LUZIÂNIA-GO.
JUSTIÇA GRATUITA
RAZÕES
EMINENTES MAGISTRADOS
A sentença solitária proferida pelo Juízo “a quo”, não obstante a inteligência e idoneidade da
prolatora não se coaduna, todavia, com o substrato probatório contido nos autos e na
legislação pertinente.
DOS FATOS
O ora apelante ingressou perante o Douto Juízo de Direito da 2ª Vara Cível da Comarca de
Luziânia-GO, com ação consignatória contra o ora apelado, haja vista irregularidades na
cobrança de juros.
Contudo, o r. decidere fugiu do mérito a ser analisado, tendo extinguido o feito sem
julgamento do mérito, quando a matéria analisada trata-se estritamente de matéria de fato e de
direito, e não de questão processual.
Diante de tais, carece o r. decidere de fundamentos, devendo o mesmo ser reformado, in
totum, dando-se prosseguimento ao feito, a fim de que o mérito do mesmo venha a ser
analisado.
DO DIREITO
Como já alinhavado, entendem os apelantes que a r. sentença prolatada não abordou todos os
pontos dispostos pela inicial, apesar de serem os mesmos autônomos, sem qualquer relação de
dependência ou causalidade entre si.
Optou pelo indeferimento da inicial e extinção do processo, com fulcro nos artigos 485, inciso
IV do CPC.
Visto não terem sido suscitadas questões de relevância, comparecem os apelantes ao caderno
processual, a fim de conferir-lhes o indefectível reexame necessário, imputado a esta Egrégia
Corte.
A sentença é o meio pelo qual o Poder Judiciário resolve uma lide, a fim de solucionar o
conflito outrora sucitado na inicial.
Para tanto, faz-se mister a sequência de certos atos, para que os mesmos sejam tidos como
válidos, residindo nesse momento os requisitos da sentença.
Dessa forma, o juiz ao prolatar a sentença esta adstrito a verificar e cumprir determinadas
regras legais, a fim de que o r. decidere não seja eivado de nulidade.
Consoante Art. 485, IV do CPC, o juiz ao proferir a decisão deve fundamentar as questões
com os fatos e fundamentos jurídicos referentes ao caso, a fim de demonstrar ou não o
pretenso direito das partes.
"é nula a sentença não fundamentada", (RJTJESP 34/73, 48/44, 49/130, 62/67, JTA 90/319,
Bol. AASP 1026/150, 1031/77, 1779/38).
No mesmo diapasão:
"Bem diversa da sentença com motivação sucinta é a sentença sem fundamentação, que agride
o devido processo legal e mostra a face da arbitrariedade, incompatível com o Judiciário
democrático",/E> (Resp 18.731/PR, rel. Min. Sálvio de Figueiredo, j. 25/02/92, deram
provimento, v.u., DJU 30/03/92, p. 3993, 2ª col., em.)
Vale ressaltar que, uma vez não tendo sido apreciado o mérito da causa pelo Juízo de 2ª
instância, não pode o tribunal ad quem julgar o mérito da ação, sem antes ter sido decidido
pelo juiz de 1º grau, ferindo dessa forma o primado constitucional do duplo grau de
jurisdição.
Diante de tais, deve restar a sentença proferida em 1ª instância nula, haja vista o não
cumprimento dos requisitos formais exigidos para a decisão, assim como a não observância
do duplo grau de jurisdição.
Do exposto, a luz dos fatos e fundamentos, requer seja reformada a r. sentença para aplicar os
preceitos do artigo 359, inciso I do CPC, declarando como verdadeiro os fatos elencados na
inicial, e caso não seja este o entendimento destes nobre julgadores, requer a substituição dos
juros remuneratórios pactuados pela taxa média de mercado e ainda aplicar o INPC
como índice de correção mais benéfico ao consumidor.
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Sebastião Ferreira Santos
OAB/GO 25.435