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UM CONTO ALEATORIO

Essa é uma história daquelas pela qual você não espera passar, mas que quando acontecem
ficam gravadas em sua memória permanentemente. Todo mundo que já amou sabe o básico
para lidar com suas idas e vindas, mas sempre há aqueles casos que não seguem o básico, e
esse é um deles.

Eu conheci a Fernanda num dia normal: era uma noite quente, tipicamente cuiabana, e eu
estava numa balada famosa à qual há muito tempo eu não ia. A música sertaneja, tão popular
no momento, animava o ambiente. O local estava razoavelmente cheio e as pessoas
aparentavam estarem se divertindo, e eu era uma delas.

Nessa época minha vida estava razoavelmente dentro da normalidade. O trabalho tomava conta
da maior parte do meu tempo e o meu tempo livre eu aproveitava para descansar. Eu estava
solteiro, mas não por falta de opções, era mais porque estar com alguém fixo não era algo que
eu estava cogitando fazer naquele momento.

Durante a balada tudo vinha acontecendo como sempre acontecia, na maior parte das vezes.
Sempre com muita facilidade para interagir e acompanhado dos meus amigos passei bom
tempo da noite conversando com pessoas conhecidas, aquelas que você sempre encontra
nesse tipo de lugar.

Tudo parecia caminhar para ser mais uma noite como tantas outras, mas uma surpresa estava
reservada para mim. Após alguns momentos longe dos meus amigos eu decidi ir até o
fumódromo da Villa Mix – que é o meu lugar favorito dessa casa por lá ser mais confortável
para conversar – onde era quase certo que iria encontra-los. Não deu outra, lá estava um deles.
Logo que o cumprimentei ele mencionou ter conhecido uma loira bonita, a quem pouco depois
me apresentou. Até ai tudo bem, nada de diferente, afinal, conhecer pessoas bonitas é algo que
não é difícil de acontecer nesse lugar. O que aconteceu a partir é que mudou os últimos 5 meses
da minha vida.

O nome da loira era Ingrid, e realmente ela era bem bonita. Ela fumou um cigarro conosco e
retornamos para o interior da balada, ela foi para um lado com suas amigas e a gente para junto
do restante dos nossos amigos. Bebida vai, bebida vem e junto aquela vontade de fumar. Em
pouco tempo estávamos eu e meu amigo novamente no fumódromo para “pitar” um cigarro.

Enquanto eu procurava um cigarro meu amigo avistou uma menina de cabelão preto sentada
sozinha numa mesa e sem pedir licença puxou assunto com ela: - Você é irmã da Ingrid? Eu
me lembro que foi nesse momento que eu olhei pra ela pela primeira vez. Eu precisei me
aproximar para ver se o que meus olhos viam era verdade. Ela era uma pessoas de beleza
única, com uma presença que fazia todas as outras no local parecerem transparentes.
Eu fiquei hipnotizado, e enquanto ela e meu amigo conversavam sobre coisas das quais não
me recordo eu paralisado a observava. Durante alguns bons segundos nada passou na minha
cabeça até que subitamente recuperei controle da minha mente e instintivamente perguntei:
- Você gosta de natureza?

Ela me olhou com uma cara de quem não tinha entendido o porquê da pergunta, com toda
razão, afinal, que tipo de pessoa sai por ai perguntando pra outras se elas gostam de natureza
sem nem antes ter perguntado o nome dela?
Ela, todavia, respondeu como se a pergunta tivesse sido perfeitamente normal:
- Sim.
Resposta para a qual eu disse:
- Que bom.
Após um leve momento de estranheza meu amigo deu continuidade no assunto continuou:
- Como você se chama?
- Fernanda. E você?
- Henrique. E este é o meu amigo..
- Fábio (disse eu).

Os dois continuaram conversando e eu apenas observando a conversa até que, mais uma vez,
completamente fora de contexto, perguntei:
- Qual o seu signo?
- Gêmeos. E o seu?
(Vish... é louca) pensei. – Gêmeos tem meio que duas personalidades dentro de si kkkk...
- É o que dizem mas não me identifico muito não com meu signo.
- Eu digo isso porque já tive uma experiência antes, e acredite, não foi boa... rs
Pouco depois a irmã dela a chama para voltar para dentro e a conversa termina por ai. Eu sem
nem ter processado ainda o que acabara de acontecer apenas comentei com meu amigo sobre
como ela e a irmã eram parecidas, comentário com o qual Henrique concordou.

Quando íamos então seguir de volta para o interior uma pessoa que havia conhecido há pouca
mais de uma semana atrás apareceu no fumódromo e logo veio conversar comigo. Não me
entenda mal, ela era uma pessoa legal, da minha idade, bonita e com bom papo, talvez algo
poderia ter acontecido se essa conversa com ela tivesse ocorrida num outro dia. Entretanto,
conforme o tempo passava e a conversa se alastrava eu não conseguia parar de pensar na tal
da Fernanda. Não me lembro ao certo quanto tempo conversei com essa mulher, mas foi quase
que o tempo exato para que Fernanda retornasse para o mesmo local, assim que ela saiu a
encantadora menina do cabelão preto voltou.

No sofá onde eu estava havia espaço apenas para mais um e nenhum outro lugar para sentar
estava disponível. Eu percebi que a Fernanda estava se escorando desconfortavelmente no
braço do sofá atrás tentando sentar um pouco, sem pensar duas vezes a convidei para sentar-
se ao meu lado. A minha vontade de ter um pouco da sua companhia era tão espontânea quanto
as perguntei que havia feito mais cedo. Ela então agradeceu o convite, sentou-se ao meu lado
e logo começamos a conversar. Passamos o restante da noite conversando, o tempo passou
tão rápido que logo deu a hora dela ir embora, e naquele momento de despedir de alguém que
você não quer que vá acabei esquecendo de pegar seu telefone. Foi quando ela foi embora e
eu me toquei que não tinha seu contato que percebi que estava atraído por ela.

Depois do tchau restou a ideia na minha cabeça: você acabou de conhecer uma menina fora
de série. E agora? O que fazer para criar uma oportunidade para vê-la novamente? Como fazer
para que ela tenha interesse em mim? Será que ela sentiu o mesmo? Chegando em casa eu já
logo sai investigando o facebook atrás de uma Fernanda especifica dentre um mar de
Fernandas disponíveis. Não me lembro se foi antes de dormir ou logo após ter acordado (sim
eu dormi e acordei pensando nela) mas eu a encontrei e a adicionei no facebook. Minha primeira
mensagem foi bem honesta, “te adicionei porque te achei muito gente boa!”, só faltou dizer “e
por isso eu quero te beijar” para que ela tivesse sido 100% honesta.

Não sou especialista em xaveco online, sigo a tática do se colar colou, e para minha surpresa
com colou! Uhull! Ela me aceitou e não demorou muito para começarmos a conversar de novo.
Nessa época estava acontecendo a Rio 2016 e o time olímpico do Brasil jogava nesse dia.
Doido para vê-la de novo já fui logo a convidando para assistir ao jogo comigo:
- O que você está fazendo?
- Estou em casa com preguiça.
- Não quer fazer alguma coisa hoje?
- O que por exemplo?

- Estamos eu e Henrique aqui na padaria do meu primo. Vamos ver o jogo do Brasil mais tarde.
Anima?
- Vou ver com minha irmã aqui, se ela animar eu vou.
- Ok.
Alguns bons minutos depois eu insisti:
- Eai? Sua irmã animou?
- Não, ela disse que está cansada e que tem que estudar pra prova.
- Ah sim! Tudo bem então combinamos outra hora qualquer coisa.
- Tá bom, bom jogo pra você!

Nada fora do normal, ela mal me conhecia. Estava tudo bem. “Espera pra ver depois que
conhecer”, pensei. Ainda durante esse dia conversamos sobre coisas variadas e quanto mais
eu conversava mais interessado eu ficava nela e para agilizar a comunicação pedi o número do
seu telefone, assim do Facebook o papo seguiu para o WhatsApp. “Um passo à frente foi dado
soldado”, disse meu amigo. Eu apenas respondi: “veremos aonde isto vai dar...”. Tudo dava a
entender que ela também estava curtindo o papo e que o interesse era mutuo, afinal, quem que
fica horas conversando à toa com alguém que acabou de conhecer? Mas minha percepção
provou-se não tão certeira assim.

Não me lembro se foi no dia seguinte ou na terça-feira mas do nada ela parou de me responder.
Foi o primeiro “vácuo”. Eu pensei: ué, será que forcei demais? Será que ela fez de propósito?
Será que tem muitos caras dando em cima dela e minha mensagem foi pro último lugar e ela
nem viu? Será? Será? Será..
- Pare com isso! (eu disse a mim).
- Dê tempo ao tempo, ainda é começo da semana..
- É no final que as coisas esquentam. Um degrau vez parceiro...

Parece estranho né? Mas minha mente conversa com ela mesma. Acredite, isso é normal, só
não sei se é normal contar isso para que todo mundo saiba. Continuando, esperei
estrategicamente até sexta-feira, o grande dia da semana, com para então aplicar o chamado
“teste do vácuo” (que nada mais é do que tentar retomar uma conversa aparentemente morta).
Para isso enviei a seguinte mensagem:
- Oii, estou esperando sua resposta até hoje..

O teste do vácuo não é uma prática comum de pessoas orgulhosas, mas esse não é o meu
caso. O lado bom é que as vezes ele dá certo, e foi o que aconteceu: ela respondeu! Para minha
surpresa até mais simpática do que esperava, pedindo desculpas e tudo. Não desperdicei o
bom sinal e logo voltamos a conversar. Com a vontade de vê-la explodindo não demorei para
começar a investigar sobre a programação da sua noite.

O que você espera de uma menina solteira, gata e cheia de amigas numa sexta-feira? Ficar em
casa que não né? Não era o que esperava dela também mas por incrível que pareça foi o que
aconteceu. Nos meses seguinte eu iria descobrir o porquê dela não ser assim, mais a frente
você saberá também. O importante foi que nesse dia, já que ela não iria sair, aproveitei para
conversar um pouco mais e para alinhar um possível encontro no dia seguinte.
Era sábado, e minha missão estava a todo vapor. Estava cheio de ideias do que fazer para
tentar me encontrar com Fernanda, a nova musa da minha vida. Sábados são dias bons para
se divertir, você já está descansado da semana e ainda tem o dia de domingo para descansar
da saída de sábado. Nada mais conveniente.

Mantive minha calma durante o dia todo, esperei o tempo certo para então entrar em ação e
perguntar:
- Eai, vai fazer o que hoje? Tô afim de sair, vamos?
Não demorou muito pra ela responder:
- Eu também, vai fazer o que?
A noite estava ON! Pensei “ave maria, é hoje!!” e na minha própria empolgação fui logo a
convidando para sairmos juntos dando a opção de vários lugares. Mas ela, com um balde de
água fria, disse:
- Vou sair com minhas amigas.

Quando a mulher responde que vai sair com as amigas você pode estar recebendo uma das
duas mensagens: ou ela não quer sua companhia, ou ela quer sua companhia a ponto de querer
te apresentar para as amigas. Qual das duas hipóteses seria?
Comecei a analisar os dados que tinha:

1. Eu a conhecia há uma semana;


2. Ela tinha me dado um vácuo durante a primeira semana;
3. Eu ainda não a conhecia direito.
Com isso em mente apenas perguntei:
- Pra onde vocês vão?
Por um momento até pensei que ela poderia se sentir incomodada com a pergunta, tipo achando
que iria “stalkea-la” na balada, mas por incrível que pareça ela respondeu positivamente:
- Vamos pra Villa Mix! E você?
- Acho que vou pra lá também com meus amigos. É o que estão planejando.

Mentira! Eles não estavam planejando isso. Eles queriam ir para o Beco88, uma outra balada
que frequentamos em Cuiabá. Eu só queria sentir a reação dela caso eu realmente fosse.

Depois disso eu não me recordo o que aconteceu, mas no fim das contas eu acabei não indo
para a Villa Mix. Quando acordei no dia seguinte a primeira coisa que eu pensei foi: Nossa!
Perdi de ir na Villa Mix com a Fernanda!
Na mesma velocidade com que pensei nisso eu já mandei uma mensagem:
- Oii, como foi ontem?
- Foi ótimo, me diverti bastante!
Já imaginei: fia da mãe pegou 3.
- Ah que legal, eu queria ter ido mas acabei fazendo outra coisa e fui dormir cedo.
- Ah sim, perdeu mesmo em!
- Perdi, com certeza, mas da próxima vez eu não falho! Prometo!
A conversa continuou durante o dia e também pelos próximos dias. Conforme eu conversava
com ela e a conhecia melhor eu percebia que tinha algo de diferente ali. Ela conseguia prender
minha atenção com muita facilidade, assim como tinha para me fazer rir. Minhas risadas de
WhatsApp nunca foram tão sinceras como as que dava com ela.

Os assuntos pareciam não ter fim e por várias vezes durante a semana tive que me forçar para
conseguir para de conversar com ela para que pudesse dormir. Falávamos sobre tudo: a vida,
relacionamentos, amor, viagem, signos, hobbies, coisas que gostávamos e não gostávamos,
enfim, tudo o que dava na telha. E a afinidade com ela só aumentava.

Quase chegando no fim de semana eu parei e pensei comigo: “nossa, eu já tive expectativas
superadas por uma pessoa, mas essa bate todos os recordes!”. E realmente, fazia muito tempo
que não desenvolvia tanto interesse por uma pessoa, ainda mais por uma pessoa tão mais nova
que eu (esqueci de mencionar que ela tinha apenas 21 anos?), o que estava acontecendo ali
era algo inédito para mim.

Obviamente que todo esse interesse passou a guiar os meus planos, enquanto antes dela eu
nunca tinha nada planejado, após ela eu passei a ter sempre o mesmo plano: ficar com ela. O
final de semana que chegava então era a oportunidade perfeita para botar meu plano prática.
Eu já a conhecia melhor, ela já estava mais confortável comigo e ambos estavam querendo sair
para se divertir. Bastava unir os pontos para fazer as coisas acontecerem. Foi exatamente o
que fiz.
Com a confiança de um touro eu mandei:
- Esse final de semana, bora sair?
- Vamos sim, minhas amigas tão querendo ir na Villa Mix de novo.
- Perfeito, dessa vez eu vou.

O sábado chegou, e junto dele veio a ansiedade. Depois de duas semanas acumulando
expectativas finalmente chegara o dia em que eu iria vê-la de novo. Esse era o dia e eu
precisava estar no meu melhor.
Durante a tarde fiz o básico: fui ao barbeiro, encontrei meus amigos, tomei uma cerveja com
eles para tirar a tensão e fiquei aguardando dar o horário para ir. Eu imaginava que todos iriam
comigo mas conforme as cervejas desciam a animação dos meus amigos descia junto. Aos
poucos eles foram indo pra casa e a quantidade de parceiros que eu esperava contar para
fazerem companhia para mim nesse dia só diminuía.

Quando apenas 3 restaram eu fiquei preocupado e disse: “vocês que sobraram são os
guerreiros da noite e vão comigo pra Villa Mix. Fernanda vai estar com umas amigas e vocês
vão todos se dar bem.”
- Quem é Fernanda? – Perguntou um deles.
- Fernanda é uma menina que conheci umas duas semanas atrás, ela é linda e gente boa.
- Deixa eu ver foto dela ai.

Eu mostrei a foto e eles concordaram que ela era linda. Não nego que meu ego subiu um pouco,
mas de nada vale um peito inchado se o coração estiver vazio. Então eu voltei a intimá-los:
- Vou agorinha, bora?
- Ahh cara, tô miado hoje. – Um deles deu pra trás.
- Bebi demais ontem, vou ficar em casa. – O outro deu pra trás.
Quando pensei que teria que aplicar o guerreiro solo nesse dia ouvi um:
- Tô dentro.
“Opa, o que? Ouvi corretamente?”.
- Sim, que horas vamos?
- Vamos pra casa se arrumar e vamos.
- Demorou.

Esse era o Eduardo, meu primo. Era o último que eu esperava que fosse comigo nesse dia. Ele
não ia na Villa Mix há quase um ano e muito menos havia ele saído numa missão dessa comigo
antes. Mas tudo bem, o que eu precisava era de um parceiro para estar comigo nesse dia para
que eu não parecesse estar lá só por causa dela. Vai que ao chegar lá eu descobrisse quer ela
só queria minha amizade? Com que cara eu ficaria? Um wingman era essencial para o meu
plano.

Com o básico ajeitado restava me preparar para a execução. Fui para casa, tomei um banho
daqueles que você toma 3 vezes ao ano (no natal, no ano novo e no seu aniversário) e vesti
uma roupa sedução. Eu estava pronto quando recebo uma mensagem:
- Já estamos aqui. Cadê você?
- Estou indo, logo te encontro.
- Ok, chegando avisa.

Em questão de minutos eu já estava na porta. Para minha surpresa, apesar de estar cedo já
havia fila para entrar. A Villa Mix estaria numa noite daquelas. Meu primo chegou pouco depois
e com um pouco de lábia convencemos a promoter da casa a nos colocar pela entrada vip.

No caminho para o caixa eu já comecei a sentir um frio na barriga e o coração começou a bater
acelerado. Eu estava totalmente empolgado para vê-la, era quase surreal a sensação. Desde
meu último relacionamento que eu não sentia frio na barriga por ninguém, era inacreditável.
Não podia, entretanto demonstrar isso pra ela, então segurei a onda, arrumei a postura e entrei:
- Onde você está? – Perguntei em uma mensagem.
- Estou aqui fora. – Ela respondeu.

Tracei o caminho que faria e passei por aquele mar de gente como se mal existissem, por um
breve momento as pessoas viraram obstáculos, eu só queria desviar deles e chegar até o meu
destino final, foram longos minutos até que enfim eu cheguei do lado de fora...

E lá ela estava, linda além do que eu poderia ter imaginado. Eu nunca quis tanto dar um oi pra
alguém como eu queria ter dado pra ela nesse dia. Eu caminhei em sua direção e a
cumprimentei com um abraço e sentei ao seu lado.

Tudo a partir desse aconteceu como se nada ao nosso redor estivesse ali. Após apresenta-la
ao meu primo eu simplesmente entrei em estado de foco. Minha atenção estava prisioneira
daquela menina, eu percebia tudo que ela fazia, seus gestos, seus sorrisos, reações, e tudo me
agradava.

A conversa como sempre se desenrolou com muita naturalidade, nossas afinidades já


indicavam isso mas o fator “ao vivo” sempre exerce algum impacto, pra pior ou pra melhor.
Graças que nesse caso foi pra melhor. A presença dela era muito mais agradável que ter a
atenção dela no WhatsApp, ela era envolvente, cativante e me fazia não ter vontade de pensar
em mais nada. Eu estava em um momento pleno: tudo que precisava para curtir aquele
momento estava ali na minha frente.

É claro que na hora você não pensa nisso tudo, apenas segue o fluxo. É preciso analisar a sua
memória para chegar a essas conclusões, se minha memória for confiável, e acredito que é,
essas eram as sensações que eu sentia no momento.

Pois bem, não só de conversa era a noite. Depois de um bom tempo sentados resolvemos ir
para dentro da balada curtir um pouco da música. Nesse momento a gente já estava num
estágio em que você já tem aquela certa liberdade para encostar um no outro. Uma mão na
cintura, uma palavra próxima ao ouvido, uma dança juntos e por ai vai.
Quando entramos no salão e vimos o quanto estava cheio resolvemos ficar em no local próximo
ao piano, bem ao lado de um camarote. Junto de nós estavam algumas pessoas do camarote
e outros que como nós preferiam ficar em um local menos apertado.

Aos poucos enquanto conversamos nesse local a gente foi se aproximando e em pouco tempo
já estávamos quase abraçados. Foi quando uma das pessoas ao lado, em um leve estado de
embriaguez, começou a puxar conversa conosco. A princípio ele queria que a gente bebesse
junto da turma dele, preferimos recusar essa oferta.

Tudo bem, recusar uma bebida não é muito do meu feitio mas naquele momento a única coisa
que eu desejava era um beijo dela, sim, eu estava tão curioso que não conseguia pensar em
outra coisa. “A boca dela é carnuda, ela deve beijar bem.”; “Olha como são bonitos os traços
do rosto dela quando ela sorri, ela deve beijar bem”; “Que cabelo cheiroso, ela deve beijar”;
Enfim, beijar ela era o que ocupava meu pensamento naquele momento, eu só precisava da
brecha.
Quase que em um timing perfeito então o rapaz da bebida chegou perto de nós e disse:
- Vocês são o casal mais bonito dessa festa!

Como diria Mano Brown dos Racionais Mc’s: “era a brecha que o sistema queria.” Virei de frente
para ela, ela colocou os braços por cima do meu ombro, me aproximei e boom!! O tempo parou.

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