Anda di halaman 1dari 3

EXCELENTÍSSIMO S ENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 2 ° VARA CRIMINAL

RESIDUAL DA COMARCA DE CAMPO GRANDE, MS.

Autos nº

LARA ALMEIDA, já qualificada nos autos do processo em epígrafe, que lhe move
Justiça Públi ca do Estado de Mato Grosso do Sul , em trâmite neste respeitável J uízo e
respectivo cartório, vem, respeitosamente, perante Vossa Ex celência, através de sua advogada
infra-assinada, não se conformando com a respeitável Sentença de fls. nº, que o condenou
como incurso nas penas do artigo 168, §1º, inciso III, do Código Penal, interpor
RECURSO DE APELAÇÃO, dentro do quinquídio legal, com fulcro no artigo 593, inciso I,
do Códi go de Processo Penal, apresentando as razões anexas, requerendo a apreciação do
Egrégio Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul.

Requer seja recebido e processado o presente r ecurso e remetido, com as i nclusas


razões, ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso do Sul.

Termos em que,
Pede Deferimento.

Campo Grande, MS, 31 de maio de 2015.

Vivian Marques Rezende


OAB/MS 154507
RAZÕES DE APELAÇÃO

APELANTE: Lara Almeida


APELADA: Justiça Pública do Estado de Mato Grosso do Sul
Processo nº .../..., da 2° Vara Criminal Residual da Comarca de Campo Grande MS

EGRÉGIO TRIBUNAL,
COLENDA CÂMARA,
DOUTA PROCURADORIA DE JUSTIÇA,

Em que pese o brilhantismo do ilustre Magistrado, não agiu corretamente com o


costumeiro acerto, devendo sua r. sentença ser reformada, como se demonstrará asseguir.

DOS FATOS

A recorrente foi processada como incurso nas penas do artigo 168, §1º, inciso III,
do Código Penal, porque teria, em tese, no dia d e mês de ano, se apropriado do dinheiro que
recebeu do dono da loja em que trabalha como vendedora pa ra efetuar o pa gamento de
uma conta da empresa, utilizando-o para comprar uma jóia.
Ao término da instrução criminal a recorrente foi condenada, mesmo tendo
comprovado por meio de sua defesa técnica que não havia praticado o delito a ela imputado. Insta
salient ar que recebeu um aumento em sua pena, pelo fato de estar respondendo por outro
processo criminal, entendendo assim o juiz a quo pelos maus antecedentes.
Os atos processuais foram respeitados e não visl umbrasse a presença de nenhuma
nulidade processual.
Em conformidade com os fatos, segue a fundamentação jurídica.

DO DIREITO

Conforme os fatos apresentados não deve permanecer a sentença d e primeiro grau,


sendo necessária sua reforma, pois esta apresenta condenação sem a devida fundamentação,
senão vejamos:
Prevê o artigo 386, inciso I, do Código de Processo Penal, que “o juiz absolverá o
réu, mencionando a causa na parte dispo sitiva, desde que reconheça: (…) I - est ar provada
a inexistência do fato”.
A sentença condenatória não deve prosperar, pois a inexist ência do fato foi co
mprovada. A defesa apresentou comprovante de que a compra da jóia foi paga com um
cheque da conta da própria recorrente e, ainda, juntou-se aos autos o comprovante de
realização da transação bancária solicitada pelo dono da loja.
Ora, uma v ez comprovado que a ré não se aprop riou da quantia em questão, bem
como que não realizou qualquer compra com o dinheiro pertencente à loja , verifica-se a
inocorrência dos fatos narrados na inicial acusatória em tela.
O crime de apropriação indébita configura-s e, nos termos do art. 168 do CP, pela
apropriação de coisa alheia móvel d e que o agente já tenha poss e ou detenção. Tal delito
é qualificado se o a gente recebeu a cois a em razão de ofí cio, empr ego ou profissão,
conforme previsão do inc. III do § 1.º do mencionado dispositivo legal.
O dinheiro recebido pela requerente não foi de forma alguma em razão de seu
emprego, pois sendo vendedora d a loja a mesma não te m acesso ao dinheiro q ue circula
na loj a. Tal aumento de pen a não d eve prosperar, pois não era sua função quitar aquela
conta, mas sim um mero favor que a mesma vez para seu empregador.
O fato de a requerente ter vínculo de emprego com o dono da loja não configura por
si só o aumento da p ena. Este aumento somente dev e ser aplicado quando o ato é
praticado em razão de seu ofício, emprego o u profissão, devendo haver uma ligação entre a
posse do bem ou valor e a função praticada pelo agente na emp resa. No pr esente caso não
era função da recorrente te r em sua posse tal quantidade de dinheiro.
Requer -se que a ré seja absol vida, nos termos do art. 386, inc. I, do CPP.
Caso seja o entendiment o deste Tribunal a manutenção da condenação, deve a pena-
base imposta a recorrente ser reduzida ao patamar do mínimo legal.
O disposto no art. 59 do CP deix a claro que a pena-base deve ser fixada em
atenção “à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos
mot ivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem como ao comportamento da
vítima”. Também prevê a resp eito a Súmula 444 do STJ que “é vedada a utili zação de
inquéritos policiais e ações penais em curso para agravar a pena-base”.
No caso em tela o Juíz o de primeiro grau aument ou a pena da Requerente em 1/6
ano, entendendo que por haver uma ação criminal em andamento seu em desfavor poderia
ser considerado desfavoravelmente a título de maus antecedentes.
Contudo, de acordo com a supramencionada S úmula, tal processo em andamento não
pode ser utilizado para agravar a pena-base da Requerente, pois não há sentença
condenatória transitada em julgado em seu desfavor, ferindo o Princípio da Presunção da
Inocência. Assim, o fundamento apresentado em primeiro grau não é idôneo para determinar o
aumento da pena.
Além disso, o Juiz de primeiro grau fixou uma fração exageradamente alta para
apenas uma circunstância judicial desfavorável. Caso o entendimento deste Tribunal seja a
aplicação deste aumento, qu e seja cominado no mínimo possível, lembrando que as demais
circunstâncias são favoráveis.
Conforme todo o exposto acima se requer que a pena-base imposta a Requerente
seja reduzida ao patamar mínimo legal.

DO PEDIDO

Pelo exposto, em que pese o brilho da sentença, a mesma não levou em conta a provada
inexistência do fato típico.
Destarte, merece a referida sentença ser reformada e a consequ ente ABSOLVIÇÃO
da Recorrente, nos termos do artigo 386, inciso I, do Código de Processo Penal, como
medida de justiça.
Caso este Tribunal não entenda pela absolvição, que a pena seja cominada no
mínimo legal e que não incida sobre ela o aumento pela circunstância judicial maus
antecedentes, não ferindo, assim, o Princíp io da P resunção da Inocência. A pena também n
ão deve ser aumentada pelo previsto no Art. 168, §1°, III, CP pelos motivos já expostos.
Caso seja aplicada a pe na mínima, seja ela convertida em Restritiva de Direito,
conforme Art. 44, Código Penal.
Por fim, requer que seja assegurado o direito de permanecer em liberdade até o
trânsito em julgado.

Termos em que,
Pede Deferimento.

Campo Grande, 31 de março de 2015.


Vívian Marques Rezende
OAB/MS 154507

Anda mungkin juga menyukai