PARTE III
O código Penal é todo o conjunto de normas jurídicas que têm por finalidade estabelecer
as infrações de cunho penal e suas respectivas sanções e reprimendas. O Direito Penal é um
ramo do Direito Público (que diz respeito a função ou dever do Estado). Há que se acrescentar
que o Direito Penal é formado por uma descrição, em série, de condutas definidas em lei, com as
respectivas intervenções do Estado (na aplicação de sanções e eventuais benefícios), quando da
ocorrência do fato delituoso, concreto ou tentado.
O Direito penal se divide em Direito Penal Comum e Especial, na parte especial encontra-
se o Direito Penal militar que visa combater os crimes e as contravenções penais militares,
através da imposição de uma sanção penal. Dizemos que o Direito Penal Militar é um ramo do
direito público por ser composto de regras aplicáveis a todas as pessoas e por ter como titular
exclusivo do direito de punir o ESTADO.
Dentro da vida castrense, vários bens específicos necessitam ser protegidos, porém os
princípios da hierarquia e a disciplina se destacam entre esses bens, por serem o sustentáculo da
atividade militar. Os mesmos, como já observado anteriormente, são diretamente citados art. 142
da nossa Carta Magna, sendo elevados a bem jurídico constitucionalmente protegido. A
regularidade da atividade militar dentro da órbita do Estado, sustentada pela hierarquia e
disciplina, será sempre tutelada de forma direta ou indireta pelas normas infraconstitucionais
específicas. Os bens jurídicos advindos desta necessidade mantenedora da regularidade das
instituições criam um sistema singular para o universo do direito.
3.1 –Analogia
A analogia jurídica consiste em aplicar a um caso não previsto pelo legislador a norma que
rege caso análogo (semelhante). A analogia não diz respeito à interpretação jurídica propriamente
dita, mas à integração da lei, pois sua finalidade é justamente suprir lacunas desta.
A analogia se apresenta nas seguintes espécies:
a) Analogia in malam partem: É aquela em que se supre a lacuna legal com algum
dispositivo prejudicial ao réu. Isto não é possível no nosso ordenamento jurídico e
desta forma já se pronunciou o STJ e o STF. Observe:
b) Analogia in bonam partem: Neste caso, aplica-se ao caso omisso uma norma
favorável ao réu. Este tipo de analogia é aceito em nosso ordenamento jurídico.
Observe o exemplo:
Uma mulher é vítima de estupro e fica grávida. A lei, nesse caso, admite a
manobra abortiva. Mas o legislador impôs requisitos, quais sejam: que o
procedimento tenha consentimento da gestante e seja realizado por um
médico. Isto é, se o aborto não for realizado por médico, o agente que o
praticou responderá pelo crime de aborto. Mas imaginemos que Eva tenha
ficado grávida em decorrência do estupro. E Eva mora em uma cidade
longínqua que não há médico na região; há, apenas, uma parteira. Eva
procura a parteira, e esta, realiza a manobra abortiva. Ocorre que a parteira
responderá pelo crime de aborto, porque o legislador disse que tem de ser
praticado apenas por médico. Para que não ocorra injustiça, teremos de
fazer o uso da analogia, “in bonçam partem”, para beneficiar a parteira.
A lei penal, assim como qualquer outro dispositivo legal, passa por um processo legislativo,
ingressa no nosso ordenamento jurídico e vigora até a sua revogação, que nada mais é do que a
retirada da vigência de uma lei. Tenhamos emmente que a regra geral no Direito Penal é a
daprevalência da lei que se encontrava em vigor quando da prática do fato, ou seja, aplica-se a
LEI VIGENTE quando da prática da conduta.
Art. 2° Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de
considerar crime, cessando, em virtude dela, a própria vigência de sentença
condenatória irrecorrível, salvo quanto aos efeitos de natureza civil.
Para ficar bem claro, vamos aplicar o regramento legal em um caso prático: Em 2006
tivemos o advento da lei nº. 11.343, conhecida como Lei de Drogas. Até então, caso determinado
indivíduo fosse encontrado comdrogas, mesmo para consumo próprio, estaria cometendo um
crime e poderia, inclusive, ser preso.
A nova lei veio despenalizar a conduta, ou seja, hoje, se um indivíduo estiver com drogas
para consumo pessoal, não pode ser preso. O que fazer então com aqueles que haviam sido
presos? Exatamente isso, ou seja, abrir as portas para todos eles!
4.6 – Ultratividade da Lei
Mas imaginemos que Mévio comete um delito sob a égide de uma LEI “A”. Meses depois
uma LEI “B” revoga a LEI “A”, trazendo regras mais gravosas ao crime cometido por Mévio. O que
fazer neste caso?
Para esta situação, em que um delito é praticado durante a vigência de uma Lei que
posteriormente é revogada por outra prejudicial ao agente, ocorrerá a ULTRATIVIDADE da lei.
5.2 – Crime
Abaixo vamos elencar os principais conceitos pertinentes ao crime:
Conduta - É a ação ou omissão humana consciente dirigida a uma finalidade. Crimes
Comissivos são os crimes praticados mediante Ação. Já os Crimes Omissivos são os crimes
cometidos mediante omissão.
A conduta pode ser Dolosa ou Culposa. A princípio, pune-se apenas quando há vontade (dolo),
porém, com exceção, pune-se quando não há vontade, mas há negligência, imperícia e imprudência.
Para definir o lugar do crime, diferentemente do Código Penal, o artigo 6º do Código Penal
Militar adota um SISTEMA MISTOque concilia duas teorias:
Quanto ao CRIME COMISSIVO adota-se a TEORIA da UBIQUIDADE (oumista ou
unitária), poisconsidera-se praticado o fato, no lugar em que se desenvolveua atividade criminosa,
no todo ou em parte, e ainda quesob forma de participação, bem como onde se produziu
oudeveria produzir-se o resultado.
Quanto ao CRIME OMISSIVO adota-se, diferentemente do CP, a TEORIA DA AÇÃO OU
ATIVIDADE,pois "considera-se o lugar do crime aquele em quedeveria realizar-se a ação omitida"
Sujeito Ativo do Crime - É a pessoa que pratica o fato típico. Só o homem (pessoa física)
pode ser Sujeito Ativo do crime. A pessoa jurídica, apesar de algumas controversas, não pode ser
Sujeito Ativo do Crime.
Capacidade Penal do Sujeito Ativo - É o conjunto das condições exigidas para que o
sujeito possa tornar-se titular de Direitos e Obrigações no campo do Direito Penal. Nesse sentido,
distinguem-se Capacidade Penal e Imputabilidade. Uma pessoa (Imputável) pode não ter
Capacidade Penal, se passa a sofrer de doença mental após o delito, torna-se então inimputável.
Os mortos, entes inanimados e animais não possuem Capacidade Penal, podendo apenas ser
Objeto ou Instrumento do crime.
Sujeito Passivo do Crime - É o titular do bem jurídico lesado ou ameaçado pela conduta
criminosa.
Fato Típico - Em um conceito analítico, fato típico é o primeiro substrato do crime, ou seja,
o primeiro requisito ou elemento do crime. É o comportamento humano (positivo ou negativo) que
provoca, em regra, um resultado, sendo previsto pela lei como infração penal. Ex.: Artigo 121 do
Código Penal - Matar alguém.
São elementos do fato típico a conduta, o resultado, o nexo causal entre a conduta e o
resultado e a tipicidade. Na falta de qualquer destes elementos, o fato passa a ser atípico e, por
conseguinte, não há crime.
Culpa - é a conduta voluntária, que produz resultado ilícito, não desejado, mas previsível,
e excepcionalmente previsto e que podia, com a devida atenção, ser evitado.
A teor do art. 18, II, do CP, o crime diz-se culposo "quando o agente deu causa ao
resultado por imprudência, negligência ou imperícia". Temos dois tipos de culpa:
Na culpa consciente o agente, embora prevendo o resultado, não o aceita como possível.
Exemplo: Caçador que, avistando um companheiro próximo do animal que deseja abater, confia
em sua condição de perito atirador para não atingi-lo quando disparar, causando, ao final, lesões
ou morte da vítima ao desfechar o tiro.
Na culpa inconsciente é aquela em que o agente não prevê o resultado de sua conduta,
apesar de ser este previsível (Ex.: indivíduo que atinge involuntariamente a pessoa que passava
pela rua, porque atirou um objeto pela janela por acreditar que ninguém passaria naquele
horário).
Negligência
Na negligência, alguém deixa de tomar uma atitude ou apresentar conduta que era
esperada para a situação. Age com descuido, indiferença ou desatenção, não tomando as
devidas precauções.
Imprudência
A imprudência, por sua vez, pressupõe uma ação precipitada e sem cautela. A pessoa não
deixa de fazer algo, não é uma conduta omissiva como a negligência. Na imprudência, ela age,
mas toma uma atitude diversa da esperada. Age com falta de cautela, de cuidado, é mais que
falta de atenção, é a imprevidência acerca do mal, que se deveria prever, porém, não previu.
Imperícia
Para que seja configurada a imperícia é necessário constatar a inaptidão, ignorância, falta
de qualificação técnica, teórica ou prática, ou ausência de conhecimentos elementares e básicos
da profissão. Um médico sem habilitação em cirurgia plástica que realize uma operação e cause
deformidade em alguém pode ser acusado de imperícia. Age com a falta de técnica necessária
para realização de certa atividade;
A definição de crime militar no atual sistema brasileiro é uma definição legal que foi
estabelecida no próprio Código Penal Militar de 1969, em seu artigo 9º, que adquiriu importância
e relevância no estudo do alcance e conteúdo do crime militar. Assim, se o fato não estiver
previsto nas hipóteses que foram expressamente estabelecidas neste artigo não há que se falar
em crime militar. A menção constante na norma jurídica, crimes militares em tempo de paz se
deve ao fato de que a lei penal castrense também estabeleceu de forma expressa quais são os
crimes militares em tempo de guerra. Neste sentido, em razão desta divisão, a parte especial do
CPM encontra-se dividida em crimes militares em tempo de paz, e em crime militares em tempo
de guerra.
No tocante sobre esta mudança, sabe-se que, desde a Lei n. 9.299/96, que alterou o artigo
9º do CPM, os crimes dolosos contra a vida cometidos por militares contra civis, sejam tentados
sejam consumados, perderam a natureza castrense e passaram a ser julgados pela Justiça
Comum, mais especificamente pelo Tribunal do Júri (artigo 5º, XXXVIII, da CRFB). O que foi,
posteriormente, repetido pela Emenda Constitucional n. 45/04 ao disciplinar a competência da
justiça militar estadual (artigo 125, § 4º, da CRFB).
A lei foi modificada para estabelecer que os crimes dolosos contra a vida praticados por
membros das Forças Armadas contra civis, no exercício anormal de suas funções, gozam de
natureza militar e, portanto, ficam sujeitos a um juízo especial, diverso daquele
constitucionalmente previsto que seria o Tribunal do Júri.
Em que pese tratar de modificação exclusiva no âmbito da Justiça Militar da União, sem
qualquer repercussão jurídica oficial na esfera de competência estadual, certamente em
breve surgirão posicionamentos classistas no sentido de que seja conferida a mesma disciplina
normativa aos crimes dolosos contra a vida praticados por militares estaduais, atualmente
submetidos à instância comum de processo e julgamento do tribunal do júri e à investigação
preliminar da polícia civil.
Assim, qualquer crime previsto na legislação penal comum e extravagante, quando
praticado por policial militar ou bombeiro militar, na forma do artigo 9° do Código Penal, será da
competência da Justiça Militar Estadual seu processamento e julgamento, exceção aos crimes
militares dolosos contra a vida, os quais permanecem sendo processados e julgados pelo
Tribunal do Júri, por força constitucional.
Exemplos:
Mulher de 50 Kg agride homem de 100 Kg, faixa preta de Karatê com tapas. Homem revida
com cinco disparos de arma de fogo, matando a agressora. Nesse caso, considerada a
distância física entre os agentes e a incapacidade da agressora em causar qualquer dano à
vítima, pode-se caracterizar o excesso na legítima defesa.
Homem de 100 Kg, com uma barra de ferro na mão, avança agressivamente contra jovem
asmático de 70 kg, que atira uma pedra que acerta o crânio do agressor, levando-o a óbito.
Trata-se de caso típico de legítima defesa, amparado pelo Art. 25 do Código Penal.
Pai flagra estuprador imediatamente após consumar o ato com sua filha. O estuprador foge
e é perseguido pelo pai que, ao alcançá-lo, agride-o a socos e pontapés até a morte.Por
mais compreensível que seja a atitude do pai desse exemplo, esta conduta, de acordo com
a legislação em vigor, é criminosa e não estará amparada pela legítima defesa.
Motim
Art. 149. Reunirem-se militares ou assemelhados:
I - agindo contra a ordem recebida de superior, ou negando-se a cumpri-la;
II - recusando obediência a superior, quando estejam agindo sem ordem ou praticando
violência;
III - assentindo em recusa conjunta de obediência, ou em resistência ou violência, em
comum, contra superior;
IV - ocupando quartel, fortaleza, arsenal, fábrica ou estabelecimento militar, ou
dependência de qualquer deles, hangar, aeródromo ou aeronave, navio ou viatura militar,
ou utilizando-se de qualquer daqueles locais ou meios de transporte, para ação militar, ou
prática de violência, em desobediência a ordem superior ou em detrimento da ordem ou da
disciplina militar:
Pena - reclusão, de quatro a oito anos, com aumento de um terço para os cabeças.
Revolta
Parágrafo único. Se os agentes estavam armados:
Pena - reclusão, de oito a vinte anos, com aumento de um terço para os cabeças.
Conspiração
Art. 152. Concertarem-se militares ou assemelhados para a prática do crime previsto
no artigo 149:
Pena - reclusão, de três a cinco anos.
Isenção de pena
Parágrafo único. É isento de pena aquele que, antes da execução do crime e quando
era ainda possível evitar-lhe as consequências, denuncia o ajuste de que participou.
Violência contra superior
Art. 157. Praticar violência contra superior:
Pena - detenção, de três meses a dois anos.
Formas qualificadas
§ 1º Se o superior é comandante da unidade a que pertence o agente, ou oficial
general:
Pena - reclusão, de três a nove anos.
§ 2º Se a violência é praticada com arma, a pena é aumentada de um terço.
§ 3º Se da violência resulta lesão corporal, aplica-se, além da pena da violência, a do
crime contra a pessoa.
§ 4º Se da violência resulta morte:
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
§ 5º A pena é aumentada da sexta parte, se o crime ocorre em serviço.
Despojamento desprezível
Art. 162. Despojar-se de uniforme, condecoração militar, insígnia ou distintivo, por
menosprezo ou vilipêndio:
Pena - detenção, de seis meses a um ano.
Parágrafo único. A pena é aumentada da metade, se o fato é praticado diante da tropa,
ou em público.
INSUBORDINAÇÃO
Recusa de obediência
Art. 163. Recusar obedecer a ordem do superior sobre assunto ou matéria de serviço,
ou relativamente a dever imposto em lei, regulamento ou instrução:
Pena - detenção, de um a dois anos, se o fato não constitui crime mais grave.
Pena - detenção, de seis meses a um ano, se o fato não constitui crime mais grave.
Reunião ilícita
Art. 165. Promover a reunião de militares, ou nela tomar parte, para discussão de ato
de superior ou assunto atinente à disciplina militar:
Pena - detenção, de seis meses a um ano a quem promove a reunião; de dois a seis
meses a quem dela participa, se o fato não constitui crime mais grave.
Vale ressaltar que este é um dos crimes militares em que civis podem cometer, a
observação é que apenas civil comete o crime de insubmissão.
Fases do alistamento: Alistamento, Seleção, Convocação e Incorporação. Sendo assim, o
crime se constitui entre a convocação e incorporação. A competência é da Justiça Militar da
União, por força do Art. 124 e 125 §4.
Insubmissão
Art. 183. Deixar de apresentar-se o convocado à incorporação, dentro do prazo que lhe
foi marcado, ou, apresentando-se, ausentar-se antes do ato oficial de incorporação:
Pena - impedimento, de três meses a um ano.
Caso assimilado
§ 1º Na mesma pena incorre quem, dispensado temporariamente da incorporação,
deixa de se apresentar, decorrido o prazo de licenciamento.
Diminuição da pena
§ 2º A pena é diminuída de um terço:
a) pela ignorância ou a errada compreensão dos atos da convocação militar, quando
escusáveis;
b) pela apresentação voluntária dentro do prazo de um ano, contado do último dia
marcado para a apresentação.
Substituição de convocado
Art. 185. Substituir-se o convocado por outrem na apresentação ou na inspeção de
saúde.
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem substitui o convocado.
Favorecimento a convocado
Art. 186. Dar asilo a convocado, ou tomá-lo a seu serviço, ou proporcionar-lhe ou
facilitar-lhe transporte ou meio que obste ou dificulte a incorporação, sabendo ou tendo
razão para saber que cometeu qualquer dos crimes previstos neste capítulo:
Pena - detenção, de três meses a um ano.
Isenção de pena
Parágrafo único. Se o favorecedor é ascendente, descendente, cônjuge ou irmão do
criminoso, fica isento de pena.
Deserção
Art. 187. Ausentar-se o militar, sem licença, da unidade em que serve, ou do lugar em
que deve permanecer, por mais de oito dias:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos; se oficial, a pena é agravada.
Casos assimilados
Art. 188. Na mesma pena incorre o militar que:
I - não se apresenta no lugar designado, dentro de oito dias, findo o prazo de trânsito
ou férias;
II - deixa de se apresentar a autoridade competente, dentro do prazo de oito dias,
contados daquele em que termina ou é cassada a licença ou agregação ou em que é
declarado o estado de sítio ou de guerra;
III - tendo cumprido a pena, deixa de se apresentar, dentro do prazo de oito dias;
IV - consegue exclusão do serviço ativo ou situação de inatividade, criando ou
simulando incapacidade.
Art. 189. Nos crimes dos arts. 187 e 188, ns. I, II e III:
Atenuante especial
I - se o agente se apresenta voluntariamente dentro em oito dias após a consumação
do crime, a pena é diminuída de metade; e de um terço, se de mais de oito dias e até
sessenta;
Agravante especial
II - se a deserção ocorre em unidade estacionada em fronteira ou país estrangeiro, a
pena é agravada de um terço.
Deserção especial
Art. 190. Deixar o militar de apresentar-se no momento da partida do navio ou
aeronave, de que é tripulante, ou da partida ou do deslocamento da unidade ou força em
que serve:
Art. 190. Deixar o militar de apresentar-se no momento da partida do navio ou
aeronave, de que é tripulante, ou do deslocamento da unidade ou força em que serve:
(Redação dada pela Lei nº 9.764, de 18.12.1998)
Pena - detenção, até três meses, se após a partida ou deslocamento, se apresentar, dentro
em vinte e quatro horas, à autoridade militar do lugar, ou, na falta desta, à autoridade
policial, para ser comunicada a apresentação a comando militar da região, distrito ou zona.
Pena - detenção, até três meses, se após a partida ou deslocamento se apresentar,
dentro de vinte e quatro horas, à autoridade militar do lugar, ou, na falta desta, à autoridade
policial, para ser comunicada a apresentação ao comando militar competente. (Redação
dada pela Lei nº 9.764, de 18.12.1998)
§ 1º Se a apresentação se der dentro de prazo superior a vinte e quatro horas e não
excedente a cinco dias:
Pena - detenção, de dois a oito meses.
§ 2º Se superior a cinco dias e não excedente a dez dias:
§ 2º Se superior a cinco dias e não excedente a oito dias: (Redação dada pela Lei nº
9.764, de 18.12.1998)
Pena - detenção, de três meses a um ano.
§ 2º-A. Se superior a oito dias: (Parágrafo incluído pela Lei nº 9.764, de 18.12.1998)
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Abandono de posto
Art. 195. Abandonar, sem ordem superior, o posto ou lugar de serviço que lhe tenha
sido designado, ou o serviço que lhe cumpria, antes de terminá-lo:
Pena - detenção, de três meses a um ano.
Descumprimento de missão
Art. 196. Deixar o militar de desempenhar a missão que lhe foi confiada:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, se o fato não constitui crime mais grave.
§ 1º Se é oficial o agente, a pena é aumentada de um terço.
§ 2º Se o agente exercia função de comando, a pena é aumentada de metade.
Modalidade culposa
§ 3º Se a abstenção é culposa:
Pena - detenção, de três meses a um ano.
Homicídio simples
Homicídio qualificado
§ 2° Se o homicídio é cometido:
I - por motivo fútil;
II - mediante paga ou promessa de recompensa, por cupidez, para excitar ou saciar
desejos sexuais, ou por outro motivo torpe;
III - com emprego de veneno, asfixia, tortura, fogo, explosivo, ou qualquer outro meio
dissimulado ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum;
Homicídio culposo
Art. 206. Se o homicídio é culposo:
Pena - detenção, de um a quatro anos.
§ 1° A pena pode ser agravada se o crime resulta de inobservância de regra técnica de
profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima.
Lesão leve
Art. 209. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano.
Lesão grave
§ 1° Se se produz, dolosamente, perigo de vida, debilidade permanente de membro,
sentido ou função, ou incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias:
Pena - reclusão, até cinco anos.
§ 2º Se se produz, dolosamente, enfermidade incurável, perda ou inutilização de
membro, sentido ou função, incapacidade permanente para o trabalho, ou deformidade
duradoura:
Pena - reclusão, de dois a oito anos.
Constrangimento ilegal
Art. 222. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois de lhe
haver reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que a
lei permite, ou a fazer ou a tolerar que se faça, o que ela não manda:
Pena - detenção, até um ano, se o fato não constitui crime mais grave.
Violação de domicílio
Art. 226. Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou contra a vontade
expressa ou tácita de quem de direito, em casa alheia ou em suas dependências:
Pena - detenção, até três meses.
Divulgação de segredo
Art. 228. Divulgar, sem justa causa, conteúdo de documento particular sigiloso ou de
correspondência confidencial, de que é detentor ou destinatário, desde que da divulgação
possa resultar dano a outrem:
Pena - detenção, até seis meses.
Prevaricação
Art. 319. Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra
expressa disposição de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.