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Estética e História da Arte

UNIDADE 1
ESTÉTICA E HISTORIA DA ARTE

UNIDADE 1

Para início de conversa

Caro(a) aluno(a), seja bem-vindo. Este guia de estudos foi feito com muito carinho para você. Com ele,
você perceberá que estudar Estética e História da Arte é uma atividade envolvente, divertida, dinâmica e
muito prazerosa.
Trabalharemos, juntos a disciplina Estética e História da Arte. Juntos, veremos como o ser humano
reinventa seu próprio meio de encontrar formas para superar seus limites físicos. Isso mesmo, através da
Arte veremos que é possível ao homem transcender a sua realidade de modo que ele consiga expressar
seus sentimentos diante da vida.
Esses sentimentos, pode assumir diversas identidades. A Arte aparece para dar forma a eles.
No entanto, vamos começar com calma. Não há necessidade de pressa para contemplar o belo, o não
tão belo, o estranho, o que perturba. Sim, essas são algumas das sensações experimentadas porque se
envereda no estudo das Artes.
E veja só meu caro(a), na unidade 1 nós dois começaremos conceituando Arte, Educação e Cultura. Por
que isso? Porque é necessário entender bem cada uma dessas vertentes para que você em um futuro
próximo saiba apreciar de modo crítico uma obra de arte. Sendo assim, ao fazer essa conceituação,
veremos ainda nesta unidade a importância e as funções da Arte.
Será mesmo que ela deve ter alguma função? E se sim, qual?

Orientações da Disciplina

Ainda dentro da referida unidade, nós iremos estudar um pouco sobre o currículo de artes, bem como a
definição de cultura e um assunto que é fundamental nos dias de hoje: a diversidade. Você já deve ter
visto essa palavra por aí uma porção de vezes. Aqui em nosso guia de estudos ela nos ajudará a entender
os conceitos de cultura erudita, cultura popular e cultura de massa. Finalizando essa unidade, você e eu
iremos relacionar arte e literatura. Não poderíamos deixar esse vasto campo de fora de nossos estudos,
não é mesmo?
Na unidade 2 observaremos como aconteceu a trajetória da Arte nas diferentes civilizações e como ela
era produzida de acordo com o tempo e com a cultura predominante. A unidade 3 traz para nós a Arte
e a linguagem e a relação que existe entre as duas. Estudaremos um pouco da disciplina de Linguística
e veremos as diferentes linguagens que a arte pode assumir. Para finalizar nossos estudos, veremos, na
unidade 4 como é constituída a formação do docente em artes e as perspectivas de ensino/aprendizagem
dessa matéria.

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Palavras do Professor

Para facilitar a sua vida, esse guia de estudos, em diversos momentos, indicará a você links de
contextualização para que você acesse textos e vídeos complementares, que com toda certeza enriquecerão
a sua compreensão sobre.
Antes de finalizar essas boas-vindas, devo lembrá-lo que é fundamental que você tenha em mente que
esse guia de estudos é o seu apoio e o canal entre você e o seu livro texto. Portanto, se torna obrigatória
a leitura dos dois suportes para que você consiga vencer cada etapa desse percurso. Desse modo,
você notará que as aulas de Estética e História da Arte vão se transformar em um prazeroso espaço de
enriquecimento intelectual, cultural e de interação.
Comecemos nossa jornada. Seja bem-vindo mais uma vez!

CONCEITUANDO ARTE E EDUCAÇÃO


Então meu querido(a) aluno(a)!
De fato, nós dois iniciaremos juntos essa jornada pelo mundo fascinante das artes. E nada melhor do que
começar conceituando-a.
Você, já deve ter feito essa pergunta uma centena de vezes. Afinal, o que é Artes? Bem, não é uma
pergunta tão simples de responder quanto o que você pensa. Em todo caso, vamos tentar respondê-la
juntos.
Meu caro(a), você já se percebeu olhando a sua volta ? Os objetos que o rodeiam nos diversos ambientes
que você deve frequentar: sua casa, sua sala de aula, seu trabalho, enfim.
Onde eu quero chegar com essa percepção? Vou dizer-te agora: nesses diversos ambientes que imagino
que você frequenta, deve ter uma gama de objetos “úteis” criados para alguma finalidade.
Você ainda não está me entendendo? Deixe-me ser mais objetivo com você! Em seu quarto deve ter uma
cama na qual você dorme, certo? Essa cama foi produzida por alguém e tem a finalidade de ser o lugar no
qual você descansa todos os dias. Quando você se locomove para o trabalho, provavelmente, a não ser
que você tenha a sorte de morar perto de seu emprego, deve utilizar algum transporte, que também foi
produzido por alguém com a finalidade de fazer o traslado de pessoas.
Pois bem, caro(a) aluno(a), o homem está o tempo todo produzindo esses objetos “úteis”, pois eles servem
a uma necessidade imediata. Seria tão bom se fosse assim com a Arte também, não acha? Não quero em
hipótese alguma afirmar para você que a Arte é algo inútil. Muito pelo contrário. Com esses exemplos,
quero dizer para você que nem só da criação de objetos “úteis” para o momento imediato vive o homem.
É aí que entra a definição de Artes.

Fique atento!
Observe bem, esses artefatos citados no parágrafo anterior atendem às necessidades
imediatas do homem. Mas, se esse mesmo homem criasse objetos que não atendessem
às suas necessidades imediatas, porém, ajudasse-o a expressar seus sentimentos e
emoções diante dos percalços da vida?

Será que você está me entendendo, meu caro(a)? Sendo assim, podemos conceituar arte como sendo
criações humanas nos mais diferentes períodos da História e que servem para expressar e compartilhar

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com os outros seres humanos os diferentes estados de espírito de seu criador. Sendo mais claro, para
que não restem dúvidas, quando alguém cria um objeto artístico, ele quer externalizar o que está vivendo,
sentindo, sonhando, idealizando, reclamando, sofrendo.

Palavras do Professor

Para ficar ainda mais fácil para você, vou colocar a definição de um grande autor brasileiro, chamado Hilton
Japiassú, que diz que a Arte é um conjunto organizado de signos e materiais colocados em forma por um
espírito criador, o qual você pode chamar de artista, e esses materiais, formam um todo harmonioso e belo
capaz de proporcionar uma satisfação estética desinteressada. Esse conceito ficou fácil para você? Não?
Então não se esqueça, nobre estudante: a arte é o trabalho com estética, ideias e percepções. Tudo isso
para que no fim espectadores vejam e julguem cada um segundo a sua percepção do que vê.
Como você viu, não é mesmo tão fácil quanto parece definir Arte, não é mesmo? Pois bem, além
dessa definição que apresentei para você, é necessário que você saiba também que a Arte além dessa
representação da qual falamos, também pode ser um verdadeiro testemunho histórico, caro aluno, uma
vez que ela pode retratar a cultura e o sentimento de um povo, situações sociais, divindades de religião e
sentimentos religiosos, manifestações contra determinadas decisões de uma nação e entre outras coisas.
É bastante pano para a manga, você não acha? Vamos continuando porque ainda há muito por vir, caro(a)
aluno(a). Não se apresse!
Além de tudo isso que estamos conversando, é interessante que você tenha em mente que a Arte não
se limita apenas a um tipo de manifestação. Há Arte em forma de música, pintura, escultura, literatura,
cinema, entre outros. O que você deve ter ciência, meu caro(a), é que a Arte tem diversas ramificações e
linguagens.

Veja o vídeo!
Só que isso é assunto para outras unidades mais à frente. Para corroborar tudo o que
nós vimos até agora, vou deixar esse link da Univesp Tv, que é a Universidade Virtual
do Estado de São Paulo, no qual diversos teóricos trazem algumas definições de Arte.
É curtinho, tem treze minutos e é um vídeo complementar.

Palavras do Professor

Agora que você tem pleno domínio do conceito de Arte, meu caro(a), vamos abordar outro tão importante
quanto: Educação. Quando falamos nesse guia de estudos de Educação, estamos falando de condução.
Esse é o objetivo dela: conduzir, instruir, preparar alguém para o mundo.
No processo de educação, o sujeito assimila e adquire conhecimentos e desenvolve habilidades e valores
que ele levará para a vida toda. Tudo isso que ele desenvolveu durante o tempo em que foi educado é o
que permitirá que ele viva bem em sociedade.
Um grande teórico e pedagogo francês, que talvez você não conheça, chamado René Hubert, disse certa
vez que educação é um conjunto de ações e de influências, exercidas voluntariamente entre os seres
humanos. Perceba que a afirmação de Hubert corrobora com o que eu falei para você um pouco mais
acima. Sendo assim, as ações da educação têm a finalidade de atingir um propósito determinado no
indivíduo que está sendo educado. E você sabe para quê? Para que ele possa exercer sua função nos
contextos sociais, econômicos, culturais e políticos da sociedade em que está integrado.
4
Leitura complementar
Você deve ter percebido que, se resumir um pouco, a função da educação é sim permitir
que vivamos melhor em sociedade. Eu vou deixar um link de leitura obrigatória para
que você entenda um pouco melhor o que é e qual a função da educação.

Agora que você viu esses dois conceitos, que tal você e eu fazermos uma relação entre os dois? Vamos lá?
Bem, se educação é conduzir ou preparar alguém, despertando nele certas habilidades, como podemos
fazer uma relação entre essas duas vertentes? De forma simples, caro(a) Estudante! Através da Educação
pode-se incentivar o desenvolvimento das sensibilidades e capacidades artísticas, fazendo com que elas
se tornem um meio de conscientização para problemáticas ligadas à estrutura social, cultural e cognitiva
de um determinado povo.
Você entende o que quero dizer? Veja bem, através da educação artística é possível sim fomentar valores
humanos, noções de cidadania, alargar o conhecimento de mundo das pessoas e ainda desenvolver nelas
uma educação cultural. Você também não acha interessante como as coisas vão se encaixando entre si?
É absolutamente possível que Arte e Educação andem de mãos dadas! E que todo mundo ganhe com isso!

Palavras do Professor

E então meu caro(a), estás cansando?


Ufa, muita informação, não é? Façamos agora uma pequena pausa para uma questão importante. Tudo
bem, você já deve saber do que se trata, mas não custa relembrar. Esse guia de estudos é apenas um
complemento. Não deixe de consultar seu livro didático e nem tampouco deixe de acessar os fóruns e o
AVA. É isso que vai dar um embasamento real aos seus estudos. Não resuma seus estudos a apenas esse
guia. E qualquer dúvida, não hesite em chamar pelo seu tutor, ok? Sendo assim, podemos continuar!
Você aprendeu a conceituar arte e também aprendeu o conceito de educação. Relacionou as duas coisas
e viu que elas se dão muito bem quando andam juntas. Por isso quero nesse momento apresentar para
você a importância e as funções da Arte. Sim, ela possui algumas funções e é necessário que você saiba
distingui-las com precisão.
A importância da Arte você aprendeu aqui quando dissemos que além de expressar emoções e sentimentos,
retratar os elementos do meio natural de um povo, a Arte poderia ser também o testemunho histórico de
uma determinada cultura. É só você se lembrar da Arte na Pré-História.
Exemplo
Veja que exemplo maravilhoso: naquela época você sabe que não tínhamos a escrita ou
qualquer outro tipo de documento que retratasse esse período. O que aconteceu então?
Como sabemos sobre aquele período, se não havia nenhum registro? É aí que você se
engana, nobre aluno. Vá com calma! Não havia registro escrito, você tem razão. No
entanto, nossos ancestrais nos fizeram o favor de registrar nas paredes das cavernas
o seu dia a dia.
Os pesquisadores consideram esses registros como sendo o início da Arte humana. Daí você pode concluir
porque a Arte é tão importante: ela deixa para nós legados de diferentes culturas. O exemplo que expandi
para você foi apenas um de centenas que existem. Se você considerar as diversas culturas que já passaram
por nosso planeta e lembrar-se de que elas deixaram seus registros de uma forma ou de outra, verá que

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a importância da Arte é maior do que na verdade ela tem atualmente.
Observe estudante, para aqueles povos da Pré-História, a Arte poderia significar a sobrevivência deles.
Para as culturas já “civilizadas”, a Arte estava presente no cotidiano em forma de objetos com os quais
famílias ou povos inteiros compartilharam momentos de alegria, tristeza, culto, reflexão. Para você e
eu, que vivemos em pleno século XXI, a importância da arte se dê na forma como nos expressamos e o
que expressamos. Tal qual qualquer outra disciplina, a Arte é de suma importância e tem seu lugar de
destaque. É um patrimônio que deve ser preservado porque é parte daquilo que nós somos, da marca que
você e eu deixamos no mundo.
Agora que você conhece a importância da Arte, quero falar para você sobre suas funções. A Arte serve
para tanta coisa, querido aluno! Serve para alertar, fazer pensar, transformar o mundo, protestar. São
tantas coisas que poderíamos ficar horas conversando. Contudo, caro(a) aluno(a), como seu tempo deve
ser tão curto quanto o meu, vamos nos deter nas principais e seguir nosso caminho. Vou elencar abaixo
as principais:
1- Função pragmática ou utilitária da Arte – aqui, como o próprio título diz, a Arte objetiva alcançar um
fim não-artístico. Calma, eu explico: quando assume essa função, a Arte não é valorizada por si mesma,
mas, pela sua finalidade. Você consegue me entender? Aqui a Arte precisa ser útil. Questões estéticas ou
julgamentos de valor sobre belo ou não belo não cabem nessa função. Pense em uma daquelas músicas
de protesto, você deve se lembrar de alguma. Não? Vou ajudar você.

Escute a música!
A música Selvagem, da banda Paralamas do Sucesso (duração de quatro minutos,
link obrigatório) é um grande exemplo de arte pragmática. Perceba, que a letra dessa
canção traz uma inconformidade diante das injustiças cotidianas. Ela então consegue
atingir o objetivo de fazer com que as pessoas reflitam sobre o que acontece ao seu
redor. Espero que tenha ficado claro para você. Podemos continuar? Tudo bem, vamos
à próxima função.

2- Função naturalista da Arte – Esse tipo de função, penso que você não encontrará dificuldades para
aprender. Aqui a arte se importa com o conteúdo da obra e não com a sua apresentação. Veja bem, caro(a)
estudante: a função naturalista tem o objetivo de ser o mais fiel possível à realidade. Pense comigo: você
deseja que alguém faça um retrato seu. E você contrata o pintor de retratos mais famoso de sua cidade.
Ele olha para você e faz sua pintura. Ao final, você percebe que aquela pessoa pintada nem de longe se
parece com você.
Quanta decepção, não? A função naturalista diria para você que não importa quem está pintando seu
retrato, mas sim, que seu retrato seja o mais parecido possível com você. Portanto, meu caro(a), mesmo
que você contrate um ilustre desconhecido para fazer o seu retrato, se ele conseguir deixar a pintura
fiel ao que você deseja, essa pessoa acabou de usar a função naturalista. Portanto, podemos dizer que
essa função busca a perfeição do que é retratado. Creio que você entendeu direitinho essa lição. Vamos
continuar que há muito por vir ainda.
3- Função formalista da Arte – Essa é a única função que se preocupa com a forma estética da Arte.
Não entendeu? Tudo bem, eu explico: aqui o que interessa são os princípios que determinam a organização
da obra de arte. Entenda, caro aluno: a concepção da obra nessa função é muito mais importante do que
os motivos que levaram o artista a produzi-la. Ela não objetiva representar fielmente o objeto.

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Exemplo
Deixe-me dar um exemplo: veja esse quadro de Beatriz Milhazes. Perceba que ao
representar as flores, a artista não se preocupou em fazer isso de modo fiel tal qual
aparecem na natureza, porque o que interessa para ela é a estética do quadro, não a
realidade. Portanto, como você pode perceber, o que importa são os elementos que
compõem a obra e não a representação verdadeira da realidade.
Espero que tenha assimilado bem esses conceitos. Restam dúvidas? Que tal consultar seu tutor e ler seu
livro texto? Assim que fizer isso, continuaremos nossa viagem.
Coisa interessante é estudar arte, você não acha? Conceito, importância, funções. É tanta coisa dentro de
uma única disciplina. Ah, por falar nisso, que tal você e eu darmos uma olhada em que consiste o currículo
de artes, já que você tem pleno domínio dos assuntos anteriores? Vamos lá?
Caro(a) aluno(a), antes de iniciarmos esse tópico, é interessante que você tenha ciência de que a
composição do currículo de Artes não é das mais simplórias. Muito pelo contrário! Você encontrará
abordagens que vão desde o conceito de Cultura e Diversidade, até as múltiplas linguagens da Arte. Não
se preocupe, vou explicar para você.

Guarde essa ideia!


Já conversamos mais cedo sobre a conceituação de Artes e chegamos ao acordo
de que uma de suas definições consiste na afirmação de que Arte é a expressão de
diversas manifestações do espírito humano. Isso não é nenhuma novidade para você.
Contudo, você precisa saber que cada pessoa ou cada cultura ou ainda cada povo tem
seu modo de se expressar artisticamente. Uns fazem isso muito bem através da música;
Outros utilizam a Literatura; outros preferem dança; alguns se sentem à vontade com
o teatro; Há ainda pessoas que têm muita habilidade com artes plásticas ou visuais.
Acho que você entendeu o que eu quis dizer. Essas diferentes formas de produzir arte
são justamente as que estão presentes no currículo de Educação Artística.

Veja bem, querido(a) aluno(a), o objetivo desse currículo é fazer com que o sujeito que se enverede pelo
caminho dos estudos da Arte tenha mecanismos para saber selecionar, produzir, julgar e apreciar a
qualidade estética do que lhe é apresentado. Desse modo, meu caro(a), o currículo de Artes se torna uma
ferramenta que subsidiará o sujeito fazendo com que ele conheça a produção artística com a qual ele se
depara e se torne fruidor crítico daquele produto.
Você poderá dizer então que o currículo de Artes quer fazer com que o sujeito pense artística e
criticamente, analise o que lhe é apresentado e tome postura frente a isso. Lembre-se de que constam
no currículo diferentes plataformas artísticas. Sabendo disso, você deve se atentar, que cada uma dessas
plataformas lida não somente com seu conhecimento específico, mas também com sensibilidade, emoção,
subjetividade.
Por isso, caro(a) estudante, podemos afirmar que o currículo de Artes tem o objetivo também de assegurar
que se ensine e aprenda essa disciplina de uma forma que seja assegurada a continuidade, mas também,
que haja ruptura. Parece confuso, não é? Só que é mais simples do que você imagina. Visando a efetiva
formação do professor, este currículo, seja nas mais diferentes esferas da Arte, estimula o sujeito a se
inserir em contexto artístico como forma de viver. Isto quer dizer, que o currículo de Artes deseja promover
a experiência estética cotidiana na vida da pessoa que se propõe a ensinar/aprender Artes.

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Palavras do Professor
Você deve estar se perguntando por que isso é importante. Vou te responder agora: é importante porque
enquanto área de conhecimento, este currículo propõe modos de pensar, de chegar a produções inusitadas
e estéticas, propõe também novas formas de ver o mundo e, além disso, ele quer apresentar este mundo
com registros diferenciados, tendo em vista as construções humanas que envolvem diversos contextos,
os quais eu posso citar para você da seguinte forma: o contexto cultural, o socioeconômico, o histórico, o
político, entre outros.
Creio que você tenha entendido bem o motivo pelo qual o currículo de Artes é organizado dessa maneira,
não é? Sendo assim, vamos seguindo nosso caminho.
Caro(a) estudante, nesse momento é hora de estudarmos um conceito bastante interessante, porém, que
se não for bem delimitado, pode causar um pouco de confusão. Vamos estudar Cultura. Mas, afinal, o que
é cultura?
Você já deve ter ouvido por aí alguém dizer que determinada pessoa não tem cultura, porque gosta de
coisas diferentes ou coisas populares ou ainda porque não é muito inteligente. No entanto, se você
pensar, que a definição de cultura é muito mais abrangente do que definir a inteligência de alguém por
causa de determinados gostos pessoais, ou ainda que, saber bastante das coisas não tem a ver com
cultura, mas sim, com erudição, nunca mais diríamos que uma pessoa não tem cultura.

Para Refletir
Você tem. Eu também tenho. Todas as pessoas no mundo têm. O que diferencia, meu
caro(a), é que as culturas são diferentes, porque os povos que habitam a Terra são
diferentes. Creio que você já deva ter deduzido o que quero dizer.

A cultura, tem a ver com a formação do espírito humano, isto é, são os tesouros coletivos de saberes
possuídos pelo homem. Veja bem, por mais que alguém não tenha ido à escola, por mais que um povo
viva isolado, eles têm sua cultura, sabe por que, querido(a) aluno(a)? Por que a cultura tem relação com
costumes, sistemas, leis, religião, suas artes, ciências, crenças, mitos, valores morais e em tudo aquilo
que compromete o sentir, o pensar e o agir desse povo.

Guarde essa ideia!

A cultura é inerente ao ser humano. Você não pode simplesmente dizer que alguém não possui cultura
porque gosta de coisas diferentes do que uma gama de pessoas gosta. Entendeu o que quero dizer? Sim?
Lembre-se! Caso ainda tenha alguma dúvida, pare de ler esse guia agora e vá consultar seu livro texto.
Aproveite também e dê uma lida no fórum, pois lá pode estar a resposta que sana sua dúvida. Se ainda
assim não ficar claro, entre em contato com o seu tutor. Só depois disso é que você deve continuar com
a leitura desse guia.
Então, vamos seguindo. Agora que você sabe que a cultura é uma atividade humana e que cada povo
possui a sua, podemos prosseguir sem problemas. Só que vamos pensar um pouco! Qual a relação entre
cultura e Artes?
Você acabou de aprender que cada povo tem a sua cultura. Logo, você deve ter deduzido que eles também
tinham a sua arte. Isso significa, que as manifestações artísticas produzidas pelas diferentes culturas que
habitavam e as que ainda habitam o nosso planeta são diferentes. Veja bem, eu falei diferentes, mas em

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momento algum disse que uma era melhor que a outra, porque esse conceito de melhor em cultura não
existe. Saiba você que o que ocorre é uma cultura ser diferente da outra. A essa diferença, você pode
chamar de diversidade. Vamos explorar um pouco esse tema?
O conceito de diversidade, como você já deve ter presumido, está ligado ao que é diferente, ao que é
plural, múltiplo, ao que apresenta diferentes pontos de vista. Esse conceito está em pleno uso nos dias
atuais e eu posso listar para você alguns tipos de diversidade: a de gênero, de etnia, de orientação
sexual, entre muitas outras. Desse modo, você acaba de entender que a diversidade trabalha com o que
é diferente. Você deve estar se perguntando o que isso tem a ver com nossos estudos. Calma, que já te
respondo. Nos estudos de artes é comum trabalhar com a diversidade cultural, isto é, as diferenças de
cultura que existem entre os seres humanos.

Veja o vídeo!
Pense comigo, se somos pessoas diferentes vivendo em culturas diferentes, é normal
que nosso modo de se expressar verbalmente, nosso modo de vestir, de dançar, celebrar
e até nossas religiões sejam diferentes. Veja esse vídeo com duração de pouco mais
de nove minutos para entender melhor do que eu falo para você. O vídeo é obrigatório.

Agora que você viu que a diversidade trata da diferença, é preciso fazer uma observação antes de
continuarmos. Falei para você um pouco mais cedo que nenhuma cultura é superior a outra, mas, apenas
diferente. Desse modo, mesmo que você e eu pertençamos a uma cultura e não nos identificamos com
outra ou outras, é necessário que aprendamos a cultivar uma coisa chamada respeito. Sem isso, meu
caro(a), tenha a certeza de que a diversidade cultural traria muitos conflitos e as pessoas iriam tentar impor
sua cultura umas as outras. Portanto, conviver, respeitar e promover a diversidade cultural é fundamental
para que você e eu vivamos em um lugar onde reine e paz e a harmonia, apesar das diferenças. E por
falar em diversidade e diferenças, quero aproveitar o gancho e mostrar para você que o conceito de
diversidade é tão amplo que chega até ao conceito de cultura. Isso mesmo! A cultura quando misturada
com a diversidade ganha algumas conotações especiais que irei mostrar a você agora com todo prazer.
Quero apresentá-lo a três conceitos fundamentais de cultura que são pautados na diversidade. Vamos
conhecê-los?
1- Cultura Erudita – esse conceito é erroneamente divulgado como sendo o superior a todos. Vimos nas
aulas passadas que erudição nada mais é do que ter estudo ou conhecimento sobre algo. Esse conceito
de cultura erudita engloba um alto grau de estudo, conhecimento ou ainda uma formação específica sobre
um determinado assunto. Neste caso, como estamos falando sobre arte, esse assunto, é claro, estará
diretamente ligado a ela. Portanto, pode ser conhecimento sobre dança, música, dramaturgia, pintura,
escultura e uma vasta gama de vertentes artísticas.
A cultura erudita exige estudo cuidadoso, pesquisa minuciosa e condições para se investir e ampliar
o conhecimento. Em contrapartida, infelizmente a cultura erudita é associada às camadas sociais
economicamente elevadas, uma vez que elas possuem fácil acesso nos quais a erudição predomina. E
por apresentar essas características, a cultura erudita fica restrita a poucos. Geralmente, ela fica restrita
a uma minoria de intelectuais das mais diversas especialidades, e geralmente saídos dos segmentos
superiores da classe média e da classe alta. O que gera um efeito nocivo: a cultura erudita muitas vezes
é rotulada como sendo superior. E você acabou de aprender que não é bem assim. Para que você consiga
concretizar a cultura erudita em sua cabecinha, vou te dar como exemplo, a ópera, a música erudita, os
grandes cânones da literatura, entre outros.

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Agora que você aprendeu sobre cultura erudita, quero apresentá-lo a outro tipo que é o oposto da que
acabamos de estudar. Ela se chama cultura popular. Vejamos:
2 – Cultura Popular – Caro(a) aluno(a), esse tipo de cultura que você e eu estudaremos agora é oposta à
cultura erudita. O que isso quer dizer? Veja bem, a cultura popular, diferentemente de sua irmã erudita, não
precisa de estudo específico ou pesquisa minuciosa para ser produzida. Muito pelo contrário! Essa cultura,
tem como forte característica justamente a espontaneidade e a grande acessibilidade, uma vez que seu
raio de alcance é bastante amplo, já que ela é produzida pelo povo. Você deve estar se perguntando agora
que, se ela é produzida pelo povo e não necessita de rigoroso estudo, deve ter qualidade inferior a erudita.
Não é bem assim. Popular não é sinônimo de coisa ruim ou mal feita. Popular quer dizer que essa cultura
é consumida pelas grandes massas. Deixe-me dar um exemplo para que tudo fique claro em sua mente:
um espetáculo de ópera, por exemplo, provavelmente alcançará as elites intelectualizadas que têm algum
estudo sobre esse tipo de arte. Logo, o grande povo que não domina certos conceitos necessários para
esse tipo de apresentação, não terá tanto interesse. Você concorda comigo?
Agora pense em uma grande festa popular. Pensou em carnaval? Muito bem! Até onde você imagina
que vai o alcance do carnaval no Brasil? Claro que não é o país todo que participa dessa festa, mas, se
você olhar com um pouco mais de atenção, verá que boa parte da população brasileira, principalmente
as camadas menos favorecidas socialmente, participam em massa dessa festa. É porque meu caro(a), ela
não precisa de grande elaboração ou estudo para acontecer. É isso que vai ser um dos pilares da cultura
popular. Acessível a grande parte da população e de fácil consumo. Mas lembre-se, que apesar de ser de
fácil consumo, não pode ser desmerecida mesmo se comparado à cultura erudita. São apenas diferentes
umas das outras. E embora eu tenha apenas citado o carnaval para você, há diversos exemplos desse tipo
de cultura: na música você tem o samba, na literatura você tem o cordel, no teatro você tem os autos e
entre outros, que é para não me estender muito. Ficou claro para você esse conceito? Se sim, podemos ir
ao último tópico sobre cultura, que é a cultura de massa.
3- Cultura de massa – Esse tipo de cultura, em muitos casos é equivocadamente confundida com a cultura
popular. Apesar do nome massa sugerir um largo alcance, há uma grande diferença entre as duas. E você
deve fica atento, que é para não fazer confusão.

Guarde essa ideia!


Veja bem, a cultura de massa está relacionada com a indústria cultural. O que isso
significa, você deve estar se indagando. Vou te explicar! Esse tipo de cultura, apesar
de também ser popular, não abrange um público específico. Penso que ainda não fui
claro. Quando um produto cultural é criado especificamente para as massas, ele não se
destina a um público restrito social, étnica, etária ou sexualmente.

Ele quer atingir o maior número de pessoas que puder, independentemente das diferenças que essas
pessoas possuem e que eu acabei de citar para você. Entenda, caro(a) aluno(a), esse exemplo que vou
dar: o funk carioca. Ele não tem um público definido e muitas de suas canções extrapolam os limites da
cidade do Rio para ganhar todo o país.

Escute a música!
Talvez você não lembre, mas o sucesso da banda Bonde do Tigrão nos anos 2000
(complementar) foi tão grande que virou uma febre no Brasil. Homens e mulheres de
diferentes faixas etárias, crianças de diferentes classes sociais, enfim, muita gente
dançando essas músicas que tiveram origem na cidade do Rio de Janeiro.

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E elas foram amplamente divulgadas pelos meios de comunicação de massa, quais sejam o rádio e a
televisão. Lembre-se, então que a cultura de massa é padronizada e de consumo imediato. Portanto, não
deve ser confundida com a cultura popular que traz elementos específicos de um povo ou de uma região.

Veja o vídeo!
Para que você absorva de vez o conceito de cultura de massa, deixarei o link de um
vídeo visando a facilita sua vida. O vídeo tem oito minutos e é obrigatório. Só continue
com esse guia depois de assisti-lo.

Palavras do Professor

Querido(a) aluno(a), estamos quase no fim dessa primeira unidade e eu espero que você tenha se divertido
tanto quanto eu estudando esses conceitos que compõem a matéria de Artes. Veja que não há com o que
se preocupar. É só ler atentamente e seguir os passos que estou cuidadosamente indicando para você.
Antes de continuar, quero novamente reforçar aquele aviso: participar dos fóruns, ler o seu livro texto e
fazer perguntas ao seu tutor. Esse guia é somente uma ferramenta de complemento de seus estudos. Por
favor, não se baseie apenas por ele. Tudo bem para você? Vamos continuar.
O nosso último tópico tem a ver com artes e literatura. Você gosta de literatura? É mesmo incrível usar as
palavras para criar grandes histórias e fazer arte, não é mesmo? Você sabia, que Literatura é o conjunto
de obras literárias de reconhecido valor estético, pertencentes a um país, época, gênero? Deixa eu te
explicar melhor.
Essa arte da palavra, que já era produzida e estudada desde os gregos, é imprescindível na formação
cultural e social de um povo, porque usa a palavra como matéria-prima, extraindo dela seus múltiplos
significados ou usando-a como instrumento para falar da realidade. A Literatura, meu caro(a), pode ser
considerada como uma forma de arte porque desperta no leitor emoções, reativa sentimentos, ajuda-o e
oferece-lhe ferramentas para que ele crie uma visão particular de mundo.
Através da Literatura, você e eu temos a possibilidade de  embelezar a nossa vida, aguçar a nossa
sensibilidade e recriar mundos, uma vez que somos pessoas que nos contentamos somente com aquilo
que é real. A literatura, é fruição, é mergulhar no prazer que a leitura pode oferecer e a oportunidade
que ela nos entrega de viver outras vidas. O prazer estético que a literatura proporciona torna-nos mais
atentos àquilo que é impalpável, torna-nos sensíveis às dores do mundo.

Praticando

Traduzindo isso de modo concreto para você, tente pensar em uma das obras de um grande escritor e
dramaturgo chamado Willian Shakespeare. Tudo bem que boa parte de sua obra foi direcionada ao teatro.
Mas veja essa em especial, chamada Romeu e Julieta. Provavelmente você conhece essa história e
pode lê-la várias vezes que ainda assim se emociona ou se surpreende com o fim. O amor incondicional
entre um casal de famílias que são rivais. É a Literatura nos mostrando que nem a morte vence o amor
verdadeiro. Trazendo para uma realidade mais próxima de você e eu, veja esse poema de um grande autor
pernambucano chamado Miró da Muribeca:

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Linha de risco
Recife
É o sol saindo
E a bandeira 2 anunciando seus mortos,
Foi 1 tiro lá na Linha do Tiro,
3 facadas na Bomba do Hemetério
Eu passando manteiga no pão
E pensando, quem será o próximo?
Mataram a pedradas lá pras bandas do
Coque
Encontrado enforcado nas matas de
Apipucos
Estupraram mais uma mulher em Casa Amarela,
Sangra a periferia bem de manhãzinha
O café esfria de tanta dor
E o pior, é que não adianta chorar o leite
derramado.
Veja que coisa é a arte literária! Para quem mora em Recife, todos esses lugares citados pelo poeta são
absolutamente familiares. É uma viagem pela Veneza Pernambucana sem ao mesmo largar o livro. E não
é só por meio de poemas que conseguimos fazer essa viagem artística.
A gama de possibilidades que a Literatura nos oferece é imensa. Os gregos costumavam escrever suas
epopeias para narrar os feitos heroicos de grandes homens. É só você se lembrar da Odisseia e de Ilíada.
Mario de Andrade nos legou uma obra de arte em forma de cartas quando trocou correspondência com
Fernando Sabino. Vinícius de Morais que fazia seus poemas musicados e tanto nos encantou com clássicos
como Soneto de Fidelidade; Paulo Leminski com seus famosos Haicais; José Borges, que talvez você não
o conheça, mas mora no município de Bezerros - PE e é um dos maiores cordelistas e xilogravuristas do
Brasil.
Dicas
Se você não sabe o que é literatura de cordel e nem xilogravura, não se preocupe que
eu explico agora para você: A literatura de cordel é um gênero literário popular escrita
geralmente em versos rimados e contam histórias que se passam no meio do povo. O
cordel recebeu esse nome, porque eram folhetos pendurados em cordão ou barbante.
Esse tipo de literatura é absolutamente popular no Nordeste, sendo considerada uma
arte de cultura popular. Já nas xilogravuras o artesão utiliza um pedaço de madeira para
entalhar um desenho, deixando em relevo a parte que pretende fazer a reprodução. Em
seguida, utiliza tinta para pintar a parte em relevo do desenho. Na fase final, é utilizado
um tipo de prensa para exercer pressão e revelar a imagem no papel ou outro suporte.
As xilogravuras, se você não sabe, são muito comuns aparecerem nos cordéis para
ilustrar as histórias.

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Guarde essa ideia!
Ufa, foi muita informação? Então, percebeu, como o campo da arte literária é vasto? E
ainda nem vimos tudo. Mais na frente estudaremos especificamente alguns períodos
literários que marcaram a história artística da humanidade.
Por enquanto eu espero que você tenha entendido que a Literatura é arte porque ela
trabalha artisticamente a palavra e causa em que recebe os textos algum tipo de
inquietação, tanto de forma positiva quanto de forma negativa.

É bastante simples de apreender esse conceito, você não acha?

Palavras do Professor

Então caro(a) estudante, chegamos ao fim de nossa primeira unidade. Foram tantos conceitos vistos, não
é mesmo? Aprendemos o que é arte, educação, fizemos a relação entre essas duas vertentes, passamos
pelas funções da arte e vimos a importância e finalidade do currículo de educação artística tanto para os
docentes como para os alunos.
Você aprendeu também o conceito de cultura e viu que ela se divide em erudita, popular e de massa.
Aprendeu também que em toda cultura há também diversidade, porque as pessoas não são iguais e por
fim você estudou um pouco de literatura, aprendendo seu conceito e vendo qual a importância que ela
possui para o estudo das artes. Foi uma primeira unidade bem movimentada, não foi mesmo?
Espero bastante que você tenha gostado, porque nessa segunda unidade mergulharemos na trajetória da
arte nas civilizações. Será maravilhoso também.
Agora é com você. Chegou a hora de responder os fóruns e as atividades propostas. Tenho certeza de
que você fará isso sem o menor problema, pois estudou bastante esses assuntos. Pegue seu livro texto e
comece a responder agora suas atividades.
Como assim? Ainda tem alguma dúvida? Que tal aproveitar o fim dessa unidade e conversar um pouco
com o seu tutor? Espero você na próxima unidade.
Um abraço e nos veremos em breve!

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