Anda di halaman 1dari 4

Taguchi – Estar na tolerância basta?

Como engenheiro mecânico, desde a faculdade eu ouço falar em tolerâncias


dimensionais. Por que elas existem? Porque é impossível produzirmos peças em
larga escala e a preços competitivos se tivermos que produzir no valor nominal
projetado. A tolerância é o limite que a fábrica tem para produzir a peça e ser
aprovada. Peças dentro da tolerância são aprovadas pelo controle de qualidade
e peças fora da tolerância são rejeitadas e retrabalhadas ou refugadas.A
preocupação maior de um fabricante de peças mecânicas é estar dentro da
tolerância especificada pelo cliente.Se o seu processo estiver dentro da tolerância
especificada, podemos dizer que seu processo é capaz e ele não deverá investir
tempo e dinheiro mais naquele processo.
Vejamos um exemplo interessante do livro Deming Dimension.Suponhamos que
você tenha que produzir uma peça que tem um furo.Este furo possui um diâmetro
nominal de 13.25 mm.Imagine que este furo pode ser feito e medido pela fábrica
de maneira perfeita e tenha exatamente 13.25 mm (esta é uma perspectiva
irreal, mas que adotamos somente para ilustrar o raciocínio). Considere que
neste furo vai um eixo. Qual seria o diâmetro para o eixo? Não pode ser 13.25
mm, pois neste valor o eixo não iria deslizar dentro do furo, ficaria muito
apertado. Talvez 13.15 mm seja um bom número, pois permitiria um gap de 0.10
mm que seria preenchido por lubrificante.

Isto é o ideal, mas é possível fazer algo assim?


Vamos pensar em alguns limites de especificação, imaginando que o eixo tem
13.15 mm mais ou menos um delta.Este delta não pode ser maior que 0.10 mm,
o que daria 13.05 a 13.25 mm, pois o eixo não pode ser maior que 13.25 mm,
pois não entraria no furo.Vamos utilizar 13.15 ± 0.08 mm.Esta tolerância ainda
pode causar problemas, pois 13.23 mm produziram um eixo muito apertado e
13.07 mm produziria um encaixe muito frouxo.
Uma especificação como esta poderia ser usual, porém poderia causar
dificuldades.Seria muito melhor se tivéssemos uma especificação de
13.15±0.05mm, indo de 13.10 a 13.20 mm.O problema neste caso seria a fábrica
que nos diria não poder lidar com uma tolerância tão apertada. Entretanto, todos
sabem que a produção está sempre tentando deixar seu trabalho mais fácil.O
departamento de produção sabe que os engenheiros de produto procuram
sempre pedir tolerâncias menores que as necessárias.
A discussão entre os engenheiros de produto e fabricação continua e eles fecham
um acordo para que a especificação seja 13.15±0.07mm.Este tipo de negociação
é uma consequência da ausência de cooperação entre os departamentos. A
relação ganha-ganha é esquecida e cada departamento pensa nos seus próprios
interesses.
Se analisarmos o processo de se determinar as especificações, percebemos que
há problemas e situações ilógicas no conceito de aprovação ou reprovação.Será
que há uma grande diferença entre um eixo com 13.075mm e um eixo com
13.085mm para aprovarmos um e rejeitarmos o outro?

Será que considerar as tolerâncias como uma métrica para se


aprovar ou reprovar peças é algo inteligente?
Bom, até aqui nós assumimos que era possível produzir furos com 13.25 de
especificação, porém nós não podemos. O processo de produção de furos está
sujeito à variação, talvez até maior que a variação encontrada no processo de
produção do eixo.Ou seja, imagine a dificuldade que teremos de conjugar as duas
variações, mas vamos lá.
A produção nos diz que não é possível se fazer furos com menos de 0.20mm de
tolerância. Será que isto é realmente verdade? Provavelmente, como antes, a
produção está se protegendo e utilizando uma “margem de segurança”.Como
dito antes, é muito comum que a produção diga que precisa de uma tolerância
duas vezes maior do que o necessário.Entretanto, após uma negociação entre a
engenharia de produto e a produção, é provável que eles saiam com uma
especificação para o furo de 13.25±0.15mm, o que dá uma faixa de variação de
13.10 a 13.40mm para o furo. Esta tolerância torna toda a discussão sobre os
limites de especificação dos eixos algo obsoleto, pois muitos dos eixos
especificados entre 13.08 e 13.22mm não irão se ajustar os furos em que serão
colocados.

Melhor aumentar um pouco o intervalo de especificação


E assim, a barganha continua.Talvez a produção seja eventualmente forçada a
apertar a especificação do furo para 13.25±0.10mm, o que comprovará que eles
estavam dobrando a faixa de tolerância que na verdade poderão produzir.E como
ficará a especificação para os eixos? Agora é difícil até decidir sobre qual deverá
ser o valor nominal para o eixo, que dirá as tolerâncias. O eixo de 13.15mm não
irá se ajustar nos furos próximos ao limite inferior de especificação e ficará largo
nos furos próximos ao limite superior.
Talvez, após muita briga a produção aceite produzir os eixos com
13.05±0.05mm. Isto certamente evitará problemas do eixo não entrar no furo
(desde que a tanto o eixo como o furo estejam dentro dos limites de
especificação). Porém, nesta configuração de tolerâncias, teremos muito
problemas com folga no ajuste eixo-furo.Talvez seja melhor aumentar um pouco
o intervalo de especificação, e arriscar que alguns eixos não entrem nos furos.
Isto irá garantir que mais eixos tenham um bom ajuste nos furos. Porém, a
frustração continua.
Esta discussão deixa claro que os limites de especificação são uma maneira ruim
de definir e controlar um processo. E, muitos processos de manufatura possuem
outras inter-relações de especificação semelhantes a esta. Em quase todas as
situações, não há um intervalo que divide de maneira real os produtos e serviços
bons dos ruins.O uso de especificações acaba dando a impressão de que é
possível dividir o que é bom do que é ruim. Mas, na realidade, as especificações
são uma profecia auto-realizável.

Limites de especificação
É importante esclarecer um ponto que muitos confundem.O uso dos limites de
especificação se assemelha muito ao uso da definição operacional, apesar desta
última ser utilizada de maneira muito menos entusiástica. Se os limites de
especificação são necessários, eles precisam ser acompanhados de uma definição
operacional e de um método claro de como medi-las.Deverá haver uma regra
que defina quando algo deverá ser reprovado, retrabalhado, descartado ou
apenas desculpado, caso contrário, haverá margem para confusão.
As especificações são importantes, mas a exemplo dos japoneses, devemos
utilizá-las mais como um benchmark do que como nossa meta ou ponto
final.Nossa meta deve ser desenvolver sistemas que atenda a todas as
especificações desde o começo, e sejam continuamente melhoradas desde
então.Esta é uma filosofia muito diferente do que trabalhar para atingir as
especificações e por isto, gera efeitos muito diferentes. Atingir as especificações
é algo importante, mas deve-se buscar sempre superá-las.
Então, se não é possível utilizar os limites de especificação para definir o que é
bom e o que é ruim, como devemos proceder? Vamos retornar ao diâmetro
nominal do furo de 13.25mm.A verdade que realmente importa é que quanto
mais perto do nominal for o diâmetro, melhor será o furo. E quanto mais longe,
pior será o diâmetro.Os erros mais graves ocorrem à medida que nos afastamos
do nominal. 13.25mm é a melhor medida de todas. 13.26mm não é tão boa e
13.27 é pior ainda.
Até que ponto pode aceitar então?
Para aqueles que não estão acostumados com produção à manufatura, Pete
Jessup da Ford sugeriu um exemplo que todos podem entender a temperatura
da sala.
Para responder a esta pergunta precisamos lançar mão de um conceito diferente,
que não leva em conta o que é bom e o que é ruim, o que é conforme e não
conforme. Este novo conceito é a Função Perda de Taguchi, apresentada em 1960
por Taguchi no Japão e muito usada pelos matemáticos a mais de duzentos anos.
O valor da característica da qualidade é registrado no eixo horizontal, enquanto
o vertical mostra a perda ou quão sério poderá ser um desvio na no valor medido.
A perda é zero quando o valor do atributo de qualidade medido é igual ao
nominal. Quando o valor medido está muito próximo ao nominal, a perda
também é muito pequena. Porém, quando o valor se afasta do nominal e perda
aumenta cada vez mais.
Agora o problema é calcular a perda. Como é calculada esta perda? É em termos
da redução da qualidade no produto final, possível retrabalho insatisfação do
cliente, baixa moral na força de trabalho por produzir algo de pior qualidade, etc?
A resposta do próprio Taguchi para esta questão parece que varia. Por um lado
ele se referia à perda como “a perda para a sociedade”, enquanto sua
metodologia de planejamento de experimentos necessitava de uma forma
específica de se calcular a perda.

Abordagem de Taguchi
Apesar das dificuldades, as vantagens da abordagem de Taguchi são muitas.
Primeiramente, pode-se debater a natureza exata da função perda em qualquer
condição em particular. Este debate é baseado em uma análise lógica, oposta a
discussão dos limites de especificação que não são uma representação real da
realidade.
Outro ponto, a função perda de Taguchi mantém sempre na mente dos
envolvidos a necessidade de se melhorar sempre – se houver discrepâncias entre
o valor nominal (o que sempre há), haverá perda e, assim, a necessidade de se
melhorar (reduzir a variabilidade). Este ponto se contrapõe à visão de que ter
100% das peças dentro dos limites de especificação é o objetivo da qualidade.
O terceiro ponto é que mesmo função perda estimada de forma grosseira poderá
fornecer muita informação para se priorizar os esforços de melhoria. Para se
priorizar qual projeto de melhoria deve ser realizado primeiro, pode-se estimar a
função perda para os vários projetos escolhidos e priorizar o com a função perda
com evolução mais rápida.
Por último, a utilização da função perda de Taguchi permite prover uma base, se
for necessária, para se analisar o valor dos esforços de melhoria e também irá
tornar mais visível o custo de algumas práticas da empresa.
Exemplo
Há processos nos quais o desgaste da ferramenta causa uma redução gradual na
qualidade medida.Uma prática comum das empresas que possuem este processo
de fabricação é ajustar a máquina para produzir próximo ao limite superior de
especificação quando a ferramenta é nova e depois deixar a média cair de
maneira gradual e então trocar a ferramenta quando a medida ficar próxima ao
limite inferior de especificação.
Esta prática resulta num dimensional de saída que cobre toda a faixa de
especificação permitida, causando segundo a função perda de Taguchi um
prejuízo grande.

Anda mungkin juga menyukai