A Vida:
Profeta e Engenheiro
Leonardo tinha sempre um hábito: reunir uma pequena multidão em praça pública para
expor suas idéias de engenheiro, pintor, escultor, filósofo, músico ou poeta. Espirituoso,
sabia como prender o público com anedotas e fábulas que inventava com grande perfeição,
e coma as músicas que tirava de sua lira. "Quem não ama a vida, não a merece", dizia.
Mais do que com suas anedotas e músicas, Leonardo deixava o público boquiaberto
com seus mirabolantes projetos. Máquinas capazes de fazer o homem voar, barcos que
navegam sob a água, armas infernais de guerra, e ainda profetizava conquistas somente
alcançadas séculos depois:
"Com pedra e ferro, tornar-se-ão visíveis coisas que não aparecem"
"Homens falarão a outros de longínquos países e obterão respostas"
"Imitando os pássaros, o homem ainda aprenderá a voar"
Afirmando que uma ciência é tanto mais ciência quanto permite conhecer exatamente
as coisas, seja o comportamento do vidro ou dos movimentos do estômago, Leonardo
afrontou toda a prevenção contra as artes mecânicas que havia pesado sobre a antiguidade,
aonde todo aquele que não se ocupasse com a ciência do espírito era relegado a uma
categoria inferior. Com ele, imaginar e construir máquinas passou a ser considerada uma
pesquisa experimental das leis da mecânica. Por este aspecto, e não pelos engenhos
espantosos que idealizou e nunca funcionaram (nem funcionariam), pode ser tido como um
dos precursores da metodologia científica.
O Físico
Anatomia e Fisiologia
Leonardo ainda estudou as plantas. Estudou a origem dos ramos menores a partir dos
maiores, a influência do ar, da luz solar, do orvalho e dos sais da terra na vida das plantas.
Leonardo realizou experiências sobre transformações das substâncias, elasticidade e
compressibilidade.
Atribuiu grande importância à Matemática como forma de expressão das leis da física,
afirmando que: "Investigação alguma pode ser chamada de verdadeira ciência se não passar
pelas demonstrações matemáticas".
Um aspecto curioso sobre Leonardo era que, sendo ambidestro, escrevia tanto da
esquerda para a direita, quanto da direita para a esquerda. A escrita incomum tornava difícil
sua leitura (era necessário usar um espelho). Porém, segundo Stefano De Simone, essa
intenção escapou a Leonardo. Ele escrevia com a mão direita os resultados do estudo e
reflexão crítica, e com a esquerda (da direita para a esquerda) as coisas que lhe vinham à
mente, expontaneamente.
A Mona Lisa: