Viseu, 15-03-2018
4º
No território nacional português, são de entender como aplicáveis INSTRUMENTOS
JURÍDICOS INTERNACIONAIS, a saber:
a) A Convenção para a Proteção dos Direitos do Homem e das Liberdades
Fundamentais, segundo a qual a proteção da vida privada é assegurada pelo
artigo 8.º, em que aqueles dados se podem enquadrar.
b) E principalmente a Convenção n.º 108/1981, do Conselho da Europa para a
Proteção das Pessoas relativamente ao Tratamento Automatizado de Dados de
Carácter Pessoal, aprovada pelo Decreto do Presidente da República n.º 21/93, de
9/7, e aprovada para ratificação, pela Resolução da Assembleia da República n.º
23/93, da mesma data, publicados no D. R. de 20/8, desse ano, cujo âmbito se
aplica também as atividade de controlo, nos termos do seu artigo 3.º n.º 1.
c) Ora, as atividades de videovigilância que envolvam o tratamento de dados pessoais
entram no âmbito de aplicação desta, sendo que as imagens são consideradas
dados pessoais, se derem informações sobre um indivíduo tornando-o identificável,
ainda que indiretamente.
d) Assim, é certo que as operações de tratamento realizadas para os fins de controlo
de infrações podem estar sujeitas, a salvaguardas em conformidade com o artigo
9.º da Convenção n.º 108/1981.
5º
Parece que, não resultando elementos que permitam concluir que a recolha de imagens
que serviu para a deteção de infrações estradais tivesse respeitado os requisitos fixados no
artigo 8.º da Convenção para a Proteção dos Direitos do Homem e das Liberdades
Fundamentais e principalmente no artigo 5.º da Convenção n.º 108/1981, do Conselho da
Europa para a Proteção das Pessoas relativamente ao Tratamento Automatizado de Dados
6º
Pelo exposto, vem o arguido requer a Vossa Excelência se digne mandar pôr
termo ao referido processo de contra ordenação, uma vez que se encontra com
ilicitude, ficando a aguardar o seu arquivamento, sem qualquer procedimento
sancionatório.
Pede Deferimento
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