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CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM TERAPIA

COGNITIVO COMPORTAMENTAL

HELENA MIYACO TAKEYAMA SAKIYAMA

PREVENÇÃO AO USO DE DROGAS COM TÉCNICAS DA


TERAPIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL PARA PAIS
DE ALUNOS DE ESCOLAS PÚBLICAS DE ENSINO
FUNDAMENTAL

São Paulo
2013
HELENA MIYACO TAKEYAMA SAKIYAMA

PREVENÇÃO AO USO DE DROGAS COM TÉCNICAS DA


TERAPIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL PARA PAIS
DE ALUNOS DE ESCOLAS PÚBLICAS DE ENSINO
FUNDAMENTAL

Monografia apresentada ao Curso de Especialização


em Terapia Cognitivo e Comportamental do Centro
de Estudos em Terapia Cognitivo Comportamental,
para obtenção do titulo de Especialista.

Orientadora: Profa. Msc.Eliana Melcher Martins


Coorientadora: Profa. Dra. Renata T. Alarcon

São Paulo
2013
DEDICATÓRIA

“.... a família autoritária de outrora, triunfal ou melancólica, sucedeu a família


mutilada de hoje, feita de feridas íntimas, de vilencias silenciosas, de
lembranças recalcadas”

Roudinesco E. (2003)
“A família em desordem”

... que elas possam ser acolhidas e cuidadas..... para cuidar e prevenir.
AGRADECIMENTOS

Especiais agradecimentos à:

CETCC, pela cuidadosa elaboração do Curso de Especialização;

À Profa. Eliana, pela atenção, carinho, e paciência na condução do nosso


melhor;

Ao Élcio, pelo suporte de todas as horas;

À Profa. Renata Alarcon, pela cuidadosa e paciente orientação;

Às queridas amigas, Mirelle, Pilar e Silvia, companheira de

todas as horas, na alegria, no sufoco e na aprendizagem.

Às colegas de turma, saudades e esperança de novos encontros.


RESUMO

Objetivo: O objetivo principal se constituía em pesquisar Programas de Prevenção ao Uso de


Drogas em escola, destinada a pais de alunos do Ensino Fundamental de 9 a 13 anos de idade,
com o uso de Técnicas da Terapia Cognitiva Comportamental. Entretanto, nas Bases de
Dados pesquisadas não foram encontrados artigos referentes ao tema. Dessa forma, decidiu-se
estudar uma Proposta de Programa de Prevenção ao uso de Drogas para pais de escolares do
Ensino Fundamental II com Técnicas da Terapia Cognitiva Comportamental, analisando os
Programas de Prevenção implementados em outros países. Método: Levantamento
Bibliográfico em base de dados Pepsic, Medline, Scielo, Pubmed, Medline e Cochrane
resultou em 230 artigos com variados Programas de Prevenção ao uso de Drogas de outros
países. Resultados: Escolhidos 8 Programas de Prevenção ao uso de Drogas implementados
nos EUA, Europa e Austrália, com efetividade, analisadas e discutidas formas de serem
adaptadas à cultura e as características da população de escolares e pais em Escolas Publicas
Estaduais. Conclusão: Inexistência de qualquer Programa de Prevenção ao uso de Drogas nas
Escolas Públicas brasileiras, apesar das crescentes taxas de prevalência e uso precoce de
drogas e necessidades urgentes de Medidas de Políticas Públicas para orientar Gestores e
Educadores no sentido de se estudar a possibilidades da sua Implementação em Escolas
Públicas.

Palavras chaves: Prevenção, uso de drogas, drogas, escola, pais


ABSTRACT

Purpose: The main purpose was based on reserching Drug Use Prevention Programs at
schools addressed to the Elementary parents´students which raged from 9 to 13 years old,
using Cognitive Behaviour Therapy Technique.
Therefore, in the researched Data Base, no article refered to the subject had been found.
However, it was decided to study a Proposal for Prevention Program for the Elementary
II parents´students with Cognitive Behaviour Therapy Techinique, analyzing the Prevention
Programs implemented in other countries. Method: Bibliographical Survey based on dates
Pepsic, Medline, Scielo, Pubmed, Medline and Cochrane, has found 230 articles with many
different Drug Use Prevention Programs from other contries. Outcome: 8 Drug Use
Prevention Programs were chosen, which were implemented in the United States, Europe and
Australia with great effectivity, analized and discussed ways to be adapted to the culture and
to the characteristics of the school population and parents who attend State Public Schools.
Conclusion: Nonexistence of any kind of Drug Use Prevention Program to the use of Drugs
at Brazilian Public Schools despite the increasing prevalence rates and early use of drugs.
Urgent needs of Measures of Public Policies to guide Managers and Educators in order to
study the possibility of its implementation in Public Schools.

Key words: Prevention, use of drugs, drugs, school, country.


LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Resumo dos Programas escolhidos como base para proposta do estudo .............. 16
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 8

2 OBJETIVOS....................................................................................................................... 12

3 METODOLOGIA .............................................................................................................. 13

4 RESULTADOS .................................................................................................................. 17
4.1 Programas internacionais de intervenção ..................................................................... 17
4.1.1 The Family Check-up (FCU)................................................................................ 17
4.1.2 KAT (Kids, Adults Together Program) ................................................................ 17
4.1.3 Program Family Matters ....................................................................................... 18
4.1.4 Brief Strategic Family Therapy ............................................................................ 18
4.1.5 Strengthening Familie Program ............................................................................ 19
4.1.6 Guiding Good Choices ......................................................................................... 19
4.1.7 Families and School Together .............................................................................. 20
4.1.8 Classroon Centered (CC) Family-School Partnership (FSP) ............................... 21
4.2 Programa de Prevenção ao uso de drogas voltado para pais de alunos do Ensino
Fundamental II de escolas públicas da cidade de São Paulo utilizando técnicas da Terapia
Cognitivo–Comportamental ................................................................................................. 22
4.2.1 Objetivos de implementação ................................................................................ 22
4.2.2 Fundamentos da Proposta ..................................................................................... 23
4.2.3 As técnicas cognitivo-comportamentais na proposta de programa de prevenção
voltado a pais de alunos em Ensino Fundamental II ........................................................ 24
4.2.4 Objetivos do Programa ......................................................................................... 25
4.2.5 Cronograma do Programa e Prevenção (anexo 4) ................................................ 26

5 DISCUSSÃO....................................................................................................................... 28

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................ 33

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 34

ANEXOS ................................................................................................................................. 39
ANEXO 1 - Diagrama de busca de artigos........................................................................... 39
ANEXO 2 – Diagrama de busca de artigos .......................................................................... 40
ANEXO 3 – Resumo dos programas escolhidos .................................................................. 42
ANEXO 4 – Proposta de Programa de Prevenção para familiares de alunos do ensino
fundamental com Técnica da Teoria Cognitiva – Comportamental ..................................... 43

TERMO DE RESPONSABILIDADE AUTORAL ............................................................. 45


8

1 INTRODUÇÃO

O Estatuto da Criança e do Adolescente (2010) considerada criança indivíduos com


idade de até 12 anos incompletos e adolescente a idade de doze a dezoito anos. Para a
Organização Mundial da Saúde “youth” (juventude) são as idades entre 15 e 24 anos de idade
(WHO 2010). Já o Ministério da Saúde considera adolescente as idades entre 10 e 24 anos.
Apesar das diferenças nas idades estipuladas para considerar criança ou adolescente, tanto a
OMS quanto o Ministério da Saúde (2010), apontam-nos o grupo entre 10 a 24 anos como
sendo idades vulneráveis a uma variedade de situações de risco, entre elas o uso de drogas.

Pesquisas e levantamentos realizados no país (ANDRADE et al, 2010; CARLINI et al


2001; CARLINI et al, 2005, LARANJEIRA et al 2007) apontam para o aumento da
prevalência do uso e abuso de drogas, tanto licitas quanto ilícitas, principalmente entre os
adolescentes do sexo masculino. Dados do II Levantamento Domiciliar sobre o uso de drogas
psicotrópicas no Brasil revelam que entre os adolescentes de 12 e 17 anos, 15,2% já fizeram
uso de tabaco e 2,9% usavam de forma habitual. A idade média da introdução ao uso de
tabaco foi de 12,8 anos (CARLINI et al 2005).

Igualmente a iniciação ao uso do álcool também é precoce, com média de idade de


12,5 anos (CARLINI et al, 2005) e dados do PeNSE (IBGE 2009) revelam que 71,4% dos
estudantes pesquisados, numa amostragem de 618.000 alunos da 9a serie do Ensino
Fundamental, já experimentaram bebida alcoólica alguma vez e, deste universo amostral,
8,7% dos estudantes já fizeram uso de alguma das drogas ilícitas como maconha, cocaína,
cola, loló, ecstasy, lança perfume.

São dados de relevância para Saúde Pública e justificadas preocupações da sociedade


civil, família e escola, pois estudos científicos evidenciam importantes prejuízos que o uso de
drogas acarreta na faixa etária dos 12 aos 24, quando fundamentais transformações estão
ocorrendo no Sistema Nervoso Central. Estruturas cerebrais que respondem pelo controle dos
impulsos estão em maturação, dessa forma, a capacidade para avaliar riscos, para pensar em
consequências e operar a organização temporal da relação de causa e efeito ainda não está
plenamente desenvolvido (NIH-National Institute of Heath; NIDA-National Institute on Drug
Abuse 2007); (KALIVAS; VOLKOW, 2005).

Estudos indicam também que a etiologia do abuso de drogas envolve a interação de


complexos fatores genéticos, orgânicos, individuais, sociais e familiares (KUMPFER et al
1998).
9

A família, pela função de socialização primária de seus membros, protege, transmite


valores e influencia decisivamente, desde a infância, na formação e desenvolvimento do
indivíduo (OETTING; DONNERMEYER, 1991; GUO et al, 2001; MITCHELL, et al., 2001).
A dinâmica relacional, idéias, atitudes, posturas e maneiras como a família se posiciona diante
das drogas, pode se constituir, tanto como fator de risco ou de proteção para o uso de drogas
entre seus membros.

Dessa forma, pesquisas têm focado nas relações familiares, que podem produzir riscos
para o uso de drogas (COPELLO, et al 2005; COPELLO et al 2010), nos aspectos saudáveis
da prevenção às drogas, ou ainda, na coparticipação da família no tratamento e recuperação
do seu parente dependente químico (COPELLO et al 2005; LIDDLE; DAKOF, 1995).

A despeito de ser representante de implicações, tanto salutares quanto de riscos, a


família tem merecido pouca atenção no que diz respeito ao importante papel que pode
desempenhar na prevenção ao uso de drogas, principalmente para crianças entre 6 a 14 anos,
idades correspondentes ao período escolar de Ensino Fundamental no Brasil, sendo de 6 a 10
anos correspondentes ao Ensino Fundamental I e de 11 a 14 anos, ao Ensino Fundamental II
(MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO).

Estudos e pesquisas tem identificado fatores de riscos familiares para o uso de drogas
(VELLEMAN et al, 2005; KUMPFER et al, 1988; MALTA et al 2011) quando há transtornos
por uso de drogas entre pais ou outros membros da família; além disso, são fatores de risco: o
uso de tabaco, álcool e outras drogas pelos pais e irmãos; atitudes positiva da família para
aceitação e uso de drogas; pobre vínculo entre pais e filhos em qualquer estágio do
desenvolvimento; abuso físico ou sexual; instabilidade econômica na família, baixo nível de
comunicação entre pais e filhos, excessiva severidade e disciplina inconsistente; falta de
monitoramento e supervisão parental, ausência de limites, transgressão às regras e fracasso
escolar.

Por outro lado, os fatores de proteção familiar (VELLEMAN et al, 2005) estão
relacionados ao estabelecimento de disciplina consistente e contingente; forte vinculo
parental; elevado nível de monitoramento e supervisão; afetividade, suporte emocional e
comunicação entre os membros da família.

No Brasil, não obstante as tendências do aumento da prevalência do uso de drogas em


idades cada vez mais precoces (LARANJEIRA et al 2012) parece não haver um programa
10

oficial de prevenção do uso de drogas para escolares e tampouco para seus familiares,
implementadas em escolas.

A importância de se pensar em prevenção reside na evidência de que, segundo dados


do PNAD do IBGE (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicilio, 2008), o Brasil tinha em
2008, 17.5 milhões de adolescentes entre 10 e 14 anos de idade e 97,8% deles frequentavam
escola e 17 milhões de adolescentes entre 15 e 19 anos e 84,1% deles frequentavam escola.

Dessa forma, a abordagem às famílias de crianças e adolescentes em parcerias com


escolas, pode se constituir um local privilegiado para a implementação de Programas de
Prevenção ao uso de drogas entre os escolares, pois segundo estudos, os resultados são mais
efetivos entre os programas que contemplam família e filhos juntos (KUMPFER, 2000,
UNODC, 2013).

Outro fator igualmente relevante, pode ser extraído de dados de pesquisa realizada
pela Unifesp, em curso com famílias de dependentes químicos, que tem apontado relevantes
informações ainda que parciais. Famílias com filhos ou parentes dependentes químicos não
conhecem drogas de forma geral e levam um tempo para perceber o uso de drogas, apesar de
perceber alterações no comportamento do seu parente. (INPAD, 2013). Família e Escola
tendem a perceber as alterações comportamentais como características intrínsecas à fase da
adolescência: de transgressão as normas e regras, a importância dos pares da rede social, a
experimentações do novo, a se envolverem em comportamentos de riscos. Todos estes
comportamentos, não obstante serem parte da adolescência, também podem indicar uso e
abuso de substancias psicoativas (BESSA et al, 2012)

Programas de Prevenção (NIDA 2007, UNODC 2013, FOXCROFT e


TSERTSVADZE, 2011) com técnicas e estratégias da Terapia Cognitivo-Comportamental
com base na família, focados em fatores de risco e de proteção de comprovada eficácia são
amplamente utilizados em Escolas de países como Estados Unidos e Europa para prevenir o
uso de drogas pelas crianças e adolescentes.

A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é apontada como uma abordagem


psicoterapêutica importante e amplamente utilizada nas mais diversas psicopatologias, como
depressão, fobias, ansiedades generalizadas e inclusive nos transtornos ocasionados pelo uso e
abuso de substâncias psicoativas (ZANELATTO E LARANJEIRA, 2013).
11

Os princípios que fundamentam a TCC estão no modelo cognitivo que tem como
hipótese de que emoções e comportamentos são influenciados pelo modo como o indivíduo
interpreta os fatos e as ocorrências do cotidiano, e não pelas situações em si. E que essas
interpretações são mediadas por crenças, desencadeadas pelas situações ou eventos. As
crenças são compreendidas como idéias, pensamentos ou conceitos que o indivíduo tem sobre
si, sobre os outros, o mundo e o futuro, as quais considera como verdades absolutas (BECK,
1997). A TCC apresenta um conjunto de técnicas e ferramentas, tais como os Social Skill
Trainnings (treinamento de habilidades sociais), Treinamentos para Habilidades de
Enfrentamento, Psicoeducação, Técnicas de solução de problemas, Role Plays e outros que
podem ser amplamente utilizadas para o manejo das situações que envolvem riscos para uso
de drogas.

Este estudo tinha como objetivo inicial realizar um levantamento de programas de


prevenção ao uso de álcool e outras drogas, em escolas brasileiras de ensino fundamental,
focados na família com uso de Técnicas da Terapia Cognitivo e Comportamental. Entre os
objetivos específicos, conhecer como técnicas e estratégias da Terapia Cognitiva
Comportamental estariam sendo aplicadas nas escolas, junto às famílias de seus alunos.

Entretanto, o levantamento bibliográfico realizado nas bases de dados descritos nos


Métodos, não resultou em artigos ou referências de estudos ou pesquisas em prevenção ao uso
de drogas, em escolas para familiares no âmbito brasileiro.

A falta de estratégias e programas voltados à prevenção de drogas nas escolas


brasileiras abre uma oportunidade para futuras implementações. Com base nisso, esse estudo
tem como objetivo criar uma proposta de Programa de Prevenção às Drogas para famílias de
escolares que frequentam o Ensino Público Fundamental II da Cidade de São Paulo.

Assim sendo, por não ter estudos ou pesquisas no Brasil de implementação de um


Programa de Prevenção ao Uso de Drogas, para famílias de alunos do Ensino Fundamental II.
Este trabalho propõe discutir uma possível proposta de Prevenção ao uso de Drogas para
família em Escolas de Ensino Público Fundamental II com idades entre 11 e 14 anos de
idades.
12

2 OBJETIVOS

Criar uma proposta de Programa de Prevenção às Drogas para famílias de escolares de


11 a 14 anos de idade que frequentam o Ensino Público Fundamental II da Cidade de São
Paulo, com base na teoria e técnicas da Terapia Cognitivo-Comportamental.
13

3 METODOLOGIA

Levantamento de pesquisas bibliográficas publicadas de trabalhos científicos entre os


anos 2000 e 2013 com descritores em português: drogas de abuso, drogas lícitas e ilícitas,
drogas psicoativas, dependência de drogas, transtornos por uso de substancias psicoativas e
prevenção, escola, prevenção e famílias, ensino fundamental e família, relações familiares; e
descritores em inglês: Drug abuse, drug misuse, ilicit drug use, substance abuse, addiction,
substance use disease, prevention programes, family-based prevention, school-based
prevention.

O número artigos encontrados nas seguintes Base de Dados foram:


BIREME/OPAS/OMS-PEPSIC: Pepsic 4 artigos, Medline 23, Lilács 23 e Pubmed 178,
totalizando 228 artigos e mais dois artigos de revisão sistemática na Base de Dados Cochrane,
completando 230 artigos. Dentre os dois artigos de revisão sistemática, um abordando os
Programa de Prevenção em Escolas para crianças e adolescentes com uso abusivo de álcool
(FOXCROFT e TSERTSVADZE, 2012) e outro, o Programa Universal para famílias
destinadas à prevenção de jovens adultos com uso abusivo de álcool (FOXCROFT e
TSERTSVADZE, 2011).

Apesar do número de artigos, não foi encontrados nenhum estudo ou pesquisa sobre
Prevenção às Drogas para familiares em escolas de Ensino Fundamental no Brasil. Entretanto,
todos os artigos (228) encontrados são estudos e pesquisas estrangeiros sobre o tema da
Prevenção às Drogas: sejam elas de Prevenção Universal, dirigidas à população em geral,
Prevenção Seletiva, dirigidas à subgrupos considerados de risco, ou de Prevenção Indicada,
dirigidas à indivíduos que já tenham indicativos iniciais de risco em relação à saúde.

Cada uma destas Propostas de Prevenção são aplicadas em escolas para alunos, em
escolas junto com a família, em comunidades com as famílias, para população de alto risco,
para pais usuários de substâncias, para crianças cujos pais são dependentes químicos, para
crianças cujos pais estão com problemas na justiça, para crianças e adolescentes com
comportamentos agressivos, para grupos étnicos minoritários. Foram encontrados também
programas de prevenção para o uso abusivo de álcool, prevenção por faixas etárias, para
universitários ou para alunos de ensino médio, Programas de Prevenção por diferenças de
Gênero, Programas de Prevenção online. Além desses, foram encontrados também estudos de
ensaios clínicos randomizados com comparações de uma variedade de técnicas e estratégias
14

preventivas com foco em famílias, em escolas, em comunidades ou em populações


específicas, para medir o grau de efetividade das respectivas técnicas.

Dessa forma, de todos os 228 artigos, 3 artigos, com 4 Programas de Prevenção foram
analisados e escolhidos: 1. The Family Check-up, (STORMSHAK E, DISHION T.J. 2009), 2.
Kids, Adults Together (KAT) Programme (ROTHWELL H. E SEGROTT J.2011), 3. Family
Matters e 4. Brief Stratégic Family Therapy (GRIFFIN K.W e BOTVIN G.J., 2010) por
conterem elementos importantes para adaptação em outro contexto, tais como:

Possibilidades de adaptação à realidade local e cultural;

Tempo médio de duração do programa de prevenção de dois meses

Variadas atividades, sessões, role plays e vídeos, importantes para estreitar a


interação com as famílias e com a escola;

Ensino de técnicas e estratégias para administração de situações de conflitos


dentro da família

Orientação das famílias para identificar fatores de risco e de proteção com a


finalidade de retardar o inicio do uso de substâncias, licitas e ilícitas.

Todos esses elementos acima foram considerados importantes para se pensar ou


inspirar um Programa de Prevenção para famílias em nossas Escolas de Ensino Fundamental.

Por se tratar de temas de relevância em saúde pública mundial, uma segunda busca foi
realizada em órgãos e instituições internacionais como UNODC (United Nations Office on
Drug and Crime) e NIDA (National Institute on Drug Abuse) pois estes financiam e realizam
estudos e pesquisas para buscar conhecimentos, técnicas e estratégias que informam, orientam
práticas, diretrizes e políticas públicas aos governos, sociedade civil, comunidades científicas
sobre assuntos relacionados às drogas em geral.

A UNODC apresentou em sua última atualização (Março/2013) diretrizes e normas


denominadas International Standards on Drug Use Prevention, com um resumo das
intervenções preventivas com resultados positivos e cientificamente embasadas. Tais
diretrizes têm como objetivo orientar profissionais e formuladores de políticas públicas no
sentido de desenvolver e pragmatizar os programas de prevenção em nível global. Apresentou
os resultados em uma Publicação, Compilation of Evidence Based Family Skill Training
15

Programmes, baseados em 23 Programas de Prevenção com famílias, com base em ensaios


randomizados, que obtiveram resultados efetivos na sua implementação. Esta compilação é
um suplemento de uma publicação anterior, o Guide do Implementing family skill training
Programmes for Drug Abuse Prevention (United Nations, 2009). O documento descreve 23
Programas de Intervenções Preventivas para o uso de substâncias psicoativas abarcando desde
os estágios do pré-natal, primeira infância (2 a 5 anos), meia infância, primeira adolescência
até a adolescência e jovem adulto.

Como o presente trabalho tem foco em pais de alunos de idades de 11 a 14 anos do


Ensino Fundamental II, (lei 11.114/2005 tem duração de 9 anos e compreende as idades entre
6 a 14 anos, sendo Ensino Fundamental I, de 06 a 10 anos da 1a. a 4a. série e, Ensino
Fundamental II, de 11 a 14 anos, da 5a. a 8a. serie), objetivou-se em analisar programas
destinados à família de crianças na meia infância e a primeira adolescência, segundo a
classificação contidas nos Programas (middle childhood to early adolescence) cujos
resultados segundo documentos do UNODC indicam boa eficácia. Dessa forma dos 23
Programas de Prevenção, 3 Programas foram escolhidos para discussão adiante, por
contemplarem prevenções nas faixas etárias de 11 a 14 anos, correspondentes ao Ensino
Fundamental Período II, são eles: 1. “Strengthening Family Program (10-14 years)”, 2.
“Guiding Good Choices (9-14 years). 3. “Family and School Together”. Todos os 23
Programas de Prevenção apresentam indicação de lugares e países onde estão sendo
implementados, e nenhum deles no Brasil.

O NIDA por ser um Instituto de Pesquisa e igualmente ser parte do Departamento


Nacional de Saúde dos EUA, também promove conhecimentos baseados em evidencias
científicas à cerca dos problemas por uso e abuso de substâncias. Na sua 2a edição do
Preventing Drug Use among children and adolescent - A Research Based Guide for Parents,
Educators and Community Leader (2003) apresenta 23 Programas de Prevenção ao uso de
Drogas, discriminados em Prevenção Universal, Prevenção Seletiva e Prevenção Indicada,
para Escola de Ensino Fundamental, Ensino Médio e para Comunidades, sem ter a
especificidade no foco da família. Dos 23, foi selecionado 1 Programa de Prevenção, o
“Classroon Centered Family School Partnership” para discussão adiante, por ser
direcionados especificamente em escolares de Ensino Fundamental (Elementary School).
(Anexo 1 e 2)
16

A seguir quadro com a lista dos Programas selecionados como modelo para criação de
uma proposta de intervenção (Quadro 1).

Quadro 1 – Resumo dos Programas escolhidos como base para proposta do estudo
BASE DE DADOS PROGRAMAS DE PREVENÇÃO

Bireme/OPAS/OMS-PEPSIC 1. Family Check-up (FCU)


2. Kids, Adults Together (KAT)
3. Family Matters
4. Brief Strategic Family Therapy

UNODC 5. Strenthening Families Program


6. Guiding Good Choices
7. Families and School Together
NIDA 8. Classroon Centered Family
School Partnership
17

4 RESULTADOS

Nas sessões abaixo serão apresentados modelos de intervenções aplicados pelas


instituições internacionais e, posteriormente, a proposta deste trabalho (anexo 3)

4.1 Programas internacionais de intervenção

4.1.1 The Family Check-up (FCU)

O The Family Check Up FCU (STORMSHARK; DISHION, 2009) é um modelo de


intervenção validado e inspirado na Entrevista Motivacional de Miller e Rolnick. Pode ser
aplicado em contexto escolar e dirigido às crianças em situação de risco e suas famílias. Tem
sido utilizado com efetividade para reduzir aumento dos problemas comportamentais,
melhorar competência parental, reduzir conflitos familiares e reduzir o uso de substancia
pelos jovens. O modelo FCU é aplicado em três encontros com a família, sendo o primeiro
uma entrevista inicial com discussão sobre preocupações e objetivos e sua motivação para
mudanças. O segundo encontro é uma breve avaliação e a entrega de um vídeo com filme de
uma interação familiar. O terceiro encontro é um feedback para discutir o resultados da
avaliação sobre motivação para mudanças (STORMSHARK, DISHION, 2009).

4.1.2 KAT (Kids, Adults Together Program)

O KAT é um programa de intervenção preventiva ao uso de álcool para crianças entre


9 e 11 anos, promove a comunicação familiar, tem como método a incorporação de
atividades, materiais e o envolvimento de pais e filhos em atividades conjuntas aplicadas em
escola. Para tanto, o programa tem como objetivo inicial preparar o professor facilitador sobre
temas relacionados ao uso e abuso do álcool, os seus efeitos e consequências e ensinar
conhecimentos básicos sobre o álcool para crianças, bem como o desenvolvimento de
habilidades para engajar maior número de pais participantes. O programa tem também, como
um dos objetivos, promover um evento para família denominado “Fun Evening” e para tanto,
são elaborados pelas crianças todos os materiais, cartazes e convites aos pais. O evento conta
com atividades para as crianças realizarem com os pais, entrega de prêmios, a apresentação e
role play, com o objetivo de sensibilização dos efeitos do álcool no seio da família, de como
pode afetar as crianças e promover nos participantes reflexões sobre a temática do uso de
18

álcool, atitudes, valores e o impacto na família. Crianças recebem um kit contendo materiais
de papelaria, folhetos destinados aos pais, sucos e DVD de um filme representando uma
família que consome bebida e oferece aos filhos. Entrevistas com os pais que participaram
desse programa foram realizadas imediatamente e um follow-up apos três meses. Entrevistas
de follow-up também foram realizadas com professores que conduziram os preparativos com
as crianças. O Programa KAT, segundo autores, alcançaram altos níveis de aceitabilidade e
envolvimento entre pais e crianças, e o maior impacto do programa foi o aumento da
comunicação entre os membros da família, incluindo discussões sobre o consumo prejudicial
de bebida por parte dos pais (ROTHWELL, SEGROTT, 2011).

4.1.3 Program Family Matters

É um programa universal destinado à prevenção de álcool e tabaco para crianças entre


12 e 14 anos e desenvolvido no próprio lar da família, através de instruções contidos em 4
folhetos que são entregues sucessivamente ás famílias, cujo conteúdo são de leituras e
atividades para família, objetivando identificar características, comportamentos e atitudes que
possam influenciar o uso de substâncias. Incluem: níveis de supervisão e suporte de um
adulto, estabelecimento de regras e normas, comunicação, monitoramento, tempo dedicado a
ficarem juntos, uso de substâncias pelo adulto da família, disponibilidade das drogas, atitude e
discurso social sobre o uso de substâncias na mídia e entre seus pares. O programa é
conduzido por um educador em saúde através de follow-up por telefone, que é realizado a
cada 13 dias após o envio dos folhetos instrutivos. O ciclo do programa completo é realizado
em 79 dias e mostrou efetividade em ensaio clinico randomizado comparando famílias que
participaram do programa e dos que não participaram do programa (GRIFFIN E BOTVIN,
2010, UNODC).

4.1.4 Brief Strategic Family Therapy

Esse Programa tem como objetivo diminuir riscos individuais e familiares através da
construção de habilidades e fortalecer relacionamentos familiares. Foco em crianças e
adolescentes entre 6 e 17 anos que apresentam comportamentos rebeldes, ociosos e se
envolvem em uso de substâncias ou se associam a pares com tais comportamentos. O
programa também tem foco em famílias com relacionamentos conflituosos e discórdia
parental. Pode ser implementado por conselheiros em uma variedade de settings, inclusive na
19

própria residência do familiar, por um período de 8 a 12 semanas, com sessões de 60 a 90


minutos. O programa é conduzido por conselheiros treinado para buscar o foco do problema,
com o objetivo de mover a família da posição problemática para uma competente interação
entre seus membros (GRIFFIN e BOTVIN, 2010).

4.1.5 Strengthening Familie Program

O Strengthening Familie Program (idades 10-14 anos) é um programa de 14 semanas


para Treinamento de Habilidades que envolve toda família. São 14 sessões de 2 horas e meia,
mais uma sessão de reforço para a criança e outra para família. A cada semana, os pais
recebem conteúdos do Parent Training Program na primeira hora e ao mesmo tempo os
filhos estão em outra sala recebendo o Teen Skill Training Program. Na 2a hora toda família
participa do Family Skill Training Program. No Parent Training Program, os pais são
ensinados a equalizar expectativas apropriadas para o comportamento, de acordo com o nível
de desenvolvimento e idade dos filhos. São também orientados para uma interação e
comunicação positiva com os filhos, exercitar a escuta e diminuir as críticas. São orientados
também a realizar reuniões familiares para estabelecer a organização e disciplina eficaz e
coerente. Na sessão Teen Skill Training Program com as crianças, elas são ensinadas em:
habilidades de comunicação, para estabelecimento de relações satisfatórias com os pais,
amigos e professores; resolução de problemas; identificação adequada dos sentimentos,
gestão da raiva e habilidades de enfrentamento. São também abordados pensamentos
orientados para o futuro, sonhos e resiliência.

Na 2a hora a família se reúne e participa do Family Skill Program, no qual pais e


filhos tem a oportunidade de praticar o que aprenderam em suas sessões individuais através de
exercícios interativos. São coordenados por quatro lideres de grupo para incentivar e ajudar a
família no exercício prático de interação, comunicação, escuta e adotar novos
comportamentos no ambiente familiar (UNODC).

4.1.6 Guiding Good Choices

É formalmente conhecido como Preparing for the Drug-Free Year. É um programa de


Prevenção ao uso de Drogas para pais e filhos que provê pais de crianças entre 9 e 14 anos
com informações, orientações e habilidades necessárias para conduzir os filhos na passagem
20

da adolescência. São 5 sessões de duas horas ou 10 sessões de uma hora, dadas em 5 ou 10


semanas, com tópicos de como prevenir abuso de substancias em família, estabelecimento da
posição clara da família sobre o uso de álcool e drogas; resolução de problemas, manejo de
conflito familiar e o fortalecimento dos vínculos familiares (UNODC).

4.1.7 Families and School Together

É um Programa Universal, realizado para Grupos de Famílias em escola, por 8


semanas com todas as crianças da mesma série e suas famílias (crianças de 6-13 anos). Esta
intervenção denominada multissistêmica, abarca família, lar, escola e comunidade e visa
melhorar o bem estar, reforçando relacionamentos e fatores de proteção contra tensões e
estresses. Toda família comparece após as aulas, para fazer parte das atividades do Programa.
Acima de 80, as famílias são divididas em grupos de 10 e são assistidas por lideres formados
para o programa. Os objetivos do Programa são: reforçar os vínculos da família e dos pais e
filhos; melhorar desempenho escolar das crianças; reduzir abuso de álcool e drogas na família
e reduzir estresse familiar e isolamento. Além disso, também visa estreitar a rede de
relacionamento entre as famílias dessas crianças, melhorar o envolvimento dos pais com a
escola e construir liderança de pais na comunidade. O programa é realizado em 8 sessões
semanais de 2 horas e meia de duração, com uma grande variedade de atividades que
promovem a interação entre famílias e crianças, estabelecendo os limites da unidade familiar,
da hierarquia e treinando habilidades de resolução de conflitos. O programa ainda conta com
atividades que envolvem o planejamento e organização de lanche que cada família promove a
cada semana com recursos financeiros previstos no Programa. Na 5a semana, quando os
relacionamentos estão mais fortalecidos e níveis de estresse reduzidos o suficiente, líderes
introduzem o tema do uso de drogas e prevenção. Pais usuários frequentemente buscam
tratamento na mesma semana. Mensalmente há sessões de reforço de 2 horas e meia a 4 horas
lideradas por pais que concluíram o Programa (que também se envolvem com o evangelismo,
fazendo visitas às famílias e os convidando para se engajarem ao Programa). Estima-se que
60% do Programa é adaptável à cultura da população alvo. Ao final, a família recebe apoio
para o preparo de cerimônia de certificação e celebração ao estilo de um evento de Graduação
do Ensino Médio. Fastworks é a denominação dada ao Programa para pais que completaram o
Programa Family and School Together. Tem duração de dois anos, com reuniões mensais, e
recebem uma pequena gratificação financeira e suporte da escola. O Programa Fastworks tem
o objetivo de treinar e desenvolver liderança dos pais (UNODC).
21

4.1.8 Classroon Centered (CC) Family-School Partnership (FSP)

Refere-se ao Programa contido em Estudos e Pesquisa do NIDA (National Institute on


Drug Abuse). É um programa universal, unindo a família e escola, destinado a reduzir fatores
de risco para uso de substâncias e reforçar os fatores de proteção entre as crianças do ensino
fundamental. O foco principal do Programa é o reforço do "senso de comunidade" ou conexão
dos alunos para com a escola, fundamental para reduzir o uso de drogas, violência e
problemas de saúde mental, promovendo a motivação acadêmica e realização. O programa
consiste em um conjunto de técnicas de mutuo reforçamento entre classes, escola e o
envolvimento das famílias, promovendo relacionamento positivo entre os alunos, entre alunos
e professores, e família e escola, além do desenvolvimento de habilidades sociais e
emocionais de alunos. O programa compõe-se de 4 componentes 1) Reuniões de classe: um
fórum para professores e alunos se conhecerem, discutir questões, identificar e resolver
problemas e tomar decisões que afetam o ambiente da sala de aulas; 2) Desenvolvimento de
atividades acadêmicas e de lazer entre os antigos e novos alunos, no sentido de construir
relação de cuidado através do tempo e criar clima de confiança na escola como um todo; 3)
Atividades de conexão escola/família de curta duração realizadas pelos alunos em casa com
seus pais ou responsável e discutidas em sala de aula. São atividades que validam
perspectivas familiares, cultura, tradições e promovem a compreensão e apreciação; 4)
Atividade conjunta escola/comunidade: com a participação de alunos, funcionários e famílias
na construção de escola solidária, promover novas tradições escolares e o envolvimento de
pais não participativos (NIDA).

Este Programa tem sido implementado de várias formas, e STORR et al, (2002) em
ensaio clinico randomizado em duas escolas primárias, utilizou estratégias do (CC) e (FSP)
para prevenir uso precoce de tabaco. O Programa implementado quanto à (CC) foi a
utilização de 3 componentes a) Aprimoramento do curriculum escolar com a introdução de
atividades para o desenvolvimento do pensamento crítico, habilidades de escrita e
interpretação e compreensão b). Aprimoramento da gestão de comportamento, resolução de
problemas em contexto de grupos e recompensas c). Desenvolvimento de estratégias para
lidar com crianças refratárias ao conjunto de mudanças. Quanto à (SFP) foi a utilização de 3
estratégias: a). Treinamento para professores e outros profissionais relevantes da escola em
desenvolver comunicação entre pais e professores e construir parcerias; b) Tarefas de casa
com atividades de comunicação, c) 3 dias de seminários com visitas de acompanhamento e
22

supervisão, uma série de 9 workshops para pais conduzidos por professores, psicólogos e
assistentes social, sendo 7 workshop realizados consecutivamente durante 7 semanas e mais
dois workshops realizados em intervalos de 4 meses. Resultados deram suporte para atingir os
antecedentes precoces dos comportamentos de risco para o uso do tabaco.

4.2 Programa de Prevenção ao uso de drogas voltado para pais de alunos do Ensino
Fundamental II de escolas públicas da cidade de São Paulo utilizando técnicas da
Terapia Cognitivo–Comportamental

Uma proposta de Intervenção em Prevenção Universal ao uso de drogas para Pais de


alunos do Ensino Fundamental II (entre 11 e 14 anos de idade, correspondentes as 5as à 8as.
Séries) de Escolas Públicas da Cidade de São Paulo com objetivos de prevenir e retardar o uso
de álcool e outras drogas por alunos de Escolas Públicas do Ensino Fundamental necessita de
uma força tarefa em vários âmbitos da esfera governamental municipal: a). Apresentação do
presente Projeto de Prevenção para o Prefeitura e a Secretaria da Educação do Município de
São Paulo. Propor dentro do Projeto de Prevenção, aprimoramento e atualização na grade
curricular do Ensino Fundamental II, com a introdução de conceitos que orientem o
desenvolvimento do raciocínio e pensamento critico nos alunos. b). Entendimentos e
cooperação com a Secretaria da Saúde do Município para que profissionais da saúde possam
colaborar com funções de Orientação/Informação/Workshop sobre saúde mental. c).
Participação da Secretaria da Segurança Pública como implementação de estratégias para
monitoramento dos arredores de todas as Escolas de Ensino Fundamental da Capital, e rondas
permanente, no sentido de garantir a segurança e o afastamento de elementos de riscos para
crianças que freqüentam a escola.

4.2.1 Objetivos de implementação

1. Estabelecimento de parcerias entre pais e escola, com a construção de diálogos


permanentes com a população, objetivando abertura para a participação da
Comunidade local na Escola.

2. Desenvolver o aprimoramento da grade curricular do Ensino Fundamental II, com


introdução de pensamentos críticos, pensamentos de alteridade, pensamentos
associativos em disciplinas normais da grade. Incluir disciplina tais como
23

Treinamento de Habilidades de Vida (Life Skill Trainning) adaptada para a faixa


etária correspondentes ao Ensino Fundamental II, com atividades interativas com
jogos, teatros, discussão de grupos etc.

3. Instituir Agenda de Compromisso Oficial da Escola para implementação de um


Programa de Prevenção ao uso de drogas; para tanto a Escola terá suporte, apoio,
material, treinamento, acompanhamento com supervisão em todas as etapas do
processo de Implementação dos Órgãos Oficiais envolvidos.

4. Montagem da Equipe de professores, assistentes, psicólogos e assistentes sociais,


com definição de funções para cada profissional no contexto do Programa.
Conhecimento do Programa de Prevenção, seus objetivos e metas para
operacionalização do processo. Prazo de 3 meses.

5. Treinamento dos profissionais que conduzirão o Programa (treinamento em


comunicação, liderança, gestão de comportamento de adolescente, habilidades de
dialogo, mediação de conflitos e conhecimentos sobre substâncias psicoativas,
transtornos por uso de substâncias e comportamentos associados. Prazo de 3
meses.

6. Prazo final: 6 meses de preparo para a implementação do Programa de Prevenção.

4.2.2 Fundamentos da Proposta

1. A Família é considerada um dos mais complexos fatores etiológicos para o uso de


substâncias psicoativas, pois pode se comportar tanto como fatores de risco para
uso de drogas, quanto como fatores de proteção para o seu uso. Dentre estes
fatores, há elementos desencadeadores de riscos, tais como: uso e permissividade
para o uso de substâncias pelos pais, comunicação e diálogo empobrecidos entre
pais e filhos, educação, limites, regras, normas inconsistentes, práticas
disciplinares severas, falta de supervisionamento do cotidiano escolar, de lazer
dos filhos; ausência de interesse dos pais pelos interesses dos filhos, ausência dos
pais nas refeições dos filhos, vínculos afetivos empobrecidos, alto nível de
conflito familiar, ausência de afeto, cobrança excessiva. Além disso, a falta de
conhecimento dos pais sobre a realidade das drogas, efeitos, conseqüências, e
direcionamento de orientação e informação, pode se constituir fatores de risco.
24

2. Alunos: Faixa etária do Ensino Fundamental II, entre 11 e 14 anos. Idade onde a
família tem papel central na vida da criança que está se tornando adolescente.
Idade que antecede a adolescência, considerada um período de desenvolvimento
físico, emocional e de mudanças e maturação do cérebro. É também um período
de impulsividade e busca de aventuras e de potenciais comportamentos de risco
como sexo sem proteção, uso de tabaco e álcool e outras drogas. Dessa forma,
entende-se que na idade de 11 a 14 anos, a família, a escola e o professor ainda
tem grande influência, constituindo a Escola um lugar privilegiado para realizar
uma integração de forças para proteger crianças de 11 a 14 anos do uso de álcool,
tabaco e outras drogas, bem como o bem estar da criança e família. Faixa etária
ideal para ser submetido a Programas de Prevenção ao uso de Drogas.

4.2.3 As técnicas cognitivo-comportamentais na proposta de programa de prevenção


voltado a pais de alunos em Ensino Fundamental II

Fundamentalmente utiliza-se das Técnicas da Teoria Cognitivo Comportamental tais


como:

1. Psicoeducação - um dos fundamentos da Teoria Cognitiva-Comportamental é o


seu aspecto educativo, visa ensinar, informar, identificar, avaliar e responder.
Dessa forma, a psicoeducação é uma técnica amplamente utilizada para fins
educativos (LARANJEIRA et al, 2010, ZANELATTO et al 2011) em tópicos tais
como: drogas, uso e abuso, critérios de dependência, comportamentos associados
ao uso, comorbidades associadas, comportamentos de riscos, educação sexual,
identificação dos fatores de risco e fatores de proteção etc.

2. Resolução de problemas: orientação para metas e foco em problemas enfatizando


o presente (ZANELATTO e LARANJEIRA, 2011). A presente Proposta de
Prevenção foi estudada e construída em função de metas e objetivos como a
prevenção e o retardamento do uso de substâncias para a população de alunos do
Ensino Fundamental II, e para tanto, ações educativas devem ser implementadas
pela família como o reconhecimento de possíveis problemas e situações
problemas, manejo de conflito dentro da família (uso de internet, ambiente da
vizinhança, baladas, bebidas, drogas, sexo desprotegido, disciplina);
25

3. Treinamento de Habilidades Sociais ou Treinamento de Habilidades de Vida (Life


Skill Training): Déficits em habilidades sociais submetem pessoas e crianças a
problemas e riscos. Habilidades sociais referem-se a repertório de
comportamentos e atitudes que um indivíduo possui para lidar com as demandas
das circunstancias e situações interpessoais (DEL PRETTE e DEL PRETTE,
2006). A Proposta do Programa é possibilitar as famílias e as crianças a
exercitarem a assertividade, a comunicação, receber e ouvir criticas, saber ouvir,
reconhecer sentimentos, desenvolver empatia.

4. Um dos pilares da Teoria Cognitivo – Comportamental é a aliança sólida, com


cordialidade, empatia, atenção, respeito genuíno e competência que deve existir
na relação entre o profissional (professor) e a família do aluno. O profissional
deve enfatizar a colaboração e a participação ativa entre ambas as partes no
Programa de Prevenção para os alunos (filhos) e Professores e outros profissionais
envolvidos.

5. Utilização de técnicas interativas, jogos, discussão em grupos, atividades lúdicas,


role-play.

4.2.4 Objetivos do Programa

O Programa tem como objetivos: atividades tanto com pais, com os alunos e também
atividades em conjunto entre esses.

ATIVIDADES COM OS PAIS:

1. Dotar os pais de alunos de idades entre 11 e 14 anos de habilidades e capacidades


para identificar fator de proteção familiar e reforçar estes fatores, gerenciar
comportamentos da família como um todo;

2. Dotar os pais de alunos de informações e orientações quanto a: a) características


dos estágios de desenvolvimento maturacional, orgânico, psicológico e sexual dos
seus filhos; b) orientações simplificadas sobre drogas, tipos de drogas, uso, efeito,
as consequências do uso, instalação da dependência química e sua cronicidade.
26

3. Realizar Treinamentos de Habilidades de Vida com os pais: comunicação,


resolução de problemas, decisão, pensamento critico, de fazer e ouvir criticas,
empatia, desenvolver relacionamentos, manejo de estresse e emoções, construção
da auto estima, assertividade.

ATIVIDADES COM OS FILHOS:

1. Fortalecimento da capacidade emocional: reconhecimento e nomear suas próprias


emoções e de outras pessoas; expressar suas próprias emoções de forma
apropriada; manejar e controlar seus comportamento em situações difíceis; sentir
e mostrar empatia; receber feedback de outros sobre suas emoções, reações e
comportamentos.

2. Ajudá-lo a definir sonhos sobre o que deseja se tornar, o que deseja aprender e
alcançar; a reconhecer suas habilidades e conquistas e o que ele pode fazer bem e
se sentir bem por isso; manejar comentários negativos de outras pessoas,
principalmente sobre aparência, peso, altura etc.

3. Ajudá-lo a fazer o auto cuidado, sobre saúde, importância do asseio, exercícios e


alimentação saudável.

4. Ensiná-lo sobre os efeitos das substâncias no cérebro e as consequências físicas,


emocionais, no comportamento, nas habilidades cognitivas, na aparência, na
saúde, nos relacionamentos com famílias e amigos, desempenho na escola e
prejuízos no futuro.

5. Realizar Treinamento de Habilidades de Vida com as crianças.

4.2.5 Cronograma do Programa e Prevenção (anexo 4)

1. Um workshop com os pais, com toda Equipe do Programa, para acolhimento e


explicação do Programa, apresentação da Equipe, atividades de integração entre
todos e agendamento dos encontros;

2. Oito encontros, todos os Sábados consecutivos, com sessões de 1 h para pais e 1h


com as crianças. Depois pais e filhos se juntam e fazem atividades em conjunto
com sessões de 1:30h e ao termino a Escola oferece um lanche para todos.
27

3. Após o término, haverá mais duas sessões, uma para pais e outra para os filhos
fazerem as respectivas a avaliações críticas do Programa.

4. Após conclusão do Programa, a Escola convida pais que queiram participar


voluntariamente como Facilitadores do Programa, convidando outras famílias a
participarem do Programa.
28

5 DISCUSSÃO

A etiologia do uso problemático de qualquer substância psicoativa, seja lícita ou


ilícita, envolve fatores orgânicos, genéticos, temperamento e o ambiente social, cultural e
familiar (KUMPFER et al, 1998). As relações estabelecidas no interior da família exercem
papel central e pesquisas revelam que o manejo educativo competente, com afetividade e
limites são poderosos fatores de proteção para diferentes comportamentos de riscos, inclusive
uso de drogas na infância e adolescência (KUMPFER, et al, 1998). Não obstante, na
adolescência, a influência de amigos é forte indicador para o inicio do uso de substâncias e
um ambiente familiar protetor, de segurança, de diálogos e afetos, são as razões fundamentais
para o não engajamento dos jovens em comportamentos de riscos e uso de substâncias
(UNODC, 2009).

Dessa forma, é de consenso da literatura de prevenção ao uso de drogas adotar


estratégias específicas para populações alvo, com características específicas de idade,
vulnerabilidades, locais (STOCKWELL, et al 2005). Assim, os Programas de Prevenção são
classificados em Prevenção Universal, que são dirigidos à população em geral, oferecendo
programas e mensagens com objetivos de prevenir ou retardar no presente caso, o uso de
drogas da sua população alvo e apresentar ou não o sintoma. Prevenção Seletiva é destinada a
subgrupos da população em geral, de maior risco e previamente selecionados segundo sua
vulnerabilidade. Programa de Prevenção Indicada é focado em indivíduos que apresentam
indícios de problemas, no caso com drogas. Os Programas de Prevenção também atuam em
diferentes domínios, ou seja, em diferentes aspectos da vida do indivíduo: relacionamentos
interpessoais, sociais, comunitários, diferentes ambientes, entre eles o familiar, escolar,
comunitário e profissional. Os estudos em prevenção, indicam que as pesquisas atuais têm
orientado Programas que contemplem os vários domínios do indivíduo, principalmente no que
se refere ao uso de álcool e drogas, cuja etiologia é multifatorial (CAMPOS; FIGLIE, 2010).

No presente estudo foram focalizados Programas de Prevenção Universal, em escolas,


cujas famílias tem adolescentes cursando o Ensino Fundamental II, correspondendo as idades
entre 11 a 14 anos, da 5a a 8a série.

Segundo KUMPFER (2000), escolas e professores estão sobrecarregados com


desafios que inexistiam no passado. Escolas sozinhas não conseguem suportar a carga e os
problemas relativos à violência, comportamentos agressivos e às consequências do uso de
29

substâncias, para além dos desafios da própria responsabilidade enquanto Instituição de


Ensino e de Educação. O mesmo ocorre com as famílias, sozinhas, com novas conformações
familiares tais como a monoparentalidade ou avós que criam netos, sem assistência e
direcionamento, se veem às voltas com os riscos de envolvimento de seus filhos, netos etc.
com o uso de drogas. Assim, escolas e famílias necessitam de ajuda e assistência para
trabalharem juntas desenvolvendo e coordenando projetos e estratégias para protegerem suas
crianças e adolescentes.

Os oito estudos escolhidos neste trabalho para discussão apresentam objetivos comuns
que é dotar famílias, crianças e adolescentes de habilidades diversas para um relacionamento
adaptativo e seguro para seguir o curso do desenvolvimento pessoal e escolar, retardando ou
evitando o uso de drogas lícitas ou ilícitas para população em fase escolar.

Nesses programas uma vasta metodologia é utilizada para alcançar tais objetivos
acima citados, fundamentadas em Terapia Cognitivo Comportamental, que tem como
característica o enfoque em metas e em problemas; tem sentido didático ensinando pessoas
para avaliar pensamentos, idéias, sentimentos e orientar mudanças de comportamentos utiliza-
se as técnicas das habilidades sociais e de psicoeducação. Apresentam diferenças na
metodologia de implementação e semelhanças nos tópicos abordados, fundamentalmente no
Treinamento de Habilidades Diversas tanto para pais e filhos, quanto orientação e promoção
de eficiente manejo educacional para os pais em relação aos filhos.

A avaliação do Programa Family Check Up baseado na Entrevista Motivacional de


Miller e Rolnick (20010), de apenas 3 encontros com a família, parece ter número de
encontros insuficientes para uma prevenção do tamanho dos desafios dos problemas
brasileiros em relação às drogas.

O Programa Family Matters apesar da sua efetividade relatada em artigos, não atende
aos objetivos deste presente estudo, entretanto, poderia ser avaliado como útil, para atingir
população de famílias que não conseguem atender a um Programa implementado em escolas,
devido à jornada de trabalho.

Os Programas: Guiding Good Choice, Family and School Together, e Classroon


Centered-Family School Partnership, são programas que também poderiam ser
implementadas em Escolas Brasileiras. O Programa Classroon Centered-Family School
Partnership pode ser considerado um Programa bastante viável de implementação em Escolas
30

Brasileiras, no sentido de reforçar o senso da comunidade próxima das escolas. Segundo


Pesquisa da Saúde do Escolar, 20,4% das Escolas Públicas estão situadas em áreas de risco e
violência, são dados de relevância para orientar políticas públicas em conjunto com
Programas de prevenção destinadas ao fortalecimento dos Fatores de proteção e de
Valorização da Comunidade e da Escola local.

O Programa Strengthening Families Program (crianças de 10-14 anos) é o Programa


de Prevenção com grande possibilidade de adaptação para Escolas de Ensino Fundamental II
da cidade de São Paulo, por várias razões: por ser um programa de Intervenção Universal para
população geral; por estar de acordo com as idades da população alvo deste estudo entre 11 e
14 anos de idade. A importância de se pensar em Programas de Prevenção para esta faixa
etária, que é imediatamente anterior à idade onde há altas taxas de prevalências de
comportamentos delinqüentes, uso de substancias e inicio das atividades sexuais sem proteção
(RIESCH et al 2011). Para a criança e o pré adolescente entre 11 e 14 anos a família continua
sendo central nas suas relações e também a idade ideal, isto é, na transição para o Ensino
Médio, ser submetido às técnicas de prevenção universal para retardar o uso de substancias
(RIESCH et al 2011). O Programa também permite flexibilidade fazendo modificações de
acordo com a cultura e valores do local a ser implementado, e por contemplar em seu
Programa, o ensino de técnicas em vários domínios da vida da família, da criança, e da
familia e criança juntos. Parece ser um dos Programas mais submetidos a avaliações nos
EUA, Austrália e países da Europa, e ainda não avaliado para implementação no Brasil. O
programa é implementado em Portugal e está disponível na versão em Português. São
necessário 5 lideres treinados, sendo dois para grupo de crianças e dois para grupo de pais, e
um coordenador. O Programa tem preferência por lideres com empatia cultural de cada local
de implementação. Nenhuma qualificação acadêmica é necessária, mas experiência em
trabalhos com grupos é recomendável. Devido à alta exigência dos detentores dos direitos do
Programa, muitas agencias de implementação, tem recrutado psicólogos, assistentes sociais e
voluntários entre professores e lideranças comunitárias. O modelo do é idealizado para
reduzir os fatores de risco e de capacidade de construir habilidades de enfrentamento e acessar
e utilizar os recursos da escola e da comunidade para atingir metas de socialização da criança
(RIESCH et al, 2011). Apesar de ser um programa universal desenvolvido para famílias de
todas as classes econômica e social, seja em região urbana ou rural, possivelmente este
programa desenvolvido nos EUA pode possuir limitações na compreensão das famílias
brasileiras, necessitando de modificações e adaptações.
31

Segundo Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (2012), com amostra representativa


do conjunto das escolas do Brasil que possuem 15 ou mais alunos matriculados no ensino
Fundamental em turmas regulares, entrevistou 109.104 escolares do 9o ano, antiga 8a. Série.
Em 2.942 escolas, aponta que a escolaridade dos pais, principalmente da mãe é considerada
importante fator de proteção para saúde da criança e do adolescente e é uma importante
indicador das condições socioeconômica. Na Região Sudeste, considerada uma das mais
desenvolvida do país, 28,1% das mães e 26, 9% dos pais não possuem qualquer grau de
ensino ou somente o Ensino Fundamental Incompleto. Além disso, a pesquisa aponta outra
dificuldade na mesma Região: 31,5% das crianças moram apenas com a mãe. Essa Pesquisa
também aponta que 19,6% dos escolares já experimentaram tabaco e a população com 15
anos que já experimentaram tabaco antes dos 13 anos foi de 15,4%. Com relação ao álcool,
66,6% já haviam experimentado bebida alcoólica. O percentual do escolar do sexo feminino
teve uma taxa de 51,7% e meninos 48,7% e 21,8% deles já sofreram episódios de embriagues
na vida. Nas capitais, o percentual de escolares com episódios de embriagues foi de 24,3% em
2012 e maior em relação ao senso anterior de 2009 que foi de 22,1%. Com relação às drogas
ilícitas: maconha, cocaína, crack, cola, loló, lança perfume e ecstasy, 7,3% já usaram, sendo
8,3% escolares do sexo masculino e 6,4%do sexo feminino. Em Escolas Públicas a taxa foi de
7,5% e em Particular, 6,5%. Em razão da possibilidade de adaptação cultural, étnica e da
característica da população alvo sugerem-se sessões extras de informações, orientações e um
Programa de Psicoeducação sobre drogas, tipos, efeitos e comportamentos.

A pesquisa acima aponta aumento das taxas de consumo de drogas nas Capitais em
comparação com o senso anterior: em 2009 o consumo era de 8,7% e em 2012 de 9,9%; em
2009 taxa de escolares do sexo masculino usuários era de 10,6% e do sexo feminino de 6,9%
e em 2012, escolares do sexo masculino que consumiram drogas ilícitas era de 10,7% e do
sexo feminino, 9,2%, um aumento de 2.3% para o consumo das meninas, confirmando
tendências de outros Levantamentos Nacionais, caracterizando-se um dado bastante
preocupante.

Além disso, a referida pesquisa também apontou um importante fator de risco: a falta
às aulas sem o conhecimento dos pais. No âmbito nacional, 28% dos escolares do sexo
masculinos faltam às aulas e 23,8% das escolares meninas e 28,2% acontecem em Escolas
Públicas e 14,4% em Escolas Particulares. Na Região Sudeste 30% dos escolares faltam às
aulas sem o conhecimento dos pais. Dessa forma sugere-se a inclusão de tópicos como a falta
às aulas para uma reflexão em conjunto escola e pais mediados pelo Programa.
32

A implementação de Projetos desta natureza e importância, exige uma força tarefa de


Grupos de Profissionais Especializados na área de Dependência Química da Educação e
medidas de Políticas Públicas para orientar Programas de Prevenção de uso de substancias em
Escolas de Ensino Fundamental e o devido aporte financeiro. Um investimento necessário,
pois estudos americanos revelam que a cada dólar gasto em prevenção, 10 dólares, no mínimo
poderá ser economizado no futuro, com custos em Saúde Pública e no âmbito da Justiça
(UNODC, 2013). Segundo estatística do Global Burden of Disease (GBD) da OMS (WHO,
2010), o uso problemático de álcool e drogas nas Américas é responsável por perda de cerca
de 18 DALY’S1 (a cada mil habitantes), por morte prematura e por perda de vida saudável e
produtiva.

1
DALY – Disability-adjusted life years, cálculo estatístico da soma dos anos de vida saudável perdido devido
à doença, incapacidade e morte precoce na população (WHO 2010)
33

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

As Pesquisas e Levantamentos populacionais evidenciarem aumento das taxas de


prevalência do uso de drogas licitas e ilícitas, em idades cada vez mais precoces e tendência
de aumento nas taxas de uso de drogas principalmente entre escolares do sexo feminino.

Sabe-se através das pesquisas que já se conhecem fatores de riscos e fatores de


proteção de crianças e adolescentes para o uso de drogas. Além disso, sabe-se que famílias
estão desassistidas e desorientadas quanto às informações e orientações sobre drogas no geral
e comportamentos decorrentes do seu uso. Apesar de todas estas constatações, no Brasil não
existe um conjunto de medidas, em termos de Políticas Publicas, que orientem Programas de
Prevenção ao Uso de Drogas para crianças e adolescentes.

O Programa Strengthening Familie Program (mais adaptável à realidade brasileira)


levantado neste estudo, assim como qualquer outro, necessita de um amplo Projeto de
Implementação em várias fases: a idealização de um Projeto de Prevenção, parcerias e apoio
com Autoridades Governamentais, inspiração em Programas existentes e de boa eficácia,
incluindo uma adaptação à cultura brasileira, à língua portuguesa, treinamento de
profissionais, bem como avaliação acurada em testagem piloto para avaliação, follow up e
posterior implementação.

Programas de prevenção: Uma necessidade urgente para que “crianças sejam o futuro
de uma nação” de fato, ou seja, adultos com saúde mental no futuro do Brasil.
34

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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35

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39

ANEXOS

ANEXO 1 - Diagrama de busca de artigos

Primeira Busca
Bireme/Opas/
OMS- Pepsic

Pe Psic Medline Lilacs Pubmed Cochrane


4 23 23 178 2

Nenhum Artigo
Brasileiro 4 Artigos
40

Segunda Busca

UNODC Nida
24 Programas 23 Programas

3 1
41

ANEXO 2 – Diagrama de busca de artigos

UNODC: Referem-se à cinco Programas de Prevenção (e não cinco artigos)

Primeira e Segunda
Buscas

Primeira Busca
UNODC NIDA
4 Artigos
3 Programas 1 Programa
4 Programas
42

ANEXO 3 – Resumo dos programas escolhidos

Programas Prevenção ao uso Drogas Características Duração Material Suporte

1.Family Chek-up Prevenção seletiva: crianças e famílias em situação de 3 encontros livros/videos Facilitador
risco, viável em contexto de escola
4.KAT Programa Universal: para álcool com crianças de 9 a Vídeo/atividades Professor facilitador
11 anos de idade.
Série de 4 booklet
A cada 13 dias
com materiais Supervisão telefônica de
3. Family Matter Prevenção Universal: Álcool/Tabaco, de 12 a apos o envio do
14 anos implementada pela família em casa. preventidos de Educador em Saúde.
material=79 dias
drogas

4. Brief Strategic Family Therapy Prevenção indicada para famílias com filhos já com 8 a 12 semanas Terapeuta
uso de drogas e comportamentos delinquentes
5. Strengthening Program for Parent and
Prevenção Universal: familia em escola 14 sessões Vídeo/atividades 2 Professor facilitador e 1
youth Coordenador

Prevenção Universal formalmente conhecido como


Vídeo/ atividade
6. Guiding Good Choices Preparing for Drug Free Years (pais de crianças de 9 a 5 ou 10 sessões Workshop Leader
2 ou 1 h. interativa
14 anos de idade.

7. Family and School Together Prevenção Universal: grupos de familias 8 sessões

8. Classroon Centered Family School


2 Lideres
Partnership
43

ANEXO 4 – Proposta de Programa de Prevenção para familiares de alunos do ensino fundamental com Técnica da
Teoria Cognitiva – Comportamental
SESSÃO ATIVIDADES
Reunião com a família/workshop – Bem Vindos ; de
acolhimento e explicação do Programa e seus objetivos,
Reunião com os filhos (jogos e
necessidade de parcerias com a família. Objetivo a medio Reunião conjunta (atividades )
explicação do Programa
prazo, formar Liderança entre os pais para multiplicar o
Programa.

SESSÃO SESSÃO COM PAIS SESSÃO COM FILHOS SESSÃO COM FAMILIA
1.Ajudar familia construir relacionamentos
1.Identificar estresse e problemas com o filho. 1. Se familiarizar (se associar);
positivos;
2. Refletir sobre virtudes que desejam nos seus filhos 2. Faça regras gerais;
01. 3. Aprender valores do manejo afetuoso e dos limites; 3. Pense e visualize sonhos.
2.Oferecer suporte às metas e sonhos dos
filhos.
4. Aprender incentivar metas e sonhos dos filhos.

1. Reconhecer suas proparias frustrações e


dificuldades, como a dos pais;
1. Ajudar pais compreender mudanças nos filhos adolescentes
2. Compreender que situações de estresse 1. Ajudar famílias identificar seus pontos fortes;
02. 2. Compreensão das necessidades de regras;
podem ocasionar atitudes de falas; 2. Expressar apreciação.
3. Aprender a relembra-los sobre regras sem criticá-los.
3. Apreciar coisas que os pais fazem.

1. Compreender o valor dos encontros da


1. Identificar situação que causa estresse; familia;
1. Notas bons comportamentos e elogiá-los
2. Identificar sintomas de estresse; 2. Aprender conduzir encontros familiares;
2. Usar recompensas para ensinar bons comportamentos;
03. 3. Aprender maneiras saudáveis de 3. Trabalhar com carteira de pontos de
3. Use sistema de pontos para ensinar bons comportamentos
enfrentamento. recompensas e privilégios;
4. Construir relacionamentos positivos.
4. Planos de atividades divertidas.

1. Compreender a importância de se manter em calma e respeito; 1.Aprender que todos tem regras e
1.Ajudar família ver conexões entre os valores
2. Aprender a usar pequenas penalidades ou pequenos problemas; responsabilidades (filhos e pais);
04. da familia e suas atividades e decisões;
3. Aprender a salvar grandes conseqüências para grandes 2. Aprender que as coisas andam melhores
2. Identificar os próprios valores familiares.
problemas; quando todos seguem as regras.
44

1. Aprender os prejuízos do álcool e


1. Compreender o valor da boa escuta;
drogas; 1.Aprender habilidades de escuta;
05. 2. Aprender a escutar sentimentos;
2. Aprender assertividade para resistir 2. Solucionar problemas em conjunto.
3. Compreender as bases do mau comportamento;
pressão de amigos para uso;
1. Ajudar famílias dialogar sobre evitação de
uso e abuso de álcool e drogas.
1.Proteger filhos de álcool e drogas;
1.Aprender habilidades adicionais para 2. Dialogo sobre problemas de comportamento;
2. Aprender interagir com a escola do filho;
06 resistir pressão de amigos. 3. Estabelecer expectativas claras p/ filhos.
3. Monitorar os filhos;
2.Aprender como são os bons amigos

1. Revisão dos conteúdos;


1. Compreender necessidades especificas que familia 1. Aprender a servir o outro;
2. Expressar apreciação;
07 pode ter; 2. Interagir com adolescentes mais velhos
3. Cerimônia de Graduação
2. Como ajudar outros acessar suporte e ajuda. que tenham como modelo

1. Aprender novas formas de enfrentamento, manejo de raiva,


1. Reconhecer e nomear suas próprias
2. Reconhecer boas qualidades enquanto pais e construir novas 1. Ajudar na construção de estruturação do
emoções e a de outras pessoas;
08 formas de relacionamentos com filhos e com outras pessoas; cotidiano (refeições juntos, horários, lazer e
2. Expressar suas emoções
3. Praticar a cooperação com a escola e outros Equipamentos disciplina)
apropriadamente
Sociais e Comunitários.
Atividades de encerramento:
Avaliação e traças novos objetivos
Fonte: Riesch SK et al 2011
UNODC 2009
45

TERMO DE RESPONSABILIDADE AUTORAL

Eu, Helena Miyaco Takeyama Sakiyama afirmo que o presente trabalho e suas

devidas partes são de minha autoria e que fui devidamente informado da responsabilidade

autoral sobre seu conteúdo.

Responsabilizo-me pela monografia apresentada como Trabalho de Conclusão de

Curso de Especialização em Terapia Cognitivo Comportamental, sob o título “Prevenção ao

uso de drogas com Técnicas da Terapia Cognitivo e Comportamental para pais de

alunos de Escolas Públicas de Ensino Fundamental II ”, isentando, mediante o presente

termo, o Centro de Estudos em Terapia Cognitivo-Comportamental (CETCC), meu orientador

e coorientador de quaisquer ônus consequentes de ações atentatórias à "Propriedade

Intelectual", por mim praticadas, assumindo, assim, as responsabilidades civis e criminais

decorrentes das ações realizadas para a confecção da monografia.

São Paulo, __________de ___________________de______.

_______________________

Assinatura do (a) Aluno (a)

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