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Semana Florestal 2017 – Universidade Federal do Amazonas

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BARNI, P. E.; ALMEIDA, K. . CONHECIMENTO TRADICIONAL DE ESPÉCIES


MADEIREIRAS E NÃO-MADEIREIRAS EM PROPRIEDADES RURAIS DA REGIÃO
SUDESTE DE RORAIMA. In: Semana Florestal UFAM 2017, 2017, MANAUS -
AM. ANAIS DA SEMANA FLORESTAL 2017. MANAUS - AM: ECO & COMPANHIA,
2017. v. 1. p. 18-19.

A publicação original esta disponível em:


https://drive.google.com/file/d/1wtScOXjg26Sp1DdAuNm_N0ORFCAgqI54/view

Anais da Semana Florestal. Universidade Federal do Amazonas. Manaus, Amazonas. 2017.


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Semana Florestal 2017 – Universidade Federal do Amazonas

CONHECIMENTO TRADICIONAL DE ESPÉCIES MADEIREIRAS E NÃO-MADEIREIRAS


EM PROPRIEDADES RURAIS DA REGIÃO SUDESTE DE RORAIMA
Paulo Eduardo Barni, Katia de Almeida

Resumo
O presente estudo investigou o conhecimento tradicional de proprietários sobre espécies Madeireiras e Não-
Madeireiras e os seus múltiplos usos em propriedades rurais localizadas no Projeto de Assentamento – PA Jatapú,
município de Caroebe, região sudeste de Roraima. Sabendo que essa abordagem é comum em trabalhos
relacionados com comunidades tradicionais indígenas e de ribeirinhos, por exemplo, e pouco explorada em PAs de
reforma agrária, nossa hipótese sugere que proprietários com maior tempo de posse da terra e com maior
conhecimento sobre espécies madeireiras e não madeireiras desmatariam menos a Área de Reserva Legal – ARL de
seus lotes do que aqueles que têm poucos anos de posse da terra e que detém pouco conhecimento sobre essas
espécies.
Palavras-chave: Recursos naturais, riqueza de espécies, comunidades tradicionais

Abstract: The present study investigated the traditional knowledge of rural owners on timber species and non-
timber species and their multiple uses in rural properties located in the Settlement Project – SP Jatapú, Caroebe
county, southeast region of Roraima. Knowing that this approach is common in works related to traditional
indigenous and riverine communities, for example, and little explored in agrarian reform SPs, our hypothesis suggests
that owners with longer time of land use (years) and more knowledge on timber species and non-timber causes less
deforestation in the Legal Reserve Area - ARL of their lots than those who have a litle years of land ownership and
who have little knowledge about these species.
Key Words: Natural resources, species richness, traditional communities

Introdução
Sabe-se que as florestas existentes no território nacional e as demais vegetações nativas são reconhecidas pela sua
utilidade e consideradas bens de interesse comum a todos os habitantes do País. Dentre a riqueza existente nas
florestas estão os recursos madeireiros e não madeireiros que são explorados, na maioria das vezes, sem o devido
controle. Dessa forma, é importante que ao exercer os direitos de propriedade, os proprietários saibam dos limites
impostos pela lei para garantir a conservação dos recursos florestais. Neste sentido, nossa hipótese sugere que
proprietários rurais com maior tempo de posse da terra e com maior conhecimento sobre espécies madeireiras e
não madeireiras da região desmatariam menos a Área de Reserva Legal – ARL de seus lotes do que aqueles que têm
poucos anos de posse sobre a terra e que detém pouco conhecimento dessas espécies. Isto é importante porque
estudos relacionando o conhecimento tradicional de espécies madeireiras e não madeireiras em comunidades
tradicionais indígenas e de ribeirinhos, por exemplo, com a conservação dos recursos naturais das florestas seriam
mais comuns, enquanto que esse tipo de conhecimento é pouco ou quase nada explorado em Projetos de
Assentamento (PAs) de reforma agrária da Amazônia.
Objetivos
Investigar se o conhecimento tradicional de proprietários / agricultores sobre espécies Madeireiras e Não-
Madeireiras e os seus múltiplos usos afetam a área de Reserva Legal em propriedades rurais localizadas no Projeto
de Assentamento – PA Jatapú, município de Caroebe, região sudeste de Roraima.
Metodologia
O sudeste de Roraima é servido pela BR-210 que corta a região no sentido leste / oeste. Essa rodovia, juntamente
com a BR-174, forma um dos principais eixos de desmatamento no Estado (BARNI et al. 2012). A precipitação média
é 2.533,5 ± 331,3 mm.ano-1 (n=11) e temperatura média anual de 27º C. A cobertura vegetal é formada por Floresta
Anais da Semana Florestal. Universidade Federal do Amazonas. Manaus, Amazonas. 2017.
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Semana Florestal 2017 – Universidade Federal do Amazonas

Ombrófila Densa, Floresta Ombrófila Aberta e Floresta Ombrófila Aluvial. A principal cultura agrícola da região é a
bananicultura. Para coleta de dados foi realizada pesquisa de campo aplicando questionário estruturado em 33
propriedades rurais do PA Jatapú com perguntas relacionadas ao conhecimento tradicional de espécies madeireiras
e não madeireiras e seus usos, ao tempo de posse da terra (anos), ao total desmatado no lote e a ARL, entre outras
questões. Nesse caso utilizamos as respostas às perguntas como variável proxy (substitutas) para o conhecimento
tradicional. Para testar a hipótese de nulidade de que os anos de posse e o conhecimento tradicional não
influenciaram na quantidade de ARL, foi aplicada análise de correlação de Pearson para selecionar variáveis para
compor os modelos e análise de regressão simples tendo como parâmetro da relação entre as variáveis dependente
e independente o valor de R2. Os testes foram aplicados no nível de 95% de confiança utilizando o software livre “R”.
Resultados
Foram mencionados 130 nomes vulgares de espécies diferentes (média de 38,1 ± 12,7 espécies) ao todo pelos
proprietários, sendo 80% destas consideradas madeireiras e 20% não madeireiras. As ARL somaram 1.129 ha (média
de 34,2 ± 15,6 ha) representando 44,3% da área total das propriedades e projetando desmatamento de 55,7% dessa
área, muito superior ao permitido por lei no bioma Amazônia (20%). De acordo com as respostas as ARL são
utilizadas em 100% das propriedades pesquisadas para retirada de produtos de uso diversos como para lenha ou
para confecção de cercas, por exemplo. O tempo médio de residência nos lotes foi calculado em 19,3 ± 10,8 anos,
variando do tempo mínimo de 1 (um) ao máximo de 36 anos. O teste de correlação apontou que a ARL x Número de
Espécies Conhecidas – NEC pelos proprietários foi inversamente correlacionada em 44,0 % (r=-0,4439) da variação
total e ARL x ANOS de residência nos lotes não houve correlação (r= 0.0970) significativa. O resultado da análise de
regressão1, considerando a variável ARL (Y: dependente) e NEC (X: independente), apontou que quanto maior é o
número de espécies conhecidas pelos proprietários, menor é a sua área de reserva legal (ARL= 49.46769 -
0.47056*NEC; R2= 0.2881, p= 0.00185, N=31); e a análise de regressão2, considerando a variável ARL (Y:
dependente) e ANOS (X: independente) não apontou nenhuma influencia dos anos de residência nas áreas de
reserva legal dos lotes (ARL= 31.50005 + 0.14028*ANOS; R2= 0.0094, p= 0.5912, N=33).
Considerações Finais
Os resultados mostraram que o comportamento dos proprietários rurais do PA Jatapú, quanto a conservação de suas
ARL dos lotes, é pouco influenciado pelo conhecimento das espécies madeireiras e não-madeireiras e essa influencia
é negativa. Ou seja, contrariamente à hipótese inicial, quanto maior o conhecimento tradicional sobre as espécies,
maior é a área desmatada nos lotes e menor sua ARL. Quanto aos anos de residência nos lotes, estes não
influenciaram no tamanho das áreas de reserva legal. Estes resultados indicam que, diferentemente de comunidades
tradicionais (p.e., indígenas e ribeirinhas) em que o conhecimento tradicional influencia a conservação dos recursos
florestais, a dinâmica de desmatamento na região sudeste de Roraima pode estar correlacionada com as leis do
mercado e suas demandas por produtos agropecuários. Nesta lógica, por exemplo, os recursos florestais dão lugar às
áreas de pastagens e, com a degradação dos solos, essas áreas vão se transformando em outras formas de uso,
como em pasto sujo e depois em capoeiras (ALMEIDA et al. 2016).
Referências
ALMEIDA, C.A.; COUTINHO, A.C.; ESQUERDO, J.C.D.M.; ADAMI, M.; VENTURIERI, A.; DINIZ, C.G.; DESSAY, N.;
DURIEUX, L.; GOMES, A.R., 2016. High spatial resolution land use and land cover mapping of the Brazilian Legal
Amazon in 2008 using Landsat-5/TM and MODIS data. Acta Amazonica. 46(3), pp.291-302.
BARNI, P.E.; FEARNSIDE, P.M.; GRAÇA, P.M.L.A., 2012. Desmatamento no sul do Estado de Roraima: padrões de
distribuição em função de Projetos de Assentamento do INCRA e da distância das principais rodovias (BR-174 e BR-
210). Acta Amazonica. 42(2), pp.195-204.

Anais da Semana Florestal. Universidade Federal do Amazonas. Manaus, Amazonas. 2017.


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