Anda di halaman 1dari 11

Resumo de Foucault – História da Sexualidade:

 Livro 1 – A vontade de saber:


 Foucault fala da moral sexual vitoriana, da interdição do sexo
e do silêncio do sexo. Por que nos culpamos pelo sexo? É uma
pergunta que o autor faz.
 “Em suma, trata-se de determinar, em seu funcionamento e
em suas razões de ser, o regime de poder-saber-prazer que
sustenta, entre nós, o discurso sobre a sexualidade humana”.
 “O único espaço social que a sexualidade é reconhecida é no
quarto dos pais, fora desse ambiente há silêncio”
 O sexo que se cala.
 Foucault fala da hipótese repressiva, onde as instituições
regulam o sexo, e não necessariamente interdita. A
sexualidade é falada a partir da marginalidade dele, não se fala
do sexo entre marido e mulher, se fala do sexo entre
adolescentes como problemática, se fala sobre o adultério,
sobre homossexualidade, perversões, etc. As instituições
regulam o sexo ao falar dele. O discurso puritano do sexo só é
possível porque é fácil a humanidade ser dominada.
 Surgem sexualidades úteis e conservadoras. Fala-se da
sexualidade a valorizando como segredo. O discurso da
sexualidade foca nos dissidentes, como já dito acima.
 Existe uma relação entre poder e prazer que funcionam dentro
da lógica de controle da sexualidade. E o ato de nominar e
categorizar as práticas dissidentes faz parte dessa dualidade
prazer e poder. Poder em dominar todas as categorias do
prazer.
 Por um lado, há a obrigação de esconder o sexo (interdição), e
por outro lado há o dever de confessá-lo.
 “Em princípio, o sexo se esconderia do sujeito, cabendo a um
exame clínico resgatá-lo (inconsciente). O interlocutor,
hermeneuticamente, decifra o sexo do outro. Cria-se um
poder-saber sobre o sujeito: “Nós dizemos a sua verdade,
decifrando o que dela ele nos diz, e ele nos diz a nossa,
liberando o que estamos oculto”
 Assim é criado o dispositivo da sexualidade: não sobre a
repressão dos instintos, mas sobre leis que regem o desejo e
criando os sujeitos e as identidades como as conhecemos.
 Todas os elementos negativos ligados ao sexo têm função
numa técnica de poder e numa vontade de saber.
 O saber das práticas do outro como ter poder e conhecimento
sobre o outro.
 Ele diz que foi o próprio poder que incitou essa proliferação de
discursos, através da igreja, da escola, da família, do
consultório médico. Essas instituições não visavam proibir ou
reduzir a pratica sexual; visavam o controle do individuo e da
população.
 Um exemplo prático dos motivos para se regular o sexo foi o
surgimento da população como problema econômico e
político, sendo necessário analisar a taxa de natalidade, a
idade do casamento, a precocidade e a freqüência das relações
sexuais, a maneira de torná-las fecundas ou estéreis e assim
por diante.
 O discurso do sexo entrelaçado com a economia visa uma
sociedade economicamente útil, nada a ver com a ascese, só
direciona o uso do sexo de forma que o Estado e a economia
aprovem e incentivem. Vai ver é também por isso que em 2016
ainda se deseja ter poder sobre a sexualidade alheia.
 “Parece-me que se deve compreender o poder, primeiro,
como a multiplicidade de correlações de forças imanentes ao
domínio onde se exercem e constitutivas da sua organização;
o jogo que, através de lutas e afrontamentos incessantes as
transforma, reforça, inverte; os apoios que tais correlações de
força encontram umas nas outras, formando cadeias ou
sistemas ou ao contrário, as defasagens e contradições que as
isolam entre si; enfim, as estratégias em que se originam e cujo
esboço geral ou cristalização institucional toma corpo nos
aparelhos estatais, na formulação da lei, nas hegemonias
sociais”.
 Essa repressão moderna do sexo se sustenta no fato de
coincidir justamente com a época de desenvolvimento pleno
do capitalismo. Assim, uma coisa justifica a outra: o trabalho
sobrepõe o prazer, aprisionando-o ao fator da procriação. Ao
mesmo tempo, como o sexo se torna tabu, a pessoa que fala
abertamente dele ganha um status de transgressão
deliberada.
 No quesito falar sobre o sexo: aos poucos, foi-se definindo
quando, como e com quem se podia falar dele. Um exemplo é
a forma como as confissões católicas definiam o que se deveria
falar ao padre: a coisa mais primordial era, justamente, as
estripulias carnais.
 Acho que a vontade de saber vem da apropriação no século
XVIII dos saberes da sexualidade, da psicanálise que estuda a
sexualidade, especialmente a histeria feminina, da pedagogia
que expressa as questões da sexualidade da criança, inclusive
no formado das escolas de dividirem meninos e meninas e etc.,
a medicina com a patologização de certas práticas sexuais, a
economia e os problemas demográficos, de natalidade e
reprodução com viés econômico.
 O poder é entendido na sua forma complexa, como potência e
relação, e não como estrutura ou instituição.
Esquematicamente:
 1) O poder se exerce em inúmeros pontos;
 2) O poder não é exterior a outros sistemas (é imanente);
 3) O poder vem de baixo;
 4) As relações de poder são intencionais (objetivas);
 5) O poder cria a resistência (logo, esta não lhe é externa).
 6) As “quatro” regras:
 - regra de imanência (sexo como objeto possível);
 - regra das variações contínuas (as matrizes não se repartem,
por exemplo, ao focar a sexualidade da criança, médicos
reformulam a dos adultos);
 - regra do duplo condicionamento (os dispositivos não são
hierarquizados – família e Estado – mas se entrelaçam e se
sobrepõem);
 - regra da polivalência tática do discurso (este é descontínuo,
por exemplo, nomear a sexualidade a liberou para falar por si).
 A sexualidade está ligada a dispositivos recentes de poder,
esteve em expansão crescente a partir do século XVII; a
articulação que a tem sustentado, desde então, não se ordena
em função da reprodução; esta articulação, desde a origem,
vinculou-se a uma intensificação do corpo, à sua valorização
como objeto de saber e como elemento nas relações de poder.
(p.118)
 É importante destacar: Foucault põe lado a lado o chamado
dispositivo da aliança e o da sexualidade. O primeiro é ligado
ao direito (lícito/ilícito) e à reprodução, ainda persistindo
através de formas tradicionais, especialmente na família. A
interdição, por exemplo, é típica deste dispositivo; como regra,
há o incesto ou mesmo segregação. Mas o dispositivo da
sexualidade ao qual Foucault se refere segue uma nova lógica,
muito ligada ao sexo como negócio do Estado e para a
vigilância (não interdição):
 - autonomização do sexo em relação ao corpo: cria-se a
medicina das perversões e os programas de eugenia;
 - não se reduz a utilização do prazer para engendrar a força de
trabalho, uma vez que também se aplica às classes
privilegiadas, embora esteja ligado a uma certa hegemonia
burguesa (o corpo se valoriza, bem como o modelo de família
e um modelo de sexualidade própria).
 A sociedade normalizadora se faz sobre a vida e o corpo (não
mais sobre o direito de morte). O dispositivo da sexualidade é
quem levanta tais questões, e cria o próprio desejo e o próprio
sexo. O desejo e o sexo são criações sociais!
 A explosão de discursos sobre o tema levou a um
movimento centrífugo em relação à monogamia
heterossexual, regra básica da sociedade pós-vitoriana. Ao
mesmo tempo, surgem diversas sexualidades periféricas,
combatidas, porém, crescentes: atraem muita atenção, tanto
dos códigos indulgentes, quanto da sociedade. Por fim,
Foucault diz que é preciso abandonar a ideia de que as
sociedades industriais iniciaram um processo de repressão
intensa do sexo: segundo ele, há uma explosão visível de
sexualidades heréticas e a garantia da proliferação de prazeres
específicos e a multiplicação de sexualidades disparatadas

 Livro 2 – O uso dos prazeres:


 Foucault não busca fazer uma genealogia da história da
sexualidade e como ela se desenvolveu em passos
cronológicos. Ele busca analisar a forma da sexualidade na
modernidade, o desejo e o sujeito desejante.
 O termo sexualidade foi apropriado por diversos campos do
saber e se ramificou em diversos campos do saber.
 Sexualidade e preocupação moral.
 “Por que o comportamento sexual, as atividades e os prazeres
a ele relacionados, são objeto de uma preocupação moral”,
“por que esse cuidado ético é mais valorizado do que outras
esferas vitais e/ou sociais? ” Entramos de imediato, pois, no
problema da transgressão onde o recuo de uma dada regra é
considerada falta grave. Porém Foucault enfatizará que, mais
do que isso, a grande questão é a de que a preocupação moral
será tão maior quanto menor for a obrigação e/ou a proibição.
 O objetivo que o conduzirá ao longo da obra é claramente
delineado: “definir as condições nas quais o ser humano
‘problematiza’ o que ele é, e o mundo no qual ele vive. ”
 A “estética da existência” será abordada, juntamente com a
noção fundamental de “artes da existência” (práticas
importantes, exercícios de autoconstituição, técnicas da
existência): escolhas pessoais sem a imposição de leis, o que
significa que não existem leis severas que regem as escolhas
pessoais. É exaltada a possibilidade de “fazer de sua vida uma
obra que seja portadora de valores estéticos e responda a
certos critérios de estilo”, ou seja, de que a própria vida é um
trabalho permanente. Essas técnicas foram desvalorizadas ao
longo da história, mas Foucault quer resgatá-las para um
exercício de reflexão, visando, assim, uma mudança de
perspectiva e de vida.
 Longe de uma hermenêutica, Foucault pretende fazer um
diagnóstico do presente, “analisando, não os
comportamentos, nem as ideias, não as sociedades, nem suas
ideologias, mas as problematizações através das quais o ser se
dá como podendo e devendo ser pensado, e as práticas a partir
das quais essas problematizações se formam. ”
 Foucault avalia que o cristianismo dava muito mais ênfase às
questões da moral sexual do que o paganismo antigo.
 A ascese só é possível através de um rigor, não exigido por leis
físicas, mas por leis morais.
 O perfil das condutas é traçado de acordo com o período. Ele
exemplifica com a Grécia Antiga, onde a prática homossexual
era aceita e até incentivada, mas ser afeminado era totalmente
rechaçado. Por isso que o desejo e a sexualidade são
constructos sociais, afinal, a homossexualidade era muito mais
aberta na Grécia Antiga do que na medievalidade e na era
vitoriana. Vale lembrar que a rejeição do “afeminado” na
Grécia era também relacionado ao desvalor da mulher nessa
sociedade, e que se identificar com o lado feminino (observe
que a sexualidade não é afeminamento) seria se identificar
com papéis naturalmente inferiores e distantes da
superioridade masculina.
 A ascese sempre foi uma qualidade venerada no cristianismo,
o herói que abdica dos prazeres em prol da religião e da sua
missão no mundo.
 Moral é considerado um conjunto de regras de
comportamentos que se deve seguir.
 Foucault entende que a moral sexual da era vitoriana é
herdeira de um cristianismo bem antigo, onde a ascese é algo
venerado e as práticas sexuais não úteis – reprodução – são
rejeitadas.
 A ascese para a cultura Greco-romana antiga era um pouco
diferente da cristã: “A ênfase é colocada na relação consigo
que permite não se deixar levar pelos apetites e pelos
prazeres, permite ter, em relação a eles, domínio e
superioridade, manter seus sentidos num estado de
tranquilidade, permanecer livre de qualquer escravidão
interna das paixões, a atingir a um modo de ser que pode ser
definido pelo pleno gozo de si e pela soberania de si sobre si
mesmo”.
 Foucault não aceita a hipótese repressiva pela qual a
sexualidade é reprimida pelo sistema. Para ele, a sociedade
capitalista liga prazer e poder. Entender se a mecânica do
poder é repressiva depende da forma teórico-metodológica
escolhida.
 Descobrir no desejo a verdade de si mesmo, pois com ele se
remete a atenção a si próprio. Buscar a identidade gera poder.
Poder, verdade e saber estão na constituição do sujeito; para
Foucault não há sujeito sem a noção de poder. A sexualidade
é uma experiência histórica singular que inclui a preocupação
moral e o cuidado ético e liga as técnicas de si às práticas em
relação a si. A História da sexualidade 2, foi construída
seguindo a estrutura da constituição de si, dos jogos de
verdade e da interação com as regras de conduta.
 Na Grécia Antiga a sexualidade não era regulamentada por
uma instituição, como a Igreja regulava a sexualidade cristã a
partir do século 5. Na antiguidade a homossexualidade era
livre, apesar de pessoas como Platão não curtirem muito a
sexualidade como um todo, e os homens praticavam uma
dietética voltada para a gestão da saúde, cuidado de si que
influenciava nas práticas sexuais. A sexualidade e o ato sexual
na Grécia Antiga não eram só desejos carnais, era também algo
filosófico, os pupilos e os mestres transavam como troca de
sabedoria. Os homens livres podiam se ter, pois se
encontravam no mesmo nível, separados pelo fator etário e
econômico, que eram, estes sim, os guias para o
comportamento.
 À medida em que a reflexão se desloca para a mulher, será
evidenciada uma reflexão moral sobre os prazeres sexuais. A
emergência do pensamento sobre a mulher resgata toda uma
preocupação com a virgindade, a conduta, a simetria e a
reciprocidade humana.
 Depois, há uma mudança da temática sexual para o corpo,
quando a investigação sobre o sexo irá refletir sobre a
condição da criança, da saúde e da normalidade. (p. 221)
Numa outra instância, a partir do século II, os problemas de
conduta passam a referir-se ao refreamento do desejo,
intentando a purificação. A atenção se volta para a unificação
doutrinal, em que se juntam os conceitos de morte,
imortalidade, casamento e condição para a verdade. Ocorre
uma unificação das diferentes artes, como filosofia, religião e
medicina para se decifrar a sexualidade, em resumo, rumo à
purificação e ao combate à concupiscência.
 Desde o século IV que a sexualidade é considerada perigosa e
caracterizante da perda da substância vital e precisa ser não
suprimida, mas controlada de forma não ser excessiva.
 “o comportamento sexual é constituído como domínio de
prática moral, no pensamento grego, sob a forma de
aphrodisia, de atos de prazer que se referem a um campo
agonístico de forças difíceis de serem dominadas; elas exigem,
para tomar a forma de uma conduta racional e moralmente
admissível, o funcionamento de uma estratégia da medida e
do momento, da quantidade e da oportunidade.”
 Essa austeridade imposta ao sujeito em relação ao uso da
sexualidade não funciona exatamente como uma regra
aplicada a todos, mas mais como um princípio de estilização de
conduta para aqueles que querem dar uma forma mais bela à
sua existência.
 “Uma história da "ética" entendida como a elaboração de uma
forma de relação consigo que permite ao indivíduo constituir-
se como sujeito de uma conduta moral. ”
 As três grandes artes de se conduzir: A dietética, a econômica
e a erótica. A dietética dizia respeito a um cuidado com a saúde
e com o corpo, uso comedido e oportuno da prática sexual, o
exercício da temperança. Na econômica tem mais a ver com a
relação do marido com a esposa e na quantidade de relações
infiéis que seriam “saudáveis”. Na erótica ele fala do amor pelo
outro e na liberdade desse amor na renúncia dos prazeres.
 As coisas começam a mudar quando o problema passa a levar
em consideração a mulher, e é aí que vão se levar em
consideração questões de castidade, fidelidade matrimonial. O
núcleo de problematização vai da relação para o corpo,

 Livro 3 – O cuidado de si:


 A transformação do cuidado de si desde a Grécia platônica
influenciou a moralidade sexual da sociedade ocidental.
 O cuidado de si se transformou em um verdadeiro fenômeno
cultural e princípio de toda conduta racional.
 O autor considera dois preceitos: a epimeleia heautou que é o
cuidado de si mesmo, a preocupação consigo mesmo; e gnôthi
seauton, o conhece-te a ti mesmo, as relações entre sujeito e
a verdade. Em Alcebíades, no entanto, o gnôthi seauton
sempre teve uma espécie de subordinação ao epimeleia
heautou, como uma maneira de aplicação concreta da regra
geral de ocupar-se de si-mesmo.
 Encontramos, em Alcebíades, três condições que
determinavam, ao mesmo tempo, a razão de ser e a forma do
cuidado de si: 1- aqueles que deveriam se ocupar de si mesmos
eram jovens destinados a exercer o poder; 2 – o objetivo era o
bom exercício do poder; 3 – a forma exclusiva onde ocupar-se
de si é conhecer a si próprio.
 Foucault separa os gêneros de expressão em quatro famílias:
1 – os atos do conhecimento: cuidar-se de si, voltar seu olhar
para si, examinar-se a si próprio,...; 2 – a idéia de movimento:
conversão do olhar, vigilância necessária a si, “movimento
global da existência que é levada, convidada a girar, de alguma
maneira, sobre ela mesma e a se dirigir ou voltar-se para si.”
(P. 82); 3 – o vocabulário médico, jurídico e religioso: cuidar-
se, sarar-se, amputar-se, abrir seus próprios abscessos,
reivindicar-se a si mesmo, liberar-se, render-se culto, honrar-
se,...; 4 – a relação de controle: dar prazer a si mesmo,
satisfazer-se, etc.
 Assim sendo, filosofar é cuidar de si e isto é uma felicidade
(encaixando-se na última família de expressões que vimos
acima) pois o objetivo é ser feliz na presença de si próprio. A
vida, sobretudo na velhice, torna-se mais feliz. Esta nova forma
é, para todos os jovens, uma preparação para ser velho e, para
os velhos, uma forma de revigorar-se com o bem.
 O cuidado de si deve ser um cuidado da alma, e a vida do
homem deveria ser marcada pelo domínio de seus instintos.
 O sujeito virtuoso era, portanto, aquele que possuía uma
relação de reciprocidade com o outro tanto no âmbito familiar,
como profissional.
 Na Antigüidade só era possível cuidar de si a partir do
cumprimento de regras e condutas que se apresentavam
enquanto prescrições para o sujeito. É por isso que Foucault
diz que a ética do cuidado de si era exercida no âmbito da
racionalidade, pois a pessoa só poderia exercitar os
ensinamentos prescritos pelos moralistas gregos e estóicos
mediante uma memorização e uma dedicação em torno do
cumprimento de verdades propostas.
 Ser livre significava não ser escravo dos instintos. Liberdade
era o domínio do sujeito sobre si mesmo.
 Trata-se de mostrar que na época clássica a subjetividade era
produzida a partir de grandes preocupações com o uso dos
prazeres e que na modernidade os modos de subjetivação
passam a ser cada vez mais produzidos por meio de saberes
institucionais capazes de delimitar, de fabricar indivíduos para
um perfeito funcionamento da máquina estatal. Em outras
palavras, trata-se de mostrar como em algum momento
histórico a cultura de cuidado de si deu lugar a uma cultura de
sujeição. É por isso que Foucault, em seus últimos trabalhos,
entrelaça a questão da subjetividade com a história dos modos
de sujeição. Enquanto na Antigüidade as formas de
subjetivação se exerciam por meios de técnicas de si, na
contemporaneidade elas se estabelecem em estratégias de
saber-poder que procuram de toda maneira controlar a
subjetividade por meio de biopolíticas que têm por objetivo
maior controlar, adestrar, através de mecanismos de poder.
 O que importa, para além das questões epistemológicas de
quem estudou o quê, era que o sexo já desde muito tempo era
considerado perigoso, difícil de ser dominado e custoso. Existia
uma moral que regulava a fidelidade conjugal, o amor pelos
rapazes e a entrega aos prazeres.
 Do lado da dietética e problematização da saúde, havia uma
relação entre o sexo e o corpo, a relação entre a prática sexual
e as doenças, as consequências perturbadoras do sexo.
 Do lado da mulher as modificações vão de encontro a uma
valorização do vínculo conjugal, a justa conduta do marido e a
moderação que ele deve se impor.
 Do lado dos rapazes, a abstinência que antes era apenas uma
privação para um bônus espiritual, vira uma imperfeição
própria de algumas pessoas.
 As modificações do cuidado de si fazem parte da
transformação de formas de repressão e interdição da
atividade sexual, para uma lógica de cuidado de si e culto a si
mesmo que naturalmente controla os impulsos e excessos
sexuais. É de certa forma um controle, mas um controle
“suave”, que parte de induzir as pessoas a se submeterem a
ele sem ameaças, mas voluntariamente para atingir algo
desejável, a chega a um puro gozo de si ao recusar o gozo no
outro.
 RELER TODAS AS CONCLUSÕES!!!!!!!!!!!!!!!

Anda mungkin juga menyukai