Adaptado e alterado
por César Francisco Raymundo
A primeira pergunta foi: "quando acontecerão essas coisas?", sendo esta uma
referencia ao "não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derrubada", dita
anteriormente por Jesus. Isto, segundo eles, teria se cumprido no ano 70 d.C.,
quando Vespasiano e Tito cercaram Jerusalém e assolaram a cidade e o templo.
Já para as duas últimas perguntas: "que sinal haverá da sua vinda e do fim do
mundo?", aqui, dizem eles, os discípulos estavam perguntando ao Mestre
quando Ele iria retornar, e quando seria o fim do mundo.
Verso 31 "O Filho do Homem será entregue nas mãos dos homens, e o matarão;
mas, três dias depois da sua morte, ressuscitará". O Evangelho diz que (verso
32) "Eles, contudo, não compreendiam isto e temiam interrogá-lo".
Lucas 24:5-8: "E, estando elas muito atemorizadas, e abaixando o rosto para o
chão, eles lhes disseram: Por que buscais o vivente entre os mortos? Não está
aqui, mas ressuscitou. Lembrai-vos como vos falou, estando ainda na Galiléia,
Dizendo: Convém que o Filho do homem seja entregue nas mãos de homens
pecadores, e seja crucificado, e ao terceiro dia ressuscite. E lembraram-se das
suas palavras".
Lucas 24:15-28: "E aconteceu que, indo eles falando entre si, e fazendo
perguntas um ao outro, o mesmo Jesus se aproximou, e ia com eles. (16) Mas
os olhos deles estavam como que fechados, para que o não conhecessem.
E ele lhes disse: Que palavras [são] essas que, caminhando, trocais entre vós,
e por que estais tristes? E, respondendo um, cujo nome [era] Cléopas, disse-lhe:
És tu só peregrino em Jerusalém, e não sabes as [coisas] que nela têm sucedido
nestes dias?
E ele lhes perguntou: Quais? E eles lhe disseram: As que dizem respeito a
Jesus Nazareno, que foi homem profeta, poderoso em obras e palavras diante
de Deus e de todo o povo; E como os principais dos sacerdotes e os nossos
príncipes o entregaram à condenação de morte, e o crucificaram. E nós
esperávamos que fosse ele o que remisse Israel; mas agora, sobre tudo isso, é
já hoje o terceiro dia desde que essas coisas aconteceram.
É verdade que também algumas mulheres dentre nós nos maravilharam, as
quais de madrugada foram ao sepulcro; E, não achando o seu corpo, voltaram,
dizendo que também tinham visto [uma] visão de anjos, que dizem que ele vive.
E alguns dos que estavam conosco foram ao sepulcro, e acharam [ser] assim
como as mulheres haviam dito; porém, a ele não [o] viram.
E ele lhes disse: Ó néscios, e tardos de coração para crer tudo o que os
profetas disseram! Porventura não convinha que o Cristo padecesse estas
[coisas] e entrasse na sua glória? E, começando por Moisés, e por todos os
profetas, explicava-lhes o que dele se achava em todas as Escrituras. E
chegaram à aldeia para onde iam, e ele fez como quem ia para mais longe".
João 12:14-16: "E achou Jesus um jumentinho, e assentou-se sobre ele, como
está escrito: Não temas, ó filha de Sião; eis que o teu Rei vem assentado sobre
o filho de uma jumenta. Os seus discípulos, porém, não entenderam isto no
princípio; mas, quando Jesus foi glorificado, então se lembraram de que isto
estava escrito dele, e [que] isto lhe fizeram".
João 20:9: "Porque ainda não sabiam a Escritura, que era necessário que
ressuscitasse dentre os mortos".
O Equívoco com relação ao Seu ministério e ao Reino
Em Cafarnaum Jesus interroga seus discípulos: "De que é que discorríeis pelo
caminho?" Eles não tiveram coragem em responder porque (verso 34) "pelo
caminho, haviam discutido entre si sobre quem era o maior". Uma vez que
pensavam que Jesus fosse implantar um Reino político em Jerusalém, já lutavam
entre si por cargos. Havia uma grande discussão sobre quem era o maior na
plataforma política. Eles foram chamados para ser mártires do Evangelho.
Todos os apóstolos foram mortos (segundo a tradição apenas João teve morte
natural). Mas ainda não sabiam qual seria seus ministérios. Pensavam que
seriam grandes políticos e ministros no reino terrestre de Jesus em Jerusalém.
Mas esse não era um equívoco somente daqueles discípulos, na verdade
aqueles discípulos refletiam o pensamento escatológico de seu tempo.
Esperavam um Messias político, religioso, com atributos tais como os de Moisés,
Josué, que reinaria em Jerusalém como Davi. Essa era a expectativa judaica
daquele tempo, os líderes religiosos daquele tempo também esperavam tais
coisas, e quando tiveram oportunidade, perguntaram ao Mestre:
Lucas 17:20-21: "E, interrogado pelos fariseus sobre quando havia de vir o reino
de Deus, respondeu-lhes, e disse: O reino de Deus não vem com aparência
exterior. Nem dirão: Ei-lo aqui, ou: Ei-lo ali; porque eis que o reino de Deus está
entre vós".