PRODUÇÃO DE ENZIMAS
Elba P.S.Bon, Nei Pereira Jr.,
Leda Maria Fortes Gottschalk, Paula Sá-Pereira,
José Carlos Roseiro e Maria Antonieta Ferrara
SUMÁRIO
As enzimas industriais são majoritariamente produzidas por microrganismos, embora
alguns biocatalisadores sejam extraídos de tecidos animais e vegetais. Para o desenvolvi-
mento dos processos microbianos de produção de biocatalisadores, diversos aspectos
devem ser otimizados com vistas à obtenção de elevados rendimentos e produtividades:
linhagem produtora, matéria-prima empregada e formulação do meio de cultivo e oti-
mização de parâmetros operacionais. Os processos industriais compreendem um con-
junto de operações que incluem o tratamento da matéria prima, o preparo e esteriliza-
ção de meios de propagação e produção e a fermentação propriamente dita. A esta, se-
guem-se as etapas de separação e concentração de produto, seguidas ou não da sua pu-
rificação. Os processos industriais de produção de enzimas são desenvolvidos, em sua
maior parte, em cultivos submersos aerados, em biorreatores com agitação mecânica,
que permitem maior controle dos parâmetros operacionais. A batelada alimentada é a
forma mais empregada de condução do bioprocesso. O cultivo no estado sólido é
também utilizado, principalmente nos países orientais por apresentar vantagens para a
produção de algumas enzimas, especialmente as produzidas por fungos filamentosos.
Avanços recentes nas técnicas de biologia molecular, notadamente a expressão he-
teróloga em espécies microbianas seguras e de fácil cultivo, têm aumentando o leque de
enzimas obtidas por processos microbianos, permitindo a obtenção de maiores rendi-
mentos e produtividades. Estas técnicas devem continuar a impulsionar a diversificação
e o desenvolvimento da produção de enzimas em escala industrial.
95
1ª prova
96 ENZIMAS EM BIOTECNOLOGIA: PRODUÇÃO, APLICAÇÕES E MERCADO
INTRODUÇÃO
As enzimas estão presentes em todas as células vivas, onde exercem a função de catalisa-
dores das reações que compõe as vias catabólicas e anabólicas do metabolismo celular.
Esses biocatalisadores são moléculas de proteínas e seu poder catalítico está associado à
conformação nativa, que depende de condições específicas de pH, temperatura e força
iônica do meio (ATLAS, 1997; MADIGAN et alii, 2000). Condições ambientais afasta-
das das ótimas podem provocar a desnaturação da biomolécula, isto é, mudança na sua
estrutura tridimensional nativa, freqüentemente irreversível, acompanhada de perda
de sua atividade catalítica.
Embora alguns biocatalisadores sejam extraídos de tecidos animais (por exemplo,
pancreatina, tripsina, pepsina e renina) e vegetais (por exemplo, papaína, bromelina,
ficina, malte, peroxidase), as enzimas industriais são, na sua maior parte, obtidas a par-
tir de microrganismos (LAMBERT e MEERS, 1983; EUROPEAN COMISSION, 2002;
ANTRANIKIAN, 2005; OLEMPSKA-BEER et alii, 2006; SANT’ANNA JR., 2001). A tabe-
la 5.1 apresenta exemplos de enzimas comerciais microbianas.
Os microrganismos são as principais fontes de enzimas industriais e especiais devi-
do à grande variedade de atividades catalíticas, à possibilidade da produção das enzimas
por processos fermentativos em grande escala com a regularidade necessária e à simpli-
cidade dos requerimentos nutricionais. Muitas enzimas, entretanto, ainda são extraídas
de tecidos vegetais e animais, com sua produção influenciada pela sazonalidade.
Como as enzimas são proteínas, sua estrutura é codificada por genes específicos e a
síntese envolve transcrição, tradução e processos pós-traducionais (ATLAS, 1997;
MADIGAN et alii, 2000). Algumas enzimas estão sempre disponíveis e são designadas
constitutivas, enquanto outras, designadas indutivas, são sintetizadas em resposta às
condições ambientais. Com relação a estas últimas, as células possuem mecanismos de
regulação da expressão gênica, que são acionados, dentre outros fatores, por substânci-
as que podem exercer o papel de indutores, ativadores, inibidores ou repressores
(ATLAS, 1997 e MADIGAN et alii, 2000).
A biossíntese da enzima pode ser associada ao crescimento sendo, então, a taxa de
formação de produto proporcional ao aumento da biomassa; ou não associada ao cres-
cimento celular e, nesse caso, a taxa de formação de produto é independente da taxa de
crescimento celular ou varia com a taxa específica de crescimento de forma complexa
(NIELSEN et alii, 2003; SCHMIDELL et alii, 2001).
As enzimas microbianas podem ser intracelulares como a glicose oxidase, peri-
plásmicas como a invertase e a asparaginase de leveduras ou extracelulares, como as
proteases e as carboidrolases. As enzimas microbianas excretadas são normalmente
mais estáveis e produzidas em maiores quantidades. Estes biocatalisadores têm a fun-
ção principal de degradar macromoléculas presentes no meio ambiente, como a celu-
lose, o amido, a lignina e proteínas, para absorção dee seus componentes como nutri-
entes.
1ª prova
CAPÍTULO 5 ¡ BIOPROCESSOS PARA PRODUÇÃO DE ENZIMAS 97
Embora a maioria das enzimas industriais seja exocelular e produzida por fungos e
bactérias, a tecnologia do DNA recombinante vem sendo crescentemente utilizada para a
produção de biocatalisadores. No atual estágio de conhecimentos, é teoricamente possível
expressar qualquer enzima de interesse, codificada por genes de origem animal, vegetal ou
de microrganismos, em microrganismos hospedeiros bem adaptados à fermentação em
larga escala. É de especial importância a expressão heteróloga nas bactérias Escherichia
coli, Bacillus subtilis e B. licheniformis, nas leveduras Saccharomyces cerevisiae, Pichia pas-
1ª prova
98 ENZIMAS EM BIOTECNOLOGIA: PRODUÇÃO, APLICAÇÕES E MERCADO
toris e Hansenula polymorpha (estas duas últimas metilotróficas) e nos fungos Aspergillus
niger e Aspergillus oryzae (CEREGHINO e CREGG, 2000; GELLISSEN, 2000; ADRIO e
DEMAIN, 2003; OLEMPSKA-BEER et alii, 2006). Exemplos de enzimas comerciais produ-
zidas por microrganismos recombinantes são apresentados na tabela 5.2.
1ª prova
CAPÍTULO 5 ¡ BIOPROCESSOS PARA PRODUÇÃO DE ENZIMAS 99
res a 2,0 ou superiores a 10,0 e estresse nutricional. Apesar dos extremófilos serem co-
nhecidos há mais de 40 anos, só recentemente foi intensificada a busca por novas espé-
cies. O interesse biotecnológico corrente em enzimas destes microrganismos é motiva-
do por sua estabilidade em condições normalmente desnaturantes para enzimas meso-
fílicas. As extremozimas, além da sua termoestablidade, são mais estáveis ao pH, con-
centração de sais, pressão, solventes orgânicos e metais pesados, do que as enzimas me-
sofílicas, e sua atividade pode aumentar na presença de alguns detergentes. Seu uso po-
deria, em princípio, eliminar a necessidade da adição de reagentes estabilizadores de
enzimas, reduzindo os custos de processos enzimáticos.
Atenção particular vem sendo dada às extremozimas de microrganismos extremó-
filos e hipertermófilos. Um grande número de extremozimas de arquéas hipertermofí-
licas, intracelulares ou extracelulares, tem sido investigado e dados referentes à sua pro-
dução, purificação, caracterização estrutural e funcional estão disponíveis na literatura.
As extremozimas podem também formar a base de processos inteiramente novos.
O exemplo mais marcante é a Taq polimerase, de Thermus aquaticus, que é empregada
amplamente nos procedimentos de PCR (polymerase chain reaction). Esta técnica, in-
ventada em meados da década de 80 por Kary Mullis da Cetus Corporation, é atualmen-
te a base para análises forenses, como, por exemplo, o mapeamento de DNA (DNA-fin-
gerprinting) para exames de paternidade e procedimentos de criminalística. A técnica
PCR, também usada em diversas áreas de pesquisas e em diagnósticos médicos (por
exemplo, na detecção de infecção por HIV), aumentou a sensibilidade das técnicas de
procura de várias doenças genéticas, incluindo algumas formas de câncer.
Na PCR, uma enzima conhecida como DNA polimerase, copia repetidas vezes a fita
de DNA, produzindo grande quantidade de material genético. Este processo requer o
aquecimento e resfriamento da mistura de reação em repetidos ciclos. Na época em que
Mullis inventou a técnica, a polimerase utilizada era originária de microrganismos que
não eram termófilos e, assim, a atividade cessava na etapa de incubação a quente do pro-
cedimento e era necessária a reposição manual da enzima a cada ciclo. Para solucionar o
problema, no final da década de 80, os pesquisadores isolaram a DNA polimerase de
Thermus aquaticus (Taq polimerase), que é muito tolerante ao calor, o que levou ao de-
senvolvimento de uma tecnologia de PCR totalmente automatizada. Esta bactéria termo-
fílica foi isolada, em 1965, de uma piscina de água fervente do Parque Nacional Yellowsto-
ne, nos Estados Unidos da América. Para sobreviver, T. aquaticus sintetiza enzimas que
atuam em temperaturas elevadas, dentre as quais uma DNA polimerase, que auxilia a bac-
téria a produzir o seu próprio DNA. A polimerase de T. aquaticus é ativa em temperaturas
superiores a 95°C. Outras aplicações de PCR envolvem tanto exames de paternidade e
análises em criminalística. Mais recentemente, alguns usuários de PCR passaram a substi-
tuir a Taq polimerase pela Pfu polimerase, isolada da Archaea hipertermofílica Pyrococ-
cus furiosus, que tem atividade ótima em 100°C. O potencial industrial das extremozimas
é muito grande e, por esta razão, o número de extremozimas isoladas, clonadas e caracte-
rizadas vem aumentando rapidamente (ANDRADE et alii, 1999; ANTRANIKIAN et alii,
2005; ATLAS, 1997; EUROPEAN COMISSION, 2002; JORGENSEN, 1997; MADIGAN et
alii, 2000; MORACCI, 1995; NUNES, 1995; STETTER, 1999; WOESE et alii, 1990).
Apesar das diferenças existentes entre as diversas classes de microrganismos pro-
dutores de enzimas, principalmente entre os procariotas e eucariotas, e também entre
1ª prova
100 ENZIMAS EM BIOTECNOLOGIA: PRODUÇÃO, APLICAÇÕES E MERCADO
1ª prova
CAPÍTULO 5 ¡ BIOPROCESSOS PARA PRODUÇÃO DE ENZIMAS 101
1ª prova
102 ENZIMAS EM BIOTECNOLOGIA: PRODUÇÃO, APLICAÇÕES E MERCADO
1ª prova
CAPÍTULO 5 ¡ BIOPROCESSOS PARA PRODUÇÃO DE ENZIMAS 103
1ª prova
104 ENZIMAS EM BIOTECNOLOGIA: PRODUÇÃO, APLICAÇÕES E MERCADO
1ª prova
CAPÍTULO 5 ¡ BIOPROCESSOS PARA PRODUÇÃO DE ENZIMAS 105
TRATAMENTO DA
MATÉRIA PRIMA
PREPARO DO
EFLUENTE / TRATAMENTO /
MEIO
RESÍDUO APROVEITAMENTO
ESTERILIZAÇÃO
INOCULAÇÃO BIOMASSA
FILTRAÇÃO
DO AR
PURIFICAÇÃO DA PURIFICAÇÃO DA
BIOMOLÉCULA BIOMOLÉCULA
INTRACELULAR EXTRACELULAR
BIOMOLÉCULA BIOMOLÉCULA
COM ALTO GRAU COM ALTO GRAU
DE PUREZA DE PUREZA
EFLUENTE /
RESÍDUO
TRATAMENTO / APROVEITAMENTO
1ª prova
106 ENZIMAS EM BIOTECNOLOGIA: PRODUÇÃO, APLICAÇÕES E MERCADO
Esterilização
A maior parte dos processos de produção de enzimas ocorre com culturas puras. Assim,
para prevenir contaminações, o bioprocesso é conduzido sob condições assépticas. Os
substratos sólidos são mantidos em câmaras a temperatura elevada por períodos de
tempo apropriados, enquanto que os meios líquidos são esterilizados no próprio bior-
reator ou em vasos separados.
A esterilização com vapor saturado sob pressão é a mais usual para meios de cultura e
equipamentos, e pode ser realizada em conjunto ou separadamente e, ainda, em batela-
da ou de forma contínua (BAILEY e OLLIS, 1986; RAJU e COONEY, 1993; SCHMIDELL
et alii, 2001).
Na prática industrial, é comum a esterilização de meios de cultura de forma des-
contínua em conjunto com o biorreator, fazendo-se passar vapor saturado sob pressão
através de serpentinas ou camisas (aquecimento indireto), ou introduzindo-se o vapor
saturado pelo difusor do vaso, sob agitação mínima (aquecimento direto). Neste último
caso, deve-se levar em consideração a diluição do meio de cultura causada pela conden-
sação do vapor ao entrar em contato com a superfície mais fria do meio. A temperatura
usual de esterilização é de 121°C.
Na esterilização descontínua, o tempo total de esterilização é relativamente gran-
de, podendo dar origem à decomposição de nutrientes termo-sensíveis, como as vitami-
nas, ou provocar reações indesejáveis entre os constituintes do meio, como por exem-
plo, reações entre aminoácidos e açúcares (reação de Maillard). Esta modalidade de es-
terilização vem sendo substituída, sempre que possível, pela esterilização contínua, na
qual a integridade dos constituintes do meio é conservada mais eficazmente, já que o
aquecimento e o arrefecimento são praticamente instantâneos.
Em processos aeróbicos, o ar deve ser esterilizado antes de ser fornecido à cultura.
Esta esterilização normalmente é efetuada por filtração com lã de vidro, material sinte-
rizado ou membranas apropriadas (SANT’ANNA JR., 2001; EUROPEAN COMISSION,
2002; RAJU e COONEY, 1993; SCHMIDELL et alii, 2001).
Fermentação
Os processos microbianos de produção de enzimas ocorrem basicamente em cultivos
submersos e cultivos no estado sólido, sendo os primeiros os mais utilizados industrial-
mente.
Cultivo submerso
Os processos submersos são aqueles em que a célula produtora se desenvolve no seio do
meio de cultivo, sob agitação. No caso de fermentações aeróbicas, o oxigênio necessário à
população em desenvolvimento é suprido por borbulhamento de ar no líquido através de
um compressor. As fermentações são conduzidas em biorreatores aerados e agitados me-
canicamente (figura 5.2), em geral com volumes entre 20 e 200 m3, podendo chegar a 1
000 m3. Os parâmetros operacionais, tais como pH, temperatura, consumo de oxigênio e
formação de dióxido de carbono, são medidos e rigidamente controlados (MCNEIL e
HARVEY, 1990; LAMBERT e MEERS, 1983; EUROPEAN COMISSION, 2002).
1ª prova
CAPÍTULO 5 ¡ BIOPROCESSOS PARA PRODUÇÃO DE ENZIMAS 107
1ª prova
108 ENZIMAS EM BIOTECNOLOGIA: PRODUÇÃO, APLICAÇÕES E MERCADO
1ª prova
CAPÍTULO 5 ¡ BIOPROCESSOS PARA PRODUÇÃO DE ENZIMAS 109
1ª prova
110 ENZIMAS EM BIOTECNOLOGIA: PRODUÇÃO, APLICAÇÕES E MERCADO
Esforços também vêm sendo envidados para a produção de fitase, tanase e esterases,
dentre outras enzimas (KRISHNA, 2005; COUTO e SANROMÁN, 2006).
Dentre os microrganismos, os fungos filamentosos, principais produtores de enzi-
mas comerciais, são também os mais importantes e os que melhor se adaptam à fermen-
tação no estado sólido. Sua forma de crescimento em hifas e boa tolerância à baixa ativi-
dade de água e elevada pressão osmótica conferem aos fungos vantagens com relação
aos microrganismos unicelulares para a colonização de substratos sólidos. Poucos traba-
lhos foram desenvolvidos sobre a produção de enzimas por bactérias ou leveduras utili-
zando esta tecnologia. Como exemplos podem ser citados: a produção de alfa amilase
por Aeromonas caviae, de celulases por Bacilus subtilis e de lipases por Candida rugosa
(KRISHNA, 2005).
Quase todas as enzimas conhecidas e produzidas por outros processos poderiam,
em teoria, ser obtidas por fermentação no estado sólido. Entretanto, e apesar das diver-
sas vantagens citadas acima, esta tecnologia atualmente é muito mais desenvolvida no
mundo oriental.
Controle do bioprocesso
Conforme já mencionado, as enzimas podem sofrer desnaturação quando submetidas
a determinadas condições ambientais, que variam para cada enzima. Assim sendo, parâ-
metros operacionais do bioprocesso, tais como pH e temperatura, devem ser rigida-
mente controlados, de forma a garantir não apenas a manutenção das condições ótimas
de cultivo do microrganismo produtor, mas também a preservação da atividade
biológica da enzima.
A concentração de oxigênio dissolvido também tem efeito marcante no crescimen-
to celular e na síntese de enzimas. A maioria dos processos de produção de enzimas é ae-
róbica, mas em alguns casos a limitação do fornecimento de oxigênio pode ser vantajosa,
como no caso de produção de amiloglucosidase por Aspergilus niger (LAMBERT e
MEERS, 1986). Condições anaeróbicas são utilizadas para a produção da enzima colage-
nase por uma bactéria do gênero Clostridium.
Os processos aerados podem ser conduzidos com aeração natural ou forçada. Na
primeira modalidade, o oxigênio provém do ar ambiente. Grande parte dos processos
conduzidos no estado sólido, descritos anteriormente, é aerado de forma natural.
Nos processos microbianos com aeração forçada em culturas submersas, o ar at-
mosférico esterilizado é borbulhado no seio do meio, onde se dissolve parte do oxigê-
nio que é utilizado pelo agente microbiano. Algumas vezes emprega-se oxigênio puro
ou misturado com ar, o que resulta em aumento na transferência de massa da fase gás
para a fase líquido, com a conseqüente melhoria do processo (AUNINS e HENZLER,
1993; SCHMIDELL et alii, 2001).
O fornecimento de oxigênio a uma cultura em desenvolvimento constitui-se mui-
tas vezes na limitação da tecnologia de produção. É de fundamental importância, por
exemplo, a aeração de processos que utilizam leveduras metilotróficas para a produção
de enzimas heterólogas (GELISSEN 2000; CEREGHINO e CREGG, 2000).
1ª prova
CAPÍTULO 5 ¡ BIOPROCESSOS PARA PRODUÇÃO DE ENZIMAS 111
Fermentação
Extração
Rompimento
Filtração
Concentração
Purificação
Secagem
Produto Final
1ª prova
112 ENZIMAS EM BIOTECNOLOGIA: PRODUÇÃO, APLICAÇÕES E MERCADO
1ª prova
CAPÍTULO 5 ¡ BIOPROCESSOS PARA PRODUÇÃO DE ENZIMAS 113
A extração líquido-líquido em sistema aquoso de duas fases tem sido usada para
isolar enzimas intracelulares. Este método se baseia na mistura incompleta de diferen-
tes polímeros (por exemplo, polietileno glicol (PEG)/dextrana) (ENFORS et alii,
1992) ou de um polímero com um sal em solução aquosa. A primeira etapa da extração
separa os fragmentos celulares. Este método também pode ser utilizado na purificação
de enzimas.
Durante a filtração de suspensões, o aumento da espessura da torta que se forma e
da resistência causam a diminuição do fluxo. Dificuldades adicionais podem surgir de-
vido à compressibilidade do material biológico. Os filtros a pressão, por terem uma ca-
pacidade limitada, são geralmente usados na etapa final de filtração de soluções enzi-
máticas. Os filtros a vácuo são normalmente escolhidos devido à compressibilidade do
material biológico. O filtro rotatório a vácuo é muito usado para filtração contínua de
grandes volumes (EUROPEAN COMISSION, 2002).
Recentemente, a filtração em fluxo cruzado (“cross flow filtration”) vem ganhan-
do espaço para a separação (microfiltração) e para a concentração de enzimas
(ultrafiltração).
Na filtração convencional, a solução ou suspensão é pressionada contra a membra-
na, que deixa passar o solvente e os solutos dissolvidos. Os materiais em suspensão ficam
retidos, acumulando-se na interface da membrana/solução, um fenômeno conhecido
como polarização de concentração. Na filtração em fluxo cruzado, conhecida também
como filtração tangencial, a solução de alimentação escoa tangencialmente pela super-
fície da membrana, enquanto o permeado é transportado transversalmente à mesma.
Neste caso, é possível operar o sistema em regime estabelecido. A polarização de con-
centração continua presente, mas seu efeito é minimizado através da alteração da hi-
drodinâmica de escoamento da corrente de alimentação (HABERT et alii, 1997). Na fi-
gura 5.4 estão representados esquematicamente os dois modos de operação e suas
curvas típicas de fluxo do permeado em função do tempo, mostrando que no fluxo
cruzado pode-se atingir o regime estabelecido.
A microfiltração com fluxo cruzado tem sido bastante mencionada na literatura
(GOKLEN et alii, 1994; SANTOS et alii, 1992; JUNKER et alii, 1993).
Depois da separação, o volume a ser processado é geralmente grande, devendo ser
reduzido por concentração para garantir que se possa posteriormente alcançar uma
purificação economicamente viável. A concentração das enzimas pode ser feita através
de evaporadores a vácuo, por precipitação ou por ultrafiltração, em condições brandas
que não levem à inativação das enzimas. A precipitação é um procedimento simples
para a concentração de enzimas que pode ser efetuada por adição de sais, solventes or-
gânicos, soluções de polímeros ou por alteração do pH. No entanto, a precipitação é ge-
ralmente utilizada em pequena escala porque quando o volume a ser processado é mui-
to grande, o tempo de residência necessário é extremamente longo, especialmente no
caso de solventes orgânicos, podendo resultar na inativação das enzimas (GERHARTZ,
1990).
1ª prova
114 ENZIMAS EM BIOTECNOLOGIA: PRODUÇÃO, APLICAÇÕES E MERCADO
Fluxo Fluxo
Tempo Tempo
Figura 5.4 Filtração convencional x Filtração tangencial (GOTTSCHALK, 2002).
1ª prova
CAPÍTULO 5 ¡ BIOPROCESSOS PARA PRODUÇÃO DE ENZIMAS 115
Purificação de enzimas
Preparações enzimáticas parcialmente purificadas são suficientes para diversas aplica-
ções industriais. No entanto, para uso medicinal e analítico ou para aplicação em pes-
quisa, as enzimas devem ser extremamente puras, chegando, em alguns casos, em nível
de homogeneidade protéica. Procedimentos especiais, tais como cristalização, eletrofo-
rese, diferentes tipos de cromatografia, extração líquido-líquido e fracionamento com
espuma, são utilizados para purificação de enzimas, (SÁ-PEREIRA et alii, 2003; UHLIG,
1998). Esses procedimentos implicam, em geral, custos bastante elevados,
As enzimas podem ser concentradas por cristalização usando-se sais, como o sulfa-
to de amônio, ou solventes orgânicos, como etanol e acetona, mas geralmente a prepa-
ração final não apresenta alta pureza, o que limita o uso deste método (JESUS et alii,
1999; PARK et alii, 1997).
Já a eletroforese, em que a diferença da mobilidade das proteínas é imposta por
um campo elétrico, é usada apenas em laboratório pois o calor gerado durante o pro-
cesso e a interferência causada pela convecção são problemas associados ao escalona-
mento deste método (GERHARTZ, 1990; SÁ-PEREIRA et alii, 2000).
A cromatografia é uma técnica de fundamental importância para a purificação de
enzimas, que podem ser separadas de acordo com o seu tamanho, forma, carga, hidro-
1ª prova
116 ENZIMAS EM BIOTECNOLOGIA: PRODUÇÃO, APLICAÇÕES E MERCADO
1ª prova
CAPÍTULO 5 ¡ BIOPROCESSOS PARA PRODUÇÃO DE ENZIMAS 117
PERSPECTIVAS
A aplicação de técnicas de biologia molecular tem contribuído fortemente para a ex-
ploração de novas enzimas e o desenvolvimento de novas propriedades enzimáticas e
certamente continuará a impulsionar o desenvolvimento na área de produção de enzi-
1ª prova
118 ENZIMAS EM BIOTECNOLOGIA: PRODUÇÃO, APLICAÇÕES E MERCADO
REFERÊNCIAS
ABRAHÃO NETO, J. Purificação de enzimas. In: LIMA, U. A.; AQUARONE, E.; BORZANI, W.;
SCHMIDELL, W. (eds.). Biotecnologia Industrial v. 3 Processos Fermentativos e Enzimáticos. Editora
Edgard Blücher Ltda. São Paulo, Brasil, 2001.
ADRIO, J. L.; DEMAIN, A. L. Fungal biotechnology. Int. Microbial, 6:191-199, 2003.
ANDRADE, C. C. M. C.; PEREIRA JR., N.; ANTRANIKIAN, G. Extremely thermophilic microorganisms
and their polymer-hydrolytic enzymes. Ver. Brasil Microbiol., 30(4):287-98, 1999.
ANTRANIKIAN, G. Microbial Degradation of Starch. In: Microbial Degradation of Natural Products.
WINKELMANN, G. (ed.). New York, 1992.
ANTRANIKIAN, G.; VORGIAS, C. E.; BERTOLDO, C. Extreme environments as a resource for microorga-
nisms and novel biocatalysts. Adv. Biochem. Eng. Biotechnol., 96:219-62, 2005.
ATLAS, R. M. Principles of Microbiology. 2nd ed. Wm. C. Brown Publishers, Iowa, 1997.
AUNINS, J. G.; HENZLER, H. J. Oxygen Transfer in Cell Culture Bioreactors. In: RHEM, H. J.; REED, G.
Biotechnology v.3 Bioprocessing. 2nd ed. Verlag Chemie, Basel, 1993.
BANIK, R. M.; SANTHIAGU, A.; KANARI, B.; SABARINATH, C.; UPADHYAY, S. N. Technological aspects
of extractive fermentation using aqueous two-phase systems World. J. Microbiol. Biotechnol.,
19(4):337-348, 2003.
BAILEY, J. E.; OLLIS, D. F. Biochemical Engineering Fundamentals. McGraw-Hill Inc., New York, 1986.
BERTRAM, P. G.; CHOI, J. H.; CARVALHO, J.; CHAN, T. F.; AI, W.; ZHENG, X. F. S. Convergence of
Tor-nitrogen and Snf1-glucose signalling pathways onto Gln3. Mol. Cell. Biol., 22:1246-1252, 2002.
BOER, C. G.; OBICI, L.; SOUZA, C. G. M.; PERALTA, R. M. Purification and some properties of Mn pero-
xidase from Lentinula edodes. Proc. Biochem., 41:1203-1207, 2006.
BON, E.; BOM, E. P. S.; CARVAJAL, E.; STANBROUGH, M.; ROWEN, D.; MAGASANIK, B. Asparaginase
II of Saccharomyces cereviseae GLN3\URE2 regulation of a periplasmic enzyme. Appl. Biochem. Bio-
tech., 203-212, 1997.
1ª prova
CAPÍTULO 5 ¡ BIOPROCESSOS PARA PRODUÇÃO DE ENZIMAS 119
1ª prova
120 ENZIMAS EM BIOTECNOLOGIA: PRODUÇÃO, APLICAÇÕES E MERCADO
GOSH, B. K.; GHOSH, A. Degradation of Cellulose by fungal Cellulase. In: WINKELMANN, G. (ed.). Mi-
crobial Degradation of Natural Products. New York (1992).
GOTTSCHALK, L. M. F. Lignina peroxidase de Streptomyces viridosporus T7A: produção em bioreator e
concentração via processos com membranas, Tese de Doutorado. COPPE, UFRJ, Rio de Janeiro, Bra-
sil, 2002.
HABERT, A. C.; BORGES, C. P.; NOBREGA, R. Processos de separação com membranas. Programa de en-
genharia química/COPPE/UFRJ, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 1997.
IVANOV, A.; TITBALL, R. W.; KOSTADINOVA, S. Characterisation of a phospholipase C produced by
Pseudomonas fluorescens. Microbiologica, 19:113-121, 1996.
JENNINGS, D. H. Inorganic Nutrition. In: Physiology of Industrial Fungi. Blackwell Scientific Plubcation,
Oxford, (1988).
JESUS, M. F. C. P.; BRANCO, R. N.; SANT’ANNA, G. L.; FREIRE, D. M. G.; SILVA, J. G. Penicillium restric-
tum lipases: A comparative study and characterization of enzymes with different degrees of purity.
Braz. J. Chem. Eng., 16:113-118, 1999.
JORGENSEN, S; VORGIAS, C. E.; ANTRANIKIAN, G. Cloning, sequencing and expression of an extracel-
lular a-amylase from the hyperthermophilic archaeon Pyrococcus furiosus in Escherichia coli and Ba-
cillus subtilis. J.Biol.Chem., 272:16335-16342, 1997.
JUNKER, B. H.; BHUPATHY, M.; BUCKLAND, B. C. Development of a recovery and recycle process for
Pseudomonas lipase used for large-scale enzymatic-synthesis. BioTechnol. Bioengi, 42:487-493, 1993.
KRÄMER, R.; SPRENGER, G. Metabolism. In: RHEM, H.-J. e REED, G. (eds.). Biotechnology v.1 Biologi-
cal Fundamentals. 2nd ed. Verlag Chemie, Basel, 1993.
KRISHNA, C. Solid-state fermentation systems – an overview. Critical rev. Biotechnol., 25:1-30, 2005.
KRSTIC, D. M.; ANTOV, M. G.; PERICIN, D. M.; HOFLINGER, W.; TEKIC, M. N. The possibility for im-
provement of ceramic membrane ultrafiltration of an enzyme solution. Biochem. Eng. J., 33:10-15,
2007.
LAMBERT, P.W.; MEERS, J. L. The production of industrial enzymes. Phil. Trans. Soc. Lond. B.,
300:263-282, 1983.
LI, Z.; YOURAVONG, W.; H-KITTIKUN, A. Separation of proteases from yellowfin tuna spleen by ultrafil-
tration. Biores- Technol, 97:2364-2370, 2006.
LINKE, D.; ZORN, H.; GERKEN, B.; PARLAR, H.; BERGER, R. G. Laccase isolation by foam fractionation –
New prospects of an old process. Enzyme Microbial Technology, 40:273-277, 2007.
MADIGAN, M. T.; MARTINKO, J. M.; PARKER, J. Brock Biology of Microorganisms. 9th ed. Prentice-Hall,
Inc., New Jersey, (2000).
MAGASANIK, B.; KAISER, C. A. Nitrogen regulation in Saccharomyces cerevisiae. Gene, 290:1-18, 2002.
MORACCI, M.; NUCCI, R.; FEBBRAIO, F.; VACCARO, C.; VESPA, N.; LA CARA, F.; ROSSI, M. Expression
and extensive characterization of a b-glycosidase from the extreme thermoacidophilic archaeon Sul-
folobus solfataricus in Escherichia coli: Authenticity of the recombinant enzyme. Enzyme Microb.
Technol, 17:992-997, 1995.
MCNEIL, B.; HARVEY, LM. Fermentation – A practical approach. Oxford University Press, Oxford, 1990.
MITCHELL, D. A.; KRIEGER, M.; STUART, D. M.; PANDEY, A. New Developments in Solid State fermen-
tation II. Rational Approaches to the Design Operation and Scale-up of Biorreators. Proc. Biochem.,
35:1211-1225, 2002.
NIELSEN, J.; VILLADSEN, J.; LIDÉN, G. Bioreaction Engineering Principles. 2nd ed. Kluwer Acade-
mic/Plenun Publishers, New York, 2003.
1ª prova
CAPÍTULO 5 ¡ BIOPROCESSOS PARA PRODUÇÃO DE ENZIMAS 121
NUNES, O. C.; MANAIA, C. M.; DA COSTA, M. S.; SANTOS, H. Compatible solutes in the themophilic
bacteria Rhodothermus marinus and Thermus thermophilus. Appl. Environ. Microbiol.,
61:2351-2357, 1995.
OLEMPSKA-BEER, Z. S.; MERKER, R. I.; DITTO, M. D.; DINOVI, M. J. Food-processing enzymes from re-
combinant microorganisms – a review. Reg Toxic Pharmacol, 45:144-158, 2006.
PANDEY, A.; SOCCOL, C. R.; MITCHELL, D. A. New Developments in Solid State Fermentation I. Biopro-
cess and Bioproducts. Proc. Biochem., 35:1135-1169, 2000.
PANDEY, A.; SOCCOL, C. R.; RODRIGUEZ-LEON, J. A.; NIGAM, P. Solid State fermentation in Biotech-
nology Fundamentals and applications. Asiatech Publishers, Inc, New Delhi, (2001).
PARK, D. H.; LEE, H. J.; LEE, E. K. Crystallization of alkaline protease as a means of purification process.
Korean J. Chem. Eng., 14:64-68, 1997.
PENG, Y.; YAN, X.; YIZHENG, Z. Microbial fibrinolytic enzymes: an overview of source, production, pro-
perties, and thrombolytic activity in vivo. Appl. Microbial. Biotechnol., 69:126-132, 2005.
RAJU, G. K.; COONEY, C. L. Media and Air Sterilization. In: RHEM, H.-J. e REED, G.Biotechnology v.3 Bi-
oprocessing. 2nd ed. Verlag Chemie, Basel, 1993.
RIDGWAY, T. J.; TUCKER, G. A. Procedure for the partial purification of apple leaf polyphenol oxidase su-
itable for commercial application. Enzyme Microb. Tech., 24:225-231, 1999.
RODRIGUES, M. I.; LEMMA, A. F. Planejamento de Experimentos e Otimização de Processos. Uma estra-
tégia sequencial de planejamentos. Casa do Pão Editora, Campinas, São Paulo, 2005.
ROSEIRO, J. C.; CONCEIÇÃO, A. C.; AMARAL-COLLAÇO, M. T. Membrane concentration of fungal cel-
lulases. Bioresource Technology, U43U:155-160, 1993.
SANT’ANNA Jr., G. L. Produção de enzimas microbianas. In: LIMA, U. A.; AQUARONE, E.; BORZANI,
W.; SCHMIDELL, W. Biotecnologia Industrial v.3 Processos Fermentativos e Enzimáticos. Editora
Edgard Blücher Ltda. São Paulo, Brasil, 2001.
SANTOS, J. A. L.; CABRAL, J. M. S.; COONEY, C. L. Recovery of alcaline proteases by membrane filtration
– Effect of type and addition of submicron sized charged-particles. Bioproc. Eng., 7:205-211, 1992.
SÁ-PEREIRA, P.; PAVEIA, H.; COSTA-FERREIRA, M.; AIRES-BARROS, M. R. Review article: “A new look
at xylanases - an overview of purification strategies”. Molecular Biotechnology, 24(3):257-81, (2003).
SÁ-PEREIRA, P.; DUARTE, J. C.; COSTA-FERREIRA, M. Electroelution as a simple and fast protein purifi-
cation method: Isolation of an extracellular xylanase from Bacillus sp. CCMI 966. Enzyme Microb.
Technol., 27(1/2):95-99, (2000).
SCHMIDELL, W.; LIMA, U. A.; AQUARONE, E.; BORZANI, W. Biotecnologia Industrial Vol 2 Engenha-
ria Bioquímica. Editora Edgard Blücher Ltda. São Paulo, Brasil, (2001).
SCHÜTTE, H.; KULA, M-R. Cell disruption and Isolation of Non-Secreted Products. In: RHEM, H.-J. e
REED, G. Biotechnology v.3 Bioprocessing. 2nd ed. Verlag Chemie, Basel, (1993).
SILVA, L. H. M.; LOH, W. Aqueous two-phase systems:fundamentals and applications for partitioning/pu-
rification of proteins. Quim Nova, 29(6):1345-1351, 2006.
SPENCER-MARTINS, I.; SÁ-NOGUEIRA, I. Biotecnologia Microbiana. In: LIMA, N.; MOTA, M. (eds.). Bi-
otecnologia Fundamentos e Aplicações. Lidel – Edições Técnicas, Lisboa, Portugal, 2003.
SRINIVAS, N. D.; BARHATE, R. S.; RAGHAVARAO, K. S. M. S. Aqueous two-phase extraction in combina-
tion with ultrafiltration for downstream processing of Ipomoea peroxidase. J. Food Eng., 54:1-6, 2002.
STEPHANOPOULOS, G. In: Biotechnology, v.3. Bioprocessing. Ed. VCH Publishers, New York, NY USA,
1993.
STETTER, K. O. Extremophiles and their adaptation to hot environments. FEBS Lett, 425:22-25, 1999.
1ª prova
122 ENZIMAS EM BIOTECNOLOGIA: PRODUÇÃO, APLICAÇÕES E MERCADO
TAKAC, S.; ELMAS, S.; CALIK, P.; OZDAMAR, T. H. Separation of the protease enzymes of Bacillus liche-
niformis from the fermentation medium by crossflow ultrafiltration. J. Chem. Technol. Biotechnol.,
75:491-499, 2000.
UHLIG, H. Industrial Enzymes and their Applications. John Wiley e Sons, 1998.
WALKER, G. M. Yeast Physiology and Biotechnology. John Wiley e Sons, New York, 1998.
WEBB, C. Glucoamylase production and nitrogen nutrition in Aspergillus awamori. Appl. Biochem. Bio-
technol., 39:349-369, 1993.
WOESE, C. R.; KANDLER, O.; WHEELIS, M. L. Towards a natural system of organisms: proposal for the
domains Archaea, Bacteria and Eucarya. Proc. Natl Acad. Sci. USA, 87:4576-4579, 1990.
XU, Y.; SOUZA, M. A.; PONTES, M. Z. R.; VITOLO, M.; PESSOA Jr., A. Liquid-liquid extraction of enz-
ymes by affinity aqueous two-phase systems. Braz. Arch. Biol. Technol., 46(4):741-750, 2003.
1ª prova