Belém – PA
2012
1
Belém – PA
2012
2
Data: _____________________
Resultado: _________________
BANCA EXAMINADORA
Ass.: _____________________________________
Ass.: _____________________________________
Ass.: _____________________________________
3
AGRADECIMENTO
Agradecemos primeiramente a Deus, pois foi Ele que nos deu forças para
vencer esta jornada e nos possibilitou investir em nossa formação, mostrando-nos
os caminhos e iluminando-nos, para que pudéssemos sempre tomar as decisões
mais corretas e nunca desistir de lutar diante de todas as dificuldades que surgiram
durante esses quatro anos.
Agradecemos aos nossos pais, irmãos e familiares em geral, que constituem
o alicerce de nossas conquistas, estando sempre presentes em todos os momentos,
para dar orientação, apoio, atenção, e principalmente, incentivo para que nunca
deixássemos de trilhar o caminho da verdade e da vitória.
Agradecemos em especial à nossa orientadora, Leila Duarte, que com muita
boa vontade sempre esteve disposta a nos ajudar, auxiliando, orientando e
corrigindo quando necessário, além de ser uma profissional na qual devemos nos
espelhar.
E por fim, agradecemos a todos, que direta ou indiretamente contribuíram
para que chegássemos ao fim desta pequena jornada, a todos que nos deram apoio
e que acreditaram em nossa vitória. O nosso sincero obrigado.
5
6
ABSTRACT
The exclusive breastfeeding in first the six months of life is of great relevance for the
health and development of the child. The absence of breastfeeding or early weaning
before the age of six months it can bring several aggravations for health of child. The
World Health Organization recommends the exclusive breastfeeding until the six
months of life as an intervention for the reduction of infant morbimortality, however,
although the increasing indexes of the practices of breastfeeding in Brazil it is
observed that the exclusive breastfeeding rate still it is beyond the ideal considered.
This research has a general objective to investigate the causes that contribute for the
early weaning of minors children of six months attended for Family Health Strategy
King Christ in Ananindeua, in Para. The used methodology was through a descriptive
study with quantitative boarding and it collects of data by means of interview and
form application. The results had been analyzed by simple percentile indices and
presented by means of graphics and tables. The results show that the causes of
early weaning had been: low educational level, work problems, low revenue, lack of
support of the family, amongst others. The women in the study are in the age group
between 15 to 39 years with predominance of the age group between 25 to 29 years
(26,7%); unmarried (93%); with middle school 66,7%, being 33% incomplete; not
working outside (66,7%) and have low family income of a minimum wage (73%). The
frequency of weaning was increased to three months (26,7%) and the majority said
possess knowledge about breastfeeding (73,3%). It is necessary to stimulate the
breastfeeding between families, aiming to decrease the early weaning and improving
the quality of life of children.
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE ABREVIATURAS
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.....................................................................................15
1.1 PROBLEMATIZAÇÃO/JUSTIFICATIVA...............................................................16
1.2 OBJETIVOS.........................................................................................................18
1.2.1 Objetivo Geral..................................................................................................18
1.2.2 Objetivos Específicos.....................................................................................18
1.3 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO...............................................................................18
1.4 HIPÓTESES.........................................................................................................19
1.5 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO........................................................................20
2 REFERENCIAL TEÓRICO..................................................................21
2.1 HISTÓRICO DO ALEITAMENTO MATERNO......................................................21
2.2 POLÍTICAS PÚBLICAS DE INCENTIVO AO ALEITAMENTO MATERNO..........22
2.2.1 Alojamento Conjunto......................................................................................25
2.2.2 Programa Mãe-Canguru..................................................................................25
2.2.3 Iniciativa Hospital Amigo da Criança............................................................26
2.2.4 Projetos Carteiro Amigo e Bombeiros Amigos da Amamentação.............27
2.2.5 Norma Brasileira de Comercialização de Alimentos para Lactentes e
Crianças de Primeira Infância, Bicos, Chupetas e Mamadeiras..........................28
2.2.6 Objetivo de Desenvolvimento do Milênio: Redução da mortalidade
infantil........................................................................................................................29
2.2.7 Programa de Humanização no Pré-Natal e Nascimento..............................31
2.2.8 Agenda de Compromissos para a Saúde Integral da Criança e Redução da
Mortalidade Infantil...................................................................................................32
2.2.9 Rede Amamenta Brasil...................................................................................34
2.3 CLASSIFICAÇÕES DO ALEITAMENTO..............................................................37
2.4 PRODUÇÃO DO LEITE MATERNO....................................................................38
2.5 CARACTERIZAÇÃO DO LEITE MATERNO........................................................39
13
1 INTRODUÇÃO
antes dos seis meses, podendo, inclusive, haver prejuízos à saúde da criança, pois
a introdução precoce de outros alimentos está associada a: maior propensão à
diarreia; baixa imunidade respiratória; risco de desnutrição; menor absorção de
micronutrientes como Ferro e Zinco (BRASIL, 2009).
Diante das dificuldades maternas durante o início da amamentação, o
desmame precoce acaba sendo uma consequência em muitos casos, podendo ser
desencadeado por diversos fatores, os quais devem ser mais bem elucidados,
sendo importante que o profissional de Enfermagem busque, além do conhecimento
teórico e competências clínicas em aleitamento materno, adquirir a habilidade de
comunicação com a paciente, buscando orientá-la sobre a importância da
amamentação exclusiva e minimizando dúvidas e mitos a respeito desse tema
(CAMINHA et al, 2011).
Diante de todos os benefícios que o aleitamento materno exclusivo
representa para a saúde infantil e materna, fica evidente a importância de se
estimular a sua prática entre as famílias brasileiras, buscando evitar o desmame
precoce, uma vez que este pode gerar consequências graves para a saúde das
crianças a médio e longo prazo e para a sociedade em geral. Para realizar a tarefa
de diminuir o desmame precoce, é necessário, porém, que sejam conhecidos e
identificados os fatores que levam ao desmame e como eles estão inseridos na
sociedade.
Portanto, este estudo visou investigar as causas que contribuíram para o
desmame precoce de crianças menores de seis meses assistidas pela Estratégia
Saúde da Família (ESF) Cristo Rei, localizada no município de Ananindeua, estado
do Pará, constituindo-se como uma importante fonte de informação sobre o tema
abordado, em relação aos fatores de risco para ocorrência de desmame precoce nas
crianças da área estudada, estudo que pode ser importante ainda para a realização
de outros, que abordem outros aspectos sobre amamentação.
1.1 PROBLEMATIZAÇÃO/JUSTIFICATIVA
1.2 OBJETIVOS
1.4 HIPÓTESES
2 REFERENCIAL TEÓRICO
durante a jornada de trabalho, para que este seja oferecido ao filho durante
sua ausência;
Mobilização social: Desde o ano de 1992 é comemorada a Semana
Mundial de Amamentação, que procura através da mídia difundir o
conhecimento sobre o aleitamento materno e buscar a participação social
nesse processo. Em 2003 foi criado o Dia Nacional de Doação de Leite
Humano, em 1º de outubro de cada ano, procurando captar volume
significativo de leite materno doado no Brasil. A Empresa Brasileira de
Correios e Telégrafos criou o Projeto Carteiro Amigo, além dos Corpos de
Bombeiros, que fazem a busca de doações de leite materno pelos
municípios brasileiros; e
Monitoramento das práticas de aleitamento materno: com o objetivo de
avaliar as ações promovidas para incentivo do aleitamento materno em todo
o país e buscar melhorias foram realizados dois inquéritos nacionais, nos
anos de 1999 e 2008, além de outros tipos de pesquisas, como a Pesquisa
Nacional de Demografia e Saúde, que é realizada a cada dez anos.
possam viabilizar formas de inserir a busca por esses objetivos em suas estratégias
específicas. Dentre os oito ODM citados, a redução da mortalidade infantil vem
sendo encarada como um dos principais, uma vez que todos os anos morrem onze
milhões de bebês, de causas diversas. Embora esse número de mortes seja
extremamente elevado, vem caindo desde a década de 1980, quando as mortes de
bebês atingiam 15 milhões (CNM, 2008).
Para cumprir a meta de reduzir a mortalidade infantil em dois terços até 2015
são necessárias ações integradas de saúde, levando em consideração os
indicadores relacionados com a mortalidade infantil, que são: taxa de mortalidade de
crianças menores de cinco anos; taxa de mortalidade infantil; e proporção de
crianças de um ano vacinadas contra o sarampo (CNM, 2008).
Para alcançar a redução da mortalidade infantil devem ser implantadas
políticas baseadas em ações de promoção à saúde e a melhoria das condições de
habitação, acesso à água potável e saneamento básico de qualidade em todas as
regiões brasileiras, mediante as seguintes medidas (CNM, 2008):
Realizar ações educativas relacionadas ao pré-natal, aleitamento
materno, doenças infantis, vacinação, higiene, preparação de alimentos,
acidentes domésticos, entre outros;
Viabilizar o acesso a medicamentos seguros e baratos;
Promover o apoio aos fundos municipais da criança e do adolescente e
orientar sobre as possibilidades e formas de fazer; e
Implementar política de atendimento de crianças em creches e
unidades de educação infantil onde as mães possam deixar seus filhos em
segurança.
A taxa de mortalidade infantil nacional era de 47,1 mortes por mil nascidos
vivos em 1990, e foi reduzida para 19 em 2008. O objetivo deve ser cumprido antes
de 2015, porém as desigualdades regionais ainda constituem o grande desafio.
Dentro desse aspecto, as taxas encontradas no Nordeste são quase duas vezes
mais elevadas que as das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Em comparação
aos países desenvolvidos, que apresentam valores em média abaixo de oito mortes
por mil nascidos vivos, a taxa nacional ainda é considerada alta e, portanto, deve ser
diminuída continuamente (PNUD, 2011).
31
A Rede Amamenta Brasil foi criada pelo Ministério da Saúde como estratégia
de promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno, de forma que possa
capacitar os profissionais que atuam nas UBS para que se tornem agentes de
educação em saúde, e assim, seja alcançada uma rede mais integrada. Essa rede
surgiu da necessidade de a amamentação ser entendida como um processo não
apenas biológico, mas também social e cultural, bem como da necessidade de se
estabelecer uma estratégia nacional de promoção, proteção e apoio ao aleitamento
materno na atenção básica (BRASIL, 2011). Os objetivos específicos da rede são:
Contribuir para o desenvolvimento de competências nos profissionais
de saúde para que se tornem agentes de mudança no ensino e
aprendizagem do AM e para uma prática integralizadora;
Discutir a prática do AM no contexto do processo de trabalho das UBS;
Pactuar ações de promoção, proteção e apoio ao AM a partir da
realidade das UBS; e
Monitorar os índices de AM das populações atendidas pelas UBS
certificadas.
A base da Rede Amamenta Brasil é a educação crítico-reflexiva, que
considera o processo de aprendizagem de maneira integrada e qualitativa, sempre
enfocando a problematização da realidade, de forma que o ponto de partida da
aprendizagem é a realidade concreta e a experiência adquirida pelo profissional de
saúde em sua vida diária, como um ser crítico e inacabado, que tem autonomia e
identidade (BRASIL, 2011).
Pra realizar essa educação, é necessária a atuação dos tutores, que atuam
como verdadeiros pilares da rede. O tutor é o profissional que tem como
compromisso fazer visitas periódicas a uma ou mais UBS, oferecendo o suporte
necessário, por isso, deve conhecer a Política Nacional de Atenção Básica (PNAB),
compreendendo os princípios da atenção básica, bem como o processo de trabalho
das equipes da ESF e as competências de cada profissional preconizadas na PNAB
(BRASIL, 2011).
Para poder atuar os tutores são capacitados durante uma oficina que utiliza
os referenciais da educação crítico-reflexiva no ensino e na aprendizagem do AM,
de forma que possam adquirir subsídios para auxiliarem na formação de novos
tutores, bem como a competência para a realização de oficinas de trabalho em
36
amamentação nas UBS. Para atuar como tutor da Rede Amamenta Brasil, o
profissional deve possuir as seguintes características (BRASIL, 2011):
Ter formação em curso superior;
Ter experiência em manejo clínico do AM;
Ter realizado ao menos um curso de formação em AM;
Ter disponibilidade para participar integralmente do processo, que
inclui a capacitação de 40 horas em caráter de imersão, a multiplicação de
formação de tutores, a condução de oficinas de trabalho em AM e o
acompanhamento das UBS;
Ter participado na organização de atividades relacionadas com
políticas públicas de saúde em AM;
Ter experiência e/ou vivência em educação e atenção básica de saúde;
e
Fazer parte de entidades relacionadas ao AM (não obrigatório, porém
desejável).
As UBS que realizarem oficina de trabalho em AM podem ser certificadas na
Rede Amamenta Brasil, com validade de um ano, e renovação anual pelo MS, desde
que cumpram os seguintes critérios: garantir a participação de pelo menos 80% da
equipe na oficina de trabalho em AM; monitorar os indicadores de AM da sua
respectiva área de atuação; concretizar no mínimo uma ação pactuada; e construir e
implantar um fluxograma de atendimento às mães e bebês durante o período de
aleitamento (BRASIL, 2011).
Após a realização da oficina, deve haver o acompanhamento da UBS por um
tutor e o monitoramento das práticas de alimentação das crianças atendidas, de
forma que sejam fornecidas informações necessárias ao planejamento e avaliação
das ações de incentivo à amamentação, por isso, o monitoramento dos indicadores
de AM é um requisito básico para a certificação da UBS na Rede Amamenta Brasil
(BRASIL, 2011).
Até dezembro de 2010 foram realizadas 58 oficinas estaduais e municipais
resultando na formação de 1.415 tutores e a participação de 1.034 UBS e de 22.571
profissionais de saúde, sem esquecer-se das cinco oficinas macrorregionais que já
foram realizadas no país (BRASIL, 2011). De forma geral a Rede Amamenta Brasil
tem contribuído de forma a melhorar os indicadores de AM em todo o Brasil, sendo
37
mais proteínas e menos gorduras do que o leite maduro, ou seja, o leite secretado a
partir do sétimo ao décimo dia pós-parto (BRASIL, 2009).
O leite de mães de recém-nascidos prematuros é diferente do de mães de
bebês a termo. A Tabela 1 mostra as diferenças entre colostro e leite maduro, entre
o leite de mães de prematuros e de bebês a termo e entre o leite materno e o leite
de vaca. Este tem muito mais proteínas que o leite humano e essas proteínas são
diferentes das do leite materno. A principal proteína do leite materno é a
lactoalbumina e a do leite de vaca é a caseína, de difícil digestão para a espécie
humana.
Calorias
48 58 62 70 69
(Kcal/dL)
Lipídeos
1,8 3,0 3,0 4,1 3,7
(g/dL)
Proteínas
1,9 2,1 1,3 1,4 3,3
(g/dL)
Lactose
5,1 5,0 6,5 6,0 4,8
(g/dL)
Quadro 1 – Composição do colostro e do leite materno maduro de mães de crianças a
termo e pré-termo e do leite de vaca.
Fonte: BRASIL, 2009.
pega correta e não utilizar complementos. Caso não possa ser evitado recomenda-
se o seguinte manejo (GIUGLIANI, 2004; BRASIL, 2009).
Quando a aréola encontrar-se tensa deve-se fazer a ordenha manual
de leite antes da mamada, pois assim ela fica macia de forma que o bebê
possa fazer a pega adequadamente;
Amamentar com frequência e em livre demanda;
Massagear levemente as mamas, o que facilita o fluxo do leite viscoso
e estimula o reflexo de ejeção do mesmo;
Utilizar analgésicos sistêmicos e/ou antiinflamatórios, de preferência o
ibuprofeno, que auxilia na redução da inflamação e edema;
Utilizar suporte para as mamas para aliviar as dores; e
Utilizar compressas mornas para facilitar a liberação do leite e
compressas frias após ou nos intervalos das mamadas para diminuir a
vascularização e amenizar a dor.
2.7.5 Mastite
materno poderia evitar cerca de 13% das mortes em crianças menores de cinco
anos em todo o mundo, por causas preveníveis.
Segundo a OMS e UNICEF, aproximadamente seis milhões de mortes de
crianças estão sendo evitadas anualmente devido à elevação das taxas de
aleitamento materno. A mortalidade infantil causada por infecções é seis vezes
maior em crianças menores de dois meses não amamentadas e vai diminuindo à
medida que a criança cresce, embora ainda seja o dobro durante o seu segundo ano
de vida (WHO, 2000).
Edmond et al (2006), relatou que o aleitamento materno sendo iniciado já na
primeira hora de vida da criança constitui-se como um fator de proteção contra
mortes neonatais. Chen e Rogan (2004) demonstraram que, nos Estados Unidos, o
aleitamento materno poderia evitar anualmente cerca de 720 mortes de crianças
menores de um ano, comprovando que o AM não contribui para a diminuição das
taxas de morbimortalidade apenas em países em desenvolvimento, mas também
nos desenvolvidos.
Além de proteção contra infecções, existem evidências de que o leite
materno funcione como fator de proteção à diarréia, exercendo influência na
gravidade dessa doença, uma vez que crianças não amamentadas apresentam
maior risco de desidratação; o leite materno também é considerado uma arma eficaz
contra doenças respiratórias, em trabalho realizado por Albernaz et al (2003), foi
demonstrado que o risco de hospitalização por bronquiolite foi sete vezes maior em
crianças que desmamaram antes do segundo mês de vida.
Van Odijk et al (2003), realizou um estudo sobre AME e demonstrou que o
aleitamento materno exclusivo durante os primeiros meses de vida da criança
diminui significativamente o risco de alergia à proteína do leite de vaca, de dermatite
atópica e outros tipos de infecções alérgicas, como a asma, e que a exposição a
pequenas doses de leite de vaca nos primeiros meses de vida potencializam o risco
de alergias, sugerindo desta forma que seja evitado o uso desnecessário de
fórmulas lácteas nas maternidades.
Horta et al (2007), publicou uma revisão sobre os benefícios do aleitamento
materno a longo prazo, esse estudo mostrou que os indivíduos amamentados
apresentaram pressões sistólica e diastólica mais baixas (-1,2 mmHg e -0,5 mmHg
respectivamente), níveis menores de colesterol total (-08 mmol/L), além de
apresentarem risco 37% menor de desenvolver diabetes tipo 2.
52
3 MÉTODO
A análise dos dados obtidos nas entrevistas foi realizada por meio de
estatística descritiva e apresentada sob a forma de gráficos e tabelas.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
25 – 29 anos 4 26,7
30 – 34 anos 3 20,0
35 – 39 anos 2 13,3
Estado Civil
Solteira 14 93,3
Casada 1 6,7
Escolaridade
Ensino Fundamental Incompleto 2 13,3
Ensino Fundamental Completo 1 6,7
Ensino Médio Incompleto 5 33,3
Ensino Médio Completo 5 33,3
Ensino Superior Incompleto 2 13,3
Trabalha
Sim 5 33,3
Não 10 66,7
Renda mensal familiar
Um salário 11 73,3
Dois salários 1 6,7
Sem renda 3 20,0
Fonte: Dados da pesquisa.
A tabela 1 apresenta as características sóciodemográficas da amostra e
evidencia que em relação à idade a minoria da amostra é adolescente entre 15-19
anos e a maioria são adultas, sendo a de maior frequência à faixa etária entre 25-29
anos (26%). Em relação ao estado civil a maioria é solteira (93,3%). Quanto à
escolaridade 13,3% possuem ensino fundamental completo; 6,7% ensino
fundamental incompleto a maioria apresentou ensino médio (66,6%), sendo que a
metade destes (33,3%) não o concluiu e apenas 13,3% apresentam ensino superior,
porem incompleto. É importante ressaltar que nenhuma mulher da amostra concluiu
o ensino superior. Quanto ao fato de trabalharem fora a maioria afirmou que não
trabalha (66,7%) e 33,3% disseram que trabalham. A respeito da renda familiar
observa-se que a renda familiar entre a maioria é baixa onde 73,3% têm renda
familiar de apenas um salário mínimo e 6,7% possuem renda de dois salários
mínimos encontrando-se ainda 20% da amostra sem renda familiar. Considerando o
custo de vida atual observa-se que a situação econômica destas familiais seja
insuficiente para o suprimento das condições básicas de vida. Mesmo aquelas que
trabalham fora de casa e que contribuem para a renda da família não apresentam
uma renda mensal considerada satisfatória.
O perfil da amostra estudada pode contribuir como causas importantes para
o desmame precoce, colaborando com os relatos de vários autores citados abaixo
64
de apoio familiar, pois muitas vezes não existe incentivo para a realização do
aleitamento exclusivo, sendo mais fácil para as mães interromperem o
amamentação e inserirem outros alimentos.
Muitos outros autores já constataram em seus trabalhos os benefícios do
AM. Segundo Brecailo et al (2010), o leite materno consegue sozinho suprir todas as
necessidades fisiológicas e nutricionais da criança até os seis meses de vida. Jones
et al (2003), afirma que se o aleitamento materno fosse realizado de maneira
adequada poderia evitar cerca de 13% das mortes em crianças menores de cinco
anos em todo o mundo, por causas preveníveis.
Edmond et al (2006), afirma que o aleitamento materno iniciado na primeira
hora de vida da criança representa um importante fator de proteção contra infecções
e mortes neonatais. Van Odijk et al (2003), constatou que o aleitamento materno
exclusivo durante os primeiros meses de vida da criança diminui significativamente o
risco de alergia à proteína do leite de vaca, de dermatite atópica e outros tipos de
infecções alérgicas, como a asma, e que a exposição a pequenas doses de leite de
vaca nos primeiros meses de vida potencializam o risco de alergias, sugerindo desta
forma que seja evitado o uso desnecessário de fórmulas lácteas nas maternidades.
Em pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde em todas as capitais
brasileiras, publicada em 2009, concluiu-se que o leite materno é benéfico à nutrição
e ao desenvolvimento cognitivo, bem como melhora o desenvolvimento da cavidade
oral. Na mesma pesquisa, é enfatizada a importância do aleitamento não só
fisiologicamente, mas também psicologicamente, tanto para a criança como para a
mãe, pois estreita o vínculo afetivo entre ambas, melhorando assim a qualidade de
vida de todos.
Outra pesquisa importante sobre o tema foi realizada em 2002, pelo
COLLABORATIVE GROUP ON HORMONAL FACTORS IN BREAST CANCER, na
qual foram analisados 47 estudos em 30 países envolvendo aproximadamente 50
mil mulheres com câncer de mama e quase 100 mil controles, constatando-se que o
risco de contrair este tipo de câncer diminui em 4,3% a cada doze meses de duração
do aleitamento, enfatizando mais ainda sua importância para a saúde materna.
Embora nenhuma das mulheres da amostra tenha relatado que o AM
promove diminuição de gastos financeiros, este é um fator comprovadamente
importante, principalmente quando avaliado em famílias de baixa renda, como é o
caso da pesquisa aqui realizada. Os gastos com a compra de leite, mamadeiras e
68
chupetas poderiam ser evitadas, ou pelo menos diminuídos, caso não houvesse o
desmame precoce, uma vez que representam uma parcela significativa do
orçamento das famílias que vivem com apenas um salário mínimo.
6.7%
33.3%
33.3%
Falta de conhecimento
Motivo de trabalho
Influência da família
Outros
26.7%
Figura 3 – Causas relatadas pelas usuárias cadastradas na ESF Cristo Rei, Ananindeua –
PA, de não ter amamentado o filho até os seis meses de idade.
Fonte: Dados da pesquisa.
10.5%
15.8%
5.3% Falta de apoio da família
5.3% 5.3% Falta de conhecimento
Falta de orientação profissional
5.3%
Estresse na hora da mamada
Bebê prematuro
Horário de trabalho impedia
Não sabia retirar leite e guardar
Dores nos seios
21.1%
26.3%
Outros
5.3%
6.7%
20.0%
20.0%
Menos de um mês
Um mês
Dois meses
Três meses
Quatro meses
Cinco meses
20.0%
26.7%
6.7%
5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
REFERÊNCIAS
BESEN, C. B.; SOUZA NETTO, M de; DA ROS, M. A.; SILVA, F. W da; SILVA, C. G.
da; PIRES, M. F. A estratégia saúde da família como objeto de educação em
saúde. Saúde Soc., São Paulo, jan./abr. 2007, v. 16, n. 1.
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187-195.
HAISMA, H.; WELLS, J. C. K.; COWARD, W. A.; DURO FILHO, D.; VICTORA, C. G.;
VONK, R. J.; WRIGHT, A.; VISSER, G. H. Complementary Feeding with Cow’s
Milk Alters Sleeping Metabolic Rate in Breast-Fed Infants. J. Nutrition, 2005, v.
135, p. 1889-1895.
HORTA, B. L.; BAHL, R.; MARTINES, J. C.; VICTORA, C. G. Evidence on the long-
term effects of breastfeeding: Systematic reviews and meta-analyses. World
Health Organization, Geneva, 2007.
JONES, G.; STEKETEE, R. W.; BLACK, R. E.; BHUTTA, Z. A.; MORRIS, S. A. How
many child deaths can we prevent this year? Lancet, 2003, v. 362, p. 65-71.
77
SHIVA, F.; GHOTBI, F.; PADYAB, M. Infant feeding and Hospitalization during
the first six months of life. J. Pak. Med. Assoc., 2007, v. 57, n. 12, p. 599-603.
TUNG K. H.; GOODMAN, M. T.; WU, A. H.; McDUFFIE, K.; WILKENS, L. R.;
KOLONEL, L. N.; NOMURA, A. M. Y.; TERADA, K. Y.; CARNEY, M. E.; SOBIN, L. H.
Reproductive factors and epithelial ovarian cancer risk by histologic type: a
multiethnic case-control study. Am. J. Epidemiol., 2003, v. 158, p. 629-638.
79
VAN ODIJK, J.; KULL, I.; BORRES, M. P.; BRANDTZAEG, P.; EDBERG, U.;
HANSON, L. Å.; HØST, A.; KUITUNENS, M.; OLSEN, S. F.; SKERFVING, S.;
SUNDELL, J.; WILLE, S. Breastfeeding and allergic disease: a multidisciplinary
review of the literature (1966-2001) on the mode of early feeding in infancy and
its impact on later atopic manifestations. Allergy, 2003, v. 58, p. 833-843.
1) INFORMAÇÕES DA MÃE
a) Idade: _________________
b) Escolaridade:
( ) Ensino Fundamental Incompleto ( ) Ensino Fundamental Completo
( ) Ensino Médio Incompleto ( ) Ensino Médio Completo
( ) Ensino Superior Incompleto ( ) Ensino Superior Completo
c) Até quantos meses seu bebê foi alimentado somente com leite materno?
( ) Menos de 1 mês ( ) 1 mês ( ) 2 meses
( ) 3 meses ( ) 4 meses ( ) 5 meses
ANEXO A – CRONOGRAMA
Período
AGO SET OUT NOV DEZ FEV MAR ABR MAI JUN
Levantamento e
Revisão X X X X X X X X X X
Bibliográfica
Elaboração do
X X X X
Projeto de Pesquisa
Elaboração dos
Instrumentos de X
Pesquisa
Defesa do Pré
X
Projeto
Entrada no Comitê
X
de Ética
Coleta de Dados X
Análise e Discussão
X X X
dos Dados
Defesa do TCC X
83
ANEXO B – ORÇAMENTO
Impressão (média
Página 1,50 100,00
para folha)
Utensílios (lápis,
Unidade 0,50 30,00
papel, borracha)
TOTAL: 1.365,00
Obs.: Esta pesquisa não será financiada, sendo de responsabilidade dos pesquisadores
todos os gastos com a realização da mesma.
84
À Senhora,
Consentimento Pós-informado
CARTA DE AUTORIZAÇÃO
Atenciosamente,
_____________________________________________
EDENILZA ALMEIDA SANTOS
Diretora Técnica
86
_________________________________
Assinatura da aluna
____________________________________
Assinatura do professor/orientador
87
Ao
Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Estado do Pará
Belém – PA.
Senhor Presidente,
Atenciosamente,
_________________________
Responsável pela pesquisa
88
TERMO DE COMPROMISSO
Pesquisador Responsável:
__________________________________________
Demais Pesquisadores: