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Como funciona a Polícia Civil

Autor:
Fátima Souza

Quando acontece um crime, a Polícia Civil entra em ação para tentar


descobrir quem foi o autor do delito. É um trabalho complexo, feito por uma
equipe encarregada de desvendar o crime. São responsáveis pela investigação
do caso. No Brasil há cerca de 150 mil policiais civis, que trabalham sem
uniforme, com roupas comuns, “à paisana” como se costuma dizer.
Algumas equipes especializadas usam uniforme como roupas pretas, com
inscrições amarelas em seus coletes. É o caso do GOE (Grupo de Operações
Especiais) em São Paulo. A maioria das viaturas da Polícia Civil (PC) são
caracterizadas, ou seja, nelas estão escritas as divisões a que o veículo
pertence.
A Polícia Civil investiga todos os tipos de crimes, como roubos, assaltos,
assassinatos, seqüestros... Só não investiga os crimes cometidos por policiais
militares que são investigados e julgados por um órgão da própria PM. E os
ditos crimes federais como grilagem de terra, tráfico de drogas internacional
que são destinados à Polícia Federal.

De qualquer modo, há muito trabalho para eles em todo o país, em especial


nas grandes cidades onde o número de crimes é cada vez maior. Para se ter
uma idéia, só em São Paulo, nos primeiros seis meses de 2008, foram
registrados 517 mil boletins de ocorrências, só de crimes contra o
patrimônio (assaltos e roubos a bancos, residências, empresas e pessoas), ou
seja, mais de meio milhão de ocorrências e a Polícia Civil tem que investigar
cada uma delas na tentativa de encontrar os bandidos e esclarecer os crimes.
Quando um crime acontece a Policia Civil reúne uma equipe e começa os
trabalhos, que já são iniciados no local onde o fato ocorreu. É aberto
um inquérito policial, onde todas as informações obtidas a respeito do crime
serão registradas como as declarações de testemunhas e suspeitos (chamadas
tecnicamente de “oitivas”), fotos do local do crime e exames periciais.
Também fazem parte do inquérito policial, se houver, armas apreendidas com
suspeitos. Uma equipe completa da Polícia Civil é composta por delegado,
escrivão, investigadores, médicos legistas, peritos criminais, papiloscopista e
fotógrafo técnico-pericial.
Entre as atribuições da Polícia Civil estão:
 exercer as funções de Polícia Judiciária.
 apuração de infrações penais.
 determinar a realização de exames periciais.
 fazer diligências.
 conseguir provas.
 fornecer informações para a instrução processual.
 organizar, executar e manter serviços de registros, cadastro, controle e
fiscalização de armas, munições e explosivos.
 expedir licença para aquisição e porte de arma.
 expedir a carteira de identidade (Registro Geral ou simplesmente RG)
Como os criminosos se especializaram em diferentes tipos de crime, a Polícia
Civil, para combatê-los, também criou “departamentos” especiais, com policiais
especializados em determinados tipos de crime.
O telefone 197 é o que liga o cidadão à Polícia Civil.

A história da Polícia Civil no Brasil começou em 1530, mais precisamente em


20 de novembro, quando ainda éramosBrasil Colônia, e, para manter a
ordem pública na terra conquistada, os representantes portugueses que vieram
para cá determinaram que um grupo de homens fizesse a segurança em
cidades, vilas e áreas rurais. Eram homens escolhidos entre a população civil.
A partir do ano de 1600, foi criado os cargos de alcaides (oficiais de justiça) e
de quadrilheiro, que tinham a responsabilidade de prender os “malfeitores”.
Para manter a ordem cada “quadrilheiro” tinha sob seu comando vinte homens.
Havia também o cargo de capitães-do-mato, que eram especializados na
captura de escravos fugitivos.
Em 1760, Dom João 1º, rei de Portugal, criou o cargo de Intendente Geral de
Polícia da Corte e do Reino que tinha poderes ilimitados, tendo jurisdição
inclusive no Brasil. O intendente tinha auxiliares, os delegados e subdelegados.
Na verdade, era uma polícia desorganizada, já que os governantes do Brasil
Colonial eram quem exerciam o poder executivo, legislativo e judiciário e, é
claro, o pleno poder de policia. Só em 1808, com a chegada do príncipe-
regente Dom João 6º ao Brasil é que a história começou a mudar. Em 10 de
Maio de 1808, ele criou o cargo de Intendente Geral de Polícia da Corte e do
Estado do Brasil, e nomeou para exercer a função, o desembargador Paulo
Fernandes Ferreira Viana.
A função da nova intendência – que seguiu o mesmo modelo adotado pela
polícia de Lisboa – era a de fazer a segurança pessoal da família real e
também cuidar da segurança coletiva, o que incluía fazer policiamento nas
ruas, investigar crimes e capturar criminosos. Ao intendente geral competia
decidir o que era crime, determinar a prisão ou a liberdade de alguém, levar a
julgamento, condenar e ainda supervisionar o cumprimento da pena. Assim,
estava criada a Polícia Civil do Brasil.
O que Dom João 6º queria, além de montar uma polícia eficiente para
combater crimes comuns, era também se precaver contra espiões e
agitadores franceses. Queria um corpo policial também político que trouxesse
à Corte informações sobre o comportamento do povo e impedisse que os
brasileiros fossem “contaminados” pelas idéias liberais que a revolução
francesa espalhava pelo mundo. Nascia também, portanto, o “serviço de
inteligência” da Polícia brasileira.
Em 1953, a Polícia Civil passou por uma reorganização, e foi assinada a Lei
719/53, que criou lei específica da Polícia Civil, organizando-a em carreira e
determinando os serviços de sua competência.
Curiosidades sobre a Polícia Civil

 Polícia é um vocábulo de origem grega, “politeia”, e derivou para o latim


“politia”, ambos com o mesmo significado: forma de governo,
administração, governo de uma cidade.
 Em 1842, tanto os prédios das chefias de polícia quanto os das
delegacias eram pintados de branco com janelas, portas e detalhes
em preto. A idéia é que fossem identificados com facilidade por qualquer
pessoa em qualquer lugar que estivesse na corte. Até hoje, muitas
viaturas da Polícia Civil mantêm as cores branco e preto.
 Em 1871, um decreto-lei separou a Justiça e a Polícia, que eram da
mesma organização, trazendo inovações que continuam até hoje, como
o inquérito policial, criado naquele ano.
 Com o crescimento das grandes cidades e a instauração da República,
os policiais deixaram de fazer rondas a pé e passaram a utilizar o
transporte animal e, a partir da década de 1930, veículos de propulsão
a motor.
 Em 1907, foi expedido o primeiro RG em São Paulo, a carteira de
identidade número 01, pelo IRGD.
 Em 1947, acontece a posse das duas primeiras investigadoras de
Polícia de São Paulo: Elsa Van Kamp e Floriza Velloso.
 No Livro “Manual Operacional da Polícia Civil”, feito pela Delegacia Geral
de Polícia, da Polícia Civil de São Paulo, há orientação para que policiais,
ao chegarem num local de assassinato, verifiquem se a vítima está
realmente morta. Está escrito, na página 146, do Manual: “A verificação
do óbito pode até parecer um fato simples... Existem casos reais em que
policiais civis não fizeram essa averiguação e somente quando os peritos
criminais chegaram ao local é que verificaram que a vítima ainda estava
viva”

Como dissemos, uma equipe de investigação deve ter, idealmente, diversos


profissionais. Saiba a função de cada um:

Delegado de Polícia - é o presidente do inquérito policial e é quem


coordena e supervisiona o trabalho dos demais membros da equipe, com os
quais deverá trocar idéias e informações, formulando hipóteses para o crime e
sua solução. Obrigatoriamente tem que ir ao local do crime, supervisionando o
trabalho dos peritos criminais e médicos legistas. Também tem que ouvir as
testemunhas e orientar os investigadores em suas ações.
Escrivão de Polícia - é o responsável pela documentação de toda a
investigação criminal, desde o registro inicial do crime até a remessa dos autos
ao Poder Judiciário. No local do crime deve auxiliar as autoridades nas
arrecadações e apreensões, anotando todos os dados e informações
importantes.
Investigador de Polícia - é, sem dúvida, um dos mais importantes membros
da equipe, já que estará presente desde o local do crime (onde deverá
observar a cena do crime em todos os detalhes) até o final do inquérito
policial, que determinará o culpado. A ele compete encontrar testemunhas,
buscar informações sobre a vítima e com quem ela se relacionava, e ficar
atento ao trabalho dos peritos para ter os detalhes de como o crime aconteceu,
definindo hora, tipo de arma usada, meios e modos empregados pelo autor do
crime.
Médico Legista - é um trabalho eminentemente técnico, feito em conjunto
com o perito criminal. Seu trabalho é utilizado no caso do crime ser um
assassinato ou estupro, por exemplo. No caso do assassinato, ele faz o exame
do cadáver, ainda no local do crime, onde avalia há quanto tempo a pessoa
morreu, as lesões no corpo e que tipo de arma ou objeto causou o ferimento
que levaram a morte. No necrotério, que na Polícia Civil chama-se de Instituto
Médico Legal (IML), ele continua seu trabalho, realizando a necropsia e
solicitando os exames laboratoriais que julgar necessários.
Perito Criminal - é responsável pelo levantamento do local do crime e,
posteriormente, pelos exames realizados em laboratório. Em caso de
homicídio, fica atento a todos os detalhes, como posição do cadáver, vestes da
vítima, rastros, manchas. Em caso de uso de arma de fogo no assassinato, fará
o exame de balística para saber que tipo de arma foi usada pelo assassino.
São também responsáveis pelos exames que são solicitados pelo Médico
Legista.
Papiloscopista - é o técnico que faz a coleta das impressões digitais da
vítima e seu trabalho é muito importante quando a vítima é desconhecida, sem
documentos junto ao corpo. Ele faz exames nos desenhos papilares
encontrados nas palmas das mãos, nas pontas dos dedos e nas plantas dos
pés. Você já reparou que nas imagens feitas pelas emissoras de TV, num local
de assassinato, o cinegrafista sempre filma luvas jogadas no chão? Bem, eles
pertencem ao papiloscopista, que as usa para fazer os exames necessários no
cadáver. Este profissional também faz o mesmo tipo de exames nos suspeitos
e os resultados podem colocar criminosos na cadeia. O estudo das impressões
digitais chama-se datiloscopia e, atualmente, há várias outras técnicas de
biometria sendo desenvolvidos.
Fotógrafo Técnico-Pericial - é o responsável pelas fotos que serão tiradas
no local do crime e que “perpetuará” a cena, seja em caso de assassinato,
roubo, seqüestro, assaltos, tiroteios.... As fotos irão ajudar a tirar futuras
dúvidas, ajudando peritos, médicos legistas, investigadores e o delegado a
“rever” o local do crime, através de suas fotos, sempre que acharem
necessário. Especialista no assunto, ele busca sempre os melhores ângulos do
cenário e da vítima. As fotografias tiradas pelo fotógrafo técnico-pericial são
anexadas ao inquérito policial.
A Polícia Civil é subordinada a Secretaria de Segurança Pública do Estado.
O Delegado Geral da Polícia Civil comanda todas as divisões e todos os chefes
destas divisões e é quem mantém contato direto com o Secretário da
Segurança, informando a ele o andamento de investigações. O mesmo
procedimento acontece com a Polícia Militar, que foi criada separadamente
da civil.
Hoje, nas grandes capitais brasileiras, a Polícia Civil tem várias divisões e
departamentos especializados, já que os criminosos também se
especializaram em seus crimes. Criou-se, por exemplo, as delegacias
de Roubo a Banco, para combater os assaltantes que se especializaram neste
tipo de crime; as DAS ( Delegacias Anti-Seqüestro), e as divisões
de Homicídio, que cuidam só de casos de assassinatos, como o DHPP
(Departamento de Homicídios e Proteção a Pessoa de São Paulo). Abaixo,
damos alguns exemplos das principais divisões.Os nomes e siglas usados são
os da Polícia Civil de São Paulo e podem eventualmente mudar de acordo com
o Estado.
O Deic (Departamento Especial de Investigações Especiais), por exemplo,
é um importante departamento da Polícia Civil, onde há dezenas de
delegacias, cada uma delas especializada em investigar diferentes tipos de
crimes. Os delegados mantém álbuns, onde os principais bandidos ligados a
quadrilhas especializadas estão catalogados. Estas fotos são apresentadas a
vítimas para que elas possam fazer reconhecimento do bandido que a atacou.
No Deic, há policiais especializados em todos os tipos de criminosos,
desde ladrões de cargas até ladrões de cabos e fios. Lá também estão as
delegacias que combatem a pirataria (CDs e DVDs piratas, por exemplo), e as
falsificações de produtos como roupas e tênis de marca, bebidas, perfumes, e
acredite, até de camisinhas!
O Denarc (Departamento de Investigação sobre o Narcotráfico) é outro
departamento extremamente importante na Policia Civil de vários estados
brasileiros, já que o tráfico de drogas é um dos maiores problemas do país,
em se tratando se segurança pública. Seus delegados e investigadores têm a
missão de identificar traficantes, encontrar e destruir plantações de maconha e
laboratórios de cocaína e outras drogas.

A Dise (Divisão de Investigações sobre Entorpecentes) também tem


delegacias especializadas em investigações sobre os traficantes e os mais
diferentes tipos de drogas como maconha, cocaína e opiáceos e
psicotrópicos, crack e merla.
O Demacro (Departamento de Polícia Judiciária da Macro São Paulo) é
responsável pela administração de todas as delegacias dos 38 municípios que
integram a região metropolitana da Grande São Paulo.
Já as delegacias da cidade de São Paulo estão subordinadas ao Decap
(Departamento de Polícia Judiciária da Capital). São 93 distritos policiais e
oito delegacias seccionais (em cada zona da cidade, há um delegado-chefe
que comanda os delegados dos distritos de sua região).Também se
subordinam ao Decap as delegacias de Defesa da Mulher, deProteção ao
Idoso, contra Crime de Racismo, do Turista, especializada em atender os
turistas estrangeiros que visitam nosso país e que são vítimas de bandidos
brasileiros, além das delegacias voltados para o menor infrator. O GOE
(Grupo de Operações Especiais) também é subordinado ao Decap.

O GOE é uma força de elite da Polícia Civil e tem como função prestar auxilio
às unidades policiais convencionais em ocorrências de alto risco, onde existam
reféns, por exemplo. Também atua em rebeliões no sistema prisional. Mais de
200 policiais e 60 viaturas compõem esta equipe especial da Polícia Civil. Entre
as equipes do GOE, a mais famosa é a Delta, considerada ultra especializada
e preparada para tudo. Seus integrantes são reverenciados como os mais
experientes em ações especiais e são eles que dão aulas, treinam e preparam
novos policiais do GOE paulista.
O Deinter (Departamento de Polícia Judiciária do Interior) atua, como o
nome diz, no interior de Estado, com delegacias e chefias subordinadas ao
comando da polícia civil na Capital, ou seja, à Delegacia Geral.
Outros importantes departamentos da Polícia Civil
Delegacia de Desaparecidos - é uma delegacia especializada no registro e
busca de pessoas desaparecidas. Ao contrário do que muitos acreditam não
há prazo de 24 ou 48 horas para que um familiar registre a queixa do
desaparecimento de um parente. Algumas horas sem contato com a família,
fora da rotina habitual já é o suficiente para que se registre a
queixa. Muitas destas delegacias de desaparecidos mantém sites onde são
colocadas fotos de crianças, adolescentes, homens e mulheres desaparecidas,
com as descrições da data do desaparecimento, roupas que usavam,
características diferenciadas (marcas, cicatrizes etc).
Detran - o Departamento Estadual de Trânsito também é ligado a Polícia
Civil e é responsável pela autorização para que as pessoas possam dirigir,
promovendo provas escritas e práticas, e aprovando ou reprovando o
candidato a motorista. É o Detran que expede a carteira de habilitação e
também confere as multas que o motorista levou, contando seus pontos e, em
caso do motorista ultrapassar os 25 pontos anuais permitidos, suspende sua
licença para dirigir.
IRGD - O Instituto de Identificação Ricardo Gumbleton Daunt, é, em São
Paulo (nos outros Estados, o nome muda) o órgão responsável pela emissão
da Carteira de Identidade, o “RG” do cidadão. Ele cria um cadastro de cada
pessoa, que deixa, ao obter o documento, além de todos os seus dados, suas
impressões digitas impressas. Quando ocorre um crime, por exemplo, e no
local os peritos conseguem impressões digitais, elas são comparadas com
impressões cadastradas no RG e muitas vezes isto leva a polícia ao autor do
delito.

Quantas vezes você já ouviu notícias sobre a prisão de bandidos por causa
de escutas telefônicas?
Esta é uma das muitas técnicas usadas pela Polícia Civil para localizar e
prender o bandido. Uma verdadeira “parafernália eletrônica” é montada e a
polícia “grampeia” os celulares ou telefones fixos dos bandidos (com
autorização da Justiça) e fica escutando e gravando todas as conversas deles,
sabendo de seus planos e evitando suas ações. Hoje a Polícia Civil faz
“escutas” de bandidos que estão nas ruas e também dos que estão nas
cadeias, onde celulares entram com facilidade.
A Unidade de Inteligência Policial atua em todas as divisões e departamento
da PC e há policiais especializados em ficar monitorando a conversa dos
bandidos para obter provas, localizá-los e prendê-los.
Além de ouvir as conversas dos “malas” (forma que a polícia trata os
bandidos), o Serviço de Inteligência também executa outros importantes
trabalhos, como a gravação em vídeo da rotina dos bandidos (em campanas
policiais).
A Polícia Civil de São Paulo criou um “álbum eletrônico”, onde há mais de vinte
mil fotografias de bandidos especializados em assaltos bancos e a caminhões
e cargas, arrastões em condomínios, tráfico de drogas e armas... Consta
informações como se pertencem a facções criminosas como o PCC, o modo
como agem, os crimes que cometeram, suas vítimas, seus costumes e seus
crimes anteriores e até particularidades de sua vida pessoal (família, filhos,
mulheres, locais que costumam freqüentar) alem, é claro, de detalhes únicos
como marcas, cicatrizes e tatuagens.

Há um banco de dados especial sobre tatuagens. Se uma vítima diz que o


bandido que a atacou tinha, por exemplo, a tatuagem de uma caveira, ou de
uma foice, ou de times como Corinthians, São Paulo ou Palmeiras, a divisão
de Inteligência busca em seu banco de dados todos os bandidos “cadastrados”
e que tem este tipo de tatuagem, seleciona as fotos deles e apresenta à vítima
para que ela possa identificar o criminoso.
As policiais civis de todos os Estados do país têm seus setores de inteligência,
mas, infelizmente, ainda não há uma troca constante de informações entre
os Estados. Quase “bairristas”, cada policia civil de cada Estado cuida do
“próprio quintal” e a troca de informações não é muito comum. Um caso em
que isso ficou claro foi no seqüestro da garota Eloá Pimentel, de 15 anos, que
ficou nas mãos do seu ex-namorado e seqüestrador Lindemberg Alves, e
depois de 100 horas de agonia, a garota foi assassinada pelo ex namorado. O
caso ocorreu em outubro de 2008, no município de Santo André, em São
Paulo. O pai de Eloá, Everaldo Pereira dos Santos, depois de aparecer na
mídia várias vezes, foi reconhecido, em Alagoas, como um ex-policial que teria
sido integrante de um grupo de extermínio. A Polícia Civil de Alagoas, ao
receber a informação, foi checar em seus arquivos e descobriu que era
verdadeira. Ao invés de, em surdina, avisar a Polícia Civil paulista, para
que o pai de Eloá fosse preso, preferiu, primeiro, dar uma entrevista coletiva
aos jornalistas de Alagoas contando o caso, sem comunicar nada a Polícia Civil
de São Paulo. Conclusão: a notícia saiu nos jornais de lá, entrou na internet e
só ai soubesse da história em São Paulo. Tarde demais: o pai de Eloá já
havia fugido. Foi preso depois, mas despendeu investigação e custos que não
seriam necessários se os policiais dos dois estados tivessem trocado
informações.

Revólveres, pistolas semi-automáticas ou automáticas e espingardas


calibre 12 são as armas mais utilizadas pela Polícia Civil. A grande maioria dos
policiais, quando em ação, usam coletes à prova de balas. As equipes mais
especializadas, como o GOE, também utilizam bombas de efeito moral como
as de gás pimenta; sub-metralhadoras e armas de precisão para o caso de
seqüestro com refém, onde o sniper será acionado se necessário. Sniper é
uma técnica específica, também conhecida como “tiro de comprometimento”
que tem como objetivo neutralizar a ação do agressor, caso as negociações
não convençam o bandido a liberar a vítima. A Polícia Cvil tem vários homens
que se especializaram em ser sniper. São aqueles homens que a gente
observa, em caso de seqüestro com refém, que ficam sobre telhados, atrás de
postes e muros, sempre com a arma apontada para o local onde o fato
acontece, em busca do melhor ângulo para acertar o agressor, se a ordem for
dada a ele. Atirar em um bandido que está com a vítima ao alcance dele, com a
arma apontada para ela, é uma das últimas alternativas usadas pela polícia,
mas se preciso, o sniper irá fazer o seu trabalho, já que a missão dele é esta. O
policial que estiver comandando a ação (chamado de gerente intelectual dará),
através do rádio comunicador, a ordem para que o sniper faça o disparo.
Os policiais civis, em particular os das equipes especiais, recebem treinamento
duro onde passam por rigorosos testes físicos. Em 2007, a Swat americana
esteve no Brasil e seis de seus comandantes deram aulas a policiais
brasileiros. Foi uma dura missão, digna de cinema, onde descer de prédios,
saltar de helicóptero e encarar missões quase impossíveis fez parte das aulas.
Como muitos policiais civis brasileiros queriam participar do treinamento dado
pela Swat, houve uma seleção, que foi uma dureza e só puderam participar do
curso os que passaram na seletiva, realizando, por completo, nove exercícios
físicos: correr 2.400 metros em 12 minutos, cem metros em 15 segundos e
outros 100 metros em 45 segundos, transportando, nas costas, uma carga com
o próprio peso de cada um, ou seja, se o policial pesasse 80 quilos, teria que
correr carregando um fardo também de 80 quilos! Além disso tiveram que
nadar 200 metros, pular um muro de quase três metros apenas com a
impulsão, subir sete metros de corda, fazer dez barras, 60 flexões com um só
braço em um minuto e 60 abdominais também no tempo de 60 segundos.
No final, 80 policiais conseguiram fazer a prova de seleção e participaram do
curso da Swat. Aí a coisa piorou: tiveram que percorrer 14 quilômetros depois
de fazer exercícios físicos pesados e participar, depois de um longo dia de
esforços, de operações noturnas. Aprenderam sobre como fazer abordagens a
pé ou de carros; proteção de autoridade; negociação e resgate de reféns,
gerenciamento de crise, técnicas de rapel, buscas em prédios, entradas táticas
e entradas em locais obstruídos e técnicas de utilização de helicópteros,
armamento e tiro.
Durante o curso, cada policial civil teve que atirar mil vezes, num pequeno alvo
e se errasse uma única vez, estava fora do curso. “Porque numa operação um
erro pode ser mortal”, explicou um comandante da Swat americana, que veio
de Miami para ajudar a Policia Civil a aprimorar seus conhecimentos.

O excesso de crimes no Brasil faz as delegacias estarem sempre cheias e a


demora para fazer um B.O. (Boletim de Ocorrência) é cada vez maior. Em
cidades como São Paulo e Rio de Janeiro, as maiores e mais violentas do país,
um B.O. pode levar seis, oito, dez horas para ser feito. Crimes graves, como
homicídios, seqüestros, assaltos, é claro, tem que ser registrados nas
delegacias porque exigem depoimentos e testemunhos. Mas em casos
de crimes muito comuns e em que não houve violência e nem uso de
arma, a vítima não precisa ir à delegacia e pode usar a modernidade para
fazer seu boletim de ocorrência, via internet. É o caso dos furtos de veículos,
furto ou extravio de documentos, celulares e placas de veículos.
Confortavelmente, sem enfrentar a lentidão das delegacias (sempre com menor
número de policiais civis do que o necessário), o cidadão liga seu computador
e faz o BO via internet. Recebe um número de protocolo e faz uma cópia do
BO em sua própria cada, imprimindo em sua impressora.
Lembrando que a delegacia eletrônica só recebe queixa de furto - que é
quando a pessoa tem seu bem levado pelo bandido sem uso de arma ou
mesmo sem que ela perceba que foi furtado, como é o caso de furto de
documento ou celular da bolsa ou bolso dela dentro de um ônibus, por
exemplo. Em caso de roubo – que é quando o ladrão usa uma arma para
praticar o crime, é necessário que a vítima vá à delegacia, porque poderá dar
detalhes sobre o bandido, fazendo, inclusive, um retrato falado dele, que irá
ajudar a polícia a identificá-lo através da divulgação do mesmo pela imprensa.

“Polícia divulga retrato-falado dos assassinos de empresário”. Manchetes como


esta são comuns em jornais e emissoras de TV. O retrato falado é uma técnica
especial, feita por desenhistas das polícias civis do todo o país. São
desenhistas técnicos especializados em ouvir as vítimas e através do relato
delas, que narram as características do bandido, fazer retratos deles. As
vítimas “falam” sobre os bandidos aos desenhistas, dando detalhes da cor dos
olhos, pele e cabelos, altura, peso, formato do rosto, boca, nariz, orelhas,
sobrancelhas e detalhes especiais como sardas, cicatrizes e tatuagens.
O desenhista, ouvindo a vítima faz o retrato do bandido, por isso, se
chama retrato-falado.

Há hoje diferentes técnicas para fazer o retrato falado, que pode ser manual -
o desenhista faz o desenho à mão, baseado na descrição da vítima - ou em
computador, aonde um programa especial vai montando “os pedaços” de
cada parte do bandido, até chegar ao retrato mais perfeito e fidedigno do
bandido. O resultado, a cores, é tão perfeito, que parece uma fotografia. São
imagens em alta resolução, feitas num programa especial de editoração. É
possível até, neste programa de computador, fazer o envelhecimento de uma
pessoa, aplicando imagens de rugas ao retrato-falado.
Em São Paulo, os dois mais experientes e conhecidos “retratistas” da polícia
são o Sidney e o Yoshi, que fazem os desenhos à mão, com perfeição incrível.
O trabalho deles ajudou identificar, localizar e prender centenas de bandidos.
No caso do crime ser contra mulheres, como estupro e atentado violento ao
pudor, a desenhista da Polícia Civil normalmente é do sexo feminino, para
evitar mais constrangimentos à vítima.
Os profissionais que trabalham com retrato falado são do Setor de Arte
Forense da Polícia Civil.

Que a Polícia Civil tem gente da mais alta competência e inteligência e que no
dia-a-dia resolvem muitos casos que pareciam insolúveis, não há dúvidas. Que,
mesmo ganhando pouco, muitos trabalham com empenho e vontade,
investigando e prendendo milhares de bandidos, também é uma verdade. Mas,
muitas vezes, alguns delegados e investigadores cometem erros incríveis, que
causam danos morais, físicos e monetários a inocentes. Às vezes, estes erros
custam até vidas.
Três destes graves erros aconteceram em São Paulo e os casos ficaram
“famosos”:
Escola Base
Foi em março de 1994. Seis pessoas foram acusadas de cometer abusos
sexuais contra crianças, de quatro a sete anos, de uma escola infantil, que
ficava no bairro do Cambuci, zona Central de São Paulo. As denúncias (da
mãe de um aluno) davam conta de que os donos da Escola, Ichshiro Shimada
e a mulher dele, Maria Aparecida Shimada, dois funcionários da escola e um
casal de pais de um outro aluno, estavam envolvidos no esquema. Um dos
funcionários, perueiro da escola que transportava as crianças, levaria-as para a
casa do casal, pai de um aluno da escola, com o consentimento dos donos da
escola, e lá elas seriam abusadas sexualmente e as cenas fotografadas e
filmadas. Foi um escândalo. O delegado responsável pelo caso, Edélcio
Lemos, antes mesmo de investigar, na mesma noite em que recebeu a
denúncia, avisou a imprensa e deu entrevista, dizendo que os donos da
escola e os outros quatro envolvidos eram culpados. Revoltados, os moradores
do bairro depredaram e saquearam a escola. Os seis apontados como
culpados foram presos, expostos aos jornalistas que os apresentaram em
jornais e emissoras de TV como os estupradores de criancinhas. Durante
vários dias, o delegado continuou afirmando que eles eram culpados,
divulgando, inclusive, a parte de culpa de cada um. Quando ouvidos os seis
negaram o crime. No final das contas, depois de muita confusão e notícias
falsas, os seis foram soltos pela Justiça porque não havia prova nenhuma
contra eles: eram inocentes. Os danos causados aos seis foram
irrecuperáveis. O delegado foi afastado do caso, mas continuou exercendo
a função em outro departamento. Os seis ficaram “marcados” para
sempre.
Bar Bodega
Agosto de 1996. Assaltantes armados entram no Bar Bodega, no Bairro de
Moema, local nobre da Zona Sul de São Paulo. Anunciam o assalto que
termina com a morte de dois jovens, um rapaz e uma moça, ambos de classe
média alta. O caso teve uma enorme repercussão e a sociedade pedia uma
reposta urgente da polícia. A resposta veio em 15 dias, quando cinco garotos
negros, pobres e moradores da periferia de São Paulo foram enfileirados na
parede da delegacia e expostos a um batalhão de jornalistas, cinegrafistas e
fotógrafos como os culpados pelo assalto e duplo homicídio. Não foram
permitidas entrevistas com os rapazes. Só falou com os jornalistas, o delegado
responsável pelo caso, João Lopes Filho, que informou que eles haviam
confessado os crimes. Dias depois, os cinco foram levados até o Bar Bodega,
para fazer a reconstituição do crime. Um deles ao sair da viatura da polícia, já
no local, disse aos jornalistas que era inocente e se recusou a participar da
reconstituição da história, porque garantia que não esteve lá. Foi colocado de
volta no carro da polícia e impedido de continuar fazendo sua defesa junto aos
repórteres. Ficaram presos três meses até que outro delegado, em outra
delegacia, prendeu os verdadeiros assassinos e os cinco foram colocados em
liberdade. Livres, puderam então contar que tinha assinado as confissões
do assalto e crime porque foram cruelmente e barbaramente espancados
e torturados pela Polícia Civil.
Maníaco do Parque
Agosto de 1998. Este foi um caso que mostrou os dois lados da moeda da
Polícia Civil porque teve, na mesma histórias,erros e acertos. Francisco de
Assis Pereira estuprou, torturou e matou nove mulheres, que eram levadas por
ele ao Parque do Estado, uma das maiores áreas verdes da cidade, na Zona
Sul de São Paulo. Ele convencia as garotas (jovens de 18 a 21 anos), dizendo
que trabalhava numa empresa de cosméticos como fotógrafo de catálogos e
que poderia transformá-las em estrelas. Levadas para a mata sob o pretexto de
que era o local ideal para fotografá-las, ele abusava delas e depois as
enforcava.
Onde errou a polícia? Primeiro por não ter uma “rede de comunicação” entre as
delegacias. O Parque do Estado é circundado por diferentes delegacias e
alguns dos corpos encontrados tiveram os boletins de ocorrências registrados
na delegacia mais próxima do local do encontro do corpo, sem que um
delegado soubesse que o outro tinha registrado um caso igual nas semanas
anteriores. Errou o Departamento de Pessoas Desaparecidas do DHPP porque
quando uma das jovens, Isadora Fraenkel, estudante de 18 anos, sumiu, não
voltou para casa, o pai dela, Claudio Fraenkel,em 10 de fevereiro (portanto seis
meses antes do Maníaco ser preso) foi até a Delegacia de Desaparecidos e
registrou queixa. Levou com ele dois cheques que estavam com a filha quando
ela saiu de casa. Um dos cheques tinha sido usado para comprar um capacete
em uma loja, mas voltou porque a assinatura era falsa e o banco avisou o pai
de Isadora que foi a loja, resgatou o cheque e descobriu que um rapaz, de
moto, é que havia comprado o capacete e pago com o cheque de falsa
assinatura. O rapaz, a pedido do vendedor da loja, deixou um telefone no
verso do cheque, que o pai de Isadora entregou a polícia. O número do
telefone era de Francisco de Assis Pereira que foi localizado e chamado à
Delegacia de Desaparecidos onde prestou depoimento. Isadora continuava
desaparecida. De boa conversa, Francisco convenceu os policiais que o
ouviram, que Isadora era namorada dele e que havia dado o cheque a ele de
presente para comprar o capacete. Disse que o pai de Isadora estava
inconformado porque não aceitava o namoro deles porque ele era pobre e a
moça tinha dinheiro, era de classe média. O pai de Isadora protestou, disse a
polícia que nunca tinha visto o rapaz e que tinha certeza que a filha não
namorava com ele. Não adiantou. Francisco foi considerado apenas um
“estelionatário”, um “oportunista” pela polícia foi liberado. Naquela mesma
noite, ele voltou ao Parque do Estado, onde tinha estuprado e matado Isadora,
jogou gasolina no corpo da moça, temendo que, se encontrada, a polícia a
identificaria e voltaria a procurá-lo.
Depois disso, repetiu o mesmo ritual, por mais oito vezes, matando mais oito
jovens. Neste período também estuprou outras cinco moças, no mesmo
Parque, e estas, por sorte, conseguiram fugir e também prestaram queixas em
delegacias. Quando mais um corpo foi encontrado, a imprensa soube do fato e
noticiou. Começaram, então, a aparecer parentes de outras vítimas,
denunciando que suas filhas estavam desaparecidas ou tinham sido
encontradas mortas no mesmo local, nas mesmas circunstâncias. Só aí a
Polícia começou a trabalhar. O caso foi assumido por uma equipe de
homicídios do DHPP, sob o comando do delegado Sergio Alves, policial
competente e com muita experiência, que determinou, como primeira
providência, uma busca no Parque do Estado: mais corpos foram encontrados.
A equipe de Sérgio localizou as vítimas que tinham conseguido fugir do
Maníaco após o estupro e elas ajudaram a fazer o retrato falado do agressor.
Ao ver o retrato falado estampado nos jornais, ele fugiu, mas foi preso em
agosto, confessando os nove crimes. Isadora, contou, tinha sido sua primeira
vítima. Ele mesmo levou os policiais até o local onde estava o corpo dela,
queimado. A polícia, afinal, tinha prendido o homem responsável por um
dos casos de maior repercussão no país, um serial-killer, que talvez,
pudesse ter sido freado após seu primeiro assassinato, o de Isadora. Se
tivesse trabalhado com mais cuidado, a polícia poderia tê-lo prendido antes de
cometer mais oito homicídios.

Para denunciar um crime, se você não quiser, não precisa se identificar e pode
fazer a denúncia, anonimamente, através do Disque Denúncia, disponível
na maioria dos Estados. Você liga, até de orelhão, conta o que sabe e nem
precisa dar o seu nome ou endereço. As informações terão absoluta garantia
de anonimato.
Se você quer denunciar um policial civil, deve procurar a Corregedoria da
Polícia Civil, órgão que existe em todos os Estados. É uma espécie de polícia
da polícia, que tem como objetivo combater os maus policiais, que, embora
minoria, colaboram com o crime e os criminosos. A corregedoria investiga
crimes e infrações administrativas praticadas por policiais civis. As denúncias
podem ser feitas por telefone, pela internet ou pessoalmente e se você quiser
não precisa se identificar.

Disque-denúncia com recompensa

No Rio de Janeiro o Disque Denúncia, além de receber informações e


denúncias por telefone, há também um serviço, lançado em 27 de
Novembro de 2008, que oferece recompensa a quem dar informações
que levem a prisão de bandidos foragidos. Chamado de "Procurados" o
serviço dá garantia de anonimato a quem ligar. Cartazes com fotos de
criminosos foram espalhados em diversos pontos da cidade: em onibus,
delegacias e outros orgãos públicos... No cartaz além da foto, consta o
nome e o apelido do criminosos e o valor da recompensa (que é, no
mínimo R$ 1 mil) que será pago a quem der pistas que levem à prisão
dele.

Quando um policial vira bandido

Em todos os Estados, policiais que cometem crime são presos em


presídios especiais, separados dos bandidos comuns. São cadeias
diferenciadas, com celas melhores e tratamento especial. Em São Paulo,
o “Presídio Especial da Polícia Civil” tem, em média, 180 presos. Lá,
como o nome já diz, só ficam detidos policiais civis que mudaram de
lado e viraram criminosos. Há policiais atrás das grades por terem
cometido assaltos, tráfico de drogas, estelionato ou assassinatos.
Muitos deles acusados de participar de grupos de extermínio, de roubar
o ladrão ou de se aliar ao crime organizado.
É um presídio onde osex-policiais têm privilégios e mordomias, não dadas a
presos comuns.Quando, em abril de 2008, os deputados integrantes da CPI do
Sistema Carcerário visitaram o presídio, encontraram dez geladeiras cheias de
guloseimas e que pertenciam à detentos policiais. Os nomes dos donos
estavam escritos em cartazes, pregados nas geladeiras. Encontraram
também uma biblioteca e uma “salinha” especial, onde eles usam para
relaxar, estudar e fazer sanduíches quentes num forninho. Cada um tem
seu próprio televisor e, ao contrário da maioria dos presídios comuns,
têm chuveiro de água quente e box para que mantenham sua privacidade.
Um dos policiais presos ali, um investigador que trabalhava em uma
delegacia na Zona Sul de São Paulo, foi condenado por ter encontrado um
dos ladrões do Banco Banespa (de onde os bandidos levaram R$ 32
milhões) e, ao invés, de prendê-lo, fez ele mostrar onde estava o
dinheiro roubado. Ao ladrão coube a parte de R$ 800 mil, que o policial
levou embora, deixando o ladrão livre.
Outro prisioneiro do presídioespecial está ali porque se aliou à facção
criminoso Primeiro Comandoda Capital (PCC). Ele trabalhava no DEIC,
delegacia responsável pelas investigações contra o PCC. Cooptado pelos
bandidos, ele passavainformações aos integrantes da facção criminosa, das
operações que aPolícia iria realizar. Chegou a roubar coletes à prova de balas,
pertencentes ao Deic, com as inscrições da Polícia Civil e entregá-los
aos bandidos, que os usaram em assaltos, seqüestros e resgates,
fingindo ser policiais.

Os salários não são muito atraentes para quem sabe que está ingressando em
uma profissão de risco, onde o dia-a-dia será de tensão, enfrentando a
crescente violência e os bandidos cada vez mais ousados e audaciosos. Em
São Paulo, por exemplo, onde são pagos os mais altos salários, o salário de
um delegado vai de R$ 3.680 a R$ 6.649 mensais. Um investigador ou
escrivão, em inicio de carreira, ganham, por mês, R$ 1.729,82.
Para ser um policial civil é preciso ser brasileiro, ter no mínimo 18 anos, não
ter antecedentes criminais, ter concluído oensino médio e ter carteira de
habilitação. É necessário prestar um concurso público e as provas incluem
língua portuguesa, noções de direito e criminologia, atualidades e informática.
No caso do delegado, é necessário ter nível superior (normalmente em Direito).
Os aprovados terão ainda que se submeter a testes de aptidões psicológica e
física, realizada na Academia de Polícia, que inclui flexões em barra fixa e
resistência abdominal, por exemplo, além de avaliação de resistência aeróbica,
quando o candidato deverá percorrer em uma pista a distância mínima de dois
mil metros em um tempo máximo de 12 minutos.

http://pessoas.hsw.uol.com.br/policia-civil11.htm

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