Análise de aspectos rítmicos e melódicos da canção tradicional indiana Gajavadana
Gananātha.
http://www.bhajan.ch/music/gajavadanagananb.html
Texto:
Ganesha com rosto de elefante,/líder das hostes celestiais de Shiva,/governa os
nossos sentidos./Filho de Gauri, pleno de compaixão./Personifica o som primordial Om,/que permeia todo o universo e/sustenta toda a criação./Como deus de Puttaparthi,/guarda e protege tudo.
A canção tradicional indiana Gajavadana Gananātha é formada por 4 pequenos
fragmentos melódico-rítmicos formados por no máximo 5 notas (uma escala pentatônica). Há um jogo de pergunta e resposta desses fragmentos, primeiro a cantora executa a frase e logo após um coro a responde repetindo a melodia. A estrutura da canção é: AABBACCC’CDD/ABACD/A(fim) - nisso se vê a importância do fragmento melódico-rítmico A que é retomado no meio da estrutura e finaliza a canção [provavelmente com a letra “Ganesha com rosto de elefante, líder das hostes celestiais de Shiva, governa os nossos sentidos.”]. Justamente esse fragmento A é formado por 5 notas, os outros fragmentos são formados por 4 notas cada apenas. Há alguns melismas nas melodias e por vezes os cantores fazem apogiaturas para alcançar as notas, seja atacando pela nota inferior ou através de um glissando que chega na nota alvo. Os fragmentos são também variações nos seus ritmos, alguns são mais tensos - com mais colcheias, como os A e D - e outros são menos movimentados - B e D, com mais semínimas. É interessante notar como tala (ciclo de tempo aditivo indiano) utilizado lembra um pouco o modo de organização da música ocidental. Por ser organizado em 8 tempos, pode-se escrever as melodias em 4/4. Durante toda a canção há um baixo na tônica e na quinta justa e a melodia passeia pela escala maior do tom e acaba sempre resolvendo em alguma nota que resulte na tríade maior da tônica ou na sua relativa (sexto grau menor) - isso aos olhos e ouvidos ocidentais. Há uma repetição interna nos fragmentos. Se forem separados ao meio (como estão por dois compassos), a segunda metade parasse sempre espelhar a organização da primeira. No fragmento A: dois conjuntos de colcheias e uma nota longa. Fragmento D: conjuntos de colcheias relaxando numa semínima. Há também um certo espelhamento entre as melodias das metades dos fragmentos, nos A, C e D as primeiras metades sobem, as segundas descem. No B a primeira desce, já segunda tem um grande salto de oitava.