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ESCOLA SUPERIOR DA AMAZÔNIA


CURSO DE BACHARELADO EM ENFERMAGEM
MARINETE HOLANDA DA CONCEIÇÃO
NALDILENE NASCIMENTO DO COUTO

CAUSAS DE DESMAME PRECOCE EM CRIANÇAS


MENORES DE SEIS MESES ASSISTIDAS PELA
ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA CRISTO REI EM
ANANINDEUA – PA

Belém – PA
2012
1

MARINETE HOLANDA DA CONCEIÇÃO


NALDILENE NASCIMENTO DO COUTO

CAUSAS DE DESMAME PRECOCE EM CRIANÇAS


MENORES DE SEIS MESES ASSISTIDAS PELA
ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA CRISTO REI EM
ANANINDEUA – PA

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado para obtenção do Título de
Bacharel em Enfermagem da Escola
Superior da Amazônia.

Orientador: Prof.ª Esp. Leila do Socorro


Santos Duarte

Belém – PA
2012
2

MARINETE HOLANDA DA CONCEIÇÃO


NALDILENE NASCIMENTO DO COUTO

CAUSAS DE DESMAME PRECOCE EM CRIANÇAS


MENORES DE SEIS MESES ASSISTIDAS PELA
ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA CRISTO REI EM
ANANINDEUA – PA

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado para obtenção do Título de
Bacharel em Enfermagem pela Escola
Superior da Amazônia.

Orientador: Prof.ª Esp. Leila do Socorro


Santos Duarte

Data: _____________________

Resultado: _________________

BANCA EXAMINADORA

Prof.ª Leila do Socorro Santos Duarte ESAMAZ

Ass.: _____________________________________

Prof. Edilson Ferreira Calandrine ESAMAZ

Ass.: _____________________________________

Prof.ª Elizângela Fonseca de Mendonça ESAMAZ

Ass.: _____________________________________
3

Dedico às pessoas que transmitiram


amor, alegria, determinação, paciência e
coragem, tornando os meus dias mais
felizes e bonitos. A Márcia Borges e
Antônio Cezar Borges (in memorian), aos
meus pais, à minha filha Larissa e ao meu
companheiro Carlos Alexandre.

Dedico a Deus, por guiar-me sempre. A


meus pais Dilene e Djalma e meus irmãos
pela confiança, amor e incentivo. À minha
avó e avós (in memorian). Ao meu grande
amigo Carlos Alpheu.pela habilidade de
4

aprender coisas novas e a capacidade de


crescer e mudar. E aos demais familiares.

AGRADECIMENTO

Agradecemos primeiramente a Deus, pois foi Ele que nos deu forças para
vencer esta jornada e nos possibilitou investir em nossa formação, mostrando-nos
os caminhos e iluminando-nos, para que pudéssemos sempre tomar as decisões
mais corretas e nunca desistir de lutar diante de todas as dificuldades que surgiram
durante esses quatro anos.
Agradecemos aos nossos pais, irmãos e familiares em geral, que constituem
o alicerce de nossas conquistas, estando sempre presentes em todos os momentos,
para dar orientação, apoio, atenção, e principalmente, incentivo para que nunca
deixássemos de trilhar o caminho da verdade e da vitória.
Agradecemos em especial à nossa orientadora, Leila Duarte, que com muita
boa vontade sempre esteve disposta a nos ajudar, auxiliando, orientando e
corrigindo quando necessário, além de ser uma profissional na qual devemos nos
espelhar.
E por fim, agradecemos a todos, que direta ou indiretamente contribuíram
para que chegássemos ao fim desta pequena jornada, a todos que nos deram apoio
e que acreditaram em nossa vitória. O nosso sincero obrigado.
5
6

“Ser feliz não é ter uma vida perfeita. Mas


usar as lágrimas para irrigar a tolerância.
Usar as perdas para refinar a paciência.
Usar as falhas para esculpir a serenidade.
Usar a dor para lapidar o prazer. Usar os
obstáculos para abrir as janelas da
inteligência.” (Augusto Cury, 2006).
RESUMO

A amamentação exclusiva nos primeiros seis meses de vida é de grande relevância


para a saúde e desenvolvimento da criança. A ausência do aleitamento materno ou
desmame precoce antes dos seis meses de vida pode trazer vários agravantes a
saúde da criança. A Organização Mundial da Saúde recomenda o aleitamento
materno exclusivo até os seis meses de vida como uma intervenção para a redução
da morbimortalidade infantil, porém apesar do aumento dos índices da prática do
aleitamento materno no Brasil observa-se que a taxa de aleitamento materno
exclusivo ainda está além do considerado ideal. Esta pesquisa teve como objetivo
geral investigar as causas que contribuem para o desmame precoce de crianças
menores de seis meses assistidas pela Estratégia Saúde da Família Cristo Rei em
Ananindeua, no Pará. A metodologia utilizada foi através de um estudo descritivo
com abordagem quantitativa e coleta de dados por meio de entrevista e aplicação de
formulário. Os resultados foram analisados por índices percentuais simples e
apresentados por meio de gráficos e tabelas. Os resultados evidenciam que as
causas de desmame precoce foram: baixa escolaridade, problemas de trabalho,
baixa renda, falta de apoio da família, dentre outros. As mulheres do estudo estão na
faixa etária entre 15 a 39 anos com predomínio da faixa etária entre 25 a 29 anos
(26,7%); solteiras (93%); com ensino médio 66,7%,sendo 33% incompleto; não
trabalham fora (66,7%) e possuem renda familiar baixa de um salário mínimo (73%).
A frequência de desmame foi maior aos três meses (26,7%) e a maioria afirmou
possuir conhecimento sobre aleitamento materno (73,3%). É necessário estimular o
aleitamento entre as famílias, visando diminuir o desmame precoce e melhorando a
qualidade de vida das crianças.

Palavras-chave: Aleitamento Materno. Desmame Precoce. Saúde da Criança.


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ABSTRACT

CAUSES OF EARLY WEANING IN MINORS CHILDREN OF SIX MONTHS


ATTENDED FOR FAMILY HEALTH STRATEGY KING CHRIST IN ANANINDEUA –
PA

The exclusive breastfeeding in first the six months of life is of great relevance for the
health and development of the child. The absence of breastfeeding or early weaning
before the age of six months it can bring several aggravations for health of child. The
World Health Organization recommends the exclusive breastfeeding until the six
months of life as an intervention for the reduction of infant morbimortality, however,
although the increasing indexes of the practices of breastfeeding in Brazil it is
observed that the exclusive breastfeeding rate still it is beyond the ideal considered.
This research has a general objective to investigate the causes that contribute for the
early weaning of minors children of six months attended for Family Health Strategy
King Christ in Ananindeua, in Para. The used methodology was through a descriptive
study with quantitative boarding and it collects of data by means of interview and
form application. The results had been analyzed by simple percentile indices and
presented by means of graphics and tables. The results show that the causes of
early weaning had been: low educational level, work problems, low revenue, lack of
support of the family, amongst others. The women in the study are in the age group
between 15 to 39 years with predominance of the age group between 25 to 29 years
(26,7%); unmarried (93%); with middle school 66,7%, being 33% incomplete; not
working outside (66,7%) and have low family income of a minimum wage (73%). The
frequency of weaning was increased to three months (26,7%) and the majority said
possess knowledge about breastfeeding (73,3%). It is necessary to stimulate the
breastfeeding between families, aiming to decrease the early weaning and improving
the quality of life of children.

Keywords: Breastfeeding. Early Weaning. Health of the Child.


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LISTA DE QUADROS E TABELAS

Quadro 1 – Composição do colostro e do leite materno maduro de mães de crianças


a termo e pré-termo e do leite de vaca.......................................................................40
Quadro 2 – Prevalência e intervalo de confiança do aleitamento materno exclusivo
(AME) em crianças menores de seis meses, segundo as capitais e DF, regiões e
Brasil, 2008.................................................................................................................49
Tabela 1 – Perfil sócio demográfico das usuárias cadastradas na Estratégia Saúde
da Família (ESF) Cristo Rei, Ananindeua – PA, que tiveram filhos no período de
2010 a 2011................................................................................................................62
Tabela 2 – Nível de conhecimento sobre AME das usuárias cadastradas na ESF
Cristo Rei, Ananindeua – PA, que tiveram filhos no período de 2010 a 2011...........65
9

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Anatomia da mama...................................................................................38


Figura 2 – Técnica de amamentação, maneira correta de fazer a mamada (lado
esquerdo) e a má pega (lado direito).........................................................................41
Figura 3 – Causas relatadas pelas usuárias cadastradas na ESF Cristo Rei,
Ananindeua – PA, de não ter amamentado o filho até os seis meses de idade........68
Figura 4 – Dificuldades relatadas pelas usuárias cadastradas na ESF Cristo Rei,
Ananindeua – PA para amamentar seus filhos menores de seis meses...................69
Figura 5 – Frequência de desmame precoce dentre as usuárias cadastradas na
ESF Cristo Rei, Ananindeua – PA, que tiveram filhos no período de 2010 a 2011...70
10

LISTA DE ABREVIATURAS

AAP American Academy of Pediatrics


ACS Agente Comunitário de Saúde
AM Aleitamento materno
AME Aleitamento materno exclusivo
ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária
BLH Bancos de Leite Humano
CEP Comitê de Ética em Pesquisa
CNM Confederação Nacional de Municípios
ESAMAZ Escola Superior da Amazônia
ESF Estratégia Saúde da Família
HAC Hospital Amigo da Criança
IBFAN Rede Internacional em Defesa do Direito de Amamentar
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IC Intervalo de Confiança
IDH Índice de Desenvolvimento Humano
IgA Imunoglobulina A
IgG Imunoglobulina G
IgM Imunoglobulina M
IHAC Iniciativa Hospital Amigo da Criança
MS Ministério da Saúde
NCAL Norma de Comercialização de Alimentos para Lactentes
NBCAL Norma Brasileira de Comercialização de Alimentos para
Lactentes
ODM Objetivos de Desenvolvimento do Milênio
OMS Organização Mundial da Saúde
PA Pará
PHPN Programa de Humanização no Pré-Natal e Nascimento
11

PNAB Política Nacional de Atenção Básica


PNIAM Programa Nacional de Incentivo ao Aleitamento Materno
PNUD Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
PSF Programa Saúde da Família
RDC Resolução da Diretoria Colegiada
RNBP Recém-nascido de baixo peso
SESAU Secretaria de Desenvolvimento de Saúde
SIIS Sistema de Informações de Indicadores Sociais
SISPRENATAL Sistema de Acompanhamento do Programa de Humanização no
Pré-Natal e Nascimento
SUS Sistema Único de Saúde
TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
UBS Unidade Básica de Saúde
UEPA Universidade do Estado do Pará
UNICEF Fundo das Nações Unidas para a Infância
WHO World Health Organization
12

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.....................................................................................15
1.1 PROBLEMATIZAÇÃO/JUSTIFICATIVA...............................................................16
1.2 OBJETIVOS.........................................................................................................18
1.2.1 Objetivo Geral..................................................................................................18
1.2.2 Objetivos Específicos.....................................................................................18
1.3 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO...............................................................................18
1.4 HIPÓTESES.........................................................................................................19
1.5 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO........................................................................20
2 REFERENCIAL TEÓRICO..................................................................21
2.1 HISTÓRICO DO ALEITAMENTO MATERNO......................................................21
2.2 POLÍTICAS PÚBLICAS DE INCENTIVO AO ALEITAMENTO MATERNO..........22
2.2.1 Alojamento Conjunto......................................................................................25
2.2.2 Programa Mãe-Canguru..................................................................................25
2.2.3 Iniciativa Hospital Amigo da Criança............................................................26
2.2.4 Projetos Carteiro Amigo e Bombeiros Amigos da Amamentação.............27
2.2.5 Norma Brasileira de Comercialização de Alimentos para Lactentes e
Crianças de Primeira Infância, Bicos, Chupetas e Mamadeiras..........................28
2.2.6 Objetivo de Desenvolvimento do Milênio: Redução da mortalidade
infantil........................................................................................................................29
2.2.7 Programa de Humanização no Pré-Natal e Nascimento..............................31
2.2.8 Agenda de Compromissos para a Saúde Integral da Criança e Redução da
Mortalidade Infantil...................................................................................................32
2.2.9 Rede Amamenta Brasil...................................................................................34
2.3 CLASSIFICAÇÕES DO ALEITAMENTO..............................................................37
2.4 PRODUÇÃO DO LEITE MATERNO....................................................................38
2.5 CARACTERIZAÇÃO DO LEITE MATERNO........................................................39
13

2.6 TÉCNICA DO ALEITAMENTO MATERNO..........................................................41


2.7 PROBLEMAS RELACIONADOS À AMAMENTAÇÃO.........................................42
2.7.1 Ingurgitamento mamário................................................................................42
2.7.2 Trauma/dores nos mamilos............................................................................43
2.7.3 Infecção por Candidíase.................................................................................44
2.7.4 Bloqueio de ductos lactíferos........................................................................44
2.7.5 Mastite..............................................................................................................45
2.7.6 Abscesso mamário..........................................................................................46
2.7.7 Outros problemas relacionados à amamentação........................................47
2.8 FATORES RELACIONADOS AO ALEITAMENTO MATERNO EXCLUSIVO E AO
DESMAME PRECOCE...............................................................................................47
2.9 VANTAGENS DO ALEITAMENTO MATERNO E RISCOS DO DESMAME
PRECOCE..................................................................................................................50
2.9.1 Para a saúde da criança..................................................................................50
2.9.2 Para a saúde da mãe.......................................................................................52
2.9.3 Para a família...................................................................................................53
2.9.4 Para a sociedade.............................................................................................54
3 MÉTODO.............................................................................................56
3.1 CLASSIFICAÇÕES DA PESQUISA.....................................................................56
3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA.................................................................................57
3.3 LOCAL DA PESQUISA........................................................................................57
3.4 SUJEITOS DA PESQUISA...................................................................................58
3.5 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO.........................................................59
3.6 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS..........................................................59
3.7 ANÁLISE DOS DADOS........................................................................................60
3.8 ASPECTOS ÉTICOS E ANÁLISE DE RISCO E BENEFÍCIOS...........................60
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES........................................................62
4.1 PERFIL SÓCIO DEMOGRÁFICO DAS MÃES.....................................................62
4.2 NÍVEL DE CONHECIMENTO E DIFICULDADES NO ALEITAMENTO
MATERNO..................................................................................................................64
4.3 FREQUÊNCIA DE DESMAME PRECOCE..........................................................70
5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES..............................................71
REFERÊNCIAS…………………………………………………………………………….73
14

APÊNDICE A – FORMULÁRIO DE COLETA DE DADOS.......................................80


ANEXO A – CRONOGRAMA....................................................................................82
ANEXO B – ORÇAMENTO........................................................................................83
ANEXO C – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO.................84
ANEXO D – CARTA DE AUTORIZAÇÃO PARA REALIZAÇÃO DA PESQUISA...85
ANEXO E – CARTA DE ACEITE DE ORIENTAÇÃO...............................................86
ANEXO F – PARECER DE APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA EM
PESQUISA.................................................................................................................87
ANEXO G – TERMO DE COMPROMISSO...............................................................88
15

1 INTRODUÇÃO

A infância representa um período da vida muito importante, durante o qual


se desenvolvem a maioria das potencialidades humanas, principalmente as
relacionadas aos órgãos dos sentidos, assim como os distúrbios ocorridos nessa
época são responsáveis por graves consequências psicossociais tanto para os
indivíduos que os desenvolvem como para a sociedade, por isso é importante que a
maternidade seja exercida de maneira adequada e consciente, a fim de minimizar os
riscos de ocorrência desses distúrbios (BRASIL, 2009).
Dentro desse aspecto, o aleitamento materno representa um processo que
envolve profunda interação entre mãe e filho, constituindo-se como a melhor
estratégia de vínculo natural entre estes, visto que atua como fator de proteção
contra doenças crônicas e infecciosas, reduzindo assim a morbimortalidade infantil e
influencia positivamente sobre o crescimento adequado da criança nos seus
primeiros meses de vida, além de repercutir no seu desenvolvimento emocional e
cognitivo e ter implicações inclusive na saúde física e psíquica da mãe. (RAMOS e
RAMOS, 2007; CAMINHA et al, 2011; SANCHES et al, 2011).
A prática e a duração do aleitamento materno exclusivo até os seis meses
de vida são considerados a forma ideal de alimentação para a criança, sendo
fundamentados no reconhecimento da estrita relação que existe entre a tríade de
fatores: aleitamento materno, prevenção de doenças infecciosas e crescimento
infantil adequado, além dos efeitos benéficos para as mães durante toda a vida
adulta (CAMINHA et al, 2010; CAMINHA et al, 2011).
Vários estudos científicos já comprovaram a superioridade do leite materno
sobre os demais tipos, e por isso é recomendado que durante os primeiros seis
meses de vida seja realizado o aleitamento materno exclusivo (AME), sem a
introdução de quaisquer tipos de alimentos complementares durante esse período
(BRASIL, 2009). Não há vantagens em se iniciar os alimentos complementares
16

antes dos seis meses, podendo, inclusive, haver prejuízos à saúde da criança, pois
a introdução precoce de outros alimentos está associada a: maior propensão à
diarreia; baixa imunidade respiratória; risco de desnutrição; menor absorção de
micronutrientes como Ferro e Zinco (BRASIL, 2009).
Diante das dificuldades maternas durante o início da amamentação, o
desmame precoce acaba sendo uma consequência em muitos casos, podendo ser
desencadeado por diversos fatores, os quais devem ser mais bem elucidados,
sendo importante que o profissional de Enfermagem busque, além do conhecimento
teórico e competências clínicas em aleitamento materno, adquirir a habilidade de
comunicação com a paciente, buscando orientá-la sobre a importância da
amamentação exclusiva e minimizando dúvidas e mitos a respeito desse tema
(CAMINHA et al, 2011).
Diante de todos os benefícios que o aleitamento materno exclusivo
representa para a saúde infantil e materna, fica evidente a importância de se
estimular a sua prática entre as famílias brasileiras, buscando evitar o desmame
precoce, uma vez que este pode gerar consequências graves para a saúde das
crianças a médio e longo prazo e para a sociedade em geral. Para realizar a tarefa
de diminuir o desmame precoce, é necessário, porém, que sejam conhecidos e
identificados os fatores que levam ao desmame e como eles estão inseridos na
sociedade.
Portanto, este estudo visou investigar as causas que contribuíram para o
desmame precoce de crianças menores de seis meses assistidas pela Estratégia
Saúde da Família (ESF) Cristo Rei, localizada no município de Ananindeua, estado
do Pará, constituindo-se como uma importante fonte de informação sobre o tema
abordado, em relação aos fatores de risco para ocorrência de desmame precoce nas
crianças da área estudada, estudo que pode ser importante ainda para a realização
de outros, que abordem outros aspectos sobre amamentação.

1.1 PROBLEMATIZAÇÃO/JUSTIFICATIVA

Sabe-se atualmente da importância e benefícios que o aleitamento materno,


sobretudo o exclusivo propicia, no entanto, dados do Ministério da Saúde (2009)
17

sobre a prevalência do aleitamento materno mostram que a sua prática no Brasil


ainda não é a ideal, embora venha melhorando nos últimos anos.
É necessário, portanto, que se busque investigar as causas do desmame
precoce nas populações brasileiras, e propor soluções para o problema. O
pesquisador deve atuar não somente na busca e publicação das informações
científicas a respeito do tema, mas também pensar em como essas informações
podem ser úteis ao desenvolvimento da literatura existente, gerando assim
conhecimentos que possam ser aplicados diretamente na sociedade.
No âmbito da Saúde Pública, estudar o aleitamento materno é de grande
relevância para os profissionais em geral, mais especificamente para o Enfermeiro.
É importante que este profissional adquira conhecimentos acerca do AME e
coloque-os em prática no seu cotidiano de trabalho, uma vez que, o profissional de
Enfermagem atua de maneira direta e próxima da mulher durante a gravidez, parto e
puerpério. Portanto, além de seu papel assistencial, deverá atuar também com a
promoção do aleitamento materno, orientando as usuárias sobre a importância e os
benefícios que o aleitamento materno traz para o bebê e para ela mesma.
Desta forma o profissional de Enfermagem atua como um modificador no
seu campo de trabalho agindo com um diferencial na unidade de saúde, hospital,
maternidade, clínica do qual faça parte, promovendo o aleitamento materno,
esclarecendo dúvidas e dificuldades sobre a prática do AME, dando suporte
emocional às mães, contribuindo desta maneira com o incentivo ao AM.
Estudar esse tema é importante ainda para o campo social, pois os
conhecimentos e informações gerados a partir da pesquisa podem e devem levar
melhorias na qualidade de vida das pessoas, benefícios para a comunidade
abrangida, de forma que os sujeitos da pesquisa, ao perceberem as vantagens que
a boa prática do aleitamento materno exclusivo propicia, poderão atuar como
multiplicadores de conhecimento, junto aos seus entes e com a comunidade da qual
fazem parte, até que o alcance seja maior e beneficie toda a sociedade.
A pesquisa sobre aleitamento materno também tem sua importância
pessoal, pois ultrapassa os campos científicos, médico e profissional. Amamentar é
uma prática de amor, de afeto, que torna os laços familiares mais próximos e
contribui para a melhoria da qualidade de vida de todas as pessoas. Toda mãe
deseja que seus filhos cresçam de maneira saudável e feliz, que sejam adultos
conscientes de seu papel na sociedade, e para isso é importante se conscientizar da
18

importância do tema aleitamento materno, essa tarefa depende da participação de


cada um, seja profissional da saúde, governante ou pessoa comum.

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral

Investigar as causas que contribuem para o desmame precoce de crianças


menores de seis meses assistidas pela Estratégia Saúde da Família Cristo Rei,
localizada no município de Ananindeua, estado do Pará.

1.2.2 Objetivos Específicos

 Delinear o perfil sócio demográfico das mães;


 Analisar a frequência de desmame precoce de acordo com a faixa
etária de crianças menores de seis meses de vida; e
 Avaliar o nível de conhecimento e dificuldades das mães sobre
aleitamento materno.

1.3 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO

A presente pesquisa visou à identificação e entendimento das causas que


desencadeiam o desmame precoce em crianças menores de seis meses,
focalizando questões relacionadas ao perfil das mães participantes da pesquisa,
tanto econômico como social, além de buscar saber quais os conhecimentos que
estas possuem em relação à prática do AME. Não foi objetivo do estudo orientação
19

em relação ao tema às mães, uma vez que se entende que os profissionais de


saúde presentes na ESF já realizam esta função.
O estudo se delimitou, portanto, às mães de crianças menores de seis
meses que não completaram o AME no ano de 2011, buscando saber como estas
entendem o processo em que estão envolvidas e causas pelos quais deixaram de
amamentar seus filhos, relacionando esses motivos aos aspectos sócio-culturais que
caracterizam essas mulheres.

1.4 HIPÓTESES

Apesar de o aleitamento materno exclusivo ter aumentado no Brasil nos


últimos anos sabe-se que o desmame precoce ainda ocorre de maneira intensa nas
classes sociais mais baixas, e devido a vários fatores relacionados às dificuldades
que existem em manter uma amamentação exclusiva até os seis meses de vida da
criança. Acredita-se que o perfil sócio demográfico com características de baixa
renda e escolaridade contribuem nesse aspecto, bem como a existência de alguns
mitos criados sobre amamentação, que até hoje persistem entre algumas famílias.
Dentro da questão de acesso à informação entende-se que muitas mulheres
não têm conhecimento sobre a importância do AME, até que período de vida deve
ser realizado, bem como os riscos que a introdução de alimentação complementar
pode ocasionar aos seus filhos. Além disso, a jornada de trabalho deve ser relatada
como impedimento para a manutenção do AME, uma vez que muitas mulheres não
sabem conciliar o horário de trabalho com as mamadas, nem a forma correta de
fazer a ordenha do leite e armazená-lo para que possa ser dado à criança na sua
ausência.
Dificuldades referentes a posicionamento correto para a mamada, estresse
durante as mamadas, dores nos seios, aparente insatisfação do bebê apenas com o
leite materno, crença de que o leite é fraco ou não é suficiente, também devem
contribuir de forma relevante para o desmame precoce das crianças presentes no
estudo. Devido a todas essas dificuldades, esperamos que o desmame precoce seja
muito comum, na maioria dos casos, antes mesmo das crianças completarem o
primeiro mês de vida, com aumento das taxas conforme o passar do tempo.
20

1.5 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

O primeiro capítulo ou Introdução trata dos aspectos gerais relacionados à


importância do aleitamento materno exclusivo e desmame precoce, por meio de um
breve relato. Nesse capítulo também está exposta a justificativa para a realização do
mesmo, enfatizando sua relevância não só para o campo profissional, como
problema de Saúde Pública que é, mas também para os âmbitos científico, social e
pessoal. Por fim, estão dispostos os objetivos da pesquisa, as hipóteses do estudo
e sua delimitação.
O segundo capítulo ou Referencial Teórico trata de uma abordagem mais
detalhada sobre o tema de estudo, levando em conta todos os aspectos importantes
para o seu entendimento e importância na pesquisa, desde componentes históricos
e políticas públicas relacionadas, passando por características biológicas, e por fim,
chegando aos aspectos relacionados com o aleitamento materno, seus benefícios e
fatores de risco relacionados ao desmame precoce.
O terceiro capítulo ou Método refere-se aos critérios utilizados na elaboração
do trabalho, sua classificação científica e como pretende ser analisado, levando em
conta alguns aspectos importantes como seleção da amostra, critérios de inclusão e
exclusão, instrumento usado na coleta dos dados, análise dos resultados obtidos, e
por fim, os aspectos éticos e análise de riscos e benefícios da presente pesquisa
para a comunidade a ser investigada.
O quarto capítulo ou Resultados e Discussões refere-se aos resultados
obtidos pela pesquisa e a discussão quanto ao que foi conseguido, se os resultados
alcançados satisfazem os objetivos propostos e vão de encontro ou refutam as
hipóteses previamente esperadas pelos pesquisadores. Isso será possível pela
apresentação de gráficos e tabelas, bem como pela comparação com outros autores
que realizaram estudos semelhantes.
O quinto capítulo ou Conclusões e Recomendações faz uma síntese dos
resultados obtidos com o estudo, enfatizando a sua importância e fazendo as
21

considerações que se julgarem relevantes, bem como a possibilidade de ampliação


do mesmo, com a utilização ou não de um novo enfoque de pesquisa.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 HISTÓRICO DO ALEITAMENTO MATERNO

A amamentação tem sido reconhecida e recomendada desde a Antiguidade


como a prática ideal de alimentação durante os primeiros meses de vida da criança.
Existem evidências de que determinados povos, como os egípcios, amamentavam
suas crianças de forma exclusiva durante os primeiros meses de vida, e com a
introdução de alimentos complementares até os três anos de idade (CAMINHA et al,
2010).
Os relatos sobre os benefícios da amamentação vêm desde Hipócrates, que
descrevia o aumento da taxa de mortalidade infantil entre os que não eram
amamentados. Já durante a Idade Média, a prática de se utilizar amas-de-leite foi
intensamente difundida no continente europeu, inicialmente pelas famílias da
aristocracia e, posteriormente, chegando às camadas sociais mais baixas (SILVEIRA
e LAMOUNIER, 2006).
Embora os benefícios do leite materno fossem reconhecidos, começaram a
se difundir, na segunda metade do século XVIII, o desenvolvimento de outros
alimentos, artificiais, que prometiam substituir o leite materno, isso ocorreu
principalmente como resultado da Revolução Industrial e da entrada das mulheres
no mercado de trabalho, o que inviabilizaria a amamentação, além do avanço
tecnológico na fabricação de alimentos de fácil acesso (CAMINHA et al, 2010).
Durante o século XX ocorreu uma significativa diminuição da prevalência e
duração do aleitamento materno, sobretudo nos países em desenvolvimento, o que
ocasionou elevação das taxas de mortalidade infantil nesses países, principalmente
devido ao desenvolvimento das indústrias promovido pelo capitalismo crescente em
todo o mundo, a partir daí, foram criados alimentos industrializados que poderiam
22

substituir o leite materno, como era fortemente difundido na mídia (SILVEIRA e


LAMOUNIER, 2006).
Além disso, nos hospitais recomendava-se algumas rotinas tais como
separar as mães dos filhos logo após o parto, abolição das mamadas noturnas,
limpeza dos mamilos, horários fixos para amamentar, dentre outras, que acabavam
gerando desvalorização da prática do aleitamento dentre as mulheres, além do fato
de permitir que estas optassem por amamentar ou não seus filhos, justificando que
as fórmulas de leite nutricionalmente adequadas eram mais simples e tinham a
mesma eficácia do leite materno (CAMINHA et al, 2010).
Nas últimas décadas, porém, houve aumento da prevalência do aleitamento
materno, devido aos conhecimentos sobre os benefícios que esta prática confere às
crianças. Nesse sentido, já a partir da década de 1980 foram publicadas pesquisas
que vieram a comprovar a importância do aleitamento materno exclusivo como fator
de proteção contra doenças infecciosas e consequente diminuição da
morbimortalidade entre os recém nascidos (TOMA e REA, 2008).
Esses estudos, sobejamente conhecidos, assim como outros
realizados em diversos países, forneceram novas bases para a
reformulação de políticas internacionais, particularmente da
Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Fundo das Nações
Unidas para a Infância (UNICEF) (TOMA e REA, 2008, p. 236).

Surgiram a partir daí novas diretrizes reconhecidas e que devem ser


utilizadas em todo o mundo que recomendam a realização do aleitamento materno
exclusivo até os seis meses de idade, e a complementação alimentar somente após
este período, de forma gradual, mantendo a amamentação até os três anos de idade
(TOMA e REA, 2008).

2.2 POLÍTICAS PÚBLICAS DE INCENTIVO AO ALEITAMENTO MATERNO

Diante do perigo que o desmame precoce representa para a saúde e para o


estado nutricional das crianças, a Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Fundo
das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) organizaram no ano de 1979, em
Genebra, uma reunião de caráter internacional para discutir a questão e viabilizar
23

medidas no sentido de melhorar a qualidade da alimentação de lactentes e crianças


de primeira infância (REIS et al, 2008).
A legislação brasileira de proteção ao aleitamento materno é uma das mais
avançadas do mundo. Em janeiro de 1981, sob as recomendações formuladas na
reunião de Genebra, foi lançado pelo Ministério da Saúde o Programa Nacional de
Incentivo ao Aleitamento Materno (PNIAM), que implementou vários programas e
estratégias de promoção ao aleitamento materno, difundindo normas que buscaram
resgatar a prática da amamentação exclusiva no Brasil (BOSI e MACHADO, 2005;
CAMINHA et al, 2011).
Em 1994 foi criado o Programa Saúde da Família (PSF), como estratégia do
Ministério da Saúde para modificar a forma de assistência até então utilizada,
estimulando assim um novo modelo centrado na Atenção Primária, que buscava a
integralidade da assistência ao usuário do Sistema Único de Saúde (SUS) como
indivíduo integrado à família, ao domicílio e à comunidade, com a implantação de
equipes multiprofissionais nas unidades de saúde (BESEN et al, 2007).
Esse programa representa uma estratégia que visa à promoção da
qualidade de vida, valorizando os princípios da territorialização, vínculo com a
população, integralidade na atenção, enfoque multidisciplinar, com ações
intersetoriais e de estímulo à participação da comunidade no processo, consolidando
desta forma o Sistema Único de Saúde (COIMBRA et al, 2005).
De forma geral, foram criadas diversas estratégias e ações de incentivo ao
aleitamento materno como a implantação da Iniciativa Hospital Amigo da Criança
(IHAC), o Alojamento Conjunto, os projetos Carteiro Amigo e Bombeiros Amigos da
Amamentação e a Norma Brasileira de Comercialização de Alimentos para
Lactentes e Crianças de Primeira Infância, Bicos, Chupetas e Mamadeiras (REIS et
al, 2008).
A partir deste momento histórico, as intervenções visando ao incentivo do
aleitamento materno exclusivo, foram normatizadas e implementadas nas três
esferas de gestão do Sistema Único de Saúde, sempre visando à promoção,
proteção e recuperação da saúde. A Política Nacional de Aleitamento Materno
encontra-se organizada em seis estratégias fundamentais (REIS et al, 2008).
 Incentivo ao aleitamento materno na Atenção Básica: é realizado pela
Rede Amamenta Brasil, a qual foi criada em 2008 e apresenta como
principais pilares profissionais chamados tutores, estes são preparados para
24

utilizarem métodos de educação crítico-reflexiva no ensino do aleitamento


materno em oficinas junto às equipes da Atenção Básica de Saúde para
discussão da prática do aleitamento materno exclusivo no contexto das
Unidades Básicas de Saúde (UBS), respeitando sempre as especificidades
regionais, e acompanhando e auxiliando essas equipes no que diz respeito
ao monitoramento dos índices de amamentação da população atendida;
 Na Atenção Hospitalar: as principais estratégias são a Iniciativa Amigo
da Criança (IHAC) e o Método Canguru. A IHAC tem como objetivo
possibilitar o aprendizado da prática da amamentação nas maternidades
brasileiras para o cumprimento dos Dez Passos para o Sucesso do
Aleitamento Materno. O Método Canguru é um modelo de assistência
perinatal que visa o cuidado ao recém-nascido de baixo peso, promovendo
assim contato pele a pele entre mãe e filho e facilitando o aleitamento
materno dessas crianças;
 Na política governamental: a principal estratégia utilizada é a Rede
Brasileira de Bancos de Leite Humano (BLH), que é a mais complexa do
mundo e seus serviços vêm apresentando grande expansão a cada ano.
Além da coleta, processamento e distribuição do leite materno, os bancos de
leite prestam assistência às lactantes cujos filhos estão hospitalizados ou
que apresentem dificuldades com a amamentação em qualquer momento;
 Proteção legal ao aleitamento: foi adotado o Código Internacional de
Substitutos do Leite Materno, a partir do qual foi criada a Norma Brasileira de
Comercialização de Alimentos para Lactentes (ARAÚJO et al, 2006). Em
2006, foi criada a Lei 11.625, que regulamenta a promoção comercial e o
uso apropriado de alimentos para crianças de até três anos. Em 2008, foi
criada a Lei 11.770, a qual regulamenta a criação do Programa Empresa
Cidadã, destinada à prorrogação da Licença Maternidade, de 120 dias para
180 dias, mediante concessão de incentivo fiscal, essa lei somente passou a
entrar em vigência no primeiro dia útil de 2010, constituindo-se assim como
mais uma garantia na promoção do AME. Em 2009 foi publicada uma
Portaria regulamentando a estrutura física e o material necessário para a
criação de Salas de Apoio à Amamentação nas empresas, para viabilizar
que as mulheres que trabalham fora de casa possam armazenar seu leite
25

durante a jornada de trabalho, para que este seja oferecido ao filho durante
sua ausência;
 Mobilização social: Desde o ano de 1992 é comemorada a Semana
Mundial de Amamentação, que procura através da mídia difundir o
conhecimento sobre o aleitamento materno e buscar a participação social
nesse processo. Em 2003 foi criado o Dia Nacional de Doação de Leite
Humano, em 1º de outubro de cada ano, procurando captar volume
significativo de leite materno doado no Brasil. A Empresa Brasileira de
Correios e Telégrafos criou o Projeto Carteiro Amigo, além dos Corpos de
Bombeiros, que fazem a busca de doações de leite materno pelos
municípios brasileiros; e
 Monitoramento das práticas de aleitamento materno: com o objetivo de
avaliar as ações promovidas para incentivo do aleitamento materno em todo
o país e buscar melhorias foram realizados dois inquéritos nacionais, nos
anos de 1999 e 2008, além de outros tipos de pesquisas, como a Pesquisa
Nacional de Demografia e Saúde, que é realizada a cada dez anos.

2.2.1 Alojamento Conjunto

Em 1983, por meio da Resolução Nº 18 do INAMPS/MS o Alojamento


Conjunto tornou-se obrigatório. Este consiste em um sistema hospitalar no qual o
recém-nascido deve permanecer na presença da mãe durante 24 horas por dia até
que seja dada a alta hospitalar, com o objetivo de promover o vínculo mais íntimo da
mãe com o filho, contribuindo para estabelecer o relacionamento afetivo entre
ambos, bem como proporcionar e incentivar o aleitamento materno desde os
primeiros momentos da vida, diminuindo o risco de infecções hospitalares (REIS et
al, 2008).

2.2.2 Programa Mãe-Canguru


26

Esse programa surgiu da necessidade de se encontrar soluções para a


superlotação de unidades neonatais e consiste em manter o Recém-Nascido de
Baixo Peso (RNBP) em contato com o peito da mãe, alimentá-lo com o leite materno
e dar alta precocemente, fazendo a monitoração desta criança, nesse caso a
incubadora seria substituída pelo corpo da mãe, que atua como fonte de calor
(COLAMEO e REA, 2006).
O programa se baseia em princípios simples, como o contato do corpo da
criança à mãe, gerando calor para que este permaneça protegido, além de facilitar o
aleitamento materno e favorecer o equilíbrio emocional do recém-nascido. Permite
ainda a humanização no atendimento, reduzindo custos hospitalares e melhorando
qualidade de vida, pois diminuem os índices de abandono, comuns nos casos de
prematuridade (REIS et al, 2008).

2.2.3 Iniciativa Hospital Amigo da Criança

Idealizado em 1990, em um encontro realizado em Florença, Itália, o


programa Iniciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC) surgiu com o objetivo de
apoiar, proteger e promover o aleitamento materno por meio da mobilização e
mudança das rotinas nas maternidades brasileiras com a finalidade de diminuir o
desmame precoce (REIS et al, 2008).
Para a redução do desmame precoce, foi elaborada uma iniciativa da
OMS/UNICEF/Ministério da Saúde, criando orientações denominadas Dez Passos
para o Sucesso do Aleitamento Materno, as quais devem ser adotadas para que
uma maternidade possa ser classificada como Hospital Amigo da Criança (ARAÚJO
et al, 2003). Os dez passos são os seguintes:
 Ter uma norma escrita sobre aleitamento materno, que deve ser
rotineiramente transmitida a toda a equipe de saúde;
 Treinar toda a equipe de cuidados de saúde, capacitando-a para
implantar esta norma;
 Informar às gestantes sobre as vantagens e o manejo do aleitamento;
27

 Ajudar as mães a iniciar a amamentação na primeira meia hora após o


parto;
 Mostrar às mães como amamentar e como manter a lactação, mesmo
que venham a ser separadas de seus filhos;
 Não dar a recém-nascidos nenhum outro alimento ou bebida além do
leite materno, a não ser que seja indicado pelo médico;
 Praticar o Alojamento Conjunto, permitir que mães e bebês
permaneçam juntos 24 horas por dia;
 Encorajar o aleitamento sob livre demanda;
 Não dar bicos artificiais ou chupetas a crianças amamentadas ao seio;
e
 Encorajar a formação de grupos de apoio à amamentação para onde
as mães devem ser encaminhadas, logo após a alta do hospital ou
ambulatório.
Inicialmente foram escolhidos doze países para iniciar a IHAC (dentre eles o
Brasil), os quais assumiram o compromisso de tornar os Dez Passos para o Sucesso
do Aleitamento Materno uma realidade em seus hospitais; essa iniciativa de
incentivo ao aleitamento materno representou um grande avanço para a saúde
pública, com crescimento significativo ao longo dos anos, atualmente existem mais
de 20 mil hospitais credenciados como HAC em mais de 150 países (LAMOUNIER
et al, 2008).
Desta forma, a IHAC vem contribuindo para a promoção e proteção do
aleitamento materno no Brasil, devido às mudanças de rotinas que vem promovendo
em seus hospitais, representando assim uma importante estratégia na diminuição do
desmame precoce em todo o território nacional.

2.2.4 Projetos Carteiro Amigo e Bombeiros Amigos da Amamentação

O Projeto Carteiro Amigo foi lançado em 1999 na Região Nordeste, e dois


anos depois passou a cobrir todos os municípios brasileiros que possuem centro de
distribuição domiciliar (REIS et al, 2008). Neste projeto, os carteiros passaram a
28

atuar como agentes de incentivo ao aleitamento materno, através de campanhas


educativas, como durante a Semana Mundial da Amamentação (realizada de
primeiro a sete de agosto), quando atuam distribuindo folhetos informativos sobre os
benefícios do aleitamento materno (REIS et al, 2008).
Outro importante programa criado foi o Projeto Bombeiros Amigos da
Amamentação, que teve como objetivo aumentar a captação de leite materno para
fazer parte do estoque de Bancos de Leite Humano do Brasil, para alcançar as
metas, foram adotadas estratégias de conscientização sobre os benefícios do leite
materno para a saúde e a coleta domiciliar por parte dos bombeiros (REIS et al,
2008).

2.2.5 Norma Brasileira de Comercialização de Alimentos para Lactentes e


Crianças de Primeira Infância, Bicos, Chupetas e Mamadeiras

A Norma de Comercialização de Alimentos para Lactentes (NCAL) foi


aprovada no ano de 1988 na forma de resolução do Conselho Nacional de Saúde,
esta foi melhorada, e em 1992, foi aprovada como Norma Brasileira de
Comercialização de Alimentos para Lactentes (NBCAL), também como resolução do
Conselho Nacional de Saúde. Esta norma passou a regulamentar o comércio de
leites e outros alimentos, bem como de chupetas e mamadeiras, de forma a
controlar a venda e uso destes produtos por crianças de primeira infância (REIS et
al, 2008).
Em 2000, a norma foi novamente revisada e criou-se a Norma Brasileira de
Comercialização de Alimentos para Lactentes e Crianças de Primeira Infância,
Bicos, Chupetas e Mamadeiras, dividida em três documentos:
 Portaria 2.051 de 08 de novembro de 2001;
 Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) da Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (ANVISA), RDC 221 de 06 de dezembro de 2001, que
regulamenta o uso e comercialização de chupetas, bicos, mamadeiras e
protetores de mamilo; e
29

 Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) da Agência Nacional de


Vigilância Sanitária (ANVISA), RDC 222 de 05 de agosto de 2002, que trata
da promoção comercial dos alimentos para lactentes e crianças de primeira
infância.
Atualmente, é consenso de que a Norma ainda precisa de melhorias,
aproveitando as mudanças da legislação e melhorando cada vez mais o incentivo e
garantia de proteção ao AME, tornando-se necessário haver um compromisso por
parte dos governos e dos fabricantes e comercializadores, para que a norma seja
cumprida e alcance seus objetivos principais, no que diz respeito à nutrição
adequada das crianças brasileiras (REIS et al, 2008).

2.2.6 Objetivo de Desenvolvimento do Milênio: Redução da mortalidade infantil

Em setembro de 2000, 191 países membros da ONU, dentre eles o Brasil,


elaboraram a Declaração do Milênio, um pacto que estabeleceu o compromisso de
promover o desenvolvimento humano sustentável, criada em um esforço para
sintetizar acordos internacionais alcançados em várias cúpulas mundiais sobre
ambiente e desenvolvimento, direitos das mulheres, desenvolvimento social, dentre
outros. A Declaração está baseada no cumprimento de oito objetivos, os chamados
Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), que deverão ser alcançados até o
ano de 2015 (CNM, 2008). São eles:
 Erradicar a extrema pobreza e a fome;
 Atingir o ensino básico universal;
 Promover a igualdade de gênero e a autonomia das mulheres;
 Reduzir a mortalidade infantil;
 Melhorar a saúde materna;
 Combater o HIV/Aids, a malária e outras doenças;
 Garantir a sustentabilidade ambiental; e
 Estabelecer uma parceria mundial para o desenvolvimento.
Os ODM vêm sendo discutidos e elaborados amplamente dentro de muitos
países, de forma que entidades de governo, empresas privadas e a sociedade civil
30

possam viabilizar formas de inserir a busca por esses objetivos em suas estratégias
específicas. Dentre os oito ODM citados, a redução da mortalidade infantil vem
sendo encarada como um dos principais, uma vez que todos os anos morrem onze
milhões de bebês, de causas diversas. Embora esse número de mortes seja
extremamente elevado, vem caindo desde a década de 1980, quando as mortes de
bebês atingiam 15 milhões (CNM, 2008).
Para cumprir a meta de reduzir a mortalidade infantil em dois terços até 2015
são necessárias ações integradas de saúde, levando em consideração os
indicadores relacionados com a mortalidade infantil, que são: taxa de mortalidade de
crianças menores de cinco anos; taxa de mortalidade infantil; e proporção de
crianças de um ano vacinadas contra o sarampo (CNM, 2008).
Para alcançar a redução da mortalidade infantil devem ser implantadas
políticas baseadas em ações de promoção à saúde e a melhoria das condições de
habitação, acesso à água potável e saneamento básico de qualidade em todas as
regiões brasileiras, mediante as seguintes medidas (CNM, 2008):
 Realizar ações educativas relacionadas ao pré-natal, aleitamento
materno, doenças infantis, vacinação, higiene, preparação de alimentos,
acidentes domésticos, entre outros;
 Viabilizar o acesso a medicamentos seguros e baratos;
 Promover o apoio aos fundos municipais da criança e do adolescente e
orientar sobre as possibilidades e formas de fazer; e
 Implementar política de atendimento de crianças em creches e
unidades de educação infantil onde as mães possam deixar seus filhos em
segurança.
A taxa de mortalidade infantil nacional era de 47,1 mortes por mil nascidos
vivos em 1990, e foi reduzida para 19 em 2008. O objetivo deve ser cumprido antes
de 2015, porém as desigualdades regionais ainda constituem o grande desafio.
Dentro desse aspecto, as taxas encontradas no Nordeste são quase duas vezes
mais elevadas que as das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Em comparação
aos países desenvolvidos, que apresentam valores em média abaixo de oito mortes
por mil nascidos vivos, a taxa nacional ainda é considerada alta e, portanto, deve ser
diminuída continuamente (PNUD, 2011).
31

2.2.7 Programa de Humanização no Pré-Natal e Nascimento

O Programa de Humanização no Pré-Natal e Nascimento foi instituído pelo


Ministério da Saúde em 2000, e tem como elemento estrutural o respeito aos direitos
reprodutivos das mulheres em período gestacional. A principal estratégia do PHPN é
assegurar a melhoria do acesso, da cobertura e da qualidade do acompanhamento
pré-natal, bem como da assistência ao parto e puerpério às gestantes e ao recém-
nascido, enfatizando os direitos de cidadania, fundamentados na humanização da
assistência obstétrica e neonatal como a condição primária para o acompanhamento
do parto e do puerpério (SERRUYA et al, 2004). A humanização pretendida pelo
programa baseia-se em dois princípios básicos:
 É dever das unidades de saúde receber com dignidade a mulher, seus
familiares e o recém-nascido, por meio de uma atitude ética e solidária por
parte dos profissionais de saúde, organização da instituição de modo a criar
um ambiente acolhedor e adotar condutas hospitalares que venham romper
o tradicional isolamento imposto à mulher; e
 Devem ser adotadas medidas e procedimentos benéficos para o
acompanhamento do parto e do nascimento, evitando práticas
intervencionistas desnecessárias que não trazem benefícios a mulher e ao
recém-nascido, e ainda acarretam maiores riscos para ambos.
O PHPN definiu elementos chaves para a melhoria da assistência à
gestação e ao parto, em torno dos quais devem ser concentrados os esforços para
alcançar a redução da morbimortalidade, tanto a materna quanto a perinatal, dentre
esses elementos destacam-se a ampliação do acesso ao pré-natal e a promoção do
vínculo entre a assistência ambulatorial e o momento do parto (SERRUYA et al,
2004).
Para potencializar o alcance do PHPN, foi criado um sistema informatizado,
o SISPRENATAL, o qual faz o acompanhamento do PHPN e monitora o pagamento
32

dos incentivos financeiros, constituindo-se desta forma, como um instrumento de


informação capaz de gerar indicadores planejados que busquem melhorarias na
atenção à saúde das gestantes em nível municipal e estadual, bem como
possibilitando uma avaliação mais detalhada sobre o cuidado pré-natal (SERRUYA
et al, 2004).

2.2.8 Agenda de Compromissos para a Saúde Integral da Criança e Redução da


Mortalidade Infantil

A promoção da saúde integral da criança é necessária para que se possa


alcançar a redução da mortalidade infantil em nosso país, além de promover
qualidade de vida e permitir o acesso aos direitos garantidos pela Constituição
Federal, Estatuto da Criança e Sistema Único de Saúde, para que esta criança
possa crescer e se desenvolver de forma adequada (BRASIL, 2004).
Dentro desse âmbito, a organização de uma rede integrada de assistência
deve ser realizada, de modo que os agentes comunitários de saúde, atenção
especializada, serviços de urgências, ações complementares de assistência e
atenção hospitalar estejam em harmonia e promovam a equidade e acesso aos
serviços de saúde (BRASIL, 2004).
Desta forma, existe uma linha de cuidado integral da saúde da criança, com
a identificação de ações prioritárias e estratégias que devem orientar as ações das
unidades de saúde, visando os objetivos de promoção da saúde integral da criança
e redução da mortalidade infantil para níveis considerados aceitáveis, dentre esses
princípios destacam-se (BRASIL, 2004):
 Planejamento e desenvolvimento de ações intersetoriais;
 Acesso universal à rede de saúde;
 Acolhimento da criança que precisa de assistência de forma
humanizada;
 Responsabilização, ou seja, garantir o vínculo entre o profissional de
saúde e o usuário, garantindo a continuidade da assistência;
 Assistência integral de saúde;
33

 Assistência resolutiva, ou seja, de forma contínua até a resolução do


problema;
 Equidade;
 Atuação em equipe;
 Desenvolvimento de ações coletivas com ênfase nas ações de
promoção da saúde;
 Participação da família ou controle social na gestão local, garantindo
assim a informação sobre os cuidados de saúde à toda a família, a fim de
que a assistência seja mais humanizada;
 Avaliação permanente e sistematizada da assistência prestada;
A organização da assistência de saúde é realizada em várias linhas de
cuidados, sendo uma destas o incentivo ao aleitamento materno, considerado o
tema principal para a garantia da saúde da criança, baseado na promoção, proteção
e apoio ilimitado e reforçado à mulher, desde o início do período gestacional. O
desenvolvimento de ações de incentivo ao aleitamento é baseado em evidências
científicas que comprovam que o leite humano proporciona o desenvolvimento
infantil mais adequado, esse estímulo é feito em diversas frentes, tais como
(BRASIL, 2004):
 Estímulo ao aleitamento materno nas UBS durante o pré-natal: as
equipes de atenção básica devem estar preparadas para acolher e informar
precocemente as gestantes sobre os benefícios e importância do
aleitamento materno para a criança, família e sociedade, abordando
questões teóricas sobre a produção do leite, importância de ações como o
alojamento conjunto, alertar sobre os riscos do uso de chupetas e
mamadeiras, como posicionar-se de maneira correta para as mamadas e a
resolução de quaisquer dúvidas que ocorrerem;
 Estímulo ao aleitamento materno na sala de parto e maternidade: a
equipe de saúde deve estar preparada para o correto acolhimento da mãe
durante o trabalho de parto, a fim de garantir o início da amamentação já nas
primeiras horas de vida da criança e o alojamento conjunto por 24 horas,
devendo estimular a amamentação sobre livre demanda, observar e avaliar
as mamadas, dentre outras medidas preconizadas pela Iniciativa Hospital
Amigo da Criança;
34

 Estímulo ao aleitamento materno após a alta da maternidade: é de


grande importância a visita domiciliar pelos agentes comunitários de saúde
no último mês de gestação e na primeira semana de vida da criança, para
incentivo, orientação e apoio ao aleitamento. Durante a primeira semana de
vida, o recém-nascido deve ser acolhido na UBS para uma checagem dos
cuidados realizados até então, de forma a identificar erros e minimizar a
ocorrência de desmame precoce, muito freqüente nesta época;
 Proteção legal ao aleitamento: os profissionais de saúde devem ter
conhecimento das recomendações da Convenção dos Direitos da Criança,
de 1989, e do Estatuto da Criança e do Adolescente, que garantem aos pais
o direito de serem orientados quanto à alimentação correta de seus filhos.
Também devem estar atentos ao período de 180 dias de licença
maternidade garantido pela Lei 11.770, sem prejuízo de salário, bem como
conhecer a NBCAL e a Portaria MS 2.051, que protegem o aleitamento
materno das estratégias de marketing utilizadas na comercialização de
produtos que interferem na prática do aleitamento; e
 Banco de Leite Humano: é uma importante estratégia de incentivo ao
aleitamento materno, uma vez que sua finalidade é promover a
amamentação de crianças, principalmente as prematuras e aquelas que por
algum motivo necessitam de internação em Unidades Neonatais, desta
forma, é importante que seja feita divulgação do BLH, para que as mães
com excesso de leite possam fazer a doação do leite e assim contribuir para
o aumento dos índices de aleitamento no Brasil.
Assim, através de todas essas ações integradas, é possível realizar a
promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno em nosso país, como estratégia
principal para a assistência integral da saúde da criança, bem como para alcançar o
objetivo de reduzir a taxa de mortalidade infantil, não só a nível nacional, como
regional.

2.2.9 Rede Amamenta Brasil


35

A Rede Amamenta Brasil foi criada pelo Ministério da Saúde como estratégia
de promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno, de forma que possa
capacitar os profissionais que atuam nas UBS para que se tornem agentes de
educação em saúde, e assim, seja alcançada uma rede mais integrada. Essa rede
surgiu da necessidade de a amamentação ser entendida como um processo não
apenas biológico, mas também social e cultural, bem como da necessidade de se
estabelecer uma estratégia nacional de promoção, proteção e apoio ao aleitamento
materno na atenção básica (BRASIL, 2011). Os objetivos específicos da rede são:
 Contribuir para o desenvolvimento de competências nos profissionais
de saúde para que se tornem agentes de mudança no ensino e
aprendizagem do AM e para uma prática integralizadora;
 Discutir a prática do AM no contexto do processo de trabalho das UBS;
 Pactuar ações de promoção, proteção e apoio ao AM a partir da
realidade das UBS; e
 Monitorar os índices de AM das populações atendidas pelas UBS
certificadas.
A base da Rede Amamenta Brasil é a educação crítico-reflexiva, que
considera o processo de aprendizagem de maneira integrada e qualitativa, sempre
enfocando a problematização da realidade, de forma que o ponto de partida da
aprendizagem é a realidade concreta e a experiência adquirida pelo profissional de
saúde em sua vida diária, como um ser crítico e inacabado, que tem autonomia e
identidade (BRASIL, 2011).
Pra realizar essa educação, é necessária a atuação dos tutores, que atuam
como verdadeiros pilares da rede. O tutor é o profissional que tem como
compromisso fazer visitas periódicas a uma ou mais UBS, oferecendo o suporte
necessário, por isso, deve conhecer a Política Nacional de Atenção Básica (PNAB),
compreendendo os princípios da atenção básica, bem como o processo de trabalho
das equipes da ESF e as competências de cada profissional preconizadas na PNAB
(BRASIL, 2011).
Para poder atuar os tutores são capacitados durante uma oficina que utiliza
os referenciais da educação crítico-reflexiva no ensino e na aprendizagem do AM,
de forma que possam adquirir subsídios para auxiliarem na formação de novos
tutores, bem como a competência para a realização de oficinas de trabalho em
36

amamentação nas UBS. Para atuar como tutor da Rede Amamenta Brasil, o
profissional deve possuir as seguintes características (BRASIL, 2011):
 Ter formação em curso superior;
 Ter experiência em manejo clínico do AM;
 Ter realizado ao menos um curso de formação em AM;
 Ter disponibilidade para participar integralmente do processo, que
inclui a capacitação de 40 horas em caráter de imersão, a multiplicação de
formação de tutores, a condução de oficinas de trabalho em AM e o
acompanhamento das UBS;
 Ter participado na organização de atividades relacionadas com
políticas públicas de saúde em AM;
 Ter experiência e/ou vivência em educação e atenção básica de saúde;
e
 Fazer parte de entidades relacionadas ao AM (não obrigatório, porém
desejável).
As UBS que realizarem oficina de trabalho em AM podem ser certificadas na
Rede Amamenta Brasil, com validade de um ano, e renovação anual pelo MS, desde
que cumpram os seguintes critérios: garantir a participação de pelo menos 80% da
equipe na oficina de trabalho em AM; monitorar os indicadores de AM da sua
respectiva área de atuação; concretizar no mínimo uma ação pactuada; e construir e
implantar um fluxograma de atendimento às mães e bebês durante o período de
aleitamento (BRASIL, 2011).
Após a realização da oficina, deve haver o acompanhamento da UBS por um
tutor e o monitoramento das práticas de alimentação das crianças atendidas, de
forma que sejam fornecidas informações necessárias ao planejamento e avaliação
das ações de incentivo à amamentação, por isso, o monitoramento dos indicadores
de AM é um requisito básico para a certificação da UBS na Rede Amamenta Brasil
(BRASIL, 2011).
Até dezembro de 2010 foram realizadas 58 oficinas estaduais e municipais
resultando na formação de 1.415 tutores e a participação de 1.034 UBS e de 22.571
profissionais de saúde, sem esquecer-se das cinco oficinas macrorregionais que já
foram realizadas no país (BRASIL, 2011). De forma geral a Rede Amamenta Brasil
tem contribuído de forma a melhorar os indicadores de AM em todo o Brasil, sendo
37

importante o acompanhamento constante das UBS, para a identificação de


fragilidades e pontos fortes, a fim de melhorar estratégias e fazer os ajustes
necessários.
2.3 CLASSIFICAÇÕES DO ALEITAMENTO

A Organização Mundial da Saúde (2007) utiliza algumas definições


importantes acerca do aleitamento materno, as quais são adotadas e reconhecidas
em todos os países do mundo, e segundo estas definições, o aleitamento materno
pode ser classificado em:
 Aleitamento materno exclusivo: ocorre quando a criança recebe
somente o leite materno, diretamente da mama ou ordenhado, ou leite
humano de outra fonte, sem outros líquidos ou sólidos, com exceção de
gotas ou xaropes contendo vitaminas, sais de reidratação oral, suplementos
minerais ou medicamentos;
 Aleitamento materno predominante: quando a criança recebe leite
materno (direto da mama ou ordenhado), independentemente de receber ou
não outros alimentos;
 Aleitamento materno complementado: quando a criança recebe, além
do leite materno, qualquer alimento sólido ou semi-sólido com a finalidade de
complementá-lo, e não de substituí-lo. Nessa categoria a criança pode
receber, além do leite materno, outro tipo de leite, mas este não deve ser
considerado como alimento complementar; e
 Aleitamento materno misto ou parcial: quando a criança recebe leite
materno e outros tipos de leite.
É importante lembrar que a Organização Mundial da Saúde recomenda que
até os seis meses de vida seja feito unicamente o aleitamento materno exclusivo,
pois este apresenta todos os nutrientes que a criança precisa nesta época de vida,
após os seis meses, deve ser iniciado o aleitamento materno complementado, com a
introdução gradual de fontes de nutrientes sólidas, sem substituir o leite materno
(WHO, 2007).
38

2.4 PRODUÇÃO DO LEITE MATERNO

As mulheres adultas possuem, em cada mama, entre 15 e 25 lobos


mamários, que são glândulas túbulo-alveolares compostas por aproximadamente 20
a 40 lóbulos cada. Os lóbulos são constituídos por alvéolos, que podem chegar até
uma centena. Envolvendo os alvéolos encontram-se as células mioepiteliais (Figura
1). Existem ainda tecido adiposo, conjuntivo, nervoso, linfático e vasos sanguíneos
entre os lobos (BRASIL, 2009).

Figura 1 – Anatomia da mama.


Fonte: BRASIL (2002, p. 18).

O leite é produzido nos alvéolos e então é transportado até os seios


lactíferos por um conjunto de ductos. A mama, durante o período gestacional,
encontra-se preparada para a amamentação, chamada de lactogênese fase I, e está
sob ação de diferentes hormônios, dentre os quais se destaca o estrogênio,
responsável pela ramificação dos ductos lactíferos, e o progestogênio, que atua na
formação dos lóbulos (BRASIL, 2009).
39

Além destes, existem outros hormônios envolvidos no processo de


crescimento mamário, como o lactogênio placentário, prolactina e gonadotrofina
coriônica. Após o nascimento da criança e a expulsão da placenta, ocorre uma
significativa redução dos níveis de progestônio na corrente sanguínea, levando à
liberação de prolactina pela hipófise anterior, iniciando a lactogênese fase II e a
secreção do leite (BRASIL, 2009).
A descida do leite costuma ocorrer até o terceiro ou quarto dia depois do
nascimento, após este período inicia-se a lactogênese fase III ou galactopoiese.
Essa etapa depende principalmente da sucção do bebê e do esvaziamento da
mama, podendo ocorrer diminuição da produção do leite caso haja prejuízo no
esvaziamento. O leite materno contém peptídeos capazes de suprimir a lactação, ou
seja, inibir a produção do leite (BRASIL, 2009).
Grande parte do leite de uma mamada é produzida enquanto a
criança mama, sob o estímulo da prolactina. A ocitocina, liberada
principalmente pelo estímulo provocado pela sucção da criança,
também é disponibilizada em resposta a estímulos condicionados,
tais como visão, cheiro e choro da criança, e a fatores de ordem
emocional, como motivação, autoconfiança e tranquilidade. Por outro
lado, a dor, o desconforto, o estresse, a ansiedade, o medo, a
insegurança e a falta de autoconfiança podem inibir a liberação da
ocitocina, prejudicando a saída do leite da mama (BRASIL, 2009, p.
19).

Na amamentação, há uma variação na produção de leite, dependendo da


necessidade que a criança demonstra em mamar bem como da frequência com a
qual mama. Portanto, quanto mais a criança mamar, maior será o volume de leite
produzido. Em média, uma mulher que amamenta de forma exclusiva produz 800 ml
po dia no sexto mês, e na maioria dos casos consegue produzir quantidade maior do
que a necessária para satisfazer o filho (BRASIL, 2009).

2.5 CARACTERIZAÇÃO DO LEITE MATERNO

O leite materno apresenta composição semelhante em todas as mulheres.


Apenas as com desnutrição grave podem ter o seu leite afetado na sua qualidade e
quantidade. Nos primeiros dias, o leite materno é chamado colostro, que contém
40

mais proteínas e menos gorduras do que o leite maduro, ou seja, o leite secretado a
partir do sétimo ao décimo dia pós-parto (BRASIL, 2009).
O leite de mães de recém-nascidos prematuros é diferente do de mães de
bebês a termo. A Tabela 1 mostra as diferenças entre colostro e leite maduro, entre
o leite de mães de prematuros e de bebês a termo e entre o leite materno e o leite
de vaca. Este tem muito mais proteínas que o leite humano e essas proteínas são
diferentes das do leite materno. A principal proteína do leite materno é a
lactoalbumina e a do leite de vaca é a caseína, de difícil digestão para a espécie
humana.

Colostro (3-5 dias) Leite maduro (26-29 dias)


Nutriente Leite de vaca
A termo Pré-termo A termo Pré-termo

Calorias
48 58 62 70 69
(Kcal/dL)

Lipídeos
1,8 3,0 3,0 4,1 3,7
(g/dL)

Proteínas
1,9 2,1 1,3 1,4 3,3
(g/dL)

Lactose
5,1 5,0 6,5 6,0 4,8
(g/dL)
Quadro 1 – Composição do colostro e do leite materno maduro de mães de crianças a
termo e pré-termo e do leite de vaca.
Fonte: BRASIL, 2009.

O leite humano possui fatores imunológicos que protegem a criança contra


infecções. A imunoglobulina A (IgA) secretória é o principal anticorpo, atuando
contra microorganismos presentes nas superfícies mucosas. Os anticorpos IgA no
leite humano são produzidos pela mãe contra agentes infecciosos com os quais já
teve contato, proporcionando, dessa maneira, proteção à criança contra os germes
prevalentes no meio em que a mãe vive. A concentração de IgA no leite materno
diminui ao longo do primeiro mês, permanecendo relativamente constante a partir de
então (BRASIL, 2009).
Além da IgA, o leite materno contém outros fatores de proteção, tais como
anticorpos IgM e IgG, macrófagos, neutrófilos, linfócitos B e T, lactoferrina, lisosima
e fator bífido. Este favorece o crescimento do Lactobacilus bifidus, uma bactéria não
41

patogênica que acidifica as fezes, dificultando a instalação de bactérias que causam


diarréia, tais como Shigella, Salmonella e Escherichia coli. Alguns dos fatores de
proteção do leite materno são total ou parcialmente destruídos pelo calor, razão pela
qual o leite humano pasteurizado (submetido a uma temperatura de 62,5ºC por 30
minutos) não tem o mesmo valor biológico que o leite cru (BRASIL, 2009).

2.6 TÉCNICA DO ALEITAMENTO MATERNO

A sucção do bebê, embora seja um ato reflexo, deve ser realizada da


maneira correta, para que a nutrição possa ocorrer de maneira satisfatória, bem
como para evitar danos às mamas. Desta forma, o bebê deve pegar a mama
adequadamente, ou seja, abrir amplamente a boca e entrar em contato não só com
o mamilo, mas invadindo parte da aréola (BRASIL, 2009).
A língua eleva suas bordas laterais e a ponta, formando uma concha
(canolamento) que leva o leite até a faringe posterior e esôfago,
ativando o reflexo de deglutição. A retirada do leite (ordenha) é feita
pela língua, graças a um movimento peristáltico rítmico da ponta da
língua para trás, que comprime suavemente o mamilo. Enquanto
mama no peito, o bebê respira pelo nariz, estabelecendo o padrão
normal de respiração nasal (BRASIL, 2009, p. 21).

O ciclo de movimentos mandibulares promove o crescimento harmônico da


face do bebê e a técnica de amamentação é muito importante para que o leite seja
retirado da maneira correta. Por isso, tanto a mãe como o bebê devem posicionar-se
de maneira correta para facilitar o posicionamento da boca do bebê, caso este seja
feito de maneira incorreta em relação ao mamilo e à aréola constitui-se a má pega
(Figura 2), dificultando o esvaziamento da mama e levando à diminuição da
produção de leite.
42

Figura 2 – Técnica de amamentação, maneira correta de fazer a mamada (lado esquerdo) e


a má pega (lado direito).
Fonte: BRASIL (2009, p. 22).
2.7 PROBLEMAS RELACIONADOS À AMAMENTAÇÃO

2.7.1 Ingurgitamento mamário

O ingurgitamento mamário é resultante de três componentes:


congestão/aumento da vascularização da mama; retenção do leite nos alvéolos; e
edema decorrente da congestão e obstrução da drenagem do sistema linfático. O
leite fica então dificultado de sair dos alvéolos devido à compressão que ocorre nos
ductos, o acúmulo desse leite na mama faz com que sua textura fique mais viscosa,
também conhecido como leite empedrado (GIUGLIANI, 2004; BRASIL, 2009).
Existe o ingurgitamento fisiológico, que é aquele onde a descida do leite está
ocorrendo e não requerem quaisquer intervenções, o ingurgitamento patológico
causa problemas relacionados a desconforto, uma vez que as mamas ficam
distendidas, Às vezes com a presença de edemas localizados. Outro problema
ocasionado pelo ingurgitamento é que a pega das mamas se dá de forma dificultada,
ocasionando diminuição do fluxo de leite.
O ingurgitamento ocorre com mais frequência em primíparas devido
principalmente aos seguintes: leite em abundância, início tardio da amamentação,
mamadas infrequentes, restrição da duração e frequência das mamadas e sucção
ineficaz do bebê (GIUGLIANI, 2004) As medidas preventivas mais eficazes contra o
ingurgitamento são: iniciar o aleitamento de preferência após o parto de maneira
frequente e com duração satisfatória, além de utilizar a técnica de posicionamento e
43

pega correta e não utilizar complementos. Caso não possa ser evitado recomenda-
se o seguinte manejo (GIUGLIANI, 2004; BRASIL, 2009).
 Quando a aréola encontrar-se tensa deve-se fazer a ordenha manual
de leite antes da mamada, pois assim ela fica macia de forma que o bebê
possa fazer a pega adequadamente;
 Amamentar com frequência e em livre demanda;
 Massagear levemente as mamas, o que facilita o fluxo do leite viscoso
e estimula o reflexo de ejeção do mesmo;
 Utilizar analgésicos sistêmicos e/ou antiinflamatórios, de preferência o
ibuprofeno, que auxilia na redução da inflamação e edema;
 Utilizar suporte para as mamas para aliviar as dores; e
 Utilizar compressas mornas para facilitar a liberação do leite e
compressas frias após ou nos intervalos das mamadas para diminuir a
vascularização e amenizar a dor.

2.7.2 Trauma/dores nos mamilos

No início do aleitamento são comuns dores discretas durante as mamadas,


no entanto, quando essas dores tornam-se frequentes e mais intensas, machucando
os mamilos, constitui-se um trauma mamilar e requer intervenção. Como exemplos
existem o eritema, edema, fissuras, bolhas, marcas brancas, amarelas ou escuras e
equimoses, sendo que a causa mais frequente se deve a traumas ocasionados pela
má pega (GIUGLIANI, 2004; BRASIL, 2009). Todos esses traumas são causas
frequentes de desmame, e por isso devem ser prevenidos com as seguintes
medidas (GIUGLIANI, 2004).
 Realizar o aleitamento com a técnica de posicionamento e pega
adequados;
 Manter os mamilos sempre secos expondo-os ao ar livre, não utilizando
produtos que retirem a proteção natural do mamilo, como sabão, álcool ou
outro produto secante;
 Praticar a amamentação em livre demanda;
44

 Evitar o ingurgitamento mamário; e


 Não utilizar protetores de mamilo, pois eles podem ocasionar traumas
mamilares.
Se não é possível evitar o trauma mamilar, é necessário corrigir o problema
da má pega e praticar intervenções que aliviem a dor e o desconforto, além de
ajudar na cicatrização das lesões. Atualmente há dois tipos de tratamentos, o seco e
o úmido, sendo o último mais recomendado, com o objetivo de formar uma camada
protetora que evita a desidratação das camadas profundas da epiderme,
recomendam-se o uso do próprio leite ordenhado, evitando-se cremes e afins, já que
podem causar alergias ou obstrução dos poros lactíferos (BRASIL, 2009).

2.7.3 Infecção por Candidíase

A infecção das mamas por Candida sp é comum, pois muitas vezes é


transmitida pela própria criança, podendo atingir somente a pele do mamilo e/ou
aréola ou compremeter os ductos lactíferos. A doença pode se manifestar por
coceira, sensação de queimadura e dor em agulhadas que persistem após as
mamadas, com a pele dos mamilos se tornando avermelhadas ou irritadas com a
escamação. Também é comum o bebê apresentar crostas brancas orais (BRASIL,
2009).
Segundo Giugliani (2004), o tratamento da candidíase deve ser feito tanto
para a mãe quanto para o bebê, com aplicação de Nistatina, Clotrimazol, Miconazol
ou Cetoconazol tópicos durante duas semanas. O creme pode ser aplicado após a
mamada sem a necessidade de ser removido antes da posterior. Se o tratamento
tópico não for eficaz recomenda-se o uso de Cetoconazol 200 mg/dia, durante 10 a
20 dias. Outras medidas também podem ser eficazes como eliminar chupetas, bicos
e mamadeiras, ou pelo menos, fervê-los por 20 minutos por dia.

2.7.4 Bloqueio de ductos lactíferos


45

Ocorre quando o leite produzido não é drenado adequadamente, comum


quando a mama não é esvaziada de forma correta, em casos de amamentação
infrequente ou quando a sucção é ineficiente. Pode acontecer ainda quando existe
pressão local em uma determinada área ou como consequência do uso de cremes
nos mamilos (GIUGLIANI, 2004; BRASIL, 2009).
O bloqueio se manifesta pela presença de nódulos localizados e dolorosos e
avermelhados. Qualquer medida que ajude no esvaziamento da mama pode ser
considerada como prevenção para o bloqueio, por isso, a técnica correta de
posicionamento e pega também reduz esse tipo de complicação, além do uso de
sutiãs que não venham a representar uma obstrução da região, levando ao bloqueio
dos ductos (BRASIL, 2009).
Se o bloqueio dos ductos já ocorreu, é necessária a intervenção com
medidas que possam desbloqueá-los, como por exemplo, amamentar com
frequência, utilizando diversas posições e sempre oferecendo primeiro a mama
afetada, direcionando o queixo do bebê para a região comprometida; massagear
levemente a região atingida antes e durante as mamadas e ordenhar caso a criança
não esteja conseguindo esvaziá-la naturalmente (GIUGLIANI, 2004).

2.7.5 Mastite

A mastite é um processo inflamatório de um ou mais segmentos da mama,


que ocorre comumente de maneira unilateral, podendo ou não progredir para um
quadro de infecção bacteriana. É mais comum na segunda e terceira semanas após
o parto. O evento inicial da mastite é a estase do leite, que gera aumento da pressão
dentro dos ductos e leva ao achatamento das células alveolares e formação de
espaços entre elas (GIUGLIANI, 2004; BRASIL, 2009).
Esses espaços abertos servem de passagem para alguns componentes do
plasma para o leite e do leite para o interstício da mama, causando uma resposta
inflamatória, que juntamente com o leite acumulado favorecem a instalação da
infecção pelo Staphylococcus (aureus e albuns) e algumas vezes pela Escherichia
46

coli e Streptococcus. As medidas de prevenção da mastite são as mesmas do


engurgitamento mamário e do bloqueio dos ductos lactíferos.
O tratamento deve ser realizado o mais precocemente possível, uma vez
que a mastite pode evoluir para um quadro de abscesso mamário, que é uma
complicação grave. O tratamento da mastite pode ser realizado seguindo os critérios
(GIUGLIANI, 2004; BRASIL, 2009):
 Esvaziamento adequado das mamas, de preferência pelo próprio bebê,
pois não há risco para o recém-nascido a termo sadio, conforme recomenda
a AMERICAN ACADEMY OF PEDIATRICS (AAP), 2000;
 Antibioticoterapia, indicada quando os sintomas forem graves, houver
fissura mamilar e ausência de melhora do quadro após 24 horas da remoção
do leite acumulado (pode ser usada Cefalexina 500 mg, via oral, de seis em
seis horas; Amoxicilina 500 mg ou em associação com Ácido Clavulânico
500 mg/125 mg, também via oral, de oito em oito horas). Quando os
sintomas não regridem após 48 horas do início do tratamento, deve-se
encaminhar a mulher para uma unidade de referência, pois o quadro já deve
ter evoluído para abscesso mamário; e
 Dar suporte emocional, repouso à mãe, iniciar a amamentação na
mama não afetada e usar sutiãs firmes.

2.7.6 Abscesso mamário

Este problema é causado originalmente por mastite não tratada ou devido ao


tratamento ineficaz, seu diagnóstico é feito pelo seguinte quadro clínico: dor intensa,
febre, mal-estar, calafrios e presença de áreas de flutuação à palpação na área
afetada. Para o diagnóstico diferencial devem ser considerados a galactocele, a
fibroadenoma e o carcinoma (BRASIL, 2009).
Todo esforço deve ser feito para prevenir abscesso mamário, já que
essa condição pode comprometer futuras lactações em
aproximadamente 10% dos casos. Qualquer medida que previna o
aparecimento de mastite consequentemente vai prevenir o abscesso
mamário, assim como a instituição precoce do tratamento da mastite
se ela não puder ser prevenida (BRASIL, 2009, p. 47).
47

Dentre as medidas de intervenção para o abscesso mamário indica-se:


drenagem cirúrgica sob anestesia local, com coleta de secreção purulenta para
cultura e teste de sensibilidade a antibióticos; interrupção da amamentação até que
o abscesso tenha sido drenado (conforme recomenda a OMS); e manutenção do
aleitamento na mama sadia (BRASIL, 2009).

2.7.7 Outros problemas relacionados à amamentação

Além dos problemas mencionados, existem outros que podem ocorrer


relacionados à amamentação: galactocele, que é uma formação cística nos ductos
mamários contendo líquido leitoso, que passa de fluido para viscoso; Fenômeno de
Raynaud, que é uma esquemia intermitente causada por vasoespasmo que
usualmente ocorre nos dedos das mãos e dos pés, também podendo acometer os
mamilos; e baixa produção do leite (GIUGLIANI, 2004; BRASIL, 2009).

2.8 FATORES RELACIONADOS AO ALEITAMENTO MATERNO EXCLUSIVO E AO


DESMAME PRECOCE

O aleitamento materno representa um dos fatores preponderantes na


nutrição das crianças menores de dois anos de idade, conferindo inúmeros
benefícios para estas, bem como para as mães. O leite materno é capaz de suprir as
necessidades da criança até os seis meses de vida, e somente após este período
deve ser complementado com alimentos adequados para atender as necessidades
nutricionais e prevenir a morbimortalidade infantil (BRECAILO et al, 2010).
Resultados de pesquisas mostram que a introdução dos alimentos
complementares antes do tempo recomendado pode induzir o desmame precoce,
que está vinculado a diversos fatores, como a atuação dos serviços de saúde, a
escolaridade materna, classe socioeconômica, retorno precoce das nutrizes ao
48

trabalho, o uso de chupetas, ausência do pai, a gravidez precoce, cesarianas


eletivas, separação precoce de mãe-bebê após o parto, a introdução de outros
leites, baixo peso ao nascer e as crenças culturais (BRECAILO et al, 2010).
Li et al (2008), fizeram um estudo para determinar as causas que levam ao
desmame no primeiro ano de vida, e encontraram que a percepção das mulheres de
que seu filho não estava satisfeito com o leite materno exclusivo foi relatado como a
principal razão para o desmame precoce. França et al (2007), relataram que o uso
da chupeta, introdução de chá, escolaridade materna entre o primeiro e segundo
grau e primeira gravidez foram os principais fatores relacionados a não
amamentação exclusiva aos 120 dias de vida.
Cunha et al (2005), realizaram uma pesquisa em oito maternidades do
Sistema único de Saúde no estado do Ceará, a qual apontou que crianças que
utilizavam chupeta apresentavam risco de 1,9 vezes superior de abandonar o
aleitamento materno exclusivo aos seis meses do que aquelas que não utilizavam
chupeta.
Mascarenhas et al (2006), realizaram um estudo de coorte em crianças com
até três meses de idade, objetivando determinar os fatores condicionantes do
aleitamento materno exclusivo no estado do Rio Grande do Sul e encontraram que o
trabalho das mães fora de casa aos três meses, uso de chupeta, renda familiar
deficiente e escolaridade paterna menor que cinco anos evidenciaram associação
significativa com o desmame precoce.
Cardoso et al (2008), fizeram um estudo comparativo entre a prevalência
das taxas de aleitamento materno antes e após certificação da Iniciativa Unidade
Básica Amiga da Amamentação no Rio de Janeiro, e observaram aumento
significativo da prevalência do aleitamento materno exclusivo para menores de
quatro meses (68% para 88%; p<0,001) e em crianças entre quatro e seis meses
(24% para 82%; p<0,001).
To
Em 2009, foi realizada a II Pesquisa de Prevalência de Aleitamento Materno
nas Capitais Brasileiras e Distrito Federal, que teve como objetivo verificar a situação
da amamentação e da alimentação complementar nas capitais brasileiras e Distrito
Federal, bem como em outros municípios definidos pelas secretarias estaduais de
saúde.
49

Esse estudo mostrou que a prevalência do aleitamento materno exclusivo


em crianças menores de seis meses foi de 41% no Brasil (Tabela 2), embora o
comportamento das regiões tenha se mostrado heterogêneo, sendo que a região
Norte apresentou a taxa mais elevada (45,9%) enquanto que a Nordeste a menor
taxa de prevalência (37%). Dentre as capitais, Belém destacou-se com a maior
prevalência de AME (56,1%), enquanto que o pior desempenho foi em Cuiabá
(27,1%).

Capital/Região AME (%) IC 95%


NORTE 45,9 42,9 – 49,0
Belém 56,1 50,2 – 61,9
Macapá 43,1 39,1 – 47,1
Manaus 41,1 37,4 – 44,9
Boa Vista 40,7 35,8 – 45,7
Porto Velho 36,4 31,1 – 42,1
Rio Branco 36,1 29,0 – 43,8
Palmas 35,7 30,3 – 41,4
NORDESTE 37,0 35,0 – 39,0
São Luís 46,7 40,3 – 53,1
Teresina 43,7 38,4 – 49,3
Natal 40,5 36,7 – 44,4
João Pessoa 39,1 35,4 – 42,9
Recife 38,3 32,7 – 44,2
Salvador 36,5 32,3 – 40,9
Aracaju 35,0 29,0 – 41,5
Maceió 34,0 28,8 – 39,5
Fortaleza 32,9 29,0 – 37,0
CENTRO-OESTE 45,0 42,2 – 47,9
Campo Grande 50,1 44,7 – 55,4
Brasília 50,0 45,8 – 54,2
Goiânia 32,7 29,5 – 36,0
Cuiabá 27,1 22,3 – 32,6
SUDESTE 39,4 36,5 – 42,3
Vitória 44,0 39,8 – 48,3
Rio de Janeiro 40,7 37,3 – 44,2
São Paulo 39,1 35,0 – 43,3
Belo Horizonte 37,9 33,2 – 42,9
SUL 43,9 41,1 – 46,7
Florianópolis 52,4 47,9 – 56,9
50

Curitiba 46,1 41,6 – 50,6


Porto Alegre 38,2 35,2 – 41,3
BRASIL 41,0 39,7 – 42,2
Quadro 2 – Prevalência e intervalo de confiança do aleitamento materno
exclusivo (AME) em crianças menores de seis meses, segundo as
capitais e DF, regiões e Brasil, 2008.
Fonte: BRASIL, 2009.

Sanches et al (2011), investigaram os fatores associados ao desmame


precoce em lactentes nascidos de baixo peso assistidos na atenção básica,
observando uma taxa de 58,5% de lactentes em AME no primeiro mês de vida,
43,4% no segundo e 33,3% no terceiro mês. Como fatores associados à interrupção
do aleitamento foram identificados: a idade materna inferior a 18 anos; vínculo
empregatício informal; ingestão de álcool na gestação; número de consultas no pré-
natal inferiores a seis; múltipla gestação; peso ao nascer menor que 2.000 g;
dificuldade na primeira mamada; e o uso de chupeta nos primeiros dois meses.
Todos os estudos aqui apresentados demonstram a importância de se
investigar os fatores relacionados ao aleitamento materno exclusivo e ao desmame
precoce em nosso país, sendo importantes não só para a mãe e para o bebê, mas
também para todo o posterior ciclo de vida, e mostrando a importância do tema
como causa pública, doutrinária, política, ecológica e até existencial, pois extrapola o
campo do processo saúde-doença (CAMINHA et al, 2010).

2.9 VANTAGENS DO ALEITAMENTO MATERNO E RISCOS DO DESMAME


PRECOCE

2.9.1 Para a saúde da criança

Muitos estudos científicos já comprovaram a importância e superioridade do


leite materno para a saúde da criança em relação aos demais tipos de leite, desta
forma, o leite materno contém fatores que protegem as crianças contra infecções,
diminuindo assim o risco de morte. Jones et al (2003), afirma que o aleitamento
51

materno poderia evitar cerca de 13% das mortes em crianças menores de cinco
anos em todo o mundo, por causas preveníveis.
Segundo a OMS e UNICEF, aproximadamente seis milhões de mortes de
crianças estão sendo evitadas anualmente devido à elevação das taxas de
aleitamento materno. A mortalidade infantil causada por infecções é seis vezes
maior em crianças menores de dois meses não amamentadas e vai diminuindo à
medida que a criança cresce, embora ainda seja o dobro durante o seu segundo ano
de vida (WHO, 2000).
Edmond et al (2006), relatou que o aleitamento materno sendo iniciado já na
primeira hora de vida da criança constitui-se como um fator de proteção contra
mortes neonatais. Chen e Rogan (2004) demonstraram que, nos Estados Unidos, o
aleitamento materno poderia evitar anualmente cerca de 720 mortes de crianças
menores de um ano, comprovando que o AM não contribui para a diminuição das
taxas de morbimortalidade apenas em países em desenvolvimento, mas também
nos desenvolvidos.
Além de proteção contra infecções, existem evidências de que o leite
materno funcione como fator de proteção à diarréia, exercendo influência na
gravidade dessa doença, uma vez que crianças não amamentadas apresentam
maior risco de desidratação; o leite materno também é considerado uma arma eficaz
contra doenças respiratórias, em trabalho realizado por Albernaz et al (2003), foi
demonstrado que o risco de hospitalização por bronquiolite foi sete vezes maior em
crianças que desmamaram antes do segundo mês de vida.
Van Odijk et al (2003), realizou um estudo sobre AME e demonstrou que o
aleitamento materno exclusivo durante os primeiros meses de vida da criança
diminui significativamente o risco de alergia à proteína do leite de vaca, de dermatite
atópica e outros tipos de infecções alérgicas, como a asma, e que a exposição a
pequenas doses de leite de vaca nos primeiros meses de vida potencializam o risco
de alergias, sugerindo desta forma que seja evitado o uso desnecessário de
fórmulas lácteas nas maternidades.
Horta et al (2007), publicou uma revisão sobre os benefícios do aleitamento
materno a longo prazo, esse estudo mostrou que os indivíduos amamentados
apresentaram pressões sistólica e diastólica mais baixas (-1,2 mmHg e -0,5 mmHg
respectivamente), níveis menores de colesterol total (-08 mmol/L), além de
apresentarem risco 37% menor de desenvolver diabetes tipo 2.
52

Outro benefício do aleitamento materno já comprovado é na diminuição do


risco de sobrepeso e/ou obesidade, sendo que quanto maior o tempo de
amamentação, menor será o risco de o indivíduo desenvolver obesidade, acredita-se
que o leite materno durante os primeiros meses de vida atue como regulador do
metabolismo energético, podendo alterar o número ou tamanho dos adipócitos, em
contrapartida, foi constatado que o leite de vaca altera a taxa metabólica durante o
sono de crianças amamentadas por este tipo de leite, podendo estar relacionado
com o desenvolvimento de obesidade (HAISMA et al, 2005; HORTA et al, 2007).
O leite materno também produz efeitos benéficos à nutrição, uma vez que
possui todos os nutrientes essenciais para o desenvolvimento do recém-nascido,
além de ser importante fonte de gorduras, proteínas e vitaminas no segundo ano de
vida. Existem também evidências de que pode ser benéfico ao desenvolvimento
cognitivo, embora não totalmente esclarecidos os mecanismos envolvidos nesse
processo (BRASIL, 2009).
A criança amamentada também apresenta um melhor desenvolvimento da
cavidade oral, uma vez que durante o processo de amamentação o palato duro é
mais adequadamente posicionado, alinhando corretamente os dentes, em
contrapartida, o uso de chupetas e mamadeiras faz com que o palato se eleve para
cima, dificultando a respiração nasal, pois o espaço para circulação do ar torna-se
menor. Estes são alguns dos principais efeitos benéficos que o aleitamento materno
proporciona à saúde das crianças e ao desenvolvimento adequado de suas
características, inclusive para a vida adulta (BRASIL, 2009).

2.9.2 Para a saúde da mãe

O aleitamento materno, além de propiciar benefícios à criança, também


apresenta vantagens para a saúde da mãe, um deles é que atua como fator de
proteção à ocorrência de uma nova gravidez, assim, a amamentação funciona como
anticoncepcional durante os primeiros seis meses posteriores ao parto, com cerca
de 98% de eficácia, contanto que a mulher esteja praticando o AME e ainda não
tenha menstruado (BRASIL, 2009).
53

O aleitamento materno também é eficaz na diminuição da prevalência de


câncer de mama. Em uma revisão de 47 estudos realizados em 30 países
envolvendo aproximadamente 50 mil mulheres com câncer de mama e 97 mil
controles, foram estimados que o risco de contrair essa doença diminuísse 4,3% a
cada doze meses de duração do aleitamento, que o aleitamento materno pode ser
responsável por dois terços da redução do câncer de mama em todo o mundo, e que
essa proteção conferida independente de fatores como idade, etnia, paridade e
presença ou ausência de menopausa (COLLABORATIVE GROUP ON HORMONAL
FACTORS IN BREAST CANCER, 2002; REA, 2004).
Existem evidências de que a prática do aleitamento materno também está
associada à diminuição das taxas de câncer de ovário. Estudo do tipo caso-controle
realizado por Tung et al (2003), nos Estados Unidos, revelou que o risco diminuído
de câncer ovariano entre as mulheres que praticam a amamentação é referente a
todos os tipos de tumores epiteliais do ovário, menos para os invasivos mucinosos, e
que quanto maior o período de amamentação, menor o risco de desenvolver câncer
de ovário.
O aleitamento também pode produzir efeito favorável à recuperação de peso
pré-gestacional, principalmente para as mulheres que praticam o AME, desta forma,
as calorias acumuladas durante o processo de gestação são utilizadas para a
lactação e ingeridas pelo bebê, auxiliando na redução de peso da mulher, e por isso
mesmo, se esta interromper a amamentação precocemente, conservaria as calorias
utilizadas na fabricação do leite e consequentemente, o peso ganho na gestação,
demorando mais tempo para voltar ao peso pré-gestacional (REA, 2004).

2.9.3 Para a família

A prática da amamentação é importante não só para a criança e mãe, mas


também para toda a família, uma vez que seus benefícios influenciam no grau de
qualidade de vida que estas famílias possuem, bem como o desmame precoce gera
problemas a todo o círculo familiar. O desmame precoce pode significar sacrifícios
financeiros por parte de famílias de baixa renda, assim, os gastos mensais com a
compra de leite representam uma porcentagem bem grande do salário mínimo, bem
54

como os custos com mamadeiras e chupetas, bem comuns em crianças que


desmamaram precocemente (BRASIL, 2009).
De forma geral, o aleitamento materno traz benefícios psicológicos, tanto
para a criança quanto para a mulher, uma vez que promove o estreitamento do
vínculo afetivo, fortalecendo os laços existentes entre mãe e filho, através do afeto e
proteção que o aleitamento possibilita. Por isso, esta prática melhora a qualidade de
vida de mães e de crianças, e consequentemente da família em sua totalidade
(BRASIL, 2009).
A prática da amamentação traz ainda benefícios em longo prazo para toda a
família, uma vez que crianças amamentadas adoecem menos, e consequentemente,
precisam de menos atendimento médico, hospitalizações e tratamentos
medicamentosos, desta forma, evita-se ainda que os pais faltem ao trabalho, além
de diminuir gastos e o estresse que todas essas situações ocasionam, por fim,
quando o AME é realizado de forma correta e não é interrompido, mãe e filho
passam a estar mais felizes, repercutindo positivamente nas relações familiares e
trazendo benefícios a curto, médio e longo prazo (BRASIL, 2009).

2.9.4 Para a sociedade

A amamentação é importante não só para as famílias, mas também para a


sociedade e para o Estado, uma vez que quando comparada à alimentação artificial,
representa um custo bem menor nos orçamentos e despesas estatais, além dos
custos indiretos que o desmame precoce causa, como por exemplo, o aumento do
uso de medicamentos e atendimentos clínicos, ambulatoriais e hospitalares, devido
à infecções que poderiam ser evitadas ou ter sua ocorrência diminuída caso o AME
fosse efetivamente realizado (CAMINHA et al, 2010).
Shiva et al (2007), observaram as taxas de hospitalização comparando
crianças menores de seis meses de vida divididas em três grupos: crianças que
amamentavam de maneira predominante, crianças que eram amamentadas
parcialmente e as que eram alimentadas pelo uso de mamadeiras. O estudo
mostrou que o primeiro grupo apresentou 6,3% de hospitalizações, enquanto que o
segundo e o terceiro grupo tiveram taxas de 22,2% e 27,2% respectivamente.
55

No trabalho realizado por Quigley et al (2007), foi demonstrada uma redução


significativa do risco de hospitalização tanto por diarreia (redução de 37%) como por
infecções respiratórias (redução de 66%) em crianças que eram amamentadas
quando comparadas às que não amamentavam. Quando comparados os tipos de
amamentação, a redução foi de 53% de internações para as crianças que faziam o
AME, enquanto que foi de 31% para aquelas que faziam aleitamento completado.
Além desses fatores, a deficiência do aleitamento materno exclusivo ou
desmame precoce podem ocasionar problemas de ordem ambiental, como indica
um documento da IBFAN (Rede Internacional em Defesa do Direito de Amamentar),
que analisou os impactos ambientais e ecológicos relacionados ao aleitamento
artificial.
Este documento mostra que seriam necessárias 135 milhões de vacas para
substituir o leite materno na Índia, e, levando em conta que uma vaca precisa de um
hectare de pasto, concluíram que seria preciso utilizar 43% do território do país
somente para pastagem. Acrescido a isso, aumentaria a taxa de desmatamento e
erosão do solo, além do aumento da liberação de gases oriundos dos dejetos
animais nessas áreas, como o gás metano, intensificando o efeito estufa (BRASIL,
2008).
Portanto, o AME gera benefícios para a criança, que passa a ter uma
alimentação mais saudável e um desenvolvimento adequado, evitando a ocorrência
de infecções, diminuindo assim a morbimortalidade infantil; para as mulheres, como
na prevenção de alguns tipos de câncer e benefícios psicológicos e afetivos; para a
família, uma vez que a amamentação diminui os gastos com alimentação artificial; e
para a sociedade, pois quanto mais crianças são amamentadas, menores são os
gastos do governo com medicamentos e internações, pois menos crianças
adoecem, diminuindo também o número de óbitos, melhorando a qualidade de vida
de todos, e ainda conferindo benefícios ao meio ambiente (BRASIL, 2008; BRASIL,
2009; CAMINHA et al, 2010).
56

3 MÉTODO

3.1 CLASSIFICAÇÕES DA PESQUISA

A presente pesquisa é um estudo descritivo com abordagem quantitativa.


Visa descrever indivíduos em relação às características e a identificação de causas
de desmame precoce na população investigada. Tais causas podem ser traduzidas
em valores quantificáveis, e assim as informações obtidas podem ser mais bem
classificadas e analisadas, os conhecimentos gerados a partir da pesquisa podem
ainda ser aplicados para a solução prática de problemas específicos (SILVA e
MENEZES, 2001; VASCONCELOS e PIRES, 2010).
A abordagem quantitativa busca descrever significados considerados como
inerentes dos objetos estudados, por isso é definida como objetiva. Uma de suas
características mais importantes é a forma de abordagem pontual e estruturada,
utilizando como base dados quantificáveis, ou seja, que podem ser traduzidos em
valores numéricos. A coleta desses dados é realizada através da obtenção de
respostas estruturadas e as técnicas utilizadas para a análise dos dados obtidos são
57

dedutivas, o que significa que partem de um ponto geral para um particular


(TANAKA e MELO, 2001). As principais vantagens da abordagem quantitativa são:
 Possibilita a análise direta dos dados obtidos;
 Tem força demonstrativa;
 Permite a generalização dos resultados pela representatividade da
amostra; e
 Permite inferência para outros contextos de estudo.
A abordagem quantitativa deve ser realizada quando o pesquisador busca
avaliar resultados que podem ser expressos e contados em números, taxas,
proporções; também é indicada para avaliar objetos específicos em relação ao
estudo, sendo bastante úteis quando esses objetos possuem diferenças de grau se
comparados entre si, exigindo, portanto, uma lógica que possa ser mensurada em
valores maiores ou menores; por fim, a abordagem quantitativa é importante quando
se busca estabelecer relações significativas entre as variáveis de estudo (TANAKA e
MELO, 2001).
Portanto, a pesquisa realizada por meio de uma abordagem quantitativa
apresenta diversos benefícios, que facilitam a análise e interpretação dos dados
obtidos e produzem resultados confiáveis, que, desta forma, podem ser
generalizados e permitem ainda a inferência de novos contextos a partir da pesquisa
realizada.

3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA

Para desenvolver o estudo foram escolhidas como população da pesquisa


as usuárias cadastradas na Estratégia Saúde da Família (ESF) Cristo Rei que
tiveram filhos no período de 2010 a 2011. A amostra foi composta apenas das
usuárias com filhos nascidos neste ano que não completaram o aleitamento materno
exclusivo até os seis meses de vida.

3.3 LOCAL DA PESQUISA


58

A presente pesquisa foi realizada na Estratégia Saúde da Família Cristo Rei,


a qual está localizada no município de Ananindeua, estado do Pará. Ananindeua é
um município localizado na região metropolitana de Belém, estado do Pará, que no
ano de 2010 tinha uma população de 471.980 habitantes, segundo dados do Censo
2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE.
A Estratégia Saúde da Família (ESF) está implantada no município de
Ananindeua desde 1998, tem 70% de cobertura e conta atualmente com 98 equipes
de saúde da família distribuídas em cinco Pólos Sanitários. O Pólo 4 contém as
áreas localizadas no bairro do Icuí-Guajará e na área do Conjunto Cidade Nova. A
ESF Cristo Rei está localizada no bairro do Icuí-Guajará (Pólo 4) e funciona no
município desde o ano de 2001.
Na área adstrita da ESF Cristo Rei, a maioria das habitações é de alvenaria,
porém, ainda existem casas de madeira, com poucos ou apenas um compartimento,
onde residem em média cinco pessoas. Em todas as residências há fornecimento de
energia elétrica. Não há rede de abastecimento de água e esgoto.
A água utilizada para consumo é retirada de poços artesianos. A coleta de
lixo é realizada regularmente. O destino dos dejetos humanos é a fossa biológica na
maioria dos domicílios, existindo uma pequena porcentagem de casas sem
instalações sanitárias. A ausência do sistema de esgoto acaba contaminando o meio
ambiente e prejudicando a saúde dos moradores, pois muitos sanitários ficam
instalados próximos aos poços dos quais se retira a água para consumo,
aumentando dessa forma o risco de contaminação da mesma. Na comunidade
existem duas escolas públicas de ensino fundamental e uma creche municipal.
A área de atuação da ESF Cristo Rei é dividida em seis microáreas. Tem
894 famílias cadastradas e 3735 pessoas sob a responsabilidade de uma equipe
composta por uma Médica, uma Enfermeira, seis Agentes Comunitários de Saúde
(ACS) e uma Técnica de Enfermagem.
A estrutura física da Unidade de Saúde é composta por dois consultórios,
uma sala multiuso para procedimentos, farmácia, recepção com arquivos, cozinha,
uma sala de vacina e dois banheiros. O atendimento à população adstrita obedece
às normas do programa determinadas pelo Ministério da Saúde e é realizado por
59

meio de visitas domiciliares, agendamento de consultas, atendimentos eventuais e


atividades de educação em saúde.

3.4 SUJEITOS DA PESQUISA

Os sujeitos da presente pesquisa foram quinze usuárias de todas as faixas


etárias acompanhadas pela Estratégia Saúde da Família Cristo Rei, do município de
Ananindeua – PA que tiveram filhos no período de 2010 a 2011 e que não
completaram o aleitamento materno exclusivo de seus filhos até os seis meses de
vida.

3.5 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO

Foram incluídas neste estudo as usuárias de todas as faixas etárias


cadastradas e acompanhadas pela ESF Cristo Rei, do município de Ananindeua –
PA que tiveram filhos no período de 2010 a 2011, que não completaram o
aleitamento materno exclusivo de seus filhos até os seis meses de vida,
apresentaram-se em boas condições de saúde física e mental e que aceitaram
participar da presente pesquisa, assinando o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (TCLE) (ANEXO C).
Foram excluídas da participação na pesquisa as usuárias não assistidas
pela ESF Cristo Rei durante os anos de 2010 e 2011; as mães que completaram o
aleitamento materno exclusivo de seus filhos até os seis meses de vida; as que não
apresentaram boas condições de saúde física e mental; as mães de filhos adotivos e
aquelas que se recusaram a participar da pesquisa. Todas as mulheres abordadas
na ESF puderam participar da pesquisa, pois atenderam a todos os requisitos
estabelecidos para inclusão no estudo.

3.6 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS


60

A coleta de dados foi realizada por meio de entrevistas, que ocorreram no


Pólo 4 da ESF Cristo Rei. Foi utilizado um formulário com perguntas a respeito do
perfil sociodemográfico das mães, questões sobre a frequência do aleitamento
materno do seu filho e conhecimento das usuárias sobre o aleitamento materno
(APÊNDICE A).
A primeira abordagem dos sujeitos da pesquisa ocorreu na ESF Cristo Rei
(Pólo 4), onde os mesmos foram informados sobre a pesquisa realizada e orientados
a realizar a leitura atenta do TCLE, tirando as dúvidas necessárias com os
pesquisadores e por fim, optar em participar ou não do presente estudo. Após a
concordância expressa com o termo, foi agendado o dia e horário da entrevista. As
mulheres optaram por participar da entrevista na própria unidade devido à facilidade
de acesso ao local, pois são moradoras do próprio bairro e, assim, não teriam
dificuldades de locomoção, horários ou dia para realização da mesma.
A aplicação da entrevista foi feita de maneira padronizada ou estruturada,
pois esteve condicionada ao formulário totalmente estruturado, com perguntas
previamente formuladas, desta forma, pretendeu-se fazer a comparação das
diferenças entre os informantes em relação às mesmas perguntas (BONI e
QUARESMA, 2005; VASCONCELOS e PIRES, 2010).
O formulário utilizado contém perguntas abertas (perguntas em que o
entrevistado precisa informar expressamente sobre determinado assunto abordado),
fechadas (perguntas que possibilitam apenas duas respostas, geralmente sim ou
não) e perguntas de múltiplas escolhas (também são perguntas fechadas, porém
com uma série de respostas possíveis) (VASCONCELOS e PIRES, 2010).
O formulário foi elaborado com uma linguagem acessível aos informantes,
de forma a facilitar o entendimento das entrevistadas, para que pudessem responder
a todas as questões de maneira segura e precisa. As perguntas foram formuladas
de maneira cuidadosa para evitar ambiguidades de interpretação e/ou induzimento
de respostas, a fim de que os dados coletados representassem a realidade da
população estudada.

3.7 ANÁLISE DOS DADOS


61

A análise dos dados obtidos nas entrevistas foi realizada por meio de
estatística descritiva e apresentada sob a forma de gráficos e tabelas.

3.8 ASPECTOS ÉTICOS E ANÁLISE DE RISCO E BENEFÍCIOS

O estudo foi realizado conforme a Resolução 196/96 do Conselho Nacional


de Saúde que regulamenta a pesquisa com seres humanos no país. O projeto de
pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade do Estado do Pará
(UEPA) sob o parecer de número 0081.0.3.321.000 §11 (ANEXO F) e autorizado
pela Secretaria de Saúde do município de Ananindeua – PA (SESAU Ananindeua).
Para que a amostra fosse utilizada, as participantes assinaram um Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE, no qual os objetivos da pesquisa foram
discriminados, bem como os procedimentos utilizados, os riscos possíveis e
benefícios da pesquisa, a garantia do sigilo absoluto aos sujeitos participantes da
pesquisa para que fosse assegurada a privacidade dos mesmos em relação a
informações confidenciais, e a liberdade para que o indivíduo recusasse participação
ou desistisse em qualquer fase da pesquisa sem a aplicação de quaisquer
penalidades.
Em relação aos riscos da pesquisa, estes não foram mensuráveis, pois os
sujeitos da mesma não foram submetidos a nenhum tipo de intervenção de ordem
medicamentosa, física ou psicológica, a aplicação do formulário teve uma duração
pequena, não interferindo na rotina das mulheres da amostra, nem das crianças.
Um risco passível de ocorrer diria respeito à forma como seria conduzida a
entrevista, desta forma, foi importante atentar para que não ocorresse nenhum tipo
de interferência e exposição da usuária no momento da aplicação do formulário por
parte do pesquisador, como opinião pessoal e julgamento de valor sobre
determinadas respostas, pois isto poderia ocasionar constrangimento e ainda
sugestões de respostas, portanto, o formulário foi aplicado de maneira imparcial.
Os benefícios dessa pesquisa podem ser aplicados diretamente na questão
do atendimento às usuárias e seus filhos, melhorando a assistência e intervenção
62

pela equipe de saúde. A pesquisa também pode gerar benefícios à população


estudada no que diz respeito a melhorias que podem ser implantadas na mesma, os
resultados da pesquisa podem ser encaminhados para os gestores do município de
forma a contribuir para a melhoria da saúde coletiva, acesso aos procedimentos,
bem como na melhoria da assistência a toda a comunidade, levando em
consideração suas características sociais, econômicas e culturais.

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1 PERFIL SÓCIO DEMOGRÁFICO DAS MÃES

A seguir serão apresentados os resultados referentes ao perfil sócio


demográfico das mães utilizadas na amostra de estudo, conforme informações
obtidas por meio da aplicação dos formulários de coleta de dados. A amostra foi
composta de 15 mulheres, usuárias cadastradas na Estratégia Saúde da Família
Cristo Rei, Ananindeua – PA, que tiveram filhos no período de 2010 a 2011, e
desmamaram precocemente.

Tabela 1 – Perfil sócio demográfico das usuárias cadastradas na


Estratégia Saúde da Família (ESF) Cristo Rei, Ananindeua – PA,
que tiveram filhos no período de 2010 a 2011.
Total
Características
N %
Idade
15 – 19 anos 3 20,0
20 – 24 anos 3 20,0
63

25 – 29 anos 4 26,7
30 – 34 anos 3 20,0
35 – 39 anos 2 13,3
Estado Civil
Solteira 14 93,3
Casada 1 6,7
Escolaridade
Ensino Fundamental Incompleto 2 13,3
Ensino Fundamental Completo 1 6,7
Ensino Médio Incompleto 5 33,3
Ensino Médio Completo 5 33,3
Ensino Superior Incompleto 2 13,3
Trabalha
Sim 5 33,3
Não 10 66,7
Renda mensal familiar
Um salário 11 73,3
Dois salários 1 6,7
Sem renda 3 20,0
Fonte: Dados da pesquisa.
A tabela 1 apresenta as características sóciodemográficas da amostra e
evidencia que em relação à idade a minoria da amostra é adolescente entre 15-19
anos e a maioria são adultas, sendo a de maior frequência à faixa etária entre 25-29
anos (26%). Em relação ao estado civil a maioria é solteira (93,3%). Quanto à
escolaridade 13,3% possuem ensino fundamental completo; 6,7% ensino
fundamental incompleto a maioria apresentou ensino médio (66,6%), sendo que a
metade destes (33,3%) não o concluiu e apenas 13,3% apresentam ensino superior,
porem incompleto. É importante ressaltar que nenhuma mulher da amostra concluiu
o ensino superior. Quanto ao fato de trabalharem fora a maioria afirmou que não
trabalha (66,7%) e 33,3% disseram que trabalham. A respeito da renda familiar
observa-se que a renda familiar entre a maioria é baixa onde 73,3% têm renda
familiar de apenas um salário mínimo e 6,7% possuem renda de dois salários
mínimos encontrando-se ainda 20% da amostra sem renda familiar. Considerando o
custo de vida atual observa-se que a situação econômica destas familiais seja
insuficiente para o suprimento das condições básicas de vida. Mesmo aquelas que
trabalham fora de casa e que contribuem para a renda da família não apresentam
uma renda mensal considerada satisfatória.
O perfil da amostra estudada pode contribuir como causas importantes para
o desmame precoce, colaborando com os relatos de vários autores citados abaixo
64

Segundo Brecailo et al (2010), fatores como ausência do pai, crenças culturais,


classe socioeconômica, escolaridade materna baixa, dentre outros, contribuem para
a indução do desmame precoce. Nesta pesquisa o autor realizou um estudo
transversal com 426 crianças assistidas pela ESF residentes na cidade de
Guarapuava/PR, por meio da aplicação de formulários com o objetivo de verificar
fatores associados ao desmame precoce. Foi verificado que a maioria das famílias
tinha uma situação socioeconômica desfavorável, com renda mensal baixa e
escolaridade deficitária dos pais.
França et al (2007), realizaram um estudo transversal com crianças menores
de um ano, da cidade de Cuiabá/MT, com objetivo de avaliar fatores de risco para a
interrupção do aleitamento materno nessas crianças. No estudo foi concluído que
um dos principais fatores de risco para o desmame aos 120 e 180 dias de vida é a
escolaridade das mães até o primeiro ou segundo graus (Ensino Fundamental ou
Médio), ratificando os dados da pesquisa aqui desenvolvida.
Mascarenhas et al (2006), realizaram um estudo de coorte em crianças com
até três meses de idade, objetivando determinar os fatores condicionantes do
aleitamento materno exclusivo no estado do Rio Grande do Sul e chegaram à
conclusão de que fatores como renda familiar deficiente e escolaridade menor que
cinco anos evidenciam associação significativa com o desmame precoce.
Portanto, com base nos resultados obtidos e a sua semelhança com outras
publicações, pode-se afirmar que o perfil das mulheres aqui investigadas contribuiu
para a interrupção do aleitamento de seus filhos. Nesse sentido, a baixa
escolaridade reflete a deficiência de educação dessas mães em entender que o
desmame pode ocasionar problemas futuros. Fatores socioeconômicos como baixa
renda mensal e escolaridade são determinantes para a situação do aleitamento
materno, pois refletem em condições de vida precária, que acabam levando à
desistência em amamentar, devido às dificuldades naturais desse processo, por isso
é importante que a educação seja um processo contínuo, não apenas vinculado ao
período escolar, mas buscando a conscientização da importância do AME.

4.2 NÍVEL DE CONHECIMENTO, CAUSAS DE DESMAME E DIFICULDADES NO


ALEITAMENTO MATERNO
65

Resultados referentes ao nível de conhecimento das mulheres utilizadas no


presente estudo, conforme as informações obtidas por meio da aplicação do
formulário de coleta de dados. Foram aplicadas questões diretas referentes ao nível
de conhecimento das mães em relação ao tema e as dificuldades encontradas
durante o processo de amamentação.

Tabela 2 – Nível de conhecimento sobre AME das usuárias cadastradas na ESF


Cristo Rei, Ananindeua – PA, que tiveram filhos no período de 2010 a 2011.
Total
Conhecimento sobre o AM
N %
Você tem conhecimento sobre aleitamento materno?
Sim 11 73,3
Não 4 26,7
Você recebeu orientação sobre aleitamento materno da
equipe de saúde durante a gravidez?
Sim 13 86,7
Não 2 13,3
O que é aleitamento materno exclusivo?
Quando a criança recebe somente leite materno, direto da
mama ou ordenhado, ou leite humano de outra fonte, sem 12 80,0
outros alimentos.
Quando a criança recebe leite materno e outros
2 13,3
alimentos.
Não sabe 1 6,7
O aleitamento materno exclusivo deve ser realizado até
que idade?
Até um mês de vida 0 0,0
Dois meses de vida 0 0,0
Três meses de vida 0 0,0
Quatro meses de vida 0 0,0
Cinco meses de vida 0 0,0
66

Seis meses de vida 15 100,0


Qual a importância do aleitamento materno?*
Evita mortes infantis 5 13,5
Evita doenças na criança 12 32,4
Diminui o risco de alergias 3 8,1
Melhor nutrição 2 5,4
Melhor desenvolvimento da cavidade bucal 2 5,4
Proteção contra câncer de mama 2 5,4
Evita nova gravidez (98% de eficácia) 2 5,4
Menores custos financeiros 0 0,0
Promoção do vínculo afetivo entre mãe e filho 2 5,4
Melhor qualidade de vida 7 18,9
Fonte: Dados da pesquisa.
* Neste caso, poderiam ser escolhidas várias opções de resposta, por isso o
cálculo das porcentagens foi feito com base no N total de respostas dadas, que
foi 37.

A Tabela 2 demonstra que a maioria das mulheres da amostra analisada tem


conhecimentos sobre o aleitamento materno: 73,3% delas afirmaram ter
conhecimentos sobre o tema e apenas 26,7% disseram não ter conhecimento sobre
o assunto; 86,7% afirmaram terem sido orientadas por algum profissional de saúde
durante o período de gravidez e 13,3% não receberam orientações; a maioria 80%
delas respondeu corretamente sobre o que é o aleitamento materno exclusivo
(quando a criança recebe somente leite materno, direto da mama ou ordenhado, ou
leite humano de outra fonte, sem outros alimentos); e 100% delas responderam
corretamente até que idade a criança deve ser amamentada de forma exclusiva (até
os seis meses de vida).
Quando questionadas sobre qual a importância do aleitamento materno, as
mulheres poderiam escolher várias alternativas, as mais freqüentes foram: evita
doenças na criança (32,4%); melhor qualidade de vida (18,9%); evita mortes infantis
(13,5%); e diminui o risco de alergias (8,1%). A única alternativa não escolhida por
nenhuma das mulheres da amostra foi a de que o aleitamento materno promove
menores custos financeiros. Observa-se que as mães possuem conhecimento sobre
os benefícios do aleitamento materno, embora tenham realizado o desmame
precoce de seus filhos. Esse fato se deve provavelmente a questões econômicas e
sociais, como dificuldades financeiras, além do trabalho impedir por muitas vezes
que as mulheres coloquem em prática o aleitamento. Outro fator importante é a falta
67

de apoio familiar, pois muitas vezes não existe incentivo para a realização do
aleitamento exclusivo, sendo mais fácil para as mães interromperem o
amamentação e inserirem outros alimentos.
Muitos outros autores já constataram em seus trabalhos os benefícios do
AM. Segundo Brecailo et al (2010), o leite materno consegue sozinho suprir todas as
necessidades fisiológicas e nutricionais da criança até os seis meses de vida. Jones
et al (2003), afirma que se o aleitamento materno fosse realizado de maneira
adequada poderia evitar cerca de 13% das mortes em crianças menores de cinco
anos em todo o mundo, por causas preveníveis.
Edmond et al (2006), afirma que o aleitamento materno iniciado na primeira
hora de vida da criança representa um importante fator de proteção contra infecções
e mortes neonatais. Van Odijk et al (2003), constatou que o aleitamento materno
exclusivo durante os primeiros meses de vida da criança diminui significativamente o
risco de alergia à proteína do leite de vaca, de dermatite atópica e outros tipos de
infecções alérgicas, como a asma, e que a exposição a pequenas doses de leite de
vaca nos primeiros meses de vida potencializam o risco de alergias, sugerindo desta
forma que seja evitado o uso desnecessário de fórmulas lácteas nas maternidades.
Em pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde em todas as capitais
brasileiras, publicada em 2009, concluiu-se que o leite materno é benéfico à nutrição
e ao desenvolvimento cognitivo, bem como melhora o desenvolvimento da cavidade
oral. Na mesma pesquisa, é enfatizada a importância do aleitamento não só
fisiologicamente, mas também psicologicamente, tanto para a criança como para a
mãe, pois estreita o vínculo afetivo entre ambas, melhorando assim a qualidade de
vida de todos.
Outra pesquisa importante sobre o tema foi realizada em 2002, pelo
COLLABORATIVE GROUP ON HORMONAL FACTORS IN BREAST CANCER, na
qual foram analisados 47 estudos em 30 países envolvendo aproximadamente 50
mil mulheres com câncer de mama e quase 100 mil controles, constatando-se que o
risco de contrair este tipo de câncer diminui em 4,3% a cada doze meses de duração
do aleitamento, enfatizando mais ainda sua importância para a saúde materna.
Embora nenhuma das mulheres da amostra tenha relatado que o AM
promove diminuição de gastos financeiros, este é um fator comprovadamente
importante, principalmente quando avaliado em famílias de baixa renda, como é o
caso da pesquisa aqui realizada. Os gastos com a compra de leite, mamadeiras e
68

chupetas poderiam ser evitadas, ou pelo menos diminuídos, caso não houvesse o
desmame precoce, uma vez que representam uma parcela significativa do
orçamento das famílias que vivem com apenas um salário mínimo.

6.7%
33.3%
33.3%

Falta de conhecimento
Motivo de trabalho
Influência da família
Outros

26.7%

Figura 3 – Causas relatadas pelas usuárias cadastradas na ESF Cristo Rei, Ananindeua –
PA, de não ter amamentado o filho até os seis meses de idade.
Fonte: Dados da pesquisa.

Conforme se pode observar na Figura 3, as causas mais relatadas para o


desmame precoce foram: trabalho (33,3%); outros (33,3%), dentre os quais
desnutrição e prematuridade, a criança não “querendo” ou não conseguindo “pegar o
leite” e anemia; influência da família (26,7%); e falta de conhecimento (6,7%).
Percebeu-se uma incoerência no fato de 33,3% das mulheres terem relatado
que desmamaram precocemente devido a questões de trabalho, pois a maioria
relatou que não trabalha podendo-se inferir que durante o período da amamentação
exclusiva estas mães estivessem trabalhando e que no período atual da presente
pesquisa estivessem desempregadas ou talvez tenham omitido algum motivo que
fosse mais decisivo no desmame, por vergonha, medo ou quaisquer outros motivos.
É importante destacar ainda, que mesmo atualmente, com todas as informações a
respeito do aleitamento materno, existem famílias que acreditam em “mitos”, que
têm valor negativo e acabam influenciando as mães ao desmame precoce, desta
forma observa-se a importância de se inserir a família nas ações de promoção,
proteção e apoio ao AM.
69

10.5%
15.8%
5.3% Falta de apoio da família
5.3% 5.3% Falta de conhecimento
Falta de orientação profissional
5.3%
Estresse na hora da mamada
Bebê prematuro
Horário de trabalho impedia
Não sabia retirar leite e guardar
Dores nos seios
21.1%
26.3%
Outros
5.3%

Figura 4 – Dificuldades relatadas pelas usuárias cadastradas na ESF Cristo Rei,


Ananindeua – PA para amamentar seus filhos menores de seis meses.
Fonte: Dados da pesquisa.

A Figura 4 mostra quais as dificuldades encontradas pelas mulheres para


amamentar seus filhos, sendo que 26,3% relataram ocorrer estresse durante a
mamada, o que provavelmente contribuiu mais para o desmame. O estresse
durante a mamada pode ocorrer por fatores externos, como poluição sonora, falta de
um local adequado para praticar a mamada, bem como pela técnica de aleitamento
incorreta, o mau posicionamento da mãe com o bebê dificulta a pega correta dos
mamilos, causando dificuldades para a sucção e esvaziamento da mama, e levando,
à diminuição da produção de leite (BRASIL, 2009).
Uma parcela significativa da amostra afirmou novamente que o horário do
trabalho impedia a realização do aleitamento (21.1%). Outras dificuldades foram
relatadas por 15,8 % das mulheres, 5,3% afirmaram que a prematuridade do seu
bebê dificultou o AM, e as demais dificuldades tiveram a porcentagem de 5,3% cada.

4.3 FREQUÊNCIA DE DESMAME PRECOCE

A seguir estão apresentados os resultados referentes à frequência de


desmame precoce entre a amostra estudada.
70

6.7%
20.0%
20.0%

Menos de um mês
Um mês
Dois meses
Três meses
Quatro meses
Cinco meses

20.0%
26.7%
6.7%

Figura 5 – Frequência de desmame precoce dentre as usuárias cadastradas na ESF Cristo


Rei, Ananindeua – PA, que tiveram filhos no período de 2010 a 2011.
Fonte: Dados da pesquisa.

A figura 6 mostra que 26,7% das mulheres entrevistadas desmamaram seus


filhos aos três meses de idade; 20% com menos de um mês, um mês e com quatro
meses cada; e 6,7% relataram que o desmame precoce aconteceu aos dois e aos
cinco meses.
Essas taxas são de certa forma, preocupantes, principalmente o fato de que
20% destas mulheres deixaram de fazer o aleitamento materno com menos de um
mês após o nascimento do filho, aumentando o risco para o desenvolvimento de
infecções, bem como vários outros problemas de saúde para estas crianças.
Segundo a OMS e UNICEF, a mortalidade infantil causada por infecções é seis
vezes maior em crianças menores de dois meses não amamentadas e vai
diminuindo à medida que a criança cresce, embora ainda seja o dobro durante o seu
segundo ano de vida (WHO, 2000).
71

5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

A pesquisa concluiu que existiram varias causas para o desmame precoce


de crianças menores de seis meses assistidas pela ESF Cristo Rei, em Ananindeua
(PA): baixa escolaridade; problemas de trabalho; baixa renda; influência negativa e
falta de apoio da família; estresse durante a mamada; falta de conhecimento sobre a
técnica de aleitamento; dores nos seios; e outros motivos como anemia,
prematuridade e desnutrição.
Os dados sociodemográficos revelam que as mulheres que compõem o
estudo estão inseridas na faixa etária entre 15 a 39 anos com predomínio da faixa
etária entre 25 e 29 anos (26,7%); 93,3% delas são solteiras; possuem escolaridade
baixa (33,3% não concluíram o Ensino Médio); 66,7% não trabalham; e a renda
familiar da maioria é de 1 salário mínimo(73,3%). Considera-se, portanto a
importância da prevenção da interrupção precoce do aleitamento materno no
município de Ananindeua entre as mulheres adultas, solteiras e com baixo nível
socioeconômico.
A frequência de desmame precoce foi maior aos três meses 26,7%; 20%
com menos de um mês, um mês e quatro meses cada; e 6,7% relataram que o
desmame precoce aconteceu aos dois e aos cinco meses.
O nível de conhecimento teórico das mulheres sobre o aleitamento materno
foi considerado bom: 73,3% delas afirmaram ter conhecimentos sobre o tema;
86,7% foram orientadas por profissional de saúde durante a gravidez; 80%
souberam responder o que é o aleitamento materno; e 100% delas responderam
corretamente até que idade a criança deve ser amamentada de forma exclusiva.
Contudo, as mulheres tiveram muitas dificuldades para realizar o AME, daí terem
desmamado precocemente..
A pesquisa trouxe informações relevantes sobre a questão do conhecimento
das mães sobre o tema aleitamento materno, onde se observou que este não foi um
fator relevante para que as mães realizassem o aleitamento materno exclusivo de
seus filhos ate os seis meses de vida, conforme o recomendado atualmente pela
OMS, sendo, portanto de grande relevância a implementação de políticas publicas
72

eficazes que focalizem não somente as mães, mais também os profissionais, a


família e a sociedade e estejam em consonância ao contexto econômico e social de
cada comunidade. É fundamental também que se busquem melhorias ao nível de
instrução das mães e das famílias, visando diminuir o desmame precoce e assim
promover a saúde das crianças, diminuindo a morbimortalidade, bem como
melhorando a qualidade de vida das famílias e de toda a sociedade.
Observa-se que embora existam muitas dificuldades para amamentar
exclusivamente até os seis meses, é necessário que haja conscientização sobre a
importância desta prática, pois são inúmeros os benefícios que o AM proporciona,
ultrapassando os limites da saúde física, chegando até o bem-estar psicológico e
social. Embora o estado do Pará tenha a melhor taxa de aleitamento materno do
país (BRASIL, 2009), é fundamental que se continue incentivando cada vez mais o
AME, e conhecendo as disparidades regionais não só no município de Ananindeua,
como em toda a região do estado, e no Brasil, diminuindo a morbimortalidade infantil
e promovendo melhor qualidade de vida a todos.
A pesquisa foi importante para demonstrar que existem dificuldades para o
aleitamento materno, mas que estas podem ser minimizadas com o esforço de todos
os envolvidos, desde as mães, famílias, profissionais de saúde e governos. Novas
questões podem e devem ser enfocadas, de forma que o tema seja abordado
também sob outros aspectos relevantes.
Recomenda-se que sejam realizados novos trabalhos sobre o tema,
enfatizando outras questões não abordadas por esta pesquisa, como realizar uma
análise mais detalhada sobre cada fator que contribui para o desmame, seja de
ordem sócio econômica ou biológica. Novos trabalhos, com número amostral mais
elevado, também podem ser feitos, a fim de que se possam realizar análises
estatísticas que mostrem a real contribuição de cada fator relacionado ao desmame
precoce.
73

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80

APÊNDICE A – FORMULÁRIO DE COLETA DE DADOS

Causas de desmame precoce em crianças menores de seis meses assistidas


pela Estratégia Saúde da Família Cristo Rei em Ananindeua – PA.

Formulário de coleta de dados

1) INFORMAÇÕES DA MÃE
a) Idade: _________________

b) Escolaridade:
( ) Ensino Fundamental Incompleto ( ) Ensino Fundamental Completo
( ) Ensino Médio Incompleto ( ) Ensino Médio Completo
( ) Ensino Superior Incompleto ( ) Ensino Superior Completo

c) Estado civil: ( ) Casada ( ) Solteira

d) Você trabalha? ( ) Sim ( ) Não e) Quantas horas por dia? _______

f) Qual a renda da família?


( ) Um salário ( ) Três salários ( ) Sem renda
( ) Dois salários ( ) Mais de quatro salários

2) CONHECIMENTO DA MÃE SOBRE O ALEITAMENTO MATERNO


a) Você tem conhecimento sobre aleitamento materno?
( ) Sim ( ) Não

b) Você recebeu orientação sobre aleitamento materno da equipe de saúde


durante a gravidez?
( ) Sim ( ) Não

c) O que é aleitamento materno exclusivo?


( ) Quando a criança recebe somente leite materno, direto da mama ou ordenhado,
ou leite humano de outra fonte, sem outros alimentos.
( ) Quando a criança recebe leite materno e outros alimentos
( ) Não sabe

d) O aleitamento materno exclusivo deve ser realizado até que idade?


( ) Ate um mês de vida ( ) Dois meses de vida
( ) Três meses de vida ( ) Quatro meses de vida
( ) Cinco meses de vida ( ) Seis meses de vida
( ) Não sabe
81

e) Qual a importância do aleitamento materno?


( ) Evita mortes infantis
( ) Evita doenças na criança
( ) Diminui o risco de alergias
( ) Melhor nutrição
( ) Melhor desenvolvimento da cavidade bucal
( ) Proteção contra câncer de mama
( ) Evita nova gravidez (98% de eficácia)
( ) Menores custos financeiros
( ) Promoção do vínculo afetivo entre mãe e filho
( ) Melhor qualidade de vida
( )Outros.Quais?

3) INFORMAÇÕES DO FILHO (nascido em 2011 e que não completou o AME)


a) Como foi o parto deste bebê? ( ) Normal ( ) Cesariano

b) Idade do seu bebê: ________________________________________________

c) Até quantos meses seu bebê foi alimentado somente com leite materno?
( ) Menos de 1 mês ( ) 1 mês ( ) 2 meses
( ) 3 meses ( ) 4 meses ( ) 5 meses

d) Qual o motivo de não ter sido amamentado?


( ) Falta de experiência ( ) Falta de conhecimento sobre a importância
( ) Dor ou lesões no seio ( ) Por motivo de trabalho
( ) Influência da família
( ) Outros, quais? ____________________________________________________

e) Você teve dificuldades para amamentar?


( ) Sim ( ) Não

f) Quais foram as dificuldades encontradas durante a amamentação?


( ) Falta de apoio da família
( ) Falta de conhecimento sobre aleitamento materno
( ) Falta de orientação profissional durante o pré-natal e após o parto
( ) Estresse na hora de cada mamada
( ) O bebê era prematuro
( ) O horário de trabalho impedia que fosse feita a amamentação
( ) Não soube retirar o leite e guardá-lo corretamente para que seja dado ao bebê
durante sua ausência
( ) Apresentava dores nos seios
( ) Outros, quais? ____________________________________________________
82

ANEXO A – CRONOGRAMA

Período

Atividades 2011 2012

AGO SET OUT NOV DEZ FEV MAR ABR MAI JUN

Levantamento e
Revisão X X X X X X X X X X
Bibliográfica

Elaboração do
X X X X
Projeto de Pesquisa

Elaboração dos
Instrumentos de X
Pesquisa

Defesa do Pré
X
Projeto

Entrada no Comitê
X
de Ética

Coleta de Dados X

Análise e Discussão
X X X
dos Dados

Defesa do TCC X
83

ANEXO B – ORÇAMENTO

ITENS QUANTIDADE PREÇO UNITÁRIO (R$) TOTAL (R$)

Impressora Unidade 290,00 290,00

Papel A4 Pacote 14,00 70,00

CD – RW Unidade 3,00 15,00

Impressão (média
Página 1,50 100,00
para folha)

Tinta para impressão Cartucho 85,00 170,00

Xerox Colorida Unidade 1,50 50,00

Xerox Comum Unidade 0,06 80,00

Utensílios (lápis,
Unidade 0,50 30,00
papel, borracha)

Análise Estatística Por página 10,00 400,00

Correção Ortográfica Por página 4,00 160,00

TOTAL: 1.365,00

Obs.: Esta pesquisa não será financiada, sendo de responsabilidade dos pesquisadores
todos os gastos com a realização da mesma.
84

ANEXO C – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

À Senhora,

As estudantes Marinete Holanda da Conceição e Naldilene Nascimento do Couto,


alunas do Curso de Graduação em Enfermagem da Escola Superior da Amazônia
estão desenvolvendo a pesquisa intitulada “CAUSAS DE DESMAME PRECOCE
EM CRIANÇAS MENORES DE SEIS MESES ASSISTIDAS PELA ESTRATÉGIA
SAÚDE DA FAMÍLIA CRISTO REI EM ANANINDEUA – PA”, que tem como
objetivo geral: Investigar as causas que contribuem para o desmame precoce de
crianças menores de seis meses assistidas pela Estratégia Saúde da Família Cristo
Rei, localizada no município de Ananindeua, estado do Pará. Esclarecemos que sua
participação na pesquisa será feita através de uma entrevista contendo questões a
respeito da amamentação. Fica definido que NÃO HAVERÁ NENHUM CUSTO a
você durante todo o desenvolvimento da pesquisa e você não correrá nenhum tipo
de risco, nem danos à saúde física ou moral. SUA IDENTIDADE NÃO SERÁ
REVELADA, o anonimato e sigilo da entrevista serão garantidos e os dados obtidos
estarão sujeitos à análise e divulgação e/ou publicação em eventos científicos. Os
dados coletados na pesquisa serão descartados após o período de cinco anos. Vale
ressaltar que se em algum momento você solicitar seu desligamento da pesquisa
isto será realizado sem custos e imediatamente à solicitação. Para qualquer dúvida
ou para esclarecimento adicional, você poderá falar com as estudantes ou com a
orientadora da pesquisa através dos contatos: (91) 87357323 ou
marialexandre_laluxa@hotmail.com (Marinete Holanda da Conceição); (91)
87036802 ou naldilenecouto@hotmail.com (Naldilene Nascimento do Couto); e (91)
99428016 ou enfleiladuarte17@hotmail.com (Prof.ª Leila do Socorro Santos Duarte).

Consentimento Pós-informado

Declaro que fui informada sobre os objetivos, propósitos e procedimentos inerentes


a este estudo e que recebi, de forma detalhada, todas as explicações inerentes à
confidencialidade das informações e direito de desistir. Estando ciente destas
orientações, estou de acordo em participar voluntariamente deste estudo.
Nome por extenso: ____________________________________________________
Local: __________________________ Data: ___ de __________________ de 2012
Assinatura do Voluntário: ____________________________ RG: ______________
Assinatura do Pesquisador: __________________________ RG:_______________
Assinatura da Testemunha: __________________________ RG: _______________

COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA ENVOLVENDO SERES HUMANOS – CEP/Campus


IV/CCBS/UEPA
End. Av. José Bonifácio, 1289 CEP: 66063-010 / Fone: (091) 3249-0236 / Fax: (091)
3249-4671 / Ramal: 208 / Email: cepenfuepa@yahoo.com.br
85

ANEXO D – CARTA DE AUTORIZAÇÃO PARA REALIZAÇÃO DA PESQUISA

PREFEITURA MUNICIPAL DE ANANINDEUA


SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO DA SAÚDE
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE – SUS

CARTA DE AUTORIZAÇÃO

Eu, EDENILZA ALMEIDA SANTOS, Diretora Técnica da Secretaria de


Desenvolvimento da Saúde de Ananindeua (SESAU), estou de acordo e autorizo a
realização da pesquisa intitulada “CAUSAS DE DESMAME PRECOCE EM
CRIANÇAS MENORES DE SEIS MESES ASSISTIDAS PELA ESTRATÉGIA
SAÚDE DA FAMÍLIA CRISTO REI EM ANANINDEUA – PA” das alunas Marinete
Holanda da Conceição e Naldilene Nascimento do Couto do Curso de Graduação
em Enfermagem da Escola Superior da Amazônia e orientadora LEILA DO
SOCORRO SANTOS DUARTE, no período entre janeiro de 2011 a maio de 2012,
com vistas à elaboração do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). Declaro que os
autores concordaram em encaminhar uma via do relatório da pesquisa após seu
término.

Atenciosamente,

_____________________________________________
EDENILZA ALMEIDA SANTOS
Diretora Técnica
86

ANEXO E – CARTA DE ACEITE DE ORIENTAÇÃO

CARTA DE ACEITE DE ORIENTAÇÃO

Eu, Esp. Leila do Socorro Santos Duarte, professora orientadora do Curso de


Graduação em Enfermagem, aceito orientar as candidatas Marinete Holanda da
Conceição e Naldilene Nascimento do Couto, em Trabalho de Conclusão do Curso
(TCC), a partir de agosto de 2011.
“O tema do Trabalho de Conclusão de Curso, a ser orientado, será “CAUSAS
DE DESMAME PRECOCE EM CRIANÇAS MENORES DE SEIS MESES
ASSISTIDAS PELA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA CRISTO REI EM
ANANINDEUA – PA”, conforme já acordado entre as partes.

Belém, ____ de _______________ de 2011.

_________________________________
Assinatura da aluna

____________________________________
Assinatura do professor/orientador
87

ANEXO F – PARECER DE APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA

CARTA COMITÊ DE ÉTICA

Belém, ____ de _______________ de 2011.

Ao
Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Estado do Pará
Belém – PA.

Senhor Presidente,

Encaminho em anexo, três vias dos currículos e duas vias do Projeto


intitulado “CAUSAS DE DESMAME PRECOCE EM CRIANÇAS MENORES DE
SEIS MESES ASSISTIDAS PELA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA CRISTO
REI EM ANANINDEUA – PA, de autoria de Marinete Holanda da Conceição e
Naldilene Nascimento do Couto, alunas da Escola Superior da Amazônia –
ESAMAZ, sob orientação da Prof.ª Esp. Leila do Socorro Santos Duarte, para
parecer ético desse comitê.

Atenciosamente,

_________________________
Responsável pela pesquisa
88

ANEXO G – TERMO DE COMPROMISSO

TERMO DE COMPROMISSO

Título do projeto: CAUSAS DE DESMAME PRECOCE EM CRIANÇAS MENORES


DE SEIS MESES ASSISTIDAS PELA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA CRISTO
REI EM ANANINDEUA – PA.
Pesquisador responsável: Prof.ª Esp. Leila do Socorro Santos Duarte.
Demais pesquisadores: Marinete Holanda da Conceição e Naldilene Nascimento
do Couto
Instituição de origem do pesquisador: Escola Superior da Amazônia
Área de Conhecimento: Saúde Coletiva
Curso: Enfermagem
Telefone para contato: (91) 99428016
Local da Coleta de dados: Estratégia Saúde da Família em Ananindeua – PA.
Registro no CEP:

Os pesquisadores abaixo se comprometem a garantir e preservar as informações


dos Usuários da Estratégia Saúde da Família do Município de Ananindeua/PA,
garantindo o sigilo dos dados a serem coletados. As informações coletadas serão
utilizadas única e exclusivamente para execução do projeto acima descrito.

Pesquisador Responsável:

1. Prof.ª Esp. Leila do Socorro Santos Duarte

__________________________________________

Demais Pesquisadores:

1. Marinete Holanda da Conceição ____________________________________

2. Naldilene Nascimento do Couto ____________________________________

Belém, ____ de _______________ de 2011.

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