INGENIUM LIBERALE (Terencio) para indicar um caráter livre, do homem independente e livre
VIR LIBERALIS
Ao que tudo indica o uso do adjetivo liberal, com escpos políticos, começou na Espanha nas
famosas Cortes de Cádiz em oposição aos partidários da monarquia absolutista, qualificados
com evidente desprezo, de servis. Teria a seguir se espalhado por toda a Europa, então
sumetida aos percalços da revolução liberal. (PABLO LUCAS VERDÚ – CURSO DE DERECHO
POLÍTICO, VOL I, MADRID, 1976, P. 221
A verdade é que já a partir do século XVI as ideias individualistas e capitalistas começam a abrir
caminho na Europa e a transformar a estrutura social, econômica e jurídica do mundo
ocidental. A Escola do Direito Natural Profano ou Clássica, como expressão do liberalismo e
capitalismo ascendentes, serviu para transmitir a influência daquelas ideias ao direito.
O individualismo entende que o homem é possuidor por si mesmo de certos direito subjetivos,
os quais por isto se denominam direitos naturais. Nasce livre, com o direito de desenvolver-se
em todos os seus aspectos e de se fazer dono do resultado de sua atividade produtiva. Para
assegurar-se o respeito aos direitos de cada indivíduo se faz necessária uma limitação dos
direitos dos demais.
O Estado, assinala Eduardo Novoa Monreal, não tem outro fim se não proteger e sancionar os
direitos individuais de cada um; para o propósito lhe basta formular o Direito, assegurar a
administração da justiça, organizar uma política eficiente que conservasse a ordem nas vias
públicas e responder às boas relações internacionais e a segurança externa do Estado. Não lhe
é permitido ter ingerência na livre iniciativa dos homens, salvo se estas venham a causar dano
a outro ou atentem contra a segurança pública. [EDUARDO NOVOA MONREAL – EL DERECHO
COMO OBSTÁCULO AL CAMBIO SOCIAL. MEXIMO, 1977, pp. 110-111]
O individualismo liberal dos séculos XVIII e XIX, para Recaséns Siches, é uma concepção e um
sistema personalista, que além de ter em comum com a ideia liberal em geral a afirmação das
franquias fundamentais do indivíduo, considera que a melhor maneira de servir ao fim
humanista consiste em deixar em plena espontaneidade e livre jogo as liberdades dos homens
em todas as ordens, e restringir a função do Direito e do Estadod à arantia destas liberdades,
mediante a administração de justiça que vele por elas e a defesa material interior e exterior,
sem intervir para nada na realização dos fins humanos concretos de bem-estar. [LUIs
RECASÉNS SICHES – TRATADO GENERAL DE FILOSOSFIA DEL DERECHO. MÉXIMO, 1975, p. 513.]
Assim, acredita o individualismo liberal que o Estado servirá tanto melhor à personalidade
humana quanto seja o volume de livre atividade que a permita, restringindo-se a assegurar a
liberdade individual através de uma eficiente proteção. E imagina que o espontâneo jogo das
atividades privadas seja a melhor fonte de solidariedade social.
Em termos históricos, o Estado Liberal vem a ser o marco do Estado de Direito, com ‘’império
da lei’’.
A institucionalização do Estado de Direito de modo coerente, pela primeira vez e com um certo
caráter geral, ocorreu depois da Revolução Francesa, nos Estados liberais do século passado,
fundados precisamente na doutrina do ‘’império da lei’’.
A concepção lockeana sustenta que caberia ao Estado as funções de oferecer tutela a esses
direitos, nos quais encontraria, por sua vez, o limite de sua ingestão na vida social. Os direitos
individuais, reconhecidos constitucionalmente, como manifestação do Direito Natural, fariam
emergir, no concerto jurídico, a superioridade dos indivíduos sobre o Estado, tendo como
corolários os direitos à vida, à liverdade e à propriedade.
O livre jogo das atividades dos indivíduos permitirá o surgimento de uma sociedade mais
adiantada, mais própspera em seus componentes e, portanto, em seu conjunto. Como
elementos decisivos para o progresso humano, consagrou-se a liberdade de contratar e a
autonomia da vontade. (pg. 29)
Nesse sentido é a análide de Kelsen, para quem o Estado é um ‘’mal necessário’’, mas sendo
imprescindível, o seu âmbito de ação deve ser reduzido ao mínimo: defesa da segurança
exterior, proteção à vida e à propriedade dos membros do Estado, no interior; porém nada de
fomentar o bem-estar dos cidadãos e, especialmente, nada de intervenção estatal na vida
econômica e na cultura espiritual, pois uma e outra não florescem senão com o livre jogo das
forças sociais. [HANS KELSEN, Teoria General del Estado, México, 1979, p. 41]
‘’(...) o advento do regime liberal vai imprlicar o rompimento com uma ordem socoail
proveniente da Idade Média, uma ordem econômica que já se revelava inadequada.’’ (pg. 31)
As consequências, como era de esperar, impuseram transformações radicais no contexto
sócio-econômico. A utilidade substitui como medida dos valores a tradição, a igualdade se
opõe a uma ordem social complexa, a liberdade será a responsável pela quebra do equilíbrio
de um mundo econômico sustentado por vínculos e privilégios particulares. (pg. 31)
DAR UMA OLHADA EWM ‘’COMENTÁRIO A CONSTITUIÇÃO DE 1946. Vol. IV, Rio de Janiero,
1947, p. 11’’ PONTES DE MIRANDA.
ARTIGO DO MISES
Detém detêm
O liberalismo, surgido com roupagem política pela primeira vez