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Um antigo provérbio chinês diz: "Uma geração planta as árvores e outra aproveita

a sombra". Nossa geração vive à sombra de muitas árvores que foram plantadas pe-
los nossos ancestrais.
Em termos espirituais, herdamos de nossos pais e avós a sombra dos seus pa-
drões éticos, de suas percepções do certo e do errado, de seu senso de dever mo-
ral e, acima de tudo, do seu comprometimento espiritual.
Seus ideais determinaram o tipo de civilização que recebemos deles, assim como
os ideais da nossa geração também vão modelar a cultura do amanhã, na qual vi-
verão os nossos filhos.
A sociedade como um todo em nossos dias encontra-se numa séria situação de
declínio moral e espiritual. Assim, a questão com que os pais cristãos deparam hoje
é se conseguirão plantar algumas árvores que façam sombra às gerações futuras,
que, possivelmente, enfrentarão o calor abrasador dos valores de um mundo total-
mente anticristão.
Estamos plantando o tipo correto de árvores frondosas ou deixando os nossos fi-
lhos totalmente expostos?
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O DECLÍNIO DA SOCIEDADE MODERNA
Parece claro para qualquer pessoa comprometida com a verdade das Escrituras
que a nossa cultura está num processo de desintegração moral, ética e, sobretudo,
espiritual.
Os valores assimilados pela sociedade atual como um todo estão completamente
fora de sintonia com a ordem divina. Observe os seguintes exemplos.
Ano após ano, o sistema judicial norte-americano permite o massacre indiscrimi-
nado, por meio de práticas abortivas, de milhões de crianças em gestação. No en-
tanto, uma corte judicial em Kansas City condenou recentemente uma mulher a
quatro meses de prisão por ter jogado no lixo filhotes indesejados de gatos.
Uma corte judicial em Janesville, Wisconsin, condenou um homem a doze anos de
prisão por ter matado cinco gatos "para aliviar o estresse". O caso foi realmente
um odioso exemplo de crueldade com os animais.
Porém, dois dias depois que esse homem começou a cumprir a sua sentença, uma
corte judicial em Delaware condenou uma mulher a apenas trinta meses de deten-
ção por ter matado o seu filho recém-nascido.
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A mulher atirou o bebê pela janela de um quarto no terceiro andar de um hotel,
mirando uma caixa de lixo no beco lá embaixo, com o cordão umbilical ainda preso
ao recém-nascido. As provas mostraram que o bebê estava vivo quando foi lança-
do pela janela, mas morreu por abandono, exposição e fraturas no crânio.
A nossa sociedade, de maneira geral, não acredita mais que os seres humanos são
feitos à imagem de Deus, muito diferentes dos animais.
Na verdade, a crescente popularidade do lobby de defesa dos direitos dos animais
ilustra perfeitamente que a nossa sociedade não está mais ancorada em princípios
bíblicos.
E, à medida que esse movimento avança e ganha popularidade sem precedentes,
toma-se cada vez mais radical e cada vez mais abertamente contrário à visão bíbli-
ca a respeito da natureza humana.
Ingrid Newkirk, fundadora da People for the Ethical Treatment of Animais (PETA)
[Grupo em Defesa do Tratamento Ético dos Animais], diz: "Não há base racional pa-
ra dizermos que um ser humano tem direitos especiais. Quando analisamos o sis-
tema nervoso central e sua capacidade de sentir dor, fome e sede, de um rato, de
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um porco, de um cachorro e de um menino, vemos que são iguais".
Newkirk não vê nenhuma diferença entre as atrocidades da Segunda Guerra Mun-
dial e a matança de animais com objetivos de alimentação: "Seis milhões de judeus
morreram em campos de concentração, mas seis bilhões de frangos serão mortos
este ano em matadouros".
Essas ideias estão obtendo ampla aprovação na sociedade. Algumas das celebri-
dades mais conhecidas e respeitadas da nossa cultura propagam ideias semelhan-
tes, geralmente sob o disfarce da compaixão.
Porém, essa perspectiva distorcida de "ternura" para com os animais se transfor-
ma rapidamente numa crueldade temerária em relação a criaturas feitas à imagem
de Deus.
O impacto inevitável que esse tipo de ideia terá sobre a herança que os pais de
hoje deixarão para a próxima geração pode ser visto nas palavras de Michael Fox,
vice-presidente da Humane Society of the United States [Sociedade Pró-Direitos
Humanos dos Estados Unidos]. Ele diz: "A vida de uma formiga e a do meu filho
devem receber a mesma consideração".
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Recentemente em nosso país tivemos uma inversão de papéis e o STF a quem
cabe aplicar as leis resolveu legislar e o fez de péssima maneira.
Num primeiro momento passando por cima da constituição estenderam aos ho-
mossexuais direitos garantidos ao casal formado por homem e mulher, vejam al-
gumas frases de nossos “grandes juristas”:
Ministro Joaquim Barbosa: “Entendo que estamos diante de uma nova forma
familiar”.
Ministro Marco Aurélio de Mello: “Se duas pessoas do mesmo sexo se unem
para a vida afetiva comum, o ato não pode ser lançado a catego-
ria jurídica imprópria. Impõem-se a proteção jurídica integral, qual seja o reco-
nhecimento de regime familiar”.
Ministro Cezar Peluso: Na solução da questão posta, a meu ver, só podem ser
aplicadas as normas correspondentes que no Direito de Família se aplicam à união
estável entre homem e mulher. É preciso equiparar porque há igualdade
Roberto Gurgel – Procurador Geral da República: O Reconhecimento Jurí-
dico das uniões homossexuais não enfraquece a família, mas antes a Fortalece.
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Tratando do aborto após a aprovação do aborto de anencéfalos vejam algumas
reações de pessoas importantes da sociedade:
Beatriz Galli, advogada, presidente da comissões de Bioética e Biodirei-
to da OAB-RJ: “Estamos vivendo um momento histórico. Vitória para a cidadania
e os direitos reprodutivos das mulheres brasileiras. Finalmente, o Supremo coloca-
rá fim à insegurança jurídica que abrange o tema até hoje no Brasil, declarando o
direito constitucional das mulheres de optar por continuar ou interromper a gravi-
dez nestas condições, com base na sua autonomia, dignidade, liberdade, saúde fí-
sica e mental. O Brasil, assim, honrará compromissos e obrigações internacionais
decorrentes da ratificação dos principais tratados internacionais de direitos huma-
nos”.
Que tipo de valores terá a cultura dos nossos filhos?
A sociedade está tomada por tendências assustadoras iguais a essas. O futuro é
impensável para uma sociedade sem nenhum padrão moral pelo qual se determine
o que é certo e o que é errado. Chegamos ao ponto de condenar as pessoas à pri-
são por matar animais, enquanto incentivamos o assassinato de crianças por meio
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do aborto.
Para onde está indo a nossa cultura? Que sistema de valores, que tipo de morali-
dade, que espécie de mundo construiremos para a próxima geração?
E, como cristãos, plantaremos árvores frondosas para fornecer sombra aos nossos
filhos? Ou os deixaremos totalmente expostos?
O DECLÍNIO DA FAMÍLIA
Talvez estejamos testemunhando a morte da célula básica de toda a civilização,
a família. Sinais do declínio da família são abundantes e evidentes à nossa volta.
Numerosos fatos confirmam esse prognóstico sombrio.
Não há necessidade de citar estatísticas. Nestes últimos quarenta anos, desfilam
continuamente diante de nós os sinais do colapso da família: divórcio, revolução
sexual, aborto, delinquência, infidelidade, homossexualidade, feminismo radical,
movimento dos "direitos da criança", ao lado da banalização dos lares de pais
solteiros, do declínio da família nuclear e de outros sinais semelhantes.
Assistimos a confecção de uma corda que acabará estrangulando a família até a
morte. Há atualmente muitas pessoas que abririam com alegria a cova para enter-
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rar a família. Em seu livro, The Death ofthe Family [A morte da família],' o psiquia-
tra britânico Davi Cooper disse que é tempo de destruir totalmente a família.
A maioria das pessoas que adotam esses pontos de vista é agressiva, revoltada e
decidida a impor sua maneira de pensar ao restante da sociedade.
O terreno mais fértil para a propagação desses pontos de vista é a televisão onde
o assunto é tratado de forma sutil e as universidades. Os proponentes da engenha-
ria social antifamiliar estão rapidamente reeducando os jovens que logo ocuparão a
liderança da sociedade e serão os pais de uma geração provavelmente ainda mais
desestruturada do que a nossa.
SERÁ TARDE DEMAIS PARA SALVAR A FAMÍLIA?
Felizmente, até mesmo sociólogos seculares, em sua maioria, avaliam o declínio
da família como absoluto desastre. A maioria concorda em que a família é um blo-
co fundamental na construção da sociedade civilizada, e voluntariamente admitem
que, se a família não sobreviver — e prosperar — como instituição, a autodestrui-
ção da sociedade não vai demorar muito para acontecer.
Além disso, em muitos lugares, começamos a ouvir pessoas sensatas falarem so-
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bre a necessidade de apoiar e defender a família. Sociólogos, psicólogos, analistas,
os assim chamados especialistas em família e casamento, e muitos outros organi-
zam-se a fim de propor soluções para as angústias que afligem a família.
Estou falando sobre vozes seculares, não cristãs, mas que demonstram preocu-
pação com o número de famílias desfeitas e o inevitável efeito negativo disso sobre
a sociedade.
Esses especialistas demonstram crescente preocupação com o número de crian-
ças que têm a chave da casa — crianças que diariamente voltam para casa sem su-
pervisão e sem a presença dos pais.
Eles estão receosos com o dramático crescimento de crimes graves cometidos por
adolescentes. Estão dando avisos de que a permissividade dos pais, o relaxamento
dos padrões morais e outras influências sociais liberalizantes têm provocado a des-
truição de famílias e até de comunidades. Se não houver mudanças, eles alertam,
esses problemas destruirão a sociedade tal como a conhecemos.
Qualquer pessoa é capaz de perceber que a maior parte desses problemas está di-
retamente relacionada ao colapso de valores antes ensinados no seio familiar. Salta
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à vista que esses desajustes não são apenas problemas sociais que requerem solu-
ções da parte do setor público, mas, acima de tudo, são problemas familiares, cujas
soluções dependem do resgate da família como instituição.
O problema é que a sociedade como um todo rejeitou os valores bíblicos neces-
sários à recuperação e preservação da família. A expressão "valores familiares"
tem sido desprezada e mal utilizada.
Mas a verdade é que os únicos valores que realmente podem salvar a família têm
raízes nas Escrituras — são valores bíblicos, e não apenas valores familiares. Assim,
o futuro da família na nossa sociedade depende do êxito daqueles que estão com-
prometidos com a verdade das Escrituras.
Ao longo dos anos, vários especialistas seculares têm proposto "soluções" huma-
nísticas para os problemas sociais, sem nenhum impacto prático. Fora das Escritu-
ras, os especialistas seculares jamais descobrirão uma solução que traga cura para
as angústias sociais. Essa solução não existe.
Enquanto isso, à medida que os relacionamentos familiares continuam a se deteri-
orar, a estrutura social é despedaçada. (Assista a qualquer capítulo de novela e vo-
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cê provavelmente encontrará a evidência inquietante de que isso é verdade.)
Se a sociedade busca fortalecimento, o retorno aos padrões bíblicos precisa co-
meçar em nossas famílias. Infelizmente, a própria sociedade representa o maior
obstáculo para a reforma da família.
Considere os seguintes valores antifamiliares que a nossa sociedade canonizou.
Todos eles são claramente ideias lançadas e desenvolvidas na última metade do
século 20:
• Todos os princípios bíblicos são considerados ultrapassados e são sistematica-
mente abandonados.
 O divórcio pode ser obtido por qualquer motivo, ou sem nenhum motivo especí-

fico.
 Desde que as diferenças entre os sexos são excluídas tanto quanto possível,

atualmente é inadequado falar na responsabilidade masculina de "liderar" a famí-


lia.
 O entretenimento, e a televisão em particular, domina a vida familiar.

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 Matar um filhote de animal para extrair sua pele é criminoso; no entanto, matar
fetos humanos por qualquer que seja a razão é defendido como uma questão de
foro íntimo.
 A pornografia do tipo mais perverso é protegida por lei enquanto é considerado

crime ensinar nas escolas públicas que o homossexualismo é pecado.


Uma sociedade comprometida com esse tipo de valores é capaz de salvar as fa-
mílias que a compõem do fracasso? Não! As sementes da destruição familiar foram
plantadas por meio dos valores morais que a nossa cultura adotou durante a última
geração.
É óbvio que, a menos que ocorra uma restauração da sociedade o futuro da famí-
lia como uma instituição na cultura ocidental corre sério risco.
ONDE FICA A IGREJA NISSO TUDO?
Obviamente não estou sugerindo que a família pode ser salva por meio da re-
forma moral de uma cultura secular. Este não é um apelo para que os cristãos
participem mais agressivamente no cenário político.
Grande parte do esforço da igreja nos últimos anos foi concentrado em tentativas
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vãs de confrontar tendências antifamiliares, tais como o aborto e a homossexuali-
dade, apenas pressionando políticos para a elaboração de leis de conteúdo moral.
A reforma não é a resposta para uma cultura como a nossa. É de redenção que
precisamos, e ela ocorre no nível individual, não social.
A igreja precisa voltar à verdadeira tarefa para a qual foi chamada: evangelizar
os perdidos. Somente quando multidões de indivíduos na nossa sociedade se
voltarem para Cristo, a sociedade, experimentará alguma mudança significativa.
Enquanto isso, as famílias cristãs têm o dever de plantar árvores que forneçam
sombra para as futuras gerações. Contudo, falando francamente, mesmo dentro da
igreja, a situação da família parece completamente complicada.
Não que não existam sinais positivos. Nas últimas décadas, os evangélicos revela-
ram uma grande preocupação com a necessidade de resgatar a família. As livrari-
as cristãs estão bem supridas de livros sobre o casamento e a família. Não existe
carência de programas, seminários e ministérios cristãos dedicados à família e à
educação de filhos.
Contudo, a despeito do tempo e do dinheiro investidos por esses ministérios em
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publicações e transmissões concernentes às temáticas da educação e da família, as
estatísticas mostram que, em geral, as famílias cristãs não estão em melhor condi-
ção do que as famílias não-cristãs.
De acordo com algumas pesquisas, a taxa atual de divórcio entre as famílias
evangélicas é idêntica as das famílias não-cristãs.
A porcentagem de pais e mães solteiros já é tão grande dentro da igreja tanto
quanto no mundo. As crianças de famílias cristãs não estão imunes à atração das
drogas, promiscuidade sexual e todos os outros males que atormentam a juven-
tude atual. Em geral, as famílias cristãs estão sofrendo os mesmos infortúnios que
as não-cristãs.
DIANTE DESSA EVIDÊNCIA, ALGO ESTÁ ERRADO
Parte do problema é que muitas das iniciativas voltadas para a educação e a famí-
lia são rotulados de "cristãos", mas não são verdadeiramente cristãos. Alguns não
passam de psicologia secular com um verniz religioso — uma combinação mundana
de expressões de cunho bíblico misturadas à psicologia humanista.
Alguns dos líderes cristãos que trabalham com educação de filhos enfatizam de-
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mais questões extrabíblicas e dão pouca ênfase aos princípios bíblicos essenciais.
Um dos livros que consultei gasta capítulo após capítulo com detalhes do tipo
"como manter uma lista de tarefas afixada na porta da geladeira", "como organizar
a agenda do seu filho para limitar o tempo que ele passa na frente da televisão",
"jogos para quando estiver indo de um lugar para outro de carro", e conselhos se-
melhantes do tipo "como fazer".
Essas preocupações pragmáticas podem ter sua utilidade, mas não oferecem o
conhecimento essencial que pais cristãos precisam obter para enfrentar uma socie-
dade como a nossa.
As listas de regras e de "como fazer" especificamente acabam por substituir os
princípios bíblicos essenciais. A tentação para seguir esse caminho é sutil e difícil de
resistir.
O que precisamos desesperadamente é retomar aos princípios bíblicos para a
educação de nossos filhos. Os pais cristãos não precisam de novos programas em-
balados com papel de presente da psicologia; eles precisam aplicar e obedecer a
alguns poucos princípios que estão claramente expostos na Palavra de Deus para
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os pais, tais como:
Ensinar continuamente aos filhos a verdade da Palavra de Deus (Dt 6.7), discipli-
ná-los quando eles fizerem algo errado (Pv 23.13,14) e não provocá-los à ira (Cl
3.21).
Se forem constantemente aplicados, esses poucos princípios selecionados, sozi-
nhos, causarão impacto muito mais positivo nos conflitos familiares típicos do que
horas de discussão sobre se os pais devem ou não dar chupeta aos bebês, ou em
que idade as crianças devem começar a vestir-se sozinhas, ou dezenas de ques-
tões semelhantes que consomem tanto tempo das discussões sobre a criação de fi-
lhos.
E eu quero tratar de quatro princípios bíblicos frequentemente negligenciados que
devem formar a base da perspectiva cristã de criação.
OS FILHOS DEVEM SER VISTOS COMO BÊNÇÃO,
NÃO COMO PROVAÇÃO.
Em primeiro lugar, as Escrituras ensinam claramente que os filhos são presentes
abençoados vindos do Senhor. Deus planejou que eles fossem uma bênção. Eles
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devem ser uma alegria. São uma graça do Senhor para preencher a nossa vida com
realização, significado, felicidade e satisfação. A capacidade de gerar e criar filhos é
um presente de Deus para nós.
Isso é verdade mesmo num mundo decaído, contaminado pela maldição do peca-
do. No meio de todo esse mal, as crianças são símbolos do amor de Deus. São a
prova viva de que a misericórdia de Deus se estende até mesmo sobre criaturas
caídas e pecaminosas.
Lembre-se de que Adão e Eva comeram o fruto proibido antes de gerar qualquer
descendência. Apesar disso, Deus não os destruiu para começar uma nova raça.
Em vez disso, ele permitiu que Adão e Eva cumprissem o mandamento que foi da-
do antes da Queda: "Sede fecundos, multiplicai-vos" (Gn 1.28). E ainda colocou em
ação um plano de redenção que acabaria por alcançar um incontável número de
descendentes de Adão (Ap 7.9,10).
Vemos que Deus amaldiçoou a terra por causa do pecado de Adão e multiplicou as
dores envolvidas no processo de dar à luz (Gn 3.16). No entanto, não anulou a
bênção inerente às crianças nascidas.
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Eva reconheceu isso. Gn 4.1 diz: "Coabitou o homem com Eva, sua mulher. Esta
concebeu e deu luz a Caim; então, disse: Adquiri um varão com o auxílio do Se-
nhor".
Ela reconheceu claramente que o seu filho se originara do Senhor. Eva aceitou a
criança como um dom das mãos daquele contra quem ela havia pecado, e por isso
se alegrou. Apesar da dor do parto, e sem levar em consideração o estado decaído
do filho que nascera, Eva sabia que ele era um símbolo da graça de Deus para com
ela.
Em Gn 4.25, lemos: "Tornou Adão a coabitar com sua mulher; e ela deu à luz um
filho, a quem pôs o nome de Sete; porque, disse ela, Deus me concedeu outro
descendente em lugar de Abel, que Caim matou". Os filhos, Eva sabia, são presen-
tes abençoados vindos de Deus.
Ao longo das Escrituras, encontramos como tema muito comum a ênfase nos fi-
lhos como bênçãos vindas das mãos de um Deus amoroso e misericordioso.
No curso da história dos patriarcas que deram origem às várias tribos do povo es-
colhido de Deus, uma coisa fica clara: todas as partes sabiam que os filhos
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representavam bênçãos do Senhor.
No seu gracioso desígnio, Deus concede filhos para dar aos pais alegria, felicidade,
contentamento, satisfação e amor. O Sl 127.3-5 declara isso expressamente:
Herança do Senhor são os filhos; o fruto do ventre, seu galardão.
como flechas na mão do guerreiro, assim os filhos da mocidade.
Feliz o homem que enche deles a sua aljava; não será envergonhado, quando
pleitear com os inimigos à porta.
Nitidamente, no plano de Deus os filhos representam bênçãos, não um peso. E
geralmente eles são uma bênção quando chegam. Mas, se expostos a este mundo
e desprovidos da sombra adequada para protegê-los, acabarão por destruir o seu
coração.
Isso nos leva ao segundo princípio fundamental.
A EDUCAÇÃO DOS FILHOS DEVE SER CONSIDERADA UMA ALEGRIA, NÃO
UMA CARGA
A tarefa de educar filhos não é uma carga a ser suportada; é um privilégio a ser
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desfrutado. Se o propósito de Deus em nos dar filhos é nos abençoar, a tarefa que
ele nos chama a cumprir como pais nada mais é do que uma extensão e uma am-
pliação dessa bênção que são os filhos.
A educação deles só é difícil quando e na medida em que os pais a tor-
nam difícil, por não seguirem os princípios simples e claros que Deus
propõe.
Negligenciar, diante de Deus, os princípios que ele nos ensina a aplicar na educa-
ção dos filhos, leva-nos a desperdiçar a bênção inerente a essa tarefa, e os que fa-
zem isso suportam uma carga que Deus nunca pretendeu colocar sobre os ombros
deles.
Uma fórmula segura para ter uma vida miserável é rejeitar a responsabilidade
que Deus deu a você como pai e guia do filho que
ele graciosamente colocou em suas mãos. Reciprocamente, nada em sua vida
produzirá mais alegria e felicidade do que educar os seus filhos na disci-
plina e na admoestação do Senhor.
A par disso, não há alguns aspectos desagradáveis que são inerentes à tarefa de
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educar? É lógico que nenhum de nós tem prazer em disciplinar nossos filhos.
Como pai, muito cedo aprendi que os meus pais estavam certos naquilo que sem-
pre me diziam sobre disciplina: ela geralmente dói mais nos pais do que nos filhos.
Mesmo assim, o processo de disciplina, em última instância, produz em nós alegria
se permanecermos fiéis às instruções de Deus. Pv 29.17 diz: "Corrige o teu filho,
e te dará descanso, dará delícias à tua alma".
Há uma grande alegria para os pais que educam seus filhos de acordo com o pa-
drão bíblico, e essa riqueza não pode ser obtida por nenhum outro meio.
Deus graciosamente planejou o processo de educação dos filhos como
uma fonte de prazer, desde que os seus princípios fossem guardados.
As Escrituras garantem o sucesso da nossa missão como pais se seguir-
mos o plano de Deus.
Vejamos um terceiro princípio fundamental.
O SUCESSO NA EDUCAÇÃO DOS FILHOS É MEDIDO PELO QUE OS PAIS
FAZEM, NÃO PELO QUE O FILHO FAZ.
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Não há nas Escrituras nenhuma garantia infalível de que teremos êxito absoluto,
se medirmos o nosso sucesso como pais e mães exclusivamente pelo que os nossos
filhos se tornam.
Algumas crianças educadas em famílias cristãs admiráveis abandonam a fé quando
crescem. Por outro lado, o Senhor graciosamente redime muitas crianças cujos pais
são um fracasso absoluto. Aquilo em que a criança acaba por tornar-se, como um
fator isolado, não é uma medida confiável do sucesso dos pais.
A verdadeira medida do sucesso para pais e mães cristãos é o seu próprio caráter.
É na medida em que seguimos o plano divino para a educação dos filhos que so-
mos bem-sucedidos como pais diante de Deus.
A respeito de Pv 22.6 — "Ensina a criança no caminho em que deve andar, e,
ainda quando for velho, não se desviará dele" — os pais perguntam: Essa não é
uma promessa bíblica de que, se educarmos corretamente os nossos filhos, teremos
a garantia de que eles permanecerão fiéis ao Senhor?
Essa ideia se baseia numa compreensão equivocada da natureza dos Provérbios.
Eles são ditados de sabedoria e truísmos — não necessariamente regras invioláveis.
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Por exemplo, dois versículos antes, lemos: "O galardão da humildade e o temor
do Senhor são riquezas, e honra, e vida" (v. 4). Certamente essa não é uma pro-
messa absoluta de que qualquer pessoa que seja humilde e temente ao Senhor
sempre terá riquezas e receberá honra.
Além disso, Provérbios 10.27 diz: "O temor do Senhor prolonga os dias da vida,
mas os anos dos perversos serão abreviados". Sabemos que esse princípio não
permanece válido em todos os casos. Ele não pode ser invocado como se fosse
uma promessa de Deus para todos aqueles que o temem.
Do mesmo modo, Provérbios 22.6 é um princípio que geralmente se revela ver-
dadeiro. O mesmo princípio é válido se aplicado a soldados, carpinteiros, profes-
sores ou a qualquer outro tipo de profissional.
A maneira como uma pessoa é instruída determina o que ela se torna. Nas pala-
vras de Jesus: "O discípulo não está acima do seu mestre; todo aquele, porém,
que for bem instruído será como o seu mestre" (Lc 6.40).
O mesmo princípio aplica-se aos filhos, que normalmente são, também, produtos
da sua educação. Esse é um truísmo axiomático ou auto-evidente.
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Provérbios 22.6 não é uma promessa que garanta aos pais cristãos que seus filhos
jamais se desviarão do caminho da verdade. O grande comentarista puritano
Matthew Henry fez as seguintes observações sobre o truísmo de Provérbios 22.6:
"Quando eles crescerem, quando eles ficarem velhos, espera-se que eles não se
desviem do caminho. Boas lições impressas no coração deles os farão obedecer
todos os dias. De maneira geral, os vasos retêm o sabor do líquido com o qual inici-
almente foram enchidos. Muitos, na verdade, se afastam do bom caminho no qual
foram educados; isso aconteceu com o próprio Salomão. Porém, a instrução que
receberam na família pode ser um meio de recuperação, como se supõe ter acon-
tecido a Salomão. Pelo menos os pais terão o consolo de haver cumprido o seu de-
ver e usado corretamente os recursos".'2
Como regra, os pais que seguirem os princípios bíblicos na educação de seus filhos
verão um efeito positivo no caráter de suas crianças.
De um ponto de vista meramente estatístico, crianças criadas em lares que hon-
ram a Cristo têm maior probabilidade de permanecer fiéis a ele na vida adulta do
que crianças que crescem em lares em que os pais desonram ao Senhor. O truísmo
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de Provérbios 22.6 realmente se aplica.
Deus geralmente usa pais fiéis como instrumento para a salvação dos filhos.
Entretanto, a salvação de seus filhos é uma questão a ser resolvida entre eles e
Deus. Nada do que você possa fazer garantirá a salvação deles. Para essa finali-
dade, você deve orar a Deus e instruir o seu filho — usando todos os meios disponí-
veis para imprimir perpetuamente no coração da criança as verdades do evangelho.
Porém, em última instância, o simples fato de uma criança crescer com saúde
espiritual não é necessariamente uma medida confiável do sucesso dos pais.
Tendo dito isso, eu quero enfatizar que algumas vezes — deveria dizer frequente-
mente — os pais e as mães são de fato responsáveis em parte pela rebeldia de
seus filhos.
E tenho observado durante anos que pais e mães geralmente são mais culpados
pela rebeldia dos filhos do que a sociedade, ou os colegas, ou quaisquer outras in-
fluências que os pais tendem a culpar.
Ocasionalmente, encontro pais que violaram praticamente todos os princípios bí-
blicos de educação, e apesar de tudo procuram o pastor em busca de absolvição
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de sua parcela de responsabilidade pelo desvio de seus filhos. Eles querem garan-
tias verbais de que não são culpados, de que qualquer outra coisa ou pessoa que
não eles o é.
Entretanto, o próprio Deus deu aos pais a responsabilidade de educar os filhos —
não aos professores, nem aos colegas, nem às babás, nem a ninguém que não per-
tença à família; portanto, é errado que os pais tentem livrar-se da sua responsabili-
dade ou transferir a culpa quando as coisas vão mal.
Esse é o quarto princípio fundamental.
A INFLUÊNCIA MAIS IMPORTANTE SOBRE OS FILHOS VEM DOS PAIS,
NÃO DOS COLEGAS
Deus solenemente concedeu aos pais o dever de criar os filhos na disciplina e na
admoestação do Senhor. Não é prerrogativa deles delegar essa responsabilidade a
outros.
Os pais precisam envolver-se na vida dos filhos o bastante para garantir que ne-
nhuma outra influência tenha proeminência. Aos pais que culpam os amigos de
seus filhos pelas falhas destes, minha resposta inevitável é que, em última instân-
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cia, os pais são na verdade os únicos culpados, porque foram eles que permitiram
que a influência de colegas fosse maior que a deles.
Alguns pais, responderão a essas afirmações, insistindo que é utópico nos dias de
hoje esperar que os pais influenciem os filhos mais do que os colegas, a cultura, a
televisão, os professores e todos os demais fatores que competem pelo controle do
interesse de uma criança normal.
Mas um momento de reflexão revelará por que os pais em nossa cultura têm
menos influência sobre seus filhos do que os colegas: a maioria simplesmente ab-
dicou da tarefa de educar. Eles entregaram os filhos aos colegas.
O tempo que investem em ensinar seus filhos é menor que o período de tempo
em que deixam os filhos diante da televisão. Aceitam que toda a instrução espiri-
tual, moral e ética de seus filhos venha da televisão, do cinema, da música e de
outras crianças.
Até nos melhores casos, os pais dependem demais dos professores, dos professo-
res da escola dominical, dos líderes da mocidade — todos fora dos limites da família.
Os pais precisam perceber que o caráter não é formado geneticamente nem é ad-
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quirido por osmose. As crianças são ensinadas a ser aquilo em que se tor-
nam.
Geralmente, elas se tornam algo diferente do que os pais esperavam
exatamente porque aprenderam com aqueles que estavam lá para ensi-
ná-las enquanto os pais estavam ausentes.
Em outras palavras, são os pais, e não os filhos — e nem mesmo os colegas —
que devem ser responsabilizados pela sua decrescente influência em nossa cultura.
Sempre que influências externas moldam o caráter de uma criança mais
do que seus pais, estes falham em cumprir seus deveres. É simples assim.
Os pais cristãos de nosso tempo precisam desesperadamente aceitar esse princí-
pio simples. Ante o trono de Deus, nós seremos responsabilizados se ti-
vermos deixado os nossos filhos sob outras influências que moldaram o
seu caráter em caminhos ateus.
Deus colocou em nossas mãos a responsabilidade de educar os nossos filhos na
disciplina e na admoestação do Senhor, e nós prestaremos contas a ele pelo nosso
cuidado para com esse maravilhoso presente. Se outros têm mais influência
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sobre nossos filhos do que nós, somos culpáveis e inescusáveis por isso.
Deus fez da educação dos filhos uma responsabilidade de tempo integral. Não há
"intervalo para um cafezinho" em nossas obrigações como pai e mãe. Esse princí-
pio já estava implícito na Lei do Sinai.
Deus prefaciou suas instruções aos israelitas com a solene declaração: "Estas pa-
lavras que, hoje, te ordeno estarão no teu coração; tu as inculcarás a teus filhos, e
delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao
levantar-te" (Dt 6.6,7).
Essa é a definição de Deus da tarefa de educar. Isso quer dizer que a educação
é uma missão de tempo integral em todos os sentidos da expressão. Ne-
nhuma fase da vida está isenta. Nenhuma hora do dia está excluída. Não
há descanso para os pais que querem ser fiéis a esse chamado.
Alguns pais pensam que podem dividir a vida do seu filho em compartimentos,
atribuindo um número de horas por semana para gastar com sua educação, e des-
sa maneira cumprir o seu dever como pais, certificando-se de que as horas dedi-
cadas a essa tarefa sejam "de qualidade".
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Toda essa filosofia é contrária ao espírito de Deuteronômio 6.7 e se revela um
caminho certo para garantir que as influências externas tenham mais poder do
que os pais em modelar o caráter da criança.
A história de Israel no Antigo Testamento é uma lição prática sobre os riscos de
negligenciarmos esse princípio vital. Israel falhou miseravelmente em sua respon-
sabilidade de ensinar a justiça de Deus a seus filhos.
Veja o que diz Juízes 2.7,10 sobre a geração de israelitas que inicialmente entrou
na Terra Prometida. E observe que eles formavam a geração imediatamente se-
guinte àquela à qual havia sido divinamente entregue a Lei no Sinai: "Serviu o
povo ao Senhor todos os dias de Josué e todos os dias dos anciãos que ainda so-
breviveram por muito tempo depois de Josué e que viram todas as grandes obras
feitas pelo Senhor a Israel ... Foi também congregada a seus pais toda aquela ge-
ração; e outra geração após eles se levantou, que não conhecia o Senhor, nem
tampouco as obras que fizera a Israel" (Jz 2.7,10).
Em outras palavras, toda aquela geração de israelitas foi displicente quanto à sua
responsabilidade. Negligenciou o seu dever de ensinar os filhos sobre o que Deus
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tinha feito por Israel.
E, em consequência, houve abandono em massa dos caminhos do Senhor por par-
te da geração seguinte: "Então, fizeram os filhos de Israel o que era mau perante o
Senhor; pois serviram aos baalins. Deixaram o Senhor, Deus de seus pais, que os
tirara da terra do Egito, e foram-se após outros deuses, dentre os deuses das gen-
tes que havia ao redor deles, e os adoraram, e provocaram o Senhor à ira. Por-
quanto deixaram o Senhor e serviram a Baal e a Astarote" (vs. 11-13).
Os filhos se voltaram para os deuses maus dos cananeus. O ambiente os influen-
ciou mais que seus pais, porque estes abdicaram de seu papel. O resultado foi ido-
latria, caos e destruição. "... cada um fazia o que achava mais reto" (Jz 21.25).
O mesmo padrão se repetiu diversas vezes ao longo de toda a história de Israel.
Sempre que uma geração de pais foi negligente no plantio das sementes que pro-
veriam árvores frondosas para as gerações subsequentes, as crianças sofreram a
fome espiritual que inevitavelmente se seguia.
O mesmo ainda está ocorrendo nos nossos dias. Neste momento, a paisagem pa-
ra a próxima geração está deserta como jamais esteve. E não haverá possibilidade
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de retorno, exceto se esta geração de pais e mães cristãos retomar, em tempo in-
tegral, seu trabalho de plantar árvores espirituais que forneçam sombra no futuro.
Para muitos pais, o primeiro passo nessa direção é a renovação do compromisso
pessoal com as coisas de Deus. Se as nossas próprias prioridades de vida não são
firmes, não há esperança de ensinar aos filhos o que eles precisam aprender.
Pais, analisem o seu coração. Vocês têm sede de Deus como os cervos anseiam
pela água? Ou sua vida está transmitindo aos seus filhos uma mensagem de hipo-
crisia e indiferença espiritual?
Vocês esperam ver na vida de seus filhos o mesmo comprometimento que vocês
têm com Cristo? Sua obediência à Palavra de Deus é o mesmo tipo de submissão
que vocês desejam de seus filhos?
Estas são questões vitais que cada pai e cada mãe têm de enfrentar se quiserem
realmente ser bem-sucedidos e desempenhar um papel de modelo para seus fi-
lhos.
Os pais que relaxam nessas áreas praticamente garantem o fracasso espiritual de
seus filhos e filhas. O abandono por parte de pais e mães no que se refere à pró-
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pria vida espiritual equivale à derrubada de todas as árvores que poderiam forne-
cer sombra para a próxima geração da sua família.
Eu estimulo você a examinar o seu coração perante Deus e a fazer um balanço
espiritual completo a respeito do modo como você tem agido não só como pai ou
mãe, mas também como filho ou filha de Deus.

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