Anda di halaman 1dari 2

UEFS - Universidade Estadual de Feira de Santana

Pós Graduação em Estudos Literários


Nome – Patricia Silva Pinto

O INTERPRETE E SEU PAPEL

O interprete tem papel fundamental quanto à produção de um texto. Isso porque o


texto para ter seu sentido em completude é necessário ser lido e decifrado em suas entranhas.
Não apenas a leitura dos símbolos gráficos como trata Bosi (1988), pois estes não dariam
conta do sentido contido nas palavras que estão impregnadas de cultura e historicidade, mas
um trabalho interpretativo retirando as inúmeras camadas que recobrem o texto, elegendo
como define Bosi (1988), nas inúmeras possibilidades o significado do texto, o que ele fala
para quem o ler.

A interpretação é empreendida por meio do evento que incide ao individuo e no


indivíduo que a experimenta. È um exercício de ressignificação realizado entre o que Bosi
(1988) chama de “relação de abertura e fechamento” que “a palavra escrita entretém com o
não-escrito”, num exercício de mediação entre o texto e sua experiências, vivências e leituras
de mundo.

Bosi (1988) diferencia interprete de leitor citando Carlo Diano. Diano descreve o
interprete como aquele que tem o papel de resgatar para o leitor o evento, que traz em si
complexidade subjetividade e historicidade, a que o autor deu forma. Dessa maneira se pode
afirmar que o interprete enxerga além, penetra as muitas camadas do texto e transpõem a
“opacidade” da qual fala Bosi, num exercício intelectual mais complexo, apreendendo o
sentido do que é lido.

A leitura que resulta na interpretação é uma atividade reflexiva que requer do


indivíduo um arcabouço de vivencias e de outras leituras. A interpretação é um exercício que
busca compreender o processo de escrita em sua origem bem como seu sentido e significado
(NUNES, 2008). Nunes (2008) afirma que o interprete se faz mediador e tradutor de um texto,
sobretudo por ser leitor, mas o leitor que vai além da ação mecânica, aquele que faz o
exercício da crítica tendo seu arcabouço o que o leva a destrinchar o texto trazendo à tona a
sua conexão com a forma, o contexto histórico e o público o que se destina.
Nunes diz que “o conhecimento da obra é também conhecimento do que ela manifesta
ou revela da vida cultural e histórica da qual participa e de alguma maneira também produz”.
O interprete faz a leitura do que “quer dizer” o texto a partir de suas experiências e vivências
culturais e históricas.

As palavras de um texto não são translucidas e sua opacidade (BOSI, 1988) se faz da
justaposição de inúmeras camadas de significados. O trabalho do interprete se dá justamente
na retirada dessas camadas da exposição desses muitos significados. Michel Foucault, citado
por Nunes, define muito bem esse inesgotável trabalho do interprete quando diz que “a
linguagem não diz exatamente o que diz”. Dessa maneira cabe ao interprete dar voz àquilo
que não foi dito pelas palavras

No primeiro momento o texto não diz necessariamente o que de fato está dizendo,
antes fala mais nas entrelinhas. Aquilo que não está expresso nas palavras grafadas por vezes
tem maior significado do que aquilo que está explicitado. A interpretação consiste num eterno
“o autor quis dizer” que pode estar bem distante das intenções do autor exatamente pelo fato
de que a interpretação é um evento intimo que pode variar de individuo para individuo a partir
do mesmo texto, pois é uma ação que perpassa por um olhar influenciado pelo contexto
cultural.

Conforme Nunes (2008) a interpretação se faz a partir da compreensão prévia


sinalizada de antemão pelo texto assim que se começa sua leitura, realizando assim um
diálogo entre interprete, que se faz mediador, e texto.

Anda mungkin juga menyukai