CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
V. CONTROLE DIFUSO:
- Contexto histórico;
- Controle difuso nos Tribunais e cláusula de reserva de plenário ou full bench;
- Efeitos da decisão;
- Teoria da abstrativização do controle difuso;
- Controle difuso em sede de Ação Civil Pública;
- ADO:
1. Previsão constitucional;
2. Competência;
3. Espécies de omissão;
4. Objeto;
5. Medida cautelar;
6. Efeitos da decisão;
7. Fungibilidade;
8. Parâmetro.
- ADC:
1. Objeto e competência;
2. Legitimidade e efeitos;
3. Particularidades em relação à ADI;
4. Medida cautelar.
- Representação Interventiva:
1. Previsão Constitucional;
2. Conceito e finalidade;
3. Objeto;
4. Competência e legitimidade;
5. Procedimento;
6. Medida liminar.
_______________________________________________________________
Supremacia material x supremacia formal
SUPREMACIA CARACTERÍSTICAS
Relaciona-se ao conteúdo da
Constituição, que é superior ao das
demais normas, pois cuidam da
MATERIAL estrutura do Estado, da organização
dos Poderes e dos direitos
fundamentais. Tanto as constituições
rígidas como as flexíveis podem ter
supremacia material.
Relaciona-se à forma como o
procedimento de alteração do texto
constitucional foi estabelecido. Assim,
FORMAL possuem supremacia formal as
Constituições cujo procedimento de
alteração é mais rigoroso do que o
das normas não constitucionais,
sendo, por isso, chamadas de rígidas.
SENTIDO DA TABELA
Inconstitucionalidade
orgânica: decorre da
inobservância da competência
legislativa para elaboração do
ato (Ex.: Estado legislando sobre
Direito Processual, cuja
competência é da União)
Inconstitucionalidade formal
propriamente dita: refere-se a
POR AÇÃO Vício formal ou vícios no procedimento
(INCONSTITUCIONALIDADE nomodinâmico: legislativo, seja por
POSITIVA) inobservância da iniciativa (vício
subjetivo), seja por desrespeito
ao rito e critérios de aprovação
legislativos (vício subjetivo)
Inconstitucionalidade por
violação a pressupostos
objetivos do ato: resulta de
vícios externos ao procedimento,
SENTIDO DA TABELA
Obs. 1: Conforme sustenta Barroso, no Brasil, existe controle político, nos casos de veto jurídico e rejeição
pela CCJ. O controle político, portanto, é preventivo no Brasil.
CONTEXTO HISTÓRICO:
“Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos
membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público.”
EFEITOS DA DECISÃO
_______________________________________________________________
ATENÇÃO: a expressão “no todo ou em parte”, constante do art. 52, X, da
CF/88, deve ser interpretada para se afastar a possibilidade de o Senado Federal
ampliar, restringir ou interpretar a decisão do STF. Ou seja, a resolução do
Senado deve adstringir-se aos termos decididos pelo STF. Assim, se lei toda
foi declarada inconstitucional, o Senado apenas pode, mediante
discricionariedade política, suspender a execução do ato normativo completo;
se a declaração alcançou apenas parte da lei, a atuação da casa legislativa
deverá ater-se a essa parte.
_______________________________________________________________
Algumas conclusões:
_______________________________________________________________
1. Objeto da ADI
Obs.: Embora a regra seja a extinção do processo objetivo por perda do objeto,
em alguns casos específicos, o STF houve por bem afastar a preliminar de
prejudicialidade, sob o fundamento de que a revogação da lei objetada, na
iminência do julgamento da ADI, cuidava de fraude processual a ser combatida
pelo Judiciário.
_______________________________________________________________
__________________________________
NÃO. Quando o STF julgou as ADIs 3715 MC/TO, 1779/PE e 849/MT, ele
realmente decidiu que:
As contas dos chefes do Poder Executivo são julgadas pelo Poder
Legislativo (no caso dos Governadores, pelas Assembleias e se for Prefeito,
pelas Câmaras Municipais);
No caso das contas dos chefes do Poder Executivo, o Tribunal de Contas
apenas emite um parecer prévio, que poderá ser acolhido ou não pelo Poder
Legislativo.
RECLAMAÇÃO:
OUTROS PRECEDENTES:
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
do Distrito Federal;
VI - o Procurador-Geral da República;
nacional.
_______________________________________________________________
ATENÇÃO – incisos II e III: Segundo o STF, Mesa do Congresso Nacional
não tem legitimidade para propositura de ADI. Os legitimados são as Mesas
do Senado Federal e da Câmara dos Deputados, assim consideradas de forma
desagregada.
_______________________________________________________________
ATENÇÃO – inciso VIII: Segundo o STF, a exigência de representação de
partido político no Congresso Nacional é preenchida com a existência de
apenas 1 (um) parlamentar, em qualquer das casas legislativas.
_______________________________________________________________
ATENÇÃO – inciso VIII: Segundo o STF, a perda superveniente de
representação no Congresso Nacional não induz extinção do processo sem
resolução do mérito, devendo a legitimidade ser averiguada instantânea e
estaticamente no momento da propositura da ação direta.
_______________________________________________________________
ATENÇÃO – atribuições do AGU e do PGR: O AGU deverá defender o ato
impugnado, não lhe sendo franqueada, via de regra, independência intelectual
para agir no processo de controle objetivo. Por sua vez, o PGR emitirá parecer
cujo teor, ao contrário, poderá indicar tanto a constitucionalidade, como a
inconstitucionalidade do objeto da ADI.
Obs. 1: Segundo o STF, o AGU “não está obrigado a defender tese jurídica
se sobre ela esta Corte já houver fixado entendimento pela sua
inconstitucionalidade”.
Obs. 2: Ainda que a lei ou o ato normativo sejam estaduais, a atribuição para
defendê-los, em sede de ADI ajuizada no STF, é do AGU, e não do PGE, como
se possa imaginar. Cuidado!
9. Amicus curiae
Conceito e finalidade
Amicus curiae é alguém que, mesmo sem ser parte, em razão de sua
representatividade, é chamado ou se oferece para intervir em processo relevante
com o objetivo de apresentar ao Tribunal a sua opinião sobre o debate que está
sendo travado nos autos, fazendo com que a discussão seja amplificada e o
órgão julgador possa ter mais elementos para decidir de forma legítima.
Natureza jurídica
Existe muita polêmica sobre este ponto, mas prevalece, entre os Ministros
do STF, que o amicus curiae é uma forma de intervenção anômala de
terceiros.
Previsão legal
Vale a pena destacar a previsão da Lei n.º 9.868/99 (ADI / ADC), que é a
mais cobrada:
(...)
O amicus curiae pode ser convocado, de ofício, pelo Tribunal, ou, então,
pleitear sua participação no processo. O STF já decidiu que o pedido de
admissão do amicus curiae deve ser assinado por advogado constituído, sob
pena de não ser conhecido (ADPF 180/SP).
O amicus curiae não poderá intervir se o processo já foi liberado pelo
Relator para que seja incluído na pauta de julgamentos (STF ADI 4071 AgR, Min.
Re. Menezes Direito, Tribunal Pleno, julgado em 22/04/2009). Assim, o
momento fatal para intervenção do amicus curiae é a liberação do processo
para a pauta de julgamento.
_______________________________________________________________
ATENÇÃO: O STF não tem admitido que pessoas físicas ingressem como
amicus curiae, pois estas carecem de representatividade adequada.
_______________________________________________________________
ATENÇÃO – princípio da “parcelaridade”: Com base nesse princípio, é
possível que o STF declare a inconstitucionalidade de apenas uma palavra ou
expressão, não estando adstrito ao dispositivo por completo (inciso, parágrafo
ou artigo).
Súmula 343-STF: Não cabe ação rescisória por ofensa a literal dispositivo de lei,
quando a decisão rescindenda se tiver baseado em texto legal de interpretação
controvertida nos tribunais.
Cabe ação rescisória nesse caso? Podemos dizer que o acórdão do TRF4
violou literal disposição de lei?
NÃO. Mesmo que a sentença transitada em julgado esteja em confronto
com o atual entendimento do STF, não caberá ação rescisória se, na época em
que foi prolatada, ela estava em conformidade com a jurisprudência
predominante do próprio STF.
Aplicou-se, no caso, a Súmula 343 do STF: “Não cabe ação rescisória por
ofensa a literal dispositivo de lei, quando a decisão rescindenda se tiver baseado
em texto legal de interpretação controvertida nos tribunais.”
A súmula 343 do STF aplica-se quando a sentença transitada em julgado
e que está sendo atacada foi proferida na época com base no entendimento do
próprio STF. Nesse caso, não se deve relativizar o alcance do enunciado.
O Min. Marco Aurélio afirmou que, em regra, aplica-se a súmula 343-STF
mesmo em caso de violação à norma constitucional. No entanto, ele mencionou
uma exceção: se a sentença transitada em julgado se baseou em uma lei e esta
foi, posteriormente, declarada inconstitucional pelo STF com eficácia erga
omnes e sem modulação de efeitos, nesse caso caberia ação rescisória,
afastando-se a súmula 343-STF.
Desse modo, não cabe ação rescisória em face de acórdão que, à época de
sua prolação, estava em conformidade com a jurisprudência predominante
do STF.
STF. Plenário. RE 590809/RS, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 22/10/2014
(Info 764).
_______________________________________________________________
Previsão legal:
Quadro- resumo:
(medida cautelar)
Repristinatórios; Repristinatórios;
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
2. Competência e legitimidade:
_______________________________________________________________
5. Subsidiariedade:
_______________________________________________________________
ATENÇÃO: para MARCELO NOVELINO, não apenas as ações diretas cumprem
o requisito da igual eficácia para substituir a ADPF. Segundo o autor, a súmula
vinculante seria um exemplo de “outro meio eficaz” para sanar a lesividade.
_______________________________________________________________
6. Efeitos da decisão:
A ADPF pode ser autônoma (art. 1o, caput) ou incidental (art. 1o, §1º, I):
ADPF AUTÔNOMA ADPF INCIDENTAL
Pressupõe divergência
jurisprudencial;
Obs. 2: Na ADPF autônoma, o objeto impugnado pode ser qualquer ato do poder
público (ato administrativo, decisão judicial e etc.). Na incidental, apenas lei ou ato
Obs. 3: Embora a natureza federativa da lei ou ato normativo (se federal, estadual ou
municipal) seja relevante para fins de identificação da ação correta, o STF aplica o
princípio da fungibilidade entre ADI, ADC e ADPF.
_______________________________________________________________
8. Medida cautelar:
1. Previsão constitucional:
_______________________________________________________________
ATENÇÃO: é muito cobrada a distinção constitucional em relação comando
judicial dado ao responsável por sanar o estado de omissão ou “síndrome da
inefetividade das normas constitucionais”. Assim, se a ordem judicial se dirigir a
um: (1) Poder: será dada ciência sobre a decisão de inconstitucionalidade, para
que o referido Poder adote as providências que reputar necessárias; (2) órgão
administrativo: será proferido um comando para que o órgão tome medidas
concretas, em 30 dias, para tornar efetiva a norma constitucional.
_______________________________________________________________
2. Competência e legitimidade:
3. Espécies de omissão:
OMISSÕES NORMATIVAS
TOTAL: PARCIAL
Obs.: No caso de omissão parcial relativa, o STF tem aplicado sua Súmula 339, aduzindo
que “não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar
vencimentos de servidores públicos sob o fundamento de isonomia”. ATENÇÃO:
súmula muito usada nas defesas da Fazenda Pública!
_______________________________________________________________
4. Objeto:
_______________________________________________________________
CUIDADO: a omissão do Poder Judiciário, aqui tratada, diz respeito ao exercício
de sua função atípica de legislar. Assim, obviamente, não cabe ADO contra a
omissão do juiz que não julga os processos sob sua responsabilidade.
_______________________________________________________________
ATENÇÃO: Segundo o STF, a ADO fica prejudicada, por perda de objeto,
quando revogada a norma que necessite de regulamentação para sua
efetividade.
_______________________________________________________________
ATENÇÃO: Segundo o STF, a ADO fica prejudicada, por perda de objeto,
quando encaminhado projeto de lei ao órgão legislativo competente para
cuidar da matéria.
_______________________________________________________________
ATENÇÃO: Segundo o STF, a ADO não deve ser conhecida, quando, no
momento de seu ajuizamento, o processo legislativo já houver sido deflagrado.
5. Medida Cautelar:
_______________________________________________________________
6. Efeitos da decisão:
8. Parâmetro
_______________________________________________________________
1. Objeto e competência:
_______________________________________________________________
Quadro-resumo: objetos de ADPF, ADI e ADC
ADPF (incidental) ADI ADC
Lei ou ato normativo: Lei ou ato normativo: Lei ou ato normativo:
FEDERAL; FEDERAL; FEDERAL.
ESTADUAL; ESTADUAL.
MUNICIPAL.
_______________________________________________________________
2. Legitimidade e efeitos:
Nesse ponto, as ações até agora tratadas (ADI, ADPF, ADO e ADC) não
divergem: (1) a legitimidade ativa para todas elas consta do rol declinado no art.
103 da CF/88; (2) os efeitos para todas são, via de regra, ex tunc, erga omnes e
vinculantes.
4. Medida cautelar:
1. Previsão constitucional:
_______________________________________________________________
2. Conceito e finalidade:
3. Objeto:
O objeto da ADI interventiva está previsto no art. 36, III, da CF/88: (1)
afronta aos chamados “princípios sensíveis” (art. 34, VII, da CF/88) e; (2)
recusa à execução de lei federal.
c) Autonomia municipal;
_______________________________________________________________
ATENÇÃO: em um primeiro momento, o STF entendia que apenas atos
normativos poderiam violar os princípios sensíveis acima transcritos. Todavia, o
entendimento atual é de que qualquer ato do Poder Público pode render
ensejo à violação dos citados baluartes. Assim, podem afrontar princípios
sensíveis e desencadear o processo de intervenção federal: lei ou ato
normativo; omissão ou incapacidade das autoridades locais de assegurar
o cumprimento, por exemplo, dos direitos da pessoa humana (caso dos
presídios superlotados); ato governamental; ato administrativo e etc.
4. Competência e legitimidade:
5. Procedimento:
6. Medida liminar:
PREVISÃO CONSTITUCIONAL:
OBJETO E COMPETÊNCIA:
LEGITIMADOS:
PARÂMETRO
Obs.: O RExt, nessa hipótese, foi idealizado apenas para que o STF pudesse
analisar a contenda constitucional, sem a necessidade de se ajuizar nova ação.
Assim, seu julgamento produzirá os mesmos efeitos que o julgamento de uma
ADI: erga omnes, vinculantes e ex tunc, que poderão, naturalmente, ser
modulados. Cuida-se, portanto, de situação em que o RExt instaura controle
abstrato de constitucionalidade no STF, sendo falsa a afirmação de que sua
utilização se limita ao controle difuso.
Em resumo:
_______________________________________________________________