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1.

A minha investigação será centrada em (a minha temática))

Interculturalidade crítica e processos educativos que fortalecem/subvertem uma colonialidade


de gênero

2 O problema que eu coloco profissionalmente é: ….

De que forma são

3.As minhas hipóteses de investigação são:

Tendo em vista que a escola é uma arena de disputas

A teoria na qual me inscrevo conduzir-me-á a ler obras de……

Interculturalidade crítica

Pós-colonialismo

Desconstrução

Teorias pós-críticas de educação

Metodologia Decolonial - busca ler na contramão do positivismo, trata o saber como local, político,
comprometido.
Utiliza arcabouço teórico proporcionado pelos estudos pós-coloniais e decoloniais, questiona
pretensas “verdades universais”, busca leitura no entre-lugar das relações entre saber e poder.
Abre-se para os saberes “outros” (nossos saberes) historicamente subalternizados.
Ela é pluralista, utiliza autores como Michel Foucault, Edward Said, Walter Mignolo, Franz Fanon,
Homi Bhabha.
O método que vou utilizar para recolher dados e para os analisar conduzir-me-à:

Questionário

Análise de TCC

Etnografia

Grupo focal – 40%

Que dados vou recolher?

e como os vou tratar ?

TCC

Projeto de curso de Pedagogia

Ementas

Questionario com professores que lecionaram no curso

Questuonario com estudantes concluintes

Grupo focal – quetionário semi – aberto

Etnografia em uma escola

Avaliar e concluir; a conclusão confirmará ou infirmará as minhas hipóteses?

Pós-estruturalismo

questiona-se a colonialidade – a colonialidade é constitutiva da modernidade - (padrões de


poder baseados em uma hierarquia) presente na educação,

desvela-se o sexismo, a hierarquização das relações, a formação e distribuição de identidades

problematiza-se os diversos saberes e o diálogo entre diferentes conhecimentos


estimula-se a construção de identidades culturais

empoderamento de pessoas e grupos excluídos

questiona os legados eurocêntricos ou da modernidade

tem sua origem no sul,

atacar as condições ontológicas-existenciais e de classificação racial e de gênero; incidir e


intervir em, interromper, transgredir, desencaixar e transformá-las de maneira que superem
ou desfaçam as categorias identitárias [...]” (WALSH, 2013, p. 55). Desde essa perspectiva,
poder-se-á falar em pedagogias radicalmente decolonais

conhecer a forma em que o sujeito colonizado interioriza seu processo de colonização criando
assim as condições de não-existência”

Que outras formas há de ser homem ? que nos quiere hace pensar que solamente podemos
ser mujeres y hombres en los términos del hombre blanco, del Estado-nación, de ese modelo
de humanidad individualista y fundamentalmente violento.

Como atua o professor de séries iniciais, formado em pedagogia, em face da


interculturalidade crítica?

Trabalhar com mulheres não brancas

Así, debemos criticar sus apuestas políticas, sus agendas, con el fin de producir una nueva
lectura que parta de nuestras experiencias y nuestras interpretaciones como mujeres no
blancas de Abya Yala, pertenecientes a determinadas comunidades sometidas a procesos de
racialización y empobrecimiento.

Apoiando-nos em Catherine Walsh (2009) e Homi Bhabha (2011), apresentaremos uma


análise da última parte do livro didático “Vontade de Saber Português” (2012), 9º ano
do Ensino Fundamental II, utilizado nas escolas públicas da cidade de Porto Seguro,
Bahia. Selecionamos este material que traz uma unidade intitulada “Por um mundo
melhor”, dividida em dois capítulos: “Diga não à violência” e “Do caos à esperança”.
Fazem parte de nosso corpus de análise, quatro textos assinados por escritores de
renome nacional e um conhecido internacionalmente, além de seções sobre gramática,
oralidade e produção escrita. Nossa leitura, apoiada na perspectiva decolonial, indica
que apesar de se interessar por combater a violência e promover a paz, o livro apresenta
lacunas, dando lugar a mal-entendidos. Pode fortalecer o status quo, o preconceito, a
visão linear e binária, pois, silencia-se sobre a violência contra grupos minoritários. Não
menos importante, apresenta o Quênia como país dependente de alimentação por parte
das nações desenvolvidas, ao passo que coloca a racionalidade e a civilização ocidental
em condição de superioridade frente a outras formas de conhecimento. É fundamental
investir na Diversidade Cultural e no Diálogo Intercultural, uma demanda contrária ao
preconceito, aos estereótipos e aos discursos reducionistas que vêm a reboque da
tolerância, inserindo-nos numa caminhada possível para a educação intercultural e para
a paz. Esta caminhada compreende a cultura como não estática, inviabiliza categorias
bem marcadas e construídas por meio de pares de opostos hierárquicos encerrados em si
mesmos e, supostamente, autotransparentes. O projeto epistêmico, ético e político da
interculturalidade pode revelar e combater os jogos de poder e saber, no seio da
diferença colonial. Seu olhar intercultural crítico irrompe interconexões no lugar de
dicotomias, surpreendendo os jogos de opostos com redes, conexões e diferenças
múltiplas. Esta visão, dialógica e não reducionista, abre-se à reciprocidade de relações e
à pluralidade de sentidos e saberes. O que se espera encontrar em um livro que educa
nossos jovens? Acolhimento e abertura à diferença, colocando em foco maneiras outras
de ser e existir, fertilizando saberes, numa plasticidade movente indo da violência à
esperança.

Palavras chave: Livro didático; Interculturalidade; Decolonial

1. Do controle do conhecimento: Pensamento, Mundo e Ser como mercadorias

Em pleno século XXI, na contramão dos estudos da diferença, do pensamento


decolonial, pós-colonial e intercultural, movimentos retrógrados e fundamentalistas
ocupados em equacionar vozes dissonantes, apostam numa guinada radical em prol de
um pensamento único e homogeneizante.
A globalização perversa, a desarticulação dos direitos trabalhistas, o
recrudescimento da legislação autoritária, o fortalecimento de discursos que restringem
os direitos humanos e uma política econômica privatista, privilegiam os setores com
maiores vantagens competitivas, articulam-se ao pensamento único, o qual tenta fechar
o campo de significação, apagar alternativas, negar a história e inviabilizar outras
possibilidades de futuro.
Não é difícil perceber este movimento, se retomarmos discursos sectários como
os de Donald John Trump1, pré-candidato à presidência dos Estados Unidos da
América, líder em pesquisas de intenção de voto dos Republicanos e, Jair Messias
Bolsonaro, pré-candidato do Partido Social Cristão, às eleições à presidência do Brasil
em 2018, aparecendo ele com 6% das intenções de voto 2. Em suma, o caminho que
trilham é politicamente conservador e liberal no sentido econômico, permeado por
declarações racistas, xenófobas, homofóbicas e sexistas.
Em sua campanha, Trump elogia Sadam Hussein e o líbio Muamar Khadafi3,
enquanto Bolsonaro enaltece o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra4, primeiro militar
a ser reconhecido pela Justiça e considerado responsável por tortura de presos políticos
durante a ditadura civil militar, instituída pelo golpe de 1964.
Tal concepção conservadora reproduz as estruturas e os desmandos do poder,
refletindo a posição dominante e segregacionista. Numa espécie de “onto-teo-logia”, ou
seja, num esquematismo da presença presente (onto) – assentado na Metafisica desde os
gregos , crendo-se legível por sí, ou seja, ignorando que nada exista que não seja em
relação, no âmbito de uma estrutura de referências – e com maior ênfase, fortalecido por
uma ortodoxia cristã (teo) e pelos mitos de Nação, Família e Progresso infinito
construído desde o Iluminismo (logia), em sua vertente radical, serve à apologia à
tortura, ao fascismo e a tudo que é antidemocrático e desumano.
Guardadas as devidas proporções, a Razão iluminista, a fé na ciência moderna e
uma leitura ortodoxa de textos bíblicos, têm dado lugar – e não se trata apenas de
Trump ou Bolsonaro –, a um discurso da “Salvação”, seja da Alma ou do corpo terreno
(cujo interesse seria o domínio da Natureza), em prol do que se pode chamar de
desenvolvimentismo, preservação da vida e da família.

1
Cf. http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2015/12/trump-continua-liderando-pesquisas-de-
intencao-de-voto-dos-republicanos.html.
2
Cf. http://www.pragmatismopolitico.com.br/2016/02/datafolha-divulga-nova-pesquisa-para-eleicao-
presidencial-de-2018.html
3
Afirmou o candidato que jogaria bombas no Estado Islâmico, acabando com cada uma das produtoras de
petróleo na Síria, no Iraque. “Eu jogaria bomba neles! Eu simplesmente bombardearia aqueles otários e
sim, eu explodiria as refinarias, as tubulações, eu explodiria cada centímetro, não sóbria nada. E sabe de
uma coisa? Eu chamaria a Exxon para lá e, em dois meses tudo estaria lindamente refeito. E eu cercaria e
ficaria com o petróleo!”. Cf. https://www.youtube.com/watch?v=E3V3-nZkoqU.
4
Assim votou o deputado a favor do processo de impedimento da Presidenta Dilma Vana Rousseff: “Pela
família e pela inocência das crianças em sala de aula que o PT nunca teve, contra o Comunismo, pela
nossa liberdade, contra o Foro de São Paulo, pela memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o
pavor de Dilma Rousseff. Pelo Exército de Caxias, pelas nossas Forças Armadas. Por um Brasil acima de
tudo, e por Deus acima de todos, o meu voto é sim". Cf. Cf.
https://www.youtube.com/watch?v=SroqvAT71o0.
Todavia, desde pelo menos as últimas décadas do século XX, sabemos que estes
discursos mostram-se arbitrários e parciais. A promessa de um progresso infindo,
sustendo pela Razão, desaguou num tecnicismo simplista do Pensamento, do Mundo e
do Ser. Hoje, uma tecnocientífica – microeletrônica, tele virtualização, nanotecnologia,
genética –, transformou-os em produtos a serem consumidos.
Pensamento, Mundo e Ser são medidos, pesados, calculados, domesticados,
classificados, transmitidos via cabo e fibras ópticas, desprezando-se a complexidade (e
os impactos) que envolve a Natureza, as evidencias de que somos muitos num só,
tecendo, sendo tecidos e entretecidos por uma complexa teia cultural.
Mola em que se assentam discursos supostamente cristãos, a ideia de família, de
tempos em tempos retoma seu fôlego. Recentemente, ressurgindo das sombras do golpe
militar de 1964, vide as marchas da religião, da família, de Deus e contra a corrupção,
dezenas de parlamentares da bancada evangélica invocaram o nome de Deus e a família,
ao votarem pelo impedimento da presidenta Dilma Rousseff. Pautada na formação da
família heterossexual, como uma essência e uma norma a serem trilhadas, perde de vista
que a família também é uma instância social, qual seja, participa da produção e é
produzida por sujeitos cujas subjetividades são heterogêneas. Ou seja, reducionista, a
norma enquanto regra, não aceita a diferença, repele, exclui, despreza e violenta.

O pensamento do Um, a epistemologia redutora da realidade, a aceitação do que


já existe, tenta nos acomodar em um dado-dado. Este movimento se nos acena para um
complexo território em que está em jogo o controle do conhecimento.
A própria educação, em particular a escola, historicamente desempenhou um
papel questionável, fortalecendo a manutenção do status quo e as verdades que
interessavam ao Ocidente e aos colonizadores. O etnocentrismo europeu, o discurso
fálico e patriarcal – sempre em nome de Deus e da Família –, corroborando com o
domínio e o privilégio de saberes “mais fortes” sobre outros conhecimentos que seriam
limitados, infantis, míticos, supersticiosos, equivocados, bárbaros, encontrou ali, terreno
fértil.

O pensamento intercultural, decolonial e crítico, que não se dociliza nem no


pensamento iluminista, nem nos arroubos recentes do multiculturalismo, nem nos
interesses de uma mestiçagem cultural, parte do princípio de que as influências culturais
não têm sido processadas de maneira harmoniosa num ambiente de respeito mútuo,
acolhedor à diferença e à diversidade. Reconhece a dimensão histórica e política que
atravessa as desigualdades, a dominação e as injustiças, como uma cena complexa de
jogos de interesse e lutas entre grupos distintos. Coloca em debate uma política da
diferença, indo além da retórica da tolerância e da inclusão. Toma a cultura como
resultado de embates sociais, e não como uma essência fixa pairando num éter
localizável.

Mas se acompanharmos estudos contemporâneos em áreas diversas do


conhecimento, como por exemplo, Antropologia, Psicanálise, Linguística, Física das
partículas, Ciências da Literatura, Educação, Estudos de Gênero, saberemos que fatores
diversos influenciam nossa forma de ver o mundo, ou seja, nossa subjetividade e o que
chamamos de realidade. Sabe-se que não se é possível observar ou medir qualquer coisa
que o seja, sem mexer no objeto; entre sujeito e objeto há um “continuum”, intervenção
e retroalimentação; há proposições que são “indecidíveis” e “incompletas”; não há
lastro confiável para a supremacia da Razão sobre a Emoção; a Ciência é uma
retificação de erros, uma construção de saberes descontínuos, cujo funcionamento está
atrelado ao seu desenrolar, ou seja, “a ciência inventa a realidade sobre a qual opera”
(PAZ, 1996, p. 64), sendo importante quando vacila, assumir suas incertezas e
prosseguir em suas investigações; não faz qualquer sentido uma separação artificial
entre ciências naturais e sociais, senso comum e ciência, fé e ciência, ciência e mito,
pois, a condição do conhecimento passa necessariamente pela assunção da
complementaridade, dispersão, aporia, fluxos, fronteiras porosas e híbridas.
Podemos afirmar que a verdadeira racionalidade conhece os limites da lógica, do
determinismo, do mecanicismo. Sabe que o espírito humano não pode ser onisciente,
que a realidade implica mistério (MORIN, 2011, p. 56). Há algum tempo, ensina-nos a
Física quântica que a dualidade da matéria e da luz não se aplaina num jogo de opostos
imediatos, mas que a depender do modo como observamos o que pretendemos
compreender, ora se nos aparecem ondas, ora partículas (CAPRA, 2012, p. 76). A
realidade não é uma doxa sem um fundo, não passa ilesa pelos interesses, os jogos de
poder e as ideologias. Ao contrário, há muito que se ampliar e perceber, caso estejamos
abertos à alteridade e à diferença, desmercantilizando a vida e o pensamento.

O processo de conhecer é pari passu auto-conhecimento, o qual se nos convida a


lidar com a vertigem e o estado permanente de crise frente às adversidades da vida,
como se em matéria de certezas, estivéssemos a patinar continuamente num lago gelado.

Ao se analisar sociedades como a nossa, marcadas por assimetrias de poder,


desigualdades e injustiças, saltam aos olhos a concentração de renda e de terras frente à
marginalização e a fome. Há um aumento vertiginoso do número de presidiários, em
contraponto à queda no fomento à pesquisa e a assistência estudantil. A crescente
xenofobia e a homofobia, o sofrimento da população sujeita à falta d´água, sem moradia
e refém do encarecimento e da má qualidade de produtos de uso contínuo como
remédios e produtos da cesta básica denota os processos de exclusão ao qual todos
estamos sujeitos. O acesso restrito a bens materiais, culturais e simbólicos é
vergonhoso. O empobrecimento cultural e econômico das populações contrasta com a
exagerada riqueza de uma pequeníssima parcela de bem-aventurados, enquanto
discursos de ódio têm se potencializado, muitas vezes travestidos de liberdade de
expressão.

Especialmente aquelas cuja “diferença fazem diferença”, reconhecendo o outro


em sua complexidade e como parte de nós mesmos –,
, qual seja, compreender que Pensamento, Mundo e Ser são muito mais um
“plano que me atravessa em vários lugares” (DELEUZE, 1992, p. 78) do que um mero
objeto ordenado, linear e lógico-causal.

Ao avançar pela “toca do coelho”, a depender dos “óculos” que usamos


podemos ver coisas muito diferentes. Ora, a partir do lugar que ocupamos – e se
sabemos mudar de lugar –, horizontes diversos se aproximam. Do planeta terra pode-se
ver a Lua “nascer” no horizonte. Estando na Lua, os astronautas da Apolo 11 viram o
“nascer da Terra”. A Igreja de Roma não permite o aborto, mas, esta decisão não é
majoritária, haja vista os interesses das “Católicas pelo direito de decidir5”. O papa
Francisco demonstra-se mais acolhedor com casais separados e sujeitos homoafetivos,
contudo, o Sínodo dos Bispos sobre a família excluiu temas como a homossexualidade e
o acesso à comunhão para os divorciados que tornam a se casar. No Brasil, o pastor
pentecostal Silas Lima Malafaia, vice-presidente de entidade que agrega cerca de oito
mil pastores de diversas denominações evangélicas questiona direitos civis gays,
enquanto outro pastor evangélico, Marcos Botelho, vê a situação por ângulo diverso,
sinalizando para a então candidata à presidência do Brasil no pleito de 2013, Marina
Silva, sua aprovação ao modo como recebeu líderes do movimento gay:

Marina, que bom que vc (sic) recebeu os líderes do


movimento LGBTs, receba as reivindicações com a tua
coerência e discernimento de sempre e um compromisso
com o estado laico que é sua bandeira. Vamos colocar uma
pedra em cima dessa polarização ridícula entre gays e
evangélicos que só da IBOPE para líderes políticos e
pastores oportunistas6.

5
Cf. http://www.catolicasonline.org.br/.
6
Cf. http://ultimato.com.br/sites/marcosbotelho/.
Colabora Marcos Botelho para um pensamento plural, acolhedor à diferença,
rompendo com a polarização evangélicos-gays. Ao invés dos opostos, a consciência de
que os sujeitos são diferentes e, um estado democrático e laico não pode estar a serviço
de líderes e ou pastores oportunistas que se apropriam do poder para difundir aversão e
encorajar agressões.
Romper com a polarização e as hierarquias – cujos discursos sustentam práticas
de ódio e violências – faz saltar uma agonia no interior dos sistemas que produzem
sentidos bem marcados, ficando o sentido plural sempre por definir e sob a capa de um
contexto e de uma perspectiva oscilantes, mas que se nos convida a pensar mais e a nos
posicionarmos – de modo não polarizado –, em face à alteridade, para a
desmercantilização da vida e a descolonização do pensamento. Ao pensarmos nos
tornamos outra coisa, outra pessoa, outro objeto, algo que não pensa, um bicho, um
vegetal, uma molécula, uma partícula, os quais retornam sobre o pensamento,
flexionando-o, fora de um suposto controle racional e particular, e o relançam.
Sempre houve quem sonhasse com um mundo diferente, em meio à injustiça das
relações sociais. Sempre houve quem levantasse bandeiras por um mundo melhor,
explicitamente mais acolhedor e humano. A interculturalidade e o pensamento
decolonial e crítico constituem-se bandeiras possíveis, cujo princípio normativo é o de
alterar as plataformas e os modelos de organização do status quo, tendo fundamental
papel na construção de uma sociedade democrática.
Ao se opor à normativa simplista e empobrecedora do pensamento, a
interculturalidade crítica alarga a democracia – e se ocupa de um movimento contra
hegemônic –, e colabora para uma contínua e necessária participação e agência social
que democratize a democracia. Coloca em prática um diálogo produtivo entre aquilo
que diverge, forçando espaços, esgueirando-se pelas frestas das pesadas passagens de
uma História agressiva e violenta com a diferença, cuja memória – um entre-lugar, um
entre fluxo de disputas e jogos pelo poder –, se relaciona com a sanha da
hierarquização, padronização, exploração e vilipêndios, mas também com lutas capazes
de construir relações mais racionais e afetivas entre os seres humanos.
Conversar é dar voltas no pensamento, teria afirmado Humberto Maturana. Estas
voltas não seguem uma lógica cartesiana e uma medida positiva como se poderia pensar
inicialmente, mas estão repletas de sobressaltos, idas e vindas, fatos e fatores
intervenientes, colapsados pela agonia da metáfora, da poesia e da tradução. O que é
uma conversa afinal senão jogos de interpretação, mobilizados por desejos íntimos,
fermentados nas pulsões e manietados pelo inconsciente, aquecidos no caldeirão do que
há em nós de mais subjetivo e passional?

Esses modos ditos anormais tornam-se alvo de vigilância, posições passíveis de


correção, seja pelo saber médico (psiquiátrico) e psicológico, pelas doutrinas religiosas
ou até mesmo pelo saber pedagógico estabelecidas nas instituições de ensino, que
buscam disciplinar esses corpos e classificá-los como normais e anormais

Foucault discorre sobre os instrumentos disciplinares que buscam adestrar


os indivíduos, a fim de estabelecer a norma,

Foucault discute e que visa ao adestramento desses sujeitos, é a vigilância hierárquica,


tudo isso usado pela ESCOLA como ferramenta pedagógica para o enfretamento
daquilo que é considerado normal o anarmal

Nesse sentido, é possível afirmar que, atualmente, a escola ainda é disciplinar.


Sua arquitetura e suas estratégias de organização do espaço indicam a busca do
exercício de um controle sobre os sujeitos.

O conhecimento científico, por exemplo, é um dos mecanismos desse controle, em que


os saberes produzidos nesse âmbito são entendidos como os verdadeiros. Os saberes da
Ciência ditam as regras. A Ciência, através de seus saberes e poderes, busca normalizar
a sociedade a partir da tecnologia do biopoder que está engendrada à tecnologia
disciplinar. O biopoder “[...] se dirige à multiplicidade dos homens, não na medida em
que eles se resumem em corpos, mas na medida em que ela forma, ao contrário, uma
massa global, afetada por processos de conjunto como o nascimento, a morte, a
produção, a doença, etc.”

É no corpo que, também, inscrevem-se as marcas de identificação. As marcas (atitudes,


vestimentas, acessórios, gestos, modos de se portar etc.) nele inscritas, muitas vezes, são
entendidas como subversivas, tornam-se indicadores de classificação, hierarquização, de
ordenação, de normalização.

Entretanto, na contemporaneidade, evidenciamos múltiplas formas de ser e estar na


sociedade, bem como diferentes modos de manifestar nossos desejos e prazeres. Busca-
se fixar um tipo de sujeito a partir dos códigos que moldam nossos corpos;
contudo,esses marcadores não ditam os nossos desejos, nossa sexualidade. Na
contemporaneidade, é difícil estabelecer ou determinar uma coerência entre
sexo/gênero/prática sexual e desejo.

É nesse sentido que a mídia, como outras tantas instâncias educativas,


contém pedagogias, ou seja, ensina alguma coisa, reproduze e reforça outras. Além da
mídia, em geral, outra instância social que contribui, ativamente, para a fabricação dos
sujeitos contemporâneos é a escola.

Consideramos que, depois da família, é na escola que os sujeitos constroem as primeiras


redes de relações que passam a ser fundamentais nos seus processos de subjetivação.
Para a maioria dos/as sujeitos/as gays, travestis e transexuais, a escola é caracterizada
como um ambiente caracterizado pela vigilância dos gêneros e pela heterossexualidade
que, nesse contexto,
também assume a posição privilegiada. Esse controle está em toda parte e em todo
momento: nas atitudes das meninas em relação às dos meninos; na forma como podem
se portar esses/as sujeitos/as; nas atividades rotineiras (formação de filas, atividades e
brincadeiras); nos modos de sentar, falar e se portar na sala de aula; e no próprio
vestuário, que é regulado em relação aos corpos travestis e transexuais (quando estão no
espaço escolar).

Partindo desse pressuposto, utilizamos a expressão estigmatização em ondas, de Peres


(2009), para discutir sobre o quanto a homofobia, por ser compartilhada e por ser não só
um fenômeno individual, mas também social, perpassa de um espaço a outro, ou seja,
articula-se e procede da casa para a comunidade, daí para a escola, e da escola para as
demais instâncias educativas que, por ora, constituem os sujeitos. Entretanto, é na
escola que muitos sujeitos LGBT são constantemente agredidos/as e de onde são e,
muitas vezes, permanecem afastados/as devido à homofobia que se articula nesse
espaço.

Estratégias de enfrentamento à homofobia no contexto escolar

incluem cursos de formação e capacitação de profissionais da educação, bem como a


produção de materiais didático-pedagógicos que visam discutir essas questões no
ambiente escolar e acadêmico, a fim de combater a homofobia nesses espaços a partir
dessas estratégias.
Reconhecer as influências e valores que nos atravessam, contraditórias em si, nem
sempre fáceis de harmonizar

2. uma análise da última parte do livro didático “Vontade de Saber Português”


(2012),
Fazem parte de nosso corpus de análise, quatro textos assinados por escritores
de renome nacional e um conhecido internacionalmente, além de seções sobre
gramática, oralidade e produção escrita.

3. investir na Diversidade Cultural e no Diálogo Intercultural

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