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Estudo da Lei de Indução de Faraday e do Transformador

Mestrado Integrado em Engenharia Fı́sica Tecnológica


Turno de 3a feira, Grupo 2, 2o Semestre, Ano Letivo 2017/2018
Laboratório de Eletromagnetismo e Termodinâmica
Carlota Cardoso (87308), Igor Gago (87323), Miguel Bengala (87340) e Rodrigo Santo (87352)

22 de maio de 2018
Resumo
Neste trabalho estuda-se a lei de indução de Faraday e o funcionamento do transformador. Verifica-se a lei de indução em circuitos
estáticos na presença de campos magnéticos oscilantes e circuitos oscilantes na presença de circuitos magnéticos estáticos. Determina-se
os coeficientes de auto-indução e indução mútua. Analisa-se também o funcionamento básico do transformador, obtendo-se a razão entre
as amplitudes das tensões e a diferença de fase entre os sinais primário e secundário. Para a indução em circuito estático com campo
variável obteve-se LM =(1.059 ± 0.05) mH e para a indução em circuito móvel com campo estático obteve-se LM = (1.1306 ± 0.0001)
mH.

I. Introdução Se tivermos apenas 2 circuitos, o coeficiente é simplesmente


LM = L12 = L21 , e para o caso descrito anteriormente:
I. Lei de indução de Faraday
dφ dLM 8 µ0 N
A lei de Faraday pode ser generalizada pela equação de =i ⇔ LM = √ nA cos (ωt) (5)
dt dt 5 5 R
Maxwell-Faraday, que afirma que um campo magnético que va-
ria com o tempo é sempre acompanhado por um campo elétrico
III. Transformador
não-conservativo que varia espacialmente, e vice-versa:
Considerando o caso em que se enrolam 2 fios à volta de um
~ material ferromagnético, criando-se 2 bobinas. Cada bobina
~ = − ∂ B ⇔ i = − dφ
∇×E (1)
∂t dt tem uma resistência interna, ri , uma diferença de tensão entre
Onde φ é o fluxo magnético e i é a força eletromotriz as suas extremidades, Ui , e é percorrida por uma corrente,
induzida. ii . Podemos escrever cada uma das tensões Ui em função dos
Se colocarmos uma bobina de área A e n espiras no meio de 2 outros parâmetros e dos coeficientes de indutância mútua:
bobinas de Helmholtz de raio R e N espiras, onde uma corrente
i circula, o campo magnético criado pelas bobinas pode ser con- di1 di2
siderado constante na zona central. Assim, a variação do fluxo U1 = r1 i1 + L11 + LM (6)
dt dt
deve-se apenas à variação da secção A. Colocando a bobina di2 di1
de área A em rotação, a uma frequência ω, o fluxo magnético U2 = r2 i2 + L22 + LM (7)
dt dt
que a atravessa é dado por φ = BAIm cos (ωt), logo a força
eletromotriz vai ser proporcional à corrente i e à frequência de Podemos assim obter a razão entre as amplitudes das duas
rotação ω: tensões(desprezando as resistências internas) :

U2max 1
= k1 p (8)
dφ 8 µ0 iN U1max 1 + (k2 ω)2
εi = − = nABω sin (ωt) = √ nAωIm sin (ωt) (2)
dt 5 5 R
Com k1 = L M
L11
e k2 = LR22 (1 − k2 ), onde k = √LLML é o
11 22

Onde B ≈ 5√ 8 µ0 iN
é o campo magnético na zona central coeficiente de acoplamento magnético.
5 R
das bobinas de Helmholtz. Há-que ter em conta também que Apesar de os dois sinais terem a mesma frequência, não têm
B = ki, sendo k a constante de acoplamento magnetico. Assim, a mesma fase, sendo a diferença de fase descrita por:
considerando as Xm a amplitude de um sinal obtém-se:
ϕ = − arctan (k2 ω) (9)

εi
= nKAω Campo Variável, circuito estático (3) II. Método Experimental
Im
εi = Lm ω = nBAω Campo Estático, circuito móvel (4)
I. Montagem

II. Indução Mútua


Outra maneira de variar o fluxo magnético e assim criar
uma força eletromotriz é variando o próprio campo magnético.
Podemos fazer isto ao alterar a corrente i que cria o campo
magnético. Uma variação da corrente resulta então na variação
do fluxo e dá origem a uma força eletromotriz, logo a uma cor-
rente induzida. Este fenómeno é conhecido por auto-indução e
é descrita pelo coeficiente de auto-indução, Lii , que relaciona o
fluxo magnético com a corrente elétrica.
Figura 1: Montagem Experimental
Por outro lado, variações em nas correntes de circuitos
próximos também vão resultar em variações do fluxo magnético
e assim criam uma força eletromotriz. Cada uma destas relações A figura 1a) consiste na montagem a usar no estudo da
pode ser descrita pelos coeficientes de indutância mútua, Lij . indução com campo magnético variável. Está uma bobina de

1
tamanho reduzido (2) (com 22.5 mm de diâmetro) cuja tensão é III. Análise de Resultados
medida no canal 1 do osciloscópio (Y1) com o seu eixo paralelo
ao eixo das bobinas de Helmholtz (3) que se encontram a uma I. Indução em Circuito Estático com Campo
distância igual ao seu raio e são atravessadas por uma cor- Variável
rente sinusoidal. Essa corrente é conhecida medindo a tensão
aos terminais da resistência (R), pelo canal 2 do osciloscópio
(Y2), e conhecendo o valor da mesma, o sinal de tensão si-
nusoidal provem do gerador (1). Na figura 1b) encontra-se
a montagem a realizar para estudo da indução num circuito
móvel. As bobinas de Helmholtz são agora alimentadas por
tensão contı́nua (proveniente da fonte (4) ) e a corrente que as
atravessa é medida através do amperı́metro (A). Uma fonte de
tensão contı́nua (5) alimenta o suporte da pequena bobina de
forma a que esta rode com velocidade constante, e a frequência
de rotação (que é igual à da força eletromotriz, bem como a
amplitude desde) é medida pelo canal 1 do osciloscópio (Y1).
Por último, na figura 1c) está a montagem a realizar para o Figura 2: Razão entre as amplitudes da força eletromotriz in-
estudo do transformador. O enrolamento primário (n1=600) é duzida e da intensidade de corrente em função da frequência
alimentado por uma tensão sinusoidal proveniente do gerador da tensão aplicada às bobinas de Helmoltz.
(1), visualizada no osciloscópio no canal 1 (Y1), e a tensão no
Verificou-se que, como esperado segundo a eq. 3, a razão
enrolamento secundário no canal 2 (Y2).
entre as amplitudes da força eletromotriz induzida e da inten-
sidade de corrente percorrer as bobinas dependia linearmente
II. Procedimento da frequência do sinal de corrente (ver figura 2). Para o ajuste
linear obteve-se um declive b=LM =(1.059 ±0.05) × 10−3 e
Adaptado de [2] a ordenada na origem a=(32 ± 160) × 10−3 . Repara-se em
I. Indução em circuitos estáticos primeiro lugar que, apesar da ordenada na origem não ser nula,
Efetuou-se a montagem da figura 1a. Ajustou-se o ge- o zero encontra-se na margem de incerteza da mesma, o que
rador de modo a produzir uma tensão alternada sinusoidal sugere a inexistência de erros sistemáticos significativos.
com f = 100 Hz e amplitude tal que V2 não excedesse 3 V . Previa-se que o coeficiente de auto-indução fosse LM = 1.01
Orientou-se a pequena bobina de modo a que a sua secção mH. O valor determinado experimentalmente (que corres-
estivesse perpendicular ao campo de indução. Registou-se a ponde ao declive do ajuste) apresenta o reduzido desvio
amplitude máxima da tensão V1 gerada na pequena bobina de 4.8%. Em adição, obtém-se para valor experimental da
e da tensão V2 . Repetiram-se as medições para os valores constante de acoplamento magnético entre os dois sistemas
de frequência 200Hz, 400Hz, 800Hz, 1.6kHz, 3.2kHz, 6.4kHz, k=(4.44 ± 0.21) × 10−3 , com um desvio de 4.8% em relação ao
12.8kHz e 18kHz. Verificou-se sempre que a amplitude máxima calculado. Assim, não só os desvios são reduzidos como ambos
de V2 não excedia 3V e aumentou-se R para 50Ω quando a de os valores mencionados contêm os respetivos teóricos na sua
V1 ficou muito reduzida. margem de incerteza.
II. Indução em circuitos móveis
Efetuada a montagem da figura 1b, ajustou-se a fonte de II. Indução em Circuito Móvel com Campo
tensão contı́nua de modo a que as bobinas de Helmholtz fos- Estático
sem percorridas por uma corrente I = 800 mA. Fez-se variar
Ao longo desta recolha o valor de intensidade de corrente
a velocidade de rotação da pequena bobina num total de 13
a percorrer as bobinas de Helmholtz foi mantido constante e
valores igualmente espaçados, registando o valor e a frequência
igual a i = (796 ± 2) mA.
da tensão V1 aos terminais desta.
Verificou-se para esta fase, também como esperado, uma
III. Funcionamento de um transformador clara dependência linear entre a força eletromotriz induzida
Fez-se a montagem da figura 1c com o enrolamento primário e a frequência de rotação da bobina pequena. O ajuste li-
de 600 espiras e o enrolamento secundário de 72 espiras. near aos dados (ver figura 3) resultou numa reta de declive
Ajustou-se o gerador de modo a que produzisse uma tensão b=(9.0±0.5)×10−4 e ordenada na origem a=(15.9±7.3)×10−4 .
alternada sinusoidal com frequência f = 50 Hz. Variou-se a Do valor do declive e equação 4 retira-se então que o campo
amplitude máxima desta desde 1.5 V até 9 V em passos de magnético vale em módulo Bexp = (3.8 ± 0.2)mT, que se es-
1.5 V , registando as amplitudes máximas da tensão V1 aos perava ser Bteo = 3.37 mT. Para o coeficiente de indução
terminais do primário e de V2 aos terminais do secundário, bem mútua obtém-se LM = (1.1306 ± 0.0001) mH e uma constante
como a diferença de fase entre elas. Repetiu-se o procedimento de acoplamento k=(4.8 ± 0.3) × 10−3 com desvios de 12% e
para frequências da tensão produzida pelo gerador de 100 Hz, 14% aos teóricos. Constata-se que se obtêm agora desvios não
500 Hz, 1000 Hz e 2500 Hz. Com amplitude constante de desprezáveis e que nenhuma margem de incerteza dos valores
V1 = 9 V , registaram-se as amplitudes máximas de V1 e V2 , experimentais cobre o respetivo teórico (nomeadamente, a da
para valores de frequência de 100Hz, 160Hz, 250Hz, 400Hz, ordenada da origem não contém o zero). Tal pode dever-se,
650Hz, 1kHz, 1.6kHz, 2.5Hz, 4kHz, 6kHz, 10kHz. Mantendo por exemplo, ao facto de nesta fase experimental a pequena
uma frequência f = 10 kHz, registou-se a diferença de fase bobina a rodar provocar a vibração do seu suporte, e é possı́vel
entre V1 e V2 . Em seguida retirou-se a resistência de 10Ω e que, apesar da tentativa de conter o movimento, a pequena
mediram-se as amplitudes máximas de V1 e V2 , bem como a bobina tenha estado mais próxima de uma das bobinas, fazendo
diferença de fase entre elas. Por fim, com o medidor de in- aumentar o valor LM . A discrepância na intensidade do campo
dutâncias, foram medidos os coeficientes de autoindução do magnético pode dever-se à disformidade do campo: a bobina
primário e do secundário do transformador, para frequências pode ser atravessada por linhas não paralelas entre si, sendo,
de 120 Hz e 1 kHz. portanto, a componente normal à sua direção mais reduzida

2
que previsto, causando uma diminuição em relação ao valor diferença de fase entre os sinais. Esta variação, para uma tensão
teórico. U1m ≈ 9V , pode ser observada na figura 5.

Figura 3: Amplitudes da força eletromotriz induzida em função


Figura 5: Diferença de fase entre o sinal de saı́da e o sinal da
da frequência de rotação da pequena bobina.
entrada φ em função da frequência f
De acordo com o modelo para o transformador ideal, esperar-
III. Estudo do transformador se-ia que essa diferença de fase fosse constante e igual a zero.
Contudo, já se previa uma variação com a frequência, dada
Na figura 4 encontram-se representada a variação da tensão
pela equação 9, à qual foram ajustados os dados experimentais.
no secundário em função da tensão no primário, para 5 valores
Deste ajuste obteve-se k2φ = 1.208 ± 0.003 × 10−4 (s/rad ), valor
de frequências entre os 50Hz e 2500Hz. Os parâmetros do
que será comentado posteriormente.
ajuste encontram-se na tabela 1.
Uma vez que esse ajuste não é representativo de todos os
pontos experimentais, foram considerados desvios em relação
frequência (c) e à fase (d), o que permitiu obter uma melhor
curva. Os parâmetros desse ajuste encontram-se representados
na tabela 2.
Ajuste c × 102 (Hz) d(rad ) k2 × 10−4 (s/rad )
teo - - 1.208 ± 0.003
cor 1.00 ± 0.02 −7.3 ± 0.3 1.317 ± 0.009
Tabela 2: Parâmetros dos ajustes da diferença de fase φ em
função da frequência f
Analisando a tabela 2 e observando o gráfico 5 verifica-se
que apesar da curva corrigida se ajustar muito bem aos dados
Figura 4: Tensão máxima no secundário U2m em função da experimentais, os valores encontrados para os parâmetros não
tensão máxima no primário U1m para várias frequências - dados podem ser explicados por eventuais erros no procedimento. É
experimentais e ajuste linear U2m = a + b · U1m de destacar o valor de c, que sugere um desvio de 100Hz para
as frequências. Desta forma, os resultados não se consideram re-
f (Hz) a × 10−3 b × 10−1 δ(%) presentativos da realidade.Embora este valor seja incompatı́vel
50 ± 2 −1.3 ± 1.3 1.135 ± 0.002 5.42 para baixas frequências, não se exclui a possibilidade de se
100 ± 2 −5.3 ± 9.4 1.13 ± 0.02 5.8 tratar de um erro do gerador de sinais para altas frequências.
507 ± 2 −8.7 ± 9.3 1.00 ± 0.02 16.67 De forma a estudar a variação da razão entre as tensões U2
1005 ± 2 −4.0 ± 9.3 0.82 ± 0.02 31.67 e U1 , variou-se a frequência do sinal do primário para uma am-
2496 ± 2 3.6 ± 9.3 0.47 ± 0.02 60.83 plitude máxima U1m ≈ 9V e registou-se a amplitude máxima
da tensão U2m aos terminais da resistência R. Esse conjunto
Tabela 1: Parâmetros dos ajustes da tensão U2m no secundário de dados encontra-se representado no gráfico da figura 6.
em função da tensão U1m no primário
Como se pode observar pelo gráfico de 4, a variação das
tensões apresenta um comportamento linear embora a taxa de
variação seja diferente. Verifica-se que a reta se ajuste bem
para todas as tensões de cada frequência, passando por todos
os intervalos de incerteza dos pontos experimentais. Tem-se
também que as ordenadas na origem a contêm o zero no seu
intervalo de incerteza, o que corrobora o modelo teórico dado
pela equação 8.
Para um transformador ideal, esperar-se-ia que as tensões
evoluı́ssem linearmente com constante de proporcionalidade
N2 72
N1
= 600 = 0.12. Como tal, incluiu-se na última coluna da
tabela 1 o desvio percentual do declive experimental em relação
Figura 6: Razão entre as tensões máximas U2m e U1m em
ao valor do transformador ideal. Pode então concluir-se que o
função da frequência f
transformador não é ideal, afastando-se cada vez mais dessa
situação com o aumento da frequência, e, consequentemente, Da observação da figura 6 verifica-se que o modelo des-
que a constante de proporcionalidade entre as tensões depende crito pela equação 8 se ajusta bastante bem aos dados expe-
da frequência, como previsto teoricamente pela equação 8. rimentais, passando a curva por todos os intervalos de incer-
É também importante notar que esta variação da razão teza. Desse ajuste obteve-se k1 = (1.105 ± 0.006) × 10−1 e
entre as duas tensões fez-se acompanhar de uma variação da k2 = (1.37 ± 0.02) × 10−4 s/rad.

3
Dada a boa correspondência entre os dados experimentais Tendo isto em consideração, facilmente se explicam os
e a equação teórica, seria lógico concluir que os coeficientes resultados verificados para uma frequência do sinal de en-
de indução são efetivamente constantes, pois o modelo parte trada de 10kHz sem a resistência R: U1m = 9.05 ± 0.01V ,
desse princı́pio. Contudo, verificaram-se com um medidor de U2m = 0.92 ± 0.01V e φ = 0.050 ± 0.003 rad. Nessa situação,
indutância os valores da tabela 3. considerando a resistividade dos cabos desprezável, não existe
praticamente corrente a circular no secundário, pelo que este
bobina f (Hz) L(mH) R(Ω) não consegue induzir uma corrente em si próprio, ou seja, a
primário 120 815 ± 2 141 ± 2 tensão no secundário é apenas resultado da indução mútua
1000 341 ± 2 276 ± 2 das duas bobinas. É por isso que se verifica o comportamento
secundário 120 8.45 ± 0.01 1.4 ± 0.2 previsto para o transformador ideal, apesar do grande valor de
1000 5.89 ± 0.01 9.0 ± 0.2 frequências.
Tabela 3: Coeficientes de indutâncias e resistência interna do
primário e do secundário
Embora estes resultados contradigam as ilações extraı́das
IV. Conclusão
do ajuste, não se deve descartar completamente este modelo.
Neste trabalho foi possı́vel, em geral com sucesso, aplicar e
Apesar de este admitir coeficientes de indução constantes, os
verificar a lei da indução de Faraday para três sistemas diferen-
valores determinados para os parâmetros k1 e k2 podem sugerir
tes: uma pequena bobina estática sob o efeito de um campo
uma dependência semelhante em ω das indutâncias. Para ave-
magnético variável produzido por duas bobinas de Helmholtz;
riguar esta hipótese, determinou-se a constante de acoplamento
a mesma pequena bobina em rotação sob efeito de um campo
magnético.
estático; e um transformador com núcleo ferromagnético.
f (Hz) k2φ k1 k2 Para a indução na pequena bobina estática sob efeito
de campo variável, os resultados foram muito satisfatórios,
120 0.926 ± 0.000 1.085 ± 0.005 0.915 ± 0.002
verificando-se inteiramente, tendo em consideração as incerte-
1000 0.892 ± 0.000 0.841 ± 0.006 0.876 ± 0.002
zas experimentais, as previsões teóricas da lei da indução de
Tabela 4: Constante de acoplamento magnético a partir dos Faraday e tendo-se obtido um coeficiente de auto-indução e uma
resultados de diferentes ajustes e várias frequências constante de acoplamento magnético com desvios inferiores a
Embora não se verifique uma total concordância de k nem 4.8%.
para a mesma frequência nem para o mesmo parâmetro, os Para o sistema com a pequena bobina em rotação e o campo
resultados são algo razoáveis. Descarta-se a determinação se- estático, os resultados seguiram o comportamento esperado,
gundo o parâmetro k1 uma vez que o valor de k para a menor mas mostraram menor exatidão que os anteriores. Em particu-
frequência é superior a 1, ou seja, à situação ótima. Em relação lar, a evolução da força eletromotriz com a frequência não foi
às outras duas determinações, verifica-se que o valor de k não estritamente linear, não estando o zero contido no intervalo de
apresenta um grande desvio entre si. Os valores determinados incerteza da reta ajustada aos dados experimentais. Também
permitem afirmar, mais uma vez, que o transformador não é para o coeficiente de auto-indução e constante de acoplamento
ideal, e que até frequências de 1kHz, os coeficientes de indução foram observados desvios à expetativa teórica superiores, res-
apresentam uma dependência semelhante em ω. petivamente, de 12% e 14%. Tendo como referência os bons
Apesar do ajuste discutido ter sido realizado para resultados obtidos na secção anterior e comparando os dois
frequências até 10kHz, não se deve estender o resultado ante- sistemas, vê-se como causa mais provável de incerteza o movi-
rior a toda essa gama de frequências. Por um lado, verifica-se mento da posição do eixo da pequena bobina provocado pela
que a curva ajusta tende a afastar-se dos dados experimen- vibração do motor, que se tentou minimizar imobilizando a
tais para altas frequências, ou seja, o modelo deixa de ser montagem experimental com as mãos do operador, mas que,
totalmente válido. Por outro lado, repare-se nos valores obti- inevitavelmente, não foi possı́vel eliminar. Sugere-se, para
dos para as resistências internas das bobinas, especialmente posterior realização de procedimento experimental semelhante,
para o secundário. Não só se verifica um aumento desse valor uma imobilização mais efetiva da montagem com recurso a, por
com o aumento da frequência mas também que esse valor está exemplo, um fixador de aperto preso à própria bancada.
próximo do da resistência utilizada na montagem. Sendo assim, No estudo do transformador, foi possı́vel concluir, como
as aproximações realizadas no modelo estudado deixam de ser esperado, que as tensões do primário e secundário eram pro-
coerentes, ou seja, essas resistências devem ser consideradas. porcionais, com constante de proporcionalidade decrescente
Ligando as duas secções desta parte do trabalho experimen- com a frequência. Também se verificou uma dependência da
tal, pode verificar-se no gráfico 6 que o transformador apre- diferença de fase relativamente à frequência, que já se esperava
senta um comportamento praticamente ideal até frequências pelo caráter não ideal do transformador estudado. Os valores
de 500Hz, tal como verificam os dados da tabela 1. Para obtidos para a constante k através de diferentes métodos não
frequências mais altas, a derivada temporal do fluxo magnético foram muito precisos, mas tal facto pode explicar-se pelas va-
é maior e consequentemente, porque B ∝ i, a corrente induzida riações nas condições de aplicabilidade do método já discutidas,
no secundário por parte do primário é também maior. A partir considerando-se, pois, os resultados experimentais satisfatórios.
de certa frequência, essa corrente passa a gerar um campo
magnético não desprezável que, pela lei de Lenz, induz no
próprio secundário uma outra corrente, em sentido contrário à Referências
primeira, gerada pela indução mútua das bobinas. Uma vez
que o modelo ideal do transformador despreza essa corrente [1] Aula Teórica, João Figueirinhas.
auto-induzida, tem-se que a tensão resultante é inferior à pre-
vista no caso ideal, como verificam os dados experimentais. [2] ”Protocolo de execução do trabalho sobre a lei de indução
Esta corrente auto-induzida é também a causa da diferença de de Faraday e o funcionamento do transformador.”,João
fase entre as tensões e a sua variação com a frequências. Figueirinhas, Raquel Crespo.

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