CIDADANIA
RESUMO
A educação é fundamental para o desenvolvimento pleno da pessoa, devendo seu acesso ser
garantido a todos indistintamente. É dirigida ao crescimento incondicional da individualidade humana
e ao fortalecimento do respeito pelos direitos e liberdades humanas fundamentais. Assim sendo, a
educação contribui certamente para a ampliação de uma cidadania e para a expansão do modelo de
democracia comunicativa. Educar em direitos humanos é contribuir para a construção da cidadania, e
nesse processo a educação é tanto um direito humano em si próprio, comum meio imprescindível
para atingir outros direitos, constituindo-se em um processo extenso que ocorre na sociedade. Deste
modo, este estudo bibliográfico, de natureza descritiva e exploratória, tem como meta apresentar a
importância da educação em Direitos Humanos para a cidadania. Diante do exposto, concluiu-se que
a educação voltada aos direitos humanos ainda não faz parte da prática nem do currículo da escola
brasileira. Em momentos de colapso de valores públicos e privados e da sociedade como um todo,
torna-se essencial que as temáticas da igualdade e da dignidade humana não estejam inscritas
apenas de textos legais, mas que, igualmente, sejam internalizadas por todos que atuam na
educação de forma que possa ser possível o acesso ao conhecimento de seus direitos fundamentais
desde a terna idade do seu avanço intelectual.
ABSTRACT
Education is fundamental to the full development of the person, should access be guaranteed to all
without distinction. It is directed to the full development of the human personality and to the
strengthening of respect for human rights and fundamental freedoms. Therefore, education will
certainly contribute to the expansion of citizenship and the expansion of communicative democracy
model. To educate in human rights is to contribute to the construction of citizenship, and in the
process education is both a human right in itself, as an indispensable means to achieve other rights,
being in a larger process that occurs in society. Thus, this bibliographical study, descriptive and
exploratory nature, aims to present the importance of education in human rights for citizenship. Given
the above, it was concluded that education geared to human rights is not yet part of the practice or
curriculum of the Brazilian school. In times of public and private values crisis and society as a whole, it
is essential that the issues of equality and human dignity are not listed only legal texts but also be
internalized by all who work in education so it may be possible access to knowledge of their
fundamental rights since the tender age of your intellectual advancement
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Aluno do Curso de Graduação em Direito, da Faculdade Batista Brasileira – FBB.
Email: ronaldquerino@outlook.com
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1 INTRODUÇÃO
Por outro lado, esta abalizada na disseminada critica que se faz dos sistemas
educativos em relação ao enciclopedismo curricular. O conjugado de temas ou
disciplinas reforça este enciclopedismo e torna mais questionável a ação das
instituições de ensino.
Assim sendo, o que justifica a esta pesquisa é o reconhecimento da
indivisibilidade dos direitos humanos, estando ciente de que a exclusão ou negação
coloca em xeque a existência de outros direitos, porque cada qual tem uma função
individual e compõe uma esfera do todo.
Assim, há uma reconhecida interrelação entre os direitos, que se
complementam reciprocamente, e transportam a uma plenitude de vivência digna. A
esfera da indivisibilidade dos direitos humanos pressupõe o reconhecimento e o
respeito, entendido como a aceitação do diferente, sejam em relação a aspectos
culturais, físicos, étnicos, religiosos, políticos, sociais e econômicos.
Aceitar a concepção de direitos humanos inclui não apenas a idéia da defesa
dos direitos próprios, que atendem às necessidades individuais, mas implica
também o acordo de perfilhar e acastelar os direitos que não consagram, os quais
constituem o pressuposto de uma sociedade plural.
A metodologia adotada foi um estudo bibliográfico, de natureza descritiva e
exploratória, com abordagem qualitativa.
Diante do exposto, este estudo tem como objetivo de apresentar a
importância da educação em direitos humanos, a fim de alcançar a cidadania. Como
objetivos específicos têm que: analisar o significado de educação; descrever os
direitos humanos, procurando mostrar seu histórico, conceito, sua relação com a
globalização e a universalidade dos direitos humanos.
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2 REFERENCIAL TEÓRICO
Ocorre que o direito à educação não pertence à primeira geração de direitos, mas
alcançará seu reconhecimento tão somente nos direitos econômicos, sociais e
culturais (RUBIO, 2007).
Este mesmo autor salienta que, tão somente nas primeiras décadas do século
XX,as Constituições Nacionais começam a fazer referências à educação como
direito. É esse um período onde os direitos sociais começam a sensibilizar e,
consequentemente, há uma acentuação nos compromissos do Estado a fim de
assegurar a todos os cidadão só direito a formação geral.
As primeiras manifestações constitucionais reconhecendo a educação como
direito, vão ocorrer na Constituição Mexicana de 1917 e na Alemã de 1919.Contudo,
a criação de sistemas públicos de educação,extensivos a todas as camadas sociais
e sua determinação de obrigatoriedade somente vai ocorrer com o surgimento do
Estado social, principalmente a partir da Segunda Guerra Mundial quando os
Estados, principalmente os mais desenvolvidos, começam a destinar um elevado
percentual dos investimentos públicos para cobrir os gastos com a educação,
cumprindo assim este compromisso social. Desde então, com avanços e recuos, tem
se mantido como direito social e dever do Estado em oportunizá-la (PILETTI, 2011).
Atualmente, não obstante o ressurgimento de idéias liberais e o
desmantelamento do Estado Social, a educação está consagrada como um direito
fundamental amplamente reconhecido na maioria das constituições dos Estados
Modernos e por textos internacionais relativos aos direitos humanos. Como bem
lembra Pisón (2003), trata-se de uma conquista histórica, fruto de tensões, de lutas,
de iniciativas de todo tipo e também de um desenvolvimento doutrinal não isenta de
polêmicas.
2.1.1 Conceito
2.2.1 Histórico
pela sua dignidade, não admitindo ser substituído por quaisquer equivalentes
(PIOVESAN, 2006).
Deste modo, as teorizações de Kant tiveram, e ainda têm grande importância
no processo de evolução dos direitos humanos, já que a filosofia jurídica da segunda
metade do século XX, a partir da premissa de que o homem possui um valor
intrínseco, abre-se para a seara axiológica. Igualmente, a percepção axiológica
intitulou os direitos humanos a principais valores do ordenamento jurídico e da
convivência humana (PIOVESAN, 2006).
Deve-se ressaltar que tanto o pensamento de Kant quanto todas as outras
concepções que sustentam ser a dignidade atributo exclusiva da pessoa humana,
podem estar sujeitas à crítica de um excessivo antropocentrismo, visto que estes
posicionamentos colocam a pessoa em lugar privilegiado em relação aos outros
indivíduos, visando sua racionalidade (SARLET, 2004).
Entretanto, hoje, o reconhecimento da proteção do meio ambiente como valor
fundamental indicia que não há uma preocupação apenas com a vida humana, mas
também com a preservação de todos os recursos naturais, incluindo todas as formas
de vida existentes no planeta.
Portanto, a tendência contemporânea é de uma proteção constitucional e
legal da fauna e flora, assim como dos outros recursos naturais, inclusive contra atos
de crueldade praticados pelo ser humano (SARLET, 2004).
Esse mesmo autor destaca que a passagem do Estado absoluto ao Estado
liberal da modernidade se preocupou em estabelecer limites ao exercício do poder
político. Nesse sentido, o filósofo John Locke, ao final do século XVIII, estava
resolvido em resguardar os interesses individuais em face dos abusos
governamentais, sendo ele estimado, portanto, o precursor na importância dos
direitos naturais e inalienáveis do homem. Logo, o indivíduo possui direitos, bem
como valor em si mesmo, estando em primeiro lugar em relação ao Estado.
Os direitos humanos deixam de ser exclusivos das elites, mas sob a
denominação de direitos do homem, como esclarece Fachin, “são uma conquista de
uma classe emergente como dona do poder econômico e que se torna dona também
do poder político” (SARLET, 2004, p. 47).
Pérez-Luño (2012, p. 24-25) salienta que:
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Na visão de Bobbio (2004, p. 30), “os direitos humanos nascem como direitos
naturais universais, desenvolvem-se como direitos positivos particulares (quando
cada Constituição incorpora Declaração de Direitos) para finalmente encontrar a
plena realização como direitos positivos universais”.
Alguns direitos denominados sociais, sobretudo os referentes às questões de
trabalho, somente apareceram no segundo período da Revolução Francesa, porém
a ótica que predomina até o início do século XX é a individualista dos direitos
humanos e dos direitos fundamentais (SARLET, 2004).
Assim sendo, a maioria das pessoas não sofreu consequências práticas
decorrentes desses direitos, haja vista o pensamento individualista, portanto, foi
necessária a intervenção do Estado para que tais direitos pudessem ser
concretizados, e assim ir à busca da realização da justiça social. Assim, fica
caracterizada a transição de Estado Liberal para o Estado Social, ou seja, a
passagem da dita primeira à segunda geração de direitos (SARLET, 2004).
Ou melhor, a passagem dos direitos avocados de 1ª Geração (civis e
políticos), distinguidos por uma atuação negativa do Estado, para os direitos de 2ª
Geração (econômicos, sociais e culturais), sendo esses vinculados à atuação estatal
positiva, pois se faz necessário a intervenção do Estado para que tais direitos se
concretizem.
Porém, para que esses direitos alcançassem consequência universal foi
necessário um discurso internacional dos direitos humanos visando garantir a todos
o direito a ter direitos. E ainda, somente a partir do pós-guerra é que foi possível
falar em movimento de internacionalização dos direitos humanos (SARLET, 2004).
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2.2.2 Conceito
sociedade, sendo que também requerem um ambiente propício para que sejam
respeitados.
Por esse motivo, os direitos humanos devem ser examinados
sistematicamente a partir de uma perspectiva interdisciplinar que considere todos os
seus aspectos e não perca de vista o contexto histórico e social em que estão
inseridos (BRASIL, 2009).
Por estar trabalhando com a formação de valores, a escola deve ter uma prática
coerente com o seu discurso (GENOVOIS, 2007).
Esse autor salienta que a educação em direitos humanos não se trata de uma
disciplina, de momentos ou aulas reservadas aos direitos humanos, mas uma
educação aprendida por meio de todos os atos vivenciados no dia-a-dia escolar, ou
seja, a função modelar dos (as) profissionais da educação é irrenunciável, visto que
os alunos e alunas aprendem muito mais com o exemplo do que com o discurso da
equipe escolar.
Deve-se ter o conhecimento dos direitos humanos, das suas garantias, das
instituições de defesa e promoção, das declarações oficiais, de âmbito nacional e
internacional, com a consciência de que os direitos humanos não são neutros, não
são declamações retóricas. Eles demandam certas atitudes e refletem outras. Assim
sendo, demandam também a vivência compartilhada. A palavra deverá sempre estar
ligada a práticas, embasadas nos valores dos direitos humanos e na realidade social
(BENEVIDES, 2003).
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
PILETTI, C.; PILETTI, N. Filosofia e Históriada Educação. São Paulo: Ática, 2011.