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Direito Administrativo

O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.

Sumário

1. Administração Pública ................................................................................................ 3


1.1 Conceito ................................................................................................................ 3
1.2 Subdivisão ............................................................................................................. 3
1.2.1 Administração Pública Direta ......................................................................... 3
1.2.1.1 Conceito de órgão público ...................................................................... 3
1.2.1.2 Centralização e Descentralização ........................................................... 4
1.2.1.3 Características dos Órgãos Públicos ....................................................... 4
1.2.1.4 Classificações de Órgãos Públicos .......................................................... 7
1.2.1.5 Teoria do Órgão: explica a relação entre o agente público e a entidade
........................................................................................................................................ 8
1.2.2 Administração Pública Indireta ...................................................................... 9
1.2.2.1 Descentralização ..................................................................................... 9
1.2.2.2 Características das Entidades da Administração Pública Indireta ............ 10
1.2.2.2.1 Entidades Autárquicas ................................................................... 10
1.2.2.2.1.1 Autarquia ................................................................................ 11
1.2.2.2.1.1.1 Bens ................................................................................. 11
1.2.2.2.1.1.2 Foro – Justiça Competente para Processar e Julgar
Conflitos ............................................................................................................ 12
1.2.2.2.1.1.3 Contratos ......................................................................... 13
1.2.2.2.1.1.4 Privilégios de uma Autarquia........................................... 13
1.2.2.2.1.1.4.1 Privilégio processual ..................................................... 13
1.2.2.2.1.1.4.1 Privilégio tributário ....................................................... 14
1.2.2.2.1.1.5 Responsabilidade civil de uma Autarquia ....................... 15
1.3 Regime de pessoal .............................................................................................. 15
1.4 Espécies de autarquia ......................................................................................... 18
1.4.1 Autarquia territorial ..................................................................................... 18
1.4.2 Agência executiva ......................................................................................... 18

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1.4.3 Fundação autárquica .................................................................................... 19


1.4.4 Conselho de classe ....................................................................................... 19
1.4.5 Agência Reguladora/Autarquia especial .......................................................... 20
1.4.6 Associação Pública........................................................................................ 24
1.4.7 Empresas Estatais ......................................................................................... 26

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1. Administração Pública
1.1 Conceito
Para chegar ao conceito é necessário frisar a função administrativa (presta serviço
público, faz intervenção na economia, realizando atividade de poder de polícia).
A entidade que realiza essa função está normalmente tipicamente no Poder
Executivo, mas todos os órgãos realizam funções administrativas como o Poder Legislativo, o
Ministério Público o Tribunal de Contas, etc.
Dentro da Administração Pública têm uma subdivisão: direta ou indireta.
1.2 Subdivisão
1.2.1 Administração Pública Direta
A atividade administrativa é realizada pelo próprio ente da federação através de ses
órgãos públicos internos.
Observação: Os entes federados são a União, Estados membros, Distrito Federal e
Municípios.
1.2.1.1 Conceito de órgão público
Órgão público possui dois conceitos:
1º) Conceito doutrinário (Hely Lopes Meirelles): órgão público é o centro de
competência sem personalidade jurídica (ter personalidade jurídica é ser sujeito de direitos e
deveres que pode ser pessoa física ou jurídica e o órgão público não é sujeito de direitos e
deveres, apenas um centro interno de competências).
2º) Conceito legal: está previsto no art. 1, §2º, I, da lei 9784/99 – Lei de Processo
Administrativo Federal (cada ente federado tem competência para criar suas próprias
normas de processo administrativo), isto é, trata-se de uma unidade interna integrante da
estrutura de uma entidade direta ou indireta.

Art. 1o Esta Lei estabelece normas básicas sobre o processo administrativo no âmbito da
Administração Federal direta e indireta, visando, em especial, à proteção dos direitos dos
administrados e ao melhor cumprimento dos fins da Administração.
§ 2o Para os fins desta Lei, consideram-se:
I - órgão - a unidade de atuação integrante da estrutura da Administração direta e da
estrutura da Administração indireta;

Exemplos de Órgãos Públicos na União (Administração Pública Direta): Presidência da


Republica; Ministérios, Secretárias, entre outros.

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1.2.1.2 Centralização e Descentralização


Na Administração Pública Direta há CENTRALIZAÇÃO da função administrativa no
próprio ente, ou seja, guarda-se a função para o próprio ente federado, porque nenhum tem
unidade própria, são unidades internas de atuação.
Além da centralização, na Administração Pública Direta há também a
DESCONCENTRAÇÃO que é a criação de órgãos públicos para distribuir/desconcentrarem
internamente as competências, as atividades administrativas, mantendo o ente federado.

1.2.1.3 Características dos Órgãos Públicos


1. Não possuem personalidade Jurídica;
2. Possuem sua própria competência;
3. Integram a estrutura de uma entidade da Administração Pública Direta ou Indireta;
4. Sua criação acarreta uma atividade de desconcentração da função administrativa;
5. Não possuem patrimônio próprio;
6. São criados e extintos através de lei específica;
Normalmente se aplica o princípio da identidade das formas, a mesma forma
utilizada para criar, extingue.

 A quem compete a iniciativa dessa lei? Preliminarmente, essa iniciativa não pode
ferir o princípio da separação dos poderes, senão estaria caracterizada uma
Inconstitucionalidade Formal de Iniciativa.

Cabe ainda observar que o Princípio da Simetria (equivalências das competências


constitucionais) deve ser aplicado.
 No Poder Executivo, compete ao Chefe do Poder Executivo.
 No Poder Judiciário, compete ao Presidente do respectivo Tribunal.

Observação: Há uma crítica quanto a Emenda Constitucional que criou os TRFs novos
com sede no Amazonas, Paraná, Bahia, Minas Gerais, pois quem iniciou o projeto dessas
Emendas Constitucionais foi um deputado, mas deveria ser ou o Presidente do STF ou do
STJ, porque não há TRF, então teria que ser uma das autoridades máxima dentro da
organização administrativa do Poder Judiciário Federal. Então há discussão se essas Emendas

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Constitucionais são inconstitucionais por causa de processo legislativo, pois não teve
participação do Poder Judiciário.
 Emenda Constitucional também precisa respeitar a iniciativa do processo legislativo
já que não é lei?
Há quem entenda que Emenda Constitucional não precisa respeitar a iniciativa do
processo legislativo porque a legitimidade é do Poder Constituinte Derivado, porém é mais
razoável pensar que Emenda Constitucional também precisa respeitar o Princípio da
Separação dos Poderes que é cláusula pétrea, portanto, é possível entender que há
inconstitucionalidade nessas Emendas Constitucionais.

 No Poder Legislativo, há uma EXCEÇÃO, ocorre através de resolução interna,


os órgãos são criados e extintos por atos administrativos internos.
 No Ministério Público a competência é concorrente do chefe do Ministério
Público e do respectivo chefe do Poder Executivo, artigo 61, parágrafo 1º, II,
“d” da CRFB e artigo 127, parágrafo 2º da CRFB.

Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou
Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao
Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao
Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta
Constituição.
§ 1º - São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que:
II - disponham sobre:
d) organização do Ministério Público e da Defensoria Pública da União, bem como
normas gerais para a organização do Ministério Público e da Defensoria Pública dos
Estados, do Distrito Federal e dos Territórios;

Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional


do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos
interesses sociais e individuais indisponíveis.
§ 2º Ao Ministério Público é assegurada autonomia funcional e administrativa, podendo,
observado o disposto no art. 169, propor ao Poder Legislativo a criação e extinção de seus
cargos e serviços auxiliares, provendo-os por concurso público de provas ou de provas e
títulos, a política remuneratória e os planos de carreira; a lei disporá sobre sua
organização e funcionamento. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de
1998)

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 Na Defensoria Pública da União, a competência era prevista no artigo 61,


parágrafo 1º, II, “d” da CRFB, mas com a Emenda Constitucional que trouxe a
independência funcional para Defensoria Pública da União, esta passou a ter
autonomia administrativa que tem como consequência assegurar ao Chefe da
Defensoria Pública da União a competência de iniciativa de lei por uma
interpretação sistemática que, pelo Princípio da Simetria, atinge as
Defensorias Públicas Estaduais.

Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou
Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao
Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao
Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta
Constituição.
§ 1º - São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que:
II - disponham sobre:
d) organização do Ministério Público e da Defensoria Pública da União, bem como
normas gerais para a organização do Ministério Público e da Defensoria Pública dos
Estados, do Distrito Federal e dos Territórios;

7. Podem ter sua autonomia ampliada através de contrato de gestão;


Artigo 37, parágrafo 8º da CRFB. Porém, ressalte-se que o órgão ou entidade não tem
personalidade jurídica, portanto não pode assinar contrato, sendo assim a natureza jurídica
do contrato de gestão, apesar da nomenclatura, não é contratual.

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao
seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da
administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado
entre seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de
desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre: (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
I - o prazo de duração do contrato; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de
1998)
II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e
responsabilidade dos dirigentes; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
III - a remuneração do pessoal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

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8. Capacidade Judiciária
 Regra geral: não possuem capacidade de ser parte em ação judicial (parte do
processo pode ser, porque pode haver legitimidade extraordinária).
 Exceção: Órgãos Públicos Independentes (não fazem parte de nenhuma
estrutura hierárquica – têm legitimidade de agir ordinária): Entende-se que
possuem capacidade de ser parte, no POLO ATIVO para a defesa de suas
competências e garantias constitucionais.

Exemplo: Órgãos Públicos Independentes podem impetrar Mandado de Segurança.

1.2.1.4 Classificações de Órgãos Públicos


Quanto à posição do Órgão Público:
Hierarquicamente, o Órgão Público pode ser:
- Independente: possui independência financeira, administrativa, técnica, não está
subordinado a nenhuma estrutura superior, seus agentes possuem independência funcional,
estes Órgãos Públicos realizam as diretrizes da Constituição Brasileira.
Exemplos1 no Poder Executivo: Presidência da Republica, gabinete do Governador,
gabinete do Prefeito.
Exemplos2 no Poder Legislativo: Congresso Nacional, Senado Federal, Câmara dos
Deputados, Assembleias Legislativas dos Estados, Câmara Legislativa do Distrito Federal,
Câmara dos Vereadores nos Municípios.
Exemplos3 no Poder Judiciário: Todos os órgãos do artigo 92 da CRFB – Juiz, por
realizar jurisdição em primeiro grau, Câmaras, Tribunais de Justiça, Tribunais Regionais
Federais, todos os Tribunais Superiores, o Conselho Nacional de Justiça, MPUs, MPEs,
Defensorias Públicas da União e Estaduais (a Emenda Constitucional 45 de 2004 deu
independência funcional para a DPE, a Emenda Constitucional 49 para a DPDFT e a Emenda
Constitucional 73 para a DPU), Tribunal de Contas da União, TCEs, TCMs (só existem dois: SP
e RJ).

Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário:


I - o Supremo Tribunal Federal;
I-A o Conselho Nacional de Justiça; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
II - o Superior Tribunal de Justiça;
III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;
IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho;

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V - os Tribunais e Juízes Eleitorais;


VI - os Tribunais e Juízes Militares;
VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.
§ 1º O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional de Justiça e os Tribunais Superiores
têm sede na Capital Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 2º O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores têm jurisdição em todo o
território nacional. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

- Autônomo: possui autonomia administrativa e financeira e estão subordinados aos


órgãos independentes.
Exemplo1 no Poder Executivo: Ministérios subordinados a Presidência da República;
Secretarias subordinadas ao gabinete do Governador; Secretarias subordinadas ao gabinete
do Prefeito.
- Superior: são os órgãos subordinados aos órgãos autônomos e só possuem mera
liberdade administrativa.
- Subalterno: não possui liberdade administrativa, comando, não realiza
coordenação, supervisão, apenas executam ordens.

Observação: O professor orientou pesquisar as seguintes classificações de Órgãos


Públicos: Quanto à estrutura; Quanto à atuação funcional; Quanto à composição e Quanto à
função que exerce.

1.2.1.5 Teoria do Órgão: explica a relação entre o agente público e a entidade


Por essa teoria, uma entidade age através de seus órgãos públicos e estes através de
seus agentes, pelo critério de imputação volitiva, ou seja, a vontade do agente, lícita ou
ilícita, no exercício de suas funções, na qualidade de agente público, é atribuída diretamente
à entidade.
Isto tem relevância para fins de responsabilidade civil inclusive, pois a entidade
responde pelos atos do agente quando age nesta qualidade, pois o agente é a entidade.
Teorias ultrapassadas:
 Teoria do mandato: a entidade expediria um mandato para o agente, mas a
entidade é pessoa jurídica, então quem expediria este mandato? Se o
presidente expedisse, quem expediria para ele? Ademais, se o agente agisse
de forma ilegal, a entidade não teria expedido mandato para tanto, então o

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agente seria exclusivamente pessoalmente responsável, não haveria


responsabilidade civil em face da entidade.

 Teoria da representação: o agente público representaria a entidade por


determinação legal, porém estas representações são encontradas para
pessoas incapazes, então a entidade estaria sendo reduzida a uma pessoa
incapaz. Além disso, quando o representante ultrapassa os limites da
representação e age em benefício próprio, não é possível imputar o ato ao
representado.

Atenção: Não confundir entidade (centro de competência com personalidade


jurídica, pode ser da administração pública direta ou indireta, é sinônimo de ente, dentro da
entidade vai ter órgãos) com órgão.

1.2.2 Administração Pública Indireta


Ocorre quando a função administrativa é realizada por uma nova entidade (com
personalidade, patrimônio, administração e servidores próprios) criada (lei específica) e
controlada pelo ente federado.
Estas entidades são administrativas, entidades autárquicas, empresas públicas,
sociedades de economia mista e fundações públicas, diferente de entes federados que são
entidades políticas, inclusive.
1.2.2.1 Descentralização
Nessa situação ocorre DESCENTRALIZAÇÃO da função administrativa e, esta
descentralização é chamada de descentralização por outorga ou funcional ou técnica,
criada por lei e, tradicionalmente, afirma-se que ocorre transferência da titularidade e da
execução.
Porém esta transferência de titularidade tem sido muito combatida pelos autores,
vez que, de fato, não ocorre, pois a Administração continua controlando e pode extinguir a
entidade quando pretender, por lei, mesma forma da criação.
Afirmam, portanto, que há apenas transferência de execução, que não passa de
delegação legal e, tecnicamente, seria a nomenclatura mais adequada, mas o usual é
chamar de descentralização por outorga ou funcional ou técnica.

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Atenção aos seguintes Princípios:

- Princípio da Especialidade: esse princípio vem tornar a descentralização mais


técnica. Esse princípio tem ligação com o Princípio da Legalidade porque tem que haver lei
para criar e excluir a entidade, também tem ligação com o Princípio da Eficiência, porque
quando se cria uma entidade para tratar mais tecnicamente, mais especificamente de algo,
haverá um resultado mais eficiente, há ainda ligação com o Princípio da Indisponibilidade do
Interesse Público.
- Princípio do Controle ou da Tutela Administrativa: as entidades da Administração
Pública Indireta estão sob o controle finalístico da Administração Pública Direta que se dá
nos planos institucional, administrativo, financeiro.
Exemplo: correção finalística institucional ou outra, a fim de invalidar ou rever ato.
No plano Federal, quem faz esse controle são os ministros supervisores, por isso
chama-se de supervisão ministerial. (Há entidades vinculadas diretamente ao Presidente da
República).
As entidades da Administração Pública Indireta podem fazem parte de todos os
Poderes, Legislativo, Judiciário, ou até Órgão Público Independente, porém, na sua maioria,
pertencem ao Poder Executivo, que faz a tutela, o controle por meio do seu respectivo Chefe
e seus subordinados imediatos.
Atenção: o controle não implica em hierarquia ou subordinação nesta relação, mas
sim vinculação.
Observação: No Decreto Lei 267, artigo 5º estão previstos Conceitos da Estrutura da
Administração Pública Federal, porém estão desatualizados/ultrapassados.

1.2.2.2 Características das Entidades da Administração Pública Indireta


1.2.2.2.1 Entidades Autárquicas
São entidades que possuem características de uma autarquia.
1. Autarquia;
2. Autarquia Territorial;
3. Agencia Executiva;
4. Agencia Reguladora ou Autarquia Especial;
5. Autarquia Fundacional;

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6. Conselho de Classe;
7. Associação Pública.

1.2.2.2.1.1 Autarquia
São criadas para prestação das atividades típicas do Estado (finalidade).
Atividades Típicas: Serviços Públicos, Fomento, Poder de Polícia, Regulação.
Observação: não são criadas para exploração de atividade econômica (pode até
haver, mas não é atividade fim, mas atividade meio que viabiliza a atividade fim).
Exemplos: INSS, CVM, BACEN.
A criação é por lei específica focada apenas para tanto, tal como a extinção.
Mormente é por Lei Ordinária, pode ser por Lei Complementar, mas valerá como Lei
Ordinária.
A autarquia não tem registro em órgãos.
A iniciativa dessa lei, normalmente, é do Chefe do Poder Executivo.
A Personalidade Jurídica da autarquia tem mais direitos e obrigações públicas,
portanto ela é uma Pessoa Jurídica de Direito Público Interno, consequentemente, seu
Regime Jurídico é Público.
Excepcionalmente podem realizar atos de Regime Privado, mas a regra é de
realização de atos de Regime Público.

1.2.2.2.1.1.1 Bens
Seus bens são públicos. Artigo 98 do CC.

Art. 98. São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de
direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que
pertencerem.

O artigo 99 do CC traz a classificação de bens públicos: comum, especial e dominical.

Art. 99. São bens públicos:


I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças;

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II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou


estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os
de suas autarquias;
III - os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público,
como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades.
Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, consideram-se dominicais os bens
pertencentes às pessoas jurídicas de direito público a que se tenha dado estrutura de
direito privado.

 Bem Público de uso comum: toda coletividade pode utilizar.


 Bem Público de uso especial: afetado a algum interesse/regime específico
(exemplo: bens das Fundações Públicas; Autarquias).

Características: Inalienável (fora do comércio), Impenhorável (não pode servir de


garantia judicial para um crédito em execução) e é Imprescritível (não pode ser usucapido =
prescrição aquisitiva).
 Bem Público de uso dominical: bem desafetado do interesse/regime público
predominante (Exemplo: Autarquia).

Pode ser alienado, em regra, por licitação, apesar de ser bem público, ele é
desafetado. É impenhorável, porque a entidade continua sendo de Direito Público e ela paga
débito judicial através de precatório e é imprescritível (não pode ser usucapido = prescrição
aquisitiva).

1.2.2.2.1.1.2 Foro – Justiça Competente para Processar e Julgar Conflitos


Observação1: Este tópico concerne à competência para conflito comum, não
abarcando, por óbvio, conflitos cuja competência for especializada.
 Autarquia Federal – artigo 109, I da CRFB – Justiça Federal.

Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:


I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem
interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência,
as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho;

Atenção: Há exceções expressas na norma Constitucional: Competência da Justiça do


Trabalho e da Justiça Eleitoral; Competência para julgar Falência e Acidente de Trabalho que
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é da Justiça Estadual; Competência para julgar Contravenção Penal que é da Justiça Estadual,
mormente nos Juizados Especiais Criminais.

 Autarquia Estadual/Municipal – Justiça Estadual.

Observação2: Justiça Federal não é especial, é justiça comum, só que ela tem
prevalência sobre a Justiça Estadual.
Observação3: A competência da Justiça Estadual é residual, portanto se existir algum
fundamento que atraia para a Justiça Federal, esta será a competente.
Observação4: Falência: uma autarquia não vai falir por ser Pessoa Jurídica de Direito
Público, além disso, não explora atividade empresarial e só podem falir pessoas que o fazem.

1.2.2.2.1.1.3 Contratos
Regra: Licitação.
Exceção: Contratação Direta.
Artigo 37, XXI da CRFB.

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao
seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e
alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure
igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam
obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei,
o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica
indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações. (Regulamento)

1.2.2.2.1.1.4 Privilégios de uma Autarquia


1.2.2.2.1.1.4.1 Privilégio processual
A autarquia possui privilégios processuais, podendo-se aplicar as mesmas regras da
Fazenda Pública em juízo: prazo em quádruplo para contestar, prazo em dobro para
recorrer, isenção de taxas judiciárias, duplo grau de jurisdição obrigatório. Existem, assim,
uma série de garantias para a Autarquia e para a Fazenda Pública.

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 Em relação ao processo de execução, uma autarquia utiliza o cumprimento de


sentença do CPC? Não, o processo de execução em face da Fazenda Pública é um
processo autônomo, e, no final da execução, se recebe o pagamento através de
precatório.

1.2.2.2.1.1.4.1 Privilégio tributário


O art. 150, VI, §2 da CFRB afirma que há imunidade tributária recíproca que é
decorrência lógica do pacto federativo brasileiro e, assim, existem premissas básicas, não
podendo um ente federado invadir a competência de outro ente federativo, sendo essencial
o controle de constitucionalidade, pois, do contrário, poderia haver a invasão de
competência de um ente violando a competência de outro.

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à


União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre:
§ 2º - A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e
mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços,
vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes.

Conforme esse artigo, é proibido ao ente federativo instituir imposto sobre à renda,
patrimônio e aos serviço de outro ente, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas
decorrentes. Apesar de existirem vozes em sentido contrário, há muito tempo o STF tem
aplicado um entendimento literal ao dispositivo, alcançando somente imposto, não
envolvendo taxa ou contribuições de melhora, somente IMPOSTOS. O §2, por sua vez, afirma
que a imunidade tributária da autarquia é de menor amplitude, isto é, apenas para a
atividade principal ou dela decorrente.

 Existe uma discussão em direito tributário: o que vai ser feito quando alguém adquire
um bem imóvel e aluga esse imóvel. Vai incidir imposto sobre esse produto do
aluguel? Se o produto do aluguel for revertida para a finalidade principal esse
produto está abarcado pela imunidade tributária. Se o resultado final for revertida
para finalidade da instituição está alcançado pela imunidade tributária. O STF tem
sido muito benéfico na interpretação desse dispositivo, porque na verdade, a
destinação está mais relacionado com as entidades assistenciais e não com a
imunidade tributária recíproca do pacto federativo.

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doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.

1.2.2.2.1.1.5 Responsabilidade civil de uma Autarquia


Quando se fala em responsabilidade civil de autarquia, a regra geral sobre o tema é
que deve-se aplicar as mesmas regras do ente federado, porque a autarquia é pessoa
jurídica de direito público. Assim, a responsabilidade da autarquia, por ser pessoa de direito
público, é objetiva, nos termos do art. 37, §6, CRFB, denominada como teoria do risco
administrativo.

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
§ 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de
serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem
a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou
culpa.

As pessoas jurídicas de direito público e de direito privado, prestadores de serviços


públicos, respondem pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros.

1.3 Regime de pessoal


Existem três regimes dentro da administração pública direta e indireta:
- Regime estatutário: aplicável nos casos em que se tem cargo público.
- Regime celetista: é aquele que detém emprego público.
- Regime temporário: é o regime “tapa buraco”, por ser temporário.

A grande maioria entende que se segue o regime estatutário. Essa resposta não é
100% certa, porque, na verdade, o que vai se encontrar é o regime jurídico único, isto é, se
submetem ao regime jurídico único do ente federado criador.
Para entender essa afirmativa: antes de 1988, sob a vigência da Constituição de 1977,
vigorava o regime celetista e estatutário, dentro da administração pública direta, autárquica,
fundacional e, inclusive empresa estatal. Quando chegou em 88, o constituinte estabeleceu
uma premissa importante no art. 39:

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Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito de


sua competência, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da
administração pública direta, das autarquias e das fundações públicas.

Esse artigo estabelece a obrigatoriedade do regime jurídico único para a


administração pública direta, autárquica, fundacional, naturalmente, para a fundação
pública de direito público. Isto é, a Constituição buscou vincular todos os setores públicos a
contratar seus funcionários por meio de um único regime jurídico, estipulando a
obrigatoriedade de contratação de servidor público através do regime estatutário ou
celetista, vedando o regime misto em uma mesma esfera.
Na época, houveram três posições acadêmicas sobre o que é regime jurídico único. A
primeira posição dizia que regime jurídico único é regime estatutário. Prevaleceu que regime
jurídico é ou regime estatutário ou regime celetista. O ente federado escolheu para sua
administração pública direta, autárquica, fundacional regime estatutário ou celetista? Todos
os Estados membros escolheram o regime estatutário, só alguns municípios escolheram o
regime celetista. Em 1998, com a Emenda Constitucional nº 19 acabou com a obrigatoridade
do regime jurídico único. Isto é, a unicidade do regime jurídico dos servidores foi
desconfigurada por uma reforma administrativa, suprimindo a obrigatoriedade de vincular a
contratação dos servidores públicos a um único regime jurídico. Assim, é possível ter, na
prática, e ao mesmo tempo, servidores estatutários e celetistas, bem como, é possível a
Administração Pública escolher um regime único para regular suas contratações. O que fez a
EC nº 19/98 foi eliminar a obrigatoriedade e não a regra do regime jurídico único.
Temos, ainda, a Lei nº 9.962 de 2000 que destaca a aplicação do regime celetista.
A rescisão de trabalho é diferente da rescisão de contrato de trabalho celetista.
Exemplo: Demitir uma empregada por não gostar dela, ok. Agora, o celetista da
administração pública direta, autárquica, fundacional só pode rescindir se preencher o artigo
3, da Lei 9.962 de 2000.

Art. 3o O contrato de trabalho por prazo indeterminado somente será rescindido por ato
unilateral da Administração pública nas seguintes hipóteses:
I – prática de falta grave, dentre as enumeradas no art. 482 da Consolidação das Leis do
Trabalho – CLT;
II – acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas;
III – necessidade de redução de quadro de pessoal, por excesso de despesa, nos termos da
lei complementar a que se refere o art. 169 da Constituição Federal;
IV – insuficiência de desempenho, apurada em procedimento no qual se assegurem pelo
menos um recurso hierárquico dotado de efeito suspensivo, que será apreciado em trinta
dias, e o prévio conhecimento dos padrões mínimos exigidos para continuidade da
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relação de emprego, obrigatoriamente estabelecidos de acordo com as peculiaridades


das atividades exercidas.
Parágrafo único. Excluem-se da obrigatoriedade dos procedimentos previstos no caput as
contratações de pessoal decorrentes da autonomia de gestão de que trata o § 8o do art.
37 da Constituição Federal.

Em 2007, a emenda constitucional nº 19 no art. 39 foi objeto de ação direta de


inconstitucionalidade (ADIn 2.135-4), tendo o STF entendido que a mesma não respeitou os
requisitos estabelecidos na Carta Constitucional para alteração da Constituição e, por essa
razão, teve seus efeitos suspensos de maneira cautelar e parcial. O STF entendeu duas
coisas: primeiro, que essa emenda constitucional fez uma grande reforma administrativa na
Constituição, mudando diversas coisas e não somente no art. 39. E, segundo, que a
justificativa para tal inconstitucionalidade funda-se na ausência de formalidade do art. 60, §2
da CRFB que diz:

Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:


I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado
Federal;
II - do Presidente da República;
III - de mais da metade das Assembléias Legislativas das unidades da Federação,
manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros.
§ 1º - A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de
estado de defesa ou de estado de sítio.
§ 2º - A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois
turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos
respectivos membros.

O grande problema é que, quanto a classificação da Constituição Federal de 1988


quanto à rigidez, para alterar a Constituição existe um processo específico (iniciativa própria
de 1/3 do Senado, etc.) conforme menciona o artigo 60 da Constituição Federal de 1988.
Só que, quando se refere a emenda constitucional não prevalece a regra do processo
legislativo ordinário, porque no processo legislativo ordinário a Casa que inicia o projeto tem
preferência, porque se a Casa revisora alterar o projeto, e essa alteração for derrubada na
Casa que iniciou o projeto, acaba por aí. No caso da emenda constitucional não. Qualquer
alteração que uma casa faça, tem que passar pela outra casa.A matéria não foi aprovada em
primeiro turno, pois obteve 298 votos e não os 308 votos necessários, daí porque,
estabeleceu-se uma inconstitucionalidade formal. O STF afastou o texto dado pela EC/98 ao
art. 39 da CRFB, determinado a retomada do texto original, a qual traz a obrigatoriedade do
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regime jurídico, ressalvando-se, entretanto, até o julgamento definitivo da ação a validade


dos atos celebrados durante o período de vigência da EC 19/98, em consequência dos
efeitos ex-nunc (regra nas liminares), dado à decisão, salvo se o STF modulasse os efeitos por
2/3 de seus membros. Se não modulou, tem efeitos represtinatórios.

1.4 Espécies de autarquia


1.4.1 Autarquia territorial
São os antigos territórios federais. O último território foi Fernando de Noronha. Parte
da doutrina compreende a autarquia territorial não pode ser considerada, realmente, uma
autarquia, porque o território não detém autonomia plena administrativa, nem auto-
organizacional ou política.
Por essa falta de autonomia, seria inviável considerar o território como um ente
federado, apesar de algumas Constituições de nosso país já terem considerado.
Como o território está vinculado à administração da União, alguns autores passaram
a entender que seria uma autarquia territorial, onde o poder da União exerce uma função
naquele território.

 Existe autarquia territorial? Não.


 Pode ser criada? Sim.

1.4.2 Agência executiva


Não deve ser confundida agência executiva com agência reguladora. A agência
executiva é apenas uma qualificação, ou seja, trata-se apenas de uma denominação
realizada sobre uma autarquia ou fundação pública, feita pelo Presidente da República
através de decreto, ato discricionário. Quando se fala em ato discricionário significa que o
Presidente da República faz se quiser, isto é, ele não é obrigado a fazer esse ato.
Os pressupostos são: assinatura de contrato de gestão (art. 37, §8, CRFB) e
apresentação de um plano estratégico de reestruturação interna.

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da
administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado

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entre seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de
desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre:
I - o prazo de duração do contrato;
II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e
responsabilidade dos dirigentes;
III - a remuneração do pessoal.

A forma de manifestar o controle, o princípio da vinculação e tutela administrativa,


quem vai fazer o controle será o Ministro supervisor. Esses contratos de gestão não tem
prazo máximo, a legislação só estabelece o prazo mínimo de 1 (um) ano. Além disso, pode
ser renovado, se assim as partes desejarem. O que mais cai em questões de provas é:
agência executiva e agência reguladora, misturam essas duas modalidades de agências.
Pode perder a qualificação por não cumprimento das metas. Precisa haver um
processo administrativo iniciado pelo Ministro supervisor e finalizado por ato (decreto do
Presidente da República).
 Uma Agência Executiva é criada por lei? Não, é por decreto. Não é agência
reguladora.
 Qual a vantagem de se criar uma agência executiva? A partir da qualificação a
entidade passa a gozar de maior autonomia administrativa, financeira e
orçamentária.

Atenção: Não confundir com agências reguladoras.

1.4.3 Fundação autárquica


A fundação autárquica é uma fundação com regime de autarquia ou uma autarquia
com regime de fundação. São fundações públicas de direito público. Essa fundação pode ser
tanto uma fundação privada como a Fundação Getúlio Vargas ou o Bradesco, que tem
regulação no Código Civil, como também pode ser uma fundação criada pelo poder público
(regime público ou regime privado).

1.4.4 Conselho de classe


São entidades autárquicas criadas para o exercício de poder de polícia sobre
atividades profissionais de interesse público. Regulamentam atividade profissional,
fiscalizam e aplicam a sanção, são essas as funções.

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1.4.5 Agência Reguladora/Autarquia especial


Deve haver um cuidado com o nome “autarquia especial”, porque existe autarquia
comum e autarquia especial. A autarquia especial é tudo aquilo que não seria uma autarquia
comum: conselhos de classe, fundação autárquica, agência executiva, autarquia territorial,
fundação pública. Todas elas são autarquias especiais, pois tem características especiais. Na
prova, muito cuidado com autarquia especial/agência reguladora.
Historicamente, no Brasil, as agências reguladoras estão ligadas ao programa de
governo de desestatização dos serviços públicos.

Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de
concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.
Parágrafo único. A lei disporá sobre:
I - o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos, o
caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as condições de
caducidade, fiscalização e rescisão da concessão ou permissão;
II - os direitos dos usuários;
III - política tarifária;
IV - a obrigação de manter serviço adequado.

Foi uma opção do constituinte. O artigo de serviço público na Constituição Federal de


1988, de forma de prestação de serviço público central está no capítulo da ordem
econômica (art. 175) o que significa dizer que o constituinte originário já teve uma opção
pela ordem econômica prestar serviço público. Então, na verdade, o Estado não pode
explorar tanta atividade econômica. É um equívoco o Estado explorar atividade econômica
para ter lucro. A Petrobras, historicamente, não era para ter lucro. Claro que a finalidade
dela (se tiver finalidade a ser instituída) é para proteção do nosso regime do petróleo, isto é,
o que isso pode causar em nosso país. Se for explorar a atividade econômica, é necessário
levantar em conta duas premissas: segurança nacional ou relevante interesse coletivo e
imperativo. Quem faz essa determinação é o constituinte no art. 173.

Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de


atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da
segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.

Só que têm-se um modelo de estado inflado, o que consequentemente leva a um


regime de endividamento. O Fernando Henrique fez um programa de privatização de

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empresas estatais, um programa de delegação de serviços públicos, abrindo a possibilidade


de entidades privadas terem delegação para atuarem em temas como educação, energia
elétrica, água, etc. E fez, também, regime também de descentração, os serviços são
privados. Desestatização, portanto, é um nome amplo que pode ser dado para situações
diferentes. Para regular esse órgão e fiscalização desses serviços desestatizados, delegados,
privatizados. Algumas agências reguladoras: Anatel (Agência Nacional de Telecomunicação),
Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), ANVISA (Agência Nacional de Vigilância
Sanitária), ANTT (Agência Nacional de Transporte Terrestre), ANAC (Agência Nacional de
Aviação Civil), ANTAQ (Agência Nacional de Transporte Aquaviários), ANS (Agência Nacional
Suplementar), ANA (Agência Nacional da Água), ANCINE (Agência Nacional do Cinema), ANP
(Agência Nacional do Petróleo), dentre outras.
São instituídas para atividade regulatória e fiscalização, sobre serviços públicos,
atividades de interesse do Poder Público e atividades econômicas de monopólio do Estado.
Foi inspirado no regime das agências independentes norte-americanas. Só que houve
um grande problema no regime das agências independentes norte-americanas: o mercado
estava sem regulação e, na verdade, ocorreu uma bolha econômica por diversos fatores,
quando foi verificado que era necessário que o Estado regulamentasse essa atividade. Então,
no caso das agências independentes norte-americanas ocorreu uma restrição ao capital
privado. No Brasil não, ocorreu uma proteção do capital privado, e quem chefiou esse
modelo foi o Fernando Henrique Cardoso, tendo como candidato de oposição, Luís Inácio da
Silva (Lula).
O setor privado presta o serviço público, e, dentre outras coisas, precisa da
participação efetiva do capital privado que vem do exterior, recebe muito dinheiro, mas isso
tudo gera vários problemas como o aumento do poder público, possibilidade do país ir à
falência, dentre outros. O Fernando Henrique Cardoso decidiu criar uma agência
independente, porque se o Lula fosse eleito, as agências estariam blindadas em razão do
capital privado.
Essas agências possuem uma maior autonomia administrativa, financeira,
orçamentária, técnica, decisória do que as demais entidades da administração pública
indireta.
A intenção do FHC, era, principalmente quanto ao modelo federal, sendo possível, no
entanto, haver agência reguladora municipal e não necessariamente federal, adotando esse
regime que é adotado pela União. Cada ente federado tem autonomia política,
organizacional para escolher o seu próprio regime.
A Lei 9.986/2000, nos artigos 4 ao 9, estabelece o regime pessoal das agências
reguladoras federais. Nesses dispositivos, afirma que as agências serão dirigidas em regime
de colegiado:

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Art. 4o As Agências serão dirigidas em regime de colegiado, por um Conselho Diretor ou


Diretoria composta por Conselheiros ou Diretores, sendo um deles o seu Presidente ou o
Diretor-Geral ou o Diretor-Presidente.

Atenção quanto à nomeação, pois só pode se dar por indicação e nomeação do


Presidente e aprovação do Senado Federal. É o que afirma o artigo que segue:

Art. 5o O Presidente ou o Diretor-Geral ou o Diretor-Presidente (CD I) e os demais


membros do Conselho Diretor ou da Diretoria (CD II) serão brasileiros, de reputação
ilibada, formação universitária e elevado conceito no campo de especialidade dos cargos
para os quais serão nomeados, devendo ser escolhidos pelo Presidente da República e por
ele nomeados, após aprovação pelo Senado Federal, nos termos da alínea f do inciso III
do art. 52 da Constituição Federal.
Parágrafo único. O Presidente ou o Diretor-Geral ou o Diretor-Presidente será nomeado
pelo Presidente da República dentre os integrantes do Conselho Diretor ou da Diretoria,
respectivamente, e investido na função pelo prazo fixado no ato de nomeação.

Quando nomeados passam a deter estabilidade para desempenho para o


cumprimento de seus mandatos fictos, não havendo um prazo uniforme (art. 5, §único).

Art. 6o O mandato dos Conselheiros e dos Diretores terá o prazo fixado na lei de criação
de cada Agência.
Parágrafo único. Em caso de vacância no curso do mandato, este será completado por
sucessor investido na forma prevista no art. 5o.

Art. 7o A lei de criação de cada Agência disporá sobre a forma da não-coincidência de


mandato.

O prazo de quarentena é de quatro meses. Essa quarentena é para proibir as


agências, na pessoa dos diretores e presidentes exercer funções no setor regulado durante
um período, em razão de conflito de interesses.

Art. 8o O ex-dirigente fica impedido para o exercício de atividades ou de prestar qualquer


serviço no setor regulado pela respectiva agência, por um período de quatro meses,
contados da exoneração ou do término do seu mandato.
§ 1o Inclui-se no período a que se refere o caput eventuais períodos de férias não gozadas.

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§ 2o Durante o impedimento, o ex-dirigente ficará vinculado à agência, fazendo jus a


remuneração compensatória equivalente à do cargo de direção que exerceu e aos
benefícios a ele inerentes.
§ 3o Aplica-se o disposto neste artigo ao ex-dirigente exonerado a pedido, se este já tiver
cumprido pelo menos seis meses do seu mandato.
§ 4o Incorre na prática de crime de advocacia administrativa, sujeitando-se às penas da
lei, o ex-dirigente que violar o impedimento previsto neste artigo, sem prejuízo das
demais sanções cabíveis, administrativas e civis.
§ 5o Na hipótese de o ex-dirigente ser servidor público, poderá ele optar pela aplicação
do disposto no § 2o, ou pelo retorno ao desempenho das funções de seu cargo efetivo ou
emprego público, desde que não haja conflito de interesse.

O ex-dirigente, quando deixa de exercer a função, deve observar esse prazo de


quarentena, que é uma limitação temporária onde não poderá trabalhar no setor regulado
pelo período de quatro meses, sendo remunerado durante todo esse período.
Cuidado: a lei de conflito de interesses (Lei nº 12.813/2013) NÃO REVOGOU essas
disposições. Essa lei ampliou as disposições, proibindo que as autoridades da administração
pública federal, detentoras de alto cargo, não se envolvam em atividades nos setores que
possam comprometer ou quebrar sigilo funcional, no prazo de 12 (doze) meses, sem
remuneração. O prazo normal de quarentena é de quatro meses, mas as agências
reguladoras mais antigas como a ANATEL tem prazo de 12 meses. ATENÇÃO.
Observação: Quando essas agências reguladoras foram criadas, o regime de pessoal
que estava em vigência era o de duplicidade de regime (cargo público estatutário e
possibilidade celetista). A opção do legislador foi celetista (art. 1, Lei nº).
A matéria foi parar no Supremo que entendeu que agência reguladora não pode ter
regime celetista, porque compromete a própria finalidade pela qual foi criada e foge a
lógica, fornecer maior autonomia para o presidente e diretores gerais e para que
desempenhem sua função não fornecer estabilidade.
O legislador revogou o dispositivo voltado para a obrigatoriedade do regime único e
o STF entendeu que o regime das agências reguladoras deves ser o estatutário.
Tais agentes apenas podem perder seus mandatos através: renúncia, sentença
judicial transitada em julgado e prazo especial.

Art. 9o Os Conselheiros e os Diretores somente perderão o mandato em caso de renúncia,


de condenação judicial transitada em julgado ou de processo administrativo disciplinar.
Parágrafo único. A lei de criação da Agência poderá prever outras condições para a perda
do mandato.

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Lula e o pessoal do PT odiaram essa questão, inclusive propuseram ação direta de


inconstitucionalidade, porque entendiam que esse sistema violava o sistema presidencialista
brasileiro, porque a atividade administrativa é um centro político só e não como a atividade
administrativa policêntrica e, também, porque violaria a forma de governo republicano,
porque o Presidente da República estaria interferindo no novo mandato do próximo
Presidente. Não foi declarada inconstitucional.
O que aconteceu: Lula tentou (e conseguiu!) travar as agências reguladoras, porque
tirou da cartola um antigo recurso que quase não é mais utilizado: recurso hierárquico
impróprio, que é aprovado no parecer 52. Ele homologa o parecer no comando do parecer é
que as decisões dessas entidades podem sofrer recurso hierárquico impróprio, mesmo
mediante omissão legal, como consequência do princípio do controle e da tutela
administrativa. Qualquer decisão que contrarie os interesses, abre a possibilidade de se
utilizar o recurso hierárquico impróprio para a revisão de tal decisão.
Modelo federal=> Parecer normativo 52 da ADU entendeu que essas entidades se
submetem ainda ao recurso hierárquico impróprio, mesmo na ausência de previsão legal.

1.4.6 Associação Pública


São relacionadas com os consórcios públicos, por meio da Lei nº 11.107/2005, que
regulamentou o art. 241 da Constituição Federal de 1988.

Art. 241. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios disciplinarão por meio de
lei os consórcios públicos e os convênios de cooperação entre os entes federados,
autorizando a gestão associada de serviços públicos, bem como a transferência total ou
parcial de encargos, serviços, pessoal e bens essenciais à continuidade dos serviços
transferidos.

O art. 241 fala que a União, Estados e municípios podem se associar e realizar
convênios de consórcios públicos para prestação de serviços públicos de interesse comum,
como a saúde e segurança pública. Para tal finalidade, os entes irão criar uma entidade para
que esta preste serviços de interesse comum.
Exemplo: Vários Estados se unem para fazer um consórcio para a construção de um
presídio. Essa entidade criada para fazer gestão desse serviço de segurança é relacionado a
interesse da União e dos demais Estados, formando os entes consorciados.

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Essa lei determina que os entes interessados assinem um protocolo de intenções (art.
4), que vai ser, posteriormente, ratificado por lei, sendo criada uma nova entidade para fazer
gestão de serviço público de interesse comum.

Art. 3o O consórcio público será constituído por contrato cuja celebração dependerá da
prévia subscrição de protocolo de intenções.

Estabelece-se como cláusulas necessárias do protocolo de intenções:

Art. 4o São cláusulas necessárias do protocolo de intenções as que estabeleçam:


I – a denominação, a finalidade, o prazo de duração e a sede do consórcio;
II – a identificação dos entes da Federação consorciados;
III – a indicação da área de atuação do consórcio;
IV – a previsão de que o consórcio público é associação pública ou pessoa jurídica de
direito privado sem fins econômicos;
V – os critérios para, em assuntos de interesse comum, autorizar o consórcio público a
representar os entes da Federação consorciados perante outras esferas de
governo; VI – as normas de convocação e funcionamento da assembléia geral,
inclusive para a elaboração, aprovação e modificação dos estatutos do consórcio
público;
VII – a previsão de que a assembléia geral é a instância máxima do consórcio público e o
número de votos para as suas deliberações;
VIII – a forma de eleição e a duração do mandato do representante legal do consórcio
público que, obrigatoriamente, deverá ser Chefe do Poder Executivo de ente da
Federação consorciado;
IX – o número, as formas de provimento e a remuneração dos empregados públicos, bem
como os casos de contratação por tempo determinado para atender a necessidade
temporária de excepcional interesse público;
X – as condições para que o consórcio público celebre contrato de gestão ou termo de
parceria;
XI – a autorização para a gestão associada de serviços públicos, explicitando:
a) as competências cujo exercício se transferiu ao consórcio público;
b) os serviços públicos objeto da gestão associada e a área em que serão prestados;
c) a autorização para licitar ou outorgar concessão, permissão ou autorização da
prestação dos serviços;
d) as condições a que deve obedecer o contrato de programa, no caso de a gestão
associada envolver também a prestação de serviços por órgão ou entidade de um dos
entes da Federação consorciados;

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e) os critérios técnicos para cálculo do valor das tarifas e de outros preços públicos,
bem como para seu reajuste ou revisão; e
XII – o direito de qualquer dos contratantes, quando adimplente com suas obrigações, de
exigir o pleno cumprimento das cláusulas do contrato de consórcio público.
§ 1o Para os fins do inciso III do caput deste artigo, considera-se como área de atuação do
consórcio público, independentemente de figurar a União como consorciada, a que
corresponde à soma dos territórios:
I – dos Municípios, quando o consórcio público for constituído somente por
Municípios ou por um Estado e Municípios com territórios nele contidos;
II – dos Estados ou dos Estados e do Distrito Federal, quando o consórcio público for,
respectivamente, constituído por mais de 1 (um) Estado ou por 1 (um) ou mais Estados e
o Distrito Federal;
III – (VETADO)
IV – dos Municípios e do Distrito Federal, quando o consórcio for constituído pelo
Distrito Federal e os Municípios; e
V – (VETADO)
o
§ 2 O protocolo de intenções deve definir o número de votos que cada ente da Federação
consorciado possui na assembléia geral, sendo assegurado 1 (um) voto a cada ente
consorciado.
§ 3o É nula a cláusula do contrato de consórcio que preveja determinadas contribuições
financeiras ou econômicas de ente da Federação ao consórcio público, salvo a doação,
destinação ou cessão do uso de bens móveis ou imóveis e as transferências ou cessões de
direitos operadas por força de gestão associada de serviços públicos.
§ 4o Os entes da Federação consorciados, ou os com eles conveniados, poderão ceder-lhe
servidores, na forma e condições da legislação de cada um. § 5o O protocolo de
intenções deverá ser publicado na imprensa oficial.

Essa nova entidade pode ser uma:


- Associação Pública: se for uma associação pública será uma autarquia
plurifederativa.
- Entidade privada: nesse caso, o regime é híbrido, (sujeito ao Tribunal de Contas),
etc. Deve ser dada uma olhada na Lei 11.107/05.

Atenção: As Associações Públicas ver em serviço público: Lei 11.107/2005.

1.4.7 Empresas Estatais


Será visto na próxima aula.

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