Capítulo 01
Os Tronos de Deus
Deus é em si o todo! Mas o todo é formado por muitas partes. Cada parte é
um aspecto da criação, e Deus está em todas elas ao mesmo tempo porque é
Onipresente. A onipresença de Deus é incontestada, e todas as religiões orga-
nizadas a têm como dogma.
O Panteísmo tem sua origem nesse fato, verdadeiro, e fundamenta sua crença
de que, se Deus é onipresente e está em tudo e todos ao mesmo tempo, então
se pode cultuá-Lo por meio daquela com que melhor se afinizar.
Isso é verdadeiro, ainda que nunca devamos nos esquecer de que uma parte
não é o todo e sim só uma de suas partes.
Um “deus” do fogo não é Deus, mas uma forma de cultuá-Lo por meio de uma
de suas partes, que é o elemento Fogo.
Um “deus” da água é uma de suas partes, que é o elemento Água.
Um “deus” da terra é uma de suas partes, que é o elemento Terra.
Um “deus” do ar é uma de suas partes, que é o elemento Ar.
Um “deus” dos minerais é uma de suas partes, que é o elemento Mineral.
Um “deus” dos vegetais é uma de suas partes, que são os Vegetais.
Um “deus” dos cristais é uma de suas partes, que são os Cristais.
Um “deus” do tempo é uma de suas partes, que é o Tempo.
Um “deus” dos animais, dos répteis, das aves, das montanhas, dos mares, dos
rios, dos lagos, das cachoeiras, dos cemitérios, da chuva, dos ventos, do sol,
dos raios etc. não é Deus, e sim algumas de suas muitas partes.
NOMES DAS ENTIDADES
Ninguém duvida da existência dos Anjos, pois estão descritos na Bíblia, assim
como os Tronos, os Arcanjos, os Serafins etc.
Ninguém duvida da existência dos Devas porque estão descritos nos livros sa-
grados hinduístas.
Ninguém duvida da existência dos Orixás porque estão descritos nos livros sa-
grados e na tradição oral nigeriana. E assim com todas as atuais religiões!
Mas muitos duvidam da existência das cosmogonias antigas, tais como a egíp-
cia, grega, babilônica ou caldeia, nórdica, caucasiana, mongólica, romana,
cartaginesa, havaiana, polinésia, indígenas americanas (índios americanos e
canadenses, astecas, maias, incas, índios tupis-guaranis), africanas em geral
(muitas) etc.
Existem Tronos para todas as funções divinas sustentadoras dos meios e dos
seres.
Cada um desses profissionais contribui com sua parcela de trabalho para que
uma casa esteja pronta para ser habitada.
Com os Tronos acontece a mesma coisa e o Trono Construtor dos meios des-
tinados aos seres é uma emanação onisciente, onipotente e oniquerente de
Deus. Um Trono é um poder. Logo, Trono e poder são sinônimos.
Capítulo 02
Divindades e Divindades Hierarquias dos Tronos de Deus
Por Rubens Saraceni
Nosso planeta é formado por muitos tipos de compostos energéticos:
• Aquáticos: água doce, salgada, mineral etc.
• Minerais: minérios, metais, silicatos etc.
• Ígneos: magma, carvões minera e vegetal etc.
• Telúricos: areia, saibro, terra etc.
• Vegetais: madeira, folhagens, gramíneas etc.
• Eólicos: ar, gases etc.
• Cristalinos: pedras, gemas, cristais etc.
Mas esse nosso planeta não se resume só à sua dimensão material, por-
que temos uma contraparte espiritual, onde tudo o que existe obedece
a outro padrão vibratório, ainda que tudo seja sustentado pelo mesmo
tipo de magnetismo do plano material.
Aí têm uma descrição sucinta das sete energias que formam o composto
energético sétuplo que todas as pessoas absorvem aqui no plano ma-
NOMES DAS ENTIDADES
Esses sentidos estão relacionados com os Tronos de Deus, que são mani-
festadores divinos dessa qualidade d’Ele.
Capítulo 03
Divindades e Divindades Hierarquias dos Tronos de Deus
Por Rubens Saraceni
A Umbanda, ainda que não evidencie isso à primeira vista, é uma religião mui-
to rica em fundamentos divinos. E, se isso acontece, é porque é nova, não foi
codificada totalmente e não tínhamos um indicador seguro que nos auxiliasse
na decodificação dos seus mistérios.
Atualmente, quase um século após sua fundação por Zélio Fernandino de Mo-
raes e o senhor Caboclo das Sete Encruzilhadas, espíritos mensageiros têm
NOMES DAS ENTIDADES
nos transmitido algumas chaves-mestras que têm aberto vastos campos para
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Com isso, temos chaves importantes para avançarmos no estudo dos funda-
mentos da Umbanda Sagrada até chegarmos ao âmago do mistério dos seus
nomes simbólicos.
Mas para chegarmos ao âmago, antes temos que saber qual é o meio ou a di-
retriz que nos guiará nesta busca, já que temos linhas de Caboclos, Pretos-ve-
lhos, Crianças, Baianos, Boiadeiros, Marinheiros, Exus, Pomba-giras etc.
E esta chave-mestra se chama “Fatores de Deus”.
Assim explicado, o “verbo divino” é uma função e cada função é uma ação
realizadora.
Mas, se assim é, tem que haver um meio através do qual o verbo realizador
faça sua função criadora. E esse meio não pode ser algo comum mas sim ex-
traordinário, divino mesmo, já que é através dele que Deus realiza.
Nós sabemos que a alusão ao verbo divino na Bíblia Sagrada não teve até ago-
ra uma explicação satisfatória pelos estudiosos dela e pelos seus mais reno-
mados intérpretes, relegando-o apenas às falas ou pronunciamentos de Deus.
Mas isto também se deve ao fato de seus intérpretes não terem atinado com a
chave-mestra que abre o mistério do “verbo divino” mas que agora, de posse
da Umbanda Sagrada, explica-nos tudo, desde o caos bíblico ao big-bang dos
astrônomos e desde o surgimento da matéria até o estado primordial da cria-
ção, tão buscado atualmente pela física quântica.
Sim, o verbo divino e seu meio de realizar suas ações tanto está na concretiza-
ção da matéria quanto no mundo rarefeito da física quântica. E está desde a
reprodução celular até a geração dos corpos celestes.
Por fatores, entendam as menores coisas ou partículas criadas por Deus, e elas
são vivas, e são o meio do verbo divino realizar-se enquanto ação, já que cada
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fator é uma ação realizadora em si mesmo e faz o que o verbo que o identifica
significa.
E o verbo direcionar, cujo significado é dar rumo a algo, tem como meio de se
realizar enquanto ação o fator direcionador.
Já o verbo desviar, cujo significado é o de desviar do alvo, tem como meio de
se realizar enquanto ação o fator desviador.
E o verbo gerar, cujo significado é fazer nascer algo, tem como meio de se re-
alizar enquanto ação realizadora o fator gerador.
E o verbo esterilizar, cuja função é oposta, tem como meio para se realizar
enquanto ação o fator esterilizador.
E o verbo cortar, cujo significado e função é partir algo, tem como meio para
se realizar enquanto ação o fator cortador.
Já o verbo unir, cujo significado e função é juntar algo, tem como meio para
se realizar enquanto ação o fator unidor.
São poucos verbos se comparados aos muitos que existem, mas são suficien-
tes para os nossos propósitos.
ele se realiza enquanto ação, então todo exu que tenha em seu nome simbó-
lico a palavra tranca é um gerador desse fator e que, quando o irradia, tranca
algo, certo?
E, se tomarmos o verbo abrir e o fator abridor, temos uma linha de trabalhos
espirituais e mágicos de Umbanda, a dos Exus abridores, onde temos estes
nomes simbólicos:
• Exu abre tudo – ligado a Oxalá.
• Exu abre caminhos – ligado a Ogum.
• Exu abre portas – ligado a Obaluayê.
• Exu abre matas – ligado a Oxossi.
• Exu abre tempo – ligado a Oyá.
E se tomarmos o verbo romper, aqui não citado, e o fator através do qual sua
ação se realiza, temos estas linhas de trabalhos espirituais e mágicos:
• Ogum rompe tudo – ligado a Oxalá.
• Ogum rompe matas – ligado a Oxossi.
• Ogum rompe nuvens – ligado a Yansã.
• Ogum rompe solo – ligado a Omulú.
• Ogum rompe águas – ligado a Yemanjá.
• Ogum rompe ferro – ligado a Ogum.
Capítulo 04
Os Três Estados da Criação
Por Rubens Saraceni
Em outros dos nossos livros, abrimos um pouco mais o Mistério das Vibrações
Divinas e tudo foi assumindo forma.
Chegamos a comparar as ondas vibratórias aos genes, pois tal como eles, elas
têm funções e realizam ações específicas na criação, porque cada modelo de
onda transporta uma energia específica que é capaz de realizar um trabalho
só seu.
de “Fatores de Deus”.
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Assim, o sobrenatural vai cedendo seu lugar ao natural porque se tornou com-
preensível e foi colocado sob determinado controle (o da ciência).
Quando alguém dizia que tal folha ou erva é de um orixá e se perguntado por
que ela é desse orixá e não de outro, e ouvimos como resposta que ela é dele
porque é, pois foram os “mais velhos” que ensinaram isso, ficava uma fresta
NOMES DAS ENTIDADES
para a dúvida, porque faltava toda uma explicação que se justifica tal afirma-
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tiva.
O modelo é este:
• Olorum (Deus) é o princípio de tudo e está em tudo o que criou e gerou de si.
Como Deus criou e gerou tudo, Ele é o princípio de tudo e tudo se inicia Nele.
Porque tudo se inicia em Deus então tudo tem seu princípio e está fundamen-
tado Nele. Logo, tudo tem seu princípio criador e gerador.
Esse princípio criador-gerador que cada uma das coisas criadas por Deus traz
em si, distingue-a e diferencia-a de todas as outras e dá-lhe uma individualiza-
ção que facilita sua identificação, sua classificação e sua denominação.
• Nós, os seres racionais, em nosso planeta e em seu lado material, nos iden-
tificamos como humanos, nos classificamos como mamíferos e nos denomi-
namos como seres humanos, separando-nos de outras espécies criadas por
Deus em outros dos seus princípios criadores-geradores.
O que justifica essa afirmação é o fato de seres humanos só gerarem seres hu-
manos, só bovinos gerarem bovinos, só equinos gerarem equinos, etc., entre
os mamíferos, mas de espécies diferentes.
e gerou tudo), eles também têm suas identidades próprias e uns são classifi-
cados como pertencentes a uma espécie e outras a outras.
Observação: “Aqui não usaremos os nomes científicos e sim os populares para
nomearmos tudo e todos”.
Porque cada espécie vegetal tem seu princípio criador-gerador em Deus, elas
também têm suas identidades e individualidades que as distinguem entre si.
• O mesmo ocorre com as aves, com os peixes, com os répteis, com os...,
etc.
E cada coisa criada e gerada por Deus traz em si seu princípio criador-gera-
dor que tanto a identifica, a classifica e a denomina, individualizando-a, assim
como a impede de, a partir de si, criar e gerar outras coisas ou outras espécies.
Com isso a criação e o geracionismo original e fundamentado em Deus está
garantido, não se desvirtuando e não degenerando nada e ninguém.
- O conservacionismo é um dos princípios existentes em Deus.
O nosso modelo contempla três estados para tudo o que Deus criou e gerou:
• Estado divino
• Estado espiritual
• Estado natural
– Tudo o que existe em um dos estados das coisas criadas e geradas por Deus
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– Tudo, por ter origem em Deus e por ter sido criado e gerado em um princípio
específico, o traz em si e tanto tem sua individualização sustentada por Ele,
como pode ser identificado, classificado e denominado por Ele.
– E, porque tudo se mostra nos três estados, mas cada coisa gerada e criada
por Deus o é em um princípio único, então um único e específico princípio sus-
tenta, identifica, classifica e nomeia cada coisa (espécie) nos seus três estados
(o divino, o espiritual e o natural).
Mas, como para cada estado, cada coisa tem sua forma de mostrar-se, ainda
que o seu princípio geral e único seja o mesmo, então transformamos grada-
tivamente o modelo natural, para os sentidos da vida, também englobados
NOMES DAS ENTIDADES
Como tudo o que se mostra no estado natural também se mostra nos outros
dois ainda que em acordo com o estado onde está se mostrando, então pode-
mos transpor esses sete sentidos para o estado divino da criação, que encon-
traremos seres divinos que também se adaptam a ele e nos permitem identifi-
cá-los, classificá-los e nomeá-los.
• No estado natural temos os elementos formadores da natureza terres-
tre: cristal, mineral, vegetal, fogo, ar, terra e água.
• No estado espiritual temos os espíritos associados aos elementos atra-
vés dos sentidos: da fé, do amor, do conhecimento, da justiça, da lei, da evo-
lução e da geração.
• No estado divino temos os sete mistérios maiores sustentadores da
vida, que nos permitem associá-los aos poderes emanados por Deus e
nos permitem identificar, classificar e nomear suas divindades regen-
tes:
• Mistério da Fé
Divindade da Fé
• Mistério do Amor
Divindade do Amor
• Mistério do Conhecimento
Divindade do Conhecimento
• Mistério da Justiça
Divindade da Justiça
• Mistério da Lei
NOMES DAS ENTIDADES
Divindade da Lei
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• Mistério da Evolução
Divindade da Evolução
• Mistério da Geração
Divindade da Geração
Estas divindades-mistérios podem ser identificadas, classificadas e nomeadas,
mas só através do estado natural, porque nele suas vibrações divinas estão
dando sustentação à formação e manutenção dos elementos, e que também
são os captadores, os absorvedores, os concentradores, os condensadores e
os irradiadores dela para os seres e para os meios.
Com um modelo analógico pronto tudo ficou fácil e resultou numa tabela
comprovável.
Com esta tabela, uma correspondência pode ser estabelecida, bastou subs-
tituir os nomes das divindades mistérios por orixás para surgir um panteão
divino que nos é compreendido e que, no estado natural pode ser visualizado
e descrito:
• Divindade-mistério da Fé
aos Orixás da Fé
• Divindade-mistério do Amor
aos Orixás do Amor
• Divindade-mistério do Conhecimento aos Orixás
do Conhecimento
• Divindade-mistério da Justiça
aos Orixás da Justiça
• Divindade-mistério da Lei
aos Orixás da Lei
• Divindade-mistério da Evolução
aos Orixás da Evolução
• Divindade-mistério da Geração
aos Orixás da Geração
NOMES DAS ENTIDADES
EBOOK SEMANA 02
A visualização desses orixás não pode ser direta, porque eles são em si um es-
tado natural da criação: o cristalino.
Em sentido contrário (do micro para o macro) já que podemos visualizar, iden-
tificar, classificar e nomear os seres espirituais, os naturais, os de natureza di-
vina, as divindades naturais em ativos e passivos e em masculinos e femininos,
também podemos fazer o mesmo com a Divindade-mistério da Fé. E o faze-
mos desta forma:
• A Divindade-mistério da Fé, denominado Orixá da Fé é em si um mistério
maior de Deus, porque traz em si o duplo aspecto dele e de sua criação. Tanto
é ativo quanto passivo; tanto é masculino como feminino e, em si, essa duali-
dade o caracteriza como criador e gerador, predicado este só encontrado em
Deus.
vida, criando, gerando e sustentando tudo e todos criados e gerados por Ele
EBOOK SEMANA 02
nesse sentido.
Mas a regra de ouro que nos ensina que o que está em Deus está na sua criação
e nas suas criaturas (os três estados), justifica a nossa certeza na divindade dos
Sagrados Orixás, nos seus poderes, nos seus domínios, nas suas regências e
nas suas ascendências sobre nós, os espíritos humanos.
Até nossas filiações por orixás, está fundamentada nesse modelo desenvolvi-
do por nós, pois se temos na regência dos sete sentidos, das sete vibrações,
das sete irradiações e dos sete elementos e das sete dimensões elementais
básicas suas regências e suas presenças divinas, não há como não estar ligado
e estar sendo amparado por um deles.
NOMES DAS ENTIDADES
pois até nossa personalidade íntima, nossos gostos, humor e predileções, en-
caixam-se dentro desse modelo identificatório, classificatório e nomeador.
Só não vê e não o aceita, quem não quer ou ainda é extremamente ignorante
sobre Deus e seus mistérios.
Umbanda é religião; tem seus mistérios; tem seus fundamentos; está funda-
mentada em Deus e os três estados da criação estão tão visíveis dentro de um
terreiro de Umbanda que só não os vê quem não quer.
todos em correspondência direta com os dois outros estados, pois se não hou-
e, através deste, atuar no “lado de fora” da criação, uma vez que ele vive no
Só é preciso conhecê-los!
NOMES DAS ENTIDADES
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Este é um texto inédito de Rubens Saraceni que estará no seu próximo lan-
Umbanda”.
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