́nima de operação igual a 0°C;
Existência de tensões residuais decorrente do processo de soldagem, sendo
que a junta soldada não passou por um tratamento de alı́vio de tensões
(PWHT - Post Welding Heat Treatment)
Direction – Semi-Elliptical Shape, Internal Pressure”, especificamente equação
C.186 (Mode I Stress Intensity Factor - Inside Surface, crack face pressure load-
ing included), que trata de uma condição de geometria/carregamento que é a
mesma modelada no problema. Os parâmetros a serem utilizados na equação
C.186 podem ser calculados através das equações C.15,C.96, C.188, C.189,
C.266, C.267, C.268 C.275, C.275, C.276. Também, nestas equações são uti-
lizados dados da tabela C.12 (obtidos através de interpolação linear, como sug-
erido pela norma). Assim, tem-se que:
√
KIP = 21, 82 M P a m
Observação: o valor de KIP foi calculado levando em consideração a pior situação
possı́vel, a extremidade da trinca (solução mais conservadora).
σ SR
ref = 319, 87 M P a
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Passo 11 Calculando o fator de interação de plasticidade,
φ.
O valor de φé necessário para calcular o fator de relação de tenacidades, Kr :
isso é feito através de alguns procedimentos. São eles:
1. Como o valor de KISR é maior do que 0, computa-se primeiro o valor de
LSR
r , através da equação 9.18:
σ SR
ref
LSR
r = = 1, 45
σys
2. Determinação dos parâmetros ψeϕ, através da utilização das tabelas 9.4
a 9.7. Os inputs destas tabelas são os valores de LP r (calculado no Passo
7) e LSR
r e, para a avaliação em questão, foinecessária uma interpolação
linear para a obtenção de ψeϕ(como é sugerido pela norma). Assim:
ψ = −0, 04635
ϕ = 0, 24731
3. Como na avaliação em questão LSR
r < 4, φpode ser calculado através da
equação 9.20. Assim:
ψ −0, 04635
φ=1+ =1+ = 0, 8126
ϕ 0, 24731
8
3. Plotar o assessment point dentro do diagrama FAD5 . Isso é feito na Fig.
2.
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Passo 1: Avaliar as condições de operação e determinando
pressão, temperatura e carregamentos.
Condições de trabalho:
Vaso de pressão operando com pressão de 1,8 MPa (considerada como
pressão absoluta);
Temperatura mı́nima de operação igual a 0°C;
Existência de tensões residuais decorrente do processo de soldagem, sendo
que a junta soldada passou por um tratamento de alı́vio de tensões (PWHT
- Post Welding Heat Treatment).
r
σys = 289 M P a
2. Segundo, como a junta soldada passou por um tratamento de alı́vio de
tensões6 e foi considerado que ela é de geometria Double V Groove Weld, o
6 Foi considerado que a solda passou por um processo padrão de alı́vio de tensões, em acordo
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efeito das tensões residuais pode ser avaliado para este caso através da seção
E.4 - “Full Penetration Welds in Piping and Pressure Vessel Cylindrical Shells”,
mais especificamente, E.4.4.1 “Residual Stress Perpendicular to the Weld Seam
(Longitudinal Flaw)” - (d) “Effects of PWHT”. Assim, pode-se estimar que as
tensões residuais são uniformes de valor:
r r
σys = σys × 0, 2 = 289 M P a × 0, 2 = 57, 8 M P a
Passos 3 a 8.
Idênticos aqueles realizados na Solução 1 : desta maneira, eles não serão repeti-
dos dentro desta solução. Todos os valores necessários nos próximos passos
serão, portanto, ou retirados diretamente da Solução 1 ou dos Passos 1 e 2
da Solução 2.
σ SR
ref = 63, 97 M P a
11
σ SR
ref 63, 97
LSR
r = = = 0, 29
σys 220
2. Determinação dos parâmetros ψeϕ, através da utilização das tabelas 9.4 a
9.7. Os inputs destas tabelas são os valores de LP r (calculado no Passo 7
da Solução 1) e LSR r e, para a avaliação em questão, foi necessária uma
interpolação linear para a obtenção de ψeϕ(como é sugerido pela norma).
Assim:
ψ = −0, 0156
ϕ = 0, 0739
3. Como na avaliação em questão LSR
r < 4, φpode ser calculado através da
equação 9.20. Assim:
ψ −0, 0156
φ=1+ =1+ = 0, 7867
ϕ 0, 0739
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Figura 3: assessment point plotado no diagrama FAD.
Parte II
Avaliação da criticidade de um defeito de acordo com o
da norma BS 7910
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texto se referem à norma BS 7910 Guide do methods for assessing the accept-
ability of flaws in metallic structures (2013+A1:2015) [3]. Também, como ap-
resentado na nota 1 da seção 5.3, a análise através de FAD/Opção 1 é similar
ao nı́vel 2A e ao nı́vel 3A generalizado da norma BS 7910:2005, uma versão
anterior já obsoleta.
2. Para o cálculo inicial da Pm , foi utilizada a mesma solução que fora uti-
lizada na Parte I, Solução 1, Passo 2, ou seja, uma solução de tensões
baseada na norma API 579 [1], por ser mais completa que os modelos
propostos na BS 7910. Assim:
Pm = 112, 73 M P a
desalinhamento = 19 × 5% = 0, 95 mm
8 Sem a presença do defeito o qual se deseja avaliar a criticidade.
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Figura 4: fluxograma a ser utilizado em uma avaliação de integridade estrutural
do tipo opção 1 [3].
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4. A partir deste valor de desalinhamento foi calculado um fator de correção,
km , necessário para corrigir o valor de Pm devido a efeitos de tensões de
flexão decorrentes do desalinhamento. Isso foi feito com a utilização da
equação D.1. e de dados obtidos a partir da tabela D.1, figura (c) - “Axial
misalignment at longitudinal seam welds in tubes, pipes and vessels, with
or without thickness change”. Assim:
km = 1, 16
5. Por fim, pode ser estimado o valor de Qm . Isso foi feito através das
instruções da seção 7.1.8.1. Assim, por conservadorismo, as tensões resid-
uais foram assumidas uniformes e com magnitude igual ao mı́nimo valor
requerido de tensão de escoamento do aço ASTM A515, em temperatura
ambiente. Logo:
Qm = 220 M P a
T = 15°C
Energia Charpy = CV N = 20 J
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Passo 3 Determinando as propriedades de tensão do mate-
rial (seção 7.1.3).
Os valores das propriedades mecânicas podem ser avaliados para a mı́nima tem-
peratura de operação (0°C): isso é feito através da equação 2 (para a tensão de
escoamento) e da equação 3 (para a tensão última) da seção 7.1.3.4. Assim:
σY = 234, 67 M P a
σU = 426, 62 M P a
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de uma composição dos dois defeitos, logo a análise pode ser feita individ-
ualmente apenas para o caso mais crı́tico, ou seja, posso analisar a trinca
descrita no problema individualmente;
A trinca superficial está a uma distância (longitudinal) s = 1000 mm
de uma embedded crack, Figura 12(vi). Neste caso como s > 6, 35 mm,
também não há necessidade de uma composição dos dois defeitos, logo a
análise pode ser feita individualmente apenas para o caso mais crı́tico, ou
seja, posso analisar a trinca descrita no problema individualmente.
Assim, a análise será feita apenas considerando o defeito que foi idealizado como
uma trinca superficial, interna, semi-elı́ptica.
σY + σU 234, 67 + 426, 62
Lr,máx = = = 1, 41
σY 234, 67
2. Seleção das equações necessárias para a plotagem da linha de assessment,
neste caso, equações 8, 29, 30, 31, 32 e 33 da seção 7. Foram utilizadas
equações adequada para um aço que apresenta como caracterı́stica um es-
coamento descontı́nuo. Este comportamento é esperado para o aço ASTM
A 515 em questão, de acordo com a seção 7.1.3.6 tabela 4.
σref 145, 44
Lr = = = 0, 66
σY 234, 67
4. Cálculo do valor Kr . Este valor foi computado através da utilização da
equação 38 da seção 7. Contudo, primeiramente foi necessário obter os
valores de KIP , fator intensidade de tensões devido às tensões primárias,
KIS , fator intensidade de tensões devido às tensões secundárias e de V, um
fator necessário para a consideração de efeitos de plasticidade. Assim:
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√
KI = (Y σ) πa
Em que Y σ pode ser dividido em uma parte derivada das tensões primárias
(Y P σ) e outra das tensões secundárias (Y S σ), como apresentado na equação
M.3 :
Y σ = Y P σ + Y Sσ
√
KIS = 43, 03 M P a m
V = 1, 19
6. Por fim, conhecido o assessment point (Kr ;Lr =1, 55; 0, 66), basta plotar
esse ponto no diagrama FAD cuja curva é a representação gráfica das
equações e do valor de cut-off definidos nas etapas 1 e 2 do Passo 5.
Isso é feito na Fig. 3.
10 Solução de geometria do tipo “placa” é bastante razoável uma vez que o raio do vaso de
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Figura 6: assessment point plotado no diagrama FAD.
Parte III
Estimativa de um tamanho de defeito crı́tico
Ainda que para todos os casos analisados o defeito encontrado foram maiores
que tamanho crı́tico admissı́vel (i.e. a integridade estrutural do vaso de pressão
não é garantida de acordo com as avaliações realizadas), é possı́vel estimar as
dimensões máximas de uma trinca superficial elı́ptica para que a estrutura seja
considerada segura. De maneira mais completa, as dimensões crı́ticas poderiam
ser encontradas ao serem testadas novas profundidades de trinca, a, e compri-
mentos de trinca, 2c, utilizando os procedimentos da Parte I, para o caso da
avaliação através da norma API 579 ou Parte II, para o caso da avaliação da
criticidade através da norma BS 7910. Este método seria iterativo e relativa-
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mente demorado 11 . Contudo, a tı́tulo de exercı́cio, é possı́vel considerar que
todos os parâmetros necessários para o cálculo de Kr e LP r (ou Lr , de acordo
com a nomeclatura da BS 7910) são aproximadamente constantes (e.g. V, φ, ψ,
etc.). Esta hipótese é bastante simplista, tendo em consideração que muitos dos
dados devem ser interpolados a partir de tabelas diversas. De modo a melhorar
o modelo simplificado proposto, optou-se por ser mantida a mesma razão de as-
pecto (a/2c = 0, 047) nas trincas a serem “testadas”, de modo a tentar mitigar
os erros que decorrentes de resultados obtidos a partir das equações e tabelas
que sejam função desta relação. Assim, o problema foi resolvido nas planilhas do
Excel utilizadas como memória de cálculo, com o auxı́lio do suplemento Solver.
Os resultados obtidos foram os seguintes:
Caso 1: tamanho de defeito crı́tico aproximado - Norma API 579, sem
tratamento térmico para alı́vio de tensões: a = 0, 75 mm e 2c = 15, 94 mm
Caso 2: tamanho de defeito crı́tico aproximado - Norma API 579, com
tratamento térmico para alı́vio de tensões: a = 4, 00 mm e 2c = 85, 04 mm
Caso 3: tamanho de defeito crı́tico aproximado - Norma BS 7910, sem
tratamento térmico para alı́vio de tensões: a = 3, 08 mm e 2c = 65, 48 mm
Referências
[1] American Petroleum Institute, Fitness-for-service, API RP-579-1 / ASME FFS-1
(2007).
[2] American Society for Testing and Materials, Standard specification for pres-
sure vessel plates, carbon steel, for intermediate- and higher-temperature service,
ASTM A515 (2017).
[3] British Institution, Guide to methods for assessing the acceptability of flaws in
metallic structures, BS 7910 (2013+A1:2015).
[4] V. H, B. J, D. J, Some issues by using the master curve concept, Nuclear Engine-
ering and Design 212 (2002) 115–124.
11 É o método sugerido na seção 9.4.3.3 da norma API 579.
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