INFLAÇÃO

Prof.ª Geisiane Michelle Zanquetta de Pintor

geisiane.pintor@unila.edu.br
• A inflação é definida como um
aumento contínuo e generalizado no
índice de preços
–Aumentos contínuos, não altas
esporádicas de preços

–Aumento de um bem ou serviço em

particular não constituí inflação
 AS CAUSAS DA INFLAÇÃO

• Inflação de demanda

• Inflação de custos

• Inflação inercial
 INFLAÇÃO DE DEMANDA
• Excesso de demanda agregada em relação à
produção disponível de bens e serviços

• Economia produzindo próximo do pleno

emprego de recursos: aumentos da
demanda agregada de bens e serviços
conduzem a elevação de preços
• Para reduzir a inflação de demanda, deve-
se utilizar instrumentos que provoquem
redução da procura agregada por bens e
serviços
– Redução dos gastos do governo
– Aumento da carga tributária
– Controle de crédito
– Elevação da taxa de juros
 INFLAÇÃO DE CUSTOS

• Inflação tipicamente de oferta

• Demanda permanece a mesma, mas os custos

de certos fatores importantes aumentam

• Ocorre uma retração da produção,

provocando um aumento dos preços de
mercado
• As causas mais comuns dos aumentos dos
custos de produção são:

• Aumento do custo de matérias-primas

– Exemplos: Crises do Petróleo e aumentos dos
produtos agrícolas devido a fatores como geadas
e secas

– Aumentos de preços de matérias-primas também

são conhecidos como choque de oferta
• Aumentos salariais acima da
produtividade
–Aumento dos custos unitários de
produção, que são normalmente
repassados aos preços dos produtos
• Estrutura de mercado
– Empresas com elevado poder mercado tem
condições de elevar seus lucros acima da elevação
dos custos de produção

– Estagflação (estagnação econômica com inflação):

mesmo em períodos de queda da atividade
produtiva, as firmas com poder oligopolista têm
condição de manter suas margens de lucros sobre
custos ao aumentar o preço de seus produtos finais
 INFLAÇÃO INERCIAL

• Processo automático de realimentação de

preços

• Provocada pelos mecanismos de indexação:

– Salários, aluguéis, contratos financeiros, preços em
geral e impostos, preços e tarifas públicas
• A inflação corrente decorre da inflação passada,
perpetuando-se uma inércia ou memória
inflacionária

• Aumentos de preços passados são

automaticamente repassados para todos os demais
preços da economia, por meio dos mecanismos de
correção monetária, cambial e salarial, gerando um
processo autorrealimentador de inflação
 CORRENTE ESTRUTURALISTA
• Inflação é causada por pressões de custos, derivadas de
questões estruturais
– Estrutura agrícola

– Estrutura do comércio internacional

– Estrutura oligopólica dos mercados

• Conflitos distributivos: se estabelecem na tentativa de

agentes buscarem manter ou elevar sua parcela de renda
nacional
DISTORÇÕES PROVOCADAS POR
ALTAS TAXAS DE INFLAÇÃO
 EFEITO SOBRE
A DISTRIBUIÇÃO DE RENDA

• Redução relativa do poder aquisitivo

das classes que dependem de
rendimentos fixos, que possuem
prazos legais de reajuste
–Exemplo: assalariados
• Classe trabalhadora é a que mais perde com a
elevação das taxas de inflação

• Trabalhadores de baixa renda não tem

condições de se proteger, por exemplo, com
aplicações financeiras, pois consomem
praticamente a totalidade de sua renda

• “A inflação é um imposto sobre o pobre”

• Proprietários que auferem renda de
aluguel sofrem perda de rendimento
real ao longo do processo
inflacionário
–Aluguéis são normalmente atrelados a
contratos que fixam seu valor por
determinado prazo
• Os agentes econômicos com mais liberdade
de formar preços (com maior poder de
mercado para definir preços) têm condições
de repassar os aumentos de custos
provocados pela inflação, garantindo assim
suas margens de lucro

• O governo, por meio de impostos e preços

públicos, também tem condições de se
defender, corrigindo suas receitas pelas taxas
de inflação
 EFEITO SOBRE
O BALANÇO DE PAGAMENTOS
• Elevadas taxas de inflação, em níveis superiores
ao aumento de preços internacionais, encarecem
o produto nacional relativamente ao produzido
externamente

• Estimulam as importações e desestimulam às

exportações, diminuindo o saldo da balança
comercial
• Governos promovem desvalorizações
cambiais
–Depreciam a moeda nacional

–Estimulam a alocação de nossos

produtos no exterior, desestimulando as
importações
• Importações tornam-se inevitavelmente caras,
pressionando os custos de produção dos
setores que se utilizam de produtos
importados

• Uma nova elevação de preços ocorre,

provocada pelo repasse do aumento de custos
aos preços dos produtos
 EFEITO SOBRE
O MERCADO DE CAPITAIS
• Desestímulo à aplicação de recursos no
mercado financeiro
– Especialmente aplicações cuja remuneração
seja definida antecipadamente no momento
da aplicação
– Ganham importância papéis cuja remuneração
seja definida no final do prazo de aplicação
• Rentabilidade acaba dependendo de índices de
preços utilizados para corrigir o valor aplicado
– Rentabilidade fica atrelada às características dos
índices de preços utilizados para corrigir a inflação

– Gera incerteza no mercado financeiro

– Faz os poupadores procurarem opções para

aplicar seus recursos, como em ativos fixos como
terras e imóveis
• No Brasil, essa distorção foi bastante
minimizada pela instituição da correção
monetária
– Alguns papéis, como os títulos públicos,
cadernetas de poupança e títulos privados,
passaram a ser ajustados (ou indexados) por
índices que refletem aproximadamente o
crescimento da inflação
 EFEITO SOBRE
AS EXPECTATIVAS EMPRESARIAIS

• Elevadas taxas de inflação afetam a formação

das expectativas sobre o comportamento da
economia no futuro

• Setor empresarial é bastante sensível a esse

tipo de situação, dada a relativa instabilidade e
imprevisibilidade de seus lucros
• Enquanto a conjuntura inflacionária perdurar,
empresário dificilmente tomará iniciativas no
sentido de aumentar seus investimentos na
expansão da capacidade produtiva

• A capacidade de produção futura, o

crescimento econômico e o próprio nível de
emprego podem ser afetados pelo processo
inflacionário
 OUTROS EFEITOS
• Etapas iniciais do processo inflacionário
– Os que contraíram dívidas líquidas ganham com a
inflação, justamente porque não incorporam
nenhuma expectativa inflacionária
– O credor é quem perde, recebendo a quantia
emprestada reduzida pela inflação e perde a renda
que teria se houvesse aplicado seu dinheiro em
alternativas mais rentáveis de investimento
• A longo prazo, poucos ou quase ninguém
ganha com a inflação
– Trabalhadores são os mais prejudicados

– Perdas salariais farão com que os empresários

também percam, porque venderão menos

– Governo é igualmente afetado, uma vez que a

arrecadação de impostos é reduzida com a
diminuição da produção e do poder aquisitivo
A estabilização de preços é
condição necessária para um
crescimento econômico contínuo e
estável ao longo do tempo
 O REGIME DE
METAS DE INFLAÇÃO
• O regime de metas de inflação, implementado
em vários países a partir da década de 1990, tem
como ponto de partida dois pressupostos:
– Fracasso da adoção do regime de regras de
expansão monetária

– Pressuposto teórico de que a política monetária é

inócua para afetar as variáveis reais da economia de
forma duradoura, como os níveis de emprego e de
produto
• Regime de metas de inflação
– Reconhecimento explícito de que o objetivo da
política monetária é a manutenção de uma taxa
de inflação baixa e estável

– Taxa de juros de curto prazo é o principal

instrumento de política monetária para fazer
com que a inflação tenda a convergir para a
meta estabelecida
O regime de metas para a inflação é
um regime monetário no qual o Banco
Central se compromete a atuar de
forma a garantir que a inflação efetiva
esteja em linha com uma meta pré-
estabelecida, anunciada publicamente.
 CARACTERÍSTICAS DO
REGIME DE METAS DE INFLAÇÃO

• Escolha do índice de inflação

• Definição da meta, que pode ser pontual ou
intervalar
– No caso intervalar (banda), ainda existe a alternativa de
ter ou não meta central

• Horizonte da meta
– Definição do período de referência para avaliar o
cumprimento da meta para a inflação
 CARACTERÍSTICAS DO
REGIME DE METAS DE INFLAÇÃO

• Existência de cláusulas de escape

– Estabelecimento, a priori, de situações que
podem justificar o não cumprimento das metas

• Transparência
– Formas de comunicação da autoridade monetária
visando informar a sociedade sobre a condução
do regime de metas
 IPCA
• No Brasil, a meta para a inflação foi definida em
termos da variação do Índice de Preços ao
Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo IBGE

• Índice de preços ao consumidor é a medida

mais adequada para avaliar a evolução do
poder aquisitivo da população
HISTÓRICO DE METAS PARA A
INFLAÇÃO NO BRASIL
INFLAÇÃO