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DPC

RISCO AMBIENTAL

MATERIAL PATROCINADO PELO

FUNDO DE DESENVOLVIMENTO

DO ENSINO PROFISSIONAL MARÍTIMO


1
FUNDAÇÃO DE ESTUDOS DO MAR

PROGRAMA DE ENSINO PROFISSIONAL MARÍTIMO

ATIVIDADES CORRELATAS

Niterói


1
2015
Copyright© boy Fundação de Estudos do Mar

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

Risco Ambiental /Sergio R S Barros; Julio César Wasserman – (RJ):


Fundação Euclides da Cunha de Apoio a Universidade Federal
Fluminense, 2009.

45 p..: il.

Revisão – Janeiro de 2015 realizada pelo Autor.

Apostila elaborada para a Fundação de Estudos do Mar para


servir de livro texto do Curso “Risco Ambiental”

2015


2
Fundação de Estudos do Mar – FEMAR

Rua Marquês de Olinda, 18 – Botafogo

22251-040 – Rio de Janeiro, RJ

Tel.: (21) 3237-9500

Fax: (21) 3237-9509

e-mail: biblioteca@fundacaofemar.org.br


3
SUMÁRIO

1 – INTRODUÇÃO AO RISCO AMBIENTAL .................................................................. 5

1.1 – CONCEITOS SOBRE RISCO AMBIENTAL .......................................................................... 5

1.2 – RISCO NA SOCIEDADE MODERNA .................................................................................... 7

2 - AMBIENTES COSTEIROS E SEUS IMPACTOS .................................................... 11

2.1 - DEFINIÇÃO DE ZONA COSTEIRA ...................................................................................... 11

2.2 - MACRO COMPONENTES DA ZONA COSTEIRA .............................................................. 12

2.4 - PRINCIPAIS USOS DA ZONA COSTEIRA E SEUS IMPACTOS E OS RISCOS


ASSOCIADOS ........................................................................................................................................... 14

4 - PERÍCIA AMBIENTAL ASSOCIADA AO RISCO AMBIENTAL .............................. 16

4.1 - MONITORAMENTOS............................................................................................................ 16

Monitoramentos Passivos e Monitoramentos Ativos .............................................................. 17

Parâmetros indicadores da qualidade da água ........................................................................ 17

Parâmetros físicos ..................................................................................................................... 18

5 - ANÁLISE E AVALIAÇÃO DOS RISCOS AMBIENTAIS ......................................... 24

5.1 - AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS ....................................................................... 24

5.2 – ESTUDO E ANÁLISE DOS RISCOS AMBIENTAIS ........................................................... 25

5.3 - METODOLOGIAS DE ANÁLISE DE RISCO ....................................................................... 34

5.3.1 - ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCO .............................................................................. 35

Conclusões finais da Analise Preliminar de Riscos. ............................................................... 40

5.3.2 - METODOLOGIAS QUANTITATAS DE ANALISE DE RISCOS .................................... 41

PROGRAMA DE GERÊNCIA DE RISCOS ................................................................... 42

BIBLIOGRAFIA............................................................................................................. 42


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1 – INTRODUÇÃO AO RISCO AMBIENTAL

1.1 – CONCEITOS SOBRE RISCO AMBIENTAL

A primeira afirmação que se pode fazer com relação aos riscos ambientais foi
retirada de Edgar Morin quando cita: “não poderemos nunca escapar da incerteza e
não nunca possuir um saber total”. Dessa forma a sociedade moderna percebeu
que risco é algo para ser gerenciado e avaliado seu nível de aceitação. O risco está
associado a um acontecimento futuro, um momento temido em que a perda acontece.
Não existe nenhum risco sem a valorização positiva, ou seja, o risco inexiste quando
não há o que se perder (VALOR).

O risco percebido torna-se facilmente um perigo. Avaliação de riscos  depende


de fatores incontroláveis ou pouco conhecidos. Muito associada em sua formulação
simples pelo uso de equações matemáticas definidas como o produto da probabilidade
de ocorrer acidentes e de sua freqüência.

O lado mais complexo da análise está relacionado ao grau de aceitação


individual e coletiva dos riscos  a aceitação do risco vai variar de acordo com os
fatores: econômicos, sociais, culturais, gênero e éticos. A análise de risco ambiental
dever ser avaliada como um indicador dinâmico das relações entre os sistemas
naturais, a estrutura produtiva e das condições sociais das comunidades  sendo uma
categoria geográfica e histórica.

O risco ambiental pode estar associado a três tipos de risco (SOUZA 2010 e 2013):

Risco natural  associado ao comportamento dinâmico dos sistemas naturais tais


como: inundações, desabamento de encostas e processos erosivos da linha de costa;

Risco social O risco social está relacionado a contextos econômicos, políticos e


culturais e resulta da inter-relação desses contextos das sociedades, em especial das
sociedades contemporâneas que vivem a dualidade do local/global, da
individualidade/globalidade, da diversidade/ homogeneidade, da inclusão/exclusão, do
consumo/escassez, do desperdício/sustentabilidade e, ainda, vivem duas crises
simultâneas que se reforçam mutuamente (Herculano et al., 2000) vão desde
infraestrutura, condição de habitabilidade, saneamento básico até a condição e a
existência de emprego, entre outros (Castro et al., 2005).


5
Risco tecnológico definido como o potencial de ocorrência de eventos danosos à
vida, a curto, médio e longo prazo, em consequencia das estruturas produtivas . Estão
relacionados a eventos de curta críticos de curta duração e com amplas
conseqüências, a exemplo das explosões, deposição e vazamentos. Na atualidade, os
estudos sobre risco tecnológico circunscrevem-se principalmente ao âmbito dos
processos produtivos e da atividade industrial (Castro et al., 2005). Para CERRI e
AMARAL (1998), riscos tecnológicos estão inseridos na idéia de riscos ambientais,
como uma tipologia de risco, assim como os naturais e sociais. Nessa perspectiva,
risco ambiental é concebido no escopo da questão ambiental, a qual não se resume a
temas como efeito estufa, buraco na camada de ozônio, chuvas ácidas,
desflorestamentos, processo de desertificação, degradação dos solos, entre outros,
mas incorporam temas como desastres ambientais e doenças provocadas por impactos
negativos de indústrias química e petroquímica, que vêm se desenvolvendo e
disseminando a partir da década de 50.

De acordo com EGLER (1996) esta categoria de risco pode ser definida como o
“potencial de ocorrência de eventos danosos à vida, a curto, médio e longo prazo, em
conseqüências das decisões de investimentos na estrutura produtiva

Segundo Carla Souza A noção de riscos ambientais, que considera a perspectiva


social de apropriação do espaço pela sociedade e a interação dos efeitos dessa
apropriação por meio de recursos tecnológicos, e a dinâmica dos fenômenos naturais
(VEYRETE RICHEMOND, 2007 apud SOUZA, 2010) revelam a complexidade existente
na de riscos ambientais, os quais “resultam da associação entre os riscos naturais e
os riscos decorrentes de processos naturais agravados pela atividade humana e pela
ocupação do território” (VEYRETE, 2007: 63 apud SOUZA ) (Figura 1).

Segundo SOUZA (ND) a intervenção das ações antrópicas da sociedade sobre os


elementos da natureza, por meio do uso da tecnologia, ocasiona alterações e, ou
processos naturais em andamento que deflagram efeitos e impactos negativos sobre a
sociedade, que por sua vez se “protege” com novas intervenções. Nessa lógica, a
sociedade provoca mudanças nos elementos da natureza, que por sua vez ocasiona
mudanças na sociedade. Passamos dessa forma, por uma dialógica complementar e
antagônica dos sistemas complexos, muito bem abordados por MORIN.


6
Figura 1: Risco Ambiental (FERREIRA, 1993 apud SOUZA)

1.2 – RISCO NA SOCIEDADE MODERNA

O estudo de risco ambiental apareceu como disciplina formal nos Estados


Unidos de 1940 a 1950, paralelamente ao lançamento da indústria nuclear e também
para a segurança de instalações (“safety hazard analyses”) de refino de petróleo,
indústria química e aeroespacial. No Brasil, especificamente em Cubatão com o Plano
de Controle da Poluição de Cubatão em 1983 desencadeou-se uma série de
exigências para garantir a boa operação e manutenção de processos e tubulações e
terminais de petróleo e de produtos químicos das 111 unidades industriais locais,
dando-se início ao uso institucional desse tipo de estudo de risco (Newman, 2001).

O risco (lato sensu) refere-se, portanto, à probabilidade de ocorrência de


processos no tempo e no espaço, não constantes e não-determinados, e à maneira
como estes processos afetam (direta ou indiretamente) a vida humana. De maneira
geral, poderíamos dizer que a gênese dos riscos, assim como o aumento da
capacidade de gerar danos e de sua escala de abrangência, acompanham a história da
sociedade. A questão que pode ser colocada, considerando o risco como objeto de
investigação científica sistemática, atualmente estudado a partir de bases teóricas e
conceituais, é: quando e como adquire caráter e status científico (Castro, et al., 2005).

Dentre concepções e definições de risco, o livro "A Sociedade do Risco" de Beck


(Beck, 2006) é considerado um clássico e referência obrigatória. Neste livro, Beck
afirma que vivemos em uma verdadeira sociedade do risco, propondo uma distinção


7
entre uma primeira modernidade gerada pela industrialização e uma segunda
modernidade ou "modernidade reflexiva", em que as insuficiências e da primeira
modernidade tornam-se objeto de reflexão. A ciência e a tecnologia, assim como as
instituições da sociedade industrial engendrada na primeira modernidade, não foram
pensadas para o tratamento da produção e distribuição dos "males" das externalidades
dos processos, ou seja, dos riscos associados à produção industrial

As análises de risco ambiental decorem do seguinte modelo:

Poluição e risco

Primeira dimensão é a naturalização do risco e da poluição

• Incorporação da fonte poluidora no cotidiano;


• A poluição e os riscos são até reconhecidos, porém não questionados.

A segunda dimensão é a “desnaturalização do risco”

• Envolve algum tipo de estranhamento e manifestação contrária ao risco e a


poluição;
• Ocorre a perda da legitimidade do causador da poluição – reclamações da
população no Órgão Ambiental


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A terceira dimensão é a “renaturalização”. É uma nova forma de incorporar a
poluição e risco no cotidiano - geralmente inclui limites a poluição e medidas de
segurança para se reduzir o risco.

RISCO é uma criação da MODERNIDADE

Está ligado principalmente ao avanço tecnológico e no processo de


industrialização da sociedade. Possui como característica principal é sua
intangibilidade

Grupos de técnicos para avaliar  Sistemas peritos  podem ter sua confiança
abalada


9
O quadro acima destaca a nova ordem de risco da sociedade moderna, onde os
países com maior nível de consciência dos seus cidadãos escolhem seus riscos, ou
seja, pressionadas as empresas trocam suas operações para países onde o risco
ambiental é mais aceitável. Este modelo se repete em nossas cidades as industriais
muitas vezes se localizam em áreas mais afastadas para diminuir a sua vulnerabilidade
quanto ao risco ambiental.

Os riscos globais existem para todos, existem atualmente dois grupos sociais
nas sociedades modernas, aqueles com condição material que escolhem o nível de
seu risco, uma vez que possuem a capacidade de escolher sua moradia, o que se
alimentar e a qualidade da água que vai beber. Contudo, existe o grupo social que não
escolhe o seu risco por não possuir condições materiais. Estamos diante de uma
sociedade que produz e distribui riscos ambientais de forma desigual.

Risco e perigo são categorias sócio-culturais, construídas de acordo com cada


realidade local e poderão variar segundo a ocupação (agricultores, operários e
pescadores) e o gênero (homens e mulheres). Será fundamental para percepção e
conhecimento dessas categorias a utilização de “entidades intermediárias” – ONGs,
profissionais de saúde, da área jurídica e da área acadêmica, de modo a assessorar a


10
população local na compreensão dos aspectos técnicos que envolvem o risco
ambiental.

2 - AMBIENTES COSTEIROS E SEUS IMPACTOS

2.1 - DEFINIÇÃO DE ZONA COSTEIRA

A Zona Costeira abriga um mosaico de ecossistemas de alta relevância ambiental, cuja


diversidade é marcada pela transição de ambientes terrestres e marinhos, com
interações que lhe conferem um caráter de fragilidade e que requerem, por isso,
atenção especial do poder público, conforme demonstra sua inserção na Constituição
brasileira como área de patrimônio nacional (MMA, 2003)

A Zona Costeira é uma interface entre o continente, a atmosfera e o oceano,


sendo constituída de três regiões horizontais: a litorânea, costeira e oceânica (Figura 1)
(Diegues, 2001). Cabe salientar que sua delimitação é subjetiva, devendo ser
tratada na gestão como uma área de influência relevante da faixa terrestre sobre
o litoral e não por um limite geográfico estabelecido. É neste ambiente que se
encontram inserido os maiores complexos portuários do país e são eles: Santos, Rio de
Janeiro, Rio Grande, Paranaguá e Salvador (Carvalho e Rizzo, 1994)

Figura 1: Região de interface entre o continente, a atmosfera e o oceano.


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2.2 - MACRO COMPONENTES DA ZONA COSTEIRA

A zona costeira pode ser dividida em três macrocomponentes ou subsistemas


(representados na Figura 1). São eles:

(i) a bacia de drenagem continental adjacente

(ii) uma área de transição

(iii) o ambiente marinho adjacente. (Calliari, et al, 2001)

A bacia de drenagem adjacente (continental adjacente) é composta por uma


variedade muito grande de ambientes que podem incluir, além de rios e arroios, lagos,
campos, florestas, áreas agrícolas, áreas urbanas, reflorestamentos, entre outros.

O litoral (transicional) pode ser composto por uma faixa de largura variável onde
se destacam ambientes compostos por praias, dunas, estuários, lagoas costeiras,
restingas, manguezais, entre outros. Essa faixa é comumente representada por uma
planície costeira característica, onde centros urbanos, agrícolas e turísticos podem
estar localizados.

A plataforma continental adjacente (marinho adjacente) compreende a área


do oceano próximo (coluna d’água e fundo) e sob influência direta do continente. São
áreas onde as atividades de navegação, pesca (profissional e esportiva), e exploração
mineral podem ser bastante intensas. A zona costeira e seus macro-componentes
devem ser entendidos como um sistema ecológico, onde seus componentes e
processos interagem de forma integrada. Nesse sentido, fenômenos ambientais ou
alterações que ocorrem em um dos setores podem produzir (e normalmente
produzem), efeitos nos setores adjacentes.

2.3 - ZONA COSTEIRA NO BRASIL

No Brasil estas regiões apresentam uma multiplicidade de ecossistemas


extremamente produtivos sob o ponto de vista dos recursos naturais renováveis. Entre
elas se destacam os ecossistemas estuarinos, de manguezais, recifes de coral,
planícies inundáveis e as lagoas costeiras.


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Os ecossistemas litorâneos e costeiros brasileiros são o habitats de uma grande
parte dos recursos marinhos, sendo áreas de criação, refúgio permanente ou
temporário de inúmeras espécies de peixes, crustáceos e moluscos com alto valor
comercial, tanto para pesca amadora como para pesca industrial.

O Programa Nacional de Gerenciamento Costeiro (PNGC) também caracteriza a


Zona Costeira como sendo o espaço geográfico de interação do ar, do mar e da terra,
incluindo seus recursos ambientais, abrangendo as seguintes faixas: A Faixa Marítima
e Faixa Terrestre (CIRM/PNGC II, 1997). Por definição a Faixa Marítima é a que se
estende mar afora distando doze milhas marítimas das linhas de base estabelecidas de
acordo com a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, compreendendo
a totalidade do Mar Territorial (CIRM/PNGC II op cit). A Faixa Terrestre é mais dividida
e é formada pelos municípios que sofrem influência direta dos fenômenos ocorrentes
na Zona Costeira, a saber:

(a) Os municípios defrontantes com o mar, estabelecido pelo Instituto Brasileiro de


Geografia e Estatística (IBGE);
(b) Municípios não defrontantes com o mar que se localizem nas regiões
metropolitanas litorâneas;
(c) Os municípios contíguos às capitais estaduais litorâneas, que apresentem
processo de conurbação (Conjunto formado por uma cidade e seus subúrbios,
ou por cidades reunidas, que constituem uma seqüência, sem, contudo, se
confundirem);
(d) Os municípios próximos ao litoral, até 50 quilômetros da linha de costa, que
aloquem, em seu território, atividades ou infra-estrutura de grande impacto
ambiental sobre a Zona Costeira, ou ecossistemas costeiros de grande
relevância;
(e) Os municípios estuarinos-lagunares, mesmo que não defrontantes diretamente
com o mar, dada a relevância destes ambientes para a dinâmica marítimo-
litorânea; e
(f) Municípios que, mesmo não defrontantes com o mar, tenham todos seus limites
estabelecidos com municípios referidos nas condições anteriores (CIRM/PNGC
II, 1997).


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2.4 - PRINCIPAIS USOS DA ZONA COSTEIRA E SEUS IMPACTOS E OS RISCOS
ASSOCIADOS

A costa é um ambiente único do ponto de vista econômico, como um sítio que


abriga portos e atracadouros que atraem grandes benefícios monetários associados
com comércio costeiro e como locais de concentração de indústrias. Além disto, é um
lugar altamente valorizado e muito atraente para a localização de complexos
turísticos e/ou de veraneio (como destino de pacotes de férias). A combinação da
água doce com água salgada em estuários costeiros, criando alguns dos mais
produtivos e ricos habitats do planeta e a resultante exploração de peixes e outras
formas de vida marinha pode ser de grande valor para as nações costeiras. Em muitas
localidades, a topografia costeira, formada através de milênios, provê uma significante
proteção natural contra tempestades e outros distúrbios relacionados aos oceanos.

Os principais usos da Zona Costeira estão associados a um processo histórico


de ocupação e são eles:

1. Industrialização
2. Urbanização
3. Transporte
4. Turismo
5. Mineração
6. Energia
7. Agricultura
8. Pesca e aquacultura.

O crescimento econômico do país tem se apoiado, nas últimas décadas, num


acentuado processo de industrialização que, por razões históricas, tem se concentrado
na Zona Costeira.

O crescimento industrial se concentrou particularmente no eixo Rio-São Paulo,


configurando uma grande área industrial praticamente contínua. Neste trecho estão
localizados os dois maiores complexos industriais e portuários do Brasil; o de
Cubatão/Santos/São Vicente e o do Rio de Janeiro. O complexo industrial do Rio de


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Janeiro é um pólo não planejado desenvolvendo-se, sobretudo, no lado oeste da Bacia
da Baia de Guanabara.

A atividade portuária Tendo em vista a sua natureza intrínseca exige as


vantagens comparativas do meio urbano, determinando a imbricação entre as
dinâmicas urbana e portuária. Foi elencado uma série de impactos ambientais
decorrentes desta atividade

 Localização inadequada (estuários; manguezais)


 Alteração da dragagem natural
 Dragagens de manutenção; ampliação etc
 Operação com cargas tóxicas ou perigosas
 Efluentes e resíduos que contaminam a região
 Destruição de áreas biologicamente produtivas

Em 1992 a UNESCO / WHO / UNEP, consideraram a atividade


marítimo-portuária como fonte de contaminantes do meio ambiente
aquático. Segundo eles, os principais contaminantes são os óleos e as
graxas, além de patógenos e elementos traços (metais pesados).

Apesar de seus diversos usos, já mencionados anteriormente, a Zona Costeira


tem seu valor econômico reduzido pela falta de gerenciamento em seu uso.

 A poluição de águas costeiras pode reduzir significativamente a produção de


pescado, como pode também degradar áreas naturais de criação de várias
espécies e degradar importantes habitats de banhados costeiros.
 Se ambientes como os recifes de corais e florestas de manguezais forem
degradados ou removidos, a proteção natural oferecida contra tempestades
pode ser perdida.
 O desenvolvimento inapropriado e o seu conseqüente impacto pode reduzir a
atratividade dos ambientes costeiros, afetando grandemente o potencial
turístico.


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 Mesmo portos e atracadouros requerem um ativo gerenciamento se eles
pretendem permanecer produtivos e como empresas/atividades de sucesso ao
longo do tempo (Kitsmann et al, 2002).

4 - PERÍCIA AMBIENTAL ASSOCIADA AO RISCO AMBIENTAL

A perícia ambiental tem por objetivo avaliar o grau de antropismo de um


ecossistema, ou seja, verificar o estágio do impacto ambiental sobre determinado
ecossistema. Por exemplo, um corpo hídrico – com ou sem tratamento pode ser
utilizado para o consumo humano? Para preservação das comunidades bióticas
aquáticas, irrigação, dessedentação de animais, usos industriais e pesquisa sobre a
qualidade de água? E viabilidades de tratamento de águas residuais.

Sua importância na análise de risco ambiental está relacionada com o estágio


atual dos ecossistemas vizinhos a instalação periciada. Cabe ressaltar que é
importante que as empresas possuam programas de monitoramento do meio, para
ter o que denominamos de BACKGRAUND, ou seja, a situação na condição presente
dos sistemas naturais no entorno de uma planta industrial (tempo zero -T0).

T0 - Análise iniciais em um corpo T1 – Análise do corpo


hídrico hídrico 6 meses após o
início dos
monitoramentos

4.1 - MONITORAMENTOS

O monitoramento é a observação freqüente ou contínua de um fenômeno,


natural ou artificial, visando à obtenção de dados quantitativos e qualitativos para um
maior conhecimento sobre sua essência e comportamento (Lima-e-Silva, 1999). Esta é
a ação de maior importância para a verificação de riscos ambientais, por que visa
capacitar os responsáveis pelos processos industriais a tomarem providências para
que uma situação não saia do controle, ou que as conseqüências de um evento
indesejado possam ser minimizadas (Lima-e-Silva, op cit).


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Monitoramentos Passivos e Monitoramentos Ativos

Monitoramentos Passivos é a denominação dada à metodologia de avaliação


de qualidade de um parâmetro ambiental através da análise de características físico-
químicas ou de indicadores das comunidades bióticas presentes. Estas comunidades
possibilitam a constatação de condicionantes ecológicas atuantes no presente e/ou no
passado (Almeida et al, 2000)

Monitoramentos Ativos  compõe-se de métodos físico-químicos


complementares que viabilizam uma avaliação ecológica do parâmetro ambiental. O
critério biológico é o mais utilizado, através do grau de sobrevivência de um
determinado organismo sob condições de exposição a substâncias tóxicas.

Outras avaliações são: vitalidade, aumento da biomassa e alterações fisiológicas


subletais. Deverão ser aplicadas em laboratórios em condições padronizadas. Para o
procedimento deste monitoramento devem ser obtidas em três fases:

 Análise in situ da reação de organismos padronizados expostos a substâncias


tóxicas.
 Análise das reações destes organismos em condições de laboratório
 Cruzamento dos dados obtidos para as diferentes situações

Deve ser tomado um cuidado especial, nestes dois monitoramentos, com


relação à verificação da significância dos métodos selecionados. Um parâmetro bem
escolhido permitirá melhor análise da poluição e seus efeitos (Almeida et al, op cit).

Irão ser trabalhados a seguir os principais parâmetros de qualidade de água por


ser o meio mais afetado pelas atividades marítimo-portuárias.

Parâmetros indicadores da qualidade da água

Para caracterizar a qualidade da água será necessário caracterizar os


indicadores físicos, químicos e biológicos. Dependendo das substâncias presentes na
atmosfera, na formação dos solos, da vegetação e de outros fatores intervenientes a
qualidade da água apresentará valores diferentes (Braga et al, 2002). Por exemplo, é


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de esperar que os rios que atravessam florestas apresentem águas escuras, devido ao
alto teor de matéria orgânica.

Inúmeros são os parâmetros determinantes ou variáveis que possibilitam a


caracterização ambiental. Tais variáveis abrangem parâmetros químicos, físicos,
microbiológicos, biológicos e radiológicos. Cada um destes parâmetros deve ser
conhecido em suas particularidades para que se observe com clareza o significado de
seus resultados, sua abrangência, limitações, grau de confiança, referências para
comparações e custos de realização. Quando se trata de risco ambiental, estes
parâmetros devem fornecer, ao tomador de decisão, respostas seguras

Parâmetros físicos
 Cor A cor é a capacidade de absorver certas radiações de forma visível.
Não pode ser atribuída a nenhum constituinte em exclusivo, ainda que
certas cores em águas naturais são indicativas de presença de certos
contaminantes.
 Turbidez A turbidez é a dificuldade da água para transmitir a luz, devido
aos materiais insolúveis em suspensão, coloidais ou muito finos, que se
apresentam principalmente em águas superficiais
 Sabor e odor O sabor e o cheiro da água são determinações
organolépticas de determinação subjetiva, para as quais não existem
instrumentos de observação, nem registros, nem unidades de medida.
(Braga et al, op cit)

Parâmetros químicos  As características químicas estão associada à presença


de substâncias dissolvidas, geralmente mensuráveis somente por meio analítico

 Salinidade
 Dureza
 Alcalinidade
 Corrosividade
 Impurezas orgânicas, nitrogênios e cloretos
 Compostos tóxicos
 Fenóis
 Detergentes


18
 Agrotóxicos (Braga et al, op cit)

Parâmetros biológicos  Os organismos aquáticos desenvolvem, na


água, suas atividades biológicas de nutrição, respiração, excreção etc.
provocando modificações de caráter químico e ecológico no ambiente.

 Zooplancton e fitoplancton
 Peixes e moluscos
 Mamíferos e aves
 Vegetais (Braga et al, op cit)

Estudo de Caso sobre o risco ambiental associado a métodos de


monitoramento dos padrões de qualidade da água na Bacia do Rio Cauí
contribuinte da Lagoa dos Patos. Baseados nos dados de Vera Maria Ferrão Vargas
et al publicados pela ABES – RS no XXVII Congresso Interamericano de Engenharia
Sanitária e Ambienta

Figura 2: Área do estudo de caso



19
A área de estudo desta etapa foi a de influência da Indústria petroquímica XXX.
Foi utilizada uma avaliação multidisciplinar do ambiente partindo da caracterização
física da área, avaliação ecotoxicológica dos diferentes compartimentos ambientais e
áreas internas do complexo e municípios da área de influência. Neste estudo
ecotoxicológico foram empregados diferentes níveis de avaliação, de forma seqüencial
e seletiva, utilizando bioensaios para determinação do efeito tóxico e genotóxico.
Partindo da área interna do Pólo Petroquímico, foram utilizados inicialmente ensaios de
toxicidade aguda. Na ausência destes efeitos, foi investigada a presença da toxicidade
crônica e, em último nível de avaliação, foi testada a atividade genotóxica. Partindo do
ambiente, ar e água do rio, foram avaliadas as amostras por metodologias de
determinação da atividade genotóxica e, na ausência deste efeito, em amostras de
água, foi realizada a pesquisa da atividade tóxica crônica.

A metodologia


20
Os ensaios utilizados neste trabalho foram:

Parâmetros físico-químicos: Cloreto, Condutividade, Demanda Bioquímica de


Oxigênio (DBO5), Demanda Química de Oxigênio (DQO), Fenóis, Nitrogênio Nitrato,
Oxigênio Dissolvido, pH, Resíduos Totais,

Temperatura, Transparência, Turbidez. -pH.

Elementos Traço: Alumínio, Cádmio, Chumbo, Cobre, Cromo, Ferro,


Manganês, Mercúrio, Níquel, Vanádio, Titânio, Zinco.

Ensaios para avaliação ecotoxicológica: Ensaios de toxicidade aguda com


peixes Danio rerio, crônica com Daphnia magna, genotóxicos com microorganismos
(ensaio Salmonella /microsoma e microtriagem por indução lisogênica) e citogenéticos
em peixes e células humanas.

Dentro de uma abordagem metodológica integradora do meio ambiente, a


equipe utilizou especialistas e ferramentas de diferentes áreas, envolvendo o aspecto
social do uso dos recursos naturais e a sua interação com o homem, os aspectos
físicos, químicos e biológicos no diagnóstico e estabelecimento de medidas de controle
para poluentes ambientais com atividade ecotoxicológica no ecossistema, incluindo as


21
possíveis conseqüências na saúde humana. No ecossistema em estudo foi possível
identificar os possíveis pontos de contaminação do Complexo para o ambiente
determinando os níveis de contaminação ecotoxicológica nos diferentes
compartimentos ambientais e áreas internas do Complexo (Tabela 1). Como observado
na Tabela 1 fica evidente a alteração das diferentes áreas avaliadas e a validade do
modelo de estudo seqüencial empregado.

Resultados

Resultados da segunda etapa

Nesta segunda proposta de trabalho a área de estudo foi ampliada com o


objetivo de conhecer a dinâmica da bacia hidrográfica desde a região de instalação do
pólo de curtumes até a área de influência petroquímica. Este projeto inclui, além das
avaliações físico-químicas e biológicas, o estudo hidrológico do rio e arroios que sofrem
impacto dos pólos citados, determinando, assim, o diagnóstico da qualidade, através
desses indicadores. A área sob influência do Pólo está sendo reavaliada com o objetivo
de aprofundar mais a investigação dos riscos de exposição, relacionados aos dados de
qualidade do ar, água e sedimento. De uma forma mais ampla busca o
acompanhamento desta área, com a definição de metodologias de alerta para danos

22
cumulativos à biota e à saúde humana, bem como o estabelecimento de estratégias
para avaliação de risco ao ecossistema, incluindo o homem. Este trabalho recomenda
e analisa ainda a evolução das medidas mitigadoras necessárias com vistas à
sustentabilidade do ambiente.

Conclusões do trabalho

• O diagnóstico de áreas expostas à contaminação industrial deve seguir o


modelo de avaliação ecotoxicológica proposto nestes projetos.

• O processo estratégico de avaliação deve considerar as variáveis físicas e


químicas que atuam na distribuição das substâncias antrópicas no ambiente e buscar
metodologias de alerta para avaliar conseqüências biológicas de suas interações nos
diferentes compartimentos ambientais, incluindo saúde humana.

• Deve ser seqüencial e seletivo na avaliação das conseqüências no


ecossistema, através da utilização de metodologias físico-químicas e biológicas de
enfoque agudo, crônico e/ou genotóxico e estabelecer medidas de controle para
poluentes com atividade ecotoxicológica.

• As conclusões deste trabalho visam definir a validade do modelo proposto para


estimativa de impacto a diferentes estressores ambientais e sua aplicabilidade como
instrumento de gestão ambiental.

Conclusão final do capítulo

Pode-se concluir neste capítulo, a importância de diagnósticos e perícias que


avaliem o risco ambiental associados às atividades industriais próximas a corpos
hídricos e reconhecer a importância destas análises para um futuro mapeamento da
bacia nas áreas de maior risco para o meio ambiente e a saúde humana a fim de
determinar as regiões de influência.

Cabe destacar que estes monitoramentos sofrem variações em um dado espaço


tempo, de forma cíclica e aleatória, em função, por exemplo, das contribuições
meteorológicas. Em zonas estuarinas, bem comuns a portos e terminais, a influência
das marés provoca grandes alterações nas características das águas (Almeida et al,
2002)


23
5 - ANÁLISE E AVALIAÇÃO DOS RISCOS AMBIENTAIS

5.1 - AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS

Na década de 60, nos países desenvolvidos, passou-se a consolidar o conceito,


atualmente corrente, de impactos sobre o meio ambiente. No detalhamento deste
conceito verificou-se que poderiam ser feitos estudos, com razoável margem de
objetividade, de modo que tivesse representatividade social, se transformando em um
instrumento no processo de tomada de decisão por parte dos gestores empresariais e
dos órgãos ambientais existentes. Para tanto foram introduzidos técnicos, traduzidos
em documentos públicos acessível a todos os níveis da sociedade, interessados nos
processos de licenciamento de novas atividades industriais (Braga et al, 2001).

A avaliação de impacto ambiental deveria conter às seguintes análises:

 Prever a natureza e a magnitude dos efeitos ambientais da atividade


 Identificar as preocupações humanas relevantes
 Listar os indicadores de impacto a serem utilizados e para cada um definir sua
magnitude
 Determinar um peso para cada indicador de modo a se prever valores para
indicar o impacto ambiental total da instalação.

Em 1981 com a Lei de Política Nacional de Meio Ambiente surge no Brasil este
poderoso instrumento de avaliação de risco ambiental para o licenciamento de novas
instalações. Abaixo estão descriminados os conteúdos mínimos que deverá ser
inserido neste relatório:

 Informações gerais sobre o empreendedor (identificação, histórico,


localização etc.)
 Caracterização do empreendimento (objetivo, porte, etapas de implantação
etc.)
 Área de influência do empreendimento
 (Diagnóstico da área de influência - descrição dos recursos ambientais e
suas interações – meio físico, biológico e socioeconômico)


24
 Análise dos impactos e de suas alternativas – identificação, previsão da
magnitude e importância (permanência, reversibilidade, cumulatividade,
sinergismo, distribuição social dos custos e benefícios)
 Definição das medidas mitigadoras dos impactos negativos
 Adoção de um programa de monitoramento dos impactos e das medidas
mitigadoras através de parâmetros ambientais de interesse (Braga et al,
2001).

Segundo a Resolução 237 do CONAMA de 1997 define os Estudos Ambientais


como: São todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos ambientais relacionados à
localização, instalação, operação e ampliação de uma atividade ou empreendimento,
apresentado como subsídio para a análise da licença requerida, tais como: relatório
ambiental, plano e projeto de controle ambiental, relatório ambiental preliminar,
diagnóstico ambiental, plano de manejo, plano de recuperação de área degradada e
análise preliminar de risco.

5.2 – ESTUDO E ANÁLISE DOS RISCOS AMBIENTAIS

Estudo e Análise de Risco Ambiental é um tema relativamente novo


na área dos serviços prestados em meio ambiente. Apesar disso não deixa
de ser um dos serviços mais solicitados, sobretudo nos países mais
desenvolvidos. O que se verifica nestes países é que as seguradoras e os
bancos, entre outros, obrigam os seus clientes a realizarem Estudos e
Análises de Risco Ambiental em suas plantas para, respectivamente,
fornecerem determinados seguros e realizarem empréstimos bancários. Ao
pedirem estes estudos e análises tem uma maior noção da vulnerabilidade
do empreendimento. Este tipo de estudo tem também como objetivo evitar
ou diminuir ao máximo as perdas humanas e materiais em caso de
acontecer uma catástrofe ambiental.


25
O Estudo e Análise de Risco Ambiental consistem na avaliação do risco
associado a um determinado empreendimento, englobando o risco que pode causar ao
meio ambiente, como também riscos externos: risco de cheias, risco de tsunami, risco
de incêndio florestal, risco de erosão, risco de causas antropogénicas, etc. Resumindo,
a avaliação do risco ambiental é um processo que investiga a ocorrência de efeitos
adversos resultantes da exposição da sociedade e dos ecossistemas a um ou mais
fatores de estresse ambiental.

A análise de risco é o processo de quantificação de risco utilizando técnicas


matemáticas, e exigem respostas para as seguintes questões:

Que pode dar errado?

Quão grave seria?

Com qual probabilidade pode ocorrer?

Que deveríamos fazer a respeito?

Uma análise de risco suficiente e adequada deve:

 Analisar o(s) resultado(s) provável (is) de uma ação ou um evento,


 Identificar os riscos significativos,
 Avaliar a probabilidade de ocorrência do(s) resultado(s),
 Avaliar as conseqüências potenciais do evento,
 Julgar se um resultado pode ou não ser tolerado,
 Identificar as exigências, caso o resultado real ou potencial não possa ser
tolerado.


26
Vítimas fatais – Maioria são de trabalhadores das indústrias – 94%

98 4% dos 121 acidentes OCORREM:

Combustão de substância química

Formação de nuvens tóxica

- Um incêndio do depósito de produtos químicos da Sandoz em 1986


Schweizerhalle/Suíça. Estimou-se que no mínimo 15.000 produtos foram
gerados pela combustão de agrotóxicos organoclorados e de compostos de
mercúrio.
- No combate ao incêndio estimou-se que 10 a 30 toneladas de contaminantes
foram lançados no Rio Reno através de águas residuais, resultando na morte de
um grande nº de peixes, numa extensão de 250 km. Também foram expostas 12
milhões de pessoas ao longo da bacia.
- A gravidade e a extensão dessas emissões dependem:


27
1 – Propriedades físico-químicas

2 – Toxicológicas e ecotoxicológicas das substancias envolvidas

3 – Condições atmosféricas

4 – Condições geológicas

5 – Condições geográficas

ANALISE DE RISCO SEGUNDO INEA (INSTITUTO ESTADUAL DO AMBIENTE – RIO


DE JANEIRO)

A Análise de Risco é a avaliação metódica, quantitativa ou qualitativa, de uma


atividade humana, visando à determinação da probabilidade dessa atividade produzir
danos, conjugada com a severidade desses danos. A Análise de Risco é aplicada às
empresas que produzem, operam, armazenam, consomem, geram ou transportam, em
quantidade expressiva, substâncias perigosas, especialmente as tóxicas e as
inflamáveis, provenientes das seguintes atividades:

 Químicas e farmacêuticas;
 De petróleo e petroquímicas;
 De gás;
 Dotadas de sistemas de refrigeração (alimentícias, de bebidas, frigoríficos, etc.);
 De produção de água tratada;
 De transporte por oleodutos e gasodutos;
 Usinas termelétricas a gás.

Dependendo dos impactos que essas atividades podem causar à população e


ao meio ambiente, há dois tipos de planos: Plano de Contingência e Plano de Ação
para Emergência. O primeiro, Plano de Contingência, detalha a ação conjunta dos
órgãos públicos e empresas privadas em caso de emergência de grande porte. O
Plano de Ação para Emergência é exigido das atividades cujo nível de risco definido
pela Análise de Risco seja igual a 3 ou 4; nele é detalhada a ação interna de uma
empresa em caso de emergência.


28
A experiência do INEA na área de risco de acidentes indicou a necessidade de
serem desenvolvidos:

 critérios para a exigência de medidas de redução de risco;


 padrões metodológicos a serem adotados pelas empresas;
 sistemas informatizados para estimar a probabilidade de ocorrência de acidentes
e seus impactos potenciais;
 mapeamento e classificação das atividades de risco localizadas na bacia da
Baía de Guanabara;
 capacitação de técnicos para lidar com avaliação, prevenção e controle de riscos
ambientais.

Para avaliação dos riscos a que estão expostas a população e o meio ambiente,
a INEA constituiu um grupo de técnicos para formação do Núcleo de Análise de Risco
Ambiental, o qual vem desenvolvendo e adotando como prática os seguintes
instrumentos, os quais se encontram em fase final de aprovação:

 Manual de Orientação de Análise de Risco, contemplando dentre outros os


seguintes aspectos:
o classificação de substâncias consideradas perigosas segundo o potencial
de risco;
o classificação das atividades (tipologia industrial) segundo os níveis de
risco;
o metodologias que podem ser adotadas pelas empresas para avaliação do
risco;
o níveis de efeitos físicos que devem ser pesquisados em cada cenário
acidental;
o padrões de tolerabilidade de risco;
o medidas de controle a serem adotadas nos diferentes casos de acidente
ambiental.

 Exigibilidade de verificação quanto ao risco para a comunidade


o fixa os critérios para a obrigatoriedade de uma verificação do risco para a
comunidade dentro do Sistema de Licenciamento de Atividades
Poluidoras - SLAP.


29
 Instruções Técnicas para Apresentação de Análise de Risco:

o Instalações de Nível de Risco Preliminar - NRP 2.

Aplicação:

o Instalações convencionais classificadas como de NRP=2.


o Pontos de conexão terra - embarcação para transferência de líquidos
(não gases liquefeitos) por duto, incluída a embarcação.
o Áreas de carga ou descarga de embarcações por meios mecânicos ou
manuais, incluída a embarcação.

o Instalações de Nível de Risco Preliminar - NRP 3.

Aplicação:

o Instalações convencionais classificadas como de NRP=3.


o Dutos externos, para transferência de líquidos ou gases liquefeitos,
instalados inteiramente em zona industrial e/ou portuária, podendo haver
trechos submersos.
o Pontos de conexão terra - embarcação pra transferência de gases
liquefeitos por duto, incluída a embarcação.

o Instalações de Nível de Risco Preliminar - NRP 4.

Aplicação:

o Instalações convencionais classificadas como de NRP=4.


o Dutos externos, para transferência de líquidos ou gases liquefeitos, não
instalados inteiramente em zona industrial e/ou portuária.
o Dutos externos, para transferência de fluidos na fase gasosa, exceto o
gás combustível operando a pressão igual ou inferior a 4,2 bar.

o Orientação para o Emprego da Análise Preliminar de Perigos


o Instrução Técnica para apresentação de Análise de Risco específico para
uso de amônia


30
Princípios que Nortearam os Critérios da INEA

I. Deve caber à INEA o controle das atividades que podem apresentar uma
ameaça à saúde e/ou à segurança da população no caso desta estar suficientemente
próxima àquelas atividades.

II. Serão apurados os riscos decorrentes da utilização de substâncias tóxicas,


inflamáveis ou explosivas.

 A INEA atuará sobre as atividades perigosas que produzam, operem,


armazenem, consumam, gerem ou transportem substâncias tóxicas e/ou
inflamáveis em quantidade superior a determinados limites estabelecidos. As
demais atividades perigosas permanecem controladas fundamentalmente pelo
Poder Público Municipal.

 A INEA atuará no controle das atividades perigosas com inflamáveis


complementarmente e em sintonia ao que prescreve o Decreto Estadual n°. 897,
de 21/09/1976, que criou o Código de Segurança Contra Incêndio e Pânico. O
controle da adequação das atividades perigosas ao citado Decreto é de
responsabilidade do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro.

 A INEA não atuará no controle das atividades perigosas em superposição ao


controle que é de responsabilidade da Delegacia Regional do Trabalho e das
Secretarias Estaduais do Trabalho e da Saúde.

 A INEA não atuará no controle de fontes radioativas e de suas aplicações, tendo


em vista que esse controle é de responsabilidade da CNEN (Comissão Nacional
de Energia Nuclear).

 A INEA não atuará no controle de substâncias e artefatos caracterizados como


explosivos, o qual é de responsabilidade do Ministério da Defesa.

III. As atividades serão classificadas segundo o alcance das conseqüências


previstas para os acidentes.


31
Segundo o Manual de Risco da FEPAM, de março 2001, as categorias de risco
formam classificadas segundo uma matriz de severidade do evento com relação a sua
área de atuação. Estas categorias de risco devem corresponder a:

Categoria de risco 1 corresponde àquelas instalações/atividades


que podem ser consideradas como de risco desprezível por terem
quantidades muito pequenas (ou não terem) de substâncias
perigosas em processo ou armazenagem.

Categoria de risco 2 corresponde àquelas instalações/atividades


que podem causar danos significativos em distâncias de até 100 m
do local.

Categoria de risco 3 corresponde àquelas instalações/atividades


que podem causar danos significativos em distâncias entre 100 m e
500 m do local.

Categoria de risco 4 corresponde àquelas instalações/atividades


que podem causar danos significativos em distâncias superiores a
500 m do local.

Segundo a FEPAM - RS para a obtenção de licenças de Instalação os critérios


de exigências está relacionado diretamente à classificação Nível de Risco Preliminar.
Abaixo encontram-se discriminados por nível de risco as exigências:

Empreendimentos na categoria de risco 1: Instalações/atividades


classificadas na categoria de risco 1 ficam isentas de exigências no que diz respeito
riscos industriais.

Empreendimentos na categoria de risco 2: estudo de análise de risco deverá


conter pelo menos uma Análise Preliminar de Riscos (APR), com indicação todos os


32
sistemas de proteção e procedimentos de segurança existentes nas instalações
analisadas; o relatório deverá destacar claramente a relação de recomendações e de
medidas mitigadoras identificadas pela APR. Os cenários de acidente identificados na
APR deverão ser classificados em categorias de frequência (frequente, provável,
improvável, remota, extremamente remota) e de severidade (insignificante, marginal,
crítica e catastrófica) e indicados em uma matriz de risco que congregue essas duas
categorias. Caso algum dos cenários de acidente seja classificado na categoria de
severidade “catastrófica”, o empreendimento deverá ser considerado de categoria de
risco 3, ficando sujeito às exigências indicadas abaixo.

- Empreendimentos na categoria de risco 3: o relatório da análise de riscos


deverá conter, além dos tópicos indicados para os empreendimentos de categoria de
risco 2, também uma Análise de Vulnerabilidade para um conjunto de cenários de
acidente considerados razoavelmente prováveis e representativos dos principais
cenários de acidente das instalações em questão. Os resultados da Análise de
Vulnerabilidade deverão ser apresentados sob a forma de mapas da região com
destaque para o layout das instalações analisadas, sobre os quais serão traçadas as
curvas demarcatórias das áreas vulneráveis para cada tipo de acidente, abrangendo os
seguintes níveis de efeitos físicos:

 Para nuvens tóxicas:


 Para nuvens de substâncias inflamáveis: concentração igual ao limite inferior de
inflamabilidade da substância;
 Para incêndios em poça ou tocha (jato de fogo), deverá ser indicada a curva
representativa do nível de fluxo térmico igual a 5 kW/m2;
 Para explosões de qualquer natureza (de nuvens de vapor, físicas, confinadas
ou não e de substâncias explosivas) deverão ser indicadas as curvas
representativas dos seguintes níveis de sobrepressão: 13 kPa (1% probabilidade
de ruptura de tímpanos) e 7 kPa (danos estruturais em residências). Caso as
curvas de vulnerabilidade de qualquer um desses efeitos ultrapasse a distância
de 500 metros, o empreendimento deverá ser considerado de categoria de risco
4, ficando sujeito às exigências indicadas abaixo.


33
- Empreendimentos na categoria de risco 4: deverá ser realizada uma Análise
Quantitativa de Risco completa, cujo escopo encontra-se detalhado no Termo de
Referência Para Elaboração de Análise Quantitativa de Risco.

AQR para o nível 4

1. Objetivos e abrangência do estudo

2. Informações gerais sobre a região onde se localiza a atividade

3. Descrição técnica dos sistemas e das instalações em geral

4. Identificação dos Eventos Iniciadores

5. Avaliação da frequência de ocorrência dos cenários

6. Análise de vulnerabilidade

7. Avaliação dos riscos

8. Identificação de medidas de redução dos riscos

9. Reavaliação dos riscos considerando-se a implementação das medidas;


discussão sobre eficiência ou não das medidas

5.3 - METODOLOGIAS DE ANÁLISE DE RISCO

Conceitos Básicos

Acidente – acontecimento não desejado que possa vir a resultar em danos


físicos, lesões, doença, morte, agressões ao meio ambiente, prejuízos na produção etc.
(FEPAM, 2001)

Análise – procedimento técnico baseado em uma determinada metodologia,


cujos resultados podem vir a ser comparados com padrões estabelecidos. (FEPAM,
2001)


34
Perigo - propriedade ou condição inerente de uma substância ou atividade
capaz de causar danos a pessoas, a propriedades ou ao meio ambiente (INEA, 2003)

Risco - o risco devido a uma determinada atividade pode ser entendido como o
potencial de ocorrência de consequências indesejadas decorrentes da realização da
atividade considerada (INEA, 2003)

Área Vulnerável – área no entorno da atividade, na qual ambiente população e


trabalhadores encontram-se expostos aos efeitos de acidentes. A abrangência dessa
área é determinada pela Análise de Vulnerabilidade. (FEPAM, 2001)

Categorias de Risco – hierarquia de risco estabelecida com base na


potencialidade dos danos causados por acidentes, visando à priorização das ações de
controle e fiscalização. (FEPAM, 2001)

5.3.1 - ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCO

A Análise Preliminar de Risco ou Perigos foi desenvolvida originalmente pelo


exército americano. Sua aplicação é adequada tanto na fase de elaboração do projeto,
quanto para as plantas já em operação. Na elaboração do projeto, sua aplicação
permite a identificação potencial dos acidentes da planta e/ou diretrizes para os
procedimentos operacionais que podem ser utilizados ao longo de toda a sua
vida útil. Nas plantas já em operação permite a identificação geral da tipologia de
acidentes e a geração de recomendações para adequação das condições de
segurança do sistema (Duarte, 2002).

Um dos aspectos favoráveis para a implementação da APR é a possibilidade de


incorporar na análise, as experiências registradas na operação de outras instalações
semelhantes. Neste capitulo, trataremos da experiência do Cais de Navegantes - RS
na elaboração da Análise Preliminar de Riscos na operação de transbordo de
hidrocarbonetos líquidos e gasosos.


35
Elementos básicos considerados para realização da APR

 Propriedades perigosas dos insumos, produtos intermediários, catalisadores


e produtos finais;
 Fatores meteorológicos;
 Distribuição espacial das instalações;
 Procedimentos operacionais, de teste, manutenção e emergência;
 Sistemas de proteção contra incêndios e equipamentos de segurança (.

Passos para a aplicação da APR

 Levantamento das experiências das instalações semelhantes, no que diz


respeito aos acidentes e desvios graves nas condições;
 Levantamento da documentação: Procedimentos operacionais, relatórios de
acidentes
 Reuniões preparatórias com equipe interdisciplinar;
 Consolidação dos resultados da análise;
 apresentação do plano (Duarte, 2002).

A categorização do risco

A categorização dos riscos, identificados na forma de hipóteses acidentais,


baseia-se na combinação de freqüência e Severidade do acidente. Os critérios de
classificação serão apresentados a seguir:

A freqüência está associada à Teoria das Probabilidades e é o número de


vezes de ocorrência de um evento, num certo período de tempo. A severidade está
associada à intensidade em que um evento possa vir a comprometer a integridade
socioambiental de uma planta industrial e/ou região. Critérios de freqüência do evento

36
Critérios de freqüência

Categoria Denominação Descrição

A EXTREMAMENTE Conceitualmente possível, mas extremamente improvável de


REMOTA ocorrer durante a vida útil do processo/instalação

B REMOTA Não esperado ocorrer durante a vida útil do


processo/instalação

C IMPROVÁVEL Pouco provável de ocorrer até uma vez durante a vida útil do
processo/instalação

D PROVÁVEL Esperado ocorrer até uma vez durante a vida útil do


processo/instalação

E FREQUENTE Esperado ocorrer várias vezes durante a durante a vida útil


do processo/instalação

Critérios de severidade

Categoria Denominação Descrição / Caracterização

 Sem danos ou insignificantes aos equipamentos, à


propriedade e/ou ao meio ambiente;
 Não ocorrem lesões/mortes nos empregados, de terceiros
e/ou as pessoas da comunidade ou indústrias próximas; o
máximo que poderá ocorrer serão casos de primeiros socorros
I DESPREZÍVEL
ou tratamento médico menor.
 Danos leves aos equipamentos, à propriedade e/ou ao
meio ambiente (os danos materiais são controláveis e de baixo
custo de reparo);
II MARGINAL  lesões leves nos empregados, de terceiros e/ou as
pessoas da comunidade ou indústrias próximas.
 danos severos aos equipamentos, à propriedade e/ou ao
meio ambiente;
 Lesões de gravidade moderada aos empregados, de
III CRÍTICA terceiros e/ou a pessoas da comunidade ou indústrias
próximas, (probabilidade remota de morte de empregados e/ou
terceiros).
 Exige ações corretivas imediatas para evitar seu
desdobramento em catástrofes
 Danos irreparáveis aos equipamentos, à propriedade e/ou
ao meio ambiente;


37
IV CATASTRÓFIC  Provoca lesões graves ou mortes nos empregados, de
A terceiros e/ou a pessoas da comunidade ou indústrias
próximas.

A Classificação do Risco

A classificação do risco é definida pela integração de freqüência e da


severidade, através de uma matriz conhecida como MATRIZ DE RISCO, que será
apresentada a seguir:

FREQÜÊNCIA

A B C D E

IV 2 3 4 5 5

III 1 2 3 4 5

SEVERIDADE
II 1 1 2 3 4

I 1 1 1 2 3

Onde os riscos são classificados como:

1 - desprezível;

2 - Menor;

3 - Sério;

4 – Grave;

5 - Crítico

Estudo de caso da aplicação da APR no Cais de Navegantes


38
Abordaremos como exemplo o primeiro caso de perigo na operação com o nível
RISCO 1, que, de acordo com a Matriz de Riscos é classificado como DESPREZÍVEL,
face às combinações de Severidade II - MARGINAL e Freqüência B - REMOTA.

PERIGO CAUSAS CONSEQ. F S R DETCÇÃO RECOMENDAÇÃO

Aderrnação ruptura do Entrada de 1. Visual (R1) a (R4)


da casco água no
2. Auditivos (O1)como a ponte
Embarcação espaço entre
está inoperante,
3. Cascos duplos
os dois
haverá significativa
cascos, B II 1 4. Certificação
redução do tráfego
resultando prévia garantindo
de navios de
pequeno a estabilidade,
grande porte.
adernamento segundo código
da IMO.

5. Baixa
profundidade não
deixa o navio
afundar

Abordaremos o segundo caso de perigo na operação com o RISCO 2, que, de


acordo com a Matriz de Riscos é classificado como MENOR, face às combinações de
Severidade IV - CATASTRÓFICA e Freqüência A - EXTREMAMENTE REMOTA.

PERIGO CAUSAS CONSEQ. F S R DETCÇÃO RECOMENDAÇÃO

Grande Ruptura Formação 1. Visual; (R1) a (R4)


liberação dos dois de
2. Auditivos; Interromper a operação
do produto casco e atmosfera
de transbordo e afastara
3. Resistência
GLP do explosiva
embarcação;
mecânica dos dois
tanque com ignição
cascos e dos (O3) A posição
de carga imediata
tanques; escolhida para o
devido à pelo choque
transbordo encontra-se
colisão formando 4. -Baixa velocidade
afastada a cerca de 2km
jato de fogo. A IV 2 dos navios no trecho,
do corredor aéreo.
reduzindo a energia
para impacto;


39
5 - Presença de
defensas abaixadas;

6- Monitoramento do
Trafego pela Marinha

Abordaremos, por último, o caso de perigo na operação com o RISCO 3, que, de


acordo com a Matriz de Riscos é classificado como SÉRIO, face às combinações de
Severidade III - CRÍTICA e Freqüência C - IMPROVÁVEL.

PERIGO CAUSAS CONSEQ. F S R DETCÇÃO RECOMENDAÇÃO

Liberação Vazamento Formação 1- Visual; Interromper a operação de


do gás em flanges de transbordo e afastara
2- Detector de gás;
para o e válvulas Atmosfera embarcação;
3- Sistema de
convés na devido a: explosiva,
(O3) A posição escolhida
neblina;
região na região do
-Corrosão para o transbordo encontra-
manifold convés, com 4- Pó químico
perfurante; se afastada a cerca de 2km
ignição
5- Presença de do corredor aéreo.
- Fadiga do C III 3
retardada,
operador junto à
material (R7) Paralisar a operação
gerando
linha.
de transbordo;
incêndios e
nuvens (R9) Proibir a realização de
serviços a quente e
presença de fumo na
região do Cais e do navio,
num raio de 100m do navio.

Conclusões finais da Analise Preliminar de Riscos.

Como já havia mencionado anteriormente, o estudo foi realizado por uma equipe
multidisciplinar esta matriz serviu para as classificações dos riscos da operação de
transbordo no Cais de Navegantes - RS na tendo como objetivo mapear todos os
possíveis “tipos de perigos” da operação. A seguir será avaliada as conclusões dos
resultados obtidos por este grupo:


40
1. Os maiores riscos situam-se na Classe 3;
2. Não há risco de classe 4 ou superior;
3. Embora haja risco identificados com severidade elevada, as freqüências associadas
são reduzidas.
4. As medidas mitigadoras, apresentadas na forma de RECOMENDAÇÕES, atuam
não só no sentido de reduzir as freqüências

Deve-se ter em mente que estes resultados são preliminares, dependendo


de posterior confirmação. Entretanto, podem ser utilizados como dados para
tomadas de decisão e avaliação das conseqüências.

5.3.2 - METODOLOGIAS QUANTITATAS DE ANALISE DE RISCOS

Checklists: Utilizados para identificação de riscos e agravantes em processos já


existentes. (material anexo)

Análise “What-if”: Fases iniciais de projeção. Método especulativo onde se


responde o que poderia acontecer caso determinadas falhas surjam. Dinâmicas de
Grupo.

Matriz de risco: Consiste na elaboração de uma matriz de efeitos da


combinação de duas variáveis. Exemplo típico seria o das reações químicas avaliando-
se uma mistura acidental de duas substâncias.

Métodos mais detalhados

- Análise de Modos de Falhas e Efeitos: Analisa falhas de um processo ou


equipamento específico, entendendo como componente de um arranjo ordenado de
componentes inter-relacionados. Utiliza-se árvores de falhas como estima quantitativa.

- HAZOP (Hazard and Operability Studies): Um dos mais conhecidos métodos, busca
de maneira especulativa, identificar todas as possíveis falhas de um processo com
todas as conseqüências envolvidas a partir destas falhas. Um HAZOP aumenta muito o
nível de confiabilidade de uma planta.


41
- Dow e Mond Index: Método desenvolvido pela Dow e ICI para identificar, quantificar
e classificar as diferentes seções do processo de acordo com o potencial de risco,
incêndios ou explosões.

Programa de Gerência de Riscos

Objetivos: Implantação de ações de identificação, tratamento e mitigação de riscos


e perdas a qual uma empresa está sujeita. Atuação: Assessorar todas as áreas
envolvidas a fim de integrar as informações de gestão.
- Atitudes: Identificar Exposição, Avaliar ônus derivado do risco, Planejar e
coordenar atividades de prevenção, manutenção do risco, visitas regulares ao campo,
canalizar e repassar informações a cada nível, gerar relatórios sobre decisões (planos
de trabalho), reuniões (informações) periódicas com gerencias e direção;Técnicas de
Controle: Inspeção de Riscos, Programas de Prevenção de Perdas, Criação do
banco de dados, modelos de conseqüência, Técnicas de Análise de Risco
apropriadas para cada situação (HAZOP, What-if, etc...), avaliação das
conseqüências (danos a propriedade, lesões pessoais, parada de produção, perda da
qualidade do processo, impacto ambiental, riscos à comunidade, perda do valor
acionário.
- Características da Inspeção de Risco: Condições de risco, tratamentos às
condições, adequação de local de trabalho, instrução sobre relação e atualização de
normas, melhora o nível de conhecimento técnico, redução de ações trabalhistas e
cegueira industrial, orienta a pró-atividade à identificação de riscos, reduz as causas
que provocam perdas, identifica deficiências nas instalações e equipamentos.

BIBLIOGRAFIA

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